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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI

CAMPUS DEP. JESUALDO CAVALCANTI


CURSO: BACHARELADO EM DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL
CARGA HORÁRIA: 60 HORAS/AULA – PERÍODO: 2022/1

RESENHA CRÍTICA

CORRENTE – PI
2023
NAIARA BARBOSA RIBEIRO

RESENHA CRÍTICA

Trabalho apresentado à disciplina de Direito da


Seguridade Social do Curso de Bacharelado em
Direito da Universidade Estadual do Piauí –
Campus de Corrente-PI, para fins de avaliação
parcial da disciplina, sob a orientação da
Professora Nehandeara Nazira Guerra.

CORRENTE – PI
2023
O financiamento da Seguridade Social
 
A Seguridade Social está definida no art. 194 da Constituição Federal, caput, como um "um
conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social".
A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes
públicos e da sociedade, destinado a assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e à
assistência social.
 A Seguridade Social obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes:
a) Universalidade da cobertura e do atendimento;
b) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
c) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
d) Irredutibilidade do valor dos benefícios;
e) Equidade na forma de participação no custeio;
f) Diversidade da base de financiamento;
g) Caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa com a participação da
comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e aposentados.
É, portanto, um sistema de proteção social que abrange os três programas sociais de maior
relevância:
 
a) Saúde: A Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação, conforme disposto no art. 196 da CF.

As atividades de saúde são de relevância pública e sua organização obedecerá aos seguintes
princípios e diretrizes:

 Acesso universal e igualitário;


 Provimento das ações e serviços através de rede regionalizada e
hierarquizada, integrados em sistema único;
 Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
 Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas;
 Participação da comunidade na gestão, fiscalização e acompanhamento
das ações e serviços de saúde;
 Participação da iniciativa privada na assistência à saúde, obedecidos os
preceitos constitucionais.

b) Previdência Social: A Previdência Social tem por fim assegurar aos seus beneficiários
meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade
avançada, tempo de serviço, desemprego involuntário, encargos de família e
reclusão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente, conforme se
extrai dos arts. 201 e 202 da CF.
A organização da Previdência Social obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes:
 universalidade de participação nos planos previdenciários, mediante
contribuição;
 valor da renda mensal dos benefícios, substitutos do salário-de-
contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado, não inferior ao
do salário mínimo;
 cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contribuição,
corrigidos monetariamente;
 preservação do valor real dos benefícios;
 previdência complementar facultativa, custeada por contribuição
adicional.
c) Assistência Social: A Assistência Social é a política social que provê o atendimento das
necessidades básicas, traduzidas em proteção à família, à maternidade, à infância,
à adolescência, à velhice e à pessoa portadora de deficiência, independentemente
de contribuição à Seguridade Social., conforme art. 203 e 204 da CF.
A organização da Assistência Social obedecerá às seguintes diretrizes:
 descentralização político-administrativa;
 participação da população na formulação e controle das ações em todos
os níveis.
O financiamento da Seguridade Social é previsto no art. 195 da Constituição Federal como
um dever imposto a toda a sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de
contribuições sociais.
Além das fontes de custeio previstas no testo constitucional, este permite a criação de outras
fontes, mediante lei complementar, seja para financiar novos benefícios e serviços, seja para
manter os já existentes ou aumentar seu valor.
 
Sistema Contributivo - Financiamento da Seguridade Social
 
Na relação de custeio da Seguridade Social, aplica-se o princípio de que todos que compõem
a sociedade devem colaborar para a cobertura dos riscos provenientes da perda ou redução da
capacidade de trabalho ou dos meios de subsistência. 
Trata-se de uma relação jurídica estatutária, porquanto é compulsória àqueles que a lei impõe.
Portanto, o contribuinte é compelido a contribuir, ou seja, não possui a faculdade em optar por
não cumprir a obrigação.
A Seguridade Social será financiada por toda sociedade, de forma direta e indireta, nos termos
do art. 195 da Constituição Federal e da Lei 8.212/91, mediante recursos provenientes da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de contribuições sociais.
No âmbito federal, o orçamento da Seguridade Social é composto das seguintes receitas:
I - receitas da União;
II - receitas das contribuições sociais;
III - receitas de outras fontes.
Constituem contribuições sociais:
a) As das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos segurados a seu
serviço;
b) As dos empregadores domésticos;
c) As dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salário-de-contribuição;
d) As das empresas, incidentes sobre faturamento e lucro;
e) As incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos.
Outras Receitas de Seguridade Social
 
De acordo com o art. 27 da Lei 8.212/91, constituem outras receitas da Seguridade Social:

I - As multas, a atualização monetária e os juros moratórios;

II - A remuneração recebida por serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados a


terceiros;

III - As receitas provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento ou


arrendamento de bens;

IV - As demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras;

V - As doações, legados, subvenções e outras receitas eventuais;

VI - 50% (cinquenta por cento) dos valores obtidos e aplicados na forma do parágrafo único
do art. 243 da Constituição Federal;

VII - 40% (quarenta por cento) do resultado dos leilões dos bens apreendidos pelo
Departamento da Receita Federal;

VIII - Outras receitas previstas em legislação específica.

Sobre o valor total do prêmio pago pelas companhias seguradoras que mantêm o seguro
obrigatório de danos causados por veículos automotores de vias terrestres (Lei 6.194/1974),
deverão ser repassados à Seguridade social, 50% (cinquenta por cento) do prêmio recolhido
aos SUS para custeio da assistência médico-hospitalar dos segurados vitimados.
Estas receitas não estão enquadradas como contribuições sociais, pois possuem características
diferentes das de tributos. Também não se enquadram como contribuições sociais as multas
(penalidades pecuniárias), os juros (penalidade por inadimplemento) e as demais verbas
constantes do referido dispositivo legal, que se caracterizam como transferência de recursos
públicos aos cofres da Seguridade Social.
 
Características Gerais
 
As características gerais das contribuições sociais estão previstas no art. 149 da CF, o qual
estabelece a observância das normas gerais do Direito Tributário e aos princípios de
legalidade e da anterioridade, a saber:
 
a)  Princípio de Legalidade: este princípio está consagrado no inciso II do art. 5º da CF o qual
dispõe que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei". O princípio da legalidade
tributária está consubstanciado no art. 150, I da CF, ao dispor que
é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios exigir ou aumentar tributos sem lei que o estabeleça.
 
b) Princípio da Anterioridade: este princípio está consagrado no § 6º do art. 195 da CF, o qual
dispõe que as contribuições sociais só poderão ser exigidas após
decorridos 90 (noventa) dias da data da publicação da lei que as
houver instituído ou modificado, não sendo aplicado, portanto, o
disposto no art. 150, III, "b".
 
 
As normas gerais em matéria tributária, a que estão sujeitas as contribuições sociais, estão
previstas no CTN a qual foi recepcionada pela Constituição Federal com o status de lei
complementar. A regulamentação das contribuições para a Seguridade Social prevista no art.
195 da CF por meio de lei ordinária (Lei 8.212/91) tem sido admitida, desde que não haja
afronta às normas gerais definidas na Constituição e no CTN.

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