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Departamento Pessoal
1. DEFINIÇÃO
1.1. Empregador
O artigo 2º da CLT conceitua empregador como a pessoa física ou jurídica que assume os
riscos da sua atividade econômica, responsável por admitir, pagar um salário e dirigir a
prestação de serviço dos seus empregados.111
1.2. Empregado
Empregado é a pessoa física contratada por um empregador, que cumpre as ordens deste,
com jornada de trabalho definida e mediante recebimento de salário, necessariamente, o
serviço deverá ser subordinado, ou seja, o empregado não tem autonomia para escolher a
maneira como realizará o trabalho, estando sujeito às determinações do empregador, nos
termos do artigo 3º da CLT.
Sendo assim, o trabalhador será considerado como empregado quando cumprir os seguintes
requisitos:
Desta forma, para que um trabalhador urbano ou rural seja considerado como empregado
deverá ao mesmo tempo preencher todos os requisitos abaixo, vejamos:
a) Pessoalidade: a prestação de serviço será de forma pessoal, ou seja, diretamente pelo
empregado;
b) Subordinação: a prestação do serviço será dirigida pelo empregador;
c) Onerosidade: pagamento de um salário pela prestação de serviço do empregado;
d) Não eventualidade: a prestação de serviço do empregado é necessária para o
desenvolvimento da atividade econômica do empregador;
e) Empregado não corre o risco do empreendimento: o risco econômico da atividade é do
empregador e não poderá ser transferido ao empregado.
Já o artigo 1º da Lei Complementar 150/2015, traz o conceito de empregado doméstico, é
aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade
não lucrativa à pessoa ou à família por mais de 2 dias por semana.
EMPREGADO AUTÔNOMO
Exerce seu trabalho sob subordinação Presta serviço de forma independente
Recebe honorários pela prestação de
Recebe salário
serviço
Registro em CTPS Regido por contrato de prestação serviço
Contrato de trabalho Contrato comercial
Direitos trabalhistas (13° salário, férias, etc) Direito de receber pelos serviços prestados
2. PROCESSO ADMISSIONAL
Grupo 2 - Demais Entidades Empresariais exceto optantes pelo Simples Nacional, que constam
nessa situação no CNPJ em 01.07.2018, estão obrigadas ao envio dos eventos não periódicos
desde 10/10/2018;
Grupo 3 - Simples Nacional, Entidades sem Fins Lucrativos e Pessoas Físicas, estão
obrigadas ao envio dos eventos não periódicos desde 10/04/2019;
Após o registro na CTPS digital por meio do envio do eSocial, o empregado terá acesso as
suas informações dentro do prazo de até 48 horas, contadas a partir da sua anotação. (artigo
29, § 8°, da CLT)
Para ter acesso a sua CTPS digital, o empregado primeiramente precisa habilitá-la, para tanto
se faz necessária a criação de uma conta de acesso por meio da página eletrônica:
acesso.gov.br, na opção de serviço específico da Carteira de Trabalho Digital.
A habilitação da Carteira de Trabalho Digital será realizada no primeiro acesso da conta que
será criada, podendo ser realizada por meio de:
a) aplicativo específico, denominado Carteira de Trabalho Digital, disponibilizado gratuitamente
para dispositivos móveis; ou
b) serviço específico da Carteira de Trabalho Digital no site oficial.
data de nascimento;
data de admissão;
matrícula do empregado;
categoria do trabalhador;
tipo de contrato de trabalho em relação ao seu prazo, com a indicação do término quando se
tratar de contrato por prazo determinado;
indicação do empregador para o qual a contratação de aprendiz por entidade sem fins
lucrativos está sendo computada no cumprimento da respectiva cota;
data de opção do empregado pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, nos
casos de admissão anterior a 1° de outubro de 2015 para empregados domésticos ou
anterior a 5 de outubro de 1988 para os demais empregados;
informação relativa a registro sob ação fiscal ou por força de decisão judicial, quando for o
caso;
gozo de férias;
afastamento por acidente ou doença relacionada ao trabalho, com duração não superior a
15 (quinze) dias;
afastamentos temporários;
reintegração ao emprego;
por acidente ou doença relacionados ou não ao trabalho, com qualquer duração, que
ocorrerem dentro do prazo de 60 (sessenta) dias pela mesma doença e tiverem em sua
totalidade duração superior a 15 (quinze) dias;
3.3. e-Social
No eSocial o registro do empregado será feito pelo empregador pessoa jurídica mediante
identificação com o número de inscrição no CNPJ raiz e pelo empregador pessoa física
mediante identificação com o número de inscrição no CPF, conforme previsto no manual do
eSocial e confirmado pelo artigo 2°, §1° da Portaria SPREV/ME n° 1.195/2019.
Importante ressaltar que a comprovação do cumprimento das obrigações relativas ao registro
dos empregados e as respectivas movimentações se dá pelo número do recibo eletrônico
emitido pelo eSocial quando da recepção e validação do evento correspondente, ou seja, se o
empregador não manter arquivado os números de recibos de entregas dos arquivos, não terá
como comprovar o cumprimento das obrigações e no caso de falha do sistema poderá sofrer
autuações (artigo 2º, 2º da Portaria SPREV/ME n° 1.195/2019).
Ainda, em conformidade com o artigo 2°, §3° da Portaria SPREV/ME n° 1.195/2019, o registro
do empregado deverá sempre ser mantido com as informações corretas e atualizadas,
constituindo infração a omissão ou prestação de declaração falsa ou inexata, nos termos
dos artigo 29, § 3°, e artigo 47 da CLT.
No evento S-1000 onde são fornecidas pelo empregador as informações cadastrais, alíquotas e
demais dados necessários ao preenchimento e validação dos demais eventos do eSocial. A
partir desse evento que o empregador terá condições de enviar qualquer outro evento ao
eSocial.
3.3.1.1. Prazos
Muitos empregadores já realizaram o envio do evento S-1000 quando iniciaram a
obrigatoriedade dos eventos de tabela do eSocial, portanto caberá verificar qual a opção que
marcaram naquela oportunidade.
Caso não tenham marcado a opção pelo registro eletrônico e atualmente pretendam alterar
essa situação, basta reenviar o evento S-1000 preenchendo o término da validade das
informações prestadas anteriormente, quanto à opção, e a nova informação relacionada a
opção pelo registro eletrônico de empregados.
A opção é relevante até 30.10.2020, já que é o prazo que os empregadores terão para
regularizar os cadastros, após essa data todos os empregados terão que estar com os
cadastros integralmente vinculados e regularizados no eSocial.
3.3.1.3. Prazos
Quando se trata de admissão de empregados, em regra o prazo para envio das informações
será o dia imediatamente anterior a admissão do empregado.
Tal situação além de ter previsão no manual do eSocial encontra fundamento no artigo 2º, I da
Portaria SPREV/ME n° 1.195/2019.
Entretanto cabe ressaltar que há exceções, e essas exceções não estão acompanhadas em
ambos os fundamentos, pois o manual prevê alguns prazos diferenciados da Portaria
SPREV/ME n° 1.195/2019.
Por exemplo: Quando há envio do evento de admissão preliminar S-2190, no dia
imediatamente anterior à admissão, o prazo para envio do evento S-2200 é prorrogado para o
dia 07 do mês subsequente à admissão ou antes do fechamento da folha (Manual do eSocial
versão 2.5.1 página 148), sendo que no momento de implantação do eSocial poderá ser
enviada até o dia 15 do mês subsequente ou antes do fechamento da folha de pagamentos,
conforme a Nota Orientativa n° 18/2019. Mas tal situação não contempla o cumprimento dos
prazos previstos no artigo 2° incisos I e II da Portaria SPREV/ME n° 1.195/2019.
A Portaria SPREV/ME n° 1.195/2019 prevê que serão informadas no dia imediatamente
anterior a admissão as seguintes informações:
b) data de nascimento;
c) data de admissão;
d) matrícula do empregado;
e) categoria do trabalhador;
i) tipo de contrato de trabalho em relação ao seu prazo, com a indicação do término quando se
tratar de contrato por prazo determinado.
O problema é que para cumprir o envio de todas essas informações exigidas o evento deve ser
informado completo, pois o eSocial não receberá informações obrigatórias sem preenchimento
no S-2200 e o evento de registro preliminar não contempla todas as informações necessárias
para tal cumprimento exigido.
Dessa forma, entende-se que haverá alterações no eSocal para adequações à situação.
Nos casos de transferências de empregados, o prazo previsto no artigo 2º da Portaria
SPREV/ME n° 1.195/2019 é que seja realizada a informação do vínculo até o dia 15 do mês
subsequente.
Cabe esclarecer também que alterações contratuais bem como alterações cadastrais,
respectivamente realizadas nos eventos S-2206 e S-2205, deverão ser informadas até o dia 15
do mês subsequente, conforme o artigo 2º, inciso II da Portaria SPREV/ME n° 1.195/2019.
Quando se tratar de vínculo já existente, caberá observar o calendário de implantação do
eSocial, ressaltando que conforme notícia veiculada no site do eSocial o prazo para informar os
vínculos existentes dos empregados do 3° grupo ocorreu até 31.08.2019:
(http://portal.esocial.gov.br/noticias/modernizacao-do-esocial-novos-passos)
Acidente/Doença do trabalho;
Cárcere;
Cargo Eletivo - Candidato a cargo eletivo - Lei Complementar 64/1990. art. 1°, inciso II,
alínea “l” - Servidor público, estatutário ou não, dos órgãos ou entidades da Administração
Direta ou Indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos
Territórios, inclusive das fundações mantidas pelo Poder Público;
Cessão / Requisição;
Licença Maternidade - 121 dias a 180 dias, Lei 11.770/2008 (Empresa Cidadã), inclusive
para o cônjuge sobrevivente;
Mulher vítima de violência - Lei 11.340/2006 - art. 9º §2o, II - Lei Maria da Penha;
Qualificação - Afastamento por suspensão do contrato de acordo com o art 476-A da CLT;
3.3.2.1. Prazos
Os prazos para informações relativas a afastamentos seguem os mesmos padrões do eSocial,
destacando que a Portaria SPREV/ME n° 1.195/2019 já está considerando o disposto na Nota
Orientativa 18/2019 que coloca os prazos até o dia 15 do mês seguinte à ocorrência, quando o
caso.
- Até o dia 15 do mês seguinte ao da ocorrência:
a) gozo de férias;
b) afastamento por acidente ou doença relacionada ao trabalho, com duração não superior a
15 dias;
c) afastamentos temporários;
b) por acidente ou doença relacionados ou não ao trabalho, com qualquer duração, que
ocorrerem dentro do prazo de 60 (sessenta) dias pela mesma doença e tiverem em sua
totalidade duração superior a 15 (quinze) dias.
- De imediato:
- Até o primeiro dia útil seguinte ao da sua ocorrência, o acidente de trabalho que não
resulte morte, ou a doença profissional.
Poderá verificar outros prazos de envio de eventos do eSocial na área especial do eSocial pelo
link abaixo:
(http://www.econeteditora.com.br//links_pagina_inicial/e-social/e_social_2018.php?form[a]=2)
3.3.3.1. Prazos
Conforme artigo 2° da Portaria SPREV/ME n° 1.195/2019 o evento de Reintegração deve ser
enviado até o 15° dia do mês seguinte ao da ocorrência, ou seja, da reintegração efetivamente.
3.3.4.1. Prazos
Mais uma vez os prazos para cumprimento da obrigatoriedade do Registro Eletrônico de
Empregados não estão vinculados aos prazos previstos no manual do eSocial.
VII - até o 10° dia seguinte ao da sua ocorrência, os dados de desligamento cujo motivo gera
direito a saque do FGTS.
Dessa forma, temos prazos diferenciados para as situações de desligamento que visem o
saque de FGTS ou não.
5. EXAME ADMISSIONAL
Há obrigatoriedade da realização do Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) de admissão está
prevista na Norma Regulamentadora 07, que trata do PCMSO (Programa de Controle Médico
de Saúde Ocupacional).
Em regra, todo empregador que contrate trabalhador como empregado está obrigado a
elaboração e implementação do PCMSO.
Contudo, com a recente alteração da Norma Regulamentadora 01, o MEI, a ME e a EPP, graus
de risco 1 e 2, que declararem as informações digitais na forma do subitem 1.5.1 e não
possuírem riscos químicos, físicos, biológicos e ergonômicos, ficarão dispensados de
elaboração do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO.
Ressaltamos que essa dispensa não desobriga a empresa da realização dos exames médicos
e emissão do Atestado de Saúde Ocupacional – ASO.
Portanto, todo empregado ao ser admitido realizará o exame médico admissional.
Ademais, a NR 07 não estabelece um prazo específico para realização do ASO, apenas
determina que seja realizado antes do trabalhador assumir suas atividades.
7. Acúmulo de Funções
Havendo a contratação de um empregado para exercer mais uma função, com dois CBO's
distintos, deverá a empresa remunerar o empregado proporcionalmente ao serviço prestado
em cada atividade.
Observa-se que não existe na legislação trabalhista percentual ou valor pré-estabelecido para
pagamento de acúmulo de função, devendo esse valor ser definido entre as partes mediante
avença escrita, ou ainda, definido através de convenção ou acordo coletivo de trabalho.
É importante que haja a anotação em CTPS, livro ou ficha de registro do acúmulo de função,
assim como deverá haver tal previsão no contrato de trabalho do empregado.
8. Contratos
I - 18 (dezoito) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 22 (vinte e duas) horas, até
25 (vinte e cinco) horas;
II - 16 (dezesseis) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 20 (vinte) horas, até 22
(vinte e duas) horas;
III - 14 (quatorze) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 15 (quinze) horas, até 20
(vinte) horas;
IV - 12 (doze) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 10 (dez) horas, até 15
(quinze) horas;
V - 10 (dez) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 5 (cinco) horas, até 10 (dez)
horas;
VI - 8 (oito) dias, para a duração do trabalho semanal igual ou inferior a 5 (cinco) horas.
Sendo assim, para o empregado doméstico regido por tempo parcial, continuará com o direito a
férias proporcionais conforme apresentado.
Com a publicação da MP n° 905/2019, fica instituído o contrato Verde e Amarelo como nova
modalidade de contrato por prazo determinado, com objetivo de criar postos de trabalho para
pessoas entre 18 e 29 anos, que ainda não tiveram nenhum emprego com carteira de trabalho
assinada, podendo, inclusive, ser estabelecido para qualquer tipo de atividade, transitória ou
permanente, e para substituição transitória de pessoal permanente.
Caso o trabalhador já tenha sido registrado anteriormente com contrato de trabalho por prazo
indeterminado, mesmo que em outra função, determinado, exceto nas modalidades de
experiência e aprendiz, ou mesmo como trabalhador temporário, não poderá ser beneficiário
dessa modalidade de contrato.
Para caracterização como primeiro emprego, não serão considerados os seguintes vínculos
laborais:
I - menor aprendiz;
II - contrato de experiência;
IV - trabalho avulso.
Dessa forma, se o trabalhador tiver registro em uma das categorias de contrato citadas no
parágrafo único do artigo 1° da MP n° 905/2019, poderá ser beneficiário do contrato de trabalho
Verde e Amarelo.
Em relação aos empregadores, não há qualquer restrição quanto à modalidade de empresas
que poderão realizar a contratação dessa modalidade de contrato, observando os percentuais
previstos na MP n° 905/2019.
Assim, a contratação total de trabalhadores nesta modalidade fica limitada a 20% do total de
empregados da empresa, levando-se em consideração a folha de pagamentos do mês corrente
de apuração, conforme § 1° do artigo 2° da MP n° 905/2019.
Para a apuração, será adotado o critério de arredondamento para um inteiro quando houver
fração igual ou superior a cinco décimos, sendo desprezado fração inferior a esse valor, como
previsto no § 3° do artigo 2° da MP n° 905/2019.
Empresas com até dez empregados, inclusive aquelas constituídas após 01.01.2020, ficam
autorizadas a contratar dois empregados na modalidade contrato de trabalho Verde e Amarelo
e, na hipótese de ultrapassar os dez empregados, passará a ter que cumprir a limitação de
20% normalmente.
A modalidade de contrato de trabalho Verde e Amarelo poderá ser realizada somente entre
01.01.2020 até 31.12.2022, nos termos do artigo 16 da MP n° 905/2019, dependendo ainda da
prorrogação ou conversão em lei da MP n° 905/2019.
Fica assegurado o prazo de contratação de até 24 meses, nos termos do disposto no artigo
5° da MP n° 905/2019, ainda que o termo final do contrato seja posterior a 31.12.2022.
O salário base do empregado contratado nesta modalidade fica limitado em até um salário-
mínimo e meio nacional, conforme artigo 3° da MP n° 905/2019.
Nesse caso, não será a referência o piso da categoria ou piso estadual, já que a legislação não
fez essa vinculação, mas sim ao salário mínimo nacional.
Além disso, a indenização sobre o saldo do FGTS, prevista no artigo 18 da Lei n° 8.036/90,
poderá ser paga, mensalmente, ou em outro período de trabalho inferior a um mês, desde que
acordado entre as partes.
Neste caso, a indenização do FGTS será paga sempre por metade, ou seja, no importe de 20%
sobre o valor do FGTS mensal, sendo seu pagamento irrevogável, independentemente do
motivo de demissão do empregado, ainda que por justa causa, nos termos do disposto
no artigo 482 da CLT.
Conforme determina o artigo 6°, inciso III, da MP n° 905/2019, o proporcional das férias poderá
ser pago mensalmente ao empregado, quando acordado entre as partes.
Exemplo:
Salário R$ 1.500,00
Para verificar o valor do avo proporcional de férias, terá que dividir a remuneração por 12.
R$ 1.500 / 12 = R$ 125,00
Assim, junto com a remuneração de R$ 1.500,00, será pago, mensalmente, a título de férias
mais o terço constitucional, o equivalente a R$ 166,67.
Conforme determina artigo 6°, inciso II, da MP n° 905/2019, o proporcional de décimo terceiro
salário poderá ser pago mensalmente ao empregado, quando acordado entre as partes.
Exemplo:
Salário R$ 1.500,00
Para verificar o valor do avo proporcional do décimo terceiro salário, terá que dividir a
remuneração por 12.
R$1.500 / 12 = R$ 125,00
Assim, para a remuneração de R$ 1.500,00, será pago, mensalmente, a título de 13° salário, o
valor de R$ 125,00.
A jornada poderá ser acrescida de horas extras, em número não excedente de duas, desde
que estabelecido por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
A remuneração da hora extra será, no mínimo, 50% superior à remuneração da hora normal.
Será permitida a adoção de regime de compensação de jornada por meio de acordo individual,
tácito ou escrito, para a compensação no mesmo mês.
Poderá ser pactuado o banco de horas por acordo individual escrito, desde que a
compensação ocorra no período máximo de seis meses.
Em caso de rescisão do contrato de trabalho Verde e Amarelo sem que tenha havido a
compensação integral da jornada extraordinária, o empregado terá direito ao pagamento das
horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração a que faça jus na
data da rescisão.
Entretanto, estas isenções somente serão aplicadas quando publicado ato do Ministério da
Economia, devido à necessidade de compatibilidade com as metas de resultados fiscais pela
Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Assim, ficarão as empresas isentas das seguintes parcelas incidentes sobre a folha de
pagamentos dos contratados na modalidade Verde e Amarelo:
h) Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - Incra (0,2 ou 2,7% conforme o CNAE)
- artigo 1° do Decreto-Lei n° 1.146/70;
Dessa forma, no caso de rescisão, não terá tantos encargos já que diluiu mensalmente os
respectivos valores.
Assim, caberá recolher o valor correspondente a 0,4% sobre a remuneração mensal, que
corresponde a 20% dos 2% do FGTS mensal a ser recolhido.
Ainda, será devida a indenização sobre o saldo do FGTS, prevista no § 1° do artigo 18 da Lei
n° 8.036/90, caso não tenha sido acordada a sua antecipação mensal.
Considerando a atividade perigosa, nos termos da NR 16, o empregador poderá, desde que
avaliada a periculosidade, acordar com o empregado por um seguro de vida e, em
contrapartida, reduzirá o adicional de periculosidade paga ao empregado, conforme prevê
o artigo 15 da MP n° 905/2019.
Assim, o empregador poderá contratar, nos termos do disposto em ato do Poder Executivo
federal, e mediante acordo individual escrito com o trabalhador, seguro privado de acidentes
pessoais para empregados que vierem a sofrer o infortúnio, no exercício de suas atividades,
em face da exposição ao perigo previsto em lei.
I - morte acidental;
II - danos corporais;
IV - danos morais.
9. TERCEIRIZAÇÃO
A Reforma Trabalhista alterou a Lei 6.019/1974, trazendo um novo conceito em relação a
empresa que presta serviços a terceiros, permitindo inclusive a terceirização da atividade fim
de suas contratantes, vejamos:
Art. 4°-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante
da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa
jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica
compatível com a sua execução.
Da mesma forma, também foi alterado o conceito de contratante de serviços terceirizados,
vejamos a redação do artigo 5º-A da Lei 6.019/1974:
Art. 5°-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de
prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade
principal.
Ademais, a Reforma Trabalhista acresceu o artigo 4º-C na Lei 6.019/1974, garantindo aos
empregados da empresa prestadora de serviço a terceiros, quando o serviço for prestado nas
dependências da tomadora, as mesmas condições em relação a:
Caso o empregador opte por realizar o controle de jornada através do meio manual, se faz
necessário esclarecer que, o cartão ponto não poderá conter nenhuma forma de rasuras, visto
que, prejudicaria a veracidade das marcações.
Caso ocorram rasuras, o cartão poderá ser desconsiderado para comprovação da jornada
trabalhada pelo empregado, em uma eventual Reclamatória Trabalhista, ou ainda, poderá ser
passível de autuação em uma eventual fiscalização da Secretaria do Trabalho.
14.2. TOLERÂNCIA
Não será considerado como hora extraordinária, o período de tolerância previsto no artigo 58,
§1º da CLT, o qual estabelece que, o período de até 5 (cinco) minutos por batida do ponto,
limitado a 10 (dez) minutos diários, considerando a entrada, saída ou intervalos para
alimentação, não serão considerados.
Explicando melhor essa situação, vamos supor que o empregado bata o ponto da entrada com
4 minutos de atraso, e no momento da saída, bata o ponto 4 minutos mais cedo.
Somando esses minutos no dia inteiro, ficaram faltando 8 minutos, na jornada integral desse
empregado, contudo, como a legislação prevê esse período de tolerância, não será permitido
que o empregador desconte esses 8 minutos, pois não ultrapassaram 10 minutos.
Outro exemplo, seria se, o empregado apenas se atrasasse 6 minutos na entrada para a sua
jornada normal de trabalho, e posteriormente, batesse o ponto no horário correto, na hora da
saída.
Nesse caso, a lei permite que o empregador desconte os 6 minutos como horas faltas, pois já
não respeita a tolerância prevista em lei, visto que, a lei estabelece como tolerância “o período
de até 5 (cinco) minutos por batida do ponto”. Logo, ultrapassando os 5 minutos, o empregado
já estaria sujeito ao desconto.
Da mesma forma, caso o empregador tivesse trabalhado ao menos 6 minutos a mais que sua
jornada normal de trabalho, já estaria sujeito ao pagamento de horas extras.
14.3. RECUSA DO EMPREGADO EM FAZER HORAS EXTRAS
Considerando que as relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação,
desde que, estejam em conformidade com a legislação e princípios trabalhistas, caso não haja
previsão em contrato para a realização de horas extras, o empregado não está obrigado a
realizá-las.
Todavia, o empregado não poderá se recusar a realizá-las quando:
1. Houver previsão em contrato de trabalho, acordo ou convenção coletiva, conforme artigo 59
da CLT.
2. Houver necessidade imperiosa, conforme artigo 61 da CLT.
3. Houver força maior, para recuperar o tempo perdido, conforme artigo 501 da CLT.
4. For necessária a conclusão de serviços inadiáveis, conforme artigo 61 da CLT.
Aqui são exemplificados os valores da hora normal do empregado para cada jornada mensal,
ou seja, para os empregados que trabalham 220 horas mensais, 200 horas mensais, 180 horas
mensais e assim sucessivamente.
O divisor do cálculo de horas extras dependerá da jornada mensal para a qual o empregado foi
contratado, podendo ser 220, 200, 180, 150 e outros.
Sendo assim, para se chegar a esse divisor, é necessário contabilizar a jornada semanal do
empregado e multiplicar por cinco semanas trabalhistas, em se tratando de um empregado
mensalista.
Portanto:
Divisor = Jornada semanal x cinco semanas trabalhistas
Exemplo:
Horas semanais Cálculo Divisor Final
R$ 10,47 10 R$ 104,70
R$ 11,64 10 R$ 116,40
R$ 13,96 10 R$ 139,60
Importante esclarecer que, para o cálculo estar efetivamente correto, a empresa deve realizar o
fechamento de folha só no final do mês, de fato, e não em dias quebrados, tal como dia 25, por
exemplo, visto que, se o empregado faz alguma hora extra depois dessa data, o pagamento do
mês estaria comprometido e equivocado.
Por esta razão, todas as horas extras realizadas em um determinado mês, deverão ser pagar
junto ao salário do empregado, até o quinto dia útil do mês subsequente, conforme artigo 459
da CLT.
Periculosidade e Insalubridade
De acordo com a Súmula nº 132 do TST, o adicional de periculosidade integra a base de
cálculo do salário do empregado para compor base de cálculo das horas extras.
Ademais, considerando que tanto a insalubridade, quanto a periculosidade compõe a
remuneração do empregado, ambos os valores serão considerados para calcular a hora normal
do empregado e assim, calcular a hora extra, conforme OJ SDI 1 nº 47º do TST.
Portando, uma hora relógio equivale à 52 minutos e 30 segundos noturno. Para que o cálculo
seja feito corretamente na calculadora, será necessário considerarmos a hora noturna como
52,5, que multiplicados por oito horas relógio, equivale a 420 minutos.
17.5.2. Cálculo
Conforme artigo 73 §1ª da CLT, a hora do trabalho noturno será computada como de 52
minutos e 30 segundos.
Para transformar hora diurna em hora noturna e vice-versa, vejamos:
- Hora Noturna para Hora Relógio (diurna):
19.2. COMÉRCIO
Para as atividades de comércio em geral, será assegurado que os empregados que
trabalharem aos domingos, deverão ter, ao menos uma folga no domingo a cada três semanas,
conforme artigo 6º, parágrafo único da Lei nº 10.101/2000.
Dessa forma, antes de proceder com o cálculo, recomenda-se verificar em instrumento coletivo
qual a previsão existente acerca do cálculo do feriado trabalhado não compensado.
20. VALE TRANSPORTE
O empregador, pessoa física ou jurídica ou a este equiparado, deverá fornecer ao empregado,
de forma antecipada, o vale-transporte para realização do deslocamento casa-trabalho,
trabalho – casa, por meio de transporte público, intermunicipal e /ou interestadual, observadas
as tarifas fixadas pelo poder público.
Entende-se por transporte público (ônibus, trem, metrô e etc).
Sendo assim, o vale-transporte é benefício que o empregador é obrigado a fornecer, conforme
regulamentação do Decreto nº 95.247/1987.
20.1. BENEFICIÁRIOS
De acordo com o artigo 1º do Decreto nº 95.247/1987, são beneficiários do vale transporte, os
trabalhadores, celetista ou doméstico, os temporários e/ou terceirizados, em regime de home-
office ou subempreiteiro e os atletas profissionais.
20.2. DECLARAÇÃO
Será necessário que o beneficiário declare que precisa do vale transporte, informando por
escrito seu endereço residencial, bem como, os meios de transporte que será necessário para
se deslocar até o trabalho e vice versa, se comprometendo a informar, por escrito, qualquer
alteração que importem na diminuição ou acréscimo dos meios que necessitará, inclusive
quando não mais precisar do seu uso.
20.4. CUSTEIO
O vale transporte será custeado, de acordo com as regras estabelecidas no artigo 9º do
Decreto nº 95.247/1987:
a) pelo beneficiário, na parcela equivalente a 6% (seis por cento) de seu salário básico ou
vencimento, excluídos quaisquer adicionais ou vantagens;
b) pelo empregador, no que exceder a 6% (seis por cento) do salário básico ou vencimento do
trabalhador.
O empregador estará autorizado a descontar, mensalmente, do empregado, o valor da parcela
de 6% do salário básico, ou do montante percebido no período, para os trabalhadores
remunerados por tarefa ou serviço feito ou quando se tratar de remuneração constituída
exclusivamente de comissões, percentagens, gratificações, gorjetas ou equivalentes.
20.13. DESCONTO
O empregador poderá descontar mensalmente, até 6% (seis por cento) do salário básico, ou do
montante percebido no período, conforme o artigo 9º do Decreto nº 95.247/87.
21.1. APLICABILIDADE
De acordo com o artigo 2º da Lei nº 605/1949 e do artigo 2º do Decreto nº 27.048/1949, as
regras ligadas ao DSR serão estendidas aos:
a) aos trabalhadores rurais, salvo aos que trabalhem em regime de parceria agrícola, meação
ou forma semelhante de participação na produção;
b) aos trabalhadores que, sob forma autônoma, trabalham agrupados, por intermédio de
sindicato, caixa portuário ou entidade congênere, tais como estivadores, consertadores,
conferentes e assemelhados; e
c) aos trabalhadores das entidades autárquicas, dos serviços industriais da União, dos
Estados, dos Municípios e dos Territórios, e das empresas por estas administradas ou
incorporadas, desde que não estejam sujeitos ao regime dos funcionários ou extranumerários
ou não tenham regime de proteção ao trabalho, que lhes assegure situação análoga à
daqueles servidores públicos.
21.2. INAPLICABILIDADE
Não será aplicável as regras do DSR, conforme o artigo 5º da Lei nº 605/149:
a) aos funcionários públicos da União, dos Estados e dos Municípios, e aos respectivos
extranumerários em serviço nas próprias repartições;
b) aos servidores de autarquias paraestatais, desde que sujeitos a regime próprio de proteção
ao trabalho que lhes assegure situação análoga à dos funcionários públicos.
Serão consideradas exigências técnicas, as que, pelas condições peculiares às atividades da
empresa, ou em razão do interesse público, tornem indispensável a continuidade do serviço.
21.3. REMUNERAÇÃO
A remuneração do Descanso Semanal Remunerado, corresponderá, de acordo com o artigo
10, §1º do Decreto nº 27.048/1949.
a) para os contratados por semana, dia ou hora, à de 01 dia normal de trabalho, não
computadas as horas extraordinárias;
b) para os contratados por tarefa ou peça, ao equivalente ao salário correspondente às tarefas
ou peças executadas durante a semana, no horário normal de trabalho, dividido pelos dias de
serviço efetivamente prestados ao empregador;
c) para os trabalhadores rurais, que trabalham por tarefa predeterminada, ao quociente da
divisão do salário convencionado pelo número de dias fixados para a respectiva execução.
A remuneração dos dias de repouso obrigatório, tais com feriados trabalhados, integrará o
salário do empregado para todos os fins legais, conforme estabelece o artigo 10 do Decreto nº
27.048/1949.
Caso o feriado recaia em um dia que, o empregado já teria a concessão do seu Descanso
semanal remunerado, será devido o pagamento apenas de um DSR, não sendo possível
acumular os valores, conforme estabelece o artigo 11, §3º do Decreto nº 27.048/1949.
1 2
3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15 16
17 18 19 20 21 22 23
24 25 26 27 28 29 30
1°) Empregado com jornada semanal de 44 horas, sendo 08 horas de segunda a sexta-feira,
04 horas no sábado e seu DSR semanal aos domingos. Faltou injustificadamente no dia 06
(quarta-feira).
2°) Empregado com jornada semanal de 44 horas, sendo 08h48 de segunda a sexta-feira e seu
DSR semanal aos domingos. Faltou injustificadamente no dia 13 (quarta-feira).
Somente haverá o desconto do DSR, nos casos em que houver faltas injustificadas, ou ainda,
em razão de suspensão disciplinar, conforme o artigo 11 do Decreto nº 27.048/49.
21.7. REFLEXOS
O DSR do empregado gera reflexos na remuneração variável do empregado, tais como horas
extras, comissões, horas trabalhadas, por exemplo.
O DSR sobre as horas extras integrará a remuneração do empregado para todos os fins, ou
seja, férias, 13° salário e aviso prévio e estará sujeito à incidência de FGTS.
21.10. Gratificações
De acordo com a Súmula 225 do TST, caso sejam pagas gratificações por tempo de serviço e
produtividade, esse valor, embora integre a remuneração, por força do artigo 457 §1º da CLT,
não integrarão para o cálculo do DSR.
21.11. Insalubridade
Quando o empregado receber o adicional de insalubridade, não haverá o reflexo do DSR, visto
que, esse adicional já integra a remuneração dos dias de descanso do empregado, por ser um
valor fixo a ser pago habitualmente, conforme a OJ-SDIQ-103 do TST.
21.12. Gorjetas
De acordo com o artigo 457 da CLT, os valores de gorjeta integrarão a remuneração do
empregado para todos os fins.
Contudo, as gorjetas não tem repercussão no cálculo do DSR, assim como para seus reflexos,
conforme a Súmula nº 354 do TST.
Outro procedimento que deverá ser realizado pelo empregador é a solicitação de transferência
da conta vinculada ao FGTS por meio do Pedido de Transferência de Conta Vinculada – PTC,
de acordo com as orientações previstas no Manual de Orientações da Caixa Econômica
Federal - Retificação de Dados, Transferência de Contas Vinculadas e Devolução de Valores
Recolhidos a Maior.
Com relação ao eSocial, no Manual de Orientações, versão 2.5.01, página 155, há orientação
de que somente nos casos de transferência de empresas do mesmo grupo econômico,
transferência de empresa consorciada ou de consórcio e transferência por motivo de sucessão,
incorporação, cisão ou fusão, a empresa deverá preencher os campos conforme segue:
- Campo Data de Admissão {dtAdm} do grupo [infoCeletista]: data inicial do vínculo no primeiro
empregador;
- Campo Tipo de Admissão {tpAdmissao} do grupo [infoCeletista]: tipo 2, 3 ou 4;
- Campo CNPJ do Empregador Anterior {cnpjEmpregAnt} do grupo [sucessaoVinc]: CNPJ/CGC
do empregador imediatamente anterior (a validação deste campo não exige que o CNPJ esteja
ativo);
- Campo Matrícula no Empregador Anterior {matricAnt} do grupo [sucessaoVinc]: matrícula do
empregado no empregador anterior;
- Data da transferência {dtTransf} do grupo [sucessaoVinc]: data em que ocorreu a
transferência do empregado.
Por fim, de acordo com a Portaria ME n° 039/2019, para fins de declaração da RAIS (Relação
Anual de Informações Sociais) ano-base 2018, as informações referentes ao empregador
devem constar na declaração de RAIS de todos os estabelecimentos da empresa ao qual
esteve vinculado durante o ano-base, sendo que cada estabelecimento deverá informar o
período em que o empregado estava vinculado, seja como “transferido”, “cedido” ou mesmo
“contratado”, com informação no campo de admissão se é admissão/provimento ou
transferência/movimentação, bem como, informar data e código.
23. FÉRIAS
23.1. INDIVIDUAIS
A Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017), promoveu alterações substanciais em relação as
férias individuais dos empregados, seja com a possibilidade de fracionamento sem
necessidade de previsão em norma coletiva, definição de dias para que ocorra o início das
férias, ou inexistência de limites para a quantidade de dias de gozo do empregado
independente de sua idade, conforme será tratado a seguir.
O período aquisitivo do empregado será completo após transcorridos 12 meses dos efeitos do
contrato de trabalho, contados a partir do dia da admissão, momento que o empregado passará
a ter o direito a concessão das férias remuneradas, nos moldes do artigo 130 da CLT.
De acordo com o art. 134, da CLT, as férias serão concedidas por ato do empregador, em um
só período, em regra, nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver
adquirido o direito.
Deste modo, o empregado terá direito durante a concessão das férias, com o pagamento da
remuneração que lhe seria devida no período gozado, somado ao valor correspondente a um
terço (1/3) sobre o valor total das férias, denominado de “terço constitucional”, em razão da
previsão contida no artigo 7°, inciso XVII, da Constituição Federal e artigo 142 da CLT.
Nos moldes do artigo 137 da CLT e Súmula nº 81 do TST, caso não seja respeitado o prazo do
período concessivo das férias previsto no artigo 134 da CLT, estas deverão ser remuneradas
em dobro, inclusive o terço constitucional, correspondente aos dias de férias gozados após o
período legal de concessão.
Neste caso o art. 145, da CLT determina que o pagamento da remuneração das férias e do
abono pecuniário, se houver, deverá ser efetuado até dois dias antes do início do respectivo
período.
Quando o dia do pagamento recair em dia não útil ou sem expediente bancário o pagamento
deverá ser antecipado pelo dia útil imediatamente anterior.
- Fracionamento
Com relação as férias, a Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017), determinou a alteração do
art. 134, §1º, da CLT, prevendo a possibilidade de concessão de férias em até três períodos,
sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão
ser inferiores a cinco dias corridos, cada um, desde que exista concordância do empregado.
Outrossim, como o § 2°, do art. 134, da CLT foi revogado pela Lei nº 13.467/2017, não há mais
a restrição de fracionamento de férias aos menores de 18 (dezoito) anos e aos maiores de 50
(cinquenta) anos de idade.
23.2. Coletivas
Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os empregados da empresa ou de
determinados estabelecimentos ou setores da empresa, gozadas em até 2 (dois) períodos
anuais, desde que nenhum deles seja inferior a 10 (dez), dias corridos, segundo o art. 139, da
CLT.
Neste caso, o empregador deverá comunicar ao órgão local do Ministério do Trabalho
(atualmente secretaria do trabalho), os sindicatos representativos da respectiva categoria
profissional, e providenciará a afixação de aviso nos locais de trabalho, com a antecedência
mínima de 15 (quinze), dias, contendo as datas de início e fim das férias e a identificação de
quais os estabelecimentos ou setores abrangidos, conforme asseguram os §§ 2° e 3°, do art.
139, da CLT.
As microempresas e as empresas de pequeno porte, possuem tratamento diferenciado, e
segundo o art. 51, da Lei Complementar nº 123/2006, são dispensadas, dentre outras
obrigações, de afixação de Quadro de Trabalho em suas dependências, anotação das férias
dos empregados nos respectivos livros ou fichas de registro, e comunicar ao Ministério do
Trabalho e Emprego a concessão de férias coletivas.
Para os empregados que possuam mais de 12 (doze) meses na empresa, será usado o
princípio da presunção que esse empregado terá direito a 30 dias de férias, e os dias
concedidos de férias coletivas serão descontados da quantidade de dias do período a que tiver
direito de férias individuais, e deverão os dias que restarem ser concedidos em forma de férias
individuais dentro do período concessivo do empregado.
Cumpre esclarecer que os empregados contratados a menos que 12 (doze) meses de contrato
de trabalho, que gozarem de férias coletivas, será realizado o cálculo proporcional dos avos a
que tiver direito, e a partir do primeiro dia de férias coletivas se iniciará um novo período
aquisitivo, nos termos do art. 140, da CLT.
Quando os avos a que o empregado tiver direito forem em quantidade inferior ao período de
dias de férias coletivas gozadas, os dias que faltarem para completar os dias de gozo de férias
coletivas serão considerados como licença remunerada.
Assim, o empregador poderá fornecer o saldo de dias remanescentes como férias individuais,
caso exista, durante o período concessivo deste empregado, que se iniciará conjuntamente
com as férias coletivas, em razão da mudança do período aquisitivo do empregado.
Contudo, existe entendimento de que o saldo de férias deverá ser gozado no período
concessivo original, antes da mudança do novo período imposto pelo artigo 140 da CLT.
Diante da divergência de entendimento caberá ao empregador optar por qual posicionamento
adotará, consultando a Secretaria do Trabalho da região, evitando, assim, dissabores futuros
em eventual ação trabalhista.
Exemplo:
Abono de 1/3 = 10 dias;
1º período: 14 dias corridos;
2º período: 6 dias corridos.
Por outro lado, existem entendimentos de que a conversão em abono pecuniário poderia
ocorrer quando for estabelecido o fracionamento em períodos mínimos de 14, 5 e 5.
Exemplo:
1° período: 14 dias corridos;
2° período: 16 dias, podendo ser convertido 1/3 em abono pecuniário. Assim, poderá converter
5 dias em abono, e os outros 11 deverão ser gozados, obrigatoriamente.
Ou:
1° período: 14 dias corridos;
2° período: 8 dias, podendo ser convertido 1/3 em abono pecuniário. Assim, poderá converter 2
dias em abono, e os outros 6 deverão ser gozados, obrigatoriamente.
3° período: 8 dias, podendo ser convertido 1/3 em abono pecuniário. Assim, poderá converter 2
dias em abono, e os outros 6 deverão ser gozados, obrigatoriamente.
24.2. Proporcionalidade
Nas situações em que o empregado não possui todos os avos de décimo terceiro, seja por
admissão após 17/01 ou em razão de ausências injustificadas, por exemplo, o valor do décimo
terceiro salário deverá ser calculado proporcionalmente, nos termos do § 4° do artigo 3° do
Decreto n° 57.155/1965.
Para a contagem dos avos do 13° salário deverá ser considerado 1/12 da remuneração, por
mês de serviço ou fração superior a 15 dias dentro do próprio mês, observado os seguintes
cálculos:
- Se o empregado for admitido até 17 de janeiro do ano em curso: será devido o 13° salário de
forma integral, e no caso do adiantamento o valor da primeira parcela corresponderá à metade
(50%) do salário do mês anterior ao do seu pagamento.
Quando se tratar de salários variáveis apura-se a média aritmética dos meses do ano em curso
até o mês anterior ao pagamento da parcela (ou seja, soma as variáveis de Janeiro a Outubro
e divide por 10 para ter a média aritmética); em seguida, tendo o valor da média, divide-se por
02, para o pagamento da 1ª parcela.
- Se o empregado for admitido após 17 de janeiro do ano em curso: para salário fixo, divide-se
o valor do salário por 12 e multiplica-se pelos avos devidos até o mês do pagamento da parcela
e em seguida divide-se o valor por 02.
Quando se tratar de salários variáveis apura-se a média aritmética dos meses em que houve
contrato de trabalho no ano em curso até o mês anterior ao pagamento da parcela e em
seguida, divide-se por 02, para o pagamento da 1ª parcela.
- Proporcionalidade
Para a segunda parcela também deverá ser realizada a contagem dos avos para pagamento do
13° salário será de 1/12 da remuneração, por mês de serviço ou fração superior a 15 dias
dentro do próprio mês, observado o seguinte cálculo:
- Se o empregado for admitido até 17 de janeiro do ano em curso: será devido o 13° salário de
forma integral, devendo ser descontado o que o empregado recebeu em novembro a título de
adiantamento de décimo terceiro salário.
Quando o empregado receber salários variáveis apura-se a média aritmética dos meses do ano
em curso até o mês anterior ao pagamento da parcela (ou seja, soma as variáveis de Janeiro a
Novembro e divide por 11 para ter a média aritmética), descontando o valor da primeira parcela.
- Se o empregado for admitido após 17 de janeiro do ano em curso: para o salário fixo, divide-
se o valor do salário por 12 e multiplica-se pelos avos devidos até o mês do pagamento da
segunda parcela, e deverá ser descontado o valor adiantado.
Para salários variáveis calcula-se a média aritmética dos meses laborados até o mês anterior
ao do pagamento da parcela, e multiplica-se pelos avos até o mês do pagamento da parcela.
Ao final de dezembro, conhecendo o valor da variável de dezembro será necessário promover
o ajuste do décimo terceiro salário, chamada ajuste da parcela variável do 13° salário, que
deverá ser pago até o dia 10 do mês de janeiro do ano imediatamente seguinte, conforme
determina o parágrafo único do artigo 2° do Decreto n° 57.155/1965.
A legislação não traz diferenciação entre os atestados médicos ou odontológicos, desta forma
ambos deverão ser aceitos pelo empregador.
Com relação aos atestados médicos referentes a tratamentos estéticos, a legislação
não traz tratamento diferenciado em razão do motivo da incapacidade do empregado. Desta
forma, sendo emitido atestado médico de inaptidão para as atividades, este deve ser
considerado pelo empregador.
25.4. eSocial
Tratando-se de faltas justificadas, estas deverão ser informadas no evento S-2230 -
Afastamento Temporário, de acordo com o Manual do eSocial, versão 2.5.01.
Os motivos de afastamento estão listados na Tabela 18 - Motivos de Afastamento do
Anexo I dos Leiautes do eSocial.
Tratando-se de afastamento inferior a 3 dias, não há obrigatoriedade de envio do
evento.
Em regra, os afastamentos temporários deverão ser informados até o dia 7 do mês
subsequente ao da sua ocorrência.
Ocorrendo afastamento temporário ocasionado por acidente de trabalho, acidente de
qualquer natureza, ou doença com duração superior a 15 dias, devem ser enviados até o 16°
dia da sua ocorrência.
26.1. Interrupção
A interrupção do contrato de trabalho é a cessação da prestação de serviços com a
manutenção de salários, considerando, ainda, o tempo de paralisação como tempo de serviço
para todos os efeitos legais que permeiam o contrato de trabalho.
Sendo assim, é a parcial suspensão do contrato, temporariamente paralisado,
mantendo-se o pagamento dos salários ao empregado, assegurando-lhe seus direitos
trabalhistas.
26.2. Suspensão
Já a suspensão do contrato de trabalho ocorrerá quando não houver prestação de
serviço por parte do empregado, desobrigando o empregador quanto a manutenção de
salários.
A suspensão total é a paralisação temporária da prestação de serviços pelo
empregado, sem qualquer ônus ao empregador, ou seja, esta situação por si só, cessa as
obrigações patronais.
Podemos facilitar o entendimento quanto a cada um dos casos de interrupção ou de
suspensão contratual, por meio das seguintes tabelas trazidas abaixo:
negociação habitual;
condenação criminal transitada em julgado;
revelação de segredo da empresa;
lesão à honra do empregador;
agressão a superior hierárquico, etc.
Notório salientar que, tais atos cometidos pelo empregado, se tratam daqueles que mesmo não
havendo a prestação de serviços podem, sim, ocorrer.
Por outro lado, não poderá ser aplicada a rescisão por justa causa, caso o ato
praticado pelo empregado exija sua efetiva presença em ambiente laborativo, como a desídia,
indisciplina, insubordinação, etc.
26.9. Pedido de Demissão durante o Período da Suspensão Contratual
Via de regra, a rescisão do contrato de trabalho durante a suspensão do mesmo, não
poderá ser realizada, haja vista a inexistência de previsão legal específica nesse sentido.
Contudo, existem alguns doutrinadores que entendem pela possibilidade de formalização do
pedido de demissão, utilizando-se por analogia os critérios do Art. 500 da CLT, ou seja, para
alguns, desde que a rescisão seja acompanhada pelo sindicato da categoria ou órgão
competente, será possível rescindir o contrato por Pedido de Demissão.
26.10. eSocial
Conforme página 168 do Manual de Orientação do eSocial versão 2.5.01, o
empregador utilizará o evento S-2230 para informar o afastamento do empregado do trabalho
de acordo com os motivos disponibilizados na Tabela 18 - Motivos de Afastamentos do Anexo I
dos Leiautes do eSocial versão 2.5 - Tabelas.
Havendo suspensão e interrupção do contrato de trabalho, deve ser observada a
orientação acerca dos “demais afastamentos”, devendo ser enviados até o dia 7 (sete) do mês
subsequente ao da sua ocorrência ou até o envio dos eventos mensais de remuneração a que
se relacionem.
Estando suspenso o contrato de trabalho que tenha prazo determinado, paralisará a contagem
do respectivo prazo do contrato, sendo que, com o retorno do empregado às atividades,
retoma-se a contagem do contrato de sua paralisação.
Exemplo:
Outrossim, ainda que ocorra a paralisação do trabalho e do pagamento dos salários, ocorrerá a
manutenção de tais direitos e benefícios do empregado: - estabilidade provisória, enquanto
durar o serviço militar; e - depósitos relativos ao FGTS durante todo o período de serviço militar.
Sendo assim, havendo a paralisação da prestação de serviços e da percepção de salários,
bem como a manutenção do direito à estabilidade e aos depósitos do FGTS, origina-se o
conflito de entendimento.
- Acidente de Trabalho
Se tratando de afastamento por auxílio-doença acidentário (acidente de trabalho), também há
controvérsias, haja vista ocorrer a paralisação da prestação de serviços ao empregador e
consequente paralisação dos pagamentos dos respectivos salários.
Contudo, há continuidade de pagamento de FGTS, manutenção do plano de saúde, sem
qualquer reflexo nas férias do empregado, desde que afastamento inferior a 6 meses dentro do
mesmo período aquisitivo.
Salienta-se, porém, que os principais doutrinadores do direito trabalhista têm entendido que o
auxílio-doença decorrente de acidente de trabalho é uma hipótese de suspensão do contrato
do trabalho, em razão da interpretação do artigo 476 da CLT.
Sendo assim, a controvérsia em relação ao tema ocorre:
27.1. Validade
Nos termos do artigo 6 § 1º alínea f da Lei 605/1949 será considerado justificada a ausência
decorrente de doença do empregado, devidamente comprovada, para tanto deverão ser
atendidos os requisitos necessários explícitos no subitem 12.2, para ser válido o atestado ou
declaração.
Uma vez que o atestado médico demonstra incapacidade e/ou impossibilidade do empregado
para o trabalho, se estiverem presentes os requisitos de sua validade, deverão ser aceitos pelo
empregador, não podendo esse se negar a aceitar, e nem tampouco penalizar o empregado
por tais atestados. (artigo 6º, § 3º da Resolução CFM nº 1.658, de 13 de Dezembro de 2002)
- Gratuidade Do Atestado
O atestado médico é parte integrante do ato médico, sendo seu fornecimento direito inalienável
do paciente, não podendo importar em qualquer majoração de honorários. (artigo 1º da
Resolução CFM nº 1.658, de 13 de Dezembro de 2002)
- Obrigações Do Médico
Ao fornecer o atestado, deverá o médico registrar em ficha própria e/ou prontuário médico os
dados dos exames e tratamentos realizados, de maneira que possa atender às pesquisas de
informações dos médicos peritos das empresas ou dos órgãos públicos da Previdência Social e
da Justiça. (artigo 2º da Resolução CFM nº 1.658, de 13 de Dezembro de 2002)
A Portaria MPAS nº1.722/1979, item 3 determina que a data do atestado fornecido coincidirá
com a do início da dispensa e do dia em que foi atendido o segurado, caso contrário, perderá,
o mesmo, sua validade. E, ainda, não serão aceitos documentos com datas retroativas.
Para que a falta do empregado seja justificada pelo fato dele ter sido acometido de
alguma doença, devem ser observadas algumas regras com relação a ordem de preferência
dos atestados médicos.
O artigo 12º, § 2º do Decreto nº 27.048/1949 e a Portaria MPAS nº 3.291/1984, estabelecem
uma ordem preferencial dos atestados médicos, a saber:
Contudo, quanto a essa ordem preferencial de atestado médico, embora prevista em legislação,
deve ser ponderado que se for considerado o contexto atual, não seria razoável que a empresa
exigisse, por exemplo, que o empregado que possui um plano de saúde, seja obrigado a se
consultar no SUS (Sistema Único de Saúde), tendo em vista o notório “congestionamento” e
morosidade desse sistema.
Os atestados de médicos particulares, conforme manifestação do Conselho Federal de
Medicina, não devem ser recusados, exceto se for reconhecido favorecimento ou falsidade na
emissão, assim estabelecendo:
"O atestado médico, portanto, não deve "a priori" ter sua validade recusada porquanto estarão
sempre presentes no procedimento do médico que o forneceu a presunção de lisura e perícia
técnica, exceto se for reconhecido favorecimento ou falsidade na sua elaboração quando então,
além da recusa, é acertado requisitar a instauração do competente inquérito policial e, também,
a representação ao Conselho Regional de Medicina para instauração do indispensável
procedimento administrativo disciplinar".
Por fim, observe-se que se trata de uma ordem preferencial e não obrigatória, especialmente
por que a Lei que trata a respeito do assunto é de 1949, ou seja, foi redigida em um contexto
histórico existente a mais de 60 anos atrás.
Artigo 473. O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:
(…);
III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana.”
Exemplo 1: Empregado trabalha de segunda a sexta-feira, sem compensação aos sábados. O bebê nasceu
numa sexta-feira depois do expediente:
- Pagamento
Não será devido ao empregado qualquer tipo de salário extra por motivo da licença-
paternidade, como se visualiza na licença-maternidade, assim, é devido apenas a concessão
do afastamento de suas atividades laborais durante o período de licença-paternidade sem
prejuízo de salários.
28.5. GFIP
Na mesma toada, não será devido qualquer tipo de informação diferenciada em GFIP acerca
do afastamento, exceto se estivermos diante daqueles abrangidos/beneficiados pelo programa
empresa cidadã.
Assim, quando houver o benefício da prorrogação por mais 15 dias em razão do
programa empresa cidadã, será informado da seguinte maneira:
28.6. eSocial
Não será devido qualquer tipo de informação diferenciada no eSocial acerca do afastamento
em razão da licença-paternidade, vez que estaremos diante de ausências justificadas tão
somente.
28.7. Adoção
A legislação não traz de forma expressa que o pai adotante faz jus à licença-
paternidade.
Será devida a concessão do benefício se previsto em Acordo ou Convenção Coletiva
de Trabalho, ou a critério do empregador nos termos do artigo 131, inciso IV, da CLT e do artigo
6°, § 1°, alínea 'b', da Lei n° 605/1949.
28.9. Férias
Já que a legislação não traz orientações a respeito, quando ocorre o nascimento da
criança no decorrer das férias ou antes dela deve ser tratado, salvo melhor entendimento, da
seguinte maneira:
29. Auxílio-creche
A legislação garante às empregadas que pertencerem ao quadro de trabalhadores de
empresas que contenham pelo menos 30 mulheres, com idade acima de 16 anos, que seja
mantido à sua disposição um local apropriado onde seja permitida a assistência de seus filhos
durante o período de amamentação, até que complete seis meses (artigos 372 a 401 da CLT).
Este local se destina a assegura às crianças um dos fatores mais importantes para o seu
desenvolvimento, a amamentação, que é garantida pelo artigo 396, da CLT, mediante a
concessão de dois intervalos de 30 minutos cada durante a jornada de trabalho da mulher.
O artigo 400 da CLT, define que esse local apropriado para a guarda dos filhos deverá conter
no mínimo um berçário, uma sala de amamentação, uma cozinha dietética e uma instalação
sanitária, e de forma proporcional, um leito para cada grupo de 30 empregadas entre 16 e 40
anos de idade (Portaria DNSHT nº 001 de 15/01/1969, publicado no DOU de 15 de janeiro de
1969).
É possível que os empregadores firmem convênios com creches distritais mantidas de forma
direta pela empresa ou com outras entidades públicas ou privadas, em regime comunitário, ou
a cargo do SESI, do SESC, da LBA ou entidades sindicais localizadas nas proximidades da
residência da empregada, ou do seu estabelecimento de trabalho (artigo 389, § 2°, da CLT).
Quando não for possível a utilização de creches nas proximidades da residência da empregada
ou do seu posto de trabalho, poderá ser adotado o sistema de Reembolso Creche, quando
autorizado em convenção ou acordo coletivo de trabalho, segundo a Portaria MTB n° 3.296/86,
em seu artigo 1°.
Os principais requisitos para o fornecimento do auxílio-creche são:
- o reembolso creche deverá corresponder ao valor integral das despesas com o pagamento da
creche de livre escolha da empregada, ou outra modalidade de prestação de serviço desta
natureza, pelo menos até os seis meses de idade da criança, nas condições, prazos e valor
estipulados em acordo ou convenção coletiva, sem prejuízo do cumprimento dos demais
preceitos de proteção à maternidade;
- o benefício deverá ser concedido a toda empregada-mãe, independentemente do número de
mulheres do estabelecimento e sem prejuízo do cumprimento das demais obrigações de
proteção à maternidade.
- as empresas e empregadores deverão dar ciência às empregadas da existência do sistema e
dos procedimentos necessários para a utilização do benefício, com a afixação de avisos em
locais visíveis e de fácil acesso para os empregados.
30.3. Valor
O trabalho em condições perigosas assegura ao empregado um adicional de 30% somente
sobre o salário, sem acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos
lucros da empresa conforme disposto no artigo 193, § 1° da CLT.
Na mesma linha de pensamento, a Súmula 191 do TST prevê que o adicional de
periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros
adicionais.
30.10. Férias
O adicional de periculosidade integra a base de cálculo das férias, nos termos do artigo 142 §
5° da CLT.
Com base no artigo 7°, inciso XXIII, da Constituição Federal e o artigo 192 da CLT, “é devido o
pagamento do adicional de insalubridade quando o exercício do trabalho em condições
insalubres ocorrer acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e
Emprego, garantindo a percepção do adicional respectivamente de 40%, 20% e 10% do
salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo”.
Há divergência, entretanto, com relação a base de cálculo para aplicação desse adicional.
30.16. Base de Cálculo - Salário Mínimo Nacional
A CLT, no artigo 192, estabeleceu o pagamento do adicional de insalubridade sobre o salário
mínimo.
Entretanto, a Súmula Vinculante n° 4 do STF trouxe indefinição com relação à base de cálculo
a ser aplicada.
Isto porque estabeleceu que: “salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não
pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de
empregado, nem ser substituído por decisão judicial”.
Em razão deste posicionamento do STF, o TST, através da Súmula 228, redefiniu o critério,
estabelecendo que o adicional de insalubridade seria calculado sobre o salário básico, salvo
critério mais vantajoso fixado em Acordo ou Convenção Coletiva.
No mesmo sentido, o TST cancelou sua Súmula 17 que expressava que o adicional de
insalubridade devido a empregado que, por força de lei, convenção coletiva ou sentença
normativa, percebe salário profissional será sobre este calculado”.
Assim, o TST, através destes entendimentos, desvinculou a aplicação do adicional de
insalubridade sobre o salário mínimo, conforme estabeleceu a Súmula Vinculante n° 4 do STF.
Entretanto, a Súmula 228 TST foi suspensa pela liminar deferia pelo STF em 15.07.2008, em
razão da Reclamação Judicial (6266/2008) proposta pela Confederação Nacional da Indústria.
Assim, por enquanto, permanece indefinido o critério de base de cálculo para o pagamento do
adicional de insalubridade, de modo que se recomenda consultar a Secretaria Regional do
Trabalho, bem como norma convencional da categoria para efetuar tal pagamento, já que o
instrumento coletivo pode dispor sobre outra base de cálculo mais benéfica.
Ressalta-se, entretanto, que o TST tem se posicionado no sentido de aplicar o salário mínimo
federal como base de cálculo para o adicional de insalubridade, em razão da suspensão da sua
Súmula TST n° 228, porém, existem Tribunais Regionais do Trabalho com posicionamento em
sentido contrário.
Exemplo:
- Salário: R$ 1.000,00
- Adicional de Insalubridade de 10% sobre o salário mínimo de R$ 954,00 (em 2018): R$ 95,40
- Remuneração: R$ 1.095,40
- Valor da hora em jornada de 220 horas mensais: R$ 1.095,40 / 220 = R$ 4,98
- Adicional de hora extra de 50%: R$ 4,98 + R$ 2,49 (50%) = R$ 7,47
- R$ 7,47 é o valor de uma hora extra paga sobre a remuneração com adicional de insalubridade
Exemplo:
Exemplo:
- Salário: R$ 1.000,00
- jornada: 220 h
- Adicional de Insalubridade de 10% sobre o salário mínimo de R$ 954,00 (em 2018): R$ 95,40
- Remuneração: R$ 1.095,40
- Valor da hora para desconto de falta: R$ 1.095,40/220 = R$ 4,98
- Desconto de um dia de trabalho: 8 x R$ 4,98 = R$ 39,84
- Neste caso, o adicional de insalubridade é descontado proporcionalmente à falta injustificada.
Entretanto, quando o empregado falta o mês inteiro e não há exposição ao agente nocivo, o
empregador deverá verificar junto ao Sindicato se o pagamento do adicional de insalubridade é
devido ao empregado, uma vez que não há previsão legislativa neste caso.
30.22. Férias
Segundo previsão do artigo 142, § 5°, da CLT, o adicional de insalubridade compõe a base de
cálculo da remuneração das férias, pois o empregado deve receber durante as férias a
remuneração que lhe for devida na data da sua concessão.
1°) reajuste do adicional de insalubridade recebido com base no novo salário mínimo em 2017: 10% de
R$ 937,00 = R$ 93,70
2°) Multiplicação do valor reajustado pelo número de meses em que recebeu o adicional: R$ 93,70 x 6 =
R$ 562,20
EXEMPLO:
Salário: R$ 1.000,00
Adicional de Insalubridade de 10% do salário mínimo de R$ 954,00 = R$ 94,50
Base de cálculo para adicional noturno: R$ 1.094,50
Adicional Noturno: R$ 1.094,50 + 20% = R$ 1.313,40
31.2. MP 873/2019
A Medida Provisória nº 873/2019 foi publicada no Diário Oficial da União em 01.03.2019,
passando a dispor que as contribuições facultativas ou as mensalidades devidas ao sindicato
da categoria, independente da nomenclatura quando previstas em norma coletiva, serão
recolhidas, cobradas e pagas de forma facultativa, e mediante prévia, voluntária, individual e
expressa autorização do empregado (alterando a redação dos artigos 545, 578 e 579 da CLT).
A autorização do empregado para desconto deveria ser individual, expressa e por escrito, e, o
recolhimento da contribuição sindical seria feita exclusivamente por meio de boleto bancário ou
equivalente eletrônico, encaminhado obrigatoriamente à residência do empregado pela
entidade sindical ou, na hipótese de impossibilidade de recebimento, à sede da empresa (art.
582, da CLT).
Houve prorrogação da Medida Provisória com vigência por mais sessenta dias, determinado
pelo Ato do Presidente da Mesa do Congresso Nacional n° 021/2019, publicado em
18.04.2019), com o prazo máximo de vigência até o dia 28/06/2019.
Cumpre esclarecer que o art. 62, no § 3º da Constituição Federal disciplina que as medidas
provisórias perderão eficácia, desde a sua edição, se não forem convertidas em lei no prazo de
sessenta dias, prorrogável uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional
disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.
No § 11 do artigo 62 da Constituição Federal, há informação de que se não for editado o
decreto legislativo em até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida
provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua
vigência se manterão integralmente e serão conservadas pela legislação aplicável à época.
Conforme o artigo 62, § 12, da Constituição Federal, quando aprovado projeto de lei de
conversão alterando o texto original da medida provisória, é mantido integralmente em vigor o
texto da medida provisória até que seja sancionado ou vetado o projeto pela Presidência.
Assim, durante o período de vigência da Medida Provisória a impossibilidade de realizar
quaisquer descontos referentes a contribuições assistenciais e confederativas serão mantidas
(de 01/03/2019 a 28/06/2019) e apenas a partir de 29/06/2019 não será mais aplicável o
previsto na medida provisória.
Contudo, a partir de 29/06/2019, deverão ser adotados os mesmos procedimentos anteriores a
medida, conforme dispõe o item 8.1 acima.
32.4. Cancelamento
Em se tratando de cancelamento do benefício de salário-maternidade, o artigo 353 da IN
INSS/PRES n°077/2015 veda o cancelamento do salário-maternidade, exceto em casos de
fraude comprovada na concessão do benefício ou erro administrativo. Assim sendo, o
pagamento do salário-maternidade deverá estar relacionado com o afastamento do trabalho ou
da atividade que a segurada exercia, caso contrário, o benefício poderá ser cancelado.
Por fim, caso a segurada desempenhe atividades concomitantes durante o período de
recebimento do benefício, a mesma deverá devolver os valores recebidos.
Conforme a redação trazida pela MP n° 871/2019, para os fatos geradores ocorridos antes da
vigência da IN INSS/PRES n° 101/2019, aplica-se o prazo de 5 anos.
Para os fatos geradores ocorridos a partir do dia 18.01.2019, aplica-se o prazo de 180 dias.
A referida MP n° 871/2019 passou por tramitação na qual fora aprovado o Projeto de Lei de
Conversão. No dia 18.06.2019 foi publicada a Lei n° 13.846/2019, cessando os efeitos da MP,
restabelecendo o prazo de cinco anos para que a segurada requeira o benefício do salário-
maternidade, a contar da data do fato gerador (parto, inclusive de natimorto, aborto não
criminoso, adoção ou guarda judicial para fins de adoção), nos termos do artigo 354 da IN
INSS/PRES n° 077/2015.
Por fim, importante mencionar que deve ser observado o prazo decadencial descrito no artigo
569 da IN INSS/PRES n° 077/2015, o qual determina que é de 10 anos o prazo decadencial de
qualquer direito do segurado para a revisão da concessão do seu benefício, contado a partir do
primeiro dia do mês seguinte ao que recebeu a primeira prestação do respectivo benefício,
observados os incisos I e II dessa base legal.
32.6. Salário-Maternidade Para A Empregada
Neste item, serão abordados esclarecimentos acerca da dedução do salário maternidade pago
pelo empregador, os procedimentos a serem realizados no SEFIP/GFIP, bem como,
no eSocial e na DCTFWeb. Serão mencionados casos específicos de estabilidade e início da
maternidade, por exemplo, o natimorto. Por fim, questões sobre 13° e férias também serão
esclarecidos.
32.8. Dedução
A empresa poderá deduzir ou reembolsar os valores pagos à segurada empregada gestante a
título de salário-maternidade conforme o artigo 86 da IN RFB n° 971/2009 e artigo 72, § 1°,
da Lei n° 8.213/91. Ou seja, os valores pagos a título de salário-maternidade poderão ser
deduzidos do pagamento das demais contribuições sociais previdenciárias devidas pela
empresa.
Além da dedução, poderá ser solicitado o reembolso dos valores pagos como salário-
maternidade, caso haja o interesse da empresa, conforme prevê o artigo 62 da IN RFB n°
1.717/2017.
Com a vigência do eSocial e da DCTFWeb, os créditos de salário-família e salário-maternidade
devem ser objeto de dedução/aproveitamento na DCTFWeb do período a que se referem. Caso
haja saldo, o mesmo não pode ser objeto de compensação nos meses seguintes. O
contribuinte poderá fazer o pedido de reembolso utilizando o PGD PER/DCOMP disponível no
sítio da Receita Federal, conforme prevê o artigo 62-A da IN RFB 1.717/2017.
Imperioso mencionar que a Receita Federal regulamentou o procedimento a ser adotado para
fins de realizar a compensação cruzada, pela IN RFB n° 1.810/2018, a qual altera o texto
do artigo 65 da IN RFB n° 1.717/2017, de que trata da Compensação de Débitos Administrados
pela Receita Federal, com relação a compensação cruzada entre débitos previdenciários e
créditos oriundos de demais débitos e vice versa.
Antiga redação:
Art. 65. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive o crédito decorrente de decisão
judicial transitada em julgado, relativo a tributo administrado pela RFB, passível de
restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios,
vencidos ou vincendos, relativos a tributos administrados pela RFB, ressalvadas as
contribuições previdenciárias, cujo procedimento está previsto nas Seções VII e VIII deste
Capítulo, e as contribuições recolhidas para outras entidades ou fundos.
Nova redação:
Art. 65. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive o crédito decorrente de decisão
judicial transitada em julgado, relativo a tributo administrado pela RFB, passível de
restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios,
vencidos ou vincendos, relativos a tributos administrados pela RFB, ressalvada a
compensação de que trata a Seção VII deste Capítulo.
Observa-se que não mais há ressalva com relação a compensação de débitos previdenciários
com créditos fazendários, e vice-versa, tal processo vem sendo tratado como compensação
cruzada, introduzida a esta normativa pelas alterações promovidas pela Lei n° 13.670/2018,
bem como possibilitado às pessoas jurídicas que tenham completado a adesão ao eSocial.
Se a apuração é feita pelo SEFIP/GFIP, poderá compensar apenas com as contribuições
previdenciárias, exceto as contribuições pagas a outras entidades ou fundos (terceiros), visto
que o pagamento de terceiros é destinado diretamente a essas entidades e não para a
Previdência, não é possível fazer a compensação desses valores.
Ademais, o artigo 248 da CF/88 determina que para fins de dedução do salário-maternidade, o
valor não poderá ser superior ao subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.
32.12. Natimorto
Considerando que o fato gerador da licença-maternidade é o nascimento da criança, mesmo
em casos de natimorto o benefício previdenciário será de 120 dias, nos termos do artigo 343, §
1°, da IN INSS/PRES n° 077/2015.
A empregada fará jus a estabilidade mesmo em casos de natimorto, considerando que houve o
fato gerador para o recebimento do salário-maternidade (nascimento), conforme o artigo
10, inciso II, alínea “b” do ADCT.
Ou seja, ocorrendo o fato gerador do parto, a segurada empregada terá garantida a sua
estabilidade no emprego até cinco meses após o fato gerador, podendo ser o nascimento ou
falecimento do filho, em caso de natimorto.
I - o valor pago a título de décimo terceiro salário deverá ser dividido por 30;
II - o resultado acima deverá ser dividido pelo número de meses que constaram no cálculo
da remuneração do décimo terceiro;
III - a parcela referente ao décimo terceiro salário referente ao período de licença-
maternidade corresponde ao produto da multiplicação do resultado da última operação
feita, pelo número de dias de gozo de licença-maternidade no ano.
32.15. Férias
Não há o que se falar em faltas injustificadas ao trabalho, relativo ao gozo de férias, durante o
período em que estiver recebendo o salário-maternidade, seja em razão da maternidade,
natimorto ou aborto.
Artigo 394-A. Sem prejuízo de sua remuneração, nesta incluído o valor do adicional de
insalubridade, a empregada deverá ser afastada de:
I - atividades consideradas insalubres em grau máximo, enquanto durar a gestação;
II - atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo, quando apresentar
atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o
afastamento durante a gestação;
III - atividades consideradas insalubres em qualquer grau, quando apresentar atestado de
saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante
a lactação.
§ 1° VETADO
§ 2° Cabe à empresa pagar o adicional de insalubridade à gestante ou à lactante,
efetivando-se a compensação, observado o disposto no art. 248 da Constituição Federal,
por ocasião do recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de salários e
demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste
serviço.
§ 3° Quando não for possível que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput
deste artigo exerça suas atividades em local salubre na empresa, a hipótese será
considerada como gravidez de risco e ensejará a percepção de salário-maternidade, nos
termos da Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, durante todo o período de afastamento.
De acordo com o inciso II, a contribuição para financiamento da aposentadoria especial e dos
benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente
dos Riscos Ambientais do Trabalho (RAT), incidentes sobre o total das remunerações pagas,
devidas ou creditadas, a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e
trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, correspondente à aplicação dos seguintes
percentuais:
ii) de 2% para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado
médio;
iii) e de 3% para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado
grave.
Por força do inciso III, as empresas contribuirão com 20% sobre o total das remunerações
pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes
individuais que lhe prestem serviços.
Por fim, além das principais contribuições para a seguridade social acima mencionadas, as
empresas deverão igualmente realizar o recolhimento de alíquota variável conforme a situação
direcionada a outras entidades, também conhecida como “terceiros”, conforme preconiza o
elencado no artigo 109 da IN RFB n° 971/2009, como por exemplo: INCRA, SENAR, SESC,
SESCOOP, SEST, SENAT e outras.
Dessa forma, caso haja regime de comunhão funcional na empresa (mais de uma atividade), o
enquadramento do FPAS será feito de acordo com a atividade preponderante, conforme
preconizam os artigos 109 e seguintes da IN RFB 971/2009, mais especificamente o artigo
109-C, inciso III e § 1°, da referida IN.
33.2. Contribuição previdenciária parte Patronal das empresas optantes pelo SIMPLES
Nacional sobre a folha de pagamento
Por se tratar de regra geral, inicialmente deve-se compreender que as empresas optantes pelo
Simples Nacional que exerçam atividades enquadradas nos Anexos I (Comércio), II (Indústria),
III (Serviços e Locação de Bens Móveis), V (Serviços) e VI(Serviços Profissionais) da LC n°
123/2006, ficam dispensadas de realizar as contribuições previdenciárias nos moldes dos
artigos 22 e 22-A da Lei n° 8.212/1991, bem como, § 6° do artigo 57 da Lei n° 8.213/1991, o
artigo 25 da Lei n° 8.870/1994, e o § 1° do artigo 1° da Lei n° 10.666/2003, por força da
substituição contida nos artigos 13 e 18 da Lei Complementar 123/2006, consoante previsto no
artigo 189 da IN RFB 971/2009.
Cumpre destacar que o Anexo VI do Simples Nacional, instituído pela Lei Complementar n°
147/2014, passará a ser revogado a partir de 01.01.2018, conforme disciplina o artigo 10, inciso
VI, da LC n° 155/2016, alterando o artigo 18, § 5°-I da LC n° 123/2006, onde as empresas
enquadradas no Anexo VI passaram por novo enquadramento.
Assim sendo, as empresas optantes pelo Simples Nacional enquadradas em um dos Anexos
mencionados neste subitem, ao contrário das demais empresas, não estarão responsáveis pelo
pagamento da CPP na forma do artigo 22 da Lei n° 8.212/91, por já realizarem sua contribuição
por meio do DAS, mas tão somente realizar o desconto e repasse à Previdência Social das
contribuições previdenciárias dos trabalhadores que lhe prestem serviço.
Ao contrário das empresas enquadradas nos Anexos I, II, III, V e VI do Simples Nacional,
aquelas enquadradas no Anexo IV não estão abrangidas pela regra do artigo 13, inciso IV, da
LC n° 123/2006 que as dispensa da contribuição previdenciária patronal (20%) contida no
artigo 22 da Lei n° 8.212/1991.
Assim, para uma melhor compreensão, cumpre destacar que as atividades infracitadas são
componentes do Anexo IV do Simples Nacional, consoante previsão no § 5°-C do artigo 18 da
LC n° 123/2006:
- serviços advocatícios.
Em uma terceira hipótese, teremos as empresas optantes pelo Simples Nacional que exerçam
concomitantemente mais de uma atividade, onde a mão-de-obra dos trabalhadores é utilizada
de maneira simultânea em atividade enquadrada no Anexo IV e em outra contida em um dos
Anexos I, II, III, V e VI da Lei do Simples Nacional, logo, consistirá na hipótese onde não será
possível distinguir os empregados que prestam serviços no Anexo IV dos demais Anexos, por
exercerem atividades simultâneas em ambos.
Quando as MEs e EPPs optantes pelo Simples Nacional prestarem serviços com atividades
concomitantes, estas deverão realizar o recolhimento da sua contribuição previdenciária de
forma proporcional à receita bruta obtida nas atividades enquadradas no Anexo IV do Simples
Nacional, face à receita bruta total alcançada pela empresa.
i) inicialmente deve-se calcular 20% e alíquota RAT (CPP) sobre a folha de pagamento dos
trabalhadores que realizam atividades de forma concomitante em ambos os ramos;
ii) do resultado da operação acima (i) será multiplicado pela Receita Bruta Mensal da Prestação
de Serviços - RBS (Anexo IV);
iii) tal resultado (ii) será dividido pela Receita Bruta Total - RBT mensal da empresa.
Após tal equação, obter-se-á o valor relativo à contribuição patronal da empresa optante pelo
Simples Nacional, devendo ser recolhido em conjunto com as contribuições descontadas dos
empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais que lhe prestem serviços
(inclusive sobre o pró-labore na importância de 11%), mediante uma GPS com o código 2003.
Nesse ponto, é importante mencionar que, dentre outras situações, o direito ao salário-família
cessa automaticamente, quando o filho ou equiparado completar 14 anos de idade, a contar do
mês seguinte ao da data do aniversário.
34.2. Filhos
O artigo 1.596 da Lei n° 10.406/2002 (Código Civil) define filhos como sendo os havidos ou não
da relação de casamento, ou por adoção, tendo todos os mesmos direitos e qualificações,
proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
De acordo com o artigo 125 da IN INSS/PRES n° 077/2015 estabelece que se equiparam aos
filhos, mediante comprovação da dependência econômica, o enteado e o menor que esteja sob
a tutela do segurado, desde que este tutelado não possua bens aptos a garantir-lhe o sustento
e a educação.
Para caracterizar o vínculo deverá ser apresentada a certidão judicial de tutela do menor e, em
se tratando de enteado, a certidão de nascimento do dependente e a certidão de casamento do
segurado ou provas da união estável entre o(a) segurado(a) e o(a) genitor(a) do enteado.
Nos termos do artigo 126 da IN INSS/PRES n° 077/2015, o filho ou o irmão inválido maior de
21 anos, somente, figurará como dependente do segurado se restar comprovado em exame
médico pericial, cumulativamente, que:
II- a invalidez é anterior a eventual ocorrência de uma das hipóteses do inciso III do art. 131 ou à
data em que completou 21 anos; e
Dessa forma, ainda que sejam registrados na mesma empresa, ambos farão jus ao
recebimento do salário-família, desde apresentados os documentos comprobatórios do direito.
Dessa forma, quando o empregado tem mais um vínculo empregatício, todas as suas
remunerações devem ser somadas para que então se conclua pelo direito ou não ao salário-
família.
Sendo seu salário de contribuição igual ou inferior a R$ 1.319,18, terá direito a cota do salário-
família. De outra forma, se na soma de suas remunerações resultarem em um valor superior a
R$ 1.319,18, não fará jus ao benefício.
Durante o período de 01.01.2019 até 12.11.2019, de acordo com o artigo 4° da Portaria ME n° 009/2019,
o valor da cota do salário-família foi de:
Para fins de definição do direito à cota do salário-família, todas as importâncias que integram o
salário de contribuição serão consideradas como parte integrante da remuneração do mês,
exceto o décimo terceiro salário e o adicional de férias previsto no artigo 7°, inciso XVII da
Constituição Federal de 1988.
Exemplo:
Empregado admitido com remuneração de R$ 1.200,00, com um filho, terá direito a cota de
salário-família no valor de R$ 32,80.
Sendo assim, receberá, no mês de admissão (janeiro), o valor proporcional da cota do salário-
família no valor de R$ 26,25, correspondente aos dias trabalhados.
34.12. Auxílio-doença
34.14. . Aposentados
a) Auxílio-doença;
d) Demais aposentadorias, desde que contem com 65 anos ou mais de idade, se homem, ou 60
anos ou mais, se mulher.
Dessa forma, os aposentados também farão jus ao recebimento do salário-família, a ser pago
juntamente a sua aposentadoria.
a) CTPS;
Em caso de não aplicação de algumas das vacinas, em razão de indicação médica, será
necessário apresentar atestado médico específico, demonstrando a contraindicação à vacina.
34.19. Compensação
A compensação poderá ocorrer na própria SEFIP se a empresa estiver apurando ainda pelo
sistema GFIP/SEFIP, ou pela DCTF-WEB.
34.20. eSOCIAL
De acordo com o Manual de Orientação do eSocial - versão 2.5.01, a folha de pagamento deve
ser elaborada mensalmente, de forma coletiva, por estabelecimento do empregador, por obra
de construção civil e por tomador de serviços, com a correspondente totalização, devendo
também indicar o número de quotas de salário-família atribuídas a cada segurado empregado.
Para totalizar a base de cálculo de cada trabalhador é necessário realizar a classificação das
rubricas por tipo e consolidação dos seus respectivos valores, preenchendo o campo {tpValor}
do grupo {infoBaseCS} da seguinte forma:
Tipo (tpValor) Descrição
31 Valor pago ao trabalhador a título de salário-família
Com relação a extinção contratual do contrato determinado, este poderá ser encerrado no
termo final, ou de maneira antecipada, por qualquer uma das partes que não tenham interesse
em continuar com o pacto laboral.
Em regra, a antecipação do contrato determinado, equipara-se a uma rescisão sem justa causa,
pois houve a surpresa na finalização do pacto laboral.
Nesse caso, será devida a indenização prevista no artigo 479 da CLT, o qual estabelece que
inexistindo cláusula assecuratória de direito recíproco, o empregador indenizará ao empregado
metade dos dias que restam até o final do contrato.
Artigo 479. Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa,
despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade, a
remuneração a que teria direito até o termo do contrato.
Não há o que se falar em projeção do contrato, nesse caso, visto que a previsão trazida pela
legislação trabalhista se trata de remunerar metade dos dias que faltam até o final do contrato,
apenas a título indenizatório sem que isso tenha reflexos como avos de férias e 13° salário, por
exemplo.
Assim, a data de saída do empregado, bem como a contagem para fins de avos de férias e de
13° salário, será o último dia efetivamente trabalhado pelo empregado.
Artigo 480. Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato, sem justa
causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe
resultarem.
§ 1° A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado em idênticas
condições.
Inexistindo meios de comprovar os prejuízos causados pelo empregado, orienta-se que tal
desconto não seja realizado, sob pena de nulidade ante a ausência de comprovação efetiva.
A cláusula assecuratória de direito recíproco está prevista no artigo 481 da CLT, conforme
segue:
Artigo 481. Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória do direito
recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito
por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado.
É comum que a cláusula assecuratória de direito recíproco seja inserida em contratos por
prazo determinado de maior durabilidade, entretanto, não há impedimento para ser inserido em
um contrato determinado.
Nesse sentido, a Súmula 163 do TST prevê que é possível o aviso prévio nas rescisões
antecipadas dos contratos determinado, na forma do artigo 481 da CLT.
Ainda que não haja impedimento legal para inserir a cláusula assecuratória de direito recíproco
no contrato determinado, é importante mencionar que a antecipação pode se tornar mais
onerosa, por exemplo:
Sem Cláusula Assecuratória de Direito Recíproco: é devido o pagamento de metade dos dias
restantes até o final do contrato, ou seja, indeniza-se 7,5 dias;
Nos casos em que o último dia do contrato determinado recair em dia sem expediente, ou seja,
em dia que o empregado não trabalhará, havendo o interesse de encerrar o contrato no termo
final, a comunicação por qualquer das partes deverá ocorrer, por escrito, no último dia em que
o empregado esteja presente na empresa.
Nessa hipótese, a parte interessada informará a outra que tem interesse no encerramento do
contrato determinado na data final, conforme pactuado, não se tratando de rompimento
antecipado de contrato determinado, mas sim, de extinção de contrato no termo final.
Entende-se por comunicação válida, o envio de telegrama ou carta registrada, ambos com
aviso de recebimento no último dia do contrato determinado, informando que o empregado está
dispensado a partir desta data, solicitando que o mesmo compareça na empresa para
recebimento das verbas rescisórias, assinatura do TRCT e baixa em sua CTPS.
Considerando que o atestado médico seja de até 15 dias, a princípio, não interferirá no término
do contrato determinado, pois, como esses dias serão custeados pelo empregador, serão
contados normalmente como dias trabalhados para efeito da contagem do contrato.
Por outro lado, se o 16° dia de afastamento recair dentro do período do contrato determinado,
haverá a suspensão do contrato de trabalho, por interpretação do artigo 476 da CLT,
retornando a contagem do mesmo somente após o empregado obter sua capacidade laboral
restaurada pela Previdência Social.
Nos termos do artigo 472, § 2° da CLT, nos contratos por prazo determinado, o tempo de
afastamento, se assim acordarem as partes interessadas, não será computado na contagem do
prazo para a respectiva terminação.
Dessa forma, havendo acordo entre as partes, o tempo em que o empregado estiver prestando
o serviço militar obrigatório, poderá não ser computado na contagem do contrato determinado.
Ainda que o contrato determinado seja uma modalidade de contrato por prazo determinado,
bem como, de que haja previsão na CLT acerca da suspensão durante a prestação de serviço
militar, parte da doutrina entende não ser aplicável tal regra ao contrato determinado, conforme
é possível observar o entendimento de Sérgio Pinto Martins:
Para o caso de abandono de emprego previsto no artigo 482, alínea “i” da CLT, este pode ser
configurado mesmo se o empregado estiver no contrato determinado.
Caso o empregado não compareça, poderá ser formalizada a rescisão por abandono de
emprego quando completar 30 dias consecutivos de faltas injustificadas, com base na
interpretação da Súmula n° 32 do TST.
FGT
S MUL
CAUSA DO SALD AVISO 13° FÉRIAS FÉRIAS ADIC. FGTS INDENI SAL.
MÊ TA INDENIZ.A
AFASTAMEN O PRÉVI SA VENCID PROPOR FÉRIA RESCISÃ Z. FAMÍLI
S FGT RT. 479CLT
TO SAL. O L. AS C. S O ADIC. A
ANT S
.
Rescisão Por
Dispensa Com
NÃ SIM
Justa Causa SIM NÃO NÃO *NÃO (8) NÃO SIM (6) NÃO NÃO NÃO SIM
O (6)
(Menos de 1
Ano)
Rescisão de
Contrato de
SI SIM
Experiência SIM NÃO NÃO SIM SIM SIM (4) NÃO NÃO NÃO SIM
M (4)
(Extinção
Automática)
Rescisão
Antecipada do
Contrato de
SI SIM SIM
Experiência SIM NÃO NÃO SIM SIM SIM (4) SIM (2) SIM SIM
M (4) (4)
Por Iniciativa
do
Empregador
Rescisão
Antecipada do
Contrato de SI SIM
SIM NÃO NÃO SIM (1) SIM SIM (6) NÃO NÃO NÃO SIM
Experiência M (6)
Por Iniciativa
do Empregado
Rescisão Por
Falecimento SI SIM
SIM NÃO NÃO SIM SIM SIM (9) NÃO NÃO NÃO SIM
(Menos de 1 M (9)
Ano)
1) As férias proporcionais são devidas por força do Enunciados do TST n°s 171 e 261.
2) A indenização adicional de um salário será devida no caso de término do aviso prévio,
indenizado ou não, ou término antecipado do contrato determinado, quando for o caso, nos 30
dias que antecedem a data-base da categoria.
4) O FGTS e a multa de 40%, quando for devida, devem ser depositados na conta vinculada
junto à CEF; a empresa recolherá também a contribuição social de 10%, totalizando 50%.
6) O empregado faz jus aos depósitos, mas não tem direito ao saque pelo motivo da rescisão.
A nova redação dada ao artigo 477, § 6° da CLT estabelece que a entrega ao empregado de
documentos que comprovem a comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes,
bem como, o pagamento das verbas rescisórias deverá ser efetuado até 10 dias contados a
partir do término do contrato.
Assim, nas hipóteses de extinção de contrato determinado, qualquer que seja o motivo
(extinção no termo final, rompimento antecipado, falecimento do empregado ou rescisão por
justa causa), o prazo de pagamento das verbas rescisórias é de 10 dias, contados do último dia
trabalhado.
O empregado contratado por meio de contrato determinado, tem direito ao recolhimento mensal
de FGTS, no percentual de 8% sobre a remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada
trabalhador, conforme prevê o artigo 15 da Lei n° 8.036/1990.
Já no que se refere a multa rescisória de 40%, somente será devida quando o empregador
romper o contrato determinado antecipadamente, pois, o entendimento é de que será
equiparado a uma rescisão sem justa causa, de acordo com a interpretação ao do artigo 18, §
1° da Lei n° 8.036/1990.
A demissão sem justa causa é uma modalidade de finalização contratual qual não possui uma
razão legal que a justifique, podendo decorrer de diversos motivos subjetivos a vontade do
empregador como, por exemplo: insatisfação com os serviços do empregado, corte de
despesas, falta de serviço, substituição do quadro de empregados ou qualquer outra razão
particular e injustificada.
A rescisão sem justa causa poderá ocorrer em qualquer espécie de contrato de emprego,
desde que o empregado não goze de alguma garantia de emprego, como nos casos de
aprendiz, gestantes e acidente de trabalho.
Nos termos do artigo 477 da CLT, na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá
proceder à anotação na CTPS, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o
pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo.
Desta forma, a seguir será discorrido sobre as consequências da rescisão sem justa causa e os
direitos do empregado nesta modalidade.
Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato
deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de 30 dias aos que
perceberem por quinzena ou mês (como na grande maioria dos casos) ou que tenham mais de
12 meses de serviço na empresa, ou de oito dias se o pagamento for efetuado por semana ou
tempo inferior.
Previsto no artigo 487 da CLT, o aviso prévio tem como objetivo a notificação prévia da parte
adversa do encerramento, sem justo motivo, do contrato por prazo indeterminado para que esta
possa preparar-se. No caso do aviso dado ao empregado, seria para este conseguir um novo
emprego, já quando dado ao empregador, seria como um prazo para substituir o empregado
faltante.
Ademais, a Constituição Federal, em seu artigo 7°, inciso XXI, destaca como direito do
trabalhador o prazo de 30 dias correspondente ao aviso prévio, qual conta-se a partir do dia
seguinte ao da comunicação, devendo ser formalizada por escrito.
Neste sentido, o prazo de 30 dias correspondente ao aviso prévio conta-se a partir do dia
seguinte ao da comunicação, que deverá ser formalizada por escrito, consoante artigo 20 da IN
SRT n° 015/2010.
36.1. Trabalhado
Tratando-se da dispensa do empregado com rescisão sem justa causa, caberá ao empregador
decidir se o aviso prévio será trabalhado ou indenizado. Entretanto, quando trabalhado, o
empregado terá direito a opção de reduzir duas horas da sua jornada de trabalho diária ou
faltar sete dias consecutivos, sem prejuízo do seu salário, nos termos do artigo 488 da CLT.
O empregado que, no curso do aviso prévio dado pelo empregador, obtiver novo emprego de
forma comprovada, fica dispensado do cumprimento do restante do referido aviso, não lhe
sendo descontado este período, bem como não sendo necessário o empregador indenizar os
dias faltantes do aviso, conforme preconiza a Súmula n° 276 do TST.
Caso o empregador exija que o empregado trabalhe durante o aviso prévio e este se recuse
formalmente em cumpri-lo, terá o empregador o direito de descontar os salários
correspondentes ao respectivo prazo, de acordo com o § 2° do artigo 487 da CLT.
36.2. . Indenizado
Nos moldes do § 1° do artigo 487 da CLT, a falta do aviso prévio por parte do empregador dá
ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a
integração desse período no seu tempo de serviço. Ainda, o período referente ao aviso prévio,
inclusive quando indenizado, integra o tempo de serviço para todos os efeitos legais,
consoante artigo 16da IN SRT n° 015/2010.
Desta feita, o valor do aviso prévio indenizado corresponde à remuneração que o empregado
teria direito de receber caso trabalhasse durante este período, inclusive, para verbas variáveis,
será devida a integração da média dos últimos 12 meses de serviço, por aplicação dos §§
3° e 5° do artigo 487 da CLT.
Nos termos do artigo 17 da IN SRT n° 015/2010, quando o aviso prévio for indenizado, a data
da saída a ser anotada na CTPS deve ser:
I - na página relativa ao Contrato de Trabalho, a do último dia da data projetada para o aviso
prévio indenizado; e
Considerando que o aviso prévio, ainda que indenizado, integrará ao tempo de serviço do
empregado para todos efeitos legais, tal período igualmente irá refletir na quantidade de avos
de férias e 13° salário que o empregado terá direito.
Ao aviso prévio serão acrescidos três dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até
o máximo de 60 dias, perfazendo um total de até 90 dias, conforme redação da Lei n°
12.506/2011. A Nota Técnica CGRT/SRT/MTE n° 184/2012, traz uma tabela para melhor
elucidar tal proporcionalidade:
37. Férias.
37.1. Vencidas
Por se tratar de um direito adquirido, o empregado dispensado sem justa causa, fará jus às
férias vencidas acrescidas do terço constitucional, após completos 12 meses de trabalho, nos
moldes do artigo 130 da CLT.
37.2. . Proporcionais
Na rescisão sem justa causa igualmente será devido ao empregado as férias proporcionais, na
fração de 1/12 avos ao mês aquisitivo de serviço ou fração igual ou superior a 15 dias, na
forma do artigo 146 da CLT.
Entretanto, com base no supracitado artigo 130 da CLT, vale destacar que as faltas
injustificadas poderão afetar o direito do empregado às férias proporcionais, na forma da tabela
abaixo:
de 15 a 23 de 24 a 32
Férias proporcionais até 5 faltas de 6 a 14 faltas
faltas faltas
1/12 2,5 dias 2 dias 1,5 dias 1 dia
2/12 5 dias 4 dias 3 dias 2 dias
3/12 7,5 dias 6 dias 4,5 dias 3 dias
4/12 10 dias 8 dias 6 dias 4 dias
5/12 12,5 dias 10 dias 7,5 dias 5 dias
6/12 15 dias 12 dias 9 dias 6 dias
7/12 17,5 dias 14 dias 10,5 dias 7 dias
8/12 20 dias 16 dias 12 dias 8 dias
9/12 22,5 dias 18 dias 13,5 dias 9 dias
10/12 25 dias 20 dias 15 dias 10 dias
11/12 27,5 dias 22 dias 16,5 dias 11 dias
12/12 30 dias 24 dias 18 dias 12 dias
Conforme pode-se perceber, acima de 32 faltas injustificadas no período aquisitivo, o
empregado perderá às férias correspondentes.
Em igual sentido, nos termos do Decreto n° 57.155/65, o décimo terceiro salário é devido ao
empregado dispensado sem justa causa, sendo computado 1/12 avos de direito ao tempo de
trabalho igual ou superior a 15 dias dentro de cada mês civil.
37.4. FGTS
Nos termos do § 1° do artigo 18 da Lei n° 8.036/90, bem como pelo artigo 9°, § 1°, do Decreto
n° 99.684/90, no caso de despedida sem justa causa, ainda que indireta, o empregador
depositará, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a 40% do montante
de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho,
atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros, não sendo permitida, para
esse fim, a dedução dos saques ocorridos.
Ademais, além da multa supracitada, nas hipóteses de rescisão sem justa causa será devida a
multa de 10% sobre o FGTS a título de contribuição social, nos termos da Lei Complementar n°
110/2001.
37.4.2. Saque
A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada na despedida sem justa
causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior, nos termos do artigo 20, inciso I,
do Decreto n° 99.684/90. Em razão da demissão sem justa causa, o empregado poderá sacar
o FGTS relacionado ao contrato de trabalho bem como a multa de 40% devida.
Conforme o referido manual, adota-se o código 01 para o saque do FGTS nos casos de
rescisão sem justa causa, podendo se citar como exemplo de documentos comprobatórios,
dentre outros:
Dentre outros documentos que também poderão ser utilizados como comprobatórios, de forma
complementar, será necessária a apresentação de do documento de identificação do
trabalhador ou diretor não empregado, CTPS na hipótese de saque de trabalhador e, Cartão do
Cidadão ou Cartão de Inscrição PIS/PASEP ou Inscrição de Contribuinte Individual junto ao
INSS para o doméstico não inscrito no PIS/PASEP.
Por fim, uma das alterações trazidas com a Reforma Trabalhista foi a revogação do §
1° do artigo 477 da CLT, não sendo mais obrigatória, por lei, a homologação do contrato de
trabalho. Inclusive a Caixa Econômica não exigirá o termo de homologação para fins de
liberação do FGTS, quando a rescisão for realizada após 11/11/2017, início dos efeitos da Lei
n° 13.467/2017.
37.5. Seguro-desemprego
- ter recebido salários de pessoa jurídica ou de pessoa física a ela equiparada, relativos a:
a) pelo menos 12 meses nos últimos 18 meses imediatamente anteriores à data de dispensa,
quando da 1° solicitação;
b) pelo menos nove meses nos últimos 12 meses imediatamente anteriores à data de dispensa,
quando da 2° solicitação; e
c) cada um dos seis meses imediatamente anteriores à data de dispensa, quando das demais
solicitações;
Vale destacar que, nos moldes do artigo 5° da Resolução CODEFAT n° 467/2005, entre um
requerimento e outro deverá ser aguardado o período aquisitivo de 16 meses, contado da data
de dispensa que deu origem à última habilitação.
O trabalhador dispensado sem justa causa, para requerer o benefício, deverá apresentar os
seguintes documentos previstos no artigo 15 da Resolução CODEFAT n° 467/2005:
f) Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho - TRCT (homologado caso a rescisão tenha sido
formalizada até 11/11/2017);
h) No caso do requente não ter recebido as verbas rescisórias deverá apresentar certidão das
Comissões de Conciliação Prévia /Núcleos Intersindicais, (certidão da justiça ou relatório da
fiscalização).
III - cinco parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou
pessoa física a ela equiparada, de no mínimo 24 meses no período de referência.
Nos termos do artigo 477, § 6°, da CLT, alterado com a Lei n° 13.467/2017 - Reforma
Trabalhista, o prazo para pagamento das verbas rescisórias foi unificado em até 10 dias,
independentemente da espécie de contrato ou forma de rescisão.
Dentre as alterações que a Reforma Trabalhista trouxe foi a publicação do artigo 484-A da CLT,
nos seguintes termos:
Art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e empregador,
caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:
I - por metade:
§ 2° A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não autoriza o ingresso no
Programa de Seguro-Desemprego.
38.1. . Do acordo
O artigo 484-A da CLT, inovou e trouxe a possibilidade da rescisão contratual por acordo entre
empregado e empregador.
A Lei n° 13.467/2017 não trouxe o procedimento de como seria feito este acordo, mas, por uma
questão de segurança jurídica, orienta-se que o mesmo seja realizado formalmente, ou seja,
por escrito.
A rescisão será por acordo, ou seja, um consenso entre empregado e empregador, eis que se
não houver será considerado um pedido de demissão ou rescisão sem justa causa por parte do
empregador.
O artigo 484-A da CLT, não trouxe expressamente se esta rescisão feito por acordo seria
aplicável para qualquer tipo de contrato, seja determinado ou indeterminado.
Em face da omissão legislativa entende-se que esta rescisão por acordo entre empregado e
empregador seria aplicável para qualquer tipo de contrato, o indeterminado, o determinado,
inclusive na hipótese do contrato de experiência.
De acordo com o artigo 484-A da CLT, o contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo
entre empregado e empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:
I - por metade:
A rescisão por acordo entre as partes não trouxe uma previsão expressa para quais tipos de
contrato seria aplicável o artigo 484-Ada CLT.
a) - na integralidade:
- décimo terceiro salário proporcional: a cada 15 dias laborados no mês o empregado garante o
avo do décimo terceiro salário, nos termos do Decreto n° 57.155/65;
- o aviso prévio trabalhado, ou seja, o empregado terá direito aos 30 dias de aviso prévio
trabalho, nos moldes do artigo 20 da IN SRT n° 015/2010.
b) - proporcional:
- pagamento do FGTS, nos termos do artigo 18 da Lei n° 8.036/90, limitada até 80% do valor
dos depósitos, nos termos do artigo 484-A, § 1°, da CLT;
No que tange ao aviso prévio trabalhado ou indenizado, em regra, será de 30 dias, nos termos
do artigo 20 da IN SRT n° 015/2010.
Embora a Lei n° 13.467/2017, tenha sido publicada posteriormente a Lei n° 12.506/2011 (Lei do
aviso prévio proporcional, a qual garante ao empregado os 3 dias a mais no aviso prévio, por
ano laborado na empresa) não elenca em seu bojo a aplicabilidade desta, nem tampouco
afasta, ou seja, é omissa a respeito do tema, para a rescisão por acordo entre as partes.
A - a primeira corrente doutrinária entende ser aplicável a Lei n° 12.506/2011, posto que esta
não expressa em que ocasiões a proporcionalidade é devida logo seria devida inclusive para a
rescisão por ajuste, e assim, no caso de aviso prévio cumprido e no caso de aviso prévio
indenizado também seria devida a proporcionalidade;
B - a segunda corrente doutrinária entende que, por tratar-se de um acordo entre as partes,
não deveria existir o acréscimo da proporcionalidade (aviso prévio cumprido ou indenizado).
No Direito do Trabalho existe a aplicabilidade do princípio basilar "in dubio pro operario", ou
seja que na interpretação da norma o empregador com dúvida deve orientar-se pela norma
mais benéfica ao empregado.
De outro lado, temos o princípio da legalidade estabelecido no artigo 5°, inciso II,
da Constituição Federal, o qual determina que ninguém é obrigado a fazer ou deixa de fazer, se
não estiver previsto expressamente na Lei.
Assim, diante das interpretações doutrinárias divergentes, a inexistência expressa de legislação
e até mesmo a contradição dos princípios mencionados, cabe ao empregador a escolha da
corrente doutrinária que irá seguir.
“Art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e
empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:
(...);
No que tange a interpretação desta alínea “b”, significa que na indenização sobre o saldo do
FGTS, prevista no § 1° do art. 18 daLei n° 8.036, de 11 de maio de 1990, a empresa pagará a
metade da multa de 40%, se houver a rescisão por acordo entre empregado e empregador.
Melhor explicando, em regra, nos termos do artigo 18, § 1°, da Lei n° 8.036/1990, quando
ocorre a rescisão sem justa causa a empresa pagará os 40% a título de multa, do FGTS ao
empregado.
Mas se for a rescisão por acordo a empresa pagará a metade, ou seja, 20% (metade de 40%)
de multa sobre o montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a
vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos
juros, isto significa a metade do valor da indenização.
(...);
(...).
O artigo prevê que se houver a rescisão por acordo entre empregado e empregador, vai
permitir a movimentação da conta vinculada do trabalhador no FGTS, limitada até 80% do valor
dos depósitos, ou seja, o empregado não irá poder sacar o total (100%) que está em sua conta
vinculada.
Assim, veio complementar e fazer remissão ao artigo 484-A, § 1°, da CLT, o qual autoriza o
saque de até 80% do valor dos depósitos.
- item 1.3.5.2 - Nos casos de rescisão por acordo entre empregado e empregador, a multa rescisória
é de 20% (vinte por cento) e, o aviso prévio, caso seja indenizado, é devido pela metade;
- item 2.2.3.3.1 - Para a rescisão por acordo entre empregado e empregador, não é devida a
contribuição social de que trata o artigo 1° da Lei Complementar n° 110/01;
No item 4.2.7, do referido Manual, determina que os códigos de movimentações a serem informadas
(inclusive na SEFIP) quando da rescisão do contrato de trabalho são:
- Código I5, Rescisão de contrato por acordo entre empregado e empregador. Para todas as
categorias;
- 5.2.3.1.1 Caso o 10° dia corrido seja posterior ao dia 07 do mês subsequente, o vencimento do
mês da rescisão e do aviso prévio indenizado ocorre no dia 07.
E por fim, no item 7, determina que será o código 07 - Rescisão do Contrato de Trabalho por
Acordo Entre Trabalhador e Empregador - Formalizada a partir de 11/11/2017 - Lei n°
13.467/2017.
(...);
§ 2° A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não autoriza o ingresso no
Programa de Seguro-Desemprego.
(...).
Nesta hipótese, a extinção do contrato por acordo entre empregado e empregador não autoriza
o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego, ou seja, a empresa não precisará enviar o
seguro desemprego WEB, eis que a Lei não autoriza a concessão deste benefício.
39. AVISO PRÉVIO
O pedido de demissão pelo empregado deverá ser formalizado por escrito, cabendo opção pelo
cumprimento do aviso prévio ou indenização em favor do empregador, no caso de não
cumprimento.
O seu intuito principal é proporcionar ao empregador tempo hábil de contratar outro empregado
para o cargo ocupado pelo empregado anterior.
A previsão constitucional do aviso prévio está expressa no artigo 7°, inciso XXI, da CF/88 e
acompanhado pela CLT a partir dos artigos 48 ao 491.
Além disso, empregado não faz jus à redução de sete dias ou duas horas previsto no artigo
488 da CLT, pois o artigo em referência é claro em estipular a redução somente nos casos de
rescisão pelo empregador.
Dessa forma, o entendimento que prevalece é pela não aplicação do aviso prévio proporcional
nos casos de pedido de demissão.
Ou seja, se trabalhado o aviso prévio, não será acrescido de 3 dias por ano completo de
trabalho.
Também não será descontado nada além dos 30 dias se indenizado o aviso prévio dado pelo
empregado.
A contagem do aviso será a mesma aplicada aquele dado pelo empregador, sendo iniciada a
partir do dia seguinte à comunicação por escrito.
Assim, permanecerá sendo observada a regra geral, qual seja a contagem dos 30 dias
iniciando-se no dia seguinte ao comunicado, conforme prevista na IN SRT n° 015/2010:
Art. 20.O prazo de trinta dias correspondente ao aviso prévio conta-se a partir do dia seguinte ao da
comunicação, que deverá ser formalizada por escrito.
SUM - 380 AVISO PRÉVIO. INÍCIO DA CONTAGEM. ART. 132 DO CÓDIGO CIVIL DE
2002 (conversão da Orientação Jurisprudencial n° 122 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e
25.04.2005. Aplica-se a regra prevista no "caput" do art. 132 do Código Civil de 2002 à contagem do
prazo do aviso prévio, excluindo-se o dia do começo e incluindo o do vencimento. (ex-OJ n° 122 da
SBDI-1 - inserida em 20.04.1998)
39.5. Modalidades
O aviso concedido pelo empregado poderá ser cumprido com trabalho ou descontado, se ele
não trabalhar. Vejamos:
O empregado que pedir demissão e realizar o cumprimento do aviso prévio trabalhado poderá
substituir o trabalho por um pagamento equivalente em favor do empregador.
Assim, o empregador poderá descontar da rescisão o valor respectivo ao aviso não cumprido
pelo empregado, previsto no artigo 487, § 2°, da CLT.
Não haverá impedimento para que o empregador aceite que o empregado não cumpra o
período de aviso prévio e não desconte o respectivo valor, ou seja, considerando que o aviso
pertence ao empregado, poderá o empregador por mera liberalidade deixar de descontar na
rescisão do empregado o valor da indenização, neste sentido a Portaria SRT n° 004 / 2014,
que traz a seguinte Ementa:
No âmbito geral, se o empregado pretende trabalhar normalmente o aviso por pedido, não
caberá o desconto da indenização em favor do empregador, entretanto poderá ocorrer
situações que ensejam algumas observações.
Dessa forma, o pagamento das verbas rescisórias ocorreria após 10 dias ao término do aviso
seguindo a previsão do artigo 477, § 6° da CLT.
Ressalte-se a importância da formalização por escrito por parte do empregado que o mesmo
não tem a intenção de cumprir o restante do período de trabalho.
Nos termos do artigo 477 § 6°, da CLT o pagamento das verbas rescisórias seguiria os
mesmos moldes do aviso prévio indenizado, ou seja, 10 dias contados a partir do último dia
trabalhado antes da dispensa do cumprimento do aviso prévio.
Nestas condições, seria devido lançar na CTPS e no TRCT o último dia efetivamente
trabalhado, não se considerando o período que o empregado pediu a dispensa de cumprimento.
O período de ausência de cumprimento do restante do aviso prévio não será considerado para
fins de projeção de férias ou 13° salário proporcional.
Não será alterado o motivo da rescisão, ou seja, permanecerá pedido de demissão pelo
empregado, porém com período a cumprir do aviso prévio indenizado pelo empregador em
razão da dispensa do cumprimento pelo mesmo.
No que se refere à projeção desse período de aviso prévio quando dispensado o cumprimento
pelo empregador, há entendimento que para fins de anotação em CTPS, fará a projeção,
havendo reflexos para fins de férias e 13° salário.
Considerando que há divergentes entendimentos, por precaução, caberá ser pacificados junto
ao Sindicato de classe ou com o próprio Ministério do Trabalho, qual posicionamento a ser
adotado.
Quando se trata de aviso prévio dado pelo empregador, não há dúvidas quanto a aplicação das
médias da remuneração variável.
Em comparação à redação do artigo 487 em seus §§ 1° e 2° temos que tanto para pagamento
quanto para desconto do aviso, seja ele motivado pelo empregado ou pelo empregador, é
devida a apuração dos valores de aviso prévio baseado no salário do trabalhador, vejamos:
§ 1° A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários
correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de
serviço.
(...)
Assim, não há uma situação definida ao caso, cabendo discussão sobre a possibilidade ou não
de descontar do aviso prévio motivado pelo empregado, com base nas médias relativas aos
recebimentos variáveis que são pagos ao trabalhador (comissões, horas extras habituais, etc.),
ou até mesmo sobre o total das remunerações pagas trazido pelo artigo 457 da CLT.
Parte da doutrina do direito do trabalho, entende que o desconto do aviso prévio motivado pelo
empregado, deve ser feito apenas referente ao salário contratual, sem o acréscimo de médias,
e por se tratar de medida mais preventiva, a consultoria considera que tal situação deve ser
adotada pelo empregador.
Assim, diante dessa divergência, o mais seguro para o empregador seria adotar a primeira
situação exposta, mas não está errado o desconto sobre a totalidade da remuneração inclusive
médias. Dessa forma, sugerimos que seja verificado o posicionamento do Sindicato de classe
(através da sua convenção coletiva) ou o próprio Ministério do Trabalho.
39.9. Limite para o desconto do aviso prévio - verbas com saldo insuficiente
O artigo 477, § 5°, da CLT define que os valores para compensação das verbas rescisórias não
ultrapassem o valor de uma remuneração mensal do empregado.
Entretanto, caso não haja saldo suficiente para o desconto do aviso prévio não cumprido pelo
empregado, o empregador está autorizado a descontar sobre outras parcelas (horas extras,
férias, 13° salário, por exemplo), inclusive podendo pleitear judicialmente o pagamento de tais
valores.
Entretanto, as Súmulas em geral não podem contrariar o que dispõe a legislação, elas servem
para regulamentar uma lacuna legal.
O artigo 487,§ 2°, da CLT dispõe que a falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao
empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo.
Dessa forma, considerando que se trata de pedido de demissão, o empregado receberá aviso
proporcional aos dias trabalhados e os restantes dos dias do aviso que não trabalhar o
empregador poderá descontá-los.
Assim, o entendimento é que a Súmula n° 276 TST não tem aplicação no caso de pedido de
demissão, visto que a mesma não pode contrariar um dispositivo legal, contudo, deve se
verificar com o sindicato a sua aplicação nos casos de pedido de demissão, uma vez que o
sindicato pode prever em convenção coletiva norma mais benéfica ao empregado, cabendo
nesse sentido outro posicionamento.
O aviso prévio nada mais é que uma comunicação a outra parte de sua intenção de encerrar o
vínculo laboral e tem por finalidade a recolocação do empregado no mercado de trabalho.
O Aviso Prévio em regra terá o prazo de duração mínimo de 30 dias, nos termos do artigo 487,
inciso II, da CLT.
Entretanto nos casos de aviso prévio motivado pelo empregador, a duração máxima do aviso
prévio, nos termos da Lei n° 12.506/2011, regulamentado pelo MTb através da Nota Técnica
CGRT/SRT/MTE n° 184/2012 será acrescido de três dias para cada ano completo de serviço.
Sendo assim para a rescisão sem justa causa motivada pelo empregador a duração do Aviso
Prévio, será da seguinte forma:
Maiores informações sobre a aplicabilidade do aviso prévio proporcional, podem ser analisadas
de forma minuciosa no boletim informativo a respeito do tema:
Neste caso, se o aviso prévio, for comunicado na véspera de um dia em que não seja de
trabalho (domingos, feriados, dias de compensação), o primeiro dia da contagem do aviso
prévio será neste dia sendo terminantemente proibido ao empregador alterar o dia de início dos
efeitos do aviso, e os 30 dias serão corridos, visto que a legislação não traz ressalvas.
Exemplo:
Havendo por parte do empregado a opção pelo Aviso Prévio trabalhado, o empregado terá
direito a redução da jornada, sendo que ficará a critério do empregado, optar pela redução de
sete dias corridos ou duas horas diárias, conforme determina o artigo 488 da CLT.
Importante ainda que o aviso prévio conforme previsto no artigo 488 da CLT aplica-se para
todas as modalidades de contrato de trabalho por prazo indeterminado, inclusive:
- entre outros.
Nesta teoria, o não cumprimento do aviso prévio daria ao empregador a possibilidade de lançar
faltas injustificadas no decorrer do aviso prévio e manter a data final do aviso prévio.
Nesta situação, o prazo para pagamento das verbas rescisórias iniciaria sua contagem apenas
após o término do aviso prévio, sendo assim, a contagem do prazo de 10 dias para pagamento
das verbas rescisórias, previsto no artigo 477 § 6° da CLT, iniciaria no término do aviso.
Nesta hipótese, na CTPS bem como nos demais documentos rescisórios, o empregador deverá
anotar a data da projeção do aviso prévio, ou seja, o dia efetivo do seu término.
Ainda que sejam lançadas as faltas, será devido, na rescisão como saldo de salário, o
pagamento da redução do aviso, ou seja, as 02 horas diárias ou os 07 dias consecutivos,
conforme solicitação do empregado.
Importante destacar ainda que as faltas lançadas para o empregado pelo não cumprimento do
aviso prévio acarretarão o desconto do descanso semanal remunerado, bem como a redução
das férias proporcionais e 13° salário, caso se tratem de faltas injustificadas.
Entretanto, caso a opção seja pela redução de 2 horas, as faltas serão consideradas horas-
falta e não dias-falta, como ocorre na redução de 7 dias. Assim, se tratando de horas-falta, não
haverá interferência na contagem de avos de férias e 13º salário proporcionais, que deverão
ser computados até o término do aviso prévio.
b) O empregador desconta o aviso prévio integral sem aguardar o término da contagem integral
do aviso prévio:
Entretanto, orienta-se que o empregado formalize por escrito a intenção pelo não cumprimento
do Aviso Prévio.
Nesta situação a anotação da data da saída na CTPS, bem como nos demais documentos
rescisórios, será o último dia efetivamente trabalhado, ou seja, aquele dia em que o empregado
efetivamente recebeu o comunicado de rescisão contratual.
Cumpre esclarecer que a consequência do desconto integral do aviso, logo no seu início,
poderia caracterizar a desconsideração do aviso prévio, ou seja, poderia ser considerado que
não houve cumprimento do aviso prévio, visto que como a intenção da quebra o contrato partiu
do empregador, e o desconto integral acarretaria a não projeção do aviso para fins de férias e
13° salário, tal situação poderia levantar discussão com relação a validade do desconto e do
cumprimento, e poderia tornar a rescisão nula.
Nos casos em que o empregador não permitir que o empregado permaneça em atividade no
local de trabalho durante o aviso prévio, serão aplicadas as mesmas regras do aviso prévio
indenizado, conforme determinado o artigo 18 da IN SRT n° 015/2010.
Existe um ponto polêmico em relação a parte final deste dispositivo, conforme verifica-se em
sua redação:
Esta parte do dispositivo gera duas interpretações, existe o entendimento de que para fins
anotação em CTPS, projeção para fins de férias e 13° salário, haveria a alteração para aviso
prévio indenizado.
O outro entendimento traz a previsão de que a intenção do referido dispositivo legal seria a
mera indenização do período de cumprimento, sendo que a natureza do aviso permaneceria
sendo, para todos os efeitos, de aviso prévio trabalhado.
Por precaução, orienta-se que o posicionamento seja pacificado junto ao Sindicato de classe
ou com o próprio Ministério do Trabalho.
Cumpre esclarecer que existem duas modalidades de aviso prévio, o aviso prévio indenizado e
o aviso prévio trabalhado.
Ou seja, pela redação da OJ SDI-1 14 DO TST, verifica-se que não é possível o cumprimento
do aviso prévio em casa, nesta situação, o aviso prévio seria considerado indenizado e,
portanto, seria aplicado as regras desta modalidade de aviso prévio.
Sendo assim a comprovação do novo emprego poderá ser feita através de carta de admissão
em papel timbrado/carimbado pelo novo empregador, determinando a data de início das
atividades laborais, ou ainda pela anotação do novo registro em CTPS.
Assim o empregado ficará dispensado do cumprimento do restante do aviso prévio sem sofrer
o desconto e por outro lado o empregador, igualmente ficará desobrigado do pagamento dos
dias não trabalhados, ou seja, o aviso prévio terá seu término na data constante na carta ou de
admissão da CTPS, nos termos da Súmula TST n° 276, bem como no Precedente Normativo
TST n° 24 que assim dispõe:
SUM – 276 AVISO PRÉVIO. RENÚNCIA PELO EMPREGADO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19,
20 e 21.11.2003. O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de
cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o
prestador dos serviços obtido novo emprego.
Outra modalidade de aviso prévio é o aviso indenizado, que ocorre quando o empregador
dispensa o empregado sem justa causa e não permite que o empregado trabalhe neste período,
ou seja, o empregador indenizará os dias correspondentes ao aviso prévio.
Cumpre esclarecer que em caso de rescisão de contrato de trabalho por justa causa, não será
devido o pagamento ou cumprimento do aviso prévio.
Nos termos do artigo 488 da CLT, quando a rescisão é motivada pelo empregador e este
determina que o aviso prévio será trabalhado, fica estabelecido como horário normal de
trabalho do empregado durante esse período:
A aplicação dessa redução tem por finalidade permitir que o empregado busque nova
oportunidade de trabalho.
Sendo assim, exigir que o empregado realize horas extraordinárias no curso do aviso prévio,
poderia descaracterizar o aviso prévio, visto que a finalidade do aviso prévio não seria
cumprida, qual seja a recolocação no mercado de trabalho.
SUM – 230 AVISO PRÉVIO. SUBSTITUIÇÃO PELO PAGAMENTO DAS HORAS REDUZIDAS DA
JORNADA DE TRABALHO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. É ilegal substituir o
período que se reduz da jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo pagamento das horas
correspondentes.
Diante deste entendimento, não poderá haver a prestação de horas extras no curso de aviso
prévio, bem como deverá ser observado a redução prevista na lei.