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Apresentação ................................................................................................................................... 3
Política Nacional para os Hospitais de Pequeno Porte (Origem: PRT MS/GM 1044/2004) .. 287
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Portaria GM/MS nº 635, de 22 de maio de 2023 ..................................................................... 309
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APRESENTAÇÃO
Olá, CORUJA!
Tudo bem? Seja bem-vindo (a) ao nosso Vade Mecum Estratégico - SUS! Este conteúdo foi
preparado com muito esmero pela nossa equipe para auxiliar quem pretende realizar provas na
área de em diversas áreas aonde o a Legislação do Sistema Único de saúde é parte do conteúdo
programático.
O Vade Mecum Estratégico – SUS tem como objetivo proporcionar o material mais completo
possível para os seus estudos.
Nosso Vade Mecum está organizado em ordem cronológica. Você encontrará as principais
legislações do SUS cobradas em concursos públicos, desde a Constituição Federal até Resoluções
específicas. Assim, você pode usar esse material como uma fonte de consulta no acompanhamento
das aulas aqui no Estratégia.
Após essa breve introdução, podemos nos apresentar. Meu nome é Breno da Silva Caldas Júnior!
Sou graduado em Enfermagem pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Especialista em
Auditoria de Serviços de Saúde e Enfermagem obstétrica.
Estou envolvido na área de concursos públicos há mais de 15 anos. Trabalhei como Enfermeiro
civil da Marinha do Brasil concursado entre 2004 e 2006, na cidade do Rio de Janeiro.
Deixarei abaixo meu contato para quaisquer dúvidas ou sugestões. Terei o prazer em orientá-los
da melhor forma possível nesta caminhada que estamos iniciando.
Agora vamos falar um pouco de você. Parabenizo você pela iniciativa de buscar conhecimento,
como se fosse um leão atrás de sua presa, para vencer essa barreira, que é a aprovação em um
concurso público.
E-mail: brenosilvacaldas@hotmail.com
Instagram: @profbrenocaldas
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Constituição Federal de 1988 VII - caráter democrático e descentralizado da
– Artigos 194 a 200 administração, mediante gestão
quadripartite, com participação dos
trabalhadores, dos empregadores, dos
DA SEGURIDADE SOCIAL
aposentados e do Governo nos órgãos
SEÇÃO I colegiados. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 195. A seguridade social será financiada
Art. 194. A seguridade social compreende por toda a sociedade, de forma direta e
um conjunto integrado de ações de iniciativa indireta, nos termos da lei, mediante recursos
dos Poderes Públicos e da sociedade, provenientes dos orçamentos da União, dos
destinadas a assegurar os direitos relativos à Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
saúde, à previdência e à assistência social. e das seguintes contribuições sociais: (Vide
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Parágrafo único. Compete ao Poder Público,
nos termos da lei, organizar a seguridade I - do empregador, da empresa e da entidade
social, com base nos seguintes objetivos: a ela equiparada na forma da lei, incidentes
sobre: (Redação dada pela Emenda
I - universalidade da cobertura e do Constitucional nº 20, de 1998)
atendimento;
a) a folha de salários e demais rendimentos do
II - uniformidade e equivalência dos trabalho pagos ou creditados, a qualquer
benefícios e serviços às populações urbanas e título, à pessoa física que lhe preste serviço,
rurais; mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III - seletividade e distributividade na
prestação dos benefícios e serviços; b) a receita ou o faturamento; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
c) o lucro; (Incluído pela Emenda
V - eqüidade na forma de participação no Constitucional nº 20, de 1998)
custeio;
II - do trabalhador e dos demais segurados da
VI - diversidade da base de financiamento, previdência social, podendo ser adotadas
identificando-se, em rubricas contábeis alíquotas progressivas de acordo com o valor
específicas para cada área, as receitas e as do salário de contribuição, não incidindo
despesas vinculadas a ações de saúde, contribuição sobre aposentadoria e pensão
previdência e assistência social, preservado o concedidas pelo Regime Geral de Previdência
caráter contributivo da previdência Social; (Redação dada pela Emenda
social; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Constitucional nº 103, de 2019)
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III - sobre a receita de concursos de majorado ou estendido sem a
prognósticos. correspondente fonte de custeio total.
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I - no caso da União, a receita corrente líquida III – as normas de fiscalização, avaliação e
do respectivo exercício financeiro, não controle das despesas com saúde nas esferas
podendo ser inferior a 15% (quinze por federal, estadual, distrital e
cento); (Redação dada pela Emenda municipal; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 86, de 2015) Constitucional nº 29, de 2000)
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Lei Federal nº 8.080, de 19 de Art. 3º A saúde tem como fatores
setembro de 1990 determinantes e condicionantes, entre
outros, a alimentação, a moradia, o
saneamento básico, o meio ambiente, o
Dispõe sobre as condições para a promoção,
trabalho, a renda, a educação, o transporte, o
proteção e recuperação da saúde, a
lazer e o acesso aos bens e serviços
organização e o funcionamento dos serviços
essenciais; os níveis de saúde da população
correspondentes e dá outras providências.
expressam a organização social e econômica
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber do País.
que o Congresso Nacional decreta e eu
Art. 3º Os níveis de saúde expressam a
sanciono a seguinte lei:
organização social e econômica do País,
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR tendo a saúde como determinantes e
condicionantes, entre outros, a alimentação,
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território a moradia, o saneamento básico, o meio
nacional, as ações e serviços de saúde, ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a
executados isolada ou conjuntamente, em atividade física, o transporte, o lazer e o
caráter permanente ou eventual, por pessoas acesso aos bens e serviços
naturais ou jurídicas de direito Público ou essenciais. (Redação dada pela Lei nº
privado. 12.864, de 2013)
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municipais de controle de qualidade, d) de assistência terapêutica integral,
pesquisa e produção de insumos, inclusive farmacêutica; e
medicamentos, inclusive de sangue e
hemoderivados, e de equipamentos para e) de saúde bucal; (vigência 08 de agosto de
saúde. 2023 – vide Lei nº 14.572/2023)
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§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um estudos, pesquisas, avaliação e controle dos
conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir riscos e agravos potenciais à saúde existentes
ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos no processo de trabalho;
problemas sanitários decorrentes do meio
ambiente, da produção e circulação de bens III - participação, no âmbito de competência
e da prestação de serviços de interesse da do Sistema Único de Saúde (SUS), da
saúde, abrangendo: normatização, fiscalização e controle das
condições de produção, extração,
I - o controle de bens de consumo que, direta armazenamento, transporte, distribuição e
ou indiretamente, se relacionem com a saúde, manuseio de substâncias, de produtos, de
compreendidas todas as etapas e processos, máquinas e de equipamentos que
da produção ao consumo; e apresentam riscos à saúde do trabalhador;
IX - descentralização político-administrativa,
com direção única em cada esfera de
CAPÍTULO II governo:
Art. 8º As ações e serviços de saúde, Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais
executados pelo Sistema Único de Saúde de âmbito nacional, subordinadas ao
(SUS), seja diretamente ou mediante Conselho Nacional de Saúde, integradas
participação complementar da iniciativa pelos Ministérios e órgãos competentes e por
privada, serão organizados de forma entidades representativas da sociedade civil.
regionalizada e hierarquizada em níveis de
complexidade crescente. Parágrafo único. As comissões intersetoriais
terão a finalidade de articular políticas e
Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde programas de interesse para a saúde, cuja
(SUS) é única, de acordo com o inciso I do art. execução envolva áreas não compreendidas
198 da Constituição Federal, sendo exercida no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
em cada esfera de governo pelos seguintes
órgãos: Art. 13. A articulação das políticas e
programas, a cargo das comissões
I - no âmbito da União, pelo Ministério da intersetoriais, abrangerá, em especial, as
Saúde; seguintes atividades:
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Parágrafo único. Cada uma dessas comissões aspectos vinculados à integração das ações e
terá por finalidade propor prioridades, serviços de saúde entre os entes
métodos e estratégias para a formação e federados. (Incluído pela Lei nº 12.466,
educação continuada dos recursos humanos de 2011).
do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera
correspondente, assim como em relação à Art. 14-B. O Conselho Nacional de
pesquisa e à cooperação técnica entre essas Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho
instituições. Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
(Conasems) são reconhecidos como
Art. 14-A. As Comissões Intergestores entidades representativas dos entes
Bipartite e Tripartite são reconhecidas como estaduais e municipais para tratar de matérias
foros de negociação e pactuação entre referentes à saúde e declarados de utilidade
gestores, quanto aos aspectos operacionais pública e de relevante função social, na forma
do Sistema Único de Saúde do regulamento. (Incluído pela Lei nº
(SUS). (Incluído pela Lei nº 12.466, de 12.466, de 2011).
2011).
§ 1o O Conass e o Conasems receberão
Parágrafo único. A atuação das Comissões recursos do orçamento geral da União por
Intergestores Bipartite e Tripartite terá por meio do Fundo Nacional de Saúde, para
objetivo: (Incluído pela Lei nº 12.466, de auxiliar no custeio de suas despesas
2011). institucionais, podendo ainda celebrar
convênios com a União. (Incluído pela
I - decidir sobre os aspectos operacionais, Lei nº 12.466, de 2011).
financeiros e administrativos da gestão
compartilhada do SUS, em conformidade § 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais
com a definição da política consubstanciada de Saúde (Cosems) são reconhecidos como
em planos de saúde, aprovados pelos entidades que representam os entes
conselhos de saúde; (Incluído pela Lei municipais, no âmbito estadual, para tratar de
nº 12.466, de 2011). matérias referentes à saúde, desde que
vinculados institucionalmente ao Conasems,
II - definir diretrizes, de âmbito nacional, na forma que dispuserem seus
regional e intermunicipal, a respeito da estatutos. (Incluído pela Lei nº 12.466,
organização das redes de ações e serviços de de 2011).
saúde, principalmente no tocante à sua
governança institucional e à integração das CAPÍTULO IV
ações e serviços dos entes
federados; (Incluído pela Lei nº 12.466, Da Competência e das Atribuições
de 2011).
Seção I
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde,
distrito sanitário, integração de territórios, Das Atribuições Comuns
referência e contrarreferência e demais
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Art. 15. A União, os Estados, o Distrito X - elaboração da proposta orçamentária do
Federal e os Municípios exercerão, em seu Sistema Único de Saúde (SUS), de
âmbito administrativo, as seguintes conformidade com o plano de saúde;
atribuições:
XI - elaboração de normas para regular as
I - definição das instâncias e mecanismos de atividades de serviços privados de saúde,
controle, avaliação e de fiscalização das ações tendo em vista a sua relevância pública;
e serviços de saúde;
XII - realização de operações externas de
II - administração dos recursos orçamentários natureza financeira de interesse da saúde,
e financeiros destinados, em cada ano, à autorizadas pelo Senado Federal;
saúde;
XIII - para atendimento de necessidades
III - acompanhamento, avaliação e divulgação coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes
do nível de saúde da população e das de situações de perigo iminente, de
condições ambientais; calamidade pública ou de irrupção de
epidemias, a autoridade competente da
IV - organização e coordenação do sistema de esfera administrativa correspondente poderá
informação de saúde; requisitar bens e serviços, tanto de pessoas
naturais como de jurídicas, sendo-lhes
V - elaboração de normas técnicas e assegurada justa indenização; (Vide ADIN
estabelecimento de padrões de qualidade e 3454)
parâmetros de custos que caracterizam a
assistência à saúde; XIV - implementar o Sistema Nacional de
Sangue, Componentes e Derivados;
VI - elaboração de normas técnicas e
estabelecimento de padrões de qualidade XV - propor a celebração de convênios,
para promoção da saúde do trabalhador; acordos e protocolos internacionais relativos
à saúde, saneamento e meio ambiente;
VII - participação de formulação da política e
da execução das ações de saneamento básico XVI - elaborar normas técnico-científicas de
e colaboração na proteção e recuperação do promoção, proteção e recuperação da saúde;
meio ambiente;
XVII - promover articulação com os órgãos de
VIII - elaboração e atualização periódica do fiscalização do exercício profissional e outras
plano de saúde; entidades representativas da sociedade civil
para a definição e controle dos padrões éticos
IX - participação na formulação e na execução para pesquisa, ações e serviços de saúde;
da política de formação e desenvolvimento
de recursos humanos para a saúde; XVIII - promover a articulação da política e
dos planos de saúde;
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XIX - realizar pesquisas e estudos na área de IV - participar da definição de normas e
saúde; mecanismos de controle, com órgão afins, de
agravo sobre o meio ambiente ou dele
XX - definir as instâncias e mecanismos de decorrentes, que tenham repercussão na
controle e fiscalização inerentes ao poder de saúde humana;
polícia sanitária;
V - participar da definição de normas, critérios
XXI - fomentar, coordenar e executar e padrões para o controle das condições e
programas e projetos estratégicos e de dos ambientes de trabalho e coordenar a
atendimento emergencial. política de saúde do trabalhador;
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XII - controlar e fiscalizar procedimentos, em circunstâncias especiais, como na
produtos e substâncias de interesse para a ocorrência de agravos inusitados à saúde, que
saúde; possam escapar do controle da direção
estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou
XIII - prestar cooperação técnica e financeira que representem risco de disseminação
aos Estados, ao Distrito Federal e aos nacional.
Municípios para o aperfeiçoamento da sua
atuação institucional; XX - definir as diretrizes e as normas para a
estruturação física e organizacional dos
XIV - elaborar normas para regular as relações serviços de saúde bucal. (vigência 08 de
entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os agosto de 2023 – vide Lei nº 14.572/2023)
serviços privados contratados de assistência à
saúde; § 1º A União poderá executar ações de
vigilância epidemiológica e sanitária em
XV - promover a descentralização para as circunstâncias especiais, como na ocorrência
Unidades Federadas e para os Municípios, de agravos inusitados à saúde, que possam
dos serviços e ações de saúde, escapar do controle da direção estadual do
respectivamente, de abrangência estadual e Sistema Único de Saúde (SUS) ou que
municipal; representem risco de disseminação
nacional. (Renumerado do parágrafo único
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o pela Lei nº 14.141, de 2021)
Sistema Nacional de Sangue, Componentes e
Derivados; § 2º Em situações epidemiológicas que
caracterizem emergência em saúde pública,
XVII - acompanhar, controlar e avaliar as poderá ser adotado procedimento
ações e os serviços de saúde, respeitadas as simplificado para a remessa de patrimônio
competências estaduais e municipais; genético ao exterior, na forma do
regulamento. (Incluído pela Lei nº 14.141,
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico
de 2021)
Nacional no âmbito do SUS, em cooperação
técnica com os Estados, Municípios e Distrito § 3º Os benefícios resultantes da exploração
Federal; econômica de produto acabado ou material
reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de
genético de que trata o § 2º deste artigo
Auditoria e coordenar a avaliação técnica e
serão repartidos nos termos da Lei nº 13.123,
financeira do SUS em todo o Território
de 20 de maio de 2015. (Incluído pela Lei
Nacional em cooperação técnica com os
nº 14.141, de 2021)
Estados, Municípios e Distrito
Federal. (Vide Decreto nº 1.651, de 1995) Art. 17. À direção estadual do Sistema Único
de Saúde (SUS) compete:
Parágrafo único. A União poderá executar
ações de vigilância epidemiológica e sanitária
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I - promover a descentralização para os complexidade, de referência estadual e
Municípios dos serviços e das ações de regional;
saúde;.
X - coordenar a rede estadual de laboratórios
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes de saúde pública e hemocentros, e gerir as
hierarquizadas do Sistema Único de Saúde unidades que permaneçam em sua
(SUS); organização administrativa;
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complementarmente no custeio e execução institucional. (Incluído pela Lei nº 9.836,
das ações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de de 1999)
1999)
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde
§ 1º A União instituirá mecanismo de Indígena deverá ser, como o SUS,
financiamento específico para os Estados, o descentralizado, hierarquizado e
Distrito Federal e os Municípios, sempre que regionalizado. (Incluído pela Lei nº 9.836,
houver necessidade de atenção secundária e de 1999)
terciária fora dos territórios
indígenas. (Incluído pela Lei nº 14.021, de § 1o O Subsistema de que trata o caput deste
2020) artigo terá como base os Distritos Sanitários
Especiais Indígenas. (Incluído pela Lei nº
§ 2º Em situações emergenciais e de 9.836, de 1999)
calamidade pública: (Incluído pela Lei nº
14.021, de 2020) § 1º-A. A rede do SUS deverá
obrigatoriamente fazer o registro e a
I - a União deverá assegurar aporte adicional notificação da declaração de raça ou cor,
de recursos não previstos nos planos de garantindo a identificação de todos os
saúde dos Distritos Sanitários Especiais indígenas atendidos nos sistemas públicos de
Indígenas (Dseis) ao Subsistema de Atenção à saúde. (Incluído pela Lei nº 14.021, de
Saúde Indígena; (Incluído pela Lei nº 2020)
14.021, de 2020)
§ 1º-B. A União deverá integrar os sistemas de
II - deverá ser garantida a inclusão dos povos informação da rede do SUS com os dados do
indígenas nos planos emergenciais para Subsistema de Atenção à Saúde
atendimento dos pacientes graves das Indígena. (Incluído pela Lei nº 14.021, de
Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, 2020)
explicitados os fluxos e as referências para o
atendimento em tempo § 2o O SUS servirá de retaguarda e referência
oportuno. (Incluído pela Lei nº 14.021, de ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena,
2020) devendo, para isso, ocorrer adaptações na
estrutura e organização do SUS nas regiões
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar onde residem as populações indígenas, para
em consideração a realidade local e as propiciar essa integração e o atendimento
especificidades da cultura dos povos necessário em todos os níveis, sem
indígenas e o modelo a ser adotado para a discriminações. (Incluído pela Lei nº
atenção à saúde indígena, que se deve pautar 9.836, de 1999)
por uma abordagem diferenciada e global,
contemplando os aspectos de assistência à § 3o As populações indígenas devem ter
saúde, saneamento básico, nutrição, acesso garantido ao SUS, em âmbito local,
habitação, meio ambiente, demarcação de regional e de centros especializados, de
terras, educação sanitária e integração acordo com suas necessidades,
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compreendendo a atenção primária, § 3o O atendimento e a internação
secundária e terciária à saúde. (Incluído domiciliares só poderão ser realizados por
pela Lei nº 9.836, de 1999) indicação médica, com expressa
concordância do paciente e de sua
Art. 19-H. As populações indígenas terão família. (Incluído pela Lei nº 10.424, de
direito a participar dos organismos 2002)
colegiados de formulação, acompanhamento
e avaliação das políticas de saúde, tais como CAPÍTULO VII
o Conselho Nacional de Saúde e os
Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO
quando for o caso. (Incluído pela Lei nº DURANTE O TRABALHO DE PARTO, PARTO
9.836, de 1999) E PÓS-PARTO IMEDIATO (Incluído pela Lei nº
11.108, de 2005)
CAPÍTULO VI
Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E Único de Saúde - SUS, da rede própria ou
INTERNAÇÃO DOMICILIAR conveniada, ficam obrigados a permitir a
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) presença, junto à parturiente, de 1 (um)
acompanhante durante todo o período de
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do trabalho de parto, parto e pós-parto
Sistema Único de Saúde, o atendimento imediato. (Incluído pela Lei nº 11.108,
domiciliar e a internação de 2005)
domiciliar. (Incluído pela Lei nº 10.424,
de 2002) § 1o O acompanhante de que trata o caput
deste artigo será indicado pela
§ 1o Na modalidade de assistência de parturiente. (Incluído pela Lei nº 11.108,
atendimento e internação domiciliares de 2005)
incluem-se, principalmente, os
procedimentos médicos, de enfermagem, § 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno
fisioterapêuticos, psicológicos e de exercício dos direitos de que trata este artigo
assistência social, entre outros necessários ao constarão do regulamento da lei, a ser
cuidado integral dos pacientes em seu elaborado pelo órgão competente do Poder
domicílio. (Incluído pela Lei nº 10.424, de Executivo. (Incluído pela Lei nº 11.108, de
2002) 2005)
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Art. 19-L. (VETADO) (Incluído pela Lei II - protocolo clínico e diretriz terapêutica:
nº 11.108, de 2005) documento que estabelece critérios para o
diagnóstico da doença ou do agravo à saúde;
CAPÍTULO VIII o tratamento preconizado, com os
medicamentos e demais produtos
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) apropriados, quando couber; as posologias
recomendadas; os mecanismos de controle
DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA
clínico; e o acompanhamento e a verificação
INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA EM
dos resultados terapêuticos, a serem
SAÚDE”
seguidos pelos gestores do
SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de
Art. 19-M. A assistência terapêutica integral
2011)
a que se refere a alínea d do inciso I do art.
6o consiste em: (Incluído pela Lei nº
Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as
12.401, de 2011)
diretrizes terapêuticas deverão estabelecer
os medicamentos ou produtos necessários
I - dispensação de medicamentos e produtos
nas diferentes fases evolutivas da doença ou
de interesse para a saúde, cuja prescrição
do agravo à saúde de que tratam, bem como
esteja em conformidade com as diretrizes
aqueles indicados em casos de perda de
terapêuticas definidas em protocolo clínico
eficácia e de surgimento de intolerância ou
para a doença ou o agravo à saúde a ser
reação adversa relevante, provocadas pelo
tratado ou, na falta do protocolo, em
medicamento, produto ou procedimento de
conformidade com o disposto no art. 19-
primeira escolha. (Incluído pela Lei nº
P; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
12.401, de 2011)
II - oferta de procedimentos terapêuticos, em
Parágrafo único. Em qualquer caso, os
regime domiciliar, ambulatorial e hospitalar,
medicamentos ou produtos de que trata
constantes de tabelas elaboradas pelo gestor
o caput deste artigo serão aqueles avaliados
federal do Sistema Único de Saúde - SUS,
quanto à sua eficácia, segurança, efetividade
realizados no território nacional por serviço
e custo-efetividade para as diferentes fases
próprio, conveniado ou contratado.
evolutivas da doença ou do agravo à saúde
Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. de que trata o protocolo. (Incluído pela
19-M, são adotadas as seguintes Lei nº 12.401, de 2011)
definições: (Incluído pela Lei nº 12.401, de
Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de
2011)
diretriz terapêutica, a dispensação será
I - produtos de interesse para a saúde: realizada: (Incluído pela Lei nº 12.401, de
órteses, próteses, bolsas coletoras e 2011)
equipamentos médicos; (Incluído pela Lei
I - com base nas relações de medicamentos
nº 12.401, de 2011)
instituídas pelo gestor federal do SUS,
observadas as competências estabelecidas
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nesta Lei, e a responsabilidade pelo § 2o O relatório da Comissão Nacional de
fornecimento será pactuada na Comissão Incorporação de Tecnologias no SUS levará
Intergestores Tripartite; (Incluído pela Lei em consideração,
nº 12.401, de 2011) necessariamente: (Incluído pela Lei nº
12.401, de 2011)
II - no âmbito de cada Estado e do Distrito
Federal, de forma suplementar, com base nas I - as evidências científicas sobre a eficácia, a
relações de medicamentos instituídas pelos acurácia, a efetividade e a segurança do
gestores estaduais do SUS, e a medicamento, produto ou procedimento
responsabilidade pelo fornecimento será objeto do processo, acatadas pelo órgão
pactuada na Comissão Intergestores competente para o registro ou a autorização
Bipartite; (Incluído pela Lei nº 12.401, de de uso; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
2011)
II - a avaliação econômica comparativa dos
III - no âmbito de cada Município, de forma benefícios e dos custos em relação às
suplementar, com base nas relações de tecnologias já incorporadas, inclusive no que
medicamentos instituídas pelos gestores se refere aos atendimentos domiciliar,
municipais do SUS, e a responsabilidade pelo ambulatorial ou hospitalar, quando
fornecimento será pactuada no Conselho cabível. (Incluído pela Lei nº 12.401, de
Municipal de Saúde. (Incluído pela Lei nº 2011)
12.401, de 2011)
§ 3º As metodologias empregadas na
Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a avaliação econômica a que se refere o inciso
alteração pelo SUS de novos medicamentos, II do § 2º deste artigo serão dispostas em
produtos e procedimentos, bem como a regulamento e amplamente divulgadas,
constituição ou a alteração de protocolo inclusive em relação aos indicadores e
clínico ou de diretriz terapêutica, são parâmetros de custo-efetividade utilizados
atribuições do Ministério da Saúde, em combinação com outros
assessorado pela Comissão Nacional de critérios. (Incluído pela Lei nº 14.313, de
Incorporação de Tecnologias no 2022)
SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de
2011) Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a
alteração a que se refere o art. 19-Q serão
§ 1o A Comissão Nacional de Incorporação efetuadas mediante a instauração de
de Tecnologias no SUS, cuja composição e processo administrativo, a ser concluído em
regimento são definidos em regulamento, prazo não superior a 180 (cento e oitenta)
contará com a participação de 1 (um) dias, contado da data em que foi protocolado
representante indicado pelo Conselho o pedido, admitida a sua prorrogação por 90
Nacional de Saúde e de 1 (um) representante, (noventa) dias corridos, quando as
especialista na área, indicado pelo Conselho circunstâncias exigirem. (Incluído pela
Federal de Medicina. (Incluído pela Lei nº Lei nº 12.401, de 2011)
12.401, de 2011)
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§ 1o O processo de que trata o caput deste Art. 19-S. (VETADO). (Incluído pela Lei
artigo observará, no que couber, o disposto nº 12.401, de 2011)
na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e as
seguintes determinações Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas
especiais: (Incluído pela Lei nº 12.401, de gestão do SUS: (Incluído pela Lei nº
de 2011) 12.401, de 2011)
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as Art. 26-A. A telessaúde abrange a prestação
entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos remota de serviços relacionados a todas as
terão preferência para participar do Sistema profissões da área da saúde regulamentadas
Único de Saúde (SUS). pelos órgãos competentes do Poder
Executivo federal e obedecerá aos seguintes
Art. 26. Os critérios e valores para a princípios: (Incluído pela Lei nº 14.510, de
remuneração de serviços e os parâmetros de 2022)
cobertura assistencial serão estabelecidos
pela direção nacional do Sistema Único de I - autonomia do profissional de
saúde; (Incluído pela Lei nº 14.510, de
2022)
27
II - consentimento livre e informado do Parágrafo único. Os atos do profissional de
paciente; saúde, quando praticados na modalidade
telessaúde, terão validade em todo o
III - direito de recusa ao atendimento na território nacional. (Incluído pela Lei nº
modalidade telessaúde, com a garantia do 14.510, de 2022)
atendimento presencial sempre que
solicitado; (Incluído pela Lei nº 14.510, de Art. 26-C. Ao profissional de saúde são
2022) asseguradas a liberdade e a completa
independência de decidir sobre a utilização
IV - dignidade e valorização do profissional de ou não da telessaúde, inclusive com relação à
saúde; (Incluído pela Lei nº 14.510, de primeira consulta, atendimento ou
2022) procedimento, e poderá indicar a utilização
de atendimento presencial ou optar por ele,
V - assistência segura e com qualidade ao sempre que entender necessário. (Incluído
paciente; (Incluído pela Lei nº 14.510, de pela Lei nº 14.510, de 2022)
2022)
Art. 26-D. Compete aos conselhos federais de
VI - confidencialidade dos dados; (Incluído fiscalização do exercício profissional a
pela Lei nº 14.510, de 2022) normatização ética relativa à prestação dos
serviços previstos neste Título, aplicando-se
VII - promoção da universalização do acesso
os padrões normativos adotados para as
dos brasileiros às ações e aos serviços de
modalidades de atendimento presencial, no
saúde; (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
que não colidirem com os preceitos desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
VIII - estrita observância das atribuições legais
de cada profissão; (Incluído pela Lei nº
Art. 26-E. Na prestação de serviços por
14.510, de 2022)
telessaúde, serão observadas as normas
expedidas pelo órgão de direção do Sistema
IX - responsabilidade digital. (Incluído pela
Único de Saúde (SUS) quanto às condições
Lei nº 14.510, de 2022)
para seu funcionamento, observada a
Art. 26-B. Para fins desta Lei, considera-se competência dos demais órgãos
telessaúde a modalidade de prestação de reguladores. (Incluído pela Lei nº 14.510, de
serviços de saúde a distância, por meio da 2022)
utilização das tecnologias da informação e da
Art. 26-F. O ato normativo que pretenda
comunicação, que envolve, entre outros, a
restringir a prestação de serviço de
transmissão segura de dados e informações
telessaúde deverá demonstrar a
de saúde, por meio de textos, de sons, de
imprescindibilidade da medida para que
imagens ou outras formas
sejam evitados danos à saúde dos
adequadas. (Incluído pela Lei nº 14.510, de
pacientes. (Incluído pela Lei nº 14.510, de
2022)
2022)
28
Art. 26-G. A prática da telessaúde deve seguir elaboração de programas de permanente
as seguintes determinações: (Incluído pela aperfeiçoamento de pessoal;
Lei nº 14.510, de 2022)
II - (Vetado)
I - ser realizada por consentimento livre e
esclarecido do paciente, ou de seu III - (Vetado)
representante legal, e sob responsabilidade
do profissional de saúde; (Incluído pela Lei IV - valorização da dedicação exclusiva aos
nº 14.510, de 2022) serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).
II - prestar obediência aos ditames das Leis Parágrafo único. Os serviços públicos que
nºs 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco integram o Sistema Único de Saúde (SUS)
Civil da Internet), 12.842, de 10 de julho de constituem campo de prática para ensino e
2013 (Lei do Ato Médico), 13.709, de 14 de pesquisa, mediante normas específicas,
agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de elaboradas conjuntamente com o sistema
Dados), 8.078, de 11 de setembro de educacional.
1990 (Código de Defesa do Consumidor) e,
Art. 28. Os cargos e funções de chefia,
nas hipóteses cabíveis, aos ditames da Lei nº
direção e assessoramento, no âmbito do
13.787, de 27 de dezembro de 2018 (Lei do
Sistema Único de Saúde (SUS), só poderão ser
Prontuário Eletrônico). (Incluído pela Lei nº
exercidas em regime de tempo integral.
14.510, de 2022)
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam
Art. 26-H. É dispensada a inscrição secundária
dois cargos ou empregos poderão exercer
ou complementar do profissional de saúde
suas atividades em mais de um
que exercer a profissão em outra jurisdição
estabelecimento do Sistema Único de Saúde
exclusivamente por meio da modalidade
(SUS).
telessaúde. (Incluído pela Lei nº 14.510, de
2022)
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-
se também aos servidores em regime de
TÍTULO IV
tempo integral, com exceção dos ocupantes
DOS RECURSOS HUMANOS de cargos ou função de chefia, direção ou
assessoramento.
Art. 27. A política de recursos humanos na
área da saúde será formalizada e executada, Art. 29. (Vetado).
articuladamente, pelas diferentes esferas de
Art. 30. As especializações na forma de
governo, em cumprimento dos seguintes
treinamento em serviço sob supervisão serão
objetivos:
regulamentadas por Comissão Nacional,
I - organização de um sistema de formação de instituída de acordo com o art. 12 desta Lei,
recursos humanos em todos os níveis de garantida a participação das entidades
ensino, inclusive de pós-graduação, além da profissionais correspondentes.
29
TÍTULO V deste artigo, apurada mensalmente, a qual
será destinada à recuperação de viciados.
DO FINANCIAMENTO
§ 2° As receitas geradas no âmbito do
CAPÍTULO I Sistema Único de Saúde (SUS) serão
creditadas diretamente em contas especiais,
Dos Recursos movimentadas pela sua direção, na esfera de
poder onde forem arrecadadas.
Art. 31. O orçamento da seguridade social
destinará ao Sistema Único de Saúde (SUS) de § 3º As ações de saneamento que venham a
acordo com a receita estimada, os recursos ser executadas supletivamente pelo Sistema
necessários à realização de suas finalidades, Único de Saúde (SUS), serão financiadas por
previstos em proposta elaborada pela sua recursos tarifários específicos e outros da
direção nacional, com a participação dos União, Estados, Distrito Federal, Municípios
órgãos da Previdência Social e da Assistência e, em particular, do Sistema Financeiro da
Social, tendo em vista as metas e prioridades Habitação (SFH).
estabelecidas na Lei de Diretrizes
Orçamentárias. § 4º (Vetado).
32
Art. 41. As ações desenvolvidas pela Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS),
Fundação das Pioneiras Sociais e pelo estabelecerá mecanismos de incentivos à
Instituto Nacional do Câncer, supervisionadas participação do setor privado no investimento
pela direção nacional do Sistema Único de em ciência e tecnologia e estimulará a
Saúde (SUS), permanecerão como referencial transferência de tecnologia das universidades
de prestação de serviços, formação de e institutos de pesquisa aos serviços de saúde
recursos humanos e para transferência de nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e
tecnologia. às empresas nacionais.
33
à saúde são aquelas desenvolvidas pelos CAPÍTULO I
laboratórios de genética humana, produção e
fornecimento de medicamentos e produtos DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
para saúde, laboratórios de analises clínicas,
anatomia patológica e de diagnóstico por Art. 1o Esta Lei Complementar institui, nos
imagem e são livres à participação direta ou termos do § 3o do art. 198 da Constituição
indireta de empresas ou de capitais Federal:
estrangeiros. (Incluído pela Lei nº
I - o valor mínimo e normas de cálculo do
13.097, de 2015)
montante mínimo a ser aplicado, anualmente,
Art. 7° Revogam-se as disposições em pela União em ações e serviços públicos de
contrário. saúde;
35
XII - gestão do sistema público de saúde e X - ações e serviços públicos de saúde
operação de unidades prestadoras de custeados com recursos distintos dos
serviços públicos de saúde. especificados na base de cálculo definida
nesta Lei Complementar ou vinculados a
Art. 4o Não constituirão despesas com ações fundos específicos distintos daqueles da
e serviços públicos de saúde, para fins de saúde.
apuração dos percentuais mínimos de que
trata esta Lei Complementar, aquelas CAPÍTULO III
decorrentes de:
DA APLICAÇÃO DE RECURSOS EM AÇÕES
I - pagamento de aposentadorias e pensões, E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE
inclusive dos servidores da saúde;
Seção I
II - pessoal ativo da área de saúde quando em
atividade alheia à referida área; Dos Recursos Mínimos
III - assistência à saúde que não atenda ao Art. 5o A União aplicará, anualmente, em
princípio de acesso universal; ações e serviços públicos de saúde, o
montante correspondente ao valor
IV - merenda escolar e outros programas de empenhado no exercício financeiro anterior,
alimentação, ainda que executados em apurado nos termos desta Lei Complementar,
unidades do SUS, ressalvando-se o disposto acrescido de, no mínimo, o percentual
no inciso II do art. 3o; correspondente à variação nominal do
Produto Interno Bruto (PIB) ocorrida no ano
V - saneamento básico, inclusive quanto às anterior ao da lei orçamentária anual.
ações financiadas e mantidas com recursos
provenientes de taxas, tarifas ou preços § 1o (VETADO).
públicos instituídos para essa finalidade;
§ 2o Em caso de variação negativa do PIB, o
VI - limpeza urbana e remoção de resíduos; valor de que trata o caput não poderá ser
reduzido, em termos nominais, de um
VII - preservação e correção do meio exercício financeiro para o outro.
ambiente, realizadas pelos órgãos de meio
ambiente dos entes da Federação ou por § 3o (VETADO).
entidades não governamentais;
§ 4o (VETADO).
VIII - ações de assistência social;
§ 5o (VETADO).
IX - obras de infraestrutura, ainda que
realizadas para beneficiar direta ou Art. 6o Os Estados e o Distrito Federal
indiretamente a rede de saúde; e aplicarão, anualmente, em ações e serviços
públicos de saúde, no mínimo, 12% (doze por
cento) da arrecadação dos impostos a que se
36
refere o art. 155 e dos recursos de que tratam e dos juros de mora provenientes dos
o art. 157, a alínea “a” do inciso I e o inciso II impostos e da sua respectiva dívida ativa.
do caput do art. 159, todos da Constituição
Federal, deduzidas as parcelas que forem Art. 11. Os Estados, o Distrito Federal e os
transferidas aos respectivos Municípios. Municípios deverão observar o disposto nas
respectivas Constituições ou Leis Orgânicas
Parágrafo único. (VETADO). sempre que os percentuais nelas
estabelecidos forem superiores aos fixados
Art. 7o Os Municípios e o Distrito Federal nesta Lei Complementar para aplicação em
aplicarão anualmente em ações e serviços ações e serviços públicos de saúde. (Vide
públicos de saúde, no mínimo, 15% (quinze ADIN 5897)
por cento) da arrecadação dos impostos a
que se refere o art. 156 e dos recursos de que Seção II
tratam o art. 158 e a alínea “b” do inciso I do
caput e o § 3º do art. 159, todos da Do Repasse e Aplicação dos Recursos
Constituição Federal. Mínimos
40
aplicada em ações e serviços públicos de ao da apuração da diferença, sem prejuízo do
saúde até o término do exercício seguinte ao montante mínimo do exercício de referência
do cancelamento ou da prescrição dos e das sanções cabíveis.
respectivos Restos a Pagar, mediante
dotação específica para essa finalidade, sem Parágrafo único. Compete ao Tribunal de
prejuízo do percentual mínimo a ser aplicado Contas, no âmbito de suas atribuições,
no exercício correspondente. verificar a aplicação dos recursos mínimos em
ações e serviços públicos de saúde de cada
§ 3o Nos Estados, no Distrito Federal e nos ente da Federação sob sua jurisdição, sem
Municípios, serão consideradas para fins de prejuízo do disposto no art. 39 e observadas
apuração dos percentuais mínimos fixados as normas estatuídas nesta Lei
nesta Lei Complementar as despesas Complementar.
incorridas no período referentes à
amortização e aos respectivos encargos Art. 26. Para fins de efetivação do disposto
financeiros decorrentes de operações de no inciso II do parágrafo único do art. 160 da
crédito contratadas a partir de 1 o de janeiro Constituição Federal, o condicionamento da
de 2000, visando ao financiamento de ações entrega de recursos poderá ser feito
e serviços públicos de saúde. mediante exigência da comprovação de
aplicação adicional do percentual mínimo que
§ 4o Não serão consideradas para fins de deixou de ser aplicado em ações e serviços
apuração dos mínimos constitucionais públicos de saúde no exercício
definidos nesta Lei Complementar as ações e imediatamente anterior, apurado e divulgado
serviços públicos de saúde referidos no art. segundo as normas estatuídas nesta Lei
3o: Complementar, depois de expirado o prazo
para publicação dos demonstrativos do
I - na União, nos Estados, no Distrito Federal encerramento do exercício previstos no art.
e nos Municípios, referentes a despesas 52 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio
custeadas com receitas provenientes de de 2000.
operações de crédito contratadas para essa
finalidade ou quaisquer outros recursos não § 1o No caso de descumprimento dos
considerados na base de cálculo da receita, percentuais mínimos pelos Estados, pelo
nos casos previstos nos arts. 6o e 7o; Distrito Federal e pelos Municípios, verificado
a partir da fiscalização dos Tribunais de
II - (VETADO). Contas ou das informações declaradas e
homologadas na forma do sistema eletrônico
Art. 25. Eventual diferença que implique o instituído nesta Lei Complementar, a União e
não atendimento, em determinado exercício, os Estados poderão restringir, a título de
dos recursos mínimos previstos nesta Lei medida preliminar, o repasse dos recursos
Complementar deverá, observado o disposto referidos nos incisos II e III do § 2º do art. 198
no inciso II do parágrafo único do art. 160 da da Constituição Federal ao emprego em
Constituição Federal, ser acrescida ao ações e serviços públicos de saúde, até o
montante mínimo do exercício subsequente montante correspondente à parcela do
41
mínimo que deixou de ser aplicada em Estados, do Distrito Federal ou dos
exercícios anteriores, mediante depósito Municípios, as transferências voluntárias da
direto na conta corrente vinculada ao Fundo União e dos Estados poderão ser
de Saúde, sem prejuízo do condicionamento restabelecidas desde que o ente beneficiário
da entrega dos recursos à comprovação comprove o cumprimento das disposições
prevista no inciso II do parágrafo único do art. estatuídas neste artigo, sem prejuízo das
160 da Constituição Federal. exigências, restrições e sanções previstas na
legislação vigente.
§ 2o Os Poderes Executivos da União e de
cada Estado editarão, no prazo de 90 Art. 27. Quando os órgãos de controle
(noventa) dias a partir da vigência desta Lei interno do ente beneficiário, do ente
Complementar, atos próprios estabelecendo transferidor ou o Ministério da Saúde
os procedimentos de suspensão e detectarem que os recursos previstos
restabelecimento das transferências no inciso II do § 3º do art. 198 da Constituição
constitucionais de que trata o § 1 o, a serem Federal estão sendo utilizados em ações e
adotados caso os recursos repassados serviços diversos dos previstos no art.
diretamente à conta do Fundo de Saúde não 3o desta Lei Complementar, ou em objeto de
sejam efetivamente aplicados no prazo fixado saúde diverso do originalmente pactuado,
por cada ente, o qual não poderá exceder a darão ciência ao Tribunal de Contas e ao
12 (doze) meses contados a partir da data em Ministério Público competentes, de acordo
que ocorrer o referido repasse. com a origem do recurso, com vistas:
Art. 33. O gestor de saúde promoverá a III - oferta e produção de serviços públicos na
consolidação das contas referentes às rede assistencial própria, contratada e
despesas com ações e serviços públicos de conveniada, cotejando esses dados com os
saúde executadas por órgãos e entidades da indicadores de saúde da população em seu
administração direta e indireta do respectivo âmbito de atuação.
ente da Federação.
§ 1o A União, os Estados, o Distrito Federal e
Seção III os Municípios deverão comprovar a
observância do disposto neste artigo
Da Prestação de Contas mediante o envio de Relatório de Gestão ao
respectivo Conselho de Saúde, até o dia 30
Art. 34. A prestação de contas prevista no de março do ano seguinte ao da execução
art. 37 conterá demonstrativo das despesas financeira, cabendo ao Conselho emitir
com saúde integrante do Relatório Resumido parecer conclusivo sobre o cumprimento ou
da Execução Orçamentária, a fim de subsidiar não das normas estatuídas nesta Lei
a emissão do parecer prévio de que trata Complementar, ao qual será dada ampla
o art. 56 da Lei Complementar no 101, de 4 de divulgação, inclusive em meios eletrônicos de
maio de 2000. acesso público, sem prejuízo do disposto
nos arts. 56 e 57 da Lei Complementar nº
Art. 35. As receitas correntes e as despesas
101, de 4 de maio de 2000.
com ações e serviços públicos de saúde serão
apuradas e publicadas nos balanços do Poder § 2o Os entes da Federação deverão
Executivo, assim como em demonstrativo encaminhar a programação anual do Plano de
próprio que acompanhará o relatório de que Saúde ao respectivo Conselho de Saúde, para
trata o § 3o do art. 165 da Constituição aprovação antes da data de encaminhamento
Federal. da lei de diretrizes orçamentárias do exercício
correspondente, à qual será dada ampla
Art. 36. O gestor do SUS em cada ente da
divulgação, inclusive em meios eletrônicos de
Federação elaborará Relatório detalhado
acesso público.
referente ao quadrimestre anterior, o qual
conterá, no mínimo, as seguintes § 3o Anualmente, os entes da Federação
informações: atualizarão o cadastro no Sistema de que
trata o art. 39 desta Lei Complementar, com
I - montante e fonte dos recursos aplicados no
menção às exigências deste artigo, além de
período;
indicar a data de aprovação do Relatório de
Gestão pelo respectivo Conselho de Saúde.
44
§ 4o O Relatório de que trata o caput será III - à aplicação dos recursos mínimos em
elaborado de acordo com modelo ações e serviços públicos de saúde,
padronizado aprovado pelo Conselho observadas as regras previstas nesta Lei
Nacional de Saúde, devendo-se adotar Complementar;
modelo simplificado para Municípios com
população inferior a 50.000 (cinquenta mil IV - às transferências dos recursos aos Fundos
habitantes). de Saúde;
45
III - disponibilização do programa de pública para todos os fins previstos nesta Lei
declaração aos gestores do SUS no âmbito de Complementar e na legislação concernente.
cada ente da Federação, preferencialmente
em meio eletrônico de acesso público; § 3o O Ministério da Saúde estabelecerá as
diretrizes para o funcionamento do sistema
IV - realização de cálculo automático dos informatizado, bem como os prazos para o
recursos mínimos aplicados em ações e registro e homologação das informações no
serviços públicos de saúde previstos nesta Lei Siops, conforme pactuado entre os gestores
Complementar, que deve constituir fonte de do SUS, observado o disposto no art. 52 da
informação para elaboração dos Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de
demonstrativos contábeis e extracontábeis; 2000.
Art. 42. Os órgãos do sistema de auditoria, Art. 44. No âmbito de cada ente da
controle e avaliação do SUS, no âmbito da Federação, o gestor do SUS disponibilizará ao
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Conselho de Saúde, com prioridade para os
Municípios, deverão verificar, pelo sistema de representantes dos usuários e dos
amostragem, o cumprimento do disposto trabalhadores da saúde, programa
nesta Lei Complementar, além de verificar a permanente de educação na saúde para
veracidade das informações constantes do qualificar sua atuação na formulação de
Relatório de Gestão, com ênfase na estratégias e assegurar efetivo controle social
verificação presencial dos resultados da execução da política de saúde, em
alcançados no relatório de saúde, sem conformidade com o § 2º do art. 1º da Lei nº
prejuízo do acompanhamento pelos órgãos 8.142, de 28 de dezembro de 1990.
de controle externo e pelo Ministério Público
com jurisdição no território do ente da Art. 45. (VETADO).
Federação.
Art. 46. As infrações dos dispositivos desta
CAPÍTULO V Lei Complementar serão punidas segundo
47
o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de § 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a
1940 (Código Penal), a Lei no 1.079, de 10 de cada quatro anos com a representação dos
abril de 1950, o Decreto-Lei no 201, de 27 de vários segmentos sociais, para avaliar a
fevereiro de 1967, a Lei no 8.429, de 2 de situação de saúde e propor as diretrizes para
junho de 1992, e demais normas da legislação a formulação da política de saúde nos níveis
pertinente. correspondentes, convocada pelo Poder
Executivo ou, extraordinariamente, por esta
Art. 47. Revogam-se o § 1o do art. 35 da Lei ou pelo Conselho de Saúde.
no 8.080, de 19 de setembro de 1990, e o art.
12 da Lei no 8.689, de 27 de julho de 1993. § 2° O Conselho de Saúde, em caráter
permanente e deliberativo, órgão colegiado
Art. 48. Esta Lei Complementar entra em composto por representantes do governo,
vigor na data de sua publicação. prestadores de serviço, profissionais de saúde
e usuários, atua na formulação de estratégias
Brasília, 13 de janeiro de 2012; 191o da e no controle da execução da política de
Independência e 124o da República. saúde na instância correspondente, inclusive
nos aspectos econômicos e financeiros, cujas
Lei nº 8.142, de 28 de decisões serão homologadas pelo chefe do
dezembro de 1990 poder legalmente constituído em cada esfera
do governo.
Dispõe sobre a participação da comunidade
na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e § 3° O Conselho Nacional de Secretários de
sobre as transferências intergovernamentais Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de
de recursos financeiros na área da saúde e dá Secretários Municipais de Saúde (Conasems)
outras providências. terão representação no Conselho Nacional de
Saúde.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber
que o Congresso Nacional decreta e eu § 4° A representação dos usuários nos
sanciono a seguinte lei: Conselhos de Saúde e Conferências será
paritária em relação ao conjunto dos demais
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de segmentos.
que trata a Lei n° 8.080, de 19 de setembro
de 1990, contará, em cada esfera de governo, § 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos
sem prejuízo das funções do Poder de Saúde terão sua organização e normas de
Legislativo, com as seguintes instâncias funcionamento definidas em regimento
colegiadas: próprio, aprovadas pelo respectivo conselho.
48
I - despesas de custeio e de capital do § 3° Os Municípios poderão estabelecer
Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, consórcio para execução de ações e serviços
da administração direta e indireta; de saúde, remanejando, entre si, parcelas de
recursos previstos no inciso IV do art. 2° desta
II - investimentos previstos em lei lei.
orçamentária, de iniciativa do Poder
Legislativo e aprovados pelo Congresso Art. 4° Para receberem os recursos, de que
Nacional; trata o art. 3° desta lei, os Municípios, os
Estados e o Distrito Federal deverão contar
III - investimentos previstos no Plano com:
Qüinqüenal do Ministério da Saúde;
I - Fundo de Saúde;
IV - cobertura das ações e serviços de saúde
a serem implementados pelos Municípios, II - Conselho de Saúde, com composição
Estados e Distrito Federal. paritária de acordo com o Decreto n° 99.438,
de 7 de agosto de 1990;
Parágrafo único. Os recursos referidos no
inciso IV deste artigo destinar-se-ão a III - plano de saúde;
investimentos na rede de serviços, à
cobertura assistencial ambulatorial e IV - relatórios de gestão que permitam o
hospitalar e às demais ações de saúde. controle de que trata o § 4° do art. 33 da Lei
n° 8.080, de 19 de setembro de 1990;
Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do
art. 2° desta lei serão repassados de forma V - contrapartida de recursos para a saúde no
regular e automática para os Municípios, respectivo orçamento;
Estados e Distrito Federal, de acordo com os
critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, VI - Comissão de elaboração do Plano de
de 19 de setembro de 1990. Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o
prazo de dois anos para sua implantação.
§ 1° Enquanto não for regulamentada a
aplicação dos critérios previstos no art. 35 da Parágrafo único. O não atendimento pelos
Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, será Municípios, ou pelos Estados, ou pelo Distrito
utilizado, para o repasse de recursos, Federal, dos requisitos estabelecidos neste
exclusivamente o critério estabelecido no § 1° artigo, implicará em que os recursos
do mesmo artigo. (Vide Lei nº 8.080, de 1990) concernentes sejam administrados,
respectivamente, pelos Estados ou pela
§ 2° Os recursos referidos neste artigo serão União.
destinados, pelo menos setenta por cento,
aos Municípios, afetando-se o restante aos Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante
Estados. portaria do Ministro de Estado, autorizado a
estabelecer condições para aplicação desta
lei.
49
Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua 1988, concretizam-se, na vivência cotidiana
publicação. do povo brasileiro, por intermédio de um
crescente entendimento e incorporação de
Art. 7° Revogam-se as disposições em seus princípios ideológicos e doutrinários,
contrário. como, também, pelo exercício de seus
princípios organizacionais.
Brasília, 28 de dezembro de 1990; 169° da
Independência e 102° da República. Esses ideais foram transformados, na Carta
Magna, em direito à saúde, o que significa
que cada um e todos os brasileiros devem
construir e usufruir de políticas públicas −
Portaria nº 2.203, de 5 de econômicas e sociais − que reduzam riscos e
novembro de 1996 – NOB 96 agravos à saúde. Esse direito significa,
igualmente, o acesso universal (para todos) e
O Ministro de Estado da Saúde, no uso de equânime (com justa igualdade) a serviços e
suas atribuições, e considerando que está ações de promoção, proteção e recuperação
expirado o prazo para apresentação de da saúde (atendimento integral).
contribuições ao aperfeiçoamento da Norma
Operacional Básica – NOB 1/96 do Sistema A partir da nova Constituição da República,
Único de Saúde (SUS), o qual foi definido pela várias iniciativas institucionais, legais e
Portaria nº 1.742, de 30 de agosto de 1996, e comunitárias foram criando as condições de
prorrogado por recomendação da Plenária da viabilização plena do direito à saúde.
10ª Conferência Nacional de Saúde, resolve: Destacam-se, neste sentido, no âmbito
jurídico institucional, as chamadas Leis
Art. 1º Aprovar, nos termos do texto anexo a Orgânicas da Saúde (Nº. 8.080/90 e
esta Portaria, a NOB 1/96, a qual redefine o 8.142/90), o Decreto Nº.99.438/90 e as
modelo de gestão do Sistema Único de Normas Operacionais Básicas (NOB),
Saúde, constituindo, por conseguinte, editadas em 1991 e 1993.
instrumento imprescindível à viabilização da
atenção integral à saúde da população e ao Com a Lei Nº 8.080/90, fica regulamentado o
disciplinamento das relações entre as três Sistema Único de Saúde - SUS, estabelecido
esferas de gestão do Sistema. pela Constituição Federal de 1988, que
agrega todos os serviços estatais − das
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de esferas federal, estadual e municipal − e os
sua publicação. serviços privados (desde que contratados ou
conveniados) e que é responsabilizado, ainda
ANEXO que sem exclusividade, pela concretização
dos princípios constitucionais.
1. INTRODUÇÃO
As Normas Operacionais Básicas, por sua vez,
Os ideais históricos de civilidade, no âmbito a partir da avaliação do estágio de
da saúde, consolidados na Constituição de implantação e desempenho do SUS, se
50
voltam, mais direta e imediatamente, para a papel da família, da comunidade e dos
definição de estratégias e movimentos próprios indivíduos, na promoção, proteção e
táticos, que orientam a operacionalidade recuperação da saúde.
deste Sistema.
Isso implica aperfeiçoar a gestão dos serviços
2. FINALIDADE de saúde no país e a própria organização do
Sistema, visto que o município passa a ser, de
A presente Norma Operacional Básica tem fato, o responsável imediato pelo
por finalidade primordial promover e atendimento das necessidades e demandas
consolidar o pleno exercício, por parte do de saúde do seu povo e das exigências de
poder público municipal e do Distrito Federal, intervenções saneadoras em seu território.
da função de gestor da atenção à saúde dos
seus munícipes (Artigo 30, incisos V e VII, e Ao tempo em que aperfeiçoa a gestão do
Artigo 32, Parágrafo 1º, da Constituição SUS, esta NOB aponta para uma reordenação
Federal), com a conseqüente redefinição das do modelo de atenção à saúde, na medida
responsabilidades dos Estados, do Distrito em que redefine:
Federal e da União, avançando na
consolidação dos princípios do SUS. a) os papéis de cada esfera de governo e, em
especial, no tocante à direção única;
Esse exercício, viabilizado com a
imprescindível cooperação técnica e b) os instrumentos gerenciais para que
financeira dos poderes públicos estadual e municípios e estados superem o papel
federal, compreende, portanto, não só a exclusivo de prestadores de serviços e
responsabilidade por algum tipo de assumam seus respectivos papéis de gestores
prestação de serviços de saúde (Artigo 30, do SUS;
inciso VII), como, da mesma forma, a
responsabilidade pela gestão de um sistema c) os mecanismos e fluxos de financiamento,
que atenda, com integralidade, à demanda reduzindo progressiva e continuamente a
das pessoas pela assistência à saúde e às remuneração por produção de serviços e
exigências sanitárias ambientais (Artigo 30, ampliando as transferências de caráter global,
inciso V). fundo a fundo, com base em programações
ascendentes, pactuadas e integradas;
Busca-se, dessa forma, a plena
responsabilidade do poder público municipal. d) a prática do acompanhamento, controle e
Assim, esse poder se responsabiliza como avaliação no SUS, superando os mecanismos
também pode ser responsabilizado, ainda tradicionais, centrados no faturamento de
que não isoladamente. Os poderes públicos serviços produzidos, e valorizando os
estadual e federal são sempre co- resultados advindos de programações com
responsáveis, na respectiva competência ou critérios epidemiológicos e desempenho com
na ausência da função municipal (inciso II do qualidade;
Artigo 23, da Constituição Federal). Essa
responsabilidade, no entanto, não exclui o
51
e) os vínculos dos serviços com os seus nas intervenções ambientais. Ações de
usuários, privilegiando os núcleos familiares e comunicação e de educação também
comunitários, criando, assim, condições para compõem, obrigatória e permanentemente, a
uma efetiva participação e controle social. atenção à saúde.
53
O poder público estadual tem, então, como certamente, ampliam o acesso, com
uma de suas responsabilidades nucleares, qualidade e menor custo. Essa dinâmica
mediar a relação entre os sistemas municipais; contribui para que seja evitado um processo
o federal de mediar entre os sistemas acumulativo injusto, por parte de alguns
estaduais. Entretanto, quando ou enquanto municípios (quer por maior disponibilidade
um município não assumir a gestão do tecnológica, quer por mais recursos
sistema municipal, é o Estado que responde, financeiros ou de informação), com a
provisoriamente, pela gestão de um conjunto conseqüente espoliação crescente de outros.
de serviços capaz de dar atenção integral
àquela população que necessita de um As tarefas de harmonização, de integração e
sistema que lhe é próprio. de modernização dos sistemas municipais,
realizadas com a devida eqüidade (admitido
As instâncias básicas para a viabilização o princípio da discriminação positiva, no
desses propósitos integradores e sentido da busca da justiça, quando do
harmonizadores são os fóruns de negociação, exercício do papel redistributivo), competem,
integrados pelos gestores municipal, estadual portanto, por especial, ao poder público
e federal − a Comissão Intergestores estadual. Ao federal, incumbe promovê-las
Tripartite (CIT) − e pelos gestores estadual e entre as Unidades da Federação.
municipal − a Comissão Intergestores
Bipartite (CIB). Por meio dessas instâncias e O desempenho de todos esses papéis é
dos Conselhos de Saúde, são viabilizados os condição para a consolidação da direção
princípios de unicidade e de eqüidade. única do SUS, em cada esfera de governo,
para a efetivação e a permanente revisão do
Nas CIB e CIT são apreciadas as composições processo de descentralização e para a
dos sistemas municipais de saúde, bem assim organização de redes regionais de serviços
pactuadas as programações entre gestores e hierarquizados.
integradas entre as esferas de governo. Da
mesma forma, são pactuados os tetos 5. RELAÇÕES ENTRE OS SISTEMAS
financeiros possíveis − dentro das MUNICIPAIS
disponibilidades orçamentárias conjunturais −
oriundos dos recursos das três esferas de Os sistemas municipais de saúde apresentam
governo, capazes de viabilizar a atenção às níveis diferentes de complexidade, sendo
necessidades assistenciais e às exigências comum estabelecimentos ou órgãos de saúde
ambientais. O pacto e a integração das de um município atenderem usuários
programações constituem, encaminhados por outro. Em vista disso,
fundamentalmente, a conseqüência prática quando o serviço requerido para o
da relação entre os gestores do SUS. atendimento da população estiver localizado
em outro município, as negociações para
A composição dos sistemas municipais e a tanto devem ser efetivadas exclusivamente
ratificação dessas programações, nos entre os gestores municipais.
Conselhos de Saúde respectivos, permitem a
construção de redes regionais que,
54
Essa relação, mediada pelo estado, tem como Os recursos destinados ao pagamento das
instrumento de garantia a programação diversas ações de atenção à saúde prestadas
pactuada e integrada na CIB regional ou entre municípios são alocados, previamente,
estadual e submetida ao Conselho de Saúde pelo gestor que demanda esses serviços, ao
correspondente. A discussão de eventuais município sede do prestador. Este município
impasses, relativos à sua operacionalização, incorpora os recursos ao seu teto financeiro.
deve ser realizada também no âmbito dessa A orçamentação é feita com base na
Comissão, cabendo, ao gestor estadual, a programação pactuada e integrada entre
decisão sobre problemas surgidos na gestores, que, conforme já referido, é
execução das políticas aprovadas. No caso de mediada pelo estado e aprovada na CIB
recurso, este deve ser apresentado ao regional e estadual e no respectivo Conselho
Conselho Estadual de Saúde (CES). de Saúde.
Outro aspecto importante a ser ressaltado é Quando um município, que demanda serviços
que a gerência (comando) dos a outro, ampliar a sua própria capacidade
estabelecimentos ou órgãos de saúde de um resolutiva, pode requerer, ao gestor estadual,
município é da pessoa jurídica que opera o que a parte de recursos alocados no
serviço, sejam estes estatais (federal, estadual município vizinho seja realocada para o seu
ou municipal) ou privados. Assim, a relação município.
desse gerente deve ocorrer somente com o
gestor do município onde o seu Esses mecanismos conferem um caráter
estabelecimento está sediado, seja para dinâmico e permanente ao processo de
atender a população local, seja para atender negociação da programação integrada, em
a referenciada de outros municípios. particular quanto à referência intermunicipal.
55
munícipes, sempre na perspectiva da atenção f) desenvolvimento e apropriação de ciência e
integral. tecnologias; e
57
Depende, além disso, do redimensionamento pelas estratégias das políticas de
da direção nacional do Sistema, tanto em reorientação do Sistema;
termos da estrutura, quanto de agilidade e de
integração, como no que se refere às f) a transformação nos mecanismos de
estratégias, aos mecanismos e aos financiamento federal das ações, com o
instrumentos de articulação com os demais respectivo desenvolvimento de novas formas
níveis de gestão, destacando-se: de informatização, compatíveis à natureza
dos grupos de ações, especialmente as
a) a elaboração do Plano Nacional de Saúde, básicas, de serviços complementares e de
contendo as estratégias, as prioridades procedimentos de alta e média
nacionais e as metas da programação complexidade, estimulando o uso dos
integrada nacional, resultante, sobretudo, das mesmos pelos gestores estaduais e
programações estaduais e dos demais órgãos municipais;
governamentais, que atuam na prestação de
serviços, no setor saúde; g) o desenvolvimento de sistemáticas de
transferência de recursos vinculada ao
b) a viabilização de processo permanente de fornecimento regular, oportuno e suficiente
articulação das políticas externas ao setor, em de informações específicas, e que agreguem
especial com os órgãos que detém, no seu o conjunto de ações e serviços de atenção à
conjunto de atribuições, a responsabilidade saúde, relativo a grupos prioritários de
por ações atinentes aos determinantes sociais eventos vitais ou nosológicos;
do processo saúde-doença das coletividades;
h) a adoção, como referência mínima, das
c) o aperfeiçoamento das normas tabelas nacionais de valores do SUS, bem
consubstanciadas em diferentes instrumentos assim a flexibilização do seu uso diferenciado
legais, que regulamentam, atualmente, as pelos gestores estaduais e municipais,
transferências automáticas de recursos segundo prioridades locais e ou regionais;
financeiros, bem como as modalidades de
prestação de contas; i) o incentivo aos gestores estadual e
municipal ao pleno exercício das funções de
d) a definição e a explicitação dos fluxos controle, avaliação e auditoria, mediante o
financeiros próprios do SUS, frente aos desenvolvimento e a implementação de
órgãos governamentais de controle interno e instrumentos operacionais, para o uso das
externo e aos Conselhos de Saúde, com esferas gestoras e para a construção efetiva
ênfase na diferenciação entre as do Sistema Nacional de Auditoria;
transferências automáticas a estados e
municípios com função gestora; j) o desenvolvimento de atividades de
educação e de comunicação social;
e) a criação e a consolidação de critérios e
mecanismos de alocação de recursos federais k) o incremento da capacidade reguladora da
e estaduais para investimento, fundados em direção nacional do SUS, em relação aos
prioridades definidas pelas programações e sistemas complementares de prestação de
58
serviços ambulatoriais e hospitalares de alto disseminação regional ou nacional, e que
custo, de tratamento fora do domicílio, bem exijam a eventual intervenção do poder
assim de disponibilidade de medicamentos e federal;
insumos especiais;
s) a identificação dos serviços estaduais e
l) a reorientação e a implementação dos municipais de referência nacional, com vistas
sistemas de vigilância epidemiológica, de ao estabelecimento dos padrões técnicos da
vigilância sanitária, de vigilância alimentar e assistência à saúde;
nutricional, bem como o redimensionamento
das atividades relativas à saúde do t) a estimulação, a indução e a coordenação
trabalhador e às de execução da vigilância do desenvolvimento científico e tecnológico
sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; no campo da saúde, mediante interlocução
crítica das inovações científicas e
m) a reorientação e a implementação dos tecnológicas, por meio da articulação intra e
diversos sistemas de informações intersetorial;
epidemiológicas, bem assim de produção de
serviços e de insumos críticos; u) a participação na formulação da política e
na execução das ações de saneamento
n) a reorientação e a implementação do básico.
sistema de redes de laboratórios de
referência para o controle da qualidade, para 8. DIREÇÃO E ARTICULAÇÃO
a vigilância sanitária e para a vigilância
epidemiológica; A direção do Sistema Único de Saúde (SUS),
em cada esfera de governo, é composta pelo
o) a reorientação e a implementação da órgão setorial do poder executivo e pelo
política nacional de assistência farmacêutica; respectivo Conselho de Saúde, nos termos
das Leis Nº 8.080/90 e Nº 8.142/1990.
p) o apoio e a cooperação a estados e
municípios para a implementação de ações O processo de articulação entre os gestores,
voltadas ao controle de agravos, que nos diferentes níveis do Sistema, ocorre,
constituam risco de disseminação nacional; preferencialmente, em dois colegiados de
negociação: a Comissão Intergestores
q) a promoção da atenção à saúde das Tripartite (CIT) e a Comissão Intergestores
populações indígenas, realizando, para tanto, Bipartite (CIB).
as articulações necessárias, intra e
intersetorial; A CIT é composta, paritariamente, por
representação do Ministério da Saúde (MS),
r) a elaboração de programação nacional, do Conselho Nacional de Secretários
pactuada com os estados, relativa à execução Estaduais de Saúde (CONASS) e do Conselho
de ações específicas voltadas ao controle de Nacional de Secretários Municipais de Saúde
vetores responsáveis pela transmissão de (CONASEMS).
doenças, que constituem risco de
59
A CIB, composta igualmente de forma O primeiro propósito é possível porque, com
paritária, é integrada por representação da a nova formulação dos sistemas municipais,
Secretaria Estadual de Saúde (SES) e do tanto os segmentos sociais, minimamente
Conselho Estadual de Secretários Municipais agregados entre si com sentimento
de Saúde (COSEMS) ou órgão equivalente. comunitário − os munícipes −, quanto a
Um dos representantes dos municípios é o instância de poder político-administrativo,
Secretário de Saúde da Capital. A Bipartite historicamente reconhecida e legitimada − o
pode operar com subcomissões regionais. poder municipal − apropriam-se de um
conjunto de serviços bem definido, capaz de
As conclusões das negociações pactuadas na desenvolver uma programação de atividades
CIT e na CIB são formalizadas em ato próprio publicamente pactuada. Com isso, fica bem
do gestor respectivo. Aquelas referentes a caracterizado o gestor responsável; as
matérias de competência dos Conselhos de atividades são gerenciadas por pessoas
Saúde, definidas por força da Lei Orgânica, perfeitamente identificáveis; e os resultados
desta NOB ou de resolução específica dos mais facilmente usufruídos pela população.
respectivos Conselhos são submetidas
previamente a estes para aprovação. As O conjunto desses elementos propicia uma
demais resoluções devem ser encaminhadas, nova condição de participação com vínculo,
no prazo máximo de 15 dias decorridos de mais criativa e realizadora para as pessoas, e
sua publicação, para conhecimento, avaliação que acontece não-somente nas instâncias
e eventual recurso da parte que se julgar colegiadas formais − conferências e
prejudicada, inclusive no que se refere à conselhos − mas em outros espaços
habilitação dos estados e municípios às constituídos por atividades sistemáticas e
condições de gestão desta Norma. permanentes, inclusive dentro dos próprios
serviços de atendimento.
9. BASES PARA UM NOVO MODELO DE
ATENÇÃO À SAÚDE Cada sistema municipal deve materializar, de
forma efetiva, a vinculação aqui explicitada.
A composição harmônica, integrada e Um dos meios, certamente, é a instituição do
modernizada do SUS visa, cartão SUS-MUNICIPAL, com numeração
fundamentalmente, atingir a dois propósitos nacional, de modo a identificar o cidadão com
essenciais à concretização dos ideais o seu sistema e agregá-lo ao sistema nacional.
constitucionais e, portanto, do direito à Essa numeração possibilita uma melhor
saúde, que são: referência intermunicipal e garante o
atendimento de urgência por qualquer
a) a consolidação de vínculos entre diferentes serviço de saúde, estatal ou privado, em todo
segmentos sociais e o SUS; e o País. A regulamentação desse mecanismo
de vinculação será objeto de discussão e
b) a criação de condições elementares e
aprovação pelas instâncias colegiadas
fundamentais para a eficiência e a eficácia
competentes, com conseqüente formalização
gerenciais, com qualidade.
por ato do MS.
60
O segundo propósito é factível, na medida e sujeita à ratificação que, negociada e
em que estão perfeitamente identificados os pactuada nas instâncias estadual e federal,
elementos críticos essenciais a uma gestão adquire a devida racionalidade na alocação
eficiente e a uma produção eficaz, a saber: de recursos em face às necessidades.
62
Já o Artigo 195 determina que a Seguridade bases tributárias e financeiras do Governo, da
Social será financiada com recursos Seguridade e, portanto, da Saúde.
provenientes dos orçamentos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, Nas esferas estadual e municipal, além dos
e de Contribuições Sociais. recursos oriundos do respectivo Tesouro, o
financiamento do SUS conta com recursos
10.2. Fontes transferidos pela União aos Estados e pela
União e Estados aos Municípios. Esses
As principais fontes específicas da recursos devem ser previstos no orçamento e
Seguridade Social incidem sobre a Folha de identificados nos fundos de saúde estadual e
Salários (Fonte 154), o Faturamento (Fonte municipal como receita operacional
153 - COFINS) e o Lucro (Fonte 151 - Lucro proveniente da esfera federal e ou estadual e
Líquido). utilizados na execução de ações previstas nos
respectivos planos de saúde e na PPI.
Até 1992, todas essas fontes integravam o
orçamento do Ministério da Saúde e ainda 10.3.Transferências Intergovernamentais e
havia aporte significativo de fontes fiscais Contrapartidas
(Fonte 100 - Recursos Ordinários,
provenientes principalmente da receita de As transferências, regulares ou eventuais, da
impostos e taxas). A partir de 1993, deixou de União para estados, municípios e Distrito
ser repassada ao MS a parcela da Federal estão condicionadas à contrapartida
Contribuição sobre a Folha de Salários (Fonte destes níveis de governo, em conformidade
154, arrecadada pelo Instituto Nacional de com as normas legais vigentes (Lei de
Seguridade Social - INSS). Diretrizes Orçamentárias e outras).
67
Esses acréscimos têm, como limite, 30% do os tetos financeiros da assistência dos
valor do PAB original do município. municípios em gestão plena do sistema de
saúde e os que permanecem sob gestão
c) Os percentuais não são cumulativos estadual. Neste último, o valor programado
quando a população coberta pelo PSF e pelo da FAE é transferido, regular e
PACS ou por estratégias similares for a automaticamente, do Fundo Nacional ao
mesma. Fundo Estadual de Saúde, conforme as
condições de gestão das SES definidas nesta
Os percentuais acima referidos são revistos NOB. Não integram o elenco de
quando do incremento do valor per capita procedimentos cobertos pela FAE aqueles
nacional único, utilizado para o cálculo do relativos ao PAB e os definidos como de alto
PAB e do elenco de procedimentos custo/complexidade por portaria do órgão
relacionados a este Piso. Essa revisão é competente do Ministério (SAS/MS).
proposta na CIT e votada no CNS. Por ocasião
da incorporação desses acréscimos, o teto 12.1.4. Teto Financeiro da Assistência do
financeiro da assistência do estado é Município (TFAM)
renegociado na CIT e apreciado pelo CNS.
É um montante que corresponde ao
A ausência de informações que comprovem a financiamento do conjunto das ações
produção mensal das equipes, durante dois assistenciais assumidas pela SMS. O TFAM é
meses consecutivos ou quatro alternados em transferido, regular e automaticamente, do
um ano, acarreta a suspensão da transferência Fundo Nacional ao Fundo Municipal de
deste acréscimo. Saúde, de acordo com as condições de
gestão estabelecidas por esta NOB e destina-
12.1.3. Fração Assistencial Especializada se ao custeio dos serviços localizados no
(FAE) território do município (exceção feita àqueles
eventualmente excluídos da gestão municipal
É um montante que corresponde a
por negociação na CIB).
procedimentos ambulatoriais de média
complexidade, medicamentos e insumos 12.1.5. Teto Financeiro da Assistência do
excepcionais, órteses e próteses Estado (TFAE)
ambulatoriais e Tratamento Fora do Domicílio
(TFD), sob gestão do estado. É um montante que corresponde ao
financiamento do conjunto das ações
O órgão competente do MS formaliza, por assistenciais sob a responsabilidade da SES.
portaria, esse elenco a partir de negociação O TFAE corresponde ao TFA fixado na CIT e
na CIT e que deve ser objeto da programação formalizado em portaria do órgão
integrada quanto a sua oferta global no competente do Ministério (SAS/MS).
estado.
Esses valores são transferidos, regular e
A CIB explicita os quantitativos e respectivos automaticamente, do Fundo Nacional ao
valores desses procedimentos, que integram Fundo Estadual de Saúde, de acordo com as
68
condições de gestão estabelecidas por esta incluídos nos tetos da assistência, definidos
NOB, deduzidos os valores comprometidos na CIB.
com as transferências regulares e automáticas
ao conjunto de municípios do estado (PAB e A modalidade de pagamento direto, pelo
TFAM). gestor federal, a prestadores de serviços
ocorre apenas nas situações em que não
12.1.6. Índice de Valorização de Resultados fazem parte das transferências regulares e
(IVR) automáticas fundo a fundo, conforme itens a
seguir especificados.
Consiste na atribuição de valores adicionais
equivalentes a até 2% do teto financeiro da 12.2.1. Remuneração de Internações
assistência do estado, transferidos, regular e Hospitalares
automaticamente, do Fundo Nacional ao
Fundo Estadual de Saúde, como incentivo à Consiste no pagamento dos valores apurados
obtenção de resultados de impacto positivo por intermédio do Sistema de Informações
sobre as condições de saúde da população, Hospitalares do SUS (SIH/SUS), englobando o
segundo critérios definidos pela CIT e fixados conjunto de procedimentos realizados em
em portaria do órgão competente do regime de internação, com base na
Ministério (SAS/MS). Os recursos do IVR Autorização de Internação Hospitalar (AIH),
podem ser transferidos pela SES às SMS, documento este de autorização e fatura de
conforme definição da CIB. serviços.
69
relacionados ao PAB e à FAE, enquanto estabelecidas nesta NOB. Esses recursos
houver municípios que não estejam na podem corresponder a uma ou mais de uma
condição de gestão semiplena da NOB 01/93 das situações descritas a seguir.
ou nas condições de gestão municipal
definidas nesta NOB naqueles estados em 13.1.1. Piso Básico de Vigilância Sanitária
condição de gestão convencional. (PBVS)
74
hospitalares relativos à assistência aos seus c) Participar da elaboração e da
munícipes e à referência intermunicipal. implementação da PPI do estado, bem assim
da alocação de recursos expressa na
g) Contratação, controle, auditoria e programação.
pagamento aos prestadores de serviços
ambulatoriais e hospitalares, cobertos pelo d) Comprovar capacidade técnica e
TFGM. administrativa e condições materiais para o
exercício de suas responsabilidades e
h) Administração da oferta de procedimentos prerrogativas quanto à contratação, ao
ambulatoriais de alto custo e procedimentos pagamento, ao controle e à auditoria dos
hospitalares de alta complexidade conforme serviços sob sua gestão, bem como avaliar o
a PPI e segundo normas federais e estaduais. impacto das ações do Sistema sobre a saúde
dos seus munícipes.
i) Operação do SIH e do SIA/SUS, conforme
normas do MS, e alimentação, junto às SES, e) Comprovar a dotação orçamentária do ano
dos bancos de dados de interesse nacional. e o dispêndio no ano anterior correspondente
à contrapartida de recursos financeiros
j) Manutenção do cadastro atualizado de próprios do Tesouro Municipal, de acordo
unidades assistenciais sob sua gestão, com a legislação em vigor.
segundo normas do MS.
f) Formalizar, junto ao gestor estadual com
k) Avaliação permanente do impacto das vistas à CIB, após aprovação pelo CMS, o
ações do Sistema sobre as condições de pleito de habilitação, atestando o
saúde dos seus munícipes e sobre o meio cumprimento dos requisitos específicos
ambiente. relativos à condição de gestão pleiteada.
l) Execução das ações básicas, de média e alta g) Dispor de médico formalmente designado
complexidade em vigilância sanitária, bem pelo gestor como responsável pela
como, opcionalmente, as ações do PDAVS. autorização prévia, controle e auditoria dos
procedimentos e serviços realizados.
m) Execução de ações de epidemiologia, de
controle de doenças e de ocorrências h) Apresentar o Plano Municipal de Saúde,
mórbidas, decorrentes de causas externas, aprovado pelo CMS, que deve conter as
como acidentes, violências e outras incluídas metas estabelecidas, a integração e
no TFECD. articulação do município na rede estadual e
respectivas responsabilidades na
15.2.2. Requisitos
programação integrada do estado, incluindo
detalhamento da programação de ações e
a) Comprovar o funcionamento do CMS.
serviços que compõem o sistema municipal,
b) Comprovar a operação do Fundo Municipal bem como os indicadores mediante dos quais
de Saúde. será efetuado o acompanhamento.
75
i) Comprovar o funcionamento de serviço c) Transferência regular e automática fundo a
estruturado de vigilância sanitária e fundo dos recursos correspondentes ao Piso
capacidade para o desenvolvimento de ações Básico de Vigilância Sanitária (PBVS).
de vigilância sanitária.
d) Remuneração por serviços de vigilância
j) Comprovar a estruturação de serviços e sanitária de média e alta complexidade e,
atividades de vigilância epidemiológica e de remuneração pela execução do Programa
controle de zoonoses. Desconcentrado de Ações de Vigilância
Sanitária (PDAVS), quando assumido pelo
k) Apresentar o Relatório de Gestão do ano município.
anterior à solicitação do pleito, devidamente
aprovado pelo CMS. e) Subordinação, à gestão municipal, do
conjunto de todas as unidades ambulatoriais
l) Assegurar a oferta, em seu território, de especializadas e hospitalares, estatais ou
todo o elenco de procedimentos cobertos privadas (lucrativas e filantrópicas),
pelo PAB e, adicionalmente, de serviços de estabelecidas no território municipal.
apoio diagnóstico em patologia clínica e
radiologia básicas. f) Transferência de recursos referentes às
ações de epidemiologia e controle de
m) Comprovar a estruturação do componente doenças, conforme definição da CIT.
municipal do Sistema Nacional de Auditoria
(SNA). 16. CONDIÇÕES DE GESTÃO DO ESTADO
76
Os estados que não aderirem ao processo de f) Formulação e execução da política estadual
habilitação, permanecem na condição de de assistência farmacêutica, em articulação
gestão convencional, desempenhando as com o MS.
funções anteriormente assumidas ao longo
do processo de implantação do SUS, não g) Normalização complementar de
fazendo jus às novas prerrogativas mecanismos e instrumentos de administração
introduzidas por esta NOB, exceto ao PDAVS da oferta e controle da prestação de serviços
nos termos definidos pela SVS/MS. Essa ambulatoriais, hospitalares, de alto custo, do
condição corresponde ao exercício de tratamento fora do domicílio e dos
funções mínimas de gestão do Sistema, que medicamentos e insumos especiais.
foram progressivamente incorporadas pelas
SES, não estando sujeita a procedimento h) Manutenção do cadastro atualizado de
específico de habilitação nesta NOB. unidades assistenciais sob sua gestão,
segundo normas do MS.
16.1. Responsabilidades comuns às duas
condições de gestão estadual i) Cooperação técnica e financeira com o
conjunto de municípios, objetivando a
a) Elaboração da PPI do estado, contendo a consolidação do processo de
referência intermunicipal e coordenação da descentralização, a organização da rede
negociação na CIB para alocação dos regionalizada e hierarquizada de serviços, a
recursos, conforme expresso na realização de ações de epidemiologia, de
programação. controle de doenças, de vigilância sanitária,
bem assim o pleno exercício das funções
b) Elaboração e execução do Plano Estadual gestoras de planejamento, controle,
de Prioridades de Investimentos, negociado avaliação e auditoria.
na CIB e aprovado pelo CES.
j) Implementação de políticas de integração
c) Gerência de unidades estatais da das ações de saneamento às de saúde.
hemorrede e de laboratórios de referência
para controle de qualidade, para vigilância k) Coordenação das atividades de vigilância
sanitária e para a vigilância epidemiológica. epidemiológica e de controle de doenças e
execução complementar conforme previsto
d) Formulação e execução da política de na Lei nº 8.080/90.
sangue e hemoterapia.
l) Execução de operações complexas voltadas
e) Organização de sistemas de referência, ao controle de doenças que possam se
bem como a normalização e operação de beneficiar da economia de escala.
câmara de compensação de AIH,
procedimentos especializados e de alto custo m) Coordenação das atividades de vigilância
e ou alta complexidade. sanitária e execução complementar conforme
previsto na Lei nº 8.080/90.
77
n) Execução das ações básicas de vigilância as estratégias de descentralização das ações
sanitária referente aos municípios não de saúde para municípios;
habilitados nesta NOB.
as estratégias de reorganização do modelo
o) Execução das ações de média e alta de atenção; e
complexidade de vigilância sanitária, exceto
as realizadas pelos municípios habilitados na os critérios utilizados e os indicadores por
condição de gestão plena de sistema meio dos quais é efetuado o
municipal. acompanhamento das ações.
80
Operacional, observando os seguintes 17.2.2. para que os municípios habilitados
procedimentos: atualmente na condição de gestão semiplena
possam assumir a condição de gestão plena
17.2.1.para que os municípios habilitados do sistema municipal definida nesta NOB,
atualmente nas condições de gestão devem comprovar à CIB:
incipiente e parcial possam assumir a
condição plena da atenção básica definida 17.2.2.1. a aprovação do relatório de gestão
nesta NOB, devem apresentar à CIB os pelo CMS, mediante apresentação da ata
seguintes documentos, que completam os correspondente;
requisitos para habilitação:
17.2.2.2. a existência de serviços que
17.2.1.1. ofício do gestor municipal executem os procedimentos cobertos pelo
pleiteando a alteração na condição de PAB no seu território, e de serviços de apoio
gestão; diagnóstico em patologia clínica e radiologia
básica simples, oferecidos no próprio
17.2.1.2. ata do CMS aprovando o pleito de município ou contratados de outro gestor
mudança de habilitação; municipal;
84
Tripartite – CIT e Conselho Nacional de Saúde Municipais de Saúde, através do
– CNS, em 07 de dezembro de 2001; CONASEMS, desencadearam diversas
atividades de planejamento e de adequação
Considerando o contínuo movimento de de seus modelos assistenciais e de gestão aos
pactuação entre os três níveis de gestão, preceitos estabelecidos, ponderando
visando o aperfeiçoamento do Sistema Único criticamente os avanços e os desafios que
de Saúde, resolve: novas diretrizes organizativas trariam para sua
realidade concreta.
Art. 1º - Aprovar, na forma do Anexo desta
Portaria, a Norma Operacional da Assistência Durante este percurso, em algumas unidades
à Saúde – NOAS-SUS 01/2002 que amplia as da federação foram identificados entraves na
responsabilidades dos municípios na Atenção operacionalização de determinados itens,
Básica; estabelece o processo de decorrentes das dificuldades para
regionalização como estratégia de estabelecer o comando único sobre os
hierarquização dos serviços de saúde e de prestadores de serviços ao SUS e assegurar a
busca de maior eqüidade; cria mecanismos totalidade da gestão municipal nas sedes dos
para o fortalecimento da capacidade de módulos assistenciais, bem como da
gestão do Sistema Único de Saúde e procede fragilidade para explicitação dos mecanismos
à atualização dos critérios de habilitação de necessários à efetivação da gestão estadual
estados e municípios. para as referências intermunicipais.
85
Saúde, CONASS e CONASEMS, aos problemas de saúde, otimizando os recursos
membros do Conselho Nacional de Saúde, disponíveis.
acerca da negociação realizada na CIT e das
alterações que dela resultaram. I.1 DA ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR
DE REGIONALIZAÇÃO
Ainda como resultado do processo de
elaboração da NOAS-SUS 01/02 e com o 2. Instituir o Plano Diretor de Regionalização
objetivo de facilitar sua utilização, este - PDR como instrumento de ordenamento do
documento incorporou definições da processo de regionalização da assistência em
regulamentação complementar relacionadas cada estado e no Distrito Federal, baseado
aos temas que foram objeto do acordo, que, nos objetivos de definição de prioridades de
na versão anterior, encontravam-se descritos intervenção coerentes com as necessidades
em documentos normativos específicos. de saúde da população e garantia de acesso
dos cidadãos a todos os níveis de atenção.
Enfim, cabe destacar que esta NOAS-SUS
01/02, ao assegurar a manutenção das 3. O PDR fundamenta-se na conformação de
diretrizes organizativas definidas pela NOAS- sistemas funcionais e resolutivos de
SUS 01/01, procura oferecer as alternativas assistência à saúde, por meio da organização
necessárias à superação das dificuldades e dos territórios estaduais em
impasses oriundos da dinâmica concreta de regiões/microrregiões e módulos
sua implementação. assistenciais; da conformação de redes
hierarquizadas de serviços; do
CAPÍTULO I estabelecimento de mecanismos e fluxos de
referência e contra-referência
DA REGIONALIZAÇÃO intermunicipais, objetivando garantir a
integralidade da assistência e o acesso da
1. Estabelecer o processo de regionalização população aos serviços e ações de saúde de
como estratégia de hierarquização dos acordo com suas necessidades.
serviços de saúde e de busca de maior
eqüidade. 4. O PDR deverá ser elaborado na perspectiva
de garantir:
1.1. O processo de regionalização deverá
contemplar uma lógica de planejamento a) O acesso dos cidadãos, o mais próximo
integrado, compreendendo as noções de possível de sua residência, a um conjunto de
territorialidade, na identificação de ações e serviços vinculados às seguintes
prioridades de intervenção e de conformação responsabilidades mínimas:
de sistemas funcionais de saúde, não
necessariamente restritos à abrangência - assistência pré-natal, parto e puerpério;
municipal, mas respeitando seus limites como
unidade indivisível, de forma a garantir o - acompanhamento do crescimento e
acesso dos cidadãos a todas as ações e desenvolvimento infantil;
serviços necessários para a resolução de seus
86
- cobertura universal do esquema Secretaria Estadual de Saúde, de acordo com
preconizado pelo Programa Nacional de as especificidades e estratégias de
Imunizações, para todas as faixas etárias; regionalização da saúde em cada estado,
considerando as características demográficas,
- ações de promoção da saúde e prevenção socioeconômicas, geográficas, sanitárias,
de doenças; epidemiológicas, oferta de serviços, relações
entre municípios, entre outras. Dependendo
- tratamento das intercorrências mais comuns do modelo de regionalização adotado, um
na infância; estado pode se dividir em macrorregiões,
regiões e/ou microrregiões de saúde. Por sua
- atendimento de afecções agudas de maior
vez, a menor base territorial de planejamento
incidência;
regionalizado, seja uma região ou uma
microrregião de saúde, pode compreender
- acompanhamento de pessoas com doenças
um ou mais módulos assistenciais.
crônicas de alta prevalência;
b) Módulo Assistencial - módulo territorial
- tratamento clínico e cirúrgico de casos de
com resolubilidade correspondente ao
pequenas urgências ambulatoriais;
primeiro nível de referência, definida no Item
- tratamento dos distúrbios mentais e 8 - Capítulo I desta Norma, constituído por
psicossociais mais freqüentes; um ou mais municípios, com área de
abrangência mínima a ser estabelecida para
- controle das doenças bucais mais comuns; cada Unidade da Federação, em
regulamentação específica, e com as
- suprimento/dispensação dos medicamentos seguintes características:
da Farmácia Básica.
- conjunto de municípios, entre os quais há
b) O acesso de todos os cidadãos aos serviços um município-sede, habilitado em Gestão
necessários à resolução de seus problemas de Plena do Sistema Municipal/GPSM ou em
saúde, em qualquer nível de atenção, Gestão Plena da Atenção Básica
diretamente ou mediante o estabelecimento Ampliada/GPAB-A, com capacidade de
de compromissos entre gestores para o ofertar a totalidade dos serviços de que trata
atendimento de referências intermunicipais. o Item 8 - Capítulo I desta Norma, com
suficiência, para sua população e para a
5. Definir os seguintes conceitos-chaves para população de outros municípios a ele
a organização da assistência no âmbito adscritos; ou
estadual, que deverão ser observados no
PDR: - município em Gestão Plena do Sistema
Municipal ou em Gestão Plena da Atenção
a) Região de Saúde - base territorial de Básica Ampliada / GPAB-A, com capacidade
planejamento da atenção à saúde, não de ofertar com suficiência a totalidade dos
necessariamente coincidente com a divisão serviços de que trata o Item 8 – Capítulo I para
administrativa do estado, a ser definida pela sua própria população, quando não
87
necessitar desempenhar o papel de dos municípios-sede e municípios-pólo e dos
referência para outros municípios. demais municípios abrangidos;
9.5. Nas microrregiões não qualificadas, o 13.2 A CIB deverá analisar a solicitação que,
financiamento dos procedimentos constantes se aprovada, deverá ser encaminhada ao CES,
do M1 desta Norma continuará sendo feito para conhecimento, e à Secretaria Técnica da
de acordo com a lógica de pagamento por CIT, para deliberação;
produção.
13.3 A Secretaria Técnica da CIT deverá
10. O repasse dos recursos de que trata o encaminhar documentação à Secretaria de
Subitem 9.3 - Item 9 - Capítulo I, desta Assistência à Saúde do Ministério da Saúde,
Norma, para a cobertura da população de que procederá a respectiva análise, de acordo
uma dada microrregião estará condicionado à com o PDR já aprovado;
aprovação pela CIT da qualificação da
13.4. A SAS/MS deverá encaminhar parecer
referida microrregião na assistência à saúde.
quanto ao processo de qualificação à CIT,
11 A qualificação compreende o para decisão quanto à sua homologação.
reconhecimento formal da constituição das
14. Após a homologação na CIT do processo
regiões/microrregiões, da organização dos
de qualificação de uma microrregião, o
sistemas funcionais de assistência à saúde e
montante de recursos correspondente ao
do compromisso firmado entre o estado e os
financiamento dos procedimentos listados no
municípios componentes dos módulos
ANEXO 3A desta Norma (M1) destinados à
assistenciais, para a garantia do acesso de
cobertura da população do município-sede
toda a população residente nestes espaços
de módulo, acrescido do montante de
territoriais a um conjunto de ações e serviços
recursos referentes à cobertura da população
correspondente ao nível de assistência à
91
residente nos municípios a ele adscritos, 17. A Atenção de Média Complexidade (MC)
passam a ser transferidos por uma das duas - compreende um conjunto de ações e
formas: (i) fundo a fundo ao estado habilitado serviços ambulatoriais e hospitalares que
quando o município-sede de módulo for visam atender os principais problemas de
habilitado em GPAB-A (ii) fundo a fundo ao saúde da população, cuja prática clínica
município-sede de cada módulo assistencial demande a disponibilidade de profissionais
quando esse for habilitado em Gestão Plena especializados e a utilização de recursos
do Sistema Municipal de acordo com a tecnológicos de apoio diagnóstico e
Norma Operacional da Assistência à Saúde, terapêutico, que não justifique a sua oferta
sendo que, neste caso, a parcela relativa à em todos os municípios do país.
população residente nos municípios adscritos
estará condicionada ao cumprimento de 18. Excetuando as ações mínimas da média
Termo de Compromisso para a Garantia de complexidade (M1), que devem ser
Acesso, conforme normatizado nos Itens 37 e garantidas no âmbito dos módulos
38 - Capítulo II desta Norma. assistenciais, as demais ações assistenciais de
média complexidade, tanto ambulatoriais
15. Em módulos nos quais a sede estiver sob como hospitalares, podem ser garantidas no
gestão municipal, caso exista um município âmbito microrregional, regional ou mesmo
habilitado em Gestão Plena da Atenção estadual, de acordo com o tipo de serviço, a
Básica Ampliada que disponha em seu disponibilidade tecnológica, as características
território de laboratório de patologia clínica do estado e a definição no Plano Diretor de
ou serviço de radiologia ou ultra-sonografia Regionalização do estado.
gineco-obstétrica, em quantidade suficiente e
com qualidade adequada para o atendimento 19. O gestor estadual deve adotar critérios
de sua própria população, mas que não tenha para a organização regionalizada das ações
o conjunto de serviços requeridos para ser de média complexidade que considerem:
sede de módulo assistencial, esse município necessidade de qualificação e especialização
poderá celebrar um acordo com o gestor do dos profissionais para o desenvolvimento das
município-sede do módulo para, ações, correspondência entre a prática clínica
provisoriamente, atender sua própria e capacidade resolutiva diagnóstica e
população no referido serviço. terapêutica, complexidade e custo dos
equipamentos, abrangência recomendável
16. A Secretaria de Assistência à Saúde é a para cada tipo de serviço, economias de
unidade organizacional do MS responsável escala, métodos e técnicas requeridos para a
pela análise técnica das propostas de realização das ações.
qualificação das microrregiões na assistência
à saúde, a serem submetidas à aprovação da 20. Os subsídios à organização e
CIT, de acordo com as regras estabelecidas programação da média complexidade,
nesta Norma. compreendendo grupos de programação e
critérios de classificação das ações desse nível
I.4 DA ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE de atenção são descritos em instrumento a
MÉDIA COMPLEXIDADE
92
ser acordado pelas três esferas de governo e 21.4. A alocação de recursos
definido em Portaria do MS. correspondentes às referências
intermunicipais, ambulatoriais e hospitalares,
21. O processo de Programação Pactuada e decorre do processo de programação
Integrada (PPI), coordenado pelo gestor pactuada integrada entre gestores e do
estadual representa o principal instrumento estabelecimento de Termo de Compromisso
para garantia de acesso da população aos de Garantia de Acesso implicando a
serviços de média complexidade não separação da parcela correspondente às
disponíveis em seu município de residência, referências no limite financeiro do município.
devendo orientar a alocação de recursos e
definição de limites financeiros para todos os 22. Diferentemente do exigido para a
municípios do estado, independente de sua organização das referências intermunicipais
condição de gestão. no módulo assistencial, abordada na seção I.3
- Capítulo I desta Norma, no caso das demais
21.1. A programação das ações ambulatoriais ações de média complexidade, quando os
de média complexidade deve compreender: serviços estiverem dispersos por vários
identificação das necessidades de saúde de municípios, admite-se que um mesmo
sua população, definição de prioridades, município encaminhe referências para mais
aplicação de parâmetros físicos e financeiros de um município pólo de média
definidos nos estados para os diferentes complexidade, dependendo da
grupos de ações assistenciais - respeitados os disponibilidade de oferta, condições de
limites financeiros estaduais - e acesso e fluxos estabelecidos na PPI.
estabelecimento de fluxos de referências
entre municípios. 22.1. O gestor estadual, ao coordenar um
processo de planejamento global no estado,
21.2. A alocação de recursos referentes a deve adotar critérios para evitar a
cada grupo de programação de ações superposição e proliferação indiscriminada e
ambulatoriais de média complexidade para a desordenada de serviços, levando sempre em
população própria de um dado município terá consideração as condições de acessibilidade,
como limite financeiro o valor per capita qualidade e racionalidade na organização de
estadual definido para cada grupo, serviços.
multiplicado pela população do município.
22.2. Deve-se buscar estabelecer as
21.3. A programação de internações referências para a média complexidade em
hospitalares deve utilizar critérios um fluxo contínuo, dos municípios de menor
homogêneos de estimativa de internações complexidade para os de maior
necessárias para a população, e considerar a complexidade, computando, no município de
distribuição e complexidade dos hospitais, o referência, as parcelas físicas e financeiras
valor médio das internações hospitalares, correspondentes ao atendimento da
bem como os fluxos de referência entre população dos municípios de origem,
municípios. conforme acordado no processo de
93
Programação Pactuada e Integrada entre os 23.1. A garantia de acesso aos procedimentos
gestores. de alta complexidade é de responsabilidade
solidária entre o Ministério da Saúde e as
I.5 DA POLÍTICA DE ATENÇÃO DE ALTA Secretarias de Saúde dos estados e do
COMPLEXIDADE/CUSTO NO SUS Distrito Federal.
95
25.3. Nos municípios habilitados em Gestão fluxo programado de pacientes de outros
Plena da Atenção Básica (GPAB) ou Gestão estados, sendo que esta programação será
Plena da Atenção Básica-Ampliada (GPAB-A) consolidada pela SAS/MS.
que tenham serviços de alta complexidade
em seu território, as funções de gestão e 30. A programação da Atenção de Alta
relacionamento com os prestadores de alta Complexidade deverá ser precedida de
complexidade são de responsabilidade do estudos da distribuição regional de serviços e
gestor estadual, podendo este delegar aos da proposição pela Secretaria Estadual de
gestores municipais as funções de controle e Saúde (SES) de um limite financeiro claro para
avaliação dos prestadores, incluindo o seu custeio, sendo que o Plano Diretor de
processo autorizativo. Regionalização apontará as áreas de
abrangência dos municípios-pólo e dos
26. As ações de alta complexidade e as ações serviços de referência na Atenção de Alta
estratégicas serão financiadas de acordo com Complexidade.
Portaria do Ministério da Saúde.
CAPÍTULO II
27. O Ministério da Saúde, definirá os valores
de recursos destinados ao custeio da FORTALECIMENTO DA CAPACIDADE DE
assistência de alta complexidade para cada GESTÃO NO SUS
estado.
II.1 DO PROCESSO DE PROGRAMAÇÃO DA
28. Caberá aos estados, de acordo com a PPI ASSISTÊNCIA
e dentro do limite financeiro estadual, prever
a parcela dos recursos a serem gastos em 31. Cabe ao Ministério da Saúde a
cada município para cada área de alta coordenação do processo de programação
complexidade, destacando a parcela a ser da assistência à saúde em âmbito nacional.
utilizada com a população do próprio
31.1. As secretarias de saúde dos estados e
município e a parcela a ser gasta com a
do Distrito Federal deverão encaminhar ao
população de referência.
Ministério da Saúde uma versão consolidada
29. A assistência de alta complexidade será da Programação Pactuada e Integrada (PPI),
programada no âmbito regional/estadual, e conforme definido em Portaria do Ministério
em alguns casos macrorregional, tendo em da Saúde.
vista as características especiais desse grupo
31.2. As secretarias de saúde dos estados e
- alta densidade tecnológica e alto custo,
do Distrito Federal poderão dispor de
economia de escala, escassez de profissionais
instrumentos próprios de programação
especializados e concentração de oferta em
adequados às suas especificidades,
poucos municípios.
respeitados os princípios gerais e os
29.1. A programação deve prever, quando requisitos da versão consolidada a ser
necessário, a referência de pacientes para enviada ao Ministério da Saúde.
outros estados, assim como reconhecer o
96
32. Cabe a SES a coordenação da os municípios do estado, independente da
programação pactuada e integrada no sua condição de habilitação.
âmbito do estado, por meio do
estabelecimento de processos e métodos 33.1. Define-se limite financeiro da assistência
que assegurem: por município como o montante máximo de
recursos federais que poderá ser gasto com o
a) que as diretrizes, objetivos e prioridades da conjunto de serviços existentes em cada
política estadual de saúde e os parâmetros de território municipal, sendo composto por
programação, em sintonia com a Agenda de duas parcelas separadas: recursos destinados
Saúde e Metas Nacionais, sejam discutidos no ao atendimento da população própria e
âmbito da CIB com os gestores municipais, recursos destinados ao atendimento da
aprovados pelos Conselhos Estaduais e população referenciada de acordo com as
implementados em fóruns regionais e/ou negociações expressas na PPI.
microrregionais de negociação entre
gestores; 33.2. Esses recursos poderão estar sob
gestão municipal, quando o município
b) a alocação de recursos centrada em uma encontrar-se em GPSM, ou sob gestão
lógica de atendimento às reais necessidades estadual, quando o município estiver em
da população e jamais orientada pelos outra condição de gestão.
interesses dos prestadores de serviços;
33.3.O Limite Financeiro da Assistência de
c) a operacionalização do Plano Diretor de cada estado, assim como do Distrito Federal
Regionalização e de estratégias de regulação no que couber, independente de sua
do sistema, mediante a adequação dos condição de gestão, deverá ser programado
critérios e instrumentos de alocação e e apresentado da seguinte forma:
pactuação dos recursos assistenciais e a
adoção de mecanismos que visem regular a a) Relação de todos os municípios do estado,
oferta e a demanda de serviços, organizar os independentemente da sua condição de
fluxos e garantir o acesso às referências; gestão.
97
e) Parcela de recursos financeiros para o 33.6. Em regiões/microrregiões qualificadas,
atendimento da população residente sob os recursos referentes ao M1 alocados no
gestão estadual município-sede serão repassados ao Fundo
Municipal de Saúde quando o município-sede
f) Outros recursos sob gestão estadual, estiver habilitado em GPSM ou ao Fundo
alocados nos municípios ou na Secretaria Estadual de Saúde quando o município-sede
Estadual de Saúde estiver habilitado em GPAB-A.
49. Definir que unidades hospitalares públicas 52. A habilitação dos municípios e estados às
sob gerência de um nível de governo e gestão diferentes condições de gestão significa a
de outro, preferencialmente deixem de ser declaração dos compromissos assumidos por
remunerados por produção de serviços e parte do gestor perante os outros gestores e
passem a receber recursos correspondentes à perante a população sob sua
realização de metas estabelecidas de comum responsabilidade.
acordo.
III.1.1 Com relação ao processo de habilitação
50. Aprovar, na forma do Anexo 5 desta dos municípios
Norma, modelo contendo cláusulas mínimas
do Termo de Compromisso a ser firmado 53. A partir da publicação desta Norma os
entre as partes envolvidas, com o objetivo de municípios poderão habilitar-se em duas
regular a contratualização dos serviços condições:
oferecidos e a forma de pagamento das
unidades hospitalares. · GESTÃO PLENA DA ATENÇÃO BÁSICA
AMPLIADA; e
51. Os recursos financeiros para cobrir o
citado Termo de Compromisso devem ser · GESTÃO PLENA DO SISTEMA MUNICIPAL.
subtraídos das parcelas correspondentes à
53.1. Todos os municípios que vierem a ser
população própria e à população
habilitados em Gestão Plena do Sistema
referenciada do limite financeiro do
Municipal, nos termos desta Norma, estarão
(município/estado), e repassado diretamente
também habilitados em Gestão Plena da
ao ente público gerente da unidade, em
Atenção Básica Ampliada.
conta específica para esta finalidade aberta
em seu fundo de saúde.
53.2. Cabe à Secretaria Estadual de Saúde a
gestão do SUS nos municípios não
CAPÍTULO - III
habilitados, enquanto for mantida a situação
de não habilitação.
102
54. Os municípios, para se habilitarem à conforme descrito no Subitem 7.3 - Item 7 -
Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada, Capítulo I desta Norma.
deverão assumir as responsabilidades,
cumprir os requisitos e gozar das h) Desenvolvimento do cadastramento
prerrogativas definidas a seguir: nacional dos usuários do SUS, segundo a
estratégia de implantação do Cartão Nacional
Responsabilidades de Saúde, com vistas à vinculação de clientela
e à sistematização da oferta dos serviços.
a) Elaboração do Plano Municipal de Saúde, a
ser submetido à aprovação do Conselho i) Prestação dos serviços relacionados aos
Municipal de Saúde, que deve contemplar a procedimentos cobertos pelo PAB Ampliado
Agenda de Saúde Municipal, harmonizada e acompanhamento, no caso de referência
com as agendas nacional e estadual, bem interna ou externa ao município, dos demais
como o Quadro de Metas, mediante o qual serviços prestados aos seus munícipes,
será efetuado o acompanhamento dos conforme a PPI, mediado pela SES.
Relatórios de Gestão.
j) Desenvolver as atividades de: realização do
b) Integração e articulação do município na cadastro, contratação, controle, avaliação,
rede estadual e respectivas responsabilidades auditoria e pagamento aos prestadores dos
na PPI do estado, incluindo detalhamento da serviços contidos no PAB-A, localizados em
programação de ações e serviços que seu território e vinculados ao SUS.
compõem o sistema municipal.
k) Operação do SIA/SUS e o SIAB, quando
c) Gerência de unidades ambulatoriais aplicável, conforme normas do Ministério da
próprias. Saúde, e alimentação junto à Secretaria
Estadual de Saúde, dos bancos de dados
d) Gerência de unidades ambulatoriais nacionais.
transferidas pelo estado ou pela União.
l) Autorização, desde que não haja definição
e) Organização da rede de atenção básica, contrária por parte da CIB, das internações
incluída a gestão de prestadores privados, hospitalares e dos procedimentos
quando excepcionalmente houver ambulatoriais especializados, realizados no
prestadores privados nesse nível e atenção. município, que continuam sendo pagos por
produção de serviços.
f) Cumprimento das responsabilidades
definidas no Subitem 7.1 - Item 7 - Capítulo I m) Manutenção do cadastro atualizado das
desta Norma. unidades assistenciais sob sua gestão,
segundo normas do MS.
g) Disponibilização, em qualidade e
quantidade suficiente para a sua população, n) Realização de avaliação permanente do
de serviços capazes de oferecer atendimento impacto das ações do Sistema sobre as
condições de saúde dos seus munícipes e
103
sobre o seu meio ambiente, incluindo o equipamentos e mecanismos de
cumprimento do pacto de indicadores da comunicação.
atenção básica.
e) Comprovar, por meio da alimentação do
o) Execução das ações básicas de vigilância Sistema de Informações sobre Orçamentos
sanitária, de acordo com a legislação em vigor Públicos em Saúde (SIOPS), a dotação
e a normatização da Agência Nacional de orçamentária do ano e o dispêndio realizado
Vigilância Sanitária (ANVISA). no ano anterior, correspondente à
contrapartida de recursos financeiros
p) Execução das ações básicas de próprios do Tesouro Municipal, de acordo
epidemiologia, de controle de doenças e de com a Emenda Constitucional 29, de 14 de
ocorrências mórbidas, decorrentes de causas setembro de 2000.
externas, como acidentes, violências e outras,
de acordo com normatização vigente. f) Estabelecimento do Pacto da Atenção
Básica para o ano em curso;
q) Elaboração do relatório anual de gestão e
aprovação pelo Conselho Municipal de g) Comprovar, para efeito de avaliação da
Saúde/CMS. Atenção Básica a ser realizada pela Secretaria
Estadual de Saúde e validada pela SPS/MS,
r) Firmar o Pacto de Indicadores da Atenção para encaminhamento à CIT:
Básica com o estado.
1. Desempenho satisfatório nos indicadores
Requisitos do Pacto da Atenção Básica do ano anterior;
104
i) Comprovar a capacidade para o aprovado anualmente pelo Conselho
desenvolvimento de ações básicas de Municipal de Saúde.
vigilância epidemiológica.
b) Integração e articulação do município na
j) Formalizar junto a CIB, após aprovação pelo rede estadual e respectivas responsabilidades
CMS, o pleito de habilitação, atestando o na PPI do estado, incluindo detalhamento da
cumprimento dos requisitos relativos à programação de ações e serviços que
condição de gestão pleiteada. compõem o sistema municipal.
105
garantir o acesso de sua população a serviços b) Comprovar a operação do Fundo Municipal
não disponíveis em seu território. de Saúde e disponibilidade orçamentária
suficiente, bem como mecanismos para
h) Integração dos serviços existentes no pagamento de prestadores públicos e
município aos mecanismos de regulação privados de saúde.
ambulatoriais e hospitalares.
c) Apresentar o Plano Municipal de Saúde,
i) Desenvolver as atividades de realização do aprovado pelo CMS, que deve contemplar a
cadastro, contratação, controle, avaliação, Agenda de Saúde Municipal, harmonizada
auditoria e pagamento de todos os com as agendas nacional e estadual, bem
prestadores dos serviços localizados em seu como o Quadro de Metas, mediante o qual
território e vinculados ao SUS. será efetuado o acompanhamento dos
Relatórios de Gestão.
j) Operação do SIH e do SIA/SUS, conforme
normas do MS, e alimentação, junto a SES, d) Estabelecimento do Pacto da Atenção
dos bancos de dados de interesse nacional e Básica para o ano em curso;
estadual.
e) Comprovar, para efeito de avaliação da
k) Manutenção do cadastro atualizado de Atenção Básica a ser realizada pela Secretaria
unidades assistenciais em seu território, Estadual de Saúde e validada pela SPS/MS,
segundo normas do MS. para encaminhamento a CIT:
106
g) Comprovar a estruturação do componente m) Apresentar o Relatório de Gestão do ano
municipal do Sistema Nacional de Auditoria anterior à solicitação do pleito, devidamente
(SNA). aprovado pelo CMS.
107
c) Gestão do conjunto das unidades d) Formulação e execução da política de
prestadoras de serviços ao SUS ambulatoriais sangue e hemoterapia, de acordo com a
especializadas e hospitalares, estatais e política nacional.
privadas, estabelecidas no território
municipal. e) Coordenação do sistema de referências
intermunicipais, organizando o acesso da
III.1.2 Do processo de habilitação dos estados população, viabilizando com os municípios-
sede de módulos assistenciais e pólos os
56. A partir da publicação desta Norma, os Termos de Compromisso para a Garantia de
estados podem habilitar-se em duas Acesso.
condições:
f) Gestão dos sistemas municipais nos
· GESTÃO AVANÇADA DO SISTEMA municípios não habilitados em nenhuma das
ESTADUAL; condições de gestão vigentes no SUS
108
l) Cooperação técnica e financeira com o t) Apoio logístico e estratégico às atividades
conjunto de municípios, objetivando a de atenção à saúde das populações
consolidação do processo de indígenas, na conformidade de critérios
descentralização, a organização da rede estabelecidos pela CIT.
regionalizada e hierarquizada de serviços, a
realização de ações de epidemiologia, de u) Operação dos Sistemas Nacionais de
controle de doenças, de vigilância sanitária, Informação, conforme normas do MS, e
assim como o pleno exercício das funções alimentação dos bancos de dados de
gestoras de planejamento, controle, interesse nacional.
avaliação e auditoria.
v) Coordenação do processo de pactuação
m) Estruturação e operação do Componente dos indicadores da Atenção Básica com os
Estadual do SNA. municípios, informação das metas pactuadas
ao Ministério da Saúde e acompanhamento
n) Implementação de políticas de integração da evolução dos indicadores pactuados.
das ações de saneamento às ações de saúde.
Requisitos
o) Coordenação das atividades de vigilância
epidemiológica e de controle de doenças e a) Apresentar o Plano Estadual de Saúde,
execução complementar conforme pactuação aprovado pelo CES, contendo minimamente:
estabelecida com a Fundação Nacional de
Saúde. - Quadro de Metas, compatível com a
Agenda de Saúde, por meio do qual a
p) Execução de operações complexas execução do Plano será acompanhada
voltadas ao controle de doenças que possam anualmente nos relatórios de gestão;
se beneficiar da economia de escala.
- programação integrada das ações
q) Coordenação das atividades de vigilância ambulatoriais, hospitalares e de alto custo, de
sanitária e execução complementar conforme epidemiologia e de controle de doenças -
a legislação em vigor e pactuação incluindo, entre outras, as atividades de
estabelecida com a ANVISA. vacinação, de controle de vetores e de
reservatórios - de saneamento, de pesquisa e
r) Execução das ações básicas de vigilância desenvolvimento;
sanitária, referentes aos municípios não
habilitados nas condições de gestão - estratégias de descentralização das ações
estabelecidas nesta Norma. de saúde para municípios;
109
c) Comprovar a implementação da k) Comprovar a estruturação do componente
programação pactuada e integrada das ações estadual do SNA.
ambulatoriais, hospitalares e de alto custo,
contendo a referência intermunicipal e os l)Comprovar, formalmente, capacidade
critérios para sua elaboração, bem como técnica, administrativa e operacional para o
proposição de estratégias de monitoramento desempenho das atividades de controle,
e garantia de referências intermunicipais e regulação, e avaliação através da definição de
critérios de revisão periódica dos limites estrutura física, administrativa, recursos
financeiros dos municípios. humanos, equipamentos e mecanismos de
comunicação (linha telefônica e acesso a
d) Comprovar, por meio da alimentação do internet). Comprovar também, a estruturação
Sistema de Informações sobre Orçamentos e operacionalização de mecanismos e
Públicos em Saúde (SIOPS), a dotação instrumentos de regulação de serviços
orçamentária do ano e o dispêndio realizado ambulatoriais e hospitalares.
no ano anterior, correspondente à
contrapartida de recursos financeiros m) Comprovar a Certificação do processo de
próprios do Tesouro Estadual, de acordo com descentralização das ações de epidemiologia
a Emenda Constitucional 29, de 14 de e controle de doenças.
setembro de 2000.
n) Comprovar o funcionamento de serviço de
e) Comprovar o funcionamento da CIB. vigilância sanitária no estado, organizado
segundo a legislação e capacidade de
f) Comprovar o funcionamento do CES. desenvolvimento de ações de vigilância
sanitária.
g) Comprovar a operação do Fundo Estadual
de Saúde e disponibilidade orçamentária o) Estabelecimento do Pacto de Indicadores
suficiente, bem como mecanismos para da Atenção Básica.
pagamento de prestadores públicos e
privados de saúde. p) Apresentar à CIT a formalização do pleito,
devidamente aprovado pela CIB e pelo CES,
h) Apresentar relatório de gestão aprovado atestando o cumprimento dos requisitos
pelo CES, relativo ao ano anterior à relativos à condição de gestão pleiteada.
solicitação do pleito.
Prerrogativas
i) Comprovar descentralização para os a) Transferência regular e automática dos
municípios habilitados da rede de Unidades recursos correspondentes ao Piso de Atenção
Assistenciais Básicas. Básica (PAB) relativos aos municípios não
habilitados, nos termos da NOB 96.
j) Comprovar a transferência da gestão da
atenção hospitalar e ambulatorial aos b) Transferência regular e automática dos
municípios habilitados em GPSM, nos termos recursos correspondentes ao financiamento
desta Norma. per capita do M1 em regiões qualificadas, nos
110
casos em que o município-sede estiver 60. Os municípios habilitados em gestão
habilitado somente em Gestão Plena da plena da atenção básica ampliada estarão
Atenção Básica Ampliada. passíveis de desabilitação quando:
111
- crédito na conta bancária do Fundo B.4 comando único da gestão sobre os
Estadual/Municipal de Saúde, pelo Fundo prestadores de serviço em seu território.
Nacional de Saúde;
61.1. A desabilitação de municípios em GPSM
- disponibilização dos arquivos de implicará permanência apenas em GPAB-A,
processamento do SIH/SUS, no BBS/MS pelo desde que o motivo da desabilitação não
DATASUS. tenha sido referente às responsabilidades
atribuídas à gestão plena da atenção básica
b) falta de alimentação dos Bancos de Dados ampliada.
Nacionais, estabelecidos como obrigatórios,
por 2 (dois) meses consecutivos ou 3 (três) 61.2. São motivos de suspensão imediata,
meses alternados; pelo MS, dos repasses financeiros a serem
transferidos, mensalmente, fundo a fundo,
c) indicação de suspensão por Auditoria para os municípios:
realizada pelos componentes estadual ou
nacional do SNA, respeitado o prazo de a) não pagamento aos prestadores de
defesa do município envolvido. serviços sob sua gestão, públicos ou privados,
hospitalares e ambulatoriais, até o quinto dia
III.2.1.2 Da condição de Gestão Plena do útil, após o cumprimento pelo Ministério da
Sistema Municipal Saúde das seguintes condições:
112
62. Os estados que não cumprirem as pleiteantes a GPSM desta NOAS estão
responsabilidades definidas para a forma de definidos no Anexo II da Instrução Normativa
gestão à qual encontrarem-se habilitados 01/02.
estarão passíveis de desabilitação pela CIT.
64. Os instrumentos de comprovação, fluxos
62.1. São motivos de suspensão imediata e prazos para operacionalização dos
pelo MS dos repasses financeiros a serem processos de habilitação e desabilitação de
transferidos, mensalmente, fundo a fundo, municípios e estados estão definidos na IN
para os estados: 01/02.
114
Art 2º - Aprovar as Diretrizes Operacionais do laboratoriais; 132 milhões de atendimentos
Pacto pela Saúde em 2006 – Consolidação do de alta complexidade e 14 mil transplantes de
SUS com seus três componentes: Pactos Pela órgãos. Além de ser o segundo país do
Vida, em Defesa do SUS e de Gestão, na mundo em número de transplantes, o Brasil é
forma do Anexo II a esta Portaria. reconhecido internacionalmente pelo seu
progresso no atendimento universal às
Art. 3º - Ficam mantidas, até a assinatura do Doenças Sexualmente Transmissíveis/AIDS,
Termo de Compromisso de Gestão constante na implementação do Programa Nacional de
nas Diretrizes Operacionais do Pacto pela Imunização e no atendimento relativo à
Saúde 2006, as mesmas prerrogativas e Atenção Básica. O SUS é avaliado
responsabilidades dos municípios e estados positivamente pelos que o utilizam
que estão habilitados em Gestão Plena do rotineiramente e está presente em todo
Sistema, conforme estabelecido na Norma território nacional.
Operacional Básica - NOB SUS 01/96 e na
Norma Operacional da Assistência à Saúde - Ao longo de sua história houve muitos
NOAS SUS 2002. avanços e também desafios permanentes a
superar. Isso tem exigido, dos gestores do
Art. 4º - Esta Portaria entra em vigor na data SUS, um movimento constante de mudanças,
de sua publicação. pela via das reformas incrementais. Contudo,
esse modelo parece ter se esgotado, de um
ANEXO I lado, pela dificuldade de imporem-se normas
gerais a um país tão grande e desigual; de
PACTO PELA SAÚDE 2006
outro, pela sua fixação em conteúdos
normativos de caráter técnico-processual,
Consolidação do SUS
tratados, em geral, com detalhamento
O Sistema Único de Saúde - SUS é uma excessivo e enorme complexidade.
política pública que acaba de completar uma
Na perspectiva de superar as dificuldades
década e meia de existência. Nesses poucos
apontadas, os gestores do SUS assumem o
anos, foi construído no Brasil, um sólido
compromisso público da construção do
sistema de saúde que presta bons serviços à
PACTO PELA SAÚDE 2006, que será
população brasileira.
anualmente revisado, com base nos princípios
O SUS tem uma rede de mais de 63 mil constitucionais do SUS, ênfase nas
unidades ambulatoriais e de cerca de 6 mil necessidades de saúde da população e que
unidades hospitalares, com mais de 440 mil implicará o exercício simultâneo de definição
leitos. Sua produção anual é de prioridades articuladas e integradas nos
aproximadamente de 12 milhões de três componentes: Pacto pela Vida, Pacto em
internações hospitalares; 1 bilhão de Defesa do SUS e Pacto de Gestão do SUS.
procedimentos de atenção primária à saúde;
Estas prioridades são expressas em objetivos
150 milhões de consultas médicas; 2 milhões
e metas no Termo de Compromisso de
de partos; 300 milhões de exames
Gestão e estão detalhadas no documento
115
Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde Fortalecer a capacidade de resposta do
2006 sistema de saúde às doenças emergentes e
endemias.
I – O PACTO PELA VIDA:
PROMOÇÃO DA SAÚDE:
O Pacto pela Vida está constituído por um
conjunto de compromissos sanitários, Elaborar e implantar a Política Nacional de
expressos em objetivos de processos e Promoção da Saúde, com ênfase na adoção
resultados e derivados da análise da situação de hábitos saudáveis por parte da população
de saúde do País e das prioridades definidas brasileira, de forma a internalizar a
pelos governos federal, estaduais e responsabilidade individual da prática de
municipais. atividade física regula,r alimentação saudável
e combate ao tabagismo.
Significa uma ação prioritária no campo da
saúde que deverá ser executada com foco em ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE
resultados e com a explicitação inequívoca
dos compromissos orçamentários e Consolidar e qualificar a estratégia da Saúde
financeiros para o alcance desses resultados. da Família como modelo de atenção básica à
saúde e como centro ordenador das redes de
As prioridades do PACTO PELA VIDA e seus atenção à saúde do SUS.
objetivos para 2006 são:
II – O PACTO EM DEFESA DO SUS:
SAÚDE DO IDOSO:
O Pacto em Defesa do SUS envolve ações
Implantar a Política Nacional de Saúde da concretas e articuladas pelas três instâncias
Pessoa Idosa, buscando a atenção integral. federativas no sentido de reforçar o SUS
como política de Estado mais do que política
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE MAMA: de governos; e de defender, vigorosamente,
os princípios basilares dessa política pública,
Contribuir para a redução da mortalidade por inscritos na Constituição Federal.
câncer de colo do útero e de mama.
A concretização desse Pacto passa por um
MORTALIDADE INFANTIL E MATERNA: movimento de repolitização da saúde, com
uma clara estratégia de mobilização social
Reduzir a mortalidade materna, infantil
envolvendo o conjunto da sociedade
neonatal, infantil por doença diarréica e por
brasileira, extrapolando os limites do setor e
pneumonias.
vinculada ao processo de instituição da saúde
como direito de cidadania, tendo o
DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS,
financiamento público da saúde como um dos
COM ÊNFASE NA DENGUE, HANSENÍASE,
pontos centrais.
TUBERCULOSE, MALÁRIA E INFLUENZA
116
As prioridades do Pacto em Defesa do SUS partir de uma unidade de princípios e uma
são: diversidade operativa que respeite as
singularidades regionais.
IMPLEMENTAR UM PROJETO
PERMANENTE DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL Esse Pacto radicaliza a descentralização de
COM A FINALIDADE DE: atribuições do Ministério da Saúde para os
estados, e para os municípios, promovendo
Mostrar a saúde como direito de cidadania e um choque de descentralização,
o SUS como sistema público universal acompanhado da desburocratização dos
garantidor desses direitos; processos normativos. Reforça a
territorialização da saúde como base para
Alcançar, no curto prazo, a regulamentação organização dos sistemas, estruturando as
da Emenda Constitucional nº 29, pelo regiões sanitárias e instituindo colegiados de
Congresso Nacional; gestão regional.
118
das necessidades de saúde da população e na 1 - O trabalho nesta área deve seguir as
busca da equidade social. seguintes diretrizes:
121
Elaborar e pactuar a Política Nacional de meio de vínculos de trabalho que favoreçam
Promoção da Saúde que contemple as o provimento e fixação dos profissionais.
especificidades próprias dos estados e
municípios devendo iniciar sua Implantar o processo de monitoramento e
implementação em 2006; avaliação da Atenção Básica nas três esferas
de governo, com vistas à qualificação da
F – FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO gestão descentralizada.
BÁSICA
Apoiar diferentes modos de organização e
1 - Objetivos fortalecimento da Atenção Básica que
considere os princípios da estratégia de
Assumir a estratégia de saúde da família Saúde da Família, respeitando as
como estratégia prioritária para o especificidades loco-regionais.
fortalecimento da atenção básica, devendo
seu desenvolvimento considerar as diferenças II - PACTO EM DEFESA DO SUS
loco-regionais.
A – DIRETRIZES
Desenvolver ações de qualificação dos
profissionais da atenção básica por meio de O trabalho dos gestores das três esferas de
estratégias de educação permanente e de governo e dos outros atores envolvidos
oferta de cursos de especialização e dentro deste Pacto deve considerar as
residência multiprofissional e em medicina da seguintes diretrizes:
família.
Expressar os compromissos entre os gestores
Consolidar e qualificar a estratégia de saúde do SUS com a consolidação da Reforma
da família nos pequenos e médios municípios. Sanitária Brasileira, explicitada na defesa dos
princípios do Sistema Único de Saúde
Ampliar e qualificar a estratégia de saúde da estabelecidos na Constituição Federal.
família nos grandes centros urbanos.
Desenvolver e articular ações, no seu âmbito
Garantir a infra-estrutura necessária ao de competência e em conjunto com os
funcionamento das Unidades Básicas de demais gestores, que visem qualificar e
Saúde, dotando-as de recursos materiais, assegurar o Sistema Único de Saúde como
equipamentos e insumos suficientes para o política pública.
conjunto de ações propostas para esses
serviços. 2 - O Pacto em Defesa do SUS deve se firmar
através de iniciativas que busquem:
Garantir o financiamento da Atenção Básica
como responsabilidade das três esferas de A repolitização da saúde, como um
gestão do SUS. movimento que retoma a Reforma Sanitária
Brasileira aproximando-a dos desafios atuais
Aprimorar a inserção dos profissionais da do SUS;
Atenção Básica nas redes locais de saúde, por
122
A Promoção da Cidadania como estratégia de Planejamento; Programação Pactuada e
mobilização social tendo a questão da saúde Integrada – PPI; Regulação; Participação
como um direito; Social e Gestão do Trabalho e da Educação
na Saúde.
A garantia de financiamento de acordo com
as necessidades do Sistema; DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO SUS
125
Regiões Intramunicipais, organizadas dentro municípios e por representantes do(s)
de um mesmo município de grande extensão gestor(es) estadual(ais), sendo as suas
territorial e densidade populacional; decisões sempre por consenso, pressupondo
o envolvimento e comprometimento do
Regiões Interestaduais, conformadas a partir conjunto de gestores com os compromissos
de municípios limítrofes em diferentes pactuados.
estados;
Nos casos onde as CIB regionais estão
Regiões Fronteiriças, conformadas a partir de constituídas por representação e não for
municípios limítrofes com países vizinhos. possível a imediata incorporação de todos os
municípios da Região de Saúde deve ser
Nos casos de regiões fronteiriças o Ministério pactuado um cronograma de adequação, no
da Saúde deve envidar esforços no sentido de menor prazo possível, para a inclusão de
promover articulação entre os países e órgãos todos os municípios nos respectivos
envolvidos, na perspectiva de implementação colegiados regionais.
do sistema de saúde e conseqüente
organização da atenção nos municípios O Colegiado deve instituir processo de
fronteiriços, coordenando e fomentando a planejamento regional, que defina as
constituição dessas Regiões e participando prioridades, as responsabilidades de cada
do colegiado de gestão regional. ente, as bases para a programação pactuada
integrada da atenção a saúde, o desenho do
- Mecanismos de Gestão Regional processo regulatório, as estratégias de
qualificação do controle social, as linhas de
Para qualificar o processo de regionalização,
investimento e o apoio para o processo de
buscando a garantia e o aprimoramento dos
planejamento local.
princípios do SUS, os gestores de saúde da
Região deverão constituir um espaço O planejamento regional, mais que uma
permanente de pactuação e co-gestão exigência formal, deverá expressar as
solidária e cooperativa através de um responsabilidades dos gestores com a saúde
Colegiado de Gestão Regional. A da população do território e o conjunto de
denominação e o funcionamento do objetivos e ações que contribuirão para a
Colegiado devem ser acordados na CIB; garantia do acesso e da integralidade da
atenção, devendo as prioridades e
O Colegiado de Gestão Regional se constitui
responsabilidades definidas regionalmente
num espaço de decisão através da
estar refletidas no plano de saúde de cada
identificação, definição de prioridades e de
município e do estado;
pactuação de soluções para a organização de
uma rede regional de ações e serviços de Os colegiados de gestão regional deverão ser
atenção à saúde, integrada e resolutiva; apoiados através de câmaras técnicas
permanentes que subsidiarão com
O Colegiado deve ser formado pelos
informações e análises relevantes.
gestores municipais de saúde do conjunto de
126
- Etapas do Processo de Construção da com agregação de mais de uma região em
Regionalização uma macrorregião; o ponto de corte de
média e alta-complexidade na região ou na
- Critérios para a composição da Região de macroregião deve ser pactuado na CIB, a
Saúde, expressa no PDR: partir da realidade de cada estado.
Existência de fluxos assistenciais que devem Nas CIB regionais constituídas por
ser alterados, se necessário, para a representação, quando não for possível a
organização da rede de atenção à saúde; imediata incorporação de todos os gestores
de saúde dos municípios da Região de saúde,
Considerar a rede de ações e serviços de
deve ser pactuado um cronograma de
saúde, onde:
adequação, com o menor prazo possível, para
a inclusão de todos os gestores nos
Todos os municípios se responsabilizam pela
respectivos colegiados de gestão regionais;
atenção básica e pelas ações básicas de
vigilância em saúde;
Constituir uma estrutura de apoio ao
colegiado, através de câmara técnica e
O desenho da região propicia relativo grau de
eventualmente, grupos de trabalho formados
resolutividade àquele território, como a
com técnicos dos municípios e do estado;
suficiência em Atenção Básica e parte da
Média Complexidade.
Estabelecer uma agenda regular de reuniões;
A suficiência está estabelecida ou a estratégia
O funcionamento do Colegiado deve ser
para alcançá-la está explicitada no
organizado de modo a exercer as funções de:
planejamento regional, contendo, se
necessário, a definição dos investimentos. Instituir um processo dinâmico de
planejamento regional
O desenho considera os parâmetros de
incorporação tecnológica que compatibilizem Atualizar e acompanhar a programação
economia de escala com eqüidade no acesso. pactuada integrada de atenção em saúde
128
Bloco de financiamento para a Atenção Incentivo à Saúde no Sistema Penitenciário
Básica
Os recursos do PAB Variável serão
O financiamento da Atenção Básica é de transferidos ao Município que aderir e
responsabilidade das três esferas de gestão implementar as estratégias específicas a que
do SUS, sendo que os recursos federais se destina e a utilização desses recursos deve
comporão o Bloco Financeiro da Atenção estar definida no Plano Municipal de Saúde;
Básica dividido em dois componentes: Piso da
Atenção Básica e Piso da Atenção Básica O PAB Variável da Assistência Farmacêutica e
Variável e seus valores serão estabelecidos da Vigilância em Saúde passam a compor os
em Portaria específica, com memórias de seus Blocos de Financiamento respectivos.
cálculo anexas.
Compensação de Especificidades Regionais é
O Piso de Atenção Básica - PAB consiste em um montante financeiro igual a 5% do valor
um montante de recursos financeiros, que mínimo do PAB fixo multiplicado pela
agregam as estratégias destinadas ao custeio população do Estado, para que as CIBs
de ações de atenção básica à saúde; definam a utilização do recurso de acordo
com as especificidades estaduais, podendo
Os recursos financeiros do PAB serão incluir sazonalidade, migrações, dificuldade
transferidos mensalmente, de forma regular e de fixação de profissionais, IDH, indicadores
automática, do Fundo Nacional de Saúde aos de resultados. Os critérios definidos devem
Fundos de Saúde dos Municípios e do Distrito ser informados ao plenário da CIT.
Federal.
b) Bloco de financiamento para a Atenção de
O Piso da Atenção Básica Variável - PAB Média e Alta Complexidade
Variável consiste em um montante financeiro
destinado ao custeio de estratégias Os recursos correspondentes ao
específicas desenvolvidas no âmbito da financiamento dos procedimentos relativos à
Atenção Básica em Saúde. média e alta complexidade em saúde
compõem o Limite Financeiro da Média e Alta
O PAB Variável passa a ser composto pelo Complexidade Ambulatorial e Hospitalar do
financiamento das seguintes estratégias: Distrito Federal, dos Estados e dos
Municípios.
Saúde da Família;
Os recursos destinados ao custeio dos
Agentes Comunitários de Saúde; procedimentos pagos atualmente através do
Fundo de Ações Estratégicas e Compensação
Saúde Bucal; – FAEC serão incorporados ao Limite
Financeiro de cada Estado, Município e do
Compensação de especificidades regionais
Distrito Federal, conforme pactuação entre os
gestores.
Fator de incentivo da Atenção Básica aos
Povos Indígenas
129
O Fundo de Ações Estratégicas e oferecendo cobertura para o custeio de ações
Compensação – FAEC se destina, assim, ao coletivas visando garantir o controle de riscos
custeio de procedimentos, conforme sanitários inerentes ao objeto de ação,
detalhado a seguir: avançando em ações de regulação, controle e
avaliação de produtos e serviços associados
Procedimentos regulados pela CNRAC – ao conjunto das atividades.
Central Nacional de Regulação da Alta
Complexidade; O Limite Financeiro de Vigilância em Saúde
será transferido em parcelas mensais e o valor
Transplantes; da transferência mensal para cada um dos
Estados, Municípios e Distrito Federal, bem
Ações Estratégicas Emergenciais, de caráter como o Limite Financeiro respectivo será
temporário, implementadas com prazo pré- estabelecido em Portaria específica e
definido; detalhará os diferentes componentes que o
formam, com memórias de cálculo anexas.
Novos procedimentos: cobertura financeira
de aproximadamente seis meses, quando da Comporão ainda, o bloco do financiamento
inclusão de novos procedimentos, sem da Vigilância em Saúde – Sub-bloco Vigilância
correlação à tabela vigente, até a formação Epidemiológica, os recursos que se destinam
de série histórica para a devida agregação ao às seguintes finalidades, com repasses
MAC. específicos:
130
Fundo de Compensação em VISA, pactuação nas CIB e com contrapartida
administrado pela ANVISA e destinado ao financeira dos estados e dos municípios.
financiamento de gestão e descentralização
da Vigilância Sanitária. Parte Variável: valor com base per capita para
ações de assistência farmacêutica dos
Em Estados onde o valor per cápita que Programas de Hipertensão e Diabetes,
compõe o TAM não atinge o teto exceto insulina; Asma e Rinite; Saúde Mental;
orçamentário mínimo daquele Estado, a Saúde da Mulher; Alimentação e Nutrição e
União assegurará recurso financeiro para Combate ao Tabagismo.
compor o Piso Estadual de Vigilância Sanitária
– PEVISA. A parte variável do Componente Básico será
transferida ao município ou estado, conforme
d) Bloco de financiamento para a Assistência pactuação na CIB, à medida que este
Farmacêutica implementa e organiza os serviços previstos
pelos Programas específicos.
A Assistência Farmacêutica será financiada
pelos três gestores do SUS devendo agregar O Componente Estratégico da Assistência
a aquisição de medicamentos e insumos e a Farmacêutica consiste em financiamento para
organização das ações de assistência ações de assistência farmacêutica de
farmacêutica necessárias, de acordo com a programas estratégicos.
organização de serviços de saúde.
O financiamento e o fornecimento de
O Bloco de financiamento da Assistência medicamentos, produtos e insumos para os
Farmacêutica se organiza em três Programas Estratégicos são de
componentes: Básico, Estratégico e responsabilidade do Ministério da Saúde e
Medicamentos de Dispensação Excepcional. reúne:
132
das desigualdades de acesso e à garantia da O processo de planejamento no âmbito do
integralidade da atenção à saúde. SUS deve ser desenvolvido de forma
articulada, integrada e solidária entre as três
Os investimentos deverão priorizar a esferas de gestão. Essa forma de atuação
recuperação, a re-adequação e a expansão da representará o Sistema de Planejamento do
rede física de saúde e a constituição dos Sistema Único de Saúde baseado nas
espaços de regulação. responsabilidades de cada esfera de gestão,
com definição de objetivos e conferindo
Os projetos de investimento apresentados direcionalidade ao processo de gestão do
para o Ministério da Saúde deverão ser SUS, compreendendo nesse sistema o
aprovados nos respectivos Conselhos de monitoramento e avaliação.
Saúde e na CIB, devendo refletir uma
prioridade regional. Este sistema de planejamento pressupõe que
cada esfera de gestão realize o seu
São eixos prioritários para aplicação de planejamento, articulando-se de forma a
recursos de investimentos: fortalecer e consolidar os objetivos e
diretrizes do SUS, contemplando as
Estímulo à Regionalização - Deverão ser
peculiaridades, necessidades e realidades de
priorizados projetos de investimentos que
saúde locorregionais.
fortaleçam a regionalização do SUS, com base
nas estratégicas nacionais e estaduais, Como parte integrante do ciclo de gestão, o
considerando os PDI (Plano de sistema de planejamento buscará, de forma
Desenvolvimento Integrado) atualizados, o tripartite, a pactuação de bases funcionais do
mapeamento atualizado da distribuição e planejamento, monitoramento e avaliação do
oferta de serviços de saúde em cada espaço SUS, bem como promoverá a participação
regional e parâmetros de incorporação social e a integração intra e intersetorial,
tecnológica que compatibilizem economia de considerando os determinantes e
escala e de escopo com eqüidade no acesso. condicionantes de saúde.
133
Pactuar diretrizes gerais para o processo de Promover a eficiência dos processos
planejamento no âmbito do SUS e o elenco compartilhados de planejamento e a eficácia
dos instrumentos a serem adotados pelas três dos resultados, bem como da participação
esferas de gestão; social nestes processos;
134
planos, relatórios, programações – a serem A tabela unificada de procedimentos deve
adotados pelas três esferas de gestão, com orientar a programação das ações que não
adequação dos instrumentos legais do SUS estão organizadas por áreas de atuação,
no tocante a este processo e instrumentos considerando seus níveis de agregação, para
dele resultantes; formar as aberturas programáticas;
A PPI deve explicitar os pactos de referencia A programação deve ser realizada a cada
entre municípios, gerando a parcela de gestão, revisada periodicamente e sempre
recursos destinados à própria população e à que necessário, em decorrência de alterações
população referenciada. de fluxo no atendimento ao usuário; de oferta
de serviços; na tabela de procedimentos; e no
As principais diretrizes norteadoras do teto financeiro, dentre outras.
processo de programação pactuada são:
A programação pactuada e integrada deve
A programação deve estar inserida no subsidiar a programação física financeira dos
processo de planejamento e deve considerar estabelecimentos de saúde.
as prioridades definidas nos planos de saúde
em cada esfera de gestão; A programação pactuada e integrada deve
guardar relação com o desenho da
Os gestores estaduais e municipais possuem regionalização naquele estado.
flexibilidade na definição de parâmetros e
prioridades que irão orientar a programação, Regulação da Atenção à Saúde e Regulação
ressalvados os parâmetros pactuados Assistencial
nacional e estadualmente.
Para efeitos destas diretrizes, serão adotados
A programação é realizada prioritariamente, os seguintes conceitos:
por áreas de atuação a partir das ações
básicas de saúde para compor o rol de ações Regulação da Atenção à Saúde - tem como
de maior complexidade; objeto a produção de todas as ações diretas
e finais de atenção à saúde, dirigida aos
135
prestadores de serviços de saúde, públicos e e analisar criticamente os históricos clínicos
privados. As ações da Regulação da Atenção com vistas a verificar a execução dos
à Saúde compreendem a Contratação, a procedimentos e realçar as não
Regulação do Acesso à Assistência ou conformidades.
Regulação Assistencial, o Controle
Assistencial, a Avaliação da Atenção à Saúde, Como princípios orientadores do processo de
a Auditoria Assistencial e as regulamentações regulação, fica estabelecido que:
da Vigilância Epidemiológica e Sanitária.
Cada prestador responde apenas a um
Contratação - o conjunto de atos que gestor;
envolvem desde a habilitação dos
serviços/prestadores até a formalização do A regulação dos prestadores de serviços deve
contrato na sua forma jurídica. ser preferencialmente do município conforme
desenho da rede da assistência pactuado na
Regulação do Acesso à Assistência ou CIB, observado o Termo de Compromisso de
Regulação Assistencial - conjunto de relações, Gestão do Pacto e os seguintes princípios:
saberes, tecnologias e ações que
intermedeiam a demanda dos usuários por da descentralização, municipalização e
serviços de saúde e o acesso a estes. comando único;
Extinção do pagamento dos serviços dos 8.1 - As diretrizes para a Gestão do Trabalho
profissionais médicos por meio do código 7. no SUS são as seguintes:
137
O Ministério da Saúde deve formular esferas de gestão estaduais e municipais do
diretrizes de cooperação técnica para a SUS;
gestão do trabalho no SUS;
As Secretarias Estaduais e Municipais de
Desenvolver, pelas três esferas de gestão, Saúde devem envidar esforços para a criação
estudos quanto às estratégias e ou fortalecimento de estruturas de Recursos
financiamento tripartite de política de Humanos, objetivando cumprir um papel
reposição da força de trabalho indutor de mudanças, tanto no campo da
descentralizada; gestão do trabalho, quanto no campo da
educação na saúde;
As Diretrizes para Planos de Cargos e Carreira
do SUS devem ser um instrumento que visa 8.2 - Serão priorizados os seguintes
regular as relações de trabalho e o componentes na estruturação da Gestão do
desenvolvimento do trabalhador, bem como Trabalho no SUS:
a consolidação da carreira como instrumento
estratégico para a política de recursos Estruturação da Gestão do Trabalho no SUS -
humanos no Sistema; Esse componente trata das necessidades
exigidas para a estruturação da área de
Promover relações de trabalho que Gestão do Trabalho integrado pelos
obedeçam a exigências do princípio de seguintes eixos: base jurídico-legal;
legalidade da ação do Estado e de proteção atribuições específicas; estrutura e
dos direitos associados ao trabalho; dimensionamento organizacional e estrutura
física e equipamentos. Serão priorizados para
Desenvolver ações voltadas para a adoção de este Componente, Estados, Capitais, Distrito
vínculos de trabalho que garantam os direitos Federal e nos Municípios com mais de 500
sociais e previdenciários dos trabalhadores de empregos públicos, desde que possuam ou
saúde, promovendo ações de adequação de venham a criar setores de Gestão do Trabalho
vínculos, onde for necessário, nas três esferas e da Educação nas secretarias estaduais e
de governo, com o apoio técnico e financeiro municipais de saúde;
aos Municípios, pelos Estados e União,
conforme legislação vigente; Capacitação de Recursos Humanos para a
Gestão do Trabalho no SUS - Esse
Os atores sociais envolvidos no desejo de componente trata da qualificação dos
consolidação dos SUS atuarão solidariamente gestores e técnicos na perspectiva do
na busca do cumprimento deste item, fortalecimento da gestão do trabalho em
observadas as responsabilidades legais de saúde. Estão previstos, para seu
cada segmento; desenvolvimento, a elaboração de material
didático e a realização de oficinas, cursos
Estimular processos de negociação entre presenciais ou à distância, por meio das
gestores e trabalhadores através da estruturas formadoras existentes;
instalação de Mesas de Negociação junto às
138
Sistema Gerencial de Informações - Esse Buscar a revisão da normatização vigente que
componente propõe proceder à análise de institui a Política Nacional de Educação
sistemas de informação existentes e Permanente em Saúde, contemplando a
desenvolver componentes de otimização e conseqüente e efetiva descentralização das
implantação de sistema informatizado que atividades de planejamento, monitoramento,
subsidie a tomada de decisão na área de avaliação e execução orçamentária da
Gestão do Trabalho. Educação Permanente para o trabalho no
SUS;
Educação na Saúde
Centrar, o planejamento, programação e
9.1 – A - As diretrizes para o trabalho na acompanhamento das atividades educativas e
Educação na Saúde são: conseqüentes alocações de recursos na lógica
de fortalecimento e qualificação do SUS e
Avançar na implementação da Política atendimento das necessidades sociais em
Nacional de Educação Permanente por meio saúde;
da compreensão dos conceitos de formação
e educação permanente para adequá-los às Considerar que a proposição de ações para
distintas lógicas e especificidades; formação e desenvolvimento dos
profissionais de saúde para atender às
Considerar a educação permanente parte necessidades do SUS deve ser produto de
essencial de uma política de formação e cooperação técnica, articulação e diálogo
desenvolvimento dos trabalhadores para a entre os gestores das três esferas de governo,
qualificação do SUS e que comporta a adoção as instituições de ensino, os serviços e
de diferentes metodologias e técnicas de controle social e podem contemplar ações no
ensino-aprendizagem inovadoras, entre campo da formação e do trabalho.
outras coisas;
B - RESPONSABILIDADE SANITÁRIA
Considerar a Política Nacional de Educação
Permanente em Saúde uma estratégia do SUS Este capítulo define as Responsabilidades
para a formação e o desenvolvimento de Sanitárias e atribuições do Município, do
trabalhadores para o setor, tendo como Distrito Federal, do Estado e da União. A
orientação os princípios da educação gestão do Sistema Único de Saúde é
permanente; construída de forma solidária e cooperada,
com apoio mútuo através de compromissos
Assumir o compromisso de discutir e avaliar assumidos nas Comissões Intergestores
os processos e desdobramentos da Bipartite (CIB) e Tripartite (CIT).
implementação da Política Nacional de
Educação Permanente para ajustes Algumas responsabilidades atribuídas aos
necessários, atualizando-a conforme as municípios devem ser assumidas por todos os
experiências de implementação, assegurando municípios. As outras responsabilidades
a inserção dos municípios e estados neste serão atribuídas de acordo com o pactuado
processo;
139
e/ou com a complexidade da rede de serviços Considerando a Portaria GM/MS nº 699, de
localizada no território municipal. 30 de março de 2006, que regulamenta as
Diretrizes Operacionais dos Pactos pela Vida
No que se refere às responsabilidades e de Gestão;
atribuídas aos estados devem ser assumidas
por todos eles. Considerando que a Regionalização é uma
diretriz do Sistema Único de Saúde e um eixo
Com relação à gestão dos prestadores de estruturante do Pacto de Gestão e deve
serviço fica mantida a normatização orientar a descentralização das ações e
estabelecida na NOAS SUS 01/2002. As serviços de saúde e a organização da Rede de
referências na NOAS SUS 01/2002 às Atenção à Saúde;
condições de gestão de estados e municípios
ficam substituídas pelas situações pactuadas Considerando a necessidade de definir os
no respectivo Termo de Compromisso de fundamentos conceituais e operativos
Gestão. essenciais ao processo de organização da
Rede de Atenção à Saúde, bem como as
diretrizes e estratégias para sua
implementação;
Portaria nº 4.279, de 30 de
dezembro de 2010 Considerando a decisão dos gestores do SUS
na reunião da Comissão Intergestores
Estabelece diretrizes para a organização da Tripartite, realizada no dia 16 de dezembro
Rede de Atenção à Saúde no âmbito do de 2010, resolve:
Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 1º Estabelecer diretrizes para a
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso organização da Rede de Atenção à Saúde, no
da atribuição que lhe confere o inciso II do âmbito do SUS, na forma do Anexo a esta
parágrafo único do art. 87 da Constituição, e Portaria.
140
assegurar ao usuário o conjunto de ações e ferramentas de microgestão dos serviços e,
serviços que necessita com efetividade e diretrizes com algumas estratégias para a
eficiência. implementação da rede de atenção à saúde.
O texto foi elaborado a partir das discussões O modelo de atenção à saúde vigente
internas das áreas técnicas do Ministério da fundamentado nas ações curativas, centrado
Saúde e no Grupo de trabalho de Gestão da no cuidado médico e estruturado com ações
Câmara Técnica da Comissão Intergestores e serviços de saúde dimensionados a partir da
Tripartite, composto com representantes do oferta, tem se mostrado insuficiente para dar
Conselho Nacional de Secretarias Municipais conta dos desafios sanitários atuais e,
de Saúde (CONASEMS), do Conselho insustentável para os enfrentamentos futuros.
Nacional de Secretários de Saúde (CONASS)
e do Ministério da Saúde (MS). O cenário brasileiro é caracterizado pela
diversidade de contextos regionais com
O conteúdo dessas orientações está marcantes diferenças sócio econômicas e de
fundamentado no arcabouço normativo do necessidades de saúde da população entre as
SUS, com destaque para as Portarias do Pacto regiões, agravado pelo elevado peso da
pela Saúde, a Política Nacional de Atenção oferta privada e seus interesses e pressões
Básica (PNAB), a Política Nacional de sobre o mercado na área da saúde e pelo
Promoção a Saúde (PNPS), na publicação da desafio de lidar com a complexa inter-relação
Regionalização Solidária e Cooperativa, além entre acesso, escala, escopo, qualidade,
das experiências de apoio à organização da custo e efetividade que demonstram a
RAS promovidas pelo Ministério da Saúde complexidade do processo de constituição
(MS) e Conselho Nacional de Secretários de de um sistema unificado e integrado no país.
Saúde (CONASS) em regiões de saúde de
diversos estados. Consequentemente, a organização da
atenção e da gestão do SUS expressa o
O documento está organizado da seguinte cenário apresentado e se caracteriza por
forma: justificativa abordando por que intensa fragmentação de serviços,
organizar rede de atenção à saúde, os programas, ações e práticas clínicas
principais conceitos, fundamentos e atributos demonstrado por:
da rede de atenção à saúde, os elementos
constitutivos da rede, as principais (1) lacunas assistenciais importantes;
141
(2) financiamento público insuficiente, atendendo, concomitantemente, as
fragmentado e baixa eficiência no emprego condições agudas. Superar os desafios e
dos recursos, com redução da capacidade do avançar na qualificação da atenção e da
sistema de prover integralidade da atenção à gestão em saúde requer forte decisão dos
saúde; gestores do SUS, enquanto protagonistas do
processo instituidor e organizador do sistema
(3) configuração inadequada de modelos de de saúde. Essa decisão envolve aspectos
atenção, marcada pela incoerência entre a técnicos, éticos, culturais, mas,
oferta de serviços e a necessidade de principalmente, implica no cumprimento do
atenção, não conseguindo acompanhar a pacto político cooperativo entre as instâncias
tendência de declínio dos problemas agudos de gestão do Sistema, expresso por uma
e de ascensão das condições crônicas; (4) "associação fina da técnica e da política",
fragilidade na gestão do trabalho com o para garantir os investimentos e recursos
grave problema de precarização e carência de necessários à mudança.
profissionais em número e alinhamento com a
política pública; A solução está em inovar o processo de
organização do sistema de saúde,
(5) a pulverização dos serviços nos municípios; redirecionando suas ações e serviços no
e desenvolvimento da RAS para produzir
impacto positivo nos indicadores de saúde da
(6) pouca inserção da Vigilância e Promoção população.
em Saúde no cotidiano dos serviços de
atenção, especialmente na Atenção Primária Experiências têm demonstrado que a
em Saúde (APS). organização da RAS tendo a APS como
coordenadora do cuidado e ordenadora da
Considera-se, ainda, o atual perfil rede, se apresenta como um mecanismo de
epidemiológico brasileiro, caracterizado por superação da fragmentação sistêmica; são
uma tripla carga de doença que envolve a mais eficazes, tanto em termos de
persistência de doenças parasitárias, organização interna (alocação de recursos,
infecciosas e desnutrição características de coordenação clínica, etc.), quanto em sua
países subdesenvolvidos, importante capacidade de fazer face aos atuais desafios
componente de problemas de saúde do cenário socioeconômico, demográfico,
reprodutiva com mortes maternas e óbitos epidemiológico e sanitário.
infantis por causas consideradas evitáveis, e o
desafio das doenças crônicas e seus fatores No Brasil, o debate em torno da busca por
de risco como sedentarismo, tabagismo, maior integração adquiriu nova ênfase a partir
alimentação inadequada, obesidade e o do Pacto pela Saúde, que contempla o
crescimento das causas externas em acordo firmado entre os gestores do SUS e
decorrência do aumento da violência e dos ressalta a relevância de aprofundar o
acidentes de trânsito, trazendo a necessidade processo de regionalização e de organização
de ampliação do foco da atenção para o do sistema de saúde sob a forma de Rede
manejo das condições crônicas, mas como estratégias essenciais para consolidar
142
os princípios de Universalidade, Integralidade efetivando a APS como eixo estruturante da
e Equidade, se efetivando em três dimensões: RAS no SUS.
146
Qualidade - um dos objetivos fundamentais dispersas de baixa densidade populacional,
do sistema de atenção á saúde e da RAS é a com baixíssima oferta de serviços. O acesso
qualidade na prestação de serviços de saúde. pode se analisado através da disponibilidade,
comodidade e aceitabilidade do serviço pelos
A qualidade na atenção em saúde pode ser usuários:
melhor compreendida com o conceito de
graus de excelência do cuidado que A disponibilidade diz respeito à obtenção da
pressupõe avanços e retrocessos nas seis atenção necessária ao usuário e sua família,
dimensões, a saber: segurança (reconhecer e tanto nas situações de urgência/emergência
evitar situações que podem gerar danos quanto de eletividade.
enquanto se tenta prevenir, diagnosticar e
tratar); efetividade (utilizar-se do A comodidade está relacionada ao tempo de
conhecimento para implementar ações que espera para o atendimento, a conveniência
fazem a diferença, que produzem benefícios de horários, a forma de agendamento, a
claros aos usuários); centralidade na pessoa facilidade de contato com os profissionais, o
(usuários devem ser respeitados nos seus conforto dos ambientes para atendimento,
valores e expectativas, e serem envolvidos e entre outros.
pró-ativos no cuidado à saúde); pontualidade
(cuidado no tempo certo, buscando evitar A aceitabilidade está relacionada à satisfação
atrasos potencialmente danosos); eficiência dos usuários quanto à localização e à
(evitar desperdício ou ações desnecessárias e aparência do serviço, à aceitação dos usuários
não efetivas), e equidade (características quanto ao tipo de atendimento prestado e,
pessoais, como local de residência, também, a aceitação dos usuários quanto aos
escolaridade, poder aquisitivo, dentre outras, profissionais responsáveis pelo atendimento.
não devem resultar em desigualdades no
Disponibilidade de Recursos - é outro fator
cuidado à saúde).
importante para o desenvolvimento da RAS.
Suficiência - significa o conjunto de ações e Recursos escassos, sejam humanos ou físicos,
serviços disponíveis em quantidade e devem ser concentrados, ao contrário dos
qualidade para atender às necessidades de menos escassos, que devem ser
saúde da população e inclui cuidados desconcentrados.
primários, secundários, terciários,
3.2 Integração Vertical e Horizontal Na
reabilitação, preventivos e paliativos,
construção da RAS devem ser observados os
realizados com qualidade. Acesso - ausência
conceitos de integração vertical e horizontal,
de barreiras geográficas, financeiras,
que vêm da teoria econômica e estão
organizacionais, socioculturais, étnicas e de
associados à concepções relativas às cadeias
gênero ao cuidado.
produtivas.
Deverão ser estabelecidas alternativas
Integração Vertical - consiste na articulação
específicas na relação entre acesso, escala,
de diversas organizações ou unidades de
escopo, qualidade e custo, para garantir o
produção de saúde responsáveis por ações e
acesso, nas situações de populações
147
serviços de natureza diferenciada, sendo que serão ofertados nesta região de saúde.
complementar (agregando resolutividade e As competências e responsabilidades dos
qualidade neste processo). pontos de atenção no cuidado integral estão
correlacionadas com abrangência de base
Integração Horizontal: consiste na articulação populacional, acessibilidade e escala para
ou fusão de unidades e serviços de saúde de conformação de serviços.
mesma natureza ou especialidade. É utilizada
para otimizar a escala de atividades, ampliar a A definição adequada da abrangência dessas
cobertura e a eficiência econômica na regiões é essencial para fundamentar as
provisão de ações e serviços de saúde através estratégias de organização da RAS, devendo
de ganhos de escala (redução dos custos ser observadas as pactuações entre o estado
médios totais em relação ao volume e o município para o processo de
produzido) e escopo (aumento do rol de regionalização e parâmetros de escala e
ações da unidade). acesso.
3.3 Processos de Substituição São definidos 3.5 Níveis de Atenção Fundamentais para o
como o reagrupamento contínuo de recursos uso racional dos recursos e para estabelecer
entre e dentro dos serviços de saúde para o foco gerencial dos entes de governança da
explorar soluções melhores e de menores RAS, estruturam-se por meio de arranjos
custos, em função das demandas e das produtivos conformados segundo as
necessidades da população e dos recursos densidades tecnológicas singulares, variando
disponíveis. do nível de menor densidade (APS), ao de
densidade tecnológica intermediária,
Esses processos são importantes para se (atenção secundária à saúde), até o de maior
alcançar os objetivos da RAS, no que se refere densidade tecnológica (atenção terciária à
a prestar a atenção certa, no lugar certo, com saúde).
o custo certo e no tempo certo.
4. ATRIBUTOS DA REDE DE ATENÇÃO À
A substituição pode ocorrer nas dimensões SAÚDE Considera-se que não há como
da localização, das competências clínicas, da prescrever um modelo organizacional único
tecnologia e da clínica. Ex: mudar o local da para as RAS, contudo as evidências mostram
atenção prestada do hospital para o que o conjunto de atributos apresentados a
domicílio; transição do cuidado profissional seguir são essenciais ao seu funcionamento:
para o auto-cuidado; delegação de funções
entre os membros da equipe 1. População e território definidos com amplo
multiprofissional, etc. conhecimento de suas necessidades e
preferências que determinam a oferta de
3.4 Região de Saúde ou Abrangência A serviços de saúde;
organização da RAS exige a definição da
região de saúde, que implica na definição dos 2. Extensa gama de estabelecimentos de
seus limites geográficos e sua população e no saúde que presta serviços de promoção,
estabelecimento do rol de ações e serviços prevenção, diagnóstico, tratamento, gestão
148
de casos, reabilitação e cuidados paliativos e 10. Recursos humanos suficientes,
integra os programas focalizados em competentes, comprometidos e com
doenças, riscos e populações específicas, os incentivos pelo alcance de metas da rede;
serviços de saúde individuais e os coletivos;
11. Sistema de informação integrado que
3. Atenção Primária em Saúde estruturada vincula todos os membros da rede, com
como primeiro nível de atenção e porta de identificação de dados por sexo, idade, lugar
entrada do sistema, constituída de equipe de residência, origem étnica e outras variáveis
multidisciplinar que cobre toda a população, pertinentes;
integrando, coordenando o cuidado, e
atendendo as suas necessidades de saúde; 12. Financiamento tripartite, garantido e
suficiente, alinhado com as metas da rede;
4. Prestação de serviços especializados em
lugar adequado; 13. Ação intersetorial e abordagem dos
determinantes da saúde e da equidade em
5. Existência de mecanismos de coordenação, saúde; e
continuidade do cuidado e integração
assistencial por todo o contínuo da atenção; 14. Gestão baseada em resultado.
6. Atenção à saúde centrada no indivíduo, na A integração dos sistemas de saúde deve ser
família e na comunidade, tendo em conta as entendida como um contínuo e não como
particularidades culturais, gênero, assim uma situação de extremos opostos entre
como a diversidade da população; integração e não integração.
7. Sistema de governança único para toda a Dessa forma, existem graus de integração,
rede com o propósito de criar uma missão, que variam da fragmentação absoluta à
visão e estratégias nas organizações que integração total. Por sua vez, a integração é
compõem a região de saúde; definir objetivos um meio para melhorar o desempenho do
e metas que devam ser cumpridos no curto, sistema, de modo que os esforços justificam-
médio e longo prazo; articular as políticas se na medida em que conduzam a serviços
institucionais; e desenvolver a capacidade de mais acessíveis, de maior qualidade, com
gestão necessária para planejar, monitorar e melhor relação custo-benefício e satisfaçam
avaliar o desempenho dos gerentes e das aos usuários (OPAS, 2009).
organizações;
5. PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE MICRO
8. Participação social ampla; GESTÃO DOS SERVIÇOS A Rede de Atenção
à Saúde organiza-se a partir de um processo
9. Gestão integrada dos sistemas de apoio de gestão da clínica associado ao uso de
administrativo, clínico e logístico; critérios de eficiência microeconômica na
aplicação de recursos, mediante
planejamento, gestão e financiamento
intergovernamentais cooperativos, voltados
149
para o desenvolvimento de soluções microgestão partem das tecnologias-mãe, as
integradas de política de saúde. diretrizes clínicas, para, a partir delas,
desenhar a RAS e ofertar outras ferramentas
É preciso ampliar o objeto de trabalho da como a gestão da condição de saúde, gestão
clínica para além das doenças, visando de casos, auditoria clínica e as listas de
compreender os problemas de saúde, ou espera.
seja, entender as situações que ampliam o
risco ou a vulnerabilidade das pessoas. Os Diretrizes clínicas - entendidas como
problemas ou condições de saúde estão em recomendações que orientam decisões
sujeitos, em pessoas, por isso, a clínica do assistenciais, de prevenção e promoção,
sujeito é a principal ampliação da clínica, que como de organização de serviços para
possibilita o aumento do grau de autonomia condições de saúde de relevância sanitária,
dos usuários, cabendo uma decisão elaboradas a partir da compreensão ampliada
compartilhada do projeto terapêutico. do processo saúde-doença, com foco na
integralidade, incorporando as melhores
A gestão da clínica aqui compreendida evidências da clínica, da saúde coletiva, da
implica "a aplicação de tecnologias de micro- gestão em saúde e da produção de
gestão dos serviços de saúde com a autonomia.
finalidade de:
As diretrizes desdobram-se em Guias de
a) assegurar padrões clínicos ótimos; Prática Clínica/Protocolos Assistenciais,
orientam as Linhas de Cuidado e viabilizam a
b) aumentar a eficiência; comunicação entre as equipes e serviços,
programação de ações e padronização de
c) diminuir os riscos para os usuários e para os
determinados recursos.
profissionais; d) prestar serviços efetivos; e
Linhas de Cuidado (LC) - uma forma de
e) melhorar a qualidade da atenção à saúde".
articulação de recursos e das práticas de
Como subsídio à gestão da clínica utiliza-se a
produção de saúde, orientadas por diretrizes
análise da situação de saúde em que o
clínicas, entre as unidades de atenção de uma
objetivo é a identificação e estratificação de
dada região de saúde, para a condução
riscos em grupos individuais expostos a
oportuna, ágil e singular, dos usuários pelas
determinados fatores e condições que os
possibilidades de diagnóstico e terapia, em
colocam em situação de prioridade para a
resposta às necessidades epidemiológicas de
dispensação de cuidados de saúde, sejam
maior relevância.
eles preventivos, promocionais ou
assistenciais. Visa à coordenação ao longo do contínuo
assistencial, através da
A gestão clínica dispõe de ferramentas de
pactuação/contratualização e a conectividade
microgestão que permitem integrar
de papéis e de tarefas dos diferentes pontos
verticalmente os pontos de atenção e
de atenção e profissionais. Pressupõem uma
conformar a RAS. As ferramentas de
resposta global dos profissionais envolvidos
150
no cuidado, superando as respostas prevenção da condição ou doença e no seu
fragmentadas. tratamento e reabilitação.
A implantação de LC deve ser a partir das A gestão dos riscos coletivos e ambientais
unidades da APS, que têm a responsabilidade passa pela vigilância, prevenção e controle
da coordenação do cuidado e ordenamento das doenças, agravos e fatores de risco, onde
da rede. o foco é a identificação oportuna de
problemas de saúde na população, a
Vários pressupostos devem ser observados identificação das causas e fatores
para a efetivação das LC, como garantia dos desencadeantes, a descrição do
recursos materiais e humanos necessários à comportamento, a proposição de medidas
sua operacionalização; integração e co- para o controle ou eliminação e o
responsabilização das unidades de saúde; desencadeamento das ações.
interação entre equipes; processos de
educação permanente; gestão de Os problemas podem se manifestar através
compromissos pactuados e de resultados. de doenças transmissíveis, doenças crônicas
Tais aspectos devem ser de responsabilidade não transmissíveis, agravos à saúde como as
de grupo técnico, com acompanhamento da violências, exposição a produtos danosos à
gestão regional. saúde, alterações do meio ambiente, ou
ambiente de trabalho, entre outros.
Gestão da condição da saúde - é a mudança
de um modelo de atenção à saúde focada no Gestão de caso - é um processo que se
indivíduo, por meio de procedimentos desenvolve entre o profissional responsável
curativos e reabilitadores, para uma pelo caso e o usuário do serviço de saúde
abordagem baseada numa população para planejar, monitorar e avaliar ações e
adscrita, que identifica pessoas em risco de serviços, de acordo com as necessidades da
adoecer ou adoecidas, com foco na pessoa, com o objetivo de propiciar uma
promoção da saúde e/ou ação preventiva, ou atenção de qualidade e humanizada.
a atenção adequada, com intervenção
precoce, com vistas a alcançar melhores Seus objetivos são:
resultados e menores custos. Sua premissa é
a melhoria da qualidade da atenção à saúde a) atender às necessidades e expectativas de
em toda a RAS. usuários em situação especial;
Para tanto, engloba o conjunto de pontos de b) prover o serviço certo ao usuário no tempo
atenção à saúde, com o objetivo de alcançar certo;
bons resultados clínicos, a custos
c) aumentar a qualidade do cuidado; e
compatíveis, com base em evidência
disponível na literatura científica. Pode ser
d) diminuir a fragmentação da atenção.
definida como a gestão de processos de uma
condição ou doença que envolve É, portanto, uma relação personalizada entre
intervenções na promoção da saúde, na o profissional responsável pelo caso e o
151
usuário de um serviço de saúde. Auditoria 6.1 População e Região de Saúde Para
clínica - segundo BERWICK E KNAPP, 1990, preservar, recuperar e melhorar a saúde das
há três enfoques principais de auditoria pessoas e da comunidade, as RAS deve ser
clínica: auditoria implícita, que utiliza opinião capazes de identificar claramente a
de experts para avaliar a prática de atenção à população e a área geográfica sob sua
saúde; a auditoria explícita, que avalia a responsabilidade.
atenção prestada contrastando-a com
critérios pré-definidos, especialmente nas O Pacto pela Saúde define as regiões de
diretrizes clínicas; e a auditoria por meio de saúde como espaços territoriais complexos,
eventos- sentinela. organizados a partir de identidades culturais,
econômicas e sociais, de redes de
A auditoria clínica consiste na análise crítica e comunicação e infra-estrutura de transportes
sistemática da qualidade da atenção à saúde, compartilhados do território.
incluindo os procedimentos usados no
diagnóstico e tratamento, o uso dos recursos Assim, a população sob responsabilidade de
e os resultados para os pacientes em todos os uma rede é a que ocupa a região de saúde
pontos de atenção, observada a utilização definida pelo Plano Diretor de Regionalização
dos protocolos clínicos estabelecidos. Essa e Investimentos (PDRI).
auditoria não deve ser confundida com a
auditoria realizada pelo Sistema Nacional de A região de saúde deve ser bem definida,
Auditoria (SNA). Lista de espera - pode ser baseada em parâmetros espaciais e
conceituada como uma tecnologia que temporais que permitam assegurar que as
normatiza o uso de serviços em determinados estruturas estejam bem distribuídas
pontos de atenção à saúde, estabelecendo territorialmente, garantindo o
critérios de ordenamento por necessidades e tempo/resposta necessário ao atendimento,
riscos, promovendo a transparência, ou seja, melhor proporção de
constituem uma tecnologia de gestão da estrutura/população/território e viabilidade
clínica orientada a racionalizar o acesso a operacional sustentável.
serviços em que exista um desequilíbrio entre
6.2 Estrutura Operacional
a oferta e a demanda.
A estrutural operacional da RAS é constituída
6. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA REDE
pelos diferentes pontos de atenção à saúde,
DE ATENÇÃO À SAÚDE
ou seja, lugares institucionais onde se ofertam
A operacionalização da RAS se dá pela serviços de saúde e pelas ligações que os
interação dos seus três elementos comunicam.
constitutivos: população/região de saúde
Os componentes que estruturam a RAS
definidas, estrutura operacional e por um
incluem: APS - centro de comunicação; os
sistema lógico de funcionamento
pontos de atenção secundária e terciária; os
determinado pelo modelo de atenção à
sistemas de apoio; os sistemas logísticos e o
saúde.
sistema de governança.
152
APS - Centro de Comunicação Abordagem Familiar e Orientação
Comunitária. O Primeiro Contato: evidências
A Atenção Primária à Saúde é o centro de demonstram que o primeiro contato, pelos
comunicação da RAS e tem um papel chave profissionais da APS, leva a uma atenção mais
na sua estruturação como ordenadora da RAS apropriada e a melhores resultados de saúde
e coordenadora do cuidado. Para cumprir a custos totais mais baixos.
este papel, a APS deve ser o nível
fundamental de um sistema de atenção à A Longitudinalidade: deriva da palavra
saúde, pois constitui o primeiro contato de longitudinal e é definida como "lidar com o
indivíduos, famílias e comunidades com o crescimento e as mudanças de indivíduos ou
sistema, trazendo os serviços de saúde o mais grupos no decorrer de um período de anos"
próximo possível aos lugares de vida e (STARFIELD, 2002). É uma relação pessoal de
trabalho das pessoas e significa o primeiro longa duração entre profissionais de saúde e
elemento de um processo contínuo de usuários em suas unidades de saúde,
atenção. independente do problema de saúde ou até
mesmo da existência de algum problema.
Deve exercer um conjunto de ações de saúde,
no âmbito individual e coletivo, que abrange Está associada a diversos benefícios: menor
a promoção e a proteção da saúde, a utilização dos serviços; melhor atenção
prevenção de agravos, o diagnóstico, o preventiva; atenção mais oportuna e
tratamento, a reabilitação e a manutenção da adequada; menos doenças evitáveis; melhor
saúde. reconhecimento dos problemas dos usuários;
menos hospitalizações; custos totais mais
A coordenação do cuidado é desenvolvida baixos.
por meio do exercício de práticas gerenciais
e sanitárias democráticas e participativas, sob Os maiores benefícios estão relacionados ao
forma de trabalho em equipe, dirigidas a vínculo com o profissional ou equipe de saúde
populações de territórios bem delimitados, e ao manejo clínico adequado dos problemas
pelas quais assume a responsabilidade de saúde, através da adoção dos
sanitária, considerando a dinamicidade instrumentos de gestão da clínica - diretriz
existente no território em que vivem essas clínica e gestão de patologias.
populações. Cabe a APS integrar
verticalmente os serviços que, normalmente A Integralidade da Atenção: a integralidade
são ofertados de forma fragmentada, pelo exige que a APS reconheça as necessidades
sistema de saúde convencional. de saúde da população e os recursos para
abordá-las. A APS deve prestar, diretamente,
Uma atenção primária de qualidade, como todos os serviços para as necessidades
parte integrante da Rede de atenção à saúde comuns e agir como um agente para a
estrutura-se segundo sete atributos e três prestação de serviços para as necessidades
funções: Atributos - Primeiro Contato; que devam ser atendidas em outros pontos
Longitudinalidade; Integralidade; de atenção. A integralidade da atenção é um
Coordenação; Centralidade na Família; mecanismo importante porque assegura que
153
os serviços sejam ajustados às necessidades longo do tempo, a partir da compreensão da
de saúde da população. estrutura familiar.
157
sem cumprir o papel de coordenação dos No SUS, a Estratégia Saúde da Família,
fluxos e contra fluxos dessa Rede. representa o principal modelo para a
organização da APS. O seu fortalecimento
Um dos problemas contemporâneos centrais tornase uma exigência para o
da crise dos modelos de atenção à saúde estabelecimento da RAS.
consiste no enfrentamento das condições
crônicas na mesma lógica das condições 7. DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS PARA
agudas, ou seja, por meio de tecnologias IMPLEMENTAÇÃO DA RAS A transição entre
destinadas a responder aos momentos o ideário da RAS e a sua concretização ocorre
agudos dos agravos - normalmente através de um processo contínuo e perpassa
momentos de agudização das condições o uso de estratégias de integração que
crônicas, autopercebidos pelas pessoas -, permitam desenvolver sistematicamente o
através da atenção à demanda espontânea, conjunto de atributos que caracteriza um
principalmente, em unidades de pronto sistema de saúde organizado em rede. Este
atendimento ou de internações hospitalares processo contínuo deve refletir coerência e
de urgência ou emergência. convergência entre o Pacto pela Saúde como
diretriz institucional tripartite, as políticas
É desconhecendo a necessidade imperiosa vigentes (PNAB, Políticas específicas voltadas
de uma atenção contínua nos momentos a grupos populacionais que vivem em
silenciosos dos agravos quando as condições situação de vulnerabilidade social, Política de
crônicas insidiosamente evoluem. Segundo a Vigilância e Promoção a Saúde, Política de
Organização Mundial da Saúde (OMS, 2003), Urgência e Emergência, e outras) e a
um sistema de Atenção Primária incapaz de necessidade de responder de maneira eficaz
gerenciar com eficácia o HIV/Aids, o diabetes aos atuais desafios sanitários.
e a depressão irá tornar-se obsoleto em
pouco tempo. Com base nisso, propõe-se abaixo diretrizes
orientadoras e respectivas estratégias para o
Hoje, as condições crônicas são responsáveis processo de implementação da RAS:
por 60% de todo o ônus decorrente de
doenças no mundo. No ano 2020, serão I. Fortalecer a APS para realizar a
responsáveis por 80% da carga de doença coordenação do cuidado e ordenar a
dos países em desenvolvimento e, nesses organização da rede de atenção Estratégias:
países, a aderência aos tratamentos chega a Realizar oficinas macrorregionais sobre RAS e
ser apenas de 20% (OMS, 2003). planificação da APS com a participação dos
estados e municípios, com vistas ampliar a
Por este motivo, no sistema integrado, a compreensão sobre a organização da RAS e
Atenção Primária deve estar orientada para a qualificar o planejamento do Sistema a partir
atenção às condições crônicas, com o da APS. Rever e ampliar a política de
objetivo de controlar as doenças/agravos de financiamento da APS com base na
maior relevância, através da adoção de programação das necessidades da população
tecnologias de gestão da clínica, tais como as estratificada. Propor novas formas de
diretrizes clínicas e a gestão de patologias.
158
financiamento para a APS dos municípios, II. Fortalecer o papel dos CGRs no processo
desde que cumpram os seguintes atributos: de governança da RAS Estratégias:
160
Definir os mecanismos de alocação dos DECRETA:
recursos de custeio e investimento para a
implementação da RAS; CAPÍTULO I
161
IV - Comissões Intergestores - instâncias de e recuperação da saúde executados pelos
pactuação consensual entre os entes entes federativos, de forma direta ou indireta,
federativos para definição das regras da mediante a participação complementar da
gestão compartilhada do SUS; iniciativa privada, sendo organizado de forma
regionalizada e hierarquizada.
V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da
distribuição de recursos humanos e de ações Seção I
e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela
iniciativa privada, considerando-se a Das Regiões de Saúde
capacidade instalada existente, os
investimentos e o desempenho aferido a Art. 4º As Regiões de Saúde serão instituídas
partir dos indicadores de saúde do sistema; pelo Estado, em articulação com os
Municípios, respeitadas as diretrizes gerais
VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de pactuadas na Comissão Intergestores
ações e serviços de saúde articulados em Tripartite - CIT a que se refere o inciso I do
níveis de complexidade crescente, com a art. 30.
finalidade de garantir a integralidade da
assistência à saúde; § 1º Poderão ser instituídas Regiões de Saúde
interestaduais, compostas por Municípios
VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - limítrofes, por ato conjunto dos respectivos
serviços de saúde específicos para o Estados em articulação com os Municípios.
atendimento da pessoa que, em razão de
agravo ou de situação laboral, necessita de § 2º A instituição de Regiões de Saúde
atendimento especial; e situadas em áreas de fronteira com outros
países deverá respeitar as normas que regem
VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica as relações internacionais.
- documento que estabelece: critérios para o
diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; Art. 5º Para ser instituída, a Região de Saúde
o tratamento preconizado, com os deve conter, no mínimo, ações e serviços de:
medicamentos e demais produtos
I - atenção primária;
apropriados, quando couber; as posologias
recomendadas; os mecanismos de controle
II - urgência e emergência;
clínico; e o acompanhamento e a verificação
dos resultados terapêuticos, a serem III - atenção psicossocial;
seguidos pelos gestores do SUS.
IV - atenção ambulatorial especializada e
CAPÍTULO II hospitalar; e
162
Parágrafo único. A instituição das Regiões de I - de atenção primária;
Saúde observará cronograma pactuado nas
Comissões Intergestores. II - de atenção de urgência e emergência;
Art. 7º As Redes de Atenção à Saúde estarão Parágrafo único. Mediante justificativa técnica
compreendidas no âmbito de uma Região de e de acordo com o pactuado nas Comissões
Saúde, ou de várias delas, em consonância Intergestores, os entes federativos poderão
com diretrizes pactuadas nas Comissões criar novas Portas de Entrada às ações e
Intergestores . serviços de saúde, considerando as
características da Região de Saúde.
Parágrafo único. Os entes federativos
definirão os seguintes elementos em relação Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os
às Regiões de Saúde: ambulatoriais especializados, entre outros de
maior complexidade e densidade tecnológica,
I - seus limites geográficos; serão referenciados pelas Portas de Entrada de
que trata o art. 9º .
II - população usuária das ações e serviços;
Art. 11. O acesso universal e igualitário às
III - rol de ações e serviços que serão ações e aos serviços de saúde será ordenado
ofertados; e pela atenção primária e deve ser fundado na
avaliação da gravidade do risco individual e
IV - respectivas responsabilidades, critérios de coletivo e no critério cronológico, observadas
acessibilidade e escala para conformação dos as especificidades previstas para pessoas com
serviços. proteção especial, conforme legislação
vigente.
Seção II
Parágrafo único. A população indígena
Da Hierarquização contará com regramentos diferenciados de
acesso, compatíveis com suas especificidades
Art. 8º O acesso universal, igualitário e
e com a necessidade de assistência integral à
ordenado às ações e serviços de saúde se
sua saúde, de acordo com disposições do
inicia pelas Portas de Entrada do SUS e se
Ministério da Saúde.
completa na rede regionalizada e
hierarquizada, de acordo com a Art. 12. Ao usuário será assegurada a
complexidade do serviço. continuidade do cuidado em saúde, em todas
as suas modalidades, nos serviços, hospitais e
Art. 9º São Portas de Entrada às ações e aos
em outras unidades integrantes da rede de
serviços de saúde nas Redes de Atenção à
atenção da respectiva região.
Saúde os serviços:
163
Parágrafo único. As Comissões Intergestores § 1º O planejamento da saúde é obrigatório
pactuarão as regras de continuidade do para os entes públicos e será indutor de
acesso às ações e aos serviços de saúde na políticas para a iniciativa privada.
respectiva área de atuação.
§ 2º A compatibilização de que trata
Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso o caput será efetuada no âmbito dos planos
universal, igualitário e ordenado às ações e de saúde, os quais serão resultado do
serviços de saúde do SUS, caberá aos entes planejamento integrado dos entes
federativos, além de outras atribuições que federativos, e deverão conter metas de
venham a ser pactuadas pelas Comissões saúde.
Intergestores:
§ 3º O Conselho Nacional de Saúde
I - garantir a transparência, a integralidade e a estabelecerá as diretrizes a serem observadas
equidade no acesso às ações e aos serviços de na elaboração dos planos de saúde, de
saúde; acordo com as características
epidemiológicas e da organização de serviços
II - orientar e ordenar os fluxos das ações e nos entes federativos e nas Regiões de
dos serviços de saúde; Saúde.
III - monitorar o acesso às ações e aos serviços Art. 16. No planejamento devem ser
de saúde; e considerados os serviços e as ações prestados
pela iniciativa privada, de forma
IV - ofertar regionalmente as ações e os complementar ou não ao SUS, os quais
serviços de saúde. deverão compor os Mapas da Saúde regional,
estadual e nacional.
Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre
critérios, diretrizes, procedimentos e demais Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na
medidas que auxiliem os entes federativos no identificação das necessidades de saúde e
cumprimento das atribuições previstas no art. orientará o planejamento integrado dos entes
13. federativos, contribuindo para o
estabelecimento de metas de saúde.
CAPÍTULO III
Art. 18. O planejamento da saúde em âmbito
DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE
estadual deve ser realizado de maneira
regionalizada, a partir das necessidades dos
Art. 15. O processo de planejamento da
Municípios, considerando o estabelecimento
saúde será ascendente e integrado, do nível
de metas de saúde.
local até o federal, ouvidos os respectivos
Conselhos de Saúde, compatibilizando-se as
Art. 19. Compete à Comissão Intergestores
necessidades das políticas de saúde com a
Bipartite - CIB de que trata o inciso II do art.
disponibilidade de recursos financeiros.
30 pactuar as etapas do processo e os prazos
164
do planejamento municipal em consonância dos entes pelo seu financiamento, de acordo
com os planejamentos estadual e nacional. com o pactuado nas Comissões Intergestores.
CAPÍTULO IV Seção II
166
administrativos e operacionais, devendo V - referências das regiões intraestaduais e
observar as diretrizes da CIB. interestaduais de atenção à saúde para o
atendimento da integralidade da assistência.
Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os
gestores públicos de saúde poderão ser Parágrafo único. Serão de competência
representados pelo Conselho Nacional de exclusiva da CIT a pactuação:
Secretários de Saúde - CONASS, pelo
Conselho Nacional de Secretarias Municipais I - das diretrizes gerais para a composição da
de Saúde - CONASEMS e pelo Conselho RENASES;
Estadual de Secretarias Municipais de Saúde
- COSEMS. II - dos critérios para o planejamento
integrado das ações e serviços de saúde da
Art. 32. As Comissões Intergestores Região de Saúde, em razão do
pactuarão: compartilhamento da gestão; e
§ 1º O Ministério da Saúde definirá indicadores VII - adequação das ações e dos serviços dos
nacionais de garantia de acesso às ações e aos entes federativos em relação às atualizações
serviços de saúde no âmbito do SUS, a partir de realizadas na RENASES;
diretrizes estabelecidas pelo Plano Nacional de
VIII - investimentos na rede de serviços e as
Saúde.
respectivas responsabilidades; e
§ 2º O desempenho aferido a partir dos
IX - recursos financeiros que serão
indicadores nacionais de garantia de acesso
disponibilizados por cada um dos partícipes
servirá como parâmetro para avaliação do
para sua execução.
desempenho da prestação das ações e dos
serviços definidos no Contrato Organizativo
Parágrafo único. O Ministério da Saúde
de Ação Pública de Saúde em todas as
poderá instituir formas de incentivo ao
Regiões de Saúde, considerando-se as
cumprimento das metas de saúde e à
especificidades municipais, regionais e
melhoria das ações e serviços de saúde.
estaduais.
Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação
Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação
Pública de Saúde observará as seguintes
Pública de Saúde conterá as seguintes
diretrizes básicas para fins de garantia da
disposições essenciais:
gestão participativa:
I - identificação das necessidades de saúde
I - estabelecimento de estratégias que
locais e regionais;
incorporem a avaliação do usuário das ações
e dos serviços, como ferramenta de sua
II - oferta de ações e serviços de vigilância em
melhoria;
saúde, promoção, proteção e recuperação da
saúde em âmbito regional e inter-regional;
168
II - apuração permanente das necessidades e desempenho e à aplicação dos recursos
interesses do usuário; e disponibilizados.
III - publicidade dos direitos e deveres do Parágrafo único. Os partícipes incluirão dados
usuário na saúde em todas as unidades de sobre o Contrato Organizativo de Ação
saúde do SUS, inclusive nas unidades privadas Pública de Saúde no sistema de informações
que dele participem de forma complementar. em saúde organizado pelo Ministério da
Saúde e os encaminhará ao respectivo
Art. 38. A humanização do atendimento do Conselho de Saúde para monitoramento.
usuário será fator determinante para o
estabelecimento das metas de saúde CAPÍTULO VI
previstas no Contrato Organizativo de Ação
Pública de Saúde. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 39. As normas de elaboração e fluxos do Art. 42. Sem prejuízo das outras providências
Contrato Organizativo de Ação Pública de legais, o Ministério da Saúde informará aos
Saúde serão pactuados pelo CIT, cabendo à órgãos de controle interno e externo:
Secretaria de Saúde Estadual coordenar a sua
implementação. I - o descumprimento injustificado de
responsabilidades na prestação de ações e
Art. 40. O Sistema Nacional de Auditoria e serviços de saúde e de outras obrigações
Avaliação do SUS, por meio de serviço previstas neste Decreto;
especializado, fará o controle e a fiscalização
do Contrato Organizativo de Ação Pública da II - a não apresentação do Relatório de
Saúde. Gestão a que se refere o inciso IV do art. 4º
da Lei no 8.142, de 1990 ;
§ 1º O Relatório de Gestão a que se refere
o inciso IV do art. 4º da Lei nº 8.142, de 28 de III - a não aplicação, malversação ou desvio de
dezembro de 1990, conterá seção específica recursos financeiros; e
relativa aos compromissos assumidos no
IV - outros atos de natureza ilícita de que tiver
âmbito do Contrato Organizativo de Ação
conhecimento.
Pública de Saúde.
Art. 43. A primeira RENASES é a somatória de
§ 2º O disposto neste artigo será
todas as ações e serviços de saúde que na
implementado em conformidade com as
data da publicação deste Decreto são
demais formas de controle e fiscalização
ofertados pelo SUS à população, por meio
previstas em Lei.
dos entes federados, de forma direta ou
Art. 41. Aos partícipes caberá monitorar e indireta.
avaliar a execução do Contrato Organizativo
Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde
de Ação Pública de Saúde, em relação ao
estabelecerá as diretrizes de que trata o § 3º
cumprimento das metas estabelecidas, ao seu
169
do art. 15 no prazo de cento e oitenta dias a Art. 2º Este Regulamento Técnico possui o
partir da publicação deste Decreto. objetivo de estabelecer requisitos de Boas
Práticas para funcionamento de serviços de
Art. 45. Este Decreto entra em vigor na data saúde, fundamentados na qualificação, na
de sua publicação. humanização da atenção e gestão, e na
redução e controle de riscos aos usuários e
Resolução-RDC nº 63, de 25 meio ambiente.
de novembro de 2011
Seção II
Dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas
de Funcionamento para os Serviços de Saúde
Abrangência
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional
Art. 3º Este Regulamento Técnico se aplica a
de Vigilância Sanitária, no uso da atribuição
todos os serviços de saúde no país, sejam eles
que lhe confere o inciso IV do art. 11, do
públicos, privados, filantrópicos, civis ou
Regulamento aprovado pelo Decreto nº
militares, incluindo aqueles que exercem
3.029, de 16 de abril de 1999, e tendo em
ações de ensino e pesquisa.
vista o disposto no inciso II e nos § § 1o- e 3o-
do art. 54 do Regimento Interno nos termos
Seção III
do Anexo I da Portaria nº 354 da Anvisa, de
11 de agosto de 2006, republicada no DOU Definições
de 21 de agosto de 2006, em reunião
realizada em 24 de novembro de 2011, adota Art. 4º Para efeito deste Regulamento
a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada Técnico são adotadas as seguintes definições:
e eu, Diretora- Presidente Substituta,
determino a sua publicação: I - garantia da qualidade: totalidade das ações
sistemáticas necessárias para garantir que os
Art. 1º Fica aprovado o Regulamento Técnico Serviços prestados estejam dentro dos
que estabelece os Requisitos de Boas Práticas padrões de qualidade exigidos, para os fins a
para Funcionamento de Serviços de Saúde, que se propõem;
nos termos desta Resolução.
II - gerenciamento de tecnologias:
CAPÍTULO I procedimentos de gestão, planejados e
implementados a partir de bases científicas e
técnicas, normativas e legais, com o objetivo
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS de garantir a rastreabilidade, qualidade,
eficácia, efetividade, segurança e em alguns
casos o desempenho das tecnologias de
Seção I
saúde utilizadas na prestação de serviços de
saúde, abrangendo cada etapa do
gerenciamento, desde o planejamento e
Objetivo
170
entrada das tecnologias no estabelecimento qualidade, formalmente expressa e
de saúde até seu descarte, visando à autorizada pela direção do serviço de saúde.
proteção dos trabalhadores, a preservação da
saúde pública e do meio ambiente e a VII - profissional legalmente habilitado:
segurança do paciente; profissional com formação superior ou técnica
com suas competências atribuídas por lei;
III - humanização da atenção e gestão da
saúde: valorização da dimensão subjetiva e VIII - prontuário do paciente: documento
social, em todas as práticas de atenção e de único, constituído de um conjunto de
gestão da saúde, fortalecendo o informações, sinais e imagens registrados,
compromisso com os direitos do cidadão, gerados a partir de fatos, acontecimentos e
destacando-se o respeito às questões de situações sobre a saúde do paciente e a
gênero, etnia, raça, orientação sexual e às assistência a ele prestada, de caráter legal,
populações específicas, garantindo o acesso sigiloso e científico, que possibilita a
dos usuários às informações sobre saúde, comunicação entre membros da equipe
inclusive sobre os profissionais que cuidam de multiprofissional e a continuidade da
sua saúde, respeitando o direito a assistência prestada ao indivíduo;
acompanhamento de pessoas de sua rede
social (de livre escolha), e a valorização do IX - relatório de transferência: documento que
trabalho e dos trabalhadores; deve acompanhar o paciente em caso de
remoção para outro serviço, contendo
IV - licença atualizada: documento emitido minimamente dados de identificação, resumo
pelo órgão sanitário competente dos clínico com dados que justifiquem a
Estados, Distrito Federal ou dos Municípios, transferência e descrição ou cópia de laudos
contendo permissão para o funcionamento de exames realizados, quando existentes;
dos estabelecimentos que exerçam
atividades sob regime de vigilância sanitária; X - responsável técnico - RT: profissional de
nível superior legalmente habilitado, que
V - Plano de Gerenciamento de Resíduos de assume perante a vigilância sanitária a
Serviços de Saúde (PGRSS): documento que responsabilidade técnica pelo serviço de
aponta e descreve as ações relativas ao saúde, conforme legislação vigente;
manejo dos resíduos sólidos, observadas suas
características e riscos, no âmbito dos XI - segurança do Paciente: conjunto de ações
estabelecimentos de saúde, contemplando os voltadas à proteção do paciente contra riscos,
aspectos referentes à geração, segregação, eventos adversos e danos desnecessários
acondicionamento, coleta, armazenamento, durante a atenção prestada nos serviços de
transporte, tratamento e disposição final, saúde.
bem como as ações de proteção à saúde
XII - serviço de saúde: estabelecimento de
pública e ao meio ambiente.
saúde destinado a prestar assistência à
VI - política de qualidade: refere-se às população na prevenção de doenças, no
intenções e diretrizes globais relativas à
171
tratamento, recuperação e na reabilitação de exigidos, atendendo aos requisitos das
pacientes. legislações e regulamentos vigentes.
174
XVII - indicadores previstos nas legislações Art. 28. Os dados que compõem o prontuário
vigentes; pertencem ao paciente e devem estar
permanentemente disponíveis aos mesmos
XVIII - normas, rotinas e procedimentos; ou aos seus representantes legais e à
autoridade sanitária quando necessário.
XIX - demais documentos exigidos por
legislações específicas dos estados, Distrito Seção V
Federal e Municípios.
Da Gestão de Pessoal
Seção IV
Art. 29. As exigências referentes aos recursos
humanos do serviço de saúde incluem
Do Prontuário do Paciente profissionais de todos os níveis de
escolaridade, de quadro próprio ou
Art. 24. A responsabilidade pelo registro em terceirizado.
prontuário cabe aos profissionais de saúde
que prestam o atendimento. Art. 30. O serviço de saúde deve possuir
equipe multiprofissional dimensionada de
Art. 25. A guarda do prontuário é de acordo com seu perfil de demanda.
responsabilidade do serviço de saúde
devendo obedecer às normas vigentes. Art.31. O serviço de saúde deve manter
disponíveis registros de formação e
§ 1º O serviço de saúde deve assegurar a qualificação dos profissionais compatíveis
guarda dos prontuários no que se refere à com as funções desempenhadas.
confidencialidade e integridade.
Parágrafo único. O serviço de saúde deve
§ 2º O serviço de saúde deve manter os possuir documentação referente ao registro
prontuários em local seguro, em boas dos profissionais em conselhos de classe,
condições de conservação e organização, quando for o caso.
permitindo o seu acesso sempre que
necessário. Art. 32. O serviço de saúde deve promover a
capacitação de seus profissionais antes do
Art. 26. O serviço de saúde deve garantir que início das atividades e de forma permanente
o prontuário contenha registros relativos à em conformidade com as atividades
identificação e a todos os procedimentos desenvolvidas.
prestados ao paciente.
Parágrafo único. As capacitações devem ser
Art. 27. O serviço de saúde deve garantir que registradas contendo data, horário, carga
o prontuário seja preenchido de forma legível horária, conteúdo ministrado, nome e a
por todos os profissionais envolvidos formação ou capacitação profissional do
diretamente na assistência ao paciente, com instrutor e dos trabalhadores envolvidos.
aposição de assinatura e carimbo em caso de
prontuário em meio físico.
175
Art. 33. A capacitação de que trata o artigo Art. 36. O serviço de saúde deve manter as
anterior deve ser adaptada à evolução do instalações físicas dos ambientes externos e
conhecimento e a identificação de novos internos em boas condições de conservação,
riscos e deve incluir: segurança, organização, conforto e limpeza.
I - os dados disponíveis sobre os riscos Art. 37. O serviço de saúde deve executar
potenciais à saúde; ações de gerenciamento dos riscos de
acidentes inerentes às atividades
II - medidas de controle que minimizem a desenvolvidas.
exposição aos agentes;
Art. 38 O serviço de saúde deve ser dotado
III - normas e procedimentos de higiene; de iluminação e ventilação compatíveis com o
desenvolvimento das suas atividades.
IV - utilização de equipamentos de proteção
coletiva, individual e vestimentas de trabalho; Art. 39. O serviço de saúde deve garantir a
qualidade da água necessária ao
V - medidas para a prevenção de acidentes e funcionamento de suas unidades.
incidentes;
§ 1º O serviço de saúde deve garantir a
VI - medidas a serem adotadas pelos limpeza dos reservatórios de água a cada seis
trabalhadores no caso de ocorrência de meses.
acidentes e incidentes;
VII - temas específicos de acordo com a § 2º O serviço de saúde deve manter registro
atividade desenvolvida pelo profissional. da capacidade e da limpeza periódica dos
reservatórios de água.
Seção VI
Art. 40. O serviço de saúde deve garantir a
continuidade do fornecimento de água,
Da Gestão de Infraestrutura mesmo em caso de interrupção do
fornecimento pela concessionária, nos locais
Art. 34. O serviço de saúde deve ter seu
em que a água é considerada insumo crítico.
projeto básico de arquitetura atualizado, em
conformidade com as atividades Art. 41. O serviço de saúde deve garantir a
desenvolvidas e aprovado pela vigilância continuidade do fornecimento de energia
sanitária e demais órgãos competentes. elétrica, em situações de interrupção do
fornecimento pela concessionária, por meio
Art. 35. As instalações prediais de água,
de sistemas de energia elétrica de
esgoto, energia elétrica, gases, climatização,
emergência, nos locais em que a energia
proteção e combate a incêndio, comunicação
elétrica é considerada insumo crítico.
e outras existentes, devem atender às
exigências dos códigos de obras e posturas Art. 42. O serviço de saúde deve realizar
locais, assim como normas técnicas ações de manutenção preventiva e corretiva
pertinentes a cada uma das instalações.
176
das instalações prediais, de forma própria ou Art. 47. O serviço de saúde deve garantir
terceirizada. mecanismos de prevenção dos riscos de
acidentes de trabalho, incluindo o
Seção VII fornecimento de Equipamentos de Proteção
Individual - EPI, em número suficiente e
Da Proteção à Saúde do Trabalhador compatível com as atividades desenvolvidas
pelos trabalhadores.
Art. 43. O serviço de saúde deve garantir
mecanismos de orientação sobre imunização Parágrafo único. Os trabalhadores não devem
contra tétano, difteria, hepatite B e contra deixar o local de trabalho com os
outros agentes biológicos a que os equipamentos de proteção individual
trabalhadores possam estar expostos.
Art. 48. O serviço de saúde deve manter
Art. 44. O serviço de saúde deve garantir que registro das comunicações de acidentes de
os trabalhadores sejam avaliados trabalho.
periodicamente em relação à saúde
ocupacional mantendo registros desta Art. 49. Em serviços de saúde com mais de
avaliação. vinte trabalhadores é obrigatória a instituição
de Comissão Interna de Prevenção de
Art. 45. O serviço de saúde deve garantir que Acidentes - CIPA.
os trabalhadores com agravos agudos à
saúde ou com lesões nos membros superiores Art. 50. O Serviço de Saúde deve manter
só iniciem suas atividades após avaliação disponível a todos os trabalhadores:
médica.
I - Normas e condutas de segurança
Art. 46. O serviço de saúde deve garantir que biológica, química, física, ocupacional e
seus trabalhadores com possibilidade de ambiental;
exposição a agentes biológicos, físicos ou
químicos utilizem vestimentas para o II - Instruções para uso dos Equipamentos de
trabalho, incluindo calçados, compatíveis com Proteção Individual - EPI;
o risco e em condições de conforto.
III - Procedimentos em caso de incêndios e
§ 1º Estas vestimentas podem ser próprias do acidentes;
trabalhador ou fornecidas pelo serviço de
saúde. IV - Orientação para manuseio e transporte de
produtos para saúde contaminados.
§ 2º O serviço de saúde é responsável pelo
fornecimento e pelo processamento das Seção VIII
vestimentas utilizadas nos centros cirúrgicos e
obstétricos, nas unidades de tratamento Da Gestão de Tecnologias e Processos
intensivo, nas unidades de isolamento e
Art. 51. O serviço de saúde deve dispor de
centrais de material esterilizado.
normas, procedimentos e rotinas técnicas
177
escritas e atualizadas, de todos os seus Art. 59. O serviço de saúde deve
processos de trabalho em local de fácil acesso disponibilizar os insumos, produtos e
a toda a equipe. equipamentos necessários para as práticas de
higienização de mãos dos trabalhadores,
Art. 52. O serviço de saúde deve manter os pacientes, acompanhantes e visitantes.
ambientes limpos, livres de resíduos e odores
incompatíveis com a atividade, devendo Art. 60. O serviço de saúde que preste
atender aos critérios de criticidade das áreas. assistência nutricional ou forneça refeições
deve garantir a qualidade nutricional e a
Art. 53. O serviço de saúde deve garantir a segurança dos alimentos.
disponibilidade dos equipamentos, materiais,
insumos e medicamentos de acordo com a Art. 61. O serviço de saúde deve informar aos
complexidade do serviço e necessários ao órgãos competentes sobre a suspeita de
atendimento da demanda. doença de notificação compulsória conforme
o estabelecido em legislação e regulamentos
Art. 54. O serviço de saúde deve realizar o vigentes.
gerenciamento de suas tecnologias de forma
a atender as necessidades do serviço Art. 62. O serviço de saúde deve calcular e
mantendo as condições de seleção, manter o registro referente aos Indicadores
aquisição, armazenamento, instalação, previstos nas legislações vigentes.
funcionamento, distribuição, descarte e
rastreabilidade. Seção IX
Art. 55. O serviço de saúde deve garantir que Do Controle Integrado de Vetores e Pragas
os materiais e equipamentos sejam utilizados Urbanas
exclusivamente para os fins a que se
destinam. Art. 63. O serviço de saúde deve garantir
ações eficazes e contínuas de controle de
Art. 56. O serviço de saúde deve garantir que vetores e pragas urbanas, com o objetivo de
os colchões, colchonetes e demais mobiliários impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou
almofadados sejam revestidos de material proliferação dos mesmos.
lavável e impermeável, não apresentando
furos, rasgos, sulcos e reentrâncias. Parágrafo único. O controle químico, quando
for necessário, deve ser realizado por
Art. 57. O serviço de saúde deve garantir a empresa habilitada e possuidora de licença
qualidade dos processos de desinfecção e sanitária e ambiental e com produtos
esterilização de equipamentos e materiais. desinfestantes regularizados pela Anvisa.
Art. 58. O serviço de saúde deve garantir que Art. 64. Não é permitido comer ou guardar
todos os usuários recebam suporte imediato alimentos nos postos de trabalho destinados
a vida quando necessário. à execução de procedimentos de saúde.
178
CAPÍTULO III Portaria nº 1.600, de 7 de julho
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS de 2011
Art. 65. Os estabelecimentos abrangidos por
Reformula a Política Nacional de Atenção às
esta resolução terão o prazo de 180 (cento e
Urgências e institui a Rede de Atençãoàs
oitenta) dias contados a partir da data de sua
Urgências no Sistema Único de Saúde (SUS).
publicação para promover as adequações
necessárias ao Regulamento Técnico.
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso
das atribuições que lhe conferem os incisos I
Parágrafo único. A partir da publicação desta
e II do parágrafo único do art. 87 da
resolução, os novos estabelecimentos e
Constituição, e
aqueles que pretendam reiniciar suas
atividades, devem atender na íntegra às
Considerando o conceito da saúde como
exigências nela contidas.
direito social e de cidadania e como
resultante das condições de vida da
Art. 66. O descumprimento das disposições
população, garantido mediante políticas
contidas nesta resolução e no regulamento
sociais e econômicas que visem à redução do
por ela aprovado constitui infração sanitária,
risco de doença e de outros agravos e ao
nos termos da Lei nº. 6.437, de 20 de agosto
acesso universal e igualitário às ações e
de 1977, sem prejuízo das responsabilidades
serviços, nos termos do que dispõe o artigo
civil, administrativa e penal cabíveis.
196 da Constituição Federal;
Art. 67. Esta resolução entra em vigor na data
Considerando a necessidade de se trabalhar
de sua publicação.
dentro de um conceito amplo de saúde que
direcione a intervenção e resposta às
necessidades de saúde, atuando desde a
promoção e prevenção, passando pelo
diagnóstico, monitoramento e tratamento,
mas também recuperação conforme dispõe o
artigo 2º da Lei nº 8.080, de 19 de setembro
de 1990;
179
Considerando que o atendimento aos Acidentes de Trânsito - Mobilizando a
usuários com quadros agudos deve ser Sociedade e Promovendo a Saúde;
prestado por todas as portas de entrada dos
serviços de saúde do SUS, possibilitando a Considerando a Portaria n° 2048/GM/MS, de
resolução integral da demanda ou 05 de novembro de 2002, que regulamenta
transferindo-a, responsavelmente, para um tecnicamente as urgências e emergências;
serviço de maior complexidade, dentro de um
sistema hierarquizado e regulado, organizado Considerando a Portaria n° 2.657/GM/MS, de
em redes regionais de atenção às urgências 16 de dezembro de 2004, que estabelece as
enquanto elos de uma rede de manutenção atribuições das centrais de regulação médica
da vida em níveis crescentes de de urgências e o dimensionamento técnico
complexidade e responsabilidade; para a estruturação e operacionalização das
Centrais do Serviço de Atendimento Móvel
Considerando que para organizar uma rede de Urgência (SAMU 192);
que atenda aos principais problemas de
saúde dos usuários na área de urgência é Considerando a Portaria n° 687/GM/MS, de
necessário considerar o perfil epidemiológico 30 de março de 2006, que institui a Política
no Brasil, onde se evidencia, segundo dados Nacional de Promoção da Saúde;
da Secretaria de Vigilância em Saúde do
Considerando a Portaria n° 1.097/GM/MS, de
Ministério da Saúde (SVS/MS), uma alta
22 de maio de 2006, que define o processo
morbimortalidade relacionada às violências e
da Programação Pactuada e Integrada da
acidentes de trânsito até os 40 (quarenta)
Assistência à Saúde no âmbito do Sistema
anos e acima desta faixa uma alta
Único de Saúde (SUS);
morbimortalidade relacionada às doenças do
aparelho circulatório;
Considerando a Portaria n° 1.559/GM/MS, de
1º de agosto de 2008, que institui a Política
Considerando o alto custo sócio-econômico,
Nacional de Regulação do SUS;
além dos sofrimentos enfrentados pelas
pessoas acometidas por acidentes de
Considerando a Portaria n° 648/GM/MS, de
trânsito, violências e doenças
28 de março de 2006, que aprova a Política
cardiovasculares no Brasil e a necessidade de
Nacional de Atenção Básica;
intervir de forma mais organizada e efetiva
sobre estas doenças e agravos; Considerando o avanço nestes últimos anos
no processo de implementação do SUS no
Considerando a Portaria n° 737/GM/MS, de
Brasil, mas também a evidente necessidade
16 de maio de 2001, que institui a Política
de superar a fragmentação das ações e
Nacional de Redução da Morbimortalidade
serviços de saúde e qualificar a gestão do
por Acidentes e Violências;
cuidado, conforme caminho apontado na
Portaria n° 4.279/GM/MS, de 30 de
Considerando a Portaria n° 344/GM/MS, de
dezembro de 2010, que prioriza a
19 de fevereiro de 2002, que institui o Projeto
de Redução da Morbimortalidade por
180
organização e implementacão das RAS no IV - humanização da atenção garantindo
país; e efetivação de um modelo centrado no usuário
e baseado nas suas necessidades de saúde;
Considerando o imperativo de prover a
atenção qualificada à saúde de toda V - garantia de implantação de modelo de
população brasileira, incluindo o atendimento atenção de caráter multiprofissional,
ágil e resolutivo das urgências e emergências, compartilhado por trabalho em equipe,
resolve: instituído por meio de práticas clinicas
cuidadoras e baseado na gestão de linhas de
Art. 1° Esta Portaria reformula a Política cuidado;
Nacional de Atenção às Urgências e institui a
Rede de Atenção às Urgências no Sistema VI - articulação e integração dos diversos
Único de Saúde (SUS). serviços e equipamentos de saúde,
constituindo redes de saúde com
CAPÍTULO I conectividade entre os diferentes pontos de
DAS DIRETRIZES DA REDE DE ATENÇÃO ÀS atenção;
URGÊNCIAS
VII - atuação territorial, definição e
Art. 2° Constituem-se diretrizes da Rede de organização das regiões de saúde e das redes
Atenção às Urgências: de atenção a partir das necessidades de
saúde destas populações, seus riscos e
I - ampliação do acesso e acolhimento aos vulnerabilidades específicas;
casos agudos demandados aos serviços de
saúde em todos os pontos de atenção, VIII - atuação profissional e gestora visando o
contemplando a classificação de risco e aprimoramento da qualidade da atenção por
intervenção adequada e necessária aos meio do desenvolvimento de ações
diferentes agravos; coordenadas, contínuas e que busquem a
integralidade e longitudinalidade do cuidado
II - garantia da universalidade, equidade e em saúde;
integralidade no atendimento às urgências
clínicas, cirúrgicas, gineco-obstétricas, IX - monitoramento e avaliação da qualidade
psiquiátricas, pediátricas e às relacionadas a dos serviços através de indicadores de
causas externas (traumatismos, violências e desempenho que investiguem a efetividade e
acidentes); a resolutividade da atenção;
181
XII - fomento, coordenação e execução de assistenciais de toda Rede de Atenção às
projetos estratégicos de atendimento às Urgências e devem ser requisitos de todos os
necessidades coletivas em saúde, de caráter pontos de atenção.
urgente e transitório, decorrentes de
situações de perigo iminente, de calamidades § 4º A Rede de Atenção às Urgências
públicas e de acidentes com múltiplas vítimas, priorizará as linhas de cuidados
a partir da construção de mapas de risco cardiovascular, cerebrovascular e
regionais e locais e da adoção de protocolos traumatológica.
de prevenção, atenção e mitigação dos
eventos; Art. 4º A Rede de Atenção às Urgências é
constituída pelos seguintes componentes:
XIII - regulação articulada entre todos os
componentes da Rede de Atenção às I - Promoção, Prevenção e Vigilância à Saúde;
Urgências com garantia da equidade e
II - Atenção Básica em Saúde;
integralidade do cuidado; e
III - Serviço de Atendimento Móvel de
XIV - qualificação da assistência por meio da
Urgência (SAMU 192) e suas Centrais de
educação permanente das equipes de saúde
Regulação Médica das Urgências;
do SUS na Atenção às Urgências, em acordo
com os princípios da integralidade e
IV - Sala de Estabilização;
humanização.
V - Força Nacional de Saúde do SUS;
Art. 3º Fica organizada, no âmbito do SUS, a
Rede de Atenção às Urgências. VI - Unidades de Pronto Atendimento (UPA
24h) e o conjunto de serviços de urgência 24
§ 1 º A organização da Rede de Atenção às
horas;
Urgências tem a finalidade de articular e
integrar todos os equipamentos de saúde, VII - Hospitalar; e
objetivando ampliar e qualificar o acesso
humanizado e integral aos usuários em VIII - Atenção Domiciliar.
situação de urgência e emergência nos
serviços de saúde, de forma ágil e oportuna. CAPÍTULO II
185
Art. 14. Os Comitês Gestores de Atenção às § 4º O relatório da situação da atenção
Urgências já existentes deverão ser mantidos estadual às urgências elaborado nos termos
e deverão ser apresentadas propostas de do parágrafo anterior será remetido à
estruturação e funcionamento de novos Coordenação-Geral de Urgência e
Comitês nos âmbitos Estadual, Regional e Emergência (CGUE/DAE/SAS/MS), onde
Municipal nos locais onde ainda não existem. comporá a base nacional de dados relativa à
atenção às urgências.
§ 1º As Secretarias Municipais de Saúde
deverão constituir e coordenar Comitês § 5º Fica recomendado que os Comitês
Gestores Municipais da Rede de Atenção às Gestores Estaduais da Rede de Atenção às
Urgências, garantindo a adequada articulação Urgências sejam compostos pelo
entre os entes gestores e os executores das Coordenador Estadual do Sistema de
ações e as Secretarias Estaduais de Saúde Atenção às Urgências, pelo COSEMS,
deverão constituir e coordenar os Comitês representado por Coordenadores Municipais
Gestores Estaduais e os Comitês Gestores de Atenção às Urgências, pela Defesa Civil
Regionais do Sistema de Atenção às Estadual, representantes do Corpo de
Urgências. Bombeiros, da Secretaria Estadual de
Segurança Pública e da Polícia Rodoviária e
§ 2º Os Comitês Gestores da Rede de do Conselho Estadual de Saúde, das
Atenção às Urgências representarão o espaço empresas concessionárias de rodovias, com
formal de discussão e implementação das sugestão de estudar a necessidade ou
correções necessárias à permanente oportunidade de se incorporarem a eles
adequação do sistema de atenção integral às representantes das Forças Armadas
urgências, dentro das diretrizes estabelecidas Brasileiras.
pelos Planos de Atenção às Urgências, em
suas instâncias de representação institucional § 6º Fica recomendado que os Comitês
que permitirão que os atores envolvidos na Gestores das Redes Regionais de Atenção às
estruturação da atenção às urgências possam Urgências, sob coordenação estadual e com
discutir, avaliar e pactuar as diretrizes e ações fluxo operacional compatível e de acordo
prioritárias, subordinadas às estruturas de com a realidade regional, tenham a seguinte
pactuação do SUS nos seus vários níveis. composição:
186
IV - representante do Corpo de Bombeiros, Art. 16. Fica revogada a Portaria nº
Polícias Rodoviária, Civil e Militar, onde essas 1863/GM/MS, de 29 de setembro de 2003,
corporações atuem na atenção às urgências; publicada no Diário Oficial da União nº 193,
de 6 de outubro de 2003, Seção 1, p. 56.
V - representante da Defesa Civil;
189
o)entidades patronais; Judiciário e do Ministério Público, como
conselheiros, não é permitida nos Conselhos
p)entidades dos prestadores de serviço de de Saúde.
saúde; e
IX - Quando não houver Conselho de Saúde
q)governo. constituído ou em atividade no Município,
caberá ao Conselho Estadual de Saúde
IV - As entidades, movimentos e instituições assumir, junto ao executivo municipal, a
eleitas no Conselho de Saúde terão os convocação e realização da Conferência
conselheiros indicados, por escrito, conforme Municipal de Saúde, que terá como um de
processos estabelecidos pelas respectivas seus objetivos a estruturação e composição
entidades, movimentos e instituições e de do Conselho Municipal. O mesmo será
acordo com a sua organização, com a atribuído ao Conselho Nacional de Saúde,
recomendação de que ocorra renovação de quando não houver Conselho Estadual de
seus representantes. Saúde constituído ou em funcionamento.
190
I - cabe ao Conselho de Saúde deliberar em VIII - as decisões do Conselho de Saúde serão
relação à sua estrutura administrativa e o adotadas mediante quórum mínimo (metade
quadro de pessoal; mais um) dos seus integrantes, ressalvados os
casos regimentais nos quais se exija quórum
II - o Conselho de Saúde contará com uma especial, ou maioria qualificada de votos;
secretaria-executiva coordenada por pessoa
preparada para a função, para o suporte a) entende-se por maioria simples o número
técnico e administrativo, subordinada ao inteiro imediatamente superior à metade dos
Plenário do Conselho de Saúde, que definirá membros presentes;
sua estrutura e dimensão;
b) entende-se por maioria absoluta o número
III - o Conselho de Saúde decide sobre o seu inteiro imediatamente superior à metade de
orçamento; membros do Conselho;
VI - o Conselho de Saúde exerce suas X - a cada três meses, deverá constar dos
atribuições mediante o funcionamento do itens da pauta o pronunciamento do gestor,
Plenário, que, além das comissões das respectivas esferas de governo, para que
intersetoriais, estabelecidas na Lei no faça a prestação de contas, em relatório
8.080/90, instalará outras comissões detalhado, sobre andamento do plano de
intersetoriais e grupos de trabalho de saúde, agenda da saúde pactuada, relatório
conselheiros para ações transitórias.As de gestão, dados sobre o montante e a forma
comissões poderão contar com integrantes de aplicação dos recursos, as auditorias
não conselheiros; iniciadas e concluídas no período, bem como
a produção e a oferta de serviços na rede
VII - o Conselho de Saúde constituirá uma assistencial própria, contratada ou
Mesa Diretora eleita em Plenário, respeitando conveniada, de acordo com o art. 12 da Lei
a paridade expressa nesta Resolução; no 8.689/93 e com a Lei Complementar no
141/2012;
191
XI - os Conselhos de Saúde, com a devida IV - atuar na formulação e no controle da
justificativa, buscarão auditorias externas e execução da política de saúde, incluindo os
independentes sobre as contas e atividades seus aspectos econômicos e financeiros, e
do Gestor do SUS; e propor estratégias para a sua aplicação aos
setores público e privado;
XII - o Pleno do Conselho de Saúde deverá
manifestar-se por meio de resoluções, V - definir diretrizes para elaboração dos
recomendações, moções e outros atos planos de saúde e deliberar sobre o seu
deliberativos. conteúdo, conforme as diversas situações
epidemiológicas e a capacidade
As resoluções serão obrigatoriamente organizacional dos serviços;
homologadas pelo chefe do poder
constituído em cada esfera de governo, em VI - anualmente deliberar sobre a aprovação
um prazo de 30 (trinta) dias, dando-se-lhes ou não do relatório de gestão;
publicidade oficial. Decorrido o prazo
mencionado e não sendo homologada a VII - estabelecer estratégias e procedimentos
resolução e nem enviada justificativa pelo de acompanhamento da gestão do SUS,
gestor ao Conselho de Saúde com proposta articulando-se com os demais colegiados, a
de alteração ou rejeição a ser apreciada na exemplo dos de seguridade social, meio
reunião seguinte, as entidades que integram ambiente, justiça, educação, trabalho,
o Conselho de Saúde podem buscar a agricultura, idosos, criança e adolescente e
validação das resoluções, recorrendo à justiça outros;
e ao Ministério Público, quando necessário.
Quinta Diretriz: aos Conselhos de Saúde VIII - proceder à revisão periódica dos planos
Nacional, Estaduais, Municipais e do Distrito de saúde;
Federal, que têm competências definidas nas
IX - deliberar sobre os programas de saúde e
leis federais, bem como em indicações
aprovar projetos a serem encaminhados ao
advindas das Conferências de Saúde,
Poder Legislativo, propor a adoção de
compete:
critérios definidores de qualidade e
I - fortalecer a participação e o Controle Social resolutividade, atualizando-os face ao
no SUS, mobilizar e articular a sociedade de processo de incorporação dos avanços
forma permanente na defesa dos princípios científicos e tecnológicos na área da Saúde;
constitucionais que fundamentam o SUS;
X - a cada quadrimestre deverá constar dos
II - elaborar o Regimento Interno do Conselho itens da pauta o pronunciamento do gestor,
e outras normas de funcionamento; das respectivas esferas de governo, para que
faça a prestação de contas, em relatório
III - discutir, elaborar e aprovar propostas de detalhado, sobre andamento do plano de
operacionalização das diretrizes aprovadas saúde, agenda da saúde pactuada, relatório
pelas Conferências de Saúde; de gestão, dados sobre o montante e a forma
de aplicação dos recursos, as auditorias
192
iniciadas e concluídas no período, bem como tempo hábil aos conselheiros, e garantia do
a produção e a oferta de serviços na rede devido assessoramento;
assistencial própria, contratada ou
conveniada, de acordo com a Lei XVIII - fiscalizar e acompanhar o
Complementar no 141/2012. desenvolvimento das ações e dos serviços de
saúde e encaminhar denúncias aos
XI - avaliar, explicitando os critérios utilizados, respectivos órgãos de controle interno e
a organização e o funcionamento do Sistema externo, conforme legislação vigente;
Único de Saúde do SUS;
XIX - examinar propostas e denúncias de
XII - avaliar e deliberar sobre contratos, indícios de irregularidades, responder no seu
consórcios e convênios, conforme as âmbito a consultas sobre assuntos
diretrizes dos Planos de Saúde Nacional, pertinentes às ações e aos serviços de saúde,
Estaduais, do Distrito Federal e Municipais; bem como apreciar recursos a respeito de
deliberações do Conselho nas suas
XIII - acompanhar e controlar a atuação do respectivas instâncias;
setor privado credenciado mediante contrato
ou convênio na área de saúde; XX - estabelecer a periodicidade de
convocação e organizar as Conferências de
XIV - aprovar a proposta orçamentária anual Saúde, propor sua convocação ordinária ou
da saúde, tendo em vista as metas e extraordinária e estruturar a comissão
prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes organizadora, submeter o respectivo
Orçamentárias, observado o princípio do regimento e programa ao Pleno do Conselho
processo de planejamento e orçamento de Saúde correspondente, convocar a
ascendentes, conforme legislação vigente; sociedade para a participação nas pré-
conferências e conferências de saúde;
XV - propor critérios para programação e
execução financeira e orçamentária dos XXI - estimular articulação e intercâmbio entre
Fundos de Saúde e acompanhar a os Conselhos de Saúde, entidades,
movimentação e destino dos recursos; movimentos populares, instituições públicas e
privadas para a promoção da Saúde;
XVI - fiscalizar e controlar gastos e deliberar
sobre critérios de movimentação de recursos XXII - estimular, apoiar e promover estudos e
da Saúde, incluindo o Fundo de Saúde e os pesquisas sobre assuntos e temas na área de
recursos transferidos e próprios do Município, saúde pertinente ao desenvolvimento do
Estado, Distrito Federal e da União, com base Sistema Único de Saúde (SUS);
no que a lei disciplina;
XXIII - acompanhar o processo de
XVII - analisar, discutir e aprovar o relatório de desenvolvimento e incorporação científica e
gestão, com a prestação de contas e tecnológica, observados os padrões éticos
informações financeiras, repassadas em compatíveis com o desenvolvimento
sociocultural do País;
193
XXIV - estabelecer ações de informação,
educação e comunicação em saúde, divulgar
as funções e competências do Conselho de Resolução - RDC nº 36, de 25
Saúde, seus trabalhos e decisões nos meios de julho de 2013
de comunicação, incluindo informações sobre
as agendas, datas e local das reuniões e dos Institui ações para a segurança do paciente
eventos; em serviços de saúde e dá outras
providências.
XXV - deliberar, elaborar, apoiar e promover
a educação permanente para o controle A Diretoria Colegiada da Agência Nacional
social, de acordo com as Diretrizes e a Política de Vigilância Sanitária, no uso das atribuições
Nacional de Educação Permanente para o que lhe conferem os incisos III e IV, do art. 15
Controle Social do SUS; da Lei n.º 9.782, de 26 de janeiro de 1999, o
inciso II, e §§ 1° e 3° do art. 54 do Regimento
XXVI - incrementar e aperfeiçoar o
Interno aprovado nos termos do Anexo I da
relacionamento sistemático com os poderes
Portaria nº 354 da ANVISA, de 11 de agosto
constituídos, Ministério Público, Judiciário e
de 2006, republicada no DOU de 21 de
Legislativo, meios de comunicação, bem
agosto de 2006, e suas atualizações, tendo
como setores relevantes não representados
em vista o disposto nos incisos III, do art. 2º,
nos conselhos;
III e IV, do art. 7º da Lei n.º 9.782, de 1999, e
o Programa de Melhoria do Processo
XXVII - acompanhar a aplicação das normas
de Regulamentação da Agência, instituído
sobre ética em pesquisas aprovadas pelo
por meio da Portaria nº 422, de 16 de abril de
CNS;
2008, em reunião realizada em 23 de julho de
XXVIII - deliberar, encaminhar e avaliar a 2013, adota a seguinte Resolução da Diretoria
Política de Gestão do Trabalho e Educação Colegiada e eu, Diretor-Presidente ,
para a Saúde no SUS; determino a sua publicação:
Seção II
194
Abrangência V - garantia da qualidade: totalidade das
ações sistemáticas necessárias para garantir
Art. 2º Esta Resolução se aplica aos serviços que os serviços prestados estejam dentro dos
de saúde, sejam eles públicos, privados, padrões de qualidade exigidos para os fins a
filantrópicos, civis ou militares, incluindo que se propõem;
aqueles que exercem ações de ensino e
pesquisa. VI - gestão de risco: aplicação sistêmica e
contínua de políticas, procedimentos,
Parágrafo único. Excluem-se do escopo desta condutas e recursos na identificação, análise,
Resolução os consultórios individualizados, avaliação, comunicação e controle de riscos e
laboratórios clínicos e os serviços móveis e de eventos adversos que afetam a segurança, a
atenção domiciliar. saúde humana, a integridade profissional, o
meio ambiente e a imagem institucional;
Seção III
VII - incidente: evento ou circunstância que
Definições poderia ter resultado, ou resultou, em dano
desnecessário à saúde;
Art. 3º Para efeito desta Resolução são
adotadas as seguintes definições: VIII - núcleo de segurança do paciente (NSP):
instância do serviço de saúde criada para
I - boas práticas de funcionamento do serviço
promover e apoiar a implementação de ações
de saúde: componentes da garantia da
voltadas à segurança do paciente;
qualidade que asseguram que os serviços são
ofertados com padrões de qualidade IX - plano de segurança do paciente em
adequados; serviços de saúde: documento que aponta
situações de risco e descreve as estratégias e
II - cultura da segurança: conjunto de valores,
ações definidas pelo serviço de saúde para a
atitudes, competências e comportamentos
gestão de risco visando a prevenção e a
que determinam o comprometimento com a
mitigação dos incidentes, desde a admissão
gestão da saúde e da segurança, substituindo
até a transferência, a alta ou o óbito do
a culpa e a punição pela oportunidade de
paciente no serviço de saúde;
aprender com as falhas e melhorar a atenção
à saúde; X - segurança do paciente: redução, a um
mínimo aceitável, do risco de dano
III - dano: comprometimento da estrutura ou
desnecessário associado à atenção à saúde;
função do corpo e/ou qualquer efeito dele
oriundo, incluindo doenças, lesão, XI - serviço de saúde: estabelecimento
sofrimento, morte, incapacidade ou destinado ao desenvolvimento de ações
disfunção, podendo, assim, ser físico, social relacionadas à promoção, proteção,
ou psicológico; manutenção e recuperação da saúde,
qualquer que seja o seu nível de
IV - evento adverso: incidente que resulta em
complexidade, em regime de internação ou
dano à saúde;
195
não, incluindo a atenção realizada em I - recursos humanos, financeiros,
consultórios, domicílios e unidades móveis; equipamentos, insumos e materiais;
196
V - acompanhar as ações vinculadas ao Plano Art. 8º O Plano de Segurança do Paciente em
de Segurança do Paciente em Serviços de Serviços de Saúde (PSP), elaborado pelo NSP,
Saúde; deve estabelecer estratégias e ações de
gestão de risco, conforme as atividades
VI - implantar os Protocolos de Segurança do desenvolvidas pelo serviço de saúde para:
Paciente e realizar o monitoramento dos seus
indicadores; I - identificação, análise, avaliação,
monitoramento e comunicação dos riscos no
VII - estabelecer barreiras para a prevenção serviço de saúde, de forma sistemática;
de incidentes nos serviços de saúde;
II - integrar os diferentes processos de gestão
VIII - desenvolver, implantar e acompanhar de risco desenvolvidos nos serviços de saúde;
programas de capacitação em segurança do
paciente e qualidade em serviços de saúde; III - implementação de protocolos
estabelecidos pelo Ministério da Saude;
IX - analisar e avaliar os dados sobre
incidentes e eventos adversos decorrentes da IV - identificação do paciente;
prestação do serviço de saúde;
V - higiene das mãos;
X - compartilhar e divulgar à direção e aos
profissionais do serviço de saúde os VI - segurança cirúrgica;
resultados da análise e avaliação dos dados
sobre incidentes e eventos adversos VII - segurança na prescrição, uso e
decorrentes da prestação do serviço de administração de medicamentos;
saúde;
VIII - segurança na prescrição, uso e
XI - notificar ao Sistema Nacional de Vigilância administração de sangue e
Sanitária os eventos adversos decorrentes da hemocomponentes;
prestação do serviço de saúde;
IX - segurança no uso de equipamentos e
XII- manter sob sua guarda e disponibilizar à materiais;
autoridade sanitária, quando requisitado, as
X - manter registro adequado do uso de
notificações de eventos adversos;
órteses e próteses quando este
XIII - acompanhar os alertas sanitários e outras procedimento for realizado;
comunicações de risco divulgadas pelas
XI - prevenção de quedas dos pacientes;
autoridades sanitárias.
XII - prevenção de úlceras por pressão;
Seção II
XIII - prevenção e controle de eventos
Do Plano de Segurança do Paciente em
adversos em serviços de saúde, incluindo as
Serviços de Saúde
infecções relacionadas à assistência à saúde;
197
XIV- segurança nas terapias nutricionais III - acompanhar, junto às vigilâncias sanitárias
enteral e parenteral; distrital, estadual e municipal as investigações
sobre os eventos adversos que evoluíram
XV - comunicação efetiva entre profissionais para óbito.
do serviço de saúde e entre serviços de
saúde; CAPÍTULO IV
199
estabelecendo-se as diretrizes para a § 4º Para o cumprimento do previsto no § 3º,
organização do componente Atenção Básica, serão adotadas estratégias que permitam
na Rede de Atenção à Saúde - RAS. minimizar desigualdades/iniquidades, de
modo a evitar exclusão social de grupos que
Parágrafo único. A Política Nacional de possam vir a sofrer estigmatização ou
Atenção Básica considera os termos Atenção discriminação, de maneira que impacte na
Básica - AB e Atenção Primária à Saúde - APS, autonomia e na situação de saúde.
nas atuais concepções, como termos
equivalentes, de forma a associar a ambas os Art. 3º São Princípios e Diretrizes do SUS e da
princípios e as diretrizes definidas neste RAS a serem operacionalizados na Atenção
documento. Básica:
201
IX - desenvolver, disponibilizar e implantar os XVI - garantir espaços físicos e ambientes
Sistemas de Informação da Atenção Básica adequados para a formação de estudantes e
vigentes, garantindo mecanismos que trabalhadores de saúde, para a formação em
assegurem o uso qualificado dessas serviço e para a educação permanente e
ferramentas nas UBS, de acordo com suas continuada nas Unidades Básicas de Saúde;
responsabilidades;
XVII - desenvolver as ações de assistência
X - garantir, de forma tripartite, dispositivos farmacêutica e do uso racional de
para transporte em saúde, compreendendo medicamentos, garantindo a disponibilidade
as equipes, pessoas para realização de e acesso a medicamentos e insumos em
procedimentos eletivos, exames, dentre conformidade com a RENAME, os protocolos
outros, buscando assegurar a resolutividade e clínicos e diretrizes terapêuticas, e com a
a integralidade do cuidado na RAS, conforme relação específica complementar estadual,
necessidade do território e planejamento de municipal, da união, ou do distrito federal de
saúde; medicamentos nos pontos de atenção,
visando a integralidade do cuidado;
XI - planejar, apoiar, monitorar e avaliar as
ações da Atenção Básica nos territórios; XVIII - adotar estratégias para garantir um
amplo escopo de ações e serviços a serem
XII - estabelecer mecanismos de ofertados na Atenção Básica, compatíveis
autoavaliação, controle, regulação e com as necessidades de saúde de cada
acompanhamento sistemático dos resultados localidade;
alcançados pelas ações da Atenção Básica,
como parte do processo de planejamento e XIX - estabelecer mecanismos regulares de
programação; auto avaliação para as equipes que atuam na
Atenção Básica, a fim de fomentar as práticas
XIII - divulgar as informações e os resultados de monitoramento, avaliação e planejamento
alcançados pelas equipes que atuam na em saúde; e
Atenção Básica, estimulando a utilização dos
dados para o planejamento das ações; XX -articulação com o subsistema Indígena
nas ações de Educação Permanente e gestão
XIV - promover o intercâmbio de experiências da rede assistencial.
entre gestores e entre trabalhadores, por
meio de cooperação horizontal, e estimular o Art. 8º Compete ao Ministério da Saúde a
desenvolvimento de estudos e pesquisas que gestão das ações de Atenção Básica no
busquem o aperfeiçoamento e a âmbito da União, sendo responsabilidades da
disseminação de tecnologias e União:
conhecimentos voltados à Atenção Básica;
I -definir e rever periodicamente, de forma
XV - estimular a participação popular e o pactuada, na Comissão Intergestores
controle social; Tripartite (CIT), as diretrizes da Política
Nacional de Atenção Básica;
202
II - garantir fontes de recursos federais para Art. 9º Compete às Secretarias Estaduais de
compor o financiamento da Atenção Básica; Saúde e ao Distrito Federal a coordenação do
componente estadual e distrital da Atenção
III - destinar recurso federal para compor o Básica, no âmbito de seus limites territoriais e
financiamento tripartite da Atenção Básica, de acordo com as políticas, diretrizes e
de modo mensal, regular e automático, prioridades estabelecidas, sendo
prevendo, entre outras formas, o repasse responsabilidades dos Estados e do Distrito
fundo a fundo para custeio e investimento das Federal:
ações e serviços;
I - pactuar, na Comissão Intergestores
IV - prestar apoio integrado aos gestores dos Bipartite (CIB) e Colegiado de Gestão no
Estados, do Distrito Federal e dos municípios Distrito Federal, estratégias, diretrizes e
no processo de qualificação e de normas para a implantação e implementação
consolidação da Atenção Básica; da Política Nacional de Atenção Básica
vigente nos Estados e Distrito Federal;
V - definir, de forma tripartite, estratégias de
articulação junto às gestões estaduais e II - destinar recursos estaduais para compor o
municipais do SUS, com vistas à financiamento tripartite da Atenção Básica,
institucionalização da avaliação e qualificação de modo regular e automático, prevendo,
da Atenção Básica; entre outras formas, o repasse fundo a fundo
para custeio e investimento das ações e
VI - estabelecer, de forma tripartite, diretrizes serviços;
nacionais e disponibilizar instrumentos
técnicos e pedagógicos que facilitem o III - ser corresponsável pelo monitoramento
processo de gestão, formação e educação das ações de Atenção Básica nos municípios;
permanente dos gestores e profissionais da
Atenção Básica; IV - analisar os dados de interesse estadual
gerados pelos sistemas de informação, utilizá-
VII - articular com o Ministério da Educação los no planejamento e divulgar os resultados
estratégias de indução às mudanças obtidos;
curriculares nos cursos de graduação e
pósgraduação na área da saúde, visando à V -verificar a qualidade e a consistência de
formação de profissionais e gestores com arquivos dos sistemas de informação
perfil adequado à Atenção Básica; e enviados pelos municípios, de acordo com
prazos e fluxos estabelecidos para cada
VIII -apoiar a articulação de instituições, em sistema, retornando informações aos
parceria com as Secretarias de Saúde gestores municipais;
Municipais, Estaduais e do Distrito Federal,
para formação e garantia de educação VI - divulgar periodicamente os relatórios de
permanente e continuada para os indicadores da Atenção Básica, com intuito
profissionais de saúde da Atenção Básica, de de assegurar o direito fundamental de acesso
acordo com as necessidades locais. à informação;
203
VII - prestar apoio institucional aos municípios II - programar as ações da Atenção Básica a
no processo de implantação, partir de sua base territorial de acordo com as
acompanhamento e qualificação da Atenção necessidades de saúde identificadas em sua
Básica e de ampliação e consolidação da população, utilizando instrumento de
Estratégia Saúde da Família; programação nacional vigente;
VIII - definir estratégias de articulação com as III - organizar o fluxo de pessoas, inserindo-as
gestões municipais, com vistas à em linhas de cuidado, instituindo e
institucionalização do monitoramento e garantindo os fluxos definidos na Rede de
avaliação da Atenção Básica; Atenção à Saúde entre os diversos pontos de
atenção de diferentes configurações
IX - disponibilizar aos municípios instrumentos tecnológicas, integrados por serviços de
técnicos e pedagógicos que facilitem o apoio logístico, técnico e de gestão, para
processo de formação e educação garantir a integralidade do cuidado.
permanente dos membros das equipes de
gestão e de atenção; IV -estabelecer e adotar mecanismos de
encaminhamento responsável pelas equipes
X - articular instituições de ensino e serviço, que atuam na Atenção Básica de acordo com
em parceria com as Secretarias Municipais de as necessidades de saúde das pessoas,
Saúde, para formação e garantia de educação mantendo a vinculação e coordenação do
permanente aos profissionais de saúde das cuidado;
equipes que atuam na Atenção Básica; e
V - manter atualizado mensalmente o
XI -fortalecer a Estratégia Saúde da Família na cadastro de equipes, profissionais, carga
rede de serviços como a estratégia prioritária horária, serviços disponibilizados,
de organização da Atenção Básica. equipamentos e outros no Sistema de
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Art. 10 Compete às Secretarias Municipais de Saúde vigente, conforme regulamentação
Saúde a coordenação do componente específica;
municipal da Atenção Básica, no âmbito de
seus limites territoriais, de acordo com a VI - organizar os serviços para permitir que a
política, diretrizes e prioridades Atenção Básica atue como a porta de entrada
estabelecidas, sendo responsabilidades dos preferencial e ordenadora da RAS;
Municípios e do Distrito Federal:
VII - fomentar a mobilização das equipes e
I -organizar, executar e gerenciar os serviços garantir espaços para a participação da
e ações de Atenção Básica, de forma comunidade no exercício do controle social;
universal, dentro do seu território, incluindo
as unidades próprias e as cedidas pelo estado VIII - destinar recursos municipais para
e pela União; compor o financiamento tripartite da Atenção
Básica;
204
IX - ser corresponsável, junto ao Ministério da enviados às outras esferas de gestão, utilizá-
Saúde, e Secretaria Estadual de Saúde pelo los no planejamento das ações e divulgar os
monitoramento da utilização dos recursos da resultados obtidos, a fim de assegurar o
Atenção Básica transferidos aos município; direito fundamental de acesso à informação;
XVII -alimentar, analisar e verificar a qualidade A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)
e a consistência dos dados inseridos nos é resultado da experiência acumulada por um
sistemas nacionais de informação a serem conjunto de atores envolvidos historicamente
com o desenvolvimento e a consolidação do
205
Sistema Único de Saúde (SUS), como planejamento e a implementação de ações
movimentos sociais, população, públicas para a proteção da saúde da
trabalhadores e gestores das três esferas de população, a prevenção e o controle de
governo. Esta Portaria, conforme riscos, agravos e doenças, bem como para a
normatização vigente no SUS, que define a promoção da saúde.
organização em Redes de Atenção à Saúde
(RAS) como estratégia para um cuidado Destaca-se ainda o desafio de superar
integral e direcionado às necessidades de compreensões simplistas, nas quais, entre
saúde da população, destaca a Atenção outras, há dicotomia e oposição entre a
Básica como primeiro ponto de atenção e assistência e a promoção da saúde. Para tal,
porta de entrada preferencial do sistema, que deve-se partir da compreensão de que a
deve ordenar os fluxos e contrafluxos de saúde possui múltiplos determinantes e
pessoas , produtos e informações em todos condicionantes e que a melhora das
os pontos de atenção à saúde. condições de saúde das pessoas e
coletividades passa por diversos fatores, os
Esta Política Nacional de Atenção Básica tem quais grande parte podem ser abordados na
na Saúde da Família sua estratégia prioritária Atenção Básica.
para expansão e consolidação da Atenção
Básica. Contudo reconhece outras estratégias 1 - PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA ATENÇÃO
de organização da Atenção Básica nos BÁSICA
territórios, que devem seguir os princípios e
diretrizes da Atenção Básica e do SUS, Os princípios e diretrizes, a caracterização e a
configurando um processo progressivo e relação de serviços ofertados na Atenção
singular que considera e inclui as Básica serão orientadores para a sua
especificidades locorregionais, ressaltando a organização nos municípios, conforme
dinamicidade do território e a existência de descritos a seguir:
populações específicas, itinerantes e
1.1 - Princípios
dispersas, que também são de
responsabilidade da equipe enquanto
- Universalidade: possibilitar o acesso
estiverem no território, em consonância com
universal e contínuo a serviços de saúde de
a política de promoção da equidade em
qualidade e resolutivos, caracterizados como
saúde.
a porta de entrada aberta e preferencial da
RAS (primeiro contato), acolhendo as pessoas
A Atenção Básica considera a pessoa em sua
e promovendo a vinculação e
singularidade e inserção sociocultural,
corresponsabilização pela atenção às suas
buscando produzir a atenção integral,
necessidades de saúde. O estabelecimento
incorporar as ações de vigilância em saúde - a
de mecanismos que assegurem acessibilidade
qual constitui um processo contínuo e
e acolhimento pressupõe uma lógica de
sistemático de coleta, consolidação, análise e
organização e funcionamento do serviço de
disseminação de dados sobre eventos
saúde que parte do princípio de que as
relacionados à saúde - além disso, visa o
equipes que atuam na Atenção Básica nas
206
UBS devem receber e ouvir todas as pessoas - Regionalização e Hierarquização: dos
que procuram seus serviços, de modo pontos de atenção da RAS, tendo a Atenção
universal, de fácil acesso e sem diferenciações Básica como ponto de comunicação entre
excludentes, e a partir daí construir respostas esses. Considera-se regiões de saúde como
para suas demandas e necessidades. um recorte espacial estratégico para fins de
planejamento, organização e gestão de redes
- Equidade: ofertar o cuidado, reconhecendo de ações e serviços de saúde em determinada
as diferenças nas condições de vida e saúde e localidade, e a hierarquização como forma de
de acordo com as necessidades das pessoas, organização de pontos de atenção da RAS
considerando que o direito à saúde passa entre si, com fluxos e referências
pelas diferenciações sociais e deve atender à estabelecidos.
diversidade. Ficando proibida qualquer
exclusão baseada em idade, gênero, cor, - Territorialização e Adstrição: de forma a
crença, nacionalidade, etnia, orientação permitir o planejamento, a programação
sexual, identidade de gênero, estado de descentralizada e o desenvolvimento de
saúde, condição socioeconômica, ações setoriais e intersetoriais com foco em
escolaridade ou limitação física, intelectual, um território específico, com impacto na
funcional, entre outras, com estratégias que situação, nos condicionantes e determinantes
permitam minimizar desigualdades, evitar da saúde das pessoas e coletividades que
exclusão social de grupos que possam vir a constituem aquele espaço e estão, portanto,
sofrer estigmatização ou discriminação; de adstritos a ele. Para efeitos desta portaria,
maneira que impacte na autonomia e na considerase Território a unidade geográfica
situação de saúde. única, de construção descentralizada do SUS
na execução das ações estratégicas
- Integralidade: É o conjunto de serviços destinadas à vigilância, promoção,
executados pela equipe de saúde que prevenção, proteção e recuperação da saúde.
atendam às necessidades da população Os Territórios são destinados para dinamizar
adscrita nos campos do cuidado, da a ação em saúde pública, o estudo social,
promoção e manutenção da saúde, da econômico, epidemiológico, assistencial,
prevenção de doenças e agravos, da cura, da cultural e identitário, possibilitando uma
reabilitação, redução de danos e dos ampla visão de cada unidade geográfica e
cuidados paliativos. Inclui a responsabilização subsidiando a atuação na Atenção Básica, de
pela oferta de serviços em outros pontos de forma que atendam a necessidade da
atenção à saúde e o reconhecimento população adscrita e ou as populações
adequado das necessidades biológicas, específicas.
psicológicas, ambientais e sociais causadoras
das doenças, e manejo das diversas III - População Adscrita: população que está
tecnologias de cuidado e de gestão presente no território da UBS, de forma a
necessárias a estes fins, além da ampliação da estimular o desenvolvimento de relações de
autonomia das pessoas e coletividade. vínculo e responsabilização entre as equipes
e a população, garantindo a continuidade das
1.2 - Diretrizes
207
ações de saúde e a longitudinalidade do diminuindo os riscos de iatrogenia que são
cuidado e com o objetivo de ser referência decorrentes do desconhecimento das
para o seu cuidado. histórias de vida e da falta de coordenação do
cuidado.
- Cuidado Centrado na Pessoa: aponta para o
desenvolvimento de ações de cuidado de VII - Coordenar o cuidado: elaborar,
forma singularizada, que auxilie as pessoas a acompanhar e organizar o fluxo dos usuários
desenvolverem os conhecimentos, aptidões, entre os pontos de atenção das RAS. Atuando
competências e a confiança necessária para como o centro de comunicação entre os
gerir e tomar decisões embasadas sobre sua diversos pontos de atenção,
própria saúde e seu cuidado de saúde de responsabilizando-se pelo cuidado dos
forma mais efetiva. O cuidado é construído usuários em qualquer destes pontos através
com as pessoas, de acordo com suas de uma relação horizontal, contínua e
necessidades e potencialidades na busca de integrada, com o objetivo de produzir a
uma vida independente e plena. A família, a gestão compartilhada da atenção integral.
comunidade e outras formas de coletividade Articulando também as outras estruturas das
são elementos relevantes, muitas vezes redes de saúde e intersetoriais, públicas,
condicionantes ou determinantes na vida das comunitárias e sociais.
pessoas e, por consequência, no cuidado.
VIII - Ordenar as redes: reconhecer as
- Resolutividade: reforça a importância da necessidades de saúde da população sob sua
Atenção Básica ser resolutiva, utilizando e responsabilidade, organizando as
articulando diferentes tecnologias de cui- necessidades desta população em relação
dado individual e coletivo, por meio de uma aos outros pontos de atenção à saúde,
clínica ampliada capaz de construir vínculos contribuindo para que o planejamento das
positivos e intervenções clínica e ações, assim como, a programação dos
sanitariamente efetivas, centrada na pessoa, serviços de saúde, parta das necessidades de
na perspectiva de ampliação dos graus de saúde das pessoas.
autonomia dos indivíduos e grupos sociais.
Deve ser capaz de resolver a grande maioria IX - Participação da comunidade: estimular a
dos problemas de saúde da população, participação das pessoas, a orientação
coordenando o cuidado do usuário em outros comunitária das ações de saúde na Atenção
pontos da RAS, quando necessário. Básica e a competência cultural no cuidado,
como forma de ampliar sua autonomia e
VI - Longitudinalidade do cuidado: pressupõe capacidade na construção do cuidado à sua
a continuidade da relação de cuidado, com saúde e das pessoas e coletividades do
construção de vínculo e responsabilização território. Considerando ainda o
entre profissionais e usuários ao longo do enfrentamento dos determinantes e
tempo e de modo permanente e consistente, condicionantes de saúde, através de
acompanhando os efeitos das intervenções articulação e integração das ações
em saúde e de outros elementos na vida das intersetoriais na organização e orientação dos
pessoas , evitando a perda de referências e serviços de saúde, a partir de lógicas mais
208
centradas nas pessoas e no exercício do A Atenção Básica é caracterizada como porta
controle social. de entrada preferencial do SUS, possui um
espaço privilegiado de gestão do cuidado das
2 - A ATENÇÃO BÁSICA NA REDE DE pessoas e cumpre papel estratégico na rede
ATENÇÃO À SAÚDE de atenção, servindo como base para o seu
ordenamento e para a efetivação da
Esta portaria, conforme normatização vigente integralidade. Para tanto, é necessário que a
do SUS, define a organização na RAS, como Atenção Básica tenha alta resolutividade, com
estratégia para um cuidado integral e capacidade clínica e de cuidado e
direcionado às necessidades de saúde da incorporação de tecnologias leves, leve duras
população. As RAS constituem-se em arranjos e duras (diagnósticas e terapêuticas), além da
organizativos formados por ações e serviços articulação da Atenção Básica com outros
de saúde com diferentes configurações pontos da RAS.
tecnológicas e missões assistenciais,
articulados de forma complementar e com Os estados, municípios e o distrito federal,
base territorial, e têm diversos atributos, devem articular ações intersetoriais, assim
entre eles, destaca-se: a Atenção Básica como a organização da RAS, com ênfase nas
estruturada como primeiro ponto de atenção necessidades locorregionais, promovendo a
e principal porta de entrada do sistema, integração das referências de seu território.
constituída de equipe multidisciplinar que
cobre toda a população, integrando, Recomenda-se a articulação e implementação
coordenando o cuidado e atendendo as de processos que aumentem a capacidade
necessidades de saúde das pessoas do seu clínica das equipes, que fortaleçam práticas
território. de microrregulação nas Unidades Básicas de
Saúde, tais como gestão de filas próprias da
O Decreto nº 7.508, de 28 de julho de 2011, UBS e dos exames e consultas
que regulamenta a Lei nº 8.080/90, define descentralizados/programados para cada
que "o acesso universal, igualitário e UBS, que propiciem a comunicação entre
ordenado às ações e serviços de saúde se UBS, centrais de regulação e serviços
inicia pelas portas de entrada do SUS e se especializados, com pactuação de fluxos e
completa na rede regionalizada e protocolos, apoio matricial presencial e/ou a
hierarquizada". distância, entre outros.
Para que a Atenção Básica possa ordenar a Um dos destaques que merecem ser feitos é
RAS, é preciso reconhecer as necessidades de a consideração e a incorporação, no processo
saúde da população sob sua de referenciamento, das ferramentas de
responsabilidade, organizando-as em relação telessaúde articulado às decisões clínicas e
aos outros pontos de atenção à saúde, aos processos de regulação do acesso. A
contribuindo para que a programação dos utilização de protocolos de encaminhamento
serviços de saúde parta das necessidades das servem como ferramenta, ao mesmo tempo,
pessoas, com isso fortalecendo o de gestão e de cuidado, pois tanto orientam
planejamento ascendente. as decisões dos profissionais solicitantes
209
quanto se constituem como referência que adscrita e suas especificidades, bem como
modula a avaliação das solicitações pelos aos processos de trabalho das equipes e à
médicos reguladores. atenção à saúde dos usuários. Os parâmetros
de estrutura devem, portanto, levar em
Com isso, espera-se que ocorra uma consideração a densidade demográfica, a
ampliação do cuidado clínico e da composição, atuação e os tipos de equipes,
resolutividade na Atenção Básica, evitando a perfil da população, e as ações e serviços de
exposição das pessoas a consultas e/ou saúde a serem realizados. É importante que
procedimentos desnecessários. Além disso, sejam previstos espaços físicos e ambientes
com a organização do acesso, induz-se ao uso adequados para a formação de estudantes e
racional dos recursos em saúde, impede trabalhadores de saúde de nível médio e
deslocamentos desnecessários e traz maior superior, para a formação em serviço e para a
eficiência e equidade à gestão das listas de educação permanente na UBS.
espera.
As UBS devem ser construídas de acordo com
A gestão municipal deve articular e criar as normas sanitárias e tendo como referência
condições para que a referência aos serviços as normativas de infraestrutura vigentes, bem
especializados ambulatoriais, sejam como possuir identificação segundo os
realizados preferencialmente pela Atenção padrões visuais da Atenção Básica e do SUS.
Básica, sendo de sua responsabilidade: Devem, ainda, ser cadastradas no Sistema de
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
a) Ordenar o fluxo das pessoas nos demais Saúde (SCNES), de acordo com as normas em
pontos de atenção da RAS; vigor para tal.
211
odontológico e refletor odontológico; recomendado, de acordo com as
unidade auxiliar odontológica; mocho especificidades do território, assegurando-se
odontológico; autoclave; amalgamador; a qualidade do cuidado.
fotopolimerizador; e refrigerador.
ii) - 4 (quatro) equipes por UBS (Atenção
3.3 - Funcionamento Básica ou Saúde da Família), para que possam
atingir seu potencial resolutivo.
Recomenda-se que as Unidades Básicas de
Saúde tenham seu funcionamento com carga iii) - Fica estipulado para cálculo do teto
horária mínima de 40 horas/semanais, no máximo de equipes de Atenção Básica (eAB)
mínimo 5 (cinco) dias da semana e nos 12 e de Saúde da Família (eSF), com ou sem os
meses do ano, possibilitando acesso profissionais de saúde bucal, pelas quais o
facilitado à população. Município e o Distrito Federal poderão fazer
jus ao recebimento de recursos financeiros
Horários alternativos de funcionamento específicos, conforme a seguinte fórmula:
podem ser pactuados através das instâncias População/2.000.
de participação social, desde que atendam
expressamente a necessidade da população, iv) - Em municípios ou territórios com menos
observando, sempre que possível, a carga de 2.000 habitantes, que uma equipe de
horária mínima descrita acima. Saúde da Família (eSF) ou de Atenção Básica
(eAB) seja responsável por toda população;
Como forma de garantir a coordenação do
cuidado, ampliando o acesso e resolutividade Reitera-se a possibilidade de definir outro
das equipes que atuam na Atenção Básica, parâmetro populacional de responsabilidade
recomenda-se : da equipe de acordo com especificidades
territoriais, vulnerabilidades, riscos e dinâmica
i) - População adscrita por equipe de Atenção comunitária respeitando critérios de
Básica (eAB) e de Saúde da Família (eSF) de equidade, ou, ainda, pela decisão de possuir
2.000 a 3.500 pessoas, localizada dentro do um número inferior de pessoas por equipe de
seu território, garantindo os princípios e Atenção Básica (eAB) e equipe de Saúde da
diretrizes da Atenção Básica. Família (eSF) para avançar no acesso e na
qualidade da Atenção Básica.
Além dessa faixa populacional, podem existir
outros arranjos de adscrição, conforme Para que as equipes que atuam na Atenção
vulnerabilidades, riscos e dinâmica Básica possam atingir seu potencial
comunitária, facultando aos gestores locais, resolutivo, de forma a garantir a coordenação
conjuntamente com as equipes que atuam na do cuidado, ampliando o acesso, é necessário
Atenção Básica e Conselho Municipal ou adotar estratégias que permitam a definição
Local de Saúde, a possibilidade de definir de um amplo escopo dos serviços a serem
outro parâmetro populacional de ofertados na UBS, de forma que seja
responsabilidade da equipe, podendo ser compatível com as necessidades e demandas
maior ou menor do que o parâmetro de saúde da população adscrita, seja por
212
meio da Estratégia Saúde da Família ou A oferta de ações e serviços da Atenção
outros arranjos de equipes de Atenção Básica Básica deverá estar disponível aos usuários de
(eAB), que atuem em conjunto, forma clara, concisa e de fácil visualização,
compartilhando o cuidado e apoiando as conforme padronização pactuada nas
práticas de saúde nos territórios. Essa oferta instâncias gestoras.
de ações e serviços na Atenção Básica devem
considerar políticas e programas prioritários, Todas as equipes que atuam na Atenção
as diversas realidades e necessidades dos Básica deverão garantir a oferta de todas as
territórios e das pessoas, em parceria com o ações e procedimentos do Padrão Essencial e
controle social. recomenda-se que também realizarem ações
e serviços do Padrão Ampliado, considerando
As ações e serviços da Atenção Básica, as necessidades e demandas de saúde das
deverão seguir padrões essenciais e populações em cada localidade. Os serviços
ampliados: dos padrões essenciais, bem como os
equipamentos e materiais necessários, devem
Padrões Essenciais - ações e procedimentos ser garantidos igualmente para todo o país,
básicos relacionados a condições buscando uniformidade de atuação da
básicas/essenciais de acesso e qualidade na Atenção Básica no território nacional. Já o
Atenção Básica; e elenco de ações e procedimentos ampliados
deve contemplar de forma mais flexível às
- Padrões Ampliados -ações e procedimentos necessidades e demandas de saúde das
considerados estratégicos para se avançar e populações em cada localidade, sendo
alcançar padrões elevados de acesso e definido a partir de suas especificidades
qualidade na Atenção Básica, considerando locorregionais.
especificidades locais, indicadores e
parâmetros estabelecidos nas Regiões de As unidades devem organizar o serviço de
Saúde. modo a otimizar os processos de trabalho,
bem como o acesso aos demais níveis de
A oferta deverá ser pública, desenvolvida em atenção da RAS.
parceria com o controle social, pactuada nas
instâncias interfederativas, com Toda UBS deve monitorar a satisfação de seus
financiamento regulamentado em normativa usuários, oferecendo o registro de elogios,
específica. críticas ou reclamações, por meio de livros,
caixas de sugestões ou canais eletrônicos. As
Caberá a cada gestor municipal realizar UBS deverão assegurar o acolhimento e
análise de demanda do território e ofertas das escuta ativa e qualificada das pessoas, mesmo
UBS para mensurar sua capacidade resolutiva, que não sejam da área de abrangência da
adotando as medidas necessárias para unidade, com classificação de risco e
ampliar o acesso, a qualidade e resolutividade encaminhamento responsável de acordo com
das equipes e serviços da sua UBS. as necessidades apresentadas, articulando-se
com outros serviços de forma resolutiva, em
213
conformidade com as linhas de cuidado de saúde bucal: cirurgião-dentista,
estabelecidas. preferencialmente especialista em saúde da
família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal.
Deverá estar afixado em local visível, próximo
à entrada da UBS: O número de ACS por equipe deverá ser
definido de acordo com base populacional,
- Identificação e horário de atendimento; critérios demográficos, epidemiológicos e
socioeconômicos, de acordo com definição
- Mapa de abrangência, com a cobertura de local.
cada equipe;
Em áreas de grande dispersão territorial,
- Identificação do Gerente da Atenção Básica áreas de risco e vulnerabilidade social,
no território e dos componentes de cada recomenda-se a cobertura de 100% da
equipe da UBS; população com número máximo de 750
pessoas por ACS.
- Relação de serviços disponíveis; e
Para equipe de Saúde da Família, há a
- Detalhamento das escalas de atendimento
obrigatoriedade de carga horária de 40
de cada equipe.
(quarenta) horas semanais para todos os
profissionais de saúde membros da ESF.
3.4 - Tipos de Equipes:
Dessa forma, os profissionais da ESF poderão
1 - Equipe de Saúde da Família (eSF): É a estar vinculados a apenas 1 (uma) equipe de
estratégia prioritária de atenção à saúde e Saúde da Família, no SCNES vigente.
visa à reorganização da Atenção Básicano
2 - Equipe da Atenção Básica (eAB): esta
país, de acordo com os preceitos do SUS. É
modalidade deve atender aos princípios e
considerada como estratégia de expansão,
diretrizes propostas para a AB. A gestão
qualificação e consolidação da Atenção
municipal poderá compor equipes de
Básica, por favorecer uma reorientação do
Atenção Básica (eAB) de acordo com
processo de trabalho com maior potencial de
características e necessidades do município.
ampliar a resolutividade e impactar na
Como modelo prioritário é a ESF, as equipes
situação de saúde das pessoas e
de Atenção Básica (eAB) podem
coletividades, além de propiciar uma
posteriormente se organizar tal qual o
importante relação custo-efetividade.
modelo prioritário.
Composta no mínimo por médico,
As equipes deverão ser compostas
preferencialmente da especialidade medicina
minimamente por médicos preferencialmente
de família e comunidade, enfermeiro,
da especialidade medicina de família e
preferencialmente especialista em saúde da
comunidade, enfermeiro preferencialmente
família; auxiliar e/ou técnico de enfermagem
especialista em saúde da família, auxiliares de
e agente comunitário de saúde (ACS).
enfermagem e ou técnicos de enfermagem.
Podendo fazer parte da equipe o agente de
Poderão agregar outros profissionais como
combate às endemias (ACE) e os profissionais
214
dentistas, auxiliares de saúde bucal e ou estar vinculados à uma UBS ou a Unidade
técnicos de saúde bucal, agentes Odontológica Móvel, podendo se organizar
comunitários de saúde e agentes de combate nas seguintes modalidades:
à endemias.
Modalidade I: Cirurgião-dentista e auxiliar em
A composição da carga horária mínima por saúde bucal (ASB) ou técnico em saúde bucal
categoria pro-fissional deverá ser de 10 (dez) (TSB) e;
horas, com no máximo de 3 (três) profissionais
por categoria, devendo somar no mínimo 40 Modalidade II: Cirurgião-dentista, TSB e ASB,
horas/semanais. ou outro TSB.
220
Em Municípios ou áreas que não tenham como porta de entrada do sistema e
Consultórios na Rua, o cuidado integral das ordenadora das ações e serviços de saúde,
pessoas em situação de rua deve seguir devendo realizar suas atividades nas unidades
sendo de responsabilidade das equipes que prisionais ou nas Unidades Básicas de Saúde
atuam na Atenção Básica, incluindo os a que estiver vinculada, conforme portaria
profissionais de saúde bucal e os Núcleos específica.
Ampliados à Saúde da Família e equipes de
Atenção Básica (Nasf-AB) do território onde 4 - ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DA
estas pessoas estão concentradas. ATENÇÃO BÁSICA
Para cálculo do teto das equipes dos As atribuições dos profissionais das equipes
Consultórios na Rua de cada município, serão que atuam na Atenção Básica deverão seguir
tomados como base os dados dos censos normativas específicas do Ministério da
populacionais relacionados à população em Saúde, bem como as definições de escopo de
situação de rua realizados por órgãos oficiais práticas, protocolos, diretrizes clínicas e
e reconhecidos pelo Ministério da Saúde. terapêuticas, além de outras normativas
técnicas estabelecidas pelos gestores federal,
As regras estão publicadas em portarias estadual, municipal ou do Distrito Federal.
específicas que disciplinam composição das
equipes, valor do incentivo financeiro, 4.1 Atribuições Comuns a todos os membros
diretrizes de funcionamento, monitoramento das Equipes que atuam na Atenção Básica:
e acompanhamento das equipes de
consultório na rua entre outras disposições. - Participar do processo de territorialização e
mapeamento da área de atuação da equipe,
1 - Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP): identificando grupos, famílias e indivíduos
São compostas por equipe multiprofissional expostos a riscos e vulnerabilidades;
que deve estar cadastrada no Sistema
Nacional de Estabelecimentos de Saúde - Cadastrar e manter atualizado o
vigente, e com responsabilidade de articular cadastramento e outros dados de saúde das
e prestar atenção integral à saúde das famílias e dos indivíduos no sistema de
pessoas privadas de liberdade. informação da Atenção Básica vigente,
utilizando as informações sistematicamente
Com o objetivo de garantir o acesso das para a análise da situação de saúde,
pessoas privadas de liberdade no sistema considerando as características sociais,
prisional ao cuidado integral no SUS, é econômicas, culturais, demográficas e
previsto na Política Nacional de Atenção epidemiológicas do território, priorizando as
Integral à Saúde das Pessoas Privadas de situações a serem acompanhadas no
Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP), que planejamento local;
os serviços de saúde no sistema prisional
passam a ser ponto de atenção da Rede de - Realizar o cuidado integral à saúde da
Atenção à Saúde (RAS) do SUS, qualificando população adscrita, prioritariamente no
também a Atenção Básica no âmbito prisional âmbito da Unidade Básica de Saúde, e
221
quando necessário, no domicílio e demais VIII. Praticar cuidado individual, familiar e
espaços comunitários (escolas, associações, dirigido a pessoas, famílias e grupos sociais,
entre outros), com atenção especial às visando propor intervenções que possam
populações que apresentem necessidades influenciar os processos saúde-doença
específicas (em situação de rua, em medida individual, das coletividades e da própria
socioeducativa, privada de liberdade, comunidade;
ribeirinha, fluvial, etc.).
IX. Responsabilizar-se pela população
- Realizar ações de atenção à saúde conforme adscrita mantendo a coordenação do cuidado
a necessidade de saúde da população local, mesmo quando necessita de atenção em
bem como aquelas previstas nas prioridades, outros pontos de atenção do sistema de
protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, saúde;
assim como, na oferta nacional de ações e
serviços essenciais e ampliados da AB; X. Utilizar o Sistema de Informação da
Atenção Básica vigente para registro das
V. Garantir a atenção à saúde da população ações de saúde na AB, visando subsidiar a
adscrita, buscando a integralidade por meio gestão, planejamento, investigação clínica e
da realização de ações de promoção, epidemiológica, e à avaliação dos serviços de
proteção e recuperação da saúde, prevenção saúde;;
de doenças e agravos e da garantia de
atendimento da demanda espontânea, da XI. Contribuir para o processo de regulação
realização das ações programáticas, coletivas do acesso a partir da Atenção Básica,
e de vigilância em saúde, e incorporando participando da definição de fluxos
diversas racionalidades em saúde, inclusive assistenciais na RAS, bem como da
Práticas Integrativas e Complementares; elaboração e implementação de protocolos e
diretrizes clínicas e terapêuticas para a
VI. Participar do acolhimento dos usuários, ordenação desses fluxos;
proporcionando atendimento humanizado,
realizando classificação de risco, identificando XII. Realizar a gestão das filas de espera,
as necessidades de intervenções de cuidado, evitando a prática do encaminhamento
responsabilizando-se pela continuidade da desnecessário, com base nos processos de
atenção e viabilizando o estabelecimento do regulação locais (referência e
vínculo; contrarreferência), ampliando-a para um
processo de compartilhamento de casos e
VII. Responsabilizar-se pelo acompanhamento longitudinal de
acompanhamento da população adscrita ao responsabilidade das equipes que atuam na
longo do tempo no que se refere às múltiplas atenção básica;
situações de doenças e agravos, e às
necessidades de cuidados preventivos, XIII. Prever nos fluxos da RAS entre os pontos
permitindo a longitudinalidade do cuidado; de atenção de diferentes configurações
tecnológicas a integração por meio de
serviços de apoio logístico, técnico e de
222
gestão, para garantir a integralidade do diária e que não podem se deslocar até a
cuidado; Unidade Básica de Saúde;
223
usuários, viabilizando o controle social na risco, de acordo com protocolos
gestão da Unidade Básica de Saúde; estabelecidos;
225
IV - Coordenar e participar de ações coletivas aproximar e integrar ações de saúde de forma
voltadas à promoção da saúde e à prevenção multidisciplinar;
de doenças bucais;
IV - Apoiar as atividades dos ASB e dos ACS
V - Acompanhar, apoiar e desenvolver nas ações de prevenção e promoção da saúde
atividades referentes à saúde com os demais bucal;
membros da equipe, buscando aproximar
saúde bucal e integrar ações de forma V - Participar do treinamento e capacitação
multidisciplinar; de auxiliar em saúde bucal e de agentes
multiplicadores das ações de promoção à
VI - Realizar supervisão do técnico em saúde saúde;
bucal (TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB);
VI - Participar das ações educativas atuando
VII - Planejar, gerenciar e avaliar as ações na promoção da saúde e na prevenção das
desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto doenças bucais;
com os outros membros da equipe;
VII - Participar da realização de levantamentos
VIII - Realizar estratificação de risco e elaborar e estudos epidemiológicos, exceto na
plano de cuidados para as pessoas que categoria de examinador;
possuem condições crônicas no território,
junto aos demais membros da equipe; e VIII - Realizar o acolhimento do paciente nos
serviços de saúde bucal;
IX - Exercer outras atribuições que sejam de
responsabilidade na sua área de atuação. IX - Fazer remoção do biofilme, de acordo
com a indicação técnica definida pelo
4.2.3 - Técnico em Saúde Bucal (TSB): cirurgião-dentista;
4.2.4 - Auxiliar em Saúde Bucal (ASB): XII - Exercer outras atribuições que sejam de
responsabilidade na sua área de atuação.
I - Realizar ações de promoção e prevenção
em saúde bucal para as famílias, grupos e 4.2.5 - Gerente de Atenção Básica
indivíduos, mediante planejamento local e
protocolos de atenção à saúde; Recomenda-se a inclusão do Gerente de
Atenção Básica com o objetivo de contribuir
II - Executar organização, limpeza, assepsia, para o aprimoramento e qualificação do
desinfecção e esterilização do instrumental, processo de trabalho nas Unidades Básicas de
dos equipamentos odontológicos e do Saúde, em especial ao fortalecer a atenção à
ambiente de trabalho; saúde prestada pelos profissionais das
equipes à população adscrita, por meio de
III - Auxiliar e instrumentar os profissionais nas função técnico-gerencial. A inclusão deste
intervenções clínicas, profissional deve ser avaliada pelo gestor,
segundo a necessidade do território e
IV - Realizar o acolhimento do paciente nos
cobertura de AB.
serviços de saúde bucal;
227
Entende-se por Gerente de AB um identificação, a notificação e a resolução dos
profissional qualificado, preferencialmente problemas relacionados à segurança;
com nível superior, com o papel de garantir o
planejamento em saúde, de acordo com as V - Assegurar a adequada alimentação de
necessidades do território e comunidade, a dados nos sistemas de informação da
organização do processo de trabalho, Atenção Básica vigente, por parte dos
coordenação e integração das ações. profissionais, verificando sua consistência,
Importante ressaltar que o gerente não seja estimulando a utilização para análise e
profissional integrante das equipes vinculadas planejamento das ações, e divulgando os
à UBS e que possua experiência na Atenção resultados obtidos;
Básica, preferencialmente de nível superior, e
dentre suas atribuições estão: VI - Estimular o vínculo entre os profissionais
favorecendo o trabalho em equipe;
I - Conhecer e divulgar, junto aos demais
profissionais, as diretrizes e normas que VII - Potencializar a utilização de recursos
incidem sobre a AB em âmbito nacional, físicos, tecnológicos e equipamentos
estadual, municipal e Distrito Federal, com existentes na UBS, apoiando os processos de
ênfase na Política Nacional de Atenção cuidado a partir da orientação à equipe sobre
Básica, de modo a orientar a organização do a correta utilização desses recursos;
processo de trabalho na UBS;
VIII - Qualificar a gestão da infraestrutura e
II - Participar e orientar o processo de dos insumos (manutenção, logística dos
territorialização, diagnóstico situacional, materiais, ambiência da UBS), zelando pelo
planejamento e programação das equipes, bom uso dos recursos e evitando o
avaliando resultados e propondo estratégias desabastecimento;
para o alcance de metas de saúde, junto aos
IX - Representar o serviço sob sua gerência
demais profissionais;
em todas as instâncias necessárias e articular
III - Acompanhar, orientar e monitorar os com demais atores da gestão e do território
processos de trabalho das equipes que atuam com vistas à qualificação do trabalho e da
na AB sob sua gerência, contribuindo para atenção à saúde realizada na UBS;
implementação de políticas, estratégias e
X - Conhecer a RAS, participar e fomentar a
programas de saúde, bem como para a
participação dos profissionais na organização
mediação de conflitos e resolução de
dos fluxos de usuários, com base em
problemas;
protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas,
IV - Mitigar a cultura na qual as equipes, apoiando a referência e contrarreferência
incluindo profissionais envolvidos no cuidado entre equipes que atuam na AB e nos
e gestores assumem responsabilidades pela diferentes pontos de atenção, com garantia
sua própria segurança de seus colegas, de encaminhamentos responsáveis;
pacientes e familiares, encorajando a
228
XI - Conhecer a rede de serviços e Assim, além das atribuições comuns a todos
equipamentos sociais do território, e os profissionais da equipe de AB, são
estimular a atuação intersetorial, com atenção atribuições dos ACS e ACE:
diferenciada para as vulnerabilidades
existentes no território; a) Atribuições comuns do ACS e ACE
229
V - Orientar a comunidade sobre sintomas, tendo os dados atualizados no sistema de
riscos e agentes transmissores de doenças e informação da Atenção Básica vigente,
medidas de prevenção individual e coletiva; utilizando-os de forma sistemática, com apoio
da equipe, para a análise da situação de
VI - Identificar casos suspeitos de doenças e saúde, considerando as características sociais,
agravos, encaminhar os usuários para a econômicas, culturais, demográficas e
unidade de saúde de referência, registrar e epidemiológicas do território, e priorizando
comunicar o fato à autoridade de saúde as situações a serem acompanhadas no
responsável pelo território; planejamento local;
231
saúde bucal e integrar ações de forma V - Participar do treinamento e capacitação
multidisciplinar; de auxiliar em saúde bucal e de agentes
multiplicadores das ações de promoção à
VI - Realizar supervisão do técnico em saúde saúde;
bucal (TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB);
VI - Participar das ações educativas atuando
VII - Planejar, gerenciar e avaliar as ações na promoção da saúde e na prevenção das
desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto doenças bucais;
com os outros membros da equipe;
VII - Participar da realização de levantamentos
VIII - Realizar estratificação de risco e elaborar e estudos epidemiológicos, exceto na
plano de cuidados para as pessoas que categoria de examinador;
possuem condições crônicas no território,
junto aos demais membros da equipe; e VIII - Realizar o acolhimento do paciente nos
serviços de saúde bucal;
IX - Exercer outras atribuições que sejam de
responsabilidade na sua área de atuação. IX - Fazer remoção do biofilme, de acordo
com a indicação técnica definida pelo
4.2.3 - Técnico em Saúde Bucal (TSB): cirurgião-dentista;
232
XV - Proceder à limpeza e à antissepsia do VI - Aplicar medidas de biossegurança no
campo operatório, antes e após atos armazenamento, transporte, manuseio e
cirúrgicos; descarte de produtos e resíduos
odontológicos;
XVI - Aplicar medidas de biossegurança no
armazenamento, manuseio e descarte de VII - Processar filme radiográfico;
produtos e resíduos odontológicos;
VIII - Selecionar moldeiras;
XVII - Processar filme radiográfico;
IX - Preparar modelos em gesso;
XVIII - Selecionar moldeiras;
X - Manipular materiais de uso odontológico
XIX - Preparar modelos em gesso; realizando manutenção e conservação dos
equipamentos;
XX - Manipular materiais de uso
odontológico. XI - Participar da realização de levantamentos
e estudos epidemiológicos, exceto na
XXI - Exercer outras atribuições que sejam de categoria de examinador; e
responsabilidade na sua área de atuação.
XII -. Exercer outras atribuições que sejam de
4.2.4 - Auxiliar em Saúde Bucal (ASB): responsabilidade na sua área de atuação.
234
processo de trabalho, na qualidade e II - Desenvolver atividades de promoção da
resolutividade da atenção, e promover a saúde, de prevenção de doenças e agravos,
Educação Permanente, seja mobilizando em especial aqueles mais prevalentes no
saberes na própria UBS, ou com parceiros; território, e de vigilância em saúde, por meio
de visitas domiciliares regulares e de ações
XIII - Desenvolver gestão participativa e educativas individuais e coletivas, na UBS, no
estimular a participação dos profissionais e domicílio e outros espaços da comunidade,
usuários em instâncias de controle social; incluindo a investigação epidemiológica de
casos suspeitos de doenças e agravos junto a
XIV -Tomar as providências cabíveis no menor outros profissionais da equipe quando
prazo possível quanto a ocorrências que necessário;
interfiram no funcionamento da unidade; e
III - Realizar visitas domiciliares com
XV - Exercer outras atribuições que lhe sejam periodicidade estabelecida no planejamento
designadas pelo gestor municipal ou do da equipe e conforme as necessidades de
Distrito Federal, de acordo com suas saúde da população, para o monitoramento
competências. da situação das famílias e indivíduos do
território, com especial atenção às pessoas
4.2.6 - Agente Comunitário de Saúde (ACS) e
com agravos e condições que necessitem de
Agente de Combate a Endemias (ACE)
maior número de visitas domiciliares;
Seguindo o pressuposto de que Atenção
IV - Identificar e registrar situações que
Básica e Vigilância em Saúde devem se unir
interfiram no curso das doenças ou que
para a adequada identificação de problemas
tenham importância epidemiológica
de saúde nos territórios e o planejamento de
relacionada aos fatores ambientais,
estratégias de intervenção clínica e sanitária
realizando, quando necessário, bloqueio de
mais efetivas e eficazes, orienta-se que as
transmissão de doenças infecciosas e
atividades específicas dos agentes de saúde
agravos;
(ACS e ACE) devem ser integradas.
V - Orientar a comunidade sobre sintomas,
Assim, além das atribuições comuns a todos
riscos e agentes transmissores de doenças e
os profissionais da equipe de AB, são
medidas de prevenção individual e coletiva;
atribuições dos ACS e ACE:
VI - Identificar casos suspeitos de doenças e
a) Atribuições comuns do ACS e ACE
agravos, encaminhar os usuários para a
unidade de saúde de referência, registrar e
I - Realizar diagnóstico demográfico, social,
comunicar o fato à autoridade de saúde
cultural, ambiental, epidemiológico e
responsável pelo território;
sanitário do território em que atuam,
contribuindo para o processo de
VII - Informar e mobilizar a comunidade para
territorialização e mapeamento da área de
desenvolver medidas simples de manejo
atuação da equipe;
235
ambiental e outras formas de intervenção no II - Utilizar instrumentos para a coleta de
ambiente para o controle de vetores; informações que apoiem no diagnóstico
demográfico e sociocultural da comunidade;
VIII - Conhecer o funcionamento das ações e
serviços do seu território e orientar as pessoas III - Registrar, para fins de planejamento e
quanto à utilização dos serviços de saúde acompanhamento das ações de saúde, os
disponíveis; dados de nascimentos, óbitos, doenças e
outros agravos à saúde, garantido o sigilo
IX.-Estimular a participação da comunidade ético;
nas políticas públicas voltadas para a área da
saúde; IV - Desenvolver ações que busquem a
integração entre a equipe de saúde e a
X - Identificar parceiros e recursos na população adscrita à UBS, considerando as
comunidade que possam potencializar ações características e as finalidades do trabalho de
intersetoriais de relevância para a promoção acompanhamento de indivíduos e grupos
da qualidade de vida da população, como sociais ou coletividades;
ações e programas de educação, esporte e
lazer, assistência social, entre outros; e V - Informar os usuários sobre as datas e
horários de consultas e exames agendados;
XI - Exercer outras atribuições que lhes sejam
atribuídas por legislação específica da VI - Participar dos processos de regulação a
categoria, ou outra normativa instituída pelo partir da Atenção Básica para
gestor federal, municipal ou do Distrito acompanhamento das necessidades dos
Federal. usuários no que diz respeito a agendamentos
ou desistências de consultas e exames
b)Atribuições do ACS: solicitados;
I - Trabalhar com adscrição de indivíduos e VII - Exercer outras atribuições que lhes sejam
famílias em base geográfica definida e atribuídas por legislação específica da
cadastrar todas as pessoas de sua área, man- categoria, ou outra normativa instituída pelo
tendo os dados atualizados no sistema de gestor federal, municipal ou do Distrito
informação da Atenção Básica vigente, Federal.
utilizando-os de forma sistemática, com apoio
da equipe, para a análise da situação de Poderão ser consideradas, ainda, atividades
saúde, considerando as características sociais, do Agente Comunitário de Saúde, a serem
econômicas, culturais, demográficas e realizadas em caráter excepcional, assistidas
epidemiológicas do território, e priorizando por profissional de saúde de nível superior,
as situações a serem acompanhadas no membro da equipe, após treinamento
planejamento local; específico e fornecimento de equipamentos
adequados, em sua base geográfica de
atuação, encaminhando o paciente para a
unidade de saúde de referência.
236
I - aferir a pressão arterial, inclusive no levantamento de índice amostral
domicílio, com o objetivo de promover saúde tecnicamente indicado;
e prevenir doenças e agravos;
III - Executar ações de controle de doenças
II - realizar a medição da glicemia capilar, utilizando as medidas de controle químico,
inclusive no domicílio, para o biológico, manejo ambiental e outras ações
acompanhamento dos casos diagnosticados de manejo integrado de vetores;
de diabetes mellitus e segundo projeto
terapêutico prescrito pelas equipes que IV - Realizar e manter atualizados os mapas,
atuam na Atenção Básica; croquis e o reconhecimento geográfico de
seu território; e
III - aferição da temperatura axilar, durante a
visita domiciliar; V - Executar ações de campo em projetos que
visem avaliar novas metodologias de
IV - realizar técnicas limpas de curativo, que intervenção para prevenção e controle de
são realizadas com material limpo, água doenças; e
corrente ou soro fisiológico e cobertura
estéril, com uso de coberturas passivas, que VI - Exercer outras atribuições que lhes sejam
somente cobre a ferida; e atribuídas por legislação específica da
categoria, ou outra normativa instituída pelo
V - orientação e apoio, em domicílio, para a gestor federal, municipal ou do Distrito
correta administração da medicação do Federal.
paciente em situação de vulnerabilidade.
O ACS e o ACE devem compor uma equipe
Importante ressaltar que os ACS só realizarão de Atenção Básica (eAB) ou uma equipe de
a execução dos procedimentos que Saúde da Família (eSF) e serem coordenados
requeiram capacidade técnica específica se por profissionais de saúde de nível superior
detiverem a respectiva formação, respeitada realizado de forma compartilhada entre a
autorização legal. Atenção Básica e a Vigilância em Saúde. Nas
localidades em que não houver cobertura por
c) Atribuições do ACE: equipe de Atenção Básica (eAB) ou equipe de
Saúde da Família (eSF), o ACS deve se
I - Executar ações de campo para pesquisa vincular à equipe da Estratégia de Agentes
entomológica, malacológica ou coleta de Comunitários de Saúde (EACS). Já o ACE,
reservatórios de doenças; nesses casos, deve ser vinculado à equipe de
vigilância em saúde do município e sua
II - Realizar cadastramento e atualização da
supervisão técnica deve ser realizada por
base de imóveis para planejamento e
profissional com comprovada capacidade
definição de estratégias de prevenção,
técnica, podendo estar vinculado à equipe de
intervenção e controle de doenças, incluindo,
atenção básica, ou saúde da família, ou a
dentre outros, o recenseamento de animais e
outro serviço a ser definido pelo gestor local.
237
5. DO PROCESSO DE TRABALHO NA Além dessa articulação de olhares para a
ATENÇÃO BÁSICA compreensão do território sob a
responsabilidade das equipes que atuam na
A Atenção Básica como contato preferencial AB, a integração entre as ações de Atenção
dos usuários na rede de atenção à saúde Básica e Vigilância em Saúde deve ser
orienta-se pelos princípios e diretrizes do concreta, de modo que se recomenda a
SUS, a partir dos quais assume funções e adoção de um território único para ambas as
características específicas. Considera as equipes, em que o Agente de Combate às
pessoas em sua singularidade e inserção Endemias trabalhe em conjunto com o
sociocultural, buscando produzir a atenção Agente Comunitário de Saúde e os demais
integral, por meio da promoção da saúde, da membros da equipe multiprofissional de AB
prevenção de doenças e agravos, do na identificação das necessidades de saúde
diagnóstico, do tratamento, da reabilitação e da população e no planejamento das
da redução de danos ou de sofrimentos que intervenções clínicas e sanitárias.
possam comprometer sua autonomia.
Possibilitar, de acordo com a necessidade e
Dessa forma, é fundamental que o processo conformação do território, através de
de trabalho na Atenção Básica se caracteriza pactuação e negociação entre gestão e
por: equipes, que o usuário possa ser atendido
fora de sua área de cobertura, mantendo o
I - Definição do território e Territorialização - diálogo e a informação com a equipe de
A gestão deve definir o território de referência.
responsabilidade de cada equipe, e esta deve
conhecer o território de atuação para II - Responsabilização Sanitária - Papel que as
programar suas ações de acordo com o perfil equipes devem assumir em seu território de
e as necessidades da comunidade, referência (adstrição), considerando questões
considerando diferentes elementos para a sanitárias, ambientais (desastres, controle da
cartografia: ambientais, históricos, água, solo, ar), epidemiológicas (surtos,
demográficos, geográficos, econômicos, epidemias, notificações, controle de agravos),
sanitários, sociais, culturais, etc. Importante culturais e socioeconômicas, contribuindo por
refazer ou complementar a territorialização meio de intervenções clínicas e sanitárias nos
sempre que necessário, já que o território é problemas de saúde da população com
vivo. Nesse processo, a Vigilância em Saúde residência fixa, os itinerantes (população em
(sanitária, ambiental, epidemiológica e do situação de rua, ciganos, circenses,
trabalhador) e a Promoção da Saúde se andarilhos, acampados, assentados, etc) ou
mostram como referenciais essenciais para a mesmo trabalhadores da área adstrita.
identificação da rede de causalidades e dos
elementos que exercem determinação sobre III - Porta de Entrada Preferencial - A
o processo saúde-doença, auxiliando na responsabilização é fundamental para a
percepção dos problemas de saúde da efetivação da Atenção Básica como contato e
população por parte da equipe e no porta de entrada preferencial da rede de
planejamento das estratégias de intervenção. atenção, primeiro atendimento às
238
urgências/emergências, acolhimento, evitar barreiras de acesso como o fechamento
organização do escopo de ações e do da unidade durante o horário de almoço ou
processo de trabalho de acordo com em períodos de férias, entre outros,
demandas e necessidades da população, impedindo ou restringindo a acesso da
através de estratégias diversas (protocolos e população. Destaca-se que horários
diretrizes clínicas, linhas de cuidado e fluxos alternativos de funcionamento que atendam
de encaminhamento para os outros pontos de expressamente a necessidade da população
atenção da RAS, etc). Caso o usuário acesse a podem ser pactuados através das instâncias
rede através de outro nível de atenção, ele de participação social e gestão local.
deve ser referenciado à Atenção Básica para
que siga sendo acompanhado, assegurando a Importante ressaltar também que para
continuidade do cuidado. garantia do acesso é necessário acolher e
resolver os agravos de maior incidência no
IV - Adscrição de usuários e desenvolvimento território e não apenas as ações
de relações de vínculo e responsabilização programáticas, garantindo um amplo escopo
entre a equipe e a população do seu território de ofertas nas unidades, de modo a
de atuação, de forma a facilitar a adesão do concentrar recursos e maximizar ofertas.
usuário ao cuidado compartilhado com a
equipe (vinculação de pessoas e/ou famílias e VI - O acolhimento deve estar presente em
grupos a profissionais/equipes, com o todas as relações de cuidado, nos encontros
objetivo de ser referência para o seu entre trabalhadores de saúde e usuários, nos
cuidado). atos de receber e escutar as pessoas, suas
necessidades, problematizando e
V - Acesso - A unidade de saúde deve acolher reconhecendo como legítimas, e realizando
todas as pessoas do seu território de avaliação de risco e vulnerabilidade das
referência, de modo universal e sem famílias daquele território, sendo que quanto
diferenciações excludentes. Acesso tem maior o grau de vulnerabilidade e risco,
relação com a capacidade do serviço em menor deverá ser a quantidade de pessoas
responder às necessidades de saúde da por equipe, com especial atenção para as
população (residente e itinerante). Isso condições crônicas.
implica dizer que as necessidades da
população devem ser o principal referencial Considera-se condição crônica aquela de
para a definição do escopo de ações e curso mais ou me-nos longo ou permanente
serviços a serem ofertados, para a forma que exige resposta e ações contínuas,
como esses serão organizados e para o todo proativas e integradas do sistema de atenção
o funcionamento da UBS, permitindo à saúde, dos profissionais de saúde e das
diferenciações de horário de atendimento pessoas usuárias para o seu controle efetivo,
(estendido, sábado, etc), formas de eficiente e com qualidade.
agendamento (por hora marcada, por
telefone, e-mail, etc), e outros, para assegurar Ressalta-se a importância de que o
o acesso. Pelo mesmo motivo, recomenda-se acolhimento aconteça durante todo o horário
de funcionamento da UBS, na organização
239
dos fluxos de usuários na unidade, no senhas em número limitado, nem é possível
estabelecimento de avaliações de risco e encaminhar todas as pessoas ao médico, aliás
vulnerabilidade, na definição de modelagens o acolhimento não deve se restringir à
de escuta (individual, coletiva, etc), na gestão triagem clínica. Organizar a partir do
das agendas de atendimento individual, nas acolhimento exige que a equipe reflita sobre
ofertas de cuidado multidisciplinar, etc. o conjunto de ofertas que ela tem
apresentado para lidar com as necessidades
A saber, o acolhimento à demanda de saúde da população e território. Para isso
espontânea na Atenção Básica pode se é importante que a equipe defina quais
constituir como: profissionais vão receber o usuário que
chega; como vai avaliar o risco e
a. Mecanismo de ampliação/facilitação do vulnerabilidade; fluxos e protocolos para
acesso - a equipe deve atender todos as encaminhamento; como organizar a agenda
pessoas que chegarem na UBS, conforme sua dos profissionais para o cuidado; etc.
necessidade, e não apenas determinados
grupos populacionais, ou agravos mais Destacam-se como importantes ações no
prevalentes e/ou fragmentados por ciclo de processo de avaliação de risco e
vida. Dessa forma a ampliação do acesso vulnerabilidade na Atenção Básica o
ocorre também contemplando a agenda Acolhimento com Classificação de Risco (a) e
programada e a demanda espontânea, a Estratificação de Risco (b).
abordando as situações con-forme suas
especificidades, dinâmicas e tempo. a) Acolhimento com Classificação de Risco:
escuta qualificada e comprometida com a
b. Postura, atitude e tecnologia do cuidado - avaliação do potencial de risco, agravo à
se estabelece nas relações entre as pessoas e saúde e grau de sofrimento dos usuários,
os trabalhadores, nos modos de escuta, na considerando dimensões de expressão (física,
maneira de lidar com o não previsto, nos psíquica, social, etc) e gravidade, que
modos de construção de vínculos possibilita priorizar os atendimentos a
(sensibilidade do trabalhador, eventos agudos (condições agudas e
posicionamento ético situacional), podendo agudizações de condições crônicas) conforme
facilitar a continuidade do cuidado ou a necessidade, a partir de critérios clínicos e
facilitando o acesso sobretudo para aqueles de vulnerabilidade disponíveis em diretrizes e
que procuram a UBS fora das consultas ou protocolos assistenciais definidos no SUS.
atividades agendadas.
O processo de trabalho das equipes deve
c. Dispositivo de (re)organização do processo estar organizado de modo a permitir que
de trabalho em equipe - a implantação do casos de urgência/emergência tenham
acolhimento pode provocar mudanças no prioridade no atendimento,
modo de organização das equipes, relação independentemente do número de consultas
entre trabalhadores e modo de cuidar. Para agendadas no período. Caberá à UBS prover
acolher a demanda espontânea com atendimento adequado à situação e dar
equidade e qualidade, não basta distribuir
240
suporte até que os usuários sejam acolhidos de acordo com a complexidade da condição
em outros pontos de atenção da RAS. crônica de saúde, com o objetivo de
diferenciar o cuidado clínico e os fluxos que
As informações obtidas no acolhimento com cada usuário deve seguir na Rede de Atenção
classificação de risco deverão ser registradas à Saúde para um cuidado integral.
em prontuário do cidadão (físico ou
preferencialmente eletrônico). A estratificação de risco da população
adscrita a determinada UBS é fundamental
Os desfechos do acolhimento com para que a equipe de saúde organize as ações
classificação de risco poderão ser definidos que devem ser oferecidas a cada grupo ou
como: 1- consulta ou procedimento imediato; estrato de risco/vulnerabilidade, levando em
consideração a necessidade e adesão dos
1. consulta ou procedimento em horário usuários, bem como a racionalidade dos
disponível no mesmo dia; recursos disponíveis nos serviços de saúde.
243
a. vigilância da situação de saúde da A coordenação deve ser realizada por
população, com análises que subsidiem o profissionais de nível superior das equipes
planejamento, estabelecimento de que atuam na Atenção Básica.
prioridades e estratégias, monitoramento e
avaliação das ações de saúde pública; XIII - Desenvolvimento de ações educativas
por parte das equipes que atuam na AB,
b. detecção oportuna e adoção de medidas devem ser sistematizadas de forma que
adequadas para a resposta de saúde pública; possam interferir no processo de saúde-
doença da população, no desenvolvimento
c. vigilância, prevenção e controle das de autonomia, individual e coletiva, e na
doenças transmissíveis; e busca por qualidade de vida e promoção do
autocuidado pelos usuários.
d. vigilância das violências, das doenças
crônicas não transmissíveis e acidentes. XIV - Desenvolver ações intersetoriais, em
interlocução com escolas, equipamentos do
A AB e a Vigilância em Saúde deverão SUAS, associações de moradores,
desenvolver ações integradas visando à equipamentos de segurança, entre outros,
promoção da saúde e prevenção de doenças que tenham relevância na comunidade,
nos territórios sob sua responsabilidade. integrando projetos e redes de apoio social,
Todos profissionais de saúde deverão realizar voltados para o desenvolvimento de uma
a notificação compulsória e conduzir a atenção integral;
investigação dos casos suspeitos ou
confirmados de doenças, agravos e outros XV - Implementação de diretrizes de
eventos de relevância para a saúde pública, qualificação dos modelos de atenção e
conforme protocolos e normas vigentes. gestão, tais como, a participação coletiva nos
processos de gestão, a valorização, fomento
Compete à gestão municipal reorganizar o a autonomia e protagonismo dos diferentes
território, e os processos de trabalho de sujeitos implicados na produção de saúde,
acordo com a realidade local. autocuidado apoiado, o compromisso com a
ambiência e com as condições de trabalho e
A integração das ações de Vigilância em
cuidado, a constituição de vínculos solidários,
Saúde com Atenção Básica, pressupõe a
a identificação das necessidades sociais e
reorganização dos processos de trabalho da
organização do serviço em função delas,
equipe, a integração das bases territoriais
entre outras;
(território único), preferencialmente e
rediscutir as ações e atividades dos agentes XVI - Participação do planejamento local de
comunitários de saúde e do agentes de saúde, assim como do monitoramento e a
combate às endemias, com definição de avaliação das ações na sua equipe, unidade e
papéis e responsabilidades. município; visando à readequação do
processo de trabalho e do planejamento
frente às necessidades, realidade,
dificuldades e possibilidades analisadas.
244
O planejamento ascendente das ações de trabalhadores e da comunidade nas reuniões
saúde deverá ser elaborado de forma dos conselhos locais e municipal; e
integrada nos âmbitos das equipes, dos
municípios, das regiões de saúde e do Distrito XIX - Formação e Educação Permanente em
Federal, partindo-se do reconhecimento das Saúde, como parte do processo de trabalho
realidades presentes no território que das equipes que atuam na Atenção Básica.
influenciam a saúde, condicionando as ofertas Considera-se Educação Permanente em
da Rede de Atenção Saúde de acordo com a Saúde (EPS) a aprendizagem que se
necessidade/demanda da população, com desenvolve no trabalho, onde o aprender e o
base em parâmetros estabelecidos em ensinar se incorporam ao cotidiano das
evidências científicas, situação organizações e do trabalho, baseandose na
epidemiológica, áreas de risco e aprendizagem significativa e na possibilidade
vulnerabilidade do território adscrito. de transformar as práticas dos trabalhadores
da saúde. Nesse contexto, é importante que
As ações em saúde planejadas e propostas a EPS se desenvolva essencialmente em
pelas equipes deverão considerar o elenco de espaços institucionalizados, que sejam parte
oferta de ações e de serviços prestados na do cotidiano das equipes (reuniões, fóruns
AB, os indicadores e parâmetros, pactuados territoriais, entre outros), devendo ter espaço
no âmbito do SUS. garantido na carga horária dos trabalhadores
e contemplar a qualificação de todos da
As equipes que atuam na AB deverão manter equipe multiprofissional, bem como os
atualizadas as informações para construção gestores.
dos indicadores estabelecidos pela gestão,
com base nos parâmetros pactuados Algumas estratégias podem se aliar a esses
alimentando, de forma digital, o sistema de espaços institucionais em que equipe e
informação de Atenção Básica vigente; gestores refletem, aprendem e trans-formam
os processos de trabalho no dia-a-dia, de
XVII - Implantar estratégias de Segurança do modo a potencializá-los, tais como
Paciente na AB, estimulando prática Cooperação Horizontal, Apoio Institucional,
assistencial segura, envolvendo os pacientes Tele Educação, Formação em Saúde.
na segurança, criando mecanismos para evitar
erros, garantir o cui-dado centrado na pessoa, Entende-se que o apoio institucional deve ser
realizando planos locais de segurança do pensado como uma função gerencial que
paciente, fornecendo melhoria contínua busca a reformulação do modo tradicional de
relacionando a identificação, a prevenção, a se fazer coordenação, planejamento,
detecção e a redução de riscos. supervisão e avaliação em saúde. Ele deve
assumir como objetivo a mudança nas
XVIII - Apoio às estratégias de fortalecimento organizações, tomando como matéria-prima
da gestão local e do controle social, os problemas e tensões do cotidiano Nesse
participando dos conselhos locais de saúde sentido, pressupõe-se o esforço de
de sua área de abrangência, assim como, transformar os modelos de gestão
articular e incentivar a participação dos verticalizados em relações horizontais que
245
ampliem a democratização, autonomia e 6. DO FINANCIAMENTO DAS AÇÕES DE
compromisso dos trabalhadores e gestores, ATENÇÃO BÁSICA
baseados em relações contínuas e solidárias.
O financiamento da Atenção Básica deve ser
A Formação em Saúde, desenvolvida por tripartite e com detalhamento apresentado
meio da relação entre trabalhadores da AB no pelo Plano Municipal de Saúde garantido nos
território (estágios de graduação e instrumentos conforme especificado no Plano
residências, projetos de pesquisa e extensão, Nacional, Estadual e Municipal de gestão do
entre outros), beneficiam AB e instituições de SUS. No âmbito federal, o montante de
ensino e pesquisa, trabalhadores, docentes e recursos financeiros destinados à viabilização
discentes e, acima de tudo, a população, com de ações de Atenção Básica à saúde compõe
profissionais de saúde mais qualificados para o bloco de financiamento de Atenção Básica
a atuação e com a produção de (Bloco AB) e parte do bloco de financiamento
conhecimento na AB. Para o fortalecimento de investimento e seus recursos deverão ser
da integração entre ensino, serviços e utilizados para financiamento das ações de
comunidade no âmbito do SUS, destaca-se a Atenção Básica.
estratégia de celebração de instrumentos
contratuais entre instituições de ensino e Os repasses dos recursos da AB aos
serviço, como forma de garantir o acesso a municípios são efetuados em conta aberta
todos os estabelecimentos de saúde sob a especificamente para este fim, de acordo com
responsabilidade do gestor da área de saúde a normatização geral de transferências de
como cenário de práticas para a formação no recursos fundo a fundo do Ministério da
âmbito da graduação e da residência em Saúde com o objetivo de facilitar o
saúde no SUS, bem como de estabelecer acompanhamento pelos Conselhos de Saúde
atribuições das partes relacionadas ao no âmbito dos municípios, dos estados e do
funcionamento da integração ensino-serviço- Distrito Federal.
comunidade.
O financiamento federal para as ações de
Além dessas ações que se desenvolvem no Atenção Básica deverá ser composto por:
cotidiano das equipes, de forma
complementar, é possível oportunizar I - Recursos per capita; que levem em
processos formativos com tempo definido, no consideração aspectos sociodemográficos e
intuito de desenvolver reflexões, epidemiológicos;
conhecimentos, competências, habilidades e
II - Recursos que estão condicionados à
atitudes específicas, através dos processos de
implantação de estratégias e programas da
Educação Continuada, igualmente como
Atenção Básica, tais como os recursos
estratégia para a qualificação da AB. As
específicos para os municípios que
ofertas educacionais devem, de todo modo,
implantarem, as equipes de Saúde da Família
ser indissociadas das temáticas relevantes
(eSF), as equipes de Atenção Básica (eAB), as
para a Atenção Básica e da dinâmica
equipes de Saúde Bucal (eSB), de Agentes
cotidiana de trabalho dos profissionais.
Comunitários de Saúde (EACS), dos Núcleos
246
Ampliado de Saúde da Família e Atenção 1. Equipe de Saúde da Família (eSF): os
Básica (Nasf-AB), dos Consultórios na Rua valores dos incentivos financeiros para as
(eCR), de Saúde da Família Fluviais (eSFF) e equipes de Saúde da Família implantadas
Ribeirinhas (eSFR) e Programa Saúde na serão prioritário e superior, transferidos a
Escola e Programa Academia da Saúde; cada mês, tendo como base o número de
equipe de Saúde da Família (eSF) registrados
III - Recursos condicionados à abrangência da no sistema de Cadastro Nacional vigente no
oferta de ações e serviços; mês anterior ao da respectiva competência
financeira.
IV - Recursos condicionados ao desempenho
dos serviços de Atenção Básica com O valor do repasse mensal dos recursos para
parâmetros, aplicação e comparabilidade o custeio das equipes de Saúde da Família
nacional, tal como o Programa de Melhoria de será publicado em portaria específica
Acesso e Qualidade;
2. Equipe de Atenção Básica (eAB): os valores
V - Recursos de investimento; dos incentivos financeiros para as equipes de
Atenção Básica (eAB) implantadas serão
Os critérios de alocação dos recursos da AB transferidos a cada mês, tendo como base o
deverão se ajustar conforme a número de equipe de Atenção Básica (eAB)
regulamentação de transferência de recursos registrados no Sistema de Cadastro Nacional
federais para o financiamento das ações e de Estabelecimentos de Saúde vigente no
serviços públicos de saúde no âmbito do SUS, mês anterior ao da respectiva competência
respeitando especificidades locais, e critério financeira.
definido na LC 141/2012.
O percentual de financiamento das equipes
I - Recurso per capita: de Atenção Básica (eAB), será definido pelo
Ministério da Saúde, a depender da
O recurso per capita será transferido
disponibilidade orçamentária e demanda de
mensalmente, de forma regular e automática,
credenciamento.
do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos
Municipais de Saúde e do Distrito Federal 1. Equipe de Saúde Bucal (eSB): Os valores
com base num valor multiplicado pela dos incentivos financeiros quando as equipes
população do Município. de Saúde da Família (eSF) e/ou Atenção
Básica (eAB) forem compostas por
A população de cada município e do Distrito
profissionais de Saúde Bucal, serão
Federal será a população definida pelo IBGE
transferidos a cada mês, o valor
e publicada em portaria específica pelo
correspondente a modalidade, tendo como
Ministério da Saúde.
base o número de equipe de Saúde Bucal
(eSB) registrados no Sistema de Cadastro
II - Recursos que estão condicionados à
Nacional de Estabelecimentos de Saúde
implantação de estratégias e programas da
vigente no mês anterior ao da respectiva
Atenção Básica
competência financeira.
247
1. O repasse mensal dos recursos para o Programa de Construção de Unidades Básicas
custeio das Equipes de Saúde Bucal será de Saúde Fluviais.
publicado em portaria específica.
4.3. Equipes Consultório na Rua (eCR)
1. Equipe Saúde da Família comunidades
Ribeirinhas e Fluviais Os valores do incentivo financeiro para as
equipes dos Consultórios na Rua (eCR)
4.1. Equipes Saúde da Família Ribeirinhas implantadas serão transferidos a cada mês,
(eSFR): os valores dos incentivos financeiros tendo como base a modalidade e o número
para as equipes de Saúde da Família de equipes cadastradas no sistema de
Ribeirinhas (eSFR) implantadas serão Cadastro Nacional vigente no mês anterior ao
transferidos a cada mês, tendo como base o da respectiva competência financeira.
número de equipe de Saúde da Família
Ribeirinhas (eSFR) registrados no sistema de Os valores do repasse mensal que as equipes
Cadastro Nacional vigente no mês anterior ao dos Consultórios na Rua (eCR) farão jus será
da respectiva competência financeira. definido em portaria específica.
O valor do repasse mensal dos recursos para 5. Núcleo Ampliado de Saúde da Família e
o custeio das equipes de Saúde da Família Atenção Básica (NASF-AB) O valor do
Ribeirinhas (eSFR) será publicado em portaria incentivo federal para o custeio de cada
específica e poderá ser agregado um valor NASFAB, dependerá da sua modalidade (1, 2
nos casos em que a equipe necessite de ou 3) e será determinado em portaria
transporte fluvial para acessar as específica. Os valores dos incentivos
comunidades ribeirinhas adscritas para financeiros para os NASF-AB implantados
execução de suas atividades. serão transferidos a cada mês, tendo como
base o número de NASF-AB cadastrados no
4.2. Equipes de Saúde da Família Fluviais SCNES vigente.
(eSFF): os valores dos incentivos financeiros
para as equipes de Saúde da Família Fluviais 6. Estratégia de Agentes Comunitários de
(eSFF) implantadas serão transferidos a cada Saúde (ACS)
mês, tendo como base o número de Unidades
Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) registrados Os valores dos incentivos financeiros para as
no sistema de Cadastro Nacional vigente no equipes de ACS (EACS) implantadas são
mês anterior ao da respectiva competência transferidos a cada mês, tendo como base o
financeira. número de Agentes Comunitários de Saúde
(ACS), registrados no sistema de Cadastro
O valor do repasse mensal dos recursos para Nacional vigente no mês anterior ao da
o custeio das Unidades Básicas de Saúde respectiva competência financeira. Será
Fluviais será publicado em portaria específica. repassada uma parcela extra, no último
Assim como, os critérios mínimos para o trimestre de cada ano, cujo valor será
custeio das Unidades preexistentes ao calculado com base no número de Agentes
Comunitários de Saúde, registrados no
248
cadastro de equipes e profissionais do fundo devem estar inseridas no plano de
SCNES, no mês de agosto do ano vigente. saúde e programação anual.
250
6.2-Solicitação de crédito retroativo dos deverá ser encaminhado diretamente ao
recursos suspensos DAB/SAS/MS.
256
o seu atendimento e possíveis sendo facultado a esse profissional o acesso
encaminhamentos. ao prontuário;
258
I - prestar informações apropriadas nos VIII - realizar exames solicitados, buscar os
atendimentos, nas consultas e nas resultados e apresentá-los aos profissionais
internações sobre: dos serviços de saúde;
§5º Devem ser estabelecidos espaços para as I - nome do responsável pelo serviço;
pessoas usuárias manifestarem suas posições
II - nomes dos profissionais; III - horário de
favoráveis ao SUS e promovidas estratégias
trabalho de cada membro da equipe,
para defender o SUS como patrimônio do
inclusive do responsável pelo serviço e;
povo brasileiro.
IV - ações e procedimentos disponíveis. §9º
§6º O direito previsto no caput deste artigo,
As informações prestadas à população devem
inclui a informação, com linguagem e meios
ser claras, para propiciar a compreensão por
de comunicação adequados sobre:
toda e qualquer pessoa.
I - o direito à saúde, o funcionamento dos
§10. Os Conselhos de Saúde deverão
serviços de saúde e o SUS;
informar à população sobre:
II - os mecanismos de participação da
I - formas de participação;
sociedade na formulação, acompanhamento
e fiscalização das políticas e da gestão do
II - composição do Conselho de Saúde;
SUS;
III - regimento interno dos Conselhos;
III - as ações de vigilância à saúde coletiva
compreendendo a vigilância sanitária, IV - Conferências de Saúde;
epidemiológica e ambiental; e
V - data, local e pauta das reuniões; e
IV - a interferência das relações e das
condições sociais, econômicas, culturais, e VI - deliberações e ações desencadeadas.
ambientais na situação da saúde das pessoas
e da coletividade.
260
§11. O direito previsto no caput desse artigo IV - promover atualizações necessárias nos
inclui a participação de Conselhos e regimentos e estatutos dos serviços de saúde,
Conferências de Saúde, o direito de adequando-os a esta Resolução; V - adotar
representar e ser representado em todos os estratégias para o cumprimento efetivo da
mecanismos de participação e de controle legislação e das normatizações do SUS;
social do SUS.
VI - promover melhorias contínuas, na rede
Sétima diretriz: toda pessoa tem direito a SUS, como a informatização para implantar o
participar dos Conselhos e Conferências de Cartão SUS e o Prontuário Eletrônico com os
Saúde e de exigir que os gestores cumpram objetivos de:
os princípios anteriores.
a) otimizar o financiamento;
§1º As Conferências Municipais de Saúde são
espaços de ampla e aberta participação da b) qualificar o atendimento aos serviços de
comunidade, complementadas por saúde;
Conferências Livres, distritais e locais, além
das de plenárias de segmentos. c) melhorar as condições de trabalho;
261
âmbito do Sistema Único de Saúde, por meio dos serviços da Atenção Primária à Saúde
da alteração da Portaria de Consolidação nº com atuação de equipes multiprofissionais;
6/GM/MS, de 28 de setembro de 2017.
Considerando os atributos essenciais e
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso derivados da Atenção Primária à Saúde, que
das atribuições que lhe conferem os incisos I são: acesso de primeiro contato,
e II do parágrafo único do art. 87 da longitudinalidade, coordenação,
Constituição Federal, e integralidade, orientação familiar, orientação
comunitária e competência cultural;
Considerando o disposto no Anexo 1 do
Anexo XXII da Portaria de Consolidação nº 2, Considerando a necessidade da valorização
de 28 de setembro de 2017, que trata da do desempenho das equipes e serviços de
Política Nacional de Atenção Básica - Atenção Primária à Saúde para o alcance de
Operacionalização; resultados em saúde; e
263
somente o peso do critério classificação III - de benefício previdenciário no valor de
geográfica. até dois salários mínimos.
§ 4º O incentivo financeiro de que trata o §2º O critério de perfil demográfico por faixa
inciso II do § 3º será transferido apenas ao etária contempla pessoas cadastradas com
município ou Distrito Federal que cadastrar a idade até 5 (cinco) anos e com 65 (sessenta e
totalidade da população definida pelo IBGE. cinco) anos ou mais.
Art. 12. O valor do incentivo financeiro da §3º Nos casos em que a pessoa cadastrada se
capitação ponderada será transferido enquadrar tanto na vulnerabilidade
mensalmente e recalculado simultaneamente socioeconômica quanto no perfil
para todos os municípios ou Distrito Federal demográfico, o peso de 1,3 (um inteiro e três
a cada 4 (quatro) competências financeiras, décimos) será aplicado uma única vez.
observado o disposto no parágrafo único do
art. 10. §4º O critério de classificação geográfica será
estabelecido por município ou Distrito
Art. 12-A. O peso por pessoa cadastrada de Federal, observada a tipologia rural-urbana
que trata o parágrafo único do art. 10 definida pelo IBGE:
corresponde a:
I - município urbano: peso 1 (um);
I - 1,3 (um inteiro e três décimos) para as
pessoas que atendam aos critérios de II - município intermediário adjacente: peso
vulnerabilidade socioeconômica ou perfil 1,45 (um inteiro e quarenta e cinco décimos);
demográfico;
III - município rural adjacente: peso 1,45 (um
II - 1 (um inteiro) para as pessoas que não se inteiro e quarenta e cinco décimos);
enquadrem o inciso I do caput; e
IV - município intermediário remoto: peso 2
III - 1 (um inteiro), 1,45 (um inteiro e quarenta (dois); e
e cinco décimos) ou 2 (dois inteiros), de
acordo com a classificação geográfica do V - município rural remoto: peso 2 (dois).
município ou Distrito Federal, observada a
§ 5º A pontuação do município ou Distrito
tipologia rural-urbana definida pelo IBGE nos
Federal para definição do cálculo de repasse
termos do §4º deste artigo.
será obtida pela multiplicação dos pesos
§1º O critério de vulnerabilidade estabelecido nos incisos I e II do caput pelos
socioeconômica contempla pessoas pesos previstos no §4º e pelo quantitativo da
cadastradas beneficiárias: população cadastrada, observado o limite
estabelecido no art. 11.
I - do Programa Bolsa Família (PBF);
§6º O valor total a ser repassado por
II - do Benefício de Prestação Continuada município ou Distrito Federal será a
(BPC); ou multiplicação da pontuação estabelecida no
264
§5º pelo valor per capita definido em ato do §1º O valor do pagamento por desempenho
Ministério da Saúde. será calculado a partir do cumprimento de
meta para cada indicador por equipe e
Art. 12-B. A transferência do incentivo condicionado ao tipo de equipe.
financeiro de custeio referente à capitação
ponderada está condicionada: § 2º O incentivo financeiro do pagamento por
desempenho repassado ao município ou
I - ao credenciamento das eSF e eAP pelo Distrito Federal corresponde ao somatório
Ministério da Saúde; dos resultados obtidos por equipe, nos
termos do § 1º.
II - ao cadastro das eSF e eAP no SCNES pela
gestão municipal ou Distrito Federal; e Art. 12-D. Para o pagamento por
desempenho deverão ser observadas as
III - à ausência de irregularidades que seguintes categorias de indicadores:
motivem a suspensão da transferência
conforme disposto na PNAB (Anexo 1 do I - processo e resultados intermediários das
Anexo XXII da Portaria de Consolidação 2). equipes;
265
considerando o resultado potencial de 100% IV - Centro de Especialidades Odontológicas
(cem por cento) do alcance dos indicadores (CEO);
por eSF e eAP.
V - Laboratório Regional de Prótese Dentária
Art. 12-F. Ato do Ministro de Estado da Saúde (LRPD);
definirá os indicadores e as metas para o
pagamento por desempenho, após VI - Equipe de Consultório na Rua (eCR);
pactuação na CIT.
VII - Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF);
§ 1º Cabe ao Ministério da Saúde a realização
do cálculo dos indicadores para a VIII - Equipe de Saúde da Família Ribeirinha
transferência do incentivo de pagamento por (eSFR);
desempenho.
IX - Microscopista;
§ 2º A especificação técnica dos indicadores
X - Equipe de Atenção Básica Prisional
será definida em ficha de qualificação a ser
(eABP);
disponibilizada no endereço eletrônico do
Ministério da Saúde.
XI - Custeio para o ente federativo
responsável pela gestão das ações de
Seção IV
Atenção Integral à Saúde dos Adolescentes
Incentivo para Ações Estratégicas em Situação de Privação de Liberdade;
Art. 12-G. O cálculo para a definição dos XII - Programa Saúde na Escola (PSE);
recursos financeiros para incentivo para ações
XIII - Programa Academia da Saúde;
estratégicas deverá considerar:
XIV- Programas de apoio à informatização da
I - as especificidades e prioridades em saúde;
APS;
II - os aspectos estruturais das equipes; e
XV - Incentivo aos municípios com residência
III - a produção em ações estratégicas em médica e multiprofissional;
saúde.
XVI - Estratégia de Agentes Comunitários de
Art. 12-H. O incentivo para ações estratégicas Saúde (ACS); e
contemplará o custeio das seguintes ações,
XVII - outros que venham a ser instituídos por
programas e estratégias:
meio de ato normativo específico.
I - Programa Saúde na Hora;
Parágrafo único. As transferências financeiras
II- Equipe de Saúde Bucal (eSB); observarão as regras previstas nas normas
vigentes que regulamentam a organização, o
III - Unidade Odontológica Móvel (UOM);
266
funcionamento e financiamento das a. de ausência simultânea dos profissionais
respectivas ações, programas e estratégias. médico e enfermeiro na eSF por um período
superior a 60 (sessenta) dias; ou
Seção V
b. de ausência total de eSF ou eAP; ou
Da Suspensão da Transferência dos Incentivos
Financeiros c. em que haja verificação de dano ao erário.
§1º A suspensão de que trata o caput será Art. 12-J. O incentivo para ações estratégicas
aplicada proporcionalmente de acordo com a adotará as regras de suspensão estabelecidas
irregularidade praticada por cada eSF e eAP. na Política Nacional de Atenção Básica
(PNAB) e em normativas específicas.
§2º Para fins de suspensão de que trata este
artigo, não será considerada a ausência de Art. 12-K. Nos casos de irregularidade em que
envio de informação sobre a produção por haja verificação de ocorrência de fraude ou
meio de Sistema de Informação da Atenção informação irregular de cumprimento de
Básica, que será monitorada por meio do metas e indicadores, haverá suspensão de
cumprimento das metas do pagamento de 100% (cem por cento) da transferência de
desempenho. pagamento por desempenho por equipe.
§3º A suspensão de que trata o caput será Art. 12-L. O início da suspensão da
equivalente a: transferência dos recursos de incentivo
financeiro se dará mediante Portaria do
I - 25% (vinte e cinco por cento) por eSF para Ministro de Estado da Saúde.
os casos de ausência do profissional auxiliar
ou técnico de enfermagem ou agente §1º A suspensão permanecerá até a
comunitário de saúde na equipe por um adequação das irregularidades identificadas e
período superior a 60 (sessenta) dias; não acarretará transferência retroativa.
II - 50% (cinquenta por cento) por eSF e eAP §2º Comprovada a inexistência de
para os casos de ausência do profissional irregularidade pelo Estado, município ou
médico ou enfermeiro na equipe por um Distrito Federal o pagamento retroagirá à
período superior a 60 (sessenta) dias; e data do início da suspensão.
III - 100% (cem por cento) por eSF e eAP para Seção VI
os casos:
Disposições Finais
267
Art. 12-M. O Ministério da Saúde dará ampla Art. 3º A transição para o modelo de
divulgação dos valores dos incentivos financiamento de custeio da APS do SUS de
transferidos aos municípios ou Distrito que trata essa Portaria será definida pelos
Federal. seguintes grupos:
Art. 12-O. Os recursos orçamentários, de que §2º Para fins do disposto na parte final do §
tratam os art. 9º ao art. 12-L do Título II desta 1º:
Portaria, correrão por conta do orçamento do
Ministério da Saúde, devendo onerar as I - a aplicação da capitação ponderada
Funcionais Programáticas 10.301.5019.219A - considera o quantitativo de pessoas
Piso de Atenção Básica em Saúde, potencialmente cadastradas, conforme o
10.301.5019.217U - Apoio a Manutenção dos Anexo XCIX da Portaria de Consolidação nº
Polos de Academia da Saúde, mediante 6/GM/MS, de 2017, aplicando os pesos
disponibilidade orçamentária e financeira do estabelecidos para os critérios de
Ministério da Saúde. vulnerabilidade socioeconômica ou perfil
demográfico por faixa etária, e de
Parágrafo único. O Fundo Nacional de Saúde classificação geográfica;
adotará as medidas necessárias para as
transferências de recursos estabelecidos II - o pagamento por desempenho considera
nesta Portaria aos respectivos Fundos de o resultado potencial de 100% (cem por
Saúde, em conformidade com os processos cento) do alcance dos indicadores por equipe
de pagamento instruídos." (NR) do município ou Distrito Federal;
268
III - incentivos para ações estratégicas 874/GM/MS, de 10 de maio de 2019, nas 8
considera: (oito) primeiras competências financeiras do
ano de 2020;
a. ações e programas já credenciados e
custeados pelo Ministério da III - incentivo para ações estratégicas - o
incentivo financeiro equivalente aos
Saúde; parâmetros das portarias vigentes que
regulamentam a organização, o
b. atualização do piso salarial do agente funcionamento e financiamento das
comunitário de saúde, nos estratégias e programas, a partir da 1º
(primeira) competência financeira do ano de
termos da Lei nº 11.350, de 5 de outubro de
2020; e
2006;
IV - incentivo financeiro per capita de
c. equipes informatizadas na data de
transição - incentivo fixo com base na
publicação desta Portaria;
população municipal ou do Distrito Federal
transferido por 12 (doze) competências
d. potencial adesão ao incentivo de custeio
financeiras do ano de 2020, calculado da
para os municípios ou Distrito Federal com
seguinte forma: valor per capita fixo anual de
residência médica e multiprofissional; e
R$ 5,95 (cinco reais e noventa e cinco
e. potencial implantação das adesões ao centavos) multiplicado pela estimativa da
Programa Saúde na Hora população dos municípios ou do Distrito
Federal, estabelecida em publicação de
homologadas. portaria específica do Ministério da Saúde, de
acordo com os dados populacionais
§ 3º A metodologia de cálculo de que trata divulgados pela Fundação Instituto Brasileiro
este artigo será publicada no endereço de Geografia e Estatística (IBGE);
eletrônico do Ministério da Saúde.
Parágrafo único. Para cálculo do 100% (cem
Art. 4º São etapas de transição do ano de por cento) da capitação ponderada por
2020 para o grupo de municípios previsto no município ou Distrito Federal são utilizados
inciso I do art. 3º: parâmetros proporcionais à população que
atende aos critérios de vulnerabilidade
I - capitação ponderada - o equivalente a socioeconômica e perfil demográfico por
100% (cem por cento) do incentivo financeiro faixa etária por município ou Distrito Federal.
da capitação ponderada que os municípios ou
Distrito Federal fariam jus caso atendessem a Art. 5º A transição para os municípios
todos os requisitos, nas 4 (quatro) primeiras previstos no inciso II do art. 3º será a
competências financeiras do ano de 2020; manutenção, durante 12 (doze) competências
financeiras do ano de 2020, da transferência
II - pagamento por desempenho - o do maior valor dentre as competências
equivalente ao valor definido pela Portaria nº financeiras do ano de 2019 do Piso de
269
Atenção Básica, com exceção dos valores Art. 6º A Portaria de Consolidação nº
referentes às ações, programas e estratégias 6/GM/MS, de 2017, passa a vigorar acrescida
do incentivo para ações estratégicas. do Anexo XCIX, nos termos do Anexo a esta
Portaria.
§1º No caso de irregularidades, o valor do
caput será suspenso proporcionalmente ao Art. 7º Esta Portaria entra em vigor em 1º de
número de eSF e eAP cadastradas e janeiro de 2020.
credenciadas, considerada a competência
utilizada para o cálculo de que trata este Art. 8º Ficam revogados:
artigo, da seguinte forma:
I - da Portaria de Consolidação nº 6/GM/MS,
I - 25% (vinte e cinco por cento) por eSF para de 28 de setembro de 2017:
os casos de ausência do profissional auxiliar
ou técnico de enfermagem ou agente a. a Seção II, Seção III, Seção IV, Seção VI,
comunitário de saúde na equipe por um Seção VII, Seção XIII do Capítulo I do Título II;
período superior a 60 (sessenta) dias; e
II - 50% (cinquenta por cento) por eSF e eAP b. Seção II, Seção X do Capítulo II do Título II,
para os casos de ausência do profissional que trata Do Custeio da Atenção Básica;
médico ou enfermeiro na equipe por um
II - Portaria nº 3.947/GM/MS, de 28 de
período superior a 60 (sessenta) dias; e
dezembro de 2017;
III - 100% (cem por cento) por eSF e eAP para
III - Portaria nº 1.409/GM/MS, de 10 de julho
os casos:
de 2013;
a. de ausência simultânea dos profissionais
IV - Portaria nº 1.798/SE/MS, de 11 de julho
médico e enfermeiro na eSF por um período
de 2019; e
superior a 60 (sessenta) dias;
V - da Portaria de Consolidação nº 2/GM/MS,
b. de ausência total de eSF ou eAP ; ou
de 28 de setembro de 2017, a Seção I, Seção
c. em que haja verificação de dano ao erário. II, Anexo 2 e Anexo 3 do Capítulo II do Anexo
XXII.
§ 2º A lista de municípios e o valor da
transferência de que trata o caput serão ANEXO
disponibilizados pelo Ministério da Saúde.
DA METODOLOGIA DE CÁLCULO DA
§ 3º Os municípios de que trata este artigo CAPITAÇÃO PONDERADA
poderão a qualquer tempo optar por seguir
(Anexo XCIX à Portaria de Consolidação nº
as regras de custeio da APS previstas nesta
6/GM/MS, de 28 de setembro de 2017)
Portaria.
270
Quantitativo potencial de pessoas socioeconômica nem no perfil demográfico X
cadastradas por equipe - de acordo com a 1]) X peso da classificação geográfica
classificação geográfica do município (IBGE)
Fórmula para cálculo do valor total da
Quantitati Quantitati capitação ponderada a ser repassado por
Quantitati vo vo município ou Distrito Federal, conforme
vo potencial potencial definido § 6º do art. 12 A.
potencial de de
Classificaç de pessoas pessoas Valor total da capitação ponderada =
ão do pessoas cadastrad cadastrad pontuação do município ou Distrito Federal X
município cadastrad as por as por valor per capita
pelo IBGE as por equipe de equipe de
equipe de atenção atenção
saúde da primária primária
família modalida modalida Portaria de consolidação nº 2,
de I -20h de II - 30 h de 28 de setembro de 2017
4.000 2.000 3.000
1 - Urbano Política Nacional de
pessoas pessoas pessoas
Promoção da Saúde (PNPS)
2-
Intermediá 2.750 1.375 2.063 Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de
rio pessoas pessoas pessoas Promoção da Saúde (PNPS). (Origem: PRT
Adjacente MS/GM 2446/2014, Art. 1º)
3 - Rural
CAPÍTULO I
Adjacente
DA POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO
4 - DA SAÚDE
2.000 1.000 1.500
Intermediá
pessoas pessoas pessoas
rio Remoto Art. 2º A PNPS traz em sua base o conceito
5 - Rural ampliado de saúde e o referencial teórico da
Remoto promoção da saúde como um conjunto de
estratégias e formas de produzir saúde, no
Fórmula para cálculo da pontuação do âmbito individual e coletivo, caracterizando-
município ou Distrito Federal para definição se pela articulação e cooperação intra e
do valor total da capitação ponderada, intersetorial, pela formação da Rede de
conforme definido no § 5º do art. 12 A. Atenção à Saude (RAS), buscando articular
suas ações com as demais redes de proteção
Pontuação do município ou Distrito Federal = social, com ampla participação e controle
[(população cadastrada que se enquadra na social. (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art.
vulnerabilidade socioeconômica ou no perfil 2º)
demográfico X 1,3) + (população cadastrada
que não se enquadra na vulnerabilidade
271
Art. 3º São valores fundantes no processo de V - a humanização, enquanto elemento para a
efetivação da PNPS: (Origem: PRT MS/GM evolução do homem, por meio da interação
2446/2014, Art. 3º) com o outro e seu meio, com a valorização e
aperfeiçoamento de aptidões que promovam
I - a solidariedade, entendida como as razões condições melhores e mais humanas,
que fazem sujeitos e coletivos nutrirem construindo práticas pautadas na
solicitude para com o próximo, nos integralidade do cuidado e da saúde;
momentos de divergências ou dificuldades, (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 3º, V)
construindo visão e metas comuns, apoiando
a resolução das diferenças, contribuindo para VI -a corresponsabilidade, enquanto
melhorar a vida das pessoas e para formar responsabilidades partilhadas entre pessoas
redes e parcerias; (Origem: PRT MS/GM ou coletivo, onde duas ou mais pessoas
2446/2014, Art. 3º, I) compartilham obrigações e/ou
compromissos; (Origem: PRT MS/GM
II - a felicidade, enquanto autopercepção de 2446/2014, Art. 3º, VI)
satisfação, construída nas relações entre
sujeitos e coletivos, que contribui na VII - a justiça social, enquanto necessidade de
capacidade de decidir como aproveitar a vida alcançar repartição equitativa dos bens
e como se tornar ator partícipe na construção sociais, respeitados os direitos humanos, de
de projetos e intervenções comuns para modo que as classes sociais mais
superar dificuldades individuais e coletivas a desfavorecidas contem com oportunidades
partir do reconhecimento de potencialidades; de desenvolvimento; e (Origem: PRT MS/GM
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 3º, II) 2446/2014, Art. 3º, VII)
III - a ética, a qual pressupõe condutas, ações VIII - a inclusão social, que pressupõe ações
e intervenções sustentadas pela valorização e que garantam o acesso aos benefícios da vida
defesa da vida, sendo pautadas para o bem em sociedade para todas as pessoas, de
comum, com dignidade e solidariedade; forma equânime e participativa, visando à
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 3º, III) redução das iniquidades. (Origem: PRT
MS/GM 2446/2014, Art. 3º, VIII)
IV - o respeito às diversidades, que
reconhece, respeita e explicita as diferenças Art. 4º A PNPS adota como princípios:
entre sujeitos e coletivos, abrangendo as (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 4º)
diversidades étnicas, etárias, de capacidade,
de gênero, de orientação sexual, entre I - a equidade, quando baseia as práticas e as
territórios e regiões geográficas, dentre ações de promoção de saúde, na distribuição
outras formas e tipos de diferenças que igualitária de oportunidades, considerando as
influenciam ou interferem nas condições e especificidades dos indivíduos e dos grupos;
determinações da saúde; (Origem: PRT (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 4º, I)
MS/GM 2446/2014, Art. 3º, IV)
II - a participação social, quando as
intervenções consideram a visão de
272
diferentes atores, grupos e coletivos na cultural e ambiental; (Origem: PRT MS/GM
identificação de problemas e solução de 2446/2014, Art. 4º, VII)
necessidades, atuando como corresponsáveis
no processo de planejamento, de execução e VIII - a integralidade, quando as intervenções
de avaliação das ações; (Origem: PRT MS/GM são pautadas no reconhecimento da
2446/2014, Art. 4º, II) complexidade, potencialidade e
singularidade de indivíduos, grupos e
III - a autonomia, que se refere à identificação coletivos, construindo processos de trabalho
de potencialidades e ao desenvolvimento de articulados e integrais; e (Origem: PRT
capacidades, possibilitando escolhas MS/GM 2446/2014, Art. 4º, VIII)
conscientes de sujeitos e comunidades sobre
suas ações e trajetórias; (Origem: PRT IX - a territorialidade, que diz respeito à
MS/GM 2446/2014, Art. 4º, III) atuação que considera as singularidades e
especificidades dos diferentes territórios no
IV - o empoderamento, que se refere ao planejamento e desenvolvimento de ações
processo de intervenção que estimula os intra e intersetoriais com impacto na situação,
sujeitos e coletivos a adquirirem o controle nos condicionantes e nos determinantes da
das decisões e das escolhas de modos de vida saúde neles inseridos, de forma equânime.
adequado às suas condições sócio- (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 4º, IX)
econômico-culturais; (Origem: PRT MS/GM
2446/2014, Art. 4º, IV) Art. 5º São diretrizes da PNPS: (Origem: PRT
MS/GM 2446/2014, Art. 5º)
V - a intersetorialidade, que se refere ao
processo de articulação de saberes, I - o estímulo à cooperação e à articulação
potencialidades e experiências de sujeitos, intra e intersetorial para ampliar a atuação
grupos e setores na construção de sobre determinantes e condicionantes da
intervenções compartilhadas, estabelecendo saúde; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art.
vínculos, corresponsabilidade e cogestão 5º, I)
para objetivos comuns; (Origem: PRT MS/GM
2446/2014, Art. 4º, V) II - o fomento ao planejamento de ações
territorializadas de promoção da saúde, com
VI - a intrassetorialidade, que diz respeito ao base no reconhecimento de contextos locais
exercício permanente da desfragmentação e respeito às diversidades, para favorecer a
das ações e serviços ofertados por um setor, construção de espaços de produção social,
visando à construção e articulação de redes ambientes saudáveis e a busca da equidade,
cooperativas e resolutivas; (Origem: PRT da garantia dos direitos humanos e da justiça
MS/GM 2446/2014, Art. 4º, VI) social; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art.
5º, II)
VII - a sustentabilidade, que diz respeito à
necessidade de permanência e continuidade III - incentivo à gestão democrática,
de ações e intervenções, levando em conta as participativa e transparente, para fortalecer a
dimensões política, econômica, social, participação, o controle social e a
273
corresponsabilidade de sujeitos, compromissos e corresponsabilidades para
coletividades, instituições e esferas reduzir a vulnerabilidade e os riscos à saúde
governamentais e sociedade civil; (Origem: vinculados aos determinantes sociais.
PRT MS/GM 2446/2014, Art. 5º, III) (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 5º, VIII)
Art. 10. São temas prioritários da PNPS, IV - enfrentamento do uso do tabaco e seus
evidenciados pelas ações de promoção da derivados, que compreende promover,
saúde realizadas e compatíveis com o Plano articular e mobilizar ações para redução e
Nacional de Saúde, pactos interfederativos e controle do uso do tabaco, incluindo ações
planejamento estratégico do Ministério da educativas, legislativas, econômicas,
Saúde, bem como acordos internacionais ambientais, culturais e sociais; (Origem: PRT
firmados pelo governo brasileiro, em MS/GM 2446/2014, Art. 10, IV)
permanente diálogo com as demais políticas,
com os outros setores e com as V - enfrentamento do uso abusivo de álcool e
especificidades sanitárias: (Origem: PRT outras drogas, que compreende promover,
MS/GM 2446/2014, Art. 10) articular e mobilizar ações para redução do
consumo abusivo de álcool e outras drogas,
I - formação e educação permanente, que com a corresponsabilização e autonomia da
compreende mobilizar, sensibilizar e população, incluindo ações educativas,
promover capacitações para gestores, legislativas, econômicas, ambientais, culturais
trabalhadores da saúde e de outros setores e sociais; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014,
para o desenvolvimento de ações de Art. 10, V)
educação em promoção da saúde e incluí-la
nos espaços de educação permanente; VI - promoção da mobilidade segura, que
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 10, I) compreende: (Origem: PRT MS/GM
2446/2014, Art. 10, VI)
II - alimentação adequada e saudável, que
compreende promover ações relativas à a) buscar avançar na articulação intersetorial e
alimentação adequada e saudável, visando à intrasetorial, envolvendo a vigilância em
promoção da saúde e à segurança alimentar saúde, a atenção básica e as redes de
e nutricional, contribuindo com as ações e urgência e emergência do território na
metas de redução da pobreza, com a inclusão produção do cuidado e na redução da
social e com a garantia do direito humano à morbimortalidade decorrente do trânsito;
alimentação adequada e saudável; (Origem: (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 10, VI,
PRT MS/GM 2446/2014, Art. 10, II) a)
III - práticas corporais e atividades físicas, que b) orientar ações integradas e intersetoriais
compreende promover ações, nos territórios, incluindo saúde, educação,
aconselhamento e divulgação de práticas trânsito, fiscalização, ambiente e demais
corporais e atividades físicas, incentivando a setores envolvidos, além da sociedade,
melhoria das condições dos espaços públicos, visando definir um planejamento integrado,
considerando a cultura local e incorporando parcerias, atribuições, responsabilidades e
brincadeiras, jogos, danças populares, dentre especificidades de cada setor para a
278
promoção da mobilidade segura; e (Origem: meio ambiente e desenvolvimento
PRT MS/GM 2446/2014, Art. 10, VI, b) sustentável na produção social da saúde em
articulação com os demais temas prioritários.
c) avançar na promoção de ações educativas, (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 10,
legislativas, econômicas, ambientais, culturais VIII)
e sociais, fundamentadas em informação
qualificada e em planejamento integrado, Art. 11. Compete às esferas federal,
que garantam o trânsito seguro, a redução de estaduais, do Distrito Federal e municipais do
morbimortalidade e a paz no trânsito. SUS: (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art.
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 10, VI, 11)
c)
I - divulgar a PNPS, fortalecendo seus valores
VII - promoção da cultura da paz e de direitos e princípios; (Origem: PRT MS/GM
humanos, que compreende promover, 2446/2014, Art. 11, I)
articular e mobilizar ações que estimulem a
convivência, a solidariedade, o respeito à vida II - estabelecer parcerias, promovendo a
e o fortalecimento de vínculos, para o articulação intersetorial e intrassetorial;
desenvolvimento de tecnologias sociais que (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 11, II)
favoreçam a mediação de conflitos, o respeito
às diversidades e diferenças de gênero, de III - contribuir para a reorientação do modelo
orientação sexual e identidade de gênero, de atenção à saúde com base nos valores,
entre gerações, étnico-raciais, culturais, princípios e diretrizes da PNPS; (Origem: PRT
territoriais, de classe social e relacionada às MS/GM 2446/2014, Art. 11, III)
pessoas com deficiências e necessidades
IV - fomentar normas e regulamentos para o
especiais, garantindo os direitos humanos e
desenvolvimento seguro, saudável e
as liberdades fundamentais, articulando a
sustentável em ambientes, comunidades,
RAS com as demais redes de proteção social,
municípios e territórios; (Origem: PRT
produzindo informação qualificada e capaz
MS/GM 2446/2014, Art. 11, IV)
de gerar intervenções individuais e coletivas,
contribuindo para a redução das violências e
V - fortalecer a participação e o controle
para a cultura de paz; e (Origem: PRT MS/GM
social e as instâncias de gestão democrática e
2446/2014, Art. 10, VII)
participativa, enquanto mecanismo de
implementação da PNPS; (Origem: PRT
VIII - promoção do desenvolvimento
MS/GM 2446/2014, Art. 11, V)
sustentável, que compreende promover,
mobilizar e articular ações governamentais,
VI - construir mecanismos de identificação das
não governamentais, incluindo o setor
potencialidades e das vulnerabilidades para
privado e a sociedade civil, nos diferentes
subsidiar o fortalecimento da equidade;
cenários, como cidades, campo, floresta,
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 11, VI)
águas, bairros, territórios, comunidades,
habitações, escolas, igrejas, empresas e
outros, permitindo a interação entre saúde,
279
VII - definir prioridades, objetivos, estratégias implementação da PNPS, considerando as
e metas nas instâncias colegiadas e especificidades locorregionais; (Origem: PRT
intergestores para implementação de MS/GM 2446/2014, Art. 11, XIII)
programas, planos, projetos e ações de
promoção da saúde; (Origem: PRT MS/GM XIV - articular a inserção das ações voltadas à
2446/2014, Art. 11, VII) promoção da saúde nos sistemas de
informação do SUS e outros; e (Origem: PRT
VIII - estabelecer instrumentos e indicadores MS/GM 2446/2014, Art. 11, XIV)
de gestão, planejamento, monitoramento e
avaliação; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, XV - viabilizar parcerias com organismos
Art. 11, VIII) internacionais, com organizações
governamentais, não governamentais,
IX - promover a alocação de recursos incluindo o setor privado e sociedade civil,
orçamentários e financeiros para a para o fortalecimento da promoção da saúde
implementação da PNPS; (Origem: PRT no País. (Origem: PRT MS/GM 2446/2014,
MS/GM 2446/2014, Art. 11, IX) Art. 11, XV)
281
ações de promoção da saúde; (Origem: PRT V - incorporar ações de Promoção da Saúde
MS/GM 2446/2014, Art. 13, IX) aos Planos Plurianual e Municipal de Saúde;
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 14, V)
X - promover cooperação, espaços de
discussão e trocas de experiências e VI - destinar recursos orçamentários e
conhecimentos sobre a promoção da saúde; financeiros para realização das ações de
e (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 13, promoção da saúde; (Origem: PRT MS/GM
X) 2446/2014, Art. 14, VI)
282
XIII - elaborar materiais educativos visando à com os demais setores governamentais e não
socialização da informação e à divulgação de governamentais; (Origem: PRT MS/GM
programas, planos, projetos e ações de 227/2016, Art. 2º, II)
promoção da saúde; e (Origem: PRT MS/GM
2446/2014, Art. 14, XIII) III - consolidar as agendas de promoção da
saúde em consonância com as políticas, as
XIV - apoiar e promover, de forma prioridades e os recursos das instituições
privilegiada, a execução de programas, participantes e com o Plano Nacional de
planos, projetos e ações diretamente Saúde; (Origem: PRT MS/GM 227/2016, Art.
relacionadas à promoção da saúde, 2º, III)
considerando o perfil epidemiológico e as
necessidades do seu território. (Origem: PRT IV - promover a integração das ações de
MS/GM 2446/2014, Art. 14, XIV) promoção da saúde no âmbito do SUS, no
contexto dos instrumentos institucionais de
Art. 15. À Secretaria de Estado da Saúde do planejamento e gestão; (Origem: PRT
Distrito Federal (SES/DF) competem as MS/GM 227/2016, Art. 2º, IV)
atribuições reservadas às secretarias de saúde
dos estados e dos municípios. (Origem: PRT V - incentivar e apoiar a inclusão de temas
MS/GM 2446/2014, Art. 15) sobre a Promoção da Saúde na elaboração de
projetos e planos locais de acordo com os
Art. 16. O financiamento dos temas valores e princípios, os objetivos, as diretrizes,
prioritários da PNPS e seus planos operativos os temas transversais e os eixos operacionais
serão objeto de pactuação prévia na CIT. da PNPS, no âmbito dos estados, do Distrito
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 16) Federal e dos municípios, respeitando os
instrumentos instituídos de planejamento e
CAPÍTULO II gestão do SUS; (Origem: PRT MS/GM
DO COMITÊ GESTOR DA POLÍTICA 227/2016, Art. 2º, V)
NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
VI - monitorar e avaliar as estratégias de
Art. 17. Fica instituído o Comitê Gestor da implantação e implementação da PNPS e seu
Política Nacional de Promoção da Saúde impacto na melhoria da qualidade de vida de
(CGPNPS). (Origem: PRT MS/GM 227/2016, sujeitos e coletividades; (Origem: PRT
Art. 1º) MS/GM 227/2016, Art. 2º, VI)
Art. 18. Compete ao CGPNPS: (Origem: PRT VII - viabilizar parcerias com organismos
MS/GM 227/2016, Art. 2º) internacionais com o objetivo de promover
articulação e intercâmbio entre países para
I - consolidar a implementação da PNPS; fortalecimento da PNPS; e (Origem: PRT
(Origem: PRT MS/GM 227/2016, Art. 2º, I) MS/GM 227/2016, Art. 2º, VII)
283
VIII - desenvolver outras ações que visem ao IX - 1 (um) representante da Fundação
fortalecimento da PNPS. (Origem: PRT Oswaldo Cruz (FIOCRUZ); (Origem: PRT
MS/GM 227/2016, Art. 2º, VIII) MS/GM 227/2016, Art. 3º, IX)
Art. 19. O CGPNPS será composto por X - 1 (um) representante da Agência Nacional
representantes, titulares e suplentes, dos de Vigilância Sanitária (ANVISA); (Origem:
seguintes órgãos e entidades: (Origem: PRT PRT MS/GM 227/2016, Art. 3º, X)
MS/GM 227/2016, Art. 3º)
XI - 1 (um) representante da Agência Nacional
I - 4 (quatro) representantes da Secretaria de de Saúde Suplementar (ANS); (Origem: PRT
Vigilância em Saúde (SVS/MS), que o MS/GM 227/2016, Art. 3º, XI)
coordenará; (Origem: PRT MS/GM 227/2016,
Art. 3º, I) XII - 1 (um) representante do Instituto
Nacional de Câncer José Alencar Gomes da
II - 4 (quatro) representantes da Secretaria de Silva (INCA); (Origem: PRT MS/GM 227/2016,
Atenção à Saúde (SAS/MS); (Origem: PRT Art. 3º, XII)
MS/GM 227/2016, Art. 3º, II)
XIII - 1 (um) representante do Conselho
III - 3 (três) representantes da Secretaria de Nacional de Secretários de Saúde (CONASS);
Gestão Estratégica e Participativa (SGEP/MS); (Origem: PRT MS/GM 227/2016, Art. 3º, XIII)
(Origem: PRT MS/GM 227/2016, Art. 3º, III)
XIV - 1 (um) representante do Conselho
IV - 2 (dois) representantes da Secretaria de Nacional de Secretários Municipais de Saúde
Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (CONASEMS); (Origem: PRT MS/GM
(SGTES/MS); (Origem: PRT MS/GM 227/2016, Art. 3º, XIV)
227/2016, Art. 3º, IV)
XV - 1 (um) representante do Conselho
V - 1 (um) representante da Secretaria de Nacional de Saúde (CNS); (Origem: PRT
Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos MS/GM 227/2016, Art. 3º, XV)
(SCTIE/MS); (Origem: PRT MS/GM 227/2016,
Art. 3º, V) XVI - 1 (um) representante da Organização
Pan-Americana de Saúde (OPAS); e (Origem:
VI - 1 (um) representante da Secretária- PRT MS/GM 227/2016, Art. 3º, XVI)
Executiva (SE/MS); (Origem: PRT MS/GM
227/2016, Art. 3º, VI) XVII - 1 (um) representante do Grupo
Temático de Promoção da Saúde e
VII - 1 (um) representante da Secretaria Desenvolvimento Sustentável da Associação
Especial de Saúde Indígena (SESAI/MS); Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO).
(Origem: PRT MS/GM 227/2016, Art. 3º, VII) (Origem: PRT MS/GM 227/2016, Art. 3º, XVII)
c) pequenas cirurgias, desde que preenchidos Parágrafo Único. O perfil assistencial dos
os requisitos técnicos pertinentes; e (Origem: Hospitais de Pequeno Porte poderá ser
PRT MS/GM 1044/2004, Art. 4º, I, c) adequado de forma alternativa, a critério do
gestor de saúde, desde que sejam
d) urgência e emergência, desde que respeitados os requisitos técnicos e a
preenchidos os requisitos técnicos legislação pertinente nas áreas fins. (Origem:
pertinentes e como integrante do sistema PRT MS/GM 1044/2004, Art. 4º, Parágrafo
regional; (Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Único)
Art. 4º, I, d)
Art. 5º A oferta quantitativa de leitos dos
II - participar das políticas prioritárias do Hospitais de Pequeno Porte será ajustada
Sistema Único de Saúde e colaborar tomando como parâmetro: (Origem: PRT
ativamente na constituição de uma rede de MS/GM 1044/2004, Art. 5º)
cuidados progressivos à saúde, de acordo
com a realidade locorregional; (Origem: PRT I - a necessidade de internações de baixa e
MS/GM 1044/2004, Art. 4º, II) média complexidade, estimada em 5% da
população da área de abrangência/ano;
III - participar da Política Nacional de (Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 5º, I)
Humanização do Sistema Único de Saúde;
(Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 4º, III) II - taxa de ocupação de 80%; e (Origem: PRT
MS/GM 1044/2004, Art. 5º, II)
IV - cumprir o Contrato de Metas firmado com
o gestor local de saúde; (Origem: PRT III - média de permanência de 5 dias.
MS/GM 1044/2004, Art. 4º, IV) (Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 5º, III)
288
adesão do Estado à Política Nacional para IV - monitorar, controlar e avaliar a Política
Hospitais de Pequeno Porte e os Planos de Nacional para Hospitais de Pequeno Porte;
Trabalho formulados pelos Municípios ou (Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 8º, IV)
pelo próprio Estado; (Origem: PRT MS/GM
1044/2004, Art. 7º, III) V - analisar e encaminhar os projetos para
homologação na Comissão Intergestores
IV - participar no financiamento, conforme Tripartite; e (Origem: PRT MS/GM
estabelecido no art. 10, § 1º ; (Origem: PRT 1044/2004, Art. 8º, V)
MS/GM 1044/2004, Art. 7º, IV)
VI - aprimorar e utilizar os sistemas de
V - acompanhar, supervisionar e avaliar os informação existentes para o
projetos, encaminhando ao Ministério da acompanhamento e avaliação. (Origem: PRT
Saúde os relatórios semestrais contendo MS/GM 1044/2004, Art. 8º, VI)
avaliação do impacto das ações realizadas; e
(Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 7º, V) Art. 9º A alocação de recursos de custeio aos
estabelecimentos de saúde que atenderem
VI - estimular o processo de descentralização aos critérios definidos no art. 2º será efetuada
das unidades sob gestão estadual. (Origem: por Orçamento Global, mediante Contrato
PRT MS/GM 1044/2004, Art. 7º, VI) de Metas. (Origem: PRT MS/GM 1044/2004,
Art. 9º)
Art. 8º Em relação à Política Nacional para
Hospitais de Pequeno Porte, ao Ministério da § 1º O valor correspondente ao custeio global
Saúde caberá: (Origem: PRT MS/GM dos hospitais de pequeno porte, em
1044/2004, Art. 8º) conformidade com o art. 5º, será normatizado
pela Secretaria de Atenção à Saúde. (Origem:
I - implementar políticas e estratégias em PRT MS/GM 1044/2004, Art. 9º, § 1º)
conjunto com Estados e municípios,
resultantes da pactuação entre as três esferas § 2º O repasse dos recursos de custeio será
de governo; (Origem: PRT MS/GM realizado de forma automática, do Fundo
1044/2004, Art. 8º, I) Nacional de Saúde para os respectivos
Fundos Estaduais e Municipais, de acordo
II - oferecer assessoria técnica a Estados e com as normas vigentes para tal finalidade.
municípios para a elaboração e implantação (Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 9º, §
dos Planos de Trabalho; (Origem: PRT 2º)
MS/GM 1044/2004, Art. 8º, II)
§ 3º A adesão e o valor de contrato destinado
III - desenvolver e implementar projetos a cada estabelecimento de saúde, bem como
estratégicos, em parceria com Estados e os valores a serem repassados às Secretarias
municípios, para a capacitação de gestores Municipais e Estaduais de Saúde serão
estaduais e municipais; (Origem: PRT MS/GM publicados no Diário Oficial da União.
1044/2004, Art. 8º, III) (Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 9º, §
3º)
289
Art. 10. O Ministério da Saúde utilizará como portalfns.saude.gov.br. (Origem: PRT MS/GM
base para a execução da Política Nacional 1044/2004, Art. 11, Parágrafo Único)
para os Hospitais de Pequeno Porte o
montante de recursos utilizados para o Art. 12. O acompanhamento do Contrato de
pagamento da produção apresentada pelos Metas será realizado por Conselho Gestor a
estabelecimentos de saúde no ano de 2003, ser instituído pelo respectivo Conselho de
acrescido do impacto financeiro de todos os Saúde ou por Comissão de Acompanhamento
reajustes concedidos até a data da do Contrato de Metas no âmbito do
contratação desses hospitais. (Origem: PRT respectivo Conselho de Saúde. (Origem: PRT
MS/GM 1044/2004, Art. 10) MS/GM 1044/2004, Art. 12)
Art. 18. Para a alocação de recursos Art. 20. A Comissão Intergestores Bipartite
financeiros dos hospitais de Pequeno Porte (CIB) será a instância de pactuação, avaliação
dos estados integrantes da região da e deliberação da análise e definição das
Amazônia Legal, será considerada a oferta propostas apresentadas com vistas à
quantitativa do ajuste de leitos/necessidade participação dos estabelecimentos de
de leitos, conforme o definido no Capítulo II saúde/municípios na Política Nacional para os
do Título IV da Portaria de Consolidação nº 1, Hospitais de Pequeno Porte da Amazônia
tomando como parâmetros: (Origem: PRT Legal. (Origem: PRT MS/GM 1955/2006, Art.
MS/GM 1955/2006, Art. 1º) 3º)
II - taxa de ocupação de 80%; e (Origem: PRT DAS DISPOSIÇÕES GERAIS (Origem: PRT
MS/GM 1955/2006, Art. 1º, II) MS/GM 3390/2013, CAPÍTULO I)
296
Art. 7º São eixos estruturantes da PNHOSP: continuidade do cuidado. (Origem: PRT
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 7º) MS/GM 3390/2013, Art. 9º)
298
§ 9º Ações que assegurem a qualidade da assistencial hospitalar. (Origem: PRT MS/GM
atenção e boas práticas em saúde deverão ser 3390/2013, Art. 15)
implementadas para garantir a segurança do
paciente com redução de incidentes Art. 17. A alta hospitalar responsável,
desnecessários e evitáveis, além de atos entendida como transferência do cuidado,
inseguros relacionados ao cuidado. (Origem: será realizada por meio de: (Origem: PRT
PRT MS/GM 3390/2013, Art. 11, § 9º) MS/GM 3390/2013, Art. 16)
Art. 13. Cabe ao hospital identificar e divulgar I - orientação dos pacientes e familiares
os profissionais que são responsáveis pelo quanto à continuidade do tratamento,
cuidado do paciente nas unidades de reforçando a autonomia do sujeito,
internação, nos prontos socorros, nos proporcionando o autocuidado; (Origem:
ambulatórios de especialidades e nos demais PRT MS/GM 3390/2013, Art. 16, I)
serviços. (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
Art. 12) II - articulaçao da continuidade do cuidado
com os demais pontos de atenção da RAS,
Art. 14. Cabe ao hospital implantar a visita em particular a Atenção Básica; e (Origem:
aberta, de forma a garantir a ampliação do PRT MS/GM 3390/2013, Art. 16, II)
acesso dos visitantes ao pronto socorro e às
unidades de internação, favorecendo a III - implantação de mecanismos de
relação entre o usuário, familiares e rede desospitalização, visando alternativas às
social de apoio e a equipe de referência. práticas hospitalares, como as de cuidados
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 13) domiciliares pactuados na RAS. (Origem: PRT
MS/GM 3390/2013, Art. 16, III)
Art. 15. Os usuários internados,
especialmente os idosos, gestantes, crianças, Seção II
adolescentes e indígenas, possuem direito a
Do Eixo de Gestão Hospitalar (Origem: PRT
acompanhante 24 (vinte e quatro) horas por
MS/GM 3390/2013, CAPÍTULO III, Seção II)
dia. (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 14)
Art. 18. A gestão da atenção hospitalar será
Parágrafo Único. O direito de crianças e
pautada: (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
adolescentes de brincar será assegurado,
Art. 17)
assim como o direito de estudar, que será
implementado de acordo com o estabelecido
I - na garantia do acesso e qualidade da
pela Secretaria de Educação Estadual,
assistência; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
Distrital e Municipal em articulação com
Art. 17, I)
gestor de saúde local. (Origem: PRT MS/GM
3390/2013, Art. 14, Parágrafo Único) II - no cumprimento de metas pactuadas na
contratualização com o gestor; (Origem: PRT
Art. 16. A auditoria clínica interna periódica
MS/GM 3390/2013, Art. 17, II)
será realizada, no mínimo a cada 2 (dois) anos,
com o objetivo de qualificar o processo
299
III - na eficiência e transparência da aplicação formal de contratualização. (Origem: PRT
dos recursos; e (Origem: PRT MS/GM MS/GM 3390/2013, Art. 18, § 2º)
3390/2013, Art. 17, III)
Art. 20. O Plano Diretor e os contratos
IV - no planejamento participativo e internos de gestão do hospital, desde que
democrático. (Origem: PRT MS/GM monitorados e avaliados rotineiramente,
3390/2013, Art. 17, IV) poderão ser ferramentas adotadas para o
cumprimento dos compromissos e metas
Art. 19. A gestão da atenção hospitalar no pactuados com o gestor e para a
SUS será definida em consonância com o sustentabilidade institucional. (Origem: PRT
desenho da RAS, de acordo com: (Origem: MS/GM 3390/2013, Art. 19)
PRT MS/GM 3390/2013, Art. 18)
§ 1º Cabe aos hospitais desenvolver
I - o papel do hospital na rede; (Origem: PRT estratégias para monitoramento e avaliação
MS/GM 3390/2013, Art. 18, I) dos compromissos e metas pactuados na
contratualização e da qualidade das ações e
II - a implementação de fluxos regulatórios; serviços de forma sistemática e em conjunto
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 18, II) com as instâncias gestoras do SUS, utilizando-
se dos resultados para subsidiar o processo
III - a contratualização; e (Origem: PRT
de planejamento e gestão. (Origem: PRT
MS/GM 3390/2013, Art. 18, III)
MS/GM 3390/2013, Art. 19, § 1º)
IV - os critérios de monitoramento e
§ 2º A gestão participativa e democrática, a
avaliação. (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
atuação da ouvidoria e as pesquisas de
Art. 18, IV)
satisfação do usuário serão dispositivos de
avaliação da gestão interna do hospital e da
§ 1º O gestor estadual, distrital ou municipal
atenção. (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
de saúde será responsável pela regulação da
Art. 19, § 2º)
atenção hospitalar, nos termos da Política
Nacional de Regulação do SUS, utilizando-se
§ 3º A ambiência hospitalar deverá adotar
de protocolos assistenciais e de critérios de
uma arquitetura inclusiva e com
priorização de riscos e vulnerabilidades,
acessibilidade, seguindo as normas e
conforme pactuação da CIB ou da CIR,
legislações vigentes. (Origem: PRT MS/GM
quando existir, para proporcionar acesso ao
3390/2013, Art. 19, § 3º)
cuidado adequado no tempo oportuno.
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 18, § § 4º Deverão ser garantidos o registro e a
1º) atualização regular dos dados nos sistemas
oficiais de informação do SUS. (Origem: PRT
§ 2º Os hospitais disponibilizarão ações e
MS/GM 3390/2013, Art. 19, § 4º)
serviços de saúde às centrais de regulação de
acordo com o pactuado no instrumento Art. 21. A administração dos hospitais será
profissionalizada por meio de ações de
300
indução e apoio à formação de competências Art. 25. Compete aos Centros Colaboradores
específicas de profissionais que ocupem para a Qualidade da Gestão e Assistência
cargos de direção e de gerência Hospitalar o desenvolvimento de atividades
intermediária. (Origem: PRT MS/GM de assessoria/consultoria, nas áreas em que
3390/2013, Art. 20) forem selecionados, junto a hospitais
predefinidos pela Secretaria de Atenção à
Art. 22. A administração dos insumos, da Saúde/SAS e integrantes do Sistema Único de
infraestrutura, de recursos financeiros e a Saúde. (Origem: PRT MS/GM 582/2000, Art.
gestão da força de trabalho serão 2º)
direcionados para o cumprimento do papel
do hospital na RAS. (Origem: PRT MS/GM Art. 26. A Secretaria de Atenção à Saúde
3390/2013, Art. 21) deve estabelecer critérios de seleção para os
hospitais que atuarão como Centros
Art. 23. Para efeito de investimento pelo SUS, Colaboradores, celebrando, com os mesmos,
a direção do hospital pactuará junto aos Termos de Cooperação Técnica para a
gestores do SUS a demanda para ampliação execução das atividades de
ou reforma da capacidade instalada e assessoria/consultoria, bem como adote
incorporação de tecnologias que impliquem todas as demais providências necessárias ao
em acréscimos na contratualização. (Origem: cumprimento do disposto nesta Seção.
PRT MS/GM 3390/2013, Art. 22) (Origem: PRT MS/GM 582/2000, Art. 3º)
301
Do Eixo de Formação, Desenvolvimento e II - educação permanente; e (Origem: PRT
Gestão da Força de Trabalho (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 24, II)
MS/GM 3390/2013, CAPÍTULO III, Seção III)
III - avaliação da atenção à saúde do
Art. 28. Todos os espaços de produção das trabalhador. (Origem: PRT MS/GM
ações e serviços de saúde no SUS constituem- 3390/2013, Art. 24, III)
se em campo de prática para ensino, pesquisa
e incorporação tecnológica em saúde, § 1º A avaliação de desempenho dos
devendo os hospitais integrantes do SUS trabalhadores pressupõe a existência de
desempenhar um importante papel na oportunidades sistemáticas para análises
formação, tanto para suas equipes como para individuais e coletivas do trabalho, com
o matriciamento dos trabalhadores dos participação ativa dos trabalhadores,
demais pontos de atenção da RAS, de acordo buscando a corresponsabilização das equipes
com o pactuado com os gestores. (Origem: com as avaliações. (Origem: PRT MS/GM
PRT MS/GM 3390/2013, Art. 23) 3390/2013, Art. 24, § 1º)
302
Do Eixo de Financiamento (Origem: PRT de priorização: (Origem: PRT MS/GM
MS/GM 3390/2013, CAPÍTULO III, Seção IV) 3390/2013, Art. 28)
303
SUS por meio do estabelecimento de II - hospitais de direito privado sem fins
compromissos entre as partes, promovendo a lucrativos, que prestam 100% (cem por cento)
qualificação da assistência, da gestão dos seus serviços ao SUS; (Origem: PRT
hospitalar e do ensino/pesquisa, de acordo MS/GM 3390/2013, Art. 31, II)
com o disposto no Anexo 2 e as seguintes
diretrizes: (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, III - hospitais de direito privado sem fins
Art. 30) lucrativos que prestam o mínimo de 60%
(sessenta por cento) dos seus serviços ao SUS;
I - adequação das ações e serviços (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 31, III)
contratualizadas às necessidades locais e
regionais pactuadas na CIB ou na CIR, quando IV - demais hospitais privados sem fins
houver; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, lucrativos; e (Origem: PRT MS/GM
Art. 30, I) 3390/2013, Art. 31, IV)
II - definição das ações e serviços de saúde e V - hospitais privados com fins lucrativos.
atividades de ensino e pesquisa que serão (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 31, V)
disponibilizadas para o gestor; (Origem: PRT
MS/GM 3390/2013, Art. 30, II) Seção VII
304
direção única em cada esfera de governo, da hospitalar; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
forma pactuada na CIT; (Origem: PRT MS/GM Art. 32, § 1º, VIII)
3390/2013, Art. 32, § 1º, I)
IX - estabelecer, de acordo com a pactuação
II - estabelecer, no Plano Nacional de Saúde, na CIT, mecanismos de controle, regulação,
metas e prioridades para a organização da monitoramento e avaliação das ações
atenção hospitalar em todo território realizadas no âmbito hospitalar, por meio de
nacional; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, indicadores de desempenho, de processos e
Art. 32, § 1º, II) de resultados; (Origem: PRT MS/GM
3390/2013, Art. 32, § 1º, IX)
III - definir, monitorar e avaliar a
contratualização da atenção hospitalar; X - ser copartícipe da contratualização dos
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, § hospitais sob sua gerência com os gestores
1º, III) locais e realizar o monitoramento e avaliação
das metas pactuadas no instrumento
IV - cofinanciar a atenção hospitalar, de forma contratual; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
tripartite; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, § 1º, X)
Art. 32, § 1º, IV)
XI - organizar, executar e avaliar os serviços
V - estabelecer diretrizes nacionais para a de atenção hospitalar sob sua gerência;
educação permanente em saúde na atenção (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, §
hospitalar, de acordo com a pactuação na 1º, XI)
CIT; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art.
32, § 1º, V) XII - prestar assessoria técnica aos Estados,
Distrito Federal e Municípios no processo de
VI - estabelecer prioridades, fomentar e qualificação da atenção hospitalar; (Origem:
realizar pesquisas que fortaleçam a atenção PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, § 1º, XII)
hospitalar do SUS em consonância com as
realidades epidemiológicas e demográficas; XIII - prestar assessoria técnica aos hospitais
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, § no processo de qualificação da atenção
1º, VI) hospitalar; e (Origem: PRT MS/GM
3390/2013, Art. 32, § 1º, XIII)
VII - fomentar a gestão de tecnologias em
saúde direcionadas para a atenção hospitalar; XIV - viabilizar parcerias com organismos
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, § internacionais e o setor privado para o
1º, VII) fortalecimento da atenção hospitalar.
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, §
VIII - articular com o Ministério da Educação 1º, XIV)
mudanças curriculares para os cursos de
graduação e pós-graduação nas áreas da § 2º Compete às Secretarias Estaduais de
saúde, visando à formação de profissionais Saúde e do Distrito Federal: (Origem: PRT
com perfil adequado para atuação na atenção MS/GM 3390/2013, Art. 32, § 2º)
305
I - coordenar, no âmbito estadual ou do VIII - estabelecer, de forma pactuada com os
Distrito Federal, a implantação, o Municípios, os mecanismos de controle,
monitoramento e a avaliação da PNHOSP, de regulação, monitoramento e avaliação das
forma pactuada na CIB e na CIR; (Origem: ações realizadas no âmbito hospitalar, por
PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, § 2º, I) meio de indicadores de desempenho e
qualidade; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
II - estabelecer, no Plano de Saúde Estadual Art. 32, § 2º, VIII)
ou do Distrito Federal, metas e prioridades
para a organização da atenção hospitalar no IX - prestar assessoria técnica aos Municípios
seu território; (Origem: PRT MS/GM e hospitais no processo de qualificação da
3390/2013, Art. 32, § 2º, II) atenção hospitalar no seu território; (Origem:
PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, § 2º, IX)
III - estabelecer, de forma pactuada com os
Municípios, o desenho da RAS, definindo os X - propor diretrizes estaduais de Educação
pontos de atenção hospitalar e suas Permanente e disponibilizar instrumentos
atribuições; (Origem: PRT MS/GM técnicos e pedagógicos em consonância com
3390/2013, Art. 32, § 2º, III) a Política Nacional de Educação Permanente
em Saúde; e (Origem: PRT MS/GM
IV - cofinanciar a atenção hospitalar, de forma 3390/2013, Art. 32, § 2º, X)
tripartite; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
Art. 32, § 2º, IV) XI - registrar e atualizar as informações
relativas aos hospitais nos Sistemas Nacionais
V - estabelecer a contratualização dos de Informação em Saúde. (Origem: PRT
hospitais sob sua gestão e realizar o MS/GM 3390/2013, Art. 32, § 2º, XI)
monitoramento e avaliação das metas
pactuadas no instrumento contratual; § 3º Compete às Secretarias Municipais de
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, § Saúde e do Distrito Federal: (Origem: PRT
2º, V) MS/GM 3390/2013, Art. 32, § 3º)
306
III - estabelecer de forma pactuada com os X - propor diretrizes municipais de Educação
Estados, o desenho da RAS, definindo os Permanente e disponibilizar instrumentos
pontos de atenção hospitalar e suas técnicos e pedagógicos em consonância com
atribuições; (Origem: PRT MS/GM a Política Nacional de Educação Permanente
3390/2013, Art. 32, § 3º, III) em Saúde; e (Origem: PRT MS/GM
3390/2013, Art. 32, § 3º, X)
IV - cofinanciar a atenção hospitalar, de forma
tripartite; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, XI - registrar e atualizar as informações
Art. 32, § 3º, IV) relativas aos hospitais no âmbito do seu
território nos Sistemas Nacionais de
V - organizar, executar e gerenciar os serviços Informação em Saúde. (Origem: PRT MS/GM
de atenção hospitalar sob sua gerência; 3390/2013, Art. 32, § 3º, XI)
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, §
3º, V) CAPÍTULO IV
307
disporá acerca da composição e para as equipes Multiprofissionais na Atenção
competências do Comitê de que trata o Primária à Saúde - eMulti.
"caput". (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
Art. 34, § 2º) Parágrafo único. Para efeitos desta Portaria
entende-se por eMulti equipes compostas
CAPÍTULO V por profissionais de saúde de diferentes áreas
de conhecimento que atuam de maneira
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS (Origem: PRT complementar e integrada às demais equipes
MS/GM 3390/2013, CAPÍTULO V) da Atenção Primária à Saúde - APS, com
atuação corresponsável pela população e
Art. 40. As unidades hospitalares certificadas pelo território, em articulação intersetorial e
como Hospitais de Excelência, nos termos do com a Rede de Atenção à Saúde - RAS.
Anexo XCIII da Portaria de Consolidação nº 5,
obedecerão à regulamentação aplicável à Art. 2º São diretrizes e objetivos do processo
Política Nacional de Atenção Hospitalar de trabalho das eMulti, para atender a
(PNHOSP) quando atuarem na prestação de demanda em saúde da pessoa, da população
ações e serviços de saúde para o SUS. e do território:
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 35)
I - facilitar o acesso da população aos
Art. 41. A SAS/MS publicará manuais e guias cuidados em saúde, por meio do trabalho
com detalhamento operacional e orientações colaborativo entre profissionais das eMulti e
especificas para a execução da PNHOSP. das equipes citadas no parágrafo único do
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 36) art. 4º;
309
Art. 5º Cada modalidade do eMulti deverá § 2º Um conjunto de municípios poderão
atender aos requisitos do art. 4º, bem como: pleitear a eMulti Ampliada, desde que
atendam aos seguintes requisitos:
I - para a eMulti Ampliada:
I - no ato da solicitação de credenciamento,
a) ser vinculada a, no mínimo 10 (dez) e no deverá ser indicado o município eleito como
máximo 12 (doze), equipes citadas no sede do agrupamento de municípios, para
parágrafo único do art. 4º, no mesmo fins de transferência mensal fundo-a-fundo do
município ou em um conjunto de municípios; incentivo financeiro de custeio federal; e
310
para registro das informações dos II - profissional da área da saúde,
atendimentos; e preferencialmente de nível técnico ou
superior, para intermediar a utilização das TIC
III - enviar produção no Sistema de e os processos gerenciais da consulta; e
Informação da Atenção Básica - SISAB.
III - equipamentos de TIC suficientes para a
§ 1º A Estratégia e-SUS APS poderá ser realização de consultas de forma virtual, em
substituída pela eMulti, mediante uso de qualidade adequada, incluindo, além do
sistema terceiro, desde que contemple as computador, webcam acoplada e microfone,
mesmas funcionalidades; ou equipamentos equivalentes, bem como
conexão de internet.
§ 2º A identificação, no SCNES, das equipes
credenciadas, nas modalidades tratadas no § 3º Os materiais de que trata o inciso III do
art. 3º, será definida em ato normativo da parágrafo anterior poderão ser obtidos
Secretaria de Atenção Especializada à Saúde, conforme lista da Relação de Equipamentos e
devendo estas estarem cadastradas nos Materiais financiáveis pelo para SUS - Renem,
mesmos tipos de estabelecimentos das devendo seguir as normativas que
equipes vinculadas. regulamentam a estruturação de
estabelecimentos de saúde.
Art. 7º Todas as eMulti poderão realizar, no
processo de trabalho colaborativo com as § 4º A oferta do atendimento remoto deverá
equipes vinculadas, a integração e troca de estar disponível em todo o horário de
informações de maneira virtual, além da funcionamento da unidade de vínculo da
presencial. eMulti.
311
II - eMulti Complementar: a cada 05 (cinco) f) a maior eficiência na solicitação de equipes
equipes vinculadas homologadas, o eMulti;
município fará jus a 1 (uma) eMulti; e
§ 1º Considera-se mais eficiente a solicitação
III - eMulti Estratégica: a cada equipe que, utilizando a totalidade de uma
vinculada homologada, o município fará jus a determinada quantidade de equipes
01 (uma) eMulti. homologadas, requer o credenciamento de
um número menor de equipes eMulti, por
§ 2º Para alcance do teto eMulti, o município utilizar-se de modalidades mais abrangentes,
poderá compor com mais de uma tal como a eMulti Ampliada.
modalidade, observadas as singularidades do
território e mediante análise do Ministério da § 2º Serão, também, priorizadas solicitações
Saúde. referentes a equipes em funcionamento e
ainda não credenciados ou sem adesão
§ 3º Em razão do disposto no §2º do art. 4º, homologada pelo Ministério da Saúde,
cada equipe homologada só será devidamente cadastrados no SCNES,
contabilizada para o credenciamento de uma atendendo às regras de composição e carga
eMulti, independentemente da modalidade. horária profissional, conforme Portaria
SAPS/MS nº 60, de 26 de novembro de 2020.
Art. 9º Os critérios de priorização de
credenciamento das modalidades de eMulti Art. 10. O credenciamento para as eMulti
são: deverá ser solicitado por meio de sistema de
informação específico disponibilizado em
I - o Índice de Vulnerabilidade Social - IVS do endereço eletrônico do Ministério da Saúde
requerente, feito pelo Instituto de Pesquisa referente à Atenção Primária à Saúde,
Econômica Aplicada - IPEA, na seguinte conforme previsto no item III - Do
ordem de prioridade: Credenciamento, do tópico 6 do Anexo 1 ao
Anexo XXII à Portaria de Consolidação nº 2,
a) vulnerabilidade social muito baixa: IVS <
de 2017.
0,2;
Art. 11. O acompanhamento e
b) vulnerabilidade social baixa: IVS ³ 0,2 e <
monitoramento das ações de saúde
0,3;
desenvolvidas pelas eMulti serão realizados
por meio do SISAB.
c) vulnerabilidade social média: IVS ³ 0,3 e <
0,4;
Parágrafo único. O cadastro da eMulti e o
envio regular de dados, conforme o
d) vulnerabilidade social alta: IVS ³ 0,4 e < 0,5;
cronograma dos sistemas de informação
e
vigentes, são de responsabilidade da gestão
e) vulnerabilidade social muito alta: IVS ³ 0,5 municipal e distrital e dos profissionais das
e £ 1; e equipes.
312
Art. 12. Fica definido o incentivo financeiro de quadrimestral, a ser repassado mensalmente,
custeio das eMulti para os municípios, em nos seguintes valores:
conformidade com os critérios estabelecidos
nesta Portaria, a ser repassado mensalmente, I - R$ 9.000,00 (nove mil reais) por eMulti
nos seguintes valores: Ampliada;
I - R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais) por II - R$ 6.000,00 (seis mil reais) por eMulti
eMulti Ampliada; Complementar; e III - R$ 3.000,00 (três mil
reais) por eMulti Estratégica.
II - R$ 24.000,00 (vinte e quatro mil reais) por
eMulti Complementar; e Parágrafo único. O dispositivo de pagamento
por desempenho definido neste caput será
III - R$ 12.000,00 (doze mil reais) por eMulti aplicado a todas as modalidades de eMulti
Estratégica. que estiverem credenciadas, homologadas e
pagas pelo Ministério da Saúde, iniciando-se
Art. 13. A eMulti que ofertar atendimento a aferição de indicadores a partir da
remoto de forma assistida, mediado por TIC, competência de janeiro de 2024.
conforme art. 7º, fará jus, além do disposto no
artigo anterior, a incentivo financeiro federal Art. 15. São indicadores do Pagamento por
de custeio, nos seguintes valores: Desempenho a serem observados na atuação
das eMulti:
I - R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais)
como incentivo mensal; e I - percentual de solicitações respondidas pela
eMulti em 72 horas;
II - R$ 15.000,00 (quinze mil reais) como
incentivo na homologação em parcela única. II - satisfação da pessoa atendida pela eMulti;
§ 1º Os incentivos financeiros de que tratam III - resolução das ações interprofissionais com
o caput são destinados à manutenção e as eMulti;
estruturação das atividades de atendimento
remoto pela eMulti. IV - quantidade de ações realizadas pela
eMulti; e
§ 2º O credenciamento da eMulti que ofertar
atendimento remoto de forma assistida V - percentual de atendimentos remotos
ocorrerá de acordo com a disponibilidade mediados por TIC realizados pela eMulti.
orçamentária e financeira do Ministério da
Saúde. § 1º O indicador do inciso V deste caput, será
acompanhado e monitorado para fins de
Art. 14. Fica definido o incentivo financeiro de pagamento por desempenho apenas na
Pagamento por Desempenho das eMulti, eMulti homologada nos termos do art. 13.
para os municípios em conformidade com os
critérios estabelecidos nesta Portaria, e que § 2º Após pactuação tripartite, as metas para
alcançarem os indicadores, em avaliação os indicadores de que trata este artigo serão
313
definidas em ato normativo específico da Parágrafo único. Para fins de cálculo do 1º
Secretaria de Atenção Primária à Saúde, com (primeiro) ano, será considerada a média dos
a especificação técnica dos indicadores 02 (dois) últimos quadrimestres.
definida em ficha de qualificação.
Art. 18. As eMulti credenciadas, em 2023,
§ 3º O conjunto de indicadores do farão jus às parcelas mensais transferidas em
pagamento por desempenho e as regras de depósito único referentes a este exercício
apuração poderão ser alterados após o financeiro.
monitoramento, avaliação e repactuação
tripartite. § 1º Para fins de repasse serão consideradas
as competências de julho a dezembro de
Art. 16. A apuração dos indicadores será 2023.
realizada quadrimestralmente, entre os
meses de janeiro a abril, maio a agosto e § 2º O repasse referente à competência de
setembro a dezembro, e os resultados serão junho de 2023 será depositado para fins de
disponibilizados no quadrimestre incentivo de implantação.
subsequente.
§ 3º Fica estabelecido como prazo para
§ 1º O pagamento mensal por desempenho solicitação e cadastro das eMulti de que trata
de cada quadrimestre estará vinculado ao este caput a competência de junho de 2023.
resultado obtido pelo município e pelo
Distrito Federal no quadrimestre anterior. Art. 19. O repasse de recursos será
descontinuado nos casos de:
§ 2º Em caso de irregularidades, a suspensão
da transferência dos incentivos financeiros I - descumprimento dos critérios previstos
federais de custeio adotará as regras de nesta Portaria, comprovados por meio dos
suspensão estabelecidas na Portaria sistemas de informação oficiais vigentes do
SAPS/MS nº 60, de 26 de novembro de 2020, Ministério da Saúde, por monitoramento e/ou
considerada a competência utilizada para o supervisão direta do Ministério da Saúde ou
cálculo de que trata este artigo. da Secretaria de Estado da Saúde - SES ou
por auditoria da Auditoria- Geral do Sistema
Art. 17. Ao final de cada ciclo anual, será Único de Saúde - Audsus, e demais órgãos de
devido, no mês subsequente ao último controle;
quadrimestre, pagamento de incentivo
adicional de desempenho, em parcela única II - no caso de ausência de qualquer um dos
correspondente ao valor equivalente ao profissionais previstos no Anexo I; e
disposto no art. 14, de acordo com a média
III - descumprimento do dever de registro no
de alcance pela eMulti dos indicadores dos 03
SISAB, havendo omissão de informações por
(três) quadrimestres.
03 (três) competências consecutivas.
Art. 22. Os recursos orçamentários desta Art. 24. Esta Portaria entra em vigor na data
Portaria correrão por conta do orçamento do de sua publicação.
Ministério da Saúde, podendo onerar as
seguintes Funcionais Programáticas:
315