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CAPÍTULO II

DA REMUNERAÇÃO

Alimentação

Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos


os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador,
como contraprestação do serviço, as gorjetas que
receber. (Redação dada pela Lei nº 1.999, de 1.10.1953)

§ 1o Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações


legais e as comissões pagas pelo empregador. (Redação dada pela Lei
nº 13.467, de 2017)

§ 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de


custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para
viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se
incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de
qualquer encargo trabalhista e previdenciário. (Redação dada pela Lei
nº 13.467, de 2017)

§ 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada


pelo cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela empresa, como
serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição aos
empregados. (Redação dada pela Lei nº 13.419, de 2017)

§ 4o Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo


empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou
a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente
esperado no exercício de suas atividades. (Redação dada pela
Lei nº 13.467, de 2017)

§ 5º O fornecimento de alimentação, seja in natura ou seja por meio de


documentos de legitimação, tais como tíquetes, vales, cupons, cheques,
cartões eletrônicos destinados à aquisição de refeições ou de gêneros
alimentícios, não possui natureza salarial e nem é tributável para efeito da
contribuição previdenciária e dos demais tributos incidentes sobre a folha de
salários e tampouco integra a base de cálculo do imposto sobre a renda da
pessoa física. (Redação dada pela Medida Provisória nº 905, de
2019) Produção de efeitos
Gorjetas

Art. 457-A. A gorjeta não constitui receita própria dos empregadores, mas
destina-se aos trabalhadores e será distribuída segundo critérios de custeio e
de rateio definidos em convenção ou acordo coletivo de
trabalho. (Incluído pela Medida Provisória nº 905, de 2019) Produção
de efeitos

§ 1º Na hipótese de não existir previsão em convenção ou acordo coletivo


de trabalho, os critérios de rateio e de distribuição da gorjeta e os percentuais
de retenção previstos nos § 2º e § 3º serão definidos em assembleia geral dos
trabalhadores, na forma prevista no art. 612. (Incluído pela Medida
Provisória nº 905, de 2019) Produção de efeitos

§ 2º As empresas que cobrarem a gorjeta deverão inserir o seu valor


correspondente em nota fiscal, além de: (Incluído pela Medida
Provisória nº 905, de 2019) Produção de efeitos

I - para as empresas inscritas em regime de tributação federal


diferenciado, lançá-la na respectiva nota de consumo, facultada a retenção de
até vinte por cento da arrecadação correspondente, para custear os encargos
sociais, previdenciários e trabalhistas derivados da sua integração à
remuneração dos empregados, a título de ressarcimento do valor de tributos
pagos sobre o valor da gorjeta, cujo valor remanescente deverá ser revertido
integralmente em favor do trabalhador; (Incluído pela Medida Provisória
nº 905, de 2019) Produção de efeitos

II - para as empresas não inscritas em regime de tributação federal


diferenciado, lançá-la na respectiva nota de consumo, facultada a retenção de
até trinta e três por cento da arrecadação correspondente para custear os
encargos sociais, previdenciários e trabalhistas, derivados da sua integração à
remuneração dos empregados, a título de ressarcimento do valor de tributos
pagos sobre o valor da gorjeta, cujo valor remanescente deverá ser revertido
integralmente em favor do trabalhador; e (Incluído pela Medida
Provisória nº 905, de 2019) Produção de efeitos

III - anotar na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no


contracheque de seus empregados o salário contratual fixo e o percentual
percebido a título de gorjeta. (Incluído pela Medida Provisória nº 905, de
2019) Produção de efeitos
§ 3º A gorjeta, quando entregue pelo consumidor diretamente ao
empregado, terá os seus critérios definidos em convenção ou acordo coletivo
de trabalho, facultada a retenção nos parâmetros estabelecidos no §
2º. (Incluído pela Medida Provisória nº 905, de 2019) Produção de
efeitos

§ 4º As empresas deverão anotar na Carteira de Trabalho e Previdência


Social de seus empregados o salário fixo e a média dos valores das gorjetas
referentes aos últimos doze meses. (Incluído pela Medida Provisória nº
905, de 2019) Produção de efeitos

§ 5º Cessada pela empresa a cobrança da gorjeta de que trata este


artigo, desde que cobrada por mais de doze meses, esta se incorporará ao
salário do empregado, tendo como base a média dos últimos doze meses,
exceto se estabelecido de forma diversa em convenção ou acordo coletivo de
trabalho. (Incluído pela Medida Provisória nº 905, de 2019) Produção
de efeitos

§ 6º Comprovado o descumprimento do disposto nos § 1º, § 3º, § 4º e §


6º, o empregador pagará ao empregado prejudicado, a título de pagamento de
multa, o valor correspondente a um trinta avos da média da gorjeta recebida
pelo empregado por dia de atraso, limitada ao piso da categoria, assegurados
em qualquer hipótese os princípios do contraditório e da ampla
defesa. (Incluído pela Medida Provisória nº 905, de 2019) Produção
de efeitos

Art. 458. Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário,


para todos os efeitos legais, a habitação, o vestuário ou outras prestações in
natura que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer
habitualmente ao empregado, e, em nenhuma hipótese, será permitido o
pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. (Redação dada
pela Medida Provisória nº 905, de 2019)

§ 1º Os valôres atribuídos às prestações "in natura" deverão ser justos e


razoáveis, não podendo exceder, em cada caso, os dos percentuais das
parcelas componentes do salário-mínimo (arts. 81 e 82). (Incluído
pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

§ 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como


salário as seguintes utilidades concedidas pelo
empregador: (Redação dada pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001)
I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos
empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do
serviço; (Incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001)

II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros,


compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros
e material didático; (Incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001)

III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em


percurso servido ou não por transporte público; (Incluído pela Lei
nº 10.243, de 19.6.2001)

IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente


ou mediante seguro-saúde; (Incluído pela Lei nº 10.243, de
19.6.2001)

V – seguros de vida e de acidentes pessoais; (Incluído pela


Lei nº 10.243, de 19.6.2001)

VI – previdência privada; (Incluído pela Lei nº 10.243, de


19.6.2001)

VII – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001)

VIII - o valor correspondente ao vale-cultura. (Incluído pela


Lei nº 12.761, de 2012)

§ 3º - A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade


deverão atender aos fins a que se destinam e não poderão exceder,
respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do
salário-contratual. (Incluído pela Lei nº 8.860, de 24.3.1994)

§ 4º - Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário-utilidade a ela


correspondente será obtido mediante a divisão do justo valor da habitação pelo
número de co-habitantes, vedada, em qualquer hipótese, a utilização da
mesma unidade residencial por mais de uma família. (Incluído pela
Lei nº 8.860, de 24.3.1994)
§ 5o O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou
odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com
medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas
médico-hospitalares e outras similares, mesmo quando concedido em
diferentes modalidades de planos e coberturas, não integram o salário do
empregado para qualquer efeito nem o salário de contribuição, para efeitos do
previsto na alínea q do § 9o do art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de
1991. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Art. 459 - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do


trabalho, não deve ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no
que concerne a comissões, percentagens e gratificações.

§ 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser


efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao
vencido. (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)

Art. 460 - Na falta de estipulação do salário ou não havendo prova sobre a


importância ajustada, o empregado terá direito a perceber salário igual ao
daquela que, na mesma empresa, fizer serviço equivalente ou do que for
habitualmente pago para serviço semelhante.

Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado
ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial,
corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou
idade. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 1o Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for
feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas
cuja diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador não seja
superior a quatro anos e a diferença de tempo na função não seja superior a
dois anos. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 2o Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador


tiver pessoal organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma
interna da empresa ou de negociação coletiva, plano de cargos e salários,
dispensada qualquer forma de homologação ou registro em órgão
público. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 3o No caso do § 2o deste artigo, as promoções poderão ser feitas por


merecimento e por antiguidade, ou por apenas um destes critérios, dentro de
cada categoria profissional. (Redação dada pela Lei nº 13.467,
de 2017)
§ 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência
física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não
servirá de paradigma para fins de equiparação salarial. (Incluído pela
Lei nº 5.798, de 31.8.1972)

§ 5o A equiparação salarial só será possível entre empregados


contemporâneos no cargo ou na função, ficando vedada a indicação de
paradigmas remotos, ainda que o paradigma contemporâneo tenha obtido a
vantagem em ação judicial própria. (Incluído pela Lei nº 13.467,
de 2017)

§ 6o No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo ou etnia,


o juízo determinará, além do pagamento das diferenças salariais devidas,
multa, em favor do empregado discriminado, no valor de 50% (cinquenta por
cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência
Social. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários


do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos
de lei ou de contrato coletivo.

§ 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito,


desde de que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo
do empregado. (Parágrafo único renumerado pelo Decreto-lei nº
229, de 28.2.1967)

§ 2º - É vedado à emprêsa que mantiver armazém para venda de


mercadorias aos empregados ou serviços estimados a proporcionar-lhes
prestações " in natura " exercer qualquer coação ou induzimento no sentido de
que os empregados se utilizem do armazém ou dos
serviços. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

§ 3º - Sempre que não fôr possível o acesso dos empregados a armazéns


ou serviços não mantidos pela Emprêsa, é lícito à autoridade competente
determinar a adoção de medidas adequadas, visando a que as mercadorias
sejam vendidas e os serviços prestados a preços razoáveis, sem intuito de
lucro e sempre em benefício das empregados. (Incluído pelo
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

§ 4º - Observado o disposto neste Capítulo, é vedado às emprêsas limitar,


por qualquer forma, a liberdade dos empregados de dispôr do seu
salário. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Art. 463 - A prestação, em espécie, do salário será paga em moeda
corrente do País.

Parágrafo único - O pagamento do salário realizado com inobservância


deste artigo considera-se como não feito.

Art. 464 - O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo,


assinado pelo empregado; em se tratando de analfabeto, mediante sua
impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo.

Parágrafo único. Terá força de recibo o comprovante de depósito em


conta bancária, aberta para esse fim em nome de cada empregado, com o
consentimento deste, em estabelecimento de crédito próximo ao local de
trabalho. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997)

Art. 465. O pagamento dos salários será efetuado em dia útil e no local do
trabalho, dentro do horário do serviço ou imediatamente após o encerramento
deste, salvo quando efetuado por depósito em conta bancária, observado o
disposto no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 9.528,
de 10.12.1997)

Art. 466 - O pagamento de comissões e percentagens só é exigível depois


de ultimada a transação a que se referem.

§ 1º - Nas transações realizadas por prestações sucessivas, é exigível o


pagamento das percentagens e comissões que lhes disserem respeito
proporcionalmente à respectiva liquidação.

§ 2º - A cessação das relações de trabalho não prejudica a percepção das


comissões e percentagens devidas na forma estabelecida por este artigo.

Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo


controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é
obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do
Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las
acrescidas de cinqüenta por cento". (Redação dada pela Lei
nº 10.272, de 5.9.2001)

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