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PREVIDENCIÁRIO
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições
sociais: (...)
Sendo assim, da leitura da norma constitucional é possível constatar que existem duas
fontes principais de custeio da seguridade social: o orçamento de cada ente político e
as contribuições da seguridade social. Consoante às normas de direito orçamentário,
o orçamento de um ente federado é composto por três peças
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade
social, com base nos seguintes objetivos:
(...)
No entanto, essas não são as únicas fontes de custeio da seguridade social. Aqui existe
o princípio da diversidade da base de financiamento, o qual impõe a existência de
múltiplas fontes de custeio. Observe, por exemplo, na esfera federal, o art. 27 da Lei de
Custeio (Lei nº 8.212/1991), o qual traz um elenco de inúmeras outras fontes de
custeio. Esta é uma fonte secundária do custeio da seguridade social. Neste ponto, os
demais entes federativos podem criar também fontes secundárias do custeio da
seguridade social em sua legislação para a sua esfera de autonomia.
VI – 50% (cinquenta por cento) dos valores obtidos e aplicados na forma do parágrafo
único do art. 243 da Constituição Federal;
VII – 40% (quarenta por cento) do resultado dos leilões dos bens apreendidos pelo
Departamento da Receita Federal;
Nesta esteira, ainda sobre a natureza jurídica das contribuições sociais, segundo o
Supremo Tribunal Federal (STF), firmou o seguinte entendimento na ação declaratória
de constitucionalidade (ADC) nº 8:
contribuições ordinárias;
contribuições residuais; e
contribuições para custeio dos regimes próprios.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições
sociais: (...)
Por fim, temos as contribuições para custeio dos regimes próprios, previstas no art.
149, § 1º, da CF/1988. Essas contribuições para o custeio do regime próprio são
instituídas por cada ente político que possua regime próprio.
O art. 149 da CF/1988 foi alterado substancialmente pela emenda à Constituição (EC)
nº 103/2019. Dentre as inovações produzidas, é importante guardar as seguintes:
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro; (...)
O lucro da empresa não pode ser confundido com a receita e o faturamento. A receita e
o faturamento compreendem tudo aquilo que a empresa gera de forma bruta, sem
deduzir os seus gastos e impostos, enquanto o lucro é a receita da empresa já deduzida
de todos os seus gastos.
O inciso II, do art. 195, da CF/1988, prevê a não incidência de contribuição social sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo RGPS. Com essa proteção, a CF/1988 cria uma
imunidade tributária sobre os benefícios de aposentadoria (qualquer aposentadoria) e
de pensão pagos pelo RGPS.
Todavia, esse cenário para o servidor público mudou bastante com a reforma da
Previdência Social. Atualmente, segundo a nova redação do art. 40 da CF/1988, o
servidor ativo, aposentado ou pensionista deverá contribuir. A questão do regime
próprio será tratada em unidade de aprendizagem específica, no entanto, é importante
destacar que o posicionamento do STF acima resta prejudicado.
Para detalhes sobre essa contribuição sobre concursos de prognósticos, veja o art. 26,
do plano de custeio, e a Lei nº 13.756/2018. Sobre a receita dos concursos incidem
diversos porcentuais, que são destinados para setores diversos, como cultura,
segurança pública, dentre outros, e uma parcela vai para a seguridade social.
De acordo com o art. 195, IV, da CF/1988, incide contribuição social sobre bens ou
serviços importados. Como uma forma de o colocar em pé de igualdade com o produtor
nacional, o importador de bens e serviços deve pagar contribuição para a seguridade
social. Por exemplo: PIS-importação e COFINS-importação.
A elaboração do orçamento da seguridade social tem que ser feita de forma integrada
pelos órgãos responsáveis pela saúde, assistência social e Previdência Social,
assegurada a cada área a gestão individual de seus recursos. Veja o disposto na
CF/1988.
Em consonância com o § 3º, do art. 195, da CF/1988, a pessoa jurídica que estiver em
débito com o sistema da seguridade social não poderá contratar com o Poder Público
nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e
Este princípio comporta uma exceção, pois, diante de um benefício cuja criação é
determinada pela CF/1988, ele deve ser criado. É o caso previsto nos arts. 203, V, e
201, CF/1988. Este foi o entendimento do STF (RE nº 385.397). Neste sentido, o STF
ventilou o seu posicionamento no Informativo nº 475 da seguinte forma:
Daí a impossibilidade de invocar-se tanto o texto do art. 195, § 5º- exigência de fonte de
custeio para a instituição de benefício -, quanto o do art. 201, V - inclusão automática
do cônjuge, seja homem ou mulher, como beneficiário de pensão por morte, normas do
regime geral de previdência social, inaplicáveis, ao tempo do óbito, às pensões dos
servidores públicos. A assertiva encontra precedentes no Tribunal. O raciocínio é o
mesmo desenvolvido na questão relativa à incidência de contribuição previdenciária
sobre proventos da inatividade e pensões de servidores públicos. Antes da EC 20/98, o
Supremo entendia ser possível a incidência da contribuição previdenciária sobre
proventos da inatividade e pensões dos servidores dos Estados, Distrito Federal e
Municípios, em razão do disposto no art. 149, parágrafo único, da Constituição Federal.
Porém, com o advento da EC 20/98, o Tribunal alterou sua orientação, justamente em
razão da inclusão do § 12 no art. 40 da Constituição a permitir a utilização subsidiária
das regras previstas para o regime geral de previdência ao regime de previdência dos
servidores públicos, atraindo, assim, a incidência do art. 195, II, da Lei Fundamental.
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após
decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou
modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b”.
No direito tributário, como regra, quando se cria ou aumenta um tributo, este somente
poderá ser cobrado no exercício financeiro subsequente. No tocante à seguridade
social, caso seja necessário instituir uma nova contribuição social ou aumentar uma
contribuição existente, significa que o sistema já está deficitário e não pode aguardar o
próximo exercício financeiro para começar a coletar esses recursos. Essa é a ideia
subjacente. Em vista disso, para a seguridade social, o princípio da anterioridade é
mitigado e as contribuições sociais podem ser exigidas após decorridos 90 dias da
data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado.
Por exemplo: no dia 04.08.2019, publica-se uma lei que cria uma nova contribuição
social. Essa contribuição poderá ser exigida dos contribuintes a partir do mês de
novembro de 2019, ainda no mesmo exercício financeiro em que foi publicada a lei que
a instituiu.
Imunidade
Neste ponto, o STF (RE nº 566.622) firma o entendimento de que os aspectos materiais
para o gozo da imunidade, ou seja, o conteúdo material da imunidade, deve estar
previsto em LC. Porém, questões meramente rituais, procedimentais ou fiscalizatórias,
que não dizem respeito ao conteúdo, podem estar previstas em lei ordinária. Nesse
contexto, no que diz respeito aos requisitos materiais, aplica-se o art. 14 do Código
Tributário Nacional - CTN (LC) e, no que tange às questões procedimentais, temos,
atualmente, a Lei nº 12.101/2009 com as reformas da Lei nº 12.868/2013.
Segurado especial
De forma leiga, temos a impressão de que o segurado especial não contribui para a
Previdência Social. Realmente, ele não faz o recolhimento das contribuições, mas isso
não significa que ele não contribua. A CF/1988, ao tratar sobre o tema, prevê que os
segurados especiais contribuam para a seguridade social com uma alíquota incidente
sobre o resultado da comercialização da sua produção, e o recolhimento é feito pelo
adquirente. Isto é, a contribuição social incide sobre tudo aquilo que ele vender e será
paga pelo adquirente. Diz-se que há uma substituição tributária para que não seja o
próprio destinatário da norma (segurado especial) que faça o recolhimento.
O § 9º, do art. 195, da CF/1988, foi alterado pela EC nº 103/2019. Anteriormente, todas
as contribuições das empresas poderiam ter alíquotas e bases de cálculo diferenciadas.
Após a reforma, é possível ter alíquotas diferenciadas para todas as contribuições de
empresas, no entanto, a base de cálculo diferenciada apenas para contribuições das
empresas sob o faturamento e lucro.
O § 10, do art. 195, da CF/1988, exige também uma contrapartida de recursos. Isto é,
mesmo que de forma ínfima, o ente federado que receber valores terá que se
comprometer a usar dinheiro próprio para a consecução daquela ação do SUS ou de
assistência social.
Não cumulatividade