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CURSO FIC NOVOS CAMINHOS

Assistente de Recursos
Humanos

DISCIPLINA: Procedimentos dos Recursos Humanos.

PROFESSOR INSTRUTOR: Camila Zazini

09/2021

Campus Inconfidentes
Caro (a) estudante,

Seja bem-vindo à disciplina Procedimentos do Setor de Recursos Humanos do curso


Assistente de Recursos Humanos!

A disciplina Procedimentos do Setor de Recursos Humanos é dividida em três semanas, para


melhor explicação. Na primeira semana estudamos o processo de admissão e processo de
rescisão, na segunda semana férias e decimo terceiro salário e na terceira e última semana
vamos estudar a folha de pagamento.

O objetivo da disciplina é apresentar os passos do processo de admissão dentro da empresa e


suas formas de contratação, os passos do processo de rescisão dentro da empresa e suas
implicações legais. Apresentar todas as regras para ter direito, bem como o que causa a perda
das férias, proporções e cálculo, o conceito de 13º salário, quando deve ser pago e qual o
percentual para pagamento. E apresentar o conceito de folha de pagamento, sua importância
dentro da empresa e como se processa o pagamento.

Nesta aula você vai conhecer: o conceito de folha de pagamento, sua importância dentro da
empresa e como se processa o pagamento

Através desta disciplina, você receberá informações relevantes para aplicar na função que
pretende exercer. O mercado de trabalho atual é competitivo e exige profissionais preparados
e atualizados com a tarefa que desempenham.

Bom estudo!

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais


Câmpus Machado
Professora Instrutora:
Roselaine Pereira

Professores Tutores:
Charles Antônio, Edilaine Souza e Ewerton Vieira

SEMANA 11
PERÍODO: 08/09/2020 a 14/09/2020

Curso:
Apresentação da Disciplina

Caro(a) estudante!

Seja bem-vindo à disciplina Rotinas de Departamento Pessoal!

O objetivo da disciplina é compreender o conceito de Departamento Pessoal e as normas


trabalhistas, conhecer a legislação trabalhista e o contrato de trabalho, inteirar sobre os
principais cálculos da folha de pagamento.

Nesta aula, vamos abordar o conceito de folha de pagamento, sua importância dentro da
empresa e como se processa o pagamento.

É importante observar, no entanto, que os textos são básicos, se considerarmos o universo de


assuntos pertinentes a cada tema abordado. Assim a complementação deve ser meta de cada
estudante, pois a ampliação do conhecimento precisa ser um objetivo incessantemente
perseguido por todos.

Bom estudo!

Assistente de Contabilidade 2
Folha de pagamento é um documento organizado pela empresa mensalmente, onde os dados
trabalhistas do colaborador são transformados em dados contábeis.
Trata-se de uma relação de informações acerca da remuneração que o funcionário de uma
empresa recebe.
É um documento de obrigatoriedade da empresa (artigos 464 e 225 do Decreto 3048/1999),
sem modelo oficial, permitindo ser elaborada de acordo com a necessidade de cada
corporação, mas deve conter todas as informações legais previstas, cumprindo uma função
operacional, contábil e fiscal.
O valor que deverá constar na folha de pagamento é o salário base acrescido das variáveis de
remuneração, incluindo os descontos previstos.
Esse pagamento pode ser feito, segundo a lei, até o 5º dia útil do mês subsequente ao vencido,
se o pagamento for mensal, ou até o 5º dia útil quando o pagamento for semanal ou quinzenal.
Contudo, algumas empresas optam por fazer os pagamentos no último dia do mês. Assim, o
fechamento da folha ocorre alguns dias antes e ganha-se um tempo a mais para o cálculo
devido dos proventos e descontos.
A legislação Trabalhista e Previdenciária prevê que a empresa faça o cálculo da folha de
pagamento à mão, de forma mecânica ou eletrônica, bem como coletivamente por
estabelecimento da empresa, por obra da construção civil e por tomador de serviço, com
corresponde totalização. Além disso, a empresa deve manter, em cada estabelecimento, uma
via da respectiva folha e recibos de pagamentos (METADADOS, 2020).
Dito isso, devemos entender alguns termos como salário, remuneração, jornada mensal e
jornada diária.


É o pagamento efetuado ao trabalhador pelos seus serviços e pelo tempo trabalhado à
disposição do empregador. Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações
legais e as comissões pagas pelo empregador.


Trata-se da soma do pagamento realizado pelo empregador direta ou indiretamente, isto é,
horas extras, adicionais, insalubridades, comissões, gratificações, entre outros, fazem parte da
remuneração ao trabalhador.


Jornada Mensal (JM): É a quantidade de horas trabalhas por mês pelo colaborador, como
padrão esta jornada é de 220 horas por mês, podendo variar conforme a profissão a que
pertence, como por exemplo: Telefonista que trabalha 36 horas semanais, logo, 180 horas
por mês.

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Jornada Diária (JD): Para encontrarmos a quantidade de horas que o colaborador trabalha
por dia, iremos dividir a Jornada Mensal por 30, logo, teremos a seguinte fórmula:
JD = JM / 30
Ex.: Para uma jornada Mensal de 220 horas
JD = 220 / 30 = 7.3333 (diário)


Como já mencionamos, a folha de pagamento tem uma função operacional, contábil e fiscal. É
como se fosse um histórico do que o funcionário tem o direito de receber.
É um documento que discrimina o salário bruto, que é o valor total sem descontos, com o
salário líquido, que é o que o profissional receberá com as devidas deduções.
O artigo 225 do Decreto 3.048/1999 prevê essa obrigatoriedade perante a lei e detalha os
passos sobre como fazer folha de pagamento em seus incisos I e II:
Art. 225. A empresa é também obrigada a:
I – Preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os
segurados a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da
respectiva folha e recibos de pagamentos;
II – Lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma
discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias
descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos.

A folha de pagamento é fundamental no controle financeiro da empresa. É por meio desse


documento que ela pode comprovar que realizou o recolhimento de impostos e do INSS, além
dos pagamentos do salário, verbas trabalhistas e benefícios.
E esse controle financeiro, do seu próprio caixa, tem total influência sobre como fazer folha de
pagamento. Empresas que têm facilidade nessa rotina evitam processos trabalhistas e o
pagamento de multas e indenizações, preservando seu capital (XERPAY,2020).

Se para a empresa a folha de pagamento tem essa funcionalidade fiscal, contábil e operacional,
ela também é essencial na vida dos profissionais.
Esse documento é essencial como comprovante de renda em financiamentos de imóveis,
carros e abertura de crédito em lojas (XERPAY, 2020).

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Além disso, é um documento importantíssimo no pedido de aposentadoria, servindo como
comprovante de pagamento do INSS.

A legislação (art. 225, inciso I e § 9º e 273 do RPS – Decreto nº 3.048/99, com as alterações
posteriores) estabelece, ainda, alguns requisitos que devem constar na folha de pagamento,
como:
Dados do empregador;
Dados do empregado (cargo ou função);
Descontos (INSS, contribuição sindical, FGTS, VT);
Número de dias trabalhados;
Valor de horas extras, adiantamentos;
Valor bruto do salário;
Valor líquido do salário.


O artigo 225 do Decreto 3.048/1999, nos incisos I e II, estabelece a obrigatoriedade e detalhes
de como fazer a folha de pagamento.
Art. 225. A empresa é também obrigada a:
I – Preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os
segurados a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da
respectiva folha e recibos de pagamentos;
II – Lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma
discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias
descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos.


A folha de pagamento é composta, também, por proventos/vencimentos, isto é, os valores de
ganho do colaborador. Entenda mais sobre os principais:

É a importância fixa, devida e paga pelo empregador ao seu empregado em razão do trabalho
realizado e tempo à disposição. O salário deve ser firmado em contrato entre as partes,
obedecendo a legislação.

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É considerada hora extra o adicional de horas de trabalho realizado além das horas
estabelecidas em contrato de trabalho. A legislação prevê que o colaborador poderá trabalhar
por até duas horas além da jornada de trabalho normal. Essa jornada deverá ser paga com o
acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da hora normal paga ao colaborador.

Todo trabalhador tem direito a um dia de descanso remunerado, ou seja, pago. A legislação
estabelece que essa folga ocorra, preferencialmente, aos domingos, mas isso não é obrigatório.
O repouso semanal deve ser de 24 horas, sem possibilidade de divisão desse tempo em horas
diárias. Por outro lado, o colaborador que não cumprir sua jornada de trabalho, integralmente,
poderá perder esse descanso.

O trabalhador que realize seu trabalho entre às 22h e às 5h para trabalhador urbano e entre às
20h e as 4h para trabalhador rural deverá receber adicional noturno, isto é, o percentual de,
no mínimo, 20% do seu valor hora. A hora de serviço noturno é de 52 minutos e 30 segundos.

Previsto no artigo 192 da CLT, o adicional de insalubridade deve ser pago ao colaborador que
desenvolve suas atividades profissionais em condições insalubres acima dos limites de
tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho. Esse adicional é calculado sobre o salário
mínimo ou sobre o piso da categoria, podendo ser de:
✓ 10% para grau mínimo
✓ 20% para grau médio
✓ 40% para grau máximo

O adicional de periculosidade deve ser pago ao colaborador que desenvolve suas atividades em
contato permanente com inflamáveis, eletricidade ou explosivos em condições de risco. O
adicional deverá ser de 30% sobre o salário do colaborador, sem acréscimos resultantes de
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.

O salário-família pode ser considerado um benefício previdenciário concedido ao colaborador


vinculado ao INSS, o qual recebe da empresa o valor referente por filho até 14 anos de idade
ou invalidado de qualquer idade, desde que seja comprovada a dependência econômica.

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Anualmente a Previdência Social libera a tabela de valores a pagar de salário família e a faixa
salarial ao qual é devido o pagamento.
Salário Família a partir de 1° de janeiro de 2020

Remuneração Cota
Até R$ 1.425,56 R$ 48,62
Acima de R$ 1.425,56 Não tem direito
Fonte: https://www.inss.gov.br/beneficios/salario-familia/

As diárias para viagens são os valores pagos ao colaborador para cobrir despesas necessárias
em uma viagem, como alimentação, transporte, hotel, entre outros. Esses valores devem
constar na folha de pagamento, mas de acordo com o artigo 457 da CLT, esses valores não
integram a remuneração do colaborador, não se incorporam ao contrato de trabalho e não
constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.

O adicional por tempo de serviço não é um benefício estabelecido pela legislação trabalhista,
mas pode se tornar um benefício concedido pela empresa, se decidido em acordo ou
convenção coletiva. Neste mesmo ato, é estabelecido o tempo de casa necessário para receber
o valor, bem como o valor que deverá ser pago.
Entretanto, uma vez pago ou concedido por determinado período, torna-se um direito do
colaborador da empresa e não poderá ser suprimido.

Empresas que possuam mais de 30 colaboradoras com mais de 16 anos, têm a obrigação de
oferecer um espaço físico para que as mães deixem seus filhos com idade entre 0 a 6 meses,
enquanto elas trabalham. Caso esse espaço não seja ofertado pela empresa, e mesma passa a
ser obrigada a das auxílio-creche/babá a mulher até que o bebê tenha 6 meses.
O valor desse auxílio varia de acordo com a empresa, mas normalmente é estabelecido em
acordo ou convenção coletiva.

O INSS é a contribuição devida a Previdência Social, por todo empregado inclusive o doméstico,
os percentuais variam conforme o salário de contribuição, limitado a um teto máximo, podendo
ser de 7,5% a 14% (em tabela definida pelo o INSS).

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São obrigados a contribuir com a previdência: empregados pela CLT, empregado doméstico,
trabalhador avulso e contribuinte individual, com atividade remunerada.
A partir de 1º de março de 2020, o segurado empregado, inclusive o doméstico, e o trabalhador
avulso contribuirão, de forma progressiva, da seguinte forma:

Salário-de-Contribuição (R$) Alíquota (%)


Até um salário mínimo - R$ 1.045,00 7,5
De R$ 1.045,01 até R$ 2.089,60 9
De R$ 2.089,61 até R$ 3.134,40 12
De R$ 3.134,41 até R$ 6.101,06 14

Fonte: Anexo III, Portaria SEPRT nº 3.659 de 2020.

Exemplo:
BASE DE CÁLCULO DO INSS – R$ 4.500,00
Neste exemplo, a alíquota final será de 14%. Agora, vamos aplicar a tabela de forma
progressiva:
• Se a base de cálculo for maior que o salário mínimo o primeiro cálculo é sempre com o
valor do salário mínimo a 7,5%, então:
R$ 1.045,00 * 7,5% = R$ 78,38
Já temos então o INSS de parte dos R$ 4.500,00.
• Agora vamos calcular a segunda parte, 2.089,60 (teto para 9%) – R$ 1.045,00 (primeira
parte dos R$ 4.500,00 para a qual já calculamos o INSS), logo:
• R$ 2.089,60 – R$ 1.045,00 = R$ 1.044,60 a 9%
• R$ 1.044,60 * 9% = R$ 94,01
• Calculando então a terceira parte, faremos R$ 3.134,40 (teto para 12%) - R$ 1.045,00
(primeira parte já calculada) - R$ 1.044,60 (segunda base calculada) = R$ 1.044,80 a
12% (R$ 1.044,80 * 12%) = R$ 125,38
• Agora, faremos o que resta, R$ 4.500,00 (base de cálculo) - R$1.045,00 (base a 7,5%) -
R$1.044,60 (base a 9%) - R$ 1.044,80 (base a 12%) = R$ 1365,60 a 14% = (R$ 1.365,60
* 14%0 = R$ 191,18
• Logo, o total do INSS será de R$ 78,38 + R$ 94,01 + R$ 125,38 + R$ 191,18 = R$ 488,95
• O teto do INSS passa a ser de R$ 713,10 visto que é o resultado dos R$ 6.101,06, que é
o valor limite da tabela aplicada na regra de progressão.

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Fonte: https://www.contabeis.com.br/

Exemplo prático disponível em: https://www.contabeis.com.br/artigos/5917/calculo-do-inss-como-realizar-e-


compreender-a-operacao-a-partir-de-marco-2020/ Acesso 25. Ago 2020.

O Imposto de Renda Retido na Fonte – IRRF é a tributação devida sobre os rendimentos de um


colaborador. Ele deve ser apurado e retido pela fonte pagadora, isto é, pela empresa
responsável por fazer o pagamento ou o repasse de valores à Receita Federal.
Para calcular o IRRF na folha de pagamento é necessário conferir uma tabela de contribuição
mensal, que contém as alíquotas que devem ser pagas, de acordo com o salário de
contribuição.

TABELA DO IRF - VIGÊNCIA A PARTIR DE 01.04.2015


(Medida Provisória 670/2015 convertida na Lei 13.149/2015)

Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do IR (R$)


Até 1.903,98 - -
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5% 142,80
De 2.826,66 até 3.751,05 15% 354,80
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5% 636,13
Acima de 4.664,68 27,5% 869,36
Dedução por dependente: R$ 189,59 (cento e oitenta e nove reais e cinquenta e nove
centavos), a partir do mês de abril do ano-calendário de 2015.
Fonte: http://receita.gov.br/

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A contribuição sindical, foi um dos itens alterados pela Reforma Trabalhista.
Antes dela, os colaboradores eram debitados de forma obrigatória.
Entretanto, com a nova lei em vigor, agora só fazem a contribuição sindical aqueles que por
assim decidirem, ou seja, apenas se o colaborador optar por esse desconto.
Por isso ele é variável e sua empresa precisa ficar atenta para não efetuar esse desconto de
algum colaborador que abriu mão dele.

O adiantamento salarial é realizado ao colaborador que o solicita e, o valor deve ser descontado
do pagamento no mês subsequente. O desconto impacta também as deduções sobre a
remuneração integral.
Contudo, não há muitas normas sobre adiantamentos e ela só é obrigatória se firmada em
acordo ou convenção coletiva.

Para faltas ou atrasos sem justificativas, a corporação poderá descontar o dia não trabalhado,
bem como o valor correspondente ao DSR. Além disso, se na semana que houve a falta ocorrer
um feriado, o colaborador poderá ter o respectivo dia descontado.

O vale-transporte é um direito do trabalhador que utiliza o transporte público. Ou seja, a


empresa deve pagar as despesas de deslocamento do colaborador de casa para o trabalho e
vice-versa.
Contudo, a empresa tem o direito de descontar até 6% do salário-base do colaborador, de
acordo com o custo com o trajeto. E, se ofertar o transporte gratuito, a empresa não deve
oferecer este benefício.

A legislação, além de não obrigar a empresa a oferecer esse benefício, não estabelece, às que
adotam, um valor mínimo para o desconto do vale-alimentação na folha de pagamento do
colaborador, mas o máximo: não pode ultrapassar 20% do salário.
Além disso, as empresas que aderem ao Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT, tem
direito a deduzir as despesas com a alimentação dos colaboradores em até 4% do imposto de
renda devido.

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Criado em 1967 pelo Governo Federal para proteger o trabalhador demitido sem justa causa,
mediante a abertura de uma conta vinculada ao contrato de trabalho.
Até o dia 07 de cada mês, as empresas depositam, em contas abertas na CAIXA ECONÔMICA
FEDERAL - CEF em nome dos seus empregados, o valor correspondente a 8% da remuneração
de cada funcionário.
O FGTS NÃO é descontado do salário, é obrigação do empregador.

O primeiro passo para calcular a folha de pagamento de um funcionário é saber qual o valor de
seu salário e qual a jornada de trabalho feita por esse colaborador.
Vamos usar como exemplo o colaborador João X, que recebe R$ 3.500,00 e trabalha 220 horas
mensais.
Vale ressaltar que 220h/mês é um padrão para colaboradores celetistas que trabalham 8 horas
por dia.
Agora, vamos supor que esse colaborador fez 5 horas extras simples (50%) no mês.
Até agora temos:
✓ Salário: R$ 3.500,00
✓ Jornada: 220 h
✓ Hora extras efetuadas: 5 horas
Como calculamos essa hora extra?
Para saber o valor da hora extra do colaborador, temos que descobrir o valor de sua hora
comum. Da seguinte forma:
3.500/220 = R $ 15,90 valor/hora
Agora, para saber o valor da hora extra com 50% você deverá fazer o seguinte cálculo:
Salário por hora x 1,5 = 15,90 x 1,5 = 23,85 valor de cada hora extra realizada.
Para saber o total das 5 horas realizadas basta multiplicar o valor de 23,85 por 5.
23,85 x 5 = 119,50
Agora, precisamos calcular o valor do Descanso Semanal Remunerado (DSR) sobre as horas
extras.
A fórmula é bem simples basta pegarmos o valor total das horas extras dividirmos pelos dias
úteis do mês e multiplicarmos pelos domingos e feriados do mês.
Vamos supor que o mês em questão teve 4 domingos e 26 dias úteis.

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A conta será: 119,50 x 4 / 26= 18,38 esse é o valor do DSR das horas extras.
Adicional de periculosidade para o colaborador e mais 3 dependentes.
O cálculo do adicional de periculosidade é feito da seguinte forma: 3.500 x 30% = 1.050,00
Então vamos lá até agora temos:
✓ Salário 30 dias: R$ 3.500
✓ Horas extras: R$ 119,50
✓ DSR: R$ 18,38
✓ Adicional de periculosidade 30%: R$ 1.050,00
✓ Total: R$ 4.687,88
Vamos começar pelo cálculo do INSS.
Como vimos acima, a reforma da previdência alterou as alíquotas do INSS, por isso, você deve
ir até a nova tabela e verificar qual é a alíquota para essa faixa salarial.
Que nesse caso é de 14%.
Mas, ainda não acabou a nossa base de INSS, é composta por todos os rendimentos tributáveis
do colaborador, no caso: salário, hora extra, adicional de periculosidade e DSR.
Total base INSS: 4.687,88
Anteriormente, bastava pegar essa alíquota e fazer a conta com base nessa porcentagem.
Entretanto, agora devemos fazer o cálculo progressivo de acordo com essa tabela utilizando
cada uma das alíquotas.
De acordo com a tabela do INSS:
1ª linha: Alíquota de 7,5%
Ele pagará 78,37
2ª linha: Alíquota de 9%
Nosso colaborador recebe mais do que o máximo dessa linha.
Então devemos utilizar o valor de 2.089. Entretanto, na primeira linha ele já pagou 7,5%, certo?
Agora, a nossa conta será: 2.089,61 - 1.045,00 = 1.044 aplicaremos 9%.
Total: 94,01
3ª linha: Alíquota de 12%
A faixa do nosso colaborador é de mais de 3.134,40. Utilizaremos o mesmo cálculo acima, só
que com o valor da segunda linha:
3.134,40 - 2.089,61 = 1.044,79 aplicaremos 12%.
Total: 125,37

Assistente de Contabilidade 12
4ª linha: Alíquota de 14%
Agora sim, chegamos na faixa do nosso colaborador. E, agora utilizaremos o valor dos proventos
dele para o cálculo:
4.687,88 – 3.134,40 = 1.553,48 aplicaremos 14%
Total: 217,48
Pronto, agora somamos todas as linhas:
Linha Valor
1° Linha R$ 78,37
2 ° Linha R$ 94,01
3 ° Linha R$ 125,37
4 ° Linha R$ 217,48
Total: R$ 515,23

Será deduzido do salário do colaborador o valor de 515,23 referente ao INSS.

Agora, vamos para o valor de Imposto de Renda.


Não são todos os colaboradores que possuem a dedução do IRRF, alguns são isentos.
Para saber isso, assim como as alíquotas a serem utilizadas no cálculo devemos consultar a
tabela do ano vigente.
1° passo: Descobrir em qual alíquota de IRRF a base se enquadra.
Neste caso o valor se enquadra na terceira linha da tabela, na alíquota de 15%.
2° passo: Calcular o valor da alíquota sobre a base e subtrair a parcela a deduzir do imposto
(354,80).
15% de 3.603,88 = 540,58 – 354,80 = 185,78.
R$ 185,75 é o valor a ser deduzido do salário do colaborador.
Ainda não acabamos, por último vamos ver qual valor do Vale Transporte (VT) será descontado.
Cálculo do VT
O vale transporte é calculado sobre o salário bruto do colaborador, utilizando a porcentagem
de 6%. Isso só não acontece quando o vale transporte utilizado pelo colaborador é menor do
que esse percentual. Para descobrir isso, você precisará calcular o valor do VT utilizado pelo
colaborador.
Vamos supor que neste caso, o valor de VT está dentro da porcentagem. Então teremos:
6 % de R$ 4.687,88 = 281,27.

Assistente de Contabilidade 13
Agora sim, temos todos os cálculos completos, vamos dividir essa folha em duas colunas
descontos x vencimentos:

Vencimentos Descontos

Salário 30 dias: R$ 3.500 –

Horas extras: R$ 119,50 Desconto INSS: R$ 515,23

DSR: R$ 18,38 IRRF: R$ 185,75

Adicional de periculosidade 30%: R$ 1.050,00 VT: R$ 281,27

Total: R$ 4.687,88 Total: R$ 982,25

Valor líquido: R$ 3.705,63 –

Chegamos ao fim do cálculo, o valor líquido a ser depositado na conta do colaborador é de R$


3.705,63
Ressaltamos que esse cálculo pode variar de empresa para empresa. Algumas possuem ainda
descontos de plano de saúde, convênios, contribuição sindical, entre outros.
Você deve ter notado que não fizemos ainda o cálculo do FGTS. Acontece que, o FGTS não é
descontado da folha de pagamento nem somado a esta folha.
Por isso, deixe o cálculo dele por último.
Como calcular FGTS na folha de pagamento
Agora que já temos toda a base da remuneração do colaborador, calcular o FGTS fica fácil. O
valor a ser depositado na conta do FGTS do funcionário corresponde a 8% do salário bruto.
Nesse caso é: 8% de 4.687,88= 375,03
Valor do FGTS: R$ 375,03.
Exemplo prático disponível em: https://www.jornalcontabil.com.br/tudo-sobre-a-folha-de-pagamento/ Acesso:
25 ago.2020

Assistente de Contabilidade 14
Encargos Sociais – Incidências
Rendimentos INSS FGTS IRRF
Abono pecuniário de férias Não Não Sim
Adicionais (insalubridade, periculosidade, noturno) Sim Sim Sim
Ajuda de custo Não Não Não
Auxílio de doença (15 primeiros dias) Sim Sim Sim
Auxílio de doença (complementação salarial) Não Não Sim
Aviso prévio trabalhado Sim Sim Sim
Aviso prévio indenizado Não Sim Não
13º salário – 1ª parcela até 30 de novembro Não Sim Não
13º salário – 2ª parcela até 20 de dezembro Sim Sim Sim
13º salário proporcional na rescisão Sim Sim Sim
13º salário indenizado na rescisão Não Sim Sim
Comissões Sim Sim Sim
Diárias para viagens até 50% do salário Não Não Não
Diárias para viagens acima de 50% do salário Sim Sim Sim
Estagiários – bolsa Não Não Sim
Férias normais gozadas na vigência do contrato e 13º Sim Sim Sim
Férias em dobro na vigência do contrato Sim Sim Sim
Férias indenizadas pagas na rescisão contratual simples, em dobro e Não Não Sim
proporcionais
Gorjeta espontânea ou compulsória Sim Sim Sim
Gratificações ajustadas ou contratuais Sim Sim Sim
Horas extras Sim Sim Sim
Indenização por tempo de serviço Não Não Não
Licença-maternidade (120 dias) Sim Sim Sim
Licença-paternidade (5 dias) Sim Sim Sim
Participação nos lucros Não Não Sim
Prêmios Sim Sim Sim
Retiradas pró-labore (diretores empregados) Sim Sim Sim
Retiradas pró-labore (diretores proprietários) Sim Não Sim
Salário-família Não Não Não
Saldo de salário Sim Sim Sim
Serviços de autônomos inscritos na Previdência Social Sim Não Sim
Vale-transporte Não Não Não
Fonte: Pezzi e Figueiredo – Práticas de Recursos Humanos – 2015.

Devido a sua importância tanto para o empregador como para o empregado, saber como fazer
folha de pagamento é uma das maiores obrigações das empresas.
Quem consegue organizar corretamente esse documento tem total controle sobre os seus
gastos mensais.
Entretanto, se esse processo é deixado de lado, as chances de ocorrerem processos
trabalhistas, multas e indenizações é muito grande (XERPAY, 2020).

Assistente de Contabilidade 15
Nesta aula aprendemos o conceito de folha de pagamento, sua importância dentro da empresa
e os principais cálculos.
Na próxima semana conheceremos o processo de demissão e rescisão do contrato de trabalho
Bom estudo!

Assistente de Contabilidade 16
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto-lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943. Aprova a consolidação das leis do trabalho.
Lex: coletânea de legislação: edição federal, São Paulo, v. 7, 1943.
BRASIL. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em
27 jun.2020.
BRASIL. Decreto 3.048, de 06 de maio de 1999. Aprova o Regulamento da Previdência Social, e
dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048.htm Acesso em 20 ago.2020.
BRASIL. Lei 13.149, de 21 de julho de 2015. Altera as Leis n os 11.482, de 31 de maio de 2007,
para dispor sobre os valores da tabela mensal do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física,
7.713, de 22 de dezembro de 1988, 9.250, de 26 de dezembro de 1995, e 10.823, de 19 de
dezembro de 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2015/Lei/L13149.htm Acesso: 25 ago.2020.
BRASIL. Lei nº 13.467/2017. Reforma Trabalhista. Brasília, DF, novembro 2017.
COSTA, Rosânia L. Rotinas Trabalhistas - Departamento Pessoal Modelo de A Z. 5ª ed. São Paulo:
Cenofisco, 2013. ISBN: 9788575690796
MILENA Sanches Tayano Dos Santos, Mariza Abreu Oliveira Machado. Departamento de
Pessoal Modelo - 8ª Edição. 2018 Editora Freitas Bastos 629 ISBN 9788579873232.
SILVA, Marilene L. da Administração de Departamento Pessoal. 1ª ed. São Paulo: Erica. ISBN:
8571948402
SAAD, José Eduardo Duarte; et al. CLT Comentada - 46ª Ed. São Paulo: LTr, 2013.
ISBN: 9788536124636.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
Apostila Departamento Pessoal, FATEC, 2012. Disponível em: http://www.fatecc.com.br/ead-
moodle/contabilidadeedepartamentopessoal/departamentopessoal.pdf Acesso: 01 jun.2020.
BARROS, Alice Monteiro de; Curso de Direito do Trabalho - 9ª Ed. São Paulo: LTr, 2013. ISBN:
9788536124728.
JORNAL CONTÁBIL REDE, 2020. Disponível em: https://www.jornalcontabil.com.br/ Acesso: 01
ago.2020.
METADADOS, 2020. Disponível em: https://www.metadados.com.br/ Acesso: 20 ago.2020.
PEZZI e FIGUEIREDO, C. P; Apostila Práticas de Recursos Humanos, 2015. Disponível em:
http://proedu.rnp.br/handle/123456789/1337?show=full Acesso: 01 jun.2020.
XERPAY PORTAL DO RH, 2020. Disponível em: https://www.xerpa.com.br/ Acesso: 20
ago.2020.

Assistente de Contabilidade 17
ATUALIZAÇÃO DE VALORES 2021

Em 12/01/2021 com a Portaria nº 477, (abaixo) foi reajustado os benefícios


pagos pelo INSS e dos demais valores constantes no regulamento da Previdência Social.
Abaixo iremos estudar os novos valores de 2021:

1- Salário Família e INSS

Fonte: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-seprt/me-n-477-de-12-de-janeiro-de-2021-298858991
Exemplo:
BASE DE CÁLCULO DO INSS – R$ 4.500,00

Neste exemplo, a alíquota final será de 14%. Agora, vamos aplicar a tabela de forma
progressiva:

• Se a base de cálculo for maior que o salário mínimo o primeiro cálculo é sempre
com o valor do salário mínimo a 7,5%, então:
R$ 1.100,00 * 7,5% = R$ 82,50
Já temos então o INSS de parte dos R$ 4.500,00.

• Agora vamos calcular a segunda parte, 2.203,48 (teto para 9%) – R$ 1.100,00
(primeira parte dos R$ 4.500,00 para a qual já calculamos o INSS), logo:

• R$ 2.203,48 – R$ 1.100,00 = R$ 1.103,48 a 9%


• R$ 1.103,48 * 9% = R$ 99,31
• Calculando então a terceira parte, faremos R$ 3.305,22 (teto para 12%) - R$
1.100,00 (primeira parte já calculada) - R$ 1.103,48 (segunda base calculada) =
R$ 1.101,74 a 12%

• R$ 1.101,74 * 12% = R$ 132,21

• Agora, faremos o que resta, R$ 4.500,00 (base de cálculo) - R$1.100,00 (base a


7,5%) - R$1.103,48 (base a 9%) - R$ 1.101,74 (base a 12%) = R$ 1.194,78 a 14% =

• R$ 1.194,78 * 14% = R$ 167,27

• Logo, o total do INSS será de R$ 82,50 + R$ 99,31 + R$ 132,21 + R$ 167,27 =


• R$ 481,29
CÁLCULO DA FOLHA DE PAGAMENTO

O primeiro passo para calcular a folha de pagamento de um funcionário é saber qual o


valor de seu salário e qual a jornada de trabalho feita por esse colaborador.
Vamos usar como exemplo o colaborador João X, que recebe R$ 3.500,00 e trabalha 220
horas mensais.
Vale ressaltar que 220h/mês é um padrão para colaboradores celetistas que trabalham
8 horas por dia.
Agora, vamos supor que esse colaborador fez 5 horas extras simples (50%) no mês.
Até agora temos:

 Salário: R$ 3.500,00

 Jornada: 220 h

 Hora extras efetuadas: 5 horas


Como calculamos essa hora extra?
Para saber o valor da hora extra do colaborador, temos que descobrir o valor de sua
hora comum. Da seguinte forma:
3.500/220 = R $ 15,90 valor/hora
Agora, para saber o valor da hora extra com 50% você deverá fazer o seguinte cálculo:
Salário por hora x 1,5 = 15,90 x 1,5 = 23,85 valor de cada hora extra realizada.
Para saber o total das 5 horas realizadas basta multiplicar o valor de 23,86 por 5.
23,86 x 5 = 119,32
Agora, precisamos calcular o valor do Descanso Semanal Remunerado (DSR) sobre as
horas extras.
A fórmula é bem simples basta pegarmos o valor total das horas extras dividirmos pelos
dias úteis do mês e multiplicarmos pelos domingos e feriados do mês.
Vamos supor que o mês em questão teve 4 domingos e 26 dias úteis.

A conta será: 119,32 x 4 / 26= 18,36 esse é o valor do DSR das horas extras.
Adicional de periculosidade para o colaborador e mais 3 dependentes.
O cálculo do adicional de periculosidade é feito da seguinte forma: 3.500 x 30% =
1.050,00

Então vamos lá até agora temos:

 Salário 30 dias: R$ 3.500


 Horas extras: R$ 119,32

 DSR: R$ 18,36

 Adicional de periculosidade 30%: R$ 1.050,00

 Total: R$ 4.687,67

Vamos começar pelo cálculo do INSS.


Base de INSS, é composta por todos os rendimentos tributáveis do colaborador, no caso:
salário, hora extra, adicional de periculosidade e DSR.
Total base INSS: 4.687,67
Agora devemos fazer o cálculo progressivo de acordo com essa tabela utilizando cada
uma das alíquotas 2021.
De acordo com a tabela do INSS 2021:
1ª linha: Alíquota de 7,5%
Ele pagará 82,50
2ª linha: Alíquota de 9%
Nosso colaborador recebe mais do que o máximo dessa linha.
Então devemos utilizar o valor de 2.203,48. Entretanto, na primeira linha ele já pagou
7,5%, certo?
Agora, a nossa conta será: 2.203,48 - 1.100,00 = 1.103,48 aplicaremos 9%.
Total: 99,31
3ª linha: Alíquota de 12%
A faixa do nosso colaborador é de mais de 3.305,22. Utilizaremos o mesmo cálculo
acima, só que com o valor da segunda linha:
3.305,22 – 1.100,00-1.103,48 = 1.101,74 aplicaremos 12%.
Total: 132,21

4ª linha: Alíquota de 14%


Agora sim, chegamos na faixa do nosso colaborador. E, agora utilizaremos o valor dos
proventos dele para o cálculo:
4.687,67 – 1.100,00-1.103,48-1.101,74 = 1.382,45 aplicaremos 14%
Total: 193,54
Pronto, agora somamos todas as linhas:
Linha Valor
1° Linha R$ 82,50
2 ° Linha R$ 99,31
3 ° Linha R$ 132,21
4 ° Linha R$ 193,54
Total: R$ 507,56
Será deduzido do salário do colaborador o valor de 507,56 referente ao INSS.

Agora, vamos para o valor de Imposto de Renda.


Não são todos os colaboradores que possuem a dedução do IRRF, alguns são isentos.
Para saber isso, assim como as alíquotas a serem utilizadas no cálculo devemos consultar
a tabela do ano vigente.
1° passo: Descobrir em qual alíquota de IRRF a base se enquadra.
Neste caso o valor se enquadra na terceira linha da tabela, na alíquota de 15%.
R$ 4.687,67 – 507,56 = 4.180,11
3 dependentes: R$ 189,59 cada = 568,77
Portanto, R$ 4.687,67- 507,56 – 568,77 = R$ 3.611,34
2° passo: Calcular o valor da alíquota sobre a base e subtrair a parcela a deduzir do
imposto (354,80).
15% de 3.611,34 = 541,70 – 354,80 = 186,90.
R$ 186,90 é o valor a ser deduzido do salário do colaborador.
Ainda não acabamos, por último vamos ver qual valor do Vale Transporte (VT) será
descontado. Cálculo do VT
O vale transporte é calculado sobre o salário BASE do colaborador, utilizando a
porcentagem de 6%. Isso só não acontece quando o vale transporte utilizado pelo
colaborador é menor do que esse percentual. Para descobrir isso, você precisará calcular
o valor do VT utilizado pelo colaborador.
Vamos supor que neste caso, o valor de VT está dentro da porcentagem. Então teremos:
6 % de R$ 3.500,00 = 210,00.

Agora sim, temos todos os cálculos completos, vamos dividir essa folha em duas colunas
descontos x vencimentos:
Vencimentos Descontos

Salário 30 dias: R$ 3.500 –


Horas extras: R$ 119,32 Desconto INSS: R$ 507,56
DSR: R$ 18,36 IRRF: R$ 186,90
Adicional de periculosidade 30%: R$ 1.050,00 VT: R$ 210,00

Total: R$ 4.687,67 Total: R$ 904,47


Valor líquido: R$ 3.783,21 –

Chegamos ao fim do cálculo, o valor líquido a ser depositado na conta do colaborador


é de R$ 3.783,21
Ressaltamos que esse cálculo pode variar de empresa para empresa. Algumas possuem
ainda descontos de plano de saúde, convênios, contribuição sindical, entre outros.
Você deve ter notado que não fizemos ainda o cálculo do FGTS. Acontece que, o FGTS
não é descontado da folha de pagamento nem somado a esta folha.
Por isso, deixe o cálculo dele por último.
Como calcular FGTS na folha de pagamento
Agora que já temos toda a base da remuneração do colaborador, calcular o FGTS fica
fácil. O valor a ser depositado na conta do FGTS do funcionário corresponde a 8% do
salário bruto.
Nesse caso é: 8% de 4.687,67= 375,03
Valor do FGTS: R$ 375,03.
06/04/2021 PORTARIA SEPRT/ME Nº 477, DE 12 DE JANEIRO DE 2021 - PORTARIA SEPRT/ME Nº 477, DE 12 DE JANEIRO DE 2021 - DOU - Imprensa Nacional

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO


Publicado em: 13/01/2021 | Edição: 8 | Seção: 1 | Página: 23
Órgão: Ministério da Economia/Secretaria Especial de Previdência e Trabalho

PORTARIA SEPRT/ME Nº 477, DE 12 DE JANEIRO DE 2021

Dispõe sobre o reajuste dos benefícios pagos pelo Instituto


Nacional do Seguro Social - INSS e dos demais valores
constantes do Regulamento da Previdência Social - RPS.
(Processo nº 10132.112045/2020-36)

O SECRETÁRIO ESPECIAL DE PREVIDÊNCIA E TRABALHO DO MINISTÉRIO DA ECONOMIA -


Substituto, no uso da competência delegada pela Portaria GME nº 406, de 8 de dezembro de 2020, e
tendo em vista o disposto na Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998; na Emenda
Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003; na Emenda Constitucional nº 103, de 12 de novembro de
2019; na Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991; no art. 41-A da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991; na Medida
Provisória nº 1.021, de 30 de dezembro de 2020; e no Regulamento da Previdência Social - RPS, aprovado
pelo Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, resolve

Art. 1º Os benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS serão reajustados, a
partir de 1º de janeiro de 2021, em 5,45% (cinco inteiros e quarenta e cinco décimos por cento).

§ 1º Os benefícios a que se refere o caput, com data de início a partir de 1º de janeiro de 2020,
serão reajustados de acordo com os percentuais indicados no Anexo I desta Portaria.

§ 2º Aplica-se o disposto neste artigo às pensões especiais pagas às vítimas da síndrome da


talidomida, às pessoas atingidas pela hanseníase de que trata a Lei nº 11.520, de 18 de setembro de 2007,
e ao auxílio especial mensal de que trata o inciso II do art. 37 da Lei nº 12.663, de 5 de junho de 2012.

Art. 2º A partir de 1º de janeiro de 2021, o salário de benefício e o salário de contribuição não


poderão ser inferiores a R$ 1.100,00 (um mil e cem reais), nem superiores a R$ 6.433,57 (seis mil
quatrocentos e trinta e três reais e cinquenta e sete centavos).

Art. 3º A partir de 1º de janeiro de 2021:

I - não terão valores inferiores a R$ 1.100,00 (um mil e cem reais), os benefícios de:

a) prestação continuada pagos pelo INSS correspondentes a aposentadorias, auxílio por


incapacidade temporária e pensão por morte (valor global);

b) aposentadorias dos aeronautas, concedidas com base na Lei nº 3.501, de 21 de dezembro de


1958; e

c) pensão especial paga às vítimas da síndrome da talidomida;

II - os valores dos benefícios concedidos ao pescador, ao mestre de rede e ao patrão de pesca


com as vantagens da Lei nº 1.756, de 5 de dezembro de 1952, deverão corresponder, respectivamente, a 1
(uma), 2 (duas) e 3 (três) vezes o valor de R$ 1.100,00 (um mil e cem reais), acrescidos de 20% (vinte por
cento);

III - o benefício devido aos seringueiros e seus dependentes, concedido com base na Lei nº
7.986, de 28 de dezembro de 1989, terá valor igual a R$ 2.200,00 (dois mil e duzentos reais);

IV - é de R$ 1.100,00 (um mil e cem reais), o valor dos seguintes benefícios assistenciais pagos
pelo INSS:

a) pensão especial paga aos dependentes das vítimas de hemodiálise da cidade de Caruaru no
Estado de Pernambuco;

b) amparo social ao idoso e à pessoa com deficiência; e

c) renda mensal vitalícia.

https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-seprt/me-n-477-de-12-de-janeiro-de-2021-298858991 1/4
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Art. 4º O valor da cota do salário-família por filho ou equiparado de qualquer condição, até 14
(quatorze) anos de idade, ou inválido de qualquer idade, a partir de 1º de janeiro de 2021, é de R$ 51,27
(cinquenta e um reais e vinte e sete centavos) para o segurado com remuneração mensal não superior a
R$ 1.503,25 (um mil quinhentos e três reais e vinte e cinco centavos).

§ 1º Para fins do disposto neste artigo, considera-se remuneração mensal do segurado o valor
total do respectivo salário de contribuição, ainda que resultante da soma dos salários de contribuição
correspondentes a atividades simultâneas.

§ 2º O direito à cota do salário-família é definido em razão da remuneração que seria devida ao


empregado no mês, independentemente do número de dias efetivamente trabalhados.

§ 3º Todas as importâncias que integram o salário de contribuição serão consideradas como


parte integrante da remuneração do mês, exceto o décimo terceiro salário e o adicional de férias previsto
no inciso XVII do art. 7º da Constituição, para efeito de definição do direito à cota do salário-família.

§ 4º A cota do salário-família é devida proporcionalmente aos dias trabalhados nos meses de


admissão e demissão do empregado.

Art. 5º O auxílio-reclusão, a partir de 1º de janeiro de 2021, será devido aos dependentes do


segurado de baixa renda recolhido à prisão em regime fechado que não receber remuneração da empresa
e nem estiver em gozo de auxílio por incapacidade temporária, pensão por morte, salário-maternidade,
aposentadoria ou abono de permanência em serviço que, no mês de recolhimento à prisão tenha renda
igual ou inferior a R$ 1.503,25 (um mil quinhentos e três reais e vinte e cinco centavos),
independentemente da quantidade de contratos e de atividades exercidas, observado o valor de R$
1.100,00 (um mil e cem reais), a partir de 1º de janeiro de 2021.

Parágrafo único. A aferição da renda mensal bruta para enquadramento do segurado como de
baixa renda ocorrerá pela média dos salários de contribuição apurados no período dos doze meses
anteriores ao mês de recolhimento à prisão, corrigidos pelos mesmos índices de reajuste aplicados aos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social - RGPS.

Art. 6º A partir de 1º de janeiro de 2021, será incorporada à renda mensal dos benefícios de
prestação continuada pagos pelo INSS, com data de início no período de 1º janeiro de 2020 a 31 de
dezembro de 2020, a diferença percentual entre a média dos salários de contribuição considerados no
cálculo do salário de benefício e o limite máximo em vigor no período, exclusivamente nos casos em que a
referida diferença resultar positiva, observado o disposto no § 1º do art. 1º e o limite de R$ 6.433,57 (seis mil
quatrocentos e trinta e três reais e cinquenta e sete centavos).

Art. 7º A contribuição dos segurados empregados, inclusive o doméstico e do trabalhador


avulso, relativamente aos fatos geradores que ocorrerem a partir da competência janeiro de 2021, será
calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota sobre o salário de contribuição mensal, de
forma progressiva, de acordo com a tabela constante do Anexo II, desta Portaria.

Art. 8º A partir de 1º de janeiro de 2021:

I - o valor a ser multiplicado pelo número total de pontos indicadores da natureza do grau de
dependência resultante da deformidade física, para fins de definição da renda mensal inicial da pensão
especial devida às vítimas da síndrome de talidomida, é de R$ 1.239,65 (um mil duzentos e trinta e nove
reais e sessenta e cinco centavos).

II - o valor da multa pelo descumprimento das obrigações, indicadas no:

a) caput do art. 287 do Regulamento da Previdência Social - RPS, varia de R$ 349,50 (trezentos
e quarenta e nove reais e cinquenta centavos) a R$ 34.952,64 (trinta e quatro mil novecentos e cinquenta e
dois reais e sessenta e quatro centavos);

b) inciso I do parágrafo único do art. 287 do RPS, é de R$ 77.672,48 (setenta e sete mil seiscentos
e setenta e dois reais e quarenta e oito centavos); e

c) inciso II do parágrafo único do art. 287 do RPS, é de R$ 388.362,42 (trezentos e oitenta e oito
mil trezentos e sessenta e dois reais e quarenta e dois centavos);

https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-seprt/me-n-477-de-12-de-janeiro-de-2021-298858991 2/4
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III - o valor da multa pela infração a qualquer dispositivo do RPS, para a qual não haja
penalidade expressamente cominada no art. 283 do RPS, varia, conforme a gravidade da infração, de R$
2.656,61 (dois mil seiscentos e cinquenta e seis reais e sessenta e um centavos) a R$ 265.659,51 (duzentos
e sessenta e cinco mil seiscentos e cinquenta e nove reais e cinquenta e um centavos);

IV - o valor da multa indicada no inciso II do art. 283 do RPS é de R$ 26.565,90 (vinte e seis mil
quinhentos e sessenta e cinco reais e noventa centavos);

V - é exigida Certidão Negativa de Débito - CND da empresa na alienação ou oneração, a


qualquer título, de bem móvel incorporado ao seu ativo permanente de valor superior a R$ 66.414,20
(sessenta e seis mil quatrocentos e quatorze reais e vinte centavos);

VI - o valor de que trata o § 3º do art. 337-A do Código Penal, aprovado pelo Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940, é de R$ 5.679,82 (cinco mil seiscentos e setenta e nove reais e oitenta e
dois centavos);

VII - o valor da pensão especial concedida às pessoas atingidas pela hanseníase e que foram
submetidas a isolamento e internação compulsórios em hospitais-colônia, assegurada pela Lei nº 11.520,
de 18 de setembro de 2007, é de R$ 1.662,77 (um mil seiscentos e sessenta e dois reais e setenta e sete
centavos); e

VIII - o valor da diária paga ao segurado ou dependente pelo deslocamento, por determinação
do INSS, para submeter-se a exame médico-pericial ou processo de reabilitação profissional, em
localidade diversa da de sua residência, é de R$ 107,51 (cento e sete reais e cinquenta e um centavos);

Parágrafo único. O valor das demandas judiciais de que trata o art. 128 da Lei nº 8.213, de 24 de
julho de 1991, é limitado em R$ 66.000,00 (sessenta e seis mil reais), a partir de 1º de janeiro de 2021.

Art. 9º A partir de 1º de janeiro de 2021, o pagamento mensal de benefícios de valor superior a


R$ 128.671,40 (cento e vinte e oito mil seiscentos e setenta e um reais e quarenta centavos) deverá ser
autorizado expressamente pelo Gerente-Executivo do INSS, observada a análise da Divisão ou Serviço de
Benefícios.

Parágrafo único. Os benefícios de valor inferior ao limite estipulado no caput, quando do


reconhecimento do direito da concessão, revisão e manutenção de benefícios serão supervisionados pelas
Agências da Previdência Social e Divisões ou Serviços de Benefícios, sob critérios aleatórios pré-
estabelecidos pela Presidência do INSS.

Art. 10. A Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, o INSS, e a Empresa de Tecnologia e
Informações da Previdência - Dataprev adotarão as providências necessárias ao cumprimento do disposto
nesta Portaria.

Art. 11. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 12. Fica revogada a Portaria SEPRT nº 3.659, de 10 de fevereiro de 2020, e a Portaria SEPRT
nº 8.281, de 24 de março de 2020.

ADLER ANAXIMANDRO DE CRUZ E ALVES


ANEXO I

FATOR DE REAJUSTE DOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS DE ACORDO COM AS RESPECTIVAS


DATAS DE INÍCIO, APLICÁVEL A PARTIR DE JANEIRO DE 2021.

DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO REAJUSTE (%)


Até janeiro de 2020 5,45
em fevereiro de 2020 5,25
em março de 2020 5,07
em abril de 2020 4,88
em maio de 2020 5,12
em junho de 2020 5,39
em julho de 2020 5,07
em agosto de 2020 4,61
em setembro de 2020 4,23
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-seprt/me-n-477-de-12-de-janeiro-de-2021-298858991 3/4
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em outubro de 2020 3,34


em novembro de 2020 2,42
em dezembro de 2020 1,46

ANEXO II

TABELA DE CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO E


TRABALHADOR AVULSO, PARA PAGAMENTO DE REMUNERAÇÃO A PARTIR DE 1º DE JANEIRO DE 2021.

SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA PROGRESSIVA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS


até 1.100,00 7,5%
de 1.100,01 até 2.203,48 9%
de 2.203,49 até 3.305,22 12 %
de 3.305,23 até 6.433,57 14%

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