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CONTRATOS DE TRABALHO -TIPOS

*Teletrabalho
A CLT determina que teletrabalho é a “prestação de serviços preponderantemente
fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação
e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo”
(BRASIL, 2018, p. 31). Ainda que, eventualmente, o trabalhador vá até as dependências
do empregador para realizar atividades específicas, isso não descaracteriza o
teletrabalho.
O teletrabalho será firmado por contrato individual – e as “disposições relativas à
responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos
tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho
remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão
previstas por escrito” (BRASIL, 2018, p. 31). A alteração de teletrabalho para regime
presencial requer que o empregador avise ao trabalhador com, no mínimo, quinze dias
para transição e faça um aditivo contratual. Da mesma forma, será necessário um
aditivo de contrato se a alteração for inversa, passando de presencial para
teletrabalho, sempre que haja acordo mútuo entre as partes.
• Contrato Intermitente
Previsto no artigo 452-A da CLT, o contrato de trabalho intermitente deve ser
celebrado por escrito e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que
não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais
empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato
intermitente ou não. (BRASIL, 2018, p. 76)
O empregador convoca o empregado e, recebida a convocação, o empregado terá o
prazo de um dia útil para responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa.
Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir, sem justo
motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% (cinquenta por
cento) da remuneração que seria devida, permitida a compensação em igual prazo.
Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o pagamento
imediato das seguintes parcelas:
I. remuneração;
II. férias proporcionais com acréscimo de um terço;
III. décimo terceiro salário proporcional;
IV. repouso semanal remunerado;
V. adicionais legais.
O recibo de pagamento deverá conter a discriminação dos valores pagos relativos a
cada uma das parcelas. E é isso que gera impacto na folha de pagamento.
*Folha de pagamento
A folha de pagamento está prevista no art. 225 do Decreto nº. 3.048/99, regulamento
da Previdência Social, é um relatório obrigatório que toda empresa, independente do
porte, precisa elaborar. A folha de pagamento apresenta os salários brutos, os valores
adicionais aos salários, as retenções e as compensações que dão origem ao salário
líquido do trabalhador.
Segundo este regulamento, a empresa também tem que cumprir as seguintes
obrigações:
I. preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a
todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em cada
estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de pagamentos.
II. lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma
discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das
quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos.
III. prestar ao Instituto Nacional do Seguro Social e à Secretaria da Receita
Federal todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis de
interesse, na forma por eles estabelecida, bem como os esclarecimentos
necessários à fiscalização.
IV. informar mensalmente ao instituto nacional do seguro social, por
intermédio da guia de recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço e informações à Previdência Social, na forma por ele estabelecida,
dados cadastrais, todos os fatos geradores de contribuição previdenciária e
outras informações de interesse daquele instituto.
V. encaminhar ao sindicato representativo da categoria profissional mais
numerosa entre seus empregados, até o dia dez de cada mês, cópia da Guia
da Previdência Social relativamente à competência anterior.
VI. afixar cópia da Guia da Previdência Social, relativamente à competência
anterior, durante o período de um mês, no quadro de horário.
VII. informar, anualmente, à Secretaria da Receita Federal do Brasil, na forma
por ela estabelecida, o nome, o número de inscrição na Previdência Social e
o endereço completo dos segurados. (BRASIL, 1999, [s.p.])

SALÁRIO BRUTO >> + ADICIONAIS >> -DESCONTOS>> = SALÁRIO LÍQUIDO


Exercício:

Para começar, imagine que você trabalha em um escritório contábil que tem como cliente
uma empresa de terceirização de serviços que contratou uma funcionária por um salário
de R$2.500,00.

Por trabalhar com produtos tóxicos, ela recebe um adicional de periculosidade de 30%,
conforme laudo emitido pelo engenheiro de segurança do trabalho, nos termos do artigo
195 da CLT.

A funcionária tem dois dependentes, um filho de quatro anos e outro de 14 anos, convênio
médico, pelo qual paga R$ 75,00 mensais, e vale transporte, pelo qual paga R$ 30,88
mensais.

Neste mês, teve 27 dias úteis e 4 domingos, a funcionária trabalhou cinco dias após o
expediente, totalizando 10 horas extras.

a. Calcular o salário base.

b. Calcular as horas extras.

c. Calcular os valores de INSS e IRPF.

d. Calcular o FGTS (8%).

e. Elaborar o recibo de pagamento com os cálculos apresentados.

Para saber o salário líquido realize os cálculos:

• CALCULANDO SALÁRIO-BASE Salário Base = salário normal + adicional Salário Base = R$


2.500,00 + R$ 750,00 (periculosidade) = R$ 3.250,00

• CALCULANDO DSR H/E HORA EXTRA = Salário base/220 horas HORA EXTRA = (R$
3.250,00/220)*50% = R$ 22,16 HORA EXTRA = R$ 22,16 *10 = R$ 221,60 DSR S/ HE = valor
hora extra / dias úteis x domingos DSR S/ HE = R$221,60 /27*4= R$ 32,82

Salário normal + adicional de periculosidade + horas extras + DSR = Salário base

2500,00 + 750,00 + 221,60 + 32,82 = 3.504,42

• CÁLCULO INSS SALÁRIO-BASE * % TABELA INSS = R$ 3.504,42 x 11,00% = R$385,49 INSS


• CÁLCULO IRRF

Tabela do IRRF 2019

SALÁRIO-BASE - INSS - DEPENDENTE x alíquota - dedução

IRRF = R$ 3.504,42 - R$ 385,49 (INSS 11%) – R$379,18 (2 dependentes) = 2.739,75 x 15% =


410,96 - 354,80 = R$56,16 IR

• FGTS: salário-base x 8%.

Neste caso teremos: FGTS = R$ 3.504,42 x 8% = R$ 280,35 FGTS

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