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Sumário

Apresentação ................................................................................................................................... 3

Constituição Federal de 1988 – Artigos 194 a 200....................................................................... 4

Lei Federal nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 ..................................................................... 10

Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012 ................................................................ 34

Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990 ................................................................................. 48

Portaria nº 2.203, de 5 de novembro de 1996 – NOB 96........................................................... 50

Portaria nº 373, de 27 de fevereiro de 2002 – NOAS 01/02 ...................................................... 84

Portaria nº 399, de 22 de fevereiro de 2006............................................................................. 114

Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010 ....................................................................... 140

Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011 .............................................................................. 161

Resolução-RDC nº 63, de 25 de novembro de 2011 ................................................................ 170

Portaria nº 1.600, de 7 de julho de 2011 .................................................................................. 179

Resolução nº 453, de 10 de maio de 2012 ............................................................................... 188

Resolução - RDC nº 36, de 25 de julho de 2013 ...................................................................... 195

Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017 ........................................................................ 199

Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 553, de 09 de agosto de 2017 ....................... 252

Portaria nº 2.979, de 12 de novembro de 2019 ....................................................................... 262

Portaria de consolidação nº 2, de 28 de setembro de 2017 .................................................... 273

Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS).................................................................. 273

Política Nacional para os Hospitais de Pequeno Porte (Origem: PRT MS/GM 1044/2004) .. 287

Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP) .............................................................. 293

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Portaria GM/MS nº 635, de 22 de maio de 2023 ..................................................................... 309

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APRESENTAÇÃO
Olá, CORUJA!

Tudo bem? Seja bem-vindo (a) ao nosso Vade Mecum Estratégico - SUS! Este conteúdo foi
preparado com muito esmero pela nossa equipe para auxiliar quem pretende realizar provas na
área de em diversas áreas aonde o a Legislação do Sistema Único de saúde é parte do conteúdo
programático.

O Vade Mecum Estratégico – SUS tem como objetivo proporcionar o material mais completo
possível para os seus estudos.

Nosso Vade Mecum está organizado em ordem cronológica. Você encontrará as principais
legislações do SUS cobradas em concursos públicos, desde a Constituição Federal até Resoluções
específicas. Assim, você pode usar esse material como uma fonte de consulta no acompanhamento
das aulas aqui no Estratégia.

Após essa breve introdução, podemos nos apresentar. Meu nome é Breno da Silva Caldas Júnior!
Sou graduado em Enfermagem pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Especialista em
Auditoria de Serviços de Saúde e Enfermagem obstétrica.

Estou envolvido na área de concursos públicos há mais de 15 anos. Trabalhei como Enfermeiro
civil da Marinha do Brasil concursado entre 2004 e 2006, na cidade do Rio de Janeiro.

Em 2006, assumi o cargo de Enfermeiro efetivo da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia


(SESAB), na qual trabalho até hoje.

Deixarei abaixo meu contato para quaisquer dúvidas ou sugestões. Terei o prazer em orientá-los
da melhor forma possível nesta caminhada que estamos iniciando.

Agora vamos falar um pouco de você. Parabenizo você pela iniciativa de buscar conhecimento,
como se fosse um leão atrás de sua presa, para vencer essa barreira, que é a aprovação em um
concurso público.

Algumas dicas importantes nesse processo são perseverança e dedicação.

Você está no caminho certo e estamos juntos nessa jornada!

E-mail: brenosilvacaldas@hotmail.com

Instagram: @profbrenocaldas

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Constituição Federal de 1988 VII - caráter democrático e descentralizado da
– Artigos 194 a 200 administração, mediante gestão
quadripartite, com participação dos
trabalhadores, dos empregadores, dos
DA SEGURIDADE SOCIAL
aposentados e do Governo nos órgãos
SEÇÃO I colegiados. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 195. A seguridade social será financiada
Art. 194. A seguridade social compreende por toda a sociedade, de forma direta e
um conjunto integrado de ações de iniciativa indireta, nos termos da lei, mediante recursos
dos Poderes Públicos e da sociedade, provenientes dos orçamentos da União, dos
destinadas a assegurar os direitos relativos à Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
saúde, à previdência e à assistência social. e das seguintes contribuições sociais: (Vide
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Parágrafo único. Compete ao Poder Público,
nos termos da lei, organizar a seguridade I - do empregador, da empresa e da entidade
social, com base nos seguintes objetivos: a ela equiparada na forma da lei, incidentes
sobre: (Redação dada pela Emenda
I - universalidade da cobertura e do Constitucional nº 20, de 1998)
atendimento;
a) a folha de salários e demais rendimentos do
II - uniformidade e equivalência dos trabalho pagos ou creditados, a qualquer
benefícios e serviços às populações urbanas e título, à pessoa física que lhe preste serviço,
rurais; mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III - seletividade e distributividade na
prestação dos benefícios e serviços; b) a receita ou o faturamento; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
c) o lucro; (Incluído pela Emenda
V - eqüidade na forma de participação no Constitucional nº 20, de 1998)
custeio;
II - do trabalhador e dos demais segurados da
VI - diversidade da base de financiamento, previdência social, podendo ser adotadas
identificando-se, em rubricas contábeis alíquotas progressivas de acordo com o valor
específicas para cada área, as receitas e as do salário de contribuição, não incidindo
despesas vinculadas a ações de saúde, contribuição sobre aposentadoria e pensão
previdência e assistência social, preservado o concedidas pelo Regime Geral de Previdência
caráter contributivo da previdência Social; (Redação dada pela Emenda
social; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Constitucional nº 103, de 2019)

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III - sobre a receita de concursos de majorado ou estendido sem a
prognósticos. correspondente fonte de custeio total.

IV - do importador de bens ou serviços do § 6º As contribuições sociais de que trata este


exterior, ou de quem a lei a ele artigo só poderão ser exigidas após
equiparar. (Incluído pela Emenda decorridos noventa dias da data da
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) publicação da lei que as houver instituído ou
modificado, não se lhes aplicando o disposto
no art. 150, III, "b".

§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito § 7º São isentas de contribuição para a


Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social as entidades beneficentes
seguridade social constarão dos respectivos de assistência social que atendam às
orçamentos, não integrando o orçamento da exigências estabelecidas em lei.
União.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade arrendatário rurais e o pescador artesanal,
social será elaborada de forma integrada bem como os respectivos cônjuges, que
pelos órgãos responsáveis pela saúde, exerçam suas atividades em regime de
previdência social e assistência social, tendo economia familiar, sem empregados
em vista as metas e prioridades estabelecidas permanentes, contribuirão para a seguridade
na lei de diretrizes social mediante a aplicação de uma alíquota
orçamentárias, assegurada a cada área a sobre o resultado da comercialização da
gestão de seus recursos. produção e farão jus aos benefícios nos
termos da lei. (Redação dada pela
§ 3º A pesoa jurídica em débito com o sistema Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
da seguridade social, como estabelecido em
lei, não poderá contratar com o Poder Público § 9º As contribuições sociais previstas no
nem dele receber benefícios ou incentivos inciso I do caput deste artigo poderão ter
fiscais ou creditícios. (Vide Medida alíquotas diferenciadas em razão da atividade
Provisória nº 526, de 2011) (Vide Lei nº econômica, da utilização intensiva de mão de
12.453, de 2011) (Vide Emenda obra, do porte da empresa ou da condição
constitucional nº 106, de 2020) estrutural do mercado de trabalho, sendo
também autorizada a adoção de bases de
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes cálculo diferenciadas apenas no caso das
destinadas a garantir a manutenção ou alíneas "b" e "c" do inciso I do
expansão da seguridade social, obedecido o caput. (Redação dada pela Emenda
disposto no art. 154, I. Constitucional nº 103, de 2019)

§ 5º Nenhum benefício ou serviço da § 10. A lei definirá os critérios de transferência


seguridade social poderá ser criado, de recursos para o sistema único de saúde e
ações de assistência social da União para os
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Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e acesso universal e igualitário às ações e
dos Estados para os Municípios, observada a serviços para sua promoção, proteção e
respectiva contrapartida de recuperação.
recursos. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998) Art. 197. São de relevância pública as ações
e serviços de saúde, cabendo ao Poder
§ 11. São vedados a moratória e o Público dispor, nos termos da lei, sobre sua
parcelamento em prazo superior a 60 regulamentação, fiscalização e controle,
(sessenta) meses e, na forma de lei devendo sua execução ser feita diretamente
complementar, a remissão e a anistia das ou através de terceiros e, também, por
contribuições sociais de que tratam a alínea pessoa física ou jurídica de direito privado.
"a" do inciso I e o inciso II
do caput. (Redação dada pela Emenda Art. 198. As ações e serviços públicos de
Constitucional nº 103, de 2019) saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema único,
§ 12. A lei definirá os setores de atividade organizado de acordo com as seguintes
econômica para os quais as contribuições diretrizes: (Vide ADPF 672)
incidentes na forma dos incisos I, b; e IV
do caput, serão não- I - descentralização, com direção única em
cumulativas. (Incluído pela Emenda cada esfera de governo;
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
II - atendimento integral, com prioridade para
§ 13. (Revogado). (Redação dada pela as atividades preventivas, sem prejuízo dos
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) serviços assistenciais;

§ 14. O segurado somente terá reconhecida III - participação da comunidade.


como tempo de contribuição ao Regime
Geral de Previdência Social a competência § 1º O sistema único de saúde será
cuja contribuição seja igual ou superior à financiado, nos termos do art. 195, com
contribuição mínima mensal exigida para sua recursos do orçamento da seguridade social,
categoria, assegurado o agrupamento de da União, dos Estados, do Distrito Federal e
contribuições. (Incluído pela Emenda dos Municípios, além de outras
Constitucional nº 103, de 2019) fontes. (Parágrafo único renumerado
para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29,
SEÇÃO II de 2000)

DA SAÚDE § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e


os Municípios aplicarão, anualmente, em
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever ações e serviços públicos de saúde recursos
do Estado, garantido mediante políticas mínimos derivados da aplicação de
sociais e econômicas que visem à redução do percentuais calculados sobre: (Incluído
risco de doença e de outros agravos e ao pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

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I - no caso da União, a receita corrente líquida III – as normas de fiscalização, avaliação e
do respectivo exercício financeiro, não controle das despesas com saúde nas esferas
podendo ser inferior a 15% (quinze por federal, estadual, distrital e
cento); (Redação dada pela Emenda municipal; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 86, de 2015) Constitucional nº 29, de 2000)

II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, IV - (revogado). (Redação dada pela


o produto da arrecadação dos impostos a que Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
se refere o art. 155 e dos recursos de que
tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e § 4º Os gestores locais do sistema único de
inciso II, deduzidas as parcelas que forem saúde poderão admitir agentes comunitários
transferidas aos respectivos de saúde e agentes de combate às endemias
Municípios; (Incluído pela Emenda por meio de processo seletivo público, de
Constitucional nº 29, de 2000) acordo com a natureza e complexidade de
suas atribuições e requisitos específicos para
III – no caso dos Municípios e do Distrito sua atuação. (Incluído pela Emenda
Federal, o produto da arrecadação dos Constitucional nº 51, de 2006)
impostos a que se refere o art. 156 e dos
recursos de que tratam os arts. 158 e 159, § 5º Lei federal disporá sobre o regime
inciso I, alínea b e § 3º. (Incluído pela jurídico, o piso salarial profissional nacional,
Emenda Constitucional nº 29, de 2000) as diretrizes para os Planos de Carreira e a
regulamentação das atividades de agente
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada comunitário de saúde e agente de combate
pelo menos a cada cinco anos, às endemias, competindo à União, nos termos
estabelecerá: (Incluído pela Emenda da lei, prestar assistência financeira
Constitucional nº 29, de complementar aos Estados, ao Distrito
2000) Regulamento Federal e aos Municípios, para o
cumprimento do referido piso
I - os percentuais de que tratam os incisos II e salarial. (Redação dada pela Emenda
III do § 2º; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de
Constitucional nº 86, de 2015) 2010) Regulamento

II – os critérios de rateio dos recursos da § 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do


União vinculados à saúde destinados aos art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, Federal, o servidor que exerça funções
e dos Estados destinados a seus respectivos equivalentes às de agente comunitário de
Municípios, objetivando a progressiva saúde ou de agente de combate às endemias
redução das disparidades poderá perder o cargo em caso de
regionais; (Incluído pela Emenda descumprimento dos requisitos específicos,
Constitucional nº 29, de 2000) fixados em lei, para o seu
exercício. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 51, de 2006)
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§ 7º O vencimento dos agentes comunitários despesa com pessoal. (Incluído pela
de saúde e dos agentes de combate às Emenda Constitucional nº 120, de 2022)
endemias fica sob responsabilidade da União,
e cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos § 12. Lei federal instituirá pisos salariais
Municípios estabelecer, além de outros profissionais nacionais para o enfermeiro, o
consectários e vantagens, incentivos, auxílios, técnico de enfermagem, o auxiliar de
gratificações e indenizações, a fim de enfermagem e a parteira, a serem observados
valorizar o trabalho desses por pessoas jurídicas de direito público e de
profissionais. (Incluído pela Emenda direito privado. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 120, de 2022) Constitucional nº 124, de 2022)

§ 8º Os recursos destinados ao pagamento do § 13. A União, os Estados, o Distrito Federal


vencimento dos agentes comunitários de e os Municípios, até o final do exercício
saúde e dos agentes de combate às endemias financeiro em que for publicada a lei de que
serão consignados no orçamento geral da trata o § 12 deste artigo, adequarão a
União com dotação própria e remuneração dos cargos ou dos respectivos
exclusiva. (Incluído pela Emenda planos de carreiras, quando houver, de modo
Constitucional nº 120, de 2022) a atender aos pisos estabelecidos para cada
categoria profissional. (Incluído pela
§ 9º O vencimento dos agentes comunitários Emenda Constitucional nº 124, de 2022)
de saúde e dos agentes de combate às
endemias não será inferior a 2 (dois) salários § 14. Compete à União, nos termos da lei,
mínimos, repassados pela União aos prestar assistência financeira complementar
Municípios, aos Estados e ao Distrito aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Federal. (Incluído pela Emenda Municípios e às entidades filantrópicas, bem
Constitucional nº 120, de 2022) como aos prestadores de serviços
contratualizados que atendam, no mínimo,
§ 10. Os agentes comunitários de saúde e os 60% (sessenta por cento) de seus pacientes
agentes de combate às endemias terão pelo sistema único de saúde, para o
também, em razão dos riscos inerentes às cumprimento dos pisos salariais de que trata
funções desempenhadas, aposentadoria o § 12 deste artigo. (Incluído pela Emenda
especial e, somado aos seus vencimentos, Constitucional nº 127, de 2022)
adicional de insalubridade. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 120, de 2022) § 15. Os recursos federais destinados aos
pagamentos da assistência financeira
§ 11. Os recursos financeiros repassados pela complementar aos Estados, ao Distrito
União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Federal e aos Municípios e às entidades
Municípios para pagamento do vencimento filantrópicas, bem como aos prestadores de
ou de qualquer outra vantagem dos agentes serviços contratualizados que atendam, no
comunitários de saúde e dos agentes de mínimo, 60% (sessenta por cento) de seus
combate às endemias não serão objeto de pacientes pelo sistema único de saúde, para
inclusão no cálculo para fins do limite de o cumprimento dos pisos salariais de que
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trata o § 12 deste artigo serão consignados II - executar as ações de vigilância sanitária e
no orçamento geral da União com dotação epidemiológica, bem como as de saúde do
própria e exclusiva. (Incluído pela Emenda trabalhador;
Constitucional nº 127, de 2022)
III - ordenar a formação de recursos humanos
Art. 199. A assistência à saúde é livre à na área de saúde;
iniciativa privada.
IV - participar da formulação da política e da
§ 1º As instituições privadas poderão execução das ações de saneamento básico;
participar de forma complementar do sistema
único de saúde, segundo diretrizes deste, V - incrementar, em sua área de atuação, o
mediante contrato de direito público ou desenvolvimento científico e tecnológico e a
convênio, tendo preferência as entidades inovação; (Redação dada pela Emenda
filantrópicas e as sem fins lucrativos. Constitucional nº 85, de 2015)

§ 2º É vedada a destinação de recursos VI - fiscalizar e inspecionar alimentos,


públicos para auxílios ou subvenções às compreendido o controle de seu teor
instituições privadas com fins lucrativos. nutricional, bem como bebidas e águas para
consumo humano;
§ 3º - É vedada a participação direta ou
indireta de empresas ou capitais estrangeiros VII - participar do controle e fiscalização da
na assistência à saúde no País, salvo nos casos produção, transporte, guarda e utilização de
previstos em lei. substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e
radioativos;
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os
requisitos que facilitem a remoção de órgãos, VIII - colaborar na proteção do meio
tecidos e substâncias humanas para fins de ambiente, nele compreendido o do trabalho.
transplante, pesquisa e tratamento, bem
como a coleta, processamento e transfusão
de sangue e seus derivados, sendo vedado
todo tipo de comercialização.

Art. 200. Ao sistema único de saúde


compete, além de outras atribuições, nos
termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos,


produtos e substâncias de interesse para a
saúde e participar da produção de
medicamentos, equipamentos,
imunobiológicos, hemoderivados e outros
insumos;

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Lei Federal nº 8.080, de 19 de Art. 3º A saúde tem como fatores
setembro de 1990 determinantes e condicionantes, entre
outros, a alimentação, a moradia, o
saneamento básico, o meio ambiente, o
Dispõe sobre as condições para a promoção,
trabalho, a renda, a educação, o transporte, o
proteção e recuperação da saúde, a
lazer e o acesso aos bens e serviços
organização e o funcionamento dos serviços
essenciais; os níveis de saúde da população
correspondentes e dá outras providências.
expressam a organização social e econômica
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber do País.
que o Congresso Nacional decreta e eu
Art. 3º Os níveis de saúde expressam a
sanciono a seguinte lei:
organização social e econômica do País,
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR tendo a saúde como determinantes e
condicionantes, entre outros, a alimentação,
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território a moradia, o saneamento básico, o meio
nacional, as ações e serviços de saúde, ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a
executados isolada ou conjuntamente, em atividade física, o transporte, o lazer e o
caráter permanente ou eventual, por pessoas acesso aos bens e serviços
naturais ou jurídicas de direito Público ou essenciais. (Redação dada pela Lei nº
privado. 12.864, de 2013)

TÍTULO I Parágrafo único. Dizem respeito também à


saúde as ações que, por força do disposto no
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS artigo anterior, se destinam a garantir às
pessoas e à coletividade condições de bem-
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do estar físico, mental e social.
ser humano, devendo o Estado prover as
condições indispensáveis ao seu pleno TÍTULO II
exercício.
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde
consiste na formulação e execução de DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
políticas econômicas e sociais que visem à
redução de riscos de doenças e de outros Art. 4º O conjunto de ações e serviços de
agravos e no estabelecimento de condições saúde, prestados por órgãos e instituições
que assegurem acesso universal e igualitário públicas federais, estaduais e municipais, da
às ações e aos serviços para a sua promoção, Administração direta e indireta e das
proteção e recuperação. fundações mantidas pelo Poder Público,
constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).
§ 2º O dever do Estado não exclui o das
pessoas, da família, das empresas e da § 1º Estão incluídas no disposto neste artigo
sociedade. as instituições públicas federais, estaduais e

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municipais de controle de qualidade, d) de assistência terapêutica integral,
pesquisa e produção de insumos, inclusive farmacêutica; e
medicamentos, inclusive de sangue e
hemoderivados, e de equipamentos para e) de saúde bucal; (vigência 08 de agosto de
saúde. 2023 – vide Lei nº 14.572/2023)

§ 2º A iniciativa privada poderá participar do II - a participação na formulação da política e


Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter na execução de ações de saneamento básico;
complementar.
III - a ordenação da formação de recursos
CAPÍTULO I humanos na área de saúde;

Dos Objetivos e Atribuições IV - a vigilância nutricional e a orientação


alimentar;
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de
Saúde SUS: V - a colaboração na proteção do meio
ambiente, nele compreendido o do trabalho;
I - a identificação e divulgação dos fatores
condicionantes e determinantes da saúde; VI - a formulação da política de
medicamentos, equipamentos,
II - a formulação de política de saúde imunobiológicos e outros insumos de
destinada a promover, nos campos interesse para a saúde e a participação na sua
econômico e social, a observância do produção;
disposto no § 1º do art. 2º desta lei;
VII - o controle e a fiscalização de serviços,
III - a assistência às pessoas por intermédio de produtos e substâncias de interesse para a
ações de promoção, proteção e recuperação saúde;
da saúde, com a realização integrada das
ações assistenciais e das atividades VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos,
preventivas. água e bebidas para consumo humano;

Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de IX - a participação no controle e na


atuação do Sistema Único de Saúde (SUS): fiscalização da produção, transporte, guarda
e utilização de substâncias e produtos
I - a execução de ações: psicoativos, tóxicos e radioativos;

a) de vigilância sanitária; X - o incremento, em sua área de atuação, do


desenvolvimento científico e tecnológico;
b) de vigilância epidemiológica;
XI - a formulação e execução da política de
c) de saúde do trabalhador; e sangue e seus derivados.

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§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um estudos, pesquisas, avaliação e controle dos
conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir riscos e agravos potenciais à saúde existentes
ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos no processo de trabalho;
problemas sanitários decorrentes do meio
ambiente, da produção e circulação de bens III - participação, no âmbito de competência
e da prestação de serviços de interesse da do Sistema Único de Saúde (SUS), da
saúde, abrangendo: normatização, fiscalização e controle das
condições de produção, extração,
I - o controle de bens de consumo que, direta armazenamento, transporte, distribuição e
ou indiretamente, se relacionem com a saúde, manuseio de substâncias, de produtos, de
compreendidas todas as etapas e processos, máquinas e de equipamentos que
da produção ao consumo; e apresentam riscos à saúde do trabalhador;

II - o controle da prestação de serviços que se IV - avaliação do impacto que as tecnologias


relacionam direta ou indiretamente com a provocam à saúde;
saúde.
V - informação ao trabalhador e à sua
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica respectiva entidade sindical e às empresas
um conjunto de ações que proporcionam o sobre os riscos de acidentes de trabalho,
conhecimento, a detecção ou prevenção de doença profissional e do trabalho, bem como
qualquer mudança nos fatores determinantes os resultados de fiscalizações, avaliações
e condicionantes de saúde individual ou ambientais e exames de saúde, de admissão,
coletiva, com a finalidade de recomendar e periódicos e de demissão, respeitados os
adotar as medidas de prevenção e controle preceitos da ética profissional;
das doenças ou agravos.
VI - participação na normatização, fiscalização
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, e controle dos serviços de saúde do
para fins desta lei, um conjunto de atividades trabalhador nas instituições e empresas
que se destina, através das ações de vigilância públicas e privadas;
epidemiológica e vigilância sanitária, à
promoção e proteção da saúde dos VII - revisão periódica da listagem oficial de
trabalhadores, assim como visa à recuperação doenças originadas no processo de trabalho,
e reabilitação da saúde dos trabalhadores tendo na sua elaboração a colaboração das
submetidos aos riscos e agravos advindos das entidades sindicais; e
condições de trabalho, abrangendo:
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores
I - assistência ao trabalhador vítima de de requerer ao órgão competente a
acidentes de trabalho ou portador de doença interdição de máquina, de setor de serviço ou
profissional e do trabalho; de todo ambiente de trabalho, quando
houver exposição a risco iminente para a vida
II - participação, no âmbito de competência ou saúde dos trabalhadores.
do Sistema Único de Saúde (SUS), em
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§ 4º Entende-se por saúde bucal o conjunto VI - divulgação de informações quanto ao
articulado de ações, em todos os níveis de potencial dos serviços de saúde e a sua
complexidade, que visem a garantir utilização pelo usuário;
promoção, prevenção, recuperação e
reabilitação odontológica, individual e VII - utilização da epidemiologia para o
coletiva, inseridas no contexto da estabelecimento de prioridades, a alocação
integralidade da atenção à saúde.” (NR) de recursos e a orientação programática;
(vigência 08 de agosto de 2023 – vide Lei nº
14.572/2023) VIII - participação da comunidade;

IX - descentralização político-administrativa,
com direção única em cada esfera de
CAPÍTULO II governo:

Dos Princípios e Diretrizes a) ênfase na descentralização dos serviços


para os municípios;
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde
e os serviços privados contratados ou b) regionalização e hierarquização da rede de
conveniados que integram o Sistema Único serviços de saúde;
de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo
com as diretrizes previstas no art. 198 da X - integração em nível executivo das ações
Constituição Federal, obedecendo ainda aos de saúde, meio ambiente e saneamento
seguintes princípios: básico;

I - universalidade de acesso aos serviços de XI - conjugação dos recursos financeiros,


saúde em todos os níveis de assistência; tecnológicos, materiais e humanos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos
II - integralidade de assistência, entendida Municípios na prestação de serviços de
como conjunto articulado e contínuo das assistência à saúde da população;
ações e serviços preventivos e curativos,
individuais e coletivos, exigidos para cada XII - capacidade de resolução dos serviços em
caso em todos os níveis de complexidade do todos os níveis de assistência; e
sistema;
XIII - organização dos serviços públicos de
III - preservação da autonomia das pessoas na modo a evitar duplicidade de meios para fins
defesa de sua integridade física e moral; idênticos.

IV - igualdade da assistência à saúde, sem XIV – organização de atendimento público


preconceitos ou privilégios de qualquer específico e especializado para mulheres e
espécie; vítimas de violência doméstica em geral, que
garanta, entre outros, atendimento,
V - direito à informação, às pessoas assistidas, acompanhamento psicológico e cirurgias
sobre sua saúde; plásticas reparadoras, em conformidade com
13
a Lei nº 12.845, de 1º de agosto de § 2º No nível municipal, o Sistema Único de
2013. (Redação dada pela Lei nº Saúde (SUS), poderá organizar-se em distritos
13.427, de 2017) de forma a integrar e articular recursos,
técnicas e práticas voltadas para a cobertura
CAPÍTULO III total das ações de saúde.

Da Organização, da Direção e da Gestão Art. 11. (Vetado).

Art. 8º As ações e serviços de saúde, Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais
executados pelo Sistema Único de Saúde de âmbito nacional, subordinadas ao
(SUS), seja diretamente ou mediante Conselho Nacional de Saúde, integradas
participação complementar da iniciativa pelos Ministérios e órgãos competentes e por
privada, serão organizados de forma entidades representativas da sociedade civil.
regionalizada e hierarquizada em níveis de
complexidade crescente. Parágrafo único. As comissões intersetoriais
terão a finalidade de articular políticas e
Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde programas de interesse para a saúde, cuja
(SUS) é única, de acordo com o inciso I do art. execução envolva áreas não compreendidas
198 da Constituição Federal, sendo exercida no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
em cada esfera de governo pelos seguintes
órgãos: Art. 13. A articulação das políticas e
programas, a cargo das comissões
I - no âmbito da União, pelo Ministério da intersetoriais, abrangerá, em especial, as
Saúde; seguintes atividades:

II - no âmbito dos Estados e do Distrito I - alimentação e nutrição;


Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde
ou órgão equivalente; e II - saneamento e meio ambiente;

III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva III - vigilância sanitária e


Secretaria de Saúde ou órgão equivalente. farmacoepidemiologia;

Art. 10. Os municípios poderão constituir IV - recursos humanos;


consórcios para desenvolver em conjunto as
ações e os serviços de saúde que lhes V - ciência e tecnologia; e
correspondam.
VI - saúde do trabalhador.
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos
intermunicipais o princípio da direção única, e Art. 14. Deverão ser criadas Comissões
os respectivos atos constitutivos disporão Permanentes de integração entre os serviços
sobre sua observância. de saúde e as instituições de ensino
profissional e superior.

14
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões aspectos vinculados à integração das ações e
terá por finalidade propor prioridades, serviços de saúde entre os entes
métodos e estratégias para a formação e federados. (Incluído pela Lei nº 12.466,
educação continuada dos recursos humanos de 2011).
do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera
correspondente, assim como em relação à Art. 14-B. O Conselho Nacional de
pesquisa e à cooperação técnica entre essas Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho
instituições. Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
(Conasems) são reconhecidos como
Art. 14-A. As Comissões Intergestores entidades representativas dos entes
Bipartite e Tripartite são reconhecidas como estaduais e municipais para tratar de matérias
foros de negociação e pactuação entre referentes à saúde e declarados de utilidade
gestores, quanto aos aspectos operacionais pública e de relevante função social, na forma
do Sistema Único de Saúde do regulamento. (Incluído pela Lei nº
(SUS). (Incluído pela Lei nº 12.466, de 12.466, de 2011).
2011).
§ 1o O Conass e o Conasems receberão
Parágrafo único. A atuação das Comissões recursos do orçamento geral da União por
Intergestores Bipartite e Tripartite terá por meio do Fundo Nacional de Saúde, para
objetivo: (Incluído pela Lei nº 12.466, de auxiliar no custeio de suas despesas
2011). institucionais, podendo ainda celebrar
convênios com a União. (Incluído pela
I - decidir sobre os aspectos operacionais, Lei nº 12.466, de 2011).
financeiros e administrativos da gestão
compartilhada do SUS, em conformidade § 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais
com a definição da política consubstanciada de Saúde (Cosems) são reconhecidos como
em planos de saúde, aprovados pelos entidades que representam os entes
conselhos de saúde; (Incluído pela Lei municipais, no âmbito estadual, para tratar de
nº 12.466, de 2011). matérias referentes à saúde, desde que
vinculados institucionalmente ao Conasems,
II - definir diretrizes, de âmbito nacional, na forma que dispuserem seus
regional e intermunicipal, a respeito da estatutos. (Incluído pela Lei nº 12.466,
organização das redes de ações e serviços de de 2011).
saúde, principalmente no tocante à sua
governança institucional e à integração das CAPÍTULO IV
ações e serviços dos entes
federados; (Incluído pela Lei nº 12.466, Da Competência e das Atribuições
de 2011).
Seção I
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde,
distrito sanitário, integração de territórios, Das Atribuições Comuns
referência e contrarreferência e demais
15
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito X - elaboração da proposta orçamentária do
Federal e os Municípios exercerão, em seu Sistema Único de Saúde (SUS), de
âmbito administrativo, as seguintes conformidade com o plano de saúde;
atribuições:
XI - elaboração de normas para regular as
I - definição das instâncias e mecanismos de atividades de serviços privados de saúde,
controle, avaliação e de fiscalização das ações tendo em vista a sua relevância pública;
e serviços de saúde;
XII - realização de operações externas de
II - administração dos recursos orçamentários natureza financeira de interesse da saúde,
e financeiros destinados, em cada ano, à autorizadas pelo Senado Federal;
saúde;
XIII - para atendimento de necessidades
III - acompanhamento, avaliação e divulgação coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes
do nível de saúde da população e das de situações de perigo iminente, de
condições ambientais; calamidade pública ou de irrupção de
epidemias, a autoridade competente da
IV - organização e coordenação do sistema de esfera administrativa correspondente poderá
informação de saúde; requisitar bens e serviços, tanto de pessoas
naturais como de jurídicas, sendo-lhes
V - elaboração de normas técnicas e assegurada justa indenização; (Vide ADIN
estabelecimento de padrões de qualidade e 3454)
parâmetros de custos que caracterizam a
assistência à saúde; XIV - implementar o Sistema Nacional de
Sangue, Componentes e Derivados;
VI - elaboração de normas técnicas e
estabelecimento de padrões de qualidade XV - propor a celebração de convênios,
para promoção da saúde do trabalhador; acordos e protocolos internacionais relativos
à saúde, saneamento e meio ambiente;
VII - participação de formulação da política e
da execução das ações de saneamento básico XVI - elaborar normas técnico-científicas de
e colaboração na proteção e recuperação do promoção, proteção e recuperação da saúde;
meio ambiente;
XVII - promover articulação com os órgãos de
VIII - elaboração e atualização periódica do fiscalização do exercício profissional e outras
plano de saúde; entidades representativas da sociedade civil
para a definição e controle dos padrões éticos
IX - participação na formulação e na execução para pesquisa, ações e serviços de saúde;
da política de formação e desenvolvimento
de recursos humanos para a saúde; XVIII - promover a articulação da política e
dos planos de saúde;

16
XIX - realizar pesquisas e estudos na área de IV - participar da definição de normas e
saúde; mecanismos de controle, com órgão afins, de
agravo sobre o meio ambiente ou dele
XX - definir as instâncias e mecanismos de decorrentes, que tenham repercussão na
controle e fiscalização inerentes ao poder de saúde humana;
polícia sanitária;
V - participar da definição de normas, critérios
XXI - fomentar, coordenar e executar e padrões para o controle das condições e
programas e projetos estratégicos e de dos ambientes de trabalho e coordenar a
atendimento emergencial. política de saúde do trabalhador;

Seção II VI - coordenar e participar na execução das


ações de vigilância epidemiológica;
Da Competência
VII - estabelecer normas e executar a
Art. 16. A direção nacional do Sistema Único vigilância sanitária de portos, aeroportos e
da Saúde (SUS) compete: fronteiras, podendo a execução ser
complementada pelos Estados, Distrito
I - formular, avaliar e apoiar políticas de
Federal e Municípios;
alimentação e nutrição;
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e
II - participar na formulação e na
métodos para o controle da qualidade
implementação das políticas:
sanitária de produtos, substâncias e serviços
de consumo e uso humano;
a) de controle das agressões ao meio
ambiente;
IX - promover articulação com os órgãos
educacionais e de fiscalização do exercício
b) de saneamento básico; e
profissional, bem como com entidades
c) relativas às condições e aos ambientes de representativas de formação de recursos
trabalho; humanos na área de saúde;

III - definir e coordenar os sistemas: X - formular, avaliar, elaborar normas e


participar na execução da política nacional e
a) de redes integradas de assistência de alta produção de insumos e equipamentos para a
complexidade; saúde, em articulação com os demais órgãos
governamentais;
b) de rede de laboratórios de saúde pública;
XI - identificar os serviços estaduais e
c) de vigilância epidemiológica; e municipais de referência nacional para o
estabelecimento de padrões técnicos de
d) vigilância sanitária; assistência à saúde;

17
XII - controlar e fiscalizar procedimentos, em circunstâncias especiais, como na
produtos e substâncias de interesse para a ocorrência de agravos inusitados à saúde, que
saúde; possam escapar do controle da direção
estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou
XIII - prestar cooperação técnica e financeira que representem risco de disseminação
aos Estados, ao Distrito Federal e aos nacional.
Municípios para o aperfeiçoamento da sua
atuação institucional; XX - definir as diretrizes e as normas para a
estruturação física e organizacional dos
XIV - elaborar normas para regular as relações serviços de saúde bucal. (vigência 08 de
entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os agosto de 2023 – vide Lei nº 14.572/2023)
serviços privados contratados de assistência à
saúde; § 1º A União poderá executar ações de
vigilância epidemiológica e sanitária em
XV - promover a descentralização para as circunstâncias especiais, como na ocorrência
Unidades Federadas e para os Municípios, de agravos inusitados à saúde, que possam
dos serviços e ações de saúde, escapar do controle da direção estadual do
respectivamente, de abrangência estadual e Sistema Único de Saúde (SUS) ou que
municipal; representem risco de disseminação
nacional. (Renumerado do parágrafo único
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o pela Lei nº 14.141, de 2021)
Sistema Nacional de Sangue, Componentes e
Derivados; § 2º Em situações epidemiológicas que
caracterizem emergência em saúde pública,
XVII - acompanhar, controlar e avaliar as poderá ser adotado procedimento
ações e os serviços de saúde, respeitadas as simplificado para a remessa de patrimônio
competências estaduais e municipais; genético ao exterior, na forma do
regulamento. (Incluído pela Lei nº 14.141,
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico
de 2021)
Nacional no âmbito do SUS, em cooperação
técnica com os Estados, Municípios e Distrito § 3º Os benefícios resultantes da exploração
Federal; econômica de produto acabado ou material
reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de
genético de que trata o § 2º deste artigo
Auditoria e coordenar a avaliação técnica e
serão repartidos nos termos da Lei nº 13.123,
financeira do SUS em todo o Território
de 20 de maio de 2015. (Incluído pela Lei
Nacional em cooperação técnica com os
nº 14.141, de 2021)
Estados, Municípios e Distrito
Federal. (Vide Decreto nº 1.651, de 1995) Art. 17. À direção estadual do Sistema Único
de Saúde (SUS) compete:
Parágrafo único. A União poderá executar
ações de vigilância epidemiológica e sanitária

18
I - promover a descentralização para os complexidade, de referência estadual e
Municípios dos serviços e das ações de regional;
saúde;.
X - coordenar a rede estadual de laboratórios
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes de saúde pública e hemocentros, e gerir as
hierarquizadas do Sistema Único de Saúde unidades que permaneçam em sua
(SUS); organização administrativa;

III - prestar apoio técnico e financeiro aos XI - estabelecer normas, em caráter


Municípios e executar supletivamente ações e suplementar, para o controle e avaliação das
serviços de saúde; ações e serviços de saúde;

IV - coordenar e, em caráter complementar, XII - formular normas e estabelecer padrões,


executar ações e serviços: em caráter suplementar, de procedimentos
de controle de qualidade para produtos e
a) de vigilância epidemiológica; substâncias de consumo humano;

b) de vigilância sanitária; XIII - colaborar com a União na execução da


vigilância sanitária de portos, aeroportos e
c) de alimentação e nutrição; fronteiras;

d) de saúde do trabalhador; e XIV - o acompanhamento, a avaliação e


divulgação dos indicadores de morbidade e
e) de saúde bucal; (vigência 08 de agosto de
mortalidade no âmbito da unidade federada.
2023 – vide Lei nº 14.572/2023)
Art. 18. À direção municipal do Sistema de
V - participar, junto com os órgãos afins, do
Saúde (SUS) compete:
controle dos agravos do meio ambiente que
tenham repercussão na saúde humana; I - planejar, organizar, controlar e avaliar as
ações e os serviços de saúde e gerir e
VI - participar da formulação da política e da
executar os serviços públicos de saúde;
execução de ações de saneamento básico;
II - participar do planejamento, programação
VII - participar das ações de controle e
e organização da rede regionalizada e
avaliação das condições e dos ambientes de
hierarquizada do Sistema Único de Saúde
trabalho;
(SUS), em articulação com sua direção
estadual;
VIII - em caráter suplementar, formular,
executar, acompanhar e avaliar a política de
III - participar da execução, controle e
insumos e equipamentos para a saúde;
avaliação das ações referentes às condições e
aos ambientes de trabalho;
IX - identificar estabelecimentos hospitalares
de referência e gerir sistemas públicos de alta
IV - executar serviços:
19
a) de vigilância epidemiológica; XII - normatizar complementarmente as ações
e serviços públicos de saúde no seu âmbito
b) vigilância sanitária; de atuação.

c) de alimentação e nutrição; Art. 19. Ao Distrito Federal competem as


atribuições reservadas aos Estados e aos
d) de saneamento básico; Municípios.

e) de saúde do trabalhador; e CAPÍTULO V

f) de saúde bucal; (vigência 08 de agosto de Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena


2023 – vide Lei nº 14.572/2023) (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)

V - dar execução, no âmbito municipal, à Art. 19-A. As ações e serviços de saúde


política de insumos e equipamentos para a voltados para o atendimento das populações
saúde; indígenas, em todo o território nacional,
coletiva ou individualmente, obedecerão ao
VI - colaborar na fiscalização das agressões ao
disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº
meio ambiente que tenham repercussão
9.836, de 1999)
sobre a saúde humana e atuar, junto aos
órgãos municipais, estaduais e federais Art. 19-B. É instituído um Subsistema de
competentes, para controlá-las; Atenção à Saúde Indígena, componente do
Sistema Único de Saúde – SUS, criado e
VII - formar consórcios administrativos
definido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de
intermunicipais;
28 de dezembro de 1990, com o qual
funcionará em perfeita
VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e
integração. (Incluído pela Lei nº 9.836, de
hemocentros;
1999)
IX - colaborar com a União e os Estados na
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos
execução da vigilância sanitária de portos,
próprios, financiar o Subsistema de Atenção à
aeroportos e fronteiras;
Saúde Indígena. (Incluído pela Lei nº
X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, 9.836, de 1999)
celebrar contratos e convênios com entidades
Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do
prestadoras de serviços privados de saúde,
Subsistema instituído por esta Lei com os
bem como controlar e avaliar sua execução;
órgãos responsáveis pela Política Indígena do
XI - controlar e fiscalizar os procedimentos País. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
dos serviços privados de saúde;
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras
instituições governamentais e não-
governamentais poderão atuar

20
complementarmente no custeio e execução institucional. (Incluído pela Lei nº 9.836,
das ações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de de 1999)
1999)
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde
§ 1º A União instituirá mecanismo de Indígena deverá ser, como o SUS,
financiamento específico para os Estados, o descentralizado, hierarquizado e
Distrito Federal e os Municípios, sempre que regionalizado. (Incluído pela Lei nº 9.836,
houver necessidade de atenção secundária e de 1999)
terciária fora dos territórios
indígenas. (Incluído pela Lei nº 14.021, de § 1o O Subsistema de que trata o caput deste
2020) artigo terá como base os Distritos Sanitários
Especiais Indígenas. (Incluído pela Lei nº
§ 2º Em situações emergenciais e de 9.836, de 1999)
calamidade pública: (Incluído pela Lei nº
14.021, de 2020) § 1º-A. A rede do SUS deverá
obrigatoriamente fazer o registro e a
I - a União deverá assegurar aporte adicional notificação da declaração de raça ou cor,
de recursos não previstos nos planos de garantindo a identificação de todos os
saúde dos Distritos Sanitários Especiais indígenas atendidos nos sistemas públicos de
Indígenas (Dseis) ao Subsistema de Atenção à saúde. (Incluído pela Lei nº 14.021, de
Saúde Indígena; (Incluído pela Lei nº 2020)
14.021, de 2020)
§ 1º-B. A União deverá integrar os sistemas de
II - deverá ser garantida a inclusão dos povos informação da rede do SUS com os dados do
indígenas nos planos emergenciais para Subsistema de Atenção à Saúde
atendimento dos pacientes graves das Indígena. (Incluído pela Lei nº 14.021, de
Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, 2020)
explicitados os fluxos e as referências para o
atendimento em tempo § 2o O SUS servirá de retaguarda e referência
oportuno. (Incluído pela Lei nº 14.021, de ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena,
2020) devendo, para isso, ocorrer adaptações na
estrutura e organização do SUS nas regiões
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar onde residem as populações indígenas, para
em consideração a realidade local e as propiciar essa integração e o atendimento
especificidades da cultura dos povos necessário em todos os níveis, sem
indígenas e o modelo a ser adotado para a discriminações. (Incluído pela Lei nº
atenção à saúde indígena, que se deve pautar 9.836, de 1999)
por uma abordagem diferenciada e global,
contemplando os aspectos de assistência à § 3o As populações indígenas devem ter
saúde, saneamento básico, nutrição, acesso garantido ao SUS, em âmbito local,
habitação, meio ambiente, demarcação de regional e de centros especializados, de
terras, educação sanitária e integração acordo com suas necessidades,
21
compreendendo a atenção primária, § 3o O atendimento e a internação
secundária e terciária à saúde. (Incluído domiciliares só poderão ser realizados por
pela Lei nº 9.836, de 1999) indicação médica, com expressa
concordância do paciente e de sua
Art. 19-H. As populações indígenas terão família. (Incluído pela Lei nº 10.424, de
direito a participar dos organismos 2002)
colegiados de formulação, acompanhamento
e avaliação das políticas de saúde, tais como CAPÍTULO VII
o Conselho Nacional de Saúde e os
Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO
quando for o caso. (Incluído pela Lei nº DURANTE O TRABALHO DE PARTO, PARTO
9.836, de 1999) E PÓS-PARTO IMEDIATO (Incluído pela Lei nº
11.108, de 2005)
CAPÍTULO VI
Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E Único de Saúde - SUS, da rede própria ou
INTERNAÇÃO DOMICILIAR conveniada, ficam obrigados a permitir a
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) presença, junto à parturiente, de 1 (um)
acompanhante durante todo o período de
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do trabalho de parto, parto e pós-parto
Sistema Único de Saúde, o atendimento imediato. (Incluído pela Lei nº 11.108,
domiciliar e a internação de 2005)
domiciliar. (Incluído pela Lei nº 10.424,
de 2002) § 1o O acompanhante de que trata o caput
deste artigo será indicado pela
§ 1o Na modalidade de assistência de parturiente. (Incluído pela Lei nº 11.108,
atendimento e internação domiciliares de 2005)
incluem-se, principalmente, os
procedimentos médicos, de enfermagem, § 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno
fisioterapêuticos, psicológicos e de exercício dos direitos de que trata este artigo
assistência social, entre outros necessários ao constarão do regulamento da lei, a ser
cuidado integral dos pacientes em seu elaborado pelo órgão competente do Poder
domicílio. (Incluído pela Lei nº 10.424, de Executivo. (Incluído pela Lei nº 11.108, de
2002) 2005)

§ 2o O atendimento e a internação § 3o Ficam os hospitais de todo o País


domiciliares serão realizados por equipes obrigados a manter, em local visível de suas
multidisciplinares que atuarão nos níveis da dependências, aviso informando sobre o
medicina preventiva, terapêutica e direito estabelecido no caput deste
reabilitadora. (Incluído pela Lei nº 10.424, artigo. (Incluído pela Lei nº 12.895, de
de 2002) 2013)

22
Art. 19-L. (VETADO) (Incluído pela Lei II - protocolo clínico e diretriz terapêutica:
nº 11.108, de 2005) documento que estabelece critérios para o
diagnóstico da doença ou do agravo à saúde;
CAPÍTULO VIII o tratamento preconizado, com os
medicamentos e demais produtos
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) apropriados, quando couber; as posologias
recomendadas; os mecanismos de controle
DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA
clínico; e o acompanhamento e a verificação
INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA EM
dos resultados terapêuticos, a serem
SAÚDE”
seguidos pelos gestores do
SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de
Art. 19-M. A assistência terapêutica integral
2011)
a que se refere a alínea d do inciso I do art.
6o consiste em: (Incluído pela Lei nº
Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as
12.401, de 2011)
diretrizes terapêuticas deverão estabelecer
os medicamentos ou produtos necessários
I - dispensação de medicamentos e produtos
nas diferentes fases evolutivas da doença ou
de interesse para a saúde, cuja prescrição
do agravo à saúde de que tratam, bem como
esteja em conformidade com as diretrizes
aqueles indicados em casos de perda de
terapêuticas definidas em protocolo clínico
eficácia e de surgimento de intolerância ou
para a doença ou o agravo à saúde a ser
reação adversa relevante, provocadas pelo
tratado ou, na falta do protocolo, em
medicamento, produto ou procedimento de
conformidade com o disposto no art. 19-
primeira escolha. (Incluído pela Lei nº
P; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
12.401, de 2011)
II - oferta de procedimentos terapêuticos, em
Parágrafo único. Em qualquer caso, os
regime domiciliar, ambulatorial e hospitalar,
medicamentos ou produtos de que trata
constantes de tabelas elaboradas pelo gestor
o caput deste artigo serão aqueles avaliados
federal do Sistema Único de Saúde - SUS,
quanto à sua eficácia, segurança, efetividade
realizados no território nacional por serviço
e custo-efetividade para as diferentes fases
próprio, conveniado ou contratado.
evolutivas da doença ou do agravo à saúde
Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. de que trata o protocolo. (Incluído pela
19-M, são adotadas as seguintes Lei nº 12.401, de 2011)
definições: (Incluído pela Lei nº 12.401, de
Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de
2011)
diretriz terapêutica, a dispensação será
I - produtos de interesse para a saúde: realizada: (Incluído pela Lei nº 12.401, de
órteses, próteses, bolsas coletoras e 2011)
equipamentos médicos; (Incluído pela Lei
I - com base nas relações de medicamentos
nº 12.401, de 2011)
instituídas pelo gestor federal do SUS,
observadas as competências estabelecidas
23
nesta Lei, e a responsabilidade pelo § 2o O relatório da Comissão Nacional de
fornecimento será pactuada na Comissão Incorporação de Tecnologias no SUS levará
Intergestores Tripartite; (Incluído pela Lei em consideração,
nº 12.401, de 2011) necessariamente: (Incluído pela Lei nº
12.401, de 2011)
II - no âmbito de cada Estado e do Distrito
Federal, de forma suplementar, com base nas I - as evidências científicas sobre a eficácia, a
relações de medicamentos instituídas pelos acurácia, a efetividade e a segurança do
gestores estaduais do SUS, e a medicamento, produto ou procedimento
responsabilidade pelo fornecimento será objeto do processo, acatadas pelo órgão
pactuada na Comissão Intergestores competente para o registro ou a autorização
Bipartite; (Incluído pela Lei nº 12.401, de de uso; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
2011)
II - a avaliação econômica comparativa dos
III - no âmbito de cada Município, de forma benefícios e dos custos em relação às
suplementar, com base nas relações de tecnologias já incorporadas, inclusive no que
medicamentos instituídas pelos gestores se refere aos atendimentos domiciliar,
municipais do SUS, e a responsabilidade pelo ambulatorial ou hospitalar, quando
fornecimento será pactuada no Conselho cabível. (Incluído pela Lei nº 12.401, de
Municipal de Saúde. (Incluído pela Lei nº 2011)
12.401, de 2011)
§ 3º As metodologias empregadas na
Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a avaliação econômica a que se refere o inciso
alteração pelo SUS de novos medicamentos, II do § 2º deste artigo serão dispostas em
produtos e procedimentos, bem como a regulamento e amplamente divulgadas,
constituição ou a alteração de protocolo inclusive em relação aos indicadores e
clínico ou de diretriz terapêutica, são parâmetros de custo-efetividade utilizados
atribuições do Ministério da Saúde, em combinação com outros
assessorado pela Comissão Nacional de critérios. (Incluído pela Lei nº 14.313, de
Incorporação de Tecnologias no 2022)
SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de
2011) Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a
alteração a que se refere o art. 19-Q serão
§ 1o A Comissão Nacional de Incorporação efetuadas mediante a instauração de
de Tecnologias no SUS, cuja composição e processo administrativo, a ser concluído em
regimento são definidos em regulamento, prazo não superior a 180 (cento e oitenta)
contará com a participação de 1 (um) dias, contado da data em que foi protocolado
representante indicado pelo Conselho o pedido, admitida a sua prorrogação por 90
Nacional de Saúde e de 1 (um) representante, (noventa) dias corridos, quando as
especialista na área, indicado pelo Conselho circunstâncias exigirem. (Incluído pela
Federal de Medicina. (Incluído pela Lei nº Lei nº 12.401, de 2011)
12.401, de 2011)
24
§ 1o O processo de que trata o caput deste Art. 19-S. (VETADO). (Incluído pela Lei
artigo observará, no que couber, o disposto nº 12.401, de 2011)
na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e as
seguintes determinações Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas
especiais: (Incluído pela Lei nº 12.401, de gestão do SUS: (Incluído pela Lei nº
de 2011) 12.401, de 2011)

I - apresentação pelo interessado dos I - o pagamento, o ressarcimento ou o


documentos e, se cabível, das amostras de reembolso de medicamento, produto e
produtos, na forma do regulamento, com procedimento clínico ou cirúrgico
informações necessárias para o atendimento experimental, ou de uso não autorizado pela
do disposto no § 2o do art. 19-Q; (Incluído Agência Nacional de Vigilância Sanitária -
pela Lei nº 12.401, de 2011) ANVISA; (Incluído pela Lei nº 12.401, de
2011)
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº
12.401, de 2011) II - a dispensação, o pagamento, o
ressarcimento ou o reembolso de
III - realização de consulta pública que inclua medicamento e produto, nacional ou
a divulgação do parecer emitido pela importado, sem registro na
Comissão Nacional de Incorporação de Anvisa. (Incluído pela Lei nº 12.401, de
Tecnologias no SUS; (Incluído pela Lei nº 2011)
12.401, de 2011)
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto
IV - realização de audiência pública, antes da neste artigo: (Incluído pela Lei nº 14.313,
tomada de decisão, se a relevância da matéria de 2022)
justificar o evento. (Incluído pela Lei nº
12.401, de 2011) I - medicamento e produto em que a
indicação de uso seja distinta daquela
V - distribuição aleatória, respeitadas a aprovada no registro na Anvisa, desde que
especialização e a competência técnica seu uso tenha sido recomendado pela
requeridas para a análise da Comissão Nacional de Incorporação de
matéria; (Incluído pela Lei nº 14.313, de Tecnologias no Sistema Único de Saúde
2022) (Conitec), demonstradas as evidências
científicas sobre a eficácia, a acurácia, a
VI - publicidade dos atos efetividade e a segurança, e esteja
processuais. (Incluído pela Lei nº 14.313, padronizado em protocolo estabelecido pelo
de 2022) Ministério da Saúde; (Incluído pela Lei nº
14.313, de 2022)
§ 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº
12.401, de 2011) II - medicamento e produto recomendados
pela Conitec e adquiridos por intermédio de
organismos multilaterais internacionais, para
25
uso em programas de saúde pública do estrangeiros na assistência à saúde, salvo
Ministério da Saúde e suas entidades através de doações de organismos
vinculadas, nos termos do § 5º do art. 8º da internacionais vinculados à Organização das
Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de Nações Unidas, de entidades de cooperação
1999. (Incluído pela Lei nº 14.313, de técnica e de financiamento e empréstimos.
2022)
§ 1° Em qualquer caso é obrigatória a
Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo autorização do órgão de direção nacional do
fornecimento de medicamentos, produtos de Sistema Único de Saúde (SUS), submetendo-
interesse para a saúde ou procedimentos de se a seu controle as atividades que forem
que trata este Capítulo será pactuada na desenvolvidas e os instrumentos que forem
Comissão Intergestores firmados.
Tripartite. (Incluído pela Lei nº 12.401,
de 2011) § 2° Excetuam-se do disposto neste artigo os
serviços de saúde mantidos, sem finalidade
TÍTULO III lucrativa, por empresas, para atendimento de
seus empregados e dependentes, sem
DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA qualquer ônus para a seguridade social.
À SAÙDE
Art. 23. É permitida a participação direta ou
CAPÍTULO I indireta, inclusive controle, de empresas ou
de capital estrangeiro na assistência à saúde
Do Funcionamento nos seguintes casos: (Redação dada pela
Lei nº 13.097, de 2015)
Art. 20. Os serviços privados de assistência à
saúde caracterizam-se pela atuação, por I - doações de organismos internacionais
iniciativa própria, de profissionais liberais, vinculados à Organização das Nações Unidas,
legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de entidades de cooperação técnica e de
de direito privado na promoção, proteção e financiamento e empréstimos; (Incluído
recuperação da saúde. pela Lei nº 13.097, de 2015)

Art. 21. A assistência à saúde é livre à II - pessoas jurídicas destinadas a instalar,


iniciativa privada. operacionalizar ou explorar: (Incluído
pela Lei nº 13.097, de 2015)
Art. 22. Na prestação de serviços privados de
assistência à saúde, serão observados os a) hospital geral, inclusive filantrópico,
princípios éticos e as normas expedidas pelo hospital especializado, policlínica, clínica
órgão de direção do Sistema Único de Saúde geral e clínica especializada; e (Incluído
(SUS) quanto às condições para seu pela Lei nº 13.097, de 2015)
funcionamento.

Art. 23. É vedada a participação direta ou


indireta de empresas ou de capitais
26
b) ações e pesquisas de planejamento Saúde (SUS), aprovados no Conselho
familiar; (Incluído pela Lei nº 13.097, de Nacional de Saúde.
2015)
§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas
III - serviços de saúde mantidos, sem de reajuste e de pagamento da remuneração
finalidade lucrativa, por empresas, para aludida neste artigo, a direção nacional do
atendimento de seus empregados e Sistema Único de Saúde (SUS) deverá
dependentes, sem qualquer ônus para a fundamentar seu ato em demonstrativo
seguridade social; e (Incluído pela Lei nº econômico-financeiro que garanta a efetiva
13.097, de 2015) qualidade de execução dos serviços
contratados.
IV - demais casos previstos em legislação
específica. (Incluído pela Lei nº 13.097, § 2° Os serviços contratados submeter-se-ão
de 2015) às normas técnicas e administrativas e aos
princípios e diretrizes do Sistema Único de
CAPÍTULO II Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico
e financeiro do contrato.
Da Participação Complementar
§ 3° (Vetado).
Art. 24. Quando as suas disponibilidades
forem insuficientes para garantir a cobertura § 4° Aos proprietários, administradores e
assistencial à população de uma determinada dirigentes de entidades ou serviços
área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá contratados é vedado exercer cargo de chefia
recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa ou função de confiança no Sistema Único de
privada. Saúde (SUS).

Parágrafo único. A participação TÍTULO III-A


complementar dos serviços privados será
formalizada mediante contrato ou convênio, (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
observadas, a respeito, as normas de direito
público. DA TELESSAÚDE

Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as Art. 26-A. A telessaúde abrange a prestação
entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos remota de serviços relacionados a todas as
terão preferência para participar do Sistema profissões da área da saúde regulamentadas
Único de Saúde (SUS). pelos órgãos competentes do Poder
Executivo federal e obedecerá aos seguintes
Art. 26. Os critérios e valores para a princípios: (Incluído pela Lei nº 14.510, de
remuneração de serviços e os parâmetros de 2022)
cobertura assistencial serão estabelecidos
pela direção nacional do Sistema Único de I - autonomia do profissional de
saúde; (Incluído pela Lei nº 14.510, de
2022)
27
II - consentimento livre e informado do Parágrafo único. Os atos do profissional de
paciente; saúde, quando praticados na modalidade
telessaúde, terão validade em todo o
III - direito de recusa ao atendimento na território nacional. (Incluído pela Lei nº
modalidade telessaúde, com a garantia do 14.510, de 2022)
atendimento presencial sempre que
solicitado; (Incluído pela Lei nº 14.510, de Art. 26-C. Ao profissional de saúde são
2022) asseguradas a liberdade e a completa
independência de decidir sobre a utilização
IV - dignidade e valorização do profissional de ou não da telessaúde, inclusive com relação à
saúde; (Incluído pela Lei nº 14.510, de primeira consulta, atendimento ou
2022) procedimento, e poderá indicar a utilização
de atendimento presencial ou optar por ele,
V - assistência segura e com qualidade ao sempre que entender necessário. (Incluído
paciente; (Incluído pela Lei nº 14.510, de pela Lei nº 14.510, de 2022)
2022)
Art. 26-D. Compete aos conselhos federais de
VI - confidencialidade dos dados; (Incluído fiscalização do exercício profissional a
pela Lei nº 14.510, de 2022) normatização ética relativa à prestação dos
serviços previstos neste Título, aplicando-se
VII - promoção da universalização do acesso
os padrões normativos adotados para as
dos brasileiros às ações e aos serviços de
modalidades de atendimento presencial, no
saúde; (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
que não colidirem com os preceitos desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
VIII - estrita observância das atribuições legais
de cada profissão; (Incluído pela Lei nº
Art. 26-E. Na prestação de serviços por
14.510, de 2022)
telessaúde, serão observadas as normas
expedidas pelo órgão de direção do Sistema
IX - responsabilidade digital. (Incluído pela
Único de Saúde (SUS) quanto às condições
Lei nº 14.510, de 2022)
para seu funcionamento, observada a
Art. 26-B. Para fins desta Lei, considera-se competência dos demais órgãos
telessaúde a modalidade de prestação de reguladores. (Incluído pela Lei nº 14.510, de
serviços de saúde a distância, por meio da 2022)
utilização das tecnologias da informação e da
Art. 26-F. O ato normativo que pretenda
comunicação, que envolve, entre outros, a
restringir a prestação de serviço de
transmissão segura de dados e informações
telessaúde deverá demonstrar a
de saúde, por meio de textos, de sons, de
imprescindibilidade da medida para que
imagens ou outras formas
sejam evitados danos à saúde dos
adequadas. (Incluído pela Lei nº 14.510, de
pacientes. (Incluído pela Lei nº 14.510, de
2022)
2022)

28
Art. 26-G. A prática da telessaúde deve seguir elaboração de programas de permanente
as seguintes determinações: (Incluído pela aperfeiçoamento de pessoal;
Lei nº 14.510, de 2022)
II - (Vetado)
I - ser realizada por consentimento livre e
esclarecido do paciente, ou de seu III - (Vetado)
representante legal, e sob responsabilidade
do profissional de saúde; (Incluído pela Lei IV - valorização da dedicação exclusiva aos
nº 14.510, de 2022) serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).

II - prestar obediência aos ditames das Leis Parágrafo único. Os serviços públicos que
nºs 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco integram o Sistema Único de Saúde (SUS)
Civil da Internet), 12.842, de 10 de julho de constituem campo de prática para ensino e
2013 (Lei do Ato Médico), 13.709, de 14 de pesquisa, mediante normas específicas,
agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de elaboradas conjuntamente com o sistema
Dados), 8.078, de 11 de setembro de educacional.
1990 (Código de Defesa do Consumidor) e,
Art. 28. Os cargos e funções de chefia,
nas hipóteses cabíveis, aos ditames da Lei nº
direção e assessoramento, no âmbito do
13.787, de 27 de dezembro de 2018 (Lei do
Sistema Único de Saúde (SUS), só poderão ser
Prontuário Eletrônico). (Incluído pela Lei nº
exercidas em regime de tempo integral.
14.510, de 2022)
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam
Art. 26-H. É dispensada a inscrição secundária
dois cargos ou empregos poderão exercer
ou complementar do profissional de saúde
suas atividades em mais de um
que exercer a profissão em outra jurisdição
estabelecimento do Sistema Único de Saúde
exclusivamente por meio da modalidade
(SUS).
telessaúde. (Incluído pela Lei nº 14.510, de
2022)
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-
se também aos servidores em regime de
TÍTULO IV
tempo integral, com exceção dos ocupantes
DOS RECURSOS HUMANOS de cargos ou função de chefia, direção ou
assessoramento.
Art. 27. A política de recursos humanos na
área da saúde será formalizada e executada, Art. 29. (Vetado).
articuladamente, pelas diferentes esferas de
Art. 30. As especializações na forma de
governo, em cumprimento dos seguintes
treinamento em serviço sob supervisão serão
objetivos:
regulamentadas por Comissão Nacional,
I - organização de um sistema de formação de instituída de acordo com o art. 12 desta Lei,
recursos humanos em todos os níveis de garantida a participação das entidades
ensino, inclusive de pós-graduação, além da profissionais correspondentes.

29
TÍTULO V deste artigo, apurada mensalmente, a qual
será destinada à recuperação de viciados.
DO FINANCIAMENTO
§ 2° As receitas geradas no âmbito do
CAPÍTULO I Sistema Único de Saúde (SUS) serão
creditadas diretamente em contas especiais,
Dos Recursos movimentadas pela sua direção, na esfera de
poder onde forem arrecadadas.
Art. 31. O orçamento da seguridade social
destinará ao Sistema Único de Saúde (SUS) de § 3º As ações de saneamento que venham a
acordo com a receita estimada, os recursos ser executadas supletivamente pelo Sistema
necessários à realização de suas finalidades, Único de Saúde (SUS), serão financiadas por
previstos em proposta elaborada pela sua recursos tarifários específicos e outros da
direção nacional, com a participação dos União, Estados, Distrito Federal, Municípios
órgãos da Previdência Social e da Assistência e, em particular, do Sistema Financeiro da
Social, tendo em vista as metas e prioridades Habitação (SFH).
estabelecidas na Lei de Diretrizes
Orçamentárias. § 4º (Vetado).

Art. 32. São considerados de outras fontes os § 5º As atividades de pesquisa e


recursos provenientes de: desenvolvimento científico e tecnológico em
saúde serão co-financiadas pelo Sistema
I - (Vetado) Único de Saúde (SUS), pelas universidades e
pelo orçamento fiscal, além de recursos de
II - Serviços que possam ser prestados sem
instituições de fomento e financiamento ou
prejuízo da assistência à saúde;
de origem externa e receita própria das
instituições executoras.
III - ajuda, contribuições, doações e
donativos;
§ 6º (Vetado).
IV - alienações patrimoniais e rendimentos de
CAPÍTULO II
capital;
Da Gestão Financeira
V - taxas, multas, emolumentos e preços
públicos arrecadados no âmbito do Sistema Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema
Único de Saúde (SUS); e Único de Saúde (SUS) serão depositados em
conta especial, em cada esfera de sua
VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e
atuação, e movimentados sob fiscalização dos
industriais.
respectivos Conselhos de Saúde.
§ 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá
§ 1º Na esfera federal, os recursos financeiros,
metade da receita de que trata o inciso I
originários do Orçamento da Seguridade
Social, de outros Orçamentos da União, além
30
de outras fontes, serão administrados pelo II - perfil epidemiológico da população a ser
Ministério da Saúde, através do Fundo coberta;
Nacional de Saúde.
III - características quantitativas e qualitativas
§ 2º (Vetado). da rede de saúde na área;

§ 3º (Vetado). IV - desempenho técnico, econômico e


financeiro no período anterior;
§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará,
através de seu sistema de auditoria, a V - níveis de participação do setor saúde nos
conformidade à programação aprovada da orçamentos estaduais e municipais;
aplicação dos recursos repassados a Estados
e Municípios. Constatada a malversação, VI - previsão do plano qüinqüenal de
desvio ou não aplicação dos recursos, caberá investimentos da rede;
ao Ministério da Saúde aplicar as medidas
previstas em lei. VII - ressarcimento do atendimento a serviços
prestados para outras esferas de governo.
Art. 34. As autoridades responsáveis pela
distribuição da receita efetivamente § 1º Metade dos recursos destinados a
arrecadada transferirão automaticamente ao Estados e Municípios será distribuída
Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado o segundo o quociente de sua divisão pelo
critério do parágrafo único deste artigo, os número de habitantes, independentemente
recursos financeiros correspondentes às de qualquer procedimento
dotações consignadas no Orçamento da prévio. (Revogado pela Lei
Seguridade Social, a projetos e atividades a Complementar nº 141, de 2012) (Vide Lei
serem executados no âmbito do Sistema nº 8.142, de 1990)
Único de Saúde (SUS).
§ 2º Nos casos de Estados e Municípios
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos sujeitos a notório processo de migração, os
financeiros da Seguridade Social será critérios demográficos mencionados nesta lei
observada a mesma proporção da despesa serão ponderados por outros indicadores de
prevista de cada área, no Orçamento da crescimento populacional, em especial o
Seguridade Social. número de eleitores registrados.

Art. 35. Para o estabelecimento de valores a § 3º (Vetado).


serem transferidos a Estados, Distrito Federal
§ 4º (Vetado).
e Municípios, será utilizada a combinação dos
seguintes critérios, segundo análise técnica
§ 5º (Vetado).
de programas e projetos:
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não
I - perfil demográfico da região;
prejudica a atuação dos órgãos de controle
interno e externo e nem a aplicação de
31
penalidades previstas em lei, em caso de DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
irregularidades verificadas na gestão dos
recursos transferidos. Art. 39. (Vetado).

CAPÍTULO III § 1º (Vetado).

Do Planejamento e do Orçamento § 2º (Vetado).

Art. 36. O processo de planejamento e § 3º (Vetado).


orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS)
será ascendente, do nível local até o federal, § 4º (Vetado).
ouvidos seus órgãos deliberativos,
§ 5º A cessão de uso dos imóveis de
compatibilizando-se as necessidades da
propriedade do Inamps para órgãos
política de saúde com a disponibilidade de
integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS)
recursos em planos de saúde dos Municípios,
será feita de modo a preservá-los como
dos Estados, do Distrito Federal e da União.
patrimônio da Seguridade Social.
§ 1º Os planos de saúde serão a base das
§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo
atividades e programações de cada nível de
anterior serão inventariados com todos os
direção do Sistema Único de Saúde (SUS), e
seus acessórios, equipamentos e outros bens
seu financiamento será previsto na respectiva
móveis e ficarão disponíveis para utilização
proposta orçamentária.
pelo órgão de direção municipal do Sistema
§ 2º É vedada a transferência de recursos para Único de Saúde - SUS ou, eventualmente,
o financiamento de ações não previstas nos pelo estadual, em cuja circunscrição
planos de saúde, exceto em situações administrativa se encontrem, mediante
emergenciais ou de calamidade pública, na simples termo de recebimento.
área de saúde.
§ 7º (Vetado).
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde
§ 8º O acesso aos serviços de informática e
estabelecerá as diretrizes a serem observadas
bases de dados, mantidos pelo Ministério da
na elaboração dos planos de saúde, em
Saúde e pelo Ministério do Trabalho e da
função das características epidemiológicas e
Previdência Social, será assegurado às
da organização dos serviços em cada
Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde
jurisdição administrativa.
ou órgãos congêneres, como suporte ao
processo de gestão, de forma a permitir a
gerência informatizada das contas e a
Art. 38. Não será permitida a destinação de disseminação de estatísticas sanitárias e
subvenções e auxílios a instituições epidemiológicas médico-hospitalares.
prestadoras de serviços de saúde com
finalidade lucrativa. Art. 40. (Vetado)

32
Art. 41. As ações desenvolvidas pela Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS),
Fundação das Pioneiras Sociais e pelo estabelecerá mecanismos de incentivos à
Instituto Nacional do Câncer, supervisionadas participação do setor privado no investimento
pela direção nacional do Sistema Único de em ciência e tecnologia e estimulará a
Saúde (SUS), permanecerão como referencial transferência de tecnologia das universidades
de prestação de serviços, formação de e institutos de pesquisa aos serviços de saúde
recursos humanos e para transferência de nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e
tecnologia. às empresas nacionais.

Art. 42. (Vetado). Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação


com os níveis estaduais e municipais do
Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de Sistema Único de Saúde (SUS), organizará, no
saúde fica preservada nos serviços públicos prazo de dois anos, um sistema nacional de
contratados, ressalvando-se as cláusulas dos informações em saúde, integrado em todo o
contratos ou convênios estabelecidos com as território nacional, abrangendo questões
entidades privadas. epidemiológicas e de prestação de serviços.

Art. 44. (Vetado). Art. 48. (Vetado).

Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais Art. 49. (Vetado).


universitários e de ensino integram-se ao
Sistema Único de Saúde (SUS), mediante Art. 50. Os convênios entre a União, os
convênio, preservada a sua autonomia Estados e os Municípios, celebrados para
administrativa, em relação ao patrimônio, aos implantação dos Sistemas Unificados e
recursos humanos e financeiros, ensino, Descentralizados de Saúde, ficarão
pesquisa e extensão nos limites conferidos rescindidos à proporção que seu objeto for
pelas instituições a que estejam vinculados. sendo absorvido pelo Sistema Único de
Saúde (SUS).
§ 1º Os serviços de saúde de sistemas
estaduais e municipais de previdência social Art. 51. (Vetado).
deverão integrar-se à direção
correspondente do Sistema Único de Saúde Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções
(SUS), conforme seu âmbito de atuação, bem cabíveis, constitui crime de emprego irregular
como quaisquer outros órgãos e serviços de de verbas ou rendas públicas (Código Penal,
saúde. art. 315) a utilização de recursos financeiros
do Sistema Único de Saúde (SUS) em
§ 2º Em tempo de paz e havendo interesse finalidades diversas das previstas nesta lei.
recíproco, os serviços de saúde das Forças
Armadas poderão integrar-se ao Sistema Art. 53. (Vetado).
Único de Saúde (SUS), conforme se dispuser
em convênio que, para esse fim, for firmado. Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços
de saúde, as atividades de apoio à assistência

33
à saúde são aquelas desenvolvidas pelos CAPÍTULO I
laboratórios de genética humana, produção e
fornecimento de medicamentos e produtos DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
para saúde, laboratórios de analises clínicas,
anatomia patológica e de diagnóstico por Art. 1o Esta Lei Complementar institui, nos
imagem e são livres à participação direta ou termos do § 3o do art. 198 da Constituição
indireta de empresas ou de capitais Federal:
estrangeiros. (Incluído pela Lei nº
I - o valor mínimo e normas de cálculo do
13.097, de 2015)
montante mínimo a ser aplicado, anualmente,
Art. 7° Revogam-se as disposições em pela União em ações e serviços públicos de
contrário. saúde;

Brasília, 28 de dezembro de 1990; 169° da II - percentuais mínimos do produto da


Independência e 102° da República. arrecadação de impostos a serem aplicados
anualmente pelos Estados, pelo Distrito
Federal e pelos Municípios em ações e
serviços públicos de saúde;
Lei Complementar nº 141, de
III - critérios de rateio dos recursos da União
13 de janeiro de 2012
vinculados à saúde destinados aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos
Regulamenta o § 3o do art. 198 da
Estados destinados aos seus respectivos
Constituição Federal para dispor sobre os
Municípios, visando à progressiva redução
valores mínimos a serem aplicados
das disparidades regionais;
anualmente pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios em ações e serviços IV - normas de fiscalização, avaliação e
públicos de saúde; estabelece os critérios de controle das despesas com saúde nas esferas
rateio dos recursos de transferências para a federal, estadual, distrital e municipal.
saúde e as normas de fiscalização, avaliação e
controle das despesas com saúde nas 3 (três) CAPÍTULO II
esferas de governo; revoga dispositivos das
Leis nos 8.080, de 19 de setembro de 1990, e DAS AÇÕES E DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE
8.689, de 27 de julho de 1993; e dá outras SAÚDE
providências.
Art. 2o Para fins de apuração da aplicação dos
Mensagem de veto recursos mínimos estabelecidos nesta Lei
Complementar, considerar-se-ão como
(Vide Decreto nº 7.827. de 2012) despesas com ações e serviços públicos de
saúde aquelas voltadas para a promoção,
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber proteção e recuperação da saúde que
que o Congresso Nacional decreta e eu atendam, simultaneamente, aos princípios
sanciono a seguinte Lei Complementar:
34
estatuídos no art. 7o da Lei no 8.080, de 19 de III - capacitação do pessoal de saúde do
setembro de 1990, e às seguintes diretrizes: Sistema Único de Saúde (SUS);

I - sejam destinadas às ações e serviços IV - desenvolvimento científico e tecnológico


públicos de saúde de acesso universal, e controle de qualidade promovidos por
igualitário e gratuito; instituições do SUS;

II - estejam em conformidade com objetivos e V - produção, aquisição e distribuição de


metas explicitados nos Planos de Saúde de insumos específicos dos serviços de saúde do
cada ente da Federação; e SUS, tais como: imunobiológicos, sangue e
hemoderivados, medicamentos e
III - sejam de responsabilidade específica do equipamentos médico-odontológicos;
setor da saúde, não se aplicando a despesas
relacionadas a outras políticas públicas que VI - saneamento básico de domicílios ou de
atuam sobre determinantes sociais e pequenas comunidades, desde que seja
econômicos, ainda que incidentes sobre as aprovado pelo Conselho de Saúde do ente da
condições de saúde da população. Federação financiador da ação e esteja de
acordo com as diretrizes das demais
Parágrafo único. Além de atender aos determinações previstas nesta Lei
critérios estabelecidos no caput, as despesas Complementar;
com ações e serviços públicos de saúde
realizadas pela União, pelos Estados, pelo VII - saneamento básico dos distritos
Distrito Federal e pelos Municípios deverão sanitários especiais indígenas e de
ser financiadas com recursos movimentados comunidades remanescentes de quilombos;
por meio dos respectivos fundos de saúde.
VIII - manejo ambiental vinculado diretamente
Art. 3 Observadas as disposições do art. 200
o
ao controle de vetores de doenças;
da Constituição Federal, do art. 6º da Lei nº
8.080, de 19 de setembro de 1990, e do art. IX - investimento na rede física do SUS,
2o desta Lei Complementar, para efeito da incluindo a execução de obras de
apuração da aplicação dos recursos mínimos recuperação, reforma, ampliação e
aqui estabelecidos, serão consideradas construção de estabelecimentos públicos de
despesas com ações e serviços públicos de saúde;
saúde as referentes a:
X - remuneração do pessoal ativo da área de
I - vigilância em saúde, incluindo a saúde em atividade nas ações de que trata
epidemiológica e a sanitária; este artigo, incluindo os encargos sociais;

II - atenção integral e universal à saúde em XI - ações de apoio administrativo realizadas


todos os níveis de complexidade, incluindo pelas instituições públicas do SUS e
assistência terapêutica e recuperação de imprescindíveis à execução das ações e
deficiências nutricionais; serviços públicos de saúde; e

35
XII - gestão do sistema público de saúde e X - ações e serviços públicos de saúde
operação de unidades prestadoras de custeados com recursos distintos dos
serviços públicos de saúde. especificados na base de cálculo definida
nesta Lei Complementar ou vinculados a
Art. 4o Não constituirão despesas com ações fundos específicos distintos daqueles da
e serviços públicos de saúde, para fins de saúde.
apuração dos percentuais mínimos de que
trata esta Lei Complementar, aquelas CAPÍTULO III
decorrentes de:
DA APLICAÇÃO DE RECURSOS EM AÇÕES
I - pagamento de aposentadorias e pensões, E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE
inclusive dos servidores da saúde;
Seção I
II - pessoal ativo da área de saúde quando em
atividade alheia à referida área; Dos Recursos Mínimos

III - assistência à saúde que não atenda ao Art. 5o A União aplicará, anualmente, em
princípio de acesso universal; ações e serviços públicos de saúde, o
montante correspondente ao valor
IV - merenda escolar e outros programas de empenhado no exercício financeiro anterior,
alimentação, ainda que executados em apurado nos termos desta Lei Complementar,
unidades do SUS, ressalvando-se o disposto acrescido de, no mínimo, o percentual
no inciso II do art. 3o; correspondente à variação nominal do
Produto Interno Bruto (PIB) ocorrida no ano
V - saneamento básico, inclusive quanto às anterior ao da lei orçamentária anual.
ações financiadas e mantidas com recursos
provenientes de taxas, tarifas ou preços § 1o (VETADO).
públicos instituídos para essa finalidade;
§ 2o Em caso de variação negativa do PIB, o
VI - limpeza urbana e remoção de resíduos; valor de que trata o caput não poderá ser
reduzido, em termos nominais, de um
VII - preservação e correção do meio exercício financeiro para o outro.
ambiente, realizadas pelos órgãos de meio
ambiente dos entes da Federação ou por § 3o (VETADO).
entidades não governamentais;
§ 4o (VETADO).
VIII - ações de assistência social;
§ 5o (VETADO).
IX - obras de infraestrutura, ainda que
realizadas para beneficiar direta ou Art. 6o Os Estados e o Distrito Federal
indiretamente a rede de saúde; e aplicarão, anualmente, em ações e serviços
públicos de saúde, no mínimo, 12% (doze por
cento) da arrecadação dos impostos a que se
36
refere o art. 155 e dos recursos de que tratam e dos juros de mora provenientes dos
o art. 157, a alínea “a” do inciso I e o inciso II impostos e da sua respectiva dívida ativa.
do caput do art. 159, todos da Constituição
Federal, deduzidas as parcelas que forem Art. 11. Os Estados, o Distrito Federal e os
transferidas aos respectivos Municípios. Municípios deverão observar o disposto nas
respectivas Constituições ou Leis Orgânicas
Parágrafo único. (VETADO). sempre que os percentuais nelas
estabelecidos forem superiores aos fixados
Art. 7o Os Municípios e o Distrito Federal nesta Lei Complementar para aplicação em
aplicarão anualmente em ações e serviços ações e serviços públicos de saúde. (Vide
públicos de saúde, no mínimo, 15% (quinze ADIN 5897)
por cento) da arrecadação dos impostos a
que se refere o art. 156 e dos recursos de que Seção II
tratam o art. 158 e a alínea “b” do inciso I do
caput e o § 3º do art. 159, todos da Do Repasse e Aplicação dos Recursos
Constituição Federal. Mínimos

Parágrafo único. (VETADO). Art. 12. Os recursos da União serão


repassados ao Fundo Nacional de Saúde e às
Art. 8o O Distrito Federal aplicará, demais unidades orçamentárias que
anualmente, em ações e serviços públicos de compõem o órgão Ministério da Saúde, para
saúde, no mínimo, 12% (doze por cento) do ser aplicados em ações e serviços públicos de
produto da arrecadação direta dos impostos saúde.
que não possam ser segregados em base
estadual e em base municipal. Art. 13. (VETADO).

Art. 9o Está compreendida na base de cálculo § 1o (VETADO).


dos percentuais dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios qualquer § 2o Os recursos da União previstos nesta Lei
compensação financeira proveniente de Complementar serão transferidos aos demais
impostos e transferências constitucionais entes da Federação e movimentados, até a
previstos no § 2º do art. 198 da Constituição sua destinação final, em contas específicas
Federal, já instituída ou que vier a ser criada, mantidas em instituição financeira oficial
bem como a dívida ativa, a multa e os juros de federal, observados os critérios e
mora decorrentes dos impostos cobrados procedimentos definidos em ato próprio do
diretamente ou por meio de processo Chefe do Poder Executivo da União.
administrativo ou judicial.
§ 3o (VETADO).
Art. 10. Para efeito do cálculo do montante
§ 4o A movimentação dos recursos
de recursos previsto no § 3o do art. 5o e nos
repassados aos Fundos de Saúde dos
arts. 6o e 7o, devem ser considerados os
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
recursos decorrentes da dívida ativa, da multa
deve realizar-se, exclusivamente, mediante
37
cheque nominativo, ordem bancária, § 4o (VETADO).
transferência eletrônica disponível ou outra
modalidade de saque autorizada pelo Banco Seção III
Central do Brasil, em que fique identificada a
sua destinação e, no caso de pagamento, o Da Movimentação dos Recursos da União
credor.
Art. 17. O rateio dos recursos da União
Art. 14. O Fundo de Saúde, instituído por lei vinculados a ações e serviços públicos de
e mantido em funcionamento pela saúde e repassados na forma do caput dos
administração direta da União, dos Estados, arts. 18 e 22 aos Estados, ao Distrito Federal
do Distrito Federal e dos Municípios, e aos Municípios observará as necessidades
constituir-se-á em unidade orçamentária e de saúde da população, as dimensões
gestora dos recursos destinados a ações e epidemiológica, demográfica,
serviços públicos de saúde, ressalvados os socioeconômica, espacial e de capacidade de
recursos repassados diretamente às unidades oferta de ações e de serviços de saúde e,
vinculadas ao Ministério da Saúde. ainda, o disposto no art. 35 da Lei no 8.080,
de 19 de setembro de 1990, de forma a
Art. 15. (VETADO). atender os objetivos do inciso II do § 3o do
art. 198 da Constituição Federal.
Art. 16. O repasse dos recursos previstos nos
arts. 6o a 8o será feito diretamente ao Fundo § 1o O Ministério da Saúde definirá e
de Saúde do respectivo ente da Federação e, publicará, anualmente, utilizando
no caso da União, também às demais metodologia pactuada na comissão
unidades orçamentárias do Ministério da intergestores tripartite e aprovada pelo
Saúde. Conselho Nacional de Saúde, os montantes a
serem transferidos a cada Estado, ao Distrito
§ 1o (VETADO). Federal e a cada Município para custeio das
ações e serviços públicos de saúde.
§ 2o (VETADO).
§ 2o Os recursos destinados a investimentos
§ 3o As instituições financeiras referidas no § terão sua programação realizada anualmente
3o do art. 164 da Constituição Federal são e, em sua alocação, serão considerados
obrigadas a evidenciar, nos demonstrativos prioritariamente critérios que visem a reduzir
financeiros das contas correntes do ente da as desigualdades na oferta de ações e
Federação, divulgados inclusive em meio serviços públicos de saúde e garantir a
eletrônico, os valores globais das integralidade da atenção à saúde.
transferências e as parcelas correspondentes
destinadas ao Fundo de Saúde, quando § 3o O Poder Executivo, na forma
adotada a sistemática prevista no § 2o deste estabelecida no inciso I do caput do art. 9o da
artigo, observadas as normas editadas pelo Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990,
Banco Central do Brasil. manterá os Conselhos de Saúde e os
Tribunais de Contas de cada ente da
38
Federação informados sobre o montante de do inciso II do § 3º do art. 198 da Constituição
recursos previsto para transferência da União Federal.
para Estados, Distrito Federal e Municípios
com base no Plano Nacional de Saúde, no § 1o Os Planos Estaduais de Saúde deverão
termo de compromisso de gestão firmado explicitar a metodologia de alocação dos
entre a União, Estados e Municípios. recursos estaduais e a previsão anual de
recursos aos Municípios, pactuadas pelos
Art. 18. Os recursos do Fundo Nacional de gestores estaduais e municipais, em comissão
Saúde, destinados a despesas com as ações e intergestores bipartite, e aprovadas pelo
serviços públicos de saúde, de custeio e Conselho Estadual de Saúde.
capital, a serem executados pelos Estados,
pelo Distrito Federal ou pelos Municípios § 2o O Poder Executivo, na forma
serão transferidos diretamente aos estabelecida no inciso II do caput do art. 9º da
respectivos fundos de saúde, de forma Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990,
regular e automática, dispensada a manterá o respectivo Conselho de Saúde e
celebração de convênio ou outros Tribunal de Contas informados sobre o
instrumentos jurídicos. montante de recursos previsto para
transferência do Estado para os Municípios
Parágrafo único. Em situações específicas, os com base no Plano Estadual de Saúde.
recursos federais poderão ser transferidos aos
Fundos de Saúde por meio de transferência Art. 20. As transferências dos Estados para os
voluntária realizada entre a União e os demais Municípios destinadas a financiar ações e
entes da Federação, adotados quaisquer dos serviços públicos de saúde serão realizadas
meios formais previstos no inciso VI do art. 71 diretamente aos Fundos Municipais de
da Constituição Federal, observadas as Saúde, de forma regular e automática, em
normas de financiamento. conformidade com os critérios de
transferência aprovados pelo respectivo
Seção IV Conselho de Saúde.

Da Movimentação dos Recursos dos Estados Parágrafo único. Em situações específicas, os


recursos estaduais poderão ser repassados
Art. 19. O rateio dos recursos dos Estados aos Fundos de Saúde por meio de
transferidos aos Municípios para ações e transferência voluntária realizada entre o
serviços públicos de saúde será realizado Estado e seus Municípios, adotados
segundo o critério de necessidades de saúde quaisquer dos meios formais previstos
da população e levará em consideração as no inciso VI do art. 71 da Constituição
dimensões epidemiológica, demográfica, Federal, observadas as normas de
socioeconômica e espacial e a capacidade de financiamento.
oferta de ações e de serviços de saúde,
observada a necessidade de reduzir as Art. 21. Os Estados e os Municípios que
desigualdades regionais, nos termos estabelecerem consórcios ou outras formas
legais de cooperativismo, para a execução
39
conjunta de ações e serviços de saúde e I - à instituição e ao funcionamento do Fundo
cumprimento da diretriz constitucional de e do Conselho de Saúde no âmbito do ente
regionalização e hierarquização da rede de da Federação; e
serviços, poderão remanejar entre si parcelas
dos recursos dos Fundos de Saúde derivadas II - à elaboração do Plano de Saúde.
tanto de receitas próprias como de
transferências obrigatórias, que serão Art. 23. Para a fixação inicial dos valores
administradas segundo modalidade gerencial correspondentes aos recursos mínimos
pactuada pelos entes envolvidos. estabelecidos nesta Lei Complementar, será
considerada a receita estimada na lei do
Parágrafo único. A modalidade gerencial orçamento anual, ajustada, quando for o
referida no caput deverá estar em caso, por lei que autorizar a abertura de
consonância com os preceitos do Direito créditos adicionais.
Administrativo Público, com os princípios
inscritos na Lei nº 8.080, de 19 de setembro Parágrafo único. As diferenças entre a receita
de 1990, na Lei no 8.142, de 28 de dezembro e a despesa previstas e as efetivamente
de 1990, e na Lei no 11.107, de 6 de abril de realizadas que resultem no não atendimento
2005, e com as normas do SUS pactuadas na dos percentuais mínimos obrigatórios serão
comissão intergestores tripartite e aprovadas apuradas e corrigidas a cada quadrimestre do
pelo Conselho Nacional de Saúde. exercício financeiro.

Seção V Art. 24. Para efeito de cálculo dos recursos


mínimos a que se refere esta Lei
Disposições Gerais Complementar, serão consideradas:

Art. 22. É vedada a exigência de restrição à I - as despesas liquidadas e pagas no


entrega dos recursos referidos no inciso II do exercício; e
§ 3º do art. 198 da Constituição Federal na
modalidade regular e automática prevista II - as despesas empenhadas e não liquidadas,
nesta Lei Complementar, os quais são inscritas em Restos a Pagar até o limite das
considerados transferência obrigatória disponibilidades de caixa ao final do
destinada ao custeio de ações e serviços exercício, consolidadas no Fundo de Saúde.
públicos de saúde no âmbito do SUS, sobre a
§ 1o A disponibilidade de caixa vinculada aos
qual não se aplicam as vedações do inciso X
Restos a Pagar, considerados para fins do
do art. 167 da Constituição Federal e do art.
mínimo na forma do inciso II do caput e
25 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio
posteriormente cancelados ou prescritos,
de 2000.
deverá ser, necessariamente, aplicada em
Parágrafo único. A vedação prevista ações e serviços públicos de saúde.
no caput não impede a União e os Estados de
§ 2o Na hipótese prevista no § 1o, a
condicionarem a entrega dos recursos:
disponibilidade deverá ser efetivamente

40
aplicada em ações e serviços públicos de ao da apuração da diferença, sem prejuízo do
saúde até o término do exercício seguinte ao montante mínimo do exercício de referência
do cancelamento ou da prescrição dos e das sanções cabíveis.
respectivos Restos a Pagar, mediante
dotação específica para essa finalidade, sem Parágrafo único. Compete ao Tribunal de
prejuízo do percentual mínimo a ser aplicado Contas, no âmbito de suas atribuições,
no exercício correspondente. verificar a aplicação dos recursos mínimos em
ações e serviços públicos de saúde de cada
§ 3o Nos Estados, no Distrito Federal e nos ente da Federação sob sua jurisdição, sem
Municípios, serão consideradas para fins de prejuízo do disposto no art. 39 e observadas
apuração dos percentuais mínimos fixados as normas estatuídas nesta Lei
nesta Lei Complementar as despesas Complementar.
incorridas no período referentes à
amortização e aos respectivos encargos Art. 26. Para fins de efetivação do disposto
financeiros decorrentes de operações de no inciso II do parágrafo único do art. 160 da
crédito contratadas a partir de 1 o de janeiro Constituição Federal, o condicionamento da
de 2000, visando ao financiamento de ações entrega de recursos poderá ser feito
e serviços públicos de saúde. mediante exigência da comprovação de
aplicação adicional do percentual mínimo que
§ 4o Não serão consideradas para fins de deixou de ser aplicado em ações e serviços
apuração dos mínimos constitucionais públicos de saúde no exercício
definidos nesta Lei Complementar as ações e imediatamente anterior, apurado e divulgado
serviços públicos de saúde referidos no art. segundo as normas estatuídas nesta Lei
3o: Complementar, depois de expirado o prazo
para publicação dos demonstrativos do
I - na União, nos Estados, no Distrito Federal encerramento do exercício previstos no art.
e nos Municípios, referentes a despesas 52 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio
custeadas com receitas provenientes de de 2000.
operações de crédito contratadas para essa
finalidade ou quaisquer outros recursos não § 1o No caso de descumprimento dos
considerados na base de cálculo da receita, percentuais mínimos pelos Estados, pelo
nos casos previstos nos arts. 6o e 7o; Distrito Federal e pelos Municípios, verificado
a partir da fiscalização dos Tribunais de
II - (VETADO). Contas ou das informações declaradas e
homologadas na forma do sistema eletrônico
Art. 25. Eventual diferença que implique o instituído nesta Lei Complementar, a União e
não atendimento, em determinado exercício, os Estados poderão restringir, a título de
dos recursos mínimos previstos nesta Lei medida preliminar, o repasse dos recursos
Complementar deverá, observado o disposto referidos nos incisos II e III do § 2º do art. 198
no inciso II do parágrafo único do art. 160 da da Constituição Federal ao emprego em
Constituição Federal, ser acrescida ao ações e serviços públicos de saúde, até o
montante mínimo do exercício subsequente montante correspondente à parcela do
41
mínimo que deixou de ser aplicada em Estados, do Distrito Federal ou dos
exercícios anteriores, mediante depósito Municípios, as transferências voluntárias da
direto na conta corrente vinculada ao Fundo União e dos Estados poderão ser
de Saúde, sem prejuízo do condicionamento restabelecidas desde que o ente beneficiário
da entrega dos recursos à comprovação comprove o cumprimento das disposições
prevista no inciso II do parágrafo único do art. estatuídas neste artigo, sem prejuízo das
160 da Constituição Federal. exigências, restrições e sanções previstas na
legislação vigente.
§ 2o Os Poderes Executivos da União e de
cada Estado editarão, no prazo de 90 Art. 27. Quando os órgãos de controle
(noventa) dias a partir da vigência desta Lei interno do ente beneficiário, do ente
Complementar, atos próprios estabelecendo transferidor ou o Ministério da Saúde
os procedimentos de suspensão e detectarem que os recursos previstos
restabelecimento das transferências no inciso II do § 3º do art. 198 da Constituição
constitucionais de que trata o § 1 o, a serem Federal estão sendo utilizados em ações e
adotados caso os recursos repassados serviços diversos dos previstos no art.
diretamente à conta do Fundo de Saúde não 3o desta Lei Complementar, ou em objeto de
sejam efetivamente aplicados no prazo fixado saúde diverso do originalmente pactuado,
por cada ente, o qual não poderá exceder a darão ciência ao Tribunal de Contas e ao
12 (doze) meses contados a partir da data em Ministério Público competentes, de acordo
que ocorrer o referido repasse. com a origem do recurso, com vistas:

§ 3o Os efeitos das medidas restritivas I - à adoção das providências legais, no


previstas neste artigo serão suspensos sentido de determinar a imediata devolução
imediatamente após a comprovação por dos referidos recursos ao Fundo de Saúde do
parte do ente da Federação beneficiário da ente da Federação beneficiário, devidamente
aplicação adicional do montante referente ao atualizados por índice oficial adotado pelo
percentual que deixou de ser aplicado, ente transferidor, visando ao cumprimento do
observadas as normas estatuídas nesta Lei objetivo do repasse;
Complementar, sem prejuízo do percentual
mínimo a ser aplicado no exercício corrente. II - à responsabilização nas esferas
competentes.
§ 4o A medida prevista no caput será
restabelecida se houver interrupção do Art. 28. São vedadas a limitação de empenho
cumprimento do disposto neste artigo ou se e a movimentação financeira que
for constatado erro ou fraude, sem prejuízo comprometam a aplicação dos recursos
das sanções cabíveis ao agente que agir, mínimos de que tratam os arts. 5o a 7o.
induzir ou concorrer, direta ou indiretamente,
para a prática do ato fraudulento. Art. 29. É vedado aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios excluir da base de
§ 5o Na hipótese de descumprimento dos cálculo das receitas de que trata esta Lei
percentuais mínimos de saúde por parte dos Complementar quaisquer parcelas de
42
impostos ou transferências constitucionais Da Transparência e Visibilidade da Gestão da
vinculadas a fundos ou despesas, por ocasião Saúde
da apuração do percentual ou montante
mínimo a ser aplicado em ações e serviços Art. 31. Os órgãos gestores de saúde da
públicos de saúde. União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios darão ampla divulgação, inclusive
Art. 30. Os planos plurianuais, as leis de em meios eletrônicos de acesso público, das
diretrizes orçamentárias, as leis orçamentárias prestações de contas periódicas da área da
e os planos de aplicação dos recursos dos saúde, para consulta e apreciação dos
fundos de saúde da União, dos Estados, do cidadãos e de instituições da sociedade, com
Distrito Federal e dos Municípios serão ênfase no que se refere a:
elaborados de modo a dar cumprimento ao
disposto nesta Lei Complementar. I - comprovação do cumprimento do disposto
nesta Lei Complementar;
§ 1o O processo de planejamento e
orçamento será ascendente e deverá partir II - Relatório de Gestão do SUS;
das necessidades de saúde da população em
cada região, com base no perfil III - avaliação do Conselho de Saúde sobre a
epidemiológico, demográfico e gestão do SUS no âmbito do respectivo ente
socioeconômico, para definir as metas anuais da Federação.
de atenção integral à saúde e estimar os
Parágrafo único. A transparência e a
respectivos custos.
visibilidade serão asseguradas mediante
§ 2o Os planos e metas regionais resultantes incentivo à participação popular e realização
das pactuações intermunicipais constituirão a de audiências públicas, durante o processo
base para os planos e metas estaduais, que de elaboração e discussão do plano de
promoverão a equidade interregional. saúde.

§ 3o Os planos e metas estaduais constituirão Seção II


a base para o plano e metas nacionais, que
Da Escrituração e Consolidação das Contas
promoverão a equidade interestadual.
da Saúde
§ 4o Caberá aos Conselhos de Saúde
Art. 32. Os órgãos de saúde da União, dos
deliberar sobre as diretrizes para o
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
estabelecimento de prioridades.
manterão registro contábil relativo às
CAPÍTULO IV despesas efetuadas com ações e serviços
públicos de saúde.
DA TRANSPARÊNCIA, VISIBILIDADE,
FISCALIZAÇÃO, AVALIAÇÃO E CONTROLE Parágrafo único. As normas gerais para fins
do registro de que trata o caput serão
Seção I editadas pelo órgão central de contabilidade
da União, observada a necessidade de
43
segregação das informações, com vistas a dar II - auditorias realizadas ou em fase de
cumprimento às disposições desta Lei execução no período e suas recomendações
Complementar. e determinações;

Art. 33. O gestor de saúde promoverá a III - oferta e produção de serviços públicos na
consolidação das contas referentes às rede assistencial própria, contratada e
despesas com ações e serviços públicos de conveniada, cotejando esses dados com os
saúde executadas por órgãos e entidades da indicadores de saúde da população em seu
administração direta e indireta do respectivo âmbito de atuação.
ente da Federação.
§ 1o A União, os Estados, o Distrito Federal e
Seção III os Municípios deverão comprovar a
observância do disposto neste artigo
Da Prestação de Contas mediante o envio de Relatório de Gestão ao
respectivo Conselho de Saúde, até o dia 30
Art. 34. A prestação de contas prevista no de março do ano seguinte ao da execução
art. 37 conterá demonstrativo das despesas financeira, cabendo ao Conselho emitir
com saúde integrante do Relatório Resumido parecer conclusivo sobre o cumprimento ou
da Execução Orçamentária, a fim de subsidiar não das normas estatuídas nesta Lei
a emissão do parecer prévio de que trata Complementar, ao qual será dada ampla
o art. 56 da Lei Complementar no 101, de 4 de divulgação, inclusive em meios eletrônicos de
maio de 2000. acesso público, sem prejuízo do disposto
nos arts. 56 e 57 da Lei Complementar nº
Art. 35. As receitas correntes e as despesas
101, de 4 de maio de 2000.
com ações e serviços públicos de saúde serão
apuradas e publicadas nos balanços do Poder § 2o Os entes da Federação deverão
Executivo, assim como em demonstrativo encaminhar a programação anual do Plano de
próprio que acompanhará o relatório de que Saúde ao respectivo Conselho de Saúde, para
trata o § 3o do art. 165 da Constituição aprovação antes da data de encaminhamento
Federal. da lei de diretrizes orçamentárias do exercício
correspondente, à qual será dada ampla
Art. 36. O gestor do SUS em cada ente da
divulgação, inclusive em meios eletrônicos de
Federação elaborará Relatório detalhado
acesso público.
referente ao quadrimestre anterior, o qual
conterá, no mínimo, as seguintes § 3o Anualmente, os entes da Federação
informações: atualizarão o cadastro no Sistema de que
trata o art. 39 desta Lei Complementar, com
I - montante e fonte dos recursos aplicados no
menção às exigências deste artigo, além de
período;
indicar a data de aprovação do Relatório de
Gestão pelo respectivo Conselho de Saúde.

44
§ 4o O Relatório de que trata o caput será III - à aplicação dos recursos mínimos em
elaborado de acordo com modelo ações e serviços públicos de saúde,
padronizado aprovado pelo Conselho observadas as regras previstas nesta Lei
Nacional de Saúde, devendo-se adotar Complementar;
modelo simplificado para Municípios com
população inferior a 50.000 (cinquenta mil IV - às transferências dos recursos aos Fundos
habitantes). de Saúde;

§ 5o O gestor do SUS apresentará, até o final V - à aplicação dos recursos vinculados ao


dos meses de maio, setembro e fevereiro, em SUS;
audiência pública na Casa Legislativa do
respectivo ente da Federação, o Relatório de VI - à destinação dos recursos obtidos com a
que trata o caput. alienação de ativos adquiridos com recursos
vinculados à saúde.
Seção IV
Art. 39. Sem prejuízo das atribuições próprias
Da Fiscalização da Gestão da Saúde do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas
de cada ente da Federação, o Ministério da
Art. 37. Os órgãos fiscalizadores examinarão, Saúde manterá sistema de registro eletrônico
prioritariamente, na prestação de contas de centralizado das informações de saúde
recursos públicos prevista no art. 56 da Lei referentes aos orçamentos públicos da União,
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, dos Estados, do Distrito Federal e dos
o cumprimento do disposto no art. 198 da Municípios, incluída sua execução, garantido
Constituição Federal e nesta Lei o acesso público às informações.
Complementar.
§ 1o O Sistema de Informação sobre
Art. 38. O Poder Legislativo, diretamente ou Orçamento Público em Saúde (Siops), ou
com o auxílio dos Tribunais de Contas, do outro sistema que venha a substituí-lo, será
sistema de auditoria do SUS, do órgão de desenvolvido com observância dos seguintes
controle interno e do Conselho de Saúde de requisitos mínimos, além de outros
cada ente da Federação, sem prejuízo do que estabelecidos pelo Ministério da Saúde
dispõe esta Lei Complementar, fiscalizará o mediante regulamento:
cumprimento das normas desta Lei
Complementar, com ênfase no que diz I - obrigatoriedade de registro e atualização
respeito: permanente dos dados pela União, pelos
Estados, pelo Distrito Federal e pelos
I - à elaboração e execução do Plano de Municípios;
Saúde Plurianual;
II - processos informatizados de declaração,
II - ao cumprimento das metas para a saúde armazenamento e exportação dos dados;
estabelecidas na lei de diretrizes
orçamentárias;

45
III - disponibilização do programa de pública para todos os fins previstos nesta Lei
declaração aos gestores do SUS no âmbito de Complementar e na legislação concernente.
cada ente da Federação, preferencialmente
em meio eletrônico de acesso público; § 3o O Ministério da Saúde estabelecerá as
diretrizes para o funcionamento do sistema
IV - realização de cálculo automático dos informatizado, bem como os prazos para o
recursos mínimos aplicados em ações e registro e homologação das informações no
serviços públicos de saúde previstos nesta Lei Siops, conforme pactuado entre os gestores
Complementar, que deve constituir fonte de do SUS, observado o disposto no art. 52 da
informação para elaboração dos Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de
demonstrativos contábeis e extracontábeis; 2000.

V - previsão de módulo específico de controle § 4o Os resultados do monitoramento e


externo, para registro, por parte do Tribunal avaliação previstos neste artigo serão
de Contas com jurisdição no território de apresentados de forma objetiva, inclusive por
cada ente da Federação, das informações meio de indicadores, e integrarão o Relatório
sobre a aplicação dos recursos em ações e de Gestão de cada ente federado, conforme
serviços públicos de saúde consideradas para previsto no art. 4o da Lei no 8.142, de 28 de
fins de emissão do parecer prévio divulgado dezembro de 1990.
nos termos dos arts. 48 e 56 da Lei
Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, § 5o O Ministério da Saúde, sempre que
sem prejuízo das informações declaradas e verificar o descumprimento das disposições
homologadas pelos gestores do SUS; previstas nesta Lei Complementar, dará
ciência à direção local do SUS e ao respectivo
VI - integração, mediante processamento Conselho de Saúde, bem como aos órgãos de
automático, das informações do Siops ao auditoria do SUS, ao Ministério Público e aos
sistema eletrônico centralizado de controle órgãos de controle interno e externo do
das transferências da União aos demais entes respectivo ente da Federação, observada a
da Federação mantido pelo Ministério da origem do recurso para a adoção das
Fazenda, para fins de controle das medidas cabíveis.
disposições do inciso II do parágrafo único do
art. 160 da Constituição Federal e do art. 25 § 6o O descumprimento do disposto neste
da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de artigo implicará a suspensão das
2000. transferências voluntárias entre os entes da
Federação, observadas as normas estatuídas
§ 2o Atribui-se ao gestor de saúde declarante no art. 25 da Lei Complementar nº 101, de 4
dos dados contidos no sistema especificado de maio de 2000.
no caput a responsabilidade pelo registro dos
dados no Siops nos prazos definidos, assim Art. 40. Os Poderes Executivos da União, dos
como pela fidedignidade dos dados Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
homologados, aos quais se conferirá fé disponibilizarão, aos respectivos Tribunais de
Contas, informações sobre o cumprimento
46
desta Lei Complementar, com a finalidade de DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
subsidiar as ações de controle e fiscalização.
Art. 43. A União prestará cooperação técnica
Parágrafo único. Constatadas divergências e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e
entre os dados disponibilizados pelo Poder aos Municípios para a implementação do
Executivo e os obtidos pelos Tribunais de disposto no art. 20 e para a modernização dos
Contas em seus procedimentos de respectivos Fundos de Saúde, com vistas ao
fiscalização, será dado ciência ao Poder cumprimento das normas desta Lei
Executivo e à direção local do SUS, para que Complementar.
sejam adotadas as medidas cabíveis, sem
prejuízo das sanções previstas em lei. § 1o A cooperação técnica consiste na
implementação de processos de educação na
Art. 41. Os Conselhos de Saúde, no âmbito saúde e na transferência de tecnologia
de suas atribuições, avaliarão a cada visando à operacionalização do sistema
quadrimestre o relatório consolidado do eletrônico de que trata o art. 39, bem como
resultado da execução orçamentária e na formulação e disponibilização de
financeira no âmbito da saúde e o relatório do indicadores para a avaliação da qualidade das
gestor da saúde sobre a repercussão da ações e serviços públicos de saúde, que
execução desta Lei Complementar nas deverão ser submetidos à apreciação dos
condições de saúde e na qualidade dos respectivos Conselhos de Saúde.
serviços de saúde das populações respectivas
e encaminhará ao Chefe do Poder Executivo § 2o A cooperação financeira consiste na
do respectivo ente da Federação as entrega de bens ou valores e no
indicações para que sejam adotadas as financiamento por intermédio de instituições
medidas corretivas necessárias. financeiras federais.

Art. 42. Os órgãos do sistema de auditoria, Art. 44. No âmbito de cada ente da
controle e avaliação do SUS, no âmbito da Federação, o gestor do SUS disponibilizará ao
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Conselho de Saúde, com prioridade para os
Municípios, deverão verificar, pelo sistema de representantes dos usuários e dos
amostragem, o cumprimento do disposto trabalhadores da saúde, programa
nesta Lei Complementar, além de verificar a permanente de educação na saúde para
veracidade das informações constantes do qualificar sua atuação na formulação de
Relatório de Gestão, com ênfase na estratégias e assegurar efetivo controle social
verificação presencial dos resultados da execução da política de saúde, em
alcançados no relatório de saúde, sem conformidade com o § 2º do art. 1º da Lei nº
prejuízo do acompanhamento pelos órgãos 8.142, de 28 de dezembro de 1990.
de controle externo e pelo Ministério Público
com jurisdição no território do ente da Art. 45. (VETADO).
Federação.
Art. 46. As infrações dos dispositivos desta
CAPÍTULO V Lei Complementar serão punidas segundo
47
o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de § 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a
1940 (Código Penal), a Lei no 1.079, de 10 de cada quatro anos com a representação dos
abril de 1950, o Decreto-Lei no 201, de 27 de vários segmentos sociais, para avaliar a
fevereiro de 1967, a Lei no 8.429, de 2 de situação de saúde e propor as diretrizes para
junho de 1992, e demais normas da legislação a formulação da política de saúde nos níveis
pertinente. correspondentes, convocada pelo Poder
Executivo ou, extraordinariamente, por esta
Art. 47. Revogam-se o § 1o do art. 35 da Lei ou pelo Conselho de Saúde.
no 8.080, de 19 de setembro de 1990, e o art.
12 da Lei no 8.689, de 27 de julho de 1993. § 2° O Conselho de Saúde, em caráter
permanente e deliberativo, órgão colegiado
Art. 48. Esta Lei Complementar entra em composto por representantes do governo,
vigor na data de sua publicação. prestadores de serviço, profissionais de saúde
e usuários, atua na formulação de estratégias
Brasília, 13 de janeiro de 2012; 191o da e no controle da execução da política de
Independência e 124o da República. saúde na instância correspondente, inclusive
nos aspectos econômicos e financeiros, cujas
Lei nº 8.142, de 28 de decisões serão homologadas pelo chefe do
dezembro de 1990 poder legalmente constituído em cada esfera
do governo.
Dispõe sobre a participação da comunidade
na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e § 3° O Conselho Nacional de Secretários de
sobre as transferências intergovernamentais Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de
de recursos financeiros na área da saúde e dá Secretários Municipais de Saúde (Conasems)
outras providências. terão representação no Conselho Nacional de
Saúde.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber
que o Congresso Nacional decreta e eu § 4° A representação dos usuários nos
sanciono a seguinte lei: Conselhos de Saúde e Conferências será
paritária em relação ao conjunto dos demais
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de segmentos.
que trata a Lei n° 8.080, de 19 de setembro
de 1990, contará, em cada esfera de governo, § 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos
sem prejuízo das funções do Poder de Saúde terão sua organização e normas de
Legislativo, com as seguintes instâncias funcionamento definidas em regimento
colegiadas: próprio, aprovadas pelo respectivo conselho.

I - a Conferência de Saúde; e Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de


Saúde (FNS) serão alocados como:
II - o Conselho de Saúde.

48
I - despesas de custeio e de capital do § 3° Os Municípios poderão estabelecer
Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, consórcio para execução de ações e serviços
da administração direta e indireta; de saúde, remanejando, entre si, parcelas de
recursos previstos no inciso IV do art. 2° desta
II - investimentos previstos em lei lei.
orçamentária, de iniciativa do Poder
Legislativo e aprovados pelo Congresso Art. 4° Para receberem os recursos, de que
Nacional; trata o art. 3° desta lei, os Municípios, os
Estados e o Distrito Federal deverão contar
III - investimentos previstos no Plano com:
Qüinqüenal do Ministério da Saúde;
I - Fundo de Saúde;
IV - cobertura das ações e serviços de saúde
a serem implementados pelos Municípios, II - Conselho de Saúde, com composição
Estados e Distrito Federal. paritária de acordo com o Decreto n° 99.438,
de 7 de agosto de 1990;
Parágrafo único. Os recursos referidos no
inciso IV deste artigo destinar-se-ão a III - plano de saúde;
investimentos na rede de serviços, à
cobertura assistencial ambulatorial e IV - relatórios de gestão que permitam o
hospitalar e às demais ações de saúde. controle de que trata o § 4° do art. 33 da Lei
n° 8.080, de 19 de setembro de 1990;
Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do
art. 2° desta lei serão repassados de forma V - contrapartida de recursos para a saúde no
regular e automática para os Municípios, respectivo orçamento;
Estados e Distrito Federal, de acordo com os
critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, VI - Comissão de elaboração do Plano de
de 19 de setembro de 1990. Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o
prazo de dois anos para sua implantação.
§ 1° Enquanto não for regulamentada a
aplicação dos critérios previstos no art. 35 da Parágrafo único. O não atendimento pelos
Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, será Municípios, ou pelos Estados, ou pelo Distrito
utilizado, para o repasse de recursos, Federal, dos requisitos estabelecidos neste
exclusivamente o critério estabelecido no § 1° artigo, implicará em que os recursos
do mesmo artigo. (Vide Lei nº 8.080, de 1990) concernentes sejam administrados,
respectivamente, pelos Estados ou pela
§ 2° Os recursos referidos neste artigo serão União.
destinados, pelo menos setenta por cento,
aos Municípios, afetando-se o restante aos Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante
Estados. portaria do Ministro de Estado, autorizado a
estabelecer condições para aplicação desta
lei.

49
Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua 1988, concretizam-se, na vivência cotidiana
publicação. do povo brasileiro, por intermédio de um
crescente entendimento e incorporação de
Art. 7° Revogam-se as disposições em seus princípios ideológicos e doutrinários,
contrário. como, também, pelo exercício de seus
princípios organizacionais.
Brasília, 28 de dezembro de 1990; 169° da
Independência e 102° da República. Esses ideais foram transformados, na Carta
Magna, em direito à saúde, o que significa
que cada um e todos os brasileiros devem
construir e usufruir de políticas públicas −
Portaria nº 2.203, de 5 de econômicas e sociais − que reduzam riscos e
novembro de 1996 – NOB 96 agravos à saúde. Esse direito significa,
igualmente, o acesso universal (para todos) e
O Ministro de Estado da Saúde, no uso de equânime (com justa igualdade) a serviços e
suas atribuições, e considerando que está ações de promoção, proteção e recuperação
expirado o prazo para apresentação de da saúde (atendimento integral).
contribuições ao aperfeiçoamento da Norma
Operacional Básica – NOB 1/96 do Sistema A partir da nova Constituição da República,
Único de Saúde (SUS), o qual foi definido pela várias iniciativas institucionais, legais e
Portaria nº 1.742, de 30 de agosto de 1996, e comunitárias foram criando as condições de
prorrogado por recomendação da Plenária da viabilização plena do direito à saúde.
10ª Conferência Nacional de Saúde, resolve: Destacam-se, neste sentido, no âmbito
jurídico institucional, as chamadas Leis
Art. 1º Aprovar, nos termos do texto anexo a Orgânicas da Saúde (Nº. 8.080/90 e
esta Portaria, a NOB 1/96, a qual redefine o 8.142/90), o Decreto Nº.99.438/90 e as
modelo de gestão do Sistema Único de Normas Operacionais Básicas (NOB),
Saúde, constituindo, por conseguinte, editadas em 1991 e 1993.
instrumento imprescindível à viabilização da
atenção integral à saúde da população e ao Com a Lei Nº 8.080/90, fica regulamentado o
disciplinamento das relações entre as três Sistema Único de Saúde - SUS, estabelecido
esferas de gestão do Sistema. pela Constituição Federal de 1988, que
agrega todos os serviços estatais − das
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de esferas federal, estadual e municipal − e os
sua publicação. serviços privados (desde que contratados ou
conveniados) e que é responsabilizado, ainda
ANEXO que sem exclusividade, pela concretização
dos princípios constitucionais.
1. INTRODUÇÃO
As Normas Operacionais Básicas, por sua vez,
Os ideais históricos de civilidade, no âmbito a partir da avaliação do estágio de
da saúde, consolidados na Constituição de implantação e desempenho do SUS, se
50
voltam, mais direta e imediatamente, para a papel da família, da comunidade e dos
definição de estratégias e movimentos próprios indivíduos, na promoção, proteção e
táticos, que orientam a operacionalidade recuperação da saúde.
deste Sistema.
Isso implica aperfeiçoar a gestão dos serviços
2. FINALIDADE de saúde no país e a própria organização do
Sistema, visto que o município passa a ser, de
A presente Norma Operacional Básica tem fato, o responsável imediato pelo
por finalidade primordial promover e atendimento das necessidades e demandas
consolidar o pleno exercício, por parte do de saúde do seu povo e das exigências de
poder público municipal e do Distrito Federal, intervenções saneadoras em seu território.
da função de gestor da atenção à saúde dos
seus munícipes (Artigo 30, incisos V e VII, e Ao tempo em que aperfeiçoa a gestão do
Artigo 32, Parágrafo 1º, da Constituição SUS, esta NOB aponta para uma reordenação
Federal), com a conseqüente redefinição das do modelo de atenção à saúde, na medida
responsabilidades dos Estados, do Distrito em que redefine:
Federal e da União, avançando na
consolidação dos princípios do SUS. a) os papéis de cada esfera de governo e, em
especial, no tocante à direção única;
Esse exercício, viabilizado com a
imprescindível cooperação técnica e b) os instrumentos gerenciais para que
financeira dos poderes públicos estadual e municípios e estados superem o papel
federal, compreende, portanto, não só a exclusivo de prestadores de serviços e
responsabilidade por algum tipo de assumam seus respectivos papéis de gestores
prestação de serviços de saúde (Artigo 30, do SUS;
inciso VII), como, da mesma forma, a
responsabilidade pela gestão de um sistema c) os mecanismos e fluxos de financiamento,
que atenda, com integralidade, à demanda reduzindo progressiva e continuamente a
das pessoas pela assistência à saúde e às remuneração por produção de serviços e
exigências sanitárias ambientais (Artigo 30, ampliando as transferências de caráter global,
inciso V). fundo a fundo, com base em programações
ascendentes, pactuadas e integradas;
Busca-se, dessa forma, a plena
responsabilidade do poder público municipal. d) a prática do acompanhamento, controle e
Assim, esse poder se responsabiliza como avaliação no SUS, superando os mecanismos
também pode ser responsabilizado, ainda tradicionais, centrados no faturamento de
que não isoladamente. Os poderes públicos serviços produzidos, e valorizando os
estadual e federal são sempre co- resultados advindos de programações com
responsáveis, na respectiva competência ou critérios epidemiológicos e desempenho com
na ausência da função municipal (inciso II do qualidade;
Artigo 23, da Constituição Federal). Essa
responsabilidade, no entanto, não exclui o
51
e) os vínculos dos serviços com os seus nas intervenções ambientais. Ações de
usuários, privilegiando os núcleos familiares e comunicação e de educação também
comunitários, criando, assim, condições para compõem, obrigatória e permanentemente, a
uma efetiva participação e controle social. atenção à saúde.

3. CAMPOS DA ATENÇÃO À SAÚDE Nos três campos referidos, enquadra-se,


então, todo o espectro de ações
A atenção à saúde, que encerra todo o compreendidas nos chamados níveis de
conjunto de ações levadas a efeito pelo SUS, atenção à saúde, representados pela
em todos os níveis de governo, para o promoção, pela proteção e pela recuperação,
atendimento das demandas pessoais e das nos quais deve ser sempre priorizado o
exigências ambientais, compreende três caráter preventivo.
grandes campos, a saber:
É importante assinalar que existem, da
a) o da assistência, em que as atividades são mesma forma, conjuntos de ações que
dirigidas às pessoas, individual ou configuram campos clássicos de atividades na
coletivamente, e que é prestada no âmbito área da saúde pública, constituídos por uma
ambulatorial e hospitalar, bem como em agregação simultânea de ações próprias do
outros espaços, especialmente no domiciliar; campo da assistência e de algumas próprias
do campo das intervenções ambientais, de
b) o das intervenções ambientais, no seu que são partes importantes as atividades de
sentido mais amplo, incluindo as relações e as vigilância epidemiológica e de vigilância
condições sanitárias nos ambientes de vida e sanitária.
de trabalho, o controle de vetores e
hospedeiros e a operação de sistemas de 4. SISTEMA DE SAÚDE MUNICIPAL
saneamento ambiental (mediante o pacto de
interesses, as normalizações, as fiscalizações e A totalidade das ações e de serviços de
outros); e atenção à saúde, no âmbito do SUS, deve ser
desenvolvida em um conjunto de
c) o das políticas externas ao setor saúde, que estabelecimentos, organizados em rede
interferem nos determinantes sociais do regionalizada e hierarquizada, e disciplinados
processo saúde-doença das coletividades, de segundo subsistemas, um para cada
que são partes importantes questões relativas município - o SUS-Municipal - voltado ao
às políticas macroeconômicas, ao emprego, à atendimento integral de sua própria
habitação, à educação, ao lazer e à população e inserido de forma indissociável
disponibilidade e qualidade dos alimentos. no SUS, em suas abrangências estadual e
nacional.
Convém ressaltar que as ações de política
setorial em saúde, bem como as Os estabelecimentos desse subsistema
administrativas − planejamento, comando e municipal, do SUS-Municipal, não precisam
controle − são inerentes e integrantes do ser, obrigatoriamente, de propriedade da
contexto daquelas envolvidas na assistência e prefeitura, nem precisam ter sede no
52
território do município. Suas ações, território. No entanto, possibilitam, também,
desenvolvidas pelas unidades estatais um elevado risco de atomização desordenada
(próprias, estaduais ou federais) ou privadas dessas partes do SUS, permitindo que um
(contratadas ou conveniadas, com prioridade sistema municipal se desenvolva em
para as entidades filantrópicas), têm que estar detrimento de outro, ameaçando, até
organizadas e coordenadas, de modo que o mesmo, a unicidade do SUS. Há que se
gestor municipal possa garantir à população integrar, harmonizar e modernizar, com
o acesso aos serviços e a disponibilidade das eqüidade, os sistemas municipais.
ações e dos meios para o atendimento
integral. A realidade objetiva do poder público, nos
municípios brasileiros, é muito diferenciada,
Isso significa dizer que, independentemente caracterizando diferentes modelos de
da gerência dos estabelecimentos organização, de diversificação de atividades,
prestadores de serviços ser estatal ou de disponibilidade de recursos e de
privada, a gestão de todo o sistema municipal capacitação gerencial, o que,
é, necessariamente, da competência do necessariamente, configura modelos distintos
poder público e exclusiva desta esfera de de gestão.
governo, respeitadas as atribuições do
respectivo Conselho e de outras diferentes O caráter diferenciado do modelo de gestão
instâncias de poder. Assim, nesta NOB é transitório, vez que todo e qualquer
gerência é conceituada como sendo a município pode ter uma gestão plenamente
administração de uma unidade ou órgão de desenvolvida, levando em conta que o poder
saúde (ambulatório, hospital, instituto, constituído, neste nível, tem uma capacidade
fundação etc.), que se caracteriza como de gestão intrinsecamente igual e os seus
prestador de serviços ao Sistema. Por sua vez, segmentos populacionais dispõem dos
gestão é a atividade e a responsabilidade de mesmos direitos.
dirigir um sistema de saúde (municipal,
estadual ou nacional), mediante o exercício A operacionalização das condições de
de funções de coordenação, articulação, gestão, propostas por esta NOB, considera e
negociação, planejamento, valoriza os vários estágios já alcançados pelos
acompanhamento, controle, avaliação e estados e pelos municípios, na construção de
auditoria. São, portanto, gestores do SUS os uma gestão plena.
Secretários Municipais e Estaduais de Saúde
Já a redefinição dos papéis dos gestores
e o Ministro da Saúde, que representam,
estadual e federal, consoante a finalidade
respectivamente, os governos municipais,
desta Norma Operacional, é, portanto,
estaduais e federal.
fundamental para que possam exercer as suas
A criação e o funcionamento desse sistema competências específicas de gestão e prestar
municipal possibilitam uma grande a devida cooperação técnica e financeira aos
responsabilização dos municípios, no que se municípios.
refere à saúde de todos os residentes em seu

53
O poder público estadual tem, então, como certamente, ampliam o acesso, com
uma de suas responsabilidades nucleares, qualidade e menor custo. Essa dinâmica
mediar a relação entre os sistemas municipais; contribui para que seja evitado um processo
o federal de mediar entre os sistemas acumulativo injusto, por parte de alguns
estaduais. Entretanto, quando ou enquanto municípios (quer por maior disponibilidade
um município não assumir a gestão do tecnológica, quer por mais recursos
sistema municipal, é o Estado que responde, financeiros ou de informação), com a
provisoriamente, pela gestão de um conjunto conseqüente espoliação crescente de outros.
de serviços capaz de dar atenção integral
àquela população que necessita de um As tarefas de harmonização, de integração e
sistema que lhe é próprio. de modernização dos sistemas municipais,
realizadas com a devida eqüidade (admitido
As instâncias básicas para a viabilização o princípio da discriminação positiva, no
desses propósitos integradores e sentido da busca da justiça, quando do
harmonizadores são os fóruns de negociação, exercício do papel redistributivo), competem,
integrados pelos gestores municipal, estadual portanto, por especial, ao poder público
e federal − a Comissão Intergestores estadual. Ao federal, incumbe promovê-las
Tripartite (CIT) − e pelos gestores estadual e entre as Unidades da Federação.
municipal − a Comissão Intergestores
Bipartite (CIB). Por meio dessas instâncias e O desempenho de todos esses papéis é
dos Conselhos de Saúde, são viabilizados os condição para a consolidação da direção
princípios de unicidade e de eqüidade. única do SUS, em cada esfera de governo,
para a efetivação e a permanente revisão do
Nas CIB e CIT são apreciadas as composições processo de descentralização e para a
dos sistemas municipais de saúde, bem assim organização de redes regionais de serviços
pactuadas as programações entre gestores e hierarquizados.
integradas entre as esferas de governo. Da
mesma forma, são pactuados os tetos 5. RELAÇÕES ENTRE OS SISTEMAS
financeiros possíveis − dentro das MUNICIPAIS
disponibilidades orçamentárias conjunturais −
oriundos dos recursos das três esferas de Os sistemas municipais de saúde apresentam
governo, capazes de viabilizar a atenção às níveis diferentes de complexidade, sendo
necessidades assistenciais e às exigências comum estabelecimentos ou órgãos de saúde
ambientais. O pacto e a integração das de um município atenderem usuários
programações constituem, encaminhados por outro. Em vista disso,
fundamentalmente, a conseqüência prática quando o serviço requerido para o
da relação entre os gestores do SUS. atendimento da população estiver localizado
em outro município, as negociações para
A composição dos sistemas municipais e a tanto devem ser efetivadas exclusivamente
ratificação dessas programações, nos entre os gestores municipais.
Conselhos de Saúde respectivos, permitem a
construção de redes regionais que,
54
Essa relação, mediada pelo estado, tem como Os recursos destinados ao pagamento das
instrumento de garantia a programação diversas ações de atenção à saúde prestadas
pactuada e integrada na CIB regional ou entre municípios são alocados, previamente,
estadual e submetida ao Conselho de Saúde pelo gestor que demanda esses serviços, ao
correspondente. A discussão de eventuais município sede do prestador. Este município
impasses, relativos à sua operacionalização, incorpora os recursos ao seu teto financeiro.
deve ser realizada também no âmbito dessa A orçamentação é feita com base na
Comissão, cabendo, ao gestor estadual, a programação pactuada e integrada entre
decisão sobre problemas surgidos na gestores, que, conforme já referido, é
execução das políticas aprovadas. No caso de mediada pelo estado e aprovada na CIB
recurso, este deve ser apresentado ao regional e estadual e no respectivo Conselho
Conselho Estadual de Saúde (CES). de Saúde.

Outro aspecto importante a ser ressaltado é Quando um município, que demanda serviços
que a gerência (comando) dos a outro, ampliar a sua própria capacidade
estabelecimentos ou órgãos de saúde de um resolutiva, pode requerer, ao gestor estadual,
município é da pessoa jurídica que opera o que a parte de recursos alocados no
serviço, sejam estes estatais (federal, estadual município vizinho seja realocada para o seu
ou municipal) ou privados. Assim, a relação município.
desse gerente deve ocorrer somente com o
gestor do município onde o seu Esses mecanismos conferem um caráter
estabelecimento está sediado, seja para dinâmico e permanente ao processo de
atender a população local, seja para atender negociação da programação integrada, em
a referenciada de outros municípios. particular quanto à referência intermunicipal.

O gestor do sistema municipal é responsável 6. PAPEL DO GESTOR ESTADUAL


pelo controle, pela avaliação e pela auditoria
dos prestadores de serviços de saúde São identificados quatro papéis básicos para
(estatais ou privados) situados em seu o estado, os quais não são, necessariamente,
município. No entanto, quando um gestor exclusivos e seqüenciais. A explicitação a
municipal julgar necessário uma avaliação seguir apresentada tem por finalidade
específica ou auditagem de uma entidade permitir o entendimento da função
que lhe presta serviços, localizada em outro estratégica perseguida para a gestão neste
município, recorre ao gestor estadual. nível de Governo.

Em função dessas peculiaridades, o O primeiro desses papéis é exercer a gestão


pagamento final a um estabelecimento pela do SUS, no âmbito estadual.
prestação de serviços requeridos na
O segundo papel é promover as condições e
localidade ou encaminhados de outro
incentivar o poder municipal para que assuma
município é sempre feito pelo poder público
a gestão da atenção a saúde de seus
do município sede do estabelecimento.

55
munícipes, sempre na perspectiva da atenção f) desenvolvimento e apropriação de ciência e
integral. tecnologias; e

O terceiro é assumir, em caráter transitório (o g) comunicação social e educação em saúde.


que não significa caráter complementar ou
concorrente), a gestão da atenção à saúde O desenvolvimento desses sistemas, no
daquelas populações pertencentes a âmbito estadual, depende do pleno
municípios que ainda não tomaram para si funcionamento do CES e da CIB, nos quais se
esta responsabilidade. viabilizam a negociação e o pacto com os
diversos atores envolvidos. Depende,
As necessidades reais não atendidas são igualmente, da ratificação das programações
sempre a força motriz para exercer esse e decisões relativas aos tópicos a seguir
papel, no entanto, é necessário um esforço especificados:
do gestor estadual para superar tendências
históricas de complementar a a) plano estadual de saúde, contendo as
responsabilidade do município ou concorrer estratégias, as prioridades e as respectivas
com esta função, o que exige o pleno metas de ações e serviços resultantes,
exercício do segundo papel. sobretudo, da integração das programações
dos sistemas municipais;
Finalmente, o quarto, o mais importante e
permanente papel do estado é ser o b) estruturação e operacionalização do
promotor da harmonização, da integração e componente estadual do Sistema Nacional de
da modernização dos sistemas municipais, Auditoria;
compondo, assim, o SUSEstadual.
c) estruturação e operacionalização dos
O exercício desse papel pelo gestor requer a sistemas de processamento de dados, de
configuração de sistemas de apoio logístico e informação epidemiológica, de produção de
de atuação estratégica que envolvem serviços e de insumos críticos;
responsabilidades nas três esferas de
governo e são sumariamente caracterizados d) estruturação e operacionalização dos
como de: sistemas de vigilância epidemiológica, de
vigilância sanitária e de vigilância alimentar e
a) informação informatizada; nutricional;

b) financiamento; e) estruturação e operacionalização dos


sistemas de recursos humanos e de ciência e
c) programação, acompanhamento, controle tecnologia;
e avaliação;
f) elaboração do componente estadual de
d) apropriação de custos e avaliação programações de abrangência nacional,
econômica; relativas a agravos que constituam riscos de

e) desenvolvimento de recursos humanos;


56
disseminação para além do seu limite desenvolvimento dos sistemas municipais, de
territorial; modo a conformar o SUS-Estadual;

g) elaboração do componente estadual da c) fomentar a harmonização, a integração e a


rede de laboratórios de saúde pública; modernização dos sistemas estaduais
compondo, assim, o SUS-Nacional; e
h) estruturação e operacionalização do
componente estadual de assistência d) exercer as funções de normalização e de
farmacêutica; coordenação no que se refere à gestão
nacional do SUS.
i) responsabilidade estadual no tocante à
prestação de serviços ambulatoriais e Da mesma forma que no âmbito estadual, o
hospitalares de alto custo, ao tratamento fora exercício dos papéis do gestor federal requer
do domicílio e à disponibilidade de a configuração de sistemas de apoio logístico
medicamentos e insumos especiais, sem e de atuação estratégica, que consolidam os
prejuízo das competências dos sistemas sistemas estaduais e propiciam, ao SUS, maior
municipais; eficiência com qualidade, quais sejam:

j) definição e operação das políticas de a) informação informatizada;


sangue e hemoderivados; e
b) financiamento;
k) manutenção de quadros técnicos
permanentes e compatíveis com o exercício c) programação, acompanhamento, controle
do papel de gestor estadual; e avaliação;

l) implementação de mecanismos visando a d) apropriação de custos e avaliação


integração das políticas e das ações de econômica;
relevância para a saúde da população, de que
são exemplos aquelas relativas a saneamento, e) desenvolvimento de recursos humanos;
recursos hídricos, habitação e meio ambiente.
f) desenvolvimento e apropriação de ciência e
7. PAPEL DO GESTOR FEDERAL tecnologias; e

No que respeita ao gestor federal, são g) comunicação social e educação em saúde.


identificados quatro papéis básicos, quais
O desenvolvimento desses sistemas
sejam:
depende, igualmente, da viabilização de
a) exercer a gestão do SUS, no âmbito negociações com os diversos atores
nacional; envolvidos e da ratificação das programações
e decisões, o que ocorre mediante o pleno
b) promover as condições e incentivar o funcionamento do Conselho Nacional de
gestor estadual com vistas ao Saúde (CNS) e da CIT.

57
Depende, além disso, do redimensionamento pelas estratégias das políticas de
da direção nacional do Sistema, tanto em reorientação do Sistema;
termos da estrutura, quanto de agilidade e de
integração, como no que se refere às f) a transformação nos mecanismos de
estratégias, aos mecanismos e aos financiamento federal das ações, com o
instrumentos de articulação com os demais respectivo desenvolvimento de novas formas
níveis de gestão, destacando-se: de informatização, compatíveis à natureza
dos grupos de ações, especialmente as
a) a elaboração do Plano Nacional de Saúde, básicas, de serviços complementares e de
contendo as estratégias, as prioridades procedimentos de alta e média
nacionais e as metas da programação complexidade, estimulando o uso dos
integrada nacional, resultante, sobretudo, das mesmos pelos gestores estaduais e
programações estaduais e dos demais órgãos municipais;
governamentais, que atuam na prestação de
serviços, no setor saúde; g) o desenvolvimento de sistemáticas de
transferência de recursos vinculada ao
b) a viabilização de processo permanente de fornecimento regular, oportuno e suficiente
articulação das políticas externas ao setor, em de informações específicas, e que agreguem
especial com os órgãos que detém, no seu o conjunto de ações e serviços de atenção à
conjunto de atribuições, a responsabilidade saúde, relativo a grupos prioritários de
por ações atinentes aos determinantes sociais eventos vitais ou nosológicos;
do processo saúde-doença das coletividades;
h) a adoção, como referência mínima, das
c) o aperfeiçoamento das normas tabelas nacionais de valores do SUS, bem
consubstanciadas em diferentes instrumentos assim a flexibilização do seu uso diferenciado
legais, que regulamentam, atualmente, as pelos gestores estaduais e municipais,
transferências automáticas de recursos segundo prioridades locais e ou regionais;
financeiros, bem como as modalidades de
prestação de contas; i) o incentivo aos gestores estadual e
municipal ao pleno exercício das funções de
d) a definição e a explicitação dos fluxos controle, avaliação e auditoria, mediante o
financeiros próprios do SUS, frente aos desenvolvimento e a implementação de
órgãos governamentais de controle interno e instrumentos operacionais, para o uso das
externo e aos Conselhos de Saúde, com esferas gestoras e para a construção efetiva
ênfase na diferenciação entre as do Sistema Nacional de Auditoria;
transferências automáticas a estados e
municípios com função gestora; j) o desenvolvimento de atividades de
educação e de comunicação social;
e) a criação e a consolidação de critérios e
mecanismos de alocação de recursos federais k) o incremento da capacidade reguladora da
e estaduais para investimento, fundados em direção nacional do SUS, em relação aos
prioridades definidas pelas programações e sistemas complementares de prestação de
58
serviços ambulatoriais e hospitalares de alto disseminação regional ou nacional, e que
custo, de tratamento fora do domicílio, bem exijam a eventual intervenção do poder
assim de disponibilidade de medicamentos e federal;
insumos especiais;
s) a identificação dos serviços estaduais e
l) a reorientação e a implementação dos municipais de referência nacional, com vistas
sistemas de vigilância epidemiológica, de ao estabelecimento dos padrões técnicos da
vigilância sanitária, de vigilância alimentar e assistência à saúde;
nutricional, bem como o redimensionamento
das atividades relativas à saúde do t) a estimulação, a indução e a coordenação
trabalhador e às de execução da vigilância do desenvolvimento científico e tecnológico
sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; no campo da saúde, mediante interlocução
crítica das inovações científicas e
m) a reorientação e a implementação dos tecnológicas, por meio da articulação intra e
diversos sistemas de informações intersetorial;
epidemiológicas, bem assim de produção de
serviços e de insumos críticos; u) a participação na formulação da política e
na execução das ações de saneamento
n) a reorientação e a implementação do básico.
sistema de redes de laboratórios de
referência para o controle da qualidade, para 8. DIREÇÃO E ARTICULAÇÃO
a vigilância sanitária e para a vigilância
epidemiológica; A direção do Sistema Único de Saúde (SUS),
em cada esfera de governo, é composta pelo
o) a reorientação e a implementação da órgão setorial do poder executivo e pelo
política nacional de assistência farmacêutica; respectivo Conselho de Saúde, nos termos
das Leis Nº 8.080/90 e Nº 8.142/1990.
p) o apoio e a cooperação a estados e
municípios para a implementação de ações O processo de articulação entre os gestores,
voltadas ao controle de agravos, que nos diferentes níveis do Sistema, ocorre,
constituam risco de disseminação nacional; preferencialmente, em dois colegiados de
negociação: a Comissão Intergestores
q) a promoção da atenção à saúde das Tripartite (CIT) e a Comissão Intergestores
populações indígenas, realizando, para tanto, Bipartite (CIB).
as articulações necessárias, intra e
intersetorial; A CIT é composta, paritariamente, por
representação do Ministério da Saúde (MS),
r) a elaboração de programação nacional, do Conselho Nacional de Secretários
pactuada com os estados, relativa à execução Estaduais de Saúde (CONASS) e do Conselho
de ações específicas voltadas ao controle de Nacional de Secretários Municipais de Saúde
vetores responsáveis pela transmissão de (CONASEMS).
doenças, que constituem risco de

59
A CIB, composta igualmente de forma O primeiro propósito é possível porque, com
paritária, é integrada por representação da a nova formulação dos sistemas municipais,
Secretaria Estadual de Saúde (SES) e do tanto os segmentos sociais, minimamente
Conselho Estadual de Secretários Municipais agregados entre si com sentimento
de Saúde (COSEMS) ou órgão equivalente. comunitário − os munícipes −, quanto a
Um dos representantes dos municípios é o instância de poder político-administrativo,
Secretário de Saúde da Capital. A Bipartite historicamente reconhecida e legitimada − o
pode operar com subcomissões regionais. poder municipal − apropriam-se de um
conjunto de serviços bem definido, capaz de
As conclusões das negociações pactuadas na desenvolver uma programação de atividades
CIT e na CIB são formalizadas em ato próprio publicamente pactuada. Com isso, fica bem
do gestor respectivo. Aquelas referentes a caracterizado o gestor responsável; as
matérias de competência dos Conselhos de atividades são gerenciadas por pessoas
Saúde, definidas por força da Lei Orgânica, perfeitamente identificáveis; e os resultados
desta NOB ou de resolução específica dos mais facilmente usufruídos pela população.
respectivos Conselhos são submetidas
previamente a estes para aprovação. As O conjunto desses elementos propicia uma
demais resoluções devem ser encaminhadas, nova condição de participação com vínculo,
no prazo máximo de 15 dias decorridos de mais criativa e realizadora para as pessoas, e
sua publicação, para conhecimento, avaliação que acontece não-somente nas instâncias
e eventual recurso da parte que se julgar colegiadas formais − conferências e
prejudicada, inclusive no que se refere à conselhos − mas em outros espaços
habilitação dos estados e municípios às constituídos por atividades sistemáticas e
condições de gestão desta Norma. permanentes, inclusive dentro dos próprios
serviços de atendimento.
9. BASES PARA UM NOVO MODELO DE
ATENÇÃO À SAÚDE Cada sistema municipal deve materializar, de
forma efetiva, a vinculação aqui explicitada.
A composição harmônica, integrada e Um dos meios, certamente, é a instituição do
modernizada do SUS visa, cartão SUS-MUNICIPAL, com numeração
fundamentalmente, atingir a dois propósitos nacional, de modo a identificar o cidadão com
essenciais à concretização dos ideais o seu sistema e agregá-lo ao sistema nacional.
constitucionais e, portanto, do direito à Essa numeração possibilita uma melhor
saúde, que são: referência intermunicipal e garante o
atendimento de urgência por qualquer
a) a consolidação de vínculos entre diferentes serviço de saúde, estatal ou privado, em todo
segmentos sociais e o SUS; e o País. A regulamentação desse mecanismo
de vinculação será objeto de discussão e
b) a criação de condições elementares e
aprovação pelas instâncias colegiadas
fundamentais para a eficiência e a eficácia
competentes, com conseqüente formalização
gerenciais, com qualidade.
por ato do MS.

60
O segundo propósito é factível, na medida e sujeita à ratificação que, negociada e
em que estão perfeitamente identificados os pactuada nas instâncias estadual e federal,
elementos críticos essenciais a uma gestão adquire a devida racionalidade na alocação
eficiente e a uma produção eficaz, a saber: de recursos em face às necessidades.

a) a clientela que, direta e imediatamente, Assim, tendo como referência os propósitos


usufrui dos serviços; anteriormente explicitados, a presente
Norma Operacional Básica constitui um
b) o conjunto organizado dos importante mecanismo indutor da
estabelecimentos produtores desses serviços; conformação de um novo modelo de atenção
e à saúde, na medida em que disciplina o
processo de organização da gestão desta
c) a programação pactuada, com a atenção, com ênfase na consolidação da
correspondente orçamentação participativa. direção única em cada esfera de governo e na
construção da rede regionalizada e
Os elementos, acima apresentados,
hierarquizada de serviços.
contribuem para um gerenciamento que
conduz à obtenção de resultados efetivos, a Essencialmente, o novo modelo de atenção
despeito da indisponibilidade de estímulos deve resultar na ampliação do enfoque do
de um mercado consumidor espontâneo. modelo atual, alcançando-se, assim, a efetiva
Conta, no entanto, com estímulos agregados, integralidade das ações. Essa ampliação é
decorrentes de um processo de representada pela incorporação, ao modelo
gerenciamento participativo e, sobretudo, da clínico dominante (centrado na doença), do
concreta possibilidade de comparação com modelo epidemiológico, o qual requer o
realidades muito próximas, representadas estabelecimento de vínculos e processos mais
pelos resultados obtidos nos sistemas abrangentes.
vizinhos.
O modelo vigente, que concentra sua
A ameaça da ocorrência de gastos atenção no caso clínico, na relação
exagerados, em decorrência de um processo individualizada entre o profissional e o
de incorporação tecnológica acrítico e paciente, na intervenção terapêutica armada
desregulado, é um risco que pode ser (cirúrgica ou medicamentosa) específica,
minimizado pela radicalização na deve ser associado, enriquecido,
reorganização do SUS: um Sistema regido transformado em um modelo de atenção
pelo interesse público e balizado, por um centrado na qualidade de vida das pessoas e
lado, pela exigência da universalização e do seu meio ambiente, bem como na relação
integralidade com eqüidade e, por outro, da equipe de saúde com a comunidade,
pela própria limitação de recursos, que deve especialmente, com os seus núcleos sociais
ser programaticamente respeitada. primários – as famílias. Essa prática, inclusive,
favorece e impulsiona as mudanças globais,
Esses dois balizamentos são objeto da
intersetoriais.
programação elaborada no âmbito municipal,
61
O enfoque epidemiológico atende ao O novo modelo de atenção deve perseguir a
compromisso da integralidade da atenção, ao construção da ética do coletivo que incorpora
incorporar, como objeto das ações, a pessoa, e transcende a ética do individual. Dessa
o meio ambiente e os comportamentos forma é incentivada a associação dos
interpessoais. Nessa circunstância, o método enfoques clínico e epidemiológico. Isso exige,
para conhecimento da realidade complexa e seguramente, de um lado, a transformação na
para a realização da intervenção necessária relação entre o usuário e os agentes do
fundamenta-se mais na síntese do que nas sistema de saúde (restabelecendo o vínculo
análises, agregando, mais do que isolando, entre quem presta o serviço e quem o recebe)
diferentes fatores e variáveis. e, de outro, a intervenção ambiental, para
que sejam modificados fatores determinantes
Os conhecimentos − resultantes de da situação de saúde.
identificações e compreensões − que se
faziam cada vez mais particularizados e Nessa nova relação, a pessoa é estimulada a
isolados (com grande sofisticação e ser agente da sua própria saúde e da saúde
detalhamento analítico) devem possibilitar, da comunidade que integra. Na intervenção
igualmente, um grande esforço de ambiental, o SUS assume algumas ações
visibilidade e entendimento integrador e específicas e busca a articulação necessária
globalizante, com o aprimoramento dos com outros setores, visando a criação das
processos de síntese, sejam lineares, condições indispensáveis à promoção, à
sistêmicos ou dialéticos. proteção e à recuperação da saúde.

Além da ampliação do objeto e da mudança 10.FINANCIAMENTO DAS AÇÕES E


no método, o modelo adota novas SERVIÇOS DE SAÚDE
tecnologias, em que os processos de
educação e de comunicação social 10.1.Responsabilidades
constituem parte essencial em qualquer nível
ou ação, na medida em que permitem a O financiamento do SUS é de
compreensão globalizadora a ser perseguida, responsabilidade das três esferas de governo
e fundamentam a negociação necessária à e cada uma deve assegurar o aporte regular
mudança e à associação de interesses de recursos, ao respectivo fundo de saúde.
conscientes. É importante, nesse âmbito, a
Conforme determina o Artigo 194 da
valorização da informação informatizada.
Constituição Federal, a Saúde integra a
Além da ampliação do objeto, da mudança Seguridade Social, juntamente com a
do método e da tecnologia predominantes, Previdência e a Assistência Social. No inciso
enfoque central deve ser dado à questão da VI do parágrafo único desse mesmo Artigo,
ética. O modelo vigente – assentado na lógica está determinado que a Seguridade Social
da clínica – baseia-se, principalmente, na ética será organizada pelo poder público,
do médico, na qual a pessoa (o seu objeto) observada a “diversidade da base de
constitui o foco nuclear da atenção. financiamento”.

62
Já o Artigo 195 determina que a Seguridade bases tributárias e financeiras do Governo, da
Social será financiada com recursos Seguridade e, portanto, da Saúde.
provenientes dos orçamentos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, Nas esferas estadual e municipal, além dos
e de Contribuições Sociais. recursos oriundos do respectivo Tesouro, o
financiamento do SUS conta com recursos
10.2. Fontes transferidos pela União aos Estados e pela
União e Estados aos Municípios. Esses
As principais fontes específicas da recursos devem ser previstos no orçamento e
Seguridade Social incidem sobre a Folha de identificados nos fundos de saúde estadual e
Salários (Fonte 154), o Faturamento (Fonte municipal como receita operacional
153 - COFINS) e o Lucro (Fonte 151 - Lucro proveniente da esfera federal e ou estadual e
Líquido). utilizados na execução de ações previstas nos
respectivos planos de saúde e na PPI.
Até 1992, todas essas fontes integravam o
orçamento do Ministério da Saúde e ainda 10.3.Transferências Intergovernamentais e
havia aporte significativo de fontes fiscais Contrapartidas
(Fonte 100 - Recursos Ordinários,
provenientes principalmente da receita de As transferências, regulares ou eventuais, da
impostos e taxas). A partir de 1993, deixou de União para estados, municípios e Distrito
ser repassada ao MS a parcela da Federal estão condicionadas à contrapartida
Contribuição sobre a Folha de Salários (Fonte destes níveis de governo, em conformidade
154, arrecadada pelo Instituto Nacional de com as normas legais vigentes (Lei de
Seguridade Social - INSS). Diretrizes Orçamentárias e outras).

Atualmente, as fontes que asseguram o maior O reembolso das despesas, realizadas em


aporte de recursos ao MS são a Contribuição função de atendimentos prestados por
sobre o Faturamento (Fonte 153 - COFINS) e unidades públicas a beneficiários de planos
a Contribuição sobre o Lucro Líquido (Fonte privados de saúde, constitui fonte adicional
151), sendo que os aportes provenientes de de recursos. Por isso, e consoante à legislação
Fontes Fiscais são destinados praticamente à federal específica, estados e municípios
cobertura de despesas com Pessoal e devem viabilizar estrutura e mecanismos
Encargos Sociais. operacionais para a arrecadação desses
recursos e a sua destinação exclusiva aos
Dentro da previsibilidade de Contribuições respectivos fundos de saúde.
Sociais na esfera federal, no âmbito da
Seguridade Social, uma fonte específica para Os recursos de investimento são alocados
financiamento do SUS -a Contribuição pelo MS, mediante a apresentação pela SES
Provisória sobre Movimentações Financeiras - da programação de prioridades de
está criada, ainda que em caráter provisório. investimentos, devidamente negociada na
A solução definitiva depende de uma reforma CIB e aprovada pelo CES, até o valor
tributária que reveja esta e todas as demais estabelecido no orçamento do Ministério, e
63
executados de acordo com a legislação definidos com base na PPI, negociados nas
pertinente. Comissões Intergestores (CIB e CIT),
formalizados em atos dos gestores estadual e
10.4.Tetos financeiros dos Recursos Federais federal e aprovados previamente nos
respectivos Conselhos (CES e CNS).
Os recursos de custeio da esfera federal,
destinados às ações e serviços de saúde, As obrigações que vierem a ser assumidas
configuram o Teto Financeiro Global (TFG), pelo Ministério da Saúde, decorrentes da
cujo valor, para cada estado e cada município, implantação desta NOB e que gerem
é definido com base na PPI. O teto financeiro aumento de despesa, serão previamente
do estado contém os tetos de todos os discutidas com o Ministério do Planejamento
municípios, habilitados ou não a qualquer e Orçamento e o Ministério da Fazenda.
uma das condições de gestão.
11. PROGRAMAÇÃO, CONTROLE,
O Teto Financeiro Global do Estado (TFGE) é AVALIAÇÃO E AUDITORIA
constituído, para efeito desta NOB, pela
soma dos Tetos Financeiros da Assistência 11.1. Programação Pactuada e Integrada - PPI
(TFA), da Vigilância Sanitária (TFVS) e da
Epidemiologia e Controle de Doenças 11.1.1. A PPI envolve as atividades de
(TFECD). assistência ambulatorial e hospitalar, de
vigilância sanitária e de epidemiologia e
O TFGE, definido com base na PPI, é controle de doenças, constituindo um
submetido pela SES ao MS, após negociação instrumento essencial de reorganização do
na CIB e aprovação pelo CES. O valor final do modelo de atenção e da gestão do SUS, de
teto e suas revisões são fixados com base nas alocação dos recursos e de explicitação do
negociações realizadas no âmbito da CIT − pacto estabelecido entre as três esferas de
observadas as reais disponibilidades governo. Essa Programação traduz as
financeiras do MS − e formalizado em ato do responsabilidades de cada município com a
Ministério. garantia de acesso da população aos serviços
de saúde, quer pela oferta existente no
O Teto Financeiro Global do Município próprio município, quer pelo
(TFGM), também definido consoante à encaminhamento a outros municípios,
programação integrada, é submetido pela sempre por intermédio de relações entre
SMS à SES, após aprovação pelo CMS. O gestores municipais, mediadas pelo gestor
valor final desse Teto e suas revisões são estadual.
fixados com base nas negociações realizadas
no âmbito da CIB − observados os limites do 11.1.2. O processo de elaboração da
TFGE − e formalizado em ato próprio do Programação Pactuada entre gestores e
Secretário Estadual de Saúde.. Integrada entre esferas de governo deve
respeitar a autonomia de cada gestor: o
Todos os valores referentes a pisos, tetos, município elabora sua própria programação,
frações, índices, bem como suas revisões, são aprovando-a no CMS; o estado harmoniza e
64
compatibiliza as programações municipais, respectivos Conselhos. No tocante aos
incorporando as ações sob sua recursos de origem federal, os critérios,
responsabilidade direta, mediante prazos e fluxos de elaboração da
negociação na CIB, cujo resultado é programação integrada e de suas
deliberado pelo CES. reprogramações periódicas ou
extraordinárias são fixados em ato normativo
11.1.3. A elaboração da PPI deve se dar num do MS e traduzem as negociações efetuadas
processo ascendente, de base municipal, na CIT e as deliberações do CNS.
configurando, também, as responsabilidades
do estado na busca crescente da eqüidade, 11.2. Controle, Avaliação e Auditoria
da qualidade da atenção e na conformação
da rede regionalizada e hierarquizada de 11.2.1. O cadastro de unidades prestadoras
serviços. de serviços de saúde (UPS), completo e
atualizado, é requisito básico para programar
11.1.4. A Programação observa os princípios a contratação de serviços assistenciais e para
da integralidade das ações de saúde e da realizar o controle da regularidade dos
direção única em cada nível de governo, faturamentos. Compete ao órgão gestor do
traduzindo todo o conjunto de atividades SUS responsável pelo relacionamento com
relacionadas a uma população específica e cada UPS, seja própria, contratada ou
desenvolvidas num território determinado, conveniada, a garantia da atualização
independente da vinculação institucional do permanente dos dados cadastrais, no banco
órgão responsável pela execução destas de dados nacional.
atividades. Os órgãos federais, estaduais e
municipais, bem como os prestadores 11.2.2. Os bancos de dados nacionais, cujas
conveniados e contratados têm suas ações normas são definidas pelos órgãos do MS,
expressas na programação do município em constituem instrumentos essenciais ao
que estão localizados, na medida em que exercício das funções de controle, avaliação e
estão subordinados ao gestor municipal. auditoria. Por conseguinte, os gestores
municipais e estaduais do SUS devem garantir
11.1.5. A União define normas, critérios, a alimentação permanente e regular desses
instrumentos e prazos, aprova a programação bancos, de acordo com a relação de dados,
de ações sob seu controle − inscritas na informações e cronogramas previamente
programação pelo estado e seus municípios − estabelecidos pelo MS e pelo CNS.
incorpora as ações sob sua responsabilidade
direta e aloca os recursos disponíveis, 11.2.3. As ações de auditoria analítica e
segundo os valores apurados na operacional constituem responsabilidades
programação e negociados na CIT, cujo das três esferas gestoras do SUS, o que exige
resultado é deliberado pelo CNS. a estruturação do respectivo órgão de
controle, avaliação e auditoria,incluindo a
11.1.6.A elaboração da programação observa definição dos recursos e da metodologia
critérios e parâmetros definidos pelas adequada de trabalho. É função desse órgão
Comissões Intergestores e aprovados pelos definir, também, instrumentos para a
65
realização das atividades, consolidar as contínua da alocação de recursos. O
informações necessárias, analisar os acompanhamento da execução das ações
resultados obtidos em decorrência de suas programadas é feito permanentemente pelos
ações, propor medidas corretivas e interagir gestores e periodicamente pelos respectivos
com outras áreas da administração, visando o Conselhos de Saúde, com base em
pleno exercício, pelo gestor, de suas informações sistematizadas, que devem
atribuições, de acordo com a legislação que possibilitar a avaliação qualitativa e
regulamenta o Sistema Nacional de Auditoria quantitativa destas ações. A avaliação do
no âmbito do SUS. cumprimento das ações programadas em
cada nível de governo deve ser feita em
11.2.4. As ações de controle devem priorizar Relatório de Gestão Anual, cujo roteiro de
os procedimentos técnicos e administrativos elaboração será apresentado pelo MS e
prévios à realização de serviços e à ordenação apreciado pela CIT e pelo CNS.
dos respectivos pagamentos, com ênfase na
garantia da autorização de internações e 12.CUSTEIO DA ASSISTÊNCIA HOSPITALAR
procedimentos ambulatoriais − tendo como E AMBULATORIAL
critério fundamental a necessidade dos
usuários − e o rigoroso monitoramento da Os recursos de custeio da esfera federal
regularidade e da fidedignidade dos registros destinados à assistência hospitalar e
de produção e faturamento de serviços. ambulatorial, conforme mencionado
anteriormente, configuram o TFA, e os seus
11.2.5. O exercício da função gestora no SUS, valores podem ser executados segundo duas
em todos os níveis de governo, exige a modalidades: Transferência Regular e
articulação permanente das ações de Automática (Fundo a Fundo) e Remuneração
programação, controle, avaliação e auditoria; por Serviços Produzidos.
a integração operacional das unidades
organizacionais, que desempenham estas 12.1. Transferência Regular e Automática
atividades, no âmbito de cada órgão gestor Fundo a Fundo
do Sistema; e a apropriação dos seus
resultados e a identificação de prioridades, no Consiste na transferência de valores
processo de decisão política da alocação dos diretamente do Fundo Nacional de Saúde aos
recursos. fundos estaduais e municipais, independente
de convênio ou instrumento congênere,
11.2.6. O processo de reorientação do segundo as condições de gestão
modelo de atenção e de consolidação do SUS estabelecidas nesta NOB. Esses recursos
requer o aperfeiçoamento e a disseminação podem corresponder a uma ou mais de uma
dos instrumentos e técnicas de avaliação de das situações descritas a seguir.
resultados e do impacto das ações do Sistema
sobre as condições de saúde da população, 12.1.1. Piso Assistencial Básico (PAB)
priorizando o enfoque epidemiológico e
O PAB consiste em um montante de recursos
propiciando a permanente seleção de
financeiros destinado ao custeio de
prioridade de intervenção e a reprogramação
66
procedimentos e ações de assistência básica, Fica estabelecido um acréscimo percentual
de responsabilidade tipicamente municipal. ao montante do PAB, de acordo com os
Esse Piso é definido pela multiplicação de um critérios a seguir relacionados, sempre que
valor per capita nacional pela população de estiverem atuando integradamente à rede
cada município (fornecida pelo IBGE), e municipal, equipes de saúde da família,
transferido regular e automaticamente ao agentes comunitários de saúde, ou
fundo de saúde ou conta especial dos estratégias similares de garantia da
municípios e, transitoriamente, ao fundo integralidade da assistência, avaliadas pelo
estadual, conforme condições estipuladas órgão do MS (SAS/MS) com base em normas
nesta NOB. As transferências do PAB aos da direção nacional do SUS.
estados correspondem, exclusivamente, ao
valor para cobertura da população residente a) Programa de Saúde da Família (PSF):
em municípios ainda não habilitados na forma
desta Norma Operacional. acréscimo de 3% sobre o valor do PAB para
cada 5% da população coberta, até atingir
O elenco de procedimentos custeados pelo 60% da população total do município;
PAB, assim como o valor per capita nacional
único − base de cálculo deste Piso − são acréscimo de 5% para cada 5% da população
propostos pela CIT e votados no CNS. Nessas coberta entre 60% e 90% da população total
definições deve ser observado o perfil de do município; e
serviços disponíveis na maioria dos
acréscimo de 7% para cada 5% da população
municípios, objetivando o progressivo
coberta entre 90% e 100% da população total
incremento desses serviços, até que a
do município.
atenção integral à saúde esteja plenamente
organizada, em todo o País. O valor per
Esses acréscimos têm, como limite, 80% do
capita nacional único é reajustado com a
valor do PAB original do município.
mesma periodicidade, tendo por base, no
mínimo, o incremento médio da tabela de b) Programa de Agentes Comunitários de
procedimentos do Sistema de Informações Saúde (PACS):
Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS).
acréscimo de 1% sobre o valor do PAB para
A transferência total do PAB será suspensa no cada 5% da população coberta até atingir
caso da não-alimentação, pela SMS junto à 60% da população total do município;
SES, dos bancos de dados de interesse
nacional, por mais de dois meses acréscimo de 2% para cada 5% da população
consecutivos. coberta entre 60% e 90% da população total
do município; e
12.1.2. Incentivo aos Programas de Saúde da
Família (PSF) e de Agentes Comunitários de acréscimo de 3% para cada 5% da população
Saúde (PACS) coberta entre 90% e 100% da população total
do município.

67
Esses acréscimos têm, como limite, 30% do os tetos financeiros da assistência dos
valor do PAB original do município. municípios em gestão plena do sistema de
saúde e os que permanecem sob gestão
c) Os percentuais não são cumulativos estadual. Neste último, o valor programado
quando a população coberta pelo PSF e pelo da FAE é transferido, regular e
PACS ou por estratégias similares for a automaticamente, do Fundo Nacional ao
mesma. Fundo Estadual de Saúde, conforme as
condições de gestão das SES definidas nesta
Os percentuais acima referidos são revistos NOB. Não integram o elenco de
quando do incremento do valor per capita procedimentos cobertos pela FAE aqueles
nacional único, utilizado para o cálculo do relativos ao PAB e os definidos como de alto
PAB e do elenco de procedimentos custo/complexidade por portaria do órgão
relacionados a este Piso. Essa revisão é competente do Ministério (SAS/MS).
proposta na CIT e votada no CNS. Por ocasião
da incorporação desses acréscimos, o teto 12.1.4. Teto Financeiro da Assistência do
financeiro da assistência do estado é Município (TFAM)
renegociado na CIT e apreciado pelo CNS.
É um montante que corresponde ao
A ausência de informações que comprovem a financiamento do conjunto das ações
produção mensal das equipes, durante dois assistenciais assumidas pela SMS. O TFAM é
meses consecutivos ou quatro alternados em transferido, regular e automaticamente, do
um ano, acarreta a suspensão da transferência Fundo Nacional ao Fundo Municipal de
deste acréscimo. Saúde, de acordo com as condições de
gestão estabelecidas por esta NOB e destina-
12.1.3. Fração Assistencial Especializada se ao custeio dos serviços localizados no
(FAE) território do município (exceção feita àqueles
eventualmente excluídos da gestão municipal
É um montante que corresponde a
por negociação na CIB).
procedimentos ambulatoriais de média
complexidade, medicamentos e insumos 12.1.5. Teto Financeiro da Assistência do
excepcionais, órteses e próteses Estado (TFAE)
ambulatoriais e Tratamento Fora do Domicílio
(TFD), sob gestão do estado. É um montante que corresponde ao
financiamento do conjunto das ações
O órgão competente do MS formaliza, por assistenciais sob a responsabilidade da SES.
portaria, esse elenco a partir de negociação O TFAE corresponde ao TFA fixado na CIT e
na CIT e que deve ser objeto da programação formalizado em portaria do órgão
integrada quanto a sua oferta global no competente do Ministério (SAS/MS).
estado.
Esses valores são transferidos, regular e
A CIB explicita os quantitativos e respectivos automaticamente, do Fundo Nacional ao
valores desses procedimentos, que integram Fundo Estadual de Saúde, de acordo com as
68
condições de gestão estabelecidas por esta incluídos nos tetos da assistência, definidos
NOB, deduzidos os valores comprometidos na CIB.
com as transferências regulares e automáticas
ao conjunto de municípios do estado (PAB e A modalidade de pagamento direto, pelo
TFAM). gestor federal, a prestadores de serviços
ocorre apenas nas situações em que não
12.1.6. Índice de Valorização de Resultados fazem parte das transferências regulares e
(IVR) automáticas fundo a fundo, conforme itens a
seguir especificados.
Consiste na atribuição de valores adicionais
equivalentes a até 2% do teto financeiro da 12.2.1. Remuneração de Internações
assistência do estado, transferidos, regular e Hospitalares
automaticamente, do Fundo Nacional ao
Fundo Estadual de Saúde, como incentivo à Consiste no pagamento dos valores apurados
obtenção de resultados de impacto positivo por intermédio do Sistema de Informações
sobre as condições de saúde da população, Hospitalares do SUS (SIH/SUS), englobando o
segundo critérios definidos pela CIT e fixados conjunto de procedimentos realizados em
em portaria do órgão competente do regime de internação, com base na
Ministério (SAS/MS). Os recursos do IVR Autorização de Internação Hospitalar (AIH),
podem ser transferidos pela SES às SMS, documento este de autorização e fatura de
conforme definição da CIB. serviços.

12.2. Remuneração por Serviços Produzidos 12.2.2. Remuneração de Procedimentos


Ambulatoriais de Alto Custo/ Complexidade
Consiste no pagamento direto aos
prestadores estatais ou privados contratados Consiste no pagamento dos valores apurados
e conveniados, contra apresentação de por intermédio do SIA/SUS, com base na
faturas, referente a serviços realizados Autorização de Procedimentos de Alto Custo
conforme programação e mediante prévia (APAC), documento este que identifica cada
autorização do gestor, segundo valores paciente e assegura a prévia autorização e o
fixados em tabelas editadas pelo órgão registro adequado dos serviços que lhe foram
competente do Ministério (SAS/MS). prestados. Compreende procedimentos
ambulatoriais integrantes do SIA/SUS
Esses valores estão incluídos no TFA do definidos na CIT e formalizados por portaria
estado e do município e são executados do órgão competente do Ministério
mediante ordenação de pagamento por parte (SAS/MS).
do gestor. Para municípios e estados que
recebem transferências de tetos da 12.2.3. Remuneração Transitória por Serviços
assistência (TFAM e TFAE, respectivamente), Produzidos
conforme as condições de gestão
estabelecidas nesta NOB, os valores relativos O MS é responsável pela remuneração direta,
à remuneração por serviços produzidos estão por serviços produzidos, dos procedimentos

69
relacionados ao PAB e à FAE, enquanto estabelecidas nesta NOB. Esses recursos
houver municípios que não estejam na podem corresponder a uma ou mais de uma
condição de gestão semiplena da NOB 01/93 das situações descritas a seguir.
ou nas condições de gestão municipal
definidas nesta NOB naqueles estados em 13.1.1. Piso Básico de Vigilância Sanitária
condição de gestão convencional. (PBVS)

12.2.4. Fatores de Incentivo e Índices de Consiste em um montante de recursos


Valorização financeiros destinado ao custeio de
procedimentos e ações básicas da vigilância
O Fator de Incentivo ao Desenvolvimento do sanitária, de responsabilidade tipicamente
Ensino e da Pesquisa em Saúde (FIDEPS) e o municipal. Esse Piso é definido pela
Índice de Valorização Hospitalar de multiplicação de um valor per capita nacional
Emergência (IVH-E), bem como outros fatores pela população de cada município (fornecida
e ou índices que incidam sobre a pelo IBGE), transferido, regular e
remuneração por produção de serviços, automaticamente, ao fundo de saúde ou
eventualmente estabelecidos, estão conta especial dos municípios e,
condicionados aos critérios definidos em nível transitoriamente, dos estados, conforme
federal e à avaliação da CIB em cada Estado. condições estipuladas nesta NOB. O PBVS
Esses fatores e índices integram o teto somente será transferido a estados para
financeiro da assistência do município e do cobertura da população residente em
respectivo estado. municípios ainda não habilitados na forma
desta Norma Operacional.
13. CUSTEIO DAS AÇÕES DE VIGILÂNCIA
SANITÁRIA O elenco de procedimentos custeados pelo
PBVS, assim como o valor per capita nacional
Os recursos da esfera federal destinados à único − base de cálculo deste Piso − , são
vigilância sanitária configuram o Teto definidos em negociação na CIT e
Financeiro da Vigilância Sanitária (TFVS) e os formalizados por portaria do órgão
seus valores podem ser executados segundo competente do Ministério (Secretaria de
duas modalidades: Transferência Regular e Vigilância Sanitária - SVS/MS), previamente
Automática Fundo a Fundo e Remuneração aprovados no CNS. Nessa definição deve ser
de Serviços Produzidos. observado o perfil de serviços disponíveis na
maioria dos municípios, objetivando o
13.1. Transferência Regular e Automática progressivo incremento das ações básicas de
Fundo a Fundo vigilância sanitária em todo o País. Esses
procedimentos integram o Sistema de
Consiste na transferência de valores
Informação de Vigilância Sanitária do SUS
diretamente do Fundo Nacional de Saúde aos
(SIVS/SUS).
fundos estaduais e municipais, independente
de convênio ou instrumento congênere, 13.1.2. Índice de Valorização do Impacto em
segundo as condições de gestão Vigilância Sanitária (IVISA)
70
Consiste na atribuição de valores adicionais competente do Ministério (SVS/MS),
equivalentes a até 2% do teto financeiro da previamente aprovadas no CNS.
vigilância sanitária do estado, a serem
transferidos, regular e automaticamente, do 14. CUSTEIO DAS AÇÕES DE
Fundo Nacional ao Fundo Estadual de Saúde, EPIDEMIOLOGIA E DE CONTROLE DE
como incentivo à obtenção de resultados de DOENÇAS
impacto significativo sobre as condições de
vida da população, segundo critérios Os recursos da esfera federal destinados às
definidos na CIT, e fixados em portaria do ações de epidemiologia e controle de
órgão competente do Ministério (SVS/MS), doenças não contidas no elenco de
previamente aprovados no CNS. Os recursos procedimentos do SIA/SUS e SIH/SUS
do IVISA podem ser transferidos pela SES às configuram o Teto Financeiro de
SMS, conforme definição da CIB. Epidemiologia e Controle de Doenças
(TFECD).
13.2. Remuneração Transitória por Serviços
Produzidos O elenco de procedimentos a serem
custeados com o TFECD é definido em
13.2.1. Programa Desconcentrado de Ações negociação na CIT, aprovado pelo CNS e
de Vigilância Sanitária (PDAVS) formalizado em ato próprio do órgão
específico do MS (Fundação Nacional de
Consiste no pagamento direto às SES e SMS, Saúde -FNS/MS). As informações referentes
pela prestação de serviços relacionados às ao desenvolvimento dessas ações integram
ações de competência exclusiva da SVS/MS, sistemas próprios de informação definidos
contra a apresentação de demonstrativo de pelo Ministério da Saúde.
atividades realizadas pela SES ao Ministério.
Após negociação e aprovação na CIT e prévia O valor desse Teto para cada estado é
aprovação no CNS, e observadas as definido em negociação na CIT, com base na
condições estabelecidas nesta NOB, a PPI, a partir das informações fornecidas pelo
SVS/MS publica a tabela de procedimentos Comitê Interinstitucional de Epidemiologia e
do PDAVS e o valor de sua remuneração. formalizado em ato próprio do órgão
específico do MS (FNS/MS).
13.2.2. Ações de Média e Alta Complexidade
em Vigilância Sanitária Esse Comitê, vinculado ao Secretário
Estadual de Saúde, articulando os órgãos de
Consiste no pagamento direto às SES e às epidemiologia da SES, do MS no estado e de
SMS, pela execução de ações de média e alta outras entidades que atuam no campo da
complexidade de competência estadual e epidemiologia e controle de doenças, é uma
municipal contra a apresentação de instância permanente de estudos, pesquisas,
demonstrativo de atividades realizadas ao análises de informações e de integração de
MS. Essas ações e o valor de sua remuneração instituições afins.
são definidos em negociação na CIT e
formalizados em portaria do órgão
71
Os valores do TFECD podem ser executados c) financiamento de projetos de cooperação
por ordenação do órgão específico do MS, técnico-científica na área de epidemiologia e
conforme as modalidades apresentadas a controle de doenças, quando encaminhados
seguir. pela CIB.

14.1. Transferência Regular e Automática 15. CONDIÇÕES DE GESTÃO DO


Fundo a Fundo MUNICÍPIO

Consiste na transferência de valores As condições de gestão, estabelecidas nesta


diretamente do Fundo Nacional de Saúde aos NOB, explicitam as responsabilidades do
Fundos Estaduais e Municipais, gestor municipal, os requisitos relativos às
independentemente de convênio ou modalidades de gestão e as prerrogativas
instrumento congênere, segundo as que favorecem o seu desempenho.
condições de gestão estabelecidas nesta
NOB e na PPI, aprovada na CIT e no CNS. A habilitação dos municípios às diferentes
condições de gestão significa a declaração
14.2. Remuneração por Serviços Produzidos dos compromissos assumidos por parte do
gestor perante os outros gestores e perante
Consiste no pagamento direto às SES e SMS, a população sob sua responsabilidade.
pelas ações de epidemiologia e controle de
doenças, conforme tabela de procedimentos A partir desta NOB, os municípios podem
discutida na CIT e aprovada no CNS, editada habilitar-se em duas condições:
pelo MS, observadas as condições de gestão
estabelecidas nesta NOB, contra a) GESTÃO PLENA DA ATENÇÃO BÁSICA; e
apresentação de demonstrativo de atividades
realizadas, encaminhado pela SES ou SMS ao b) GESTÃO PLENA DO SISTEMA
MS. MUNICIPAL.

14.3. Transferência por Convênio Os municípios que não aderirem ao processo


de habilitação permanecem, para efeito desta
Consiste na transferência de recursos Norma Operacional, na condição de
oriundos do órgão específico do MS prestadores de serviços ao Sistema, cabendo
(FNS/MS), por intermédio do Fundo Nacional ao estado a gestão do SUS naquele território
de Saúde, mediante programação e critérios municipal, enquanto for mantida a situação
discutidos na CIT e aprovados pelo CNS, de não-habilitado.
para:
15.1. GESTÃO PLENA DA ATENÇÃO BÁSICA
a) estímulo às atividades de epidemiologia e
controle de doenças; 15.1.1. Responsabilidades

b) custeio de operações especiais em a) Elaboração de programação municipal dos


epidemiologia e controle de doenças; serviços básicos, inclusive domiciliares e
comunitários, e da proposta de referência
72
ambulatorial especializada e hospitalar para i) Manutenção do cadastro atualizado das
seus munícipes, com incorporação negociada unidades assistenciais sob sua gestão,
à programação estadual. segundo normas do MS.

b) Gerência de unidades ambulatoriais j) Avaliação permanente do impacto das


próprias. ações do Sistema sobre as condições de
saúde dos seus munícipes e sobre o seu meio
c) Gerência de unidades ambulatoriais do ambiente.
estado ou da União, salvo se a CIB ou a CIT
definir outra divisão de responsabilidades. k) Execução das ações básicas de vigilância
sanitária, incluídas no PBVS.
d) Reorganização das unidades sob gestão
pública (estatais, conveniadas e contratadas), l) Execução das ações básicas de
introduzindo a prática do cadastramento epidemiologia, de controle de doenças e de
nacional dos usuários do SUS, com vistas à ocorrências mórbidas, decorrentes de causas
vinculação de clientela e à sistematização da externas, como acidentes, violências e outras,
oferta dos serviços. incluídas no TFECD.

e) Prestação dos serviços relacionados aos m) Elaboração do relatório anual de gestão e


procedimentos cobertos pelo PAB e aprovação pelo CMS.
acompanhamento, no caso de referência
interna ou externa ao município, dos demais 15.1.2. Requisitos
serviços prestados aos seus munícipes,
conforme a PPI, mediado pela relação gestor- a) Comprovar o funcionamento do CMS.
gestor com a SES e as demais SMS.
b) Comprovar a operação do Fundo Municipal
f) Contratação, controle, auditoria e de Saúde.
pagamento aos prestadores dos serviços
c) Apresentar o Plano Municipal de Saúde e
contidos no PAB.
comprometer-se a participar da elaboração e
g) Operação do SIA/SUS quanto a serviços da implementação da PPI do estado, bem
cobertos pelo PAB, conforme normas do MS, assim da alocação de recursos expressa na
e alimentação, junto à SES, dos bancos de programação.
dados de interesse nacional.
d) Comprovar capacidade técnica e
h) Autorização, desde que não haja definição administrativa e condições materiais para o
em contrário da CIB, das internações exercício de suas responsabilidades e
hospitalares e dos procedimentos prerrogativas quanto à contratação, ao
ambulatoriais especializados, realizados no pagamento, ao controle e à auditoria dos
município, que continuam sendo pagos por serviços sob sua gestão.
produção de serviços.
e) Comprovar a dotação orçamentária do ano
e o dispêndio realizado no ano anterior,
73
correspondente à contrapartida de recursos d) Subordinação, à gestão municipal, de
financeiros próprios do Tesouro Municipal, de todas as unidades básicas de saúde, estatais
acordo com a legislação em vigor. ou privadas (lucrativas e filantrópicas),
estabelecidas no território municipal.
f) Formalizar junto ao gestor estadual, com
vistas à CIB, após aprovação pelo CMS, o 15.2. GESTÃO PLENA DO SISTEMA
pleito de habilitação, atestando o MUNICIPAL
cumprimento dos requisitos relativos à
condição de gestão pleiteada. 15.2.1. Responsabilidades

g) Dispor de médico formalmente designado a) Elaboração de toda a programação


como responsável pela autorização prévia, municipal, contendo, inclusive, a referência
controle e auditoria dos procedimentos e ambulatorial especializada e hospitalar, com
serviços realizados. incorporação negociada à programação
estadual.
h) Comprovar a capacidade para o
desenvolvimento de ações de vigilância b) Gerência de unidades próprias,
sanitária. ambulatoriais e hospitalares, inclusive as de
referência.
i) Comprovar a capacidade para o
desenvolvimento de ações de vigilância c) Gerência de unidades ambulatoriais e
epidemiológica. hospitalares do estado e da União, salvo se a
CIB ou a CIT definir outra divisão de
j) Comprovar a disponibilidade de estrutura responsabilidades.
de recursos humanos para supervisão e
auditoria da rede de unidades, dos d) Reorganização das unidades sob gestão
profissionais e dos serviços realizados. pública (estatais, conveniadas e contratadas),
introduzindo a prática do cadastramento
15.1.3. Prerrogativas nacional dos usuários do SUS, com vistas à
vinculação da clientela e sistematização da
a) Transferência, regular e automática, dos oferta dos serviços.
recursos correspondentes ao Piso da Atenção
Básica (PAB). e) Garantia da prestação de serviços em seu
território, inclusive os serviços de referência
b) Transferência, regular e automática, dos aos não-residentes, no caso de referência
recursos correspondentes ao Piso Básico de interna ou externa ao município, dos demais
Vigilância Sanitária (PBVS). serviços prestados aos seus munícipes,
conforme a PPI, mediado pela relação gestor-
c) Transferência, regular e automática, dos gestor com a SES e as demais SMS.
recursos correspondentes às ações de
epidemiologia e de controle de doenças. f) Normalização e operação de centrais de
controle de procedimentos ambulatoriais e

74
hospitalares relativos à assistência aos seus c) Participar da elaboração e da
munícipes e à referência intermunicipal. implementação da PPI do estado, bem assim
da alocação de recursos expressa na
g) Contratação, controle, auditoria e programação.
pagamento aos prestadores de serviços
ambulatoriais e hospitalares, cobertos pelo d) Comprovar capacidade técnica e
TFGM. administrativa e condições materiais para o
exercício de suas responsabilidades e
h) Administração da oferta de procedimentos prerrogativas quanto à contratação, ao
ambulatoriais de alto custo e procedimentos pagamento, ao controle e à auditoria dos
hospitalares de alta complexidade conforme serviços sob sua gestão, bem como avaliar o
a PPI e segundo normas federais e estaduais. impacto das ações do Sistema sobre a saúde
dos seus munícipes.
i) Operação do SIH e do SIA/SUS, conforme
normas do MS, e alimentação, junto às SES, e) Comprovar a dotação orçamentária do ano
dos bancos de dados de interesse nacional. e o dispêndio no ano anterior correspondente
à contrapartida de recursos financeiros
j) Manutenção do cadastro atualizado de próprios do Tesouro Municipal, de acordo
unidades assistenciais sob sua gestão, com a legislação em vigor.
segundo normas do MS.
f) Formalizar, junto ao gestor estadual com
k) Avaliação permanente do impacto das vistas à CIB, após aprovação pelo CMS, o
ações do Sistema sobre as condições de pleito de habilitação, atestando o
saúde dos seus munícipes e sobre o meio cumprimento dos requisitos específicos
ambiente. relativos à condição de gestão pleiteada.

l) Execução das ações básicas, de média e alta g) Dispor de médico formalmente designado
complexidade em vigilância sanitária, bem pelo gestor como responsável pela
como, opcionalmente, as ações do PDAVS. autorização prévia, controle e auditoria dos
procedimentos e serviços realizados.
m) Execução de ações de epidemiologia, de
controle de doenças e de ocorrências h) Apresentar o Plano Municipal de Saúde,
mórbidas, decorrentes de causas externas, aprovado pelo CMS, que deve conter as
como acidentes, violências e outras incluídas metas estabelecidas, a integração e
no TFECD. articulação do município na rede estadual e
respectivas responsabilidades na
15.2.2. Requisitos
programação integrada do estado, incluindo
detalhamento da programação de ações e
a) Comprovar o funcionamento do CMS.
serviços que compõem o sistema municipal,
b) Comprovar a operação do Fundo Municipal bem como os indicadores mediante dos quais
de Saúde. será efetuado o acompanhamento.

75
i) Comprovar o funcionamento de serviço c) Transferência regular e automática fundo a
estruturado de vigilância sanitária e fundo dos recursos correspondentes ao Piso
capacidade para o desenvolvimento de ações Básico de Vigilância Sanitária (PBVS).
de vigilância sanitária.
d) Remuneração por serviços de vigilância
j) Comprovar a estruturação de serviços e sanitária de média e alta complexidade e,
atividades de vigilância epidemiológica e de remuneração pela execução do Programa
controle de zoonoses. Desconcentrado de Ações de Vigilância
Sanitária (PDAVS), quando assumido pelo
k) Apresentar o Relatório de Gestão do ano município.
anterior à solicitação do pleito, devidamente
aprovado pelo CMS. e) Subordinação, à gestão municipal, do
conjunto de todas as unidades ambulatoriais
l) Assegurar a oferta, em seu território, de especializadas e hospitalares, estatais ou
todo o elenco de procedimentos cobertos privadas (lucrativas e filantrópicas),
pelo PAB e, adicionalmente, de serviços de estabelecidas no território municipal.
apoio diagnóstico em patologia clínica e
radiologia básicas. f) Transferência de recursos referentes às
ações de epidemiologia e controle de
m) Comprovar a estruturação do componente doenças, conforme definição da CIT.
municipal do Sistema Nacional de Auditoria
(SNA). 16. CONDIÇÕES DE GESTÃO DO ESTADO

n) Comprovar a disponibilidade de estrutura As condições de gestão, estabelecidas nesta


de recursos humanos para supervisão e NOB, explicitam as responsabilidades do
auditoria da rede de unidades, dos gestor estadual, os requisitos relativos às
profissionais e dos serviços realizados. modalidades de gestão e as prerrogativas
que favorecem o seu desempenho.
15.2.3. Prerrogativas
A habilitação dos estados às diferentes
a) Transferência, regular e automática, dos condições de gestão significa a declaração
recursos referentes ao Teto Financeiro da dos compromissos assumidos por parte do
Assistência (TFA). gestor perante os outros gestores e perante
a população sob sua responsabilidade.
b) Normalização complementar relativa ao
pagamento de prestadores de serviços A partir desta NOB, os estados poderão
assistenciais em seu território, inclusive habilitar-se em duas condições de gestão:
quanto a alteração de valores de
procedimentos, tendo a tabela nacional como a) GESTÃO AVANÇADA DO SISTEMA
referência mínima, desde que aprovada pelo ESTADUAL; e
CMS e pela CIB.
b) GESTÃO PLENA DO SISTEMA ESTADUAL.

76
Os estados que não aderirem ao processo de f) Formulação e execução da política estadual
habilitação, permanecem na condição de de assistência farmacêutica, em articulação
gestão convencional, desempenhando as com o MS.
funções anteriormente assumidas ao longo
do processo de implantação do SUS, não g) Normalização complementar de
fazendo jus às novas prerrogativas mecanismos e instrumentos de administração
introduzidas por esta NOB, exceto ao PDAVS da oferta e controle da prestação de serviços
nos termos definidos pela SVS/MS. Essa ambulatoriais, hospitalares, de alto custo, do
condição corresponde ao exercício de tratamento fora do domicílio e dos
funções mínimas de gestão do Sistema, que medicamentos e insumos especiais.
foram progressivamente incorporadas pelas
SES, não estando sujeita a procedimento h) Manutenção do cadastro atualizado de
específico de habilitação nesta NOB. unidades assistenciais sob sua gestão,
segundo normas do MS.
16.1. Responsabilidades comuns às duas
condições de gestão estadual i) Cooperação técnica e financeira com o
conjunto de municípios, objetivando a
a) Elaboração da PPI do estado, contendo a consolidação do processo de
referência intermunicipal e coordenação da descentralização, a organização da rede
negociação na CIB para alocação dos regionalizada e hierarquizada de serviços, a
recursos, conforme expresso na realização de ações de epidemiologia, de
programação. controle de doenças, de vigilância sanitária,
bem assim o pleno exercício das funções
b) Elaboração e execução do Plano Estadual gestoras de planejamento, controle,
de Prioridades de Investimentos, negociado avaliação e auditoria.
na CIB e aprovado pelo CES.
j) Implementação de políticas de integração
c) Gerência de unidades estatais da das ações de saneamento às de saúde.
hemorrede e de laboratórios de referência
para controle de qualidade, para vigilância k) Coordenação das atividades de vigilância
sanitária e para a vigilância epidemiológica. epidemiológica e de controle de doenças e
execução complementar conforme previsto
d) Formulação e execução da política de na Lei nº 8.080/90.
sangue e hemoterapia.
l) Execução de operações complexas voltadas
e) Organização de sistemas de referência, ao controle de doenças que possam se
bem como a normalização e operação de beneficiar da economia de escala.
câmara de compensação de AIH,
procedimentos especializados e de alto custo m) Coordenação das atividades de vigilância
e ou alta complexidade. sanitária e execução complementar conforme
previsto na Lei nº 8.080/90.

77
n) Execução das ações básicas de vigilância as estratégias de descentralização das ações
sanitária referente aos municípios não de saúde para municípios;
habilitados nesta NOB.
as estratégias de reorganização do modelo
o) Execução das ações de média e alta de atenção; e
complexidade de vigilância sanitária, exceto
as realizadas pelos municípios habilitados na os critérios utilizados e os indicadores por
condição de gestão plena de sistema meio dos quais é efetuado o
municipal. acompanhamento das ações.

p) Execução do PDAVS nos termos definidos e) Apresentar relatório de gestão aprovado


pela SVS/MS. pelo CES, relativo ao ano anterior à
solicitação do pleito.
q) Apoio logístico e estratégico às atividades
à atenção à saúde das populações indígenas, f) Comprovar a transferência da gestão da
na conformidade de critérios estabelecidos atenção hospitalar e ambulatorial aos
pela CIT. municípios habilitados, conforme a respectiva
condição de gestão.
16.2. Requisitos comuns às duas condições de
gestão estadual g) Comprovar a estruturação do componente
estadual do SNA.
a) Comprovar o funcionamento do CES.
h) Comprovar capacidade técnica e
b) Comprovar o funcionamento da CIB. administrativa e condições materiais para o
exercício de suas responsabilidades e
c) Comprovar a operação do Fundo Estadual prerrogativas, quanto a contratação,
de Saúde. pagamento, controle e auditoria dos serviços
sob sua gestão e quanto à avaliação do
d) Apresentar o Plano Estadual de Saúde, impacto das ações do Sistema sobre as
aprovado pelo CES, que deve conter: condições de saúde da população do estado.

as metas pactuadas; i) Comprovar a dotação orçamentária do ano


e o dispêndio no ano anterior,
a programação integrada das ações
correspondente à contrapartida de recursos
ambulatoriais, hospitalares e de alto custo, de
financeiros próprios do Tesouro Estadual, de
epidemiologia e de controle de doenças –
acordo com a legislação em vigor.
incluindo, entre outras, as atividades de
vacinação, de controle de vetores e de j) Apresentar à CIT a formalização do pleito,
reservatórios – de saneamento, de pesquisa e devidamente aprovado pelo CES e pela CIB,
desenvolvimento tecnológico, de educação e atestando o cumprimento dos requisitos
de comunicação em saúde, bem como as gerais e específicos relativos à condição de
relativas às ocorrências mórbidas decorrentes gestão pleiteada.
de causas externas;
78
k) Comprovar a criação do Comitê b) Dispor de 60% dos municípios do estado
Interinstitucional de Epidemiologia, vinculado habilitados nas condições de gestão
ao Secretário Estadual de Saúde. estabelecidas nesta NOB, independente do
seu contingente populacional; ou 40% dos
l) Comprovar o funcionamento de serviço de municípios habilitados, desde que, nestes,
vigilância sanitária no estado, organizado residam 60% da população.
segundo a legislação e capacidade de
desenvolvimento de ações de vigilância c) Dispor de 30% do valor do TFA
sanitária. comprometido com transferências regulares
e automáticas aos municípios.
m) Comprovar o funcionamento de serviço de
vigilância epidemiológica no estado. 16.3.3. Prerrogativas

16.3. GESTÃO AVANÇADA DO SISTEMA a) Transferência regular e automática dos


ESTADUAL recursos correspondentes à Fração
Assistencial Especializada (FAE) e ao Piso
16.3.1. Responsabilidades Específicas Assistencial Básico (PAB) relativos aos
municípios nãohabilitados.
a) Contratação, controle, auditoria e
pagamento do conjunto dos serviços, sob b) Transferência regular e automática do Piso
gestão estadual, contidos na FAE; Básico de Vigilância Sanitária (PBVS) referente
aos municípios não habilitados nesta NOB.
b) Contratação, controle, auditoria e
pagamento dos prestadores de serviços c) Transferência regular e automática do
incluídos no PAB dos municípios não Índice de Valorização do Impacto em
habilitados; Vigilância Sanitária (IVISA).

c) Ordenação do pagamento dos demais d) Remuneração por serviços produzidos na


serviços hospitalares e ambulatoriais, sob área da vigilância sanitária.
gestão estadual;
e) Transferência de recursos referentes às
d) Operação do SIA/SUS, conforme normas ações de epidemiologia e controle de
do MS, e alimentação dos bancos de dados doenças.
de interesse nacional.
16.4. GESTÃO PLENA DO SISTEMA
16.3.2. Requisitos Específicos ESTADUAL

a) Apresentar a programação pactuada e 16.4.1. Responsabilidades Específicas


integrada ambulatorial, hospitalar e de alto
custo, contendo a referência intermunicipal e a) Contratação, controle, auditoria e
os critérios para a sua elaboração. pagamento aos prestadores do conjunto dos
serviços sob gestão estadual, conforme
definição da CIB.
79
b) Operação do SIA/SUS e do SIH/SUS, c) Transferência regular e automática do Piso
conforme normas do MS, e alimentação dos Básico de Vigilância Sanitária (PBVS) referente
bancos de dados de interesse nacional. aos municípios não habilitados nesta NOB.

16.4.2. Requisitos Específicos d) Transferência regular e automática do


Índice de valorização do Impacto em
a) Comprovar a implementação da Vigilância Sanitária (IVISA).
programação integrada das ações
ambulatoriais, hospitalares e de alto custo, e) Remuneração por serviços produzidos na
contendo a referência intermunicipal e os área da vigilância sanitária.
critérios para a sua elaboração.
f) Normalização complementar, pactuada na
b) Comprovar a operacionalização de CIB e aprovada pelo CES, relativa ao
mecanismos de controle da prestação de pagamento de prestadores de serviços
serviços ambulatoriais e hospitalares, tais assistenciais sob sua contratação, inclusive
como: centrais de controle de leitos e alteração de valores de procedimentos,
internações, de procedimentos ambulatoriais tendo a tabela nacional como referência
e hospitalares de alto/custo e ou mínima.
complexidade e de marcação de consultas
especializadas. g) Transferência de recursos referentes às
ações de epidemiologia e de controle de
c) Dispor de 80% dos municípios habilitados doenças.
nas condições de gestão estabelecidas nesta
NOB, independente do seu contingente 17. DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
populacional; ou 50% dos municípios, desde
que, nestes, residam 80% da população. 17. 1. As responsabilidades que caracterizam
cada uma das condições de gestão definidas
d) Dispor de 50% do valor do TFA do estado nesta NOB constituem um elenco mínimo e
comprometido com transferências regulares não impedem a incorporação de outras
e automáticas aos municípios. pactuadas na CIB e aprovadas pelo CES, em
especial aquelas já assumidas em decorrência
16.4.3. Prerrogativas da NOB-SUS Nº 01/93.

a) Transferência regular e automática dos 17.2. No processo de habilitação às


recursos correspondentes ao valor do Teto condições de gestão estabelecidas nesta
Financeiro da Assistência (TFA), deduzidas as NOB, são considerados os requisitos já
transferências fundo a fundo realizadas a cumpridos para habilitação nos termos da
municípios habilitados. NOB-SUS Nº 01/93, cabendo ao município ou
ao estado pleiteante a comprovação exclusiva
b) Transferência regular e automática dos do cumprimento dos requisitos introduzidos
recursos correspondentes ao Índice de ou alterados pela presente Norma
Valorização de Resultados (IVR).

80
Operacional, observando os seguintes 17.2.2. para que os municípios habilitados
procedimentos: atualmente na condição de gestão semiplena
possam assumir a condição de gestão plena
17.2.1.para que os municípios habilitados do sistema municipal definida nesta NOB,
atualmente nas condições de gestão devem comprovar à CIB:
incipiente e parcial possam assumir a
condição plena da atenção básica definida 17.2.2.1. a aprovação do relatório de gestão
nesta NOB, devem apresentar à CIB os pelo CMS, mediante apresentação da ata
seguintes documentos, que completam os correspondente;
requisitos para habilitação:
17.2.2.2. a existência de serviços que
17.2.1.1. ofício do gestor municipal executem os procedimentos cobertos pelo
pleiteando a alteração na condição de PAB no seu território, e de serviços de apoio
gestão; diagnóstico em patologia clínica e radiologia
básica simples, oferecidos no próprio
17.2.1.2. ata do CMS aprovando o pleito de município ou contratados de outro gestor
mudança de habilitação; municipal;

17.2.1.3. ata das três últimas reuniões do 17.2.2.3.a estruturação do componente


CMS; 17.2.1.4. extrato de movimentação municipal do SNA; e
bancária do Fundo Municipal de Saúde
relativo ao trimestre anterior à apresentação 17.2.2.4.a integração e articulação do
do pleito; município na rede estadual e respectivas
responsabilidades na PPI. Caso o município
17.2.1.5. comprovação, pelo gestor não atenda a esse requisito, pode ser
municipal, de condições técnicas para enquadrado na condição de gestão plena da
processar o SIA/SUS; atenção básica até que disponha de tais
condições, submetendo-se, neste caso, aos
17.2.1.6. declaração do gestor municipal mesmos procedimentos referidos no item
comprometendo-se a alimentar, junto à SES, 17.2.1;
o banco de dados nacional do SIA/SUS;
17.2.3. os estados habilitados atualmente nas
17.2.1.7. proposta aprazada de estruturação condições de gestão parcial e semiplena
do serviço de controle e avaliação municipal; devem apresentar a comprovação dos
requisitos adicionais relativos à nova condição
17.2.1.8. comprovação da garantia de oferta
pleiteada na presente NOB.
do conjunto de procedimentos coberto pelo
PAB; e 17.3. A habilitação de municípios à condição
de gestão plena da atenção básica é decidida
17.2.1.9. ata de aprovação do relatório de
na CIB dos estados habilitados às condições
gestão no CMS;
de gestão avançada e plena do sistema
estadual, cabendo recurso ao CES. A SES
81
respectiva deve informar ao MS a habilitação 17.8. A partir da publicação desta NOB, ficam
procedida, para fins de formalização por extintos o Fator de Apoio ao Estado, o Fator
portaria, observando as disponibilidades de Apoio ao Município e as transferências dos
financeiras para a efetivação das saldos de teto financeiro relativos às
transferências regulares e automáticas condições de gestão municipal e estadual
pertinentes. No que se refere à gestão plena parciais, previstos, respectivamente, nos itens
do sistema municipal, a habilitação dos 3.1.4; 3.2; 4.1.2 e 4.2.1 da NOBSUS Nº 01/93.
municípios é decidida na CIT, com base em
relatório da CIB e formalizada em ato da 17.9. A permanência do município na
SAS/MS. No caso dos estados categorizados condição de gestão a que for habilitado, na
na condição de gestão convencional, a forma desta NOB, está sujeita a processo
habilitação dos municípios a qualquer das permanente de acompanhamento e
condições de gestão será decidida na CIT, avaliação, realizado pela SES e submetido à
com base no processo de avaliação elaborado apreciação da CIB, tendo por base critérios
e encaminhado pela CIB, e formalizada em estabelecidos pela CIB e pela CIT, aprovados
ato do MS. pelos respectivos Conselhos de Saúde.

17.4. A habilitação de estados a qualquer das 17.10. De maneira idêntica, a permanência do


condições de gestão é decidida na CIT e estado na condição de gestão a que for
formalizada em ato do MS, cabendo recurso habilitado, na forma desta NOB, está sujeita a
ao CNS. processo permanente de acompanhamento e
avaliação, realizado pelo MS e submetido à
17.5. Os instrumentos para a comprovação do apreciação da CIT, tendo por base critérios
cumprimento dos requisitos para habilitação estabelecidos por esta Comissão e aprovados
ao conjunto das condições de gestão de pelo CNS.
estados e municípios, previsto nesta NOB,
estão sistematizados no ANEXO I. 17.11. O gestor do município habilitado na
condição de Gestão Plena da Atenção Básica
17.6. Os municípios e estados habilitados na que ainda não dispõe de serviços suficientes
forma da NOB-SUS Nº 01/93 permanecem para garantir, à sua população, a totalidade
nas respectivas condições de gestão até sua de procedimentos cobertos pelo PAB, pode
habilitação em uma das condições negociar, diretamente, com outro gestor
estabelecidas por esta NOB, ou até a data municipal, a compra dos serviços não
limite a ser fixada pela CIT. disponíveis, até que essa oferta seja garantida
no próprio município.
17.7. A partir da data da publicação desta
NOB, não serão procedidas novas 17.12. Para implantação do PAB, ficam as CIB
habilitações ou alterações de condição de autorizadas a estabelecer fatores
gestão na forma da NOB-SUS Nº 01/93. diferenciados de ajuste até um valor máximo
Ficam excetuados os casos já aprovados nas fixado pela CIT e formalizado por portaria do
CIB, que devem ser protocolados na CIT, no Ministério (SAS/MS). Esses fatores são
prazo máximo de 30 dias. destinados aos municípios habilitados, que
82
apresentam gastos per capita em ações de 17.17. As regulamentações complementares
atenção básica superiores ao valor per capita necessárias à operacionalização desta NOB
nacional único (base de cálculo do PAB), em são objeto de discussão e negociação na CIT,
decorrência de avanços na organização do observadas as diretrizes estabelecidas pelo
sistema. O valor adicional atribuído a cada CNS, com posterior formalização, mediante
município é formalizado em ato próprio da portaria do MS.
SES.
SIGLAS UTILIZADAS
17.13. O valor per capita nacional único, base
de cálculo do PAB, é aplicado a todos os AIH - Autorização de Internação Hospitalar
municípios, habilitados ou não nos termos
desta NOB. Aos municípios não habilitados, o CES - Conselho Estadual de Saúde
valor do PAB é limitado ao montante do valor
CIB - Comissão Intergestores Bipartite
per capita nacional multiplicado pela
população e pago por produção de serviço.
CIT - Comissão Intergestores Tripartite
17.14. Num primeiro momento, em face da
CMS - Conselho Municipal de Saúde
inadequação dos sistemas de informação de
abrangência nacional para aferição de CNS - Conselho Nacional de Saúde
resultados, o IVR é atribuído aos estados a
título de valorização de desempenho na COFINS - Contribuição Social para o
gestão do Sistema, conforme critérios Financiamento da Seguridade Social
estabelecidos pela CIT e formalizados por
portaria do Ministério (SAS/MS). CONASEMS - Conselho Nacional de
Secretários Municipais de Saúde
17.15. O MS continua efetuando pagamento
por produção de serviços (relativos aos CONASS - Conselho Nacional de Secretários
procedimentos cobertos pelo PAB) Estaduais de Saúde
diretamente aos prestadores, somente no
caso daqueles municípios nãohabilitados na FAE - Fração Assistencial Especializada
forma desta NOB, situados em estados em
gestão convencional. FIDEPS - Fator de Incentivo ao
Desenvolvimento do Ensino e da Pesquisa
17.16. Também em relação aos
procedimentos cobertos pela FAE, o MS FNS - Fundação Nacional de Saúde
continua efetuando o pagamento por
INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social
produção de serviços diretamente a
prestadores, somente no caso daqueles
IVH-E - Índice de Valorização Hospitalar de
municípios habilitados em gestão plena da
Emergência
atenção básica e os não habilitados, na forma
desta NOB, situados em estados em gestão IVISA - Índice de Valorização do Impacto em
convencional. Vigilânica Sanitária
83
IVR - Índice de Valorização de Resultados TFAM - Teto Financeiro da Assistência do
Município
MS - Ministério da Saúde
TFECD - Teto Financeiro da Epidemiologia e
NOB - Norma Operacional Básica Controle de Doenças

PAB - Piso Assistencial Básico. TFG - Teto Financeiro Global

PACS - Programa de Agentes Comunitários TFGE - Teto Financeiro Global do Estado


de Saúde
TFGM - Teto Financeiro Global do Município
PBVS - Piso Básico de Vigilância Sanitária
TFVS - Teto Financeiro da Vigilância Sanitária
PDAVS - Programa Desconcentrado de Ações
de Vigilância Sanitária Portaria nº 373, de 27 de
fevereiro de 2002 – NOAS 01/02
PPI - Programação Pactuada e Integrada

PSF - Programa de Saúde da Família O Ministro de Estado da Saúde, no uso de


suas atribuições, e
SAS - Secretaria de Assistência à Saúde
Considerando os princípios do Sistema Único
SES - Secretaria Estadual de Saúde de Saúde de universalidade do acesso e de
integralidade da atenção;
SIA/SUS - Sistema de Informações
Ambulatoriais do SUS Considerando o disposto no Artigo 198 da
Constituição Federal de 1998, que estabelece
SIH/SUS - Sistema de Informações que as ações e serviços públicos de saúde
Hospitalares do SUS integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema único;
SMS - Secretaria Municipal de Saúde
Considerando a necessidade de dar
SNA - Sistema Nacional de Auditoria continuidade ao processo de
descentralização e organização do Sistema
SUS - Sistema Único de Saúde Único de Saúde – SUS, fortalecido com a
implementação da Norma Operacional Básica
SVS - Secretaria de Vigilância Sanitária
–SUS 01/96, de 05 de novembro de 1996; e
TFA - Teto Financeiro da Assistência
Considerando as contribuições do Conselho
de Secretários Estaduais de Saúde – CONASS
TFAE - Teto Financeiro da Assistência do
e Conselho Nacional de Secretários
Estado
Municipais de Saúde – CONASEMS, seguidas
da aprovação da Comissão Intergestores

84
Tripartite – CIT e Conselho Nacional de Saúde Municipais de Saúde, através do
– CNS, em 07 de dezembro de 2001; CONASEMS, desencadearam diversas
atividades de planejamento e de adequação
Considerando o contínuo movimento de de seus modelos assistenciais e de gestão aos
pactuação entre os três níveis de gestão, preceitos estabelecidos, ponderando
visando o aperfeiçoamento do Sistema Único criticamente os avanços e os desafios que
de Saúde, resolve: novas diretrizes organizativas trariam para sua
realidade concreta.
Art. 1º - Aprovar, na forma do Anexo desta
Portaria, a Norma Operacional da Assistência Durante este percurso, em algumas unidades
à Saúde – NOAS-SUS 01/2002 que amplia as da federação foram identificados entraves na
responsabilidades dos municípios na Atenção operacionalização de determinados itens,
Básica; estabelece o processo de decorrentes das dificuldades para
regionalização como estratégia de estabelecer o comando único sobre os
hierarquização dos serviços de saúde e de prestadores de serviços ao SUS e assegurar a
busca de maior eqüidade; cria mecanismos totalidade da gestão municipal nas sedes dos
para o fortalecimento da capacidade de módulos assistenciais, bem como da
gestão do Sistema Único de Saúde e procede fragilidade para explicitação dos mecanismos
à atualização dos critérios de habilitação de necessários à efetivação da gestão estadual
estados e municípios. para as referências intermunicipais.

Art. 2º - Esta Portaria entra data de sua Em decorrência da necessidade de viabilizar


publicação, cessando os efeitos da Portaria o debate sobre essas questões, identificadas
GM/MS N° 95, de 26 de janeiro de 2001, como causadoras de maior tensionamento na
publicada no Diário Oficial n° 20-E, de 29 de implantação da Norma, o processo de
janeiro de 2001, Seção 1. negociação foi reaberto durante o segundo
semestre de 2001. Neste sentido, a Comissão
NORMA OPERACIONAL DA ASSISTÊNCIA À Intergestores Tripartite - CIT, em reunião
SAÚDE / SUS - NOAS-SUS 01/02 realizada em 22 de novembro de 2001, firmou
acordo contemplando propostas referentes
INTRODUÇÃO
ao comando único sobre os prestadores de
serviços de média e alta complexidade e o
A presente Norma Operacional da Assistência
fortalecimento da gestão dos estados sobre
à Saúde 01/2002 - NOAS-SUS 01/02 resulta
as referências intermunicipais. Nessa mesma
do contínuo movimento de pactuação entre
ocasião, deliberou-se pela constituição de um
os três níveis de gestão, visando o
Grupo de Trabalho, com representação
aprimoramento do Sistema Único de Saúde.
tripartite, com a atribuição de detalhar o
A partir da publicação da NOAS-SUS 01/01, acordo e incorporar a NOAS os pontos
em 26 de janeiro de 2001, o Ministério da acordados, mantendo a coerência do texto.
Saúde, as Secretarias Estaduais de Saúde, Em 07 de dezembro de 2001 foi feito um
através do CONASS, e as Secretarias relato, por representantes do Ministério da

85
Saúde, CONASS e CONASEMS, aos problemas de saúde, otimizando os recursos
membros do Conselho Nacional de Saúde, disponíveis.
acerca da negociação realizada na CIT e das
alterações que dela resultaram. I.1 DA ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR
DE REGIONALIZAÇÃO
Ainda como resultado do processo de
elaboração da NOAS-SUS 01/02 e com o 2. Instituir o Plano Diretor de Regionalização
objetivo de facilitar sua utilização, este - PDR como instrumento de ordenamento do
documento incorporou definições da processo de regionalização da assistência em
regulamentação complementar relacionadas cada estado e no Distrito Federal, baseado
aos temas que foram objeto do acordo, que, nos objetivos de definição de prioridades de
na versão anterior, encontravam-se descritos intervenção coerentes com as necessidades
em documentos normativos específicos. de saúde da população e garantia de acesso
dos cidadãos a todos os níveis de atenção.
Enfim, cabe destacar que esta NOAS-SUS
01/02, ao assegurar a manutenção das 3. O PDR fundamenta-se na conformação de
diretrizes organizativas definidas pela NOAS- sistemas funcionais e resolutivos de
SUS 01/01, procura oferecer as alternativas assistência à saúde, por meio da organização
necessárias à superação das dificuldades e dos territórios estaduais em
impasses oriundos da dinâmica concreta de regiões/microrregiões e módulos
sua implementação. assistenciais; da conformação de redes
hierarquizadas de serviços; do
CAPÍTULO I estabelecimento de mecanismos e fluxos de
referência e contra-referência
DA REGIONALIZAÇÃO intermunicipais, objetivando garantir a
integralidade da assistência e o acesso da
1. Estabelecer o processo de regionalização população aos serviços e ações de saúde de
como estratégia de hierarquização dos acordo com suas necessidades.
serviços de saúde e de busca de maior
eqüidade. 4. O PDR deverá ser elaborado na perspectiva
de garantir:
1.1. O processo de regionalização deverá
contemplar uma lógica de planejamento a) O acesso dos cidadãos, o mais próximo
integrado, compreendendo as noções de possível de sua residência, a um conjunto de
territorialidade, na identificação de ações e serviços vinculados às seguintes
prioridades de intervenção e de conformação responsabilidades mínimas:
de sistemas funcionais de saúde, não
necessariamente restritos à abrangência - assistência pré-natal, parto e puerpério;
municipal, mas respeitando seus limites como
unidade indivisível, de forma a garantir o - acompanhamento do crescimento e
acesso dos cidadãos a todas as ações e desenvolvimento infantil;
serviços necessários para a resolução de seus
86
- cobertura universal do esquema Secretaria Estadual de Saúde, de acordo com
preconizado pelo Programa Nacional de as especificidades e estratégias de
Imunizações, para todas as faixas etárias; regionalização da saúde em cada estado,
considerando as características demográficas,
- ações de promoção da saúde e prevenção socioeconômicas, geográficas, sanitárias,
de doenças; epidemiológicas, oferta de serviços, relações
entre municípios, entre outras. Dependendo
- tratamento das intercorrências mais comuns do modelo de regionalização adotado, um
na infância; estado pode se dividir em macrorregiões,
regiões e/ou microrregiões de saúde. Por sua
- atendimento de afecções agudas de maior
vez, a menor base territorial de planejamento
incidência;
regionalizado, seja uma região ou uma
microrregião de saúde, pode compreender
- acompanhamento de pessoas com doenças
um ou mais módulos assistenciais.
crônicas de alta prevalência;
b) Módulo Assistencial - módulo territorial
- tratamento clínico e cirúrgico de casos de
com resolubilidade correspondente ao
pequenas urgências ambulatoriais;
primeiro nível de referência, definida no Item
- tratamento dos distúrbios mentais e 8 - Capítulo I desta Norma, constituído por
psicossociais mais freqüentes; um ou mais municípios, com área de
abrangência mínima a ser estabelecida para
- controle das doenças bucais mais comuns; cada Unidade da Federação, em
regulamentação específica, e com as
- suprimento/dispensação dos medicamentos seguintes características:
da Farmácia Básica.
- conjunto de municípios, entre os quais há
b) O acesso de todos os cidadãos aos serviços um município-sede, habilitado em Gestão
necessários à resolução de seus problemas de Plena do Sistema Municipal/GPSM ou em
saúde, em qualquer nível de atenção, Gestão Plena da Atenção Básica
diretamente ou mediante o estabelecimento Ampliada/GPAB-A, com capacidade de
de compromissos entre gestores para o ofertar a totalidade dos serviços de que trata
atendimento de referências intermunicipais. o Item 8 - Capítulo I desta Norma, com
suficiência, para sua população e para a
5. Definir os seguintes conceitos-chaves para população de outros municípios a ele
a organização da assistência no âmbito adscritos; ou
estadual, que deverão ser observados no
PDR: - município em Gestão Plena do Sistema
Municipal ou em Gestão Plena da Atenção
a) Região de Saúde - base territorial de Básica Ampliada / GPAB-A, com capacidade
planejamento da atenção à saúde, não de ofertar com suficiência a totalidade dos
necessariamente coincidente com a divisão serviços de que trata o Item 8 – Capítulo I para
administrativa do estado, a ser definida pela sua própria população, quando não
87
necessitar desempenhar o papel de dos municípios-sede e municípios-pólo e dos
referência para outros municípios. demais municípios abrangidos;

c) Município-sede do módulo assistencial b) a identificação das prioridades de


(GPSM ou GPAB-A) - município existente em intervenção em cada região/microrregião;
um módulo assistencial que apresente a
capacidade de ofertar a totalidade dos c) o Plano Diretor de Investimentos para
serviços de que trata o Item 8 - Capítulo I, atender as prioridades identificadas e
correspondente ao primeiro nível de conformar um sistema resolutivo e funcional
referência intermunicipal, com suficiência, de atenção à saúde, preferencialmente
para sua população e para a população de identificando cronograma e fontes de
outros municípios a ele adscritos. recursos;

d) Município-pólo (GPSM ou GPAB-A) - d) a inserção e o papel de todos os municípios


município que, de acordo com a definição da nas regiões/microrregiões de saúde, com
estratégia de regionalização de cada estado, identificação dos municípios -sede, de sua
apresente papel de referência para outros área de abrangência e dos fluxos de
municípios, em qualquer nível de atenção. referência;

e) Unidade territorial de qualificação na e) os mecanismos de relacionamento


assistência à saúde - representa a base intermunicipal como organização de fluxos de
territorial mínima a ser submetida à referência e contra referência e implantação
aprovação do Ministério da Saúde e de estratégias de regulação visando à
Comissão Intergestores Tripartite para garantia do acesso da população aos serviços;
qualificação na assistência à saúde. Deverá
ser a menor base territorial de planejamento f) a proposta de estruturação de redes de
regionalizado com complexidade assistencial referência especializada em áreas específicas;
acima do módulo assistencial, conforme
g) a identificação das necessidades e a
definido no PDR. Poderá ser uma
proposta de fluxo de referência para outros
microrregião ou uma região de saúde, de
estados, no caso de serviços não disponíveis
acordo com o desenho adotado pelo estado.
no território estadual;
6. Para se qualificarem aos requisitos da
6.1. Os produtos relativos à qualificação dos
NOAS SUS 01/02, os estados e o Distrito
estados e do Distrito Federal aos requisitos
Federal deverão submeter à CIT os produtos,
desta Norma, no que tange a sua elaboração,
bem como os meios de verificação
tramitação, requisitos e meios de verificação,
correspondentes, definidos no Anexo 6 desta
obedecerão ao seguinte:
norma, contendo, no mínimo:
6.1.1 na sua elaboração:
a) a descrição da organização do território
estadual em regiões/microrregiões de saúde
a) Cabe às Secretarias de Saúde dos estados
e módulos assistenciais, com a identificação
e do Distrito Federal a elaboração do PDR,
88
em consonância com o Plano Estadual de c) Após aprovado nas instâncias estaduais, a
Saúde, que deverá contemplar uma lógica de Secretaria Estadual de Saúde deverá
planejamento que envolva os municípios na encaminhar o PDR e demais produtos à
definição dos espaços Secretaria Técnica da Comissão Intergestores
regionais/microrregionais de assistência à Tripartite - CIT, que encaminhará a
saúde, dos fluxos de referência, bem como documentação referida à Secretaria de
dos investimentos para a conformação de Assistência à Saúde - SAS/MS e à Secretaria
sistemas de saúde resolutivos e funcionais. de Políticas de Saúde - SPS/ MS, para análise
de conteúdo e viabilidade; após o que
b) O PDR deve contemplar a perspectiva de procederão ao encaminhamento destes, com
redistribuição geográfica de recursos parecer, à Comissão Intergestores Tripartite
tecnológicos e humanos, explicitando o para deliberação e homologação.
desenho futuro e desejado da regionalização
estadual, prevendo os investimentos d) Caso não seja homologada pela CIT, a
necessários para a conformação destas novas referida documentação deverá ser devolvido
regiões/microrregiões e módulos à respectiva Secretaria Estadual de Saúde,
assistenciais, observando assim a diretriz de para ajuste e análise das recomendações e
possibilitar o acesso do cidadão a todas as novamente submetido à apreciação da CIB e
ações e serviços necessários para a resolução do CES.
de seus problemas de saúde, o mais próximo
possível de sua residência. e) em caso de alteração do PDR pelo estado
ou Distrito Federal após sua homologação
c) O PDR subsidiará o processo de pela CIT, deverá ser observada a mesma
qualificação de regiões/microrregiões. tramitação definida para a proposta original.

6.1.2 na tramitação: I.2 DA AMPLIAÇÃO DO ACESSO E DA


QUALIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA
a) A Secretaria de Saúde do estado ou do
Distrito Federal deverá encaminhar o os 7. Instituir a Gestão Plena da Atenção Básica
produtos à respectiva Comissão Intergestores Ampliada (GPAB-A), como uma das
Bipartite - CIB, que deverá convocar reunião condições de gestão dos sistemas municipais
para análise e aprovação, após, no máximo, de saúde.
30 (trinta) dias a contar da data de
recebimento da proposta; 7.1. Definir como áreas de atuação
estratégicas mínimas da condição de Gestão
b) Aprovado o Plano Diretor de Plena da Atenção Básica Ampliada: o controle
Regionalização e demais produtos, a CIB da tuberculose, a eliminação da hanseníase, o
deverá remetê-la ao Conselho Estadual de controle da hipertensão arterial, o controle da
Saúde - CES, que terá 30 (trinta) dias para diabetes mellitus, a saúde da criança, a saúde
apreciação e deliberação; da mulher e a saúde bucal, conforme
detalhamento apresentado no ANEXO 1
desta Norma.
89
7.2. As ações de que trata o ANEXO 1 desta habilitação e manutenção nas condições de
Norma devem ser assumidas por todos os gestão definidas nesta Norma.
municípios brasileiros, respeitado o seu perfil
epidemiológico, como um componente I.3 DOS MÓDULOS ASSISTENCIAIS E DA
essencial e mínimo para o cumprimento das QUALIFICAÇÃO DAS MICRORREGIÕES
metas do Pacto da Atenção Básica, instituído
pela Portaria GM/MS N° 3.925, de 13 de 8. Definir um conjunto mínimo de
novembro de 1998, e regulamentado procedimentos de média complexidade
anualmente em portaria específica. como primeiro nível de referência
intermunicipal, com acesso garantido a toda
7.3. O conjunto de procedimentos a população no âmbito microrregional,
assistenciais que compõem as ações de ofertados em um ou mais módulos
Atenção Básica Ampliada é compreendido assistenciais.
por aqueles atualmente cobertos pelo Piso de
Atenção Básica (PAB), acrescidos dos 8.1. Esse conjunto mínimo de serviços de
procedimentos relacionados no ANEXO 2 média complexidade compreende as
desta Norma. atividades ambulatoriais de apoio diagnóstico
e terapêutico (M1) e de internação hospitalar,
7.4. Para o financiamento do elenco de detalhadas no ANEXO 3 desta Norma.
procedimentos da Atenção Básica Ampliada,
foi instituído o PAB Ampliado, e seu valor 9. O financiamento federal do conjunto de
definido em Portaria do Ministério da Saúde, serviços do M1 adotará a seguinte lógica:
sendo que os municípios que hoje já recebem
9.1. O financiamento das atividades
o PAB fixo em valor superior ao PAB
ambulatoriais de apoio diagnóstico e
Ampliado não sofrerão alteração no valor per
terapêutico (M1), será feito com base na
capita do PAB fixo destinado ao seu
programação de um valor per capita nacional
município.
mínimo, definido em Portaria do Ministro da
7.5. Os municípios já habilitados nas Saúde.
condições de gestão da NOB 01/96 estarão
9.2. O financiamento das internações
aptos a receber o PAB Ampliado, após
hospitalares será feito de acordo com o
assumirem a condição de Gestão Plena da
processo de Programação Pactuada e
Atenção Básica Ampliada - GPAB-A,
Integrada, conduzido pelo gestor estadual,
mediante avaliação pela Secretaria Estadual
respeitado o Limite Financeiro Global da
de Saúde, aprovação pela CIB, e
Assistência de cada Unidade da Federação;
homologação pela CIT.
9.3. Para apoiar o processo de qualificação
7.6. A Secretaria de Políticas de Saúde/SPS é
das regiões/microrregiões e garantir os
a unidade organizacional do Ministério da
recursos per capita para o financiamento dos
Saúde responsável pela regulamentação de
procedimentos mínimos da média
critérios, fluxos e instrumentos do processo
complexidade (M1) para toda a população
de avaliação da Atenção Básica para efeito de
90
brasileira, o Ministério da Saúde adicionará saúde relativo ao M1, acrescidos de um
recursos ao Limite Financeiro dos Estados, conjunto de serviços com complexidade
conforme definido em Portaria específica, acima do módulo assistencial, de acordo com
sendo que a destinação destes recursos o definido no PDR.
estará descrita na PPI dos estados e do
Distrito Federal, devendo sua incorporação 12. Os requisitos para a qualificação de cada
ao Limite Financeiro dos Estados ocorrer na região/microrregião e respectivos
medida em que forem efetivadas as instrumentos de comprovação estão listados
qualificações das regiões/microrregiões no Anexo 7 desta Norma.
assistenciais.
13. A solicitação de qualificação de cada
9.4. Serão qualificadas apenas as região/microrregião de saúde deverá ser
regiões/microrregiões nas quais a PPI encaminhada à CIT, observando que:
estadual tenha definido a alocação dos
recursos destinados ao financiamento dos 13.1 O gestor estadual, conjuntamente com
procedimentos mínimos da média os gestores municipais da região a ser
complexidade (M1) na(s) sede(s) de módulo(s) qualificada, deve encaminhar a CIB solicitação
assistencial(is). de qualificação da região/microrregião;

9.5. Nas microrregiões não qualificadas, o 13.2 A CIB deverá analisar a solicitação que,
financiamento dos procedimentos constantes se aprovada, deverá ser encaminhada ao CES,
do M1 desta Norma continuará sendo feito para conhecimento, e à Secretaria Técnica da
de acordo com a lógica de pagamento por CIT, para deliberação;
produção.
13.3 A Secretaria Técnica da CIT deverá
10. O repasse dos recursos de que trata o encaminhar documentação à Secretaria de
Subitem 9.3 - Item 9 - Capítulo I, desta Assistência à Saúde do Ministério da Saúde,
Norma, para a cobertura da população de que procederá a respectiva análise, de acordo
uma dada microrregião estará condicionado à com o PDR já aprovado;
aprovação pela CIT da qualificação da
13.4. A SAS/MS deverá encaminhar parecer
referida microrregião na assistência à saúde.
quanto ao processo de qualificação à CIT,
11 A qualificação compreende o para decisão quanto à sua homologação.
reconhecimento formal da constituição das
14. Após a homologação na CIT do processo
regiões/microrregiões, da organização dos
de qualificação de uma microrregião, o
sistemas funcionais de assistência à saúde e
montante de recursos correspondente ao
do compromisso firmado entre o estado e os
financiamento dos procedimentos listados no
municípios componentes dos módulos
ANEXO 3A desta Norma (M1) destinados à
assistenciais, para a garantia do acesso de
cobertura da população do município-sede
toda a população residente nestes espaços
de módulo, acrescido do montante de
territoriais a um conjunto de ações e serviços
recursos referentes à cobertura da população
correspondente ao nível de assistência à
91
residente nos municípios a ele adscritos, 17. A Atenção de Média Complexidade (MC)
passam a ser transferidos por uma das duas - compreende um conjunto de ações e
formas: (i) fundo a fundo ao estado habilitado serviços ambulatoriais e hospitalares que
quando o município-sede de módulo for visam atender os principais problemas de
habilitado em GPAB-A (ii) fundo a fundo ao saúde da população, cuja prática clínica
município-sede de cada módulo assistencial demande a disponibilidade de profissionais
quando esse for habilitado em Gestão Plena especializados e a utilização de recursos
do Sistema Municipal de acordo com a tecnológicos de apoio diagnóstico e
Norma Operacional da Assistência à Saúde, terapêutico, que não justifique a sua oferta
sendo que, neste caso, a parcela relativa à em todos os municípios do país.
população residente nos municípios adscritos
estará condicionada ao cumprimento de 18. Excetuando as ações mínimas da média
Termo de Compromisso para a Garantia de complexidade (M1), que devem ser
Acesso, conforme normatizado nos Itens 37 e garantidas no âmbito dos módulos
38 - Capítulo II desta Norma. assistenciais, as demais ações assistenciais de
média complexidade, tanto ambulatoriais
15. Em módulos nos quais a sede estiver sob como hospitalares, podem ser garantidas no
gestão municipal, caso exista um município âmbito microrregional, regional ou mesmo
habilitado em Gestão Plena da Atenção estadual, de acordo com o tipo de serviço, a
Básica Ampliada que disponha em seu disponibilidade tecnológica, as características
território de laboratório de patologia clínica do estado e a definição no Plano Diretor de
ou serviço de radiologia ou ultra-sonografia Regionalização do estado.
gineco-obstétrica, em quantidade suficiente e
com qualidade adequada para o atendimento 19. O gestor estadual deve adotar critérios
de sua própria população, mas que não tenha para a organização regionalizada das ações
o conjunto de serviços requeridos para ser de média complexidade que considerem:
sede de módulo assistencial, esse município necessidade de qualificação e especialização
poderá celebrar um acordo com o gestor do dos profissionais para o desenvolvimento das
município-sede do módulo para, ações, correspondência entre a prática clínica
provisoriamente, atender sua própria e capacidade resolutiva diagnóstica e
população no referido serviço. terapêutica, complexidade e custo dos
equipamentos, abrangência recomendável
16. A Secretaria de Assistência à Saúde é a para cada tipo de serviço, economias de
unidade organizacional do MS responsável escala, métodos e técnicas requeridos para a
pela análise técnica das propostas de realização das ações.
qualificação das microrregiões na assistência
à saúde, a serem submetidas à aprovação da 20. Os subsídios à organização e
CIT, de acordo com as regras estabelecidas programação da média complexidade,
nesta Norma. compreendendo grupos de programação e
critérios de classificação das ações desse nível
I.4 DA ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE de atenção são descritos em instrumento a
MÉDIA COMPLEXIDADE
92
ser acordado pelas três esferas de governo e 21.4. A alocação de recursos
definido em Portaria do MS. correspondentes às referências
intermunicipais, ambulatoriais e hospitalares,
21. O processo de Programação Pactuada e decorre do processo de programação
Integrada (PPI), coordenado pelo gestor pactuada integrada entre gestores e do
estadual representa o principal instrumento estabelecimento de Termo de Compromisso
para garantia de acesso da população aos de Garantia de Acesso implicando a
serviços de média complexidade não separação da parcela correspondente às
disponíveis em seu município de residência, referências no limite financeiro do município.
devendo orientar a alocação de recursos e
definição de limites financeiros para todos os 22. Diferentemente do exigido para a
municípios do estado, independente de sua organização das referências intermunicipais
condição de gestão. no módulo assistencial, abordada na seção I.3
- Capítulo I desta Norma, no caso das demais
21.1. A programação das ações ambulatoriais ações de média complexidade, quando os
de média complexidade deve compreender: serviços estiverem dispersos por vários
identificação das necessidades de saúde de municípios, admite-se que um mesmo
sua população, definição de prioridades, município encaminhe referências para mais
aplicação de parâmetros físicos e financeiros de um município pólo de média
definidos nos estados para os diferentes complexidade, dependendo da
grupos de ações assistenciais - respeitados os disponibilidade de oferta, condições de
limites financeiros estaduais - e acesso e fluxos estabelecidos na PPI.
estabelecimento de fluxos de referências
entre municípios. 22.1. O gestor estadual, ao coordenar um
processo de planejamento global no estado,
21.2. A alocação de recursos referentes a deve adotar critérios para evitar a
cada grupo de programação de ações superposição e proliferação indiscriminada e
ambulatoriais de média complexidade para a desordenada de serviços, levando sempre em
população própria de um dado município terá consideração as condições de acessibilidade,
como limite financeiro o valor per capita qualidade e racionalidade na organização de
estadual definido para cada grupo, serviços.
multiplicado pela população do município.
22.2. Deve-se buscar estabelecer as
21.3. A programação de internações referências para a média complexidade em
hospitalares deve utilizar critérios um fluxo contínuo, dos municípios de menor
homogêneos de estimativa de internações complexidade para os de maior
necessárias para a população, e considerar a complexidade, computando, no município de
distribuição e complexidade dos hospitais, o referência, as parcelas físicas e financeiras
valor médio das internações hospitalares, correspondentes ao atendimento da
bem como os fluxos de referência entre população dos municípios de origem,
municípios. conforme acordado no processo de

93
Programação Pactuada e Integrada entre os 23.1. A garantia de acesso aos procedimentos
gestores. de alta complexidade é de responsabilidade
solidária entre o Ministério da Saúde e as
I.5 DA POLÍTICA DE ATENÇÃO DE ALTA Secretarias de Saúde dos estados e do
COMPLEXIDADE/CUSTO NO SUS Distrito Federal.

23. A responsabilidade do Ministério da 24. O gestor estadual é responsável pela


Saúde sobre a política de alta gestão da política de alta
complexidade/custo se traduz nas seguintes complexidade/custo no âmbito do estado,
atribuições: mantendo vinculação com a política nacional,
sendo consideradas intransferíveis as funções
a - definição de normas nacionais; de definição de prioridades assistenciais e
programação da alta complexidade,
b - controle do cadastro nacional de
incluindo:
prestadores de serviços;
a - a macroalocação de recursos
c - vistoria de serviços, quando lhe couber, de
orçamentários do Limite Financeiro da
acordo com as normas de cadastramento
Assistência do estado para cada área de alta
estabelecidas pelo próprio Ministério da
complexidade;
Saúde;
b - a definição de prioridades de
d - definição de incorporação dos
investimentos para garantir o acesso da
procedimentos a serem ofertados à
população a serviços de boa qualidade, o que
população pelo SUS;
pode, dependendo das características do
estado, requerer desconcentração ou
e - definição do elenco de procedimentos de
concentração para a otimização da oferta de
alta complexidade;
serviços, tendo em vista a melhor utilização
f - estabelecimento de estratégias que dos recursos disponíveis, a garantia de
possibilitem o acesso mais equânime economia de escala e melhor qualidade;
diminuindo as diferenças regionais na
c - a delimitação da área de abrangência dos
alocação dos serviços;
serviços de alta complexidade;
g - definição de mecanismos de garantia de
d - a coordenação do processo de garantia de
acesso para as referências interestaduais,
acesso para a população de referência entre
através da Central Nacional de Regulação
municípios;
para Procedimentos de Alta Complexidade;
e- a definição de limites financeiros
h - formulação de mecanismos voltados à
municipais para a alta complexidade, com
melhoria da qualidade dos serviços
explicitação da parcela correspondente ao
prestados;
atendimento da população do município
i - financiamento das ações. onde está localizado o serviço e da parcela
94
correspondente às referências de outros a - a programação das metas físicas e
municípios; financeiras dos prestadores de serviços,
garantindo a possibilidade de acesso para a
f - a coordenação dos processos de sua população e para a população
remanejamentos necessários na programação referenciada conforme o acordado na PPI e
da alta complexidade, inclusive com no Termo de Garantia de Acesso assinado
mudanças nos limites financeiros municipais; com o estado;

g - os processos de vistoria para inclusão de b - realização de vistorias no que lhe couber,


novos serviços no que lhe couber, em de acordo com as normas do Ministério da
conformidade com as normas de Saúde;
cadastramento do MS;
c - condução do processo de contratação;
h - a coordenação da implementação de
mecanismos de regulação da assistência em d - autorização para realização dos
alta complexidade (centrais de regulação, procedimentos e a efetivação dos
implementação de protocolos clínicos, entre pagamentos (créditos bancários);
outros);
e - definição de fluxos e rotinas
i - o controle e a avaliação do sistema, quanto intramunicipais compatíveis com as estaduais;
à sua resolubilidade e acessibilidade;
f - controle, avaliação e auditoria de serviços.
j - a otimização da oferta de serviços, tendo
em vista a otimização dos recursos 25.1 A regulação dos serviços de alta
disponíveis, a garantia de economia de escala complexidade será de responsabilidade do
e melhor qualidade. gestor municipal, quando o município
encontrar-se na condição de gestão plena do
24.1 A regulação da referência intermunicipal sistema municipal, e de responsabilidade do
de alta complexidade será sempre efetuada gestor estadual, nas demais situações.
pelo gestor estadual.
25.2 A regulação dos serviços de alta
25 - Os municípios que tiverem em seu complexidade, localizados em município
território serviços de alta habilitado em GPSM de acordo com as regras
complexidade/custo, quando habilitados em estabelecidas pela NOB SUS 01/96 em que
Gestão Plena do Sistema Municipal, deverão persista a divisão do comando sobre os
desempenhar as funções referentes à prestadores, deverá ser assumida pelo
organização dos serviços de alta município ou pelo estado, de acordo com o
complexidade em seu território, visando cronograma de ajuste do comando único
assegurar o comando único sobre os aprovado na CIB estadual, conforme previsto
prestadores, destacando-se: no item 66 desta Norma.

95
25.3. Nos municípios habilitados em Gestão fluxo programado de pacientes de outros
Plena da Atenção Básica (GPAB) ou Gestão estados, sendo que esta programação será
Plena da Atenção Básica-Ampliada (GPAB-A) consolidada pela SAS/MS.
que tenham serviços de alta complexidade
em seu território, as funções de gestão e 30. A programação da Atenção de Alta
relacionamento com os prestadores de alta Complexidade deverá ser precedida de
complexidade são de responsabilidade do estudos da distribuição regional de serviços e
gestor estadual, podendo este delegar aos da proposição pela Secretaria Estadual de
gestores municipais as funções de controle e Saúde (SES) de um limite financeiro claro para
avaliação dos prestadores, incluindo o seu custeio, sendo que o Plano Diretor de
processo autorizativo. Regionalização apontará as áreas de
abrangência dos municípios-pólo e dos
26. As ações de alta complexidade e as ações serviços de referência na Atenção de Alta
estratégicas serão financiadas de acordo com Complexidade.
Portaria do Ministério da Saúde.
CAPÍTULO II
27. O Ministério da Saúde, definirá os valores
de recursos destinados ao custeio da FORTALECIMENTO DA CAPACIDADE DE
assistência de alta complexidade para cada GESTÃO NO SUS
estado.
II.1 DO PROCESSO DE PROGRAMAÇÃO DA
28. Caberá aos estados, de acordo com a PPI ASSISTÊNCIA
e dentro do limite financeiro estadual, prever
a parcela dos recursos a serem gastos em 31. Cabe ao Ministério da Saúde a
cada município para cada área de alta coordenação do processo de programação
complexidade, destacando a parcela a ser da assistência à saúde em âmbito nacional.
utilizada com a população do próprio
31.1. As secretarias de saúde dos estados e
município e a parcela a ser gasta com a
do Distrito Federal deverão encaminhar ao
população de referência.
Ministério da Saúde uma versão consolidada
29. A assistência de alta complexidade será da Programação Pactuada e Integrada (PPI),
programada no âmbito regional/estadual, e conforme definido em Portaria do Ministério
em alguns casos macrorregional, tendo em da Saúde.
vista as características especiais desse grupo
31.2. As secretarias de saúde dos estados e
- alta densidade tecnológica e alto custo,
do Distrito Federal poderão dispor de
economia de escala, escassez de profissionais
instrumentos próprios de programação
especializados e concentração de oferta em
adequados às suas especificidades,
poucos municípios.
respeitados os princípios gerais e os
29.1. A programação deve prever, quando requisitos da versão consolidada a ser
necessário, a referência de pacientes para enviada ao Ministério da Saúde.
outros estados, assim como reconhecer o
96
32. Cabe a SES a coordenação da os municípios do estado, independente da
programação pactuada e integrada no sua condição de habilitação.
âmbito do estado, por meio do
estabelecimento de processos e métodos 33.1. Define-se limite financeiro da assistência
que assegurem: por município como o montante máximo de
recursos federais que poderá ser gasto com o
a) que as diretrizes, objetivos e prioridades da conjunto de serviços existentes em cada
política estadual de saúde e os parâmetros de território municipal, sendo composto por
programação, em sintonia com a Agenda de duas parcelas separadas: recursos destinados
Saúde e Metas Nacionais, sejam discutidos no ao atendimento da população própria e
âmbito da CIB com os gestores municipais, recursos destinados ao atendimento da
aprovados pelos Conselhos Estaduais e população referenciada de acordo com as
implementados em fóruns regionais e/ou negociações expressas na PPI.
microrregionais de negociação entre
gestores; 33.2. Esses recursos poderão estar sob
gestão municipal, quando o município
b) a alocação de recursos centrada em uma encontrar-se em GPSM, ou sob gestão
lógica de atendimento às reais necessidades estadual, quando o município estiver em
da população e jamais orientada pelos outra condição de gestão.
interesses dos prestadores de serviços;
33.3.O Limite Financeiro da Assistência de
c) a operacionalização do Plano Diretor de cada estado, assim como do Distrito Federal
Regionalização e de estratégias de regulação no que couber, independente de sua
do sistema, mediante a adequação dos condição de gestão, deverá ser programado
critérios e instrumentos de alocação e e apresentado da seguinte forma:
pactuação dos recursos assistenciais e a
adoção de mecanismos que visem regular a a) Relação de todos os municípios do estado,
oferta e a demanda de serviços, organizar os independentemente da sua condição de
fluxos e garantir o acesso às referências; gestão.

d) a explicitação do modelo de gestão com a b) Condição de Gestão do Município/ nível de


definição das responsabilidades inerentes ao governo responsável pelo comando único de
exercício do comando único de forma média e alta complexidade.
coerente com as condições de habilitação.
c) Parcela de recursos financeiros para o
33. A Programação Pactuada e Integrada, atendimento da população residente sob
aprovada pela Comissão Intergestores gestão municipal
Bipartite, deverá nortear a alocação de
recursos federais da assistência entre d) Parcela de recursos financeiros para o
municípios pelo gestor estadual, resultando atendimento das referências intermunicipais
na definição de limites financeiros para todos

97
e) Parcela de recursos financeiros para o 33.6. Em regiões/microrregiões qualificadas,
atendimento da população residente sob os recursos referentes ao M1 alocados no
gestão estadual município-sede serão repassados ao Fundo
Municipal de Saúde quando o município-sede
f) Outros recursos sob gestão estadual, estiver habilitado em GPSM ou ao Fundo
alocados nos municípios ou na Secretaria Estadual de Saúde quando o município-sede
Estadual de Saúde estiver habilitado em GPAB-A.

g) Limite Financeiro Global da Unidade 33.7. Os limites financeiros da assistência por


Federativa - soma dos itens C, D, E e F. município estão sujeitos a reprogramação em
função da revisão periódica da PPI,
33.4. Os limites financeiros da assistência por coordenada pelo gestor estadual.
município devem ser definidos globalmente Particularmente, a parcela correspondente às
em cada estado a partir da aplicação de referências intermunicipais, poderá ser
critérios e parâmetros de programação alterada pelo gestor estadual,
ambulatorial e hospitalar, respeitado o limite trimestralmente, em decorrência de ajustes
financeiro estadual, bem como da definição no Termo de Compromisso e pontualmente,
de referências intermunicipais na PPI. Dessa em uma série de situações específicas,
forma, o limite financeiro por município deve detalhadas no Item 38 - Capítulo II.
ser gerado pela programação para o
atendimento da própria população, deduzida 34. A SES deverá encaminhar ao Ministério da
da necessidade de encaminhamento para Saúde os produtos do processo de
outros municípios e acrescida da programação da assistência, conforme
programação para atendimento de definidos em Portaria do Ministério da Saúde.
referências recebidas de outros municípios.
II.2 DAS RESPONSABILIDADES DE CADA
33.5. Os municípios habilitados ou que vierem NÍVEL DE GOVERNO NA GARANTIA DE
a se habilitar na condição de Gestão Plena do ACESSO DA POPULAÇÃO REFERENCIADA
Sistema Municipal devem receber
diretamente, em seu Fundo Municipal de 35. O Ministério da Saúde assume, de forma
Saúde, o total de recursos federais solidária com as Secretarias de Saúde dos
correspondente ao limite financeiro estados e do Distrito Federal, a
programado para aquele município, responsabilidade pelo atendimento a
compreendendo a parcela destinada ao pacientes referenciados entre estados.
atendimento da população própria e,
condicionada ao cumprimento efetivo do 36. A garantia de acesso da população aos
Termo de Compromisso para Garantia de serviços não disponíveis em seu município de
Acesso celebrado com o gestor estadual, a residência é de responsabilidade do gestor
parcela destinada ao atendimento da estadual, de forma solidária com os
população referenciada. municípios de referência, observados os
limites financeiros, devendo o mesmo
organizar o sistema de referência utilizando
98
mecanismos e instrumentos necessários, comunicação aos gestores estabelecidos no
compatíveis com a condição de gestão do Termo de Compromisso, conforme detalhado
município onde os serviços estiverem no ANEXO 4 desta Norma), sendo a CIB
localizados. informada em sua reunião subseqüente, nos
seguintes casos: abertura de novo serviço em
37. A garantia do atendimento à população município que anteriormente encaminhava
referenciada será objeto de um Termo de sua população para outro; redirecionamento
Compromisso para Garantia de Acesso a ser do fluxo de referência da população de um
assinado pelo gestor municipal e pelo gestor município pólo para outro, solicitado pelo
estadual quando o município-sede de módulo gestor municipal; problemas no atendimento
ou município-pólo estiver em GPSM. da população referenciada ou
descumprimento pelo município em GPSM
37.1. O Termo de Compromisso de Garantia dos acordos estabelecidos no Termo de
de Acesso tem como base o processo de Compromisso para Garantia de Acesso.
programação e contém as metas físicas e
orçamentárias das ações definidas na PPI a 38.1. Nas situações em que os recursos de
serem ofertadas nos municípios pólo, os média e alta complexidade de municípios que
compromissos assumidos pela SES e SMS, os efetuem atendimento das referências
mecanismos de garantia de acesso, o intermunicipais estejam sob gestão estadual,
processo de acompanhamento e revisão do e os mecanismos de garantia de acesso não
Termo e sanções previstas. forem cumpridos pelo estado, os municípios
que se sentirem prejudicados deverão acionar
38. A SES poderá alterar a parcela de recursos a CIB para que essa Comissão tome as
correspondente às referências providências cabíveis.
intermunicipais no limite financeiro do
município em GPSM, nas seguintes situações, 39. Quaisquer alterações nos limites
detalhadas no Termo de Compromisso para financeiros dos municípios em Gestão Plena
Garantia de Acesso: do Sistema Municipal, decorrentes de ajuste
ou revisão da programação e do Termo de
A) periodicamente, em função da revisão Compromisso para Garantia do Acesso serão
global da PPI, conduzida pela SES e aprovada comunicadas pelas SES à SAS/MS, para que
pela CIB; esta altere os valores a serem transferidos ao
Fundo Municipal de Saúde correspondente.
B) trimestralmente, em decorrência do
acompanhamento da execução do Termo e 40. Para habilitar-se ou permanecer
do fluxo de atendimento das referências, de habilitado na condição de GPSM, o município
forma a promover os ajustes necessários, a deverá assumir o comando único sobre os
serem informados à CIB em sua reunião prestadores do seu território e participar do
subseqüente; processo de programação e quando
necessário, garantir o atendimento à
C) pontualmente, por meio de alteração
população de referência, conforme acordado
direta pela SES (respeitados os prazos de
na PPI e consolidado por meio da assinatura
99
do referido Termo de Compromisso para a básico para o acompanhamento e avaliação
Garantia do Acesso. dos sistemas de saúde o Relatório de Gestão.

II.3 DO PROCESSO DE CONTROLE, 44. O controle e a avaliação dos prestadores


REGULAÇÃO E AVALIAÇÃO DA de serviços, a ser exercido pelo gestor do SUS
ASSISTÊNCIA responsável de acordo com a condição de
habilitação e modelo de gestão adotado,
41. As funções de controle, regulação e compreende o conhecimento global dos
avaliação devem ser coerentes com os estabelecimentos de saúde localizados em
processos de planejamento, programação e seu território, o cadastramento de serviços, a
alocação de recursos em saúde tendo em condução de processos de compra e
vista sua importância para a revisão de contratualização de serviços de acordo com
prioridades e contribuindo para o alcance de as necessidades identificadas e legislação
melhores resultados em termos de impacto específica, o acompanhamento do
na saúde da população. faturamento, quantidade e qualidade dos
serviços prestados, entre outras atribuições.
41.1.1. As atribuições do Controle, Regulação
e Avaliação são definidas conforme as 44.1. O cadastro completo e fidedigno de
pactuações efetuadas pelos três níveis de unidades prestadoras de serviços de saúde é
governo. um requisito básico para programação de
serviços assistenciais, competindo ao gestor
42. O fortalecimento das funções de controle do SUS responsável pelo relacionamento com
e avaliação dos gestores do SUS deve se dar cada unidade própria, contratada ou
principalmente nas seguintes dimensões: conveniada, a garantia da atualização
permanente dos dados cadastrais e de
A) avaliação da organização do sistema e do
alimentação dos bancos de dados nacionais
modelo de gestão;
do SUS.
B) relação com os prestadores de serviços;
44.2. O interesse público e a identificação de
necessidades assistenciais devem pautar o
C) qualidade da assistência e satisfação dos
processo de compra de serviços na rede
usuários;
privada, que deve seguir a legislação, as
D) resultados e impacto sobre a saúde da normas administrativas específicas e os fluxos
população. de aprovação definidos na Comissão
Intergestores Bipartite, quando a
43. Todos os níveis de governo devem avaliar disponibilidade da rede pública for
o funcionamento do sistema de saúde, no que insuficiente para o atendimento da
diz respeito ao desempenho nos processos população.
de gestão, formas de organização e modelo
de atenção, tendo como eixo orientador a 44.3. Os contratos de prestação de serviços
promoção da eqüidade no acesso na devem representar instrumentos efetivos de
alocação dos recursos, e como instrumento responsabilização dos prestadores com os
100
objetivos, atividades e metas estabelecidas 47. Os estados e municípios deverão elaborar
pelos gestores de acordo com as seus respectivos planos de controle,
necessidades de saúde identificadas. regulação e avaliação que consistem no
planejamento do conjunto de estratégias e
44.4. Os procedimentos técnico- instrumentos a serem empregados para o
administrativos prévios à realização de fortalecimento da capacidade de gestão.
serviços e à ordenação dos respectivos
pagamentos, especialmente a autorização de 47.1. Ao gestor do SUS responsável pelo
internações e de procedimentos relacionamento com cada unidade, conforme
ambulatoriais de alta complexidade e/ou alto sua condição de habilitação e qualificação,
custo, devem ser organizados de forma a cabe programar e regular os serviços e o
facilitar o acesso dos usuários e permitir o acesso da população de acordo com as
monitoramento adequado da produção e necessidades identificadas, respeitando os
faturamento de serviços. pactos firmados na PPI e os termos de
compromisso para a garantia de acesso.
44.5. Outros mecanismos de controle e
avaliação devem ser adotados pelo gestor 47.2. A regulação da assistência deverá ser
público, como o acompanhamento dos efetivada por meio da implantação de
orçamentos públicos em saúde, a análise da complexos reguladores que congreguem
coerência entre a programação, a produção e unidades de trabalho responsáveis pela
o faturamento apresentados e a regulação das urgências, consultas, leitos e
implementação de críticas possibilitadas outros que se fizerem necessários.
pelos sistemas informatizados quanto à
consistência e confiabilidade das informações 48. A regulação da assistência, voltada para a
disponibilizadas pelos prestadores. disponibilização da alternativa assistencial
mais adequada à necessidade do cidadão, de
45. A avaliação da qualidade da atenção forma equânime, ordenada, oportuna e
pelos gestores deve envolver tanto a qualificada, pressupõe:
implementação de indicadores objetivos
baseados em critérios técnicos, como a A) a realização prévia de um processo de
adoção de instrumentos de avaliação da avaliação das necessidades de saúde e de
satisfação dos usuários do sistema, que planejamento/programação, que considere
considerem a acessibilidade, a integralidade aspectos epidemiológicos, os recursos
da atenção, a resolubilidade e qualidade dos assistenciais disponíveis e condições de
serviços prestados. acesso às unidades de referência;

46. A avaliação dos resultados da atenção e B) a definição da estratégia de regionalização


do impacto na saúde deve envolver o que explicite a responsabilização e papel dos
acompanhamento dos resultados alcançados vários municípios, bem como a inserção das
em função dos objetivos, indicadores e metas diversas unidades assistenciais na rede;
apontados no plano de saúde, voltados para
a melhoria do nível de saúde da população.
101
C) a delegação pelo gestor competente de CRITÉRIOS DE HABILITAÇÃO E
autoridade sanitária ao médico regulador, DESABILITAÇÃO DE MUNICÍPIOS E
para que exerça a responsabilidade sobre a ESTADOS
regulação da assistência, instrumentalizada
por protocolos técnico-operacionais; III.1 CONDIÇÕES DE HABILITAÇÃO DE
MUNICÍPIOS E ESTADOS
D) a definição das interfaces da estratégia da
regulação da assistência com o processo de A presente Norma atualiza as condições de
planejamento, programação e outros gestão estabelecidas na NOB SUS 01/96,
instrumentos de controle e avaliação. explicitando as responsabilidades, os
requisitos relativos às modalidades de gestão
II.4 DOS HOSPITAIS PÚBLICOS SOB e as prerrogativas dos gestores municipais e
GESTÃO DE OUTRO NÍVEL DE GOVERNO: estaduais.

49. Definir que unidades hospitalares públicas 52. A habilitação dos municípios e estados às
sob gerência de um nível de governo e gestão diferentes condições de gestão significa a
de outro, preferencialmente deixem de ser declaração dos compromissos assumidos por
remunerados por produção de serviços e parte do gestor perante os outros gestores e
passem a receber recursos correspondentes à perante a população sob sua
realização de metas estabelecidas de comum responsabilidade.
acordo.
III.1.1 Com relação ao processo de habilitação
50. Aprovar, na forma do Anexo 5 desta dos municípios
Norma, modelo contendo cláusulas mínimas
do Termo de Compromisso a ser firmado 53. A partir da publicação desta Norma os
entre as partes envolvidas, com o objetivo de municípios poderão habilitar-se em duas
regular a contratualização dos serviços condições:
oferecidos e a forma de pagamento das
unidades hospitalares. · GESTÃO PLENA DA ATENÇÃO BÁSICA
AMPLIADA; e
51. Os recursos financeiros para cobrir o
citado Termo de Compromisso devem ser · GESTÃO PLENA DO SISTEMA MUNICIPAL.
subtraídos das parcelas correspondentes à
53.1. Todos os municípios que vierem a ser
população própria e à população
habilitados em Gestão Plena do Sistema
referenciada do limite financeiro do
Municipal, nos termos desta Norma, estarão
(município/estado), e repassado diretamente
também habilitados em Gestão Plena da
ao ente público gerente da unidade, em
Atenção Básica Ampliada.
conta específica para esta finalidade aberta
em seu fundo de saúde.
53.2. Cabe à Secretaria Estadual de Saúde a
gestão do SUS nos municípios não
CAPÍTULO - III
habilitados, enquanto for mantida a situação
de não habilitação.
102
54. Os municípios, para se habilitarem à conforme descrito no Subitem 7.3 - Item 7 -
Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada, Capítulo I desta Norma.
deverão assumir as responsabilidades,
cumprir os requisitos e gozar das h) Desenvolvimento do cadastramento
prerrogativas definidas a seguir: nacional dos usuários do SUS, segundo a
estratégia de implantação do Cartão Nacional
Responsabilidades de Saúde, com vistas à vinculação de clientela
e à sistematização da oferta dos serviços.
a) Elaboração do Plano Municipal de Saúde, a
ser submetido à aprovação do Conselho i) Prestação dos serviços relacionados aos
Municipal de Saúde, que deve contemplar a procedimentos cobertos pelo PAB Ampliado
Agenda de Saúde Municipal, harmonizada e acompanhamento, no caso de referência
com as agendas nacional e estadual, bem interna ou externa ao município, dos demais
como o Quadro de Metas, mediante o qual serviços prestados aos seus munícipes,
será efetuado o acompanhamento dos conforme a PPI, mediado pela SES.
Relatórios de Gestão.
j) Desenvolver as atividades de: realização do
b) Integração e articulação do município na cadastro, contratação, controle, avaliação,
rede estadual e respectivas responsabilidades auditoria e pagamento aos prestadores dos
na PPI do estado, incluindo detalhamento da serviços contidos no PAB-A, localizados em
programação de ações e serviços que seu território e vinculados ao SUS.
compõem o sistema municipal.
k) Operação do SIA/SUS e o SIAB, quando
c) Gerência de unidades ambulatoriais aplicável, conforme normas do Ministério da
próprias. Saúde, e alimentação junto à Secretaria
Estadual de Saúde, dos bancos de dados
d) Gerência de unidades ambulatoriais nacionais.
transferidas pelo estado ou pela União.
l) Autorização, desde que não haja definição
e) Organização da rede de atenção básica, contrária por parte da CIB, das internações
incluída a gestão de prestadores privados, hospitalares e dos procedimentos
quando excepcionalmente houver ambulatoriais especializados, realizados no
prestadores privados nesse nível e atenção. município, que continuam sendo pagos por
produção de serviços.
f) Cumprimento das responsabilidades
definidas no Subitem 7.1 - Item 7 - Capítulo I m) Manutenção do cadastro atualizado das
desta Norma. unidades assistenciais sob sua gestão,
segundo normas do MS.
g) Disponibilização, em qualidade e
quantidade suficiente para a sua população, n) Realização de avaliação permanente do
de serviços capazes de oferecer atendimento impacto das ações do Sistema sobre as
condições de saúde dos seus munícipes e

103
sobre o seu meio ambiente, incluindo o equipamentos e mecanismos de
cumprimento do pacto de indicadores da comunicação.
atenção básica.
e) Comprovar, por meio da alimentação do
o) Execução das ações básicas de vigilância Sistema de Informações sobre Orçamentos
sanitária, de acordo com a legislação em vigor Públicos em Saúde (SIOPS), a dotação
e a normatização da Agência Nacional de orçamentária do ano e o dispêndio realizado
Vigilância Sanitária (ANVISA). no ano anterior, correspondente à
contrapartida de recursos financeiros
p) Execução das ações básicas de próprios do Tesouro Municipal, de acordo
epidemiologia, de controle de doenças e de com a Emenda Constitucional 29, de 14 de
ocorrências mórbidas, decorrentes de causas setembro de 2000.
externas, como acidentes, violências e outras,
de acordo com normatização vigente. f) Estabelecimento do Pacto da Atenção
Básica para o ano em curso;
q) Elaboração do relatório anual de gestão e
aprovação pelo Conselho Municipal de g) Comprovar, para efeito de avaliação da
Saúde/CMS. Atenção Básica a ser realizada pela Secretaria
Estadual de Saúde e validada pela SPS/MS,
r) Firmar o Pacto de Indicadores da Atenção para encaminhamento à CIT:
Básica com o estado.
1. Desempenho satisfatório nos indicadores
Requisitos do Pacto da Atenção Básica do ano anterior;

a) Comprovar a operação do Fundo Municipal 2. Alimentação regular dos sistemas nacionais


de Saúde; de informação em saúde já existentes e dos
que vierem ser criados conforme portaria;
b) Comprovar o funcionamento do CMS.
3. Disponibilidade de serviços (estrutura física
c) Apresentar o Plano Municipal de Saúde, e recursos humanos) em seu território, para
aprovado pelo CMS, que deve contemplar a executar as ações estratégicas mínimas;
Agenda de Saúde Municipal, harmonizada
com as agendas nacional e estadual, bem 4. Disponibilidade de serviços para realização
como o Quadro de Metas, mediante o qual do elenco de procedimentos básicos
será efetuado o acompanhamento dos ampliado - EPBA.
Relatórios de Gestão.
h) Comprovar a capacidade para o
d) Comprovar, formalmente, capacidade desenvolvimento de ações básicas de
técnica e administrativa para o desempenho vigilância sanitária, conforme normatização
das atividades de controle, e avaliação, da ANVISA;
através da definição de estrutura física e
administrativa, recursos humanos,

104
i) Comprovar a capacidade para o aprovado anualmente pelo Conselho
desenvolvimento de ações básicas de Municipal de Saúde.
vigilância epidemiológica.
b) Integração e articulação do município na
j) Formalizar junto a CIB, após aprovação pelo rede estadual e respectivas responsabilidades
CMS, o pleito de habilitação, atestando o na PPI do estado, incluindo detalhamento da
cumprimento dos requisitos relativos à programação de ações e serviços que
condição de gestão pleiteada. compõem o sistema municipal.

Prerrogativas c) Gerência de unidades próprias,


ambulatoriais e hospitalares.
a) Transferência regular e automática dos
recursos referentes ao Piso de Atenção Básica d) Gerência de unidades assistenciais
Ampliado (PAB-A), correspondente ao transferidas pelo estado e pela União.
financiamento do Elenco de Procedimentos
Básicos e do incentivo de vigilância sanitária. e) Gestão de todo o sistema municipal,
incluindo a gestão sobre os prestadores de
b) Gestão municipal de todas as unidades serviços de saúde vinculados ao SUS,
básicas de saúde, públicas ou privadas independente da sua natureza jurídica ou
(lucrativas e filantrópicas) integrantes do SUS, nível de complexidade, exercendo o
localizadas no território municipal. comando único, ressalvando as unidades
públicas e privadas de
c) Transferência regular e automática dos hemonúcleos/hemocentros e os laboratórios
recursos referentes ao PAB variável, desde de saúde pública, em consonância com o
que qualificado conforme as normas vigentes. disposto na letra c do Item 57 - Capítulo III
desta Norma.
55. Os municípios, para se habilitarem à
Gestão Plena do Sistema Municipal, deverão f) Desenvolvimento do cadastramento
assumir as responsabilidades, cumprir os nacional dos usuários do SUS segundo a
requisitos e gozar das prerrogativas definidas estratégia de implantação do Cartão Nacional
a seguir: de Saúde, com vistas à vinculação da clientela
e sistematização da oferta dos serviços.
Responsabilidades
g) Garantia do atendimento em seu território
a) Elaboração do Plano Municipal de Saúde, a para sua população e para a população
ser submetido à aprovação do Conselho referenciada por outros municípios,
Municipal de Saúde, que deve contemplar a disponibilizando serviços necessários,
Agenda de Saúde Municipal, harmonizada conforme definido na PPI, e transformado em
com as agendas nacional e estadual, bem Termo de Compromisso para a Garantia de
como o Quadro de Metas, mediante o qual Acesso, assim como a organização do
será efetuado o acompanhamento dos encaminhamento das referências para
Relatórios de Gestão, que deverá ser

105
garantir o acesso de sua população a serviços b) Comprovar a operação do Fundo Municipal
não disponíveis em seu território. de Saúde e disponibilidade orçamentária
suficiente, bem como mecanismos para
h) Integração dos serviços existentes no pagamento de prestadores públicos e
município aos mecanismos de regulação privados de saúde.
ambulatoriais e hospitalares.
c) Apresentar o Plano Municipal de Saúde,
i) Desenvolver as atividades de realização do aprovado pelo CMS, que deve contemplar a
cadastro, contratação, controle, avaliação, Agenda de Saúde Municipal, harmonizada
auditoria e pagamento de todos os com as agendas nacional e estadual, bem
prestadores dos serviços localizados em seu como o Quadro de Metas, mediante o qual
território e vinculados ao SUS. será efetuado o acompanhamento dos
Relatórios de Gestão.
j) Operação do SIH e do SIA/SUS, conforme
normas do MS, e alimentação, junto a SES, d) Estabelecimento do Pacto da Atenção
dos bancos de dados de interesse nacional e Básica para o ano em curso;
estadual.
e) Comprovar, para efeito de avaliação da
k) Manutenção do cadastro atualizado de Atenção Básica a ser realizada pela Secretaria
unidades assistenciais em seu território, Estadual de Saúde e validada pela SPS/MS,
segundo normas do MS. para encaminhamento a CIT:

l) Avaliação permanente do impacto das 1. Desempenho satisfatório nos indicadores


ações do Sistema sobre as condições de do Pacto da Atenção Básica do ano anterior;
saúde dos seus munícipes e sobre o meio
ambiente. 2. Alimentação regular dos sistemas nacionais
de informação em saúde já existentes e dos
m) Execução das ações básicas, de média e que vierem ser criados conforme portaria
alta complexidade em vigilância sanitária,
pactuadas na CIB. 3. Disponibilidade de serviços (estrutura física
e recursos humanos) em seu território, para
n) Execução de ações de epidemiologia, de executar as ações estratégicas mínimas;
controle de doenças e de ocorrências
mórbidas, decorrentes de causas externas, 4. Disponibilidade de serviços para realização
como acidentes, violências e outras do elenco de procedimentos básicos
pactuadas na CIB; ampliado - EPBA.

o) Firmar o Pacto da Atenção Básica com o f) Firmar Termo de Compromisso para


estado. Garantia de Acesso com a Secretaria Estadual
Requisitos de Saúde.
a) Comprovar o funcionamento do CMS.

106
g) Comprovar a estruturação do componente m) Apresentar o Relatório de Gestão do ano
municipal do Sistema Nacional de Auditoria anterior à solicitação do pleito, devidamente
(SNA). aprovado pelo CMS.

h) Participar da elaboração e da n) Comprovar o comando único sobre a


implementação da PPI do estado, bem como totalidade dos prestadores de serviços ao
da alocação de recursos expressa na SUS localizados no território municipal.
programação.
o) Comprovar oferta das ações do primeiro
i) Comprovar, formalmente, capacidade nível de média complexidade (M1) e de leitos
técnica, administrativa e operacional para o hospitalares.
desempenho das atividades de controle,
regulação, e avaliação através da definição de p) Comprovar Adesão ao Cadastramento
estrutura física, administrativa, recursos Nacional dos usuários do SUS Cartão SUS.
humanos, equipamentos e mecanismos de
comunicação (linha telefônica e acesso à q) Formalizar, junto a CIB, após aprovação
Internet). pelo CMS, o pleito de habilitação, atestando
o cumprimento dos requisitos relativos à
j) Comprovar, por meio da alimentação do condição de GPSM.
Sistema de Informações sobre Orçamentos
Públicos em Saúde (SIOPS), a dotação Prerrogativas
orçamentária do ano e o dispêndio realizado
a) Transferência, regular e automática, dos
no ano anterior, correspondente à
recursos referentes ao valor per capita
contrapartida de recursos financeiros
definido para o financiamento dos
próprios do Tesouro Municipal, de acordo
procedimentos do M1, após qualificação da
com a Emenda Constitucional 29, de 14 de
microrregião na qual está inserido, para sua
setembro de 2000.
própria população e, caso seja sede de
k) Comprovar o funcionamento de serviço módulo assistencial, para a sua própria
estruturado de vigilância sanitária e população e população dos municípios
capacidade para o desenvolvimento de ações abrangidos.
de vigilância sanitária, de acordo com a
b) Receber, diretamente no Fundo Municipal
legislação em vigor e a pactuação
de Saúde, o montante total de recursos
estabelecida com a Agência Nacional de
federais correspondente ao limite financeiro
Vigilância Sanitária.
programado para o município,
l) Comprovar a estruturação de serviços e compreendendo a parcela destinada ao
atividades de vigilância epidemiológica e de atendimento da população própria e aquela
controle de zoonoses, de acordo com a destinada ao atendimento à população
pactuação estabelecida com a Fundação referenciada, condicionado ao cumprimento
Nacional de Saúde. efetivo do Termo de Compromisso para
Garantia de Acesso firmado.

107
c) Gestão do conjunto das unidades d) Formulação e execução da política de
prestadoras de serviços ao SUS ambulatoriais sangue e hemoterapia, de acordo com a
especializadas e hospitalares, estatais e política nacional.
privadas, estabelecidas no território
municipal. e) Coordenação do sistema de referências
intermunicipais, organizando o acesso da
III.1.2 Do processo de habilitação dos estados população, viabilizando com os municípios-
sede de módulos assistenciais e pólos os
56. A partir da publicação desta Norma, os Termos de Compromisso para a Garantia de
estados podem habilitar-se em duas Acesso.
condições:
f) Gestão dos sistemas municipais nos
· GESTÃO AVANÇADA DO SISTEMA municípios não habilitados em nenhuma das
ESTADUAL; condições de gestão vigentes no SUS

· GESTÃO PLENA DO SISTEMA ESTADUAL. g) Gestão das atividades referentes a:


Tratamento Fora de Domicílio para
57. São atributos da condição de gestão Referência Interestadual, Medicamentos
avançada do sistema estadual: Excepcionais, Central de Transplantes. O
estado poderá delegar essas funções aos
Responsabilidades
municípios em GPSM.
a) Elaboração do Plano Estadual de Saúde, e
h) Formulação e execução da política estadual
do Plano Diretor de Regionalização, incluindo
de assistência farmacêutica, de acordo com a
o Plano Diretor de Investimentos e
política nacional.
Programação Pactuada e Integrada.
i) Normalização complementar de
b) Coordenação da PPI do estado, contendo
mecanismos e instrumentos de administração
a referência intermunicipal e pactos de
da oferta e controle da prestação de serviços
negociação na CIB para alocação dos
ambulatoriais, hospitalares, de alto custo, do
recursos, conforme expresso no item que
tratamento fora do domicílio e dos
descreve a PPI, nos termos desta Norma.
medicamentos e insumos especiais.
c) Gerência de unidades públicas de
j) Manutenção do cadastro atualizado de
hemonúcleos/hemocentros e de laboratórios
unidades assistenciais sob sua gestão,
de referência para controle de qualidade,
segundo normas do MS, e coordenação do
vigilância sanitária e vigilância epidemiológica
cadastro estadual de prestadores.
e gestão sobre o sistema de
hemonúcleos/hemocentros (públicos e k) Organização e gestão do sistema estadual
privados) e laboratórios de saúde pública. de Controle, Avaliação e Regulação.

108
l) Cooperação técnica e financeira com o t) Apoio logístico e estratégico às atividades
conjunto de municípios, objetivando a de atenção à saúde das populações
consolidação do processo de indígenas, na conformidade de critérios
descentralização, a organização da rede estabelecidos pela CIT.
regionalizada e hierarquizada de serviços, a
realização de ações de epidemiologia, de u) Operação dos Sistemas Nacionais de
controle de doenças, de vigilância sanitária, Informação, conforme normas do MS, e
assim como o pleno exercício das funções alimentação dos bancos de dados de
gestoras de planejamento, controle, interesse nacional.
avaliação e auditoria.
v) Coordenação do processo de pactuação
m) Estruturação e operação do Componente dos indicadores da Atenção Básica com os
Estadual do SNA. municípios, informação das metas pactuadas
ao Ministério da Saúde e acompanhamento
n) Implementação de políticas de integração da evolução dos indicadores pactuados.
das ações de saneamento às ações de saúde.
Requisitos
o) Coordenação das atividades de vigilância
epidemiológica e de controle de doenças e a) Apresentar o Plano Estadual de Saúde,
execução complementar conforme pactuação aprovado pelo CES, contendo minimamente:
estabelecida com a Fundação Nacional de
Saúde. - Quadro de Metas, compatível com a
Agenda de Saúde, por meio do qual a
p) Execução de operações complexas execução do Plano será acompanhada
voltadas ao controle de doenças que possam anualmente nos relatórios de gestão;
se beneficiar da economia de escala.
- programação integrada das ações
q) Coordenação das atividades de vigilância ambulatoriais, hospitalares e de alto custo, de
sanitária e execução complementar conforme epidemiologia e de controle de doenças -
a legislação em vigor e pactuação incluindo, entre outras, as atividades de
estabelecida com a ANVISA. vacinação, de controle de vetores e de
reservatórios - de saneamento, de pesquisa e
r) Execução das ações básicas de vigilância desenvolvimento;
sanitária, referentes aos municípios não
habilitados nas condições de gestão - estratégias de descentralização das ações
estabelecidas nesta Norma. de saúde para municípios;

s) Execução das ações de média e alta - estratégias de reorganização do modelo de


complexidade de vigilância sanitária, exceto atenção;
as realizadas pelos municípios habilitados na
condição de Gestão Plena de Sistema b) Apresentar o Plano Diretor de
Municipal. Regionalização, nos termos desta Norma.

109
c) Comprovar a implementação da k) Comprovar a estruturação do componente
programação pactuada e integrada das ações estadual do SNA.
ambulatoriais, hospitalares e de alto custo,
contendo a referência intermunicipal e os l)Comprovar, formalmente, capacidade
critérios para sua elaboração, bem como técnica, administrativa e operacional para o
proposição de estratégias de monitoramento desempenho das atividades de controle,
e garantia de referências intermunicipais e regulação, e avaliação através da definição de
critérios de revisão periódica dos limites estrutura física, administrativa, recursos
financeiros dos municípios. humanos, equipamentos e mecanismos de
comunicação (linha telefônica e acesso a
d) Comprovar, por meio da alimentação do internet). Comprovar também, a estruturação
Sistema de Informações sobre Orçamentos e operacionalização de mecanismos e
Públicos em Saúde (SIOPS), a dotação instrumentos de regulação de serviços
orçamentária do ano e o dispêndio realizado ambulatoriais e hospitalares.
no ano anterior, correspondente à
contrapartida de recursos financeiros m) Comprovar a Certificação do processo de
próprios do Tesouro Estadual, de acordo com descentralização das ações de epidemiologia
a Emenda Constitucional 29, de 14 de e controle de doenças.
setembro de 2000.
n) Comprovar o funcionamento de serviço de
e) Comprovar o funcionamento da CIB. vigilância sanitária no estado, organizado
segundo a legislação e capacidade de
f) Comprovar o funcionamento do CES. desenvolvimento de ações de vigilância
sanitária.
g) Comprovar a operação do Fundo Estadual
de Saúde e disponibilidade orçamentária o) Estabelecimento do Pacto de Indicadores
suficiente, bem como mecanismos para da Atenção Básica.
pagamento de prestadores públicos e
privados de saúde. p) Apresentar à CIT a formalização do pleito,
devidamente aprovado pela CIB e pelo CES,
h) Apresentar relatório de gestão aprovado atestando o cumprimento dos requisitos
pelo CES, relativo ao ano anterior à relativos à condição de gestão pleiteada.
solicitação do pleito.
Prerrogativas
i) Comprovar descentralização para os a) Transferência regular e automática dos
municípios habilitados da rede de Unidades recursos correspondentes ao Piso de Atenção
Assistenciais Básicas. Básica (PAB) relativos aos municípios não
habilitados, nos termos da NOB 96.
j) Comprovar a transferência da gestão da
atenção hospitalar e ambulatorial aos b) Transferência regular e automática dos
municípios habilitados em GPSM, nos termos recursos correspondentes ao financiamento
desta Norma. per capita do M1 em regiões qualificadas, nos

110
casos em que o município-sede estiver 60. Os municípios habilitados em gestão
habilitado somente em Gestão Plena da plena da atenção básica ampliada estarão
Atenção Básica Ampliada. passíveis de desabilitação quando:

58. Além dos atributos da condição de gestão A) descumprirem as responsabilidades


avançada do sistema estadual, ficam assumidas na habilitação do município;
estabelecidos os seguintes atributos
específicos à Gestão Plena do Sistema B) apresentarem situação irregular na
Estadual: alimentação dos Bancos de Dados Nacionais,
estabelecidos como obrigatórios pelo MS,
Responsabilidade por 2 (dois) meses consecutivos ou 3 (três)
meses alternados;
a) Cadastro, contratação, controle, avaliação
e auditoria e pagamento aos prestadores do C) não cumprirem as metas de cobertura
conjunto dos serviços sob gestão estadual. vacinal para avaliação da Atenção Básica;

Requisito D) não cumprirem os demais critérios de


avaliação da Atenção Básica, para
a) Dispor de 50% do valor do Limite manutenção da condição de gestão,
Financeiro da Assistência do estado pactuados na Comissão Intergestores
comprometido com transferências regulares Tripartite e publicados em regulamentação
e automáticas aos municípios. complementar a esta norma;

Prerrogativa E) não firmarem o Pacto de Indicadores da


Atenção Básica;
a) Transferência regular e automática dos
recursos correspondentes ao valor do Limite F) apresentarem irregularidades que
Financeiro da Assistência, deduzidas as comprometam a gestão municipal,
transferências fundo a fundo realizadas a identificadas pelo componente estadual e/ou
municípios habilitados. nacional do SNA.

III.2 DA DESABILITAÇÃO 60.1. São motivos de suspensão imediata,


pelo Ministério da Saúde, dos repasses
III.2.1 Da desabilitação dos municípios financeiros transferidos mensalmente, fundo
a fundo, para os municípios:
59. Cabe à Comissão Intergestores Bipartite
Estadual a desabilitação dos municípios, que a) não pagamento aos prestadores de
deverá ser homologada pela Comissão serviços sob sua gestão, públicos ou privados,
Intergestores Tripartite. hospitalares e ambulatoriais, até o quinto dia
útil, após o cumprimento pelo Ministério da
III.2.1.1 Da condição de Gestão Plena da
Saúde das seguintes condições:
Atenção Básica Ampliada

111
- crédito na conta bancária do Fundo B.4 comando único da gestão sobre os
Estadual/Municipal de Saúde, pelo Fundo prestadores de serviço em seu território.
Nacional de Saúde;
61.1. A desabilitação de municípios em GPSM
- disponibilização dos arquivos de implicará permanência apenas em GPAB-A,
processamento do SIH/SUS, no BBS/MS pelo desde que o motivo da desabilitação não
DATASUS. tenha sido referente às responsabilidades
atribuídas à gestão plena da atenção básica
b) falta de alimentação dos Bancos de Dados ampliada.
Nacionais, estabelecidos como obrigatórios,
por 2 (dois) meses consecutivos ou 3 (três) 61.2. São motivos de suspensão imediata,
meses alternados; pelo MS, dos repasses financeiros a serem
transferidos, mensalmente, fundo a fundo,
c) indicação de suspensão por Auditoria para os municípios:
realizada pelos componentes estadual ou
nacional do SNA, respeitado o prazo de a) não pagamento aos prestadores de
defesa do município envolvido. serviços sob sua gestão, públicos ou privados,
hospitalares e ambulatoriais, até o quinto dia
III.2.1.2 Da condição de Gestão Plena do útil, após o cumprimento pelo Ministério da
Sistema Municipal Saúde das seguintes condições:

61. Os municípios habilitados na gestão Plena - crédito na conta bancária do Fundo


do Sistema Municipal estarão passíveis de Estadual/Municipal de Saúde, pelo Fundo
desabilitação quando: Nacional de Saúde;

A) se enquadrarem na situação de - disponibilização dos arquivos de


desabilitação prevista no Item 60 - Capítulo III processamento do SIH/SUS, no BBS/MS pelo
desta Norma; ou DATASUS.

B) não cumprirem as responsabilidades b) falta de alimentação dos Bancos de Dados


definidas para a gestão Plena do Sistema Nacionais, estabelecidos como obrigatórios
Municipal, particularmente aquelas que se pelo MS, por 2 (dois) meses consecutivos ou
referem a: 3 (três) meses alternados;

B.1 cumprimento do Termo de Compromisso c) indicação de suspensão por Auditoria


para Garantia do Acesso. realizada pelos componentes estadual ou
nacional do SNA, respeitado o prazo de
B.2 disponibilidade do conjunto de serviços defesa do município envolvido.
do M1;
III.2.2 Da desabilitação dos estados e
B.3 atendimento às referências suspensão do repasse financeiro
intermunicipais resultantes do PDR e da PPI.

112
62. Os estados que não cumprirem as pleiteantes a GPSM desta NOAS estão
responsabilidades definidas para a forma de definidos no Anexo II da Instrução Normativa
gestão à qual encontrarem-se habilitados 01/02.
estarão passíveis de desabilitação pela CIT.
64. Os instrumentos de comprovação, fluxos
62.1. São motivos de suspensão imediata e prazos para operacionalização dos
pelo MS dos repasses financeiros a serem processos de habilitação e desabilitação de
transferidos, mensalmente, fundo a fundo, municípios e estados estão definidos na IN
para os estados: 01/02.

a) não pagamento aos prestadores de 65. Os municípios que se considerarem em


serviços sob sua gestão, públicos ou privados, condições de pleitear habilitação em GPSM
hospitalares e ambulatoriais, até o quinto dia em estados que não tiverem concluído seus
útil, após o cumprimento pelo Ministério da respectivos PDR, PDI e PPI deverão
Saúde das seguintes condições: apresentar requerimento a CIB estadual para
que essa Comissão oficialize o cronograma
- crédito na conta bancária do Fundo para conclusão desses processos.
Estadual/Municipal de Saúde, pelo Fundo
Nacional de Saúde; 65.1. Caso a respectiva CIB não se pronuncie
em prazo de 30 (trinta) dias ou apresente
- disponibilização dos arquivos de encaminhamento considerado inadequado
processamento do SIH/SUS, no BBS/MS pelo pelo município, este poderá apresentar
DATASUS. recurso a CIT, que tomará as medidas
pertinentes.
b) indicação de suspensão por auditoria
realizada pelos componentes nacionais do 66. Os municípios atualmente habilitados em
SNA, homologada pela CIT, apontando gestão plena do sistema municipal,
irregularidades graves. localizados em estados em que a gestão
encontra-se compartilhada entre o gestor
c) não alimentação dos Bancos de Dados estadual e o municipal, deverão se adequar
Nacionais, estabelecidos como obrigatórios ao comando único, com a transferência da
pelo MS. gestão para a esfera municipal ou estadual, se
for o caso, de acordo com cronograma
d) não firmar o Pacto de Atenção Básica.
previamente estabelecido na CIB estadual.
CAPÍTULO IV
67. Os impasses com relação ao ajuste do
comando único não solucionados na CIB
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
estadual deverão ser encaminhados ao CES;
63. Os requisitos e os instrumentos de persistindo o impasse, o problema deverá ser
comprovação referentes ao processo de encaminhado a CIT, que definirá uma
habilitação para os municípios habilitados em comissão para encaminhar sua resolução.
GPSM conforme a NOB SUS 01/96,
113
68. Os estados atualmente habilitados nas administrativa com direção única em cada
condições de gestão plena do sistema esfera de governo;
estadual deverão adequar-se aos requisitos
desta Norma até o dia 29/03/2002, em Considerando a necessidade de qualificar e
conformidade com o que se encontra implementar o processo de descentralização,
disposto na Portaria GM/MS 129, de 18 de organização e gestão do SUS à luz da
janeiro de 2002. evolução do processo de pactuação
intergestores;
69. As instâncias de recurso para questões
relativas à implementação desta Norma são Considerando a necessidade do
consecutivamente a CIB estadual, o CES, a aprimoramento do processo de pactuação
CIT e, em última instância, o CNS. intergestores objetivando a qualificação, o
aperfeiçoamento e a definição das
70. No que concerne à regulamentação da responsabilidades sanitárias e de gestão
assistência à saúde, o disposto nesta NOAS- entre os entes federados no âmbito do SUS;
SUS atualiza as definições constantes da
Portaria GM/MS nº 95, de 26 de janeiro de Considerando a necessidade de definição de
2001. compromisso entre os gestores do SUS em
torno de prioridades que apresentem
impacto sobre a situação de saúde da
população brasileira;
Portaria nº 399, de 22 de
fevereiro de 2006 Considerando o compromisso com a
consolidação e o avanço do processo de
Reforma Sanitária Brasileira, explicitada na
Divulga o Pacto pela Saúde 2006 –
defesa dos princípios do SUS;
Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes
Operacionais do Referido Pacto.
Considerando a aprovação das Diretrizes
Operacionais do Pacto pela Saúde em 2006 –
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE,
Consolidação do SUS na reunião da Comissão
INTERINO, no uso de suas atribuições, e
Intergestores Tripartite realizada no dia 26 de
Considerando o disposto no art. 198 da janeiro de 2006; e
Constituição Federal de 1988, que estabelece
Considerando a aprovação das Diretrizes
as ações e serviços públicos que integram
Operacionais do Pacto pela Saúde em 2006 –
uma rede regionalizada e hierarquizada e
Consolidação do SUS, na reunião do
constituem o Sistema Único de Saúde - SUS;
Conselho Nacional de Saúde realizada no dia
Considerando o art. 7º da Lei nº 8080/90 dos 9 de fevereiro de 2006, resolve:
princípios e diretrizes do SUS de
Art. 1º - Dar divulgação ao Pacto pela Saúde
universalidade do acesso, integralidade da
2006 – Consolidação do SUS, na forma do
atenção e descentralização político-
Anexo I a esta portaria.

114
Art 2º - Aprovar as Diretrizes Operacionais do laboratoriais; 132 milhões de atendimentos
Pacto pela Saúde em 2006 – Consolidação do de alta complexidade e 14 mil transplantes de
SUS com seus três componentes: Pactos Pela órgãos. Além de ser o segundo país do
Vida, em Defesa do SUS e de Gestão, na mundo em número de transplantes, o Brasil é
forma do Anexo II a esta Portaria. reconhecido internacionalmente pelo seu
progresso no atendimento universal às
Art. 3º - Ficam mantidas, até a assinatura do Doenças Sexualmente Transmissíveis/AIDS,
Termo de Compromisso de Gestão constante na implementação do Programa Nacional de
nas Diretrizes Operacionais do Pacto pela Imunização e no atendimento relativo à
Saúde 2006, as mesmas prerrogativas e Atenção Básica. O SUS é avaliado
responsabilidades dos municípios e estados positivamente pelos que o utilizam
que estão habilitados em Gestão Plena do rotineiramente e está presente em todo
Sistema, conforme estabelecido na Norma território nacional.
Operacional Básica - NOB SUS 01/96 e na
Norma Operacional da Assistência à Saúde - Ao longo de sua história houve muitos
NOAS SUS 2002. avanços e também desafios permanentes a
superar. Isso tem exigido, dos gestores do
Art. 4º - Esta Portaria entra em vigor na data SUS, um movimento constante de mudanças,
de sua publicação. pela via das reformas incrementais. Contudo,
esse modelo parece ter se esgotado, de um
ANEXO I lado, pela dificuldade de imporem-se normas
gerais a um país tão grande e desigual; de
PACTO PELA SAÚDE 2006
outro, pela sua fixação em conteúdos
normativos de caráter técnico-processual,
Consolidação do SUS
tratados, em geral, com detalhamento
O Sistema Único de Saúde - SUS é uma excessivo e enorme complexidade.
política pública que acaba de completar uma
Na perspectiva de superar as dificuldades
década e meia de existência. Nesses poucos
apontadas, os gestores do SUS assumem o
anos, foi construído no Brasil, um sólido
compromisso público da construção do
sistema de saúde que presta bons serviços à
PACTO PELA SAÚDE 2006, que será
população brasileira.
anualmente revisado, com base nos princípios
O SUS tem uma rede de mais de 63 mil constitucionais do SUS, ênfase nas
unidades ambulatoriais e de cerca de 6 mil necessidades de saúde da população e que
unidades hospitalares, com mais de 440 mil implicará o exercício simultâneo de definição
leitos. Sua produção anual é de prioridades articuladas e integradas nos
aproximadamente de 12 milhões de três componentes: Pacto pela Vida, Pacto em
internações hospitalares; 1 bilhão de Defesa do SUS e Pacto de Gestão do SUS.
procedimentos de atenção primária à saúde;
Estas prioridades são expressas em objetivos
150 milhões de consultas médicas; 2 milhões
e metas no Termo de Compromisso de
de partos; 300 milhões de exames
Gestão e estão detalhadas no documento
115
Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde Fortalecer a capacidade de resposta do
2006 sistema de saúde às doenças emergentes e
endemias.
I – O PACTO PELA VIDA:
PROMOÇÃO DA SAÚDE:
O Pacto pela Vida está constituído por um
conjunto de compromissos sanitários, Elaborar e implantar a Política Nacional de
expressos em objetivos de processos e Promoção da Saúde, com ênfase na adoção
resultados e derivados da análise da situação de hábitos saudáveis por parte da população
de saúde do País e das prioridades definidas brasileira, de forma a internalizar a
pelos governos federal, estaduais e responsabilidade individual da prática de
municipais. atividade física regula,r alimentação saudável
e combate ao tabagismo.
Significa uma ação prioritária no campo da
saúde que deverá ser executada com foco em ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE
resultados e com a explicitação inequívoca
dos compromissos orçamentários e Consolidar e qualificar a estratégia da Saúde
financeiros para o alcance desses resultados. da Família como modelo de atenção básica à
saúde e como centro ordenador das redes de
As prioridades do PACTO PELA VIDA e seus atenção à saúde do SUS.
objetivos para 2006 são:
II – O PACTO EM DEFESA DO SUS:
SAÚDE DO IDOSO:
O Pacto em Defesa do SUS envolve ações
Implantar a Política Nacional de Saúde da concretas e articuladas pelas três instâncias
Pessoa Idosa, buscando a atenção integral. federativas no sentido de reforçar o SUS
como política de Estado mais do que política
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE MAMA: de governos; e de defender, vigorosamente,
os princípios basilares dessa política pública,
Contribuir para a redução da mortalidade por inscritos na Constituição Federal.
câncer de colo do útero e de mama.
A concretização desse Pacto passa por um
MORTALIDADE INFANTIL E MATERNA: movimento de repolitização da saúde, com
uma clara estratégia de mobilização social
Reduzir a mortalidade materna, infantil
envolvendo o conjunto da sociedade
neonatal, infantil por doença diarréica e por
brasileira, extrapolando os limites do setor e
pneumonias.
vinculada ao processo de instituição da saúde
como direito de cidadania, tendo o
DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS,
financiamento público da saúde como um dos
COM ÊNFASE NA DENGUE, HANSENÍASE,
pontos centrais.
TUBERCULOSE, MALÁRIA E INFLUENZA

116
As prioridades do Pacto em Defesa do SUS partir de uma unidade de princípios e uma
são: diversidade operativa que respeite as
singularidades regionais.
IMPLEMENTAR UM PROJETO
PERMANENTE DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL Esse Pacto radicaliza a descentralização de
COM A FINALIDADE DE: atribuições do Ministério da Saúde para os
estados, e para os municípios, promovendo
Mostrar a saúde como direito de cidadania e um choque de descentralização,
o SUS como sistema público universal acompanhado da desburocratização dos
garantidor desses direitos; processos normativos. Reforça a
territorialização da saúde como base para
Alcançar, no curto prazo, a regulamentação organização dos sistemas, estruturando as
da Emenda Constitucional nº 29, pelo regiões sanitárias e instituindo colegiados de
Congresso Nacional; gestão regional.

Garantir, no longo prazo, o incremento dos Reitera a importância da participação e do


recursos orçamentários e financeiros para a controle social com o compromisso de apoio
saúde. à sua qualificação.

Aprovar o orçamento do SUS, composto Explicita as diretrizes para o sistema de


pelos orçamentos das três esferas de gestão, financiamento público tripartite: busca
explicitando o compromisso de cada uma critérios de alocação eqüitativa dos recursos;
delas. reforça os mecanismos de transferência fundo
a fundo entre gestores; integra em grandes
ELABORAR E DIVULGAR A CARTA DOS
blocos o financiamento federal e estabelece
DIREITOS DOS USUÁRIOS DO SUS
relações contratuais entre os entes
federativos.
III – O PACTO DE GESTÃO DO SUS
As prioridades do Pacto de Gestão são:
O Pacto de Gestão estabelece as
responsabilidades claras de cada ente
DEFINIR DE FORMA INEQUÍVOCA A
federado de forma a diminuir as
RESPONSABILIDADE SANITÁRIA DE CADA
competências concorrentes e a tornar mais
INSTÂNCIA GESTORA DO SUS: federal,
claro quem deve fazer o quê, contribuindo,
estadual e municipal, superando o atual
assim, para o fortalecimento da gestão
processo de habilitação.
compartilhada e solidária do SUS.
ESTABELECER AS DIRETRIZES PARA A
Esse Pacto parte de uma constatação
GESTÃO DO SUS, com ênfase na
indiscutível: o Brasil é um país continental e
Descentralização; Regionalização;
com muitas diferenças e iniqüidades
Financiamento; Programação Pactuada e
regionais. Mais do que definir diretrizes
Integrada; Regulação; Participação e
nacionais é necessário avançar na
regionalização e descentralização do SUS, a
117
Controle Social; Planejamento; Gestão do fragmentação das políticas e programas de
Trabalho e Educação na Saúde. saúde através da organização de uma rede
regionalizada e hierarquizada de ações e
Este PACTO PELA SAÚDE 2006 aprovado serviços e da qualificação da gestão.
pelos gestores do SUS na reunião da
Comissão Intergestores Tripartite do dia 26 Frente a esta necessidade, o Ministério da
de janeiro de 2006, é abaixo assinado pelo Saúde, o Conselho Nacional de Secretários
Ministro da Saúde, o Presidente do Conselho de Saúde - CONASS e o Conselho Nacional
Nacional de Secretários de Saúde - CONASS de Secretários Municipais de Saúde -
e o Presidente do Conselho Nacional de CONASEMS, pactuaram responsabilidades
Secretários Municipais de Saúde - entre os três gestores do SUS, no campo da
CONASEMS e será operacionalizado por gestão do Sistema e da atenção à saúde. O
meio do documento de Diretrizes documento a seguir contempla o pacto
Operacionais do Pacto pela Saúde 2006. firmado entre os três gestores do SUS a partir
de uma unidade de princípios que,
Ministério da Saúde guardando coerência com a diversidade
operativa, respeita as diferenças loco-
Conselho Nacional de Secretários de Saúde- regionais, agrega os pactos anteriormente
CONASS existentes, reforça a organização das regiões
sanitárias instituindo mecanismos de co-
Conselho Nacional de Secretários Municipais
gestão e planejamento regional, fortalece os
de Saúde-CONASEMS
espaços e mecanismos de controle social,
qualifica o acesso da população a atenção
Anexo II
integral à saúde, redefine os instrumentos de
DIRETRIZES OPERACIONAIS DO PACTO regulação, programação e avaliação, valoriza
PELA SAÚDE EM 2006 – CONSOLIDAÇÃO a macro função de cooperação técnica entre
DO SUS os gestores e propõe um financiamento
tripartite que estimula critérios de equidade
Transcorridas quase duas décadas do nas transferências fundo a fundo.
processo de institucionalização do Sistema
Único de Saúde, a sua implantação e A implantação desse Pacto, nas suas três
implementação evoluíram muito, dimensões - Pacto pela Vida, Pacto de Gestão
especialmente em relação aos processos de e Pacto em Defesa do SUS - possibilita a
descentralização e municipalização das ações efetivação de acordos entre as três esferas de
e serviços de saúde. O processo de gestão do SUS para a reforma de aspectos
descentralização ampliou o contato do institucionais vigentes, promovendo
Sistema com a realidade social, política e inovações nos processos e instrumentos de
administrativa do país e com suas gestão que visam alcançar maior efetividade,
especificidades regionais, tornando-se mais eficiência e qualidade de suas respostas e ao
complexo e colocando os gestores a frente mesmo tempo, redefine responsabilidades
de desafios que busquem superar a coletivas por resultados sanitários em função

118
das necessidades de saúde da população e na 1 - O trabalho nesta área deve seguir as
busca da equidade social. seguintes diretrizes:

I – PACTO PELA VIDA Promoção do envelhecimento ativo e


saudável;
O Pacto pela Vida é o compromisso entre os
gestores do SUS em torno de prioridades que Atenção integral e integrada à saúde da
apresentam impacto sobre a situação de pessoa idosa;
saúde da população brasileira.
Estímulo às ações intersetoriais, visando à
A definição de prioridades deve ser integralidade da atenção;
estabelecida através de metas nacionais,
estaduais, regionais ou municipais. A implantação de serviços de atenção
Prioridades estaduais ou regionais podem ser domiciliar;
agregadas às prioridades nacionais, conforme
pactuação local. O acolhimento preferencial em unidades de
saúde, respeitado o critério de risco;
Os estados/região/município devem pactuar
as ações necessárias para o alcance das metas Provimento de recursos capazes de assegurar
e dos objetivos propostos. qualidade da atenção à saúde da pessoa
idosa;
São seis as prioridades pactuadas:
Fortalecimento da participação social;
Saúde do idoso;
Formação e educação permanente dos
Controle do câncer de colo de útero e de profissionais de saúde do SUS na área de
mama; saúde da pessoa idosa;

Redução da mortalidade infantil e materna; Divulgação e informação sobre a Política


Nacional de Saúde da Pessoa Idosa para
Fortalecimento da capacidade de respostas profissionais de saúde, gestores e usuários do
às doenças emergentes e endemias, com SUS;
ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose,
malária e influenza; Promoção de cooperação nacional e
internacional das experiências na atenção à
Promoção da Saúde; saúde da pessoa idosa;

Fortalecimento da Atenção Básica. Apoio ao desenvolvimento de estudos e


pesquisas.
A – SAÚDE DO IDOSO
2 - Ações estratégicas:
Para efeitos desse Pacto será considerada
idosa a pessoa com 60 anos ou mais.
119
Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa - familiar no processo de recuperação de
Instrumento de cidadania com informações pacientes e os benefícios adicionais para o
relevantes sobre a saúde da pessoa idosa, cidadão e o sistema de saúde.
possibilitando um melhor acompanhamento
por parte dos profissionais de saúde. B– CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DE
ÚTERO E DE MAMA:
Manual de Atenção Básica e Saúde para a
Pessoa Idosa - Para indução de ações de 1 - Objetivos e metas para o Controle do
saúde, tendo por referência as diretrizes Câncer de Colo de Útero:
contidas na Política Nacional de Saúde da
Pessoa Idosa. Cobertura de 80% para o exame preventivo
do câncer do colo de útero, conforme
Programa de Educação Permanente à protocolo, em 2006.
Distância - Implementar programa de
educação permanente na área do Incentivo da realização da cirurgia de alta
envelhecimento e saúde do idoso, voltado freqüência técnica que utiliza um instrumental
para profissionais que trabalham na rede de especial para a retirada de lesões ou parte do
atenção básica em saúde, contemplando os colo uterino comprometidas (com lesões
conteúdos específicos das repercussões do intra-epiteliais de alto grau) com menor dano
processo de envelhecimento populacional possível, que pode ser realizada em
para a saúde individual e para a gestão dos ambulatório, com pagamento diferenciado,
serviços de saúde. em 2006.

Acolhimento - Reorganizar o processo de 2 – Metas para o Controle do Câncer de


acolhimento à pessoa idosa nas unidades de mama:
saúde, como uma das estratégias de
Ampliar para 60% a cobertura de
enfrentamento das dificuldades atuais de
mamografia, conforme protocolo.
acesso.
Realizar a punção em 100% dos casos
Assistência Farmacêutica - Desenvolver ações
necessários, conforme protocolo.
que visem qualificar a dispensação e o acesso
da população idosa.
C – REDUÇÃO DA MORTALIDADE
MATERNA E INFANTIL:
Atenção Diferenciada na Internação - Instituir
avaliação geriátrica global realizada por
1 - Objetivos e metas para a redução da
equipe multidisciplinar, a toda pessoa idosa
mortalidade infantil
internada em hospital que tenha aderido ao
Programa de Atenção Domiciliar. Reduzir a mortalidade neonatal em 5%, em
2006.
Atenção domiciliar – Instituir esta modalidade
de prestação de serviços ao idoso, Reduzir em 50% os óbitos por doença
valorizando o efeito favorável do ambiente diarréica e 20% por pneumonia, em 2006.
120
Apoiar a elaboração de propostas de de 1 caso por 10.000 habitantes em todos os
intervenção para a qualificação da atenção as municípios prioritários, em 2006.
doenças prevalentes.
3 - Metas para o Controle da Tuberculose:
Criação de comitês de vigilância do óbito em
80% dos municípios com população acima de Atingir pelo menos 85% de cura de casos
80.000 habitantes, em 2006. novos de tuberculose bacilífera
diagnosticados a cada ano;
2 - Objetivos e metas para a redução da
mortalidade materna 4- Meta para o Controle da Malária

Reduzir em 5% a razão de mortalidade Reduzir em 15% a Incidência Parasitária


materna, em 2006. Anual, na região da Amazônia Legal, em
2006;
Garantir insumos e medicamentos para
tratamento das síndromes hipertensivas no 5 – Objetivo para o controle da Influenza
parto.
Implantar plano de contingência, unidades
Qualificar os pontos de distribuição de sentinelas e o sistema de informação - SIVEP-
sangue para que atendam as necessidades GRIPE, em 2006.
das maternidades e outros locais de parto.
E – PROMOÇÃO DA SAÚDE
D – FORTALECIMENTO DA CAPACIDADE
DE RESPOSTAS ÀS DOENÇAS 1 - Objetivos:
EMERGENTES E ENDEMIAS, COM ÊNFASE
Elaborar e implementar uma Política de
NA DENGUE, HANSENIASE,
Promoção da Saúde, de responsabilidade dos
TUBERCULOSE, MALARIA E INFLUENZA.
três gestores;
Objetivos e metas para o Controle da Dengue
Enfatizar a mudança de comportamento da
Plano de Contingência para atenção aos população brasileira de forma a internalizar a
pacientes, elaborado e implantado nos responsabilidade individual da prática de
municípios prioritários, em 2006; atividade física regular, alimentação
adequada e saudável e combate ao
Reduzir a menos de 1% a infestação predial tabagismo;
por Aedes aegypti em 30% dos municípios
prioritários ate 2006; Articular e promover os diversos programas
de promoção de atividade física já existentes
2 - Meta para a Eliminação da Hanseníase: e apoiar a criação de outros;

Atingir o patamar de eliminação enquanto Promover medidas concretas pelo hábito da


problema de saúde pública, ou seja, menos alimentação saudável;

121
Elaborar e pactuar a Política Nacional de meio de vínculos de trabalho que favoreçam
Promoção da Saúde que contemple as o provimento e fixação dos profissionais.
especificidades próprias dos estados e
municípios devendo iniciar sua Implantar o processo de monitoramento e
implementação em 2006; avaliação da Atenção Básica nas três esferas
de governo, com vistas à qualificação da
F – FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO gestão descentralizada.
BÁSICA
Apoiar diferentes modos de organização e
1 - Objetivos fortalecimento da Atenção Básica que
considere os princípios da estratégia de
Assumir a estratégia de saúde da família Saúde da Família, respeitando as
como estratégia prioritária para o especificidades loco-regionais.
fortalecimento da atenção básica, devendo
seu desenvolvimento considerar as diferenças II - PACTO EM DEFESA DO SUS
loco-regionais.
A – DIRETRIZES
Desenvolver ações de qualificação dos
profissionais da atenção básica por meio de O trabalho dos gestores das três esferas de
estratégias de educação permanente e de governo e dos outros atores envolvidos
oferta de cursos de especialização e dentro deste Pacto deve considerar as
residência multiprofissional e em medicina da seguintes diretrizes:
família.
Expressar os compromissos entre os gestores
Consolidar e qualificar a estratégia de saúde do SUS com a consolidação da Reforma
da família nos pequenos e médios municípios. Sanitária Brasileira, explicitada na defesa dos
princípios do Sistema Único de Saúde
Ampliar e qualificar a estratégia de saúde da estabelecidos na Constituição Federal.
família nos grandes centros urbanos.
Desenvolver e articular ações, no seu âmbito
Garantir a infra-estrutura necessária ao de competência e em conjunto com os
funcionamento das Unidades Básicas de demais gestores, que visem qualificar e
Saúde, dotando-as de recursos materiais, assegurar o Sistema Único de Saúde como
equipamentos e insumos suficientes para o política pública.
conjunto de ações propostas para esses
serviços. 2 - O Pacto em Defesa do SUS deve se firmar
através de iniciativas que busquem:
Garantir o financiamento da Atenção Básica
como responsabilidade das três esferas de A repolitização da saúde, como um
gestão do SUS. movimento que retoma a Reforma Sanitária
Brasileira aproximando-a dos desafios atuais
Aprimorar a inserção dos profissionais da do SUS;
Atenção Básica nas redes locais de saúde, por
122
A Promoção da Cidadania como estratégia de Planejamento; Programação Pactuada e
mobilização social tendo a questão da saúde Integrada – PPI; Regulação; Participação
como um direito; Social e Gestão do Trabalho e da Educação
na Saúde.
A garantia de financiamento de acordo com
as necessidades do Sistema; DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO SUS

3 – Ações do Pacto em Defesa do SUS: Premissas da descentralização

As ações do Pacto em Defesa do SUS devem Buscando aprofundar o processo de


contemplar: descentralização, com ênfase numa
descentralização compartilhada, são fixadas
Articulação e apoio à mobilização social pela as seguintes premissas, que devem orientar
promoção e desenvolvimento da cidadania, este processo:
tendo a questão da saúde como um direito;
Cabe ao Ministério da Saúde a proposição de
Estabelecimento de diálogo com a políticas, participação no co-financiamento,
sociedade, além dos limites institucionais do cooperação técnica, avaliação, regulação,
SUS; controle e fiscalização, além da mediação de
conflitos;
Ampliação e fortalecimento das relações com
os movimentos sociais, em especial os que Descentralização dos processos
lutam pelos direitos da saúde e cidadania; administrativos relativos à gestão para as
Comissões Intergestores Bipartite;
Elaboração e publicação da Carta dos
Direitos dos Usuários do SUS; As Comissões Intergestores Bipartite são
instâncias de pactuação e deliberação para a
Regulamentação da EC nº 29 pelo Congresso realização dos pactos intraestaduais e a
Nacional, com aprovação do PL nº 01/03, já definição de modelos organizacionais, a partir
aprovado e aprimorado em três comissões da de diretrizes e normas pactuadas na
Câmara dos Deputados; Comissão Intergestores Tripartite;

Aprovação do orçamento do SUS, composto As deliberações das Comissões Intergestores


pelos orçamentos das três esferas de gestão, Bipartite e Tripartite devem ser por consenso;
explicitando o compromisso de cada uma
delas em ações e serviços de saúde de acordo A Comissão Intergestores Tripartite e o
com a Constituição Federal. Ministério da Saúde promoverão e apoiarão
processo de qualificação permanente para as
III - PACTO DE GESTÃO Comissões Intergestores Bipartite;

Estabelece Diretrizes para a gestão do O detalhamento deste processo, no que se


sistema nos aspectos da Descentralização; refere à descentralização de ações realizadas
Regionalização; Financiamento;
123
hoje pelo Ministério da Saúde, será objeto de refletir as necessidades para se alcançar a
portaria específica. suficiência na atenção básica e parte da média
complexidade da assistência, conforme
Regionalização desenho regional e na macrorregião no que
se refere à alta complexidade. Deve
A Regionalização é uma diretriz do Sistema contemplar também as necessidades da área
Único de Saúde e um eixo estruturante do da vigilância em saúde e ser desenvolvido de
Pacto de Gestão e deve orientar a forma articulada com o processo da PPI e do
descentralização das ações e serviços de PDR.
saúde e os processos de negociação e
pactuação entre os gestores. 2.1- Objetivos da Regionalização:

Os principais instrumentos de planejamento Garantir acesso, resolutividade e qualidade às


da Regionalização são o Plano Diretor de ações e serviços de saúde cuja complexidade
Regionalização – PDR, o Plano Diretor de e contingente populacional transcenda a
Investimento – PDI e a Programação Pactuada escala local/municipal;
e Integrada da Atenção em Saúde – PPI,
detalhados no corpo deste documento. Garantir o direito à saúde, reduzir
desigualdades sociais e territoriais e
O PDR deverá expressar o desenho final do promover a eqüidade, ampliando a visão
processo de identificação e reconhecimento nacional dos problemas, associada à
das regiões de saúde, em suas diferentes capacidade de diagnóstico e decisão loco-
formas, em cada estado e no Distrito Federal, regional, que possibilite os meios adequados
objetivando a garantia do acesso, a para a redução das desigualdades no acesso
promoção da equidade, a garantia da às ações e serviços de saúde existentes no
integralidade da atenção, a qualificação do país;
processo de descentralização e a
racionalização de gastos e otimização de Garantir a integralidade na atenção a saúde,
recursos. ampliando o conceito de cuidado à saúde no
processo de reordenamento das ações de
Para auxiliar na função de coordenação do promoção, prevenção, tratamento e
processo de regionalização, o PDR deverá reabilitação com garantia de acesso a todos
conter os desenhos das redes regionalizadas os níveis de complexidade do sistema;
de atenção à saúde, organizadas dentro dos
territórios das regiões e macrorregiões de Potencializar o processo de descentralização,
saúde, em articulação com o processo da fortalecendo estados e municípios para
Programação Pactuada Integrada. exercerem papel de gestores e para que as
demandas dos diferentes interesses loco-
O PDI deve expressar os recursos de regionais possam ser organizadas e
investimentos para atender as necessidades expressadas na região;
pactuadas no processo de planejamento
regional e estadual. No âmbito regional deve
124
Racionalizar os gastos e otimizar os recursos, Os estados e a união devem apoiar os
possibilitando ganho em escala nas ações e municípios para que estes assumam o
serviços de saúde de abrangência regional. conjunto de responsabilidades;

- Regiões de Saúde O corte no nível assistencial para delimitação


de uma Região de Saúde deve estabelecer
As Regiões de Saúde são recortes territoriais critérios que propiciem certo grau de
inseridos em um espaço geográfico contínuo, resolutividade àquele território, como
identificadas pelos gestores municipais e suficiência em atenção básica e parte da
estaduais a partir de identidades culturais, média complexidade;
econômicas e sociais, de redes de
comunicação e infra-estrutura de transportes Quando a suficiência em atenção básica e
compartilhados do território; parte da média complexidade não forem
alcançadas deverá ser considerada no
A Região de Saúde deve organizar a rede de planejamento regional a estratégia para o seu
ações e serviços de saúde a fim de assegurar estabelecimento, junto com a definição dos
o cumprimento dos princípios constitucionais investimentos, quando necessário;
de universalidade do acesso, eqüidade e
integralidade do cuidado; O planejamento regional deve considerar os
parâmetros de incorporação tecnológica que
A organização da Região de Saúde deve compatibilizem economia de escala com
favorecer a ação cooperativa e solidária entre eqüidade no acesso;
os gestores e o fortalecimento do controle
social; Para garantir a atenção na alta complexidade
e em parte da média, as Regiões devem
Para a constituição de uma rede de atenção à pactuar entre si arranjos inter-regionais, com
saúde regionalizada em uma determinada agregação de mais de uma Região em uma
região, é necessário a pactuação entre todos macrorregião;
os gestores envolvidos, do conjunto de
responsabilidades não compartilhadas e das O ponto de corte da média complexidade
ações complementares; que deve estar na Região ou na macrorregião
deve ser pactuado na CIB, a partir da
O conjunto de responsabilidades não realidade de cada estado. Em alguns estados
compartilhadas se refere à atenção básica e com mais adensamento tecnológico, a alta
às ações básicas de vigilância em saúde, que complexidade pode estar contemplada
deverão ser assumidas por cada município; dentro de uma Região.

As ações complementares e os meios As regiões podem ter os seguintes formatos:


necessários para viabilizá-las deverão ser
compartilhados e integrados a fim de garantir Regiões intraestaduais, compostas por mais
a resolutividade e a integralidade de acesso; de um município, dentro de um mesmo
estado;

125
Regiões Intramunicipais, organizadas dentro municípios e por representantes do(s)
de um mesmo município de grande extensão gestor(es) estadual(ais), sendo as suas
territorial e densidade populacional; decisões sempre por consenso, pressupondo
o envolvimento e comprometimento do
Regiões Interestaduais, conformadas a partir conjunto de gestores com os compromissos
de municípios limítrofes em diferentes pactuados.
estados;
Nos casos onde as CIB regionais estão
Regiões Fronteiriças, conformadas a partir de constituídas por representação e não for
municípios limítrofes com países vizinhos. possível a imediata incorporação de todos os
municípios da Região de Saúde deve ser
Nos casos de regiões fronteiriças o Ministério pactuado um cronograma de adequação, no
da Saúde deve envidar esforços no sentido de menor prazo possível, para a inclusão de
promover articulação entre os países e órgãos todos os municípios nos respectivos
envolvidos, na perspectiva de implementação colegiados regionais.
do sistema de saúde e conseqüente
organização da atenção nos municípios O Colegiado deve instituir processo de
fronteiriços, coordenando e fomentando a planejamento regional, que defina as
constituição dessas Regiões e participando prioridades, as responsabilidades de cada
do colegiado de gestão regional. ente, as bases para a programação pactuada
integrada da atenção a saúde, o desenho do
- Mecanismos de Gestão Regional processo regulatório, as estratégias de
qualificação do controle social, as linhas de
Para qualificar o processo de regionalização,
investimento e o apoio para o processo de
buscando a garantia e o aprimoramento dos
planejamento local.
princípios do SUS, os gestores de saúde da
Região deverão constituir um espaço O planejamento regional, mais que uma
permanente de pactuação e co-gestão exigência formal, deverá expressar as
solidária e cooperativa através de um responsabilidades dos gestores com a saúde
Colegiado de Gestão Regional. A da população do território e o conjunto de
denominação e o funcionamento do objetivos e ações que contribuirão para a
Colegiado devem ser acordados na CIB; garantia do acesso e da integralidade da
atenção, devendo as prioridades e
O Colegiado de Gestão Regional se constitui
responsabilidades definidas regionalmente
num espaço de decisão através da
estar refletidas no plano de saúde de cada
identificação, definição de prioridades e de
município e do estado;
pactuação de soluções para a organização de
uma rede regional de ações e serviços de Os colegiados de gestão regional deverão ser
atenção à saúde, integrada e resolutiva; apoiados através de câmaras técnicas
permanentes que subsidiarão com
O Colegiado deve ser formado pelos
informações e análises relevantes.
gestores municipais de saúde do conjunto de

126
- Etapas do Processo de Construção da com agregação de mais de uma região em
Regionalização uma macrorregião; o ponto de corte de
média e alta-complexidade na região ou na
- Critérios para a composição da Região de macroregião deve ser pactuado na CIB, a
Saúde, expressa no PDR: partir da realidade de cada estado.

Contigüidade entre os municípios; - Constituição, Organização e Funcionamento


do Colegiado de Gestão Regional:
Respeito à identidade expressa no cotidiano
social, econômico e cultural; A constituição do colegiado de gestão
regional deve assegurar a presença de todos
Existência de infra-estrutura de transportes e os gestores de saúde dos municípios que
de redes de comunicação, que permita o compõem a Região e da representação
trânsito das pessoas entre os municípios; estadual.

Existência de fluxos assistenciais que devem Nas CIB regionais constituídas por
ser alterados, se necessário, para a representação, quando não for possível a
organização da rede de atenção à saúde; imediata incorporação de todos os gestores
de saúde dos municípios da Região de saúde,
Considerar a rede de ações e serviços de
deve ser pactuado um cronograma de
saúde, onde:
adequação, com o menor prazo possível, para
a inclusão de todos os gestores nos
Todos os municípios se responsabilizam pela
respectivos colegiados de gestão regionais;
atenção básica e pelas ações básicas de
vigilância em saúde;
Constituir uma estrutura de apoio ao
colegiado, através de câmara técnica e
O desenho da região propicia relativo grau de
eventualmente, grupos de trabalho formados
resolutividade àquele território, como a
com técnicos dos municípios e do estado;
suficiência em Atenção Básica e parte da
Média Complexidade.
Estabelecer uma agenda regular de reuniões;
A suficiência está estabelecida ou a estratégia
O funcionamento do Colegiado deve ser
para alcançá-la está explicitada no
organizado de modo a exercer as funções de:
planejamento regional, contendo, se
necessário, a definição dos investimentos. Instituir um processo dinâmico de
planejamento regional
O desenho considera os parâmetros de
incorporação tecnológica que compatibilizem Atualizar e acompanhar a programação
economia de escala com eqüidade no acesso. pactuada integrada de atenção em saúde

O desenho garante a integralidade da Desenhar o processo regulatório, com


atenção e para isso as Regiões devem pactuar definição de fluxos e protocolos
entre si arranjos inter-regionais, se necessário
127
Priorizar linhas de investimento Responsabilidade das três esferas de gestão
– União, Estados e Municípios pelo
Estimular estratégias de qualificação do financiamento do Sistema Único de Saúde;
controle social
Redução das iniqüidades macrorregionais,
Apoiar o processo de planejamento local estaduais e regionais, a ser contemplada na
metodologia de alocação de recursos,
Constituir um processo dinâmico de avaliação considerando também as dimensões étnico-
e monitoramento regional racial e social;

- Reconhecimento das Regiões Repasse fundo a fundo, definido como


As Regiões Intramunicipais deverão ser modalidade preferencial de transferência de
reconhecidas como tal, não precisando ser recursos entre os gestores;
homologadas pelas Comissões Intergestores.
Financiamento de custeio com recursos
As Regiões Intraestaduais deverão ser federais constituído, organizados e
reconhecidas nas Comissões Intergestores transferidos em blocos de recursos;
Bipartite e encaminhadas para conhecimento
e acompanhamento do MS. O uso dos recursos federais para o custeio
fica restrito a cada bloco, atendendo as
As Regiões Interestaduais deverão ser especificidades previstas nos mesmos,
reconhecidas nas respectivas Comissões conforme regulamentação específica;
Intergestores Bipartite e encaminhadas para
homologação da Comissão Intergestores As bases de cálculo que formam cada Bloco e
Tripartite. os montantes financeiros destinados para os
Estados, Municípios e Distrito Federal devem
As Regiões Fronteiriças deverão ser compor memórias de cálculo, para fins de
reconhecidas nas respectivas Comissões histórico e monitoramento.
Intergestores Bipartite e encaminhadas para
homologação na Comissão Intergestores - Os blocos de financiamento para o custeio
Tripartite. são:

O desenho das Regiões intra e interestaduais Atenção básica


deve ser submetida a aprovação pelos
respectivos Conselhos Estaduais de Saúde. Atenção de média e alta complexidade

Financiamento do Sistema Único de Saúde Vigilância em Saúde

3.1 - São princípios gerais do financiamento Assistência Farmacêutica


para o Sistema Único de Saúde:
Gestão do SUS

128
Bloco de financiamento para a Atenção Incentivo à Saúde no Sistema Penitenciário
Básica
Os recursos do PAB Variável serão
O financiamento da Atenção Básica é de transferidos ao Município que aderir e
responsabilidade das três esferas de gestão implementar as estratégias específicas a que
do SUS, sendo que os recursos federais se destina e a utilização desses recursos deve
comporão o Bloco Financeiro da Atenção estar definida no Plano Municipal de Saúde;
Básica dividido em dois componentes: Piso da
Atenção Básica e Piso da Atenção Básica O PAB Variável da Assistência Farmacêutica e
Variável e seus valores serão estabelecidos da Vigilância em Saúde passam a compor os
em Portaria específica, com memórias de seus Blocos de Financiamento respectivos.
cálculo anexas.
Compensação de Especificidades Regionais é
O Piso de Atenção Básica - PAB consiste em um montante financeiro igual a 5% do valor
um montante de recursos financeiros, que mínimo do PAB fixo multiplicado pela
agregam as estratégias destinadas ao custeio população do Estado, para que as CIBs
de ações de atenção básica à saúde; definam a utilização do recurso de acordo
com as especificidades estaduais, podendo
Os recursos financeiros do PAB serão incluir sazonalidade, migrações, dificuldade
transferidos mensalmente, de forma regular e de fixação de profissionais, IDH, indicadores
automática, do Fundo Nacional de Saúde aos de resultados. Os critérios definidos devem
Fundos de Saúde dos Municípios e do Distrito ser informados ao plenário da CIT.
Federal.
b) Bloco de financiamento para a Atenção de
O Piso da Atenção Básica Variável - PAB Média e Alta Complexidade
Variável consiste em um montante financeiro
destinado ao custeio de estratégias Os recursos correspondentes ao
específicas desenvolvidas no âmbito da financiamento dos procedimentos relativos à
Atenção Básica em Saúde. média e alta complexidade em saúde
compõem o Limite Financeiro da Média e Alta
O PAB Variável passa a ser composto pelo Complexidade Ambulatorial e Hospitalar do
financiamento das seguintes estratégias: Distrito Federal, dos Estados e dos
Municípios.
Saúde da Família;
Os recursos destinados ao custeio dos
Agentes Comunitários de Saúde; procedimentos pagos atualmente através do
Fundo de Ações Estratégicas e Compensação
Saúde Bucal; – FAEC serão incorporados ao Limite
Financeiro de cada Estado, Município e do
Compensação de especificidades regionais
Distrito Federal, conforme pactuação entre os
gestores.
Fator de incentivo da Atenção Básica aos
Povos Indígenas
129
O Fundo de Ações Estratégicas e oferecendo cobertura para o custeio de ações
Compensação – FAEC se destina, assim, ao coletivas visando garantir o controle de riscos
custeio de procedimentos, conforme sanitários inerentes ao objeto de ação,
detalhado a seguir: avançando em ações de regulação, controle e
avaliação de produtos e serviços associados
Procedimentos regulados pela CNRAC – ao conjunto das atividades.
Central Nacional de Regulação da Alta
Complexidade; O Limite Financeiro de Vigilância em Saúde
será transferido em parcelas mensais e o valor
Transplantes; da transferência mensal para cada um dos
Estados, Municípios e Distrito Federal, bem
Ações Estratégicas Emergenciais, de caráter como o Limite Financeiro respectivo será
temporário, implementadas com prazo pré- estabelecido em Portaria específica e
definido; detalhará os diferentes componentes que o
formam, com memórias de cálculo anexas.
Novos procedimentos: cobertura financeira
de aproximadamente seis meses, quando da Comporão ainda, o bloco do financiamento
inclusão de novos procedimentos, sem da Vigilância em Saúde – Sub-bloco Vigilância
correlação à tabela vigente, até a formação Epidemiológica, os recursos que se destinam
de série histórica para a devida agregação ao às seguintes finalidades, com repasses
MAC. específicos:

c) Bloco de financiamento para a Vigilância Fortalecimento da Gestão da Vigilância em


em Saúde Saúde em Estados e Municípios (VIGISUS II)

Os recursos financeiros correspondentes às Campanhas de Vacinação


ações de Vigilância em Saúde comporão o
Limite Financeiro de Vigilância em Saúde dos Incentivo do Programa DST/AIDS
Estados, Municípios e do Distrito Federal e
representam o agrupamento das ações da Os recursos alocados tratados pela Portaria
Vigilância Epidemiológica, Ambiental e MS/GM nº 1349/2002, deverão ser
Sanitária; incorporados ao Limite Financeiro de
Vigilância em Saúde do Município quando o
O Limite Financeiro da Vigilância em Saúde é mesmo comprovar a efetiva contratação dos
composto por dois componentes: da agentes de campo.
Vigilância Epidemiológica e Ambiental em
Saúde e o componente da Vigilância Sanitária No Componente da Vigilância Sanitária, os
em Saúde; recursos do Termo de Ajuste e Metas – TAM,
destinados e não transferidos aos estados e
O financiamento para as ações de vigilância municípios, nos casos de existência de saldo
sanitária deve consolidar a reversão do superior a 40% dos recursos repassados no
modelo de pagamento por procedimento, período de um semestre, constituem um

130
Fundo de Compensação em VISA, pactuação nas CIB e com contrapartida
administrado pela ANVISA e destinado ao financeira dos estados e dos municípios.
financiamento de gestão e descentralização
da Vigilância Sanitária. Parte Variável: valor com base per capita para
ações de assistência farmacêutica dos
Em Estados onde o valor per cápita que Programas de Hipertensão e Diabetes,
compõe o TAM não atinge o teto exceto insulina; Asma e Rinite; Saúde Mental;
orçamentário mínimo daquele Estado, a Saúde da Mulher; Alimentação e Nutrição e
União assegurará recurso financeiro para Combate ao Tabagismo.
compor o Piso Estadual de Vigilância Sanitária
– PEVISA. A parte variável do Componente Básico será
transferida ao município ou estado, conforme
d) Bloco de financiamento para a Assistência pactuação na CIB, à medida que este
Farmacêutica implementa e organiza os serviços previstos
pelos Programas específicos.
A Assistência Farmacêutica será financiada
pelos três gestores do SUS devendo agregar O Componente Estratégico da Assistência
a aquisição de medicamentos e insumos e a Farmacêutica consiste em financiamento para
organização das ações de assistência ações de assistência farmacêutica de
farmacêutica necessárias, de acordo com a programas estratégicos.
organização de serviços de saúde.
O financiamento e o fornecimento de
O Bloco de financiamento da Assistência medicamentos, produtos e insumos para os
Farmacêutica se organiza em três Programas Estratégicos são de
componentes: Básico, Estratégico e responsabilidade do Ministério da Saúde e
Medicamentos de Dispensação Excepcional. reúne:

O Componente Básico da Assistência Controle de Endemias: Tuberculose,


Farmacêutica consiste em financiamento para Hanseníase, Malária e Leischmaniose, Chagas
ações de assistência farmacêutica na atenção e outras doenças endêmicas de abrangência
básica em saúde e para agravos e programas nacional ou regional;
de saúde específicos, inseridos na rede de
cuidados da atenção básica, sendo de Programa de DST/AIDS (anti-retrovirais);
responsabilidade dos três gestores do SUS.
Programa Nacional do Sangue e
O Componente Básico é composto de uma Hemoderivados;
Parte Fixa e de uma Parte Variável, sendo:
Imunobiológicos;
Parte Fixa: valor com base per capita para
ações de assistência farmacêutica para a Insulina;
Atenção Básica, transferido Municípios,
O Componente Medicamentos de
Distrito Federal e Estados, conforme
Dispensação Excepcional consiste em
131
financiamento para aquisição e distribuição Forma de aquisição e execução financeira,
de medicamentos de dispensação considerando-se os princípios da
excepcional, para tratamento de patologias descentralização e economia de escala.
que compõem o Grupo 36 – Medicamentos
da Tabela Descritiva do SIA/SUS. e) Bloco de financiamento para a Gestão do
Sistema Único de Saúde
A responsabilidade pelo financiamento e
aquisição dos medicamentos de dispensação O financiamento para a gestão destina-se ao
excepcional é do Ministério da Saúde e dos custeio de ações específicas relacionadas
Estados, conforme pactuação e a com a organização dos serviços de saúde,
dispensação, responsabilidade do Estado. acesso da população e aplicação dos recursos
financeiros do SUS.
O Ministério da Saúde repassará aos Estados,
mensalmente, valores financeiros apurados O financiamento deverá apoiar iniciativas de
em encontro de contas trimestrais, de acordo fortalecimento da gestão, sendo composto
com as informações encaminhadas pelos pelos seguintes sub-blocos:
Estados, com base nas emissões das
Autorizações para Pagamento de Alto Custo Regulação, controle, avaliação e auditoria
– APAC.
Planejamento e Orçamento
O Componente de Medicamentos de
Programação
Dispensação Excepcional será readequado
através de pactuação entre os gestores do
Regionalização
SUS, das diretrizes para definição de política
para medicamentos de dispensação Participação e Controle Social
excepcional.
Gestão do Trabalho
As Diretrizes a serem pactuadas na CIT,
deverão nortear-se pelas seguintes Educação em Saúde
proposições:
Incentivo à Implementação de políticas
Definição de critérios para inclusão e exclusão específicas
de medicamentos e CID na Tabela de
Procedimentos, com base nos protocolos Os recursos referentes a este Bloco serão
clínicos e nas diretrizes terapêuticas. transferidos fundo a fundo e regulamentados
por portaria específica.
Definição de percentual para o co-
financiamento entre gestor federal e gestor - Financiamento para Investimentos
estadual;
Os recursos financeiros de investimento
Revisão periódica de valores da tabela; devem ser alocados com vistas á superação

132
das desigualdades de acesso e à garantia da O processo de planejamento no âmbito do
integralidade da atenção à saúde. SUS deve ser desenvolvido de forma
articulada, integrada e solidária entre as três
Os investimentos deverão priorizar a esferas de gestão. Essa forma de atuação
recuperação, a re-adequação e a expansão da representará o Sistema de Planejamento do
rede física de saúde e a constituição dos Sistema Único de Saúde baseado nas
espaços de regulação. responsabilidades de cada esfera de gestão,
com definição de objetivos e conferindo
Os projetos de investimento apresentados direcionalidade ao processo de gestão do
para o Ministério da Saúde deverão ser SUS, compreendendo nesse sistema o
aprovados nos respectivos Conselhos de monitoramento e avaliação.
Saúde e na CIB, devendo refletir uma
prioridade regional. Este sistema de planejamento pressupõe que
cada esfera de gestão realize o seu
São eixos prioritários para aplicação de planejamento, articulando-se de forma a
recursos de investimentos: fortalecer e consolidar os objetivos e
diretrizes do SUS, contemplando as
Estímulo à Regionalização - Deverão ser
peculiaridades, necessidades e realidades de
priorizados projetos de investimentos que
saúde locorregionais.
fortaleçam a regionalização do SUS, com base
nas estratégicas nacionais e estaduais, Como parte integrante do ciclo de gestão, o
considerando os PDI (Plano de sistema de planejamento buscará, de forma
Desenvolvimento Integrado) atualizados, o tripartite, a pactuação de bases funcionais do
mapeamento atualizado da distribuição e planejamento, monitoramento e avaliação do
oferta de serviços de saúde em cada espaço SUS, bem como promoverá a participação
regional e parâmetros de incorporação social e a integração intra e intersetorial,
tecnológica que compatibilizem economia de considerando os determinantes e
escala e de escopo com eqüidade no acesso. condicionantes de saúde.

Investimentos para a Atenção Básica - No cumprimento da responsabilidade de


recursos para investimentos na rede básica de coordenar o processo de planejamento se
serviços, destinados conforme levará em conta as diversidades existentes
disponibilidade orçamentária, transferidos nas três esferas de governo, de modo a
fundo a fundo para municípios que contribuir para a consolidação do SUS e para
apresentarem projetos selecionados de a resolubilidade e qualidade, tanto da sua
acordo com critérios pactuados na Comissão gestão, quanto das ações e serviços
Intergestores Tripartite. prestados à população brasileira.

4 – Planejamento no SUS 4.2 - Objetivos do Sistema de Planejamento


do SUS:
4.1 – O trabalho com o Planejamento no SUS
deve seguir as seguintes diretrizes:

133
Pactuar diretrizes gerais para o processo de Promover a eficiência dos processos
planejamento no âmbito do SUS e o elenco compartilhados de planejamento e a eficácia
dos instrumentos a serem adotados pelas três dos resultados, bem como da participação
esferas de gestão; social nestes processos;

Formular metodologias e modelos básicos Promover a integração do processo de


dos instrumentos de planejamento, planejamento e orçamento no âmbito do
monitoramento e avaliação que traduzam as SUS, bem como a sua intersetorialidade, de
diretrizes do SUS, com capacidade de forma articulada com as diversas etapas do
adaptação às particularidades de cada esfera ciclo de planejamento;
administrativa;
Monitorar e avaliar o processo de
Promover a análise e a formulação de planejamento, as ações implementadas e os
propostas destinadas a adequar o arcabouço resultados alcançados, de modo a fortalecer
legal no tocante ao planejamento no SUS; o planejamento e a contribuir para a
transparência do processo de gestão do SUS.
Implementar e difundir uma cultura de
planejamento que integre e qualifique as 4.3 - Pontos de pactuação priorizados para o
ações do SUS entre as três esferas de governo Planejamento
e subsidiar a tomada de decisão por parte de
seus gestores; Considerando a conceituação, caracterização
e objetivos preconizados para o sistema de
Desenvolver e implementar uma rede de planejamento do SUS, configuram-se como
cooperação entre os três entes federados, pontos essenciais de pactuação:
que permita um amplo compartilhamento de
informações e experiências; Adoção das necessidades de saúde da
população como critério para o processo de
Promover a institucionalização e fortalecer as planejamento no âmbito do SUS;
áreas de planejamento no âmbito do SUS, nas
três esferas de governo, com vistas a legitimá- Integração dos instrumentos de
lo como instrumento estratégico de gestão planejamento, tanto no contexto de cada
do SUS; esfera de gestão, quanto do SUS como um
todo;
Apoiar e participar da avaliação periódica
relativa à situação de saúde da população e Institucionalização e fortalecimento do
ao funcionamento do SUS, provendo os Sistema de Planejamento do SUS, com
gestores de informações que permitam o seu adoção do processo planejamento, neste
aperfeiçoamento e ou redirecionamento; incluído o monitoramento e a avaliação, como
instrumento estratégico de gestão do SUS;
Promover a capacitação contínua dos
profissionais que atuam no contexto do Revisão e adoção de um elenco de
planejamento no SUS; instrumentos de planejamento – tais como

134
planos, relatórios, programações – a serem A tabela unificada de procedimentos deve
adotados pelas três esferas de gestão, com orientar a programação das ações que não
adequação dos instrumentos legais do SUS estão organizadas por áreas de atuação,
no tocante a este processo e instrumentos considerando seus níveis de agregação, para
dele resultantes; formar as aberturas programáticas;

Cooperação entre as três esferas de gestão A programação da assistência devera buscar


para o fortalecimento e a eqüidade no a integração com a programação da vigilância
processo de planejamento no SUS. em saúde;

Programação Pactuada e Integrada da Os recursos financeiros das três esferas de


Atenção em Saúde – PPI governo devem ser visualizados na
programação.
A PPI é um processo que visa definir a
programação das ações de saúde em cada O processo de programação deve contribuir
território e nortear a alocação dos recursos para a garantia de acesso aos serviços de
financeiros para saúde a partir de critérios e saúde, subsidiando o processo regulatório da
parâmetros pactuados entre os gestores. assistência;

A PPI deve explicitar os pactos de referencia A programação deve ser realizada a cada
entre municípios, gerando a parcela de gestão, revisada periodicamente e sempre
recursos destinados à própria população e à que necessário, em decorrência de alterações
população referenciada. de fluxo no atendimento ao usuário; de oferta
de serviços; na tabela de procedimentos; e no
As principais diretrizes norteadoras do teto financeiro, dentre outras.
processo de programação pactuada são:
A programação pactuada e integrada deve
A programação deve estar inserida no subsidiar a programação física financeira dos
processo de planejamento e deve considerar estabelecimentos de saúde.
as prioridades definidas nos planos de saúde
em cada esfera de gestão; A programação pactuada e integrada deve
guardar relação com o desenho da
Os gestores estaduais e municipais possuem regionalização naquele estado.
flexibilidade na definição de parâmetros e
prioridades que irão orientar a programação, Regulação da Atenção à Saúde e Regulação
ressalvados os parâmetros pactuados Assistencial
nacional e estadualmente.
Para efeitos destas diretrizes, serão adotados
A programação é realizada prioritariamente, os seguintes conceitos:
por áreas de atuação a partir das ações
básicas de saúde para compor o rol de ações Regulação da Atenção à Saúde - tem como
de maior complexidade; objeto a produção de todas as ações diretas
e finais de atenção à saúde, dirigida aos
135
prestadores de serviços de saúde, públicos e e analisar criticamente os históricos clínicos
privados. As ações da Regulação da Atenção com vistas a verificar a execução dos
à Saúde compreendem a Contratação, a procedimentos e realçar as não
Regulação do Acesso à Assistência ou conformidades.
Regulação Assistencial, o Controle
Assistencial, a Avaliação da Atenção à Saúde, Como princípios orientadores do processo de
a Auditoria Assistencial e as regulamentações regulação, fica estabelecido que:
da Vigilância Epidemiológica e Sanitária.
Cada prestador responde apenas a um
Contratação - o conjunto de atos que gestor;
envolvem desde a habilitação dos
serviços/prestadores até a formalização do A regulação dos prestadores de serviços deve
contrato na sua forma jurídica. ser preferencialmente do município conforme
desenho da rede da assistência pactuado na
Regulação do Acesso à Assistência ou CIB, observado o Termo de Compromisso de
Regulação Assistencial - conjunto de relações, Gestão do Pacto e os seguintes princípios:
saberes, tecnologias e ações que
intermedeiam a demanda dos usuários por da descentralização, municipalização e
serviços de saúde e o acesso a estes. comando único;

Complexos Reguladores - uma das da busca da escala adequada e da qualidade;


estratégias de Regulação Assistencial,
considerar a complexidade da rede de
consistindo na articulação e integração de
serviços locais;
Centrais de Atenção Pré-hospitalar e
Urgências, Centrais de Internação, Centrais
considerar a efetiva capacidade de regulação;
de Consultas e Exames, Protocolos
Assistenciais com a contratação, controle considerar o desenho da rede estadual da
assistencial e avaliação, assim como com assistência;
outras funções da gestão como programação
e regionalização. Os complexos reguladores a primazia do interesse e da satisfação do
podem ter abrangência intra-municipal, usuário do SUS.
municipal, micro ou macro regional, estadual
ou nacional, devendo esta abrangência e A regulação das referencias intermunicipais é
respectiva gestão, serem pactuadas em responsabilidade do gestor estadual,
processo democrático e solidário, entre as expressa na coordenação do processo de
três esferas de gestão do SUS. construção da programação pactuada e
integrada da atenção em saúde, do processo
Auditoria Assistencial ou clínica – processo de regionalização, do desenho das redes;
regular que visa aferir e induzir qualidade do
atendimento amparada em procedimentos, A operação dos complexos reguladores no
protocolos e instruções de trabalho que se refere a referencia intermunicipal deve
normatizados e pactuados. Deve acompanhar
136
ser pactuada na CIB, podendo ser operada Apoiar os conselhos de saúde, as
nos seguintes modos: conferências de saúde e os movimentos
sociais que atuam no campo da saúde, com
Pelo gestor estadual que se relacionará com vistas ao seu fortalecimento para que os
a central municipal que faz a gestão do mesmos possam exercer plenamente os seus
prestador. papéis;

Pelo gestor estadual que se relacionará Apoiar o processo de formação dos


diretamente com o prestador quando este conselheiros;
estiver sob gestão estadual.
Estimular a participação e avaliação dos
Pelo gestor municipal com co-gestão do cidadãos nos serviços de saúde;
estado e representação dos municípios da
região; Apoiar os processos de educação popular em
saúde, para ampliar e qualificar a participação
Modelos que diferem do item ‘d’ acima social no SUS;
devem ser pactuados pela CIB e
homologados na CIT. Apoiar a implantação e implementação de
ouvidorias nos estados e municípios, com
São metas para este Pacto, no prazo de um vistas ao fortalecimento da gestão estratégica
ano: do SUS;

Contratualização de todos os prestadores de Apoiar o processo de mobilização social e


serviço; institucional em defesa do SUS e na discussão
do pacto;
Colocação de todos os leitos e serviços
ambulatoriais contratualizados sob regulação; Gestão do Trabalho

Extinção do pagamento dos serviços dos 8.1 - As diretrizes para a Gestão do Trabalho
profissionais médicos por meio do código 7. no SUS são as seguintes:

Participação e Controle Social A política de recursos humanos para o SUS é


um eixo estruturante e deve buscar a
A participação social no SUS é um princípio valorização do trabalho e dos trabalhadores
doutrinário e está assegurado na Constituição de saúde, o tratamento dos conflitos, a
e nas Leis Orgânicas da Saúde (8080/90 e humanização das relações de trabalho;
8142/90), e é parte fundamental deste pacto.
Estados, Municípios e União são entes
7.1 - As ações que devem ser desenvolvidas autônomos para suprir suas necessidades de
para fortalecer o processo de participação manutenção e expansão dos seus próprios
social, dentro deste pacto são: quadros de trabalhadores de saúde;

137
O Ministério da Saúde deve formular esferas de gestão estaduais e municipais do
diretrizes de cooperação técnica para a SUS;
gestão do trabalho no SUS;
As Secretarias Estaduais e Municipais de
Desenvolver, pelas três esferas de gestão, Saúde devem envidar esforços para a criação
estudos quanto às estratégias e ou fortalecimento de estruturas de Recursos
financiamento tripartite de política de Humanos, objetivando cumprir um papel
reposição da força de trabalho indutor de mudanças, tanto no campo da
descentralizada; gestão do trabalho, quanto no campo da
educação na saúde;
As Diretrizes para Planos de Cargos e Carreira
do SUS devem ser um instrumento que visa 8.2 - Serão priorizados os seguintes
regular as relações de trabalho e o componentes na estruturação da Gestão do
desenvolvimento do trabalhador, bem como Trabalho no SUS:
a consolidação da carreira como instrumento
estratégico para a política de recursos Estruturação da Gestão do Trabalho no SUS -
humanos no Sistema; Esse componente trata das necessidades
exigidas para a estruturação da área de
Promover relações de trabalho que Gestão do Trabalho integrado pelos
obedeçam a exigências do princípio de seguintes eixos: base jurídico-legal;
legalidade da ação do Estado e de proteção atribuições específicas; estrutura e
dos direitos associados ao trabalho; dimensionamento organizacional e estrutura
física e equipamentos. Serão priorizados para
Desenvolver ações voltadas para a adoção de este Componente, Estados, Capitais, Distrito
vínculos de trabalho que garantam os direitos Federal e nos Municípios com mais de 500
sociais e previdenciários dos trabalhadores de empregos públicos, desde que possuam ou
saúde, promovendo ações de adequação de venham a criar setores de Gestão do Trabalho
vínculos, onde for necessário, nas três esferas e da Educação nas secretarias estaduais e
de governo, com o apoio técnico e financeiro municipais de saúde;
aos Municípios, pelos Estados e União,
conforme legislação vigente; Capacitação de Recursos Humanos para a
Gestão do Trabalho no SUS - Esse
Os atores sociais envolvidos no desejo de componente trata da qualificação dos
consolidação dos SUS atuarão solidariamente gestores e técnicos na perspectiva do
na busca do cumprimento deste item, fortalecimento da gestão do trabalho em
observadas as responsabilidades legais de saúde. Estão previstos, para seu
cada segmento; desenvolvimento, a elaboração de material
didático e a realização de oficinas, cursos
Estimular processos de negociação entre presenciais ou à distância, por meio das
gestores e trabalhadores através da estruturas formadoras existentes;
instalação de Mesas de Negociação junto às

138
Sistema Gerencial de Informações - Esse Buscar a revisão da normatização vigente que
componente propõe proceder à análise de institui a Política Nacional de Educação
sistemas de informação existentes e Permanente em Saúde, contemplando a
desenvolver componentes de otimização e conseqüente e efetiva descentralização das
implantação de sistema informatizado que atividades de planejamento, monitoramento,
subsidie a tomada de decisão na área de avaliação e execução orçamentária da
Gestão do Trabalho. Educação Permanente para o trabalho no
SUS;
Educação na Saúde
Centrar, o planejamento, programação e
9.1 – A - As diretrizes para o trabalho na acompanhamento das atividades educativas e
Educação na Saúde são: conseqüentes alocações de recursos na lógica
de fortalecimento e qualificação do SUS e
Avançar na implementação da Política atendimento das necessidades sociais em
Nacional de Educação Permanente por meio saúde;
da compreensão dos conceitos de formação
e educação permanente para adequá-los às Considerar que a proposição de ações para
distintas lógicas e especificidades; formação e desenvolvimento dos
profissionais de saúde para atender às
Considerar a educação permanente parte necessidades do SUS deve ser produto de
essencial de uma política de formação e cooperação técnica, articulação e diálogo
desenvolvimento dos trabalhadores para a entre os gestores das três esferas de governo,
qualificação do SUS e que comporta a adoção as instituições de ensino, os serviços e
de diferentes metodologias e técnicas de controle social e podem contemplar ações no
ensino-aprendizagem inovadoras, entre campo da formação e do trabalho.
outras coisas;
B - RESPONSABILIDADE SANITÁRIA
Considerar a Política Nacional de Educação
Permanente em Saúde uma estratégia do SUS Este capítulo define as Responsabilidades
para a formação e o desenvolvimento de Sanitárias e atribuições do Município, do
trabalhadores para o setor, tendo como Distrito Federal, do Estado e da União. A
orientação os princípios da educação gestão do Sistema Único de Saúde é
permanente; construída de forma solidária e cooperada,
com apoio mútuo através de compromissos
Assumir o compromisso de discutir e avaliar assumidos nas Comissões Intergestores
os processos e desdobramentos da Bipartite (CIB) e Tripartite (CIT).
implementação da Política Nacional de
Educação Permanente para ajustes Algumas responsabilidades atribuídas aos
necessários, atualizando-a conforme as municípios devem ser assumidas por todos os
experiências de implementação, assegurando municípios. As outras responsabilidades
a inserção dos municípios e estados neste serão atribuídas de acordo com o pactuado
processo;
139
e/ou com a complexidade da rede de serviços Considerando a Portaria GM/MS nº 699, de
localizada no território municipal. 30 de março de 2006, que regulamenta as
Diretrizes Operacionais dos Pactos pela Vida
No que se refere às responsabilidades e de Gestão;
atribuídas aos estados devem ser assumidas
por todos eles. Considerando que a Regionalização é uma
diretriz do Sistema Único de Saúde e um eixo
Com relação à gestão dos prestadores de estruturante do Pacto de Gestão e deve
serviço fica mantida a normatização orientar a descentralização das ações e
estabelecida na NOAS SUS 01/2002. As serviços de saúde e a organização da Rede de
referências na NOAS SUS 01/2002 às Atenção à Saúde;
condições de gestão de estados e municípios
ficam substituídas pelas situações pactuadas Considerando a necessidade de definir os
no respectivo Termo de Compromisso de fundamentos conceituais e operativos
Gestão. essenciais ao processo de organização da
Rede de Atenção à Saúde, bem como as
diretrizes e estratégias para sua
implementação;
Portaria nº 4.279, de 30 de
dezembro de 2010 Considerando a decisão dos gestores do SUS
na reunião da Comissão Intergestores
Estabelece diretrizes para a organização da Tripartite, realizada no dia 16 de dezembro
Rede de Atenção à Saúde no âmbito do de 2010, resolve:
Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 1º Estabelecer diretrizes para a
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso organização da Rede de Atenção à Saúde, no
da atribuição que lhe confere o inciso II do âmbito do SUS, na forma do Anexo a esta
parágrafo único do art. 87 da Constituição, e Portaria.

Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de


setembro de 1990, que dispõe sobre as sua publicação.
condições para a promoção, proteção e
ANEXO DIRETRIZES PARA ORGANIZAÇÃO
recuperação da saúde, a organização e o
DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE DO SUS
funcionamento dos serviços
correspondentes;
O presente documento trata das diretrizes
para a estruturação da Rede de Atenção à
Considerando a Portaria GM/MS nº 399, de
Saúde (RAS) como estratégia para superar a
22 de fevereiro de 2006, que divulga o Pacto
fragmentação da atenção e da gestão nas
pela Saúde 2006 - Consolidação do SUS e
Regiões de Saúde e aperfeiçoar o
aprova as Diretrizes Operacionais do referido
funcionamento político-institucional do
Pacto;
Sistema Único de Saúde (SUS,) com vistas a

140
assegurar ao usuário o conjunto de ações e ferramentas de microgestão dos serviços e,
serviços que necessita com efetividade e diretrizes com algumas estratégias para a
eficiência. implementação da rede de atenção à saúde.

Esse documento estabelece os fundamentos 1. POR QUE ORGANIZAR REDE DE


conceituais e operativos essenciais ao ATENÇÃO À SAÚDE NO SUS Embora sejam
processo de organização da RAS, inegáveis e representativos os avanços
entendendo que o seu aprofundamento alcançados pelo SUS nos últimos anos, torna-
constituirá uma série de temas técnicos e se cada vez mais evidente a dificuldade em
organizacionais a serem desenvolvidos, em superar a intensa fragmentação das ações e
função da agenda de prioridades e da sua serviços de saúde e qualificar a gestão do
modelagem. cuidado no contexto atual.

O texto foi elaborado a partir das discussões O modelo de atenção à saúde vigente
internas das áreas técnicas do Ministério da fundamentado nas ações curativas, centrado
Saúde e no Grupo de trabalho de Gestão da no cuidado médico e estruturado com ações
Câmara Técnica da Comissão Intergestores e serviços de saúde dimensionados a partir da
Tripartite, composto com representantes do oferta, tem se mostrado insuficiente para dar
Conselho Nacional de Secretarias Municipais conta dos desafios sanitários atuais e,
de Saúde (CONASEMS), do Conselho insustentável para os enfrentamentos futuros.
Nacional de Secretários de Saúde (CONASS)
e do Ministério da Saúde (MS). O cenário brasileiro é caracterizado pela
diversidade de contextos regionais com
O conteúdo dessas orientações está marcantes diferenças sócio econômicas e de
fundamentado no arcabouço normativo do necessidades de saúde da população entre as
SUS, com destaque para as Portarias do Pacto regiões, agravado pelo elevado peso da
pela Saúde, a Política Nacional de Atenção oferta privada e seus interesses e pressões
Básica (PNAB), a Política Nacional de sobre o mercado na área da saúde e pelo
Promoção a Saúde (PNPS), na publicação da desafio de lidar com a complexa inter-relação
Regionalização Solidária e Cooperativa, além entre acesso, escala, escopo, qualidade,
das experiências de apoio à organização da custo e efetividade que demonstram a
RAS promovidas pelo Ministério da Saúde complexidade do processo de constituição
(MS) e Conselho Nacional de Secretários de de um sistema unificado e integrado no país.
Saúde (CONASS) em regiões de saúde de
diversos estados. Consequentemente, a organização da
atenção e da gestão do SUS expressa o
O documento está organizado da seguinte cenário apresentado e se caracteriza por
forma: justificativa abordando por que intensa fragmentação de serviços,
organizar rede de atenção à saúde, os programas, ações e práticas clínicas
principais conceitos, fundamentos e atributos demonstrado por:
da rede de atenção à saúde, os elementos
constitutivos da rede, as principais (1) lacunas assistenciais importantes;
141
(2) financiamento público insuficiente, atendendo, concomitantemente, as
fragmentado e baixa eficiência no emprego condições agudas. Superar os desafios e
dos recursos, com redução da capacidade do avançar na qualificação da atenção e da
sistema de prover integralidade da atenção à gestão em saúde requer forte decisão dos
saúde; gestores do SUS, enquanto protagonistas do
processo instituidor e organizador do sistema
(3) configuração inadequada de modelos de de saúde. Essa decisão envolve aspectos
atenção, marcada pela incoerência entre a técnicos, éticos, culturais, mas,
oferta de serviços e a necessidade de principalmente, implica no cumprimento do
atenção, não conseguindo acompanhar a pacto político cooperativo entre as instâncias
tendência de declínio dos problemas agudos de gestão do Sistema, expresso por uma
e de ascensão das condições crônicas; (4) "associação fina da técnica e da política",
fragilidade na gestão do trabalho com o para garantir os investimentos e recursos
grave problema de precarização e carência de necessários à mudança.
profissionais em número e alinhamento com a
política pública; A solução está em inovar o processo de
organização do sistema de saúde,
(5) a pulverização dos serviços nos municípios; redirecionando suas ações e serviços no
e desenvolvimento da RAS para produzir
impacto positivo nos indicadores de saúde da
(6) pouca inserção da Vigilância e Promoção população.
em Saúde no cotidiano dos serviços de
atenção, especialmente na Atenção Primária Experiências têm demonstrado que a
em Saúde (APS). organização da RAS tendo a APS como
coordenadora do cuidado e ordenadora da
Considera-se, ainda, o atual perfil rede, se apresenta como um mecanismo de
epidemiológico brasileiro, caracterizado por superação da fragmentação sistêmica; são
uma tripla carga de doença que envolve a mais eficazes, tanto em termos de
persistência de doenças parasitárias, organização interna (alocação de recursos,
infecciosas e desnutrição características de coordenação clínica, etc.), quanto em sua
países subdesenvolvidos, importante capacidade de fazer face aos atuais desafios
componente de problemas de saúde do cenário socioeconômico, demográfico,
reprodutiva com mortes maternas e óbitos epidemiológico e sanitário.
infantis por causas consideradas evitáveis, e o
desafio das doenças crônicas e seus fatores No Brasil, o debate em torno da busca por
de risco como sedentarismo, tabagismo, maior integração adquiriu nova ênfase a partir
alimentação inadequada, obesidade e o do Pacto pela Saúde, que contempla o
crescimento das causas externas em acordo firmado entre os gestores do SUS e
decorrência do aumento da violência e dos ressalta a relevância de aprofundar o
acidentes de trânsito, trazendo a necessidade processo de regionalização e de organização
de ampliação do foco da atenção para o do sistema de saúde sob a forma de Rede
manejo das condições crônicas, mas como estratégias essenciais para consolidar
142
os princípios de Universalidade, Integralidade efetivando a APS como eixo estruturante da
e Equidade, se efetivando em três dimensões: RAS no SUS.

Pacto Pela Vida: compromisso com as No campo das políticas públicas,


prioridades que apresentam impacto sobre a comprometida com a garantia de oferecer
situação de saúde da população brasileira; acesso equânime ao conjunto de ações e
serviços de saúde, a organização do Sistema
Pacto em Defesa do SUS: compromisso com em rede possibilita a construção de vínculos
a consolidação os fundamentos políticos e de solidariedade e cooperação.
princípios constitucionais do SUS.
Nesse processo, o desenvolvimento da Rede
Pacto de Gestão: compromisso com os de Atenção à Saúde é reafirmado como
princípios e diretrizes para a descentralização, estratégia de reestruturação do sistema de
regionalização, financiamento, planejamento, saúde, tanto no que se refere a sua
programação pactuada e integrada, organização, quanto na qualidade e impacto
regulação, participação social, gestão do da atenção prestada, e representa o acúmulo
trabalho e da educação em saúde. e o aperfeiçoamento da política de saúde
com aprofundamento de ações efetivas para
O Pacto de Gestão estabeleceu o espaço a consolidação do SUS como política pública
regional como lócus privilegiado de voltada para a garantia de direitos
construção das responsabilidades pactuadas, constitucionais de cidadania.
uma vez que é esse espaço que permite a
integração de políticas e programas por meio 2. CONCEITOS A Rede de Atenção à Saúde
da ação conjunta das esferas federal, estadual é definida como arranjos organizativos de
e municipal. ações e serviços de saúde, de diferentes
densidades tecnológicas, que integradas por
A construção dessa forma de relações meio de sistemas de apoio técnico, logístico
intergovernamentais no SUS requer o e de gestão, buscam garantir a integralidade
cumprimento das responsabilidades do cuidado.
assumidas e metas pactuadas, sendo cada
esfera de governo co-responsável pela O objetivo da RAS é promover a integração
gestão do conjunto de políticas com sistêmica, de ações e serviços de saúde com
responsabilidades explicitadas. provisão de atenção contínua, integral, de
qualidade, responsável e humanizada, bem
Em sintonia com o Pacto pela Saúde, foi como incrementar o desempenho do
aprovada a Política Nacional de Atenção Sistema, em termos de acesso, equidade,
Básica (PNAB) e a Política Nacional de eficácia clínica e sanitária; e eficiência
Promoção à Saúde (PNPS), ambas voltadas econômica.
para a configuração de um modelo de
atenção capaz de responder as condições Caracteriza-se pela formação de relações
crônicas e as condições agudas e promover horizontais entre os pontos de atenção com o
ações de vigilância e promoção a saúde, centro de comunicação na Atenção Primária à
143
Saúde (APS), pela centralidade nas articulação na lógica do funcionamento da
necessidades em saúde de uma população, RAS, com qualidade e eficiência para os
pela responsabilização na atenção contínua e serviços e para o Sistema, faz-se necessária a
integral, pelo cuidado multiprofissional, pelo criação de mecanismos formais de
compartilhamento de objetivos e contratualização entre os entes reguladores /
compromissos com os resultados sanitários e financiadores e os prestadores de serviço.
econômicos.
Quando esses contratos abrangem todos os
Fundamenta-se na compreensão da APS pontos de atenção da rede o Sistema passa a
como primeiro nível de atenção, enfatizando operar em modo de aprendizagem, ou seja, a
a função resolutiva dos cuidados primários busca contínua por uma gestão eficaz,
sobre os problemas mais comuns de saúde e eficiente e qualificada, de forma a
a partir do qual se realiza e coordena o proporcionar a democratização e a
cuidado em todos os pontos de atenção. Os transparência ao SUS.
pontos de atenção à saúde são entendidos
como espaços onde se ofertam determinados A contratualização/contratos de gestão,
serviços de saúde, por meio de uma produção nesse contexto, pode ser definida como o
singular. modo de pactuação da demanda quantitativa
e qualitativa na definição clara de
São exemplos de pontos de atenção à saúde: responsabilidades, de objetivos de
os domicílios, as unidades básicas de saúde, desempenho, incluindo tanto os sanitários,
as unidades ambulatoriais especializadas, os quanto os econômicos, resultando dessa
serviços de hemoterapia e hematologia, os negociação um compromisso explícito entre
centros de apoio psicossocial, as residências ambas as partes.
terapêuticas, entre outros.
Esse processo deve resultar, ainda, na fixação
Os hospitais podem abrigar distintos pontos de critérios e instrumentos de
de atenção à saúde: o ambulatório de pronto acompanhamento e avaliação de resultados,
atendimento, a unidade de cirurgia metas e indicadores definidos.
ambulatorial, o centro cirúrgico, a
maternidade, a unidade de terapia intensiva, Dentre os objetivos da contratualização
a unidade de hospital/dia, entre outros. destacam-se:

Todos os pontos de atenção a saúde são Melhorar o nível de saúde da população;


igualmente importantes para que se
cumpram os objetivos da rede de atenção à Responder com efetividade às necessidades
saúde e se diferenciam, apenas, pelas em saúde;
distintas densidades tecnológicas que os
Obter um efetivo e rigoroso controle sobre o
caracterizam.
crescimento das despesas de origem pública
Para assegurar seu compromisso com a com a saúde;
melhora de saúde da população, integração e
144
Alcançar maior eficiência gestora no uso de tratamento tardio de condições e agravos
recursos escassos, maximizando o nível de sensíveis à APS, pela introdução de
bem-estar; ferramentas de microgestão e incentivos
financeiros para pagamento por desempenho
Coordenar as atividades das partes individual e institucional;
envolvidas;
Promover a participação efetiva do cidadão e
Assegurar a produção de um excedente da comunidade no processo de
cooperativo; contratualização, nomeadamente através da
participação organizada e permanente dos
Distribuir os frutos da cooperação; utentes.

Assegurar que os compromissos sejam Considerando a necessidade de


cumpridos; e fortalecimento da APS vigente, no que se
refere à prática dos seus atributos essenciais,
Disponibilizar, em tempo útil, a informação de
a contratualização das ações de saúde a partir
produção, financiamento, desempenho,
do primeiro nível de atenção, tem sido
qualidade e acesso, de forma a garantir
apontada como instrumento potente para
adequados níveis de informação ao cidadão.
induzir responsabilização e qualidade,
sempre no sentido de alcançar melhores
Para atingir esses objetivos as partes adotam
resultados em saúde.
em três áreas de aplicação que são: cuidados
primários, atenção especializada
Adicionalmente, estratégias de articulação
(ambulatorial e hospitalar) e cuidados de
como a análise da situação de saúde; a
urgência e emergência.
interoperabilidade entre os vários sistemas de
informação; a existência de complexos
A inovação desse modelo de contrato de
reguladores; as ações de educação
gestão está em "contratualizar a saúde e não
permanente e de educação popular em saúde
apenas cuidados de saúde, obtendo
e o planejamento participativo são
macroeficiência para o conjunto do sistema"
igualmente importantes para superar para a
- e para a superação de problemas cruciais
implementação de um modelo de atenção de
como:
saúde pautado na defesa da vida.
Passar de uma abordagem populacional
Os problemas vivenciados na área de
isolada (hospitais ou centros de saúde) para
educação e da gestão do trabalho necessitam
uma contratualização de âmbito da região de
de ações estratégicas.
saúde, seguindo critérios de adscrição da
população estratificada por grau de risco, e
Nesta concepção, o trabalho deve ser visto
abordando os diversos estabelecimentos de
como uma categoria central para uma política
saúde em termos de uma rede de cuidados;
de valorização dos trabalhadores de saúde. É
necessário visualizar o trabalho como um
O contínuo aumento dos gastos para a
espaço de construção de sujeitos e de
prestação de serviços de alto custo devido ao
145
subjetividades, um ambiente que tem O trabalho vivo reside principalmente nas
pessoas, sujeitos, coletivos de sujeitos, que relações que são estabelecidas no ato de
inventam mundos e se inventam e, sobretudo, cuidar. É o momento de se pensar o projeto
produzem saúde. terapêutico singular, com base na escuta e na
responsabilização com o cuidado.
Portanto, o trabalho é um lugar de criação,
invenção e, ao mesmo tempo, um território O foco do trabalho vivo deve ser as relações
vivo com múltiplas disputas no modo de estabelecidas no ato de cuidar que são: o
produzir saúde. vínculo, a escuta, a comunicação e a
responsabilização com o cuidado.
Por isso, a necessidade de implementar a
práxis (ação-reflexão-ação) nos locais de Os equipamentos e o conhecimento
trabalho para a troca e o cruzamento com os estruturado devem ser utilizados a partir
saberes das diversas profissões. desta relação e não o contrário como tem
sido na maioria dos casos.
É importante ressaltar que na disputa dos
interesses, o que deve permanecer é o 3. FUNDAMENTOS DA REDE DE ATENÇÃO
interesse do usuário cidadão. Portanto, os À SAÚDE Para assegurar resolutividade na
problemas de saúde da população e a busca rede de atenção, alguns fundamentos
de soluções no território circunscrito devem precisam ser considerados:
ser debatidos nas equipes multiprofissionais.
3.1 Economia de Escala, Qualidade,
Além da valorização do espaço do trabalho, Suficiência, Acesso e Disponibilidade de
há necessidade de buscar alternativas para os Recursos Economia de escala, qualidade e
problemas relacionados a não valorização dos acesso são a lógica fundamental na
trabalhadores de saúde. organização da rede de atenção à saúde.

Assim, todos os profissionais de saúde podem A Economia de Escala - ocorre quando os


e devem fazer a clínica ampliada, pois escutar, custos médios de longo prazo diminuem, à
avaliar e se comprometer na busca do medida que aumenta o volume das atividades
cuidado integral em saúde são e os custos fixos se distribuem por um maior
responsabilidades de toda profissão da área número dessas atividades, sendo o longo
de saúde. prazo, um período de tempo suficiente para
que todos os insumos sejam variáveis.
Além disso, é preciso considerar e valorizar o
poder terapêutico da escuta e da palavra, o Desta forma, a concentração de serviços em
poder da educação em saúde e do apoio determinado local racionaliza custos e otimiza
matricial a fim de construir modos para haver resultados, quando os insumos tecnológicos
a correponsabilização do profissional e do ou humanos relativos a estes serviços
usuário. inviabilizem sua instalação em cada município
isoladamente.

146
Qualidade - um dos objetivos fundamentais dispersas de baixa densidade populacional,
do sistema de atenção á saúde e da RAS é a com baixíssima oferta de serviços. O acesso
qualidade na prestação de serviços de saúde. pode se analisado através da disponibilidade,
comodidade e aceitabilidade do serviço pelos
A qualidade na atenção em saúde pode ser usuários:
melhor compreendida com o conceito de
graus de excelência do cuidado que A disponibilidade diz respeito à obtenção da
pressupõe avanços e retrocessos nas seis atenção necessária ao usuário e sua família,
dimensões, a saber: segurança (reconhecer e tanto nas situações de urgência/emergência
evitar situações que podem gerar danos quanto de eletividade.
enquanto se tenta prevenir, diagnosticar e
tratar); efetividade (utilizar-se do A comodidade está relacionada ao tempo de
conhecimento para implementar ações que espera para o atendimento, a conveniência
fazem a diferença, que produzem benefícios de horários, a forma de agendamento, a
claros aos usuários); centralidade na pessoa facilidade de contato com os profissionais, o
(usuários devem ser respeitados nos seus conforto dos ambientes para atendimento,
valores e expectativas, e serem envolvidos e entre outros.
pró-ativos no cuidado à saúde); pontualidade
(cuidado no tempo certo, buscando evitar A aceitabilidade está relacionada à satisfação
atrasos potencialmente danosos); eficiência dos usuários quanto à localização e à
(evitar desperdício ou ações desnecessárias e aparência do serviço, à aceitação dos usuários
não efetivas), e equidade (características quanto ao tipo de atendimento prestado e,
pessoais, como local de residência, também, a aceitação dos usuários quanto aos
escolaridade, poder aquisitivo, dentre outras, profissionais responsáveis pelo atendimento.
não devem resultar em desigualdades no
Disponibilidade de Recursos - é outro fator
cuidado à saúde).
importante para o desenvolvimento da RAS.
Suficiência - significa o conjunto de ações e Recursos escassos, sejam humanos ou físicos,
serviços disponíveis em quantidade e devem ser concentrados, ao contrário dos
qualidade para atender às necessidades de menos escassos, que devem ser
saúde da população e inclui cuidados desconcentrados.
primários, secundários, terciários,
3.2 Integração Vertical e Horizontal Na
reabilitação, preventivos e paliativos,
construção da RAS devem ser observados os
realizados com qualidade. Acesso - ausência
conceitos de integração vertical e horizontal,
de barreiras geográficas, financeiras,
que vêm da teoria econômica e estão
organizacionais, socioculturais, étnicas e de
associados à concepções relativas às cadeias
gênero ao cuidado.
produtivas.
Deverão ser estabelecidas alternativas
Integração Vertical - consiste na articulação
específicas na relação entre acesso, escala,
de diversas organizações ou unidades de
escopo, qualidade e custo, para garantir o
produção de saúde responsáveis por ações e
acesso, nas situações de populações
147
serviços de natureza diferenciada, sendo que serão ofertados nesta região de saúde.
complementar (agregando resolutividade e As competências e responsabilidades dos
qualidade neste processo). pontos de atenção no cuidado integral estão
correlacionadas com abrangência de base
Integração Horizontal: consiste na articulação populacional, acessibilidade e escala para
ou fusão de unidades e serviços de saúde de conformação de serviços.
mesma natureza ou especialidade. É utilizada
para otimizar a escala de atividades, ampliar a A definição adequada da abrangência dessas
cobertura e a eficiência econômica na regiões é essencial para fundamentar as
provisão de ações e serviços de saúde através estratégias de organização da RAS, devendo
de ganhos de escala (redução dos custos ser observadas as pactuações entre o estado
médios totais em relação ao volume e o município para o processo de
produzido) e escopo (aumento do rol de regionalização e parâmetros de escala e
ações da unidade). acesso.

3.3 Processos de Substituição São definidos 3.5 Níveis de Atenção Fundamentais para o
como o reagrupamento contínuo de recursos uso racional dos recursos e para estabelecer
entre e dentro dos serviços de saúde para o foco gerencial dos entes de governança da
explorar soluções melhores e de menores RAS, estruturam-se por meio de arranjos
custos, em função das demandas e das produtivos conformados segundo as
necessidades da população e dos recursos densidades tecnológicas singulares, variando
disponíveis. do nível de menor densidade (APS), ao de
densidade tecnológica intermediária,
Esses processos são importantes para se (atenção secundária à saúde), até o de maior
alcançar os objetivos da RAS, no que se refere densidade tecnológica (atenção terciária à
a prestar a atenção certa, no lugar certo, com saúde).
o custo certo e no tempo certo.
4. ATRIBUTOS DA REDE DE ATENÇÃO À
A substituição pode ocorrer nas dimensões SAÚDE Considera-se que não há como
da localização, das competências clínicas, da prescrever um modelo organizacional único
tecnologia e da clínica. Ex: mudar o local da para as RAS, contudo as evidências mostram
atenção prestada do hospital para o que o conjunto de atributos apresentados a
domicílio; transição do cuidado profissional seguir são essenciais ao seu funcionamento:
para o auto-cuidado; delegação de funções
entre os membros da equipe 1. População e território definidos com amplo
multiprofissional, etc. conhecimento de suas necessidades e
preferências que determinam a oferta de
3.4 Região de Saúde ou Abrangência A serviços de saúde;
organização da RAS exige a definição da
região de saúde, que implica na definição dos 2. Extensa gama de estabelecimentos de
seus limites geográficos e sua população e no saúde que presta serviços de promoção,
estabelecimento do rol de ações e serviços prevenção, diagnóstico, tratamento, gestão
148
de casos, reabilitação e cuidados paliativos e 10. Recursos humanos suficientes,
integra os programas focalizados em competentes, comprometidos e com
doenças, riscos e populações específicas, os incentivos pelo alcance de metas da rede;
serviços de saúde individuais e os coletivos;
11. Sistema de informação integrado que
3. Atenção Primária em Saúde estruturada vincula todos os membros da rede, com
como primeiro nível de atenção e porta de identificação de dados por sexo, idade, lugar
entrada do sistema, constituída de equipe de residência, origem étnica e outras variáveis
multidisciplinar que cobre toda a população, pertinentes;
integrando, coordenando o cuidado, e
atendendo as suas necessidades de saúde; 12. Financiamento tripartite, garantido e
suficiente, alinhado com as metas da rede;
4. Prestação de serviços especializados em
lugar adequado; 13. Ação intersetorial e abordagem dos
determinantes da saúde e da equidade em
5. Existência de mecanismos de coordenação, saúde; e
continuidade do cuidado e integração
assistencial por todo o contínuo da atenção; 14. Gestão baseada em resultado.

6. Atenção à saúde centrada no indivíduo, na A integração dos sistemas de saúde deve ser
família e na comunidade, tendo em conta as entendida como um contínuo e não como
particularidades culturais, gênero, assim uma situação de extremos opostos entre
como a diversidade da população; integração e não integração.

7. Sistema de governança único para toda a Dessa forma, existem graus de integração,
rede com o propósito de criar uma missão, que variam da fragmentação absoluta à
visão e estratégias nas organizações que integração total. Por sua vez, a integração é
compõem a região de saúde; definir objetivos um meio para melhorar o desempenho do
e metas que devam ser cumpridos no curto, sistema, de modo que os esforços justificam-
médio e longo prazo; articular as políticas se na medida em que conduzam a serviços
institucionais; e desenvolver a capacidade de mais acessíveis, de maior qualidade, com
gestão necessária para planejar, monitorar e melhor relação custo-benefício e satisfaçam
avaliar o desempenho dos gerentes e das aos usuários (OPAS, 2009).
organizações;
5. PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE MICRO
8. Participação social ampla; GESTÃO DOS SERVIÇOS A Rede de Atenção
à Saúde organiza-se a partir de um processo
9. Gestão integrada dos sistemas de apoio de gestão da clínica associado ao uso de
administrativo, clínico e logístico; critérios de eficiência microeconômica na
aplicação de recursos, mediante
planejamento, gestão e financiamento
intergovernamentais cooperativos, voltados

149
para o desenvolvimento de soluções microgestão partem das tecnologias-mãe, as
integradas de política de saúde. diretrizes clínicas, para, a partir delas,
desenhar a RAS e ofertar outras ferramentas
É preciso ampliar o objeto de trabalho da como a gestão da condição de saúde, gestão
clínica para além das doenças, visando de casos, auditoria clínica e as listas de
compreender os problemas de saúde, ou espera.
seja, entender as situações que ampliam o
risco ou a vulnerabilidade das pessoas. Os Diretrizes clínicas - entendidas como
problemas ou condições de saúde estão em recomendações que orientam decisões
sujeitos, em pessoas, por isso, a clínica do assistenciais, de prevenção e promoção,
sujeito é a principal ampliação da clínica, que como de organização de serviços para
possibilita o aumento do grau de autonomia condições de saúde de relevância sanitária,
dos usuários, cabendo uma decisão elaboradas a partir da compreensão ampliada
compartilhada do projeto terapêutico. do processo saúde-doença, com foco na
integralidade, incorporando as melhores
A gestão da clínica aqui compreendida evidências da clínica, da saúde coletiva, da
implica "a aplicação de tecnologias de micro- gestão em saúde e da produção de
gestão dos serviços de saúde com a autonomia.
finalidade de:
As diretrizes desdobram-se em Guias de
a) assegurar padrões clínicos ótimos; Prática Clínica/Protocolos Assistenciais,
orientam as Linhas de Cuidado e viabilizam a
b) aumentar a eficiência; comunicação entre as equipes e serviços,
programação de ações e padronização de
c) diminuir os riscos para os usuários e para os
determinados recursos.
profissionais; d) prestar serviços efetivos; e
Linhas de Cuidado (LC) - uma forma de
e) melhorar a qualidade da atenção à saúde".
articulação de recursos e das práticas de
Como subsídio à gestão da clínica utiliza-se a
produção de saúde, orientadas por diretrizes
análise da situação de saúde em que o
clínicas, entre as unidades de atenção de uma
objetivo é a identificação e estratificação de
dada região de saúde, para a condução
riscos em grupos individuais expostos a
oportuna, ágil e singular, dos usuários pelas
determinados fatores e condições que os
possibilidades de diagnóstico e terapia, em
colocam em situação de prioridade para a
resposta às necessidades epidemiológicas de
dispensação de cuidados de saúde, sejam
maior relevância.
eles preventivos, promocionais ou
assistenciais. Visa à coordenação ao longo do contínuo
assistencial, através da
A gestão clínica dispõe de ferramentas de
pactuação/contratualização e a conectividade
microgestão que permitem integrar
de papéis e de tarefas dos diferentes pontos
verticalmente os pontos de atenção e
de atenção e profissionais. Pressupõem uma
conformar a RAS. As ferramentas de
resposta global dos profissionais envolvidos
150
no cuidado, superando as respostas prevenção da condição ou doença e no seu
fragmentadas. tratamento e reabilitação.

A implantação de LC deve ser a partir das A gestão dos riscos coletivos e ambientais
unidades da APS, que têm a responsabilidade passa pela vigilância, prevenção e controle
da coordenação do cuidado e ordenamento das doenças, agravos e fatores de risco, onde
da rede. o foco é a identificação oportuna de
problemas de saúde na população, a
Vários pressupostos devem ser observados identificação das causas e fatores
para a efetivação das LC, como garantia dos desencadeantes, a descrição do
recursos materiais e humanos necessários à comportamento, a proposição de medidas
sua operacionalização; integração e co- para o controle ou eliminação e o
responsabilização das unidades de saúde; desencadeamento das ações.
interação entre equipes; processos de
educação permanente; gestão de Os problemas podem se manifestar através
compromissos pactuados e de resultados. de doenças transmissíveis, doenças crônicas
Tais aspectos devem ser de responsabilidade não transmissíveis, agravos à saúde como as
de grupo técnico, com acompanhamento da violências, exposição a produtos danosos à
gestão regional. saúde, alterações do meio ambiente, ou
ambiente de trabalho, entre outros.
Gestão da condição da saúde - é a mudança
de um modelo de atenção à saúde focada no Gestão de caso - é um processo que se
indivíduo, por meio de procedimentos desenvolve entre o profissional responsável
curativos e reabilitadores, para uma pelo caso e o usuário do serviço de saúde
abordagem baseada numa população para planejar, monitorar e avaliar ações e
adscrita, que identifica pessoas em risco de serviços, de acordo com as necessidades da
adoecer ou adoecidas, com foco na pessoa, com o objetivo de propiciar uma
promoção da saúde e/ou ação preventiva, ou atenção de qualidade e humanizada.
a atenção adequada, com intervenção
precoce, com vistas a alcançar melhores Seus objetivos são:
resultados e menores custos. Sua premissa é
a melhoria da qualidade da atenção à saúde a) atender às necessidades e expectativas de
em toda a RAS. usuários em situação especial;

Para tanto, engloba o conjunto de pontos de b) prover o serviço certo ao usuário no tempo
atenção à saúde, com o objetivo de alcançar certo;
bons resultados clínicos, a custos
c) aumentar a qualidade do cuidado; e
compatíveis, com base em evidência
disponível na literatura científica. Pode ser
d) diminuir a fragmentação da atenção.
definida como a gestão de processos de uma
condição ou doença que envolve É, portanto, uma relação personalizada entre
intervenções na promoção da saúde, na o profissional responsável pelo caso e o
151
usuário de um serviço de saúde. Auditoria 6.1 População e Região de Saúde Para
clínica - segundo BERWICK E KNAPP, 1990, preservar, recuperar e melhorar a saúde das
há três enfoques principais de auditoria pessoas e da comunidade, as RAS deve ser
clínica: auditoria implícita, que utiliza opinião capazes de identificar claramente a
de experts para avaliar a prática de atenção à população e a área geográfica sob sua
saúde; a auditoria explícita, que avalia a responsabilidade.
atenção prestada contrastando-a com
critérios pré-definidos, especialmente nas O Pacto pela Saúde define as regiões de
diretrizes clínicas; e a auditoria por meio de saúde como espaços territoriais complexos,
eventos- sentinela. organizados a partir de identidades culturais,
econômicas e sociais, de redes de
A auditoria clínica consiste na análise crítica e comunicação e infra-estrutura de transportes
sistemática da qualidade da atenção à saúde, compartilhados do território.
incluindo os procedimentos usados no
diagnóstico e tratamento, o uso dos recursos Assim, a população sob responsabilidade de
e os resultados para os pacientes em todos os uma rede é a que ocupa a região de saúde
pontos de atenção, observada a utilização definida pelo Plano Diretor de Regionalização
dos protocolos clínicos estabelecidos. Essa e Investimentos (PDRI).
auditoria não deve ser confundida com a
auditoria realizada pelo Sistema Nacional de A região de saúde deve ser bem definida,
Auditoria (SNA). Lista de espera - pode ser baseada em parâmetros espaciais e
conceituada como uma tecnologia que temporais que permitam assegurar que as
normatiza o uso de serviços em determinados estruturas estejam bem distribuídas
pontos de atenção à saúde, estabelecendo territorialmente, garantindo o
critérios de ordenamento por necessidades e tempo/resposta necessário ao atendimento,
riscos, promovendo a transparência, ou seja, melhor proporção de
constituem uma tecnologia de gestão da estrutura/população/território e viabilidade
clínica orientada a racionalizar o acesso a operacional sustentável.
serviços em que exista um desequilíbrio entre
6.2 Estrutura Operacional
a oferta e a demanda.
A estrutural operacional da RAS é constituída
6. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA REDE
pelos diferentes pontos de atenção à saúde,
DE ATENÇÃO À SAÚDE
ou seja, lugares institucionais onde se ofertam
A operacionalização da RAS se dá pela serviços de saúde e pelas ligações que os
interação dos seus três elementos comunicam.
constitutivos: população/região de saúde
Os componentes que estruturam a RAS
definidas, estrutura operacional e por um
incluem: APS - centro de comunicação; os
sistema lógico de funcionamento
pontos de atenção secundária e terciária; os
determinado pelo modelo de atenção à
sistemas de apoio; os sistemas logísticos e o
saúde.
sistema de governança.
152
APS - Centro de Comunicação Abordagem Familiar e Orientação
Comunitária. O Primeiro Contato: evidências
A Atenção Primária à Saúde é o centro de demonstram que o primeiro contato, pelos
comunicação da RAS e tem um papel chave profissionais da APS, leva a uma atenção mais
na sua estruturação como ordenadora da RAS apropriada e a melhores resultados de saúde
e coordenadora do cuidado. Para cumprir a custos totais mais baixos.
este papel, a APS deve ser o nível
fundamental de um sistema de atenção à A Longitudinalidade: deriva da palavra
saúde, pois constitui o primeiro contato de longitudinal e é definida como "lidar com o
indivíduos, famílias e comunidades com o crescimento e as mudanças de indivíduos ou
sistema, trazendo os serviços de saúde o mais grupos no decorrer de um período de anos"
próximo possível aos lugares de vida e (STARFIELD, 2002). É uma relação pessoal de
trabalho das pessoas e significa o primeiro longa duração entre profissionais de saúde e
elemento de um processo contínuo de usuários em suas unidades de saúde,
atenção. independente do problema de saúde ou até
mesmo da existência de algum problema.
Deve exercer um conjunto de ações de saúde,
no âmbito individual e coletivo, que abrange Está associada a diversos benefícios: menor
a promoção e a proteção da saúde, a utilização dos serviços; melhor atenção
prevenção de agravos, o diagnóstico, o preventiva; atenção mais oportuna e
tratamento, a reabilitação e a manutenção da adequada; menos doenças evitáveis; melhor
saúde. reconhecimento dos problemas dos usuários;
menos hospitalizações; custos totais mais
A coordenação do cuidado é desenvolvida baixos.
por meio do exercício de práticas gerenciais
e sanitárias democráticas e participativas, sob Os maiores benefícios estão relacionados ao
forma de trabalho em equipe, dirigidas a vínculo com o profissional ou equipe de saúde
populações de territórios bem delimitados, e ao manejo clínico adequado dos problemas
pelas quais assume a responsabilidade de saúde, através da adoção dos
sanitária, considerando a dinamicidade instrumentos de gestão da clínica - diretriz
existente no território em que vivem essas clínica e gestão de patologias.
populações. Cabe a APS integrar
verticalmente os serviços que, normalmente A Integralidade da Atenção: a integralidade
são ofertados de forma fragmentada, pelo exige que a APS reconheça as necessidades
sistema de saúde convencional. de saúde da população e os recursos para
abordá-las. A APS deve prestar, diretamente,
Uma atenção primária de qualidade, como todos os serviços para as necessidades
parte integrante da Rede de atenção à saúde comuns e agir como um agente para a
estrutura-se segundo sete atributos e três prestação de serviços para as necessidades
funções: Atributos - Primeiro Contato; que devam ser atendidas em outros pontos
Longitudinalidade; Integralidade; de atenção. A integralidade da atenção é um
Coordenação; Centralidade na Família; mecanismo importante porque assegura que
153
os serviços sejam ajustados às necessidades longo do tempo, a partir da compreensão da
de saúde da população. estrutura familiar.

A Coordenação: é um "estado de estar em A Abordagem Familiar: deve ser empregada


harmonia numa ação ou esforço comum" em vários momentos, como, por exemplo, na
(SARFIELD, 2002). É um desafio para os realização do cadastro das famílias, quando
profissionais e equipes de saúde da APS, pois das mudanças de fase do ciclo de vida das
nem sempre têm acesso às informações dos famílias, do surgimento de doenças crônicas
atendimentos de usuários realizados em ou agudas de maior impacto. Estas situações
outros pontos de atenção e, portanto, a permitem que a equipe estabeleça um vínculo
dificuldade de viabilizar a continuidade do com o usuário e sua família de forma natural,
cuidado. facilitando a aceitação quanto à investigação
e intervenção, quando necessária.
A essência da coordenação é a
disponibilidade de informação a respeito dos A Orientação Comunitária: a APS com
problemas de saúde e dos serviços prestados. orientação comunitária utiliza habilidades
Os prontuários clínicos eletrônicos e os clínicas, epidemiológicas, ciências sociais e
sistemas informatizados podem contribuir pesquisas avaliativas, de forma complementar
para a coordenação da atenção, quando para ajustar os programas para que atendam
possibilitam o compartilhamento de às necessidades específicas de saúde de uma
informações referentes ao atendimento dos população definida. Para tanto, faz-se
usuários nos diversos pontos de atenção, necessário: Definir e caracterizar a
entre os profissionais da APS e especialistas. comunidade; identificar os problemas de
saúde da comunidade; Modificar programas
A Centralidade na Família: remete ao para abordar estes problemas; Monitorar a
conhecimento pela equipe de saúde dos efetividade das modificações do programa.
membros da família e dos seus problemas de Funções - Resolubilidade, Organização e
saúde. No Brasil, atualmente, tem se adotado Responsabilização.
um conceito ampliado e a família é
reconhecida como um grupo de pessoas que A Atenção Primária à Saúde deve cumprir três
convivam sobre o mesmo teto, que possuam funções essenciais (MENDES, 2002):
entre elas uma relação de parentesco Resolução: visa resolver a grande maioria dos
primordialmente pai e/ou mãe e filhos problemas de saúde da população;
consanguíneos ou não, assim como as demais Organização: visa organizar os fluxos e
pessoas significativas que convivam na contra-fluxos dos usuários pelos diversos
mesma residência, qualquer que seja ou não pontos de atenção à saúde, no sistema de
o grau de parentesco. serviços de saúde; Responsabilização: visa
responsabilizar-se pela saúde dos usuários em
A centralização na família requer mudança na qualquer ponto de atenção à saúde em que
prática das equipes de saúde, através da estejam.
abordagem familiar. A equipe de saúde
realiza várias intervenções personalizadas ao
154
Pontos de Atenção Secundários e Terciários: identificação e acompanhamento dos
Somente os serviços de APS não são usuários; as centrais de regulação, registro
suficientes para atender às necessidades de eletrônico em saúde e os sistemas de
cuidados em saúde da população. transportes sanitários.

Portanto, os serviços de APS devem ser Sistema de Governança


apoiados e complementados por pontos de
atenção de diferentes densidades A governança é definida pela Organização
tecnológicas para a realização de ações das Nações Unidas como o exercício da
especializadas (ambulatorial e hospitalar), no autoridade política, econômica e
lugar e tempo certos. Sistemas de Apoio São administrativa para gerir os negócios do
os lugares institucionais da rede onde se Estado.
prestam serviços comuns a todos os pontos
de atenção à saúde. S Constitui-se de complexos mecanismos,
processos, relações e instituições através das
ão constituídos pelos sistemas de apoio quais os cidadãos e os grupos sociais
diagnóstico e terapêutico (patologia clínica, articulam seus interesses, exercem seus
imagens, entre outros); pelo sistema de direitos e obrigações e mediam suas
assistência farmacêutica que envolve a diferenças (RONDINELLI, 2006).
organização dessa assistência em todas as
suas etapas: seleção, programação, A governança da RAS é entendida como a
aquisição, armazenamento, distribuição, capacidade de intervenção que envolve
prescrição, dispensação e promoção do uso diferentes atores, mecanismos e
racional de medicamentos; e pelos sistemas procedimentos para a gestão regional
de informação em saúde. compartilhada da referida rede.

Sistemas Logísticos Nesse contexto, o Colegiado de Gestão


Regional desempenha papel importante,
Os sistemas logísticos são soluções em saúde, como um espaço permanente de pactuação e
fortemente ancoradas nas tecnologias de co-gestão solidária e cooperativa onde é
informação, e ligadas ao conceito de exercida a governança, a negociação e a
integração vertical. Consiste na efetivação de construção de consensos, que viabilizem aos
um sistema eficaz de referência e gestores interpretarem a realidade regional e
contrarreferência de pessoas e de trocas buscarem a conduta apropriada para a
eficientes de produtos e de informações ao resolução dos problemas comuns de uma
longo dos pontos de atenção à saúde e dos região.
sistemas de apoio na rede de atenção à
saúde. Estão voltados para promover a Exercer uma governança solidária nas regiões
integração dos pontos de atenção à saúde. de saúde implica o compartilhamento de
estruturas administrativas, de recursos,
Os principais sistemas logísticos da rede de sistema logístico e apoio, e de um processo
atenção à saúde são: os sistemas de
155
contínuo de monitoramento e avaliação da No que tange ao Controle Social, as
Rede de Atenção à Saúde. estruturas locais e estaduais devem
desenvolver mecanismos e instrumentos
Assim, a governança da RAS é diferente da inovadores de articulação, tais como fóruns
gerência dos pontos de atenção à saúde, dos regionais, pesquisas de satisfação do usuário,
sistemas de apoio e dos logísticos. entre outros, cujas informações podem ser
transformadas em subsídios de
O exercício da governança implica, ainda, o monitoramento e avaliação das políticas de
enfrentamento de questões políticas e saúde no espaço regional.
estruturais do processo de regionalização,
como as relações federativas, as relações O processo de Planejamento Regional,
público-privadas, as capacidades internas de discutido e desenvolvido no CGR,
gestão, a sustentabilidade financeira, a estabelecerá as prioridades de intervenção
regulação da atenção e o estabelecimento de com base nas necessidades de saúde da
padrões de qualidade para a provisão de região e com foco na garantia da
serviços (públicos e privados), bem como os integralidade da atenção, buscando a
padrões de gestão e desempenho das maximização dos recursos disponíveis.
unidades de saúde, entre outros.
Esse planejamento deverá ainda seguir a
No processo de governança são utilizados mesma sistemática do processo de
instrumentos e mecanismos de natureza elaboração do planejamento
operacional, tais como: roteiros de municipal/estadual, considerando os
diagnóstico, planejamento e programações pressupostos e características do Sistema de
regionais, sistemas de informação e Planejamento do SUS, no tocante à
identificação dos usuários, normas e regras de construção de seus instrumentos básicos.
utilização de serviços, processos conjuntos de
aquisição de insumos, complexos Os planos municipais de saúde do conjunto
reguladores, contratos de serviços, sistemas de municípios da região, e o plano estadual
de certificação/acreditação, sistema de de saúde são subsídios essenciais ao processo
monitoramento e avaliação, de planejamento regional respectivo e são
comissões/câmaras técnicas temáticas, etc. influenciados pelo resultado deste.

Alguns desses mecanismos podem ser O produto do processo de planejamento


viabilizados por intermédio de consórcio regional deverá ser expresso no PDRI, o que
público de saúde, que se afigura como uma permitirá o monitoramento e a avaliação das
alternativa de apoio e fortalecimento da metas acordadas entre os gestores, bem
cooperação interfederativa para o como, a definição dos recursos financeiros
desenvolvimento de ações conjuntas e de necessários.
objetivos de interesse comum, para melhoria
da eficiência da prestação dos serviços Como parte intrínseca à governança da RAS,
públicos e operacionalização da Rede de seu financiamento é atribuição comum aos
Atenção à Saúde. gestores das três esferas de governo, sendo
156
orientado no sentido de reduzir a O modelo de atenção à saúde é um sistema
fragmentação, estimular o compartilhamento lógico que organiza o funcionamento da RAS,
de responsabilidades, a continuidade do articulando, de forma singular, as relações
cuidado, a eficiência da gestão e a equidade. entre a população e suas sub populações
estratificadas por riscos, os focos das
As modalidades de repasses financeiros intervenções do sistema de atenção à saúde
devem estar alinhadas com o modelo de e os diferentes tipos de intervenções
atenção e ao planejamento regional, sanitárias, definido em função da visão
fortalecendo as relações de prevalecente da saúde, das situações
complementaridade e interdependência demográficas e epidemiológicas e dos
entre os entes envolvidos, na organização da determinantes sociais da saúde, vigentes em
atenção. determinado tempo e em determinada
sociedade.
A alocação dos recursos de custeio da Rede
de Atenção à Saúde deve ser pautada por Para a implantação da RAS, é necessária uma
uma combinação de critérios de necessidades mudança no atual modelo de atenção
de saúde envolvendo variáveis demográficas, hegemônico no SUS, ou seja, exige uma
epidemiológicas e sanitárias e, ainda, ao intervenção concomitante sobre as condições
desempenho no cumprimento dos objetivos agudas e crônicas.
e das metas fixadas.
O modelo de atenção definido na
A construção de programação pactuada e regulamentação do SUS preconiza uma
integrada - PPI consiste em uma estratégia contraposição ao modelo atual que é
para orientar a definição de alocação centrado na doença e em especial no
compartilhada de recursos. Além do modelo atendimento à demanda espontânea e na
de alocação, torna-se necessário também o agudização das condições crônicas. Aponta
dimensionamento e a garantia de um volume para a necessidade de uma organização que
de recursos compatível com as necessidades construa a intersetorialidade para a
de investimento na Rede de atenção à saúde. promoção da saúde, contemple a
integralidade dos saberes com o
Da mesma forma, é necessário buscar a fortalecimento do apoio matricial, considere
unificação dos processos decisórios relativos as vulnerabilidades de grupos ou populações
aos investimentos, que se devem pautar pelos e suas necessidades, fortalecendo as ações
critérios de ampliação do acesso, sobre as condições crônicas. A diferença
integralidade e equidade na organização da entre RAS baseada na APS e rede de urgência
estrutura regional de atenção à saúde e e emergência está no papel da APS.
sustentabilidade, materializados nos Planos
Diretores de Regionalização e Investimentos. Na rede de atenção às condições crônicas ela
funciona como centro de comunicação, mas
6.3 Modelo de Atenção à Saúde na Rede de atenção às urgências e
emergências ela é um dos pontos de atenção,

157
sem cumprir o papel de coordenação dos No SUS, a Estratégia Saúde da Família,
fluxos e contra fluxos dessa Rede. representa o principal modelo para a
organização da APS. O seu fortalecimento
Um dos problemas contemporâneos centrais tornase uma exigência para o
da crise dos modelos de atenção à saúde estabelecimento da RAS.
consiste no enfrentamento das condições
crônicas na mesma lógica das condições 7. DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS PARA
agudas, ou seja, por meio de tecnologias IMPLEMENTAÇÃO DA RAS A transição entre
destinadas a responder aos momentos o ideário da RAS e a sua concretização ocorre
agudos dos agravos - normalmente através de um processo contínuo e perpassa
momentos de agudização das condições o uso de estratégias de integração que
crônicas, autopercebidos pelas pessoas -, permitam desenvolver sistematicamente o
através da atenção à demanda espontânea, conjunto de atributos que caracteriza um
principalmente, em unidades de pronto sistema de saúde organizado em rede. Este
atendimento ou de internações hospitalares processo contínuo deve refletir coerência e
de urgência ou emergência. convergência entre o Pacto pela Saúde como
diretriz institucional tripartite, as políticas
É desconhecendo a necessidade imperiosa vigentes (PNAB, Políticas específicas voltadas
de uma atenção contínua nos momentos a grupos populacionais que vivem em
silenciosos dos agravos quando as condições situação de vulnerabilidade social, Política de
crônicas insidiosamente evoluem. Segundo a Vigilância e Promoção a Saúde, Política de
Organização Mundial da Saúde (OMS, 2003), Urgência e Emergência, e outras) e a
um sistema de Atenção Primária incapaz de necessidade de responder de maneira eficaz
gerenciar com eficácia o HIV/Aids, o diabetes aos atuais desafios sanitários.
e a depressão irá tornar-se obsoleto em
pouco tempo. Com base nisso, propõe-se abaixo diretrizes
orientadoras e respectivas estratégias para o
Hoje, as condições crônicas são responsáveis processo de implementação da RAS:
por 60% de todo o ônus decorrente de
doenças no mundo. No ano 2020, serão I. Fortalecer a APS para realizar a
responsáveis por 80% da carga de doença coordenação do cuidado e ordenar a
dos países em desenvolvimento e, nesses organização da rede de atenção Estratégias:
países, a aderência aos tratamentos chega a Realizar oficinas macrorregionais sobre RAS e
ser apenas de 20% (OMS, 2003). planificação da APS com a participação dos
estados e municípios, com vistas ampliar a
Por este motivo, no sistema integrado, a compreensão sobre a organização da RAS e
Atenção Primária deve estar orientada para a qualificar o planejamento do Sistema a partir
atenção às condições crônicas, com o da APS. Rever e ampliar a política de
objetivo de controlar as doenças/agravos de financiamento da APS com base na
maior relevância, através da adoção de programação das necessidades da população
tecnologias de gestão da clínica, tais como as estratificada. Propor novas formas de
diretrizes clínicas e a gestão de patologias.
158
financiamento para a APS dos municípios, II. Fortalecer o papel dos CGRs no processo
desde que cumpram os seguintes atributos: de governança da RAS Estratégias:

Primeiro Contato; Assegurar a institucionalidade dos CGR como


o espaço de tomada de decisão e de
Longitudinalidade; definição de ações estratégicas no âmbito da
região de saúde;
Integralidade; Coordenação;
Incentivar o papel coordenador das
Centralidade na Família; Abordagem Familiar Secretarias Estaduais de Saúde (SES) na
e organização dos CGR visando à implantação
da RAS;
Orientação Comunitária.
Qualificar os gestores que integram os CGR,
Criar condições favoráveis para valorização
sobre os instrumentos e mecanismos do
dos profissionais de saúde, visando à fixação
processo de governança da RAS; Incorporar
e retenção das equipes nos postos de
permanentemente nas pautas das CIBs o
trabalho, em especial o médico. Ampliar o
apoio à organização da RAS;
escopo de atuação das APS e apoio matricial,
incentivando a reorganização do processo de Fortalecer a gestão municipal tendo em vista
trabalho no território da APS, desenvolvendo que a governabilidade local é pressuposto
ações como: Incentivar a organização da para qualificar o processo de governança
porta de entrada, incluindo acolhimento e regional.
humanização do atendimento; Integrar a
promoção e vigilância em saúde na APS III. Fortalecer a integração das ações de
(território único, articulação dos sistemas de âmbito coletivo da vigilância em saúde com
informação, agentes de vigilância em saúde); as da assistência (âmbito individual e clínico),
Incorporar a prática de gestão da clínica para gerenciando o conhecimento necessário à
prover um contínuo de qualidade e segurança implantação e acompanhamento da RAS e o
para o usuário; Induzir a organização das gerenciamento de risco e de agravos à saúde
linhas de cuidado, com base nas realidades Estratégias: Organizar a gestão e
locorregionais, identificando os principais planejamento das variadas ações
agravos e condições; Planejar e articular as intersetoriais, como forma de fortalecer e
ações e serviços de saúde a partir dos critérios promover a implantação da Política Nacional
de acesso e/ou tempo-resposta; Ampliar o de Promoção da Saúde (PNPS) na RAS de
financiamento e o investimentos em modo transversal e integrado, compondo
infraestrutura das unidades de saúde para Rede de compromisso e co-responsabilidade
melhorar a ambiência dos locais de trabalho. para reduzir a vulnerabilidade e os riscos à
Implementar as ações voltadas às políticas de saúde vinculados aos determinantes sociais;
atenção às populações estratégicas e às Incorporar a análise de situação de saúde
prioridades descritas no Pacto pela Vida. como subsídio à identificação de riscos
coletivos e ambientais e definição de
159
prioridades de ações; Implantar do apoio regional de atenção à saúde e
matricial na dimensão regional. sustentabilidade da RAS. VI. Desenvolver os
Sistemas Logísticos e de Apoio da RAS
IV. Fortalecer a política de gestão do trabalho Estratégias: Estabelecer os parâmetros de
e da educação na saúde na RAS Estratégias: regulação do acesso do sistema de saúde;
Ampliar o financiamento para os complexos
Elaborar proposta de financiamento tripartite reguladores com vistas à implementação da
para criação ou adequação do Plano de RAS; Promover a comunicação de todos os
Cargos, pontos de atenção da RAS com a
Implementação de registro eletrônico em
Carreira e Salários (PCCS),
saúde; Avançar no desenvolvimento de
mecanismo único de identificação dos
desprecarização dos vínculos de trabalho e
usuários do SUS;
contratação de pessoal;
Promover integração da RAS por meio de
Incentivar a implementação da política de sistemas transporte sanitário, de apoio
educação permanente em saúde como diagnóstico e terapêutico, considerando
dispositivo de mudanças de práticas na APS; critérios de acesso, escala e escopo;
Ampliar o Pró-Saúde / Programa de Educação
Promover a reorganização do Sistema
pelo Trabalho para a Saúde (PET SAÚDE) para
Nacional de Laboratórios de Saúde Pública
todas as instituições de ensino superior
(SISLAB) à luz das diretrizes estabelecidas
visando à mudança curricular e à formação de
para organização da RAS;
profissionais com perfil voltado às
necessidades de saúde da população;
Avançar no desenvolvimento da gestão da
Estimular o estabelecimento de instrumentos
tecnologia de informação e comunicação em
contratuais entre a gestão e os profissionais
saúde na RAS;
de saúde que contemplem a definição de
metas e avaliação de resultados; Promover Utilizar os sistemas de informação como
articulação política junto ao Congresso ferramentas importantes para construção do
Nacional visando à busca de soluções para os diagnóstico da situação de saúde, a fim de
problemas advindos da Lei Responsabilidade produzir intervenções baseadas nas
Fiscal na contratação da força de trabalho necessidades das populações; Ampliar a
para o SUS. cobertura do Telessaúde visando apoio aos
profissionais de saúde da "segunda opinião
V. Implementar o Sistema de Planejamento da
formativa".
RAS Estratégia: Fortalecer a capacidade de
planejamento integrado entre municípios e VII. Financiamento do Sistema na perspectiva
estado, a partir da realidade sanitária da RAS Estratégias:
regional; Atualizar o PDRI, considerando a
ampliação do acesso, integralidade e
equidade na organização da estrutura

160
Definir os mecanismos de alocação dos DECRETA:
recursos de custeio e investimento para a
implementação da RAS; CAPÍTULO I

Definir os critérios/índice de necessidades de DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES


saúde envolvendo variáveis demográficas,
epidemiológicas e sanitárias, com vistas à Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº
distribuição equitativa do financiamento para 8.080, de 19 de setembro de 1990, para
a RAS; dispor sobre a organização do Sistema Único
de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a
Induzir a construção da Programação assistência à saúde e a articulação
Pactuada e Integrada (PPI) de forma interfederativa.
compartilhada para orientar a definição dos
recursos da região de saúde; Art. 2º Para efeito deste Decreto, considera-
se:
Propor novos mecanismos de financiamento
das políticas públicas de saúde com foco na I - Região de Saúde - espaço geográfico
garantia do contínuo assistencial e na contínuo constituído por agrupamentos de
responsabilização das três esferas de Municípios limítrofes, delimitado a partir de
governo; identidades culturais, econômicas e sociais e
de redes de comunicação e infraestrutura de
Redefinir e reforçar o financiamento da APS transportes compartilhados, com a finalidade
no sentido de aumentar a sua capacidade de de integrar a organização, o planejamento e
coordenar o cuidado e ordenar a RAS. a execução de ações e serviços de saúde;

II - Contrato Organizativo da Ação Pública da


Saúde - acordo de colaboração firmado entre
Decreto nº 7.508, de 28 de entes federativos com a finalidade de organizar
junho de 2011 e integrar as ações e serviços de saúde na rede
regionalizada e hierarquizada, com definição
de responsabilidades, indicadores e metas de
Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de
saúde, critérios de avaliação de desempenho,
setembro de 1990, para dispor sobre a
recursos financeiros que serão disponibilizados,
organização do Sistema Único de Saúde -
forma de controle e fiscalização de sua
SUS, o planejamento da saúde, a assistência à
execução e demais elementos necessários à
saúde e a articulação interfederativa, e dá
implementação integrada das ações e serviços
outras providências.
de saúde;
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA , no uso da
III - Portas de Entrada - serviços de
atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV,
atendimento inicial à saúde do usuário no
da Constituição, e tendo em vista o disposto
SUS;
na Lei nº 8.080, 19 de setembro de 1990,

161
IV - Comissões Intergestores - instâncias de e recuperação da saúde executados pelos
pactuação consensual entre os entes entes federativos, de forma direta ou indireta,
federativos para definição das regras da mediante a participação complementar da
gestão compartilhada do SUS; iniciativa privada, sendo organizado de forma
regionalizada e hierarquizada.
V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da
distribuição de recursos humanos e de ações Seção I
e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela
iniciativa privada, considerando-se a Das Regiões de Saúde
capacidade instalada existente, os
investimentos e o desempenho aferido a Art. 4º As Regiões de Saúde serão instituídas
partir dos indicadores de saúde do sistema; pelo Estado, em articulação com os
Municípios, respeitadas as diretrizes gerais
VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de pactuadas na Comissão Intergestores
ações e serviços de saúde articulados em Tripartite - CIT a que se refere o inciso I do
níveis de complexidade crescente, com a art. 30.
finalidade de garantir a integralidade da
assistência à saúde; § 1º Poderão ser instituídas Regiões de Saúde
interestaduais, compostas por Municípios
VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - limítrofes, por ato conjunto dos respectivos
serviços de saúde específicos para o Estados em articulação com os Municípios.
atendimento da pessoa que, em razão de
agravo ou de situação laboral, necessita de § 2º A instituição de Regiões de Saúde
atendimento especial; e situadas em áreas de fronteira com outros
países deverá respeitar as normas que regem
VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica as relações internacionais.
- documento que estabelece: critérios para o
diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; Art. 5º Para ser instituída, a Região de Saúde
o tratamento preconizado, com os deve conter, no mínimo, ações e serviços de:
medicamentos e demais produtos
I - atenção primária;
apropriados, quando couber; as posologias
recomendadas; os mecanismos de controle
II - urgência e emergência;
clínico; e o acompanhamento e a verificação
dos resultados terapêuticos, a serem III - atenção psicossocial;
seguidos pelos gestores do SUS.
IV - atenção ambulatorial especializada e
CAPÍTULO II hospitalar; e

DA ORGANIZAÇÃO DO SUS V - vigilância em saúde.

Art. 3º O SUS é constituído pela conjugação


das ações e serviços de promoção, proteção

162
Parágrafo único. A instituição das Regiões de I - de atenção primária;
Saúde observará cronograma pactuado nas
Comissões Intergestores. II - de atenção de urgência e emergência;

Art. 6º As Regiões de Saúde serão referência III - de atenção psicossocial; e


para as transferências de recursos entre os
entes federativos. IV - especiais de acesso aberto.

Art. 7º As Redes de Atenção à Saúde estarão Parágrafo único. Mediante justificativa técnica
compreendidas no âmbito de uma Região de e de acordo com o pactuado nas Comissões
Saúde, ou de várias delas, em consonância Intergestores, os entes federativos poderão
com diretrizes pactuadas nas Comissões criar novas Portas de Entrada às ações e
Intergestores . serviços de saúde, considerando as
características da Região de Saúde.
Parágrafo único. Os entes federativos
definirão os seguintes elementos em relação Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os
às Regiões de Saúde: ambulatoriais especializados, entre outros de
maior complexidade e densidade tecnológica,
I - seus limites geográficos; serão referenciados pelas Portas de Entrada de
que trata o art. 9º .
II - população usuária das ações e serviços;
Art. 11. O acesso universal e igualitário às
III - rol de ações e serviços que serão ações e aos serviços de saúde será ordenado
ofertados; e pela atenção primária e deve ser fundado na
avaliação da gravidade do risco individual e
IV - respectivas responsabilidades, critérios de coletivo e no critério cronológico, observadas
acessibilidade e escala para conformação dos as especificidades previstas para pessoas com
serviços. proteção especial, conforme legislação
vigente.
Seção II
Parágrafo único. A população indígena
Da Hierarquização contará com regramentos diferenciados de
acesso, compatíveis com suas especificidades
Art. 8º O acesso universal, igualitário e
e com a necessidade de assistência integral à
ordenado às ações e serviços de saúde se
sua saúde, de acordo com disposições do
inicia pelas Portas de Entrada do SUS e se
Ministério da Saúde.
completa na rede regionalizada e
hierarquizada, de acordo com a Art. 12. Ao usuário será assegurada a
complexidade do serviço. continuidade do cuidado em saúde, em todas
as suas modalidades, nos serviços, hospitais e
Art. 9º São Portas de Entrada às ações e aos
em outras unidades integrantes da rede de
serviços de saúde nas Redes de Atenção à
atenção da respectiva região.
Saúde os serviços:
163
Parágrafo único. As Comissões Intergestores § 1º O planejamento da saúde é obrigatório
pactuarão as regras de continuidade do para os entes públicos e será indutor de
acesso às ações e aos serviços de saúde na políticas para a iniciativa privada.
respectiva área de atuação.
§ 2º A compatibilização de que trata
Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso o caput será efetuada no âmbito dos planos
universal, igualitário e ordenado às ações e de saúde, os quais serão resultado do
serviços de saúde do SUS, caberá aos entes planejamento integrado dos entes
federativos, além de outras atribuições que federativos, e deverão conter metas de
venham a ser pactuadas pelas Comissões saúde.
Intergestores:
§ 3º O Conselho Nacional de Saúde
I - garantir a transparência, a integralidade e a estabelecerá as diretrizes a serem observadas
equidade no acesso às ações e aos serviços de na elaboração dos planos de saúde, de
saúde; acordo com as características
epidemiológicas e da organização de serviços
II - orientar e ordenar os fluxos das ações e nos entes federativos e nas Regiões de
dos serviços de saúde; Saúde.

III - monitorar o acesso às ações e aos serviços Art. 16. No planejamento devem ser
de saúde; e considerados os serviços e as ações prestados
pela iniciativa privada, de forma
IV - ofertar regionalmente as ações e os complementar ou não ao SUS, os quais
serviços de saúde. deverão compor os Mapas da Saúde regional,
estadual e nacional.
Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre
critérios, diretrizes, procedimentos e demais Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na
medidas que auxiliem os entes federativos no identificação das necessidades de saúde e
cumprimento das atribuições previstas no art. orientará o planejamento integrado dos entes
13. federativos, contribuindo para o
estabelecimento de metas de saúde.
CAPÍTULO III
Art. 18. O planejamento da saúde em âmbito
DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE
estadual deve ser realizado de maneira
regionalizada, a partir das necessidades dos
Art. 15. O processo de planejamento da
Municípios, considerando o estabelecimento
saúde será ascendente e integrado, do nível
de metas de saúde.
local até o federal, ouvidos os respectivos
Conselhos de Saúde, compatibilizando-se as
Art. 19. Compete à Comissão Intergestores
necessidades das políticas de saúde com a
Bipartite - CIB de que trata o inciso II do art.
disponibilidade de recursos financeiros.
30 pactuar as etapas do processo e os prazos

164
do planejamento municipal em consonância dos entes pelo seu financiamento, de acordo
com os planejamentos estadual e nacional. com o pactuado nas Comissões Intergestores.

CAPÍTULO IV Seção II

DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE Da Relação Nacional de Medicamentos


Essenciais - RENAME
Art. 20. A integralidade da assistência à saúde
se inicia e se completa na Rede de Atenção à Art. 25. A Relação Nacional de Medicamentos
Saúde, mediante referenciamento do usuário Essenciais - RENAME compreende a seleção
na rede regional e interestadual, conforme e a padronização de medicamentos indicados
pactuado nas Comissões Intergestores. para atendimento de doenças ou de agravos
no âmbito do SUS.
Seção I
Parágrafo único. A RENAME será
Da Relação Nacional de Ações e Serviços de acompanhada do Formulário Terapêutico
Saúde - RENASES Nacional - FTN que subsidiará a prescrição, a
dispensação e o uso dos seus medicamentos.
Art. 21. A Relação Nacional de Ações e Serviços
de Saúde - RENASES compreende todas as Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão
ações e serviços que o SUS oferece ao usuário competente para dispor sobre a RENAME e
para atendimento da integralidade da os Protocolos Clínicos e Diretrizes
assistência à saúde. Terapêuticas em âmbito nacional, observadas
as diretrizes pactuadas pela CIT.
Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a
RENASES em âmbito nacional, observadas as Parágrafo único. A cada dois anos, o
diretrizes pactuadas pela CIT. Ministério da Saúde consolidará e publicará
as atualizações da RENAME, do respectivo
Parágrafo único. A cada dois anos, o FTN e dos Protocolos Clínicos e Diretrizes
Ministério da Saúde consolidará e publicará Terapêuticas.
as atualizações da RENASES.
Parágrafo único. O Ministério da Saúde
Art. 23. A União, os Estados, o Distrito consolidará e publicará as
Federal e os Municípios pactuarão nas atualizações: (Redação dada pelo Decreto
respectivas Comissões Intergestores as suas nº 11.161, de 2022) Vigência
responsabilidades em relação ao rol de ações
e serviços constantes da RENASES. I - da RENAME, a cada dois anos, e
disponibilizará, nesse prazo, a lista de
Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os tecnologias incorporadas, excluídas e
Municípios poderão adotar relações alteradas pela CONITEC e com a
específicas e complementares de ações e responsabilidade de financiamento pactuada
serviços de saúde, em consonância com a de forma tripartite, até que haja a
RENASES, respeitadas as responsabilidades
165
consolidação da referida lista; (Incluído pelo IV - ter a dispensação ocorrido em unidades
Decreto nº 11.161, de 2022) Vigência indicadas pela direção do SUS.

II - do FTN, à medida que sejam identificadas § 1º Os entes federativos poderão ampliar o


novas evidências sobre as tecnologias acesso do usuário à assistência farmacêutica,
constantes na RENAME vigente; e (Incluído desde que questões de saúde pública o
pelo Decreto nº 11.161, de 2022) Vigência justifiquem.

III - de protocolos clínicos ou de diretrizes § 2º O Ministério da Saúde poderá


terapêuticas, quando da incorporação, estabelecer regras diferenciadas de acesso a
alteração ou exclusão de tecnologias em medicamentos de caráter especializado.
saúde no SUS e da existência de novos
estudos e evidências científicas identificados Art. 29. A RENAME e a relação específica
a partir de revisões periódicas da literatura complementar estadual, distrital ou municipal
relacionada aos seus objetos. (Incluído de medicamentos somente poderão conter
pelo Decreto nº 11.161, de 2022) Vigência produtos com registro na Agência Nacional
de Vigilância Sanitária - ANVISA.
Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o
Município poderão adotar relações CAPÍTULO V
específicas e complementares de
medicamentos, em consonância com a DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA
RENAME, respeitadas as responsabilidades
Seção I
dos entes pelo financiamento de
medicamentos, de acordo com o pactuado
Das Comissões Intergestores
nas Comissões Intergestores.
Art. 30. As Comissões Intergestores
Art. 28. O acesso universal e igualitário à
pactuarão a organização e o funcionamento
assistência farmacêutica pressupõe,
das ações e serviços de saúde integrados em
cumulativamente:
redes de atenção à saúde, sendo:
I - estar o usuário assistido por ações e
I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao
serviços de saúde do SUS;
Ministério da Saúde para efeitos
administrativos e operacionais;
II - ter o medicamento sido prescrito por
profissional de saúde, no exercício regular de
II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à
suas funções no SUS;
Secretaria Estadual de Saúde para efeitos
administrativos e operacionais; e
III - estar a prescrição em conformidade com
a RENAME e os Protocolos Clínicos e
III - a Comissão Intergestores Regional - CIR,
Diretrizes Terapêuticas ou com a relação
no âmbito regional, vinculada à Secretaria
específica complementar estadual, distrital ou
Estadual de Saúde para efeitos
municipal de medicamentos; e

166
administrativos e operacionais, devendo V - referências das regiões intraestaduais e
observar as diretrizes da CIB. interestaduais de atenção à saúde para o
atendimento da integralidade da assistência.
Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os
gestores públicos de saúde poderão ser Parágrafo único. Serão de competência
representados pelo Conselho Nacional de exclusiva da CIT a pactuação:
Secretários de Saúde - CONASS, pelo
Conselho Nacional de Secretarias Municipais I - das diretrizes gerais para a composição da
de Saúde - CONASEMS e pelo Conselho RENASES;
Estadual de Secretarias Municipais de Saúde
- COSEMS. II - dos critérios para o planejamento
integrado das ações e serviços de saúde da
Art. 32. As Comissões Intergestores Região de Saúde, em razão do
pactuarão: compartilhamento da gestão; e

I - aspectos operacionais, financeiros e III - das diretrizes nacionais, do financiamento


administrativos da gestão compartilhada do e das questões operacionais das Regiões de
SUS, de acordo com a definição da política de Saúde situadas em fronteiras com outros
saúde dos entes federativos, consubstanciada países, respeitadas, em todos os casos, as
nos seus planos de saúde, aprovados pelos normas que regem as relações internacionais.
respectivos conselhos de saúde;
Seção II
II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde,
integração de limites geográficos, referência Do Contrato Organizativo da Ação Pública da
e contrarreferência e demais aspectos Saúde
vinculados à integração das ações e serviços
Art. 33. O acordo de colaboração entre os
de saúde entre os entes federativos;
entes federativos para a organização da rede
III - diretrizes de âmbito nacional, estadual, interfederativa de atenção à saúde será firmado
regional e interestadual, a respeito da por meio de Contrato Organizativo da Ação
organização das redes de atenção à saúde, Pública da Saúde.
principalmente no tocante à gestão
Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo
institucional e à integração das ações e
de Ação Pública da Saúde é a organização e
serviços dos entes federativos;
a integração das ações e dos serviços de
IV - responsabilidades dos entes federativos na saúde, sob a responsabilidade dos entes
Rede de Atenção à Saúde, de acordo com o federativos em uma Região de Saúde, com a
seu porte demográfico e seu desenvolvimento finalidade de garantir a integralidade da
econômico-financeiro, estabelecendo as assistência aos usuários.
responsabilidades individuais e as solidárias; e
Parágrafo único. O Contrato Organizativo de
Ação Pública da Saúde resultará da
integração dos planos de saúde dos entes
167
federativos na Rede de Atenção à Saúde, III - responsabilidades assumidas pelos entes
tendo como fundamento as pactuações federativos perante a população no processo
estabelecidas pela CIT. de regionalização, as quais serão estabelecidas
de forma individualizada, de acordo com o
Art. 35. O Contrato Organizativo de Ação perfil, a organização e a capacidade de
Pública da Saúde definirá as prestação das ações e dos serviços de cada
responsabilidades individuais e solidárias dos ente federativo da Região de Saúde;
entes federativos com relação às ações e
serviços de saúde, os indicadores e as metas IV - indicadores e metas de saúde;
de saúde, os critérios de avaliação de
desempenho, os recursos financeiros que V - estratégias para a melhoria das ações e
serão disponibilizados, a forma de controle e serviços de saúde;
fiscalização da sua execução e demais
elementos necessários à implementação VI - critérios de avaliação dos resultados e
integrada das ações e serviços de saúde. forma de monitoramento permanente;

§ 1º O Ministério da Saúde definirá indicadores VII - adequação das ações e dos serviços dos
nacionais de garantia de acesso às ações e aos entes federativos em relação às atualizações
serviços de saúde no âmbito do SUS, a partir de realizadas na RENASES;
diretrizes estabelecidas pelo Plano Nacional de
VIII - investimentos na rede de serviços e as
Saúde.
respectivas responsabilidades; e
§ 2º O desempenho aferido a partir dos
IX - recursos financeiros que serão
indicadores nacionais de garantia de acesso
disponibilizados por cada um dos partícipes
servirá como parâmetro para avaliação do
para sua execução.
desempenho da prestação das ações e dos
serviços definidos no Contrato Organizativo
Parágrafo único. O Ministério da Saúde
de Ação Pública de Saúde em todas as
poderá instituir formas de incentivo ao
Regiões de Saúde, considerando-se as
cumprimento das metas de saúde e à
especificidades municipais, regionais e
melhoria das ações e serviços de saúde.
estaduais.
Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação
Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação
Pública de Saúde observará as seguintes
Pública de Saúde conterá as seguintes
diretrizes básicas para fins de garantia da
disposições essenciais:
gestão participativa:
I - identificação das necessidades de saúde
I - estabelecimento de estratégias que
locais e regionais;
incorporem a avaliação do usuário das ações
e dos serviços, como ferramenta de sua
II - oferta de ações e serviços de vigilância em
melhoria;
saúde, promoção, proteção e recuperação da
saúde em âmbito regional e inter-regional;
168
II - apuração permanente das necessidades e desempenho e à aplicação dos recursos
interesses do usuário; e disponibilizados.

III - publicidade dos direitos e deveres do Parágrafo único. Os partícipes incluirão dados
usuário na saúde em todas as unidades de sobre o Contrato Organizativo de Ação
saúde do SUS, inclusive nas unidades privadas Pública de Saúde no sistema de informações
que dele participem de forma complementar. em saúde organizado pelo Ministério da
Saúde e os encaminhará ao respectivo
Art. 38. A humanização do atendimento do Conselho de Saúde para monitoramento.
usuário será fator determinante para o
estabelecimento das metas de saúde CAPÍTULO VI
previstas no Contrato Organizativo de Ação
Pública de Saúde. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 39. As normas de elaboração e fluxos do Art. 42. Sem prejuízo das outras providências
Contrato Organizativo de Ação Pública de legais, o Ministério da Saúde informará aos
Saúde serão pactuados pelo CIT, cabendo à órgãos de controle interno e externo:
Secretaria de Saúde Estadual coordenar a sua
implementação. I - o descumprimento injustificado de
responsabilidades na prestação de ações e
Art. 40. O Sistema Nacional de Auditoria e serviços de saúde e de outras obrigações
Avaliação do SUS, por meio de serviço previstas neste Decreto;
especializado, fará o controle e a fiscalização
do Contrato Organizativo de Ação Pública da II - a não apresentação do Relatório de
Saúde. Gestão a que se refere o inciso IV do art. 4º
da Lei no 8.142, de 1990 ;
§ 1º O Relatório de Gestão a que se refere
o inciso IV do art. 4º da Lei nº 8.142, de 28 de III - a não aplicação, malversação ou desvio de
dezembro de 1990, conterá seção específica recursos financeiros; e
relativa aos compromissos assumidos no
IV - outros atos de natureza ilícita de que tiver
âmbito do Contrato Organizativo de Ação
conhecimento.
Pública de Saúde.
Art. 43. A primeira RENASES é a somatória de
§ 2º O disposto neste artigo será
todas as ações e serviços de saúde que na
implementado em conformidade com as
data da publicação deste Decreto são
demais formas de controle e fiscalização
ofertados pelo SUS à população, por meio
previstas em Lei.
dos entes federados, de forma direta ou
Art. 41. Aos partícipes caberá monitorar e indireta.
avaliar a execução do Contrato Organizativo
Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde
de Ação Pública de Saúde, em relação ao
estabelecerá as diretrizes de que trata o § 3º
cumprimento das metas estabelecidas, ao seu

169
do art. 15 no prazo de cento e oitenta dias a Art. 2º Este Regulamento Técnico possui o
partir da publicação deste Decreto. objetivo de estabelecer requisitos de Boas
Práticas para funcionamento de serviços de
Art. 45. Este Decreto entra em vigor na data saúde, fundamentados na qualificação, na
de sua publicação. humanização da atenção e gestão, e na
redução e controle de riscos aos usuários e
Resolução-RDC nº 63, de 25 meio ambiente.
de novembro de 2011
Seção II
Dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas
de Funcionamento para os Serviços de Saúde
Abrangência
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional
Art. 3º Este Regulamento Técnico se aplica a
de Vigilância Sanitária, no uso da atribuição
todos os serviços de saúde no país, sejam eles
que lhe confere o inciso IV do art. 11, do
públicos, privados, filantrópicos, civis ou
Regulamento aprovado pelo Decreto nº
militares, incluindo aqueles que exercem
3.029, de 16 de abril de 1999, e tendo em
ações de ensino e pesquisa.
vista o disposto no inciso II e nos § § 1o- e 3o-
do art. 54 do Regimento Interno nos termos
Seção III
do Anexo I da Portaria nº 354 da Anvisa, de
11 de agosto de 2006, republicada no DOU Definições
de 21 de agosto de 2006, em reunião
realizada em 24 de novembro de 2011, adota Art. 4º Para efeito deste Regulamento
a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada Técnico são adotadas as seguintes definições:
e eu, Diretora- Presidente Substituta,
determino a sua publicação: I - garantia da qualidade: totalidade das ações
sistemáticas necessárias para garantir que os
Art. 1º Fica aprovado o Regulamento Técnico Serviços prestados estejam dentro dos
que estabelece os Requisitos de Boas Práticas padrões de qualidade exigidos, para os fins a
para Funcionamento de Serviços de Saúde, que se propõem;
nos termos desta Resolução.
II - gerenciamento de tecnologias:
CAPÍTULO I procedimentos de gestão, planejados e
implementados a partir de bases científicas e
técnicas, normativas e legais, com o objetivo
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS de garantir a rastreabilidade, qualidade,
eficácia, efetividade, segurança e em alguns
casos o desempenho das tecnologias de
Seção I
saúde utilizadas na prestação de serviços de
saúde, abrangendo cada etapa do
gerenciamento, desde o planejamento e
Objetivo
170
entrada das tecnologias no estabelecimento qualidade, formalmente expressa e
de saúde até seu descarte, visando à autorizada pela direção do serviço de saúde.
proteção dos trabalhadores, a preservação da
saúde pública e do meio ambiente e a VII - profissional legalmente habilitado:
segurança do paciente; profissional com formação superior ou técnica
com suas competências atribuídas por lei;
III - humanização da atenção e gestão da
saúde: valorização da dimensão subjetiva e VIII - prontuário do paciente: documento
social, em todas as práticas de atenção e de único, constituído de um conjunto de
gestão da saúde, fortalecendo o informações, sinais e imagens registrados,
compromisso com os direitos do cidadão, gerados a partir de fatos, acontecimentos e
destacando-se o respeito às questões de situações sobre a saúde do paciente e a
gênero, etnia, raça, orientação sexual e às assistência a ele prestada, de caráter legal,
populações específicas, garantindo o acesso sigiloso e científico, que possibilita a
dos usuários às informações sobre saúde, comunicação entre membros da equipe
inclusive sobre os profissionais que cuidam de multiprofissional e a continuidade da
sua saúde, respeitando o direito a assistência prestada ao indivíduo;
acompanhamento de pessoas de sua rede
social (de livre escolha), e a valorização do IX - relatório de transferência: documento que
trabalho e dos trabalhadores; deve acompanhar o paciente em caso de
remoção para outro serviço, contendo
IV - licença atualizada: documento emitido minimamente dados de identificação, resumo
pelo órgão sanitário competente dos clínico com dados que justifiquem a
Estados, Distrito Federal ou dos Municípios, transferência e descrição ou cópia de laudos
contendo permissão para o funcionamento de exames realizados, quando existentes;
dos estabelecimentos que exerçam
atividades sob regime de vigilância sanitária; X - responsável técnico - RT: profissional de
nível superior legalmente habilitado, que
V - Plano de Gerenciamento de Resíduos de assume perante a vigilância sanitária a
Serviços de Saúde (PGRSS): documento que responsabilidade técnica pelo serviço de
aponta e descreve as ações relativas ao saúde, conforme legislação vigente;
manejo dos resíduos sólidos, observadas suas
características e riscos, no âmbito dos XI - segurança do Paciente: conjunto de ações
estabelecimentos de saúde, contemplando os voltadas à proteção do paciente contra riscos,
aspectos referentes à geração, segregação, eventos adversos e danos desnecessários
acondicionamento, coleta, armazenamento, durante a atenção prestada nos serviços de
transporte, tratamento e disposição final, saúde.
bem como as ações de proteção à saúde
XII - serviço de saúde: estabelecimento de
pública e ao meio ambiente.
saúde destinado a prestar assistência à
VI - política de qualidade: refere-se às população na prevenção de doenças, no
intenções e diretrizes globais relativas à
171
tratamento, recuperação e na reabilitação de exigidos, atendendo aos requisitos das
pacientes. legislações e regulamentos vigentes.

CAPÍTULO II II - o serviço de saúde deve fornecer todos os


recursos necessários, incluindo:
DAS BOAS PRÁTICAS DE
FUNCIONAMENTO a) quadro de pessoal qualificado,
devidamente treinado e identificado;
Seção I
b) ambientes identificados;
Do gerenciamento da qualidade
c) equipamentos, materiais e suporte
Art. 5º O serviço de saúde deve desenvolver logístico; e d) procedimentos e instruções
ações no sentido de estabelecer uma política aprovados e vigentes.
de qualidade envolvendo estrutura, processo
e resultado na sua gestão dos serviços. III - as reclamações sobre os serviços
oferecidos devem ser examinadas,
Parágrafo único. O serviço de saúde deve registradas e as causas dos desvios da
utilizar a Garantia da Qualidade como qualidade, investigadas e documentadas,
ferramenta de gerenciamento. devendo ser tomadas medidas com relação
aos serviços com desvio da qualidade e
Art. 6º As Boas Práticas de Funcionamento adotadas as providências no sentido de
(BPF) são os componentes da Garantia da prevenir reincidências.
Qualidade que asseguram que os serviços são
ofertados com padrões de qualidade Seção II
adequados. Da Segurança do Paciente

§ 1º As BPF são orientadas primeiramente à Art. 8º O serviço de saúde deve estabelecer


redução dos riscos inerentes a prestação de estratégias e ações voltadas para Segurança
serviços de saúde. do Paciente, tais como:

§ 2º Os conceitos de Garantia da Qualidade e I. Mecanismos de identificação do paciente;


Boas Práticas de Funcionamento (BPF) estão
inter-relacionados estando descritos nesta II. Orientações para a higienização das mãos;
resolução de forma a enfatizar as suas
relações e sua importância para o III. Ações de prevenção e controle de eventos
funcionamento dos serviços de saúde. adversos relacionada à assistência à saúde;

Art. 7º As BPF determinam que: IV. Mecanismos para garantir segurança


cirúrgica;
I- o serviço de saúde deve ser capaz de ofertar
serviços dentro dos padrões de qualidade V. Orientações para administração segura de
medicamentos, sangue e hemocomponentes;
172
VI. Mecanismos para prevenção de quedas autoridade sanitária competente, quando
dos pacientes; couber.

VII. Mecanismos para a prevenção de úlceras § 2º A licença de funcionamento dos serviços


por pressão; e atividades terceirizados deve conter
informação sobre a sua habilitação para
VIII. Orientações para estimular a participação atender serviços de saúde, quando couber.
do paciente na assistência prestada.
Art. 12. O atendimento dos padrões
Seção III sanitários estabelecidos por este
regulamento técnico não isenta o serviço de
Das Condições Organizacionais saúde do cumprimento dos demais
instrumentos normativos aplicáveis.
Art. 9º O serviço de saúde deve possuir
regimento interno ou documento Art. 13. O serviço de saúde deve estar inscrito
equivalente, atualizado, contemplando a e manter seus dados atualizados no Cadastro
definição e a descrição de todas as suas Nacional de Estabelecimentos de Saúde -
atividades técnicas, administrativas e CNES.
assistenciais, responsabilidades e
competências. Art. 14. O serviço de saúde deve ter um
responsável técnico (RT) e um substituto.
Art. 10. Os serviços objeto desta resolução
devem possuir licença atualizada de acordo Parágrafo único. O órgão sanitário
com a legislação sanitária local, afixada em competente deve ser notificado sempre que
local visível ao público. houver alteração de responsável técnico ou
de seu substituto.
Parágrafo único. Os estabelecimentos
integrantes da Administração Pública ou por Art. 15. As unidades funcionais do serviço de
ela instituídos independem da licença para saúde devem ter um profissional responsável
funcionamento, ficando sujeitos, porém, às conforme definido em legislações e
exigências pertinentes às instalações, aos regulamentos específicos.
equipamentos e à aparelhagem adequada e à
assistência e responsabilidade técnicas, Art. 16. O serviço de saúde deve possuir
aferidas por meio de fiscalização realizada profissional legalmente habilitado que
pelo órgão sanitário local. responda pelas questões operacionais
durante o seu período de funcionamento.
Art. 11. Os serviços e atividades terceirizadas
pelos estabelecimentos de saúde devem Parágrafo único. Este profissional pode ser o
possuir contrato de prestação de serviços. próprio RT ou técnico designado para tal fim.

§ 1º Os serviços e atividades terceirizados Art. 17. O serviço de saúde deve prover


devem estar regularizados perante a infraestrutura física, recursos humanos,
equipamentos, insumos e materiais
173
necessários à operacionalização do serviço de Art. 23. O serviço de saúde deve manter
acordo com a demanda, modalidade de disponível, segundo o seu tipo de atividade,
assistência prestada e a legislação vigente. documentação e registro referente à:

Art. 18. A direção e o responsável técnico do I - Projeto Básico de Arquitetura (PBA)


serviço de saúde têm a responsabilidade de aprovado pela vigilância sanitária
planejar, implantar e garantir a qualidade dos competente.
processos.
II - controle de saúde ocupacional;
Art. 19. O serviço de saúde deve possuir
mecanismos que garantam a continuidade da III - educação permanente;
atenção ao paciente quando houver
necessidade de remoção ou para realização IV - comissões, comitês e programas;
de exames que não existam no próprio
V - contratos de serviços terceirizados;
serviço.
VI - controle de qualidade da água;
Parágrafo único. Todo paciente removido
deve ser acompanhado por relatório
VII - manutenção preventiva e corretiva da
completo, legível, com identificação e
edificação e instalações;
assinatura do profissional assistente, que
deve passar a integrar o prontuário no VIII - controle de vetores e pragas urbanas;
destino, permanecendo cópia no prontuário
de origem. IX - manutenção corretiva e preventiva dos
equipamentos e instrumentos;
Art. 20. O serviço de saúde deve possuir
mecanismos que garantam o funcionamento X - Plano de Gerenciamento de Resíduos de
de Comissões, Comitês e Programas Serviços de Saúde;
estabelecidos em legislações e normatizações
vigentes. XI - nascimentos;

Art. 21. O serviço de saúde deve garantir XII - óbitos;


mecanismos para o controle de acesso dos
trabalhadores, pacientes, acompanhantes e XIII - admissão e alta;
visitantes.
XIV - eventos adversos e queixas técnicas
Art. 22. O serviço de saúde deve garantir associadas a produtos ou serviços;
mecanismos de identificação dos
trabalhadores, pacientes, acompanhantes e XV - monitoramento e relatórios específicos
visitantes. de controle de infecção;

XVI - doenças de Notificação Compulsória;

174
XVII - indicadores previstos nas legislações Art. 28. Os dados que compõem o prontuário
vigentes; pertencem ao paciente e devem estar
permanentemente disponíveis aos mesmos
XVIII - normas, rotinas e procedimentos; ou aos seus representantes legais e à
autoridade sanitária quando necessário.
XIX - demais documentos exigidos por
legislações específicas dos estados, Distrito Seção V
Federal e Municípios.
Da Gestão de Pessoal
Seção IV
Art. 29. As exigências referentes aos recursos
humanos do serviço de saúde incluem
Do Prontuário do Paciente profissionais de todos os níveis de
escolaridade, de quadro próprio ou
Art. 24. A responsabilidade pelo registro em terceirizado.
prontuário cabe aos profissionais de saúde
que prestam o atendimento. Art. 30. O serviço de saúde deve possuir
equipe multiprofissional dimensionada de
Art. 25. A guarda do prontuário é de acordo com seu perfil de demanda.
responsabilidade do serviço de saúde
devendo obedecer às normas vigentes. Art.31. O serviço de saúde deve manter
disponíveis registros de formação e
§ 1º O serviço de saúde deve assegurar a qualificação dos profissionais compatíveis
guarda dos prontuários no que se refere à com as funções desempenhadas.
confidencialidade e integridade.
Parágrafo único. O serviço de saúde deve
§ 2º O serviço de saúde deve manter os possuir documentação referente ao registro
prontuários em local seguro, em boas dos profissionais em conselhos de classe,
condições de conservação e organização, quando for o caso.
permitindo o seu acesso sempre que
necessário. Art. 32. O serviço de saúde deve promover a
capacitação de seus profissionais antes do
Art. 26. O serviço de saúde deve garantir que início das atividades e de forma permanente
o prontuário contenha registros relativos à em conformidade com as atividades
identificação e a todos os procedimentos desenvolvidas.
prestados ao paciente.
Parágrafo único. As capacitações devem ser
Art. 27. O serviço de saúde deve garantir que registradas contendo data, horário, carga
o prontuário seja preenchido de forma legível horária, conteúdo ministrado, nome e a
por todos os profissionais envolvidos formação ou capacitação profissional do
diretamente na assistência ao paciente, com instrutor e dos trabalhadores envolvidos.
aposição de assinatura e carimbo em caso de
prontuário em meio físico.
175
Art. 33. A capacitação de que trata o artigo Art. 36. O serviço de saúde deve manter as
anterior deve ser adaptada à evolução do instalações físicas dos ambientes externos e
conhecimento e a identificação de novos internos em boas condições de conservação,
riscos e deve incluir: segurança, organização, conforto e limpeza.

I - os dados disponíveis sobre os riscos Art. 37. O serviço de saúde deve executar
potenciais à saúde; ações de gerenciamento dos riscos de
acidentes inerentes às atividades
II - medidas de controle que minimizem a desenvolvidas.
exposição aos agentes;
Art. 38 O serviço de saúde deve ser dotado
III - normas e procedimentos de higiene; de iluminação e ventilação compatíveis com o
desenvolvimento das suas atividades.
IV - utilização de equipamentos de proteção
coletiva, individual e vestimentas de trabalho; Art. 39. O serviço de saúde deve garantir a
qualidade da água necessária ao
V - medidas para a prevenção de acidentes e funcionamento de suas unidades.
incidentes;
§ 1º O serviço de saúde deve garantir a
VI - medidas a serem adotadas pelos limpeza dos reservatórios de água a cada seis
trabalhadores no caso de ocorrência de meses.
acidentes e incidentes;
VII - temas específicos de acordo com a § 2º O serviço de saúde deve manter registro
atividade desenvolvida pelo profissional. da capacidade e da limpeza periódica dos
reservatórios de água.
Seção VI
Art. 40. O serviço de saúde deve garantir a
continuidade do fornecimento de água,
Da Gestão de Infraestrutura mesmo em caso de interrupção do
fornecimento pela concessionária, nos locais
Art. 34. O serviço de saúde deve ter seu
em que a água é considerada insumo crítico.
projeto básico de arquitetura atualizado, em
conformidade com as atividades Art. 41. O serviço de saúde deve garantir a
desenvolvidas e aprovado pela vigilância continuidade do fornecimento de energia
sanitária e demais órgãos competentes. elétrica, em situações de interrupção do
fornecimento pela concessionária, por meio
Art. 35. As instalações prediais de água,
de sistemas de energia elétrica de
esgoto, energia elétrica, gases, climatização,
emergência, nos locais em que a energia
proteção e combate a incêndio, comunicação
elétrica é considerada insumo crítico.
e outras existentes, devem atender às
exigências dos códigos de obras e posturas Art. 42. O serviço de saúde deve realizar
locais, assim como normas técnicas ações de manutenção preventiva e corretiva
pertinentes a cada uma das instalações.
176
das instalações prediais, de forma própria ou Art. 47. O serviço de saúde deve garantir
terceirizada. mecanismos de prevenção dos riscos de
acidentes de trabalho, incluindo o
Seção VII fornecimento de Equipamentos de Proteção
Individual - EPI, em número suficiente e
Da Proteção à Saúde do Trabalhador compatível com as atividades desenvolvidas
pelos trabalhadores.
Art. 43. O serviço de saúde deve garantir
mecanismos de orientação sobre imunização Parágrafo único. Os trabalhadores não devem
contra tétano, difteria, hepatite B e contra deixar o local de trabalho com os
outros agentes biológicos a que os equipamentos de proteção individual
trabalhadores possam estar expostos.
Art. 48. O serviço de saúde deve manter
Art. 44. O serviço de saúde deve garantir que registro das comunicações de acidentes de
os trabalhadores sejam avaliados trabalho.
periodicamente em relação à saúde
ocupacional mantendo registros desta Art. 49. Em serviços de saúde com mais de
avaliação. vinte trabalhadores é obrigatória a instituição
de Comissão Interna de Prevenção de
Art. 45. O serviço de saúde deve garantir que Acidentes - CIPA.
os trabalhadores com agravos agudos à
saúde ou com lesões nos membros superiores Art. 50. O Serviço de Saúde deve manter
só iniciem suas atividades após avaliação disponível a todos os trabalhadores:
médica.
I - Normas e condutas de segurança
Art. 46. O serviço de saúde deve garantir que biológica, química, física, ocupacional e
seus trabalhadores com possibilidade de ambiental;
exposição a agentes biológicos, físicos ou
químicos utilizem vestimentas para o II - Instruções para uso dos Equipamentos de
trabalho, incluindo calçados, compatíveis com Proteção Individual - EPI;
o risco e em condições de conforto.
III - Procedimentos em caso de incêndios e
§ 1º Estas vestimentas podem ser próprias do acidentes;
trabalhador ou fornecidas pelo serviço de
saúde. IV - Orientação para manuseio e transporte de
produtos para saúde contaminados.
§ 2º O serviço de saúde é responsável pelo
fornecimento e pelo processamento das Seção VIII
vestimentas utilizadas nos centros cirúrgicos e
obstétricos, nas unidades de tratamento Da Gestão de Tecnologias e Processos
intensivo, nas unidades de isolamento e
Art. 51. O serviço de saúde deve dispor de
centrais de material esterilizado.
normas, procedimentos e rotinas técnicas
177
escritas e atualizadas, de todos os seus Art. 59. O serviço de saúde deve
processos de trabalho em local de fácil acesso disponibilizar os insumos, produtos e
a toda a equipe. equipamentos necessários para as práticas de
higienização de mãos dos trabalhadores,
Art. 52. O serviço de saúde deve manter os pacientes, acompanhantes e visitantes.
ambientes limpos, livres de resíduos e odores
incompatíveis com a atividade, devendo Art. 60. O serviço de saúde que preste
atender aos critérios de criticidade das áreas. assistência nutricional ou forneça refeições
deve garantir a qualidade nutricional e a
Art. 53. O serviço de saúde deve garantir a segurança dos alimentos.
disponibilidade dos equipamentos, materiais,
insumos e medicamentos de acordo com a Art. 61. O serviço de saúde deve informar aos
complexidade do serviço e necessários ao órgãos competentes sobre a suspeita de
atendimento da demanda. doença de notificação compulsória conforme
o estabelecido em legislação e regulamentos
Art. 54. O serviço de saúde deve realizar o vigentes.
gerenciamento de suas tecnologias de forma
a atender as necessidades do serviço Art. 62. O serviço de saúde deve calcular e
mantendo as condições de seleção, manter o registro referente aos Indicadores
aquisição, armazenamento, instalação, previstos nas legislações vigentes.
funcionamento, distribuição, descarte e
rastreabilidade. Seção IX

Art. 55. O serviço de saúde deve garantir que Do Controle Integrado de Vetores e Pragas
os materiais e equipamentos sejam utilizados Urbanas
exclusivamente para os fins a que se
destinam. Art. 63. O serviço de saúde deve garantir
ações eficazes e contínuas de controle de
Art. 56. O serviço de saúde deve garantir que vetores e pragas urbanas, com o objetivo de
os colchões, colchonetes e demais mobiliários impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou
almofadados sejam revestidos de material proliferação dos mesmos.
lavável e impermeável, não apresentando
furos, rasgos, sulcos e reentrâncias. Parágrafo único. O controle químico, quando
for necessário, deve ser realizado por
Art. 57. O serviço de saúde deve garantir a empresa habilitada e possuidora de licença
qualidade dos processos de desinfecção e sanitária e ambiental e com produtos
esterilização de equipamentos e materiais. desinfestantes regularizados pela Anvisa.

Art. 58. O serviço de saúde deve garantir que Art. 64. Não é permitido comer ou guardar
todos os usuários recebam suporte imediato alimentos nos postos de trabalho destinados
a vida quando necessário. à execução de procedimentos de saúde.

178
CAPÍTULO III Portaria nº 1.600, de 7 de julho
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS de 2011
Art. 65. Os estabelecimentos abrangidos por
Reformula a Política Nacional de Atenção às
esta resolução terão o prazo de 180 (cento e
Urgências e institui a Rede de Atençãoàs
oitenta) dias contados a partir da data de sua
Urgências no Sistema Único de Saúde (SUS).
publicação para promover as adequações
necessárias ao Regulamento Técnico.
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso
das atribuições que lhe conferem os incisos I
Parágrafo único. A partir da publicação desta
e II do parágrafo único do art. 87 da
resolução, os novos estabelecimentos e
Constituição, e
aqueles que pretendam reiniciar suas
atividades, devem atender na íntegra às
Considerando o conceito da saúde como
exigências nela contidas.
direito social e de cidadania e como
resultante das condições de vida da
Art. 66. O descumprimento das disposições
população, garantido mediante políticas
contidas nesta resolução e no regulamento
sociais e econômicas que visem à redução do
por ela aprovado constitui infração sanitária,
risco de doença e de outros agravos e ao
nos termos da Lei nº. 6.437, de 20 de agosto
acesso universal e igualitário às ações e
de 1977, sem prejuízo das responsabilidades
serviços, nos termos do que dispõe o artigo
civil, administrativa e penal cabíveis.
196 da Constituição Federal;
Art. 67. Esta resolução entra em vigor na data
Considerando a necessidade de se trabalhar
de sua publicação.
dentro de um conceito amplo de saúde que
direcione a intervenção e resposta às
necessidades de saúde, atuando desde a
promoção e prevenção, passando pelo
diagnóstico, monitoramento e tratamento,
mas também recuperação conforme dispõe o
artigo 2º da Lei nº 8.080, de 19 de setembro
de 1990;

Considerando que será necessária a decisão


política do conjunto dos gestores do Sistema
Único de Saúde (SUS) para estímulo à
organização e à implantação das Redes de
Atenção à Saúde (RAS), buscando um pacto
cooperativo entre as instâncias de gestão e
governança do sistema para garantir os
investimentos e recursos necessários a esta
mudança;

179
Considerando que o atendimento aos Acidentes de Trânsito - Mobilizando a
usuários com quadros agudos deve ser Sociedade e Promovendo a Saúde;
prestado por todas as portas de entrada dos
serviços de saúde do SUS, possibilitando a Considerando a Portaria n° 2048/GM/MS, de
resolução integral da demanda ou 05 de novembro de 2002, que regulamenta
transferindo-a, responsavelmente, para um tecnicamente as urgências e emergências;
serviço de maior complexidade, dentro de um
sistema hierarquizado e regulado, organizado Considerando a Portaria n° 2.657/GM/MS, de
em redes regionais de atenção às urgências 16 de dezembro de 2004, que estabelece as
enquanto elos de uma rede de manutenção atribuições das centrais de regulação médica
da vida em níveis crescentes de de urgências e o dimensionamento técnico
complexidade e responsabilidade; para a estruturação e operacionalização das
Centrais do Serviço de Atendimento Móvel
Considerando que para organizar uma rede de Urgência (SAMU 192);
que atenda aos principais problemas de
saúde dos usuários na área de urgência é Considerando a Portaria n° 687/GM/MS, de
necessário considerar o perfil epidemiológico 30 de março de 2006, que institui a Política
no Brasil, onde se evidencia, segundo dados Nacional de Promoção da Saúde;
da Secretaria de Vigilância em Saúde do
Considerando a Portaria n° 1.097/GM/MS, de
Ministério da Saúde (SVS/MS), uma alta
22 de maio de 2006, que define o processo
morbimortalidade relacionada às violências e
da Programação Pactuada e Integrada da
acidentes de trânsito até os 40 (quarenta)
Assistência à Saúde no âmbito do Sistema
anos e acima desta faixa uma alta
Único de Saúde (SUS);
morbimortalidade relacionada às doenças do
aparelho circulatório;
Considerando a Portaria n° 1.559/GM/MS, de
1º de agosto de 2008, que institui a Política
Considerando o alto custo sócio-econômico,
Nacional de Regulação do SUS;
além dos sofrimentos enfrentados pelas
pessoas acometidas por acidentes de
Considerando a Portaria n° 648/GM/MS, de
trânsito, violências e doenças
28 de março de 2006, que aprova a Política
cardiovasculares no Brasil e a necessidade de
Nacional de Atenção Básica;
intervir de forma mais organizada e efetiva
sobre estas doenças e agravos; Considerando o avanço nestes últimos anos
no processo de implementação do SUS no
Considerando a Portaria n° 737/GM/MS, de
Brasil, mas também a evidente necessidade
16 de maio de 2001, que institui a Política
de superar a fragmentação das ações e
Nacional de Redução da Morbimortalidade
serviços de saúde e qualificar a gestão do
por Acidentes e Violências;
cuidado, conforme caminho apontado na
Portaria n° 4.279/GM/MS, de 30 de
Considerando a Portaria n° 344/GM/MS, de
dezembro de 2010, que prioriza a
19 de fevereiro de 2002, que institui o Projeto
de Redução da Morbimortalidade por
180
organização e implementacão das RAS no IV - humanização da atenção garantindo
país; e efetivação de um modelo centrado no usuário
e baseado nas suas necessidades de saúde;
Considerando o imperativo de prover a
atenção qualificada à saúde de toda V - garantia de implantação de modelo de
população brasileira, incluindo o atendimento atenção de caráter multiprofissional,
ágil e resolutivo das urgências e emergências, compartilhado por trabalho em equipe,
resolve: instituído por meio de práticas clinicas
cuidadoras e baseado na gestão de linhas de
Art. 1° Esta Portaria reformula a Política cuidado;
Nacional de Atenção às Urgências e institui a
Rede de Atenção às Urgências no Sistema VI - articulação e integração dos diversos
Único de Saúde (SUS). serviços e equipamentos de saúde,
constituindo redes de saúde com
CAPÍTULO I conectividade entre os diferentes pontos de
DAS DIRETRIZES DA REDE DE ATENÇÃO ÀS atenção;
URGÊNCIAS
VII - atuação territorial, definição e
Art. 2° Constituem-se diretrizes da Rede de organização das regiões de saúde e das redes
Atenção às Urgências: de atenção a partir das necessidades de
saúde destas populações, seus riscos e
I - ampliação do acesso e acolhimento aos vulnerabilidades específicas;
casos agudos demandados aos serviços de
saúde em todos os pontos de atenção, VIII - atuação profissional e gestora visando o
contemplando a classificação de risco e aprimoramento da qualidade da atenção por
intervenção adequada e necessária aos meio do desenvolvimento de ações
diferentes agravos; coordenadas, contínuas e que busquem a
integralidade e longitudinalidade do cuidado
II - garantia da universalidade, equidade e em saúde;
integralidade no atendimento às urgências
clínicas, cirúrgicas, gineco-obstétricas, IX - monitoramento e avaliação da qualidade
psiquiátricas, pediátricas e às relacionadas a dos serviços através de indicadores de
causas externas (traumatismos, violências e desempenho que investiguem a efetividade e
acidentes); a resolutividade da atenção;

III - regionalização do atendimento às X - articulação interfederativa entre os


urgências com articulação das diversas redes diversos gestores desenvolvendo atuação
de atenção e acesso regulado aos serviços de solidária, responsável e compartilhada;
saúde;
XI - participação e controle social dos usuários
sobre os serviços;

181
XII - fomento, coordenação e execução de assistenciais de toda Rede de Atenção às
projetos estratégicos de atendimento às Urgências e devem ser requisitos de todos os
necessidades coletivas em saúde, de caráter pontos de atenção.
urgente e transitório, decorrentes de
situações de perigo iminente, de calamidades § 4º A Rede de Atenção às Urgências
públicas e de acidentes com múltiplas vítimas, priorizará as linhas de cuidados
a partir da construção de mapas de risco cardiovascular, cerebrovascular e
regionais e locais e da adoção de protocolos traumatológica.
de prevenção, atenção e mitigação dos
eventos; Art. 4º A Rede de Atenção às Urgências é
constituída pelos seguintes componentes:
XIII - regulação articulada entre todos os
componentes da Rede de Atenção às I - Promoção, Prevenção e Vigilância à Saúde;
Urgências com garantia da equidade e
II - Atenção Básica em Saúde;
integralidade do cuidado; e
III - Serviço de Atendimento Móvel de
XIV - qualificação da assistência por meio da
Urgência (SAMU 192) e suas Centrais de
educação permanente das equipes de saúde
Regulação Médica das Urgências;
do SUS na Atenção às Urgências, em acordo
com os princípios da integralidade e
IV - Sala de Estabilização;
humanização.
V - Força Nacional de Saúde do SUS;
Art. 3º Fica organizada, no âmbito do SUS, a
Rede de Atenção às Urgências. VI - Unidades de Pronto Atendimento (UPA
24h) e o conjunto de serviços de urgência 24
§ 1 º A organização da Rede de Atenção às
horas;
Urgências tem a finalidade de articular e
integrar todos os equipamentos de saúde, VII - Hospitalar; e
objetivando ampliar e qualificar o acesso
humanizado e integral aos usuários em VIII - Atenção Domiciliar.
situação de urgência e emergência nos
serviços de saúde, de forma ágil e oportuna. CAPÍTULO II

§ 2º A Rede de Atenção às Urgências deve ser DOS COMPONENTES DA REDE DE


implementada, gradativamente, em todo ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E SEUS
território nacional, respeitando-se critérios OBJETIVOS
epidemiológicos e de densidade
populacional. Art. 5º O Componente Promoção, Prevenção
e Vigilância à Saúde tem por objetivo
§ 3º O acolhimento com classificação do risco, estimular e fomentar o desenvolvimento de
a qualidade e a resolutividade na atenção ações de saúde e educação permanente
constituem a base do processo e dos fluxos voltadas para a vigilância e prevenção das
182
violências e acidentes, das lesões e mortes no maior complexidade para a continuidade do
trânsito e das doenças crônicas não tratamento.
transmissíveis, além de ações intersetoriais,
de participação e mobilização da sociedade Art. 8º O Componente Sala de Estabilização
visando a promoção da saúde, prevenção de deverá ser ambiente para estabilização de
agravos e vigilância à saúde. pacientes críticos e/ou graves, com condições
de garantir a assistência 24 horas, vinculado a
Art. 6º O Componente Atenção Básica em um equipamento de saúde, articulado e
Saúde tem por objetivo a ampliação do conectado aos outros níveis de atenção, para
acesso, fortalecimento do vínculo e posterior encaminhamento à rede de atenção
responsabilização e o primeiro cuidado às a saúde pela central de regulação das
urgências e emergências, em ambiente urgências.
adequado, até a
transferência/encaminhamento a outros Parágrafo único. O Componente de que trata
pontos de atenção, quando necessário, com o caput deste artigo não se caracteriza como
a implantação de acolhimento com avaliação novo serviço de saúde para assistência a toda
de riscos e vulnerabilidades. demanda espontânea, mas sim para garantir
a disponibilidade de atendimento para
Art. 7º O Componente Serviço de estabilização dos agravos críticos à saúde.
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192)
e suas Centrais de Regulação Médica das Art. 9º O Componente Força Nacional de
Urgências tem como objetivo chegar Saúde do SUS objetiva aglutinar esforços para
precocemente à vítima após ter ocorrido um garantir a integralidade na assistência em
agravo à sua saúde (de natureza clínica, situações de risco ou emergenciais para
cirúrgica, traumática, obstétrica, pediátricas, populações com vulnerabilidades específicas
psiquiátricas, entre outras) que possa levar a e/ou em regiões de difícil acesso, pautando-
sofrimento, sequelas ou mesmo à morte, se pela equidade na atenção, considerando-
sendo necessário, garantir atendimento e/ou se seus riscos.
transporte adequado para um serviço de
saúde devidamente hierarquizado e Art. 10. O Componente Unidades de Pronto
integrado ao SUS. Atendimento (UPA 24h) e o conjunto de
serviços de urgência 24 horas está assim
Parágrafo único. O Componente de que trata constituído:
o caput deste artigo pode se referir a
atendimento primário quando o pedido de I -a Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24
socorro for oriundo de um cidadão ou de h) é o estabelecimento de saúde de
atendimento secundário quando a solicitação complexidade intermediária entre as
partir de um serviço de saúde no qual o Unidades Básicas de Saúde/Saúde da Família
paciente já tenha recebido o primeiro e a Rede Hospitalar, devendo com estas
atendimento necessário à estabilização do compor uma rede organizada de atenção às
quadro de urgência apresentado, mas que urgências; e
necessita ser conduzido a outro serviço de
183
II - as Unidades de Pronto Atendimento (UPA I - Fase de Adesão e Diagnóstico:
24 h) e o conjunto de Serviços de Urgência 24
Horas não hospitalares devem prestar a) apresentação da Rede de Atenção às
atendimento resolutivo e qualificado aos Urgências nos Estados e no Distrito Federal;
pacientes acometidos por quadros agudos ou
agudizados de natureza clínica e prestar b) realização de diagnóstico e aprovação da
primeiro atendimento aos casos de natureza região inicial de implementação da Rede de
cirúrgica ou de trauma, estabilizando os Atenção às Urgências na Comissão
pacientes e realizando a investigação Intergestores Bipartite (CIB) nos Estados e no
diagnóstica inicial, definindo, em todos os Colegiado de Gestão da Secretaria de Estado
casos, a necessidade ou não, de da Saúde do Distrito Federal (CGSES/DF); e
encaminhamento a serviços hospitalares de
c) instituição de Grupo Condutor Estadual da
maior complexidade.
Rede de Atenção às Urgências, formado pela
Art. 11. O Componente Hospitalar será Secretaria Estadual de Saúde (SES), Conselho
constituído pelas Portas Hospitalares de de Secretarias Municipais de Saúde
Urgência, pelas enfermarias de retaguarda, (COSEMS) e apoio institucional do Ministério
pelos leitos de cuidados intensivos, pelos da Saúde, que terá como atribuições:
serviços de diagnóstico por imagem e de
1. mobilizar os dirigentes políticos do SUS em
laboratório e pelas linhas de cuidados
cada fase;
prioritárias.
2. apoiar a organização dos processos de
Art. 12. O Componente Atenção Domiciliar é
trabalho voltados a
compreendido como o conjunto de ações
implantação/implementação da rede;
integradas e articuladas de promoção à
saúde, prevenção e tratamento de doenças e
3. identificar e apoiar a solução de possíveis
reabilitação, que ocorrem no domicílio,
pontos críticos em cada fase; e
constituindo-se nova modalidade de atenção
à saúde que acontece no território e 4. monitorar e avaliar o processo de
reorganiza o processo de trabalho das implantação/implementação da rede.
equipes, que realizam o cuidado domiciliar na
atenção primária, ambulatorial e hospitalar. II - Fase do Desenho Regional da Rede:

CAPÍTULO III a) realização de análise da situação dos


serviços de atendimento às urgências, com
DA OPERACONALIZAÇÃO DA REDE DE dados primários, incluindo dados
ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS demográficos e epidemiológicos,
dimensionamento da demanda das
Art. 13. A operacionalização da Rede de
urgências, dimensionamento da oferta dos
Atenção às Urgências dar-se-á pela execução
serviços de urgência existentes e análise da
de 5 (cinco) fases:
situação da regulação, da avaliação, do
controle, da vigilância epidemiológica, do
184
apoio diagnóstico, do transporte para as Componentes, onde constarão as
urgências, da auditoria e do controle externo, responsabilidades que deverão ser cumpridas
pela Comissão Intergestores Regional (CIR) e e as ações que serão desenvolvidas; e
pelo CGSES/DF, com o apoio da Secretaria
de Saúde; V - Fase da Certificação: a certificação será
concedida pelo Ministério da Saúde aos
b) elaboração da proposta de Plano de Ação gestores do SUS, após a etapa de qualificação
Regional, com detalhamento técnico de cada dos Componentes da Rede de Atenção às
componente da Rede, contemplando o Urgências, com avaliação periódica.
desenho da Rede Atenção às Urgências,
metas a serem cumpridas, cronograma de § 1º O Grupo Condutor da Rede de Atenção
implantação, mecanismos de regulação, às Urgências no Distrito Federal será
monitoramento e avaliação, o composto pela Secretaria de Saúde e pela
estabelecimento de responsabilidades e o CGSES/DF, com apoio institucional do
aporte de recursos pela União, Estado, Ministério da Saúde, e terá as mesmas
Distrito Federal e Municípios envolvidos; atribuições do Grupo Condutor Estadual,
descritas na alínea "c" do inciso I do art. 13.
c) aprovação do Plano de Ação Regional na
CIR, no CGSES/DF e na CIB; e § 2º O Plano de Ação Regional e o Plano de
Ação Municipal serão os documentos
d) elaboração dos Planos de Ação Municipais orientadores para a execução das fases de
dos Municípios integrantes da CIR, em implementação da Rede de Urgência e
consonância com o Plano de Ação Regional; Emergência, assim como para o
monitoramento e a avaliação da
III - Fase da Contratualização dos Pontos de implementação da Rede pelo Grupo
Atenção: Condutor Estadual e pelo Ministério da
Saúde.
a) contratualização pela União, pelo Estados,
pelo Distrito Federal ou pelo Município dos § 3º A contratualização dos Pontos de
pontos de atenção da Rede de Urgência e Atenção é o meio pelo qual o gestor, seja ele
Emergência, observadas as responsabilidades o Município, o Estado, o Distrito Federal ou a
definidas para cada Componente da Rede de União, estabelece metas quantitativas e
Atenção às Urgências no desenho regional; e qualitativas do processo de atenção à saúde,
com o(s) ponto(s) de atenção à saúde da Rede
b) instituição do Grupo Condutor Municipal de Atenção às Urgências sob sua gestão, de
em cada Município que compõe a CIR, com acordo com o Plano de Ação Regional e os
apoio institucional da SES; Planos de Ação Municipais.

IV - Fase da Qualificação dos Componentes: a CAPÍTULO IV


qualificação dos Componentes da Rede de DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Atenção às Urgências será definida na
portaria específica de cada um dos

185
Art. 14. Os Comitês Gestores de Atenção às § 4º O relatório da situação da atenção
Urgências já existentes deverão ser mantidos estadual às urgências elaborado nos termos
e deverão ser apresentadas propostas de do parágrafo anterior será remetido à
estruturação e funcionamento de novos Coordenação-Geral de Urgência e
Comitês nos âmbitos Estadual, Regional e Emergência (CGUE/DAE/SAS/MS), onde
Municipal nos locais onde ainda não existem. comporá a base nacional de dados relativa à
atenção às urgências.
§ 1º As Secretarias Municipais de Saúde
deverão constituir e coordenar Comitês § 5º Fica recomendado que os Comitês
Gestores Municipais da Rede de Atenção às Gestores Estaduais da Rede de Atenção às
Urgências, garantindo a adequada articulação Urgências sejam compostos pelo
entre os entes gestores e os executores das Coordenador Estadual do Sistema de
ações e as Secretarias Estaduais de Saúde Atenção às Urgências, pelo COSEMS,
deverão constituir e coordenar os Comitês representado por Coordenadores Municipais
Gestores Estaduais e os Comitês Gestores de Atenção às Urgências, pela Defesa Civil
Regionais do Sistema de Atenção às Estadual, representantes do Corpo de
Urgências. Bombeiros, da Secretaria Estadual de
Segurança Pública e da Polícia Rodoviária e
§ 2º Os Comitês Gestores da Rede de do Conselho Estadual de Saúde, das
Atenção às Urgências representarão o espaço empresas concessionárias de rodovias, com
formal de discussão e implementação das sugestão de estudar a necessidade ou
correções necessárias à permanente oportunidade de se incorporarem a eles
adequação do sistema de atenção integral às representantes das Forças Armadas
urgências, dentro das diretrizes estabelecidas Brasileiras.
pelos Planos de Atenção às Urgências, em
suas instâncias de representação institucional § 6º Fica recomendado que os Comitês
que permitirão que os atores envolvidos na Gestores das Redes Regionais de Atenção às
estruturação da atenção às urgências possam Urgências, sob coordenação estadual e com
discutir, avaliar e pactuar as diretrizes e ações fluxo operacional compatível e de acordo
prioritárias, subordinadas às estruturas de com a realidade regional, tenham a seguinte
pactuação do SUS nos seus vários níveis. composição:

§ 3º Nos Comitês Gestores Estaduais da Rede I - Coordenador Regional da Rede de


de Atenção às Urgências, os indicadores Atenção às Urgências ou outro representante
deverão ser analisados segundo critérios de da SES que assuma tal função;
regionalização, buscando-se construir um
quadro descritivo completo da atenção II - Coordenadores Municipais da Atenção às
estadual às urgências, apontando aspectos Urgências;
positivos, dificuldades, limites e necessidades
a serem enfrentadas no contexto da macro e III - representantes dos serviços de saúde
micro regulação (regional e local). (prestadores da área das urgências);

186
IV - representante do Corpo de Bombeiros, Art. 16. Fica revogada a Portaria nº
Polícias Rodoviária, Civil e Militar, onde essas 1863/GM/MS, de 29 de setembro de 2003,
corporações atuem na atenção às urgências; publicada no Diário Oficial da União nº 193,
de 6 de outubro de 2003, Seção 1, p. 56.
V - representante da Defesa Civil;

VI - representante dos gestores municipais e


estadual da área de trânsito e transportes; e Resolução nº 453, de 10 de
maio de 2012
VII -conforme a necessidade justificar,
representantes da Aeronáutica, Marinha e
O Plenário do Conselho Nacional de Saúde,
Exército brasileiros.
em sua Ducentésima Trigésima Terceira
§ 7º Fica recomendado que os Comitês Reunião Ordinária, realizada nos dias 9 e 10
Gestores das Redes Municipais de Atenção às de maio de 2012, no uso de suas
Urgências tenham a seguinte composição competências regimentais e atribuições
mínima: conferidas pela Lei no 8.080, de 19 de
setembro de 1990, e pela Lei no 8.142, de 28
I -Coordenador Municipal da Rede de de dezembro de 1990, e pelo Decreto no
Atenção às Urgências; 5.839, de 11 de julho de 2006, e

II - representantes dos serviços de saúde Considerando os debates ocorridos nos


(prestadores da área das urgências); Conselhos de Saúde, nas três esferas de
Governo, na X Plenária Nacional de
III - representante do Conselho Municipal de Conselhos de Saúde, nas Plenárias Regionais
Saúde; e Estaduais de Conselhos de Saúde, nas 9a,
10a e 11a Conferências Nacionais de Saúde,
IV - representante do Corpo de Bombeiros, e nas Conferências Estaduais, do Distrito
Polícias Rodoviária, Civil e Militar, Guarda Federal e Municipais de Saúde;
Municipal, onde essas corporações atuem na
atenção às urgências; Considerando a experiência acumulada do
Controle Social da Saúde à necessidade de
V - representante da Defesa Civil Municipal; aprimoramento do Controle Social da Saúde
no âmbito nacional e as reiteradas demandas
VI - representante do gestor municipal da dos Conselhos Estaduais e Municipais
área de trânsito; e referentes às propostas de composição,
organização e funcionamento, conforme o §
VIII - conforme a necessidade justificar,
5o inciso II art. 1o da Lei no 8.142, de 28 de
representantes da Aeronáutica, Marinha e
dezembro de 1990;
Exército brasileiros.
Considerando a ampla discussão da
Art. 15. Esta Portaria entra em vigor na data
Resolução do CNS no 333/92 realizada nos
de sua publicação.
espaços de Controle Social, entre os quais se
187
destacam as Plenárias de Conselhos de Saúde, incluindo os Conselhos dos Distritos
Saúde; Sanitários Especiais Indígenas, sob a
coordenação dos Conselhos de Saúde da
Considerando os objetivos de consolidar, esfera correspondente. Assim, os Conselhos
fortalecer, ampliar e acelerar o processo de de Saúde são espaços instituídos de
Controle Social do SUS, por intermédio dos participação da comunidade nas políticas
Conselhos Nacional, Estaduais, Municipais, públicas e na administração da saúde.
das Conferências de Saúde e Plenárias de
Conselhos de Saúde; Parágrafo único. Como Subsistema da
Seguridade Social, o Conselho de Saúde atua
Considerando que os Conselhos de Saúde, na formulação e proposição de estratégias e
consagrados pela efetiva participação da no controle da execução das Políticas de
sociedade civil organizada, representam Saúde, inclusive nos seus aspectos
polos de qualificação de cidadãos para o econômicos e financeiros.
Controle Social nas esferas da ação do
Estado; e DA INSTITUIÇÃO E REFORMULAÇÃO DOS
CONSELHOS DE SAÚDE
Considerando o que disciplina a Lei
Complementar no 141, de 13 de janeiro de Segunda Diretriz: a instituição dos Conselhos
2012, e o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de Saúde é estabelecida por lei federal,
de 2011, que regulamentam a Lei Orgânica estadual, do Distrito Federal e municipal,
da Saúde, resolve: obedecida a Lei no 8.142/90.

Aprovar as seguintes diretrizes para Parágrafo único. Na instituição e


instituição, reformulação, reestruturação e reformulação dos Conselhos de Saúde o
funcionamento dos Conselhos de Saúde: Poder Executivo, respeitando os princípios da
democracia, deverá acolher as demandas da
DA DEFINIÇÃO DE CONSELHO DE SAÚDE população aprovadas nas Conferências de
Primeira Diretriz: Saúde, e em consonância com a legislação.

o Conselho de Saúde é uma instância A ORGANIZAÇÃO DOS CONSELHOS DE


colegiada, deliberativa e permanente do SAÚDE
Sistema Único de Saúde (SUS) em cada esfera
de Governo, integrante da estrutura Terceira Diretriz: a participação da sociedade
organizacional do Ministério da Saúde, da organizada, garantida na legislação, torna os
Secretaria de Saúde dos Estados, do Distrito Conselhos de Saúde uma instância
Federal e dos Municípios, com composição, privilegiada na proposição, discussão,
organização e competência fixadas na Lei no acompanhamento, deliberação, avaliação e
8.142/90. O processo bem-sucedido de fiscalização da implementação da Política de
descentralização da saúde promoveu o Saúde, inclusive nos seus aspectos
surgimento de Conselhos Regionais, econômicos e financeiros. A legislação
Conselhos Locais, Conselhos Distritais de estabelece, ainda, a composição paritária de
188
usuários em relação ao conjunto dos demais sociedade, no âmbito de atuação do
segmentos representados. O Conselho de Conselho de Saúde. De acordo com as
Saúde será composto por representantes de especificidades locais, aplicando o princípio
entidades, instituições e movimentos da paridade, serão contempladas, dentre
representativos de usuários, de entidades outras, as seguintes representações:
representativas de trabalhadores da área da
saúde, do governo e de entidades a)associações de pessoas com patologias;
representativas de prestadores de serviços de
saúde, sendo o seu presidente eleito entre os b)associações de pessoas com deficiências;
membros do Conselho, em reunião plenária.
c)entidades indígenas;
Nos Municípios onde não existem entidades,
instituições e movimentos organizados em
d)movimentos sociais e populares,
número suficiente para compor o Conselho, a
organizados (movimento negro, LGBT...);
eleição da representação será realizada em
plenária no Município, promovida pelo e)movimentos organizados de mulheres, em
Conselho Municipal de maneira ampla e saúde;
democrática.
f)entidades de aposentados e pensionistas;
I - O número de conselheiros será definido
pelos Conselhos de Saúde e constituído em g)entidades congregadas de sindicatos,
lei. centrais sindicais, confederações e
federações de trabalhadores urbanos e rurais;
II - Mantendo o que propôs as Resoluções nos
33/92 e 333/03 do CNS e consoante com as h)entidades de defesa do consumidor;
Recomendações da 10a e 11a Conferências
Nacionais de Saúde, as vagas deverão ser i)organizações de moradores;
distribuídas da seguinte forma:
j)entidades ambientalistas;
a)50% de entidades e movimentos
representativos de usuários; k)organizações religiosas;

b)25% de entidades representativas dos l)trabalhadores da área de saúde:


trabalhadores da área de saúde; associações, confederações, conselhos de
profissões regulamentadas, federações e
c)25% de representação de governo e sindicatos, obedecendo as instâncias
prestadores de serviços privados federativas;
conveniados, ou sem fins lucrativos.
m)comunidade científica;
III - A participação de órgãos, entidades e
movimentos sociais terá como critério a n)entidades públicas, de hospitais
representatividade, a abrangência e a universitários e hospitais campo de estágio,
complementaridade do conjunto da de pesquisa e desenvolvimento;

189
o)entidades patronais; Judiciário e do Ministério Público, como
conselheiros, não é permitida nos Conselhos
p)entidades dos prestadores de serviço de de Saúde.
saúde; e
IX - Quando não houver Conselho de Saúde
q)governo. constituído ou em atividade no Município,
caberá ao Conselho Estadual de Saúde
IV - As entidades, movimentos e instituições assumir, junto ao executivo municipal, a
eleitas no Conselho de Saúde terão os convocação e realização da Conferência
conselheiros indicados, por escrito, conforme Municipal de Saúde, que terá como um de
processos estabelecidos pelas respectivas seus objetivos a estruturação e composição
entidades, movimentos e instituições e de do Conselho Municipal. O mesmo será
acordo com a sua organização, com a atribuído ao Conselho Nacional de Saúde,
recomendação de que ocorra renovação de quando não houver Conselho Estadual de
seus representantes. Saúde constituído ou em funcionamento.

V - Recomenda-se que, a cada eleição, os X - As funções, como membro do Conselho


segmentos de representações de usuários, de Saúde, não serão remuneradas,
trabalhadores e prestadores de serviços, ao considerando-se o seu exercício de relevância
seu critério, promovam a renovação de, no pública e, portanto, garante a dispensa do
mínimo, 30% de suas entidades trabalho sem prejuízo para o conselheiro.
representativas. Para fins de justificativa junto aos órgãos,
entidades competentes e instituições, o
VI - A representação nos segmentos deve ser
Conselho de Saúde emitirá declaração de
distinta e autônoma em relação aos demais
participação de seus membros durante o
segmentos que compõem o Conselho, por
período das reuniões, representações,
isso, um profissional com cargo de direção ou
capacitações e outras atividades específicas.
de confiança na gestão do SUS, ou como
prestador de serviços de saúde não pode ser XI - O conselheiro, no exercício de sua função,
representante dos(as) Usuários(as) ou de responde pelos seus atos conforme legislação
Trabalhadores(as). vigente.

VII - A ocupação de funções na área da saúde ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS


que interfiram na autonomia representativa CONSELHOS DE SAÚDE
do Conselheiro(a) deve ser avaliada como
possível impedimento da representação de Quarta Diretriz: as três esferas de Governo
Usuário(a) e Trabalhador( a), e, a juízo da garantirão autonomia administrativa para o
entidade, indicativo de substituição do pleno funcionamento do Conselho de Saúde,
Conselheiro( a). dotação orçamentária, autonomia financeira e
organização da secretaria-executiva com a
VIII - A participação dos membros eleitos do necessária infraestrutura e apoio técnico:
Poder Legislativo, representação do Poder

190
I - cabe ao Conselho de Saúde deliberar em VIII - as decisões do Conselho de Saúde serão
relação à sua estrutura administrativa e o adotadas mediante quórum mínimo (metade
quadro de pessoal; mais um) dos seus integrantes, ressalvados os
casos regimentais nos quais se exija quórum
II - o Conselho de Saúde contará com uma especial, ou maioria qualificada de votos;
secretaria-executiva coordenada por pessoa
preparada para a função, para o suporte a) entende-se por maioria simples o número
técnico e administrativo, subordinada ao inteiro imediatamente superior à metade dos
Plenário do Conselho de Saúde, que definirá membros presentes;
sua estrutura e dimensão;
b) entende-se por maioria absoluta o número
III - o Conselho de Saúde decide sobre o seu inteiro imediatamente superior à metade de
orçamento; membros do Conselho;

IV - o Plenário do Conselho de Saúde se c) entende-se por maioria qualificada 2/3


reunirá, no mínimo, a cada mês e, (dois terços) do total de membros do
extraordinariamente, quando necessário, e Conselho;
terá como base o seu Regimento Interno. A
pauta e o material de apoio às reuniões IX - qualquer alteração na organização dos
devem ser encaminhados aos conselheiros Conselhos de Saúde preservará o que está
com antecedência mínima de 10 (dez) dias; garantido em lei e deve ser proposta pelo
próprio Conselho e votada em reunião
V - as reuniões plenárias dos Conselhos de plenária, com quórum qualificado, para
Saúde são abertas ao público e deverão depois ser alterada em seu Regimento
acontecer em espaços e horários que Interno e homologada pelo gestor da esfera
possibilitem a participação da sociedade; correspondente;

VI - o Conselho de Saúde exerce suas X - a cada três meses, deverá constar dos
atribuições mediante o funcionamento do itens da pauta o pronunciamento do gestor,
Plenário, que, além das comissões das respectivas esferas de governo, para que
intersetoriais, estabelecidas na Lei no faça a prestação de contas, em relatório
8.080/90, instalará outras comissões detalhado, sobre andamento do plano de
intersetoriais e grupos de trabalho de saúde, agenda da saúde pactuada, relatório
conselheiros para ações transitórias.As de gestão, dados sobre o montante e a forma
comissões poderão contar com integrantes de aplicação dos recursos, as auditorias
não conselheiros; iniciadas e concluídas no período, bem como
a produção e a oferta de serviços na rede
VII - o Conselho de Saúde constituirá uma assistencial própria, contratada ou
Mesa Diretora eleita em Plenário, respeitando conveniada, de acordo com o art. 12 da Lei
a paridade expressa nesta Resolução; no 8.689/93 e com a Lei Complementar no
141/2012;

191
XI - os Conselhos de Saúde, com a devida IV - atuar na formulação e no controle da
justificativa, buscarão auditorias externas e execução da política de saúde, incluindo os
independentes sobre as contas e atividades seus aspectos econômicos e financeiros, e
do Gestor do SUS; e propor estratégias para a sua aplicação aos
setores público e privado;
XII - o Pleno do Conselho de Saúde deverá
manifestar-se por meio de resoluções, V - definir diretrizes para elaboração dos
recomendações, moções e outros atos planos de saúde e deliberar sobre o seu
deliberativos. conteúdo, conforme as diversas situações
epidemiológicas e a capacidade
As resoluções serão obrigatoriamente organizacional dos serviços;
homologadas pelo chefe do poder
constituído em cada esfera de governo, em VI - anualmente deliberar sobre a aprovação
um prazo de 30 (trinta) dias, dando-se-lhes ou não do relatório de gestão;
publicidade oficial. Decorrido o prazo
mencionado e não sendo homologada a VII - estabelecer estratégias e procedimentos
resolução e nem enviada justificativa pelo de acompanhamento da gestão do SUS,
gestor ao Conselho de Saúde com proposta articulando-se com os demais colegiados, a
de alteração ou rejeição a ser apreciada na exemplo dos de seguridade social, meio
reunião seguinte, as entidades que integram ambiente, justiça, educação, trabalho,
o Conselho de Saúde podem buscar a agricultura, idosos, criança e adolescente e
validação das resoluções, recorrendo à justiça outros;
e ao Ministério Público, quando necessário.
Quinta Diretriz: aos Conselhos de Saúde VIII - proceder à revisão periódica dos planos
Nacional, Estaduais, Municipais e do Distrito de saúde;
Federal, que têm competências definidas nas
IX - deliberar sobre os programas de saúde e
leis federais, bem como em indicações
aprovar projetos a serem encaminhados ao
advindas das Conferências de Saúde,
Poder Legislativo, propor a adoção de
compete:
critérios definidores de qualidade e
I - fortalecer a participação e o Controle Social resolutividade, atualizando-os face ao
no SUS, mobilizar e articular a sociedade de processo de incorporação dos avanços
forma permanente na defesa dos princípios científicos e tecnológicos na área da Saúde;
constitucionais que fundamentam o SUS;
X - a cada quadrimestre deverá constar dos
II - elaborar o Regimento Interno do Conselho itens da pauta o pronunciamento do gestor,
e outras normas de funcionamento; das respectivas esferas de governo, para que
faça a prestação de contas, em relatório
III - discutir, elaborar e aprovar propostas de detalhado, sobre andamento do plano de
operacionalização das diretrizes aprovadas saúde, agenda da saúde pactuada, relatório
pelas Conferências de Saúde; de gestão, dados sobre o montante e a forma
de aplicação dos recursos, as auditorias
192
iniciadas e concluídas no período, bem como tempo hábil aos conselheiros, e garantia do
a produção e a oferta de serviços na rede devido assessoramento;
assistencial própria, contratada ou
conveniada, de acordo com a Lei XVIII - fiscalizar e acompanhar o
Complementar no 141/2012. desenvolvimento das ações e dos serviços de
saúde e encaminhar denúncias aos
XI - avaliar, explicitando os critérios utilizados, respectivos órgãos de controle interno e
a organização e o funcionamento do Sistema externo, conforme legislação vigente;
Único de Saúde do SUS;
XIX - examinar propostas e denúncias de
XII - avaliar e deliberar sobre contratos, indícios de irregularidades, responder no seu
consórcios e convênios, conforme as âmbito a consultas sobre assuntos
diretrizes dos Planos de Saúde Nacional, pertinentes às ações e aos serviços de saúde,
Estaduais, do Distrito Federal e Municipais; bem como apreciar recursos a respeito de
deliberações do Conselho nas suas
XIII - acompanhar e controlar a atuação do respectivas instâncias;
setor privado credenciado mediante contrato
ou convênio na área de saúde; XX - estabelecer a periodicidade de
convocação e organizar as Conferências de
XIV - aprovar a proposta orçamentária anual Saúde, propor sua convocação ordinária ou
da saúde, tendo em vista as metas e extraordinária e estruturar a comissão
prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes organizadora, submeter o respectivo
Orçamentárias, observado o princípio do regimento e programa ao Pleno do Conselho
processo de planejamento e orçamento de Saúde correspondente, convocar a
ascendentes, conforme legislação vigente; sociedade para a participação nas pré-
conferências e conferências de saúde;
XV - propor critérios para programação e
execução financeira e orçamentária dos XXI - estimular articulação e intercâmbio entre
Fundos de Saúde e acompanhar a os Conselhos de Saúde, entidades,
movimentação e destino dos recursos; movimentos populares, instituições públicas e
privadas para a promoção da Saúde;
XVI - fiscalizar e controlar gastos e deliberar
sobre critérios de movimentação de recursos XXII - estimular, apoiar e promover estudos e
da Saúde, incluindo o Fundo de Saúde e os pesquisas sobre assuntos e temas na área de
recursos transferidos e próprios do Município, saúde pertinente ao desenvolvimento do
Estado, Distrito Federal e da União, com base Sistema Único de Saúde (SUS);
no que a lei disciplina;
XXIII - acompanhar o processo de
XVII - analisar, discutir e aprovar o relatório de desenvolvimento e incorporação científica e
gestão, com a prestação de contas e tecnológica, observados os padrões éticos
informações financeiras, repassadas em compatíveis com o desenvolvimento
sociocultural do País;
193
XXIV - estabelecer ações de informação,
educação e comunicação em saúde, divulgar
as funções e competências do Conselho de Resolução - RDC nº 36, de 25
Saúde, seus trabalhos e decisões nos meios de julho de 2013
de comunicação, incluindo informações sobre
as agendas, datas e local das reuniões e dos Institui ações para a segurança do paciente
eventos; em serviços de saúde e dá outras
providências.
XXV - deliberar, elaborar, apoiar e promover
a educação permanente para o controle A Diretoria Colegiada da Agência Nacional
social, de acordo com as Diretrizes e a Política de Vigilância Sanitária, no uso das atribuições
Nacional de Educação Permanente para o que lhe conferem os incisos III e IV, do art. 15
Controle Social do SUS; da Lei n.º 9.782, de 26 de janeiro de 1999, o
inciso II, e §§ 1° e 3° do art. 54 do Regimento
XXVI - incrementar e aperfeiçoar o
Interno aprovado nos termos do Anexo I da
relacionamento sistemático com os poderes
Portaria nº 354 da ANVISA, de 11 de agosto
constituídos, Ministério Público, Judiciário e
de 2006, republicada no DOU de 21 de
Legislativo, meios de comunicação, bem
agosto de 2006, e suas atualizações, tendo
como setores relevantes não representados
em vista o disposto nos incisos III, do art. 2º,
nos conselhos;
III e IV, do art. 7º da Lei n.º 9.782, de 1999, e
o Programa de Melhoria do Processo
XXVII - acompanhar a aplicação das normas
de Regulamentação da Agência, instituído
sobre ética em pesquisas aprovadas pelo
por meio da Portaria nº 422, de 16 de abril de
CNS;
2008, em reunião realizada em 23 de julho de
XXVIII - deliberar, encaminhar e avaliar a 2013, adota a seguinte Resolução da Diretoria
Política de Gestão do Trabalho e Educação Colegiada e eu, Diretor-Presidente ,
para a Saúde no SUS; determino a sua publicação:

XXIX - acompanhar a implementação das CAPÍTULO I


propostas constantes do relatório das
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS
plenárias dos Conselhos de Saúde; e
Seção I
XXX - atualizar periodicamente as
informações sobre o Conselho de Saúde no
Objetivo
Sistema de Acompanhamento dos Conselhos
de Saúde (SIACS). Art. 1º Esta Resolução tem por objetivo
instituir ações para a promoção da segurança
Fica revogada a Resolução do CNS no 333, de
do paciente e a melhoria da qualidade nos
4 de novembro de 2003.
serviços de saúde.

Seção II
194
Abrangência V - garantia da qualidade: totalidade das
ações sistemáticas necessárias para garantir
Art. 2º Esta Resolução se aplica aos serviços que os serviços prestados estejam dentro dos
de saúde, sejam eles públicos, privados, padrões de qualidade exigidos para os fins a
filantrópicos, civis ou militares, incluindo que se propõem;
aqueles que exercem ações de ensino e
pesquisa. VI - gestão de risco: aplicação sistêmica e
contínua de políticas, procedimentos,
Parágrafo único. Excluem-se do escopo desta condutas e recursos na identificação, análise,
Resolução os consultórios individualizados, avaliação, comunicação e controle de riscos e
laboratórios clínicos e os serviços móveis e de eventos adversos que afetam a segurança, a
atenção domiciliar. saúde humana, a integridade profissional, o
meio ambiente e a imagem institucional;
Seção III
VII - incidente: evento ou circunstância que
Definições poderia ter resultado, ou resultou, em dano
desnecessário à saúde;
Art. 3º Para efeito desta Resolução são
adotadas as seguintes definições: VIII - núcleo de segurança do paciente (NSP):
instância do serviço de saúde criada para
I - boas práticas de funcionamento do serviço
promover e apoiar a implementação de ações
de saúde: componentes da garantia da
voltadas à segurança do paciente;
qualidade que asseguram que os serviços são
ofertados com padrões de qualidade IX - plano de segurança do paciente em
adequados; serviços de saúde: documento que aponta
situações de risco e descreve as estratégias e
II - cultura da segurança: conjunto de valores,
ações definidas pelo serviço de saúde para a
atitudes, competências e comportamentos
gestão de risco visando a prevenção e a
que determinam o comprometimento com a
mitigação dos incidentes, desde a admissão
gestão da saúde e da segurança, substituindo
até a transferência, a alta ou o óbito do
a culpa e a punição pela oportunidade de
paciente no serviço de saúde;
aprender com as falhas e melhorar a atenção
à saúde; X - segurança do paciente: redução, a um
mínimo aceitável, do risco de dano
III - dano: comprometimento da estrutura ou
desnecessário associado à atenção à saúde;
função do corpo e/ou qualquer efeito dele
oriundo, incluindo doenças, lesão, XI - serviço de saúde: estabelecimento
sofrimento, morte, incapacidade ou destinado ao desenvolvimento de ações
disfunção, podendo, assim, ser físico, social relacionadas à promoção, proteção,
ou psicológico; manutenção e recuperação da saúde,
qualquer que seja o seu nível de
IV - evento adverso: incidente que resulta em
complexidade, em regime de internação ou
dano à saúde;
195
não, incluindo a atenção realizada em I - recursos humanos, financeiros,
consultórios, domicílios e unidades móveis; equipamentos, insumos e materiais;

XII - tecnologias em saúde: conjunto de II - um profissional responsável pelo NSP com


equipamentos, medicamentos, insumos e participação nas instâncias deliberativas do
procedimentos utilizados na atenção à saúde, serviço de saúde.
bem como os processos de trabalho, a
infraestrutura e a organização do serviço de Art. 6º O NSP deve adotar os seguintes
saúde. princípios e diretrizes:

CAPÍTULO II I - A melhoria contínua dos processos de


cuidado e do uso de tecnologias da saúde;
DAS CONDIÇÕES ORGANIZACIONAIS
II - A disseminação sistemática da cultura de
Seção I segurança;

Da criação do Núcleo de Segurança do III - A articulação e a integração dos processos


Paciente de gestão de risco;

Art. 4º A direção do serviço de saúde deve IV - A garantia das boas práticas de


constituir o Núcleo de Segurança do Paciente funcionamento do serviço de saúde.
(NSP) e nomear a sua composição, conferindo
aos membros autoridade, responsabilidade e Art.7º Compete ao NSP:
poder para executar as ações do Plano de
Segurança do Paciente em Serviços de Saúde. I - promover ações para a gestão de risco no
serviço de saúde;
§ 1º A direção do serviço de saúde pode
utilizar a estrutura de comitês, comissões, II - desenvolver ações para a integração e a
gerências, coordenações ou núcleos já articulação multiprofissional no serviço de
existentes para o desempenho das saúde;
atribuições do NSP.
III - promover mecanismos para identificar e
§ 2º No caso de serviços públicos avaliar a existência de não conformidades nos
ambulatoriais pode ser constituído um NSP processos e procedimentos realizados e na
para cada serviço de saúde ou um NSP para o utilização de equipamentos, medicamentos e
conjunto desses, conforme decisão do gestor insumos propondo ações preventivas e
local do SUS. corretivas;

Art. 5º Para o funcionamento sistemático e IV - elaborar, implantar, divulgar e manter


contínuo do NSP a direção do serviço de atualizado o Plano de Segurança do Paciente
saúde deve disponibilizar: em Serviços de Saúde;

196
V - acompanhar as ações vinculadas ao Plano Art. 8º O Plano de Segurança do Paciente em
de Segurança do Paciente em Serviços de Serviços de Saúde (PSP), elaborado pelo NSP,
Saúde; deve estabelecer estratégias e ações de
gestão de risco, conforme as atividades
VI - implantar os Protocolos de Segurança do desenvolvidas pelo serviço de saúde para:
Paciente e realizar o monitoramento dos seus
indicadores; I - identificação, análise, avaliação,
monitoramento e comunicação dos riscos no
VII - estabelecer barreiras para a prevenção serviço de saúde, de forma sistemática;
de incidentes nos serviços de saúde;
II - integrar os diferentes processos de gestão
VIII - desenvolver, implantar e acompanhar de risco desenvolvidos nos serviços de saúde;
programas de capacitação em segurança do
paciente e qualidade em serviços de saúde; III - implementação de protocolos
estabelecidos pelo Ministério da Saude;
IX - analisar e avaliar os dados sobre
incidentes e eventos adversos decorrentes da IV - identificação do paciente;
prestação do serviço de saúde;
V - higiene das mãos;
X - compartilhar e divulgar à direção e aos
profissionais do serviço de saúde os VI - segurança cirúrgica;
resultados da análise e avaliação dos dados
sobre incidentes e eventos adversos VII - segurança na prescrição, uso e
decorrentes da prestação do serviço de administração de medicamentos;
saúde;
VIII - segurança na prescrição, uso e
XI - notificar ao Sistema Nacional de Vigilância administração de sangue e
Sanitária os eventos adversos decorrentes da hemocomponentes;
prestação do serviço de saúde;
IX - segurança no uso de equipamentos e
XII- manter sob sua guarda e disponibilizar à materiais;
autoridade sanitária, quando requisitado, as
X - manter registro adequado do uso de
notificações de eventos adversos;
órteses e próteses quando este
XIII - acompanhar os alertas sanitários e outras procedimento for realizado;
comunicações de risco divulgadas pelas
XI - prevenção de quedas dos pacientes;
autoridades sanitárias.
XII - prevenção de úlceras por pressão;
Seção II
XIII - prevenção e controle de eventos
Do Plano de Segurança do Paciente em
adversos em serviços de saúde, incluindo as
Serviços de Saúde
infecções relacionadas à assistência à saúde;
197
XIV- segurança nas terapias nutricionais III - acompanhar, junto às vigilâncias sanitárias
enteral e parenteral; distrital, estadual e municipal as investigações
sobre os eventos adversos que evoluíram
XV - comunicação efetiva entre profissionais para óbito.
do serviço de saúde e entre serviços de
saúde; CAPÍTULO IV

XVI - estimular a participação do paciente e DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS


dos familiares na assistência prestada.
Art. 12 Os serviços de saúde abrangidos por
XVII - promoção do ambiente seguro esta Resolução terão o prazo de 120 (cento e
vinte) dias para a estruturação dos NSP e
CAPÍTULO III elaboração do PSP e o prazo de 150 (cento e
cinquenta) dias para iniciar a notificação
DA VIGILÂNCIA, DO MONITORAMENTO E mensal dos eventos adversos, contados a
DA NOTIFICAÇÃO DE EVENTOS ADVERSOS partir da data da publicação desta Resolução.

Art. 9º O monitoramento dos incidentes e Art. 13 O descumprimento das disposições


eventos adversos será realizado pelo Núcleo contidas nesta Resolução constitui infração
de Segurança do Paciente - NSP. sanitária, nos termos da Lei n. 6.437, de 20 de
agosto de 1977, sem prejuízo das
Art. 10 A notificação dos eventos adversos,
responsabilidades civil, administrativa e penal
para fins desta Resolução, deve ser realizada
cabíveis.
mensalmente pelo NSP, até o 15º (décimo
quinto) dia útil do mês subsequente ao mês Art. 14 Esta Resolução entra em vigor na data
de vigilância, por meio das ferramentas de sua publicação.
eletrônicas disponibilizadas pela Anvisa.

Parágrafo único - Os eventos adversos que


evoluírem para óbito devem ser notificados
Portaria nº 2.436, de 21 de
em até 72 (setenta e duas) horas a partir do
setembro de 2017
ocorrido.

Art. 11 Compete à ANVISA, em articulação Aprova a Política Nacional de Atenção Básica,


com o Sistema Nacional de Vigilância estabelecendo a revisão de diretrizes para a
Sanitária: organização da Atenção Básica, no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS).
I - monitorar os dados sobre eventos adversos
notificados pelos serviços de saúde; O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso
das atribuições que lhe conferem os incisos I
II - divulgar relatório anual sobre eventos e II do parágrafo único do art. 87 da
adversos com a análise das notificações Constituição, e
realizadas pelos serviços de saúde;
198
Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de de dezembro de 1993, e a Lei no 6.932, de 7
setembro 1990, que dispõe sobre as de julho de 1981;
condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o Considerando o Decreto nº 7.508, de 21 de
funcionamento dos serviços junho de 2011, que regulamenta a Lei nº
correspondentes, e dá outras providências, 8.080, de 19 de setembro de 1990, para
considerando: dispor sobre a organização do Sistema Único
de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a
Considerando a experiência acumulada do assistência à saúde, e a articulação
Controle Social da Saúde à necessidade de interfederativa;
aprimoramento do Controle Social da Saúde
no âmbito nacional e as reiteradas demandas Considerando a Portaria nº 204/GM/MS, de
dos Conselhos Estaduais e Municipais 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o
referentes às propostas de composição, financiamento e a transferência de recursos
organização e funcionamento, conforme o federais para as ações e serviços de saúde, na
art. 1º, § 2º, da Lei nº 8.142, de 28 de forma de blocos de financiamento, com
dezembro de 1990; respectivo monitoramento e controle;

Considerando a Portaria nº 971/GM/MS, de 3 Considerando a Portaria nº 687, de 30 de


de maio de 2006, que aprova a Política março de 2006, que aprova a Política de
Nacional de Práticas Integrativas e Promoção da Saúde;
Complementares (PNPIC) no Sistema Único
de Saúde; Considerando a Portaria nº 4.279, de 30 de
dezembro de 2010, que estabelece diretrizes
Considerando a Portaria nº 2.715/GM/MS, de para a organização da Rede de Aten- ção à
17 de novembro de 2011, que atualiza a Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde
Política Nacional de Alimentação e Nutrição; (SUS);

Considerando a Portaria Interministerial Nº 1, Considerando a Resolução CIT Nº 21, de 27


de 2 de janeiro de 2014, que institui a Política de julho de 2017 Consulta Pública sobre a
Nacional de Atenção Integral à Saúde das proposta de revisão da Política Nacional de
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Atenção Básica (PNAB). agosto de 2017; e
Prisional (PNAISP) no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS); Considerando a pactuação na Reunião da
Comissão Intergestores Tripartite do dia 31
Considerando as Diretrizes da Política de agosto de 2017, resolve:
Nacional de Saúde Bucal;
Art. 1º Esta Portaria aprova a Política Nacional
Considerando a Lei nº 12.871, de 22 de de Atenção Básica - PNAB, com vistas à
outubro de 2013, que Institui o Programa revisão da regulamentação de implantação e
Mais Médicos, alterando a Lei no 8.745, de 9 operacionalização vigentes, no âmbito do
Sistema Único de Saúde - SUS,

199
estabelecendo-se as diretrizes para a § 4º Para o cumprimento do previsto no § 3º,
organização do componente Atenção Básica, serão adotadas estratégias que permitam
na Rede de Atenção à Saúde - RAS. minimizar desigualdades/iniquidades, de
modo a evitar exclusão social de grupos que
Parágrafo único. A Política Nacional de possam vir a sofrer estigmatização ou
Atenção Básica considera os termos Atenção discriminação, de maneira que impacte na
Básica - AB e Atenção Primária à Saúde - APS, autonomia e na situação de saúde.
nas atuais concepções, como termos
equivalentes, de forma a associar a ambas os Art. 3º São Princípios e Diretrizes do SUS e da
princípios e as diretrizes definidas neste RAS a serem operacionalizados na Atenção
documento. Básica:

Art. 2º A Atenção Básica é o conjunto de I - Princípios:


ações de saúde individuais, familiares e
coletivas que envolvem promoção, a) Universalidade;
prevenção, proteção, diagnóstico,
tratamento, reabilitação, redução de danos, b) Equidade; e
cuidados paliativos e vigilância em saúde,
c) Integralidade.
desenvolvida por meio de práticas de cuidado
integrado e gestão qualificada, realizada com
II - Diretrizes:
equipe multiprofissional e dirigida à
população em território definido, sobre as a) Regionalização e Hierarquização:
quais as equipes assumem responsabilidade
sanitária. b) Territorialização;

§1º A Atenção Básica será a principal porta de c) População Adscrita;


entrada e centro de comunicação da RAS,
coordenadora do cuidado e ordenadora das d) Cuidado centrado na pessoa;
ações e serviços disponibilizados na rede.
e) Resolutividade;
§ 2º A Atenção Básica será ofertada
integralmente e gratuitamente a todas as f) Longitudinalidade do cuidado;
pessoas, de acordo com suas necessidades e
demandas do território, considerando os g) Coordenação do cuidado;
determinantes e condicionantes de saúde.
h) Ordenação da rede; e
§ 3º É proibida qualquer exclusão baseada em
i) Participação da comunidade.
idade, gênero, raça/cor, etnia, crença,
nacionalidade, orientação sexual, identidade
Art. 4º A PNAB tem na Saúde da Família sua
de gênero, estado de saúde, condição
estratégia prioritária para expansão e
socioeconômica, escolaridade, limitação
consolidação da Atenção Básica.
física, intelectual, funcional e outras.
200
Parágrafo único. Serão reconhecidas outras prioritária de expansão, consolidação e
estratégias de Atenção Básica, desde que qualificação da Atenção Básica;
observados os princípios e diretrizes previstos
nesta portaria e tenham caráter transitório, III - garantir a infraestrutura adequada e com
devendo ser estimulada sua conversão em boas condições para o funcionamento das
Estratégia Saúde da Família. UBS, garantindo espaço, mobiliário e
equipamentos, além de acessibilidade de
Art. 5º A integração entre a Vigilância em pessoas com deficiência, de acordo com as
Saúde e Atenção Básica é condição essencial normas vigentes;
para o alcance de resultados que atendam às
necessidades de saúde da população, na IV - contribuir com o financiamento tripartite
ótica da integralidade da atenção à saúde e para fortalecimento da Atenção Básica;
visa estabelecer processos de trabalho que
considerem os determinantes, os riscos e V - assegurar ao usuário o acesso universal,
danos à saúde, na perspectiva da intra e equânime e ordenado às ações e serviços de
intersetorialidade. saúde do SUS, além de outras atribuições que
venham a ser pactuadas pelas Comissões
Art. 6º Todos os estabelecimentos de saúde Intergestores;
que prestem ações e serviços de Atenção
Básica, no âmbito do SUS, de acordo com VI - estabelecer, nos respectivos Planos
esta portaria serão denominados Unidade Municipais, Estaduais e Nacional de Saúde,
Básica de Saúde - UBS. Parágrafo único. prioridades, estratégias e metas para a
Todas as UBS são consideradas potenciais organização da Atenção Básica;
espaços de educação, formação de recursos
VII -desenvolver mecanismos técnicos e
humanos, pesquisa, ensino em serviço,
estratégias organizacionais de qualificação da
inovação e avaliação tecnológica para a RAS.
força de trabalho para gestão e atenção à
CAPÍTULO I saúde, estimular e viabilizar a formação,
educação permanente e continuada dos
DAS RESPONSABILIDADES profissionais, garantir direitos trabalhistas e
previdenciários, qualificar os vínculos de
Art. 7º São responsabilidades comuns a todas trabalho e implantar carreiras que associem
as esferas de governo: desenvolvimento do trabalhador com
qualificação dos serviços ofertados às
I - contribuir para a reorientação do modelo pessoas;
de atenção e de gestão com base nos
princípios e nas diretrizes contidas nesta VIII - garantir provimento e estratégias de
portaria; fixação de profissionais de saúde para a
Atenção Básica com vistas a promover ofertas
II - apoiar e estimular a adoção da Estratégia de cuidado e o vínculo;
Saúde da Família - ESF como estratégia

201
IX - desenvolver, disponibilizar e implantar os XVI - garantir espaços físicos e ambientes
Sistemas de Informação da Atenção Básica adequados para a formação de estudantes e
vigentes, garantindo mecanismos que trabalhadores de saúde, para a formação em
assegurem o uso qualificado dessas serviço e para a educação permanente e
ferramentas nas UBS, de acordo com suas continuada nas Unidades Básicas de Saúde;
responsabilidades;
XVII - desenvolver as ações de assistência
X - garantir, de forma tripartite, dispositivos farmacêutica e do uso racional de
para transporte em saúde, compreendendo medicamentos, garantindo a disponibilidade
as equipes, pessoas para realização de e acesso a medicamentos e insumos em
procedimentos eletivos, exames, dentre conformidade com a RENAME, os protocolos
outros, buscando assegurar a resolutividade e clínicos e diretrizes terapêuticas, e com a
a integralidade do cuidado na RAS, conforme relação específica complementar estadual,
necessidade do território e planejamento de municipal, da união, ou do distrito federal de
saúde; medicamentos nos pontos de atenção,
visando a integralidade do cuidado;
XI - planejar, apoiar, monitorar e avaliar as
ações da Atenção Básica nos territórios; XVIII - adotar estratégias para garantir um
amplo escopo de ações e serviços a serem
XII - estabelecer mecanismos de ofertados na Atenção Básica, compatíveis
autoavaliação, controle, regulação e com as necessidades de saúde de cada
acompanhamento sistemático dos resultados localidade;
alcançados pelas ações da Atenção Básica,
como parte do processo de planejamento e XIX - estabelecer mecanismos regulares de
programação; auto avaliação para as equipes que atuam na
Atenção Básica, a fim de fomentar as práticas
XIII - divulgar as informações e os resultados de monitoramento, avaliação e planejamento
alcançados pelas equipes que atuam na em saúde; e
Atenção Básica, estimulando a utilização dos
dados para o planejamento das ações; XX -articulação com o subsistema Indígena
nas ações de Educação Permanente e gestão
XIV - promover o intercâmbio de experiências da rede assistencial.
entre gestores e entre trabalhadores, por
meio de cooperação horizontal, e estimular o Art. 8º Compete ao Ministério da Saúde a
desenvolvimento de estudos e pesquisas que gestão das ações de Atenção Básica no
busquem o aperfeiçoamento e a âmbito da União, sendo responsabilidades da
disseminação de tecnologias e União:
conhecimentos voltados à Atenção Básica;
I -definir e rever periodicamente, de forma
XV - estimular a participação popular e o pactuada, na Comissão Intergestores
controle social; Tripartite (CIT), as diretrizes da Política
Nacional de Atenção Básica;
202
II - garantir fontes de recursos federais para Art. 9º Compete às Secretarias Estaduais de
compor o financiamento da Atenção Básica; Saúde e ao Distrito Federal a coordenação do
componente estadual e distrital da Atenção
III - destinar recurso federal para compor o Básica, no âmbito de seus limites territoriais e
financiamento tripartite da Atenção Básica, de acordo com as políticas, diretrizes e
de modo mensal, regular e automático, prioridades estabelecidas, sendo
prevendo, entre outras formas, o repasse responsabilidades dos Estados e do Distrito
fundo a fundo para custeio e investimento das Federal:
ações e serviços;
I - pactuar, na Comissão Intergestores
IV - prestar apoio integrado aos gestores dos Bipartite (CIB) e Colegiado de Gestão no
Estados, do Distrito Federal e dos municípios Distrito Federal, estratégias, diretrizes e
no processo de qualificação e de normas para a implantação e implementação
consolidação da Atenção Básica; da Política Nacional de Atenção Básica
vigente nos Estados e Distrito Federal;
V - definir, de forma tripartite, estratégias de
articulação junto às gestões estaduais e II - destinar recursos estaduais para compor o
municipais do SUS, com vistas à financiamento tripartite da Atenção Básica,
institucionalização da avaliação e qualificação de modo regular e automático, prevendo,
da Atenção Básica; entre outras formas, o repasse fundo a fundo
para custeio e investimento das ações e
VI - estabelecer, de forma tripartite, diretrizes serviços;
nacionais e disponibilizar instrumentos
técnicos e pedagógicos que facilitem o III - ser corresponsável pelo monitoramento
processo de gestão, formação e educação das ações de Atenção Básica nos municípios;
permanente dos gestores e profissionais da
Atenção Básica; IV - analisar os dados de interesse estadual
gerados pelos sistemas de informação, utilizá-
VII - articular com o Ministério da Educação los no planejamento e divulgar os resultados
estratégias de indução às mudanças obtidos;
curriculares nos cursos de graduação e
pósgraduação na área da saúde, visando à V -verificar a qualidade e a consistência de
formação de profissionais e gestores com arquivos dos sistemas de informação
perfil adequado à Atenção Básica; e enviados pelos municípios, de acordo com
prazos e fluxos estabelecidos para cada
VIII -apoiar a articulação de instituições, em sistema, retornando informações aos
parceria com as Secretarias de Saúde gestores municipais;
Municipais, Estaduais e do Distrito Federal,
para formação e garantia de educação VI - divulgar periodicamente os relatórios de
permanente e continuada para os indicadores da Atenção Básica, com intuito
profissionais de saúde da Atenção Básica, de de assegurar o direito fundamental de acesso
acordo com as necessidades locais. à informação;
203
VII - prestar apoio institucional aos municípios II - programar as ações da Atenção Básica a
no processo de implantação, partir de sua base territorial de acordo com as
acompanhamento e qualificação da Atenção necessidades de saúde identificadas em sua
Básica e de ampliação e consolidação da população, utilizando instrumento de
Estratégia Saúde da Família; programação nacional vigente;

VIII - definir estratégias de articulação com as III - organizar o fluxo de pessoas, inserindo-as
gestões municipais, com vistas à em linhas de cuidado, instituindo e
institucionalização do monitoramento e garantindo os fluxos definidos na Rede de
avaliação da Atenção Básica; Atenção à Saúde entre os diversos pontos de
atenção de diferentes configurações
IX - disponibilizar aos municípios instrumentos tecnológicas, integrados por serviços de
técnicos e pedagógicos que facilitem o apoio logístico, técnico e de gestão, para
processo de formação e educação garantir a integralidade do cuidado.
permanente dos membros das equipes de
gestão e de atenção; IV -estabelecer e adotar mecanismos de
encaminhamento responsável pelas equipes
X - articular instituições de ensino e serviço, que atuam na Atenção Básica de acordo com
em parceria com as Secretarias Municipais de as necessidades de saúde das pessoas,
Saúde, para formação e garantia de educação mantendo a vinculação e coordenação do
permanente aos profissionais de saúde das cuidado;
equipes que atuam na Atenção Básica; e
V - manter atualizado mensalmente o
XI -fortalecer a Estratégia Saúde da Família na cadastro de equipes, profissionais, carga
rede de serviços como a estratégia prioritária horária, serviços disponibilizados,
de organização da Atenção Básica. equipamentos e outros no Sistema de
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Art. 10 Compete às Secretarias Municipais de Saúde vigente, conforme regulamentação
Saúde a coordenação do componente específica;
municipal da Atenção Básica, no âmbito de
seus limites territoriais, de acordo com a VI - organizar os serviços para permitir que a
política, diretrizes e prioridades Atenção Básica atue como a porta de entrada
estabelecidas, sendo responsabilidades dos preferencial e ordenadora da RAS;
Municípios e do Distrito Federal:
VII - fomentar a mobilização das equipes e
I -organizar, executar e gerenciar os serviços garantir espaços para a participação da
e ações de Atenção Básica, de forma comunidade no exercício do controle social;
universal, dentro do seu território, incluindo
as unidades próprias e as cedidas pelo estado VIII - destinar recursos municipais para
e pela União; compor o financiamento tripartite da Atenção
Básica;

204
IX - ser corresponsável, junto ao Ministério da enviados às outras esferas de gestão, utilizá-
Saúde, e Secretaria Estadual de Saúde pelo los no planejamento das ações e divulgar os
monitoramento da utilização dos recursos da resultados obtidos, a fim de assegurar o
Atenção Básica transferidos aos município; direito fundamental de acesso à informação;

X - inserir a Estratégia de Saúde da Família em XVIII - organizar o fluxo de pessoas, visando à


sua rede de serviços como a estratégia garantia das referências a serviços e ações de
prioritária de organização da Atenção Básica; saúde fora do âmbito da Atenção Básica e de
acordo com as necessidades de saúde das
XI -prestar apoio institucional às equipes e mesmas; e
serviços no processo de implantação,
acompanhamento, e qualificação da Atenção IX - assegurar o cumprimento da carga horária
Básica e de ampliação e consolidação da integral de todos os profissionais que
Estratégia Saúde da Família; compõem as equipes que atuam na Atenção
Básica, de acordo com as jornadas de
XII - definir estratégias de institucionalização trabalho especificadas no Sistema de
da avaliação da Atenção Básica; Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Saúde vigente e a modalidade de atenção.
XIII -desenvolver ações, articular instituições e
promover acesso aos trabalhadores, para Art. 11 A operacionalização da Política
formação e garantia de educação Nacional de Atenção Básica está detalhada
permanente e continuada aos profissionais de no Anexo a esta Portaria.
saúde de todas as equipes que atuam na
Atenção Básica implantadas; Art. 12 Fica revogada a Portaria nº
2.488/GM/MS, de 21 de outubro de 2011.
XIV - selecionar, contratar e remunerar os
profissionais que compõem as equipes Art. 13. Esta Portaria entra em vigor na data
multiprofissionais de Atenção Básica, em de sua publicação.
conformidade com a legislação vigente;
ANEXO
XV -garantir recursos materiais,
equipamentos e insumos suficientes para o POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA
funcionamento das UBS e equipes, para a OPERACIONALIZAÇÃO
execução do conjunto de ações propostas;
CAPÍTULO I
XVI - garantir acesso ao apoio diagnóstico e
laboratorial necessário ao cuidado resolutivo DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DA ATENÇÃO
da população; BÁSICA À SAÚDE

XVII -alimentar, analisar e verificar a qualidade A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)
e a consistência dos dados inseridos nos é resultado da experiência acumulada por um
sistemas nacionais de informação a serem conjunto de atores envolvidos historicamente
com o desenvolvimento e a consolidação do
205
Sistema Único de Saúde (SUS), como planejamento e a implementação de ações
movimentos sociais, população, públicas para a proteção da saúde da
trabalhadores e gestores das três esferas de população, a prevenção e o controle de
governo. Esta Portaria, conforme riscos, agravos e doenças, bem como para a
normatização vigente no SUS, que define a promoção da saúde.
organização em Redes de Atenção à Saúde
(RAS) como estratégia para um cuidado Destaca-se ainda o desafio de superar
integral e direcionado às necessidades de compreensões simplistas, nas quais, entre
saúde da população, destaca a Atenção outras, há dicotomia e oposição entre a
Básica como primeiro ponto de atenção e assistência e a promoção da saúde. Para tal,
porta de entrada preferencial do sistema, que deve-se partir da compreensão de que a
deve ordenar os fluxos e contrafluxos de saúde possui múltiplos determinantes e
pessoas , produtos e informações em todos condicionantes e que a melhora das
os pontos de atenção à saúde. condições de saúde das pessoas e
coletividades passa por diversos fatores, os
Esta Política Nacional de Atenção Básica tem quais grande parte podem ser abordados na
na Saúde da Família sua estratégia prioritária Atenção Básica.
para expansão e consolidação da Atenção
Básica. Contudo reconhece outras estratégias 1 - PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA ATENÇÃO
de organização da Atenção Básica nos BÁSICA
territórios, que devem seguir os princípios e
diretrizes da Atenção Básica e do SUS, Os princípios e diretrizes, a caracterização e a
configurando um processo progressivo e relação de serviços ofertados na Atenção
singular que considera e inclui as Básica serão orientadores para a sua
especificidades locorregionais, ressaltando a organização nos municípios, conforme
dinamicidade do território e a existência de descritos a seguir:
populações específicas, itinerantes e
1.1 - Princípios
dispersas, que também são de
responsabilidade da equipe enquanto
- Universalidade: possibilitar o acesso
estiverem no território, em consonância com
universal e contínuo a serviços de saúde de
a política de promoção da equidade em
qualidade e resolutivos, caracterizados como
saúde.
a porta de entrada aberta e preferencial da
RAS (primeiro contato), acolhendo as pessoas
A Atenção Básica considera a pessoa em sua
e promovendo a vinculação e
singularidade e inserção sociocultural,
corresponsabilização pela atenção às suas
buscando produzir a atenção integral,
necessidades de saúde. O estabelecimento
incorporar as ações de vigilância em saúde - a
de mecanismos que assegurem acessibilidade
qual constitui um processo contínuo e
e acolhimento pressupõe uma lógica de
sistemático de coleta, consolidação, análise e
organização e funcionamento do serviço de
disseminação de dados sobre eventos
saúde que parte do princípio de que as
relacionados à saúde - além disso, visa o
equipes que atuam na Atenção Básica nas
206
UBS devem receber e ouvir todas as pessoas - Regionalização e Hierarquização: dos
que procuram seus serviços, de modo pontos de atenção da RAS, tendo a Atenção
universal, de fácil acesso e sem diferenciações Básica como ponto de comunicação entre
excludentes, e a partir daí construir respostas esses. Considera-se regiões de saúde como
para suas demandas e necessidades. um recorte espacial estratégico para fins de
planejamento, organização e gestão de redes
- Equidade: ofertar o cuidado, reconhecendo de ações e serviços de saúde em determinada
as diferenças nas condições de vida e saúde e localidade, e a hierarquização como forma de
de acordo com as necessidades das pessoas, organização de pontos de atenção da RAS
considerando que o direito à saúde passa entre si, com fluxos e referências
pelas diferenciações sociais e deve atender à estabelecidos.
diversidade. Ficando proibida qualquer
exclusão baseada em idade, gênero, cor, - Territorialização e Adstrição: de forma a
crença, nacionalidade, etnia, orientação permitir o planejamento, a programação
sexual, identidade de gênero, estado de descentralizada e o desenvolvimento de
saúde, condição socioeconômica, ações setoriais e intersetoriais com foco em
escolaridade ou limitação física, intelectual, um território específico, com impacto na
funcional, entre outras, com estratégias que situação, nos condicionantes e determinantes
permitam minimizar desigualdades, evitar da saúde das pessoas e coletividades que
exclusão social de grupos que possam vir a constituem aquele espaço e estão, portanto,
sofrer estigmatização ou discriminação; de adstritos a ele. Para efeitos desta portaria,
maneira que impacte na autonomia e na considerase Território a unidade geográfica
situação de saúde. única, de construção descentralizada do SUS
na execução das ações estratégicas
- Integralidade: É o conjunto de serviços destinadas à vigilância, promoção,
executados pela equipe de saúde que prevenção, proteção e recuperação da saúde.
atendam às necessidades da população Os Territórios são destinados para dinamizar
adscrita nos campos do cuidado, da a ação em saúde pública, o estudo social,
promoção e manutenção da saúde, da econômico, epidemiológico, assistencial,
prevenção de doenças e agravos, da cura, da cultural e identitário, possibilitando uma
reabilitação, redução de danos e dos ampla visão de cada unidade geográfica e
cuidados paliativos. Inclui a responsabilização subsidiando a atuação na Atenção Básica, de
pela oferta de serviços em outros pontos de forma que atendam a necessidade da
atenção à saúde e o reconhecimento população adscrita e ou as populações
adequado das necessidades biológicas, específicas.
psicológicas, ambientais e sociais causadoras
das doenças, e manejo das diversas III - População Adscrita: população que está
tecnologias de cuidado e de gestão presente no território da UBS, de forma a
necessárias a estes fins, além da ampliação da estimular o desenvolvimento de relações de
autonomia das pessoas e coletividade. vínculo e responsabilização entre as equipes
e a população, garantindo a continuidade das
1.2 - Diretrizes
207
ações de saúde e a longitudinalidade do diminuindo os riscos de iatrogenia que são
cuidado e com o objetivo de ser referência decorrentes do desconhecimento das
para o seu cuidado. histórias de vida e da falta de coordenação do
cuidado.
- Cuidado Centrado na Pessoa: aponta para o
desenvolvimento de ações de cuidado de VII - Coordenar o cuidado: elaborar,
forma singularizada, que auxilie as pessoas a acompanhar e organizar o fluxo dos usuários
desenvolverem os conhecimentos, aptidões, entre os pontos de atenção das RAS. Atuando
competências e a confiança necessária para como o centro de comunicação entre os
gerir e tomar decisões embasadas sobre sua diversos pontos de atenção,
própria saúde e seu cuidado de saúde de responsabilizando-se pelo cuidado dos
forma mais efetiva. O cuidado é construído usuários em qualquer destes pontos através
com as pessoas, de acordo com suas de uma relação horizontal, contínua e
necessidades e potencialidades na busca de integrada, com o objetivo de produzir a
uma vida independente e plena. A família, a gestão compartilhada da atenção integral.
comunidade e outras formas de coletividade Articulando também as outras estruturas das
são elementos relevantes, muitas vezes redes de saúde e intersetoriais, públicas,
condicionantes ou determinantes na vida das comunitárias e sociais.
pessoas e, por consequência, no cuidado.
VIII - Ordenar as redes: reconhecer as
- Resolutividade: reforça a importância da necessidades de saúde da população sob sua
Atenção Básica ser resolutiva, utilizando e responsabilidade, organizando as
articulando diferentes tecnologias de cui- necessidades desta população em relação
dado individual e coletivo, por meio de uma aos outros pontos de atenção à saúde,
clínica ampliada capaz de construir vínculos contribuindo para que o planejamento das
positivos e intervenções clínica e ações, assim como, a programação dos
sanitariamente efetivas, centrada na pessoa, serviços de saúde, parta das necessidades de
na perspectiva de ampliação dos graus de saúde das pessoas.
autonomia dos indivíduos e grupos sociais.
Deve ser capaz de resolver a grande maioria IX - Participação da comunidade: estimular a
dos problemas de saúde da população, participação das pessoas, a orientação
coordenando o cuidado do usuário em outros comunitária das ações de saúde na Atenção
pontos da RAS, quando necessário. Básica e a competência cultural no cuidado,
como forma de ampliar sua autonomia e
VI - Longitudinalidade do cuidado: pressupõe capacidade na construção do cuidado à sua
a continuidade da relação de cuidado, com saúde e das pessoas e coletividades do
construção de vínculo e responsabilização território. Considerando ainda o
entre profissionais e usuários ao longo do enfrentamento dos determinantes e
tempo e de modo permanente e consistente, condicionantes de saúde, através de
acompanhando os efeitos das intervenções articulação e integração das ações
em saúde e de outros elementos na vida das intersetoriais na organização e orientação dos
pessoas , evitando a perda de referências e serviços de saúde, a partir de lógicas mais
208
centradas nas pessoas e no exercício do A Atenção Básica é caracterizada como porta
controle social. de entrada preferencial do SUS, possui um
espaço privilegiado de gestão do cuidado das
2 - A ATENÇÃO BÁSICA NA REDE DE pessoas e cumpre papel estratégico na rede
ATENÇÃO À SAÚDE de atenção, servindo como base para o seu
ordenamento e para a efetivação da
Esta portaria, conforme normatização vigente integralidade. Para tanto, é necessário que a
do SUS, define a organização na RAS, como Atenção Básica tenha alta resolutividade, com
estratégia para um cuidado integral e capacidade clínica e de cuidado e
direcionado às necessidades de saúde da incorporação de tecnologias leves, leve duras
população. As RAS constituem-se em arranjos e duras (diagnósticas e terapêuticas), além da
organizativos formados por ações e serviços articulação da Atenção Básica com outros
de saúde com diferentes configurações pontos da RAS.
tecnológicas e missões assistenciais,
articulados de forma complementar e com Os estados, municípios e o distrito federal,
base territorial, e têm diversos atributos, devem articular ações intersetoriais, assim
entre eles, destaca-se: a Atenção Básica como a organização da RAS, com ênfase nas
estruturada como primeiro ponto de atenção necessidades locorregionais, promovendo a
e principal porta de entrada do sistema, integração das referências de seu território.
constituída de equipe multidisciplinar que
cobre toda a população, integrando, Recomenda-se a articulação e implementação
coordenando o cuidado e atendendo as de processos que aumentem a capacidade
necessidades de saúde das pessoas do seu clínica das equipes, que fortaleçam práticas
território. de microrregulação nas Unidades Básicas de
Saúde, tais como gestão de filas próprias da
O Decreto nº 7.508, de 28 de julho de 2011, UBS e dos exames e consultas
que regulamenta a Lei nº 8.080/90, define descentralizados/programados para cada
que "o acesso universal, igualitário e UBS, que propiciem a comunicação entre
ordenado às ações e serviços de saúde se UBS, centrais de regulação e serviços
inicia pelas portas de entrada do SUS e se especializados, com pactuação de fluxos e
completa na rede regionalizada e protocolos, apoio matricial presencial e/ou a
hierarquizada". distância, entre outros.

Para que a Atenção Básica possa ordenar a Um dos destaques que merecem ser feitos é
RAS, é preciso reconhecer as necessidades de a consideração e a incorporação, no processo
saúde da população sob sua de referenciamento, das ferramentas de
responsabilidade, organizando-as em relação telessaúde articulado às decisões clínicas e
aos outros pontos de atenção à saúde, aos processos de regulação do acesso. A
contribuindo para que a programação dos utilização de protocolos de encaminhamento
serviços de saúde parta das necessidades das servem como ferramenta, ao mesmo tempo,
pessoas, com isso fortalecendo o de gestão e de cuidado, pois tanto orientam
planejamento ascendente. as decisões dos profissionais solicitantes
209
quanto se constituem como referência que adscrita e suas especificidades, bem como
modula a avaliação das solicitações pelos aos processos de trabalho das equipes e à
médicos reguladores. atenção à saúde dos usuários. Os parâmetros
de estrutura devem, portanto, levar em
Com isso, espera-se que ocorra uma consideração a densidade demográfica, a
ampliação do cuidado clínico e da composição, atuação e os tipos de equipes,
resolutividade na Atenção Básica, evitando a perfil da população, e as ações e serviços de
exposição das pessoas a consultas e/ou saúde a serem realizados. É importante que
procedimentos desnecessários. Além disso, sejam previstos espaços físicos e ambientes
com a organização do acesso, induz-se ao uso adequados para a formação de estudantes e
racional dos recursos em saúde, impede trabalhadores de saúde de nível médio e
deslocamentos desnecessários e traz maior superior, para a formação em serviço e para a
eficiência e equidade à gestão das listas de educação permanente na UBS.
espera.
As UBS devem ser construídas de acordo com
A gestão municipal deve articular e criar as normas sanitárias e tendo como referência
condições para que a referência aos serviços as normativas de infraestrutura vigentes, bem
especializados ambulatoriais, sejam como possuir identificação segundo os
realizados preferencialmente pela Atenção padrões visuais da Atenção Básica e do SUS.
Básica, sendo de sua responsabilidade: Devem, ainda, ser cadastradas no Sistema de
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
a) Ordenar o fluxo das pessoas nos demais Saúde (SCNES), de acordo com as normas em
pontos de atenção da RAS; vigor para tal.

b) Gerir a referência e contrarreferência em As UBS poderão ter pontos de apoio para o


outros pontos de atenção; e atendimento de populações dispersas (rurais,
ribeirinhas, assentamentos, áreas pantaneiras,
c) Estabelecer relação com os especialistas
etc.), com reconhecimento no SCNES, bem
que cuidam das pessoas do território.
como nos instrumentos de monitoramento e
avaliação. A estrutura física dos pontos de
3 - INFRAESTRUTURA, AMBIÊNCIA E
apoio deve respeitar as normas gerais de
FUNCIONAMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA
segurança sanitária.
Este item refere-se ao conjunto de
A ambiência de uma UBS refere-se ao espaço
procedimentos que objetiva adequar a
físico (arquitetônico), entendido como lugar
estrutura física, tecnológica e de recursos
social, profissional e de relações
humanos das UBS às necessidades de saúde
interpessoais, que deve proporcionar uma
da população de cada território.
atenção acolhedora e humana para as
3.1 Infraestrutura e ambiência pessoas, além de um ambiente saudável para
o trabalho dos profissionais de saúde.
A infraestrutura de uma UBS deve estar
adequada ao quantitativo de população
210
Para um ambiente adequado em uma UBS, compostas por profissionais de saúde bucal,
existem componentes que atuam como será necessário consultório odontológico com
modificadores e qualificadores do espaço, equipo odontológico completo;
recomenda-se contemplar: recepção sem
grades (para não intimidar ou dificultar a a. área de recepção, local para arquivos e
comunicação e também garantir privacidade registros, sala multiprofissional de
à pessoa), identificação dos serviços acolhimento à demanda espontânea , sala de
existentes, escala dos profissionais, horários administração e gerência, banheiro público e
de funcionamento e sinalização de fluxos, para funcionários, entre outros ambientes
conforto térmico e acústico, e espaços conforme a necessidade.
adaptados para as pessoas com deficiência
em conformidade com as normativas b) Unidade Básica de Saúde Fluvial
vigentes.
Recomenda-se os seguintes ambientes:
Além da garantia de infraestrutura e
a. consultório médico; consultório de
ambiência apropriadas, para a realização da
enfermagem; área para assistência
prática profissional na Atenção Básica, é
farmacêutica, laboratório, sala de vacina; sala
necessário disponibilizar equipamentos
de procedimentos; e, se forem compostas
adequados, recursos humanos capacitados, e
por profissionais de saúde bucal, será
materiais e insumos suficientes à atenção à
necessário consultório odontológico com
saúde prestada nos municípios e Distrito
equipo odontológico completo;
Federal.
b. área de recepção, banheiro público;
3.2 Tipos de unidades e equipamentos de
banheiro exclusivo para os funcionários;
Saúde
expurgo; cabines com leitos em número
São considerados unidades ou equipamentos suficiente para toda a equipe; cozinha e outro
de saúde no âmbito da Atenção Básica: ambientes conforme necessidade.

a) Unidade Básica de Saúde c) Unidade Odontológica Móvel

Recomenda-se os seguintes ambientes: Recomenda-se veículo devidamente


adaptado para a finalidade de atenção à
consultório médico e de enfermagem, saúde bucal, equipado com:
consultório com sanitário, sala de
procedimentos, sala de vacinas, área para Compressor para uso odontológico com
assistência farmacêutica, sala de inalação sistema de filtragem; aparelho de raios-x para
coletiva, sala de procedimentos, sala de radiografias periapicais e interproximais;
coleta/exames, sala de curativos, sala de aventais de chumbo; conjunto peças de mão
expurgo, sala de esterilização, sala de contendo micro-motor com peça reta e
observação e sala de atividades coletivas para contra ângulo, e alta rotação; gabinete
os profissionais da Atenção Básica. Se forem odontológico; cadeira odontológica, equipo

211
odontológico e refletor odontológico; recomendado, de acordo com as
unidade auxiliar odontológica; mocho especificidades do território, assegurando-se
odontológico; autoclave; amalgamador; a qualidade do cuidado.
fotopolimerizador; e refrigerador.
ii) - 4 (quatro) equipes por UBS (Atenção
3.3 - Funcionamento Básica ou Saúde da Família), para que possam
atingir seu potencial resolutivo.
Recomenda-se que as Unidades Básicas de
Saúde tenham seu funcionamento com carga iii) - Fica estipulado para cálculo do teto
horária mínima de 40 horas/semanais, no máximo de equipes de Atenção Básica (eAB)
mínimo 5 (cinco) dias da semana e nos 12 e de Saúde da Família (eSF), com ou sem os
meses do ano, possibilitando acesso profissionais de saúde bucal, pelas quais o
facilitado à população. Município e o Distrito Federal poderão fazer
jus ao recebimento de recursos financeiros
Horários alternativos de funcionamento específicos, conforme a seguinte fórmula:
podem ser pactuados através das instâncias População/2.000.
de participação social, desde que atendam
expressamente a necessidade da população, iv) - Em municípios ou territórios com menos
observando, sempre que possível, a carga de 2.000 habitantes, que uma equipe de
horária mínima descrita acima. Saúde da Família (eSF) ou de Atenção Básica
(eAB) seja responsável por toda população;
Como forma de garantir a coordenação do
cuidado, ampliando o acesso e resolutividade Reitera-se a possibilidade de definir outro
das equipes que atuam na Atenção Básica, parâmetro populacional de responsabilidade
recomenda-se : da equipe de acordo com especificidades
territoriais, vulnerabilidades, riscos e dinâmica
i) - População adscrita por equipe de Atenção comunitária respeitando critérios de
Básica (eAB) e de Saúde da Família (eSF) de equidade, ou, ainda, pela decisão de possuir
2.000 a 3.500 pessoas, localizada dentro do um número inferior de pessoas por equipe de
seu território, garantindo os princípios e Atenção Básica (eAB) e equipe de Saúde da
diretrizes da Atenção Básica. Família (eSF) para avançar no acesso e na
qualidade da Atenção Básica.
Além dessa faixa populacional, podem existir
outros arranjos de adscrição, conforme Para que as equipes que atuam na Atenção
vulnerabilidades, riscos e dinâmica Básica possam atingir seu potencial
comunitária, facultando aos gestores locais, resolutivo, de forma a garantir a coordenação
conjuntamente com as equipes que atuam na do cuidado, ampliando o acesso, é necessário
Atenção Básica e Conselho Municipal ou adotar estratégias que permitam a definição
Local de Saúde, a possibilidade de definir de um amplo escopo dos serviços a serem
outro parâmetro populacional de ofertados na UBS, de forma que seja
responsabilidade da equipe, podendo ser compatível com as necessidades e demandas
maior ou menor do que o parâmetro de saúde da população adscrita, seja por
212
meio da Estratégia Saúde da Família ou A oferta de ações e serviços da Atenção
outros arranjos de equipes de Atenção Básica Básica deverá estar disponível aos usuários de
(eAB), que atuem em conjunto, forma clara, concisa e de fácil visualização,
compartilhando o cuidado e apoiando as conforme padronização pactuada nas
práticas de saúde nos territórios. Essa oferta instâncias gestoras.
de ações e serviços na Atenção Básica devem
considerar políticas e programas prioritários, Todas as equipes que atuam na Atenção
as diversas realidades e necessidades dos Básica deverão garantir a oferta de todas as
territórios e das pessoas, em parceria com o ações e procedimentos do Padrão Essencial e
controle social. recomenda-se que também realizarem ações
e serviços do Padrão Ampliado, considerando
As ações e serviços da Atenção Básica, as necessidades e demandas de saúde das
deverão seguir padrões essenciais e populações em cada localidade. Os serviços
ampliados: dos padrões essenciais, bem como os
equipamentos e materiais necessários, devem
Padrões Essenciais - ações e procedimentos ser garantidos igualmente para todo o país,
básicos relacionados a condições buscando uniformidade de atuação da
básicas/essenciais de acesso e qualidade na Atenção Básica no território nacional. Já o
Atenção Básica; e elenco de ações e procedimentos ampliados
deve contemplar de forma mais flexível às
- Padrões Ampliados -ações e procedimentos necessidades e demandas de saúde das
considerados estratégicos para se avançar e populações em cada localidade, sendo
alcançar padrões elevados de acesso e definido a partir de suas especificidades
qualidade na Atenção Básica, considerando locorregionais.
especificidades locais, indicadores e
parâmetros estabelecidos nas Regiões de As unidades devem organizar o serviço de
Saúde. modo a otimizar os processos de trabalho,
bem como o acesso aos demais níveis de
A oferta deverá ser pública, desenvolvida em atenção da RAS.
parceria com o controle social, pactuada nas
instâncias interfederativas, com Toda UBS deve monitorar a satisfação de seus
financiamento regulamentado em normativa usuários, oferecendo o registro de elogios,
específica. críticas ou reclamações, por meio de livros,
caixas de sugestões ou canais eletrônicos. As
Caberá a cada gestor municipal realizar UBS deverão assegurar o acolhimento e
análise de demanda do território e ofertas das escuta ativa e qualificada das pessoas, mesmo
UBS para mensurar sua capacidade resolutiva, que não sejam da área de abrangência da
adotando as medidas necessárias para unidade, com classificação de risco e
ampliar o acesso, a qualidade e resolutividade encaminhamento responsável de acordo com
das equipes e serviços da sua UBS. as necessidades apresentadas, articulando-se
com outros serviços de forma resolutiva, em

213
conformidade com as linhas de cuidado de saúde bucal: cirurgião-dentista,
estabelecidas. preferencialmente especialista em saúde da
família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal.
Deverá estar afixado em local visível, próximo
à entrada da UBS: O número de ACS por equipe deverá ser
definido de acordo com base populacional,
- Identificação e horário de atendimento; critérios demográficos, epidemiológicos e
socioeconômicos, de acordo com definição
- Mapa de abrangência, com a cobertura de local.
cada equipe;
Em áreas de grande dispersão territorial,
- Identificação do Gerente da Atenção Básica áreas de risco e vulnerabilidade social,
no território e dos componentes de cada recomenda-se a cobertura de 100% da
equipe da UBS; população com número máximo de 750
pessoas por ACS.
- Relação de serviços disponíveis; e
Para equipe de Saúde da Família, há a
- Detalhamento das escalas de atendimento
obrigatoriedade de carga horária de 40
de cada equipe.
(quarenta) horas semanais para todos os
profissionais de saúde membros da ESF.
3.4 - Tipos de Equipes:
Dessa forma, os profissionais da ESF poderão
1 - Equipe de Saúde da Família (eSF): É a estar vinculados a apenas 1 (uma) equipe de
estratégia prioritária de atenção à saúde e Saúde da Família, no SCNES vigente.
visa à reorganização da Atenção Básicano
2 - Equipe da Atenção Básica (eAB): esta
país, de acordo com os preceitos do SUS. É
modalidade deve atender aos princípios e
considerada como estratégia de expansão,
diretrizes propostas para a AB. A gestão
qualificação e consolidação da Atenção
municipal poderá compor equipes de
Básica, por favorecer uma reorientação do
Atenção Básica (eAB) de acordo com
processo de trabalho com maior potencial de
características e necessidades do município.
ampliar a resolutividade e impactar na
Como modelo prioritário é a ESF, as equipes
situação de saúde das pessoas e
de Atenção Básica (eAB) podem
coletividades, além de propiciar uma
posteriormente se organizar tal qual o
importante relação custo-efetividade.
modelo prioritário.
Composta no mínimo por médico,
As equipes deverão ser compostas
preferencialmente da especialidade medicina
minimamente por médicos preferencialmente
de família e comunidade, enfermeiro,
da especialidade medicina de família e
preferencialmente especialista em saúde da
comunidade, enfermeiro preferencialmente
família; auxiliar e/ou técnico de enfermagem
especialista em saúde da família, auxiliares de
e agente comunitário de saúde (ACS).
enfermagem e ou técnicos de enfermagem.
Podendo fazer parte da equipe o agente de
Poderão agregar outros profissionais como
combate às endemias (ACE) e os profissionais
214
dentistas, auxiliares de saúde bucal e ou estar vinculados à uma UBS ou a Unidade
técnicos de saúde bucal, agentes Odontológica Móvel, podendo se organizar
comunitários de saúde e agentes de combate nas seguintes modalidades:
à endemias.
Modalidade I: Cirurgião-dentista e auxiliar em
A composição da carga horária mínima por saúde bucal (ASB) ou técnico em saúde bucal
categoria pro-fissional deverá ser de 10 (dez) (TSB) e;
horas, com no máximo de 3 (três) profissionais
por categoria, devendo somar no mínimo 40 Modalidade II: Cirurgião-dentista, TSB e ASB,
horas/semanais. ou outro TSB.

O processo de trabalho, a combinação das Independente da modalidade adotada, os


jornadas de trabalho dos profissionais das profissionais de Saúde Bucal são vinculados a
equipes e os horários e dias de uma equipe de Atenção Básica (eAB) ou
funcionamento devem ser organizados de equipe de Saúde da Família (eSF), devendo
modo que garantam amplamente acesso, o compartilhar a gestão e o processo de
vínculo entre as pessoas e profissionais, a trabalho da equipe, tendo responsabilidade
continuidade, coordenação e sanitária pela mesma população e território
longitudinalidade do cuidado. adstrito que a equipe de Saúde da Família ou
Atenção Básica a qual integra.
A distribuição da carga horária dos
profissionais é de responsabilidade do gestor, Cada equipe de Saúde de Família que for
devendo considerar o perfil demográfico e implantada com os profissionais de saúde
epidemiológico local para escolha da bucal ou quando se introduzir pela primeira
especialidade médica, estes devem atuar vez os profissionais de saúde bucal numa
como generalistas nas equipes de Atenção equipe já implantada, modalidade I ou II, o
Básica (eAB). gestor receberá do Ministério da Saúde os
equipamentos odontológicos, através de
Importante ressaltar que para o doação direta ou o repasse de recursos
funcionamento a equipe deverá contar necessários para adquiri-los (equipo
também com profissionais de nível médio odontológico completo).
como técnico ou auxiliar de enfermagem.
4 - Núcleo Ampliado de Saúde da Família e
3 - Equipe de Saúde Bucal (eSB): Modalidade Atenção Básica (Nasf-AB)
que pode compor as equipes que atuam na
atenção básica, constituída por um cirurgião- Constitui uma equipe multiprofissional e
dentista e um técnico em saúde bucal e/ou interdisciplinar composta por categorias de
auxiliar de saúde bucal. profissionais da saúde, complementar
àsequipes que atuam na Atenção Básica. É
Os profissionais de saúde bucal que formada por diferentes ocupações (profissões
compõem as equipes de Saúde da Família e especialidades) da área da saúde, atuando
(eSF) e de Atenção Básica (eAB) e de devem de maneira integrada para dar suporte
215
(clínico, sanitário e pedagógico) aos pontos de atenção, além de outros
profissionais das equipes de Saúde da Família equipamentos sociais públicos/privados,
(eSF) e de Atenção Básica (eAB). redes sociais e comunitárias.

Busca-se que essa equipe seja membro Compete especificamente à Equipe do


orgânico da Atenção Básica, vivendo Núcleo Ampliado de Saúde da Família e
integralmente o dia a dia nas UBS e Atenção Básica (Nasf- AB):
trabalhando de forma horizontal e
interdisciplinar com os demais profissionais, a. Participar do planejamento conjunto com
garantindo a longitudinalidade do cuidado e as equipes que atuam na Atenção Básica à
a prestação de serviços diretos à população. que estão vinculadas;
Os diferentes profissionais devem
estabelecer e compartilhar saberes, práticas e b. Contribuir para a integralidade do cuidado
gestão do cuidado, com uma visão comum e aos usuários do SUS principalmente por
aprender a solucionar problemas pela intermédio da ampliação da clínica,
comunicação, de modo a maximizar as auxiliando no aumento da capacidade de
habilidades singulares de cada um. análise e de intervenção sobre problemas e
necessidades de saúde, tanto em termos
Deve estabelecer seu processo de trabalho a clínicos quanto sanitários; e
partir de problemas, demandas e
necessidades de saúde de pessoas e grupos c. Realizar discussão de casos, atendimento
sociais em seus territórios, bem como a partir individual, compartilhado, interconsulta,
de dificuldades dos profissionais de todos os construção conjunta de projetos terapêuticos,
tipos de equipes que atuam na Atenção educação permanente, intervenções no
Básica em suas análises e manejos. Para tanto, território e na saúde de grupos populacionais
faz-se necessário o compartilhamento de de todos os ciclos de vida, e da coletividade,
saberes, práticas intersetoriais e de gestão do ações intersetoriais, ações de prevenção e
cuidado em rede e a realização de educação promoção da saúde, discussão do processo
permanente e gestão de coletivos nos de trabalho das equipes dentre outros, no
territórios sob responsabilidade destas território.
equipes.
Poderão compor os NASF-AB as ocupações
Ressalta-se que os Nasf-AB não se constituem do Código Brasileiro de Ocupações - CBO na
como serviços com unidades físicas área de saúde: Médico Acupunturista;
independentes ou especiais, e não são de Assistente Social; Profissional/Professor de
livre acesso para atendimento individual ou Educação Física; Farmacêutico;
coletivo (estes, quando necessários, devem Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Médico
ser regulados pelas equipes que atuam na Ginecologista/Obstetra; Médico Homeopata;
Atenção Básica). Devem, a partir das Nutricionista; Médico Pediatra; Psicólogo;
demandas identificadas no trabalho con-junto Médico Psiquiatra; Terapeuta Ocupacional;
com as equipes, atuar de forma integrada à Médico Geriatra; Médico Internista (clinica
Rede de Atenção à Saúde e seus diversos médica), Médico do Trabalho, Médico
216
Veterinário, profissional com formação em d.o enfermeiro supervisor e os ACS devem
arte e educação (arte educador) e profissional estar cadastrados no SCNES vigente,
de saúde sanitarista, ou seja, profissional vinculados à equipe;
graduado na área de saúde com pós-
graduação em saúde pública ou coletiva ou e.cada ACS deve realizar as ações previstas
graduado diretamente em uma dessas áreas nas regulamentações vigentes e nesta
conforme normativa vigente. portaria e ter uma microárea sob sua
responsabilidade, cuja população não
A definição das categorias profissionais é de ultrapasse 750 pessoas;
autonomia do gestor local, devendo ser
escolhida de acordo com as necessidades do f. a atividade do ACS deve se dar pela lógica
territórios. do planejamento do processo de trabalho a
partir das necessidades do território, com
5 - Estratégia de Agentes Comunitários de priorização para população com maior grau
Saúde (EACS): de vulnerabilidade e de risco epidemiológico;

É prevista a implantação da Estratégia de g. a atuação em ações básicas de saúde deve


Agentes Comunitários de Saúde nas UBS visar à integralidade do cuidado no território;
como uma possibilidade para a reorganização e h.cadastrar, preencher e informar os dados
inicial da Atenção Básica com vistas à através do Sistema de Informação em Saúde
implantação gradual da Estratégia de Saúde para a Atenção Básica vigente.
da Família ou como uma forma de agregar os
agentes comunitários a outras maneiras de 3.5 - EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA PARA
organização da Atenção Básica. São itens POPULAÇÕES ESPECÍFICAS
necessários à implantação desta estratégia:
Todos os profissionais do SUS e,
a.a existência de uma Unidade Básica de especialmente, da Atenção Básica são
Saúde, inscrita no SCNES vigente que passa a responsáveis pela atenção à saúde de
ser a UBS de referência para a equipe de populações que apresentem vulnerabilidades
agentes comunitários de saúde; sociais específicas e, por consequência,
necessidades de saúde específicas, assim
b.o número de ACS e ACE por equipe deverá como pela atenção à saúde de qualquer outra
ser definido de acordo com base pessoa. Isso porque a Atenção Básica possui
populacional (critérios demográficos, responsabilidade direta sobre ações de saúde
epidemiológicos e socioeconômicos), em determinado território, considerando suas
conforme legislação vigente. singularidades, o que possibilita intervenções
mais oportunas nessas situações específicas,
c.o cumprimento da carga horária integral de com o objetivo de ampliar o acesso à RAS e
40 horas semanais por toda a equipe de ofertar uma atenção integral à saúde.
agentes comunitários, por cada membro da
equipe; composta por ACS e enfermeiro Assim, toda equipe de Atenção Básica deve
supervisor; realizar atenção à saúde de populações
217
específicas. Em algumas realidades, contudo, localizada na sede do Município ou em
ainda é possível e necessário dispor, além das alguma comunidade ribeirinha localizada na
equipes descritas anteriormente, de equipes área adstrita.
adicionais para realizar as ações de saúde à
populações específicas no âmbito da Atenção A eSFR será formada por equipe
Básica, que devem atuar de forma integrada multiprofissional composta por, no mínimo: 1
para a qualificação do cuidado no território. (um) médico, preferencialmente da
Aponta-se para um horizonte em que as especialidade de Família e Comunidade, 1
equipes que atuam na Atenção Básica (um) enfermeiro, preferencialmente
possam incorporar tecnologias dessas especialista em Saúde da Família e 1 (um)
equipes específicas, de modo que se faça auxiliar ou técnico de enfermagem, podendo
uma transição para um momento em que não acrescentar a esta composição, como parte
serão necessárias essas equipes específicas, e da equipe multiprofissional, o ACS e ACE e os
todas as pessoas e populações serão profissionais de saúde bucal:1 (um) cirurgião
acompanhadas pela eSF. dentista, preferencialmente especialista em
saúde da família e 1 (um) técnico ou auxiliar
São consideradas equipes de Atenção Básica em saúde bucal.
para Populações Específicas:
Nas hipóteses de grande dispersão
3.6 - ESPECIFICIDADES DA ESTRATÉGIA populacional, as ESFR podem contar, ainda,
SAÚDE DA FAMÍLIA com: até 24 (vinte e quatro) Agentes
Comunitários de Saúde; até 12 (doze)
1 - Equipes de Saúde da Família para o microscopistas, nas regiões endêmicas; até 11
atendimento da População Ribeirinha da (onze) Auxiliares/Técnicos de enfermagem; e
Amazônia Legal e Pantaneira: Considerando 1 (um) Auxiliar/Técnico de saúde bucal. As
as especificidades locorregionais, os ESFR poderão, ainda, acrescentar até 2 (dois)
municípios da Amazônia Legal e Pantaneiras profissionais da área da saúde de nível
podem optar entre 2 (dois) arranjos superior à sua composição, dentre
organizacionais para equipes Saúde da enfermeiros ou outros profissionais previstos
Família, além dos existentes para o restante nas equipes de Nasf-AB.
do país:
Os agentes comunitários de saúde, os
a. Equipe de Saúde da Família Ribeirinha auxiliares/técnicos de enfermagem extras e
(eSFR): São equipes que desempenham parte os auxiliares/técnicos de saúde bucal
significativa de suas funções em UBS cumprirão carga horária de até 40 (quarenta)
construídas e/ou localizadas nas comunidades horas semanais de trabalho e deverão residir
pertencentes à área adstrita e cujo acesso se na área de atuação.
dá por meio fluvial e que, pela grande
dispersão territorial, necessitam de As eSFR prestarão atendimento à população
embarcações para atender as comunidades por, no mínimo, 14 (quatorze) dias mensais,
dispersas no território. As eSFR são com carga horária equivalente a 8 (oito) horas
vinculadas a uma UBS, que pode estar diárias.
218
Para as comunidades distantes da UBS de dispersas, ribeirinhas e pertencentes à área
referência, as eSFR adotarão circuito de adstrita, cujo acesso se dá por meio fluvial.
deslocamento que garanta o atendimento a
todas as comunidades assistidas, ao menos a A eSFR será formada por equipe
cada 60 (sessenta) dias, para assegurar a multiprofissional composta por, no mínimo: 1
execução das ações de Atenção Básica. Caso (um) médico, preferencialmente da
necessário, poderão possuir unidades de especialidade de Família e Comunidade, 1
apoio, estabelecimentos que servem para (um) enfermeiro, preferencialmente
atuação das eSFR e que não possuem outras especialista em Saúde da Família e 1 (um)
equipes de Saúde da Família vinculadas. auxiliar ou técnico de enfermagem, podendo
acrescentar a esta composição, como parte
Para operacionalizar a atenção à saúde das da equipe multiprofissional, o ACS e ACE e os
comunidades ribeirinhas dispersas no profissionais de saúde bucal:1 (um) cirurgião
território de abrangência, a eSFR receberá dentista, preferencialmente especialista em
incentivo financeiro de custeio para logística, saúde da família e 1 (um) técnico ou auxiliar
que considera a existência das seguintes em saúde bucal.
estruturas:
Devem contar também, com um (01) técnico
a) até 4 (quatro) unidades de apoio (ou de laboratório e/ou bioquímico. Estas
satélites), vinculadas e informadas no equipes poderão incluir, na composição
Cadastro Nacional de Estabelecimento de mínima, os profissionais de saúde bucal, um
Saúde vigente, utilizada(s) como base(s) da(s) (1) cirurgião dentista, preferencialmente
equipe(s), onde será realizada a atenção de especialista em saúde da família, e um (01)
forma descentralizada; e Técnico ou Auxiliar em Saúde Bucal.

b) até 4 (quatro) embarcações de pequeno Poderão, ainda, acrescentar até 2 (dois)


porte exclusivas para o deslocamento dos profissionais da área da saúde de nível
profissionais de saúde da(s) equipe(s) superior à sua composição, dentre
vinculada(s)s ao Estabelecimento de Saúde enfermeiros ou outros profissionais previstos
de Atenção Básica. para os Nasf - AB

Todas as unidades de apoio ou satélites e Para as comunidades distantes da Unidade


embarcações devem estar devidamente Básica de Saúde de referência, a eSFF
informadas no Cadastro Nacional de adotará circuito de deslocamento que
Estabelecimento de Saúde vigente, a qual as garanta o atendimento a todas as
eSFR estão vinculadas. comunidades assistidas, ao menos a cada 60
(sessenta) dias, para assegurar a execução das
Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF): ações de Atenção Básica.
São equipes que desempenham suas funções
em Unidades Básicas de Saúde Fluviais Para operacionalizar a atenção à saúde das
(UBSF), responsáveis por comunidades comunidades ribeirinhas dispersas no
território de abrangência, onde a UBS Fluvial
219
não conseguir aportar, a eSFF poderá receber instituições componentes do Sistema Único
incentivo financeiro de custeio para logística, de Assistência Social entre outras instituições
que considera a existência das seguintes públicas e da sociedade civil;
estruturas:
b. Cumprir a carga horária mínima semanal de
a. até 4 (quatro) unidades de apoio (ou 30 horas. Porém seu horário de
satélites), vinculadas e informadas no funcionamento deverá ser adequado às
Cadastro Nacional de Estabelecimento de demandas das pessoas em situação de rua,
Saúde vigente, utilizada(s) como base(s) da(s) podendo ocorrer em período diurno e/ou
equipe(s), onde será realizada a atenção de noturno em todos os dias da semana; e
forma descentralizada; e
c. As eCR poderão ser compostas pelas
b. até 4 (quatro) embarcações de pequeno categorias profissionais especificadas em
porte exclusivas para o deslocamento dos portaria específica.
profissionais de saúde da(s) equipe(s)
vinculada(s)s ao Estabelecimento de Saúde Na composição de cada eCR deve haver,
de Atenção Básica. preferencialmente, o máximo de dois
profissionais da mesma profissão de saúde,
1 - Equipe de Consultório na Rua (eCR) - seja de nível médio ou superior. Todas as
equipe de saúde com composição variável, modalidades de eCR poderão agregar
responsável por articular e prestar atenção agentes comunitários de saúde.
integral à saúde de pessoas em situação de
rua ou com características análogas em O agente social, quando houver, será
determinado território, em unidade fixa ou considerado equivalente ao profissional de
móvel, podendo ter as modalidades e nível médio. Entende-se por agente social o
respectivos regramentos descritos em pro-fissional que desempenha atividades que
portaria específica. visam garantir a atenção, a defesa e a
proteção às pessoas em situação de risco
São itens necessários para o funcionamento pessoal e social, assim como aproximar as
das equipes de Consultório na Rua (eCR): equipes dos valores, modos de vida e cultura
das pessoas em situação de rua.
a. Realizar suas atividades de forma itinerante,
desenvolvendo ações na rua, em instalações Para vigência enquanto equipe, deverá
específicas, na unidade móvel e também nas cumprir os seguintes requisitos:
instalações de Unidades Básicas de Saúde do
território onde está atuando, sempre I - demonstração do cadastramento da eCR
articuladas e desenvolvendo ações em no Sistema de Cadastro Nacional de
parceria com as demais equipes que atuam na Estabelecimentos de Saúde (SCNES); e
atenção básica do território (eSF/eAB/UBS e
Nasf-AB), e dos Centros de Atenção II - alimentação de dados no Sistema de
Psicossocial, da Rede de Informação da Atenção Básica vigente,
Urgência/Emergência e dos serviços e conforme norma específica.

220
Em Municípios ou áreas que não tenham como porta de entrada do sistema e
Consultórios na Rua, o cuidado integral das ordenadora das ações e serviços de saúde,
pessoas em situação de rua deve seguir devendo realizar suas atividades nas unidades
sendo de responsabilidade das equipes que prisionais ou nas Unidades Básicas de Saúde
atuam na Atenção Básica, incluindo os a que estiver vinculada, conforme portaria
profissionais de saúde bucal e os Núcleos específica.
Ampliados à Saúde da Família e equipes de
Atenção Básica (Nasf-AB) do território onde 4 - ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DA
estas pessoas estão concentradas. ATENÇÃO BÁSICA

Para cálculo do teto das equipes dos As atribuições dos profissionais das equipes
Consultórios na Rua de cada município, serão que atuam na Atenção Básica deverão seguir
tomados como base os dados dos censos normativas específicas do Ministério da
populacionais relacionados à população em Saúde, bem como as definições de escopo de
situação de rua realizados por órgãos oficiais práticas, protocolos, diretrizes clínicas e
e reconhecidos pelo Ministério da Saúde. terapêuticas, além de outras normativas
técnicas estabelecidas pelos gestores federal,
As regras estão publicadas em portarias estadual, municipal ou do Distrito Federal.
específicas que disciplinam composição das
equipes, valor do incentivo financeiro, 4.1 Atribuições Comuns a todos os membros
diretrizes de funcionamento, monitoramento das Equipes que atuam na Atenção Básica:
e acompanhamento das equipes de
consultório na rua entre outras disposições. - Participar do processo de territorialização e
mapeamento da área de atuação da equipe,
1 - Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP): identificando grupos, famílias e indivíduos
São compostas por equipe multiprofissional expostos a riscos e vulnerabilidades;
que deve estar cadastrada no Sistema
Nacional de Estabelecimentos de Saúde - Cadastrar e manter atualizado o
vigente, e com responsabilidade de articular cadastramento e outros dados de saúde das
e prestar atenção integral à saúde das famílias e dos indivíduos no sistema de
pessoas privadas de liberdade. informação da Atenção Básica vigente,
utilizando as informações sistematicamente
Com o objetivo de garantir o acesso das para a análise da situação de saúde,
pessoas privadas de liberdade no sistema considerando as características sociais,
prisional ao cuidado integral no SUS, é econômicas, culturais, demográficas e
previsto na Política Nacional de Atenção epidemiológicas do território, priorizando as
Integral à Saúde das Pessoas Privadas de situações a serem acompanhadas no
Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP), que planejamento local;
os serviços de saúde no sistema prisional
passam a ser ponto de atenção da Rede de - Realizar o cuidado integral à saúde da
Atenção à Saúde (RAS) do SUS, qualificando população adscrita, prioritariamente no
também a Atenção Básica no âmbito prisional âmbito da Unidade Básica de Saúde, e
221
quando necessário, no domicílio e demais VIII. Praticar cuidado individual, familiar e
espaços comunitários (escolas, associações, dirigido a pessoas, famílias e grupos sociais,
entre outros), com atenção especial às visando propor intervenções que possam
populações que apresentem necessidades influenciar os processos saúde-doença
específicas (em situação de rua, em medida individual, das coletividades e da própria
socioeducativa, privada de liberdade, comunidade;
ribeirinha, fluvial, etc.).
IX. Responsabilizar-se pela população
- Realizar ações de atenção à saúde conforme adscrita mantendo a coordenação do cuidado
a necessidade de saúde da população local, mesmo quando necessita de atenção em
bem como aquelas previstas nas prioridades, outros pontos de atenção do sistema de
protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, saúde;
assim como, na oferta nacional de ações e
serviços essenciais e ampliados da AB; X. Utilizar o Sistema de Informação da
Atenção Básica vigente para registro das
V. Garantir a atenção à saúde da população ações de saúde na AB, visando subsidiar a
adscrita, buscando a integralidade por meio gestão, planejamento, investigação clínica e
da realização de ações de promoção, epidemiológica, e à avaliação dos serviços de
proteção e recuperação da saúde, prevenção saúde;;
de doenças e agravos e da garantia de
atendimento da demanda espontânea, da XI. Contribuir para o processo de regulação
realização das ações programáticas, coletivas do acesso a partir da Atenção Básica,
e de vigilância em saúde, e incorporando participando da definição de fluxos
diversas racionalidades em saúde, inclusive assistenciais na RAS, bem como da
Práticas Integrativas e Complementares; elaboração e implementação de protocolos e
diretrizes clínicas e terapêuticas para a
VI. Participar do acolhimento dos usuários, ordenação desses fluxos;
proporcionando atendimento humanizado,
realizando classificação de risco, identificando XII. Realizar a gestão das filas de espera,
as necessidades de intervenções de cuidado, evitando a prática do encaminhamento
responsabilizando-se pela continuidade da desnecessário, com base nos processos de
atenção e viabilizando o estabelecimento do regulação locais (referência e
vínculo; contrarreferência), ampliando-a para um
processo de compartilhamento de casos e
VII. Responsabilizar-se pelo acompanhamento longitudinal de
acompanhamento da população adscrita ao responsabilidade das equipes que atuam na
longo do tempo no que se refere às múltiplas atenção básica;
situações de doenças e agravos, e às
necessidades de cuidados preventivos, XIII. Prever nos fluxos da RAS entre os pontos
permitindo a longitudinalidade do cuidado; de atenção de diferentes configurações
tecnológicas a integração por meio de
serviços de apoio logístico, técnico e de
222
gestão, para garantir a integralidade do diária e que não podem se deslocar até a
cuidado; Unidade Básica de Saúde;

XIV. Instituir ações para segurança do XX. Realizar trabalhos interdisciplinares e em


paciente e propor medidas para reduzir os equipe, integrando áreas técnicas,
riscos e diminuir os eventos adversos; profissionais de diferentes formações e até
mesmo outros níveis de atenção, buscando
XV. Alimentar e garantir a qualidade do incorporar práticas de vigilância, clínica
registro das atividades nos sistemas de ampliada e matriciamento ao processo de
informação da Atenção Básica, conforme trabalho cotidiano para essa integração
normativa vigente; (realização de consulta compartilhada
reservada aos profissionais de nível superior,
XVI. Realizar busca ativa e notificar doenças e construção de Projeto Terapêutico Singular,
agravos de notificação compulsória, bem trabalho com grupos, entre outras
como outras doenças, agravos, surtos, estratégias, em consonância com as
acidentes, violências, situações sanitárias e necessidades e demandas da população);
ambientais de importância local,
considerando essas ocorrências para o XXI. Participar de reuniões de equipes a fim
planejamento de ações de prevenção, de acompanhar e discutir em conjunto o
proteção e recuperação em saúde no planejamento e avaliação sistemática das
território; ações da equipe, a partir da utilização dos
dados disponíveis, visando a readequação
XVII. Realizar busca ativa de internações e constante do processo de trabalho;
atendimentos de urgência/emergência por
causas sensíveis à Atenção Básica, a fim de XXII. Articular e participar das atividades de
estabelecer estratégias que ampliem a educação permanente e educação
resolutividade e a longitudinalidade pelas continuada;
equipes que atuam na AB;
XXIII. Realizar ações de educação em saúde à
XVIII. Realizar visitas domiciliares e população adstrita, conforme planejamento
atendimentos em domicílio às famílias e da equipe e utilizando abordagens
pessoas em residências, Instituições de Longa adequadas às necessidades deste público;
Permanência (ILP), abrigos, entre outros tipos
de moradia existentes em seu território, de XXIV.Participar do gerenciamento dos
acordo com o planejamento da equipe, insumos necessários para o adequado
necessidades e prioridades estabelecidas; funcionamento da UBS;

XIX. Realizar atenção domiciliar a pessoas XIV. Promover a mobilização e a participação


com problemas de saúde da comunidade, estimulando
controlados/compensados com algum grau conselhos/colegiados, constituídos de
de dependência para as atividades da vida gestores locais, profissionais de saúde e

223
usuários, viabilizando o controle social na risco, de acordo com protocolos
gestão da Unidade Básica de Saúde; estabelecidos;

XXV. Identificar parceiros e recursos na IV - Realizar estratificação de risco e elaborar


comunidade que possam potencializar ações plano de cuidados para as pessoas que
intersetoriais; possuem condições crônicas no território,
junto aos demais membros da equipe;
XXVI. Acompanhar e registrar no Sistema de
Informação da Atenção Básica e no mapa de V - Realizar atividades em grupo e
acompanhamento do Programa Bolsa Família encaminhar, quando necessário, usuários a
(PBF), e/ou outros pro-gramas sociais outros serviços, conforme fluxo estabelecido
equivalentes, as condicionalidades de saúde pela rede local;
das famílias beneficiárias;e
VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações
XXVII. Realizar outras ações e atividades, de desenvolvidas pelos técnicos/auxiliares de
acordo com as prioridades locais, definidas enfermagem, ACS e ACE em conjunto com os
pelo gestor local. outros membros da equipe;

4.2. São atribuições específicas dos VII - Supervisionar as ações do técnico/auxiliar


profissionais das equipes que atuam na de enfermagem e ACS;
Atenção Básica:
VIII - Implementar e manter atualizados
4.2.1 - Enfermeiro: rotinas, protocolos e fluxos relacionados a sua
área de competência na UBS; e
I - Realizar atenção à saúde aos indivíduos e
famílias vinculadas às equipes e, quando IX - Exercer outras atribuições conforme
indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos legislação profissional, e que sejam de
demais espaços comunitários (escolas, responsabilidade na sua área de atuação.
associações entre outras), em todos os ciclos
de vida; 4.2.2 - Técnico e/ou Auxiliar de Enfermagem:

II - Realizar consulta de enfermagem, I - Participar das atividades de atenção à


procedimentos, solicitar exames saúde realizando procedimentos
complementares, prescrever medicações regulamentados no exercício de sua profissão
conforme protocolos, diretrizes clínicas e na UBS e, quando indicado ou necessário, no
terapêuticas, ou outras normativas técnicas domicílio e/ou nos demais espaços
estabelecidas pelo gestor federal, estadual, comunitários (escolas, associações, entre
municipal ou do Distrito Federal, observadas outros);
as disposições legais da profissão;
II - Realizar procedimentos de enfermagem,
III - Realizar e/ou supervisionar acolhimento como curativos, administração de
com escuta qualificada e classificação de medicamentos, vacinas, coleta de material
para exames, lavagem, preparação e
224
esterilização de materiais, entre outras VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações
atividades delegadas pelo enfermeiro, de desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto
acordo com sua área de atuação e com os outros membros da equipe; e
regulamentação; e
VII - Exercer outras atribuições que sejam de
III - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de atuação.
responsabilidade na sua área de atuação.
4.2.2 - Cirurgião-Dentista:
4.2.1 - Médico:
I - Realizar a atenção em saúde bucal
I - Realizar a atenção à saúde às pessoas e (promoção e proteção da saúde, prevenção
famílias sob sua responsabilidade; de agravos, diagnóstico, tratamento,
acompanhamento, reabilitação e manutenção
II - Realizar consultas clínicas, pequenos da saúde) individual e coletiva a todas as
procedimentos cirúrgicos, atividades em famílias, a indivíduos e a grupos específicos,
grupo na UBS e, quando indicado ou atividades em grupo na UBS e, quando
necessário, no domicílio e/ou nos demais indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos
espaços comunitários (escolas, associações demais espaços comunitários (escolas,
entre outros); em conformidade com associações entre outros), de acordo com
protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, planejamento da equipe, com resolubilidade
bem como outras normativas técnicas e em conformidade com protocolos,
estabelecidas pelos gestores (federal, diretrizes clínicas e terapêuticas, bem como
estadual, municipal ou Distrito Federal), outras normativas técnicas estabelecidas pelo
observadas as disposições legais da profissão; gestor federal, estadual, municipal ou do
Distrito Federal, observadas as disposições
III - Realizar estratificação de risco e elaborar legais da profissão;
plano de cuidados para as pessoas que
possuem condições crônicas no território, II - Realizar diagnóstico com a finalidade de
junto aos demais membros da equipe; obter o perfil epidemiológico para o
planejamento e a programação em saúde
IV - Encaminhar, quando necessário, usuários bucal no território;
a outros pontos de atenção, respeitando
fluxos locais, mantendo sob sua III - Realizar os procedimentos clínicos e
responsabilidade o acompanhamento do cirúrgicos da AB em saúde bucal, incluindo
plano terapêutico prescrito; atendimento das urgências, pequenas
cirurgias ambulatoriais e procedimentos
V - Indicar a necessidade de internação relacionados com as fases clínicas de
hospitalar ou domiciliar, mantendo a moldagem, adaptação e acompanhamento
responsabilização pelo acompanhamento da de próteses dentárias (elementar, total e
pessoa; parcial removível);

225
IV - Coordenar e participar de ações coletivas aproximar e integrar ações de saúde de forma
voltadas à promoção da saúde e à prevenção multidisciplinar;
de doenças bucais;
IV - Apoiar as atividades dos ASB e dos ACS
V - Acompanhar, apoiar e desenvolver nas ações de prevenção e promoção da saúde
atividades referentes à saúde com os demais bucal;
membros da equipe, buscando aproximar
saúde bucal e integrar ações de forma V - Participar do treinamento e capacitação
multidisciplinar; de auxiliar em saúde bucal e de agentes
multiplicadores das ações de promoção à
VI - Realizar supervisão do técnico em saúde saúde;
bucal (TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB);
VI - Participar das ações educativas atuando
VII - Planejar, gerenciar e avaliar as ações na promoção da saúde e na prevenção das
desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto doenças bucais;
com os outros membros da equipe;
VII - Participar da realização de levantamentos
VIII - Realizar estratificação de risco e elaborar e estudos epidemiológicos, exceto na
plano de cuidados para as pessoas que categoria de examinador;
possuem condições crônicas no território,
junto aos demais membros da equipe; e VIII - Realizar o acolhimento do paciente nos
serviços de saúde bucal;
IX - Exercer outras atribuições que sejam de
responsabilidade na sua área de atuação. IX - Fazer remoção do biofilme, de acordo
com a indicação técnica definida pelo
4.2.3 - Técnico em Saúde Bucal (TSB): cirurgião-dentista;

I - Realizar a atenção em saúde bucal X - Realizar fotografias e tomadas de uso


individual e coletiva das famílias, indivíduos e odontológico exclusivamente em
a grupos específicos, atividades em grupo na consultórios ou clínicas odontológicas;
UBS e, quando indicado ou necessário, no
domicílio e/ou nos demais espaços XI - Inserir e distribuir no preparo cavitário
comunitários (escolas, associações entre materiais odontológicos na restauração
outros), segundo programação e de acordo dentária direta, sendo vedado o uso de
com suas competências técnicas e legais; materiais e instrumentos não indicados pelo
cirurgião-dentista;
II - Coordenar a manutenção e a conservação
dos equipamentos odontológicos; XII - Auxiliar e instrumentar o cirurgião-
dentista nas intervenções clínicas e
III - Acompanhar, apoiar e desenvolver procedimentos demandados pelo mesmo;
atividades referentes à saúde bucal com os
demais membros da equipe, buscando XIII - Realizar a remoção de sutura conforme
indicação do Cirurgião Dentista;
226
XIV - Executar a organização, limpeza, V - Acompanhar, apoiar e desenvolver
assepsia, desinfecção e esterilização do atividades referentes à saúde bucal com os
instrumental, dos equipamentos demais membros da equipe de Atenção
odontológicos e do ambiente de trabalho; Básica, buscando aproximar e integrar ações
de saúde de forma multidisciplinar;
XV - Proceder à limpeza e à antissepsia do
campo operatório, antes e após atos VI - Aplicar medidas de biossegurança no
cirúrgicos; armazenamento, transporte, manuseio e
descarte de produtos e resíduos
XVI - Aplicar medidas de biossegurança no odontológicos;
armazenamento, manuseio e descarte de
produtos e resíduos odontológicos; VII - Processar filme radiográfico;

XVII - Processar filme radiográfico; VIII - Selecionar moldeiras;

XVIII - Selecionar moldeiras; IX - Preparar modelos em gesso;

XIX - Preparar modelos em gesso; X - Manipular materiais de uso odontológico


realizando manutenção e conservação dos
XX - Manipular materiais de uso equipamentos;
odontológico.
XI - Participar da realização de levantamentos
XXI - Exercer outras atribuições que sejam de e estudos epidemiológicos, exceto na
responsabilidade na sua área de atuação. categoria de examinador; e

4.2.4 - Auxiliar em Saúde Bucal (ASB): XII - Exercer outras atribuições que sejam de
responsabilidade na sua área de atuação.
I - Realizar ações de promoção e prevenção
em saúde bucal para as famílias, grupos e 4.2.5 - Gerente de Atenção Básica
indivíduos, mediante planejamento local e
protocolos de atenção à saúde; Recomenda-se a inclusão do Gerente de
Atenção Básica com o objetivo de contribuir
II - Executar organização, limpeza, assepsia, para o aprimoramento e qualificação do
desinfecção e esterilização do instrumental, processo de trabalho nas Unidades Básicas de
dos equipamentos odontológicos e do Saúde, em especial ao fortalecer a atenção à
ambiente de trabalho; saúde prestada pelos profissionais das
equipes à população adscrita, por meio de
III - Auxiliar e instrumentar os profissionais nas função técnico-gerencial. A inclusão deste
intervenções clínicas, profissional deve ser avaliada pelo gestor,
segundo a necessidade do território e
IV - Realizar o acolhimento do paciente nos
cobertura de AB.
serviços de saúde bucal;

227
Entende-se por Gerente de AB um identificação, a notificação e a resolução dos
profissional qualificado, preferencialmente problemas relacionados à segurança;
com nível superior, com o papel de garantir o
planejamento em saúde, de acordo com as V - Assegurar a adequada alimentação de
necessidades do território e comunidade, a dados nos sistemas de informação da
organização do processo de trabalho, Atenção Básica vigente, por parte dos
coordenação e integração das ações. profissionais, verificando sua consistência,
Importante ressaltar que o gerente não seja estimulando a utilização para análise e
profissional integrante das equipes vinculadas planejamento das ações, e divulgando os
à UBS e que possua experiência na Atenção resultados obtidos;
Básica, preferencialmente de nível superior, e
dentre suas atribuições estão: VI - Estimular o vínculo entre os profissionais
favorecendo o trabalho em equipe;
I - Conhecer e divulgar, junto aos demais
profissionais, as diretrizes e normas que VII - Potencializar a utilização de recursos
incidem sobre a AB em âmbito nacional, físicos, tecnológicos e equipamentos
estadual, municipal e Distrito Federal, com existentes na UBS, apoiando os processos de
ênfase na Política Nacional de Atenção cuidado a partir da orientação à equipe sobre
Básica, de modo a orientar a organização do a correta utilização desses recursos;
processo de trabalho na UBS;
VIII - Qualificar a gestão da infraestrutura e
II - Participar e orientar o processo de dos insumos (manutenção, logística dos
territorialização, diagnóstico situacional, materiais, ambiência da UBS), zelando pelo
planejamento e programação das equipes, bom uso dos recursos e evitando o
avaliando resultados e propondo estratégias desabastecimento;
para o alcance de metas de saúde, junto aos
IX - Representar o serviço sob sua gerência
demais profissionais;
em todas as instâncias necessárias e articular
III - Acompanhar, orientar e monitorar os com demais atores da gestão e do território
processos de trabalho das equipes que atuam com vistas à qualificação do trabalho e da
na AB sob sua gerência, contribuindo para atenção à saúde realizada na UBS;
implementação de políticas, estratégias e
X - Conhecer a RAS, participar e fomentar a
programas de saúde, bem como para a
participação dos profissionais na organização
mediação de conflitos e resolução de
dos fluxos de usuários, com base em
problemas;
protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas,
IV - Mitigar a cultura na qual as equipes, apoiando a referência e contrarreferência
incluindo profissionais envolvidos no cuidado entre equipes que atuam na AB e nos
e gestores assumem responsabilidades pela diferentes pontos de atenção, com garantia
sua própria segurança de seus colegas, de encaminhamentos responsáveis;
pacientes e familiares, encorajando a

228
XI - Conhecer a rede de serviços e Assim, além das atribuições comuns a todos
equipamentos sociais do território, e os profissionais da equipe de AB, são
estimular a atuação intersetorial, com atenção atribuições dos ACS e ACE:
diferenciada para as vulnerabilidades
existentes no território; a) Atribuições comuns do ACS e ACE

XII - Identificar as necessidades de I - Realizar diagnóstico demográfico, social,


formação/qualificação dos profissionais em cultural, ambiental, epidemiológico e
conjunto com a equipe, visando melhorias no sanitário do território em que atuam,
processo de trabalho, na qualidade e contribuindo para o processo de
resolutividade da atenção, e promover a territorialização e mapeamento da área de
Educação Permanente, seja mobilizando atuação da equipe;
saberes na própria UBS, ou com parceiros;
II - Desenvolver atividades de promoção da
XIII - Desenvolver gestão participativa e saúde, de prevenção de doenças e agravos,
estimular a participação dos profissionais e em especial aqueles mais prevalentes no
usuários em instâncias de controle social; território, e de vigilância em saúde, por meio
de visitas domiciliares regulares e de ações
XIV - Tomar as providências cabíveis no educativas individuais e coletivas, na UBS, no
menor prazo possível quanto a ocorrências domicílio e outros espaços da comunidade,
que interfiram no funcionamento da unidade; incluindo a investigação epidemiológica de
e casos suspeitos de doenças e agravos junto a
outros profissionais da equipe quando
XV - Exercer outras atribuições que lhe sejam necessário;
designadas pelo gestor municipal ou do
Distrito Federal, de acordo com suas III - Realizar visitas domiciliares com
competências. periodicidade estabelecida no planejamento
da equipe e conforme as necessidades de
4.2.6 - Agente Comunitário de Saúde (ACS) e saúde da população, para o monitoramento
Agente de Combate a Endemias (ACE) da situação das famílias e indivíduos do
território, com especial atenção às pessoas
Seguindo o pressuposto de que Atenção com agravos e condições que necessitem de
Básica e Vigilância em Saúde devem se unir maior número de visitas domiciliares;
para a adequada identificação de problemas
de saúde nos territórios e o planejamento de IV - Identificar e registrar situações que
estratégias de intervenção clínica e sanitária interfiram no curso das doenças ou que
mais efetivas e eficazes, orienta-se que as tenham importância epidemiológica
atividades específicas dos agentes de saúde relacionada aos fatores ambientais,
(ACS e ACE) devem ser integradas. realizando, quando necessário, bloqueio de
transmissão de doenças infecciosas e
agravos;

229
V - Orientar a comunidade sobre sintomas, tendo os dados atualizados no sistema de
riscos e agentes transmissores de doenças e informação da Atenção Básica vigente,
medidas de prevenção individual e coletiva; utilizando-os de forma sistemática, com apoio
da equipe, para a análise da situação de
VI - Identificar casos suspeitos de doenças e saúde, considerando as características sociais,
agravos, encaminhar os usuários para a econômicas, culturais, demográficas e
unidade de saúde de referência, registrar e epidemiológicas do território, e priorizando
comunicar o fato à autoridade de saúde as situações a serem acompanhadas no
responsável pelo território; planejamento local;

VII - Informar e mobilizar a comunidade para II - Utilizar instrumentos para a coleta de


desenvolver medidas simples de manejo informações que apoiem no diagnóstico
ambiental e outras formas de intervenção no demográfico e sociocultural da comunidade;
ambiente para o controle de vetores;
III - Registrar, para fins de planejamento e
VIII - Conhecer o funcionamento das ações e acompanhamento das ações de saúde, os
serviços do seu território e orientar as pessoas dados de nascimentos, óbitos, doenças e
quanto à utilização dos serviços de saúde outros agravos à saúde, garantido o sigilo
disponíveis; ético;

IX - Estimular a participação da comunidade IV - Desenvolver ações que busquem a


nas políticas públicas voltadas para a área da integração entre a equipe de saúde e a
saúde; população adscrita à UBS, considerando as
características e as finalidades do trabalho de
X - Identificar parceiros e recursos na acompanhamento de indivíduos e grupos
comunidade que possam potencializar ações sociais ou coletividades;
intersetoriais de relevância para a promoção
da qualidade de vida da população, como V - Informar os usuários sobre as datas e
ações e programas de educação, esporte e horários de consultas e exames agendados;
lazer, assistência social, entre outros; e
VI - Participar dos processos de regulação a
XI - Exercer outras atribuições que lhes sejam partir da Atenção Básica para
atribuídas por legislação específica da acompanhamento das necessidades dos
categoria, ou outra normativa instituída pelo usuários no que diz respeito a agendamentos
gestor federal, municipal ou do Distrito ou desistências de consultas e exames
Federal. solicitados;

b) Atribuições do ACS: VII - Exercer outras atribuições que lhes sejam


atribuídas por legislação específica da
I - Trabalhar com adscrição de indivíduos e categoria, ou outra normativa instituída pelo
famílias em base geográfica definida e gestor federal, municipal ou do Distrito
cadastrar todas as pessoas de sua área, man- Federal.
230
Poderão ser consideradas, ainda, atividades 4.2.2 - Cirurgião-Dentista:
do Agente Comunitário de Saúde, a serem
realizadas em caráter excepcional, assistidas I - Realizar a atenção em saúde bucal
por profissional de saúde de nível superior, (promoção e proteção da saúde, prevenção
membro da equipe, após treinamento de agravos, diagnóstico, tratamento,
específico e fornecimento de equipamentos acompanhamento, reabilitação e manutenção
adequados, em sua base geográfica de da saúde) individual e coletiva a todas as
atuação, encaminhando o paciente para a famílias, a indivíduos e a grupos específicos,
unidade de saúde de referência. atividades em grupo na UBS e, quando
indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos
I - aferir a pressão arterial, inclusive no demais espaços comunitários (escolas,
domicílio, com o objetivo de promover saúde associações entre outros), de acordo com
e prevenir doenças e agravos; planejamento da equipe, com resolubilidade
e em conformidade com protocolos,
II - realizar a medição da glicemia capilar, diretrizes clínicas e terapêuticas, bem como
inclusive no domicílio, para o outras normativas técnicas estabelecidas pelo
acompanhamento dos casos diagnosticados gestor federal, estadual, municipal ou do
de diabetes mellitus e segundo projeto Distrito Federal, observadas as disposições
terapêutico prescrito pelas equipes que legais da profissão;
atuam na Atenção Básica;
II - Realizar diagnóstico com a finalidade de
III - aferição da temperatura axilar, durante a obter o perfil epidemiológico para o
visita domiciliar; planejamento e a programação em saúde
bucal no território;
IV - realizar técnicas limpas de curativo, que
são realizadas com material limpo, água III - Realizar os procedimentos clínicos e
corrente ou soro fisiológico e cobertura cirúrgicos da AB em saúde bucal, incluindo
estéril, com uso de coberturas passivas, que atendimento das urgências, pequenas
somente cobre a ferida; e cirurgias ambulatoriais e procedimentos
relacionados com as fases clínicas de
V - Indicar a necessidade de internação moldagem, adaptação e acompanhamento
hospitalar ou domiciliar, mantendo a de próteses dentárias (elementar, total e
responsabilização pelo acompanhamento da parcial removível);
pessoa;
IV - Coordenar e participar de ações coletivas
VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações voltadas à promoção da saúde e à prevenção
desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto de doenças bucais;
com os outros membros da equipe; e
V - Acompanhar, apoiar e desenvolver
VII - Exercer outras atribuições que sejam de atividades referentes à saúde com os demais
responsabilidade na sua área de atuação. membros da equipe, buscando aproximar

231
saúde bucal e integrar ações de forma V - Participar do treinamento e capacitação
multidisciplinar; de auxiliar em saúde bucal e de agentes
multiplicadores das ações de promoção à
VI - Realizar supervisão do técnico em saúde saúde;
bucal (TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB);
VI - Participar das ações educativas atuando
VII - Planejar, gerenciar e avaliar as ações na promoção da saúde e na prevenção das
desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto doenças bucais;
com os outros membros da equipe;
VII - Participar da realização de levantamentos
VIII - Realizar estratificação de risco e elaborar e estudos epidemiológicos, exceto na
plano de cuidados para as pessoas que categoria de examinador;
possuem condições crônicas no território,
junto aos demais membros da equipe; e VIII - Realizar o acolhimento do paciente nos
serviços de saúde bucal;
IX - Exercer outras atribuições que sejam de
responsabilidade na sua área de atuação. IX - Fazer remoção do biofilme, de acordo
com a indicação técnica definida pelo
4.2.3 - Técnico em Saúde Bucal (TSB): cirurgião-dentista;

I - Realizar a atenção em saúde bucal X - Realizar fotografias e tomadas de uso


individual e coletiva das famílias, indivíduos e odontológico exclusivamente em
a grupos específicos, atividades em grupo na consultórios ou clínicas odontológicas;
UBS e, quando indicado ou necessário, no
domicílio e/ou nos demais espaços XI - Inserir e distribuir no preparo cavitário
comunitários (escolas, associações entre materiais odontológicos na restauração
outros), segundo programação e de acordo dentária direta, sendo vedado o uso de
com suas competências técnicas e legais; materiais e instrumentos não indicados pelo
cirurgião-dentista;
II - Coordenar a manutenção e a conservação
dos equipamentos odontológicos; XII - Auxiliar e instrumentar o cirurgião-
dentista nas intervenções clínicas e
III - Acompanhar, apoiar e desenvolver procedimentos demandados pelo mesmo;
atividades referentes à saúde bucal com os
demais membros da equipe, buscando XIII - Realizar a remoção de sutura conforme
aproximar e integrar ações de saúde de forma indicação do Cirurgião Dentista;
multidisciplinar;
XIV - Executar a organização, limpeza,
IV - Apoiar as atividades dos ASB e dos ACS assepsia, desinfecção e esterilização do
nas ações de prevenção e promoção da saúde instrumental, dos equipamentos
bucal; odontológicos e do ambiente de trabalho;

232
XV - Proceder à limpeza e à antissepsia do VI - Aplicar medidas de biossegurança no
campo operatório, antes e após atos armazenamento, transporte, manuseio e
cirúrgicos; descarte de produtos e resíduos
odontológicos;
XVI - Aplicar medidas de biossegurança no
armazenamento, manuseio e descarte de VII - Processar filme radiográfico;
produtos e resíduos odontológicos;
VIII - Selecionar moldeiras;
XVII - Processar filme radiográfico;
IX - Preparar modelos em gesso;
XVIII - Selecionar moldeiras;
X - Manipular materiais de uso odontológico
XIX - Preparar modelos em gesso; realizando manutenção e conservação dos
equipamentos;
XX - Manipular materiais de uso
odontológico. XI - Participar da realização de levantamentos
e estudos epidemiológicos, exceto na
XXI - Exercer outras atribuições que sejam de categoria de examinador; e
responsabilidade na sua área de atuação.
XII -. Exercer outras atribuições que sejam de
4.2.4 - Auxiliar em Saúde Bucal (ASB): responsabilidade na sua área de atuação.

I - Realizar ações de promoção e prevenção 4.2.5 - Gerente de Atenção Básica


em saúde bucal para as famílias, grupos e
indivíduos, mediante planejamento local e Recomenda-se a inclusão do Gerente de
protocolos de atenção à saúde; Atenção Básica com o objetivo de contribuir
para o aprimoramento e qualificação do
II - Executar organização, limpeza, assepsia, processo de trabalho nas Unidades Básicas de
desinfecção e esterilização do instrumental, Saúde, em especial ao fortalecer a atenção à
dos equipamentos odontológicos e do saúde prestada pelos profissionais das
ambiente de trabalho; equipes à população adscrita, por meio de
função técnico-gerencial. A inclusão deste
III - Auxiliar e instrumentar os profissionais nas profissional deve ser avaliada pelo gestor,
intervenções clínicas, segundo a necessidade do território e
cobertura de AB.
IV - Realizar o acolhimento do paciente nos
serviços de saúde bucal; Entende-se por Gerente de AB um
profissional qualificado, preferencialmente
V - Acompanhar, apoiar e desenvolver
com nível superior, com o papel de garantir o
atividades referentes à saúde bucal com os
planejamento em saúde, de acordo com as
demais membros da equipe de Atenção
necessidades do território e comunidade, a
Básica, buscando aproximar e integrar ações
organização do processo de trabalho,
de saúde de forma multidisciplinar;
coordenação e integração das ações.
233
Importante ressaltar que o gerente não seja planejamento das ações, e divulgando os
profissional integrante das equipes vinculadas resultados obtidos;
à UBS e que possua experiência na Atenção
Básica, preferencialmente de nível superior, e VI - Estimular o vínculo entre os profissionais
dentre suas atribuições estão: favorecendo o trabalho em equipe;

I - Conhecer e divulgar, junto aos demais VII - Potencializar a utilização de recursos


profissionais, as diretrizes e normas que físicos, tecnológicos e equipamentos
incidem sobre a AB em âmbito nacional, existentes na UBS, apoiando os processos de
estadual, municipal e Distrito Federal, com cuidado a partir da orientação à equipe sobre
ênfase na Política Nacional de Atenção a correta utilização desses recursos;
Básica, de modo a orientar a organização do
processo de trabalho na UBS; VIII - Qualificar a gestão da infraestrutura e
dos insumos (manutenção, logística dos
II - Participar e orientar o processo de materiais, ambiência da UBS), zelando pelo
territorialização, diagnóstico situacional, bom uso dos recursos e evitando o
planejamento e programação das equipes, desabastecimento;
avaliando resultados e propondo estratégias
para o alcance de metas de saúde, junto aos IX - Representar o serviço sob sua gerência
demais profissionais; em todas as instâncias necessárias e articular
com demais atores da gestão e do território
III - Acompanhar, orientar e monitorar os com vistas à qualificação do trabalho e da
processos de trabalho das equipes que atuam atenção à saúde realizada na UBS;
na AB sob sua gerência, contribuindo para
implementação de políticas, estratégias e X - Conhecer a RAS, participar e fomentar a
programas de saúde, bem como para a participação dos profissionais na organização
mediação de conflitos e resolução de dos fluxos de usuários, com base em
problemas; protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas,
apoiando a referência e contrarreferência
IV - Mitigar a cultura na qual as equipes, entre equipes que atuam na AB e nos
incluindo profissionais envolvidos no cuidado diferentes pontos de atenção, com garantia
e gestores assumem responsabilidades pela de encaminhamentos responsáveis;
sua própria segurança de seus colegas,
pacientes e familiares, encorajando a XI - Conhecer a rede de serviços e
identificação, a notificação e a resolução dos equipamentos sociais do território, e
problemas relacionados à segurança; estimular a atuação intersetorial, com atenção
diferenciada para as vulnerabilidades
V - Assegurar a adequada alimentação de existentes no território;
dados nos sistemas de informação da
Atenção Básica vigente, por parte dos XII - Identificar as necessidades de
profissionais, verificando sua consistência, formação/qualificação dos profissionais em
estimulando a utilização para análise e conjunto com a equipe, visando melhorias no

234
processo de trabalho, na qualidade e II - Desenvolver atividades de promoção da
resolutividade da atenção, e promover a saúde, de prevenção de doenças e agravos,
Educação Permanente, seja mobilizando em especial aqueles mais prevalentes no
saberes na própria UBS, ou com parceiros; território, e de vigilância em saúde, por meio
de visitas domiciliares regulares e de ações
XIII - Desenvolver gestão participativa e educativas individuais e coletivas, na UBS, no
estimular a participação dos profissionais e domicílio e outros espaços da comunidade,
usuários em instâncias de controle social; incluindo a investigação epidemiológica de
casos suspeitos de doenças e agravos junto a
XIV -Tomar as providências cabíveis no menor outros profissionais da equipe quando
prazo possível quanto a ocorrências que necessário;
interfiram no funcionamento da unidade; e
III - Realizar visitas domiciliares com
XV - Exercer outras atribuições que lhe sejam periodicidade estabelecida no planejamento
designadas pelo gestor municipal ou do da equipe e conforme as necessidades de
Distrito Federal, de acordo com suas saúde da população, para o monitoramento
competências. da situação das famílias e indivíduos do
território, com especial atenção às pessoas
4.2.6 - Agente Comunitário de Saúde (ACS) e
com agravos e condições que necessitem de
Agente de Combate a Endemias (ACE)
maior número de visitas domiciliares;
Seguindo o pressuposto de que Atenção
IV - Identificar e registrar situações que
Básica e Vigilância em Saúde devem se unir
interfiram no curso das doenças ou que
para a adequada identificação de problemas
tenham importância epidemiológica
de saúde nos territórios e o planejamento de
relacionada aos fatores ambientais,
estratégias de intervenção clínica e sanitária
realizando, quando necessário, bloqueio de
mais efetivas e eficazes, orienta-se que as
transmissão de doenças infecciosas e
atividades específicas dos agentes de saúde
agravos;
(ACS e ACE) devem ser integradas.
V - Orientar a comunidade sobre sintomas,
Assim, além das atribuições comuns a todos
riscos e agentes transmissores de doenças e
os profissionais da equipe de AB, são
medidas de prevenção individual e coletiva;
atribuições dos ACS e ACE:
VI - Identificar casos suspeitos de doenças e
a) Atribuições comuns do ACS e ACE
agravos, encaminhar os usuários para a
unidade de saúde de referência, registrar e
I - Realizar diagnóstico demográfico, social,
comunicar o fato à autoridade de saúde
cultural, ambiental, epidemiológico e
responsável pelo território;
sanitário do território em que atuam,
contribuindo para o processo de
VII - Informar e mobilizar a comunidade para
territorialização e mapeamento da área de
desenvolver medidas simples de manejo
atuação da equipe;

235
ambiental e outras formas de intervenção no II - Utilizar instrumentos para a coleta de
ambiente para o controle de vetores; informações que apoiem no diagnóstico
demográfico e sociocultural da comunidade;
VIII - Conhecer o funcionamento das ações e
serviços do seu território e orientar as pessoas III - Registrar, para fins de planejamento e
quanto à utilização dos serviços de saúde acompanhamento das ações de saúde, os
disponíveis; dados de nascimentos, óbitos, doenças e
outros agravos à saúde, garantido o sigilo
IX.-Estimular a participação da comunidade ético;
nas políticas públicas voltadas para a área da
saúde; IV - Desenvolver ações que busquem a
integração entre a equipe de saúde e a
X - Identificar parceiros e recursos na população adscrita à UBS, considerando as
comunidade que possam potencializar ações características e as finalidades do trabalho de
intersetoriais de relevância para a promoção acompanhamento de indivíduos e grupos
da qualidade de vida da população, como sociais ou coletividades;
ações e programas de educação, esporte e
lazer, assistência social, entre outros; e V - Informar os usuários sobre as datas e
horários de consultas e exames agendados;
XI - Exercer outras atribuições que lhes sejam
atribuídas por legislação específica da VI - Participar dos processos de regulação a
categoria, ou outra normativa instituída pelo partir da Atenção Básica para
gestor federal, municipal ou do Distrito acompanhamento das necessidades dos
Federal. usuários no que diz respeito a agendamentos
ou desistências de consultas e exames
b)Atribuições do ACS: solicitados;

I - Trabalhar com adscrição de indivíduos e VII - Exercer outras atribuições que lhes sejam
famílias em base geográfica definida e atribuídas por legislação específica da
cadastrar todas as pessoas de sua área, man- categoria, ou outra normativa instituída pelo
tendo os dados atualizados no sistema de gestor federal, municipal ou do Distrito
informação da Atenção Básica vigente, Federal.
utilizando-os de forma sistemática, com apoio
da equipe, para a análise da situação de Poderão ser consideradas, ainda, atividades
saúde, considerando as características sociais, do Agente Comunitário de Saúde, a serem
econômicas, culturais, demográficas e realizadas em caráter excepcional, assistidas
epidemiológicas do território, e priorizando por profissional de saúde de nível superior,
as situações a serem acompanhadas no membro da equipe, após treinamento
planejamento local; específico e fornecimento de equipamentos
adequados, em sua base geográfica de
atuação, encaminhando o paciente para a
unidade de saúde de referência.
236
I - aferir a pressão arterial, inclusive no levantamento de índice amostral
domicílio, com o objetivo de promover saúde tecnicamente indicado;
e prevenir doenças e agravos;
III - Executar ações de controle de doenças
II - realizar a medição da glicemia capilar, utilizando as medidas de controle químico,
inclusive no domicílio, para o biológico, manejo ambiental e outras ações
acompanhamento dos casos diagnosticados de manejo integrado de vetores;
de diabetes mellitus e segundo projeto
terapêutico prescrito pelas equipes que IV - Realizar e manter atualizados os mapas,
atuam na Atenção Básica; croquis e o reconhecimento geográfico de
seu território; e
III - aferição da temperatura axilar, durante a
visita domiciliar; V - Executar ações de campo em projetos que
visem avaliar novas metodologias de
IV - realizar técnicas limpas de curativo, que intervenção para prevenção e controle de
são realizadas com material limpo, água doenças; e
corrente ou soro fisiológico e cobertura
estéril, com uso de coberturas passivas, que VI - Exercer outras atribuições que lhes sejam
somente cobre a ferida; e atribuídas por legislação específica da
categoria, ou outra normativa instituída pelo
V - orientação e apoio, em domicílio, para a gestor federal, municipal ou do Distrito
correta administração da medicação do Federal.
paciente em situação de vulnerabilidade.
O ACS e o ACE devem compor uma equipe
Importante ressaltar que os ACS só realizarão de Atenção Básica (eAB) ou uma equipe de
a execução dos procedimentos que Saúde da Família (eSF) e serem coordenados
requeiram capacidade técnica específica se por profissionais de saúde de nível superior
detiverem a respectiva formação, respeitada realizado de forma compartilhada entre a
autorização legal. Atenção Básica e a Vigilância em Saúde. Nas
localidades em que não houver cobertura por
c) Atribuições do ACE: equipe de Atenção Básica (eAB) ou equipe de
Saúde da Família (eSF), o ACS deve se
I - Executar ações de campo para pesquisa vincular à equipe da Estratégia de Agentes
entomológica, malacológica ou coleta de Comunitários de Saúde (EACS). Já o ACE,
reservatórios de doenças; nesses casos, deve ser vinculado à equipe de
vigilância em saúde do município e sua
II - Realizar cadastramento e atualização da
supervisão técnica deve ser realizada por
base de imóveis para planejamento e
profissional com comprovada capacidade
definição de estratégias de prevenção,
técnica, podendo estar vinculado à equipe de
intervenção e controle de doenças, incluindo,
atenção básica, ou saúde da família, ou a
dentre outros, o recenseamento de animais e
outro serviço a ser definido pelo gestor local.

237
5. DO PROCESSO DE TRABALHO NA Além dessa articulação de olhares para a
ATENÇÃO BÁSICA compreensão do território sob a
responsabilidade das equipes que atuam na
A Atenção Básica como contato preferencial AB, a integração entre as ações de Atenção
dos usuários na rede de atenção à saúde Básica e Vigilância em Saúde deve ser
orienta-se pelos princípios e diretrizes do concreta, de modo que se recomenda a
SUS, a partir dos quais assume funções e adoção de um território único para ambas as
características específicas. Considera as equipes, em que o Agente de Combate às
pessoas em sua singularidade e inserção Endemias trabalhe em conjunto com o
sociocultural, buscando produzir a atenção Agente Comunitário de Saúde e os demais
integral, por meio da promoção da saúde, da membros da equipe multiprofissional de AB
prevenção de doenças e agravos, do na identificação das necessidades de saúde
diagnóstico, do tratamento, da reabilitação e da população e no planejamento das
da redução de danos ou de sofrimentos que intervenções clínicas e sanitárias.
possam comprometer sua autonomia.
Possibilitar, de acordo com a necessidade e
Dessa forma, é fundamental que o processo conformação do território, através de
de trabalho na Atenção Básica se caracteriza pactuação e negociação entre gestão e
por: equipes, que o usuário possa ser atendido
fora de sua área de cobertura, mantendo o
I - Definição do território e Territorialização - diálogo e a informação com a equipe de
A gestão deve definir o território de referência.
responsabilidade de cada equipe, e esta deve
conhecer o território de atuação para II - Responsabilização Sanitária - Papel que as
programar suas ações de acordo com o perfil equipes devem assumir em seu território de
e as necessidades da comunidade, referência (adstrição), considerando questões
considerando diferentes elementos para a sanitárias, ambientais (desastres, controle da
cartografia: ambientais, históricos, água, solo, ar), epidemiológicas (surtos,
demográficos, geográficos, econômicos, epidemias, notificações, controle de agravos),
sanitários, sociais, culturais, etc. Importante culturais e socioeconômicas, contribuindo por
refazer ou complementar a territorialização meio de intervenções clínicas e sanitárias nos
sempre que necessário, já que o território é problemas de saúde da população com
vivo. Nesse processo, a Vigilância em Saúde residência fixa, os itinerantes (população em
(sanitária, ambiental, epidemiológica e do situação de rua, ciganos, circenses,
trabalhador) e a Promoção da Saúde se andarilhos, acampados, assentados, etc) ou
mostram como referenciais essenciais para a mesmo trabalhadores da área adstrita.
identificação da rede de causalidades e dos
elementos que exercem determinação sobre III - Porta de Entrada Preferencial - A
o processo saúde-doença, auxiliando na responsabilização é fundamental para a
percepção dos problemas de saúde da efetivação da Atenção Básica como contato e
população por parte da equipe e no porta de entrada preferencial da rede de
planejamento das estratégias de intervenção. atenção, primeiro atendimento às
238
urgências/emergências, acolhimento, evitar barreiras de acesso como o fechamento
organização do escopo de ações e do da unidade durante o horário de almoço ou
processo de trabalho de acordo com em períodos de férias, entre outros,
demandas e necessidades da população, impedindo ou restringindo a acesso da
através de estratégias diversas (protocolos e população. Destaca-se que horários
diretrizes clínicas, linhas de cuidado e fluxos alternativos de funcionamento que atendam
de encaminhamento para os outros pontos de expressamente a necessidade da população
atenção da RAS, etc). Caso o usuário acesse a podem ser pactuados através das instâncias
rede através de outro nível de atenção, ele de participação social e gestão local.
deve ser referenciado à Atenção Básica para
que siga sendo acompanhado, assegurando a Importante ressaltar também que para
continuidade do cuidado. garantia do acesso é necessário acolher e
resolver os agravos de maior incidência no
IV - Adscrição de usuários e desenvolvimento território e não apenas as ações
de relações de vínculo e responsabilização programáticas, garantindo um amplo escopo
entre a equipe e a população do seu território de ofertas nas unidades, de modo a
de atuação, de forma a facilitar a adesão do concentrar recursos e maximizar ofertas.
usuário ao cuidado compartilhado com a
equipe (vinculação de pessoas e/ou famílias e VI - O acolhimento deve estar presente em
grupos a profissionais/equipes, com o todas as relações de cuidado, nos encontros
objetivo de ser referência para o seu entre trabalhadores de saúde e usuários, nos
cuidado). atos de receber e escutar as pessoas, suas
necessidades, problematizando e
V - Acesso - A unidade de saúde deve acolher reconhecendo como legítimas, e realizando
todas as pessoas do seu território de avaliação de risco e vulnerabilidade das
referência, de modo universal e sem famílias daquele território, sendo que quanto
diferenciações excludentes. Acesso tem maior o grau de vulnerabilidade e risco,
relação com a capacidade do serviço em menor deverá ser a quantidade de pessoas
responder às necessidades de saúde da por equipe, com especial atenção para as
população (residente e itinerante). Isso condições crônicas.
implica dizer que as necessidades da
população devem ser o principal referencial Considera-se condição crônica aquela de
para a definição do escopo de ações e curso mais ou me-nos longo ou permanente
serviços a serem ofertados, para a forma que exige resposta e ações contínuas,
como esses serão organizados e para o todo proativas e integradas do sistema de atenção
o funcionamento da UBS, permitindo à saúde, dos profissionais de saúde e das
diferenciações de horário de atendimento pessoas usuárias para o seu controle efetivo,
(estendido, sábado, etc), formas de eficiente e com qualidade.
agendamento (por hora marcada, por
telefone, e-mail, etc), e outros, para assegurar Ressalta-se a importância de que o
o acesso. Pelo mesmo motivo, recomenda-se acolhimento aconteça durante todo o horário
de funcionamento da UBS, na organização
239
dos fluxos de usuários na unidade, no senhas em número limitado, nem é possível
estabelecimento de avaliações de risco e encaminhar todas as pessoas ao médico, aliás
vulnerabilidade, na definição de modelagens o acolhimento não deve se restringir à
de escuta (individual, coletiva, etc), na gestão triagem clínica. Organizar a partir do
das agendas de atendimento individual, nas acolhimento exige que a equipe reflita sobre
ofertas de cuidado multidisciplinar, etc. o conjunto de ofertas que ela tem
apresentado para lidar com as necessidades
A saber, o acolhimento à demanda de saúde da população e território. Para isso
espontânea na Atenção Básica pode se é importante que a equipe defina quais
constituir como: profissionais vão receber o usuário que
chega; como vai avaliar o risco e
a. Mecanismo de ampliação/facilitação do vulnerabilidade; fluxos e protocolos para
acesso - a equipe deve atender todos as encaminhamento; como organizar a agenda
pessoas que chegarem na UBS, conforme sua dos profissionais para o cuidado; etc.
necessidade, e não apenas determinados
grupos populacionais, ou agravos mais Destacam-se como importantes ações no
prevalentes e/ou fragmentados por ciclo de processo de avaliação de risco e
vida. Dessa forma a ampliação do acesso vulnerabilidade na Atenção Básica o
ocorre também contemplando a agenda Acolhimento com Classificação de Risco (a) e
programada e a demanda espontânea, a Estratificação de Risco (b).
abordando as situações con-forme suas
especificidades, dinâmicas e tempo. a) Acolhimento com Classificação de Risco:
escuta qualificada e comprometida com a
b. Postura, atitude e tecnologia do cuidado - avaliação do potencial de risco, agravo à
se estabelece nas relações entre as pessoas e saúde e grau de sofrimento dos usuários,
os trabalhadores, nos modos de escuta, na considerando dimensões de expressão (física,
maneira de lidar com o não previsto, nos psíquica, social, etc) e gravidade, que
modos de construção de vínculos possibilita priorizar os atendimentos a
(sensibilidade do trabalhador, eventos agudos (condições agudas e
posicionamento ético situacional), podendo agudizações de condições crônicas) conforme
facilitar a continuidade do cuidado ou a necessidade, a partir de critérios clínicos e
facilitando o acesso sobretudo para aqueles de vulnerabilidade disponíveis em diretrizes e
que procuram a UBS fora das consultas ou protocolos assistenciais definidos no SUS.
atividades agendadas.
O processo de trabalho das equipes deve
c. Dispositivo de (re)organização do processo estar organizado de modo a permitir que
de trabalho em equipe - a implantação do casos de urgência/emergência tenham
acolhimento pode provocar mudanças no prioridade no atendimento,
modo de organização das equipes, relação independentemente do número de consultas
entre trabalhadores e modo de cuidar. Para agendadas no período. Caberá à UBS prover
acolher a demanda espontânea com atendimento adequado à situação e dar
equidade e qualidade, não basta distribuir
240
suporte até que os usuários sejam acolhidos de acordo com a complexidade da condição
em outros pontos de atenção da RAS. crônica de saúde, com o objetivo de
diferenciar o cuidado clínico e os fluxos que
As informações obtidas no acolhimento com cada usuário deve seguir na Rede de Atenção
classificação de risco deverão ser registradas à Saúde para um cuidado integral.
em prontuário do cidadão (físico ou
preferencialmente eletrônico). A estratificação de risco da população
adscrita a determinada UBS é fundamental
Os desfechos do acolhimento com para que a equipe de saúde organize as ações
classificação de risco poderão ser definidos que devem ser oferecidas a cada grupo ou
como: 1- consulta ou procedimento imediato; estrato de risco/vulnerabilidade, levando em
consideração a necessidade e adesão dos
1. consulta ou procedimento em horário usuários, bem como a racionalidade dos
disponível no mesmo dia; recursos disponíveis nos serviços de saúde.

2. agendamento de consulta ou VII - Trabalho em Equipe Multiprofissional -


procedimento em data futura, para usuário Considerando a diversidade e complexidade
do território; das situações com as quais a Atenção Básica
lida, um atendimento integral requer a
3. procedimento para resolução de demanda
presença de diferentes formações
simples prevista em protocolo, como
profissionais trabalhando com ações
renovação de receitas para pessoas com
compartilhadas, assim como, com processo
condições crônicas, condições clínicas
interdisciplinar centrado no usuário,
estáveis ou solicitação de exames para o
incorporando práticas de vigilância,
seguimento de linha de cuidado bem
promoção e assistência à saúde, bem como
definida;
matriciamento ao processo de trabalho
cotidiano. É possível integrar também
4. encaminhamento a outro ponto de atenção
profissionais de outros níveis de atenção.
da RAS, mediante contato prévio, respeitado
o protocolo aplicável; e
VIII - Resolutividade - Capacidade de
identificar e intervir nos riscos, necessidades
5. orientação sobre territorialização e fluxos
e demandas de saúde da população,
da RAS, com indicação específica do serviço
atingindo a solução de problemas de saúde
de saúde que deve ser procurado, no
dos usuários. A equipe deve ser resolutiva
município ou fora dele, nas demandas em que
desde o contato inicial, até demais ações e
a classificação de risco não exija atendimento
serviços da AB de que o usuário necessite.
no momento da procura do serviço.
Para tanto, é preciso garantir amplo escopo
b) Estratificação de risco: É o processo pelo de ofertas e abordagens de cuidado, de
qual se utiliza critérios clínicos, sociais, modo a concentrar recursos, maximizar as
econômicos, familiares e outros, com base em ofertas e melhorar o cuidado, encaminhando
diretrizes clínicas, para identificar subgrupos de forma qualificada o usuário que necessite
de atendimento especializado. Isso inclui o
241
uso de diferentes tecnologias e abordagens cuidado à saúde, estabelecendo articulação
de cuidado individual e coletivo, por meio de orgânica com o conjunto da rede de atenção
habilidades das equipes de saúde para a à saúde. Para o alcance da integralidade do
promoção da saúde, prevenção de doenças e cuidado, a equipe deve ter noção sobre a
agravos, proteção e recuperação da saúde, e ampliação da clínica, o conhecimento sobre a
redução de danos. Importante promover o realidade local, o trabalho em equipe
uso de ferramentas que apoiem e qualifiquem multiprofissional e transdisciplinar, e a ação
o cuidado realizado pelas equipes, como as intersetorial.
ferramentas da clínica ampliada, gestão da
clínica e promoção da saúde, para ampliação Para isso pode ser necessário realizar de
da resolutividade e abrangência da AB. ações de atenção à saúde nos
estabelecimentos de Atenção Básica à saúde,
Entende-se por ferramentas de Gestão da no domicílio, em locais do território (salões
Clínica um con-junto de tecnologias de comunitários, escolas, creches, praças, etc.) e
microgestão do cuidado destinado a outros espaços que comportem a ação
promover uma atenção à saúde de qualidade, planejada.
como protocolos e diretrizes clínicas, planos
de ação, linhas de cuidado, projetos IX - Realização de ações de atenção domiciliar
terapêuticos singulares, genograma, destinada a usuários que possuam problemas
ecomapa, gestão de listas de espera, de saúde controlados/compensados e com
auditoria clínica, indicadores de cuidado, dificuldade ou impossibilidade física de
entre outras. Para a utilização dessas locomoção até uma Unidade Básica de
ferramentas, deve-se considerar a clínica Saúde, que necessitam de cuidados com
centrada nas pessoas; efetiva, estruturada menor frequência e menor necessidade de
com base em evidências científicas; segura, recursos de saúde, para famílias e/ou pessoas
que não cause danos às pessoas e aos para busca ativa, ações de vigilância em
profissionais de saúde; eficiente, oportuna, saúde e realizar o cuidado compartilhado com
prestada no tempo certo; equitativa, de as equipes de atenção domiciliar nos casos de
forma a reduzir as desigualdades e que a maior complexidade.
oferta do atendimento se dê de forma
humanizada. X - Programação e implementação das
atividades de atenção à saúde de acordo com
VIII - Promover atenção integral, contínua e as necessidades de saúde da população, com
organizada à população adscrita, com base a priorização de intervenções clínicas e
nas necessidades sociais e de saúde, através sanitárias nos problemas de saúde segundo
do estabelecimento de ações de critérios de frequência, risco, vulnerabilidade
continuidade informacional, interpessoal e e resiliência. Inclui-se aqui o planejamento e
longitudinal com a população. A Atenção organização da agenda de trabalho
Básica deve buscar a atenção integral e de compartilhada de todos os profissionais, e
qualidade, resolutiva e que contribua para o recomenda- se evitar a divisão de agenda
fortalecimento da autonomia das pessoas no segundo critérios de problemas de saúde,
ciclos de vida, gênero e patologias
242
dificultando o acesso dos usuários. derivados; enfrentamento do uso abusivo de
Recomenda-se a utilização de instrumentos álcool; promoção da redução de danos;
de planejamento estratégico situacional em promoção da mobilidade segura e
saúde, que seja ascendente e envolva a sustentável; promoção da cultura de paz e de
participação popular (gestores, trabalhadores direitos humanos; promoção do
e usuários). desenvolvimento sustentável.

XI - Implementação da Promoção da Saúde XII - Desenvolvimento de ações de prevenção


como um princípio para o cuidado em saúde, de doenças e agravos em todos os níveis de
entendendo que, além da sua importância acepção deste termo (primária, secundária,
para o olhar sobre o território e o perfil das terciária e quartenária), que priorizem
pessoas, considerando a determinação social determinados perfis epidemiológicos e os
dos processos saúde-doença para o fatores de risco clínicos, comportamentais,
planejamento das intervenções da equipe, alimentares e/ou ambientais, bem como
contribui também para a qualificação e aqueles determinados pela produção e
diversificação das ofertas de cuidado. A partir circulação de bens, prestação de serviços de
do respeito à autonomia dos usuários, é interesse da saúde, ambientes e processos de
possível estimular formas de andar a vida e trabalho. A finalidade dessas ações é prevenir
comportamentos com prazer que o aparecimento ou a persistência de doenças,
permaneçam dentro de certos limites agravos e complicações preveníveis, evitar
sensíveis entre a saúde e a doença, o saudável intervenções desnecessárias e iatrogênicas e
e o prejudicial, que sejam singulares e viáveis ainda estimular o uso racional de
para cada pessoa. Ainda, numa acepção mais medicamentos.
ampla, é possível estimular a transformação
das condições de vida e saúde de indivíduos Para tanto é fundamental a integração do
e coletivos, através de estratégias transversais trabalho entre Atenção Básica e Vigilância em
que estimulem a aquisição de novas atitudes Saúde, que é um processo contínuo e
entre as pessoas, favorecendo mudanças para sistemático de coleta, consolidação, análise e
modos de vida mais saudáveis e sustentáveis. disseminação de dados sobre eventos
relacionados à saúde, visando ao
Embora seja recomendado que as ações de planejamento e a implementação de medidas
promoção da saúde estejam pautadas nas de saúde pública para a proteção da saúde da
necessidades e demandas singulares do população, a prevenção e controle de riscos,
território de atuação da AB, denotando uma agravos e doenças, bem como para a
ampla possibilidade de temas para atuação, promoção da saúde.
destacam-se alguns de relevância geral na
população brasileira, que devem ser As ações de Vigilância em Saúde estão
considerados na abordagem da Promoção da inseridas nas atribuições de todos os
Saúde na AB: alimentação adequada e profissionais da Atenção Básica e envolvem
saudável; práticas corporais e atividade física; práticas e processos de trabalho voltados
enfrentamento do uso do tabaco e seus para:

243
a. vigilância da situação de saúde da A coordenação deve ser realizada por
população, com análises que subsidiem o profissionais de nível superior das equipes
planejamento, estabelecimento de que atuam na Atenção Básica.
prioridades e estratégias, monitoramento e
avaliação das ações de saúde pública; XIII - Desenvolvimento de ações educativas
por parte das equipes que atuam na AB,
b. detecção oportuna e adoção de medidas devem ser sistematizadas de forma que
adequadas para a resposta de saúde pública; possam interferir no processo de saúde-
doença da população, no desenvolvimento
c. vigilância, prevenção e controle das de autonomia, individual e coletiva, e na
doenças transmissíveis; e busca por qualidade de vida e promoção do
autocuidado pelos usuários.
d. vigilância das violências, das doenças
crônicas não transmissíveis e acidentes. XIV - Desenvolver ações intersetoriais, em
interlocução com escolas, equipamentos do
A AB e a Vigilância em Saúde deverão SUAS, associações de moradores,
desenvolver ações integradas visando à equipamentos de segurança, entre outros,
promoção da saúde e prevenção de doenças que tenham relevância na comunidade,
nos territórios sob sua responsabilidade. integrando projetos e redes de apoio social,
Todos profissionais de saúde deverão realizar voltados para o desenvolvimento de uma
a notificação compulsória e conduzir a atenção integral;
investigação dos casos suspeitos ou
confirmados de doenças, agravos e outros XV - Implementação de diretrizes de
eventos de relevância para a saúde pública, qualificação dos modelos de atenção e
conforme protocolos e normas vigentes. gestão, tais como, a participação coletiva nos
processos de gestão, a valorização, fomento
Compete à gestão municipal reorganizar o a autonomia e protagonismo dos diferentes
território, e os processos de trabalho de sujeitos implicados na produção de saúde,
acordo com a realidade local. autocuidado apoiado, o compromisso com a
ambiência e com as condições de trabalho e
A integração das ações de Vigilância em
cuidado, a constituição de vínculos solidários,
Saúde com Atenção Básica, pressupõe a
a identificação das necessidades sociais e
reorganização dos processos de trabalho da
organização do serviço em função delas,
equipe, a integração das bases territoriais
entre outras;
(território único), preferencialmente e
rediscutir as ações e atividades dos agentes XVI - Participação do planejamento local de
comunitários de saúde e do agentes de saúde, assim como do monitoramento e a
combate às endemias, com definição de avaliação das ações na sua equipe, unidade e
papéis e responsabilidades. município; visando à readequação do
processo de trabalho e do planejamento
frente às necessidades, realidade,
dificuldades e possibilidades analisadas.
244
O planejamento ascendente das ações de trabalhadores e da comunidade nas reuniões
saúde deverá ser elaborado de forma dos conselhos locais e municipal; e
integrada nos âmbitos das equipes, dos
municípios, das regiões de saúde e do Distrito XIX - Formação e Educação Permanente em
Federal, partindo-se do reconhecimento das Saúde, como parte do processo de trabalho
realidades presentes no território que das equipes que atuam na Atenção Básica.
influenciam a saúde, condicionando as ofertas Considera-se Educação Permanente em
da Rede de Atenção Saúde de acordo com a Saúde (EPS) a aprendizagem que se
necessidade/demanda da população, com desenvolve no trabalho, onde o aprender e o
base em parâmetros estabelecidos em ensinar se incorporam ao cotidiano das
evidências científicas, situação organizações e do trabalho, baseandose na
epidemiológica, áreas de risco e aprendizagem significativa e na possibilidade
vulnerabilidade do território adscrito. de transformar as práticas dos trabalhadores
da saúde. Nesse contexto, é importante que
As ações em saúde planejadas e propostas a EPS se desenvolva essencialmente em
pelas equipes deverão considerar o elenco de espaços institucionalizados, que sejam parte
oferta de ações e de serviços prestados na do cotidiano das equipes (reuniões, fóruns
AB, os indicadores e parâmetros, pactuados territoriais, entre outros), devendo ter espaço
no âmbito do SUS. garantido na carga horária dos trabalhadores
e contemplar a qualificação de todos da
As equipes que atuam na AB deverão manter equipe multiprofissional, bem como os
atualizadas as informações para construção gestores.
dos indicadores estabelecidos pela gestão,
com base nos parâmetros pactuados Algumas estratégias podem se aliar a esses
alimentando, de forma digital, o sistema de espaços institucionais em que equipe e
informação de Atenção Básica vigente; gestores refletem, aprendem e trans-formam
os processos de trabalho no dia-a-dia, de
XVII - Implantar estratégias de Segurança do modo a potencializá-los, tais como
Paciente na AB, estimulando prática Cooperação Horizontal, Apoio Institucional,
assistencial segura, envolvendo os pacientes Tele Educação, Formação em Saúde.
na segurança, criando mecanismos para evitar
erros, garantir o cui-dado centrado na pessoa, Entende-se que o apoio institucional deve ser
realizando planos locais de segurança do pensado como uma função gerencial que
paciente, fornecendo melhoria contínua busca a reformulação do modo tradicional de
relacionando a identificação, a prevenção, a se fazer coordenação, planejamento,
detecção e a redução de riscos. supervisão e avaliação em saúde. Ele deve
assumir como objetivo a mudança nas
XVIII - Apoio às estratégias de fortalecimento organizações, tomando como matéria-prima
da gestão local e do controle social, os problemas e tensões do cotidiano Nesse
participando dos conselhos locais de saúde sentido, pressupõe-se o esforço de
de sua área de abrangência, assim como, transformar os modelos de gestão
articular e incentivar a participação dos verticalizados em relações horizontais que
245
ampliem a democratização, autonomia e 6. DO FINANCIAMENTO DAS AÇÕES DE
compromisso dos trabalhadores e gestores, ATENÇÃO BÁSICA
baseados em relações contínuas e solidárias.
O financiamento da Atenção Básica deve ser
A Formação em Saúde, desenvolvida por tripartite e com detalhamento apresentado
meio da relação entre trabalhadores da AB no pelo Plano Municipal de Saúde garantido nos
território (estágios de graduação e instrumentos conforme especificado no Plano
residências, projetos de pesquisa e extensão, Nacional, Estadual e Municipal de gestão do
entre outros), beneficiam AB e instituições de SUS. No âmbito federal, o montante de
ensino e pesquisa, trabalhadores, docentes e recursos financeiros destinados à viabilização
discentes e, acima de tudo, a população, com de ações de Atenção Básica à saúde compõe
profissionais de saúde mais qualificados para o bloco de financiamento de Atenção Básica
a atuação e com a produção de (Bloco AB) e parte do bloco de financiamento
conhecimento na AB. Para o fortalecimento de investimento e seus recursos deverão ser
da integração entre ensino, serviços e utilizados para financiamento das ações de
comunidade no âmbito do SUS, destaca-se a Atenção Básica.
estratégia de celebração de instrumentos
contratuais entre instituições de ensino e Os repasses dos recursos da AB aos
serviço, como forma de garantir o acesso a municípios são efetuados em conta aberta
todos os estabelecimentos de saúde sob a especificamente para este fim, de acordo com
responsabilidade do gestor da área de saúde a normatização geral de transferências de
como cenário de práticas para a formação no recursos fundo a fundo do Ministério da
âmbito da graduação e da residência em Saúde com o objetivo de facilitar o
saúde no SUS, bem como de estabelecer acompanhamento pelos Conselhos de Saúde
atribuições das partes relacionadas ao no âmbito dos municípios, dos estados e do
funcionamento da integração ensino-serviço- Distrito Federal.
comunidade.
O financiamento federal para as ações de
Além dessas ações que se desenvolvem no Atenção Básica deverá ser composto por:
cotidiano das equipes, de forma
complementar, é possível oportunizar I - Recursos per capita; que levem em
processos formativos com tempo definido, no consideração aspectos sociodemográficos e
intuito de desenvolver reflexões, epidemiológicos;
conhecimentos, competências, habilidades e
II - Recursos que estão condicionados à
atitudes específicas, através dos processos de
implantação de estratégias e programas da
Educação Continuada, igualmente como
Atenção Básica, tais como os recursos
estratégia para a qualificação da AB. As
específicos para os municípios que
ofertas educacionais devem, de todo modo,
implantarem, as equipes de Saúde da Família
ser indissociadas das temáticas relevantes
(eSF), as equipes de Atenção Básica (eAB), as
para a Atenção Básica e da dinâmica
equipes de Saúde Bucal (eSB), de Agentes
cotidiana de trabalho dos profissionais.
Comunitários de Saúde (EACS), dos Núcleos
246
Ampliado de Saúde da Família e Atenção 1. Equipe de Saúde da Família (eSF): os
Básica (Nasf-AB), dos Consultórios na Rua valores dos incentivos financeiros para as
(eCR), de Saúde da Família Fluviais (eSFF) e equipes de Saúde da Família implantadas
Ribeirinhas (eSFR) e Programa Saúde na serão prioritário e superior, transferidos a
Escola e Programa Academia da Saúde; cada mês, tendo como base o número de
equipe de Saúde da Família (eSF) registrados
III - Recursos condicionados à abrangência da no sistema de Cadastro Nacional vigente no
oferta de ações e serviços; mês anterior ao da respectiva competência
financeira.
IV - Recursos condicionados ao desempenho
dos serviços de Atenção Básica com O valor do repasse mensal dos recursos para
parâmetros, aplicação e comparabilidade o custeio das equipes de Saúde da Família
nacional, tal como o Programa de Melhoria de será publicado em portaria específica
Acesso e Qualidade;
2. Equipe de Atenção Básica (eAB): os valores
V - Recursos de investimento; dos incentivos financeiros para as equipes de
Atenção Básica (eAB) implantadas serão
Os critérios de alocação dos recursos da AB transferidos a cada mês, tendo como base o
deverão se ajustar conforme a número de equipe de Atenção Básica (eAB)
regulamentação de transferência de recursos registrados no Sistema de Cadastro Nacional
federais para o financiamento das ações e de Estabelecimentos de Saúde vigente no
serviços públicos de saúde no âmbito do SUS, mês anterior ao da respectiva competência
respeitando especificidades locais, e critério financeira.
definido na LC 141/2012.
O percentual de financiamento das equipes
I - Recurso per capita: de Atenção Básica (eAB), será definido pelo
Ministério da Saúde, a depender da
O recurso per capita será transferido
disponibilidade orçamentária e demanda de
mensalmente, de forma regular e automática,
credenciamento.
do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos
Municipais de Saúde e do Distrito Federal 1. Equipe de Saúde Bucal (eSB): Os valores
com base num valor multiplicado pela dos incentivos financeiros quando as equipes
população do Município. de Saúde da Família (eSF) e/ou Atenção
Básica (eAB) forem compostas por
A população de cada município e do Distrito
profissionais de Saúde Bucal, serão
Federal será a população definida pelo IBGE
transferidos a cada mês, o valor
e publicada em portaria específica pelo
correspondente a modalidade, tendo como
Ministério da Saúde.
base o número de equipe de Saúde Bucal
(eSB) registrados no Sistema de Cadastro
II - Recursos que estão condicionados à
Nacional de Estabelecimentos de Saúde
implantação de estratégias e programas da
vigente no mês anterior ao da respectiva
Atenção Básica
competência financeira.
247
1. O repasse mensal dos recursos para o Programa de Construção de Unidades Básicas
custeio das Equipes de Saúde Bucal será de Saúde Fluviais.
publicado em portaria específica.
4.3. Equipes Consultório na Rua (eCR)
1. Equipe Saúde da Família comunidades
Ribeirinhas e Fluviais Os valores do incentivo financeiro para as
equipes dos Consultórios na Rua (eCR)
4.1. Equipes Saúde da Família Ribeirinhas implantadas serão transferidos a cada mês,
(eSFR): os valores dos incentivos financeiros tendo como base a modalidade e o número
para as equipes de Saúde da Família de equipes cadastradas no sistema de
Ribeirinhas (eSFR) implantadas serão Cadastro Nacional vigente no mês anterior ao
transferidos a cada mês, tendo como base o da respectiva competência financeira.
número de equipe de Saúde da Família
Ribeirinhas (eSFR) registrados no sistema de Os valores do repasse mensal que as equipes
Cadastro Nacional vigente no mês anterior ao dos Consultórios na Rua (eCR) farão jus será
da respectiva competência financeira. definido em portaria específica.

O valor do repasse mensal dos recursos para 5. Núcleo Ampliado de Saúde da Família e
o custeio das equipes de Saúde da Família Atenção Básica (NASF-AB) O valor do
Ribeirinhas (eSFR) será publicado em portaria incentivo federal para o custeio de cada
específica e poderá ser agregado um valor NASFAB, dependerá da sua modalidade (1, 2
nos casos em que a equipe necessite de ou 3) e será determinado em portaria
transporte fluvial para acessar as específica. Os valores dos incentivos
comunidades ribeirinhas adscritas para financeiros para os NASF-AB implantados
execução de suas atividades. serão transferidos a cada mês, tendo como
base o número de NASF-AB cadastrados no
4.2. Equipes de Saúde da Família Fluviais SCNES vigente.
(eSFF): os valores dos incentivos financeiros
para as equipes de Saúde da Família Fluviais 6. Estratégia de Agentes Comunitários de
(eSFF) implantadas serão transferidos a cada Saúde (ACS)
mês, tendo como base o número de Unidades
Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) registrados Os valores dos incentivos financeiros para as
no sistema de Cadastro Nacional vigente no equipes de ACS (EACS) implantadas são
mês anterior ao da respectiva competência transferidos a cada mês, tendo como base o
financeira. número de Agentes Comunitários de Saúde
(ACS), registrados no sistema de Cadastro
O valor do repasse mensal dos recursos para Nacional vigente no mês anterior ao da
o custeio das Unidades Básicas de Saúde respectiva competência financeira. Será
Fluviais será publicado em portaria específica. repassada uma parcela extra, no último
Assim como, os critérios mínimos para o trimestre de cada ano, cujo valor será
custeio das Unidades preexistentes ao calculado com base no número de Agentes
Comunitários de Saúde, registrados no
248
cadastro de equipes e profissionais do fundo devem estar inseridas no plano de
SCNES, no mês de agosto do ano vigente. saúde e programação anual.

A efetivação da transferência dos recursos II - Após o recebimento da proposta do


financeiros descritos no item B tem por base projeto de credenciamento das eABs, as
os dados de alimentação obrigatória do Secretarias Estaduais de Saúde, conforme
Sistema de Cadastro Nacional de prazo a ser publicado em portaria específica,
Estabelecimentos de Saúde, cuja deverão realizar:
responsabilidade de manutenção e
atualização é dos gestores dos estados, do a. Análise e posterior encaminhamento das
Distrito Federal e dos municípios, estes propostas para aprovação da Comissão
devem transferir os dados mensalmente, para Intergestores Bipartite (CIB); e
o Ministério da Saúde, de acordo com o
cronograma definido anualmente pelo b. após aprovação na CIB, encaminhar, ao
SCNES. Ministério da Saúde, a Resolução com o
número de equipes por estratégia e
III - Do credenciamento modalidades, que pleiteiam recebimento de
incentivos financeiros da atenção básica.
Para a solicitação de credenciamento dos
Serviços e de todas as equipes que atuam na Parágrafo único: No caso do Distrito Federal
Atenção Básica, pelos Municípios e Distrito a proposta de projeto de credenciamento das
Federal, deve-se obedecer aos seguintes equipes que atuam na Atenção Básica deverá
critérios: ser diretamente encaminhada ao
Departamento de Atenção Básica do
I - Elaboração da proposta de projeto de Ministério da Saúde.
credenciamento das equipes que atuam na
Atenção Básica, pelos Municípios/Distrito III - O Ministério da Saúde realizará análise do
Federal; pleito da Resolução CIB ou do Distrito
Federal de acordo com o teto de equipes,
a. O Ministério da Saúde disponibilizará um critérios técnicos e disponibilidade
Manual com as orientações para a elaboração orçamentária; e
da proposta de projeto, considerando as
diretrizes da Atenção Básica; IV - Após a publicação de Portaria de
credenciamento das novas equipes no Diário
b. A proposta do projeto de credenciamento Oficial da União, a gestão municipal deverá
das equipes que atuam na Atenção Básica cadastrar a(s) equipe(s) no Sistema de
deverá estar aprovada pelo respectivo Cadastro Nacional de Estabelecimento de
Conselho de Saúde Municipal ou Conselho de Saúde , num prazo máximo de 4 (quatro)
Saúde do Distrito Federal; e meses, a contar a partir da data de publicação
da referida Portaria, sob pena de
c. As equipes que atuam na Atenção Básica descredenciamento da(s) equipe(s) caso esse
que receberão incentivo de custeio fundo a prazo não seja cumprido.
249
Para recebimento dos incentivos referentes às equipes e aos serviços citados
correspondentes às equipes que atuam na acima, nos casos em que forem constatadas,
Atenção Básica, efetivamente credenciadas por meio do monitoramento e/ou da
em portaria e cadastradas no Sistema de supervisão direta do Ministério da Saúde ou
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de da Secretaria Estadual de Saúde ou por
Saúde, os Municípios/Distrito Federal, auditoria do DENASUS ou dos órgãos de
deverão alimentar os dados no sistema de controle competentes, qualquer uma das
informação da Atenção Básica vigente, seguintes situações:
comprovando, obrigatoriamente, o início e
execução das atividades. I - inexistência de unidade básica de saúde
cadastrada para o trabalho das equipes e/ou;
1. Suspensão do repasse de recursos do
Bloco da Atenção Básica II - ausência, por um período superior a 60
dias, de qualquer um dos profissionais que
O Ministério da Saúde suspenderá o repasse compõem as equipes descritas no item B,
de recursos da Atenção Básica aos municípios com exceção dos períodos em que a
e ao Distrito Federal, quando: contratação de profissionais esteja impedida
por legislação específica, e/ou;
I - Não houver alimentação regular, por parte
dos municípios e do Distrito Federal, dos III - descumprimento da carga horária mínima
bancos de dados nacionais de informação, prevista para os profissionais das equipes; e <
como: >- ausência de alimentação regular de dados
no Sistema de Informação da Atenção Básica
a. inconsistência no Sistema de Cadastro vigente.
Nacional de Estabelecimentos de Saúde
(SCNES) por duplicidade de profissional, Especificamente para as equipes de saúde da
ausência de profissional da equipe mínima ou família (eSF) e equipes de Atenção Básica
erro no registro, con-forme normatização (eAB) com os profissionais de saúde bucal.
vigente; e
As equipes de Saúde da Família (eSF) e
b. não envio de informação (produção) por equipes de Atenção Básica (eAB) que
meio de Sistema de Informação da Atenção sofrerem suspensão de recurso, por falta de
Básica vigente por três meses consecutivos, pro-fissional conforme previsto acima,
conforme normativas específicas. poderão manter os incentivos financeiros
específicos para saúde bucal, conforme
- identificado, por meio de auditoria federal, modalidade de implantação.
estadual e municipal, malversação ou desvio
de finalidade na utilização dos recursos. Parágrafo único: A suspensão será mantida
até a adequação das irregularidades
Sobre a suspensão do repasse dos recursos identificadas.
referentes ao item II: O Ministério da Saúde
suspenderá os repasses dos incentivos

250
6.2-Solicitação de crédito retroativo dos deverá ser encaminhado diretamente ao
recursos suspensos DAB/SAS/MS.

Considerando a ocorrência de problemas na O DAB/SAS/MS procederá à análise das


alimentação do SCNES e do sistema de solicitações recebidas, verificando a
informação vigente, por parte dos estados, adequação da documentação enviada e dos
Distrito Federal e dos municípios, o Ministério sistemas de informação vigentes (SCNES e/ou
da Saúde poderá efetuar crédito retroativo SISAB), bem como a pertinência da
dos incentivos financeiros deste recurso justificativa do gestor, para deferimento ou
variável. A solicitação de retroativo será válida não da solicitação.
para análise desde que a mesma ocorra em
até 6 meses após a competência financeira de
suspensão. Para solicitar os créditos
retroativos, os municípios e o Distrito Federal Resolução do Conselho
deverão: Nacional de Saúde nº 553, de 09
de agosto de 2017
- preencher o formulário de solicitação,
conforme será disponibilizado em manual O Plenário do Conselho Nacional de Saúde,
específico;- realizar as adequações em sua 61ª Reunião Extraordinária, realizada
necessárias nos sistemas vigentes (SCNES no dia 9 de agosto de 2017, no uso de suas
e/ou SISAB) que justifiquem o pleito de atribuições conferidas pela Lei nº 8.080, de 19
retroativo; e-enviar ofício à Secretaria de de setembro de 1990, pela Lei nº 8.142, de 28
Saúde de seu estado, pleiteando o crédito de dezembro de 1990 e pelo Decreto nº
retroativo , acompanhado do anexo referido 5.839, de 11 de julho de 2006, cumprindo as
no item I e documentação necessária a disposições da Constituição da República
depender do motivo da suspensão.Parágrafo Federativa do Brasil de 1988, da legislação
único: as orientações sobre a documentação brasileira correlata; e
a ser encaminhada na solicitação de
retroativo constarão em manual específico a Considerando a necessidade de atualização
ser publicado. da Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde,
publicada por meio da Portaria nº 1.820, de
As Secretarias Estaduais de Saúde, após 13 de agosto de 2009, a partir da legislação e
analisarem a documentação recebida dos avanços do Sistema Único de Saúde (SUS);
municípios, deverão encaminhar ao
Departamento de Atenção Básica da Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de
Secretaria de Atenção à Saúde, Ministério da setembro de 1990, que dispõe sobre as
Saúde (DAB/SAS/MS), a solicitação de condições para a promoção, a proteção e a
complementação de crédito dos incentivos recuperação da saúde a organização e
tratados nesta Portaria, acompanhada dos funcionamento dos serviços
documentos referidos nos itens I e II. Nos correspondentes;
casos em que o solicitante de crédito
retroativo for o Distrito Federal, o ofício
251
Considerando a Lei nº 8.142, de 28 de de Humanização da Atenção e da Gestão do
dezembro de 1990, que dispõe sobre a SUS, de 2003;
participação da comunidade na gestão do
SUS; Considerando a Lei nº 9.836, de 23 de Considerando a Política Nacional de Gestão
setembro de 1999, que acrescenta Estratégica e Participativa no SUS, Portaria nº
dispositivos à Lei nº 8.080, de 19 de setembro 3.027, de 26 de novembro de 2007;
de 1990, que institui o Subsistema de Considerando a Política Nacional de
Atenção à Saúde Indígena; Educação Popular em Saúde no âmbito do
SUS (PNEPS-SUS), Portaria nº 2.761, de 19 de
Considerando a Lei nº 13.146, de 06 de julho novembro de 2013;
de 2015, que institui a Lei Brasileira de
Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto Considerando a Política Nacional de
da Pessoa com Deficiência); Educação Permanente para o Controle Social
no SUS, Resolução CNS nº 363, de 11 de
Considerando a Lei nº 12.527 (Lei de Acesso agosto de 2006; Considerando a Portaria nº
à Informação), de 18 de novembro de 2011; 971/GM/MS, de 3 de maio de 2006, que
Considerando a Lei nº 13.460, de 26 de junho aprova a Política Nacional de Práticas
de 2017, que dispõe sobre a participação, a Integrativas e Complementares no SUS
proteção e a defesa dos direitos do usuário (PNPIC);
dos serviços públicos da administração
pública; Considerando as diretrizes estabelecidas nas
Conferências de Saúde, nas esferas
Considerando o Decreto nº 6.040, de 07 de Municipal, Estadual e Nacional, e no
fevereiro de 2007, que institui a Política Conselho Nacional de Saúde, em defesa do
Nacional de Desenvolvimento Sustentável SUS e dos seus princípios;
dos Povos e Comunidades Tradicionais;
Considerando as proposições do Grupo de
Considerando a Portaria nº 992, de 13 de Trabalho do Conselho Nacional de Saúde,
maio de 2009, que institui a Política Nacional que elaborou propostas e sistematizou as
de Saúde Integral da População Negra; contribuições da Consulta à Sociedade,
realizada de maio a junho de 2017, para
Considerando a Portaria nº 2.836, de 1º de atualização da Carta dos Direitos dos
dezembro de 2011, que institui a Política Usuários da Saúde; e Considerando que
Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, compete ao Conselho Nacional de Saúde o
Bissexuais, Travestis e Transexuais; fortalecimento da participação e do controle
social no SUS (artigo 10, IX da Resolução nº
Considerando a Portaria nº 2.866, de 02 de 407, de 12 de setembro de 2008).
dezembro de 2011, que institui a Política
Nacional de Saúde Integral das Populações Resolve: Aprovar a atualização da Carta dos
do Campo e da Floresta; Considerando as Direitos e Deveres da Pessoa Usuária da
Diretrizes estabelecidas na Política Nacional Saúde, que dispõe sobre as diretrizes dos
Direitos e Deveres da Pessoa Usuária da
252
Saúde anexa a esta Resolução. RONALD f) educação baseada nos princípios dos
FERREIRA DOS SANTOS Presidente do Direitos Humanos;
Conselho Nacional de Saúde Homologo a
Resolução CNS nº 553, de 9 de agosto de g) trabalho digno; e
2017, com base no Decreto de Delegação de
Competência de 12 de novembro de 1991. h) acesso à moradia, transporte, lazer,
segurança pública e previdência social.
RICARDO BARROS Ministro de Estado da
Saúde §1º O acesso se dará preferencialmente nos
serviços de Atenção Básica.
ANEXO DA RESOLUÇÃO Nº 553, DE 9 DE
AGOSTO DE 2017 §2º Nas situações de urgência e emergência,
qualquer serviço de saúde deve receber e
Primeira diretriz: toda pessoa tem direito, em cuidar da pessoa bem como encaminhá-la
tempo hábil, ao acesso a bens e serviços para outro serviço no caso de necessidade.
ordenados e organizados para garantia da
promoção, prevenção, proteção, tratamento §3º Em caso de risco de vida ou lesão grave,
e recuperação da saúde. deverá ser assegurada a remoção do usuário,
em tempo hábil e em condições seguras para
I - Cada pessoa possui direito de ser acolhida um serviço de saúde com capacidade para
no momento em que chegar ao serviço e resolver seu tipo de problema.
conforme sua necessidade de saúde e
especificidade, independentemente de §4º O encaminhamento às especialidades e
senhas ou procedimentos burocráticos, aos hospitais, pela Atenção Básica, será
respeitando as prioridades garantidas em Lei. estabelecido em função da necessidade de
saúde e indicação clínica, levando-se em
II - A promoção e a proteção da saúde devem conta a gravidade do problema a ser
estar relacionadas com as condições sociais, analisado pelas centrais de regulação, com
culturais e econômicas das pessoas, incluídos transparência. §5º Quando houver alguma
aspectos como: dificuldade temporária para atender as
pessoas é da responsabilidade da direção e
a) segurança alimentar e nutricional; da equipe do serviço, acolher, dar
informações claras e encaminhá-las sem
b) saneamento básico e ambiental; discriminação e privilégios. Segunda diretriz:
toda pessoa tem direito ao atendimento
c) tratamento às doenças negligenciadas integral, aos procedimentos adequados e em
conforme cada região do País; tempo hábil a resolver o seu problema de
saúde, de forma ética e humanizada.
d) iniciativas de combate às endemias e
Parágrafo único. É direito da pessoa ter
doenças transmissíveis;
atendimento adequado, inclusivo e acessível,
com qualidade, no tempo certo e com
e) combate a todas as formas de violência e
discriminação;
253
garantia de continuidade do tratamento, e i) partes do corpo afetadas pelos
para isso deve ser assegurado: procedimentos, instrumental a ser utilizado,
efeitos colaterais, riscos ou consequências
I - atendimento ágil, com estratégias para indesejáveis;
evitar o agravamento, com tecnologia
apropriada, por equipe multiprofissional j) duração prevista dos procedimentos e
capacitada e com condições adequadas de tempo de recuperação;
atendimento;
k) evolução provável do problema de saúde;
II - disponibilidade contínua e acesso a bens e
serviços de imunização conforme calendário e l) informações sobre o custo das intervenções
especificidades regionais; das quais a pessoa se beneficiou; m) outras
informações que forem necessárias;
II - espaços de diálogo entre usuários e
profissionais da saúde, gestores e defensoria I - que toda pessoa tem o direito de decidir
pública sobre diferentes formas de se seus familiares e acompanhantes deverão
tratamentos possíveis. ser informados sobre seu estado de saúde;

III - informações sobre o seu estado de saúde, II - o registro atualizado e legível no


de forma objetiva, respeitosa, compreensível, prontuário, das seguintes informações:
e em linguagem adequada a atender a
necessidade da usuária e do usuário, quanto a) motivo do atendimento ou internação;
a:
b) dados de observação e da evolução clínica;
a) possíveis diagnósticos;
c) prescrição terapêutica;
b) diagnósticos confirmados;
d) avaliações dos profissionais da equipe;
c) resultados dos exames realizados;
e) procedimentos e cuidados de
d) tipos de exames solicitados, as justificativas enfermagem;
e riscos;
f) quando for o caso, procedimentos
e) objetivos, riscos e benefícios de cirúrgicos e anestésicos, odontológicos,
procedimentos diagnósticos, cirúrgicos, resultados de exames complementares
preventivos ou de tratamento; f) duração laboratoriais e radiológicos;
prevista do tratamento proposto;
g) a quantidade de sangue recebida e dados
g) quanto a procedimentos diagnósticos e que garantam a qualidade do sangue, como
tratamentos invasivos ou cirúrgicos; origem, sorologias efetuadas e prazo de
validade;
h) a necessidade ou não de anestesia e seu
tipo e duração;
254
h) identificação do responsável pelas que fortaleça sua autonomia e a garantia de
anotações; acompanhamento em qualquer serviço que
for necessário, extensivo à rede de apoio;
i) data e local e identificação do profissional
que realizou o atendimento; III - o encaminhamento para outros serviços
de saúde deve ser por meio de um
j) outras informações que se fizerem documento que contenha:
necessárias;
a) caligrafia legível ou datilografada ou
I - o acesso à anestesia em todas as situações digitada ou por meio eletrônico;
em que for indicada, bem como a medicações
e procedimentos que possam aliviar a dor e o b) resumo da história clínica, possíveis
sofrimento; diagnósticos, tratamento realizado, evolução
e o motivo do encaminhamento;
II - o recebimento das receitas e prescrições
terapêuticas, deverão conter: c) linguagem clara evitando códigos ou
abreviaturas;
a) o nome genérico das substâncias
prescritas; d) nome legível do profissional e seu número
de registro no conselho profissional, assinado
b) clara indicação da dose e do modo de usar; e datado; e

c) escrita impressa, datilografada ou digitada, e) identificação da unidade de saúde que


ou em caligrafia legível; recebeu a pessoa, assim como da Unidade a
que está sendo encaminhada.
d) textos sem códigos ou abreviaturas;
Terceira diretriz: toda pessoa tem direito ao
e) o nome legível do profissional e seu atendimento inclusivo, humanizado e
número de registro no conselho profissional; acolhedor, realizado por profissionais
e qualificados, em ambiente limpo, confortável
e acessível.
f) a assinatura do profissional e a data;
§1º Nos serviços de saúde haverá igual
I - o recebimento dos medicamentos, quando
visibilidade aos direitos e deveres das
prescritos, que compõem a farmácia básica e,
pessoas usuárias e das pessoas que trabalham
nos casos de necessidade de medicamentos
no serviço de saúde.
de alto custo, deve ser garantido o acesso
conforme protocolos e normas do Ministério §2º A Rede de Serviços do SUS utilizará as
da Saúde; tecnologias disponíveis para facilitar o
agendamento de procedimentos nos serviços
II - a garantia do acesso à continuidade da
de saúde em todos os níveis de
atenção no domicílio, quando pertinente,
complexidade.
com estímulo e orientação ao autocuidado
255
§3º Os serviços de saúde serão organizados restrição ou negação em virtude de idade,
segundo a demanda da população, e não raça, cor, etnia, religião, orientação sexual,
limitados por produção ou quantidades de identidade de gênero, condições econômicas
atendimento pré-determinados. ou sociais, estado de saúde, de anomalia,
patologia ou deficiência, garantindo-lhe:
§4º A utilização de tecnologias e
procedimentos nos serviços deverá I - identificação pelo nome e sobrenome civil,
proporcionar celeridade na realização de devendo existir em todo documento do
exames e diagnósticos e na disponibilização usuário e usuária um campo para se registrar
dos resultados. o nome social, independente do registro civil,
sendo assegurado o uso do nome de
§5º Haverá regulamentação do tempo de preferência, não podendo ser identificado
espera em filas de procedimentos. por número, nome ou código da doença ou
outras formas desrespeitosas ou
§6º A lista de espera de média e alta preconceituosas;
complexidade deve considerar a agilidade e
transparência. II - a identificação dos profissionais, por
crachás visíveis, legíveis e por outras formas
§7º As medidas para garantir o atendimento de identificação de fácil percepção;
incluem o cumprimento da carga horária de
trabalho dos profissionais de saúde. III - nas consultas, nos procedimentos
diagnósticos, preventivos, cirúrgicos,
§8º Nas situações em que ocorrer a terapêuticos e internações, o seguinte:
interrupção temporária da oferta de
procedimentos como consultas e exames, os a) integridade física;
serviços devem providenciar a remarcação
destes procedimentos e comunicar aos b) a privacidade e ao conforto;
usuários.
c) a individualidade;
§9º As redes de serviço do SUS deverão se
organizar e pactuar no território a oferta de d) aos seus valores éticos, culturais, religiosos
plantão de atendimento 24 horas, inclusive e espirituais;
nos finais de semana.
e) a confidencialidade de toda e qualquer
§10 Cada serviço deverá adotar medidas de informação pessoal;
manutenção permanente dos equipamentos,
bens e serviços para prevenir interrupções no f) a segurança do procedimento;
atendimento.
g) o bem-estar psíquico e emocional;
§11 É direito da pessoa, na rede de serviços
h) a confirmação do usuário sobre a
de saúde, ter atendimento humanizado,
compreensão das questões relacionadas com
acolhedor, livre de qualquer discriminação,

256
o seu atendimento e possíveis sendo facultado a esse profissional o acesso
encaminhamentos. ao prontuário;

I - o atendimento agendado nos serviços de X - a opção de marcação de atendimento


saúde, preferencialmente com hora marcada; pessoalmente, por telefone e outros meios
tecnológicos disponíveis e acessíveis;
II - o direito a acompanhante, pessoa de sua
livre escolha, nas consultas e exames; XI - o recebimento de visita de religiosos de
qualquer credo, sem que isso acarrete
III - o direito a acompanhante, nos casos de mudança da rotina de tratamento e do
internação, nas situações previstas em lei, estabelecimento e ameaça à segurança ou
assim como naqueles em que a autonomia da perturbações a si ou aos outros;
pessoa estiver comprometida, com oferta de
orientação específica e adequada para os XII - a não-limitação de acesso aos serviços de
acompanhantes; saúde por barreiras físicas, tecnológicas e de
comunicação;
IV - o direito a visita diária não inferior a duas
horas, preferencialmente, abertas em todas XIII - a espera por atendimento em lugares
as unidades de internação, ressalvadas as protegidos, limpos e ventilados, tendo a sua
situações técnicas não indicadas; disposição água potável e sanitários, e
devendo os serviços de saúde se organizarem
V - a continuidade das atividades escolares, de tal forma que seja evitada a demora nas
bem como o estímulo à recreação, em casos filas; XIV - soluções para que não haja
de internação de criança ou adolescente; acomodação de usuários em condições e
locais inadequados.
VI - a informação a respeito de diferentes
possibilidades terapêuticas de acordo com Quarta diretriz: toda pessoa deve ter seus
sua condição clínica, baseado em evidências valores, cultura e direitos respeitados na
e a relação custo-benefício da escolha de relação com os serviços de saúde. Parágrafo
tratamentos, com direito à recusa, atestado único: os direitos do caput serão garantidos
pelo usuário ou acompanhante; por meio de:

VII - a escolha do local de morte; I - escolha do tipo de plano de saúde que


melhor lhe convier, de acordo com as
VIII - o direito à escolha de tratamento, exigências mínimas constantes da legislação e
quando houver, inclusive as práticas a informação pela operadora sobre a
integrativas e complementares de saúde, e à cobertura, custos e condições do plano que
consideração da recusa de tratamento está adquirindo;
proposto;
II - sigilo e a confidencialidade de todas as
IX - o recebimento de visita, quando informações pessoais, mesmo após a morte,
internado, de outros profissionais de saúde salvo nos casos de risco à saúde pública;
que não pertençam àquela unidade hospitalar
257
III - acesso da pessoa ao conteúdo do seu de escolha e, no caso de recusa em participar
prontuário ou de pessoa por ele autorizada e ou continuar na pesquisa, não poderá sofrer
a garantia de envio e fornecimento de cópia, constrangimentos, punições ou sanções pelos
em caso de encaminhamento a outro serviço serviços de saúde, sendo necessário, para
ou mudança de domicílio; isso:

IV - obtenção de laudo, relatório e atestado a) que o dirigente do serviço cuide dos


sempre que justificado por sua situação de aspectos éticos da pesquisa e estabeleça
saúde; mecanismos para garantir a decisão livre e
esclarecida da pessoa;
V - consentimento livre, voluntário e
esclarecido, a quaisquer procedimentos b) que o pesquisador garanta, acompanhe e
diagnósticos, preventivos ou terapêuticos, mantenha a integridade da saúde dos
salvo nos casos que acarretem risco à saúde participantes de sua pesquisa, assegurando-
pública, considerando que o consentimento lhes os benefícios dos resultados
anteriormente dado poderá ser revogado a encontrados; e
qualquer instante, por decisão livre e
esclarecida, sem que sejam imputadas à c) que a pessoa assine o termo de
pessoa sanções morais, financeiras ou legais; consentimento livre e esclarecido;

VI - pleno conhecimento de todo e qualquer XI - o direito de se expressar e ser ouvido nas


exame de saúde admissional, periódico, de suas queixas, denúncias, necessidades,
retorno ao trabalho, de mudança de função, sugestões e outras manifestações por meio
ou demissional realizado e seus resultados; das ouvidorias, urnas e qualquer outro
mecanismo existente, sendo sempre
VII - a indicação de sua livre escolha, a quem respeitado na privacidade, no sigilo e na
confiará a tomada de decisões para a confidencialidade; e
eventualidade de tornar-se incapaz de
exercer sua autonomia; XII - a participação nos processos de
indicação e eleição de seus representantes
VIII - o recebimento ou a recusa à assistência nas Conferências, nos Conselhos de Saúde e
religiosa, espiritual, psicológica e social; nos Conselhos Gestores da Rede SUS.

IX - a liberdade, em qualquer fase do Quinta diretriz: toda pessoa tem


tratamento, de procurar segunda opinião ou responsabilidade e direitos para que seu
parecer de outro profissional ou serviço sobre tratamento e recuperação sejam adequados e
seu estado de saúde ou sobre procedimentos sem interrupção.
recomendados;
Parágrafo único. Para que seja cumprido o
X - a não-participação em pesquisa que disposto no caput deste artigo, as pessoas
envolva ou não tratamento experimental sem deverão:
que tenha garantias claras da sua liberdade

258
I - prestar informações apropriadas nos VIII - realizar exames solicitados, buscar os
atendimentos, nas consultas e nas resultados e apresentá-los aos profissionais
internações sobre: dos serviços de saúde;

a) queixas; IX - ter em mão seus documentos e, quando


solicitados, os resultados de exames que
b) enfermidades e hospitalizações anteriores; estejam em seu poder;

c) história de uso de medicamentos, drogas, X - cumprir as normas dos serviços de saúde


reações alérgicas, exames anteriores; que devem resguardar todos os princípios
desta Resolução;
d) demais informações sobre seu estado de
saúde. XI - adotar medidas preventivas para
situações de sua vida cotidiana que coloquem
II - expressar se compreendeu as informações em risco a sua saúde e da comunidade;
e orientações recebidas e, caso ainda tenha
dúvidas, solicitar esclarecimento sobre elas; XII - comunicar aos serviços de saúde, às
ouvidorias ou à vigilância sanitária
III - seguir o plano de tratamento proposto irregularidades relacionadas ao uso e à oferta
pelo profissional ou pela equipe de saúde de produtos e serviços que afetem a saúde
responsável pelo seu cuidado, que deve ser em ambientes públicos e privados;
compreendido e aceito pela pessoa que
também é responsável pelo seu tratamento; XIII - desenvolver hábitos, práticas e
atividades que melhorem a sua saúde e
IV - informar ao profissional de saúde ou à qualidade de vida;
equipe responsável sobre qualquer fato que
ocorra em relação a sua condição de saúde; XIV - comunicar à autoridade sanitária local a
ocorrência de caso de doença transmissível,
V - assumir a responsabilidade formal pela quando a situação requerer o isolamento ou
recusa a procedimentos, exames ou quarentena da pessoa ou quando a doença
tratamentos recomendados e pelo constar da relação do Ministério da Saúde; e
descumprimento das orientações do
profissional ou da equipe de saúde; XV - não dificultar a aplicação de medidas
sanitárias, bem como as ações de fiscalização
VI - contribuir para o bem-estar de todas e sanitária. Sexta diretriz: toda pessoa tem
todos nos serviços de saúde, evitar ruídos, direito à informação sobre os serviços de
uso de fumo e derivados do tabaco e bebidas saúde e aos diversos mecanismos de
alcoólicas, colaborar com a segurança e a participação.
limpeza do ambiente;
§1º A educação permanente em saúde e a
VII - adotar comportamento respeitoso e educação permanente para o controle social
cordial com as demais pessoas que usam ou
que trabalham no estabelecimento de saúde;
259
devem estar incluídas em todas as instâncias §7º Os órgãos de saúde deverão informar as
do SUS, e envolver a comunidade. pessoas sobre a rede SUS mediante os
diversos meios de comunicação, bem como
§2º As unidades básicas de saúde devem nos serviços de saúde que compõem essa
constituir conselhos locais de saúde com rede de participação popular, em relação a:
participação da comunidade.
I - endereços;
§3º As ouvidorias, Ministério Público,
audiências públicas e outras formas II - telefones;
institucionais de exercício da democracia
garantidas em lei, são espaços de III - horários de funcionamento; e
participação cidadã.
IV - ações e procedimentos disponíveis.
§4º As instâncias de controle social e o poder
público devem promover a comunicação dos §8º Em cada serviço de saúde deverá constar,
aspectos positivos do SUS. em local visível e acessível à população:

§5º Devem ser estabelecidos espaços para as I - nome do responsável pelo serviço;
pessoas usuárias manifestarem suas posições
II - nomes dos profissionais; III - horário de
favoráveis ao SUS e promovidas estratégias
trabalho de cada membro da equipe,
para defender o SUS como patrimônio do
inclusive do responsável pelo serviço e;
povo brasileiro.
IV - ações e procedimentos disponíveis. §9º
§6º O direito previsto no caput deste artigo,
As informações prestadas à população devem
inclui a informação, com linguagem e meios
ser claras, para propiciar a compreensão por
de comunicação adequados sobre:
toda e qualquer pessoa.
I - o direito à saúde, o funcionamento dos
§10. Os Conselhos de Saúde deverão
serviços de saúde e o SUS;
informar à população sobre:
II - os mecanismos de participação da
I - formas de participação;
sociedade na formulação, acompanhamento
e fiscalização das políticas e da gestão do
II - composição do Conselho de Saúde;
SUS;
III - regimento interno dos Conselhos;
III - as ações de vigilância à saúde coletiva
compreendendo a vigilância sanitária, IV - Conferências de Saúde;
epidemiológica e ambiental; e
V - data, local e pauta das reuniões; e
IV - a interferência das relações e das
condições sociais, econômicas, culturais, e VI - deliberações e ações desencadeadas.
ambientais na situação da saúde das pessoas
e da coletividade.
260
§11. O direito previsto no caput desse artigo IV - promover atualizações necessárias nos
inclui a participação de Conselhos e regimentos e estatutos dos serviços de saúde,
Conferências de Saúde, o direito de adequando-os a esta Resolução; V - adotar
representar e ser representado em todos os estratégias para o cumprimento efetivo da
mecanismos de participação e de controle legislação e das normatizações do SUS;
social do SUS.
VI - promover melhorias contínuas, na rede
Sétima diretriz: toda pessoa tem direito a SUS, como a informatização para implantar o
participar dos Conselhos e Conferências de Cartão SUS e o Prontuário Eletrônico com os
Saúde e de exigir que os gestores cumpram objetivos de:
os princípios anteriores.
a) otimizar o financiamento;
§1º As Conferências Municipais de Saúde são
espaços de ampla e aberta participação da b) qualificar o atendimento aos serviços de
comunidade, complementadas por saúde;
Conferências Livres, distritais e locais, além
das de plenárias de segmentos. c) melhorar as condições de trabalho;

§2º Respeitada a organização da democracia d) reduzir filas; e


brasileira, toda pessoa tem direito a
e) ampliar e facilitar o acesso nos diferentes
acompanhar dos espaços de controle social,
serviços de saúde.
como forma de participação cidadã,
observando o Regimento Interno de cada
Oitava diretriz: Os direitos e deveres
instância.
dispostos nesta Resolução constituem a Carta
dos Direitos Usuária da Saúde.
§3º Os gestores do SUS, das três esferas de
governo, para observância dessas diretrizes,
Parágrafo único. A Carta dos Direitos e
comprometem-se a:
Deveres da Pessoa Usuária da Saúde será
disponibilizada nos serviços do SUS e
I - promover o respeito e o cumprimento
conselhos de saúde por meios acessíveis e na
desses direitos e deveres, com a adoção de
internet, em
medidas progressivas, para sua efetivação;
http://www.conselho.saude.gov.br.
II - adotar as providências necessárias para
subsidiar a divulgação desta Resolução,
inserindo em suas ações as diretrizes relativas
aos direitos e deveres das pessoas; Portaria nº 2.979, de 12 de
novembro de 2019
III - incentivar e implementar formas de
participação dos trabalhadores e usuários nas Institui o Programa Previne Brasil, que
instâncias e participação de controle social do estabelece novo modelo de financiamento de
SUS; custeio da Atenção Primária à Saúde no

261
âmbito do Sistema Único de Saúde, por meio dos serviços da Atenção Primária à Saúde
da alteração da Portaria de Consolidação nº com atuação de equipes multiprofissionais;
6/GM/MS, de 28 de setembro de 2017.
Considerando os atributos essenciais e
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso derivados da Atenção Primária à Saúde, que
das atribuições que lhe conferem os incisos I são: acesso de primeiro contato,
e II do parágrafo único do art. 87 da longitudinalidade, coordenação,
Constituição Federal, e integralidade, orientação familiar, orientação
comunitária e competência cultural;
Considerando o disposto no Anexo 1 do
Anexo XXII da Portaria de Consolidação nº 2, Considerando a necessidade da valorização
de 28 de setembro de 2017, que trata da do desempenho das equipes e serviços de
Política Nacional de Atenção Básica - Atenção Primária à Saúde para o alcance de
Operacionalização; resultados em saúde; e

Considerando a necessidade de ampliação do Considerando a necessidade de revisar


acesso da população aos serviços de Atenção equitativamente a forma de financiamento
Primária à Saúde a fim de garantir a federal de custeio referente à Atenção
universalidade do SUS; Primária à Saúde, resolve:

Considerando a necessidade de implantação Art. 1º Esta Portaria Institui o Programa


de ações estratégicas que atendam às Previne Brasil, que estabelece novo modelo
necessidades e prioridades em saúde, as de financiamento de custeio da Atenção
dimensões epidemiológica, demográfica, Primária à Saúde - APS no âmbito do Sistema
socioeconômicas e espacial, entre outras; Única de Saúde - SUS, por meio da alteração
da Portaria de Consolidação nº 6/GM/MS, de
Considerando o reconhecimento da 28 de setembro de 2017.
Estratégia Saúde da Família como
orientadora da Atenção Primária à Saúde e Art. 2º O Título II da Portaria de Consolidação
ordenadora das Redes de Atenção à Saúde nº 6/GM/MS, de 28 de setembro de 2017,
no país; "Do Custeio da Atenção Básica", passa a
vigorar com as seguintes alterações:
Considerando a importância da
territorialização e da adscrição das pessoas "TÍTULO II DO CUSTEIO DA ATENÇÃO
aos serviços da Atenção Primária à Saúde e o PRIMÁRIA À SAÚDE"
desenvolvimento de vínculo e
responsabilização entre equipe e população Seção I
assistida;
Do Custeio da Atenção Primária à Saúde
Considerando a necessidade de ampliação da
capacidade instalada e abrangência da oferta Art. 9º O financiamento federal de custeio da
Atenção Primária à Saúde (APS) será
constituído por:
262
I - capitação ponderada; Art. 11. Para fins de repasse do incentivo
financeiro será considerada a população
II - pagamento por desempenho; e cadastrada na eSF e na eAP até o limite de
cadastro por município ou Distrito Federal.
III - incentivo para ações estratégicas.
§1º O limite de cadastro por município ou
Parágrafo único. Os recursos de que trata o Distrito Federal corresponde ao resultado da
caput serão transferidos na modalidade fundo multiplicação do número de suas eSF e eAP,
a fundo, de forma regular e automática, aos credenciadas e cadastradas no Sistema de
Municípios, ao Distrito Federal e aos Estados Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
e repassados pelo Bloco de Custeio das Saúde (SCNES), pelo quantitativo potencial
Ações e Serviços Públicos de Saúde. de pessoas cadastradas por equipe
estabelecido no Anexo XCIX, não podendo
Seção II
ultrapassar a população total definida pelo
IBGE.
Da Capitação Ponderada
§ 2º No caso em que o limite de cadastro por
Art. 10. O cálculo para a definição dos
município ou Distrito Federal seja
incentivos financeiros da capitação
ultrapassado, serão priorizadas no cálculo
ponderada deverá considerar:
para definição do incentivo financeiro, as
I - a população cadastrada na equipe de pessoas cadastradas que atendem aos
Saúde da Família (eSF) e equipe de Atenção critérios de vulnerabilidade socioeconômica e
Primária (eAP) no Sistema de Informação em perfil demográfico.
Saúde para a Atenção Básica (SISAB);
§ 3º No caso de municípios ou Distrito Federal
II - a vulnerabilidade socioeconômica da com população total definida pelo IBGE
população cadastrada na eSF e na eAP; inferior a quantidade potencial de pessoas
cadastradas por equipe conforme definido no
III - o perfil demográfico por faixa etária da Anexo XCIX, e que possua 1 (uma) eSF
população cadastrada na eSF e na eAP; e credenciada e cadastrada no SCNES, o
município ou Distrito Federal fará jus:
IV - classificação geográfica definida pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística I - ao recebimento do valor correspondente
(IBGE). ao quantitativo de pessoas cadastradas,
aplicado os critérios previstos nesta Seção; e
Parágrafo único. O cálculo que trata o caput
será baseado no quantitativo da população II - ao recebimento do valor relativo à
cadastrada por eSF e eAP, com atribuição de diferença entre o quantitativo potencial de
peso por pessoa, considerando os critérios de pessoas cadastradas estabelecido no Anexo
vulnerabilidade socioeconômica, perfil XCIX e o quantitativo de pessoas cadastradas
demográfico e classificação geográfica. de que trata o inciso I, atribuído à diferença

263
somente o peso do critério classificação III - de benefício previdenciário no valor de
geográfica. até dois salários mínimos.

§ 4º O incentivo financeiro de que trata o §2º O critério de perfil demográfico por faixa
inciso II do § 3º será transferido apenas ao etária contempla pessoas cadastradas com
município ou Distrito Federal que cadastrar a idade até 5 (cinco) anos e com 65 (sessenta e
totalidade da população definida pelo IBGE. cinco) anos ou mais.

Art. 12. O valor do incentivo financeiro da §3º Nos casos em que a pessoa cadastrada se
capitação ponderada será transferido enquadrar tanto na vulnerabilidade
mensalmente e recalculado simultaneamente socioeconômica quanto no perfil
para todos os municípios ou Distrito Federal demográfico, o peso de 1,3 (um inteiro e três
a cada 4 (quatro) competências financeiras, décimos) será aplicado uma única vez.
observado o disposto no parágrafo único do
art. 10. §4º O critério de classificação geográfica será
estabelecido por município ou Distrito
Art. 12-A. O peso por pessoa cadastrada de Federal, observada a tipologia rural-urbana
que trata o parágrafo único do art. 10 definida pelo IBGE:
corresponde a:
I - município urbano: peso 1 (um);
I - 1,3 (um inteiro e três décimos) para as
pessoas que atendam aos critérios de II - município intermediário adjacente: peso
vulnerabilidade socioeconômica ou perfil 1,45 (um inteiro e quarenta e cinco décimos);
demográfico;
III - município rural adjacente: peso 1,45 (um
II - 1 (um inteiro) para as pessoas que não se inteiro e quarenta e cinco décimos);
enquadrem o inciso I do caput; e
IV - município intermediário remoto: peso 2
III - 1 (um inteiro), 1,45 (um inteiro e quarenta (dois); e
e cinco décimos) ou 2 (dois inteiros), de
acordo com a classificação geográfica do V - município rural remoto: peso 2 (dois).
município ou Distrito Federal, observada a
§ 5º A pontuação do município ou Distrito
tipologia rural-urbana definida pelo IBGE nos
Federal para definição do cálculo de repasse
termos do §4º deste artigo.
será obtida pela multiplicação dos pesos
§1º O critério de vulnerabilidade estabelecido nos incisos I e II do caput pelos
socioeconômica contempla pessoas pesos previstos no §4º e pelo quantitativo da
cadastradas beneficiárias: população cadastrada, observado o limite
estabelecido no art. 11.
I - do Programa Bolsa Família (PBF);
§6º O valor total a ser repassado por
II - do Benefício de Prestação Continuada município ou Distrito Federal será a
(BPC); ou multiplicação da pontuação estabelecida no
264
§5º pelo valor per capita definido em ato do §1º O valor do pagamento por desempenho
Ministério da Saúde. será calculado a partir do cumprimento de
meta para cada indicador por equipe e
Art. 12-B. A transferência do incentivo condicionado ao tipo de equipe.
financeiro de custeio referente à capitação
ponderada está condicionada: § 2º O incentivo financeiro do pagamento por
desempenho repassado ao município ou
I - ao credenciamento das eSF e eAP pelo Distrito Federal corresponde ao somatório
Ministério da Saúde; dos resultados obtidos por equipe, nos
termos do § 1º.
II - ao cadastro das eSF e eAP no SCNES pela
gestão municipal ou Distrito Federal; e Art. 12-D. Para o pagamento por
desempenho deverão ser observadas as
III - à ausência de irregularidades que seguintes categorias de indicadores:
motivem a suspensão da transferência
conforme disposto na PNAB (Anexo 1 do I - processo e resultados intermediários das
Anexo XXII da Portaria de Consolidação 2). equipes;

Parágrafo único. No caso de cadastro de eSF II - resultados em saúde; e


ou eAP no SCNES referente a um novo
credenciamento, o incentivo financeiro da III - globais de APS.
capitação ponderada será transferido ao
município ou Distrito Federal mensalmente Parágrafo único. Os indicadores de que trata
até o 2º (segundo) recálculo subsequente de o caput deverão considerar ainda a relevância
que trata o art. 12, observado o limite clínica e epidemiológica, disponibilidade,
estabelecido no art. 11, considerando: simplicidade, baixo custo de obtenção,
adaptabilidade, estabilidade, rastreabilidade
I - a quantidade potencial de pessoas e representatividade.
cadastradas por equipe conforme o Anexo
XCIX; e Art. 12-E. O valor do incentivo financeiro do
pagamento por desempenho será transferido
II - o critério de classificação geográfica. mensalmente e recalculado simultaneamente
para todos os municípios ou Distrito Federal
Seção III a cada 4 (quatro) competências financeiras.

Do Pagamento por Desempenho Parágrafo único. No caso de cadastro de eSF


ou eAP no SCNES referente a um novo
Art. 12-C. O cálculo do incentivo financeiro credenciamento, o incentivo financeiro do
do pagamento por desempenho será pagamento por desempenho será transferido
efetuado considerando os resultados de ao município ou Distrito Federal
indicadores alcançados pelas equipes mensalmente até o 2º (segundo) recálculo
credenciadas e cadastradas no SCNES. subsequente de que trata o caput,

265
considerando o resultado potencial de 100% IV - Centro de Especialidades Odontológicas
(cem por cento) do alcance dos indicadores (CEO);
por eSF e eAP.
V - Laboratório Regional de Prótese Dentária
Art. 12-F. Ato do Ministro de Estado da Saúde (LRPD);
definirá os indicadores e as metas para o
pagamento por desempenho, após VI - Equipe de Consultório na Rua (eCR);
pactuação na CIT.
VII - Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF);
§ 1º Cabe ao Ministério da Saúde a realização
do cálculo dos indicadores para a VIII - Equipe de Saúde da Família Ribeirinha
transferência do incentivo de pagamento por (eSFR);
desempenho.
IX - Microscopista;
§ 2º A especificação técnica dos indicadores
X - Equipe de Atenção Básica Prisional
será definida em ficha de qualificação a ser
(eABP);
disponibilizada no endereço eletrônico do
Ministério da Saúde.
XI - Custeio para o ente federativo
responsável pela gestão das ações de
Seção IV
Atenção Integral à Saúde dos Adolescentes
Incentivo para Ações Estratégicas em Situação de Privação de Liberdade;

Art. 12-G. O cálculo para a definição dos XII - Programa Saúde na Escola (PSE);
recursos financeiros para incentivo para ações
XIII - Programa Academia da Saúde;
estratégicas deverá considerar:
XIV- Programas de apoio à informatização da
I - as especificidades e prioridades em saúde;
APS;
II - os aspectos estruturais das equipes; e
XV - Incentivo aos municípios com residência
III - a produção em ações estratégicas em médica e multiprofissional;
saúde.
XVI - Estratégia de Agentes Comunitários de
Art. 12-H. O incentivo para ações estratégicas Saúde (ACS); e
contemplará o custeio das seguintes ações,
XVII - outros que venham a ser instituídos por
programas e estratégias:
meio de ato normativo específico.
I - Programa Saúde na Hora;
Parágrafo único. As transferências financeiras
II- Equipe de Saúde Bucal (eSB); observarão as regras previstas nas normas
vigentes que regulamentam a organização, o
III - Unidade Odontológica Móvel (UOM);
266
funcionamento e financiamento das a. de ausência simultânea dos profissionais
respectivas ações, programas e estratégias. médico e enfermeiro na eSF por um período
superior a 60 (sessenta) dias; ou
Seção V
b. de ausência total de eSF ou eAP; ou
Da Suspensão da Transferência dos Incentivos
Financeiros c. em que haja verificação de dano ao erário.

Art. 12-I. No caso de irregularidades, o § 4º A suspensão que trata o caput será


incentivo financeiro da capitação ponderada mantida até a adequação das irregularidades
será suspenso, de acordo com o disposto na identificadas, na forma estabelecida na PNAB
PNAB. e em normativos específicos.

§1º A suspensão de que trata o caput será Art. 12-J. O incentivo para ações estratégicas
aplicada proporcionalmente de acordo com a adotará as regras de suspensão estabelecidas
irregularidade praticada por cada eSF e eAP. na Política Nacional de Atenção Básica
(PNAB) e em normativas específicas.
§2º Para fins de suspensão de que trata este
artigo, não será considerada a ausência de Art. 12-K. Nos casos de irregularidade em que
envio de informação sobre a produção por haja verificação de ocorrência de fraude ou
meio de Sistema de Informação da Atenção informação irregular de cumprimento de
Básica, que será monitorada por meio do metas e indicadores, haverá suspensão de
cumprimento das metas do pagamento de 100% (cem por cento) da transferência de
desempenho. pagamento por desempenho por equipe.

§3º A suspensão de que trata o caput será Art. 12-L. O início da suspensão da
equivalente a: transferência dos recursos de incentivo
financeiro se dará mediante Portaria do
I - 25% (vinte e cinco por cento) por eSF para Ministro de Estado da Saúde.
os casos de ausência do profissional auxiliar
ou técnico de enfermagem ou agente §1º A suspensão permanecerá até a
comunitário de saúde na equipe por um adequação das irregularidades identificadas e
período superior a 60 (sessenta) dias; não acarretará transferência retroativa.

II - 50% (cinquenta por cento) por eSF e eAP §2º Comprovada a inexistência de
para os casos de ausência do profissional irregularidade pelo Estado, município ou
médico ou enfermeiro na equipe por um Distrito Federal o pagamento retroagirá à
período superior a 60 (sessenta) dias; e data do início da suspensão.

III - 100% (cem por cento) por eSF e eAP para Seção VI
os casos:
Disposições Finais

267
Art. 12-M. O Ministério da Saúde dará ampla Art. 3º A transição para o modelo de
divulgação dos valores dos incentivos financiamento de custeio da APS do SUS de
transferidos aos municípios ou Distrito que trata essa Portaria será definida pelos
Federal. seguintes grupos:

Art. 12-N. A aplicação dos incentivos de I - municípios que apresentarem manutenção


custeio federal referente ao financiamento de ou acréscimo dos valores a serem transferidos
que tratam os art. 9º ao art. 12-L do Título II considerando as regras do financiamento de
desta Portaria devem ser destinados, de custeio da APS desta Portaria; e
forma autônoma, a ações e serviços da APS,
de acordo com o disposto na Lei II - municípios que apresentarem decréscimo
Complementar nº 141, de 13 de janeiro de dos valores a serem transferidos
2012, e na Lei Orgânica da Saúde. considerando as regras do financiamento de
custeio da APS desta Portaria.
Parágrafo único. A prestação de contas sobre
a aplicação dos recursos da União, dos §1º A classificação desses grupos será
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios efetivada a partir da comparação entre os
referente as ações e serviços públicos de valores que o município ou Distrito Federal
saúde da APS deverá ser realizada por meio fez jus nas 12 (doze) competências financeiras
do Relatório de Gestão da respectiva unidade do ano de 2019 e o resultado da aplicação
da federação, conforme disposto na Lei das regras de capitação ponderada,
Complementar nº 141, de 13 de janeiro de pagamento por desempenho e incentivos
2012 e as demais normas aplicáveis. para ações estratégicas.

Art. 12-O. Os recursos orçamentários, de que §2º Para fins do disposto na parte final do §
tratam os art. 9º ao art. 12-L do Título II desta 1º:
Portaria, correrão por conta do orçamento do
Ministério da Saúde, devendo onerar as I - a aplicação da capitação ponderada
Funcionais Programáticas 10.301.5019.219A - considera o quantitativo de pessoas
Piso de Atenção Básica em Saúde, potencialmente cadastradas, conforme o
10.301.5019.217U - Apoio a Manutenção dos Anexo XCIX da Portaria de Consolidação nº
Polos de Academia da Saúde, mediante 6/GM/MS, de 2017, aplicando os pesos
disponibilidade orçamentária e financeira do estabelecidos para os critérios de
Ministério da Saúde. vulnerabilidade socioeconômica ou perfil
demográfico por faixa etária, e de
Parágrafo único. O Fundo Nacional de Saúde classificação geográfica;
adotará as medidas necessárias para as
transferências de recursos estabelecidos II - o pagamento por desempenho considera
nesta Portaria aos respectivos Fundos de o resultado potencial de 100% (cem por
Saúde, em conformidade com os processos cento) do alcance dos indicadores por equipe
de pagamento instruídos." (NR) do município ou Distrito Federal;

268
III - incentivos para ações estratégicas 874/GM/MS, de 10 de maio de 2019, nas 8
considera: (oito) primeiras competências financeiras do
ano de 2020;
a. ações e programas já credenciados e
custeados pelo Ministério da III - incentivo para ações estratégicas - o
incentivo financeiro equivalente aos
Saúde; parâmetros das portarias vigentes que
regulamentam a organização, o
b. atualização do piso salarial do agente funcionamento e financiamento das
comunitário de saúde, nos estratégias e programas, a partir da 1º
(primeira) competência financeira do ano de
termos da Lei nº 11.350, de 5 de outubro de
2020; e
2006;
IV - incentivo financeiro per capita de
c. equipes informatizadas na data de
transição - incentivo fixo com base na
publicação desta Portaria;
população municipal ou do Distrito Federal
transferido por 12 (doze) competências
d. potencial adesão ao incentivo de custeio
financeiras do ano de 2020, calculado da
para os municípios ou Distrito Federal com
seguinte forma: valor per capita fixo anual de
residência médica e multiprofissional; e
R$ 5,95 (cinco reais e noventa e cinco
e. potencial implantação das adesões ao centavos) multiplicado pela estimativa da
Programa Saúde na Hora população dos municípios ou do Distrito
Federal, estabelecida em publicação de
homologadas. portaria específica do Ministério da Saúde, de
acordo com os dados populacionais
§ 3º A metodologia de cálculo de que trata divulgados pela Fundação Instituto Brasileiro
este artigo será publicada no endereço de Geografia e Estatística (IBGE);
eletrônico do Ministério da Saúde.
Parágrafo único. Para cálculo do 100% (cem
Art. 4º São etapas de transição do ano de por cento) da capitação ponderada por
2020 para o grupo de municípios previsto no município ou Distrito Federal são utilizados
inciso I do art. 3º: parâmetros proporcionais à população que
atende aos critérios de vulnerabilidade
I - capitação ponderada - o equivalente a socioeconômica e perfil demográfico por
100% (cem por cento) do incentivo financeiro faixa etária por município ou Distrito Federal.
da capitação ponderada que os municípios ou
Distrito Federal fariam jus caso atendessem a Art. 5º A transição para os municípios
todos os requisitos, nas 4 (quatro) primeiras previstos no inciso II do art. 3º será a
competências financeiras do ano de 2020; manutenção, durante 12 (doze) competências
financeiras do ano de 2020, da transferência
II - pagamento por desempenho - o do maior valor dentre as competências
equivalente ao valor definido pela Portaria nº financeiras do ano de 2019 do Piso de
269
Atenção Básica, com exceção dos valores Art. 6º A Portaria de Consolidação nº
referentes às ações, programas e estratégias 6/GM/MS, de 2017, passa a vigorar acrescida
do incentivo para ações estratégicas. do Anexo XCIX, nos termos do Anexo a esta
Portaria.
§1º No caso de irregularidades, o valor do
caput será suspenso proporcionalmente ao Art. 7º Esta Portaria entra em vigor em 1º de
número de eSF e eAP cadastradas e janeiro de 2020.
credenciadas, considerada a competência
utilizada para o cálculo de que trata este Art. 8º Ficam revogados:
artigo, da seguinte forma:
I - da Portaria de Consolidação nº 6/GM/MS,
I - 25% (vinte e cinco por cento) por eSF para de 28 de setembro de 2017:
os casos de ausência do profissional auxiliar
ou técnico de enfermagem ou agente a. a Seção II, Seção III, Seção IV, Seção VI,
comunitário de saúde na equipe por um Seção VII, Seção XIII do Capítulo I do Título II;
período superior a 60 (sessenta) dias; e

II - 50% (cinquenta por cento) por eSF e eAP b. Seção II, Seção X do Capítulo II do Título II,
para os casos de ausência do profissional que trata Do Custeio da Atenção Básica;
médico ou enfermeiro na equipe por um
II - Portaria nº 3.947/GM/MS, de 28 de
período superior a 60 (sessenta) dias; e
dezembro de 2017;
III - 100% (cem por cento) por eSF e eAP para
III - Portaria nº 1.409/GM/MS, de 10 de julho
os casos:
de 2013;
a. de ausência simultânea dos profissionais
IV - Portaria nº 1.798/SE/MS, de 11 de julho
médico e enfermeiro na eSF por um período
de 2019; e
superior a 60 (sessenta) dias;
V - da Portaria de Consolidação nº 2/GM/MS,
b. de ausência total de eSF ou eAP ; ou
de 28 de setembro de 2017, a Seção I, Seção
c. em que haja verificação de dano ao erário. II, Anexo 2 e Anexo 3 do Capítulo II do Anexo
XXII.
§ 2º A lista de municípios e o valor da
transferência de que trata o caput serão ANEXO
disponibilizados pelo Ministério da Saúde.
DA METODOLOGIA DE CÁLCULO DA
§ 3º Os municípios de que trata este artigo CAPITAÇÃO PONDERADA
poderão a qualquer tempo optar por seguir
(Anexo XCIX à Portaria de Consolidação nº
as regras de custeio da APS previstas nesta
6/GM/MS, de 28 de setembro de 2017)
Portaria.

270
Quantitativo potencial de pessoas socioeconômica nem no perfil demográfico X
cadastradas por equipe - de acordo com a 1]) X peso da classificação geográfica
classificação geográfica do município (IBGE)
Fórmula para cálculo do valor total da
Quantitati Quantitati capitação ponderada a ser repassado por
Quantitati vo vo município ou Distrito Federal, conforme
vo potencial potencial definido § 6º do art. 12 A.
potencial de de
Classificaç de pessoas pessoas Valor total da capitação ponderada =
ão do pessoas cadastrad cadastrad pontuação do município ou Distrito Federal X
município cadastrad as por as por valor per capita
pelo IBGE as por equipe de equipe de
equipe de atenção atenção
saúde da primária primária
família modalida modalida Portaria de consolidação nº 2,
de I -20h de II - 30 h de 28 de setembro de 2017
4.000 2.000 3.000
1 - Urbano Política Nacional de
pessoas pessoas pessoas
Promoção da Saúde (PNPS)
2-
Intermediá 2.750 1.375 2.063 Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de
rio pessoas pessoas pessoas Promoção da Saúde (PNPS). (Origem: PRT
Adjacente MS/GM 2446/2014, Art. 1º)
3 - Rural
CAPÍTULO I
Adjacente
DA POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO
4 - DA SAÚDE
2.000 1.000 1.500
Intermediá
pessoas pessoas pessoas
rio Remoto Art. 2º A PNPS traz em sua base o conceito
5 - Rural ampliado de saúde e o referencial teórico da
Remoto promoção da saúde como um conjunto de
estratégias e formas de produzir saúde, no
Fórmula para cálculo da pontuação do âmbito individual e coletivo, caracterizando-
município ou Distrito Federal para definição se pela articulação e cooperação intra e
do valor total da capitação ponderada, intersetorial, pela formação da Rede de
conforme definido no § 5º do art. 12 A. Atenção à Saude (RAS), buscando articular
suas ações com as demais redes de proteção
Pontuação do município ou Distrito Federal = social, com ampla participação e controle
[(população cadastrada que se enquadra na social. (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art.
vulnerabilidade socioeconômica ou no perfil 2º)
demográfico X 1,3) + (população cadastrada
que não se enquadra na vulnerabilidade
271
Art. 3º São valores fundantes no processo de V - a humanização, enquanto elemento para a
efetivação da PNPS: (Origem: PRT MS/GM evolução do homem, por meio da interação
2446/2014, Art. 3º) com o outro e seu meio, com a valorização e
aperfeiçoamento de aptidões que promovam
I - a solidariedade, entendida como as razões condições melhores e mais humanas,
que fazem sujeitos e coletivos nutrirem construindo práticas pautadas na
solicitude para com o próximo, nos integralidade do cuidado e da saúde;
momentos de divergências ou dificuldades, (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 3º, V)
construindo visão e metas comuns, apoiando
a resolução das diferenças, contribuindo para VI -a corresponsabilidade, enquanto
melhorar a vida das pessoas e para formar responsabilidades partilhadas entre pessoas
redes e parcerias; (Origem: PRT MS/GM ou coletivo, onde duas ou mais pessoas
2446/2014, Art. 3º, I) compartilham obrigações e/ou
compromissos; (Origem: PRT MS/GM
II - a felicidade, enquanto autopercepção de 2446/2014, Art. 3º, VI)
satisfação, construída nas relações entre
sujeitos e coletivos, que contribui na VII - a justiça social, enquanto necessidade de
capacidade de decidir como aproveitar a vida alcançar repartição equitativa dos bens
e como se tornar ator partícipe na construção sociais, respeitados os direitos humanos, de
de projetos e intervenções comuns para modo que as classes sociais mais
superar dificuldades individuais e coletivas a desfavorecidas contem com oportunidades
partir do reconhecimento de potencialidades; de desenvolvimento; e (Origem: PRT MS/GM
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 3º, II) 2446/2014, Art. 3º, VII)

III - a ética, a qual pressupõe condutas, ações VIII - a inclusão social, que pressupõe ações
e intervenções sustentadas pela valorização e que garantam o acesso aos benefícios da vida
defesa da vida, sendo pautadas para o bem em sociedade para todas as pessoas, de
comum, com dignidade e solidariedade; forma equânime e participativa, visando à
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 3º, III) redução das iniquidades. (Origem: PRT
MS/GM 2446/2014, Art. 3º, VIII)
IV - o respeito às diversidades, que
reconhece, respeita e explicita as diferenças Art. 4º A PNPS adota como princípios:
entre sujeitos e coletivos, abrangendo as (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 4º)
diversidades étnicas, etárias, de capacidade,
de gênero, de orientação sexual, entre I - a equidade, quando baseia as práticas e as
territórios e regiões geográficas, dentre ações de promoção de saúde, na distribuição
outras formas e tipos de diferenças que igualitária de oportunidades, considerando as
influenciam ou interferem nas condições e especificidades dos indivíduos e dos grupos;
determinações da saúde; (Origem: PRT (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 4º, I)
MS/GM 2446/2014, Art. 3º, IV)
II - a participação social, quando as
intervenções consideram a visão de
272
diferentes atores, grupos e coletivos na cultural e ambiental; (Origem: PRT MS/GM
identificação de problemas e solução de 2446/2014, Art. 4º, VII)
necessidades, atuando como corresponsáveis
no processo de planejamento, de execução e VIII - a integralidade, quando as intervenções
de avaliação das ações; (Origem: PRT MS/GM são pautadas no reconhecimento da
2446/2014, Art. 4º, II) complexidade, potencialidade e
singularidade de indivíduos, grupos e
III - a autonomia, que se refere à identificação coletivos, construindo processos de trabalho
de potencialidades e ao desenvolvimento de articulados e integrais; e (Origem: PRT
capacidades, possibilitando escolhas MS/GM 2446/2014, Art. 4º, VIII)
conscientes de sujeitos e comunidades sobre
suas ações e trajetórias; (Origem: PRT IX - a territorialidade, que diz respeito à
MS/GM 2446/2014, Art. 4º, III) atuação que considera as singularidades e
especificidades dos diferentes territórios no
IV - o empoderamento, que se refere ao planejamento e desenvolvimento de ações
processo de intervenção que estimula os intra e intersetoriais com impacto na situação,
sujeitos e coletivos a adquirirem o controle nos condicionantes e nos determinantes da
das decisões e das escolhas de modos de vida saúde neles inseridos, de forma equânime.
adequado às suas condições sócio- (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 4º, IX)
econômico-culturais; (Origem: PRT MS/GM
2446/2014, Art. 4º, IV) Art. 5º São diretrizes da PNPS: (Origem: PRT
MS/GM 2446/2014, Art. 5º)
V - a intersetorialidade, que se refere ao
processo de articulação de saberes, I - o estímulo à cooperação e à articulação
potencialidades e experiências de sujeitos, intra e intersetorial para ampliar a atuação
grupos e setores na construção de sobre determinantes e condicionantes da
intervenções compartilhadas, estabelecendo saúde; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art.
vínculos, corresponsabilidade e cogestão 5º, I)
para objetivos comuns; (Origem: PRT MS/GM
2446/2014, Art. 4º, V) II - o fomento ao planejamento de ações
territorializadas de promoção da saúde, com
VI - a intrassetorialidade, que diz respeito ao base no reconhecimento de contextos locais
exercício permanente da desfragmentação e respeito às diversidades, para favorecer a
das ações e serviços ofertados por um setor, construção de espaços de produção social,
visando à construção e articulação de redes ambientes saudáveis e a busca da equidade,
cooperativas e resolutivas; (Origem: PRT da garantia dos direitos humanos e da justiça
MS/GM 2446/2014, Art. 4º, VI) social; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art.
5º, II)
VII - a sustentabilidade, que diz respeito à
necessidade de permanência e continuidade III - incentivo à gestão democrática,
de ações e intervenções, levando em conta as participativa e transparente, para fortalecer a
dimensões política, econômica, social, participação, o controle social e a
273
corresponsabilidade de sujeitos, compromissos e corresponsabilidades para
coletividades, instituições e esferas reduzir a vulnerabilidade e os riscos à saúde
governamentais e sociedade civil; (Origem: vinculados aos determinantes sociais.
PRT MS/GM 2446/2014, Art. 5º, III) (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 5º, VIII)

IV - ampliação da governança no Art. 6º A PNPS tem por objetivo geral


desenvolvimento de ações de promoção da promover a equidade e a melhoria das
saúde que sejam sustentáveis nas dimensões condições e modos de viver, ampliando a
política, social, cultural, econômica e potencialidade da saúde individual e da
ambiental; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, saúde coletiva, reduzindo vulnerabilidades e
Art. 5º, IV) riscos à saúde decorrentes dos determinantes
sociais, econômicos, políticos, culturais e
V - estímulo à pesquisa, à produção e à ambientais. (Origem: PRT MS/GM
difusão de experiências, conhecimentos e 2446/2014, Art. 6º)
evidências que apoiem a tomada de decisão,
a autonomia, o empoderamento coletivo e a Art. 7º São objetivos específicos da PNPS:
construção compartilhada de ações de (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 7º)
promoção da saúde; (Origem: PRT MS/GM
2446/2014, Art. 5º, V) I - estimular a promoção da saúde como parte
da integralidade do cuidado na RAS,
VI - apoio à formação e à educação articulada às demais redes de proteção social;
permanente em promoção da saúde para (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 7º, I)
ampliar o compromisso e a capacidade crítica
e reflexiva dos gestores e trabalhadores de II - contribuir para a adoção de práticas sociais
saúde, bem como o incentivo ao e de saúde centradas na equidade, na
aperfeiçoamento de habilidades individuais e participação e no controle social, visando
coletivas, para fortalecer o desenvolvimento reduzir as desigualdades sistemáticas, injustas
humano sustentável; (Origem: PRT MS/GM e evitáveis, com respeito às diferenças de
2446/2014, Art. 5º, VI) classe social, de gênero, de orientação sexual
e identidade de gênero, entre gerações,
VII - incorporação das intervenções de étnico-raciais, culturais, territoriais e
promoção da saúde no modelo de atenção à relacionadas às pessoas com deficiências e
saúde, especialmente no cotidiano dos necessidades especiais; (Origem: PRT
serviços de atenção básica em saúde, por MS/GM 2446/2014, Art. 7º, II)
meio de ações intersetoriais; e (Origem: PRT
MS/GM 2446/2014, Art. 5º, VII) III - favorecer a mobilidade humana e a
acessibilidade e o desenvolvimento seguro,
VIII - organização dos processos de gestão e saudável e sustentável; (Origem: PRT MS/GM
planejamento das variadas ações 2446/2014, Art. 7º, III)
intersetoriais, como forma de fortalecer e
promover a implantação da PNPS na RAS, de
modo transversal e integrado, compondo
274
IV - promover a cultura da paz em XI - promover meios para a inclusão e
comunidades, territórios e municípios; qualificação do registro de atividades de
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 7º, IV) promoção da saúde e da equidade nos
sistemas de informação e inquéritos,
V - apoiar o desenvolvimento de espaços de permitindo análise, monitoramento, avaliação
produção social e ambientes saudáveis, e financiamento das ações; (Origem: PRT
favoráveis ao desenvolvimento humano e ao MS/GM 2446/2014, Art. 7º, XI)
bem viver; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014,
Art. 7º, V) XII - fomentar discussões sobre modos de
consumo e produção que estejam em conflito
VI - valorizar os saberes populares e de interesses com os princípios e valores da
tradicionais e as práticas integrativas e promoção da saúde e que aumentem
complementares; (Origem: PRT MS/GM vulnerabilidades e riscos à saúde; e (Origem:
2446/2014, Art. 7º, VI) PRT MS/GM 2446/2014, Art. 7º, XII)

VII - promover o empoderamento e a XIII - contribuir para a articulação de políticas


capacidade para tomada de decisão e a públicas inter e intrassetoriais com as agendas
autonomia de sujeitos e coletividades por nacionais e internacionais. (Origem: PRT
meio do desenvolvimento de habilidades MS/GM 2446/2014, Art. 7º, XIII)
pessoais e de competências em promoção e
defesa da saúde e da vida; (Origem: PRT Art. 8º São temas transversais da PNPS,
MS/GM 2446/2014, Art. 7º, VII) entendidos como referências para a formação
de agendas de promoção da saúde, para
VIII - promover processos de educação, adoção de estratégias e temas prioritários,
formação profissional e capacitação operando em consonância com os princípios
específicas em promoção da saúde, de e valores do SUS e da PNPS: (Origem: PRT
acordo com os princípios e valores da Política MS/GM 2446/2014, Art. 8º)
Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), para
trabalhadores, gestores e cidadãos; (Origem: I - Determinantes Sociais da Saúde (DSS),
PRT MS/GM 2446/2014, Art. 7º, VIII) equidade e respeito à diversidade, que
significa identificar as diferenças nas
IX - estabelecer estratégias de comunicação condições e nas oportunidades de vida,
social e mídia direcionadas ao fortalecimento buscando alocar recursos e esforços para a
dos princípios e ações em promoção da redução das desigualdades injustas e
saúde e à defesa de políticas públicas evitáveis, por meio do diálogo entre os
saudáveis; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, saberes técnicos e populares; (Origem: PRT
Art. 7º, IX) MS/GM 2446/2014, Art. 8º, I)

X - estimular a pesquisa, produção e difusão II - desenvolvimento sustentável, que se


de conhecimentos e estratégias inovadoras refere a dar visibilidade aos modos de
no âmbito das ações de promoção da saúde; consumo e produção relacionados com o
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 7º, X) tema priorizado, mapeando possibilidades de
275
intervir naqueles que sejam deletérios à saúde para ações e atividades desenvolvidas
saúde, adequando tecnologias e nos distintos locais, de maneira participativa e
potencialidades de acordo com dialógica; e (Origem: PRT MS/GM 2446/2014,
especificidades locais, sem comprometer as Art. 8º, V)
necessidades futuras; (Origem: PRT MS/GM
2446/2014, Art. 8º, II) VI - cultura da paz e direitos humanos, que
consiste em criar oportunidades de
III - produção de saúde e cuidado, que convivência, de solidariedade, de respeito à
representa a incorporação do tema na lógica vida e de fortalecimento de vínculos,
de redes que favoreçam práticas de cuidado desenvolvendo tecnologias sociais que
humanizadas, pautadas nas necessidades favoreçam a mediação de conflitos diante de
locais, que reforcem a ação comunitária, a situações de tensão social, garantindo os
participação e o controle social e que direitos humanos e as liberdades
promovam o reconhecimento e o diálogo fundamentais, reduzindo as violências e
entre as diversas formas do saber popular, construindo práticas solidárias e da cultura de
tradicional e científico, construindo práticas paz. (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art.
pautadas na integralidade do cuidado e da 8º, VI)
saúde, significando, também, a vinculação do
tema a uma concepção de saúde ampliada, Art. 9º São Eixos Operacionais da PNPS,
considerando o papel e a organização dos entendidos como estratégias para concretizar
diferentes setores e atores que, de forma ações de promoção da saúde, respeitando-se
integrada e articulada por meio de objetivos valores, princípios, diretrizes e objetivos:
comuns, atuem na promoção da saúde; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 9º)
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 8º, III)
I - territorialização, enquanto estratégia
IV - ambientes e territórios saudáveis, que operacional: (Origem: PRT MS/GM
significa relacionar o tema priorizado com os 2446/2014, Art. 9º, I)
ambientes e os territórios de vida e de
trabalho das pessoas e das coletividades, a) reconhece a regionalização como diretriz
identificando oportunidades de inclusão da do SUS e como eixo estruturante para
promoção da saúde nas ações e atividades orientar a descentralização das ações e
desenvolvidas, de maneira participativa e serviços de saúde e para organizar a RAS;
dialógica; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 9º, I, a)
Art. 8º, IV)
b) considera a abrangência das regiões de
V - vida no trabalho, que compreende a saúde e sua articulação com os equipamentos
interrelação do tema priorizado com o sociais nos territórios; e (Origem: PRT MS/GM
trabalho formal e não formal e com os setores 2446/2014, Art. 9º, I, b)
primário, secundário e terciário da economia,
c) observa as pactuações interfederativas, a
considerando os espaços urbano e rural, e
definição de parâmetros de escala e acesso e
identificando oportunidades de
a execução de ações que identifiquem
operacionalização na lógica da promoção da
276
singularidades territoriais para o comunidade e dos seus contextos; (Origem:
desenvolvimento de políticas, programas e PRT MS/GM 2446/2014, Art. 9º, IV)
intervenções, ampliando as ações de
promoção à saúde e contribuindo para V - gestão, entendida como a necessidade de
fortalecer identidades regionais. (Origem: priorizar os processos democráticos e
PRT MS/GM 2446/2014, Art. 9º, I, c) participativos de regulação e controle,
planejamento, monitoramento, avaliação,
II - articulação e cooperação intra e financiamento e comunicação; (Origem: PRT
intersetorial, entendidas como MS/GM 2446/2014, Art. 9º, V)
compartilhamento de planos, metas, recursos
e objetivos comuns entre os diferentes VI - educação e formação, enquanto incentivo
setores e entre diferentes áreas do mesmo à atitude permanente de aprendizagem
setor; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. sustentada em processos pedagógicos
9º, II) problematizadores, dialógicos, libertadores,
emancipatórios e críticos; (Origem: PRT
III - RAS, enquanto estratégia operacional MS/GM 2446/2014, Art. 9º, VI)
necessita: (Origem: PRT MS/GM 2446/2014,
Art. 9º, III) VII - vigilância, monitoramento e avaliação,
enquanto uso de múltiplas abordagens na
a) transversalizar a promoção na RAS, geração e análise de informações sobre as
favorecendo práticas de cuidado condições de saúde de sujeitos e grupos
humanizadas, pautadas nas necessidades populacionais, visando subsidiar decisões,
locais, na integralidade do cuidado, intervenções e implantar políticas públicas de
articulando com todos os equipamentos de promoção da saúde; (Origem: PRT MS/GM
produção da saúde do território; e (Origem: 2446/2014, Art. 9º, VII)
PRT MS/GM 2446/2014, Art. 9º, III, a)
VIII - produção e disseminação de
b) articular com as demais redes de proteção conhecimentos e saberes, enquanto estímulo
social, vinculando o tema a uma concepção a uma atitude reflexiva e resolutiva sobre
de saúde ampliada, considerando o papel e a problemas, necessidades e potencialidades
organização dos diferentes setores e atores, dos coletivos em cogestão, compartilhando e
que, de forma integrada e articulada por meio divulgando os resultados de maneira ampla
de objetivos comuns, atuem na promoção da com a coletividade; e (Origem: PRT MS/GM
saúde. (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 2446/2014, Art. 9º, VIII)
9º, III, b)
IX - comunicação social e mídia, enquanto uso
IV - participação e controle social, que das diversas expressões comunicacionais,
compreende a ampliação da representação e formais e populares, para favorecer a escuta
da inclusão de sujeitos na elaboração de e a vocalização dos distintos grupos
políticas públicas e nas decisões relevantes envolvidos, contemplando informações sobre
que afetam a vida dos indivíduos, da o planejamento, execução, resultados,
impactos, eficiência, eficácia, efetividade e
277
benefícios das ações. (Origem: PRT MS/GM outras práticas; (Origem: PRT MS/GM
2446/2014, Art. 9º, IX) 2446/2014, Art. 10, III)

Art. 10. São temas prioritários da PNPS, IV - enfrentamento do uso do tabaco e seus
evidenciados pelas ações de promoção da derivados, que compreende promover,
saúde realizadas e compatíveis com o Plano articular e mobilizar ações para redução e
Nacional de Saúde, pactos interfederativos e controle do uso do tabaco, incluindo ações
planejamento estratégico do Ministério da educativas, legislativas, econômicas,
Saúde, bem como acordos internacionais ambientais, culturais e sociais; (Origem: PRT
firmados pelo governo brasileiro, em MS/GM 2446/2014, Art. 10, IV)
permanente diálogo com as demais políticas,
com os outros setores e com as V - enfrentamento do uso abusivo de álcool e
especificidades sanitárias: (Origem: PRT outras drogas, que compreende promover,
MS/GM 2446/2014, Art. 10) articular e mobilizar ações para redução do
consumo abusivo de álcool e outras drogas,
I - formação e educação permanente, que com a corresponsabilização e autonomia da
compreende mobilizar, sensibilizar e população, incluindo ações educativas,
promover capacitações para gestores, legislativas, econômicas, ambientais, culturais
trabalhadores da saúde e de outros setores e sociais; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014,
para o desenvolvimento de ações de Art. 10, V)
educação em promoção da saúde e incluí-la
nos espaços de educação permanente; VI - promoção da mobilidade segura, que
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 10, I) compreende: (Origem: PRT MS/GM
2446/2014, Art. 10, VI)
II - alimentação adequada e saudável, que
compreende promover ações relativas à a) buscar avançar na articulação intersetorial e
alimentação adequada e saudável, visando à intrasetorial, envolvendo a vigilância em
promoção da saúde e à segurança alimentar saúde, a atenção básica e as redes de
e nutricional, contribuindo com as ações e urgência e emergência do território na
metas de redução da pobreza, com a inclusão produção do cuidado e na redução da
social e com a garantia do direito humano à morbimortalidade decorrente do trânsito;
alimentação adequada e saudável; (Origem: (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 10, VI,
PRT MS/GM 2446/2014, Art. 10, II) a)

III - práticas corporais e atividades físicas, que b) orientar ações integradas e intersetoriais
compreende promover ações, nos territórios, incluindo saúde, educação,
aconselhamento e divulgação de práticas trânsito, fiscalização, ambiente e demais
corporais e atividades físicas, incentivando a setores envolvidos, além da sociedade,
melhoria das condições dos espaços públicos, visando definir um planejamento integrado,
considerando a cultura local e incorporando parcerias, atribuições, responsabilidades e
brincadeiras, jogos, danças populares, dentre especificidades de cada setor para a

278
promoção da mobilidade segura; e (Origem: meio ambiente e desenvolvimento
PRT MS/GM 2446/2014, Art. 10, VI, b) sustentável na produção social da saúde em
articulação com os demais temas prioritários.
c) avançar na promoção de ações educativas, (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 10,
legislativas, econômicas, ambientais, culturais VIII)
e sociais, fundamentadas em informação
qualificada e em planejamento integrado, Art. 11. Compete às esferas federal,
que garantam o trânsito seguro, a redução de estaduais, do Distrito Federal e municipais do
morbimortalidade e a paz no trânsito. SUS: (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art.
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 10, VI, 11)
c)
I - divulgar a PNPS, fortalecendo seus valores
VII - promoção da cultura da paz e de direitos e princípios; (Origem: PRT MS/GM
humanos, que compreende promover, 2446/2014, Art. 11, I)
articular e mobilizar ações que estimulem a
convivência, a solidariedade, o respeito à vida II - estabelecer parcerias, promovendo a
e o fortalecimento de vínculos, para o articulação intersetorial e intrassetorial;
desenvolvimento de tecnologias sociais que (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 11, II)
favoreçam a mediação de conflitos, o respeito
às diversidades e diferenças de gênero, de III - contribuir para a reorientação do modelo
orientação sexual e identidade de gênero, de atenção à saúde com base nos valores,
entre gerações, étnico-raciais, culturais, princípios e diretrizes da PNPS; (Origem: PRT
territoriais, de classe social e relacionada às MS/GM 2446/2014, Art. 11, III)
pessoas com deficiências e necessidades
IV - fomentar normas e regulamentos para o
especiais, garantindo os direitos humanos e
desenvolvimento seguro, saudável e
as liberdades fundamentais, articulando a
sustentável em ambientes, comunidades,
RAS com as demais redes de proteção social,
municípios e territórios; (Origem: PRT
produzindo informação qualificada e capaz
MS/GM 2446/2014, Art. 11, IV)
de gerar intervenções individuais e coletivas,
contribuindo para a redução das violências e
V - fortalecer a participação e o controle
para a cultura de paz; e (Origem: PRT MS/GM
social e as instâncias de gestão democrática e
2446/2014, Art. 10, VII)
participativa, enquanto mecanismo de
implementação da PNPS; (Origem: PRT
VIII - promoção do desenvolvimento
MS/GM 2446/2014, Art. 11, V)
sustentável, que compreende promover,
mobilizar e articular ações governamentais,
VI - construir mecanismos de identificação das
não governamentais, incluindo o setor
potencialidades e das vulnerabilidades para
privado e a sociedade civil, nos diferentes
subsidiar o fortalecimento da equidade;
cenários, como cidades, campo, floresta,
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 11, VI)
águas, bairros, territórios, comunidades,
habitações, escolas, igrejas, empresas e
outros, permitindo a interação entre saúde,
279
VII - definir prioridades, objetivos, estratégias implementação da PNPS, considerando as
e metas nas instâncias colegiadas e especificidades locorregionais; (Origem: PRT
intergestores para implementação de MS/GM 2446/2014, Art. 11, XIII)
programas, planos, projetos e ações de
promoção da saúde; (Origem: PRT MS/GM XIV - articular a inserção das ações voltadas à
2446/2014, Art. 11, VII) promoção da saúde nos sistemas de
informação do SUS e outros; e (Origem: PRT
VIII - estabelecer instrumentos e indicadores MS/GM 2446/2014, Art. 11, XIV)
de gestão, planejamento, monitoramento e
avaliação; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, XV - viabilizar parcerias com organismos
Art. 11, VIII) internacionais, com organizações
governamentais, não governamentais,
IX - promover a alocação de recursos incluindo o setor privado e sociedade civil,
orçamentários e financeiros para a para o fortalecimento da promoção da saúde
implementação da PNPS; (Origem: PRT no País. (Origem: PRT MS/GM 2446/2014,
MS/GM 2446/2014, Art. 11, IX) Art. 11, XV)

X - promover o intercâmbio de experiências e Art. 12. Compete ao Ministério da Saúde:


o desenvolvimento de estudos e pesquisas (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 12)
que visem o aperfeiçoamento e a
disseminação de tecnologias e I - promover a articulação com os estados e
conhecimentos voltados para a promoção da municípios para apoio à implantação e
saúde; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. implementação da PNPS; (Origem: PRT
11, X) MS/GM 2446/2014, Art. 12, I)

XI - desenvolver estratégias e mecanismos II - pactuar na Comissão Intergestores


organizacionais de qualificação e valorização Tripartite (CIT) os temas prioritários e o
da força de trabalho da saúde, estimulando financiamento da PNPS; (Origem: PRT
processos de formação e educação MS/GM 2446/2014, Art. 12, II)
permanente voltados para a efetivação da
PNPS; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. III - apoiar a implementação da PNPS,
11, XI) considerando o perfil epidemiológico e as
necessidades em saúde; (Origem: PRT
XII - estimular as iniciativas e ações de MS/GM 2446/2014, Art. 12, III)
promoção de saúde, bem como a produção
de dados e divulgação de informações; IV - viabilizar mecanismos para
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 11, XII) cofinanciamento de planos, projetos e
programas de promoção da saúde; (Origem:
XIII - incluir a promoção da saúde nos Planos PRT MS/GM 2446/2014, Art. 12, IV)
de Saúde e nas Programações Anuais de
Saúde em conformidade com os instrumentos
de planejamento e gestão do SUS, para
280
V - incorporar ações de Promoção da Saúde II - pactuar nas Comissões Intergestores
aos Planos Plurianual e Nacional de Saúde; Bipartite (CIB) e Comissões Intergestores
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 12, V) Regionais (CIR) as estratégias, diretrizes,
metas, temas prioritários e financiamento das
VI - apresentar no Conselho Nacional de ações de implantação e implementação da
Saúde estratégias, programas, planos e PNPS; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art.
projetos de promoção da saúde; (Origem: 13, II)
PRT MS/GM 2446/2014, Art. 12, VI)
III - implantar e implementar a PNPS na RAS,
VII - institucionalizar e manter em no âmbito de seu território, respeitando suas
funcionamento o Comitê da PNPS, em diretrizes e promovendo adequações às
conformidade com os seus princípios e especificidades locorregionais; (Origem: PRT
diretrizes; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, MS/GM 2446/2014, Art. 13, III)
Art. 12, VII)
IV - apresentar no Conselho Estadual de
VIII - realizar apoio institucional às Secretarias Saúde estratégias, programas, planos e
de Saúde Estaduais, do Distrito Federal e projetos de promoção da saúde; (Origem:
Municipais, visando à implantação, PRT MS/GM 2446/2014, Art. 13, IV)
implementação e consolidação da PNPS;
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 12, V - incorporar ações de Promoção da Saúde
VIII) nos Planos Plurianual e Estadual de Saúde;
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 13, V)
IX - apoiar e produzir a elaboração de
materiais de divulgação, visando socializar VI - alocar recursos orçamentários e
informações e ações de promoção da saúde; financeiros para a implantação e
e (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 12, implementação da PNPS; (Origem: PRT
IX) MS/GM 2446/2014, Art. 13, VI)

X - estimular, monitorar e avaliar os VII - realizar apoio institucional às secretarias


processos, programas, projetos e ações de municipais e regiões de saúde no processo de
promoção da saúde. (Origem: PRT MS/GM implantação, implementação e consolidação
2446/2014, Art. 12, X) da PNPS; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014,
Art. 13, VII)
Art. 13. Compete às Secretarias Estaduais de
Saúde: (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. VIII - realizar o monitoramento e avaliação de
13) programas, projetos e ações de promoção da
saúde no âmbito estadual e distrital; (Origem:
I - promover a articulação com os municípios PRT MS/GM 2446/2014, Art. 13, VIII)
para apoio à implantação e implementação
da PNPS; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, IX - apoiar e elaborar materiais de divulgação
Art. 13, I) visando à socialização da informação e à
divulgação de programas, planos, projetos e

281
ações de promoção da saúde; (Origem: PRT V - incorporar ações de Promoção da Saúde
MS/GM 2446/2014, Art. 13, IX) aos Planos Plurianual e Municipal de Saúde;
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 14, V)
X - promover cooperação, espaços de
discussão e trocas de experiências e VI - destinar recursos orçamentários e
conhecimentos sobre a promoção da saúde; financeiros para realização das ações de
e (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 13, promoção da saúde; (Origem: PRT MS/GM
X) 2446/2014, Art. 14, VI)

XI - apoiar e promover a execução de VII - prestar apoio institucional aos gestores e


programas, planos, projetos e ações trabalhadores no processo de implantação,
relacionadas com a promoção da saúde, implementação, qualificação e consolidação
considerando o perfil epidemiológico e as da PNPS; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014,
necessidades do seu território. (Origem: PRT Art. 14, VII)
MS/GM 2446/2014, Art. 13, XI)
VIII - promover e realizar a educação
Art. 14. Compete às Secretarias Municipais permanente dos trabalhadores do sistema
de Saúde: (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, local de saúde para desenvolver as ações de
Art. 14) promoção da saúde; (Origem: PRT MS/GM
2446/2014, Art. 14, VIII)
I - promover a articulação intra e intersetorial
para apoio à implantação e implementação IX - identificar e promover canais de
da PNPS no âmbito de sua competência; participação no processo decisório para o
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 14, I) desenvolvimento e a sustentabilidade das
ações de promoção da saúde; (Origem: PRT
II - implantar e implementar a PNPS no MS/GM 2446/2014, Art. 14, IX)
âmbito do seu território, respeitando as
especificidades locorregionais; (Origem: PRT X - promover a participação e o controle
MS/GM 2446/2014, Art. 14, II) social e reforçar as ações comunitárias de
promoção da saúde nos territórios; (Origem:
III - pactuar nas CIB e CIR as estratégias, PRT MS/GM 2446/2014, Art. 14, X)
diretrizes, metas, temas prioritários e
financiamento das ações de implantação e XI - identificar, articular e apoiar a troca de
implementação da PNPS; (Origem: PRT experiências e conhecimentos referentes às
MS/GM 2446/2014, Art. 14, III) ações de promoção da saúde; (Origem: PRT
MS/GM 2446/2014, Art. 14, XI)
IV - apresentar no Conselho Municipal de
Saúde estratégias, programas, planos e XII - participar do processo de
projetos de promoção da saúde; (Origem: monitoramento, avaliação de programas,
PRT MS/GM 2446/2014, Art. 14, IV) planos, projetos e ações de promoção da
saúde; (Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art.
14, XII)

282
XIII - elaborar materiais educativos visando à com os demais setores governamentais e não
socialização da informação e à divulgação de governamentais; (Origem: PRT MS/GM
programas, planos, projetos e ações de 227/2016, Art. 2º, II)
promoção da saúde; e (Origem: PRT MS/GM
2446/2014, Art. 14, XIII) III - consolidar as agendas de promoção da
saúde em consonância com as políticas, as
XIV - apoiar e promover, de forma prioridades e os recursos das instituições
privilegiada, a execução de programas, participantes e com o Plano Nacional de
planos, projetos e ações diretamente Saúde; (Origem: PRT MS/GM 227/2016, Art.
relacionadas à promoção da saúde, 2º, III)
considerando o perfil epidemiológico e as
necessidades do seu território. (Origem: PRT IV - promover a integração das ações de
MS/GM 2446/2014, Art. 14, XIV) promoção da saúde no âmbito do SUS, no
contexto dos instrumentos institucionais de
Art. 15. À Secretaria de Estado da Saúde do planejamento e gestão; (Origem: PRT
Distrito Federal (SES/DF) competem as MS/GM 227/2016, Art. 2º, IV)
atribuições reservadas às secretarias de saúde
dos estados e dos municípios. (Origem: PRT V - incentivar e apoiar a inclusão de temas
MS/GM 2446/2014, Art. 15) sobre a Promoção da Saúde na elaboração de
projetos e planos locais de acordo com os
Art. 16. O financiamento dos temas valores e princípios, os objetivos, as diretrizes,
prioritários da PNPS e seus planos operativos os temas transversais e os eixos operacionais
serão objeto de pactuação prévia na CIT. da PNPS, no âmbito dos estados, do Distrito
(Origem: PRT MS/GM 2446/2014, Art. 16) Federal e dos municípios, respeitando os
instrumentos instituídos de planejamento e
CAPÍTULO II gestão do SUS; (Origem: PRT MS/GM
DO COMITÊ GESTOR DA POLÍTICA 227/2016, Art. 2º, V)
NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
VI - monitorar e avaliar as estratégias de
Art. 17. Fica instituído o Comitê Gestor da implantação e implementação da PNPS e seu
Política Nacional de Promoção da Saúde impacto na melhoria da qualidade de vida de
(CGPNPS). (Origem: PRT MS/GM 227/2016, sujeitos e coletividades; (Origem: PRT
Art. 1º) MS/GM 227/2016, Art. 2º, VI)

Art. 18. Compete ao CGPNPS: (Origem: PRT VII - viabilizar parcerias com organismos
MS/GM 227/2016, Art. 2º) internacionais com o objetivo de promover
articulação e intercâmbio entre países para
I - consolidar a implementação da PNPS; fortalecimento da PNPS; e (Origem: PRT
(Origem: PRT MS/GM 227/2016, Art. 2º, I) MS/GM 227/2016, Art. 2º, VII)

II - coordenar a implementação da PNPS no


Sistema Único de Saúde (SUS) em articulação

283
VIII - desenvolver outras ações que visem ao IX - 1 (um) representante da Fundação
fortalecimento da PNPS. (Origem: PRT Oswaldo Cruz (FIOCRUZ); (Origem: PRT
MS/GM 227/2016, Art. 2º, VIII) MS/GM 227/2016, Art. 3º, IX)

Art. 19. O CGPNPS será composto por X - 1 (um) representante da Agência Nacional
representantes, titulares e suplentes, dos de Vigilância Sanitária (ANVISA); (Origem:
seguintes órgãos e entidades: (Origem: PRT PRT MS/GM 227/2016, Art. 3º, X)
MS/GM 227/2016, Art. 3º)
XI - 1 (um) representante da Agência Nacional
I - 4 (quatro) representantes da Secretaria de de Saúde Suplementar (ANS); (Origem: PRT
Vigilância em Saúde (SVS/MS), que o MS/GM 227/2016, Art. 3º, XI)
coordenará; (Origem: PRT MS/GM 227/2016,
Art. 3º, I) XII - 1 (um) representante do Instituto
Nacional de Câncer José Alencar Gomes da
II - 4 (quatro) representantes da Secretaria de Silva (INCA); (Origem: PRT MS/GM 227/2016,
Atenção à Saúde (SAS/MS); (Origem: PRT Art. 3º, XII)
MS/GM 227/2016, Art. 3º, II)
XIII - 1 (um) representante do Conselho
III - 3 (três) representantes da Secretaria de Nacional de Secretários de Saúde (CONASS);
Gestão Estratégica e Participativa (SGEP/MS); (Origem: PRT MS/GM 227/2016, Art. 3º, XIII)
(Origem: PRT MS/GM 227/2016, Art. 3º, III)
XIV - 1 (um) representante do Conselho
IV - 2 (dois) representantes da Secretaria de Nacional de Secretários Municipais de Saúde
Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (CONASEMS); (Origem: PRT MS/GM
(SGTES/MS); (Origem: PRT MS/GM 227/2016, Art. 3º, XIV)
227/2016, Art. 3º, IV)
XV - 1 (um) representante do Conselho
V - 1 (um) representante da Secretaria de Nacional de Saúde (CNS); (Origem: PRT
Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos MS/GM 227/2016, Art. 3º, XV)
(SCTIE/MS); (Origem: PRT MS/GM 227/2016,
Art. 3º, V) XVI - 1 (um) representante da Organização
Pan-Americana de Saúde (OPAS); e (Origem:
VI - 1 (um) representante da Secretária- PRT MS/GM 227/2016, Art. 3º, XVI)
Executiva (SE/MS); (Origem: PRT MS/GM
227/2016, Art. 3º, VI) XVII - 1 (um) representante do Grupo
Temático de Promoção da Saúde e
VII - 1 (um) representante da Secretaria Desenvolvimento Sustentável da Associação
Especial de Saúde Indígena (SESAI/MS); Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO).
(Origem: PRT MS/GM 227/2016, Art. 3º, VII) (Origem: PRT MS/GM 227/2016, Art. 3º, XVII)

VIII - 1 (um) representante da Fundação § 1º Os representantes, titulares e suplentes,


Nacional de Saúde (FUNASA); (Origem: PRT serão indicados formalmente pelos dirigentes
MS/GM 227/2016, Art. 3º, VIII) de seus respectivos órgãos à Coordenação do
284
CGPNPS. (Origem: PRT MS/GM 227/2016, consolidação e implementação da PNPS, bem
Art. 3º, § 1º) como acompanhamento das suas
implementações, e emissão de pareceres e
§ 2º Os representantes poderão ser relatórios para subsidiar as atividades do
substituídos a qualquer tempo, desde que Comitê. (Origem: PRT MS/GM 227/2016, Art.
formalizada a solicitação à Coordenação do 5º)
CGPNPS, devendo a cada ano ser confirmada
a indicação ou substituição. (Origem: PRT § 1º Os GT, ao finalizarem os trabalhos,
MS/GM 227/2016, Art. 3º, § 2º) deverão enviar relatórios ou pareceres, de
acordo com a solicitação do CGPNPS, para
§ 3º As entidades de que trata os incisos XV a aprovação e, posteriormente, divulgá-los.
XVII serão convidadas a indicar (Origem: PRT MS/GM 227/2016, Art. 5º, § 1º)
representantes para compor o CGPNPS.
(Origem: PRT MS/GM 227/2016, Art. 3º, § 3º) § 2º Os GT serão compostos por até 5 (cinco)
representantes do CGPNPS e poderão
§ 4º O CGPNPS poderá convidar servidores convidar especialistas, representantes das
dos órgãos e entidades do Ministério da áreas técnicas do Ministério da Saúde e de
Saúde, de outros órgãos da Administração outros Ministérios, assim como
Pública Federal, de entidades não representantes de outras entidades,
governamentais, organismos internacionais, instituições e movimentos sociais, de acordo
bem como especialistas em assuntos ligados com suas necessidades e especificidades.
ao tema, além dos indicados no "caput", cuja (Origem: PRT MS/GM 227/2016, Art. 5º, § 2º)
presença seja considerada necessária ao
cumprimento das funções atribuídas ao Art. 22. As funções desempenhadas no
CGPNPS, mediante consulta prévia à âmbito do CGPNPS não serão remuneradas e
Coordenação do CGPNPS. (Origem: PRT seu exercício será considerado serviço
MS/GM 227/2016, Art. 3º, § 4º) público relevante. (Origem: PRT MS/GM
227/2016, Art. 6º)
Art. 20. O CGPNPS reunir-se-á,
ordinariamente, com regularidade bimestral Art. 23. Os debates ocorridos nas reuniões do
e, extraordinariamente, por iniciativa de CGPNPS deverão ser consubstanciados em
qualquer um dos membros junto à atas com ampla divulgação no âmbito da
Coordenação do CGPNPS, com antecedência saúde. (Origem: PRT MS/GM 227/2016, Art.
mínima de 15 (quinze) dias da data proposta 7º)
para a realização da reunião. (Origem: PRT
MS/GM 227/2016, Art. 4º)

Art. 21. O CGPNPS poderá propor a criação


de Grupos de Trabalho (GT), instituídos por
meio de atos do Ministro de Estado da Saúde,
para assessorá-lo com temas afetos à
Promoção da Saúde, por meio de
285
Política Nacional para os Art. 3º São requisitos necessários para a
Hospitais de Pequeno Porte adesão à Política Nacional para os Hospitais
(Origem: PRT MS/GM 1044/2004) de Pequeno Porte: (Origem: PRT MS/GM
1044/2004, Art. 3º)
Art. 1º Fica instituída a Política Nacional para
os Hospitais de Pequeno Porte, utilizando um I - estar habilitado segundo as condições de
modelo de organização e financiamento que gestão estabelecidas na Norma Operacional
estimule a inserção desses Hospitais de da Assistência - NOB/96 ou na Norma
Pequeno Porte na rede hierarquizada de Operacional da Assistência à Saúde -
atenção à saúde, agregando resolutividade e NOAS/SUS - 01/2002; (Origem: PRT MS/GM
qualidade às ações definidas para o seu nível 1044/2004, Art. 3º, I)
de complexidade. (Origem: PRT MS/GM
1044/2004, Art. 1º) II - comprovar a operação do Fundo de
Saúde; (Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art.
CAPÍTULO I 3º, II)
DA POLÍTICA NACIONAL PARA OS
HOSPITAIS DE PEQUENO PORTE III - comprovar o funcionamento do Conselho
de Saúde; (Origem: PRT MS/GM 1044/2004,
Art. 2º Poderão aderir, voluntariamente, à Art. 3º, III)
política ora instituída, os Municípios e Estados
que tiverem sob sua gestão estabelecimento IV - apresentar Plano de Trabalho aprovado
hospitalar que preencha os seguintes pelo respectivo Conselho de Saúde e pela
critérios: (Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Comissão Intergestores Bipartite (CIB); e
Art. 2º) (Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 3º, IV)

I - ser de esfera administrativa pública ou V - formalizar Termo de Adesão junto ao


privada sem fins lucrativos, reconhecida como Ministério da Saúde. (Origem: PRT MS/GM
filantrópica; (Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 3º, V)
1044/2004, Art. 2º, I)
Parágrafo Único. As orientações para o
II - estar localizado em municípios ou desenvolvimento do Termo de Adesão e do
microrregiões com até 30.000 habitantes; Plano de Trabalho serão objeto de Instrução
(Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 2º, II) Normativa a ser publicada pela Secretaria de
Atenção à Saúde (SAS/MS). (Origem: PRT
III - possuir entre 5 a 30 leitos de internação MS/GM 1044/2004, Art. 3º, Parágrafo Único)
cadastrados no CNES; e (Origem: PRT
MS/GM 1044/2004, Art. 2º, III) Art. 4º Em relação à Política Nacional para
Hospitais de Pequeno Porte, caberá aos
IV - estar localizado em municípios que estabelecimentos de saúde, de acordo com
apresentam cobertura da Estratégia de Saúde normatização vigente: (Origem: PRT MS/GM
da Família igual ou superior a 70%. (Origem: 1044/2004, Art. 4º)
PRT MS/GM 1044/2004, Art. 2º, IV)
286
I - adequar o seu perfil assistencial, contratados, de acordo com as normas
preferencialmente para: (Origem: PRT operacionais vigentes no SUS; (Origem: PRT
MS/GM 1044/2004, Art. 4º, I) MS/GM 1044/2004, Art. 4º, VI)

a) especialidades básicas (clínicas: médica, VII - participar na composição do Conselho


pediátrica e obstétrica); (Origem: PRT Gestor do Contrato de Metas; e (Origem: PRT
MS/GM 1044/2004, Art. 4º, I, a) MS/GM 1044/2004, Art. 4º, VII)

b) saúde bucal, em especial para a atenção às VIII - alimentar, sistematicamente, os sistemas


urgências odontológicas; (Origem: PRT de informações do SUS. (Origem: PRT
MS/GM 1044/2004, Art. 4º, I, b) MS/GM 1044/2004, Art. 4º, VIII)

c) pequenas cirurgias, desde que preenchidos Parágrafo Único. O perfil assistencial dos
os requisitos técnicos pertinentes; e (Origem: Hospitais de Pequeno Porte poderá ser
PRT MS/GM 1044/2004, Art. 4º, I, c) adequado de forma alternativa, a critério do
gestor de saúde, desde que sejam
d) urgência e emergência, desde que respeitados os requisitos técnicos e a
preenchidos os requisitos técnicos legislação pertinente nas áreas fins. (Origem:
pertinentes e como integrante do sistema PRT MS/GM 1044/2004, Art. 4º, Parágrafo
regional; (Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Único)
Art. 4º, I, d)
Art. 5º A oferta quantitativa de leitos dos
II - participar das políticas prioritárias do Hospitais de Pequeno Porte será ajustada
Sistema Único de Saúde e colaborar tomando como parâmetro: (Origem: PRT
ativamente na constituição de uma rede de MS/GM 1044/2004, Art. 5º)
cuidados progressivos à saúde, de acordo
com a realidade locorregional; (Origem: PRT I - a necessidade de internações de baixa e
MS/GM 1044/2004, Art. 4º, II) média complexidade, estimada em 5% da
população da área de abrangência/ano;
III - participar da Política Nacional de (Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 5º, I)
Humanização do Sistema Único de Saúde;
(Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 4º, III) II - taxa de ocupação de 80%; e (Origem: PRT
MS/GM 1044/2004, Art. 5º, II)
IV - cumprir o Contrato de Metas firmado com
o gestor local de saúde; (Origem: PRT III - média de permanência de 5 dias.
MS/GM 1044/2004, Art. 4º, IV) (Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 5º, III)

V - desenvolver ações de qualificação da § 1º Os parâmetros de que trata este artigo


gestão hospitalar; (Origem: PRT MS/GM expressam-se na fórmula Necessidade de
1044/2004, Art. 4º, V) Leitos = Necessidade de Internações
Programadas/Capacidade de Internação por
VI - regularizar e manter sob a regulação do Leito, conforme orientações do Capítulo II do
gestor local do SUS a totalidade dos serviços
287
Título IV da Portaria de Consolidação nº 1. regionalização dos Estados; (Origem: PRT
(Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 5º, § MS/GM 1044/2004, Art. 6º, IV)
1º)
V - elaborar relatório semestral contendo
§ 2º Esses parâmetros serão reavaliados avaliação das ações realizadas, a ser
periodicamente pelo Ministério da Saúde, apresentado ao respectivo Conselho de
podendo ser atualizados na medida da Saúde; (Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art.
necessidade. (Origem: PRT MS/GM 6º, V)
1044/2004, Art. 5º, § 2º)
VI - acompanhar e avaliar o desempenho dos
Art. 6º Em relação à Política Nacional para estabelecimentos de saúde e o cumprimento
Hospitais de Pequeno Porte, caberá ao do Contrato de Metas; (Origem: PRT MS/GM
responsável pela gestão do sistema 1044/2004, Art. 6º, VI)
hospitalar: (Origem: PRT MS/GM 1044/2004,
Art. 6º) VII - monitorar a alimentação das informações
nos bancos de dados do SUS, por parte dos
I - apresentar diagnóstico da rede hospitalar estabelecimentos de saúde contratados; e
e sua integração com o sistema de atenção (Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 6º, VII)
local e regional; (Origem: PRT MS/GM
1044/2004, Art. 6º, I) VIII - garantir a integração do hospital com a
rede de atenção básica e a implementação
II - elaborar Plano de Trabalho a ser das políticas de saúde prioritárias do SUS.
submetido ao respectivo Conselho de Saúde (Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 6º, VIII)
e à Comissão Intergestores Bipartite,
contendo o detalhamento das metas, ações e Art. 7º Em relação à Política Nacional para
programações a serem implementadas nas Hospitais de Pequeno Porte, aos Estados
unidades de saúde que preencherem os caberá: (Origem: PRT MS/GM 1044/2004,
critérios de seleção; (Origem: PRT MS/GM Art. 7º)
1044/2004, Art. 6º, II)
I - oferecer cooperação e assessoria técnica
III - desenvolver a capacitação institucional e aos municípios para a elaboração do
modernização da gestão visando à diagnóstico e dos "Planos de Trabalho";
qualificação permanente das ações (Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 7º, I)
integradas de saúde; (Origem: PRT MS/GM
1044/2004, Art. 6º, III) II - desenvolver e implementar projetos
estratégicos para a capacitação de gestores
IV - pactuar com os gestores municipal e municipais e gerentes das unidades
estadual os mecanismos de referência e hospitalares de pequeno porte; (Origem: PRT
contra-referência para atendimento à MS/GM 1044/2004, Art. 7º, II)
população em sua microrregião, em
consonância com as diretrizes da III - encaminhar ao Ministério da Saúde, após
apreciação pela CIB, a formalização da

288
adesão do Estado à Política Nacional para IV - monitorar, controlar e avaliar a Política
Hospitais de Pequeno Porte e os Planos de Nacional para Hospitais de Pequeno Porte;
Trabalho formulados pelos Municípios ou (Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 8º, IV)
pelo próprio Estado; (Origem: PRT MS/GM
1044/2004, Art. 7º, III) V - analisar e encaminhar os projetos para
homologação na Comissão Intergestores
IV - participar no financiamento, conforme Tripartite; e (Origem: PRT MS/GM
estabelecido no art. 10, § 1º ; (Origem: PRT 1044/2004, Art. 8º, V)
MS/GM 1044/2004, Art. 7º, IV)
VI - aprimorar e utilizar os sistemas de
V - acompanhar, supervisionar e avaliar os informação existentes para o
projetos, encaminhando ao Ministério da acompanhamento e avaliação. (Origem: PRT
Saúde os relatórios semestrais contendo MS/GM 1044/2004, Art. 8º, VI)
avaliação do impacto das ações realizadas; e
(Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 7º, V) Art. 9º A alocação de recursos de custeio aos
estabelecimentos de saúde que atenderem
VI - estimular o processo de descentralização aos critérios definidos no art. 2º será efetuada
das unidades sob gestão estadual. (Origem: por Orçamento Global, mediante Contrato
PRT MS/GM 1044/2004, Art. 7º, VI) de Metas. (Origem: PRT MS/GM 1044/2004,
Art. 9º)
Art. 8º Em relação à Política Nacional para
Hospitais de Pequeno Porte, ao Ministério da § 1º O valor correspondente ao custeio global
Saúde caberá: (Origem: PRT MS/GM dos hospitais de pequeno porte, em
1044/2004, Art. 8º) conformidade com o art. 5º, será normatizado
pela Secretaria de Atenção à Saúde. (Origem:
I - implementar políticas e estratégias em PRT MS/GM 1044/2004, Art. 9º, § 1º)
conjunto com Estados e municípios,
resultantes da pactuação entre as três esferas § 2º O repasse dos recursos de custeio será
de governo; (Origem: PRT MS/GM realizado de forma automática, do Fundo
1044/2004, Art. 8º, I) Nacional de Saúde para os respectivos
Fundos Estaduais e Municipais, de acordo
II - oferecer assessoria técnica a Estados e com as normas vigentes para tal finalidade.
municípios para a elaboração e implantação (Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 9º, §
dos Planos de Trabalho; (Origem: PRT 2º)
MS/GM 1044/2004, Art. 8º, II)
§ 3º A adesão e o valor de contrato destinado
III - desenvolver e implementar projetos a cada estabelecimento de saúde, bem como
estratégicos, em parceria com Estados e os valores a serem repassados às Secretarias
municípios, para a capacitação de gestores Municipais e Estaduais de Saúde serão
estaduais e municipais; (Origem: PRT MS/GM publicados no Diário Oficial da União.
1044/2004, Art. 8º, III) (Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 9º, §
3º)
289
Art. 10. O Ministério da Saúde utilizará como portalfns.saude.gov.br. (Origem: PRT MS/GM
base para a execução da Política Nacional 1044/2004, Art. 11, Parágrafo Único)
para os Hospitais de Pequeno Porte o
montante de recursos utilizados para o Art. 12. O acompanhamento do Contrato de
pagamento da produção apresentada pelos Metas será realizado por Conselho Gestor a
estabelecimentos de saúde no ano de 2003, ser instituído pelo respectivo Conselho de
acrescido do impacto financeiro de todos os Saúde ou por Comissão de Acompanhamento
reajustes concedidos até a data da do Contrato de Metas no âmbito do
contratação desses hospitais. (Origem: PRT respectivo Conselho de Saúde. (Origem: PRT
MS/GM 1044/2004, Art. 10) MS/GM 1044/2004, Art. 12)

§ 1º Os recursos financeiros necessários à Parágrafo Único. O Órgão Colegiado de


cobertura da diferença entre o faturamento Acompanhamento de que trata o caput deste
SUS pago no ano de 2003 para cada artigo deverá efetuar o acompanhamento
estabelecimento e o valor previsto para a mensal do Contrato de Metas e avaliar os
orçamentação global por meio do Contrato relatórios semestrais das atividades
de Metas serão divididos igualmente entre o desenvolvidas pelo estabelecimento de
Ministério da Saúde e a respectiva Secretaria saúde, incluindo a análise de documentos
Estadual de Saúde. (Origem: PRT MS/GM contábeis, balancetes e outros julgados
1044/2004, Art. 10, § 1º) cabíveis. (Origem: PRT MS/GM 1044/2004,
Art. 12, Parágrafo Único)
§ 2º Excepcionalmente, poderão ser
apresentadas, para apreciação e deliberação Art. 13. A Secretaria de Atenção à Saúde
da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), (SAS/MS) definirá, em portaria
propostas de custeio prevendo a participação complementar, os parâmetros e indicadores
de municípios, pactuadas nas Comissões para acompanhamento e avaliação de
Intergestores Bipartite (CIB). (Origem: PRT desempenho dos estabelecimentos de saúde,
MS/GM 1044/2004, Art. 10, § 2º) visando à manutenção do repasse de recursos
financeiros. (Origem: PRT MS/GM 1044/2004,
Art. 11. Os recursos financeiros de Art. 13)
investimento necessários deverão estar em
conformidade com o Plano Diretor de § 1º O não cumprimento das obrigações
Investimentos dos Estados. (Origem: PRT previstas na Política Nacional dos Hospitais
MS/GM 1044/2004, Art. 11) de Pequeno Porte e no Contrato de Metas
implicará na suspensão das transferências
Parágrafo Único. Os projetos de investimento financeiras pactuadas. (Origem: PRT MS/GM
deverão ser apresentados de acordo com a 1044/2004, Art. 13, § 1º)
Cartilha de Apresentação de Propostas do
Ministério da Saúde, mediante a Celebração § 2º O Ministério da Saúde apresentará, para
de Convênios e Instrumentos Congêneres, aprovação pela Comissão Intergestores
conforme a normatização vigente e disponível Tripartite, a desqualificação dos Estados e
no endereço eletrônico municípios que não comprovarem o
290
cumprimento de suas responsabilidades. apresentar necessidade de até 30 leitos;
(Origem: PRT MS/GM 1044/2004, Art. 13, § (Origem: PRT MS/GM 852/2005, Art. 1º, I)
2º)
II - estabelecimentos de saúde que estão
Art. 14. Fica vedado o credenciamento pelo localizados em municípios com cobertura do
SUS de novos hospitais de pequeno porte em Programa Saúde da Família (PSF) menor que
todo o território nacional, bem como o 70% poderão apresentar planos de trabalho
investimento do SUS para construção desse para adesão à Política Nacional para os
tipo de unidade, levando em consideração os Hospitais de Pequeno Porte, a vigência do
parâmetros de necessidade de leitos, e o efeito financeiro só terá início mediante a
disposto no art. 5º. (Origem: PRT MS/GM adequação da cobertura do PSF maior que
1044/2004, Art. 14) 70%, comprovada por meio do Sistema de
Informações da Atenção Básica - SIAB; e
Art. 15. A Secretaria de Atenção à Saúde (Origem: PRT MS/GM 852/2005, Art. 1º, II)
(SAS/MS) adotará as medidas necessárias
para a operacionalização da Política Nacional III - estabelecimentos de saúde que
para os Hospitais de Pequeno Porte. (Origem: apresentam valores financeiros da AIH 2004
PRT MS/GM 1044/2004, Art. 15) maior que o definido pela Política Nacional
para os Hospitais de Pequeno Porte, poderão
CAPÍTULO II aderir, considerando a base da AIH 2004
DA PARTICIPAÇÃO DE como seu valor de custeio correspondente.
ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE NA (Origem: PRT MS/GM 852/2005, Art. 1º, III)
POLÍTICA NACIONAL PARA OS HOSPITAIS
DE PEQUENO PORTE Art. 17. O disposto no art. 14 não se aplica
aos estabelecimentos de saúde públicos e
Seção I filantrópicos, construídos, até a data de
Disposições Gerais publicação da Portaria nº 852/GM/MS, de 07
de junho de 2005, e operacionalizados com
Art. 16. A critério dos gestores estaduais e recursos públicos, ainda não cadastrados no
municipais de saúde, fica facultada a CNES, e considerados relevantes para o
participação de estabelecimentos de saúde sistema local de saúde pelo gestor estadual
na Política Nacional para os Hospitais de de saúde. (Origem: PRT MS/GM 852/2005,
Pequeno Porte que detenham as Art. 2º)
características constantes dos itens abaixo,
desde que cumpridos os demais critérios de Parágrafo Único. As unidades que se
seleção estabelecidos pelo Anexo XXIII: enquadram no disposto neste artigo deverão
(Origem: PRT MS/GM 852/2005, Art. 1º) aderir à Política Nacional para os Hospitais de
Pequeno Porte, mediante justificativa do
I - estabelecimentos de saúde com mais de 30 gestor estadual de saúde, apresentada à
leitos cadastrados no Cadastro Nacional dos Secretaria de Atenção à Saúde, para análise
Estabelecimentos de Saúde (CNES) e, após o aprovação e registro no CNES. (Origem: PRT
ajuste de leitos definidos pelo art. 5º MS/GM 852/2005, Art. 2º, Parágrafo Único)
291
Seção II a atenção hospitalar, nesse nível de
Dos critérios da Política Nacional para os complexidade, dentro da lógica do Pacto de
Hospitais de Pequeno Porte dos estados Gestão. (Origem: PRT MS/GM 1955/2006,
participantes da Amazônia Legal Art. 2º, Parágrafo Único)

Art. 18. Para a alocação de recursos Art. 20. A Comissão Intergestores Bipartite
financeiros dos hospitais de Pequeno Porte (CIB) será a instância de pactuação, avaliação
dos estados integrantes da região da e deliberação da análise e definição das
Amazônia Legal, será considerada a oferta propostas apresentadas com vistas à
quantitativa do ajuste de leitos/necessidade participação dos estabelecimentos de
de leitos, conforme o definido no Capítulo II saúde/municípios na Política Nacional para os
do Título IV da Portaria de Consolidação nº 1, Hospitais de Pequeno Porte da Amazônia
tomando como parâmetros: (Origem: PRT Legal. (Origem: PRT MS/GM 1955/2006, Art.
MS/GM 1955/2006, Art. 1º) 3º)

I - a necessidade de internações de baixa e Política Nacional de Atenção


média complexidade, estimada em 6% da Hospitalar (PNHOSP)
população da área de abrangência/ano;
(Origem: PRT MS/GM 1955/2006, Art. 1º, I) CAPÍTULO I

II - taxa de ocupação de 80%; e (Origem: PRT DAS DISPOSIÇÕES GERAIS (Origem: PRT
MS/GM 1955/2006, Art. 1º, II) MS/GM 3390/2013, CAPÍTULO I)

III - média de permanência de 5 dias. Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de


(Origem: PRT MS/GM 1955/2006, Art. 1º, III) Atenção Hospitalar (PNHOSP) no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS),
Art. 19. Poderão aderir à Política Nacional, a estabelecendo-se as diretrizes para a
critério dos gestores estaduais e municipais organização do componente hospitalar na
de saúde, os hospitais de pequeno porte da Rede de Atenção à Saúde (RAS). (Origem:
Amazônia Legal localizados em municípios PRT MS/GM 3390/2013, Art. 1º)
que ainda não atingiram a cobertura mínima
de 70% por Equipes de Saúde da Família Art. 2º As disposições regulamentares da
(ESF). (Origem: PRT MS/GM 1955/2006, Art. Política Nacional de Atenção Hospitalar
2º) (PNHOSP) se aplicam a todos os hospitais,
públicos ou privados, que prestem ações e
Parágrafo Único. A adequação do critério de serviços de saúde no âmbito do SUS.
cobertura populacional por ESF terá efeito (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 2º)
para estados/municípios que apresentem em
seus planos municipais de saúde ações e Art. 3º Os hospitais são instituições
metas progressivas de qualificação da complexas, com densidade tecnológica
atenção básica, demonstrando a especifica, de caráter multiprofissional e
integração/interface entre a atenção básica e interdisciplinar, responsável pela assistência
292
aos usuários com condições agudas ou I - acessibilidade hospitalar: a condição para
crônicas, que apresentem potencial de utilização com segurança e autonomia, total
instabilização e de complicações de seu ou assistida, dos espaços, mobiliários e
estado de saúde, exigindo-se assistência equipamentos do hospital por uma pessoa
contínua em regime de internação e ações com deficiência ou com mobilidade reduzida;
que abrangem a promoção da saúde, a (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 5º, I)
prevenção de agravos, o diagnóstico, o
tratamento e a reabilitação. (Origem: PRT II - acolhimento: a escuta ética e adequada
MS/GM 3390/2013, Art. 3º) das necessidades de saúde do usuário no
momento de procura ao serviço de saúde e
Art. 4º Os hospitais que prestam ações e na prestação de cuidados com a finalidade de
serviços no âmbito do SUS constituem-se atender à demanda com resolutividade e
como um ponto ou conjunto de pontos de responsabilidade; (Origem: PRT MS/GM
atenção, cuja missão e perfil assistencial 3390/2013, Art. 5º, II)
devem ser definidos conforme o perfil
demográfico e epidemiológico da população III - apoio matricial: o suporte técnico
e de acordo com o desenho da RAS especializado que é ofertado a uma equipe
locorregional, vinculados a uma população de interdisciplinar de saúde a fim de ampliar seu
referência com base territorial definida, com campo de atuação e qualificar suas ações,
acesso regulado e atendimento por demanda invertendo a lógica da fragmentação dos
referenciada e/ou espontânea. (Origem: PRT saberes; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
MS/GM 3390/2013, Art. 4º) Art. 5º, III)

§ 1º Os hospitais, enquanto integrantes da IV - auditoria clínica: a análise crítica e


RAS, atuarão de forma articulada à Atenção sistemática da qualidade de atenção à saúde
Básica de Saúde, que tem a função de prestada no hospital, incluindo-se os
coordenadora do cuidado e ordenadora da procedimentos usados para o diagnóstico e o
RAS, de acordo com a Política Nacional de tratamento, uso dos recursos e os resultados
Atenção Básica (PNAB). (Origem: PRT para os usuários; (Origem: PRT MS/GM
MS/GM 3390/2013, Art. 4º, § 1º) 3390/2013, Art. 5º, IV)

§ 2º Os hospitais, além da assistência, V - classificação de risco: protocolo pré-


constituem-se, ainda, em espaços de estabelecido, com a finalidade de dar
educação, formação de recursos humanos, agilidade ao atendimento a partir da análise
pesquisa e avaliação de tecnologias em saúde do grau de necessidade do usuário,
para a RAS. (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, proporcionando atenção centrada no nível de
Art. 4º, § 2º) complexidade e não na ordem de chegada;
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 5º, V)
Art. 5º Para efeito da Política Nacional de
Atenção Hospitalar (PNHOSP), considera-se: VI - clínica ampliada: dispositivo de atenção à
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 5º) saúde, centrado nas necessidades de cada
usuário e no seu contexto, articulando um
293
conjunto de práticas capazes de potencializar equipes e avaliação de indicadores
a capacidade de atuação dos profissionais por assistenciais; (Origem: PRT MS/GM
meio da implantação das equipes de 3390/2013, Art. 5º, X)
referência, construção de vínculo e
elaboração de projetos terapêuticos XI - gerenciamento de leitos: dispositivo para
compartilhados com os usuários, buscando otimização da utilização dos leitos,
ampliar os recursos de intervenção sobre o aumentando a rotatividade dentro de
processo saúde/doença; (Origem: PRT critérios técnicos, visando diminuir o tempo
MS/GM 3390/2013, Art. 5º, VI) de internação desnecessário e abrir novas
vagas para demandas represadas; (Origem:
VII - diretrizes terapêuticas: recomendações PRT MS/GM 3390/2013, Art. 5º, XI)
desenvolvidas de modo sistemático para
auxiliar os profissionais de saúde e usuários XII - horizontalização do cuidado: a forma de
no momento da tomada de decisões acerca organização do trabalho em saúde, na qual
de circunstâncias clínicas específicas; existe uma equipe multiprofissional de
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 5º, VII) referência que atua diariamente no serviço,
em contraposição à forma de organização do
VIII - gerência: administração de uma unidade trabalho em que os profissionais têm uma
ou órgão de saúde, tais como ambulatório, carga horária distribuída por plantão;
hospital, instituto e fundação, que se (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 5º, XII)
caracteriza como prestador de serviços do
SUS; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. XIII - linha de cuidado: a estratégia de
5º, VIII) organização da atenção que viabiliza a
integralidade da assistência, por meio de um
IX - gestão: atividade e responsabilidade de conjunto de saberes, tecnologias e recursos
comandar um sistema de saúde municipal, necessários ao enfrentamento de riscos,
distrital, estadual ou nacional, exercendo as agravos ou demais condições específicas do
funções de coordenação, articulação, ciclo de vida ou outro critério sanitário a
negociação, planejamento, serem ofertados de forma oportuna,
acompanhamento, controle, avaliação e articulada e contínua, abrangendo os campos
auditoria, envolvendo as macrofunções de da promoção, prevenção, tratamento e
formulação de políticas/planejamento, reabilitação; (Origem: PRT MS/GM
financiamento, coordenação, regulação, 3390/2013, Art. 5º, XIII)
controle e avaliação do sistema/redes e dos
prestadores públicos ou privados e prestação XIV - Núcleo Interno de Regulação (NIR):
direta de serviços de saúde; (Origem: PRT constitui a interface com as Centrais de
MS/GM 3390/2013, Art. 5º, IX) Regulação para delinear o perfil de
complexidade da assistência que sua
X - gestão da clínica: práticas assistenciais e instituição representa no âmbito do SUS e
gerenciais desenvolvidas a partir da disponibilizar consultas ambulatoriais,
caracterização do perfil dos usuários por meio serviços de apoio diagnóstico e terapêutico,
da gestão de leitos, corresponsabilização das além dos leitos de internação, segundo
294
critérios pré-estabelecidos para o unidade de atenção domiciliar, uma unidade
atendimento, além de buscar vagas de de atenção paliativa, etc.; (Origem: PRT
internação e apoio diagnóstico e terapêutico MS/GM 3390/2013, Art. 5º, XVIII)
fora do hospital para os pacientes internados,
quando necessário; (Origem: PRT MS/GM XIX - prontuário único: o conjunto de
3390/2013, Art. 5º, XIV) documentos em saúde padronizados e
ordenados, destinado ao registro dos
XV - Núcleo de Acesso e Qualidade cuidados que foram prestados aos usuários
Hospitalar (NAQH): Núcleo composto por por todos os profissionais de saúde; (Origem:
profissionais das diversas áreas do hospital PRT MS/GM 3390/2013, Art. 5º, XIX)
cuja finalidade é a garantia da qualidade da
gestão do serviço de urgência e emergência XX - Portas Hospitalares de Urgência e
e dos leitos de retaguarda às urgências na Emergência: serviços instalados em uma
forma do Título I do Livro II do Anexo III da unidade hospitalar para prestar atendimento
Portaria de Consolidação nº 3; (Origem: PRT ininterrupto ao conjunto de demandas
MS/GM 3390/2013, Art. 5º, XV) espontâneas e referenciadas de urgências e
emergências clínicas, pediátricas, obstétricas,
XVI - modelo de atenção: forma como é cirúrgicas e/ou traumatológicas, etc.;
organizado o sistema de saúde a partir da (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 5º, XX)
compreensão do processo de saúde e
doença, do modo como se organiza a oferta XXI - protocolo clínico: documento que
de serviços e suas formas de intervenção por normaliza um padrão de atendimento a
meio dos modelos de práticas profissionais e determinada patologia ou condição clínica,
institucionais estruturadas para o identificando as ações de prevenção,
atendimento de necessidades individuais e diagnóstico, tratamento e reabilitação;
coletivas, específicas para um determinado (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 5º, XXI)
contexto histórico e social; (Origem: PRT
MS/GM 3390/2013, Art. 5º, XVI) XXII - RAS: malha que integra os diversos
pontos de atenção em determinado
XVII - Plano Terapêutico: plano de cuidado de território, organizando-os sistematicamente
cada paciente, resultado da discussão da para que os diferentes níveis e densidades
equipe multiprofissional, com o objetivo de tecnológicas estejam articulados e
avaliar ou reavaliar diagnósticos e riscos, adequados de forma regulada para o
redefinindo as linhas de intervenção atendimento ao usuário; e (Origem: PRT
terapêutica dos profissionais envolvidos no MS/GM 3390/2013, Art. 5º, XXII)
cuidado; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
Art. 5º, XVII) XXIII - visita aberta: o acesso dos visitantes às
unidades de internação em qualquer tempo,
XVIII - ponto de atenção: espaços onde se desde que negociado previamente entre
ofertam determinados serviços de saúde, por usuário, profissionais, gestores e visitantes,
meio de uma produção singular, como uma de forma a garantir o elo entre o usuário e sua
unidade ambulatorial especializada, uma
295
rede social de apoio. (Origem: PRT MS/GM Incorporação de Tecnologias do SUS;
3390/2013, Art. 5º, XXIII) (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 6º, VII)

CAPÍTULO II VIII - garantia da qualidade da atenção


hospitalar e segurança do paciente; (Origem:
DAS DIRETRIZES (Origem: PRT MS/GM PRT MS/GM 3390/2013, Art. 6º, VIII)
3390/2013, CAPÍTULO II)
IX - garantia da efetividade dos serviços, com
Art. 6º São diretrizes da PNHOSP: (Origem: racionalização da utilização dos recursos,
PRT MS/GM 3390/2013, Art. 6º) respeitando as especificidades regionais;
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 6º, IX)
I - garantia de universalidade de acesso,
equidade e integralidade na atenção X - financiamento tripartite pactuado entre as
hospitalar; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, três esferas de gestão; (Origem: PRT MS/GM
Art. 6º, I) 3390/2013, Art. 6º, X)

II - regionalização da atenção hospitalar, com XI - garantia da atenção à saúde indígena,


abrangência territorial e populacional, em organizada de acordo com as necessidades
consonância com as pactuações regionais; regionais, respeitando-se as especificidades
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 6º, II) socioculturais e direitos estabelecidos na
legislação, com correspondentes alternativas
III - continuidade do cuidado por meio da de financiamento específico de acordo com
articulação do hospital com os demais pontos pactuação com subsistema de saúde
de atenção da RAS; (Origem: PRT MS/GM indígena; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
3390/2013, Art. 6º, III) Art. 6º, XI)

IV - modelo de atenção centrado no cuidado XII - transparência e eficiência na aplicação de


ao usuário, de forma multiprofissional e recursos; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
interdisciplinar; (Origem: PRT MS/GM Art. 6º, XII)
3390/2013, Art. 6º, IV)
XIII - participação e controle social no
V - acesso regulado de acordo com o processo de planejamento e avaliação; e
estabelecido na Política Nacional de (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 6º, XIII)
Regulação do SUS; (Origem: PRT MS/GM
3390/2013, Art. 6º, V) XIV - monitoramento e avaliação. (Origem:
PRT MS/GM 3390/2013, Art. 6º, XIV)
VI - atenção humanizada em consonância com
a Política Nacional de Humanização; (Origem: CAPÍTULO III
PRT MS/GM 3390/2013, Art. 6º, VI)
DOS EIXOS ESTRUTURANTES (Origem: PRT
VII - gestão de tecnologia em saúde de MS/GM 3390/2013, CAPÍTULO III)
acordo com a Política Nacional de

296
Art. 7º São eixos estruturantes da PNHOSP: continuidade do cuidado. (Origem: PRT
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 7º) MS/GM 3390/2013, Art. 9º)

I - Assistência Hospitalar; (Origem: PRT Art. 10. A assistência intermediária entre a


MS/GM 3390/2013, Art. 7º, I) internação e o atendimento ambulatorial,
para realização de procedimentos clínicos,
II - Gestão Hospitalar; (Origem: PRT MS/GM cirúrgicos, diagnósticos e terapêuticos, que
3390/2013, Art. 7º, II) requeiram a permanência do paciente na
Unidade por um período máximo de 12 horas,
III - Formação, Desenvolvimento e Gestão da será prestada em Regime de Hospital Dia, nos
Força de Trabalho; (Origem: PRT MS/GM termos do Anexo 1.
3390/2013, Art. 7º, III)
Art. 11. O acesso à atenção hospitalar será
IV - Financiamento; (Origem: PRT MS/GM realizado de forma regulada, a partir de
3390/2013, Art. 7º, IV) demanda referenciada e/ou espontânea,
assegurando a equidade e a transparência,
V - Contratualização; e (Origem: PRT MS/GM
com priorização por meio de critérios que
3390/2013, Art. 7º, V)
avaliem riscos e vulnerabilidades. (Origem:
PRT MS/GM 3390/2013, Art. 10)
VI - Responsabilidades das Esferas de Gestão.
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 7º, VI)
§ 1º O acesso à atenção hospitalar será
organizado em consonancia com as diretrizes
Seção I
da Relação Nacional de Ações e Serviços de
Do Eixo de Assistência Hospitalar (Origem: Saúde (RENASES) e da Política Nacional de
PRT MS/GM 3390/2013, CAPÍTULO III, Seção Regulação, de forma pactuada na Comissão
I) Intergestores Bipartite (CIB) ou Comissão
Intergestores Regional (CIR), quando houver.
Art. 8º A assistência hospitalar no SUS será (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 10, §
organizada a partir das necessidades da 1º)
população, com a finalidade de garantir o
atendimento aos usuários, baseado em § 2º As Portas Hospitalares de Urgência e
equipe multiprofissional, na horizontalização Emergência deverão implementar
do cuidado, na organização de linhas de acolhimento e protocolo de classificação de
cuidado e na regulação do acesso. (Origem: risco e vulnerabilidades específicas. (Origem:
PRT MS/GM 3390/2013, Art. 8º) PRT MS/GM 3390/2013, Art. 10, § 2º)

Art. 9º A atenção hospitalar atuará de forma § 3º A equipe de saúde será integralmente


integrada aos demais pontos de atenção da responsável pelo usuário a partir do momento
RAS e com outras politicas de forma de sua chegada, devendo proporcionar um
intersetorial, mediadas pelo gestor, para atendimento acolhedor e que respeite as
garantir resolutividade da atenção e especificidades socioculturais. (Origem: PRT
MS/GM 3390/2013, Art. 10, § 3º)
297
Art. 12. O modelo de atenção hospitalar multiprofissional. (Origem: PRT MS/GM
contemplará um conjunto de dispositivos de 3390/2013, Art. 11, § 4º)
cuidado que assegure o acesso, a qualidade
da assistência e a segurança do paciente. § 5º As equipes dos serviços hospitalares
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 11) atuarão por meio de apoio matricial,
propiciando retaguarda e suporte nas
§ 1º A clínica ampliada e a gestão da clínica respectivas especialidades para as equipes de
serão a base do cuidado, com a referência, visando a atenção integral ao
implementação de equipes multiprofissionais usuário. (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
de referência, de forma a assegurar o vínculo Art. 11, § 5º)
entre a equipe, o usuário e os familiares, com
a garantia de visita aberta com a presença do § 6º O gerenciamento dos leitos será
acompanhante e com a valorização de fatores realizado na perspectiva da integração da
subjetivos e sociais. (Origem: PRT MS/GM prática clínica no processo de internação e de
3390/2013, Art. 11, § 1º) alta, preferencialmente por meio da
implantação de um Núcleo Interno de
§ 2º As equipes multiprofissionais de Regulação (NIR) ou Núcleo de Acesso e
referência serão a estrutura nuclear dos Qualidade Hospitalar (NAQH) com o objetivo
serviços de saúde do hospital e serão de aumentar a ocupação de leitos e otimizar
formadas por profissionais de diferentes a utilização da capacidade instalada,
áreas e saberes, que irão compartilhar melhorando o atendimento ao usuário.
informações e decisões de forma horizontal, (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 11, §
estabelecendo-se como referência para os 6º)
usuários e familiares. (Origem: PRT MS/GM
3390/2013, Art. 11, § 2º) § 7º Cabe ao hospital implantar os núcleos de
Segurança do Paciente nos moldes descritos
§ 3º A horizontalização do cuidado será uma na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº
das estratégias para efetivação da equipe de 36/ANVISA, de 25 de julho de 2013, de forma
referência, com fortalecimento de vínculo a elaborar um Plano de Segurança do
entre profissionais, usuários e familiares. Paciente, bem como garantir a implantação
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 11, § dos Protocolos Básicos de Segurança do
3º) Paciente. (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
Art. 11, § 7º)
§ 4º O Plano Terapêutico será elaborado de
forma conjunta pelas equipes, especialmente § 8º Diretrizes Terapêuticas e Protocolos
quando se tratar de um usuário com quadro Clínicos serão adotados para garantir
clínico complexo ou de alta vulnerabilidade, intervenções seguras e resolutivas, além de
com o objetivo de reavaliar diagnósticos e evitar ações desnecessárias, qualificando a
redefinir as linhas de intervenção terapêutica, assistência prestada ao usuário, de acordo
devendo ser registrado em prontuário com o estabelecido pelo SUS. (Origem: PRT
unificado compartilhado pela equipe MS/GM 3390/2013, Art. 11, § 8º)

298
§ 9º Ações que assegurem a qualidade da assistencial hospitalar. (Origem: PRT MS/GM
atenção e boas práticas em saúde deverão ser 3390/2013, Art. 15)
implementadas para garantir a segurança do
paciente com redução de incidentes Art. 17. A alta hospitalar responsável,
desnecessários e evitáveis, além de atos entendida como transferência do cuidado,
inseguros relacionados ao cuidado. (Origem: será realizada por meio de: (Origem: PRT
PRT MS/GM 3390/2013, Art. 11, § 9º) MS/GM 3390/2013, Art. 16)

Art. 13. Cabe ao hospital identificar e divulgar I - orientação dos pacientes e familiares
os profissionais que são responsáveis pelo quanto à continuidade do tratamento,
cuidado do paciente nas unidades de reforçando a autonomia do sujeito,
internação, nos prontos socorros, nos proporcionando o autocuidado; (Origem:
ambulatórios de especialidades e nos demais PRT MS/GM 3390/2013, Art. 16, I)
serviços. (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
Art. 12) II - articulaçao da continuidade do cuidado
com os demais pontos de atenção da RAS,
Art. 14. Cabe ao hospital implantar a visita em particular a Atenção Básica; e (Origem:
aberta, de forma a garantir a ampliação do PRT MS/GM 3390/2013, Art. 16, II)
acesso dos visitantes ao pronto socorro e às
unidades de internação, favorecendo a III - implantação de mecanismos de
relação entre o usuário, familiares e rede desospitalização, visando alternativas às
social de apoio e a equipe de referência. práticas hospitalares, como as de cuidados
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 13) domiciliares pactuados na RAS. (Origem: PRT
MS/GM 3390/2013, Art. 16, III)
Art. 15. Os usuários internados,
especialmente os idosos, gestantes, crianças, Seção II
adolescentes e indígenas, possuem direito a
Do Eixo de Gestão Hospitalar (Origem: PRT
acompanhante 24 (vinte e quatro) horas por
MS/GM 3390/2013, CAPÍTULO III, Seção II)
dia. (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 14)
Art. 18. A gestão da atenção hospitalar será
Parágrafo Único. O direito de crianças e
pautada: (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
adolescentes de brincar será assegurado,
Art. 17)
assim como o direito de estudar, que será
implementado de acordo com o estabelecido
I - na garantia do acesso e qualidade da
pela Secretaria de Educação Estadual,
assistência; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
Distrital e Municipal em articulação com
Art. 17, I)
gestor de saúde local. (Origem: PRT MS/GM
3390/2013, Art. 14, Parágrafo Único) II - no cumprimento de metas pactuadas na
contratualização com o gestor; (Origem: PRT
Art. 16. A auditoria clínica interna periódica
MS/GM 3390/2013, Art. 17, II)
será realizada, no mínimo a cada 2 (dois) anos,
com o objetivo de qualificar o processo
299
III - na eficiência e transparência da aplicação formal de contratualização. (Origem: PRT
dos recursos; e (Origem: PRT MS/GM MS/GM 3390/2013, Art. 18, § 2º)
3390/2013, Art. 17, III)
Art. 20. O Plano Diretor e os contratos
IV - no planejamento participativo e internos de gestão do hospital, desde que
democrático. (Origem: PRT MS/GM monitorados e avaliados rotineiramente,
3390/2013, Art. 17, IV) poderão ser ferramentas adotadas para o
cumprimento dos compromissos e metas
Art. 19. A gestão da atenção hospitalar no pactuados com o gestor e para a
SUS será definida em consonância com o sustentabilidade institucional. (Origem: PRT
desenho da RAS, de acordo com: (Origem: MS/GM 3390/2013, Art. 19)
PRT MS/GM 3390/2013, Art. 18)
§ 1º Cabe aos hospitais desenvolver
I - o papel do hospital na rede; (Origem: PRT estratégias para monitoramento e avaliação
MS/GM 3390/2013, Art. 18, I) dos compromissos e metas pactuados na
contratualização e da qualidade das ações e
II - a implementação de fluxos regulatórios; serviços de forma sistemática e em conjunto
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 18, II) com as instâncias gestoras do SUS, utilizando-
se dos resultados para subsidiar o processo
III - a contratualização; e (Origem: PRT
de planejamento e gestão. (Origem: PRT
MS/GM 3390/2013, Art. 18, III)
MS/GM 3390/2013, Art. 19, § 1º)
IV - os critérios de monitoramento e
§ 2º A gestão participativa e democrática, a
avaliação. (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
atuação da ouvidoria e as pesquisas de
Art. 18, IV)
satisfação do usuário serão dispositivos de
avaliação da gestão interna do hospital e da
§ 1º O gestor estadual, distrital ou municipal
atenção. (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
de saúde será responsável pela regulação da
Art. 19, § 2º)
atenção hospitalar, nos termos da Política
Nacional de Regulação do SUS, utilizando-se
§ 3º A ambiência hospitalar deverá adotar
de protocolos assistenciais e de critérios de
uma arquitetura inclusiva e com
priorização de riscos e vulnerabilidades,
acessibilidade, seguindo as normas e
conforme pactuação da CIB ou da CIR,
legislações vigentes. (Origem: PRT MS/GM
quando existir, para proporcionar acesso ao
3390/2013, Art. 19, § 3º)
cuidado adequado no tempo oportuno.
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 18, § § 4º Deverão ser garantidos o registro e a
1º) atualização regular dos dados nos sistemas
oficiais de informação do SUS. (Origem: PRT
§ 2º Os hospitais disponibilizarão ações e
MS/GM 3390/2013, Art. 19, § 4º)
serviços de saúde às centrais de regulação de
acordo com o pactuado no instrumento Art. 21. A administração dos hospitais será
profissionalizada por meio de ações de
300
indução e apoio à formação de competências Art. 25. Compete aos Centros Colaboradores
específicas de profissionais que ocupem para a Qualidade da Gestão e Assistência
cargos de direção e de gerência Hospitalar o desenvolvimento de atividades
intermediária. (Origem: PRT MS/GM de assessoria/consultoria, nas áreas em que
3390/2013, Art. 20) forem selecionados, junto a hospitais
predefinidos pela Secretaria de Atenção à
Art. 22. A administração dos insumos, da Saúde/SAS e integrantes do Sistema Único de
infraestrutura, de recursos financeiros e a Saúde. (Origem: PRT MS/GM 582/2000, Art.
gestão da força de trabalho serão 2º)
direcionados para o cumprimento do papel
do hospital na RAS. (Origem: PRT MS/GM Art. 26. A Secretaria de Atenção à Saúde
3390/2013, Art. 21) deve estabelecer critérios de seleção para os
hospitais que atuarão como Centros
Art. 23. Para efeito de investimento pelo SUS, Colaboradores, celebrando, com os mesmos,
a direção do hospital pactuará junto aos Termos de Cooperação Técnica para a
gestores do SUS a demanda para ampliação execução das atividades de
ou reforma da capacidade instalada e assessoria/consultoria, bem como adote
incorporação de tecnologias que impliquem todas as demais providências necessárias ao
em acréscimos na contratualização. (Origem: cumprimento do disposto nesta Seção.
PRT MS/GM 3390/2013, Art. 22) (Origem: PRT MS/GM 582/2000, Art. 3º)

Seção III Art. 27. Será concedido, por meio de ato


Dos Centros Colaboradores para a Qualidade próprio, às Instituições selecionadas que
da Gestão e Assistência Hospitalar firmarem o Termo de Cooperação Técnica, de
que trata o art. 26, e atuarem como Centros
Art. 24. Ficam instituídos os Centros Colaboradores, o Título de Centro
Colaboradores para a Qualidade da Gestão e Colaborador para a Qualidade da Gestão e
Assistência Hospitalar, no âmbito do Sistema Assistência Hospitalar, que terá validade pelo
Único de Saúde. (Origem: PRT MS/GM período de 01 (um) ano. (Origem: PRT
582/2000, Art. 1º) MS/GM 582/2000, Art. 4º)

Parágrafo Único. São consideradas como Parágrafo Único. As instituições tituladas


Centros Colaboradores aquelas instituições como Centro Colaborador para a Qualidade
hospitalares, integrantes do Sistema Único de da Gestão e Assistência Hospitalar serão
Saúde que tenham comprovada experiência e priorizadas no estabelecimento de outras
qualidade na gestão organização assistencial parcerias com o Ministério da Saúde na área
e, portanto, estejam aptas a desenvolver de assistência hospitalar; (Origem: PRT
ações de assessoria/consultoria a outros MS/GM 582/2000, Art. 4º, Parágrafo Único)
hospitais, igualmente integrantes do Sistema.
(Origem: PRT MS/GM 582/2000, Art. 1º, Seção IV
Parágrafo Único)

301
Do Eixo de Formação, Desenvolvimento e II - educação permanente; e (Origem: PRT
Gestão da Força de Trabalho (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 24, II)
MS/GM 3390/2013, CAPÍTULO III, Seção III)
III - avaliação da atenção à saúde do
Art. 28. Todos os espaços de produção das trabalhador. (Origem: PRT MS/GM
ações e serviços de saúde no SUS constituem- 3390/2013, Art. 24, III)
se em campo de prática para ensino, pesquisa
e incorporação tecnológica em saúde, § 1º A avaliação de desempenho dos
devendo os hospitais integrantes do SUS trabalhadores pressupõe a existência de
desempenhar um importante papel na oportunidades sistemáticas para análises
formação, tanto para suas equipes como para individuais e coletivas do trabalho, com
o matriciamento dos trabalhadores dos participação ativa dos trabalhadores,
demais pontos de atenção da RAS, de acordo buscando a corresponsabilização das equipes
com o pactuado com os gestores. (Origem: com as avaliações. (Origem: PRT MS/GM
PRT MS/GM 3390/2013, Art. 23) 3390/2013, Art. 24, § 1º)

§ 1º Os hospitais integrantes do SUS deverão § 2º O programa de educação permanente


participar tanto de ações de formação de em saúde deve ser oferecido aos profissionais
novos profissionais de saúde, quanto de de saúde das equipes dos hospitais, baseado
educação permanente em saúde, com no aprendizado em serviço, no qual o
prioridade para as áreas estratégicas do SUS, aprender e ensinar se incorporam ao
devendo integrar programas e políticas cotidiano dos hospitais e das equipes.
prioritárias de formação em saúde. (Origem: (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 24, §
PRT MS/GM 3390/2013, Art. 23, § 1º) 2º)

§ 2º Os hospitais podem ter uma missão § 3º A atenção à saúde do trabalhador


específica de ensino para graduação e pós- contemplará ações de promoção da saúde,
graduação na área da saúde, podendo prevenção e recuperação de doenças e
receber a Certificação como Hospital de reabilitação. (Origem: PRT MS/GM
Ensino (HE), de acordo com os critérios 3390/2013, Art. 24, § 3º)
estabelecidos pelos Ministérios da Saúde e da
Educação. (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 30. A gestão da força de trabalho na
Art. 23, § 2º) atenção hospitalar no SUS será direcionada
para aperfeiçoar mecanismos de provimento,
Art. 29. Os hospitais adotarão as seguintes fixação e habilitação de profissionais,
estratégias de valorização dos trabalhadores: buscando atender aos pressupostos da
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 24) Política Nacional de Atenção Hospitalar
(PNHOSP). (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
I - avaliação de desempenho; (Origem: PRT Art. 25)
MS/GM 3390/2013, Art. 24, I)
Seção V

302
Do Eixo de Financiamento (Origem: PRT de priorização: (Origem: PRT MS/GM
MS/GM 3390/2013, CAPÍTULO III, Seção IV) 3390/2013, Art. 28)

Art. 31. O financiamento da assistencia I - estar em consonância com as prioridades


hospitalar será realizado de forma tripartite, estabelecidas nos Planos de Saúde Nacional,
pactuado entre as três esferas de gestão, de Estaduais, Distrital e Municipais; (Origem:
acordo com as normas específicas do SUS e o PRT MS/GM 3390/2013, Art. 28, I)
disposto no Anexo 3. (Origem: PRT MS/GM
3390/2013, Art. 26) II - contemplar os projetos de implementação
das Redes Temáticas de Atenção à Saúde e
Art. 32. A busca da sustentabilidade será uma Programas prioritárias do SUS; e (Origem:
das bases do custeio dos hospitais, PRT MS/GM 3390/2013, Art. 28, II)
considerando a sua população de referência,
o território de atuação, a missão e o papel III - priorizar regiões remotas com grandes
desempenhado na RAS, pactuados vazios assistenciais. (Origem: PRT MS/GM
regionalmente. (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 28, III)
3390/2013, Art. 27)
Seção VI
§ 1º Todos os recursos que compõem o
custeio das ações e serviços para a atenção Do Eixo de Contratualização (Origem: PRT
hospitalar constarão em um único MS/GM 3390/2013, CAPÍTULO III, Seção V)
instrumento formal de contratualização,
Art. 34. Os gestores de saúde formalizarão a
mediado pelo cumprimento de metas
relação com os hospitais que prestam ações e
qualiquantitativas de assistência, gestão e
serviços ao SUS por meio de instrumentos
ensino/pesquisa. (Origem: PRT MS/GM
formais de contratualização, independente
3390/2013, Art. 27, § 1º)
de sua natureza jurídica, esfera administrativa
§ 2º As regiões com populações dispersas e e de gestão. (Origem: PRT MS/GM
rarefeitas em grandes extensões territoriais, 3390/2013, Art. 29)
como a Amazônia Legal, terão mecanismos
Parágrafo Único. A contratualização é a
de custeio que considerem as especificidades
formalização da relação entre o gestor
regionais. (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
público de saúde e os hospitais integrantes
Art. 27, § 2º)
do SUS, públicos e privados, com ou sem fins
Art. 33. Os recursos de investimento lucrativos, sob sua gestão, por meio de
destinados à atenção hospitalar considerarão instrumento formal de contratualização.
a ampliação da capacidade instalada, a (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 29,
renovação do parque tecnológico e a Parágrafo Único)
inovação de tecnologias, respeitando as
Art. 35. A contratualização tem como
especificidades regionais e as pactuações
finalidade a formalização da relação entre
locais, de acordo com os seguintes critérios
gestores de saúde e hospitais integrantes do

303
SUS por meio do estabelecimento de II - hospitais de direito privado sem fins
compromissos entre as partes, promovendo a lucrativos, que prestam 100% (cem por cento)
qualificação da assistência, da gestão dos seus serviços ao SUS; (Origem: PRT
hospitalar e do ensino/pesquisa, de acordo MS/GM 3390/2013, Art. 31, II)
com o disposto no Anexo 2 e as seguintes
diretrizes: (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, III - hospitais de direito privado sem fins
Art. 30) lucrativos que prestam o mínimo de 60%
(sessenta por cento) dos seus serviços ao SUS;
I - adequação das ações e serviços (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 31, III)
contratualizadas às necessidades locais e
regionais pactuadas na CIB ou na CIR, quando IV - demais hospitais privados sem fins
houver; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, lucrativos; e (Origem: PRT MS/GM
Art. 30, I) 3390/2013, Art. 31, IV)

II - definição das ações e serviços de saúde e V - hospitais privados com fins lucrativos.
atividades de ensino e pesquisa que serão (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 31, V)
disponibilizadas para o gestor; (Origem: PRT
MS/GM 3390/2013, Art. 30, II) Seção VII

III - estabelecimento de valores e formas de Do Eixo de Responsabilidades das Esferas de


repasse dos recursos financeiros Gestão (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
condicionados ao cumprimento e CAPÍTULO III, Seção VI)
monitoramento de metas qualiquantitativas;
Art. 37. A União, os Estados, o Distrito
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 30, III)
Federal e os Municípios, representados por
IV - aprimoramento dos processos de suas instâncias gestoras do SUS, são
avaliação, controle e regulação dos serviços responsáveis pela organização e execução
assistenciais; e (Origem: PRT MS/GM das ações da atenção hospitalar nos seus
3390/2013, Art. 30, IV) respectivos territórios, de acordo com os
princípios e diretrizes estabelecidos na
V - efetivação do controle social e garantia de Política Nacional de Atenção Hospitalar
transparência. (Origem: PRT MS/GM (PNHOSP). (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
3390/2013, Art. 30, V) Art. 32)

Art. 36. O gestor local levará em § 1º Compete ao Ministério da Saúde:


consideração os seguintes critérios de (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, §
priorização para a contratualização: (Origem: 1º)
PRT MS/GM 3390/2013, Art. 31)
I - definir, implementar, monitorar e avaliar a
I - hospitais públicos, quais sejam federais, PNHOSP em consonância com os princípios
estaduais, distrital ou municipais; (Origem: da universalidade, integralidade, equidade,
PRT MS/GM 3390/2013, Art. 31, I) controle social e descentralização com

304
direção única em cada esfera de governo, da hospitalar; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
forma pactuada na CIT; (Origem: PRT MS/GM Art. 32, § 1º, VIII)
3390/2013, Art. 32, § 1º, I)
IX - estabelecer, de acordo com a pactuação
II - estabelecer, no Plano Nacional de Saúde, na CIT, mecanismos de controle, regulação,
metas e prioridades para a organização da monitoramento e avaliação das ações
atenção hospitalar em todo território realizadas no âmbito hospitalar, por meio de
nacional; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, indicadores de desempenho, de processos e
Art. 32, § 1º, II) de resultados; (Origem: PRT MS/GM
3390/2013, Art. 32, § 1º, IX)
III - definir, monitorar e avaliar a
contratualização da atenção hospitalar; X - ser copartícipe da contratualização dos
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, § hospitais sob sua gerência com os gestores
1º, III) locais e realizar o monitoramento e avaliação
das metas pactuadas no instrumento
IV - cofinanciar a atenção hospitalar, de forma contratual; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
tripartite; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, § 1º, X)
Art. 32, § 1º, IV)
XI - organizar, executar e avaliar os serviços
V - estabelecer diretrizes nacionais para a de atenção hospitalar sob sua gerência;
educação permanente em saúde na atenção (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, §
hospitalar, de acordo com a pactuação na 1º, XI)
CIT; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art.
32, § 1º, V) XII - prestar assessoria técnica aos Estados,
Distrito Federal e Municípios no processo de
VI - estabelecer prioridades, fomentar e qualificação da atenção hospitalar; (Origem:
realizar pesquisas que fortaleçam a atenção PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, § 1º, XII)
hospitalar do SUS em consonância com as
realidades epidemiológicas e demográficas; XIII - prestar assessoria técnica aos hospitais
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, § no processo de qualificação da atenção
1º, VI) hospitalar; e (Origem: PRT MS/GM
3390/2013, Art. 32, § 1º, XIII)
VII - fomentar a gestão de tecnologias em
saúde direcionadas para a atenção hospitalar; XIV - viabilizar parcerias com organismos
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, § internacionais e o setor privado para o
1º, VII) fortalecimento da atenção hospitalar.
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, §
VIII - articular com o Ministério da Educação 1º, XIV)
mudanças curriculares para os cursos de
graduação e pós-graduação nas áreas da § 2º Compete às Secretarias Estaduais de
saúde, visando à formação de profissionais Saúde e do Distrito Federal: (Origem: PRT
com perfil adequado para atuação na atenção MS/GM 3390/2013, Art. 32, § 2º)

305
I - coordenar, no âmbito estadual ou do VIII - estabelecer, de forma pactuada com os
Distrito Federal, a implantação, o Municípios, os mecanismos de controle,
monitoramento e a avaliação da PNHOSP, de regulação, monitoramento e avaliação das
forma pactuada na CIB e na CIR; (Origem: ações realizadas no âmbito hospitalar, por
PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, § 2º, I) meio de indicadores de desempenho e
qualidade; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
II - estabelecer, no Plano de Saúde Estadual Art. 32, § 2º, VIII)
ou do Distrito Federal, metas e prioridades
para a organização da atenção hospitalar no IX - prestar assessoria técnica aos Municípios
seu território; (Origem: PRT MS/GM e hospitais no processo de qualificação da
3390/2013, Art. 32, § 2º, II) atenção hospitalar no seu território; (Origem:
PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, § 2º, IX)
III - estabelecer, de forma pactuada com os
Municípios, o desenho da RAS, definindo os X - propor diretrizes estaduais de Educação
pontos de atenção hospitalar e suas Permanente e disponibilizar instrumentos
atribuições; (Origem: PRT MS/GM técnicos e pedagógicos em consonância com
3390/2013, Art. 32, § 2º, III) a Política Nacional de Educação Permanente
em Saúde; e (Origem: PRT MS/GM
IV - cofinanciar a atenção hospitalar, de forma 3390/2013, Art. 32, § 2º, X)
tripartite; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
Art. 32, § 2º, IV) XI - registrar e atualizar as informações
relativas aos hospitais nos Sistemas Nacionais
V - estabelecer a contratualização dos de Informação em Saúde. (Origem: PRT
hospitais sob sua gestão e realizar o MS/GM 3390/2013, Art. 32, § 2º, XI)
monitoramento e avaliação das metas
pactuadas no instrumento contratual; § 3º Compete às Secretarias Municipais de
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, § Saúde e do Distrito Federal: (Origem: PRT
2º, V) MS/GM 3390/2013, Art. 32, § 3º)

VI - organizar, executar e/ou gerenciar os I - coordenar, no âmbito municipal e do


serviços de atenção hospitalar sob sua Distrito Federal, a implantação, execução,
responsabilidade; (Origem: PRT MS/GM monitoramento e avaliação da PNHOSP, de
3390/2013, Art. 32, § 2º, VI) acordo com o pactuado na CIB e na CIR;
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, §
VII - elaborar as prioridades e fomentar a 3º, I)
realização de ensino e pesquisa que
fortaleçam a assistência hospitalar aos II - estabelecer, no Plano Municipal e do
usuários do SUS, em consonância com as Distrito Federal de Saúde, as metas e
realidades epidemiológicas e demográficas prioridades para a organização da atenção
em sua área de atuação; (Origem: PRT hospitalar no seu território; (Origem: PRT
MS/GM 3390/2013, Art. 32, § 2º, VII) MS/GM 3390/2013, Art. 32, § 3º, II)

306
III - estabelecer de forma pactuada com os X - propor diretrizes municipais de Educação
Estados, o desenho da RAS, definindo os Permanente e disponibilizar instrumentos
pontos de atenção hospitalar e suas técnicos e pedagógicos em consonância com
atribuições; (Origem: PRT MS/GM a Política Nacional de Educação Permanente
3390/2013, Art. 32, § 3º, III) em Saúde; e (Origem: PRT MS/GM
3390/2013, Art. 32, § 3º, X)
IV - cofinanciar a atenção hospitalar, de forma
tripartite; (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, XI - registrar e atualizar as informações
Art. 32, § 3º, IV) relativas aos hospitais no âmbito do seu
território nos Sistemas Nacionais de
V - organizar, executar e gerenciar os serviços Informação em Saúde. (Origem: PRT MS/GM
de atenção hospitalar sob sua gerência; 3390/2013, Art. 32, § 3º, XI)
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, §
3º, V) CAPÍTULO IV

VI - estabelecer a contratualização dos DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS (Origem:


hospitais sob sua gestão e realizar o PRT MS/GM 3390/2013, CAPÍTULO IV)
monitoramento e a avaliação das metas
pactuadas no instrumento contratual; Art. 38. A implementação da PNHOSP será
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 32, § gradual, a partir da celebração de novas
3º, VI) contratualizações, com prioridade para os
hospitais que fazem parte das Redes
VII - estabelecer mecanismos de controle, Temáticas de Atenção à Saúde e Programas
regulação, monitoramento e avaliação das prioritários do SUS. (Origem: PRT MS/GM
ações realizadas no âmbito hospitalar em seu 3390/2013, Art. 33)
território, através de indicadores de
desempenho e qualidade; (Origem: PRT Art. 39. Fica instituído o Comitê Gestor da
MS/GM 3390/2013, Art. 32, § 3º, VII) Atenção Hospitalar, com composição
tripartite, que monitorará e avaliará a
VIII - prestar assessoria técnica aos hospitais PNHOSP periodicamente, além de estudar e
sob sua gestão no processo de qualificação aprofundar as discussões para o
da atenção e gestão hospitalar; (Origem: PRT aprimoramento de seus eixos estruturantes.
MS/GM 3390/2013, Art. 32, § 3º, VIII) (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 34)

IX - estabelecer prioridades, fomentar e § 1º O Comitê Gestor de que trata o "caput"


realizar pesquisas que fortaleçam a atenção deverá aprofundar as discussões para
hospitalar do SUS em consonância com as reformulação da modelo de financiamento da
realidades epidemiológicas e demográficas atenção hospitalar. (Origem: PRT MS/GM
em sua área de atuação; (Origem: PRT 3390/2013, Art. 34, § 1º)
MS/GM 3390/2013, Art. 32, § 3º, IX)
§ 2º Ato específico do Ministro de Estado da
Saúde regulamentará o funcionamento e

307
disporá acerca da composição e para as equipes Multiprofissionais na Atenção
competências do Comitê de que trata o Primária à Saúde - eMulti.
"caput". (Origem: PRT MS/GM 3390/2013,
Art. 34, § 2º) Parágrafo único. Para efeitos desta Portaria
entende-se por eMulti equipes compostas
CAPÍTULO V por profissionais de saúde de diferentes áreas
de conhecimento que atuam de maneira
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS (Origem: PRT complementar e integrada às demais equipes
MS/GM 3390/2013, CAPÍTULO V) da Atenção Primária à Saúde - APS, com
atuação corresponsável pela população e
Art. 40. As unidades hospitalares certificadas pelo território, em articulação intersetorial e
como Hospitais de Excelência, nos termos do com a Rede de Atenção à Saúde - RAS.
Anexo XCIII da Portaria de Consolidação nº 5,
obedecerão à regulamentação aplicável à Art. 2º São diretrizes e objetivos do processo
Política Nacional de Atenção Hospitalar de trabalho das eMulti, para atender a
(PNHOSP) quando atuarem na prestação de demanda em saúde da pessoa, da população
ações e serviços de saúde para o SUS. e do território:
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 35)
I - facilitar o acesso da população aos
Art. 41. A SAS/MS publicará manuais e guias cuidados em saúde, por meio do trabalho
com detalhamento operacional e orientações colaborativo entre profissionais das eMulti e
especificas para a execução da PNHOSP. das equipes citadas no parágrafo único do
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 36) art. 4º;

II - pautar-se pelo princípio da integralidade


da atenção à saúde;
Portaria GM/MS nº 635, de 22
de maio de 2023 III - ampliar o escopo de práticas em saúde no
âmbito da APS e do território;
Institui, define e cria incentivo financeiro
IV - integrar práticas de assistência,
federal de implantação, custeio e
prevenção, promoção da saúde, vigilância e
desempenho para as modalidades de equipes
formação em saúde na APS;
Multiprofissionais na Atenção Primária à
Saúde.
V - favorecer os atributos essenciais e
derivados da APS, conforme orientado pela
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE
Política Nacional da Atenção Básica - PNAB,
SUBSTITUTO, no uso das atribuições que lhe
por meio da atenção interprofissional, de
confere o art. 87, parágrafo único, incisos I e
modo a superar a lógica de fragmentação do
II da Constituição, resolve:
cuidado que compromete a
Art. 1º Esta portaria institui incentivo corresponsabilização clínica;
financeiro federal de implantação e custeio
308
VI - oportunizar a comunicação, integração e I - equipe Multiprofissional Ampliada - eMulti
articulação da APS com os outros serviços da Ampliada;
RAS e intersetoriais, contribuindo para a
continuidade de fluxos assistenciais; II - equipe Multiprofissional Complementar -
eMulti Complementar; e
VII - contribuir para aprimorar a resolubilidade
da APS; e III - equipe Multiprofissional Estratégica -
eMulti Estratégica.
VIII - proporcionar que a atenção seja
contínua ao longo do tempo, por meio da Art. 4º Todas as modalidades de eMulti
definição de profissional de referência da deverão atender aos seguintes requisitos:
eMulti e equipe vinculada, a fim de qualificar
a diretriz de longitudinalidade do cuidado. I - as eMulti serão compostas por um conjunto
fixo e variável de profissionais de nível
Parágrafo único. Incumbe às eMulti, superior descritos no Anexo I desta Portaria;
prioritariamente, o desenvolvimento da
integralidade das seguintes ações: II - a carga horária individual mínima médica
exigida por equipe é de 10 horas semanais; e
I - o atendimento individual, em grupo e
domiciliar; III - a carga horária individual mínima das
demais categorias profissionais exigida por
II - as atividades coletivas; equipe é de 20 horas semanais.

III - o apoio matricial; § 1º As eMulti deverão ser vinculadas a uma


ou mais das seguintes tipologias de equipes
IV - as discussões de casos; ou serviços:

V - o atendimento compartilhado entre I - equipe de Saúde da Família - eSF;


profissionais e equipes;
II - equipe de Saúde da Família Ribeirinha -
VI - a oferta de ações de saúde à distância; eSFR;

VII - a construção conjunta de projetos III - equipe de Consultório na Rua - eCR;


terapêuticos e intervenções no território; e
IV - equipe de Atenção Primária - eAP; ou
VIII - as práticas intersetoriais.
V - equipe de Unidade Básica de Saúde Fluvial
Art. 3º As eMulti são classificadas em 03 (três) - UBSF.
modalidades de acordo com a carga horária
de equipe, vinculação e composição § 2º Nenhuma equipe poderá estar vinculada
profissional: a mais de uma eMulti simultaneamente.

309
Art. 5º Cada modalidade do eMulti deverá § 2º Um conjunto de municípios poderão
atender aos requisitos do art. 4º, bem como: pleitear a eMulti Ampliada, desde que
atendam aos seguintes requisitos:
I - para a eMulti Ampliada:
I - no ato da solicitação de credenciamento,
a) ser vinculada a, no mínimo 10 (dez) e no deverá ser indicado o município eleito como
máximo 12 (doze), equipes citadas no sede do agrupamento de municípios, para
parágrafo único do art. 4º, no mesmo fins de transferência mensal fundo-a-fundo do
município ou em um conjunto de municípios; incentivo financeiro de custeio federal; e

b) cumprir a carga horária mínima de 300 II - a solicitação de credenciamento para


(trezentas) horas semanais por equipe; e conjunto de municípios deverá ser pactuada
e aprovada na Comissão Intergestora
c) não compor a carga horária de equipe com Bipartite - CIB e, no caso do Distrito Federal,
mais de 120 (cento e vinte) horas da mesma a pactuação dar-se-á no Colegiado de Gestão
categoria profissional ou especialidade. da Secretaria Estadual de Saúde do Distrito
Federal - CGSES/DF, havendo o
II - para a eMulti Complementar:
encaminhamento da resolução respectiva via
Sistema Eletrônico de Informações - SEI.
a) ser vinculada a no mínimo 5 (cinco) e no
máximo 9 (nove) equipes citadas no parágrafo
§ 3º A carga horária mínima exigida por
único do art. 4º;
equipe, de acordo com cada modalidade,
deverá considerar o somatório da carga
b) cumprir a carga horária mínima de 200
horária individual dos profissionais que
(duzentas) horas semanais por equipe; e
compõem as eMulti.
c) não compor a carga horária de equipe com
§ 4º A participação de profissional em mais de
mais de 80 (oitenta) horas da mesma
uma equipe não configura duplicidade
categoria profissional ou especialidade.
profissional, não sendo hipótese de
III - para a eMulti Estratégica: suspensão da transferência de custeio
federal, desde que haja compatibilidade de
a) ser vinculada a no mínimo 1 (uma) e no carga horária entre as equipes.
máximo 4 (quatro) equipes citadas no
parágrafo único do art. 4º; Art. 6º Todas as eMulti deverão:

b) cumprir a carga horária mínima de 100 I - ter cadastro no Sistema de Cadastro


(cem) horas semanais por equipe; e Nacional de Estabelecimentos de Saúde -
SCNES;
c) não compor a carga horária de equipe com
mais de 40 (quarenta) horas da mesma II - fazer uso da Estratégia e-SUS APS, através
categoria profissional ou especialidade. do Prontuário Eletrônico do Cidadão - PEC,

310
para registro das informações dos II - profissional da área da saúde,
atendimentos; e preferencialmente de nível técnico ou
superior, para intermediar a utilização das TIC
III - enviar produção no Sistema de e os processos gerenciais da consulta; e
Informação da Atenção Básica - SISAB.
III - equipamentos de TIC suficientes para a
§ 1º A Estratégia e-SUS APS poderá ser realização de consultas de forma virtual, em
substituída pela eMulti, mediante uso de qualidade adequada, incluindo, além do
sistema terceiro, desde que contemple as computador, webcam acoplada e microfone,
mesmas funcionalidades; ou equipamentos equivalentes, bem como
conexão de internet.
§ 2º A identificação, no SCNES, das equipes
credenciadas, nas modalidades tratadas no § 3º Os materiais de que trata o inciso III do
art. 3º, será definida em ato normativo da parágrafo anterior poderão ser obtidos
Secretaria de Atenção Especializada à Saúde, conforme lista da Relação de Equipamentos e
devendo estas estarem cadastradas nos Materiais financiáveis pelo para SUS - Renem,
mesmos tipos de estabelecimentos das devendo seguir as normativas que
equipes vinculadas. regulamentam a estruturação de
estabelecimentos de saúde.
Art. 7º Todas as eMulti poderão realizar, no
processo de trabalho colaborativo com as § 4º A oferta do atendimento remoto deverá
equipes vinculadas, a integração e troca de estar disponível em todo o horário de
informações de maneira virtual, além da funcionamento da unidade de vínculo da
presencial. eMulti.

§ 1º O atendimento remoto deverá acontecer Art. 8º O credenciamento das eMulti seguirá


de forma assistida, com a presença de as regras estabelecidas no item III - Do
profissional da área de saúde intermediando Credenciamento do tópico 6 do Anexo 1 do
os processos gerenciais demandantes entre Anexo XXII da Portaria de Consolidação
pessoa atendida e profissional de saúde que GM/MS nº 2, de 28 de setembro de 2017,
realiza a consulta remotamente, bem como a com exceção dos critérios de priorização.
utilização das Tecnologias de Informação e
Comunicação - TIC. § 1º Para fins de financiamento federal, fica
estipulado o seguinte teto de
§ 2º Para a execução do atendimento remoto, credenciamento de eMulti, de acordo com a
os estabelecimentos de saúde deverão proporção abaixo:
dispor, minimamente, de:
I - eMulti Ampliada: a cada 10 (dez) equipes
I - sala para a atividade de atendimento vinculadas homologadas, o município fará jus
remoto, por eMulti; a 1 (uma) eMulti;

311
II - eMulti Complementar: a cada 05 (cinco) f) a maior eficiência na solicitação de equipes
equipes vinculadas homologadas, o eMulti;
município fará jus a 1 (uma) eMulti; e
§ 1º Considera-se mais eficiente a solicitação
III - eMulti Estratégica: a cada equipe que, utilizando a totalidade de uma
vinculada homologada, o município fará jus a determinada quantidade de equipes
01 (uma) eMulti. homologadas, requer o credenciamento de
um número menor de equipes eMulti, por
§ 2º Para alcance do teto eMulti, o município utilizar-se de modalidades mais abrangentes,
poderá compor com mais de uma tal como a eMulti Ampliada.
modalidade, observadas as singularidades do
território e mediante análise do Ministério da § 2º Serão, também, priorizadas solicitações
Saúde. referentes a equipes em funcionamento e
ainda não credenciados ou sem adesão
§ 3º Em razão do disposto no §2º do art. 4º, homologada pelo Ministério da Saúde,
cada equipe homologada só será devidamente cadastrados no SCNES,
contabilizada para o credenciamento de uma atendendo às regras de composição e carga
eMulti, independentemente da modalidade. horária profissional, conforme Portaria
SAPS/MS nº 60, de 26 de novembro de 2020.
Art. 9º Os critérios de priorização de
credenciamento das modalidades de eMulti Art. 10. O credenciamento para as eMulti
são: deverá ser solicitado por meio de sistema de
informação específico disponibilizado em
I - o Índice de Vulnerabilidade Social - IVS do endereço eletrônico do Ministério da Saúde
requerente, feito pelo Instituto de Pesquisa referente à Atenção Primária à Saúde,
Econômica Aplicada - IPEA, na seguinte conforme previsto no item III - Do
ordem de prioridade: Credenciamento, do tópico 6 do Anexo 1 ao
Anexo XXII à Portaria de Consolidação nº 2,
a) vulnerabilidade social muito baixa: IVS <
de 2017.
0,2;
Art. 11. O acompanhamento e
b) vulnerabilidade social baixa: IVS ³ 0,2 e <
monitoramento das ações de saúde
0,3;
desenvolvidas pelas eMulti serão realizados
por meio do SISAB.
c) vulnerabilidade social média: IVS ³ 0,3 e <
0,4;
Parágrafo único. O cadastro da eMulti e o
envio regular de dados, conforme o
d) vulnerabilidade social alta: IVS ³ 0,4 e < 0,5;
cronograma dos sistemas de informação
e
vigentes, são de responsabilidade da gestão
e) vulnerabilidade social muito alta: IVS ³ 0,5 municipal e distrital e dos profissionais das
e £ 1; e equipes.

312
Art. 12. Fica definido o incentivo financeiro de quadrimestral, a ser repassado mensalmente,
custeio das eMulti para os municípios, em nos seguintes valores:
conformidade com os critérios estabelecidos
nesta Portaria, a ser repassado mensalmente, I - R$ 9.000,00 (nove mil reais) por eMulti
nos seguintes valores: Ampliada;

I - R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais) por II - R$ 6.000,00 (seis mil reais) por eMulti
eMulti Ampliada; Complementar; e III - R$ 3.000,00 (três mil
reais) por eMulti Estratégica.
II - R$ 24.000,00 (vinte e quatro mil reais) por
eMulti Complementar; e Parágrafo único. O dispositivo de pagamento
por desempenho definido neste caput será
III - R$ 12.000,00 (doze mil reais) por eMulti aplicado a todas as modalidades de eMulti
Estratégica. que estiverem credenciadas, homologadas e
pagas pelo Ministério da Saúde, iniciando-se
Art. 13. A eMulti que ofertar atendimento a aferição de indicadores a partir da
remoto de forma assistida, mediado por TIC, competência de janeiro de 2024.
conforme art. 7º, fará jus, além do disposto no
artigo anterior, a incentivo financeiro federal Art. 15. São indicadores do Pagamento por
de custeio, nos seguintes valores: Desempenho a serem observados na atuação
das eMulti:
I - R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais)
como incentivo mensal; e I - percentual de solicitações respondidas pela
eMulti em 72 horas;
II - R$ 15.000,00 (quinze mil reais) como
incentivo na homologação em parcela única. II - satisfação da pessoa atendida pela eMulti;

§ 1º Os incentivos financeiros de que tratam III - resolução das ações interprofissionais com
o caput são destinados à manutenção e as eMulti;
estruturação das atividades de atendimento
remoto pela eMulti. IV - quantidade de ações realizadas pela
eMulti; e
§ 2º O credenciamento da eMulti que ofertar
atendimento remoto de forma assistida V - percentual de atendimentos remotos
ocorrerá de acordo com a disponibilidade mediados por TIC realizados pela eMulti.
orçamentária e financeira do Ministério da
Saúde. § 1º O indicador do inciso V deste caput, será
acompanhado e monitorado para fins de
Art. 14. Fica definido o incentivo financeiro de pagamento por desempenho apenas na
Pagamento por Desempenho das eMulti, eMulti homologada nos termos do art. 13.
para os municípios em conformidade com os
critérios estabelecidos nesta Portaria, e que § 2º Após pactuação tripartite, as metas para
alcançarem os indicadores, em avaliação os indicadores de que trata este artigo serão
313
definidas em ato normativo específico da Parágrafo único. Para fins de cálculo do 1º
Secretaria de Atenção Primária à Saúde, com (primeiro) ano, será considerada a média dos
a especificação técnica dos indicadores 02 (dois) últimos quadrimestres.
definida em ficha de qualificação.
Art. 18. As eMulti credenciadas, em 2023,
§ 3º O conjunto de indicadores do farão jus às parcelas mensais transferidas em
pagamento por desempenho e as regras de depósito único referentes a este exercício
apuração poderão ser alterados após o financeiro.
monitoramento, avaliação e repactuação
tripartite. § 1º Para fins de repasse serão consideradas
as competências de julho a dezembro de
Art. 16. A apuração dos indicadores será 2023.
realizada quadrimestralmente, entre os
meses de janeiro a abril, maio a agosto e § 2º O repasse referente à competência de
setembro a dezembro, e os resultados serão junho de 2023 será depositado para fins de
disponibilizados no quadrimestre incentivo de implantação.
subsequente.
§ 3º Fica estabelecido como prazo para
§ 1º O pagamento mensal por desempenho solicitação e cadastro das eMulti de que trata
de cada quadrimestre estará vinculado ao este caput a competência de junho de 2023.
resultado obtido pelo município e pelo
Distrito Federal no quadrimestre anterior. Art. 19. O repasse de recursos será
descontinuado nos casos de:
§ 2º Em caso de irregularidades, a suspensão
da transferência dos incentivos financeiros I - descumprimento dos critérios previstos
federais de custeio adotará as regras de nesta Portaria, comprovados por meio dos
suspensão estabelecidas na Portaria sistemas de informação oficiais vigentes do
SAPS/MS nº 60, de 26 de novembro de 2020, Ministério da Saúde, por monitoramento e/ou
considerada a competência utilizada para o supervisão direta do Ministério da Saúde ou
cálculo de que trata este artigo. da Secretaria de Estado da Saúde - SES ou
por auditoria da Auditoria- Geral do Sistema
Art. 17. Ao final de cada ciclo anual, será Único de Saúde - Audsus, e demais órgãos de
devido, no mês subsequente ao último controle;
quadrimestre, pagamento de incentivo
adicional de desempenho, em parcela única II - no caso de ausência de qualquer um dos
correspondente ao valor equivalente ao profissionais previstos no Anexo I; e
disposto no art. 14, de acordo com a média
III - descumprimento do dever de registro no
de alcance pela eMulti dos indicadores dos 03
SISAB, havendo omissão de informações por
(três) quadrimestres.
03 (três) competências consecutivas.

Art. 20. O Ministério da Saúde propiciará o


monitoramento dos resultados alcançados
314
aos níveis de estado, município, unidade e I - 20.36901.10.301.5019.2E89 - Incremento
equipe, relacionados aos indicadores Temporário ao Custeio dos Serviços de
contidos no art. 15, a serem disponibilizados Atenção Primária à Saúde para Cumprimento
em endereço eletrônico do Ministério da de Metas, Plano Orçamentário (PO) A400 -
Saúde referente à Atenção Primária à Saúde. Dotações classificadas com RP 2;

Parágrafo único. O monitoramento das regras II - 10.301.5019.219A - Piso de Atenção


estabelecidas neste caput ocorrerá conforme Primária à Saúde, Plano Orçamentário (PO)
disponibilização de painel para o 000A - Incentivo para Ações Estratégicas; e
monitoramento e avaliação dos indicadores,
ficando suspensas as penalidades na III - 10.301.5019.8581 - Estruturação da Rede
avaliação quando derivadas da de Serviços de Atenção Primária à Saúde,
indisponibilidade do referido instrumento. Plano Orçamentário (PO) 0000 - Estruturação
da Rede de Serviços de Atenção Primária à
Art. 21. Os municípios, estados e DF poderão Saúde - Despesas Diversas.
estabelecer mecanismos locais
complementares de autoavaliação, controle, Art. 23. O credenciamento das equipes de
regulação, cofinanciamento e que trata o art. 1º observará disponibilidade
acompanhamento sistemático dos resultados orçamentária e financeira do Ministério da
alcançados pelas ações das eMulti. Saúde.

Art. 22. Os recursos orçamentários desta Art. 24. Esta Portaria entra em vigor na data
Portaria correrão por conta do orçamento do de sua publicação.
Ministério da Saúde, podendo onerar as
seguintes Funcionais Programáticas:

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