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1. Considerações iniciais
Note-se que o inciso II, do art. 195, da CF/1988, foi recentemente alterado
pela Emenda Constitucional (EC) nº 103, de 2019.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais: (...)
Muito Importante!
--
O STF, sobre a aplicação do art. 20 do PCPS, compreendeu que o
legislador optou por aplicar a técnica da progressividade simples
..
I - a empresa é obrigada a:
I - no inciso II do caput, o recolhimento deverá ser efetuado até o dia útil
imediatamente posterior; e
Provando o vínculo, mas não o valor da remuneração, será concedido o benefício de valor
mínimo, devendo a renda ser recalculada quando da apresentação de prova dos salários de
contribuição (art. 35 da PBPS – Lei nº 8.213/1991).
Esse agrupamento de contribuições é o mais complexo, pois temos diferentes disciplinas dentro
de um único grupo. Esquematicamente, temos:
(iii) contribuição dos optantes pelo regime simplificado de recolhimento (dentro desse regime,
temos uma subdivisão de contribuição mais favorecida para o MEI e segurado facultativo
considerado de baixa renda).
Essa diferença mencionada se justifica na medida em que o segurado que trabalha por conta
própria recolhe por si, não possuindo um responsável tributário. O contribuinte individual que
trabalha para uma empresa possui um responsável tributário. Basicamente, o regime
simplificado de recolhimento implica uma contribuição com alíquota menor e base de cálculo
também menor. Em contrapartida, esses optantes pelo regime simplificado abrem mão da
aposentadoria por tempo de contribuição e da contagem recíproca de tempo de contribuição.
3.1. Contribuição
• Contribuinte individual que trabalha por conta própria e facultativo: alíquota de 20% sobre
o salário de contribuição, com recolhimento pelo próprio segurado até o dia 15 do mês
seguinte ao da competência. Para o segurado contribuinte individual, o salário de
contribuição é o valor da remuneração auferida no mês, observados piso e teto. Para o
segurado facultativo, o salário de contribuição é o valor por ele declarado, observados
piso e teto.
• Contribuinte individual que presta serviço a empresa ou equiparado (art. 30, §§ 4º e 5º,
PCPS): alíquota 11% sobre o salário de contribuição. Essa redução de 45% (alíquota de
11% em vez de 20%) se justifica porque, nesse caso, a empresa pagará a sua própria
contribuição previdenciária (cota patronal) sobre a folha de pagamentos, o que não ocorre
quando o contribuinte individual não presta serviço a pessoa jurídica. O contribuinte
individual que presta serviço a pessoa jurídica qualificada como entidade beneficente de
assistência social continua submetido à alíquota de 20%, pois a entidade é imune à cota
Há, neste ponto, crítica da doutrina e da jurisprudência, por ausência de amparo na lei quanto a
essa previsão do regulamento e por carrear ao segurado o peso da imunidade constitucional
das entidades filantrópicas.
• Contribuinte individual que trabalha por conta própria e facultativo optantes pelo
recolhimento simplificado (art. 21, §§ 2º a 5º, PCPS):
(i) alíquota 11% sobre o salário mínimo para o contribuinte individual que trabalhe por conta
própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado (com recolhimento pelo próprio
segurado até o dia 15 do mês seguinte ao exercício da competência);
A alíquota de 5% será paga pela empresa (caso de MEI que presta serviço a empresa) ou pelo
próprio segurado, até o dia 15 ou dia 20 do mês seguinte ao da competência, conforme
contribuição seja paga pelo segurado ou responsável, respectivamente.
E se o segurado se arrepende da opção que fez? A lei diz que, querendo, o segurado poderá
fazer jus à aposentadoria por tempo de contribuição ou a contagem recíproca do tempo de
contribuição. Para tanto, basta complementar a contribuição mensal. Então, a qualquer tempo,
poderá complementar a contribuição mensal mediante recolhimento retroativo de 9% faltantes
para integralizar os 20% sobre o salário de contribuição, acrescido dos juros legais. Portanto, a
possibilidade de complementação é imprescritível.
Esta é a concretização do art. 201, § 12, da CF/1988 (com novel redação dada pela EC nº
103/2019), que determina que a lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, com
alíquotas diferenciadas, para atender a trabalhadores de baixa renda, inclusive àqueles em
situação de informalidade e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao
• Situação 1: o contribuinte individual que trabalha por iniciativa própria e o segurado
facultativo devem, eles próprios, recolher a sua contribuição até o dia 15 do mês seguinte
ao da competência (art. 30, II, PCPS). O contribuinte individual qualificado como
microempreendedor individual que trabalha por iniciativa própria deve recolher a sua
contribuição até o dia 20 do mês seguinte ao da competência (art. 18-C, § 3º, II, LC nº
123/2006 e sua regulamentação).
Os segurados especiais não contribuem sobre o salário de contribuição, pois, por força de
norma constitucional, eles “(...) contribuirão para a seguridade social mediante a
aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção
(...)” (art. 195, § 8º, da CF/1988, na redação dada pela EC nº 20/1998). Veja que aqui já temos
uma grande nota distintiva.
Essa alíquota atual foi fixada pela Lei nº 13.606/2018, reduzindo a alíquota anterior, que era de
2% sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção, mais adicional 0,1%
para financiamento das prestações por acidente do trabalho, totalizando 2,1%.
Muitas vezes, os segurados especiais trabalham para produzir somente para fins de
subsistência. Com isso, não ocorrerá o fato gerador da contribuição.Nesse caso, como fica a
situação desses segurados? Eles ficam excluídos da Previdência Social? Não. O art.
39, I, PBPS garante a esses segurados alguns benefícios de valor mínimo, desde que
comprovem o efetivo trabalho no período equivalente à carência. Nesse caso, haverá proteção
previdenciária nos termos da lei.
Art. 39. Para os segurados especiais, referidos no inciso VII do caput do art.
11 desta Lei, fica garantida a concessão: (Redação dada pela Lei nº 13.846,
de 2019.)
Outra peculiaridade da lei diz respeito ao fato de que se admite que esses segurados exerçam
trabalho não rural intercalado (arts. 12, §§ 10 e 14, PCPS). Muitas vezes, em períodos de
defeso, entressafra, estiagem, os segurados especiais desempenham atividades não rurais
para complementar a renda. Essas atividades são esporádicas não descaracterizando as
atividades rurais, desde que esse trabalho não rural não supere 120 dias por ano. Durante
Integra a receita bruta, além dos valores decorrentes da comercialização da produção relativa
aos produtos referidos (art. 25, § 3º, PCPS), a receita proveniente (art. 25, § 10, PCPS):
(iv) do valor de mercado da produção rural dada em pagamento ou que tiver sido trocada por
outra, qualquer que seja o motivo ou finalidade;
Não integra a base de cálculo da contribuição em estudo a produção rural destinada ao plantio
ou reflorestamento, nem o produto animal destinado à reprodução ou criação pecuária ou
granjeira e à utilização como cobaia para fins de pesquisas científicas, quando vendido pelo
próprio produtor e por quem a utilize diretamente com essas finalidades e, no caso de produto
vegetal, por pessoa ou entidade registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento que se dedique ao comércio de sementes e mudas no país (art. 25, § 12,
PCPS).
(i) no exterior;
(iv) relativamente a artesanato elaborado com matéria-prima produzida pelo respectivo grupo
familiar, a produção artística ou a serviços/atividades de turismo ou entretenimento na
propriedade, inclusive hospedagem, alimentação, recepção, recreação e atividades
pedagógicas, bem como taxa de visitação (art. 30, X e XII, PCPS).
As vantagens de o segurado especial recolher, além da contribuição que lhe é própria (sobre o
resultado da produção), aquela inerente aos segurados –contribuinte individual e facultativo –
consistem em poder gozar de aposentadoria por tempo de contribuição ou, a depender da
média de valor das contribuições, auferir renda ou benefício superior ao salário mínimo.
Por derradeiro, a legislação autoriza que o segurado especial exerça, intercaladamente com
seu labor principal (rural, pesqueiro ou extrativista), atividades de natureza diversa (art. 12, §§
10 e 14, PCPS).
Nesses casos, o exercício da atividade intercalada sujeita o segurado especial, sem prejuízo da
contribuição que lhe é própria, ao recolhimento, nas respectivas competências, de contribuições
de acordo com a natureza do labor desempenhado (art. 12, § 13, PCPS).
ResponsávelPresunção
Base de
Segurado Alíquota pelo de Prazo
Cálculo
recolhimentorecolhimento
Até o dia
7,5%, 9%,
Empregado Salário de 20 do
12% e Empresa Sim
avulso contribuição mês
14%
seguinte
Contribuinte
individual
Até o dia
que
O próprio 15 do
trabalha Salário de
20% Não mês
por conta contribuição
segurado seguinte
própria e
facultativo
Contribuinte
individual
Até o dia
que
20 do
presta 11% Salário de Empresa Sim
mês
serviço a contribuição
seguinte
pessoa
jurídica
Até o dia
Contribuinte 15
individual – Piso do
MEI e (facultativo)
facultativo salário de O próprio
5% Não ou dia 20
de baixa contribuição segurado
renda (CI-MEI)
sem (1 salário
do mês
ATPC mínimo)
seguinte
Até o dia
Receita 20 do
1,2% + Sim, se mês
da Em regra,
houver
Segurado 0,1 para os
venda da responsável seguinte
especial adquirentes ao
ac. trab. tributário
produção
da
produção