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ETEC VER. e VICE PREF.

SÉRGIO DA FONSECA
IBITINGA

CURSO – TECNICO EM RECURSOS HUMANOS


IBITINGA

APOSTILA
CALCULOS DE FOLHA DE PAAMENTO
1º Sem/2023

PROF. Luiz Antônio de Almeida

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Definições:
Salários:
De acordo com o artigo 72 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a definição de
salário é a contraprestação devida e paga diretamente pelo empregador a todo
trabalhador por dia normal de serviço. No Brasil, existe o que chamamos de salário-
mínimo, que é um valor fixado e corrigido pelo governo que indica o valor mínimo que
deve ser pago a um funcionário que trabalha 44 horas semanais. Para 2023, o valor
ficou em R$ 1.302,00.

Remuneração:
Remuneração é a soma do salário contratualmente estipulado (mensal, por hora, por
tarefa etc.) com outras vantagens percebidas na vigência do contrato de trabalho
como horas extras, adicional noturno, adicional de periculosidade, insalubridade,
comissões, percentagens, gratificações, diárias para viagem entre outras.
As verbas consideradas como remuneração e que fazem base para cálculo de 13º
salário, férias, rescisões entre outras, são:

 Horas Extras;
 Adicional Noturno;
 Adicional de Periculosidade;
 Adicional de Insalubridade;
 DSR;
 Comissões;
 Gratificação
 Quebra-caixa;
 Gorjetas;

Integrações e reflexos:

Os reflexos no direito do trabalho basicamente ocorrem nos repousos semanais


remunerados, gratificação natalina, férias, aviso-prévio indenizado e FGTS, mas podem
vir a ocorrer também no cálculo dos adicionais. Por exemplo, um empregado que
recebe habitualmente o adicional de horas extras.
Recebido habitualmente o adicional de horas extras, este reflete nos repousos
semanais remunerados.
Portanto, sobre uma determinada parcela trabalhista podemos analisar as parcelas
que a integram, bem como os seus reflexos em outras parcelas. Desse modo, podemos
fazer a análise das integrações e reflexos sobre uma mesma parcela trabalhista.
Por exemplo, para o cálculo do adicional de horas extras será integrado o valor
recebido a título de adicional de insalubridade, e, quando recebido habitualmente, o
adicional de horas extras reflete nos repousos semanais remunerados.

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Jornada de Trabalho mensal:

Jornada de trabalho é o período durante o qual o trabalhador está a disposição da sua


empresa, e este tempo está estabelecido no Direito do Trabalho. Cada país possui sua
própria regulamentação para a quantidade de horas na jornada de trabalho, seus
limites e considerações específicas. No Brasil a Consolidação das Leis Trabalhistas
(CLT), determina uma jornada de trabalho de 8 horas diárias, 44 horas semanais e
de 220 horas mensais.

Comissionados:
Diferentemente de um concursado, uma pessoa pode se tornar integrante da
Administração Pública pelo acesso ao cargo comissionado, que não depende de
aprovação em concurso público. Mesmo com a forma de ingresso diferente, ambos
devem cumprir a jornada de trabalho integral, pedida pelo cargo ocupado.

Encargos Sociais:
Trata-se, como falamos, do conjunto de obrigações que você empregador,
deve pagar mensal ou anualmente a seus funcionários – além do salário, claro.
Costumam ser chamados encargos sociais:

 Instituto Nacional de Seguro Social – INSS


 Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS
 Programa de Integração Social e Programa de Formação do Patrimônio
do Servidor Público – PIS/PASEP
 Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos
Ambientais do Trabalho – GILRAT
 Salário Educação (emprego no setor privado empresarial)
 Contribuição para o Sistema S – SESC/SENAC, SENAI/SESI, SEBRAE,
INCRA (emprego no setor privado empresarial)

Vamos entender melhor do que se trata cada um deles, bem como as alíquotas
que baseiam os cálculos.
É importante ressaltar que, aqui, assumimos que sua empresa não optou pelo
Simples Nacional, ou seja, pelo sistema simplificado de declaração de
impostos criado para beneficiar as micro e pequenas empresas

INSS:
O Instituto Nacional de Seguro Social é o caixa da Previdência Social. É o responsável
pelo pagamento das aposentadorias e dos demais benefícios dos trabalhadores
brasileiros – com exceção dos funcionários públicos.
Ou seja, o pagamento deste encargo social serve ao propósito de garantir que o
trabalhador receberá um benefício mensal durante a aposentadoria. E além da
aposentadoria por tempo de contribuição, a Previdência Social também garante a
aposentadoria por idade e invalidez, a pensão por morte, os auxílios-doença, acidente

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e doença por acidente de trabalho, o salário-maternidade e família, a reabilitação
profissional e o 13º salário.
TABELA DE CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS EMPREGADO, EMPREGADO
DOMÉSTICO E TRABALHADOR AVULSO, PARA PAGAMENTO DE
REMUNERAÇÃO A PARTIR DE 1º DE JANEIRO DE 2022.
Alíquotas:

SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS

até 1.302,00 7,5%

de 1.302,01 até 2.571,29 9%

de 2.571,30 até 3.856,94 12 %

de 3.865,95 até 7.507,49 14%

FGTS:
Esta é a sigla para Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Trata-se de um depósito
mensal que o empregador é obrigado a destinar a uma conta bancária a ser aberta no
nome do empregado na Caixa Econômica Federal.
O FGTS não é descontado do salário do funcionário; é uma obrigação de quem
emprega. E seu objetivo é auxiliar o trabalhador no caso de ele ser demitido, por
qualquer hipótese de encerramento da relação de emprego.
Alíquota: 8% do salário nominal – caso o contrato firmado seja um contrato de
aprendizagem, esta alíquota cairá para 2% do salário. No caso de demissão sem justa
causa, o empregador deverá ainda indenizar o funcionário em um valor equivalente a
40% dos depósitos efetuados ao FGTS no período de trabalho.

PIS/PASEP:
São os programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor
Público.
O objetivo da contribuição é financiar o pagamento do seguro-desemprego, além do
abono e da participação na receita dos órgãos e das entidades, tanto de empresas
públicas como privadas.

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O PIS/PASEP consiste em um número cadastrado no cartão de CNPJ, ou no documento
de cadastro do trabalhador.
Alíquota: é de 1% sobre o total da sua folha de pagamento – ou seja, do total dos
rendimentos do trabalho assalariado de qualquer natureza.

GILRAT:
O Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais
do Trabalho: é mais uma contribuição previdenciária que incide sobre a folha de
pagamento.
É destinada a financiar a remuneração ao empregado caso ele se torne impossibilitado
devido a ocorrências no ambiente de trabalho.
Alíquota: 1%, 2% ou 3% – varia de acordo com a atividade da sua empresa.

Salário Educação:
É um encargo social previsto no 212º artigo da Constituição Federal, e serve de fonte
adicional para o financiamento do ensino fundamental público.
Ou seja, destina-se a custear programas, projetos e ações voltadas para a educação
básica pública. A incidência ocorre apenas na folha de pagamento de empresas do
setor privado.
Alíquota: 2,5% do salário.

Sistema S:
É a contribuição destinada às Instituições de interesse de categorias profissionais,
como SESC/SENAC, SENAI/SESI, SEBRAE, INCRA. Também só é compulsória para
empresas do setor privado.
Alíquota: 3,3% do salário.

Contribuição previdenciária patronal, em regra, é de:

 20% referente à contribuição previdenciária patronal sobre o total da folha de


pagamento, inclusive pró-labore;
 5,8% (Salário Educação + Incra + Senai + Sesi + Sebrae) Obs. Essa é a regra geral,
mas as alíquotas variam conforme o código FPAS da empresa; A sigla FPAS
significa Fundo da Previdência e Assistência Social.
 De 1% a 3% sobre o total das remunerações pagas a título de salário, referente
ao Seguro de Acidente de trabalho (SAT) (o percentual varia em função do grau
de risco da atividade exercida pela empresa).

Obs.: Apurar-se-á a soma de todos os valores da contribuição previdenciária patronal e


do empregado para recolhimento na guia GPS até o dia 20 do mês seguinte ao mês de
competência, devendo o recolhimento ser antecipado caso caia em dia não útil.

FGTS: 8% sobre a remuneração do empregado.

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PROCEDIMENTOS PARA CALCULOS DE FOLHA DE PAGAMENTO:

a) Números:
Vamos relembrar a operação na máquina de calcular, nas funções básicas.
1) Digitar os seguintes números na calculadora:
a) 1.246 f) 210.150
b) 90.047 g) 900.100.000
c) 100.950 h) 125.110
d) 12.345 i) 5.50
e) 7.047 j) 1.00

2) Quando escrevemos os números procuramos organizar com ponto para facilitar a


leitura, porém, na calculadora não utilizamos o ponto, ou seja, digitamos direto, a
menos que façamos referência a números decimais, como os abaixo:
a) 1.246,00 f) 90,00
b) 90.047,20 g) 155,00
c) 100.950,75 h) 1.525,00
d) 12.345,59 i) 550.110,00
e) 7.047,18 j) 1,00

3) Efetuar as seguintes somatórias:

a) 1.750,45 b) 5.950,74 c) 9.420,45


1.020,50 3.150,10 952,89
+ 7.536,90 + 5.675,34 +_3.916,75

4) Efetuar as seguintes subtrações:

a) 11.645,65 b) 24.440,84 c) 8.990,56


- 9.111,50 - 15.113,89 - 3.333,67

5) Arredondamento:

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Em algumas calculadoras os resultados aparecerão já arredondados, ou seja, com dois
dígitos depois da virgula.
Porém a grande maioria nos resulta em números com vários dígitos, como por
exemplo:

10 / 3 = 3,3333333 – para o arredondamento, considerar apenas dois dígitos depois


do ponto, quando a terceira casa for menor ou igual a 4 permanece o valor da
segunda casa (3.333333 = 3.33), quando a terceira casa for maior ou igual a 5, o valor
da segunda casa será alterado para mais 1 (3.666666 = 3,67)
10/ 3 = 3.3333333 - o valor a ser considerado é apenas 3.33
11/3 = 3,6666666 – o valor a ser considerado é de 3.67.
6) Conversão de horas:
Existe diferença entre horas centesimais (que vão de 1 a 100 são utilizadas para efeito
de remuneração) e horas relógios (que vão de 1 a 60 e são àquelas horas efetivamente
anotadas e apuradas nos controles de marcação), devemos efetuar a divisão dos
minutos em referência por 60 (equivalente há 1 hora), para obtermos a parte
fracionada das horas devidas, conforme exemplos abaixo:
Exemplo:
Um empregado trabalhou uma hora e ganha R$ 1.00 por hora
Para sabermos quanto ele vai receber usando a calculadora é muito simples:
1 X 1 = 1,00
(1hora) ´ (R$ 1,00 p/ hora)

Um empregado trabalhou 30 minutos e ganha R$ 1.00 por hora. Se utilizarmos o


mesmo método de cálculos teremos:
0.30 X 1,00 = 0,30 que estará errado, pois 30 minutos é metade de uma hora
e se ele ganha 1,00 por hora logo a metade teria que ser R$ 0,50.

Para que este cálculo nos retorne um valor correto é necessária à conversão:
30 minutos / 60 = 0,50 e logo multiplicamos pelo salário hora X R$ 1,00 = 0,50

Nota: Sempre que tivermos minutos quebrados teremos que dividir por 60 antes de
calcular o valor da hora.

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Assim podemos entender que 30 minutos corresponde a 50% de uma hora, portanto
0,50.
Exemplo:

1h20 m = 20 minutos corresponde a 33% de 60.


Portanto 20 minutos = 0,33 ( 20 minutos / 60)

N.ºde horas Transformar p/ centésimo Nº total relógio


1h20 hs 20 minutos /60 = 0,33 1+ 0,33 = 1,33
1h35 hs 35 minutos /60 = 0,58 1+ 0,58 = 1,58
1h18 hs 18 minutos /60 = 0,30 1 + 0,30 = 1,30
1h27 hs 27minutos /60 = 0,45 1 + 0,45 = 1,45
1h48 hs 48 minutos /60 = 0,80 1 + 0,80 = 1,80
Total 2,46 7,46

PRINCIPAIS CÁLCULOS NA FOLHA DE PAGAMENTO

Inicialmente temos como ponto principal efetuarmos um cálculo básico da folha de


pagamento, que se divide em duas partes, a saber: Proventos e Descontos.
Existem vários tipos de remuneração, neste módulo trataremos dos seguintes:
MENSALISTAS, HORISTAS E COMISSIONADOS.
Informações Básicas para calcular o valor devido ao funcionário:
Salário - O salário base será aquele definido pelo empregador no ato da contratação,
existem vários tipos de salário, como: por mês (mensalista), por hora (horista), por
comissão (comissionado), entre outros.
Remuneração: Entende-se como remuneração o salário acrescido dos adicionais,
como por exemplo: Horas Extras, Adicional de Periculosidade, Adicional de
Insalubridade e Outros...
Jornada Mensal (JM): É a quantidade de horas trabalhas por mês pelo colaborador,
como padrão está a jornada é de 220 horas por mês, podendo variar conforme a
profissão a que pertence, como por exemplo: Telefonista que trabalha 36 horas
semanais, logo, 180 horas por mês. Neste curso iremos efetuar os cálculos das folhas
dos tipos de salários mais comuns, mensalista e horistas.
Jornada Diária (JD): Para encontrarmos a quantidade de horas que o colaborador
trabalha por dia, iremos dividir a Jornada Mensal por 30, logo, teremos a seguinte
fórmula:

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JD = JM / 30

Ex.: Para uma jornada Mensal de 220 horas:

JD = 220 / 30
JD = 7.3333 (diário)

Proventos
Adicional de Periculosidade Adicional Noturno Salário Família
Horas Extras Adicional de Insalubridade E outros...

Salário
Valor devido e pago diretamente pelo empregador a todo funcionário pelo serviço
prestado. Existem vários tipos de salários sendo que os mais comuns são:
Mensalista:
Funcionário mensalista, é aquele que no momento da contratação tem seu salário
definido por mês. Para calcularmos a folha de um funcionário mensalista, além do
salário mensal, precisaremos de mais duas informações básicas, a saber:
a) Salário Dia (SD)
b) Salário Hora (SH)
A partir do momento que tivermos estas informações, será possível calcularmos saldo
de salário, faltas, horas extras, atrasos etc.
Encontrando o Salário Dia (SD):
Para encontrarmos o salário dia utilizaremos a seguinte fórmula:
SD = Salário Mensal (SM) / 30 (dias padrão no mês)

Ex.: SD => SM / 30
SD => 1500,00 / 30 => SD = 50,00

Encontrando o Salário Hora (SH):


Para encontrarmos o salário hora utilizaremos a seguinte fórmula:
SH = Salário Mensal (SM) / Jornada Mensal (HM)
Ex.: SH => SM / JM

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SH => 1500,00 / 220 => SH = 6,82

Para encontrarmos o valor que será devido ao mensalista como saldo de salário
faremos o seguinte cálculo:
Salário Mensal / 30 x Dias Trabalhados (DT)
Observação: Funcionário contratado como mensalista não recebe o dia 31, logo a
divisão será sempre por 30 e a contagem de dias também será até o dia 30, inclusive
no mês de fevereiro. Admitindo-se que um funcionário foi admitido no dia 05/Jan
teremos o seguinte:

Saldo de Salário = (SM / 30) x DT


Horistas:
Saldo de Salário = 1000,00 / 30 x 26
Saldo de Salário = 866,67 Para calcularmos a folha de
um funcionário horista, além
do salário hora, precisaremos de mais uma informação básica, e uma outra que será
utilizada quando formos efetuar o cálculo de férias e 13º salário.
a) Salário Dia (SD)
b) Salário Mensal (SM)
A partir do momento que tivermos estas informações, nos será possível calcular: faltas,
horas extras, atraso etc.
Encontrando o Salário Dia (SD):
Para encontrarmos o salário dia utilizaremos a seguinte fórmula:

SD = Salário Hora (SH) x JD


Ex.: SD => SH x JD
SD => 5,00 x 7.3333 => SD = 36,67

Encontrando o Salário Mensal (SM):


Para encontrarmos o salário mensal utilizaremos a seguinte fórmula:
SM = Salário Hora (SH) x Jornada Mensal (JM)
Ex.: SM => SH x JM
SM => 5,51 x 220 => SM = 1.212,00

O Funcionário horista, diferente do mensalista, deverá receber na integra os dias do


mês, ou seja 28, 30 ou 31, e ainda deverá ser destacado os Dias Úteis e o DSR
(descanso semanal remunerado). Encontrando os Dias Úteis (DU): Total de Dias do
Mês (ou total de dias contando a partir da data de Admissão, caso seja admitido
naquele mês) menos Domingos e Feriados.
DU = DM – DSR

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Ex: Mês 07 – DU = 31 – 5 => DU = 26
DSR (Descanso Semanal Remunerado)
DSR é igual à quantidade de domingos e feriados.
Mês 07 = 5

Comissionado:
Funcionário contratado com um percentual sobre o valor das vendas. Em alguns casos
os funcionários comissionados podem ter também uma remuneração fixa. Neste caso
para calcular a parte fixa segue-se o exemplo citado no cálculo do mensalista. Ao
funcionário que recebe comissão será devido o DSR sobre comissão, para efetuar o
cálculo do DSR, devemos proceder da seguinte forma:
DSR Comissão = Valor da Comissão / DU (dias úteis) x (DSR) Domingos e Feriados.

Ex: Funcionário teve uma comissão de R$ 1.500,00 em um mês de 25 dias úteis e 5


domingos.
Logo:

DSR Comissão = (1.500,00 / 25) x 5 DSR


DSR Comissão = 60 x 5 DSR
DSR Comissão = R$ 300,00

Comissionista Puro
Exemplo 1 - Empregado contratado com salário fixado no percentual de 5% sobre
vendas, em um determinado mês efetuou vendas no valor bruto de R$ 20.000,00.
- Cálculo:
5% de R$ 20.000,00 = R$ 1.000,00
Salário Mensal = R$ 1.000,00 – (relativo apenas aos dias trabalhados)
Considerando que o mês em questão tenha 4 repousos semanais remunerados e 26
dias úteis, calcula-se o repouso da seguinte forma:
Divide-se a remuneração obtida pelo número de dias úteis do mês e multiplica-se o
resultado pelo número de repousos do mesmo mês. Assim temos:
R$ 1.000,00 ÷ 26 = R$ 38,46 x 4 = R$ 153,84

Remuneração total do mês = R$ 1.153,84 (R$ 1.000,00 + R$ 153,84)


Exemplo 2 - Empregado comissionista puro com percentual de 5% sobre as vendas
efetuou vendas no valor de R$ 10.000,00.
Dados para Cálculo:
5% de R$ 10.000,00 = R$ 500,00

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Salário-Mínimo Legal = R$.1302,00
Repouso Semanal Remunerado-(RSR) considerando que o Mês tenha tido 26 dias
úteis e 4 repousos:
R$ 500,00 ÷ 26 = R$ 19,23 x 4 = R$76,92

Comissões: R$ 500,00
DSR comissões: R$ 76,92
Remuneração total do mês = R$ 576,92
Salário a ser pago neste mês = R$.1.302,00 (R$.725,08 + R$.576,92)
Observe que, neste caso, como as comissões apuradas, incluindo o repouso semanal
remunerado, ficaram abaixo do salário-mínimo legal (R$.1.302,00), o empregador foi
obrigado a complementar o valor apurado até R$.1.302,00 ou de acordo com o piso da
categoria se o valor for superior.
As convenções coletivas de trabalho determinam um valor mínimo de remuneração
para os funcionários, em algumas vezes definidas pela função que exerce,
principalmente quando o funcionário recebe por comissão, neste caso se o valor da
comissão auferida no mês, mais o DSR, mais o salário fixo, for menor que o piso da
categoria, o funcionário deverá receber a garantia de comissão.

Cálculo da Garantia:
Garantia de Comissão = Piso Salarial - (salário fixo + comissão + DSR comissão)
Imaginemos as seguintes informações:
Piso da categoria = R$.2000,00
Salário Fixo = R$ 0,00
Comissão = R$.1.000,00
DSR Comissão = R$.150,00

Logo:
Garantia de Comissão = 2.000,00 - (0 + 1.000,00 + 150,00)
Garantia de Comissão = 2.000,00 – 1.150,00
Garantia de Comissão = 850,00

Para encontrar o salário hora do funcionário comissionado, devemos:


(salário fixo + comissão + DSR comissão + Garantia de Comissão) / horas mensais
Utilizando os valores anteriores, teremos:

SH = ( 0 + 1.000,00 + 150,00 + 850,00) / 220


SH = 2.000,00 / 220,00
SH = 9,09

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Para encontrar o salário dia do funcionário comissionado, devemos:
somar (salário fixo + comissão + DSR comissão + Garantia de Comissão) / 30
Utilizando os valores anteriores, teremos:

SD = (0 + 1.000,00 + 150,00 + 850,00) / 30


SD = 2.000,00 / 30
SD = 66,67

Horas extras
A jornada normal de trabalho do funcionário poderá ser acrescida em duas horas,
mediante acordo escrito entre empregado e empregador ou mediante acordo coletivo
ou convenção coletiva de trabalho, sendo essa jornada paga obrigatoriamente
acrescida no mínimo em 50% sobre o valor da hora normal pelo empregador.

Cálculos:
a) Como calcular:
SH = 15,50 Qtde de Horas Extras = 10 Percentual HE = 70%
Fórmula: SH x (Qtde de Horas Extras x (1+ Percentual de horas Extras)
H.E = 15.50 x (10 x (1 + 70))
HE = [15,50 x (10 x 1,70)
H.E = [15,50 x 17] ou (15,50x70%=10,85) +15,50 = 26,35x10hs=263,50
H.E = 263,50

b) Considerando um empregado submetido a trabalho extraordinário com salário


mensal de R$ 2.000,00 e percentual da hora extra a 50%.

Valor da hora normal = R$ 9,09 (R$ 2.000,00 ÷ 220 horas (jornada normal mensal))
Valor da hora extra = R$ 13,63 (R$ 9,09 x 1.50 ou R$ 9,09 x 50% = 4,54 + 9,09 =
13,63)

INSALUBRIDADE:
O adicional de insalubridade é uma compensação ao trabalhador exposto a agentes
nocivos no ambiente de trabalho. Todo colaborador que está trabalhando em
ambientes com condições insalubres de trabalho tem o direito de receber
um adicional ao salário referente à essa condição.
Atualmente a legislação determina o pagamento da seguinte forma:
O adicional de insalubridade pode variar de acordo com o grau de risco à saúde
apresentado pela atividade. A legislação prevê o pagamento de:

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 10% do para o grau mínimo,
 20% para o grau médio; e
 40% para o grau máximo.
O artigo 192 da CLT aponta como referência o salário-mínimo da região, mas o tema é
polêmico: há decisões judiciais que obrigam o pagamento adotando como referência o
salário do trabalhador ou, até mesmo, o salário-base da categoria.

c) Considerando um empregado submetido a trabalho extraordinário com salário


mensal de R$2.200,00 mais adicional de insalubridade no grau máximo. Cálculo do
valor da hora extra:

Salário/hora normal = R$10,00 (R$ 2.200,00 ÷ 220 (jornada mensal))


Valor do adicional de insalubridade = R$ 520,80 (R$1.302,00 x 0,40 ou R$1.302,00 x
40%)
Base de cálculo da hora extra = R$ 12,37 [R$ 2.200,00 + R$ 520,80 = R$ 2.720,80
(salário normal acrescido do adicional de insalubridade) ÷ 220]
Valor da hora extra = R$ 18,56 (R$ 12,37 x 1.50 ou R$ 12,37 x 50%=6,19+12,37)

PERICULOSIDADE:
O valor do adicional de periculosidade será o salário do empregado acrescido de
30%, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos
lucros da empresa.

d) Considerando um empregado submetido a trabalho extraordinário com salário


mensal de R$ 2.400,00 mais adicional de periculosidade (30% do salário básico).
Cálculo do valor da hora extra:

Salário/hora normal = R$ 10,91 (R$ 2.400,00 ÷ 220 (jornada mensal))


Valor do adicional de periculosidade = R$ 720,00 (R$ 2.400,00 x 0,30 ou R$
2.400,00 x 30%)
Base de cálculo da hora extra = R$ 14,18 [R$ 2.400,00 + R$ 720,00 = R$ 3.120,00
(salário normal acrescido do adicional de periculosidade) ÷ 220]
Valor da hora extra = R$ 21,27 (R$ 14,18 x 1.50 ou R$ 14,18 x 50%).

D.S.R Hora Extra


Sobre o valor da hora extra é devido o reflexo sobre o Descanso Semanal Remunerado
ou Repouso Semanal Remunerado, para calculá-lo iremos utilizar a seguinte fórmula:
Valor das horas extras (HE) / Dias Úteis x DSR.
Considerando os valores acima, e um mês com 25 dias úteis e 5 DSR, teremos:

HE = 263.50

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DSR HE = (263,50 / 25) x 5
DSR HE = 52,70

Adicional noturno
O adicional noturno é devido aos funcionários que trabalhem no horário
compreendido entre as 22:00 e as 05:00 da manhã do outro dia. A hora de serviço
noturno é reduzida há 52 minutos e 30 segundos. O percentual de Adicional Noturno é
de no Mínimo de 20%. O cálculo da Adicional Noturno é semelhante ao da Hora Extra,
a saber:
Cálculo do Adicional Noturno (A.N): [Qtde de Horas x (% A.N)] x SH

Exemplos:
a) SH = 15,50 Qtde de Horas = 120hs Percentual de Adic. Noturno = 20%

A.N = [120 x (20/100)] x 15.50


A.N = [120 x 0,20] x 15.50
A.N = [24 x 15.50]
A.N = 372,00

b) Empregado urbano contratado para trabalhar no horário das 22hs às 5 hs com


salário de R$1.302,00
Salário contratual = R$ 1.302,00
Adicional noturno = R$ 260,40 (20% de R$ 1.302,00)
Remuneração mensal = R$ 1.562,40 (R$1.302,00 + R$ 260,40)

Neste exemplo, apurou-se o adicional noturno aplicando o percentual de 20% sobre a


totalidade do salário, uma vez que toda a jornada de trabalho está contida no horário
noturno, não havendo, portanto, necessidade de fazer-se o cálculo do adicional sobre
o valor do salário hora.
Caso o mesmo trabalhador tivesse uma jornada que abrangesse 5,20 horas diurnas (60
minutos) e 2 horas noturnas (52,30 minutos) diariamente, o cálculo seria efetuado da
seguinte forma:
* jornada mensal = 60 horas noturna (2h x 30) + 160 horas diurna (5,20h x 30),
perfazendo a jornada mensal de 220 horas.

Salário da Hora normal (diurna) = R$ 5,92 (R$1.302,00 ÷ 220)


Valor do adicional noturno/horário = R$ 1,18 (20% de R$ 5,92)

15
Valor do adicional devido no mês = R$ 70,80 (R$ 1,18 x 60)
Remuneração mensal = R$ 1.372,80 (R$1.302,00 + R$ 70,80)

D.S.R. Adicional Noturno


Quando o adicional noturno não for calculado sobre o total de horas do mês (220), ou
salário, como nos exemplos acima, será devido também o DSR Ad. Noturno, a saber:
Valor do Ad. Noturno / Dias Úteis x DSR.

Considerando o valor de R$ 372,00, e que o mês teve 25 dias úteis e 5 DSR, teremos:

A.N = 372,00
DSR A.N = (372,00 /25) x 5
DSR A.N = 74,40

ATIVIDADE:
Considerando:
Um Empregado tem salários de R$.3.000,00 por mês, durante o mes de julho/22 ele
fez 30 horas extras sendo 10 hs extras nos domingos e feriados e o restante em dias
uteis.
Sendo as horas extras pagas da seguinte forma: Dias uteis 50% Domingos/Feriados
100%.
Este mesmo funcionário trabalha em atividade insalubre de graú médio.
Calcular o valor da Remuneração deste empregado:

Cálculos:
Insalubridade:
1.302,00 x 20% = R$.260,40

Base de cálculo para Horas extras:


Salário + Insalubridade / 220hs = 3.000,00 + 260,40 = R$.3.260,40/220hs= R$.14,82 Vr. hora
normal.

Hora extras: Dias uteis 50%

14,82 x 1.50 = 22,23 x 20hs = R$.444,60

Horas extras: Domingos/Feriados = 100%

14.82 x 2.0 = 29,64 x 10hs = R$.296,40

Total de horas extras = (444,60 + 296,40) = R$.741,00

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DSR SOBRE HORAS EXTRAS:

H.EXTRA / DIAS ÚTEIS X DOMINGOS/FERIADO

EM JANEIRO DE 2022 TIVEMOS 25 DIAS UTEIS – 5 DOMINGOS E 1 FERIADO

741,00 / 25 = 29,64 X 6 = R$.177,84

REMUNERAÇÃO = R$.4.179,24

SALÁRIO + Insalubridade + H. EXTRAS + DSR SOBRE H. EXTRA

(3.000,00 + 260,40 + 741,00 + 177,84) = R$.4.179,24

ADIANTAMENTO SALARIAL:

O que é o adiantamento de salário?

Na legislação, o adiantamento salarial é mencionado com pouca precisão, o que


levanta questionamentos de todo tipo, como a sua obrigatoriedade.
Podemos apontar, entretanto, que o tema é citado no  artigo 462 da
CLT para autorizar o desconto no salário quando se trata de um adiantamento
solicitado ou espontaneamente concedido.

Ou seja: se não há uma ou mais leis claras e definitivas, como posicionar-se diante de
situações que demandem o adiantamento salarial?

Como funciona?

Um bom ponto de partida é a análise sobre o que o sindicato de sua categoria prevê
para o adiantamento salarial. Em suas próprias convenções já são contempladas
algumas regras.
Assim, por mais que a CLT não seja clara quanto ao assunto, ao menos os sindicatos
fornecem um “norte” para que a empresa contratante consiga se alinhar a um padrão
uniforme.

E como funciona: quando o funcionário solicita o adiantamento salarial e a empresa o


concede, o valor é descontado somente do salário que vai ser pago no mês seguinte.

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Além disso, algumas questões devem ser consideradas, como:

 no geral, o valor antecipado deve ser correspondente a 40% do salário do


colaborador;
 a data escolhida para o adiantamento salarial é variável, mas também segue
um padrão de que ocorra entre nos dias 15 ou 20 do mês.

Assim, tanto o adiantamento salarial pode vir por meio de uma solicitação do


empregado, caso não seja uma prática comum da empresa, ou o próprio contratante
pode oferecer essa flexibilidade como um diferencial considerando que não há
exigência alguma sobre isso.
Inclusive, justamente por não ser uma exigência, o empregado pode solicitar que a
empresa não encaminhe para ele, especificamente, o adiantamento.
Afinal de contas, está no direito o recebimento do salário total até o quinto dia útil de
cada mês, como previsto.

SALÁRIO FAMILIA:

É um benefício previdenciário do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para


empregados de baixa renda que têm filhos de até 14 anos ou filhos com deficiência.

Quem tem direito ao salário-família?

Para ter direito ao benefício, é necessário trabalhar com carteira assinada ou ser
trabalhador avulso (categoria que presta serviço obrigatoriamente por meio de
sindicato ou órgão gestor de mão de obra —por exemplo, trabalhadores portuários).
Além disso, é preciso preencher dois requisitos ao mesmo tempo:
1) Ganhar até R$ 1.754,18 por mês (valor válido para 2023; esse valor costuma ser
atualizado todos os anos pelo governo)
2) Ter filho com menos de 14 anos, ou filho com deficiência de qualquer idade
(precisa passar por perícia do INSS). Para verificar a remuneração mensal do
beneficiário, o INSS considera o valor total do salário de contribuição.
Por isso, quem tem mais de uma fonte de renda precisa somar os valores para verificar
se tem direito ao salário-família.

Enteado também dá direito ao salário-família?


Sim, enteados também podem ser considerados para o salário-família, desde que
sejam dependentes economicamente do trabalhador e cumpram os demais requisitos
(menor de 14 ou com deficiência).

Pai e mãe podem receber, ao mesmo tempo, o salário-família?


Sim, desde que ambos tenham remuneração mensal inferior a R$ 1.754,18 cada.
Porém, em caso de divórcio, separação ou abandono, o salário-família é pago apenas
àquele que tiver a guarda do filho —seja o pai ou a mãe.

Como é o cálculo do salário-família?

18
O valor que o beneficiário vai receber depende do número de filhos (menores de 14
anos ou deficientes). Cada dependente garante uma cota de R$ 59,82 por mês (valor
válido em 2022). Portanto:
1 filho: R$ 59,82
2 filhos: R$ 119,64
3 filhos: R$ 179,46
4 filhos: R$ 239,28
5 filhos: R$ 299,10
e assim por diante, sem limite.
Esse valor também costuma ser ajustado anualmente pelo governo.

Quem paga o salário-família?


Em regra, é a própria empresa ou empregador que paga o benefício, com
compensação por parte da Previdência Social na hora de recolher a contribuição do
empregado. No caso dos trabalhadores avulsos, quem paga é o sindicato ou órgão
gestor de mão de obra.

A exceção são os aposentados e trabalhadores que recebem outros benefícios do INSS,


como auxílio-doença. Para eles, o salário-família é pago como acréscimo na própria
aposentadoria ou benefício do INSS.

Como pedir o salário-família?


O empregado: deve pedir o salário-família diretamente ao patrão. Isso vale também
para o empregado doméstico.
O trabalhador avulso: deve pedir o benefício ao sindicato ou órgão gestor de mão de
obra ao qual está vinculado.
Aposentados e trabalhadores que recebem benefícios previdenciários: devem pedir
no próprio INSS.

DESCONTOS PARA FOLHA DE PAGAMENTO


Cálculo INSS
INSS Instituto Nacional de Seguro Social, é um órgão da Previdência Social,
responsável por receber as contribuições para a manutenção do Regime Geral da
Previdência Social e pelo pagamento da aposentadoria, pensão por morte, auxílio-
doença, auxílio-acidente, salário-maternidade e outros benefícios previstos em lei.

19
COMO ERA CALCULADO O INSS ATÉ 31/12/2020

Tabela INSS de 01/03/2020 até 31/12/2020

Salário de Contribuição (R$) Alíquota (%)

Até 1.045,00 7,5

De 1.045,01 até 2.089,60 9

De 2.089,61 até 3.134,40 12

De R$ 3.134,41 até R$ 6.101,06 14

Portaria SEPRT 3.659/2020 fontes: Planalto.gov

Desconto INSS

Para trabalhadores com carteira assinada, o Desconto INSS é feito em folha de


pagamento, os valores de contribuição variam conforme faixa salarial, a alíquota
progressiva pode variar em 7,5%, 9%, 12% e 14%.

Para salário de R$.4.200,00 o INSS a ser descontado era de R$.588,00 ou seja:

R$.4.200,00 x 14% = R$.588,00

Salário líquido = 4.200,00 – 588,00 = R$.3.612,00

Cálculo INSS a partir de 1 março de 2021

Entrou em vigor a partir de 01/01/2021 as novas alíquotas de contribuição do


segurado. No Cálculo desconto INSS as alíquotas estão sendo cobradas de forma
progressiva, incidem sobre cada faixa de remuneração do segurado.

 Tabela contribuição INSS 2021


 Salário de até 1.100,00 7,5 %
 De 1.100,01 até 2.203,48 9,0 %
 De 2.203,49 até 3.305,22 12,0 %
 De 3.305,23 até 6.433,57 14,0 %

fonte: previdencia.gov.br - portaria SEPRT/ME nº 477, de 12 de janeiro de 2021.

20
Com a publicação da nova Tabela INSS, vamos ver em seguida como fazer o Cálculo
INSS de forma progressiva...

Utilizando como exemplo um salário de R$ 4.200,00 veja como calcular o desconto


INSS a partir de 2021;
calcule:
Primeira faixa: (1.100,00 X 7,5%) = 82,50;
Segunda faixa:(2.203,48 -1.100,00) =1.103,48X9% = 99,31;
Terceira faixa:(3.305,22 -2.203,48) =1.101,74X12% =132,21;
Quarta faixa: (4.200,00 - 3.305,22) = 894,78 X 14% =125,27;
Contribuição INSS Total: (82,50 + 99,31 + 132,21 +125,27) = R$ 439,29

Após calcular a contribuição por faixa, tivemos que somar todas as faixas
para obter o cálculo exato do INSS.

Alíquota INSS 2021

Salário de contribuição Alíquotas Parcelas a deduzir

Até R$ 1.100,00 7,50 -

De R$ 1.100,01 até R$ 2.203,48 9,00 16,50

De R$ 2.203,49 até R$ 3.305,22 12,00 82,60

De R$ 3.305,23 até R$ 6.433,57 14,00 148,71

Utilizando como exemplo um salário de R$ 4.200,00 veja como calcular o


desconto INSS a partir de 2021 usando a Tabela Progressiva;

R$.4.200,00 x 14% = R$.588,00 – R$.148,71(parcela a deduzir) = R$.439,29 INSS a ser


recolhido.

Utilizando como exemplo um salário de R$ 4.200,00 veja como calcular o


desconto INSS a partir de 2022;
Alíquota
Até um salário-mínimo (R$ 1.212,00) 7,5%
De R$ 1.212,01 a R$ 2.427,35 9%
De R$ 2.427,36 a R$ 3.641,03 12%
De R$ 3.641,04 a R$ 7.087,22 14%

21
calcule:
Primeira faixa: (1.212,00 X 7,5%) = 90,90;
Segunda faixa:(2.427,35 -1.212,01) =1.215,34 X 9% =109,38;
Terceira faixa:(3.641,03 -2.427,36) =1.213,67 X 12% =145,64;
Quarta faixa: (4.200,00 - 3.641,04 = 558,96 X 14% = 78,25;
Contribuição INSS Total: (82,50 + 99,31 + 132,21 + 125,27) = R$ 424,17

Após calcular a contribuição por faixa, tivemos que somar todas as faixas para obter
o cálculo exato do INSS.

Alíquota do INSS 2022

salário de até Alíquota Parcela a deduzir do INSS

R$ - R$ 1.212,00 7,50% R$ -

R$ 1.212,01 R$ 2.427,35 9,00% R$ 18,18

R$ 2.427,36 R$ 3.641,03 12,00% R$ 91,00

R$ 3.641,04 R$ 7.087,22 14,00% R$ 163,82

A fórmula para calcular o desconto do INSS, portanto, é a seguinte:

Salário Bruto x Alíquota % - Parcela a Deduzir = Valor da Contribuição ao INSS.

Veja como fica agora o cálculo para o mesmo salário de R$ 4.200,00, que
se encontra na 4ª faixa:

R$ 4.200,00 x 14% - R$163.82 = contribuição do INSS

4.200 x 0,14(14%) = R$.588,00

R$.588,00 - R$.163,82 = R$.424,18

Contribuição do INSS = R$ 424,18

22
Alíquota do INSS 2023

salário de até Alíquota Parcela a deduzir do INSS

R$ - R$ 1.302,00 7,50% R$ -

R$ 1.302,01 R$ 2.571,29 9,00% R$ 19,53

R$ 2.571,30 R$ 3.856,94 12,00% R$ 96,67

R$ 3.856,94 R$ 7.507,49 14,00% R$ 173,81

IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE:

Qualquer pagamento realizado entre pessoas físicas e jurídicas pode acarretar a


retenção na fonte. Há obrigação de retenção para pagamento de trabalho assalariado
ou não, de serviços entre pessoas jurídicas, de rendimentos originados por aluguéis ou
royalties e de investimentos. 
Dessa forma, salários, serviços, aluguéis e aplicações financeiras podem ser tributados
diretamente na fonte. É claro que a retenção depende, também, do valor recebido
pelo contribuinte.
Como é feito o cálculo do Imposto de Renda Retido na Fonte?
No caso dos salários, por exemplo, o Imposto de Renda não incide sobre o rendimento
bruto, pois os valores pagos ao INSS são descontados antes de fazer o cálculo do IRRF.
Para calcular a retenção, consulte a faixa salarial, conforme a tabela abaixo:

Base de cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir (R$)


Até 1.903,98 Isento Isento
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5% R$ 142,80
De 2.826,66 até 3.751,05 15% R$ 354,80
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5% R$ 636,13
Acima de 4.664,68 27,5% R$ 869,36

23
Se você deu uma olhada na tabela, notou que apenas quem tem rendimento inferior a
R$ 1.903,98 não é sujeito à retenção na fonte. Para quem tem renda superior, a fonte
pagadora deve aplicar a alíquota e subtrair o valor da parcela dedutível. 
Vamos a um exemplo para ficar mais fácil de entender?
Imagine que você receba o salário de R$ 3.000,00 por mês, e o seu desconto de INSS
seja de 12%.
Primeiro, você verifica a faixa salarial e a alíquota correspondente, ou seja, para R$
3.000,00 a alíquota é de 15%. Assim, para calcular o Imposto de Renda Retido na
Fonte, você inicia descontando o valor pago para o INSS, que, no exemplo, seria o
salário bruto, R$ 3.000,00 menos 12%, ou seja, menos R$ 263,33.  E, depois, é só
reduzir do valor a parcela dedutível. Nesse caso, teríamos o seguinte:

IRRF = (salário bruto – desconto INSS) x alíquota IRRF – parcela dedutível


IRRF = (3000-263,33) x 7,5% = 205,25 – 142,80 = 62,45
Salário líquido = R$.2.674,22
Dedução por dependente:
Valor = R$.189,59
Caso o Funcionário acima tivesse informado para a Empresa 2 dependentes
menores de 21 anos. Qual seria o valor do I.R.R.Fonte?

Calculando:
IRRF= (salário bruto – desconto INSS – desconto por dependentes) x
alíquota IRRF – parcela dedutível.

IRRF= (3000 -263,33 – 379,18 = 2.357,49 x 7,5% = 176,81 – 142,80 =


(34,01)

VALE TRANSPORTE:

Entenda como funciona a legislação para o pagamento do vale-transporte:


Uma política forte de benefícios pode favorecer a sua empresa em muitos aspectos:
aumentar a satisfação da equipe, evitar o turnover e até mesmo servir como arma de
atração de talentos – a lista de vantagens é extensa. 

24
Nesse sentido, um dos benefícios mais importantes para os funcionários é o vale-
transporte. Afinal, é com ele que são cobertas as despesas de deslocamento até o local
de trabalho. 
Na hora de determinar o valor do benefício, a empresa precisa ter muita atenção à
legislação vigente, a fim de evitar problemas jurídicos no futuro. 

Qual é a lei que regulamenta o vale-transporte? 


De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a Lei n. 7.418/85
regulamenta o benefício. Segundo ela, o empregador deve garantir o pagamento da
quantia referente ao vale-transporte com antecedência.
Ela também determina que a concessão dos valores é obrigatória para todos os
trabalhadores rurais ou urbanos, permanentes ou temporários, desde que eles façam
parte do quadro de funcionários da empresa.
Vale lembrar que não há limite máximo ou mínimo estipulado. O valor do benefício é
determinado pelas seguintes informações: 
 Localidade da residência;
 Meio de transporte e linha utilizada para deslocamento; 
 Número de vezes que o deslocamento será realizado.
 

O vale-transporte pode ser pago em dinheiro?


O quinto artigo do Decreto n. 95.247/1987 determina que o pagamento do vale-
transporte não pode ser efetuado por meios alternativos. Mas, é claro, existem
exceções, como: 
 Convenções coletivas;
 Acordos sindicais; 
 Não disponibilidade dos créditos referentes ao benefício na data acordada.
 
Distância para obrigatoriedade de pagamento de Vale Transporte:
Será que existe uma distância mínima entre a residência do empregado e o local de
trabalho para a obrigatoriedade de fornecimento do vale-transporte pelo

25
empregador? A resposta é NÃO! De acordo com a legislação trabalhista brasileira, não
há nenhuma determinação legal sobre uma distância mínima para receber vale
transporte.
Há, porém, uma jurisprudência que prevê que o funcionário deve fazer uso do vt para
solicitar o benefício.

Em um exemplo, se o trabalhador for vizinho da empresa e dê ao benefício outra


destinação, solicitar o vt pode ser visto como uma tentativa de levar vantagem da
empresa e, portanto, configura motivo para demissão por justa causa, desde que
devidamente comprovada a utilização inadequada.

Como calcular o vale transporte e o montante a ser descontado do


empregado:
Deverá ser pago o montante correspondente a quantidade de utilização do transporte
para ida e volta do empregado multiplicado pelo valor cobrado pelo prestador de
serviços de transporte:
Ex: Um funcionário que usa duas conduções para ir e duas conduções para retornar do
trabalho, sendo o valor de R$.5,00 cada passagem.
O empregador deverá considerar quantos dias de trabalho terá no mês e multiplicar
pelo valor da passagem:
Mês = 22 uteis de trabalho
4 passagens x 22 dias x R$5,00 = R$.440,00

Calculando o desconto a ser aplicado ao empregado:


Salário empregado = R$.2.000,00

6% Vale Transporte = R$.2.000,00 x 6% = R$.120,00 = Valor a ser


descontado do empregado.

Exercício de cálculos de Salário Líquido: julho/2022


1) Funcionário tem salário mensal de R$.2.000,00 sem dependentes.
2) Funcionário tem salário mensal de R$.3.500,00 com 1 dependente esposa.
3) Funcionário tem salário de R$.9.500,00 com 2 dependentes esposa e filho.
4) Funcionário tem salário de R$.3.100,00 e tem dois filhos menores de 14 ANOS, e
recebe R$.220,00 de vale transporte.
5) Funcionário tem salário de R$.9.700,00 com dois dependentes menores de 14 anos
e a esposa.

26
Calcular o salário líquido de cada funcionário, fazendo as devidas adições do Salário
Família e as retenções de Imposto de Renda na Fonte e os respectivos descontos do
INSS conforme tabelas e Vale Transporte conforme cada caso.

PROCEDIMENTOS PARA CALCULOS RECISÓRIOS

A rescisão de contrato individual de trabalho é o documento hábil a pôr fim ao vínculo


jurídico da relação de emprego, ou seja, a extinção das obrigações originadas do
contrato de trabalho que foi realizado por vontade das partes contratantes, o
empregado e o empregador.
As regras para rescisão de contrato de trabalho variam de acordo com o tipo de
rescisão realizada (sem justa causa, com justa causa, pedido de demissão, rescisão
indireta etc.).

Quando é preciso cumprir o aviso prévio?

O aviso prévio é regulamentado pelo art. 487 da CLT. De acordo com a legislação, caso o
contrato não tenha prazo de validade, é necessário avisar a data de encerramento com, no
mínimo, 30 dias de antecedência.

Já a Lei nº 12.506 estipula o aviso prévio proporcional – uma espécie de garantia ao


profissional que é dispensado sem justa causa. Colaboradores com até 1 ano de serviço
têm 30 dias garantidos. Quando o contrato ultrapassou esse tempo, devem ser acrescidos
3 dias a cada ano de serviço completo, totalizando, no máximo, 90 dias.

Como funciona o aviso prévio indenizado?

Nem sempre quem pede demissão ou é demitido cumpre o aviso prévio. Quando o


colaborador é dispensado pela empresa, caso não cumpra os 30 dias trabalhando, ele
deve receber o salário referente ao período mesmo assim.

O inverso também acontece. Quem pede pra sair sem cumprir o período do aviso deve
pagar essa quantia ao empregador — geralmente descontada da rescisão. Vale
lembrar-se de que não há pagamentos das horas extras em nenhum desses casos.

Quais são os principais tipos de rescisão?

Basicamente, os tipos variam conforme a origem do rompimento e a pessoa que


manifestou o interesse. Veja os principais:

1. Demissão sem justa causa

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A primeira modalidade é o rompimento do contrato por vontade do empregador, sem
a necessidade de apresentar quaisquer justificativas. Afinal, decorre do direito das
organizações gerirem os negócios em que atuam.

No entanto, o exercício desse poder conduz a um custo mais elevado, uma vez que
se paga a integralidade das verbas rescisórias. Os direitos do trabalhador serão os
seguintes:

 saldo de salário;
 aviso prévio;
 13ª terceiro salário proporcional;
 férias vencidas, acrescidas do adicional de 1/3;
 férias proporcionais, acrescidas do adicional de 1/3;
 multa de 40% do FGTS.

A rescisão imotivada exige a liberação da chave de acesso do FGTS e das guias para


recebimento do seguro-desemprego. Esse segundo procedimento exige o
preenchimento do tempo de serviços previsto no art. 3º da Lei nº7998/1990.

2. Demissão com justa causa

A modalidade motivada ocorre quando o empregado descumpre deveres previstos em


lei ou em contrato, consistindo na punição máxima da empresa em relação aos
colaboradores. Os direitos, nesse caso, são os seguintes:

 saldo de salários;
 férias vencidas, acrescidas de 1/3.

A justa causa pode ser caracterizada por agressões físicas e verbais, embriaguez no
serviço, repetição constante de faltas leves, furto ou desvio de mercadorias,
falsificação de atestados médicos e diversos outros motivos. A lista completa está
prevista no art. 482 da CLT.

3. Pedido de demissão

Nesta terceira hipótese, o empregado solicita o rompimento do contrato com a


empresa. Na prática, isso libera o empregador das verbas nascidas com a rescisão,
quitando-se apenas o que está em aberto. As obrigações são quatro:

 saldo de salário;
 13ª terceiro salário proporcional;
 férias vencidas, acrescidas do adicional de 1/3;
 férias proporcionais, acrescidas do adicional de 1/3.

A situação, assim como no caso da demissão por justa causa, não dá direito ao
recebimento do seguro-desemprego nem ao saque do FGTS.

28
4. Rescisão indireta

O pedido de demissão com justa causa ocorre quando, ao descumprir deveres legais


ou contratuais, o empregador torna a continuidade do emprego insustentável.

A lista completa de violações está no art. 483 da CLT. Deixar de pagar salários, não
oferecer condições de segurança, não pagar as bonificações previstas em contrato,
deixar de recolher o FGTS e dar tratamento discriminatório são alguns exemplos.

5. Rescisão por culpa recíproca

Se as duas partes descumprirem deveres contratuais ou legais, ocorre a justa causa
recíproca. Nessa situação, a maioria dos valores é reduzida pela metade. Dê uma
olhada:

 saldo de salário;
 metade do aviso prévio;
 metade do 13º salário proporcional;
 férias vencidas, acrescidas de 1/3, se houver;
 metade das férias proporcionais, acrescidas de 1/3;
 indenização de 20% dos depósitos do FGTS.

As guias do seguro-desemprego não devem ser fornecidas nesse caso. No entanto, a


chave de acesso ao FGTS continua sendo uma das obrigações da empresa.

6. Demissão por comum acordo

É uma hipótese regulamentada pela Reforma Trabalhista, em que ambos


podem romper o vínculo sem justa causa. Isso permite a liberação de parte das verbas
para o trabalhador:

 saldo de salário;
 metade do aviso prévio;
 13º salário proporcional;
 férias vencidas, acrescidas de 1/3;
 férias proporcionais, acrescidas de 1/3;
 multa de 20% do FGTS.

As chaves do FGTS precisam ser liberadas para que o colaborador movimente 80% da
conta, mas não há seguro-desemprego nesse caso.

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Como calcular a rescisão de contrato de trabalho?

Mesmo que você opte por uma calculadora trabalhista, é importante conhecer o


porquê dos valores. Logo a seguir, listamos a constituição de cada uma das verbas,
bastando verificar qual delas se aplica à rescisão utilizada. Veja item a item:

Saldo de salário

 dias trabalhados no último mês;


 saldo de salário = (salário ÷ 30) x dias de trabalho.

Aviso prévio trabalhado

 antecedência da comunicação de demissão;


 aviso prévio trabalhado = 30 dias + (3 dias x anos completos na empresa).

Aviso prévio indenizado

 opção de pagar os dias em dinheiro, em vez de deixar a pessoa em serviço;


 aviso prévio indenizado = (aviso prévio trabalhado) x (salário ÷ 30)

13º terceiro salário proporcional

 parte do 13º conquistada pelos meses trabalhados no ano;


 13º salário proporcional = (salário ÷ 12) x (meses trabalhados no ano);
 observação: o mês em que se trabalhou 15 dias ou mais é contado como
integral.

Férias vencidas, acrescidas do adicional de 1/3

 créditos de férias se ainda não cumpridos pela empresa;


 férias vencidas = (salário) + (salário x 1/3).

Férias proporcionais, acrescidas do adicional de 1/3

 períodos de aquisição de férias que estavam em cumprimento;


 férias proporcionais = [(salário ÷ 12) x (meses de período aquisitivo)] + 1/3.
 observação: nas férias também vale a regra de que fração superior a 14 dias é
mês integral.

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Multa de 40% do FGTS

 indenização cobrada sobre os depósitos do FGTS da empresa;


 multa de 40% = (saldo da conta ativa do FGTS) + 40%.

Vale ressaltar que, caso a empresa tenha alguma dívida, como créditos em
banco de horas e 13ª salário vencido, os valores devem ser acertados na
rescisão de contrato.

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