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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL

Contribuições da empresa

1. Contribuições previdenciárias dos empregadores e equiparados


(“empresa”)

Na presente unidade, serão vistas as contribuições previdenciárias a cargo


dos empregadores (empresas e entes equiparados), inclusive os
empregadores domésticos, incidentes sobre a folha de pagamentos. É a
denominada cota patronal.

Considera-se empresa, para fins previdenciários, a firma individual ou


sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com
fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da administração
pública direta, indireta e fundacional (art. 15, I, da Plano de Custeio da
Previdência Social – PCPS – Lei nº 8.212/1991).

Art. 15. Considera-se:

I – empresa – a firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade


econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e
entidades da administração pública direta, indireta e fundacional.

Parágrafo único.  Equiparam-se a empresa, para os efeitos desta Lei, o


contribuinte individual e a pessoa física na condição de proprietário ou dono
de obra de construção civil, em relação a segurado que lhe presta serviço,
bem como a cooperativa, a associação ou a entidade de qualquer natureza ou
finalidade, a missão diplomática e a repartição consular de carreira
estrangeiras.

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Considera-se empregador doméstico, para fins previdenciários, a pessoa ou
família que admite a seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado
doméstico (art. 15, II, PCPS). 

Art. 15. Considera-se: (...)

II – empregador doméstico – a pessoa ou família que admite a seu serviço,


sem finalidade lucrativa, empregado doméstico.

O aspecto material da hipótese de incidência é a folha de salários e demais


rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa
física que preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício, a um
empregador, inclusive o doméstico (art. 195, I, “a”, da Constituição Federal
de 1988 – CF/1988). 

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional nº 20, de
1998.)

I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da


lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998.)

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados,


a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo
empregatício.

Em reforço, o art. 201, § 11, da CF/1988 prevê que os ganhos habituais


do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de
contribuição previdenciária e consequente repercussão em benefícios, nos
casos e na forma da lei.

§ 11 Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados


ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente
repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. 

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Observa-se, assim, que a contribuição em estudo incide sobre a folha de
pagamentos em sentido amplo (indo além do salário em sentido estrito),
abarcando os trabalhadores a serviço da empresa/equiparado, ainda que não
empregados. Por isso, o Supremo Tribunal Federal (STF) fixou, sob
repercussão geral (tema 20), a tese de que “a contribuição social a cargo do
empregador incide sobre ganhos habituais do empregado, quer anteriores ou
posteriores à Emenda Constitucional nº 20/1998”. 

Quanto ao período anterior à Emenda Constitucional (EC) nº 20/1998, apesar


de o art. 195, I, da CF/1988, na redação original, apenas mencionar a
contribuição dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, já vigia a
norma de extensão da contribuição para os ganhos habituais, contida no art.
201, § 4º, da CF/1988 (apenas reposicionado como § 11 após a EC nº
20/1998).

Contudo, considerando peculiaridades de determinados setores econômicos e


no intuito de desonerar a folha de pagamentos (art. 201, §§ 12 e 13, CF/
1988), o legislador criou contribuições substitutivas. 

É o mesmo que dizer: para alguns empregadores, o legislador criou uma


contribuição de conformação diversa, que o contribuinte paga em substituição
à contribuição originária incidente sobre a folha de pagamentos.

A contribuição em foco recebe tratamento legal que adota uma subdivisão


conforme seja ela:

(i) incidente sobre a remuneração dos empregados, avulsos e contribuintes


individuais; 

(ii) incidente sobre a remuneração dos empregados domésticos.

Por fim, as contribuições substitutivas são as seguintes:

(i) a da associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional;

(ii) a do produtor rural pessoa física;

(iii) a do produtor rural pessoa jurídica;

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(iv) a incidente sobre o valor de nota fiscal/fatura de serviços de cooperativas
de trabalho; e

(v) a incidente no caso de adesão ao Simples Nacional.

Muito importante!
--
O STJ editou novo verbete sumular (Súmula nº 646) no qual deixou
claro que apenas as verbas elencadas no art. 28, § 9º, da Lei nº
8.212/1991 são excluídas da base de cálculo para fins do
recolhimento do FGTS. 

..

Nesta esteira, segundo Leandro Paulsen (2017):

“A natureza dos recolhimentos a título de FGTS, em contas


vinculadas em nome dos empregados, não é tributária. Trata-se de
um ônus de cunho trabalhista. Note-se que tributo, por essência,
pressupõe a inversão de recursos ao Estado ou a outros entes que
exerçam serviços públicos, e não a particulares no seu interesse
pessoal, como é o caso do FGTS.”

O empregador apenas pagará contribuição previdenciária diante de dois


elementos cumulativos: i) o valor pago ao empregado ter natureza salarial; e
ii) pago com habitualidade. Desta forma, a contribuição ao FGTS prevista no
art. 15 da Lei nº 8.036/1990 não tem natureza de imposto, tampouco é uma
contribuição previdenciária. Segundo o STJ, é irrelevante discutir se a verba
do FGTS é trabalhista ou indenizatória, uma vez que não foi o critério adotado
pela lei. 

A 2ª Turma do STJ asseverou (AREsp. nº 1.651.109/PR): 

(...)3. De acordo com o disposto no art. 15, caput e § 6º, da Lei 8.036/1990,
apenas as parcelas taxativamente arroladas no art. 28, § 9º, da Lei
8.212/1991, estão excluídas da base de cálculo da contribuição para o FGTS.
O legislador não excluiu da base de cálculo as parcelas relativas aos valores

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pagos a título de férias gozadas, terço constitucional de férias, aviso-prévio
indenizado, quinze primeiros dias de auxílio-doença/acidente, salário-
maternidade, adicional de horas extras, adicional de insalubridade, adicional
de periculosidade, adicional noturno. Impõe-se, portanto, reconhecer a
validade da incidência da contribuição em comento sobre essas verbas. 4.
Acerca da contribuição para o FGTS, o STJ adota o entendimento segundo o
qual descabe sua equiparação à sistemática utilizada para efeito de
incidência das contribuições previdenciárias e do Imposto sobre a Renda,
porquanto irrelevante a natureza da verba trabalhista, se remuneratória ou
indenizatória. (...). (STJ − AREsp. nº 1.651.109/PR, rel. Min. HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 09.06.2020, DJe 07.08.2020 −
Grifos nossos).

Portanto, guarde em mente o novo entendimento do STJ sobre a questão.

Verbete sumular nº 646: “É irrelevante a natureza da verba trabalhista para


fins de incidência da contribuição ao FGTS, visto que apenas as verbas
elencadas em lei (art. 28, § 9º, da Lei nº 8.212/1991), em rol taxativo, estão
excluídas da sua base de cálculo, por força do disposto no art. 15, § 6º, da Lei
nº 8.036/1990”.

1.1. Contribuição incidente sobre as remunerações dos empregados, avulsos


e contribuintes individuais (art. 22, I e III, PCPS)

Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social,


além do disposto no art. 23, é de:  

I – vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou


creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e
trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de
reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo
à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do
contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença
normativa. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). (Vide Lei nº 13.189, de
2015.)

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III – vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a
qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais
que lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999.)

a) Contribuição

Alíquota de 20% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou


creditadas (sem limite ao teto do salário de contribuição), durante o mês, aos
segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais que
lhe prestem serviços.

A lei explicita que a remuneração sobre a qual incide a contribuição é a


destinada a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as
gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos
decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados,
quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos
termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de
trabalho ou sentença normativa (art. 22, I, PCPS). Ademais, apesar de não
haver limitação ao teto do salário de contribuição, as verbas excluídas da
composição do salário de contribuição também não integram a base de
cálculo da cota patronal, por força de previsão expressa no art. 22, § 2º, do
PCPS: “§ 2º Não integram a remuneração as parcelas de que trata o § 9º do
art. 28”.

Em se tratando de empregador microempreendedor individual, a alíquota será


de 3% sobre o salário de contribuição do único empregado que lhe preste
serviços (art. 18-C, § 1º, III, Lei Complementar – LC nº 123/2006).

Art. 18-C.  Observado o disposto no caput e nos §§ 1º a 25 do art. 18-A desta


Lei Complementar, poderá enquadrar-se como MEI o empresário individual ou
o empreendedor que exerça as atividades de industrialização,
comercialização e prestação de serviços no âmbito rural que possua um único
empregado que receba exclusivamente um salário mínimo ou o piso salarial
da categoria profissional.   

§ 1º Na hipótese referida no caput, o MEI:

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III – está sujeito ao recolhimento da contribuição de que trata o inciso VI do
caput do art. 13, calculada à alíquota de 3% (três por cento) sobre o salário de
contribuição previsto no caput, na forma e prazos estabelecidos pelo CGSN.

A contribuição de 20% sobre o total das remunerações possui alguns


adicionais previstos na lei, com mesmo prazo e forma de recolhimento, que
não se aplicam à cota patronal do microempreendedor individual.

Nesse sentido, importante lembrar que a Lei nº 8.212/1991 prevê algumas


hipóteses que não considera como remuneração para fins de contribuição.
Sendo assim, não é considerada como remuneração, direta ou indireta, os
valores despendidos pelas entidades religiosas e instituições de ensino
vocacional com ministro de confissão religiosa, membros de instituto de vida
consagrada, de congregação ou de ordem religiosa (art. 22, § 13, da Lei nº
8.212/1991), ainda que, despendidos em pecúnia ou a título de ajuda de custo
de moradia, transporte, formação educacional, vinculados exclusivamente à
atividade religiosa não configuram remuneração direta ou indireta (art. 22, §
14, II, da Lei nº 8.212/91). Não obstante, o legislador, através da Lei nº
14.057/2020, incluiu o § 16 ao art. 22, para prever a nulidade de autuações de
fatos geradores anteriores à data da vigência da Lei nº 13.137/2015.

b) Adicionais à cota patronal (não valem para o MEI)

Adicional 1 – para bancos (art. 22, § 1º, PCPS): alíquota adicional de 2,5%
sobre a folha de pagamentos de empregados, avulsos e contribuintes
individuais, totalizando 22,5%.

§ 1º No caso de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de


desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e
investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras,
distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento
mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de
capitalização, agentes autônomos de seguros privados e de crédito e
entidades de previdência privada abertas e fechadas, além das contribuições
referidas neste artigo e no art. 23, é devida a contribuição adicional de dois
vírgula cinco por cento sobre a base de cálculo definida nos incisos I e III
deste artigo. 

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Segundo a lei, os contribuintes desse adicional são: bancos comerciais,
bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas,
sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito
imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores
mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito,
empresas de seguros privados e de capitalização, agentes autônomos de
seguros privados e de crédito e entidades de previdência privada abertas e
fechadas.

Essa diferenciação envolvendo os bancos foi validada pelo STF (AC-MC nº


1.109, de 31.05.2007; RE nº 598.572/SP, de 30.03.2016, com repercussão
geral), com base no art. 195, § 9º, da CF/1988, em razão da maior
lucratividade e automação do setor financeiro. Cumpre ressaltar, no entanto,
que o § 9º foi recentemente alterado pela EC nº 103/2019. Vejamos:

§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo


poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica, da
utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição
estrutural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de
bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas “b” e “c” do inciso
I do caput.   

Mesmo antes do art. 195, § 9º, da CF/1988, em nome do princípio da


equidade na forma de participação no custeio, expressão do princípio da
capacidade contributiva, o STF também validou o adicional de alíquota que
vigia para as instituições financeiras sob a égide da Lei nº 7.787/1989
(pretérita ao atual Plano de Custeio): 

É constitucional a contribuição adicional de 2,5% (dois e meio por cento)


sobre a folha de salários instituída para as instituições financeiras e
assemelhadas pelo art. 3º, § 2º, da Lei nº 7.787/89, ainda que considerado o
período anterior à EC 20/98 (STF, RE nº 599.309/SP, Plenário, rel. Min.
Ricardo Lewandowski, julgado em 06.06.2018, com repercussão geral,
Informativo nº 905).

Adicional 2 – para custeio da aposentadoria especial e de benefícios


concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa
decorrente de riscos ambientais do trabalho (art. 22, II, PCPS): alíquota

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adicional (adicional GIILRAT), sobre a folha de pagamentos de empregados e
avulsos, de: 

– 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o


risco de acidentes do trabalho seja considerado leve;

– 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante


esse risco seja considerado médio; ou

– 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse


risco seja considerado grave.

Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social,


além do disposto no art. 23, é de:

II – para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº


8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de
incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do
mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos: (Redação dada
pela Lei nº 9.732, de 1998.)

a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o


risco de acidentes do trabalho seja considerado leve;

b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante


esse risco seja considerado médio;

c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante


esse risco seja considerado grave. (Grifos nossos.)

O aferimento do grau de risco da atividade é feito de forma individualizada por


estabelecimento (Súmula nº 351/Superior Tribunal de Justiça – STJ),
considerando-se preponderante a atividade em que houver o maior número
de trabalhadores. As atividades e seus graus de risco constam no Anexo V do
Regulamento da Previdência Social (RPS), e o Ministério da Previdência, ou
outro órgão incumbido de fiscalizar, faz o enquadramento na atividade
preponderante.

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A alíquota de contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) é
aferida pelo grau de risco desenvolvido em cada empresa, individualizada
pelo seu CNPJ, ou pelo grau de risco da atividade preponderante quando
houver apenas um registro (Súmula 351 – STJ).

Fator Acidentário de Prevenção (FAP) – a alíquota adicional


GIILRAT, de 1%, 2% ou 3%, poderá ser reduzida em até 50% ou aumentada
em até 100% em razão do desempenho da empresa em relação à respectiva
atividade econômica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a
partir dos índices de frequência, gravidade e custo de concessão de
benefícios, calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho
Nacional de Previdência Social (CNPS) (art. 10, Lei nº 10.666/2003). 

Art. 10. A alíquota de contribuição de um, dois ou três por cento, destinada ao
financiamento do benefício de aposentadoria especial ou daqueles
concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa
decorrente dos riscos ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em até
cinquenta por cento, ou aumentada, em até cem por cento, conforme dispuser
o regulamento, em razão do desempenho da empresa em relação à
respectiva atividade econômica, apurado em conformidade com os resultados
obtidos a partir dos índices de frequência, gravidade e custo, calculados
segundo metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência
Social.

Assim, o FAP tem o objetivo de estimular que as empresas invistam em


prevenção de acidentes, e, com isso, obter redução da alíquota adicional
voltada ao custeio de benefícios decorrentes de infortúnios laborais.

Adicional 3 – para custeio da aposentadoria especial (art. 57, §§ 6º e 7º, Lei


nº 8.213/1991 – Planos de Benefícios da Previdência Social; art. 1º, § 2º, Lei
nº 10.666/2003): serão acrescidas alíquotas adicionais, incidentes
exclusivamente sobre a remuneração dos segurados (empregados, avulsos e
contribuintes individuais cooperados de cooperativa de trabalho ou produção)
sujeitos às condições especiais, de:

– 6% se a atividade exercida pelo segurado permitir a concessão de


aposentadoria especial após 25 anos de contribuição;

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– 9% se a atividade exercida pelo segurado permitir a concessão de
aposentadoria especial após 20 anos de contribuição; e

– 12% se a atividade exercida pelo segurado permitir a concessão de


aposentadoria especial após 15 anos de contribuição.

PBPS, art. 57. (...)

§ 6º O benefício previsto neste artigo será financiado com os recursos


provenientes da contribuição de que trata o inciso II do art. 22 da Lei nº 8.212,
de 24 de julho de 1991, cujas alíquotas serão acrescidas de doze, nove ou
seis pontos percentuais, conforme a atividade exercida pelo segurado a
serviço da empresa permita a concessão de aposentadoria especial após
quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente.

§ 7º O acréscimo de que trata o parágrafo anterior incide exclusivamente


sobre a remuneração do segurado sujeito às condições especiais referidas no
caput.               

Lei nº 10.666/2003, art. 1º (...) As disposições legais sobre aposentadoria


especial do segurado filiado ao Regime Geral de Previdência Social aplicam-
se, também, ao cooperado filiado à cooperativa de trabalho e de produção
que trabalha sujeito a condições especiais que prejudiquem a sua saúde ou a
sua integridade física.

§ 2º Será devida contribuição adicional de doze, nove ou seis pontos


percentuais, a cargo da cooperativa de produção, incidente sobre a
remuneração paga, devida ou creditada ao cooperado filiado, na hipótese de
exercício de atividade que autorize a concessão de aposentadoria especial
após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente.  

Esse adicional está previsto no PBPS e na Lei nº 10.666/2003 (para os


cooperados de cooperativa de trabalho ou produção) e não no PCPS. Ele não
incide sobre a totalidade da folha de pagamentos (diversamente dos
adicionais 1 e 2), mas apenas sobre a remuneração do trabalhador
individualizado sujeito a condições especiais ensejadoras de aposentadoria
especial.

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Preenchidos os respectivos pressupostos, é possível incidência concomitante
dos adicionais 1, 2 e 3.

c) Arrecadação e recolhimento – regra geral

A empresa deve recolher a contribuição e os adicionais até o dia 20 do mês


subsequente ao da competência (art. 30, I, “b”, PCPS). Não havendo
expediente bancário, o recolhimento deve ocorrer no dia anterior (art. 30, § 2º,
PCPS).

Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras


importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes
normas:            

I – a empresa é obrigada a:

b) recolher os valores arrecadados na forma da alínea a deste inciso, a


contribuição a que se refere o inciso IV do art. 22 desta Lei, assim como as
contribuições a seu cargo incidentes sobre as remunerações pagas, devidas
ou creditadas, a qualquer título, aos segurados empregados, trabalhadores
avulsos e contribuintes individuais a seu serviço até o dia 20 (vinte) do mês
subsequente ao da competência;   

§ 2º Se não houver expediente bancário nas datas indicadas:   

II – na alínea b do inciso I e nos incisos III, V, X e XIII do caput,


até o dia útil imediatamente anterior.   

O recolhimento da cota patronal ocorre juntamente com o da contribuição de


segurado que a empresa possui a obrigação de descontar e recolher como
responsável tributário.

A contribuição patronal do microempreendedor individual será recolhida da


forma e com prazos estabelecidos pelo Comitê Gestor do Simples Nacional –
CGSN (art. 18-C, § 1º, III, LC nº 123/2006). 

Art. 18-C. Observado o disposto no caput e nos §§ 1º a 25 do art. 18-A desta


Lei Complementar, poderá enquadrar-se como MEI o empresário individual ou
o empreendedor que exerça as atividades de industrialização,
comercialização e prestação de serviços no âmbito rural que possua um único

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empregado que receba exclusivamente um salário mínimo ou o piso salarial
da categoria profissional.                     

§ 1º  Na hipótese referida no caput, o MEI:

III – está sujeito ao recolhimento da contribuição de que trata o inciso VI do


caput do art. 13, calculada à alíquota de 3% (três por cento) sobre o salário de
contribuição previsto no caput, na forma e prazos estabelecidos pelo CGSN.

O art. 40 da Resolução CGSN nº 140/2018 prevê que os tributos apurados


pelo Simples Nacional deverão ser pagos até o dia 20 do mês subsequente
àquele em que houver sido auferida a receita bruta, e, quando não houver
expediente bancário, deverão ser pagos até o dia útil imediatamente posterior.

d) Arrecadação e recolhimento – cessão de mão de obra (art. 31, PCPS)

Art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de


mão de obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter 11%
(onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de
serviços e recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a
importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da emissão da
respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não
houver expediente bancário naquele dia, observado o disposto no § 5º do art.
33 desta Lei.

Em se tratando de empresa prestadora de serviço mediante cessão de mão


de obra (empresa cedente de mão de obra), sua cota patronal é paga por um
responsável tributário: a empresa tomadora do serviço. O STF (Recurso
Extraordinário nº 603.191/MT) reconheceu ser constitucional tal regra de
responsabilidade tributária. Há presunção de recolhimento pela empresa
tomadora de mão de obra, descabendo responsabilidade supletiva da cedente
(art. 33, § 5º, PCPS; STJ, Recurso Especial nº 1.131.047/MA – tema 335).

Art. 33. À Secretaria da Receita Federal do Brasil compete planejar,


executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas à tributação, à
fiscalização, à arrecadação, à cobrança e ao recolhimento das contribuições
sociais previstas no parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições
incidentes a título de substituição e das devidas a outras entidades e fundos. 
(...)

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§ 5º O desconto de contribuição e de consignação legalmente autorizadas
sempre se presume feito oportuna e regularmente pela empresa a isso
obrigada, não lhe sendo lícito alegar omissão para se eximir do recolhimento,
ficando diretamente responsável pela importância que deixou de receber ou
arrecadou em desacordo com o disposto nesta Lei.

A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de


obra (inclusive em regime de trabalho temporário) deve reter 11% do valor
bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher, em nome da
empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 do mês
subsequente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou, sendo
feriado, até o dia útil imediatamente anterior (art. 31, caput, PCPS).

A alíquota de 11% é acrescida de 4%, 3% ou 2% relativamente aos serviços


prestados pelo segurado empregado cuja atividade permita a concessão de
aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição,
respectivamente (art. 6º, Lei nº 10.666/2003). 

Art. 6º O percentual de retenção do valor bruto da nota fiscal ou fatura de


prestação de serviços relativa a serviços prestados mediante cessão de mão-
de-obra, inclusive em regime de trabalho temporário, a cargo da empresa
contratante, é acrescido de quatro, três ou dois pontos percentuais,
relativamente aos serviços prestados pelo segurado empregado cuja atividade
permita a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e
cinco anos de contribuição, respectivamente.

O valor retido (que deve ser destacado na nota ou fatura) será compensado
pela empresa cedente da mão de obra quando do recolhimento das suas
contribuições sobre a folha de pagamentos dos segurados a seu serviço,
empregados, avulsos e contribuintes individuais (técnica da antecipação
compensável). Na impossibilidade de haver compensação integral, o saldo
remanescente será objeto de restituição (art. 31, §§ 1º e 2º, PCPS).

§ 1º  O valor retido de que trata o caput deste artigo, que deverá ser
destacado na nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, poderá ser
compensado por qualquer estabelecimento da empresa cedente da mão de
obra, por ocasião do recolhimento das contribuições destinadas à Seguridade
Social devidas sobre a folha de pagamento dos seus segurados.              

Curso Ênfase © 2021 14


§ 2º Na impossibilidade de haver compensação integral na forma do parágrafo
anterior, o saldo remanescente será objeto de restituição.

§ 3º Para os fins desta Lei, entende-se como cessão de mão-de-obra a


colocação à disposição do contratante, em suas dependências ou nas de
terceiros, de segurados que realizem serviços contínuos, relacionados ou não
com a atividade-fim da empresa, quaisquer que sejam a natureza e a forma
de contratação.

Enquadram-se como cessão de mão de obra, além de outros estabelecidos


em regulamento, os seguintes serviços: limpeza, conservação e zeladoria;
vigilância e segurança; empreitada de mão de obra; contratação de trabalho
temporário (Lei nº 6.019/1974; art. 31, § 4º, PCPS). 

Art. 31. (...)

§ 4º Enquadram-se na situação prevista no parágrafo anterior, além de outros


estabelecidos em regulamento, os seguintes serviços:

I – limpeza, conservação e zeladoria;

II – vigilância e segurança;

III – empreitada de mão-de-obra;             

IV – contratação de trabalho temporário na forma da Lei no 6.019, de 3 de


janeiro de 1974.        

Aplica-se o regime de retenção em estudo em se tratando de consórcio


cedente de mão de obra (arts. 278 e 279 da Lei das Sociedades por Ações –
Lei nº 6.404/1976), observada a participação de cada uma das empresas
consorciadas, na forma do respectivo ato constitutivo (art. 31, § 6º, PCPS). 

§ 6º Em se tratando de retenção e recolhimento realizados na forma do caput


deste artigo, em nome de consórcio, de que tratam os arts. 278 e 279 da Lei
nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, aplica-se o disposto em todo este
artigo, observada a participação de cada uma das empresas consorciadas, na
forma do respectivo ato constitutivo.               

Curso Ênfase © 2021 15


O cedente da mão de obra deverá elaborar folhas de pagamento distintas
para cada contratante (art. 31, § 5º, PCPS).

§ 5º  O cedente da mão-de-obra deverá elaborar folhas de pagamento


distintas para cada contratante.

Por fim, registre-se que de acordo com a Súmula nº 425 do STJ: “A retenção
da contribuição para a seguridade social pelo tomador do serviço não se
aplica às empresas optantes pelo Simples”.

1.2. Incidente sobre a remuneração do empregado doméstico (art. 24, PCPS


c/c art. 34, LC nº 150/2015)

Art. 24. A contribuição do empregador doméstico incidente sobre o salário de


contribuição do empregado doméstico a seu serviço é de:                    

I – 8% (oito por cento); e

II – 0,8% (oito décimos por cento) para o financiamento do seguro contra


acidentes de trabalho.

Parágrafo único. Presentes os elementos da relação de emprego doméstico, o


empregador doméstico não poderá contratar microempreendedor individual de
que trata o art. 18-A da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de
2006, sob pena de ficar sujeito a todas as obrigações dela decorrentes,
inclusive trabalhistas, tributárias e previdenciárias.

a) Contribuição

Alíquota de 8% sobre o salário de contribuição de cada empregado doméstico


a seu serviço, mais 0,8% de alíquota adicional, sobre a mesma base de
cálculo, para financiamento do seguro contra acidentes de trabalho.

b) Arrecadação e recolhimento

O recolhimento (juntamente com a contribuição descontada do empregado)


deve ser feito até o dia 7 do mês seguinte ao da competência através do
Simples Doméstico (art. 34 da LC nº 150/2015, que permite o recolhimento
conjunto de contribuição do empregado, do empregador, Seguro de Acidente
de Trabalho – SAT, Fundo de Garantia de Tempo de Serviço – FGTS,

Curso Ênfase © 2021 16


indenização compensatória de perda de emprego e Imposto de Renda Retido
na Fonte – IRRF).

Art. 34.  O Simples Doméstico assegurará o recolhimento mensal, mediante


documento único de arrecadação, dos seguintes valores: 

I – 8% (oito por cento) a 11% (onze por cento) de contribuição previdenciária,


a cargo do segurado empregado doméstico, nos termos do art. 20 da Lei nº
8.212, de 24 de julho de 1991; 

II – 8% (oito por cento) de contribuição patronal previdenciária para a


seguridade social, a cargo do empregador doméstico, nos termos do art. 24
da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991; 

III – 0,8% (oito décimos por cento) de contribuição social para financiamento
do seguro contra acidentes do trabalho; 

IV – 8% (oito por cento) de recolhimento para o FGTS; 

V – 3,2% (três inteiros e dois décimos por cento), na forma do art. 22 desta
Lei; e 

VI – imposto sobre a renda retido na fonte de que trata o inciso I do art. 7º da


Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, se incidente.

A LC nº. 150/2015 trouxe muitas alterações na contribuição do empregador


doméstico.

É interessante conhecer brevemente como era a sistemática anterior. A


contribuição era 12% sobre o salário de contribuição do empregado doméstico
a seu serviço. O recolhimento devia ser feito pelo empregador até o dia 15 do
mês seguinte ao da competência (art. 30, V, PCPS, antes da reforma pela LC
nº 150/2015). 

V – o empregador doméstico está obrigado a arrecadar a contribuição do


segurado empregado a seu serviço e a recolhê-la, assim como a parcela a
seu cargo, no prazo referido no inciso II deste artigo.

Ainda: 

Curso Ênfase © 2021 17


II – os segurados contribuinte individual e facultativo estão obrigados a
recolher sua contribuição por iniciativa própria, até o dia quinze do mês
seguinte ao da competência.

O empregador doméstico poderia recolher a contribuição do segurado


empregado a seu serviço e a parcela a seu cargo, relativas à competência de
novembro, até o dia 20 de dezembro, juntamente com a contribuição referente
ao 13º salário, utilizando-se de um único documento de arrecadação (art. 30,
§ 6º, PCPS). 

§ 6º O empregador doméstico poderá recolher a contribuição do segurado


empregado a seu serviço e a parcela a seu cargo relativas à competência
novembro até o dia 20 de dezembro, juntamente com a contribuição referente
ao 13º (décimo terceiro) salário, utilizando-se de um único documento de
arrecadação. (Revogado)

O empregador doméstico que pagasse salário mínimo poderia optar pelo


recolhimento trimestral da contribuição, com vencimento até o dia 15 do mês
seguinte ao fim de cada trimestre civil (art. 216, § 16, do Regulamento da
Previdência Social).

§ 15 É facultado aos segurados contribuinte individual e facultativo, cujos


salários-de-contribuição sejam iguais ao valor de um salário mínimo, optarem
pelo recolhimento trimestral das contribuições previdenciárias, com
vencimento no dia 15 do mês seguinte ao de cada trimestre civil, prorrogando-
se o vencimento para o dia útil subsequente quando não houver expediente
bancário no dia 15.

§ 16 Aplica-se o disposto no parágrafo anterior ao empregador doméstico


relativamente aos empregados a seu serviço, cujos salários-de-contribuição
sejam iguais ao valor de um salário mínimo, ou inferiores nos casos de
admissão, dispensa ou fração do salário em razão de gozo de benefício.

Resumo das contribuições previdenciárias patronais sobre “folhas”

Contribuinte Base de Cálculo Alíquota Prazo

Curso Ênfase © 2021 18


Total das
remunerações
Até o dia 20 do
pagas, devidas
mês seguinte,
ou creditadas,
Empresa ou ou, se não for
no mês, aos 20%
equiparado dia útil, até o
empregados,
imediatamente
avulsos e
anterior.
contribuinte
individual.

Total das
remunerações
Até o dia 20 do
pagas, devidas
Empresa ou mês seguinte,
ou creditadas,
equiparado 2,5% para ou, se não for
no mês, aos
bancos dia útil, até o
Adicional 1 empregados,
imediatamente
avulsos e
anterior.
contribuinte
individual.

1%, 2% ou 3% Até o dia 20 do

Total das de GILLRAT mês seguinte,


remunerações (com ou,
Empresa ou pagas, devidas
redução de 50% se não for dia
equiparado ou creditadas,
ou útil,
Adicional 2 no mês, aos
empregados e aumento de até o
avulsos. 100% imediatamente
pelo FAP) anterior.

Curso Ênfase © 2021 19


Remunerações
exclusivas
Até o dia 20 do
dos
mês seguinte,
empregados,
6%, 9% ou 12% ou,
Empresa ou avulsos e
equiparado para se não for dia
contribuintes
aposentadoria útil,
Adicional 3 individuais
especial até o
cooperados
imediatamente
sujeitos a
anterior.
condições
especiais.

Valor bruto da
nota

fiscal ou fatura Até o dia 20 do


11% +
de
4%, mês seguinte ao
Cessão de mão prestação de da
3% ou 2% para
de obra serviços
emissão da nota
aposentadoria
(tomadora fiscal
responsável especial
ou fatura.
tributária da

cedente).

Curso Ênfase © 2021 20


Até o dia 20 do

mês seguinte,
ou,
Salário de
contribuição do se não for dia
MEI 3% útil,
único
empregado. até o

imediatamente

posterior.

Salário de Até o dia 7 do


Empregador contribuição de 8% + 0,8% de
mês
doméstico cada empregado GIILRAT
doméstico. seguinte.

1.3. Contribuições substitutivas

- Contribuição substitutiva nº 1: associação desportiva que mantém


equipe de futebol profissional (art. 22, I, II e III §§ 6º a 11-A, PCPS).

Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social,


além do disposto no art. 23, é de:

I – vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou


creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e
trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de
reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo
à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do
contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença
normativa.   

II – para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº


8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de

Curso Ênfase © 2021 21


incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do
mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:                

a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o


risco de acidentes do trabalho seja considerado leve;

b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante


esse risco seja considerado médio;

c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante


esse risco seja considerado grave.

III – vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a
qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais
que lhe prestem serviços;      

(...)

§ 6º A contribuição empresarial da associação desportiva que mantém equipe


de futebol profissional destinada à Seguridade Social, em substituição à
prevista nos incisos I e II deste artigo, corresponde a cinco por cento da
receita bruta, decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em
todo território nacional em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos
internacionais, e de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de
marcas e símbolos, publicidade, propaganda e de transmissão de espetáculos
desportivos.

§ 7º Caberá à entidade promotora do espetáculo a responsabilidade de


efetuar o desconto de cinco por cento da receita bruta decorrente dos
espetáculos desportivos e o respectivo recolhimento ao Instituto Nacional do
Seguro Social, no prazo de até dois dias úteis após a realização do
evento.               

§ 8º Caberá à associação desportiva que mantém equipe de futebol


profissional informar à entidade promotora do espetáculo desportivo todas as
receitas auferidas no evento, discriminando-as detalhadamente.              

Curso Ênfase © 2021 22


§ 9º No caso de a associação desportiva que mantém equipe de futebol
profissional receber recursos de empresa ou entidade, a título de patrocínio,
licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e
transmissão de espetáculos, esta última ficará com a responsabilidade de
reter e recolher o percentual de cinco por cento da receita bruta decorrente do
evento, inadmitida qualquer dedução, no prazo estabelecido na alínea “b”,
inciso I, do art. 30 desta Lei.                

§ 10 Não se aplica o disposto nos §§ 6º ao 9º às demais associações


desportivas, que devem contribuir na forma dos incisos I e II deste artigo e do
art. 23 desta Lei.              

§ 11 O disposto nos §§ 6º ao 9º deste artigo aplica-se à associação desportiva


que mantenha equipe de futebol profissional e atividade econômica
organizada para a produção e circulação de bens e serviços e que se
organize regularmente, segundo um dos tipos regulados nos arts.
1.039a 1.092 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código
Civil.                  

§ 11-A  O disposto no § 11 deste artigo aplica-se apenas às atividades


diretamente relacionadas com a manutenção e administração de equipe
profissional de futebol, não se estendendo às outras atividades econômicas
exercidas pelas referidas sociedades empresariais beneficiárias. (Grifos
nossos.)

Qual contribuição ela substitui? Substitui a contribuição patronal sobre


folha de pagamentos de empregados e avulsos (a folha de contribuintes
individuais não é substituída), incluindo adicionais (art. 22, I e II, do PCPS).

Contribuinte: a associação desportiva que mantenha equipe de futebol


profissional e atividade econômica organizada para a produção e circulação
de bens e serviços e que se organize regularmente segundo um dos tipos
regulados nos arts. 1.039 a 1.092 do Código Civil (CC) (art. 22, § 11, PCPS).

A contribuição substitutiva não se aplica às demais associações desportivas,


que devem verter a cota patronal sobre a folha de pagamentos (art. 22, § 10,
PCPS). 

Curso Ênfase © 2021 23


Contribuição: 5% sobre a receita bruta da exploração do esporte. Entende-
se por receita da exploração do esporte a decorrente dos espetáculos
desportivos de que as associações desportivas participem em todo território
nacional em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e
de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos,
publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos desportivos (art. 22, §
6º, PCPS).

O regime de substituição da contribuição patronal aplica-se apenas às


atividades diretamente relacionadas com a manutenção e administração de
equipe profissional de futebol, não se estendendo a outra atividade econômica
paralela mantida pela associação desportiva, que pode assumir forma
empresarial (art. 22, § 11-A, da PCPS; Tribunal Superior do Trabalho – TST,
Recurso de Revista nº 1.585-83.2014.5.09.0014, 2017).

Arrecadação e recolhimento:

(i) No caso de espetáculos: a entidade promotora do espetáculo é o


responsável tributário. A entidade promotora do espetáculo deve descontar e
recolher a contribuição (de 5% da receita do espetáculo) em até dois dias
úteis após a realização do evento (art. 22, § 7º, PCPS).

Caberá à associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional


informar à entidade promotora do espetáculo desportivo todas as receitas
auferidas no evento, discriminando-as detalhadamente (art. 22, § 8º, PCPS).

(ii) No caso de recursos da exploração do esporte, por causa diversa dos


espetáculos: a empresa ou entidade devedora da associação desportiva é o
responsável tributário. No caso de a associação desportiva receber recursos a
título de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade,
propaganda e transmissão de espetáculos, de empresa ou entidade
pagadora, deverá reter e recolher 5% da receita bruta decorrente do evento
gerador, até o dia 20 do mês subsequente ao da competência (art. 22, § 9º,
PCPS).

Inconstitucionalidade? Parcela da doutrina sustenta a inconstitucionalidade


da exação substitutiva, porque ela é anterior à reforma da EC nº 20/1998
sobre o art. 195 da CF/1988 e à inclusão do § 13 do art. 195 da CF/1998 pela
EC nº 42/2003; ademais, tributa-se a receita bruta, sobrepondo-se à

Curso Ênfase © 2021 24


Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), sem
previsão em lei complementar, apesar de substituir uma contribuição originária
sobre folhas (contribuição substituída).

– Contribuição substitutiva nº 2: produtor/empregador rural pessoa física


(art. 25, PCPS) – Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural
(Funrural).

Art. 25. A contribuição do empregador rural pessoa física, em substituição à


contribuição de que tratam os incisos I e II do art. 22, e a do segurado
especial, referidos, respectivamente, na alínea a do inciso V e no inciso VII do
art. 12 desta Lei, destinada à Seguridade Social, é de:

I – 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita bruta proveniente da
comercialização da sua produção; (Redação dada pela Lei nº 13.606, de
2018.)

II – 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção


para financiamento das prestações por acidente do trabalho. (Redação dada
pela Lei nº 9.528, de 10.12.97.) (Vide decisão-STF Petição nº 8.140 – DF.)

O art. 25 do PCPS trata de duas contribuições: a do segurado especial e a do


empregador rural pessoa física, esta última em substituição à sua contribuição
patronal sobre folha de pagamentos. O mesmo dispositivo legal trata de uma
contribuição de segurado (a do segurado especial) e uma contribuição de
empregador (empregador rural pessoa física). Neste tópico será estudada a
contribuição do empregador.

Essa contribuição foi apelidada de contribuição do Funrual ou simplesmente


Funrural, em razão do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural, que era a
entidade autárquica que geria o antigo Programa de Assistência ao
Trabalhador Rural (Prorural), à época da criação da previdência social rural
pela Lei Complementar nº 11/1971.

Qual contribuição ela substitui? Substitui a contribuição patronal sobre


folha de pagamentos de empregados e avulsos (a folha de contribuintes
individuais não é substituída), incluindo adicionais (art. 22, I e II, PCPS).

Curso Ênfase © 2021 25


Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social,
além do disposto no art. 23, é de:

I – vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou


creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e
trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de
reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo
à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do
contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença
normativa.  

II – para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº


8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de
incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do
mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:                 

a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o


risco de acidentes do trabalho seja considerado leve;

b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante


esse risco seja considerado médio;

c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante


esse risco seja considerado grave. (Grifos nossos.)

A contribuição substitutiva é facultativa e dependente de opção do


contribuinte, mediante o pagamento da contribuição incidente sobre a folha de
salários relativa a janeiro de cada ano, ou à primeira competência
subsequente ao início da atividade rural, sendo irretratável para todo o ano-
calendário (art. 25, § 13, PCPS, incluído pela Lei nº 13.606/2018).

§ 13 O produtor rural pessoa física poderá optar por contribuir na forma


prevista no caput deste artigo ou na forma dos incisos I e II do caput do art. 22
desta Lei, manifestando sua opção mediante o pagamento da contribuição
incidente sobre a folha de salários relativa a janeiro de cada ano, ou à

Curso Ênfase © 2021 26


primeira competência subsequente ao início da atividade rural, e será
irretratável para todo o ano-calendário.

Contribuinte: o empregador rural é a pessoa física. Equipara-se ao


empregador rural pessoa física o consórcio simplificado de produtores rurais,
formado pela união de produtores rurais pessoas físicas, que outorgar a um
deles poderes para contratar, gerir e demitir trabalhadores para prestação de
serviços, exclusivamente, aos seus integrantes, mediante documento
registrado em cartório de títulos e documentos (art. 25-A, caput, PCPS). 

Art. 25-A. Equipara-se ao empregador rural pessoa física o consórcio


simplificado de produtores rurais, formado pela união de produtores rurais
pessoas físicas, que outorgar a um deles poderes para contratar, gerir e
demitir trabalhadores para prestação de serviços, exclusivamente, aos seus
integrantes, mediante documento registrado em cartório de títulos e
documentos.    

O consórcio deverá ser matriculado no Instituto Nacional do Seguro Social


(INSS) em nome do empregador a quem hajam sido outorgados os poderes,
na forma do regulamento (art. 25-A, § 2º, PCPS): “§ 2º O consórcio deverá ser
matriculado no INSS em nome do empregador a quem hajam sido outorgados
os poderes, na forma do regulamento”.

Atente que o empregador rural pessoa física está aqui considerado como
empregador. Contudo, ele também é segurado obrigatório da espécie
contribuinte individual (art. 12, V, “a”, do PCPS), e, nessa condição, também
contribui enquanto trabalhador (de regra, 20% sobre o salário de
contribuição).

Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes


pessoas físicas:

V – como contribuinte individual:  

a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a


qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4
(quatro) módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro)
módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou por
intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 10 e 11 deste artigo.

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Contribuição: 1,2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua
produção, mais 0,1% para financiamento das prestações por acidente do
trabalho.

Antes da reforma operada pela Lei nº 13.606/2018, a alíquota era de 2%


sobre a receita bruta oriunda da comercialização da produção, mais 0,1%
para financiamento das prestações por acidente do trabalho.

Arrecadação e recolhimento:

– Regra: a empresa/cooperativa adquirente, consumidora ou consignatária


deve descontar e recolher a contribuição (responsável tributário) até o dia 20
do mês subsequente ao da operação (art. 30, III e XI, PCPS). Não havendo
expediente bancário, o recolhimento deve ocorrer no dia anterior (art. 30, § 2º,
PCPS).

Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras


importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas:
(...)

III – a empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa


são obrigadas a recolher a contribuição de que trata o art. 25 até o dia 20
(vinte) do mês subsequente ao da operação de venda ou consignação da
produção, independentemente de essas operações terem sido realizadas
diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física, na forma
estabelecida em regulamento;  

XI – aplica-se o disposto nos incisos III e IV deste artigo à pessoa física não
produtor rural que adquire produção para venda no varejo a consumidor
pessoa física.

§ 2º Se não houver expediente bancário nas datas indicadas: (...)

II – na alínea b do inciso I e nos incisos III, V, X e XIII do caput, até o dia útil
imediatamente anterior.   

– Exceções: o empregador rural pessoa física deve, até o dia 20 do mês


subsequente ao da operação, recolher a contribuição por iniciativa própria se
comercializar sua produção: (i) no exterior; (ii) diretamente, no varejo, ao

Curso Ênfase © 2021 28


consumidor pessoa física; (iii) a outro contribuinte individual rural ou segurado
especial; (iv) relativamente a artesanato elaborado com matéria-prima
produzida pelo respectivo grupo familiar, a produção artística ou a serviços/
atividades de turismo ou entretenimento na propriedade, inclusive
hospedagem, alimentação, recepção, recreação e atividades pedagógicas,
bem como taxa de visitação (art. 30, X e XII, PCPS).

X – a pessoa física de que trata a alínea "a" do inciso V do art. 12 e o


segurado especial são obrigados a recolher a contribuição de que trata o art.
25 desta Lei no prazo estabelecido no inciso III deste artigo, caso
comercializem a sua produção:

a) no exterior;                 

b) diretamente, no varejo, ao consumidor pessoa física;                

c) à pessoa física de que trata a alínea “a” do inciso V do art. 12;              

d) ao segurado especial;  

XII – sem prejuízo do disposto no inciso X do caput deste artigo, o produtor


rural pessoa física e o segurado especial são obrigados a recolher,
diretamente, a contribuição incidente sobre a receita bruta proveniente:  

a) da comercialização de artigos de artesanato elaborados com matéria-prima


produzida pelo respectivo grupo familiar;

b) de comercialização de artesanato ou do exercício de atividade artística,


observado o disposto nos incisos VII e VIII do § 10 do art. 12 desta Lei;
e                  

c) de serviços prestados, de equipamentos utilizados e de produtos


comercializados no imóvel rural, desde que em atividades turística e de
entretenimento desenvolvidas no próprio imóvel, inclusive hospedagem,
alimentação, recepção, recreação e atividades pedagógicas, bem como taxa
de visitação e serviços especiais.

A contribuição do empregador rural pessoa física na modalidade substitutiva


foi objeto que grande debate na jurisprudência, que deve ser conhecido.

Curso Ênfase © 2021 29


Para a compreensão das sucessivas decisões é preciso historiar brevemente
a evolução legislativa em torno da contribuição.

O surgimento do Regime de Previdência Rural ocorreu com a LC nº 11/1971,


que criou o Prorural, gerido pelo Funrural (autarquia vinculada ao Ministério
do Trabalho – atualmente Ministério da Economia – e Previdência Social).
Nesse momento, surgiu a contribuição em estudo, incidente sobre o valor
comercial dos produtos rurais, devida pelos produtores rurais. Esse regime de
previdência rural persistiu até o advento do PCPS.

Com a promulgação da CF/1988, a contribuição dos empregadores era


incidente, apenas, sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro (art. 195,
I, CF/1988, na redação original).

A partir do PCPS, a contribuição do produtor rural passou a incidir sobre a


folha de pagamentos, em linha com a redação original da CF/1988. 

No entanto, a Lei nº 8.540/1992 alterou o PCPS, criando a contribuição


substitutiva (obrigatória) do produtor rural sobre a receita oriunda da
produção.

Nesse contexto, o STF (STF, Recurso Extraordinário nº 363.852/MG, Pleno,


2010; Recurso Extraordinário nº 596.177/RS, rep. geral, Pleno, 2011) julgou
inconstitucional a constituição substitutiva sob a Lei nº 8.540/1992, por violar o
art. 195, I, CF/1988, na redação original, que não previa a base de cálculo
receita como passível de eleição para contribuição ordinária para seguridade
social, sendo que eventual contribuição residual deveria ser veiculada por lei
complementar.

Eis a tese fixada em repercussão geral: 

É inconstitucional a contribuição, a ser recolhida pelo empregador rural


pessoa física, incidente sobre a receita bruta proveniente da comercialização
de sua produção, prevista no art. 25 da Lei 8.212/1991, com a redação dada
pelo Art. 1º da Lei 8.540/1992 (STF, RE nº 596.177, rel. Min. Ricardo
Lewandoski, julgado em 01.08.2011, DJe em 26.08.2011). 

Diante da pronúncia de inconstitucionalidade da contribuição substitutiva, tem-


se por repristinada a legislação anterior. Ou seja: a contribuição do produtor

Curso Ênfase © 2021 30


rural voltou a reger-se pela redação original do Plano de Custeio, incidindo-se
sobre a folha de pagamentos. 

Veja-se o posicionamento do STJ: 

Com a declaração de inconstitucionalidade, pelo STF, do Art. 1º da Lei


8.540/92, que havia alterado o Art. 25 da Lei 8.212/91, deve-se ter por
repristinada, para os empregadores rurais pessoa física, a aplicação do art. 22
da Lei 8.212/1992, que estabeleceu a contribuição incidente sobre a
comercialização de produtos rurais com base na folha de salários (STJ, EDcl
no REsp. nº 1.070.441/SC, 1ª Turma, julgado em 07.06.2016, DJe 21.06.2016
– grifos nossos).

Ocorre que, com a edição da EC nº 20/1998, o constituinte reformador


autorizou a criação de contribuição ordinária do empregador tendo por base,
entre outros, a receita ou o faturamento (art. 195, I, “b”, CF/1988, após a EC
nº 20/1998).

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais:

I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da


lei, incidentes sobre: 

b) a receita ou o faturamento.

Em face desse autorizativo constitucional, o legislador ordinário recriou a


contribuição substitutiva do produtor rural sobre a produção por meio da Lei nº
10.256/2001. Essa é a moldura da contribuição substitutiva que sobrevive até
os dias de hoje, com a recente redução de alíquota operada pela Lei nº
13.606/2018.

O STF (RE nº 718.874/RS-RG,) foi novamente provocado a se manifestar


sobre a recriação da contribuição substitutiva, desta vez, sob a EC nº
20/1998. Nesse julgamento, foi reconhecida a constitucionalidade da exação
substitutiva, pois a utilização da receita bruta proveniente da comercialização
da produção como base de cálculo para a contribuição do produtor rural

Curso Ênfase © 2021 31


pessoa física passou a ter respaldo constitucional art. 195, I, “b”, CF/1988, a
redação dada pela EC nº 20/1998); e a Lei nº 10.256/2001 é posterior à EC nº
20/1998.

Eis a nova tese fixada em repercussão geral:

É constitucional formal e materialmente a contribuição social do empregador


rural pessoa física, instituída pela Lei 10.256/2001, incidente sobre a receita
bruta obtida com a comercialização de sua produção (STF, RE nº 718.874/
RS, Tribunal Pleno, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 30.03.2017,
Dje 26.09.2017).

Portanto, em resumo, a contribuição substitutiva do produtor rural sobre a


produção só é inconstitucional desde a Lei nº 8.540/1992 e até a Lei nº
10.256/2001, período em que foi regida por lei editada em descompasso com
a redação original do art. 195, I, da CF/1988; durante esse interregno, a
contribuição, incidindo sobre a folha de pagamentos, esteve regida pela
legislação repristinada do PCPS. Após a Lei nº 10.256/2001 (sob a EC nº
20/1998), é constitucional a contribuição incidente sobre a receita oriunda da
produção. Em decorrência da indefinição causada pelas prolongadas
discussões sobre a contribuição ao Funrural, restou um grande passivo
tributário a ser equacionado. Por isso, a Lei nº 13.606/2018 instituiu o
Programa de Regularização Tributária Rural (PRR) na Secretaria da Receita
Federal do Brasil (RFB) e na Procuradoria-geral da Fazenda Nacional,
disciplinado um amplo parcelamento dessas dívidas fiscais.

Segundo o art. 1º, § 1º: “Poderão ser quitados, na forma do PRR, os débitos
vencidos até 30 de agosto de 2017 das contribuições de que tratam o Art. 25
da Lei nº. 8.212, de 24 de julho de 1991, e o Art. 25 da Lei nº 8.870, de 15 de
abril de 1994, constituídos ou não, inscritos ou não em dívida ativa da União,
inclusive objeto de parcelamentos anteriores rescindidos ou ativos, em
discussão administrativa ou judicial, ou ainda provenientes de lançamento
efetuado de ofício após a publicação desta Lei, desde que o requerimento
ocorra no prazo de que trata o § 2º deste artigo”.

O referido § 2º prevê que “A adesão ao PRR ocorrerá por meio de


requerimento a ser efetuado até 31 de dezembro de 2018 e abrangerá os

Curso Ênfase © 2021 32


débitos indicados pelo sujeito passivo, na condição de contribuinte ou de sub-
rogado” (redação da Lei nº 13.729/2018).

A discussão ainda não pode ser considerada totalmente resolvida. A


Resolução do Senado Federal nº 15/2017 suspendeu, nos termos do art. 52,
X, da CF/1988, entre outros, a execução do art. 1º da Lei nº 8.540/1992, que
deu nova redação ao art. 25, I e II, PCPS, em razão de declaração de
inconstitucionalidade pelo STF no citado Recurso Extraordinário nº 363.852
(primeiro julgamento do Funrural). 

A Resolução do Senado tem ensejado debates sobre a extensão da norma


com execução de suspensão. No entanto, deve-se ter em mente que a
suspensão pelo Senado pode, apenas, estender subjetivamente os efeitos da
inconstitucionalidade (para além das partes no processo originário), mas não
pode alargar objetivamente o conteúdo da pronúncia de inconstitucionalidade.
Portanto, compreende-se que a execução suspensa diz respeito à
inconstitucionalidade restrita ao contexto do recurso extraordinário invocado,
isto é, desde a Lei nº 8.540/1992 até a Lei nº 10.256/2001.

Sucessão Legislativa – FUNRURAL

Lei de Regência Contribuição

Da LC nº 11/1971 até a Lei nº Alíquota incidente sobre o valor


8.212/1991 (PCPS) comercial dos produtos rurais

20% sobre folha de pagamentos


Da Lei nº 8.212/1991 (PCPS) até a
(empregados e avulsos) mais
Lei nº 8.540/1992 (alterou o PCPS
alíquota adicional para acidente de
pré-EC nº 20)
trabalho (SAT)

2% + 0,1% de SAT sobre a


produção. Com a repristinação da
Da Lei nº 8.540/1992 (alterou o legislação anterior (REsp. nºs
PCPS pré-EC nº 20/1998) até a Lei 363.852 e 596.177-RS): 20% sobre
nº 10.256/2001 (alterou o PCPS folha de pagamentos (empregados
pós-EC nº 20/1998) e avulsos) mais alíquota adicional
de SAT

Curso Ênfase © 2021 33


Após a Lei nº 10.256/2001 (alterou 2% + 0,1% de SAT sobre a
o PCPS pós-EC nº 20/1998) produção

1,2% + 0,1% de SAT sobre a


Atualmente: Lei nº 13.606/2018 produção (vigência a partir de 1º de
janeiro de 2018)

– Contribuição substitutiva nº 3: agroindústria (art. 22-A, PCPS)

Art. 22-A. A contribuição devida pela agroindústria, definida, para os efeitos


desta Lei, como sendo o produtor rural pessoa jurídica cuja atividade
econômica seja a industrialização de produção própria ou de produção própria
e adquirida de terceiros, incidente sobre o valor da receita bruta proveniente
da comercialização da produção, em substituição às previstas nos incisos I e
II do art. 22 desta Lei, é de:

I – dois vírgula cinco por cento destinados à Seguridade Social;                 

II – zero vírgula um por cento para o financiamento do benefício previsto


nos arts. 57 e 58 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles
concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade para o trabalho
decorrente dos riscos ambientais da atividade.            

§ 1º (VETADO)            

Curso Ênfase © 2021 34


§ 2º O disposto neste artigo não se aplica às operações relativas à prestação
de serviços a terceiros, cujas contribuições previdenciárias continuam sendo
devidas na forma do art. 22 desta Lei.         

§ 3º Na hipótese do § 2º, a receita bruta correspondente aos serviços


prestados a terceiros será excluída da base de cálculo da contribuição de que
trata o caput.           

§ 4º O disposto neste artigo não se aplica às sociedades cooperativas e às


agroindústrias de piscicultura, carcinicultura, suinocultura e avicultura.         
     

§ 5º O disposto no inciso I do art. 3º da Lei no 8.315, de 23 de dezembro


de 1991, não se aplica ao empregador de que trata este artigo, que
contribuirá com o adicional de zero vírgula vinte e cinco por cento da receita
bruta proveniente da comercialização da produção, destinado ao Serviço
Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR).                 

§ 6º Não se aplica o regime substitutivo de que trata este artigo à pessoa


jurídica que, relativamente à atividade rural, se dedique apenas ao
florestamento e reflorestamento como fonte de matéria-prima para
industrialização própria mediante a utilização de processo industrial que
modifique a natureza química da madeira ou a transforme em pasta
celulósica.                    

§ 7º Aplica-se o disposto no § 6º ainda que a pessoa jurídica comercialize


resíduos vegetais ou sobras ou partes da produção, desde que a receita bruta
decorrente dessa comercialização represente menos de um por cento de sua
receita bruta proveniente da comercialização da produção. (Grifos nossos.)

Qual contribuição ela substitui? Substitui a contribuição patronal sobre


folha de pagamentos de empregados e avulsos (a folha de contribuintes
individuais não é substituída), incluindo adicionais (art. 22, I e II, PCPS).

Contribuinte: a agroindústria, ou seja, o produtor rural pessoa jurídica cuja


atividade econômica seja a industrialização de produção própria ou de
produção própria e adquirida de terceiros (art. 22-A, caput, PCPS).

Curso Ênfase © 2021 35


Contribuição: 2,5% sobre a receita bruta proveniente da comercialização da
produção; mais 0,1% para custeio da aposentadoria especial e de benefícios
concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa
decorrente de riscos ambientais do trabalho (adicional GIILRAT) (art. 22-A, I e
II, PCPS).

Essa regra de substituição não se aplica: às operações relativas à prestação


de serviços a terceiros (art. 22-A, § 2º, PCPS); às cooperativas; às
agroindústrias de piscicultura, carcinicultura, suinocultura e avicultura (art. 22-
A, § 4º, PCPS); à agroindústria que se dedique apenas ao florestamento e
reflorestamento como fonte de matéria-prima para industrialização própria
mediante a utilização de processo industrial que modifique a natureza química
da madeira ou a transforme em pasta celulósica (mantém-se a exclusão do
regime de substituição mesmo que haja comercialização de resíduos ou
sobras da produção, desde não superiores a 1% da receita bruta) (art. 22-A,
§§ 6º e 7º, PCPS).

O produtor rural pessoa jurídica deve, ainda, contribuir com o adicional de


0,25% da receita bruta proveniente da comercialização da produção, a ser
destinado ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), em
substituição à contribuição prevista na Lei do SENAR (Lei nº 8.315/1991, art.
3º, I: “Constituem rendas do Senar: I – contribuição mensal compulsória, a ser
recolhida à Previdência Social, de 2,5% (dois e meio por cento) sobre o
montante da remuneração paga a todos os empregados pelas pessoas
jurídicas de direito privado, ou a elas equiparadas, que exerçam atividades: a)
agroindustriais; b) agropecuárias; c) extrativistas vegetais e animais; d)
cooperativistas rurais; e) sindicais patronais rurais”).

Arrecadação e recolhimento: não há alteração. Até o dia 20 do mês


seguinte ao da competência.

(In)constitucionalidade: a contribuição substitutiva é questionada no STF no


RE nº 611.601/RS, com repercussão geral reconhecida em 04.06.2010
(acompanhar o julgamento).

- Contribuição substitutiva nº 4: incidente sobre o valor bruto de nota


fiscal/fatura de prestação de serviço de cooperativas de trabalho art. 22,
IV, Lei nº 8.212/1991).

Curso Ênfase © 2021 36


Qual contribuição ela substitui? É substitutiva da contribuição do
empregador ou equiparado sobre a folha de pagamentos de contribuintes
individuais vinculados à cooperativa de trabalho.

Contribuinte: a empresa tomadora de serviço por intermédio de cooperativa


de trabalho. 

Contribuição: 15% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação


de serviços, relativo a serviços prestados por cooperados por intermédio de
cooperativas de trabalho (art. 22, IV, PCPS).

Para financiar a aposentadoria especial de segurados contribuintes individuais


pertencentes a cooperativas de trabalho, será devida contribuição adicional de
9%, 7% ou 5%, a cargo da empresa tomadora de serviços de cooperado
filiado à cooperativa de trabalho, incidente sobre o valor bruto da nota fiscal
ou fatura de prestação de serviços, conforme a atividade exercida pelo
cooperado permita a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25
anos de contribuição, respectivamente (art. 1º, § 1º, Lei nº 10.666/2003).

Arrecadação e recolhimento: a empresa tomadora deve descontar as


contribuições e recolhê-las até o dia 20 do mês subsequente ao da
competência, ou até o dia útil anterior se for feriado bancário (art. 30, I, “b”,
PCPS).

Inconstitucionalidade: o STF, no Recurso Extraordinário nº 595.838 (com


repercussão geral), declarou a inconstitucionalidade da contribuição sobre
nota fiscal/fatura de cooperativas de trabalho (art. 22, IV, PCPS), sendo o
dispositivo suspenso pela Resolução do Senado Federal nº 10/2016. A
pronúncia de inconstitucionalidade não abarcou expressamente o adicional
para custeio da aposentadoria especial, mas aplica-se o princípio de que o
acessório segue o principal (art. 2º, Ato Declaratório Interpretativo RFB nº
5/2015).

Argumentos: (i) a base de cálculo (valor da nota fiscal/fatura) não é prevista


no art. 195 da CF/1988; logo, a contribuição exigiria LC; (ii) afronta ao
princípio da capacidade contributiva, pois os pagamentos feitos às
cooperativas pelos serviços prestados não correspondem aos valores
efetivamente pagos ou creditados aos cooperados; (iii) indevida
desconsideração da personalidade jurídica das cooperativas, que deveriam

Curso Ênfase © 2021 37


ser as responsáveis pelo desconto e recolhimento, em vez do tomador de
serviços; (iv) ocorrência de bis in idem com a tributação sobre o faturamento
da cooperativa.

Efeito repristinatório: diante da declaração de inconstitucionalidade do art.


22, IV, da Lei nº 8.212/1991, na redação dada pela Lei nº 9.876/1999, a RFB,
em vez de adotar o efeito repristinatório da legislação anterior, passou a
entender que a contribuição do segurado contribuinte individual que preste
serviço via cooperativa de trabalho é de 20% e não mais de 11% sobre o
salário de contribuição, pois, na ótica da RFB, deixou de existir a contraparte
da empresa, a cota patronal, exatamente o objeto da declaração de
inconstitucionalidade (art. 1º, Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 5/2015).

- Contribuição substitutiva nº 5: Incidente no caso de adesão ao Simples


Nacional (LC nº 123/2006).

A LC nº 123/2006, que institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da


Empresa de Pequeno Porte, criou o Regime Especial Unificado de
Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte – Simples Nacional (art. 12, LC nº 123/2006).

O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento


único de arrecadação, de diversos tributos das diferentes esferas federativas
(art. 13, LC nº 123/2006).

Art. 13.  O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante


documento único de arrecadação, dos seguintes impostos e contribuições:

I – Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ;

II – Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, observado o disposto no


inciso XII do § 1º deste artigo;

III – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL;

IV – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS,


observado o disposto no inciso XII do § 1º deste artigo;

V – Contribuição para o PIS/Pasep, observado o disposto no inciso XII do §


1º deste artigo;

Curso Ênfase © 2021 38


VI – Contribuição Patronal Previdenciária – CPP para a Seguridade Social, a
cargo da pessoa jurídica, de que trata o art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de
julho de 1991, exceto no caso da microempresa e da empresa de pequeno
porte que se dedique às atividades de prestação de serviços referidas no § 5º-
C do art. 18 desta Lei Complementar; 

VII – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e


Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e
de Comunicação – ICMS;

VIII – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS. (Grifos nossos.)

No que diz respeito à seguridade social, o Simples Nacional engloba: (i) a –


Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) (art. 13, III, LC nº
123/2006); (ii) a COFINS (art. 13, IV, LC nº 123/2006); (iii) a Contribuição
Patronal Previdenciária (CPP) de que trata o art. 22 do PCPS (sobre a folha
de pagamentos de empregados, avulsos e contribuintes individuais), exceto
no caso da microempresa e da empresa de pequeno porte que se dedique às
atividades de prestação de serviços de construção de imóveis e obras de
engenharia, serviços de vigilância, limpeza e conservação e serviços
advocatícios (art. 13, VI, c/c art. 18, § 5º-C, LC nº 123/2006).

Em contrapartida, o recolhimento na forma do Simples Nacional não engloba


a incidência, na forma da legislação aplicável, da contribuição previdenciária
do trabalhador, inclusive a relativa à pessoa do empresário, na qualidade de
contribuinte individual (art. 13, § 1º, IX e X, LC nº 123/2006).

§ 1º O recolhimento na forma deste artigo não exclui a incidência dos


seguintes impostos ou contribuições, devidos na qualidade de contribuinte ou
responsável, em relação aos quais será observada a legislação aplicável às
demais pessoas jurídicas:

IX – Contribuição para manutenção da Seguridade Social, relativa ao


trabalhador;

X – Contribuição para a Seguridade Social, relativa à pessoa do empresário,


na qualidade de contribuinte individual.

Curso Ênfase © 2021 39


As alíquotas, sobre receita bruta auferida no mês, são diferenciadas nos
Anexos I a V da LC nº 123/2006, variando em função do montante de receita
bruta auferida e do ramo de atividade empresarial (comércio, indústria ou
determinados serviços).

A contribuição deve ser paga, pela própria empresa (contribuinte), até o dia 20
do mês subsequente àquele em que houver sido auferida a receita bruta (art.
21, III, LC nº 123/2006 e Resolução CGSN nº 140/2018).

Art. 21.  Os tributos devidos, apurados na forma dos arts. 18 a 20 desta Lei
Complementar, deverão ser pagos: (...)

III – enquanto não regulamentado pelo Comitê Gestor, até o último dia útil da
primeira quinzena do mês subsequente àquele a que se referir.

A contribuição previdenciária do segurado que trabalhe com ou sem vínculo


para a microempresa (ME) ou empresa de pequeno porte (EPP) é descontada
e recolhida nos termos do PCPS.

Resumo das contribuições substantivas do empregador sobre “folhas”

Responsável
Base de
Contribuinte Substitui pelo
Cálculo Alíquota Prazo
recolhimento

Até dois
Empresa
Cota dias úteis
Associações Receita promotora
patronal do
desportivas bruta da do evento
sobre evento;
com time exploração 5 % ou
folha de ou até o
de futebol do empresa
empregados dia 20 do
profissional esporte pagadora
e avulsos mês
do direito
seguinte

Curso Ênfase © 2021 40


Empregador Cota
rural Receita Em regra, Até o
patronal 1,2% +
pessoa bruta da o dia 20
sobre 0,1% de
física – adquirente
SAT (Lei
comercialização do mês
Funrural folha de da
nº 13.606,
(após a da produção seguinte
empregados de 2018)
Lei nº produção
10.256/2001)e avulsos

Cota 1,7% +
Receita
patronal 0,1% de Até o dia
bruta da
sobre a GILLRAT A própria 20 do
Agroindústria comercialização
folha de (Lei nº agroindústriamês
da
empregados 13.606, seguinte
produção
e avulsos de 2018)

Valor
Cota
Empresa bruto da
patronal 15% +
tomadora nota fiscal A própria Até o dia
sobre 5%, 7%
de serviço ou fatura empresa 20 do
folhas de ou 9%
de de tomadora mês
contribuintes para
cooperado prestação de serviço seguinte
individuais APEsp
(inconstitucional) de
cooperados
serviços

Anexos I
Cota a IV, LC
Optantes Receita Até o dia
patronal nº A própria
pelo bruta 20 do
sobre 123/2006 empresa
Simples auferida mês
folhas em por ramo optante
Nacional no mês seguinte
geral de
atividade

Curso Ênfase © 2021 41


ADENDO 1

DECRETO Nº 10.318/2020

Em 09.04.2020, foi publicado o Decreto nº 10.318, que “Reduz


temporariamente as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social − Cofins incidentes
sobre os produtos que menciona.”.

O ato normativo consiste em medida legal para interferir na alíquota do


Programa do Servidor Público/Programa de Formação do Patrimônio do
Servidor Público (PIS/PASEP) e na Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social (COFINS) como medida extrafiscal de incentivo fiscal em
detrimento da pandemia causada pelo Covid-19. 

Sendo assim, reduziu a zero as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e


COFINS.

 Ademais, reduziu a zero as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP-


importação e da COFINS-importação sobre:

i) Receita bruta decorrente da venda de produtos químicos e farmacêuticos


sobre produtos destinados ao uso em hospitais, clínicas e consultórios
médicos e odontológicos, campanhas de saúde realizadas pelo poder público,
laboratório de anatomia patológica, citológica (art. 2º, § 3º, da Lei nº
10.637/2002 e art. 2º, § 3º, da Lei nº 10.833/2003 e no art. 8º, § 11, da Lei nº
10.865/2004).

ii) PIS/PASEP-importação e da COFINS-importação incidentes sobre a receita


decorrente da venda no mercado interno e sobre a operação de importação
de sulfato de zinco, para medicamentos utilizados em nutrição parenteral
(medicamentos em dose e medicamentos a granel). 

Curso Ênfase © 2021 42


Essas alíquotas serão zero até 1º de outubro de 2020. 

DECRETO Nº 10.318, DE 9 DE ABRIL DE 2020

Reduz temporariamente as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social − Cofins incidentes
sobre os produtos que menciona.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere


o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art.
2º, § 3º, da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, no art. 2º, § 3º, da Lei
nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e no art. 8º, § 11, da Lei nº 10.865, de
30 de abril de 2004,

DECRETA:

Art. 1º  Ficam reduzidas a zero as alíquotas da Contribuição para o PIS/


Pasep, da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social − Cofins,
da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação
incidentes sobre a receita decorrente da venda no mercado interno e sobre a
operação de importação de sulfato de zinco para medicamentos utilizados em
nutrição parenteral, classificado nos seguintes códigos:

I − 3003.90.99 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos


Industrializados - TIPI - medicamento a granel; e

II − 3004.90.99 da TIPI − medicamento em doses.

Art. 2º A partir de 1º de outubro de 2020, ficam restabelecidas as alíquotas da


Contribuição para o PIS/Pasep, da Cofins, da Contribuição para o PIS/
PASEP-Importação e da Cofins-Importação anteriormente incidentes sobre o
produto a que se refere o art. 1º.

Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 9 de abril de 2020; 199º da Independência e 132º da República.

JAIR MESSIAS BOLSONARO

Paulo Guedes

Curso Ênfase © 2021 43


ADENDO 2

LEI Nº 13.982/2020

Em 02.04.2020, foi publicada a Lei Ordinária nº 13.982, que “Altera a Lei nº


8.742, de 7 de dezembro de 1993, para dispor sobre parâmetros adicionais de
caracterização da situação de vulnerabilidade social para fins de elegibilidade
ao benefício de prestação continuada (BPC), e estabelece medidas
excepcionais de proteção social a serem adotadas durante o período de
enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional
decorrente do coronavírus (Covid-19) responsável pelo surto de 2019, a que
se refere a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020”. 

A legislação prevê a dedução do repasse pelas empresas das contribuições


previdenciárias quando o segurado empregado tiver incapacidade temporária
para o trabalho, em decorrência de contaminação pelo coronavírus. Por fim,
dois aspectos são importantes para que ocorra a dedução do repasse. A
primeira, deve haver a comprovação efetiva que o segurado ficou
incapacitado para o trabalho em razão do coronavírus. A segunda, a dedução
deve observar ao limite máximo do salário de contribuição ao Regime Geral
da Previdência Social (RGPS), art. 60, § 3º, da Lei nº 8.213/1991, Plano de
Benefícios da Previdência Social (PBPS)

Por fim, a lei ainda prevê que tais medidas possuem a duração de três meses,
a contar da data de publicação da lei (02.04.2020), podendo haver
prorrogação deste período, por meio de ato do Poder Executivo, durante o
período de enfrentamento da emergência de saúde pública de importância
internacional da Covid-19. 

LEI Nº 13.982, DE 2 DE ABRIL DE 2020

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

(...)

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Art. 5º A empresa poderá deduzir do repasse das contribuições à previdência
social, observado o limite máximo do salário de contribuição ao RGPS, o valor
devido, nos termos do § 3º do art. 60 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991,
ao segurado empregado cuja incapacidade temporária para o trabalho seja
comprovadamente decorrente de sua contaminação pelo coronavírus
(Covid-19).

 (...)

Art. 6º O período de 3 (três) meses de que trata o caput dos arts. 2º, 3º, 4º e
5º poderá ser prorrogado por ato do Poder Executivo durante o período de
enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional
da Covid-19, definida pela Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020.

Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 

Brasília, 2 de abril de 2020; 199o da Independência e 132o da República. 

JAIR MESSIAS BOLSONARO


Paulo Guedes
Onix Lorenzoni

Obra coletiva do Curso Ênfase produzida a partir da análise estatística de incidência dos temas
em provas de concursos públicos.
A autoria dos e-books não se atribui aos professores de videoaulas e podcasts.
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