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14/04/2022

#Direito Previdenciário

Custeio da
Seguridade
Social

SISTEMA DE FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL

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1. Salário de Contribuição
O salário de contribuição é o valor que serve de base de cálculo para a
incidência das alíquotas das contribuições previdenciárias dos segurados,
à exceção do segurado especial.

É um dos elementos de cálculo da contribuição previdenciária; é a medida


do valor com a qual, aplicando-se a alíquota de contribuição, obtém-se o
montante da contribuição dos segurados empregados, incluindo os
domésticos, trabalhadores avulsos, contribuintes individuais e, por
extensão, os segurados facultativos.

O limite mínimo do salário de contribuição corresponde, para os


segurados contribuinte individual e facultativo, ao salário
mínimo, e para os segurados empregados, inclusive o doméstico,
e o trabalhador avulso, ao piso salarial legal ou normativo da
categoria ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado seu
valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo
de trabalho efetivo durante o mês (§30 do art. 28 da Lei
n.8.212/1991)

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Atualmente, o valor-limite máximo do salário de contribuição é


atualizado sempre que ocorrer alteração do valor dos benefícios
(art. 102 da Lei n. 8.212/1991) sendo aproximadamente seis vezes
o valor do salário mínimo.

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1.1 Contribuição do segurado empregado, inclusive doméstico


e trabalhador avulso

Regulamentando a matéria de modo transitório, até que lei venha a


modificar a Lei n. 8.212/1991, o art. 28 da EC n. 103/2019 fixou para estes
segurados as seguintes alíquotas que incidem sobre fatos geradores a
partir de 1° de março de 2020:

I - até 1 salário mínimo, 7,5%;


II - acima de 1 salário mínimo até R$ 2.000,00, 9%;
III - de R$ 2.000,01 até R$ 3.000,00, 12%; e
IV - de R$ 3.000,01 até o limite máximo do salário de contribuição, 14%
(quatorze por cento).

A contribuição previdenciária incidirá sobre as verbas de natureza


remuneratória. Pelo menos três grandes grupos de importâncias
integrantes do salário de podem ser relacionados:

- o salário propriamente dito, pago em espécie e em valor fixo, e as


parcelas que o integram, segundo o art. 457, §1°, da CLT;
- os ganhos habituais sob a forma de utilidades outras que não o dinheiro,
com a finalidade de recompensar o trabalho, nestes últimos incluídos os
pagamentos indiretos (alimentação, vestuário, transporte, moradia); e
- as gorjetas.

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Recursos Repetitivos no STJ:

- O adicional noturno constitui verba de natureza remuneratória, razão pela


qual se sujeita à incidência de contribuição previdenciária (Tema 688);

- O adicional de periculosidade constitui verba de natureza remuneratória,


razão pela qual se sujeita à incidência de contribuição previdenciária (Tema
689);

- Sobre a importância paga pelo empregador ao empregado durante os


primeiros quinze dias de afastamento por motivo de doença não incide a
contribuição previdenciária, por não se enquadrar na hipótese de incidência
de exação, que exige verba de natureza remuneratória (Tema 738).

1.2 Contribuição do segurado contribuinte individual e


facultativo

Para o contribuinte individual, o salário de contribuição é a remuneração


auferida em uma ou mais empresas, ou pelo exercício de sua atividade
por conta própria, durante o mês, observado o limite máximo previsto no
§5° do art. 28 da Lei n. 8.212/1991.

Convém salientar que a EC n. 103/2019 não alterou as alíquotas de


contribuição para estas categorias de segurados.

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Conforme desejem ou não se beneficiar futuramente do benefício


da aposentadoria por tempo de contribuição, os segurados
enquadrados nas categorias de facultativo e de contribuinte
individual - este último, quando o serviço não for prestado à
empresa ou pessoa equiparada à empresa, poderão optar entre:

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a) contribuir com uma alíquota de b) caso queiram se beneficiar da


11% sobre o valor mínimo mensal do aposentadoria por tempo de
salário de contribuição (ou seja, 11% contribuição, deverão contribuir
sobre o salário mínimo) - o que com mais 9% sobre o mesmo
lhes assegura a proteção salário de contribuição, com
previdenciária, exceto para a acréscimo de juros de mora fixados
aposentadoria voluntária por tempo a própria Lei n. 8.212/1991, caso o
de contribuição; recolhimento seja feito com atraso;

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MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL (MEI)

A Lei n. 12.470, de 31.8.2011, alterou a alíquota de contribuição do


microempreendedor individual para 5% sobre o salário mínimo, com
efeitos a partir de 1° de maio de 2011.

O MEI optante por esse recolhimento fixo não fará jus à aposentadoria por
tempo de contribuição, salvo se efetuar o recolhimento mensal
complementar de 9%, acrescido de juros moratórios. Essa contribuição
assegura ao MEI todos os demais os benefícios do sistema.

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Caso o MEI pretenda contar o tempo de contribuição correspondente para


fins de obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição ou da
contagem recíproca do tempo de contribuição a que se refere o art. 94 da
Lei n. 8.213/1991, deverá complementar a contribuição mensal mediante
recolhimento, sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do
salário de contribuição em vigor na competência a ser complementada, da
diferença entre o percentual pago e o de 20%, acrescido dos juros
moratórios equivalentes à taxa SELIC.

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1.3 Contribuições das Empresas


A Constituição prevê no art. 195, inciso I, com a redação dada pela Emenda n. 20,
a incidência de contribuições sociais a cargo do empregador, da empresa e da
entidade a ela equiparada na forma da lei (art. 15 da Lei n. 8.212/1991), nos
seguintes termos:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada, na forma da lei,


incidentes sobre:
a) folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a
qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo
empregatício;
b) receita ou o faturamento;
c) c) lucro.

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É prevista, ainda, a instituição de contribuições com fato gerador


distinto daqueles relacionados no art. 195, I, da Constituição.
Essas outras fontes, destinadas a garantir a manutenção ou
expansão da Seguridade Social, exigem a adoção de lei
complementar para serem cobradas, conforme previsto no art.
195, §4°, da Constituição.

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1.3.1 Contribuição sobre a folha de pagamento

É a contribuição prevista na letra a do inciso I do art. 195 da


Constituição. Sua incidência se dá sobre a folha de salários e
demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, pela
empresa, a qualquer título, à pessoa física que preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício.

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Art. 195, CF: A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:


a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa
física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

Alíquota de 20%
Art. 22, I: vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a
qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que
lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma,
inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos
decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo
tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do
contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa.

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O limite máximo do salário de contribuição não é aplicado


para as empresas, isto é, a contribuição é sobre o valor
total da remuneração.

Ex.: Trabalhador que recebe um salário de R$ 8.000,00,


contribuirá sobre o valor máximo do salário de
contribuição, enquanto a empresa contribuirá sobre R$
8.000,00.
PORTARIA INTERMINISTERIAL MTP/ME Nº 12, DE 17 DE
JANEIRO DE 2022
Art. 2º A partir de 1º de janeiro de 2022, o salário de
benefício e o salário de contribuição não poderão ser
inferiores a R$ 1.212,00 (um mil duzentos e doze reais)
nem superiores a R$ 7.087,22 (sete mil e oitenta e
sete reais e vinte e dois centavos).

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FATO GERADOR:
• Parcelas efetivamente pagas (ou seja, o valor entregue);
• Parcelas creditadas (quando o pagamento se dê mediante
crédito em conta bancária ou poupança);
• Remuneração devida, ainda que não paga ou paga em atraso.

OU SEJA: a empresa que, mesmo sem intenção manifesta,


deixa de pagar valores de natureza remuneratória a seus
trabalhadores no prazo que a lei assina para o cumprimento
desta obrigação torna-se devedora perante a Seguridade
Social.

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Orientações do STJ acerca a contribuição patronal incidente


sobre as verbas trabalhistas:

Estão sujeitas à incidência de contribuição previdenciária as parcelas


pagas pelo empregador a título de horas extras e seu respectivo
adicional, bem como os valores pagos a título de adicional noturno e
de periculosidade (Recurso Repetitivo – Tema 687, REsp 1.358.281/SP, 1ª Seção, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 23.04.2014);

Incide contribuição previdenciária a cargo da empresa sobre os


valores pagos a título de salário-maternidade e a título de salário-
paternidade (Recurso Repetitivo – Temas 739 e 740, REsp 1.230.957/RS, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, DJe de 18.03.2014);

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Não incide contribuição previdenciária a cargo da empresa sobre o


valor pago a título de: a) terço constitucional de férias gozadas e de
férias indenizadas; b) aviso prévio indenizado; c) importância paga
nos 15 dias que antecedem o auxílio-doença (Recurso Repetitivo – Temas 478, 479,
738, Resp 1.230.957/RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe de 18.03.2014);

Não incide contribuição social sobre o valor dos medicamentos


adquiridos pelo empregado e pagos pelo empregador ao
estabelecimento comercial de forma direta, mesmo que o montante
não conste na folha de pagamento (Resp 1.430.043/PR, 2ª Turma, Rel. Min. Mauro Campbel
Marques, DJe de 11.3.2014).

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1.3.2 Contribuição sobre a remuneração paga aos segurados


contribuintes individuais e trabalhadores avulsos

- Art. 22, I, Lei 8.212/1991;


Alíquota de 20%
Art. 22, I: vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a
qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que
lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma,
inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos
decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo
tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do
contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa.

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Na hipótese de ter empregado contratado, o MEI:

deverá reter e recolher a contribuição previdenciária relativa ao


segurado a seu serviço na forma da lei, observados prazo e condições
estabelecidos pelo CGSN;
é obrigado a prestar informações relativas ao segurado a seu serviço,
na forma estabelecida pelo CGSN; e
está sujeito ao recolhimento da contribuição de que trata o inciso VI do
caput do art. 13 da LC 123/2006, calculada à alíquota de 3% (três por
cento) sobre o salário de contribuição previsto no caput, na forma e
prazos estabelecidos pelo CGSN.

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1.3.3 Contribuição adicional de instituições financeiras

Banco comercial, banco de investimento, banco de desenvolvimento, caixa


econômica, sociedade de crédito, investimento e financiamento, sociedade de
crédito imobiliário, inclusive associação de poupança e empréstimo, sociedade
corretora, distribuidora de títulos e valores mobiliários, inclusive bolsa de mercadorias
e valores, empresa de arrendamento mercantil, cooperativa de crédito, empresa de
seguros privados e de crédito e capitalização.

Alíquota de 20% + 2,5%


Tema 204. Contribuição adicional de 2,5% sobre a folha de salários de instituições
financeiras instituída pela Lei nº 8.212/91.
O tribunal, por unanimidade, conheceu do recurso extraordinário e a este negou
provimento. Em seguida, também por unanimidade, o tribunal fixou a seguinte tese: “É
constitucional a previsão legal de diferenciação de alíquotas em relação às contribuições
previdenciárias incidentes sobre a folha de salários de instituições financeiras ou de
entidades a elas legalmente equiparáveis, após a edição da Emenda Constitucional nº
20/1998”. (Leading Case: RE 598.572, Tribunal Pleno, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de
4.4.2016).

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1.3.4 Contribuição sobre a receita e o faturamento

- Art. 195, I, a, CF;

“O conceito de receita bruta sujeita à incidência da COFINS


envolve não só aquela decorrente da venda de mercadorias e da
prestação de serviços, mas também a soma das receitas
oriundas do exercício de outras atividades empresariais” (RE 444.601-
ED, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 7.11.2006, DJ de 15.12.2006).

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CONFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social)

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PIS/PASEP (Programa de Integração Social / Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público)

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CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido)

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1.3.5 Contribuições das microempresas e empresas de pequeno


porte – o Simples Nacional

- SIMPLES NACIONAL: Tratamento jurídico diferenciado e


simplificado às microempresas e às empresas de pequeno porte
nos campos administrativo, tributário, previdenciário,
trabalhista, creditício e de desenvolvimento empresa (arts. 170 e
179, CF)

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I – Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ;


II – Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, observado o disposto no inciso XII do § 1º deste artigo;
III – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL;
IV – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, observado o disposto no inciso
XII do § 1º deste artigo;
V – Contribuição para o PIS/Pasep, observado o disposto no inciso XII do § 1º deste artigo;
VI – Contribuição Patronal Previdenciária – CPP para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de
que trata o art. 22 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso da microempresa e da empresa
de pequeno porte que se dedique às atividades de prestação de serviços referidas no § 5º-C do art. 18
desta Lei Complementar;
VII – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS;
VIII – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS.

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Art. 3º da LC n. 123/2006:

Consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte:


- a sociedade empresária;
- a sociedade simples e;
- o empresário a que se refere o art. 966 do Código Civil;

... devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis


ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas!

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DESDE QUE:

Aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 e


igual ou inferior a R$ 4.800.000,00.

No caso de início de atividades, o limite é de R$ 6.750,00 multiplicados


pelo número de meses compreendido entre o início da atividade e o final
do respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como
um mês inteiro.

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1.3.6 Contribuições ao Sistema S

FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação;


INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária;
SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial;
SESI – Serviço Social da Indústria;
SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial;
SESC – Serviço Social do Comércio;
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas;
DPC – Diretoria de Portos e Costas;
Fundo Aeroviário;
SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural;
SEST – Serviço Social do Transporte;
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte.

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Demais regimes:

- Contribuições do importador de bens e Serviços do exterior;


- Contribuições decorrentes do trabalho Prestado em obras de construção civil;
- Contribuição dos clubes de futebol profissional;
- Contribuição do empregador doméstico;
- Contribuição do produtor rural pessoa física e do segurado especial;
- Contribuição do empregador rural pessoa jurídica;
- Contribuição sobre a receita de concursos de prognósticos;

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