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Seminário Mensal do

Departamento Pessoal

10 de janeiro de 2020

Apresentadores: Fábio Gomes


Fábio Momberg
Érica Nakamura
Novidades
Novo valor do salário mínimo
Foi publicada na Edição Extra “B”, do Diário Oficial da União do
dia 31.12.2019, a Medida Provisória n° 916, de 31 de
dezembro de 2019, a qual dispõe sobre o valor do salário
mínimo a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2020.

Com a publicação da Medida Provisória, desde o dia 1° de


janeiro de 2020, o salário mínimo nacional passou a ser de R$
1.039,00.

A MP dispõe, ainda, sobre o valor diário do salário mínimo,


que, agora, corresponde a R$ 34,63, e o valor horário, R$ 4,72.
Suspenso o envio de eventos de
remuneração S-1200 da competência
janeiro/2020 até a publicação da Portaria
com as tabelas de alíquotas do INSS e
salário-família para 2020
Segundo notícia publicada no Portal do eSocial no dia 03.01.2020, a recepção dos
eventos S-1200 - Remuneração de trabalhador vinculado ao Regime Geral de
Previdência Social, da competência janeiro/2020, está suspensa até que seja
publicada a Portaria governamental que reajusta as faixas salariais que definem as
alíquotas de desconto previdenciário do segurado (8%, 9% ou 11%) e o direito a
percepção de salário família para 2020. Tal medida se faz necessária porque o
eSocial precisa da tabela de alíquotas atualizada para retornar os eventos de
totalização S-5001 - Informações das contribuições sociais consolidadas por
trabalhador, para os empregadores.

No entanto, a transmissão dos eventos S-2299 – Desligamento e S-2399 - Término


do Trabalhador Sem Vínculo de Emprego não será bloqueada. Contudo, caso a
Portaria com as novas alíquotas seja publicada com vigência retroativa, caberá ao
empregador realizar, antes do fechamento da folha deste mês de janeiro/2020, a
retificação dos eventos que já foram transmitidos, para considerar os valores
devidos pelos empregados.

A folha de pagamento de janeiro/2020 do Módulo Doméstico será disponibilizada


após a publicação da referida Portaria.
Principais obrigações da área
Trabalhista e Previdenciária
para
eSocial
Informação da situação Sem
Movimento em Janeiro
A situação “Sem Movimento” para o empregador/contribuinte/órgão público
só ocorrerá quando não houver informação a ser enviada, para o grupo de
eventos periódicos S-1200 a S-1280, em relação a todos os
estabelecimentos, obras ou unidades do empregador/contribuinte/órgão
público.

Neste caso, o empregador/contribuinte enviará o “S-1299 - Fechamento dos


Eventos Periódicos” como “Sem Movimento” na primeira competência do
ano em que esta situação ocorrer.

Caso a situação sem movimento da empresa persista nos anos


seguintes, o empregador/contribuinte deverá repetir este
procedimento na competência janeiro de cada ano, exceto para
empregador pessoa física, cuja informação é facultativa.
Não obrigatoriedade de envio de folha do 13º salário "sem movimento"

Muito se questionou sobre a necessidade de envio de uma folha “Sem Movimento” no


eSocial para o 13° salário por empresas que não têm empregados ou que têm somente
o sócio com percepção de pró-labore.

Para esclarecer este ponto, foi publicada no portal do eSocial no dia 19.12.2019 uma
Pergunta Frequente informando que o conceito de folha “sem movimento” não se aplica
à folha anual relativa ao 13° salário, conforme abaixo:

“04.112 (19/12/2019) Na ausência de remuneração referente a décimo terceiro, é


obrigatório fazer a folha anual "Sem Movimento"?
No eSocial, o conceito de folha "sem movimento" não se aplica à folha anual (décimo
terceiro). Caso não exista informação de remuneração devida referente a décimo
terceiro, não deve ser enviada a escrituração. Por exemplo, no caso de empresa que
não tenha empregados, somente contribuintes individuais (contador, sócio etc), não há
obrigação de enviar a folha do 13º salário "sem movimento", basta não enviar a referida
folha anual.”
Novo cronograma de
implantação
Foi publicada no Diário Oficial da União do dia 24.12.2019 a Portaria da
Secretaria Especial de Previdência e Trabalho n° 1.419, de 23 de dezembro
de 2019, a qual dispõe sobre o cronograma de implantação do eSocial.

Grupo 1 - Empresas com faturamento superior a R$ 78 milhões

Eventos de tabela, não periódicos e periódicos - já implantados;


08/09/2020 - Eventos de SST - Saúde e Segurança do Trabalhador: S-
2210, S-2220 e S-2240.

Grupo 2 - Empresas com faturamento inferior a R$ 78 milhões, exceto


as optantes pelo SIMPLES

Eventos de tabela, não periódicos e periódicos - já implantados;


08/01/2021 - Eventos de SST - Saúde e Segurança do Trabalhador: S-
2210, S-2220 e S-2240.
Grupo 3 - ME e EPP optantes pelo SIMPLES, MEI, empregadores
pessoas físicas (exceto domésticos), entidades sem fins lucrativos

Eventos de tabela e não periódicos - já implantados;

Eventos Periódicos (folha de pagamento) - S-1200 a S-1299,


conforme o seguinte escalonamento:

08/09/2020 - CNPJ básico com final 0, 1, 2 ou 3

08/10/2020 - CNPJ básico com final 4, 5, 6 ou 7

09/11/2020 - CNPJ básico com final 8, 9 e pessoas físicas

08/07/2021 - Eventos de SST - Saúde e Segurança do Trabalhador: S-


2210, S-2220 e S-2240.
Regulamentação da Medida
Provisória n° 905/2019
Foi publicada no Diário Oficial da União do dia 26.12.2019, a Portaria do Ministério
da Economia n° 671, de 23 de dezembro de 2019, a qual prevê a produção de
efeitos de dispositivos constantes da Medida Provisória nº 905, de 11 de novembro
de 2019.

Nos termos da aludida Portaria, o disposto nos arts. 9º e 12, da Medida Provisória nº
905/2019, que entre outras providências, institui o Contrato de Trabalho Verde e
Amarelo, passa a produzir efeitos a partir de 1º.01.2020.

O art. 9º, da MP, estabelece que as empresas que contratarem na modalidade de


contrato verde e amarelo ficarão isentas sobre a folha de pagamento da contribuição
previdenciária patronal (20%), do salário-educação e da contribuição social
destinada ao Sesi, Sesc, Sest, Senai, Senac, Senat, Sebrae, Incra, Senar, Sescoop.

Já o art. 12 prevê que os contratados nesta modalidade terão direito ao Seguro-


Desemprego, desde que preenchidos os requisitos legais e respeitadas as
condicionantes previstas no art. 3º, da Lei nº 7.998/1990.
Simplificação
Substituição do CAGED e da RAIS pelo eSocial

Foi publicada no DOU do dia 15.10.2019, a Portaria da SEPREVT n° 1.127/2019, que


define as datas e condições em que as obrigações de prestação de informações pelo
empregador nos sistemas CAGED e RAIS serão substituídas pelo eSocial.

A obrigação da comunicação de admissões e dispensas por meio do CAGED passa a


ser cumprida por meio do eSocial a partir da competência de janeiro 2020 para as
empresas ou pessoas físicas equiparadas a empresas, mediante o envio dos eventos
não periódicos do eSocial.

Entretanto, as empresas que não cumprirem as mencionadas condições deverão


continuar a prestar as informações por meio do sistema CAGED.
Além disso, a RAIS será substituída pelo eSocial a partir do ano base 2019, pelas
empresas obrigadas à transmissão das seguintes informações de seus trabalhadores
ao eSocial, referentes a todo o ano base:

- data da admissão, data de nascimento e CPF do trabalhador, que deverão ser


prestadas até o dia imediatamente anterior ao do início das atividades do empregado;

- data e motivo da rescisão de contrato, bem como os valores das verbas rescisórias
devidas; e

- valores de parcelas integrantes e não integrantes das remunerações mensais dos


trabalhadores, com a correspondente discriminação e individualização dos valores, que
deverão ser prestadas até o dia 15 (quinze) do mês seguinte ao vencido.

Para as demais pessoas jurídicas de direito privado e de direito público, bem como
pessoas físicas equiparadas a empresas, fica mantida a obrigação de envio da RAIS.
Substituição do livro de registro de empregados pelo eSocial

Foi publicada DOU do dia 31.10.2019, a Portaria da SEPREVT n° 1.195/2019, a qual disciplina
o registro de empregados e a anotação na CTPS em meio eletrônico.

Segundo o ato, as anotações na CTPS Digital, bem como o registro eletrônico de


empregados serão realizados por meio das informações prestadas no eSocial. Esse
registro de empregados é composto por dados relativos à admissão no emprego, duração e
efetividade do trabalho, tais como férias, acidentes e demais circunstâncias que interessem à
proteção do trabalhador, que deverão ser informados nos prazos e com os dados previstos na
Portaria.

A comprovação do cumprimento das obrigações será feita pelo número do recibo eletrônico
emitido pelo eSocial.

Apenas os empregadores que optarem pelo registro eletrônico estarão aptos à substituição do
livro de registro de empregados. Nesse caso, essa opção deve ser feita por meio do campo
{indOptRegEletron} do evento S-1000. Os empregadores que ainda não optaram pelo registro
eletrônico poderão fazê-lo enviando uma alteração do evento S-1000.
Por outro lado, os empregadores que não optarem pelo registro eletrônico continuarão
a fazer o registro em meio físico. Nesse caso, terão o prazo de um ano para
adequarem os seus documentos (livros ou fichas) ao conteúdo previsto na Portaria.

Além do registro de empregados, os dados do eSocial também alimentarão a CTPS


Digital. A CLT prevê o prazo de 5 dias úteis para a anotação da admissão na CTPS.
Contudo, se o empregador prestar as informações para o registro de empregados no
prazo correspondente, não precisará informar novamente para fins da anotação da
carteira, pois terá cumprido duas obrigações com uma única prestação de
informações.

Até que o eSocial seja substituído por um novo sistema, conforme previsto no Art. 16,
da Lei nº 13.874/2019, para fins de cumprimento da obrigação relacionada ao
registro de empregado, os dados a serem informados pelo empregador referentes
ao inciso I, do art. 2º, da Portaria 1.195/2019, serão apenas o número no CPF, data
de nascimento e data de admissão do empregado.
CNIS passa a ter atualização em tempo real com dados do
eSocial
O CNIS - Cadastro Nacional de Informações Sociais é um sistema de bases de dados
nacional que abrange todos os trabalhadores brasileiros e que é utilizado pelo INSS
para fins de concessão de benefícios, além de disponibilizar os dados para a Carteira
de Trabalho Digital. Até então, as informações constantes no eSocial eram recebidas e
processadas e os dados atualizados mensalmente.

A partir de agora, os dados passam a ser recebidos, processados e disponibilizados em


tempo real. Na prática, assim que um empregador transmite uma informação ao eSocial
(digamos, uma admissão), ela é recebida, transmitida para a DATAPREV, processada
pelos sistemas, disponibilizada no CNIS, e imediatamente exibida na Carteira de
Trabalho Digital do trabalhador.
Nova tabela de contribuição dos empregados
Nova tabela de contribuição dos empregados

Essas alíquotas serão aplicadas de forma progressiva sobre o salário de contribuição


do segurado, incidindo cada uma sobre a faixa de valores compreendida nos
respectivos limites.
eSocial
Informação de empregado que possui
múltiplos vínculos em decorrência das
alterações trazidas pela Reforma da
Previdência
Foi publicada no Portal do eSocial, no dia 30.12.2019, a Nota Orientativa n°
20/2019, a qual traz orientações sobre o tratamento a ser dado no caso de
contratação de segurados com múltiplos vínculos, em função das
alterações trazidas pela Emenda Constitucional nº 103.

O art. 28, da EC nº 103, trouxe novas alíquotas para as contribuições


previdenciárias dos segurados empregados, empregados domésticos e
trabalhadores avulsos do RGPS, notadamente em função da
implementação da progressividade graduada na apuração dessas
contribuições.

Por conta disso, o item 9, encontrado nas páginas 104 a 106, do evento S-
1200 - Remuneração de trabalhador vinculado ao Regime Geral de
Previdência Social, do Manual de Orientação do eSocial – MOS v. 2.5.01,
terá uma nova redação a partir da competência março/2020:
Novo item 9

“9) Em se tratando de trabalhadores com múltiplos vínculos, para que haja a


correta apuração da contribuição previdenciária a ser descontada do
trabalhador, no caso deste possuir outras relações de trabalho, amparadas
pelo RGPS, na mesma competência, devem ser informados o CNPJ/CPF
do(s) outro(s) contratante(s) e a(s) correspondente(s) remuneração(ões).
Como o salário-de-contribuição do segurado é a soma de todos os valores
recebidos no mês, caso o segurado trabalhe para mais de um
empregador/contratante, seu salário-de-contribuição será a soma do que
receber em cada um deles. Se o segurado empregado, inclusive o
doméstico e o trabalhador avulso prestar serviços a mais de um
empregador/órgão público, ele deve comunicar a todos eles os valores das
remunerações recebidas e das contribuições previdenciárias descontadas,
de modo a possibilitar o cálculo correto destas, a depender do período de
apuração...”.
Período de apuração a partir de 01.03.2020 até disposição de lei em contrário,
alterando a Lei nº 8.212, de 1991: a fim de possibilitar a aplicação do(s) percentual(is)
da(s) alíquota(s) correta(s), ou seja, do percentual pertinente a cada faixa na qual o
segurado se enquadrar, considerando a totalidade da remuneração recebida pelo
segurado na competência, em todas as fontes pagadoras, respeitando o limite máximo
do salário de contribuição, deve ser informado o indicador de desconto {indMV} da
contribuição previdenciária do trabalhador, conforme tabela abaixo, adotando a tabela
de salário-de-contribuição disposta em seguida:
Complementação da contribuição

O segurado que, no somatório de remunerações auferidas no período de 1


mês, receber remuneração inferior ao limite mínimo mensal do salário de
contribuição poderá:

– complementar a sua contribuição, de forma a alcançar o limite mínimo


exigido;

– utilizar o valor da contribuição que exceder o limite mínimo de contribuição de


uma competência em outra; ou

– agrupar contribuições inferiores ao limite mínimo de diferentes competências,


para aproveitamento em contribuições mínimas mensais.

Esses ajustes de complementação ou agrupamento de contribuições somente


poderão ser feitos ao longo do mesmo ano civil.
Desoneração da folha de pagamento

Extinção

Os setores autorizados à opção pela desoneração da folha de pagamento,


poderão, até 31 de dezembro de 2020, contribuir sobre o valor da receita
bruta, excluídos as vendas canceladas e os descontos incondicionais
concedidos, em substituição às contribuições de 20% sobre os valores
pagos a empregados e contribuintes individuais.
Recolhimentos
previdenciários
dos produtores
rurais
Contribuição previdenciária sobre a comercialização de produção
rural - FUNRURAL

Todos os produtores rurais devem contribuir à Previdência Social através do


pagamento de um % sobre o valor bruto da comercialização da sua produção
(1,5% se PF e 2,05% se PJ).

O recolhimento do valor devido deve ser feito diretamente pelo produtor rural,
em regra geral ou em algumas hipóteses previstas em Lei, por contribuinte
sub-rogado (empresa que adquire de produtor rural PF, entre outros casos).
Fato gerador do tributo

O fato gerador da contribuição previdenciária ocorre na comercialização da


produção rural do produtor rural pessoa física ou jurídica.

(art. 166 e incisos I, II e III e art. 52, incisos III, alínea “e” e IV, da IN RFB
971/2009)
Responsabilidade pelo recolhimento do FUNRURAL

“Art. 184. As contribuições sociais incidentes sobre a receita bruta oriunda da comercialização da
produção são devidas pelo produtor rural, sendo a responsabilidade pelo recolhimento:

I - do produtor rural, pessoa física, e do segurado especial, quando comercializarem a produção


diretamente com:

a) adquirente domiciliado no exterior (exportação), observado o disposto no art. 170;


b) consumidor pessoa física, no varejo;
c) outro produtor rural pessoa física;
d) outro segurado especial;

II - do produtor rural pessoa jurídica, quando comercializar a própria produção rural;

III - da agroindústria, exceto a sociedade cooperativa e a agroindústria de piscicultura,


carcinicultura, suinocultura e a de avicultura, quando comercializar a produção própria ou a
produção própria e a adquirida de terceiros, industrializada ou não, a partir de 1º de novembro de
2001;
IV - da empresa adquirente, inclusive se agroindustrial, consumidora, consignatária ou
da cooperativa, na condição de sub-rogada nas obrigações do produtor rural, pessoa
física, e do segurado especial;

V - dos órgãos públicos da administração direta, das autarquias e das fundações de


direito público que ficam sub-rogados nas obrigações do produtor rural pessoa física e
do segurado especial, quando adquirirem a produção rural, ainda que para consumo, ou
comercializarem a recebida em consignação, diretamente dessas pessoas ou por
intermediário pessoa física;

VI - da pessoa física adquirente não-produtora rural, na condição de sub-rogada no


cumprimento das obrigações do produtor rural pessoa física e do segurado especial,
quando adquirir produção para venda no varejo, a consumidor pessoa física.

.............................”
Hipóteses de comercialização

1 - Na comercialização de produção rural por um produtor rural PF para um


consumidor PF, no varejo ou para outro produtor rural PF, o próprio produtor
que está vendendo seus produtos ficará responsável pelo recolhimento da
contribuição previdenciária decorrente desta comercialização.

Tal recolhimento deverá ser feito através de uma GPS com código de
recolhimento 2704 - Comercialização da Produção Rural - CEI*.

* Recolhimento continua a ser feito em CEI, apesar da inscrição em CAEPF


(RFB ainda não regulamentou esta situação).
2 - Quando um produtor rural PF comercializar produto rural com uma
empresa, a obrigatoriedade pelo desconto e recolhimento desta contribuição é
da PJ adquirente dos produtos (comprador), que fica sub-rogada ao citado
produtor (substituindo-o nesta obrigação e recolhimento), descontando do
pagamento que será feito ao produtor e recolhendo à Previdência Social.

Tal recolhimento será feito em uma GPS com o código de recolhimento 2607 -
Comercialização da Produção Rural - CNPJ, para as empresas em geral, ou
2011, para as Empresas Optantes pelo Simples - CNPJ, sendo que, na GPS
deverá constar como identificador o CNPJ da empresa adquirente (sub-
rogada). Se a empresa já estiver obrigada à DCTFWeb, tal valor será recolhido
juntamente com o DARF gerado por tal sistema (junto com as suas demais
contribuições previdenciárias).
Alíquota do produtor rural PF

A contribuição previdenciária que era de 2,3%, até 2017, desde 01.01.2018,


conforme Lei nº 13.606/2018, art. 14 (que alterou o art. 25, da Lei nº
8.212/1991), passou a ser de 1,5% sobre o valor total da comercialização rural,
sendo:

- 1,2% destinados à Previdência Social;


- 0,1% corresponde ao RAT; e
- 0,2% relativos a Outras Entidades (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural -
SENAR).
3 - Na comercialização de produção rural realizada por produtor rural PJ
(constituído em empresa), independente de quem estiver adquirindo, se PF ou
jurídica, a responsabilidade pelo recolhimento do encargo previdenciário será
sempre do próprio produtor rural PJ.

Este recolhimento será feito em uma GPS com o código 2607 -


Comercialização da Produção Rural - CNPJ ou se já obrigada à DCTFWeb, no
DARF gerado por tal sistema.
Alíquota do produtor rural PJ

Com a publicação no DOU de 18.04.2018, das partes vetadas da Lei n°


13.606/2018 (originariamente publicada em 10.01.2018), o art. 25, da Lei nº
8.870/1994, foi alterado, passando a dispor que, a partir de 18.04.2018, a
contribuição devida à Seguridade Social, pelo produtor rural PJ, de 2,85%, passa a
ser de 2,05%, incidente sobre o valor total da comercialização rural, sendo:

- 1,7% para a Previdência Social;


- 0,1% relativo ao RAT; e
- 0,25% para Outras Entidades (SENAR).
Prazo de recolhimento

O recolhimento da contribuição previdenciária sobre a comercialização rural


deverá ser feito até o dia 20 do mês subsequente ao da operação de venda ou
de consignação da produção rural, antecipando-se para o 1º dia útil
imediatamente anterior, quando não houver expediente bancário no dia 20.

Não recolhimento - Infração

O não recolhimento da contribuição, pelo responsável por esta obrigatoriedade,


caracteriza infração à legislação previdenciária, ficando o contribuinte passível
de aplicação de multa, conforme art. 133, da Lei nº 8.213/1991, art. 283, do
Decreto nº 3048/1999, e art. 8º, incisos II, III e IV, da Portaria do Ministério da
Economia nº 9/2019.
Produtor rural PF com CNPJ

A obrigatoriedade de inscrição de empregadores rurais PF no CNPJ, foi instituída pela RFB,


para questões meramente fiscais (para a emissão de notas fiscais, etc.), porém, para a
legislação trabalhista e previdenciária, permanece a obrigatoriedade destes cumprirem suas
obrigações, bem como os recolhimentos legais através da matrícula CEI/CAEPF, salvo se for
constituído em empresa (PJ).

Neste sentido, equipara-se à empresa, para os efeitos de contribuições e obrigações


previdenciárias o contribuinte individual (produtor rural PF), em relação ao segurado que lhe
presta serviço.

Assim, apesar de possuir inscrição no CNPJ, para questões fiscais, este fato não lhe tira a
característica de empregador PF, para a legislação trabalhista e previdenciária. Desta forma,
algumas obrigações passam a ser prestadas no eSocial (com o CAEPF), como confecção de
folha, registro de empregados, etc., porém outras obrigações, como a entrega de SEFIP,
CAGED, RAIS, etc. e os recolhimentos previdenciários e fundiários, deverão ser feitos na
matrícula CEI.
Animais para reprodução ou criação e produto vegetal para plantio e
reflorestamento - Retomada da isenção

Conforme arts. 14 e 15, da Lei n° 13.606/2018, desde 01.01.2018, não integra a base
de cálculo do FUNRURAL a produção rural destinada ao plantio ou reflorestamento,
nem o produto animal destinado à reprodução ou criação pecuária ou granjeira e à
utilização como cobaia para fins de pesquisas científicas, quando vendido pelo próprio
produtor (PF ou PJ) e por quem a utilize diretamente com estas finalidades e, no caso
de produto vegetal, por pessoa ou entidade registrada no Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento que se dedique ao comércio de sementes e mudas no País.

- Sem isenção desde junho/2008 (Lei nº 11.718/2008)

Assim, na comercialização dos produtos acima (como plantas, sementes, animais para
criação, engorda ou reprodução - ex.: gado, pintinho de 1 dia, etc.) não há mais a
incidência da contribuição previdenciária, nesta operação.
Exportação direta - Isenção de tributação, exceção SENAR

“Da Exportação de Produtos

Art. 170. Não incidem as contribuições sociais de que trata este Capítulo sobre as receitas
decorrentes de exportação de produtos, cuja comercialização ocorra a partir de 12 de dezembro de
2001, por força do disposto no inciso I do § 2º do art. 149 da Constituição Federal, alterado pela
Emenda Constitucional nº 33, de 11 de dezembro de 2001.
..............................................
§ 3º O disposto no caput não se aplica à contribuição devida ao Serviço Nacional de Aprendizagem
Rural (Senar), por se tratar de contribuição de interesse das categorias profissionais ou
econômicas.”

Quando a produção for comercializada diretamente com adquirente domiciliado no exterior, o


produtor deve recolher somente a contribuição devida ao SENAR (0,2%, se PF ou 0,25%, se PJ),
estando isento do recolhimento previdenciário sobre tal operação.
Contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento de salários

Recolhimento previdenciário distinto devido pelos produtores rurais é aquele efetuado sobre a
folha de pagamento dos seus empregados. De acordo com o art. 175, da IN RFB 971/2009, o
recolhimento sobre a comercialização da produção rural (FUNRURAL) substitui o encargo patronal
de 20% incidente sobre a folha de pagamento dos empregados e o RAT (1, 2 ou 3%), previstos no
art. 22, incisos I e II, da Lei nº 8.212/1991.

Assim, sobre a folha de pagamento dos seus empregados, o produtor rural deverá recolher, tão
somente, a alíquota de 2,7%, sendo 2,5% a título de salário-educação e 0,2% para o INCRA.

Além disso, o produtor rural é responsável pelo recolhimento da contribuição previdenciária


descontada dos segurados a seu serviço (empregados e autônomos) e a sua contribuição pessoal
(visto ser contribuinte obrigatório da Previdência), tendo esta como base de cálculo o valor por ele
declarado, observando os limites mínimo (salário-mínimo) e o teto previdenciário. Isto porque o %
recolhido sobre o FUNRURAL não abrange a contribuição pessoal do produtor e o encargo de 20%
do contribuinte individual, a seu serviço, quando existir.
Janeiro - Opção de recolhimento FUNRURAL ou folha de pagamento

Conforme Lei nº 13.606/2018, que incluiu o § 13º, ao art. 25, da Lei nº 8.212/1991 e o §
7º, ao art. 25, da Lei nº 8.870/1994, desde 01.2019 os produtores rurais PF e PJ
poderão optar por contribuir à Previdência sobre a receita da comercialização da sua
produção rural ou nos 20% sobre a folha bruta de salários dos seus empregados e a
contribuição para o RAT, na alíquota de 1, 2 ou 3%, conforme o grau de risco de sua
atividade.

A opção será manifestada mediante o pagamento da contribuição incidente sobre a


folha de salários relativa a janeiro de cada ano ou à 1ª competência subsequente ao
início da atividade rural, e será irretratável para todo o ano-calendário, hipótese em que
não será aplicada a sub-rogação prevista no inciso IV, do art. 184.

(Lei 13.606/2018, arts. 14 e 15 e 40, inciso I e art. 175, § 8º, da IN RFB 971/2009)
Encargos no caso de opção pela folha de pagamento, conforme
Anexo IV, da IN RFB 971/2009, com redação dada pela IN 1867, de
25.01.2019
Tratando-se de produtor rural PF, tal opção abrangerá todos os imóveis em que exerça
atividade rural.

O produtor rural PF que fizer esta opção deverá apresentar à empresa adquirente,
consumidora, consignatária ou cooperativa, ou à PF adquirente não produtora rural, a
declaração de que recolhe as contribuições previstas nos incisos I e II, do art. 22, da Lei
8.212/1991, conforme modelo constante do Anexo XX, da IN 971/2009.

Neste mesmo sentido, a empresa adquirente, para exonerar-se da responsabilidade


pela sub-rogação, deverá exigir do produtor rural PF a declaração de que recolhe as
contribuições pela folha de pagamento, conforme modelo do Anexo XX.

(arts. 175, §§ 9, 10 e 11 e art. 184, § 11, da IN RFB 971/2009, alterada pela IN RFB
1.867, de 25 de janeiro de 2019)
Preenchimento da GFIP pelos produtores quando optarem pela folha

Ato Declaratório Executivo CODAC nº 1, de 28 de janeiro de 2019

Art. 3º O produtor rural pessoa física que fez a opção por contribuir na forma prevista
no art. 1º, ao elaborar a GFIP, deve seguir os seguintes procedimentos para o cálculo
das alíquotas previstas nos incisos I e II do caput do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991:

I - utilizar o código FPAS 787;

II - preencher o campo "Outras Entidades" com o código 0003 (Salário


Educação+INCRA);

III - não preencher o campo “Comercialização Produção - Pessoa Física”.


Parágrafo único. A contribuição destinada ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
(Senar) devida sobre a comercialização da produção rural deve ser recolhido por meio
de Guia da Previdência Social (GPS) avulsa, no código 2712 (Comercialização da
Produção Rural - CEI - Pagamento exclusivo para Outras Entidades (SENAR)), gerada
no Sistema de Acréscimos Legais (SAL) disponível no sítio da Secretaria Especial da
Receita Federal do Brasil (RFB), no endereço http://receita.economia.gov.br.
(Incluído(a) pelo(a) Ato Declaratório Executivo Codac nº 3, de 13 de fevereiro de 2019)
Art. 2º O produtor rural pessoa jurídica que fez a opção por contribuir na forma prevista
no art. 1º, ao elaborar a GFIP, deve adotar os seguintes procedimentos:

I - para o cálculo das alíquotas previstas nos incisos I e II do caput do art. 22 da Lei nº
8.212, de 1991, declarar GFIP no código de Fundo de Previdência e Assistência Social
(FPAS) 787 e nessa declaração:

a) preencher o campo “Outras Entidades” com o código 0515 (Salário


Educação+INCRA+Senar); e

b) não preencher os campos “Comercialização Produção - Pessoa Jurídica” e


“Comercialização Produção - Pessoa Física”;
Art. 5º No caso de aquisição de produção de produtores rurais pessoa física que
fizeram a opção de que trata o art. 1º deste Ato Declaratório Executivo e que
comprovaram a opção por meio da declaração de que trata o § 10 do art. 175 da
Instrução Normativa RFB nº 971, de 2009, em relação a cada ano, não há contribuição
previdenciária a ser retida e não há informações a serem prestadas na GFIP em relação
a essa aquisição.

Parágrafo único. A pessoa jurídica adquirente deve efetuar o recolhimento da


contribuição destinada ao Senar devida sobre a aquisição de produção rural dos
produtores de que trata o caput por meio de GPS avulsa, no código 2615
(Comercialização da Produção Rural - CNPJ- Pagamento exclusivo para Outras
Entidades (SENAR)), gerada no SAL disponível no sítio da RFB, no endereço
http://receita.economia.gov.br. (Incluído(a) pelo(a) Ato Declaratório Executivo Codac nº
3, de 13 de fevereiro de 2019)
Observação importante

- recolhimento apartado do SENAR:

de 0,2% pelo produtor PF, da comercialização feita com outra PF, em GPS
2712;

de 0,2% pela empresa adquirente de produtor PF (que optou pela folha) em


GPS 2615, não havendo qualquer informação a ser feita em GFIP e eSocial
desta.
eSocial

S-1250 - Aquisição de Produção Rural

Conceito do Evento: são as informações relativas à aquisição de produção rural de origem animal
ou vegetal decorrente de responsabilidade tributária por substituição a que se submete, em
decorrência da lei, a pessoa física (o intermediário), a empresa adquirente, consumidora ou
consignatária, ou a cooperativa.
Quem está obrigado:
a) Pessoas Jurídicas em geral, quando efetuar aquisição de produtos rurais de pessoa física ou de
segurado especial, independentemente de as operações terem sido realizadas diretamente com o
produtor ou com intermediário pessoa física ainda que a produção rural adquirida seja isenta nos
termos do art. 25, § 12 da Lei 8.212/1991, incluído pela Lei 13.606/2018;
..............................
Conforme leiaute deste evento, a empresa deverá indicar o CPF do produtor rural PF e indicar o
cód. 1 - Aquisição da produção de produtor rural pessoa física ou segurado especial em geral. Não
precisa detalhar as NF’s.
S-1260 - Comercialização da Produção Rural Pessoa Física

Conceito do evento: são as informações relativas à comercialização da produção rural prestadas


pelo produtor rural pessoa física e pelo segurado especial.
Quem está obrigado: o produtor rural pessoa física e o segurado especial devem informar o valor
da receita bruta da comercialização da produção rural própria e dos subprodutos e resíduos, se
houver, quando comercializar com:
• Adquirente domiciliado no exterior (exportação);
• Consumidor pessoa física, no varejo;
• Outro produtor rural pessoa física;
• Outro segurado especial;
• Pessoa jurídica, na qualidade de adquirente, consumidora ou consignatária;
• Pessoa física não produtor rural, quando adquire produção para venda, no varejo ou a
consumidor pessoa física;
• Destinatário incerto ou quando não houver comprovação formal do destino da produção.
............................
EFD-Reinf

R-2050 - Comercialização da Produção por Produtor Rural PJ/Agroindústria

Conceito do evento: Evento em que são prestadas as informações relativas à comercialização da


produção rural ou agroindustrial, quando o produtor rural pessoa jurídica e a agroindústria estão
sujeitos à contribuição previdenciária substitutiva sobre a receita bruta, proveniente da
comercialização da produção rural nos termos do art. 25 da Lei nº 8.870, de 15 de abril de 1994,
na redação dada pela Lei nº 10.256, de 9 de julho de 2001 e do art. 22A da Lei nº 8.212, de 24 de
julho de 1991, inserido pela Lei nº 10.256, de 9 de julho de 2001, respectivamente.
Quem está obrigado: O produtor rural pessoa jurídica e a agroindústria que vender ou consignar
produção rural ou agroindustrial, quando a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições
previdenciárias sobre a receita da comercialização da produção for atribuída ao próprio produtor
rural pessoa jurídica ou a agroindústria, nos casos abaixo em que se aplica o regime substitutivo:
............................
Produtor sem comercialização da produção rural
ou sem empregados - Opção ???

Contribuição previdenciária sobre a folha do empregador rural sem empregados

SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 99.014, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2019


Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias.
EMPREGADOR RURAL PESSOA JURÍDICA. CONTRIBUIÇÃO SOBRE A FOLHA DE
SALÁRIOS. INEXISTÊNCIA DE EMPREGADOS E TRABALHADORES AVULSOS. OPÇÃO DE
RECOLHIMENTO. IMPOSSIBILIDADE.
A inexistência de empregados e/ou trabalhadores avulsos impede o direito à opção da forma de
tributação de que trata o parágrafo 7º do artigo 25 da Lei n.º 8.870, de 1994, na redação dada
pela Lei n.º 13.606, de 9 de janeiro de 2018, uma vez que é condição exigida do empregador o
pagamento da contribuição incidente sobre a folha de salários relativa a janeiro de cada ano, ou à
primeira competência subsequente ao início da atividade rural.
SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 286, de 10 de
outubro de 2019
Dispositivos Legais: Lei nº 8.870, de 1994, art. 25, § 7º.
MIRZA MENDES REIS
Coordenadora
Sindical patronal
- Não
obrigatoriedade
Contribuição sindical passou a ser opcional

“Art. 587. Os empregadores que optarem pelo recolhimento da contribuição sindical


deverão fazê-lo no mês de janeiro de cada ano, ou, para os que venham a se
estabelecer após o referido mês, na ocasião em que requererem às repartições o
registro ou a licença para o exercício da respectiva atividade. (Redação dada pela Lei
nº 13.467, de 2017)”

Assim, pela Reforma Trabalhista, a contribuição sindical, inclusive a patronal, passou a


ser opcional, ficando seu recolhimento a critério das empresas, sendo associadas ou
não ao sindicato da sua categoria.

Portanto, desde 11.11.2017, a empresa não está mais obrigada a efetuar tal
recolhimento no mês de janeiro, para as empresas já abertas, como nos meses
posteriores, quando da sua constituição.

Por outro lado, optando por recolher, deverá fazê-lo até 31.01.2020, uma sexta-feira.
Constitucionalidade julgada pelo STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em 29.06.2018, manter o fim da


contribuição sindical obrigatória, ou seja, julgando a constitucionalidade da
alteração trazida pela Reforma. A maioria dos ministros entendeu que a norma
não é contrária à CF/1988, assim como prezaram pela liberdade sindical,
pressupondo a autonomia em filiar-se ou não aos sindicatos, assim como
optar pelo recolhimento ou não da contribuição.
Enquadramento sindical continua sendo devido

O enquadramento sindical é feito de acordo com a atividade preponderante do


empregador.

Assim, o enquadramento sindical continua sendo devido, em relação ao sindicato que


represente a categoria profissional preponderante (principal) da empresa, em sua base
territorial, independente de qualquer recolhimento ao sindicato.
Demais contribuições exigidas dos empregadores pelos sindicatos

Contribuição assistencial - Também conhecida como “taxa negocial”, é prevista em


acordo ou convenção coletiva de trabalho, convencionada nas datas-bases entre os
sindicatos dos empregados e patronal e têm por finalidade custear as atividades
assistenciais do sindicato. Sua cobrança está relacionada com o exercício do poder de
representação da entidade sindical no processo da negociação coletiva (elaboração de
convenção)

Contribuição confederativa - É fixada pela assembleia-geral do sindicato e tem por


finalidade a manutenção do sistema confederativo, do qual fazem parte os sindicatos,
federações e confederações, tanto da categoria dos empregados como da patronal.
Posição do TST e STF

As demais contribuições exigidas pelos sindicatos (independente da sua nomenclatura)


somente são devidas pelas empresas filiadas à entidade sindical (que recolhem a
contribuição associativa - mensalidade sindical), inclusive às optantes pelo Simples
Nacional, em função do respeito ao direito da livre associação previsto na CF/1988.

Este posicionamento jurisprudencial está contido no Precedente Normativo nº 119 e


Orientação Jurisprudencial nº 17, da Seção Especializada em Dissídios Coletivos
(SDC), ambos do TST e Súmula Vinculante do STF nº 40, podendo, portanto, ser
exigidas somente dos filiados ao sindicato respectivo.
Contribuições não podem ser instituídas por negociação coletiva ou Assembleias

Conforme art. 611-B, inciso XXVI, da CLT, trazido pela Reforma Trabalhista, constitui
objeto ilícito de convenção ou acordo coletivo de trabalho, negociações sobre questões
envolvendo a liberdade de associação profissional ou sindical, não podendo esta
negociação, neste ponto específico, se sobrepor à Lei.

Assim, tais contribuições não podem ser instituídas por negociação coletiva e ainda
mediante qualquer Assembleia realizada com empresas, empregados e sindicatos,
situação que vem sendo muito aplicada pela grande maioria dos sindicatos,
continuando a exigir as mesmas de todos, de forma irregular, não havendo qualquer
validade, nestas negociações, não podendo estas, se sobrepor à legislação.

A entidade sindical poderá não concordar com o não recolhimento e cobrar de forma
administrativa ou até judicialmente os valores não recolhidos pela empresa, bastando à
esta se defender destas cobranças, conforme arts. 587 (quanto à sindical) e 611-B,
inciso XXVI, da CLT e jurisprudências do TST e STF (quanto às demais contribuições).
Jornada de
trabalho e
Intervalos
Legais
Jornada de
trabalho
Duração da jornada

A CF/1988, no art. 7º, inciso XIII, e a CLT, no art. 58, estabelecem que a
duração normal do trabalho é de até 8 horas diárias e 44 horas semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho.

A legislação estabelece ainda outros limites de jornada para determinadas


atividades profissionais, consideradas as respectivas características de cada
atividade.
Controle de jornada - Obrigatoriedade

Art. 74..................
§2° Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte) trabalhadores será
obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual,
mecânico ou eletrônico, conforme instruções expedidas pela Secretaria
Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, permitida a
pré-assinalação do período de repouso.

ALTERAÇÃO Lei nº 13.874, de 2019


Controle de jornada - Obrigatoriedade

Art. 74..........................

§ 3º Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos


empregados constará do registro manual, mecânico ou eletrônico em seu
poder, sem prejuízo do que dispõe o caput deste artigo.

§ 4º Fica permitida a utilização de registro de ponto por exceção à jornada


regular de trabalho, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou
acordo coletivo de trabalho

ALTERAÇÃO Lei nº 13.874, de 2019


Dispensa da marcação de ponto

Segundo o art. 62, da CLT, estão dispensados da marcação do ponto:

I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de


horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na CTPS e no registro dos
empregados;

II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos


quais se equiparam os diretores e chefes de departamento ou filial.

III - os empregados em regime de teletrabalho.

Por outro lado, este regime será aplicável aos empregados mencionados no item
II quando o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de
função, se houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de
40%.
ATIVIDADE EXTERNA. MOTORISTA. HORAS EXTRAS.
O trabalho exercido externamente, quando exigência da própria natureza da
atividade, não exclui, por esta condição, a possibilidade de controle de horário. Se
o empregador detém meios de fiscalização da carga horária, resta afastada a
incidência da exceção prevista no art. 62, I, da CLT.
(TRT-4 - RO: 00217706120155040204, Data de Julgamento: 27/03/2019, 5ª
Turma)

ATIVIDADE EXTERNA. MOTORISTA. HORAS EXTRAS. Exercendo o empregado


atividade externa, mas passível de controle mediante a retirada do caminhão na
sede da empresa no início do dia e retornando após o fim da viagem ao final do
expediente, devida a percepção de horas extraordinárias.
(TRT-12 - RO: 00025093320125120030 SC 0002509-33.2012.5.12.0030, Relator:
LOURDES DREYER, SECRETARIA DA 2A TURMA, Data de Publicação:
10/07/2013)
Tolerância

Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer


atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja
fixado expressamente outro limite.

§ 1o Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as


variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos,
observado o limite máximo de dez minutos diários.
Tempo à disposição do empregador - Reforma - Conceito de trabalho efetivo

Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado


esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo
disposição especial expressamente consignada.
.....................................
§ 2o Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será
computado como período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda
que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1o do art. 58 desta
Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção
pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas,
bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer
atividades particulares, entre outras: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
I - práticas religiosas; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
II - descanso; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
III - lazer; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
IV - estudo; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
V - alimentação; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
VI - atividades de relacionamento social; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
VII - higiene pessoal; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a
troca na empresa. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. APELO INTERPOSTO
NA VIGÊNCIA DA LEI N.º 13.015/2014. HORAS EXTRAS. VIAGENS A SERVIÇO.
PERÍODO DE DESLOCAMENTO QUE NÃO FOI COMPUTADO COMO HORÁRIO DE
TRABALHO. TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR . A despeito das razões
expostas pela parte agravante, merece ser mantido o despacho que negou seguimento
ao Recurso de Revista, pois as viagens do empregado que extrapolam a jornada de
serviço caracterizam tempo à disposição do empregador, nos termos do art. 4.º da
CLT, e devem ser remuneradas como extras. Agravo de Instrumento conhecido e não
provido .
(TST - AIRR: 9578120155020070, Relator: Maria de Assis Calsing, Data de
Julgamento: 31/05/2017, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 09/06/2017)
Jornada de trabalho – Horas “in itinere”

O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva


ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será
computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do
empregador.
Banco de horas

Art. 59, CLT

......................................................................................

§ 5o O banco de horas de que trata o § 2º deste artigo poderá ser


pactuado por acordo individual escrito, desde que a compensação
ocorra no período máximo de seis meses.

§ 6º É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por


acordo individual, tácito ou escrito, para a compensação no mesmo
mês.
Banco de horas

Art. 611-A, CLT

A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a


lei quando, entre outros, dispuserem sobre:

.......................................................

II - banco de horas anual;


Jornada 12x36

Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às partes,


mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas
ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e
alimentação.

Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste
artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo
descanso em feriados, e serão considerados compensados os feriados e as
prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do
art. 73 desta Consolidação.
Intervalos
legais
Intervalos dentro da jornada (intrajornada)

Art. 71, da CLT

Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é


obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será,
no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em
contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.

§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um


intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.

..........................................
Intervalos dentro da jornada (intrajornada)
Art. 71, da CLT

Trabalho contínuo por mais de 6h: intervalo com duração mínima de 1h, não
podendo ser superior a 2h, salvo acordo escrito ou contrato coletivo de trabalho.

Trabalho contínuo superior a 4h e não excedente de 6h: intervalo de 15


minutos.

Trabalho contínuo até 4h: não há obrigatoriedade de concessão de intervalo para


descanso e alimentação ao empregado.
Intervalos – Não integração na jornada de trabalho

Art. 71, § 2°, da CLT:

“Os intervalos de descanso não serão computados na duração do


trabalho.”
Períodos de descanso não previstos em Lei

Súmula nº 118, TST: "Os intervalos concedidos pelo empregador na


jornada de trabalho, não previstos em lei, representam tempo à
disposição da empresa, remunerados como serviço extraordinário, se
acrescidos ao final da jornada."

Exemplos: intervalos para café, lanche, entre outros.


Redução do intervalo
Art. 71 da CLT

...................................

§ 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser


reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido
o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se verificar que o
estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à
organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não
estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares.
Redução do intervalo

Reforma Trabalhista

Art. 611-A da CLT

A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho, observados os incisos III


e VI do caput do art. 8º da Constituição, têm prevalência sobre a lei quando,
entre outros, dispuserem sobre:

.............................

III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para


jornadas superiores a seis horas;
Não concessão do intervalo - Pagamento com adicional de 50%

Reforma Trabalhista

Art. 71 da CLT

§ 4o A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada


mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o
pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com
acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora
normal de trabalho.
Não concessão do intervalo
Fiscalização

A não concessão do intervalo sujeita a empresa à autuação pela fiscalização.

Portaria MTb nº 290/1997, por infração aos arts. 57 a 74 da CLT: multa


administrativa de, no mínimo, *R$ 40,25 e, no máximo, *R$ 4.025,33, dobradas
na reincidência, oposição ou desacato.
(* valor convertido em real)
Momento da concessão do intervalo

Não há previsão legal que estabeleça em qual momento da jornada de


trabalho o empregado deve gozar seu intervalo.

Entendimento: O intervalo deve ser concedido de modo que se evite a


sobrecarga do empregado no curso da sua jornada, com divisão do período
que respeite a proporcionalidade de trabalho em cada um deles. Assim, a
empresa deve proporcionar o descanso, preferencialmente, no meio da
jornada de trabalho ou o mais próximo possível deste momento, para que
atinja o objetivo previsto pela Lei, que é a proteção da saúde do trabalhador.
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. INTERVALO
INTRAJORNADA. MOMENTO DE CONCESSÃO.
Cinge-se a questão controvertida a examinar o momento de concessão do intervalo
intrajornada. É certo que o art. 71, caput e §§ 1.º a 5.º, da CLT, ao prever o intervalo
intrajornada, não fixou expressamente um momento exato em que deveria haver a sua
concessão. Todavia, igualmente é certo que o escopo do aludido intervalo é propiciar ao
trabalhador um descanso no curso da jornada de trabalho, a fim de que possa repor
suas energias para continuar com a prestação de serviços. Nesse contexto, não se
pode aceitar como válida a concessão do intervalo intrajornada no início ou no final da
jornada de trabalho, visto que não será atendido o objetivo para o qual foi instituído;
pois, no início da jornada , o trabalhador ainda não se encontra desgastado com a
prestação de serviços e, no final, não lhe foi oferecida a oportunidade de descanso.
Precedentes da Corte. Agravo de Instrumento conhecido e não provido.

(TST - AIRR: 7357820135040733, Relator: Maria de Assis Calsing, Data de Julgamento:


14/03/2018, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 23/03/2018)
Períodos de descanso considerados como de efetivo trabalho

Amamentação

Art. 396. Para amamentar seu filho, inclusive se advindo de adoção, até
que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a
jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um.

§ 1o Quando o exigir a saúde do filho, o período de 6 (seis) meses poderá ser


dilatado, a critério da autoridade competente.

§ 2o Os horários dos descansos previstos no caput deste artigo deverão ser


definidos em acordo individual entre a mulher e o
empregador.

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