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TRABALHO CONSTITUCIONAL-PREVIDENCIA SOCIAL

Conforme informação obtida no site “gov.br”, sobre a previdência social,


mediante Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), em novembro de
2023, cerca de 39 milhões de pessoas percebiam valores do INSS, como
aposentadorias, pensões e benefícios.
Mas o que hoje é algo corriqueiro, esquematizado e comum, já foi inexistente
para a maioria dos brasileiros. A história nos mostra que poucas pessoas
recebiam benefícios de seguridade custeados pelo poder público, de forma
sistematizada, ao passo que na dédaca de 1920, com i advento da lei Eloy
Chaves, começou a florescer os anseios civis e públicos a fim de trazer
maiores benefícios e segurança para a população. Esta lei que impunha
normas de seguridade social para membros de empresas do ramo ferroviário,
foi um importante início nesta jordana, uma vez que apartir de 1930, outros
ramos comerciais também se viram inclusos nestas normas.
Depois de compreender melhor sobre o sistema coercitivo de seguridade
social, entre os pontos positivos e negativos que foram percebidos, em 1960,
durante o governo do presidente Juscelino Kubitschek, de fato a Previdência
Social foi institucionalizada através da Lei 3.807, Lei Orgânica da Previdência
Social (LOPS). Após esta lei, ressalvados pequenas alterações por decretos e
leis correlatas, viria as inovações da Constituição de 1988 e a Lei 8.213 de
1991 à trazer visões pós-positivistas e mais práticas sobre este tema.

Apresentado de forma suscinta um pouco da história brasileira deste ramo do


direito, passamos agora à analisar os pontos advindos com a Constituição
Federal de 1988 (CF/1988).
Nossa atual Carta Magna, preceitua no título VIII, Cap. II, Seção I, o sistema de
Seguridade Social, formado pelos subsistemas Saúde, Previdência Social e
Assistência Social. O caput do art. 194 da CF/1988 estabelece que “a
seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa
dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos
relativos à saúde, à previdência e à assistência social”
Este artigo trás em seu parágrafo único, o dever do estado em organizar a
seguridade social com base em 7 (sete) incisos, que demonstram princípios à
seguir seguido e obedecido.
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência
social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei,
organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:

I - Universalidade da cobertura e do atendimento;


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II - Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às


populações urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e
serviços;
IV - Irredutibilidade do valor dos benefícios;
V - equidade na forma de participação no custeio;
VI - diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas
contábeis específicas para cada área, as receitas e as despesas
vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social,
preservado o caráter contributivo da previdência social; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos
empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Lendo estes incisos, observa-se quanto o enfoque dos legisladores


constituintes em dar ênfase ao caráter coletivo e geral do sistema nacional de
seguridade social, de modo a cumprir as vontades constitucionais de conceder
amparo estatal para todos, especialmente para os hipossuficientes, a fim de
não ficaram excluídos da ordem social.
Além disto, pela análise do caput do art. 194, denota-se quanto seu princípio de
norma constitucional de fito programático, porquanto traças os objetivos
principais a serem seguidos pela nação brasileira ao decorrer dos anos, todavia
não traz consigo instruções específicas de como será atingido esses desígnios,
devendo estas normas serem tidas como intuito do poder público ainda que
sendo esperado os contratempos provenientes da casualidade.
Outrossim, é perceptível pelo texto constitucional ora apresentado, quanto a
garantia de benefícios determinados e úteis, para não deixar brechas quanto a
possibilidade de se tornarem meras formalidades legais que na prática não
atendem ao mínimo esperado pelo beneficiário do INSS.
Mencionado estas características, salienta-se que esta seção da Carta
Constitucional engloba apenas 2 artigos, sendo o breve artigo 194 sobre os
princípios que norteiam a seguridade social pública, e o art 195, que traz um
parâmetro geral de como deverá ser a administração das rendas públicas
arrecadas pelo governo, a fim de quitar estas obrigações junto à população que
faz jus aos benefícios da previdência social. In verbis ao artigo 195, CF/88:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

Após o caput deste artigo, observa-se os diversos incisos e parágrafos que em


suma foram acrescentados ao decorrer dos anos para balizar as contas
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públicas com este volumoso gasto contínuo do governo, que enfrenta cenários
intensos e penoso para as contas públicas, levando em conta o aumento da
expectativa de vida da população bem como as eventuais quedas nas
arrecadações, além de outros fatores monetários.
Indo adiante na Magna Carta, nos deparamos com Seção III (art. 201 – 202, cf)
e Seção IV (art. 203 – 204, cf) onde em suma trazem ao teor da redação
constitucional, outros deveres estatais, entabulados em normas diretas sobre
os benefícios e direitos assegurados à contribuintes do Regime Geral de
Previdência Social, além daqueles que por sua baixa renda e insuficiente
capacidade laborativa, não conseguem dispor de recursos para seu próprio
sustentou ou para seus dependentes legais.
Novamente, visualizamos predominantemente princípios gerais a serem
seguidos pela administração pública, seja na função dos Três poderes, seja
nos demais órgãos competentes do erário público.
Em conclusão, podemos citar o enigmático desafio do estado brasileiro em
conciliar a arrecadação pública com as vontades políticas à época, de forma
que cresce o número de pesquisadores e analistas sociais que denunciam um
insustentável sistema gerido pelo governo por onde uma corrente afirma que o
crescente gasto estatal não consegue atender as expectativas dos
beneficiários da previdência social, sobretudo aos contribuintes, bem como
gera a insatisfação social de perceber o discriminado aumento de tributos,
embora não venha sendo entregue com a devida qualidade os serviços sociais
prometidos pelo estado. E que pelo lado oposto, há quem defenda uma
intensificação na cobrança dos políticos para “não darem desculpas” sobre um
suposto déficit orçamentário, e passar a entregar de fato melhorias paras os
beneficiários do INSS.
Portanto, pelas constantes análises feitas pela população ou pela
administração pública, percebe-se quanto a possibilidade do atual modelo de
organização estatal seguido pelo Brasil estar em dissonância com os preceitos
constitucionais e infraconstitucionais sobre direitos garantidos à título de
seguridade social, bem como pode estar desencontro com uma boa parte das
expectativas populares. Desse modo, é cabível dizer que nosso sistema de
Previdência Social carece de medidas especiais a fim de conceder ao povo o
aludido direito certo e perene relativo a seguridade social, tendo em vista os
objetivos constitucionais de sanar a desigualdade e carência do devido aporte
estrutural pela população brasileira.

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