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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
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Nesse material focamos também nos temas mais simples e com mais DECOREBA, pois,
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ÍNDICE
ÉTICA ........................................................................................................................................3
FILOSOFIA DO DIREITO ..............................................................................................15
DIREITO CONSTITUCIONAL ......................................................................................21
DIREITOS HUMANOS .....................................................................................................35
DIREITO INTERNACIONAL .........................................................................................37
DIREITO TRIBUTÁRIO ..................................................................................................40
DIREITO ADMINISTRATIVO ......................................................................................47
DIREITO AMBIENTAL ....................................................................................................56
DIREITO CIVIL ..................................................................................................................60
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ..................................................67
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ...............................................................70
DIREITO EMPRESARIAL ...............................................................................................74
PROCESSO CIVIL .............................................................................................................80
DIREITO PENAL ................................................................................................................95
PROCESSO PENAL..........................................................................................................109
DIREITO DO TRABALHO.............................................................................................122
PROCESSO DO TRABALHO ........................................................................................133
ÉTICA
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DICA 01
DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS
SOCIEDADES
SOCIEDADE
SIMPLES DE
PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS DE
ADVOCACIA
SOCIEDADE
UNIPESSOAL DE
ADVOCACIA
DICA 02
REGISTRO DA SOCIEDADE
O registro dos seus atos constitutivos deverá ser aprovado pelo conselho seccional,
onde for sua sede.
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QUEM É
RESPONSÁVEL?
TITULAR DA
SOCIEDADE SOCIEDADE SÓCIO
INDIVIDUAL
DICA 04
ADVOGADO E SOCIEDADE
O SÓCIO FALECIDO, terá seu nome mantido na sociedade, desde que previsto em
contrato.
DICA 06
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
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Preceitua o Código de Processo Civil, artigo 85, §14, que os honorários, constituem
natureza alimentar, vedada a compensação.
Fique atento!
Súmula Vinculante 47: Os honorários advocatícios, por sua natureza alimentar, são
considerados créditos privilegiados para habilitação em processos de falência e outros.
DICA 07
ESPÉCIES DE HONORÁRIOS
DICA 08
HONORÁRIOS ASSISTENCIAIS
A Lei nº 13.725/2018 acrescentou o §6º e o §7º ao art. 22 do Estatuto da OAB,
passando a tratar dos honorários assistenciais, deixando evidente a possibilidade de
cumulação entre honorários assistenciais e honorários contratuais.
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DICA 09
FIXAÇÃO DOS HONORÁRIOS
Para a fixação dos honorários advocatícios é preciso observar o princípio da
moderação; respeitando a tabela de honorários fixada pelo Conselho Seccional.
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a competência do profissional;
DICA 10
CLÁUSULA “QUOTA LITIS”
Forma de recebimento de honorários por meio da cláusula quota litis.
Os honorários são fixados com base em parte da vantagem obtida pelo cliente na
demanda judicial;
Recebimento será, em regra, por pecúnia;
O acréscimo dos honorários por cláusula quota litis e honorários sucumbenciais, não
podem ser superiores às vantagens do cliente.
DICA 11
FORMAS DE PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS
O recebimento quando não ocorrer de maneira convencional (art. 24, caput e §1º,
EAOAB), poderá ser feito por meio de:
Cheque
Nota promissória
Cartão de Crédito
Ambas as formas poderão ter o seu protesto amigavelmente, o que não se aplica ao
cartão de crédito, por não ser possível protesto nesta forma.
Debêntures
Duplicata
Letra de câmbio
DICA 12
COMPENSAÇÃO DE CRÉDITOS E ANTECIPAÇÃO DAS CUSTAS E DESPESAS
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De acordo com o Artigo 48, §§ 2º e 3º do Código de Ética e Disciplina - CED:
Voluntariedade (espontâneo).
Sendo vedado seu exercício para fins políticos e eleitorais, ou para beneficiar
entidades com tais fins; ou como uso para captação de clientela.
DICA 14
DA PRESCRIÇÃO E AÇÃO DE COBRANÇA
A CONTAGEM SE DÁ A PARTIR:
da desistência ou transação;
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DICA 16
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ALGUNS PONTOS IMPORTANTES SOBRE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
DICA 17
SUBSTABELECIMENTO
COM reservas de poderes – NÃO poderá ser cobrado sem a interferência daquele
que substabeleceu.
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honorários sem interferência, conhecimento e intervenção de Gabriel.
DICA 18
DO ADVOGADO EMPREGADO
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É direito do advogado ter legítima recusa, mesmo mantendo vínculo com seu cliente,
por meio de prestação de serviços permanentes, ainda que seja integrante de
departamento Jurídico ou órgãos de assessoria jurídica.
DICA 23
DA ÉTICA DO ADVOGADO
Fundamento legal: Art. 31 a 33 do EAOAB.
Do comportamento do advogado:
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Nos casos de lide temerária (ação proposta de maneira ilegal ou ilícita, objetivando
levar o juiz a erro), será o advogado:
Responsável solidariamente com seu cliente, desde que em coligação com ele.
DICA 25
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO ADVOGADO
O advogado será solidariamente responsável em lides temerárias, desde que tenha o
objetivo de lesar a parte contrária, em conluio com seu cliente.
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FILOSOFIA DO DIREITO
DICA 26
TEORIA DE PLATÃO
QUEM ERA PLATÃO? Ele era discípulo de Sócrates, Platão foi um importante
filósofo grego, professor do também filósofo Aristóteles e foi autor de muitas obras,
sendo a mais conhecida “A República”. Vale a pena ressaltar que Platão viveu em um
período sócio-político muito intenso na Grécia: Entre o período da democracia ateniense e
logo após, a chamada Tirania dos 30, onde Atenas foi dominada por Esparta, dando
começo à decadência da Grécia Antiga.
O falecimento de Sócrates marcou Platão, pois quando Sócrates morreu ele procurou ficar
longe de Atenas, haja vista que nunca concordou com a condenação de seu professor.
Platão vem de uma família rica, ao contrário de Sócrates. Outro ponto importante da
perspectiva do Platão era que a cidade deveria ser governada pelos chamados “reis
filósofos”, dando assim à política um certo elitismo.
Ideia central do filósofo Platão: A justiça não pode prejudicar ninguém, logo, a
justiça não pode ser imperfeita.
DICA 27
ANÁLISE DE “A REPÚBLICA” – PLATÃO
A República é uma interessantíssima obra de Platão, no qual segue-se um dialogo/ debate
entre importantes figuras, dentre elas Sócrates, no qual baseia-se a preocupação em
criar uma fórmula de administração perfeita da pólis (cidade). É possível nesta obra
notar uma forte preocupação com a possibilidade da instalação estado anárquico na pólis.
Lembrando que a Grécia desta época era bastante aristocrática.
IMPORTANTE: É neste livro que vemos o famoso mito da caverna, também chamado
de alegoria da caverna.
Poxa, eu não lembro. Será que vocês podem relembrar? Claro: No diálogo,
Sócrates comenta para Glauco a seguinte situação: Pense em uma caverna, onde
prisioneiros vivessem desde a mais tenra infância. Todos vivem lá com as mãos
amarradas em uma parede, e deste local eles podem olhar somente as sombras que são
projetadas na parede situada à frente.
As sombras são formadas pela fogueira e indivíduos passam perto da fogueira, fazendo
assim gestos e passando com objetos, formando sombras que, de forma distorcida, são
todo o conhecimento que os prisioneiros tinham do mundo externo. Mas um dos
prisioneiros foi liberto e ao caminhar pela caverna, olha que na verdade são pessoas e
uma fogueira projetando as sombras. Ao sair da caverna, ele vê o mundo externo e a luz
do sol ofusca a seus olhos, porém aos poucos, ele acostuma-se com a luz e com o mundo
de verdade fora da caverna.
O prisioneiro liberto pode fazer duas coisas: Voltar para a caverna e libertar os seus
companheiros de prisão ou viver a sua liberdade. Caso escolhe a primeira opção, poderia
sofrer os ataques de seus companheiros, que o julgariam como louco.
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DICA 28
ARISTÓTELES - UM FOCO EM ÉTICA A NICÔMACO
Aristóteles foi um filósofo grego que influenciou fortemente o pensamento ocidental. Ele
também era aluno de Platão. Na visão do filósofo grego Aristóteles, a ética é a ciência
que possui a finalidade de determinar o que é uma boa conduta humana. E mais:
Na visão aristotélica tudo que cumpre a sua função é bom. Além disto, dizia
Aristóteles que a finalidade da vida humana é a felicidade.
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Ou seja: Felicidade ≠ Prazeres momentâneos
Felicidade é um estado contínuo, diferentes dos prazeres momentâneos, que vem e depois
vão embora. E mais: Aristóteles cria que a felicidade na verdade é o conhecimento. Logo,
para Aristóteles, alguém não detentor do direito não poderia ser considerado como
pessoa, de fato, feliz. Aristóteles também afirma que o homem é um animal dotado de
“logos” e também de paixões e inclinações. A Ética aristotélica prega que a felicidade é um
bem comum, que deve ser o objetivo de todo ser humano.
LOGOS = RAZÃO
Dica de ouro: O juiz, para a teoria aristotélica, é o mediador de todo o processo de
aplicação da justiça corretiva. Já sobre sua obra Ética a Nicômaco, Aristóteles traz dois
termos bem típicos de seus ensinamentos: Justiça Corretiva e Justiça Distributiva.
Vejamos a seguir:
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GABARITO: Alternativa a.
DICA 29
TOMÁS DE AQUINO
A filosofia de Santo Tomás de Aquino (1225-1274) tem base com os Sagrados Escritos
e o pensamento aristotélico. Alguns textos escritos por ele são: Suma contra os
gentios, Suma teológica, Sobre o ser e a essência, Sobre o governo dos príncipes entre
outros. Tomás de Aquino defendia a capacidade do homem de criar as leis. Tomás de
Aquino apresenta uma hierarquia da legislação distribuída em 3 níveis:
Lei Divina;
Lei Natural; e
Lei Humana.
DICA 30
PENSAMENTO JURÍDICO OCIDENTAL - THOMAS HOBBES
A sua obra mais famosa é o Leviatã, na qual ele defendia o modelo absolutista,
Hobbes (1588-1679) é o defensor teórico do poder soberano. Para Hobbes, é
necessário que se pactue um contrato social, quando a sociedade delega a um Estado
rígido e centralizado, com um governante totalitário, o famoso Leviatã. As ideias de
Hobbes são alinhadas ao período em que ele viveu, onde a monarquia inglesa estava fraca
e ameaça, à beira de uma possível guerra civil.
Resumindo: As pessoas neste contrato abrem mão de sua liberdade em troca de de
obedecer à uma autoridade. É dele a famosa frase: "O homem é lobo do homem"
(Estado de natureza).
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o autor, a própria ideia de justiça.
Assinale a opção que, segundo o autor na obra em referência, apresenta esta lei da
natureza.
a) A) Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais.
b) B) Dar a cada um o que é seu.
c) C) Que os homens cumpram os pactos que celebrem.
d) D) Fazer o bem e evitar o mal.
GABARITO: Alternativa c.
DICA BÔNUS
PENSAMENTO JURÍDICO OCIDENTAL - JOHN LOCKE
Locke (1632-1704) teve como cenário social e político a Revolução Gloriosa (1688),
que estabeleceu o Parlamento na Inglaterra. Sua linha de pensamento passa pela
interconexão entre soberania e povo, aspecto que o distancia de Hobbes. Hobbes um
absolutista e favorável à monarquia, já Locke um liberal democrata. Locke, então, era
um representante das ideias liberais e parlamentaristas, ao contrário de Hobbes, que era
um defensor do absolutismo. A obra mais conhecida de Locke foi Segundo Tratado sobre o
Governo Civil. Lembrando que a Revolução Gloriosa pôs fim aos conflitos entre católicos e
protestantes na Inglaterra.
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do povo ou deixando-o miserável e exposto aos seus maus tratos, ele poderá resistir.
c) Apenas o contrato social, que tira o homem do estado de natureza e o coloca na
sociedade política, é capaz de resistir às ameaças externas e às ameaças internas, de
tal forma que institui o direito de os governantes resistirem a toda forma de guerra e
rebelião.
d) O direito positivo deve estar isento de toda forma de influência da moral e da
política. Uma vez que o povo soberano produza as leis, diretamente ou por meio de
seus representantes, elas devem resistir a qualquer forma de interpretação ou
aplicação de caráter moral e político.
GABARITO: Alternativa b.
COMENTÁRIO: Para Locke, o direito ao individualismo e à propriedade privada são
importantes demais. Logo, não cabe ao governo oprimir o povo.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
DICA 31
PODER CONSTITUINTE DIFUSO – MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL
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DICA 32
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
A aptidão das normas constitucionais de produzirem efeitos é denominada eficácia
jurídica, a qual é conferida conforme a classificação das normas segundo a sua
aplicabilidade.
Doutrina Brasileira: Para José Afonso da Silva todas as normas constitucionais são
dotadas de aplicabilidade/eficácia.
DICA 33
NORMAS DE EFICÁCIA PLENA, CONTIDA E LIMITADA
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DICA 34
NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA
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estatuto de indivíduos de direito. No ordenamento jurídico brasileiro, estão previstos na
Constituição Federal e são inerentes à pessoa humana
Com o primeiro grande marco histórico sobre direitos fundamentais, que foi a Revolução
Francesa, a Constituição Federal de 1988, desse modo, refletiu o que fora estabelecido na
Carta de Direitos Humanos de 1948. E trouxe um rol de direitos e garantias considerados
fundamentais para a manutenção do ordenamento jurídico. Os direitos e garantias
fundamentais, portanto, são entendidos como este conjunto de preceitos conquistados
com o avanço das sociedades jurídicas e hoje positivados. Portanto, pode-se dizer que os
direitos fundamentais decorrem de uma construção histórica.
ATENÇÃO!
DICA 36
PRINCIPAIS DIREITOS FUNDAMENTAIS
A Constituição Federal nos traz no seu art. 5º:
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade […].
Direito à vida
Direito à liberdade
Direito à igualdade
Direito à segurança
Direito à propriedade
DICA 37
DIREITO À VIDA
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Nota-se que nem o direito à vida é absoluto. No Brasil, em caso de guerra declarada,
admite-se a pena de morte. O aborto, por sua vez, é permitido em casos
excepcionais.
DICA 38
PRINCÍPIO DA IGUALDADE
A CF/88 preconiza que todos são iguais perante a lei (caput), bem como homens e
mulheres são iguais em direitos e obrigações (inciso I).
Formal: é a igualdade perante a lei. É dizer, todos os seres humanos são tratados de
igual forma, sem levar em consideração suas especificidades.
DICA 39
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Segundo o inciso II, do artigo 5º, da CF/88, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
A expressão “lei” deve ser interpretada em sentido amplo, de modo que a legalidade
abranja todas as espécies normativas previstas no artigo 59, da CF/88, decreto autônomo
(artigo 84, inciso VI, da CF/88), os regimentos internos dos tribunais, as resoluções do
Tribunal Superior Eleitoral e resoluções do Conselho Nacional de Justiça.
Por não existir direito fundamental absoluto, a legalidade pode ser afastada nos casos de
legalidade extraordinária, quais sejam, estado de sítio (artigo 137, CF/88) e estado de
defesa (artigo 136, CF/88).
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O princípio da reserva legal impõe a necessidade que determinadas matérias sejam
disciplinadas por lei formal, ou seja, aquelas espécies normativas encontradas no artigo
59, da cf/88. O princípio da legalidade, por sua vez, traduz a necessidade de obediência
à lei em sentido amplo.
A expressão “lei” deve ser interpretada em sentido amplo, de modo que a legalidade
abranja todas as espécies normativas previstas no artigo 59, da CF/88, decreto autônomo
(artigo 84, inciso VI, da CF/88), os regimentos internos dos tribunais, as resoluções do
Tribunal Superior Eleitoral e resoluções do Conselho Nacional de Justiça.
O Princípio da Irretroatividade das Leis preconiza que a lei penal NÃO retroagirá,
exceto em benefício do réu.
DICA 41
LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO, DE CONSCIÊNCIA E DE
EXPRESSÃO (INCS. IV, V e IX)
Segundo o inciso IV, do artigo 5º, é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado
o anonimato.
A Vedação do anonimato garante a responsabilização de quem causou danos a
terceiros ao exercer a livre manifestação do pensamento.
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DICA 43
ESCUSA DE CONSCIÊNCIA
O artigo 5º, em seu inciso VIII garante que ninguém terá cerceado seus direitos por
motivo de crença religiosa, de convicção filosófica ou política.
Trata-se de garantia ao direito de liberdade assegurado pela CF/88.
Contudo, caso o indivíduo se exima de obrigação legal a todos impostas e recusar-se a
cumprir prestação alternativa fixada em lei, haverá restrição de seus direitos.
DICA 44
INVIOLABILIDADE DA CASA
Segundo o inciso XI, do artigo 5º, a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou durante o dia, por determinação judicial.
Da leitura do dispositivo extraímos que nos casos de flagrante delito, desastre e para
prestar socorro, o agente pode entrar em qualquer horário na residência. Já quando se
tratar de determinação judicial, o agente somente poderá entrar na residência durante o
dia.
Qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde alguém exerce profissão
ou atividade pessoal.
SISTEMATIZANDO
REGRA:
A casa é inviolável;
EXCEÇÃO:
Consentimento do morador;
Flagrante delito;
Desastre;
Prestar socorro;
Determinação Judicial.
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JURISPRUDÊNCIA
DICA 45
LIBERDADE PROFISSIONAL
Segundo o inciso XIII, do art. 5º, é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
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É inconstitucional a previsão de cancelamento automático de registro em conselho
profissional por inadimplência da anuidade. Antes, em acatamento ao princípio do
processo legal, deve haver a oitiva do associado.
A inexistência de lei regulamentadora NÃO IMPEDE o exercício da profissão.
ATENÇÃO!
DICA 46
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS – LIBERDADE DE REUNIÃO
Previsão constitucional (art. 5º, inciso XVI)
“XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;”
Reunião pacífica;
Sem armas;
Independentemente de autorização;
JURISPRUDÊNCIA
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Como os demais direitos fundamentais, o direito de reunião não é absoluto e pode
ser restringido na vigência de estado de defesa (art. 136, § 1.o, I, “a”) e de estado de
sítio (art. 139, IV).
DICA 47
LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO
DICA 48
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL
Segundo o inciso LVIII, do artigo 5º, o civilmente identificado não será submetido à
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei.
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Indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes
entre si;
ATENÇÃO!
DICA 50
PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO
Segundo o inciso XXXV, do artigo 5º, a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito.
É defeso ao legislador criar barreiras de acesso da população ao Judiciário, sob pena
de violação da inafastabilidade da jurisdição.
OBS.: Apesar da escrita da palavra nos levar a outro sentido, DEFESO, significa
PROIBIDO!
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Existem alguns casos onde a jurisdição é condicionada, ou seja, somente é possível
buscar o Poder Judiciário após o esgotamento da instância administrativas, quais sejam:
Habeas data;
Controvérsia desportiva;
Reclamação contra o descumprimento de Súmula Vinculante pela Administração
Pública;
Plenitude de defesa;
A competência do tribunal do júri para julgamento dos crimes dolosos contra a vida pode
ser ampliada pelo legislador ordinário.
ATENÇÃO!
Quando o agente que cometer o crime doloso contra a vida detiver foro especial por
prerrogativa de função previsto na Constituição Federal, a competência não será do
tribunal do júri.
DICA 52
EXTRADIÇÃO
Nenhum brasileiro será extraditado (vedação absoluta), salvo o naturalizado
nos seguintes casos:
DICA 53
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CRIMES INAFIANÇÁVEIS E CRIMES IMPRESCRITÍVEIS
Na CF/88 existem “mandados de criminalização” onde o constituinte determina que o
legislador criminalize alguma conduta ensejadora de violação a algum bem jurídico.
CRIMES
CRIMES
INAFIANÇÁVEIS E
INAFIANÇÁVEIS E
INSUSCETÍVEIS DE
IMPRESCRITÍVEIS:
GRAÇA E ANISTIA:
Tortura;
RACISMO;
Tráfico ilícito de
entorpecentes e
drogas afins;
Ação de grupos
armado civis ou Terrorismo;
militares, contra a
ordem constitucional e
o estado democrático.
Crimes
hediondos.
DICA 54
INTRANSCEDÊNCIA DAS PENAS
Conforme o preconizado pelo inciso XLV, nenhuma pena passará da pessoa do
condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
bens ser estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido.
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IMPORTANTE! Esse dispositivo é bastante cobrado nas provas. Então, fique atento,
pois pode ser cobrado em sua prova da OAB.
DICA 55
ESPÉCIES E INDIVIDUALIZAÇÃO DAS PENAS
O inciso XLVI, do artigo 5º, traz o princípio da individualização e espécies de penas,
vejamos o dispositivo em questão.
perda de bens;
multa;
O rol trazido por esse inciso é meramente exemplificativo, podendo a lei criar novos
tipos de penalidades.
Entretanto, alguns tipos de penas não podem ser criados por vedação expressa do
inciso XLVII, também do artigo 5º, vejamos quais são:
De caráter perpétuo;
De trabalhos forçados;
De banimento;
Cruéis.
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DIREITOS HUMANOS
DICA 56
AS TRÊS VERTENTES DE PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS
DIREITO DOS REFUGIADOS: busca proteger a situação específica das pessoas que
abandonam seu país por sofrer discriminação ou limitação de liberdade de expressão ou
opinião política.
DICA 57
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU)
Organizações das Nações Unidas (ONU): É o marco institucional, foi estabelecida em
1945 e assumiu o desafio de reorganizar o mundo pós-Segunda Guerra Mundial.
A proteção dos direitos humanos está entre os propósitos e princípios da ONU.
Seus propósitos estão previstos no art.1º da Carta da ONU.
Com a cooperação entre os Estados, a ONU está buscando fortalecer a amizade entre
as Nações e evitar novos conflitos.
Princípios previstos no art. 2º da Carta: Igualdade de todos os seus membros; boa-fé;
paz, segurança e justiça internacionais; assistência; concordância implícita e autonomia
ou não intervenção nos assuntos internos dos Estados.
MNEMÔNICO: CACAL.
DICA 58
INSTRUMENTOS NORMATIVOS DO SISTEMA GLOBAL
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No sistema global coordenado pela ONU, temos instrumentos normativos gerais e
específicos:
Instrumentos normativos gerais: Declaração Universal dos Direitos do Homem
(DUDH) + Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos + Pacto Internacional dos
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
Instrumentos específicos: Convenções Internacionais fundamentalmente voltadas à
prevenção da discriminação ou à proteção de pessoas ou grupos particularmente
vulneráveis.
DICA 59
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS (DUDH)
Com o estabelecimento da ONU, foram criados o Conselho Social e Econômico que
apresentou a declaração universal, como marco histórico de proteção universal de
direitos humanos.
É essencial para a universalização da proteção ao ser humano, proteção esta que
decorre da condição humana.
Não possui natureza de tratado e, portanto, nem o Brasil e nem os demais Estados
precisam ratificar tal Declaração, mas possui conteúdo jurídico.
A DUDH apresenta direitos de liberdade (art. 1º ao 21º) e de igualdade (art. 22º ao
30º), possuindo o mesmo valor hierárquico.
DICA 60
PACTOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
Os Estados verificaram a necessidade do estabelecimento de um conteúdo obrigatório,
surgindo em 1966 dois pactos internacionais, o de Direitos Civis e Políticos e Direitos
Econômicos, Socais e Culturais.
Ao lado da DUDH, compõem a Lei ou Carta Internacional dos Direitos Humanos.
O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos estabelece direitos de primeira
geração com aplicação imediata.
O Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Socais e Culturais estabelecem direitos
de segunda geração, com aplicação progressiva.
Os Pactos foram aprovados em 1966, ratificados pelo Brasil em 1991 e internalizados
em 1992, mas possuem protocolo facultativo.
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DIREITO INTERNACIONAL
DICA 61
DIFERENCIAÇÃO ENTRE NATOS E NATURALIZADOS
Naturalizado não poderá ser Presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pois
este órgão será presidido pelo Presidente do STF, conforme art.103-B, da CF.
O brasileiro nato não é extraditado, o naturalizado pode ser em caso de tráfico ilícito
de entorpecentes ou crimes comuns antes da naturalização (art. 5º, LI).
DICA 62
PERDA E DUPLA NACIONALIDADE
Ocorrerá a perda da nacionalidade por aquisição de outra, conforme art. 12, § 4º, II
da CF.
EXCEÇÃO: reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira ou de
imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de
direitos civis. São os casos de dupla nacionalidade.
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DICA 63
CONCEITOS OPERACIONAIS NO DECRETO Nº 9.199/17
APÁTRIDA: pessoa que não seja considerada como nacional por nenhum Estado;
Princípios e diretrizes estão presentes no art.3º da Lei 13.445/2017, devendo ser dada
atenção maior para:
Respeito aos direitos humanos: repúdio a xenofobia, racismo e quaisquer
discriminação.
Migração não deve ser criminalizada.
Acolhida humanitária e direito à reunião familiar.
Proteção a brasileiro no exterior.
Repúdio a práticas de retirada compulsória de estrangeiro de forma coletiva.
DICA 65
DIREITOS DO MIGRANTE
Previsto em um rol não exaustivo no art. 4º da Lei n. 13445/2017.
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reunião familiar do migrante com seu cônjuge ou companheiro e seus filhos, familiares e
dependentes;
direito de associação;
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DIREITO TRIBUTÁRIO
DICA 66
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
A interpretação do fato gerador deve ser feita, conforme prevê o art. 118 do CTN
“abstraindo-se:
I — Da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes,
responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II — Dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos”.
Forte nesse dispositivo, tem-se entendido, por exemplo, que, prestado serviço de
telefonia, incide o ICMS, ainda que o consumidor deixe de pagar a conta
telefônica, porquanto “Não compete ao Estado zelar pelo cumprimento da obrigação dos
consumidores; cabe, no caso, à prestadora dos serviços buscar, pela via própria, o
recebimento de seus créditos”.
Também já decidiu o STJ que “A exigência tributária não está vinculada ao êxito
dos negócios privados”. Têm entendido o STF e o STJ, também, que o PIS e a Cofins —
contribuições sobre a receita cobradas pelo regime de competência — são devidos ainda
que posteriormente se verifique inadimplência dos adquirentes dos produtos. O mesmo se
aplica quanto à tributação oriunda de ilícitos.
DICA 67
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
É importante para determinar sujeito ativo do fato gerador. A quem se deve pagar.
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Ex.: Propriedade localizada dentro de um município, em que não se pode definir se ela
se localiza em área rural (enseja ITR, competência da União) ou em área urbana (enseja
IPTU, competência municipal). Neste caso, como o Fisco tem o dever de cobrar, ambos os
entes irão notificar o contribuinte para pagar.
O contribuinte para se desobrigar perante os fiscos deve pagar através de ação de
consignação de pagamento, depositando o maior valor cobrado, evitando a mora, e
nessa ação os entes tributantes irão discutir a legitimidade para cobrança, competindo ao
Juiz definir quem tem legitimidade.
Art. 164. CTN - A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente
pelo sujeito passivo, nos casos: III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de
direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.
DICA 69
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
A bitributação é diferente do “bis in idem”.
Nos casos de “bis in idem”, ou dupla cobrança, ocorre a cobrança dupla sobre um
mesmo fato gerador. Porém, neste caso, o mesmo ente cobra dois ou mais tributos
sobre o mesmo fato gerador, sendo hipótese de excesso de competência pelo mesmo
ente. O que é vedado pela CR/88:
Art.145 CR/88, §2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
Art. 154, CR/88 I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo
anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo
próprios dos discriminados nesta Constituição.
STF entende que como regra o bis in idem é permitido, sendo vedado apenas nas
hipóteses previstas constitucionalmente, porque o legislador constituinte definiu as
hipóteses em que é vedado. Exemplo de tributos que tem fatos geradores sobrepostos:
IRPJ e CSLL/ II, IPI /PIS e COFINS.
DICA 70
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
O elemento temporal da obrigação tributária descreve quando se deve considerar
ocorrida a obrigação tributária.
A regra geral para definição do momento de ocorrência do Fato Gerador é a prevista no
CTN.
Se o fato gerador é uma situação de fato (situação que ocorre na vida fática): o fato
gerador considera-se constituído quando preenchidas as circunstâncias materiais
necessárias à sua ocorrência.
Quando o fato gerador é uma situação jurídica: situação previamente estabelecida
em seus contornos e efeitos em outro ramo do direito, como, por exemplo, ocorre com a
propriedade, o FG considera-se ocorrida quando definitivamente constituída.
Art. 116, CTN - Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato
gerador e existentes os seus efeitos:
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I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as
circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe
são próprios.
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente
constituída, nos termos de direito aplicável.
DICA 71
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Quando o Fato Gerador é baseado na ocorrência de situação jurídica, o art. 117 do CTN
estabelece que quando essa envolver negócios jurídicos sujeitos à condição, eles se
reputam perfeitos e acabados desde a prática do ato ou da celebração do negócio
quando sujeitos à condição resolutória (que já produz efeito até ocorrência da condução
resolutiva), mas apenas quando do implemento da condição quando se trate de condição
suspensiva (que não produz efeito até implemento da condição), ou seja, desde quando
decorre o efeito.
Art. 117 CTN. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em
contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados: I -
sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento; II - sendo resolutória
a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio.
DICA 72
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
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Alíquota: é sempre percentual (alíquota ad valorem, utilizada para casos de base de
cálculo expressa em dinheiro) ou valor fixo expresso em dinheiro (alíquota específica,
adotada para base de cálculo técnica) que incidirá sobre a base de cálculo.
DICA 74
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Elementos subjetivos da obrigação principal: determina em favor de quem a obrigação
tributária é constituída, bem como quem está obrigado ao pagamento. São sujeitos
da relação jurídica tributária. Como toda obrigação há sempre um sujeito ativo e um
sujeito passivo.
Sujeito ativo: O sujeito ativo é o credor da obrigação tributária. Refere-se àquele
que tem competência para instituir e regular o tributo (competência tributária), quanto
àquele que tem legitimidade para fiscalização e arrecadação (capacidade tributária ativa).
Sujeito passivo: o sujeito passivo é aquele quem é obrigado a pagar o tributo ou
multa (obrigação principal), e a fazer ou não fazer alguma prestação (obrigação
acessória). Pode ser o contribuinte ou o responsável tributário.
DICA 75
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
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Neste caso, o Código afirma que a nova pessoa jurídica de direito público, além de aplicar
a legislação do ente do qual se desmembrou até que crie a sua própria, sub-roga-se nos
direitos deste, de forma a haver inovação subjetiva na obrigação.
Contribuinte: sujeito que tem relação direta e pessoal com situação que constitui o
fato gerador.
Responsável tributário: sujeito que não tem relação direta ou pessoal com o fato
gerador. O dever de pagar tributo, neste caso, deriva da lei.
A sujeição passiva de qualquer relação obrigacional tributária é matéria estritamente
legal, forte na garantia da legalidade tributária (art. 150, I, da CF) ou mesmo da
legalidade geral (art. 5o, II, da CF).
ATENÇÃO:
DICA 78
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
As convenções realizadas entre as partes alterando o sujeito passivo da obrigação
tributária, não podem ser opostas ao fisco, somente possuindo eficácia interpartes.
Ex.: se locador transmite ao locatário o dever de pagar IPTU, não pode ser oponível ao
Fisco municipal. Locador terá direito de regresso, a ser proposta no juízo cível.
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Art. 123, CTN. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares,
relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à
Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações
tributárias correspondentes.
É hipótese de ineficácia relativa, o negócio é válido e eficaz, porém, não pode ser
oponível a Fazenda.
Súmula 614 STJ - O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação
jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado nem para repetir
indébito desses tributos.
DICA 79
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
A capacidade tributária passiva independe da capacidade civil da pessoa natural,
de limitação ou privação do exercício da atividade civil, comercial ou profissional ou de
estar a PJ regularmente constituída.
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma
unidade econômica ou profissional.
DICA 80
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
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do pagamento do tributo. Ex.: cadeia de microprodução de leite: quando A
(produtores de leite) vende mercadoria para B (empresa de laticínios), incide ICMS
(ICMS a’, pago pela sua transação), quando B vende a C (consumidores), incide também
ICMS (ICMS b’, pago pela sua transação). Nesse caso, quando o contribuinte A realiza
sua transferência, ele não recolherá ICMS, sendo seu pagamento devido por B (porque
neste caso, ele será o responsável). A responsabilidade é para trás, porque B
(responsável) deve olhar para trás e ver quem deve substituir. B pagará o ICMS a’ e b’.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
DICA 81
PODERES ADMINISTRATIVOS - CONCEITO
DICA 83
ABUSO DO PODER
São espécies de abuso de poder: (i) excesso de poder; e (ii) desvio de poder.
Excesso de poder: O excesso de poder ocorre quando o agente atua além dos
limites legais de sua competência.
DICA 84
PODERES ADMINISTRATIVOS: PODER DE POLÍCIA
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Discricionariedade (regra) – exceção: aplicação de multa é vinculado.
Coercibilidade
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DICA 89
PODERES ADMINISTRATIVOS: PODER REGULAMENTAR
É o poder da administração de editar atos normativos para complementação das leis
(Poder Normativo).
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DICA 90
ATO ADMINISTRATIVO
São as manifestações de vontade da Administração Pública por meio de decretos,
resoluções, portarias, circulares, etc.
É uma declaração unilateral da vontade do Estado, de nível inferior à lei, para atender ao
interesse público.
Os fundamentos acima estão consolidados pelo STF, nas Súmulas 346 e 473:
Súmula 346, STF – A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios
atos.
Súmula 473, STF – A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial.
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Não possibilita, em regra, a invocação de direitos adquiridos, em razão da ilegalidade
apresentada, com exceção dos que constituíram direitos de boa-fé.
O prazo (decadencial) que a Administração possuí para anulação dos seus atos é de 5
anos, conforme prescrito no artigo 54 da Lei nº 9.784/99.
Se praticado o ato com má-fé, o prazo de 5 anos não se aplica.
DICA 93
REVOGAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Revogação tem como fundamento a conveniência e oportunidade, não se tratando de
retirada do ato em razão de ilegalidade.
Alguns atos não podem ser revogados, quais sejam, aqueles que já se consumaram.
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A anulação e revogação dos atos administrativos se encontram prescritos no artigo 53
da Lei nº 9.784/99:
Artigo 53 – A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos.
QUADRO RESUMO:
ANULAÇÃO REVOGAÇÃO
DICA 94
REQUISITOS DE VALIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
CO-FI-FO-MO-OB
COMPETÊNCIA OU SUJEITO
Ex.: competência para aplicar multas tributárias é do auditor fiscal, não do técnico da
Receita Federal.
DICA 95
COMPETÊNCIA - CARACTERÍSTICAS
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INDERROGÁVEL: A competência não pode ser transferida por simples vontade das
partes.
VÍCIOS DE COMPETÊNCIA
Usurpação de Função: Quando uma pessoa se apropria de uma função para praticar
atos inerentes a essa função. A pessoa se apodera da função sem ter sido investida
legalmente nela.
Ex.: Um irmão gêmeo de um servidor toma seu lugar e pratica um ato administrativo.
Ex.: fraude num concurso público, com vazamento de gabarito, beneficiando o infrator
com a aprovação no concurso.
DICA 96
FINALIDADE
É o objetivo almejado com a prática do ato administrativo, lembrando que o objetivo deve
ser sempre voltado para satisfazer o interesse público.
A finalidade é definida em lei, não havendo liberdade para o agente praticar o ato.
Em regra, a finalidade é vinculada, porém, mediante autorização legislativa, o agente
poderá praticar o ato com certo grau de liberdade de escolha (discricionariedade).
Se não respeitada a finalidade pública restará configurado o desvio de finalidade.
DICA 97
FORMA
Ex: emissão de carteira de motorista para quem se habilita – o ato administrativo vem
ao mundo através da emissão do documento (carteira de motorista).
DICA 98
MOTIVO
É a situação de fato ou de direito que autoriza a prática do ato administrativo.
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Ex: aposentadoria compulsória. Está prevista em lei e, quando atingida a idade, ocorre
a aposentadoria.
DICA 99
OBJETO
É o efeito prático pretendido com o ato administrativo. É aquilo que o ato produz, o seu
resultado.
Ex: realização de concurso público pelo prazo de 2 anos, prorrogável por igual período.
O administrador, utilizando do juízo de conveniência e oportunidade decidirá se prorrogará
ou não o concurso.
O ato discricionário é passível de controle pelo Poder Judiciário, não podendo o
Judiciário analisar o mérito (conveniência e oportunidade), mas sim analisar sua
legalidade.
DICA 101
VINCULAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO
Ato vinculado é aquele em que todos os requisitos ou elementos estão em lei, não
havendo margem de liberdade para o agente público.
Nos atos vinculados não há mérito administrativo, é a lei quem determina a forma e
o conteúdo.
DICA 102
ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
Imperatividade;
Autoexecutoriedade.
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
Essa presunção decorre do princípio da legalidade, haja vista que o agente somente
pode fazer aquilo que a lei permite. Assim, se praticou o ato, presume-se que o este está
de acordo com a lei.
A presunção de legitimidade é relativa, podendo ser provado o contrário.
Ex: atestados e licença não necessitam, pois são atos apenas enunciativos.
Vale destacar que esse atributo é fundamental para a efetividade do ato, pois
necessária a força imperativa do ato para que o mesmo se concretize.
ATOS NORMATIVOS: São atos que possuem comando para correta aplicação da lei.
ATOS PUNITIVOS: São atos que constituem sanção imposta pela Administração em
relação à infração de disposições legais. Ex.: multa, interdição, demolição.
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
DIREITO AMBIENTAL
DICA 103
DOS PRINCÍPIOS AMBIENTAIS
O Direito Ambiental possui princípios próprios que norteiam a interpretação e aplicação
das normas ambientais. Alguns explícitos na legislação ambiental e outros não.
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financiamentos com condições especiais.
DICA 104
DO SISTEMA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE
O Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) constitui em uma integração dos
órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela
proteção e melhoria da qualidade ambiental.
Órgão Central: o Ministério do Meio Ambiente (a Lei nº. 6.938/81 traz a Secretaria
do Meio Ambiente, mas atualmente é o Ministério que realiza essa função), com a
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a
política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente.
DICA 105
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
De acordo com a Resolução 237/97 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama,
licenciamento ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental
competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva
ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar
degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas
técnicas aplicáveis ao caso.
O Princípio da Prevenção é o fundamento maior do Licenciamento Ambiental.
O Licenciamento Ambiental também é uma manifestação do poder de polícia ambiental.
O procedimento de licenciamento ambiental é trifásico, visando à obtenção de três
licenças em sequência:
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A Floresta Amazônica brasileira.
A Mata Atlântica.
A Serra do Mar.
A Zona Costeira.
A utilização destes biomas será feita na forma da lei, dentro de condições que assegurem
a preservação do meio ambiente, inclusive quanto aos recursos naturais.
DICA 107
DAS COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS EM MATÉRIA AMBIENTAL
florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição.
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
DIREITO CIVIL
DICA 108
DANOS MATERIAIS OU PATRIMONIAIS
Os danos materiais atingem o patrimônio corpóreo de alguém. Via de regra, devem ser
provados, não havendo indenização no caso de dano eventual.
Segundo a teoria alemã, o vínculo jurídico rege a relação obrigacional através do binômio:
schuld (débito) e haftung (responsabilidade patrimonial). Nesse aspecto, o schuld é
uma relação estática do direito civil, em que aquele que detém o débito é considerado
o devedor. Já o haftung constitui uma relação dinâmica do direito processual civil e se
refere à responsabilidade patrimonial.
DICA 110
OBRIGAÇÃO NATURAL
A estrutura da obrigação natural está relacionada a uma relação de débito e crédito que
vincula objeto e sujeitos determinados. Entretanto, difere-se da obrigação civil por não
ser dotada de exigibilidade jurídica. Esta inexigibilidade pretende preservar a
segurança jurídica e a estabilidade das relações. Ex.: dívida prescrita, dívida de jogo etc.
TOME NOTA:
A consequência ou efeito jurídico decorrente da relação natural é a retenção do
pagamento. Isto é, não pode haver a sua cobrança, porém, caso seja realizado o
pagamento, o credor poderá retê-lo.
DICA 111
OBRIGAÇÃO PROPTER REM
A obrigação propter rem é aquela que se origina com a coisa e com ela é transmitida
automaticamente (obrigação ambulatorial). O adquirente do direito real não pode
negar-se a assumir esta obrigação.
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
Ex.: o proprietário de imóvel se obriga a pagar o IPTU. Caso haja o inadimplemento
desse tipo de obrigação, as consequências recairão sobre o patrimônio do devedor.
OBS: As obrigações propter são denominadas obrigações híbridas por manterem-se
entre os direitos patrimoniais e os direitos reais, perseguindo a coisa onde quer que
ela esteja.
DICA 112
OBRIGAÇÃO DE DAR
A obrigação de dar é uma obrigação positiva referente à prestação de coisa.
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
PEGADINHA DA PROVA
A obrigação alternativa não se confunde com o pedido de cumulação alternativa,
pois este pode ser cumprido de duas ou mais formas, mas a escolha cabe ao juiz, (art.
325, CPC).
DICA 115
OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL E INDIVISÍVEL
Em caso de pluralidade de devedores, em uma obrigação divisível, cada devedor está
obrigado ao cumprimento de sua parte de forma fracionada.
Ex: A e B devem 2 mil reais a C, assim cada devedor está obrigado ao pagamento de
mil reais. Já nas obrigações indivisíveis, cada devedor está obrigado pela dívida toda,
se sub-rogando no direito de credor contra o outro devedor que não cumpriu a
obrigação.
ATENÇÃO!!
DICA 116
OBRIGAÇÃO DE MEIO E DE RESULTADO
OBRIGAÇÃO DE MEIO
OBRIGAÇÃO DE RESULTADO
RESULTADO RESULTADO
A obrigação de resultado é aquela em que o credor tem o direito de exigir do devedor
a produção de um resultado, sem o que se terá o inadimplemento da relação
obrigacional. Tem em vista o resultado em si mesmo, de tal modo que a obrigação
somente se considerará cumprida com a efetiva produção do resultado pretendido.
DICA 117
OBRIGAÇÕES DE EXECUÇÃO INSTANTÂNEA, DIFERIDA E CONTINUADA
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
diferida execução deverá ser realizada em momento futuro
OBS: A obrigação do locador de ceder ao inquilino, por certo tempo, o uso e o gozo
de um bem infungível, e a obrigação do locatário de pagar o aluguel convencionado, é
considerada uma obrigação de execução continuada.
DICA 118
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
A solidariedade não se presume, mas resulta da lei (solidariedade legal) ou da
vontade das partes (solidariedade convencional), art. 265, do CC.
IMPORTANTE!!
A Súmula 492, do STF determina que a empresa locadora de veículos responde, civil e
solidariamente com o locatário, pelos danos por este causados a terceiro, no uso do
carro locado.
DICA 119
SOLIDARIEDADE ATIVA
A solidariedade ativa consiste na pluralidade de credores. Cada credor tem o direito de
cobrar a totalidade da dívida em face do devedor (art. 267, CC).
QUESTÃO DE PROVA
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
DICA 121
DIREITO DE REGRESSO
Conforme o art. 269, do CC, o pagamento feito a um dos credores solidários extingue a
dívida até o montante do que foi pago, nascendo assim o direito de regresso. No
direito de regresso, o devedor que satisfizer a dívida por inteiro tem direito de cobrar dos
outros as suas quotas na dívida, pode, também, cobrá-la por inteiro se a dívida
somente ao outro aproveitar. Em caso de insolvência todos arcarão com sua quota na
proporção que tiverem na dívida.
DICA 122
CESSÃO DE CRÉDITO
Na cessão de crédito, o credor transfere a outrem seus direitos na relação obrigacional.
Trata-se de um negócio jurídico bilateral, formalizado entre o credor primitivo e o novo
credor. O credor primitivo é também chamado de cedente, e o novo credor, cessionário.
Pode configurar tanto na alienação onerosa quanto gratuita.
O terceiro (a quem o credor transfere sua posição) ingressa na relação obrigacional
independentemente da anuência do devedor (cedido), sendo necessária apenas a
notificação deste.
DICA 123
ASSUNÇÃO DE DÍVIDA
Assunção de dívida é um negócio jurídico bilateral, pelo qual o devedor, com anuência
expressa do credor, transfere a um terceiro, que o substitui, os encargos obrigacionais,
de modo que este assume sua posição na relação obrigacional, responsabilizando-se pela
dívida, que subsiste com os seus acessórios.
Caso o novo devedor seja insolvente ao tempo em que ocorreu a transferência sem a
ciência do credor, o devedor primitivo será responsabilizado pelo cumprimento da
obrigação, o objetivo é evitar fraude.
DICA 124
RESPONSABILIDADE PRO SOLUTO E PRO SOLVENDO
A regra básica do lugar do pagamento é de que este deve ser feito no domicílio do
devedor, caso em que se diz que a dívida é quesível ou quérable (art. 327, CC). Tem-
se como exemplo, o recebimento de boletos para pagamento na residência do devedor.
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
Ressalta-se que no caso de bens imóveis, a regra é que o pagamento ocorra no local
em que estiver situado o bem (art. 328, CC).
Por exceção, a dívida pode ser paga no domicílio do credor, sendo chamada de
dívida portável ou portable.
DICA 126
PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO
O pagamento em consignação é o depósito que o devedor faz da prestação devida,
com o objetivo de se liberar da obrigação. É um meio indireto ou pagamento especial
porque não é feito diretamente ao credor, devido a recusa deste sem justificativa.
IMPORTANTE!
Não é permitido o pagamento em consignação nas obrigações positivas (fazer) e
negativas (não fazer).
DICA 127
DAÇÃO EM PAGAMENTO
A dação em pagamento é um acordo de vontade entre credor e devedor, por meio do qual
o primeiro concorda em receber do segundo uma prestação diversa da que lhe é
devida, com o fim de exonerar-se da obrigação (art. 356 a 359, CC).
Objetiva: o objeto é diferenciado, ocorre quando uma nova dívida substitui a anterior,
permanecendo as mesmas partes;
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
Convencional – tem origem na autonomia privada e na vontade das partes;
Judicial – por meio de reconvenção, quando a ação do autor propõe o réu uma outra
ação ao encontro da que lhe é intentada.
DICA 130
CONFUSÃO
A confusão ocorrerá quando a pessoa do credor e do devedor se concentrarem no
mesmo sujeito (arts. 381 a 384, CC).
Ex: Pedro tem um filho chamado Marcos, e aquele deve mil reais a seu filho. Havendo o
falecimento de Pedro e sendo Marcos o seu único herdeiro, todos os ônus e bônus da
herança são transferidos a Marcos (seu herdeiro). Nesse caso, o herdeiro que era o
credor, assume a postura de devedor, configurando o fenômeno da confusão.
DICA 131
TEORIA DO INADIMPLEMENTO
A teoria do inadimplemento se refere ao não cumprimento de determinada obrigação.
Para o direito obrigacional, o inadimplemento de uma obrigação, seja ela de dar, fazer ou
não fazer, ocasiona a não satisfação do credor devido a não realização da prestação pelo
devedor ou por terceiro quando ainda não fora extinta a obrigação.
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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
DICA 133
CESSAÇÃO DO PODER FAMILIAR
Perderá o poder familiar por ato judicial, o pai ou a mãe que (art.1638, CC):
DICA 134
GUARDA
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É uma forma de inserção da criança ou adolescente em uma família substituta de
forma provisória.
Não implica destituição do poder familiar.
A pessoa que detém a guarda, cabe a prestar assistência material, moral e
educacional, podendo até opor-se a terceiros, inclusive os pais.
ouvir a criança ou adolescente, sempre que possível, se for adolescente este deverá
consentir, em audiência;
não será deferida a pessoa que revele por qualquer modo incompatibilidade com a
natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado;
DICA 135
TUTELA
É um instituto protetivo, previsto em lei, possui caráter obrigatório, com maior
abrangência que a guarda, tendo como requisito a perda ou a suspensão do poder
familiar, destinada a alguém para que dirija a pessoa menor de idade.
A tutela confere ao tutor o direito de representação.
É imposta por decisão judicial e o tutor é obrigado a servir por dois anos.
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Pais desconhecidos.
A tutela pode ser legal, quando ocorre a perda do poder familiar e o juiz nomeia um
tutor, podendo ser testamentária, quando os pais em vida, deixarão em testamento ou em
outro documento autêntico, quem gostaria que fosse o tutor; pode ser dativa, quando o
juiz escolhe o tutor, por não ter sido indicado ou quando forem excluídos ou escusados.
Quando houver irmãos órfãos, preferencialmente, será nomeado um só tutor para
cuidar de ambos.
DICA 136
IMPEDIMENTO AO EXERCÍCIO DA TUTELA
mulheres casadas;
maiores de 60 anos;
militares em serviço.
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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
DICA 138
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,
distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Quando se diz que fornecedor é aquele que desenvolve uma atividade, significa que é
aquele que age com habitualidade, ou seja, exclui-se do conceito aquele fornecedor
eventual, que não tem o elemento empresa em sua atividade.
Pode-se dizer que o conceito trazido no art. 3º abrange os seguintes tipos de
fornecedor:
Conforme art.3º, S1o do CDC, produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material
ou imaterial.
O produto poderá ser durável, quando não se extingue de imediato ou demora muito (ex.
eletrodoméstico) ou não durável, quando se extingue de imediato, ou após certo tempo
de uso (ex. alimentos, borracha).
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
O serviço poderá ser durável, quando não se extingue de imediato, tendo continuidade
no tempo, (ex. plano de saúde) ou não durável, quando se extingue de imediato uma
vez prestado (serviço de transporte).
Haverá relação de consumo quando o serviço público for remunerado mediante tarifa ou
preço público (jurisprudência).
DICA 140
POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivos:
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DICA 141
OUTROS PRINCÍPIOS DA POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO
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Imaginemos a situação de um idoso que faz vários empréstimos em virtude de uma
doença grave e que compromete sua renda em 80%, não ficando com o mínimo para sua
subsistência. Nessa situação ele pode ser considerado um superendividado e obter
proteção jurídica com base no próprio CDC, além da Lei de Superendividamento que
trouxe diversas mudanças significativas no âmbito do consumidor e do CDC. Importante
conhecer a referida lei que é de 2021 e pode ser exigida em certames e exames de
ordem.
DICA 142
LEI DO SUPERENDIVIDAMENTO
A Lei do Superendividamento – Lei 14.181/2021 incluiu mais dois princípios para alcançar
os objetivos da política nacional de relações de consumo nos incisos do art. 4º do CDC,
que cuida da Política Nacional de Relações de consumo. Nesse sentido, são novos
princípios previstos:
A Lei 14.181, de 2021, também conhecida como Lei do Superendividamento altera o CDC,
assim como o Estatuto do Idoso para fins de aperfeiçoar a disciplina do crédito ao
consumidor e dispor sobre a prevenção e o tratamento do superendividamento.
Entende-se por superendividamento a impossibilidade manifesta de o consumidor
pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e
vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial, nos termos da regulamentação.
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DIREITO EMPRESARIAL
DICA 143
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL: CONCEITOS INICIAIS
Art. 1.142, CC/02. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado,
para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
Para exercer empresa, portanto, o empresário deverá se valer do estabelecimento
empresarial, que compreende tanto bens corpóreos (máquinas industriais, por
exemplo), quanto bens incorpóreos (marcas, patentes, ponto, etc).
A Lei de ambiente de negócios, publicada em 26 de agosto de 2021, já em vigor, traz
significativas mudanças ao direito empresarial, inclusive acrescenta incisos ao artigo
1.142, que trata do estabelecimento. Nesse sentido, de acordo com a nova legislacao que
alterou o CC/02 em seu art.1.142, é previsto que:
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caso o alienante (quem vende), não fique com bens suficientes para pagar suas
dividas, deverá haver alternativamente o pagamento de todos os credores ou
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ESTABELECIMENTO: SUCESSÃO EMPRESARIAL
Sucessão empresarial é um tema que pode ser cobrado na OAB, então fique atento!
Segundo o art. 1.146, do CC/02, o adquirente do estabelecimento responde pelo
pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados,
continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir,
quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do
vencimento.
Assim, o adquirente do estabelecimento:
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores
ou administradores.
Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento
lícito instrumento lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com
a finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de empregos, tributo,
renda e inovação em benefício de todos
DICA 150
DIREITO SOCIETÁRIO: REQUISITOS INICIAIS PARA CONSTITUIÇÃO DE
SOCIEDADES EMPRESARIAIS
O Código Civil em seu artigo 981, traz os principais requisitos para a constituição de
um contrato de sociedade. São eles:
Contrato entre pessoas, que pode ser tácito ou expresso, não havendo
obrigatoriedade de contrato por escrito, em regra. Nesse sentido, basta estar presente a
vontade de constituir a sociedade, também denominada pela doutrina como a affectio
societates, o ânimo de participar de uma sociedade em busca de obtenção de sucesso,
usufruindo-se do direito à livre associação prevista no art.5º, XVII da CF/88.
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
Sociedade subsidiária integral, espécie de sociedade anônima que tem como único
sócio uma sociedade brasileira (art.251, S2o, da LSA).
DICA 151
DIREITO SOCIETÁRIO
Sociedades não personificadas:
Sociedades comuns;
Sociedades em conta de participação.
A sociedade empresarial para se constituir regularmente precisa realizar seu registro no
Registro Público Mercantil, também conhecido como Junta Comercial. A partir do
registro de seu contrato social ou do Estatuto Social (em se tratando de sociedade
anônima), todos os atos referentes àquele contrato social serão ali averbados. Assim, caso
haja alteração no contrato social, por exemplo, a saída ou entrada de novo sócio, deverá
haver a averbação na junta comercial. Da mesma forma, para que a empresa seja
encerrada regularmente, precisará haver a averbação da dissolução da sociedade na junta
comercial.
Entretanto, a sociedade empresarial, para existir, não precisa ser necessariamente inscrita
na junta comercial, sendo uma mera situação de fato. O fato de não haver o registro,
no entanto, trará uma série de consequências, como a impossibilidade de requerer a
recuperação judicial ou mesmo a não limitação da responsabilidade dos sócios, entre
outras consequências a serem abordadas adiante.
DICA 152
SOCIEDADES COMUNS - SOCIEDADES EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO
Algumas sociedades, que não se inscreveram na junta comercial, por opção, no caso de
sociedades comuns, seja, por vedação legal, como as sociedades em conta de
participação, não terão CNPJ e terão regras específicas.
Sociedades comuns – são de dois tipos:
Sociedades irregulares – são as sociedades comuns, que, embora tenham sido
registradas na junta comercial, por ausência de algum requisito legal, são consideradas
irregulares;
Sociedades de fato – são as sociedades comuns que sequer tiveram seus atos
inscritos na junta comercial.
Ambas as sociedades são regidas pelo art.986 e seguintes do CC/02. Algumas
consequências da irregularidade das sociedades:
somente podem provar a existência da sociedade por escrito, mas os terceiros podem
prová-lo de qualquer modo.
Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios,
salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro
que o conheça ou deva conhecer.
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Impossibilidade da sociedade em comum ser contratada pelo Poder Público;
Os livros contábeis não têm eficácia probatória por não serem autenticados.
Sociedades em conta de participação (SCP)
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PROCESSO CIVIL
DICA 153
CITAÇÃO COM HORA CERTA
É uma modalidade de citação ficta, a qual difere da real pois nela não se sabe se o réu
está efetivamente ciente da sua citação.
Caso o citado com hora certa seja revel, será designado para ele um curador
especial, até que seja constituído um advogado (art. 72 CPC).
Requisitos para citação com hora certa:
suspeita de ocultação.
Cumpridos esses requisitos, o Oficial de Justiça, independentemente de autorização
judicial, irá, na ausência do citando, intimar um familiar, um vizinho ou até mesmo o
porteiro, informando que retornará no dia útil imediato, em hora certa em que determinar.
Retornando no dia e hora determinados, não sendo o citando encontrado, o Oficial do
Justiça dá por feita a citação.
Feita a citação, o Oficial de Justiça lavra uma certidão da ocorrência, cuja contrafé fica
com o familiar/vizinho.
Feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de secretaria enviará ao réu,
executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da juntada do
mandado aos autos, carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo
ciência.
O início do prazo se dá na juntada do mandado, afinal se trata de citação por oficial de
justiça e não via postal.
DICA 154
CITAÇÃO POR EDITAL
Também é modalidade de citação ficta e, por conseguinte, se o réu for revel será
designado para ele curador especial, até que seja constituído advogado.
A citação por edital será feita nos seguintes casos:
quando desconhecido ou incerto o citando
quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando;
nos casos expressos em lei (portanto o rol é exemplificativo).
São requisitos da citação por edital:
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
a publicação do edital na rede mundial de computadores, no sítio do respectivo tribunal
e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, que deve ser certificada nos
autos;
a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 e 60 dias, fluindo da data
da publicação única ou, havendo mais de uma, da primeira;
Apesar de não caber reconvenção nos Juizados Especiais, será possível o pedido
contraposto.
DICA 156
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
DA REVELIA
A revelia é entendida pela doutrina majoritária como a ausência jurídica de
contestação. É jurídica pois nem sempre se tem ausência física da contestação.
Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as
alegações de fato formuladas pelo autor – efeito material.
O revel, em processo civil, pode produzir provas, desde que compareça em tempo
oportuno.
O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que
se encontrar.
DICA 157
DO JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO
O art. Art. 356 do CPC trouxe a possibilidade de o juiz decidir parcialmente o mérito
quando um ou mais pedidos ou parcela deles:
mostrar-se incontroverso;
estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355 (não houver
necessidade de produção de outras provas, réu revel, efeito material da revelia e não
houver requerimento de prova).
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
Trata-se de decisão interlocutória de cognição exauriente, não se confundindo assim
com tutela provisória.
Assim sendo, a decisão faz coisa julgada material.
ENUNCIADO 5, CJF:
Ao proferir decisão parcial de mérito ou decisão parcial fundada no art. 485 do CPC,
condenar-se-á proporcionalmente o vencido a pagar honorários ao advogado do
vencedor, nos termos do art. 85 do CPC.
A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que
julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso
contra essa interposto.
A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de
instrumento.
DICA 158
SANEAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO
Não sendo o caso de julgamento conforme o estado do processo, o processo vai para a
fase de produção de provas, a qual é precedida do saneamento e da organização.
Nesta decisão, o juiz deverá:
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as
audiências.
DICA 159
DA PRODUÇÃO ANTECIPADA DA PROVA
Conforme previsão do art. 381 do CPC, a produção antecipada da prova será admitida
nos casos em que:
haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação
de certos fatos na pendência da ação;
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
Após ouvida a parte contrária no prazo de 15 dias, será realizado exame pericial.
Contudo, se a parte que produziu o documento concordar em retirá-lo dos autos, não se
procederá ao exame pericial.
A declaração sobre a falsidade do documento, quando suscitada como questão
principal, constará da parte dispositiva da sentença e sobre ela incidirá também a
autoridade da coisa julgada.
DICA 161
DOS DOCUMENTOS ELETRÔNICOS
Conforme previsto no art. 439 do CPC, a utilização de documentos eletrônicos no
processo convencional dependerá de sua conversão à forma impressa e da
verificação de sua autenticidade, na forma da lei.
O juiz apreciará o valor probante do documento eletrônico não convertido,
assegurado às partes o acesso ao seu teor.
Serão admitidos documentos eletrônicos produzidos e conservados com a observância da
legislação específica.
DICA 162
DA INSPEÇÃO JUDICIAL
A inspeção pode ser de pessoas ou coisas, e possui a finalidade de esclarecer sobre
fato que interesse à decisão da causa.
julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva
observar;
a coisa não puder ser apresentada em juízo sem consideráveis despesas ou graves
dificuldades;
Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado, mencionando nele tudo
quanto for útil ao julgamento da causa, podendo ser instruído com desenho, gráfico ou
fotografia.
DICA 163
DA COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL
A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e
observará:
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente;
a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no
Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se
assistência judiciária aos necessitados;
qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
DICA 164
DO AUXÍLIO DIRETO
Cabe o chamado auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão
de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil.
Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os
seguintes objetos:
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei brasileira, não
necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as providências
necessárias para seu cumprimento.
Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido
de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional.
DICA 165
DA CARTA ROGATÓRIA
DICA 166
DA COOPERAÇÃO NACIONAL
Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum, em
todas as instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superiores,
incumbe o dever de recíproca cooperação, por meio de seus magistrados e servidores.
Os juízos poderão formular entre si pedido de cooperação para prática de qualquer
ato processual.
O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente atendido, prescinde de
forma específica e pode ser executado como:
auxílio direto;
prestação de informações;
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
As cartas de ordem, precatória e arbitral seguirão o regime previsto no CPC.
Os atos concertados entre os juízes cooperantes poderão consistir, além de outros,
no estabelecimento de procedimento para:
a prática de citação, intimação ou notificação de ato;
a obtenção e apresentação de provas e a coleta de depoimentos;
a efetivação de tutela provisória;
a efetivação de medidas e providências para recuperação e preservação de
empresas;
a facilitação de habilitação de créditos na falência e na recuperação judicial;
a centralização de processos repetitivos;
a execução de decisão jurisdicional.
O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre órgãos jurisdicionais de
diferentes ramos do Poder Judiciário.
DICA 167
DA RESPONSABILIDADE DAS PARTES POR DANO PROCESSUAL
Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou
interveniente.
Considera-se litigante de má-fé aquele que:
deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
alterar a verdade dos fatos;
usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
provocar incidente manifestamente infundado;
interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa,
que deverá ser superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa, a
indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os
honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada
em até 10x o valor do salário-mínimo.
Quando forem 2 ou mais litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na
proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se
coligaram para lesar a parte contrária.
O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá-lo,
liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
DICA 168
DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES
No curso do processo, somente é lícita a sucessão voluntária das partes nos casos
expressos em lei.
A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, não
altera a legitimidade das partes.
O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo o alienante
ou cedente, sem que o consinta a parte contrária. Eles poderão, no entanto, intervir como
assistente litisconsorcial do alienante ou cedente.
Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias ao
adquirente ou cessionário.
Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou
pelos seus sucessores.
A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado constituirá, no mesmo
ato, outro que assuma o patrocínio da causa.
Não sendo constituído novo procurador no prazo de 15 dias, o juiz suspenderá o
processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício, observando o art. 76
do CPC.
O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo, desde que prove que
comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que este nomeie sucessor. Durante os 10
dias seguintes, o advogado continuará a representar o mandante, desde que
necessário para lhe evitar prejuízo.
Dispensa-se essa comunicação quando a procuração tiver sido outorgada a vários
advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da renúncia.
DICA 169
LITISCONSÓRCIO
Litisconsórcio é quando duas ou mais pessoas litigam conjuntamente, no mesmo
processo, seja no polo ativo ou passivo.
O CPC elenca que ocorrerá quando:
entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes
na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este
comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento
da sentença.
O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que
recomeçará da intimação da decisão que o solucionar.
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza
da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de
todos que devam ser litisconsortes.
A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será:
nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter
integrado o processo;
ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.
Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que
requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar,
sob pena de extinção do processo.
O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver
de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.
Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como
litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as
omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.
Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, e todos devem ser
intimados dos respectivos atos.
DICA 170
DA ASSISTÊNCIA
Pendendo causa entre 2 ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em
que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de
jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre.
Não havendo impugnação no prazo de 15 dias, o pedido do assistente será
deferido, salvo se for caso de rejeição liminar.
Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o
juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo.
A assistência poderá ser simples ou litisconsorcial.
O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos
poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido. Sendo revel
ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu
substituto processual.
A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do
pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre
direitos controvertidos.
Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não
poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e
provar que:
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pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido,
foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença;
quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou
companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;
interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade
de declarar suas razões.
Será ilegítima a alegação de suspeição quando houver sido provocada por quem a
alega, bem como se a parte que a alega houver praticado ato que signifique
manifesta aceitação do arguido.
DICA 172
DAS HIPÓTESES DE IMPEDIMENTO
As causas de impedimentos estão fundamentalmente previstas no art. 144 do CPC e
geralmente envolvem fatos ou situações objetivas, como, por exemplo, o parentesco
com uma das partes, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou
como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;
de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive.
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Nessa hipótese, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado
ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da
atividade judicante do juiz.
Também se configura o impedimento no caso de mandato conferido a membro de
escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente
a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo.
quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica
parte no processo;
quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;
em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego
ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge,
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o
terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;
quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do
juiz.
DICA 173
AUXILIARES DA JUSTIÇA
Auxiliares da Justiça são as pessoas que se destinam a apoiar as atividades desenvolvidas
pelo órgão jurisdicional, seja dentro da sede do juízo ou fora dela.
Portanto, alguns atos processuais não são praticados diretamente pelo juiz, mas sim por
seus auxiliares.
Os auxiliares podem atuar de forma permanente: como o chefe da secretária ou o oficial
de justiça. Ou podem atuar de forma eventual: como o tradutor.
O art. 149 do CPC elenca de forma exemplificativa os auxiliares da justiça: o escrivão,
o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador,
o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o
distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias.
Por se tratar de rol exemplificativo, pode ser que as normas de organização judiciária
prevejam outros auxiliares e suas atribuições.
DICA 174
DA ATUAÇÃO DOS MEDIADORES E CONCILIADORES
O CPC/15 consagra o chamado modelo multiportas de justiça, o qual se vale das mais
diversas técnicas como métodos de solução de conflitos, dentre os quais se encontram
a mediação e conciliação.
O CPC prevê, inclusive, a criação de centros judiciários de solução consensual de conflitos,
responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a
autocomposição.
Quanto a atuação de mediadores e conciliadores, assim traz o CPC:
O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo
anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a
utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes
conciliem.
O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo
anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os
interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da
comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios
mútuos.
Necessário explicitar ainda que a conciliação e a mediação são informadas pelos
princípios da independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da
confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada.
No emprego de esforços para a solução consensual do litígio familiar, são vedadas
iniciativas de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem, assim como
as de aconselhamento sobre o objeto da causa (En. 187 FPPC).
Os métodos de solução consensual de conflitos devem ser estimulados também nas
instâncias recursais (Em. 371 FPPC).
DICA 175
DA ADVOCACIA PÚBLICA
A advocacia pública é uma das funções essenciais da justiça, conforme previsão
constitucional.
Aos advogados públicos incumbe a defesa e promoção dos interesses da Fazenda Pública,
e não dos agentes públicos.
Essa atuação se dá através da representação judicial, em todos os âmbitos federativos,
das pessoas jurídicas de direito público que integram a administração direta e indireta.
A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas
manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico. Não se
aplicando o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma
expressa, prazo próprio para o ente público.
O membro da Advocacia Pública será civil e regressivamente responsável quando
agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.
DICA 176
DOS ATOS PROCESSUAIS QUE TRAMITAM EM SEGREDO DE JUSTIÇA
Em regra, os atos processuais são públicos, por força do princípio constitucional da
publicidade processual.
93
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
Assim sendo, todos devem ter acesso aos autos dos processos, audiências e sessões de
tribunais, que devem ser realizadas de portas abertas, salvo nas hipóteses de segredo de
justiça.
O CPC/15, em seu art. 189, tratou de elencar as hipóteses em que se dará esse
segredo de justiça, afirmando que tramitam em segredo de justiça os processos:
em que o exija o interesse público ou social;
que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união
estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde
que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de
pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do
dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de
divórcio ou separação.
DICA 177
DOS ATOS DAS PARTES
Os atos das partes consistentes em declarações de vontade unilaterais (ex.:
contestação) ou bilaterais (ex.: pacto de impenhorabilidade), os quais ainda podem ser
concordantes (ex.: a desistência da ação após a contestação) ou contratuais (ex.:
transação)
Essas declarações produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção
de direitos processuais.
A desistência da ação só produzirá efeitos após homologação judicial.
As partes poderão exigir recibo de petições, arrazoados, papéis e documentos
que entregarem em cartório.
É vedado lançar nos autos cotas marginais ou interlineares, as quais o juiz
mandará riscar, impondo a quem as escrever multa correspondente à metade do
salário-mínimo.
94
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
DIREITO PENAL
DICA 178
TEORIA GERAL DO CRIME
Conceito tripartido de crime:
Fato típico;
Ilicitude ou antijuridicidade;
Culpabilidade;
A teoria adotada é a finalista, pois a conduta do agente deve ser dirigida a um fim
(DOLO ou CULPA).
ATENÇÃO!
DICA 179
FATO TÍPICO
O fato típico é composto por:
C CONDUTA
R
RESULTADO
E
N NEXO CAUSAL
T
TIPICIDADE
I
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
DICA 180
EXCLUDENTES DO FATO TÍPICO
Caso fortuito;
Estado de inconsciência;
Movimentos reflexos;
Princípio da Insignificância;
DICA 181
DOLO
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96
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
Conceito: Consiste na vontade de concretizar os elementos objetivos do tipo.
TEORIAS DO DOLO:
DICA 182
Ex.: Pablo Escobar quando colocou uma bomba no avião para matar um sujeito. Neste
caso, Escobar responderá por dolo direito.
Espécies de dolo:
Dolo direto:
Dolo indireto:
Ex.: o agente quer praticar lesão corporal ou homicídio indistintamente. O agente tem a
mesma vontade de um ou de outro.
DICA 183
CULPA
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
Como regra, apenas se pune a conduta a título de dolo, salvo quando a lei
expressamente tipificar a forma culposa.
Conceito:
Tome nota:
Conduta voluntária;
Ausência de Previsão;
Ausente esses elementos, o fato será atípico.
DICA 184
TEORIA DO CRIME - ILICITUDE OU ANTIJURIDICIDADE
A ilicitude é a contrariedade à lei, sendo as suas causas excludentes:
Legítima defesa: uso moderado dos meios necessários + INJUSTA agressão + ATUAL
ou IMINENTE;
Estado de necessidade: perigo ATUAL + não provocado pelo agente + sacrifício
inexigível;
98
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
Estrito cumprimento do dever legal: dever LEGAL + atuação nos LIMITES da lei +
em regra por agente público;
Exercício regular de direito: existência de um direito + atuação FACULTATIVA +
dentro dos LIMITES.
L LEGÍTIMA DEFESA
E ESTADO DE NECESSIDADE
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
A direito seu.
Fique atento!
DICA 185
CULPABILIDADE
A culpabilidade é o juízo de reprovabilidade sobre a conduta do agente, composta
por:
Imputabilidade: capacidade mental do agente de entender o caráter ilícito da
conduta;
Potencial consciência da ilicitude: possibilidade do agente conhecer a hipótese
criminosa;
Exigibilidade de conduta diversa: possibilidade que o agente tinha de agir de outra
forma e não praticar o fato.
São excludentes da culpabilidade:
DICA 186
EMBRIAGUEZ
A embriaguez é a intoxicação aguda e transitória provocada pelo álcool ou
substâncias de efeitos análogos.
Fique atento!
A embriaguez do art. 28 não se aplica a intoxicação decorrente do consumo de drogas
ilícitas, pois essa é tratada em lei própria (Art. 45 da Lei de Drogas).
Embriaguez completa: possui três níveis:
100
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
Excitação: primeiro estágio da embriaguez, quando sujeito fica mais alegre, falante.
(Embriaguez Incompleta);
Caso fortuito;
Força maior;
Embriaguez Voluntária:
Se a embriaguez for voluntária será aplicada a teoria “actio libera in causa” (ação livre
na causa), tendo o sujeito de maneira voluntária ingerido a substância responde pelo
crime cometido.
A embriaguez voluntária se subdivide em:
Culposa: é o excesso imprudente no consumo.
Dolosa: sujeito quer se embriagar.
Preordenada: se embriaga para cometer o crime (agravante – art. 61, II, l, CP).
É possível que em casos de embriaguez aplique-se medida de segurança?
É possível quando se tratar de embriaguez patológica, ou seja, quando o sujeito for
alcoólatra, pois configura doença mental, admitindo-se a aplicação do art. 26. Sendo
assim, caso necessário será possível à imposição de medida de segurança.
101
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
devendo a embriaguez do autor do fato interferir na tipificação da conduta ou na
dosimetria da pena.
d) a absolvição, diante da ausência de culpabilidade, em razão da embriaguez completa.
GABARITO: Alternativa c.
Comentário: A embriaguez pré ordenada é aquela que o agente já se embriaga com o
intuito de cometer o crime. No caso em análise, tem-se que Lúcio não bebeu com essa
intenção, uma vez que o item menciona que ele bebeu para afogar as mágoas do
desemprego. Diante disso, a embriaguez de Lúcio não irá interferir na tipificação da
conduta ou na dosimetria da pena.
DICA 187
TEORIA GERAL DO CRIME
PEGADINHA DE PROVA
Muita atenção aos detalhes, pois o seu examinador vai se utilizar de mudanças sutis
para te induzir ao erro:
A coação física exclui a conduta e, portanto, o fato típico, mas a coação MORAL
irresistível afasta a culpabilidade;
O erro de tipo inevitável exclui a tipicidade, pois faz com o que o agente se
confunda quanto à situação de FATO, mas o erro de PROIBIÇÃO inevitável afasta a
culpabilidade;
O erro de proibição evitável ou inescusável não exclui a culpabilidade, mas pode
reduzir a pena de 1/6 a 1/3;
Na Legítima Defesa o perigo pode ser atual ou iminente, mas no Estado de
Necessidade deve ser somente atual;
A emoção e a paixão não afastam a responsabilidade penal.
DICA 188
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
A desistência voluntária quando o agente, depois de iniciar a execução do crime,
DESISTE e impede que o resultado se consuma;
A grande diferença entre a tentativa e a desistência voluntária é que a primeira
acontece por motivos ALHEIOS à vontade do agente e a segunda por sua decisão
voluntária;
Na tentativa eu QUERO continuar mas não POSSO;
Na desistência voluntária, eu POSSO continuar, mas não QUERO.
DICA 189
ARREPENDIMENTO EFICAZ
Agente que, voluntariamente, impede que o resultado se produza.
Agente iniciou a execução e exauriu a sua potencialidade lesiva (iniciou e encerrou a
execução).
102
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
Agente impede que o resultado ocorra.
Arrependimento eficaz também pode ser chamado de resipiscência.
Consequência: só responde pelos atos já praticados.
DICA 190
ARREPENDIMENTO POSTERIOR
Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do
agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
Requisitos:
Deve ser sem violência ou grave ameaça à pessoa;
Deve reparar o dano ou restituir a coisa;
Deve ser até o recebimento da denúncia ou da queixa;
Deve ser ato voluntário do agente (não precisa ser espontâneo);
Consequência: redução de um a dois terços (= da tentativa).
103
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
gerando aplicação de causa de diminuição de pena.
(d) a atenuante da reparação do dano, apenas, não sendo, porém, afastada a tipicidade
da conduta.
GABARITO: Alternativa d.
Comentário: De início, ressalte-se que não ocorreu desistência voluntária, uma vez
que o agente não desistiu de prosseguir na execução do crime e foi até o final do iter
criminis.
Ademais, não ocorreu arrependimento eficaz, pois o agente não impediu a produção do
resultado ou a sua consumação.
Vale dizer, não ocorreu arrependimento posterior, tendo em vista que tal instituto só se
aplica aos crimes praticados sem violência ou grave ameaça. Assim, o fato de o agente
ter empurrado o proprietário ao ser surpreendido com sua chegada e fugido logo em
seguida configura o crime de roubo impróprio.
DICA 191
CRIME IMPOSSÍVEL
Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
Ex.: sujeito que tenta matar a vítima ministrando veneno, mas que erra e dá à vítima
água.
Ex.: sujeito que tenta matar a vítima com uma arma de brinquedo.
Absoluta impropriedade do objeto.
104
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
DICA 192
TENTATIVA
A tentativa ocorre quando o agente não atinge o resultado por motivos alheios à
sua vontade;
C CONTRAVENÇÕES
C CULPOSOS
H HABITUAIS
O OMISSIVOS PRÓPRIOS
105
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
U UNISSUBSISTENTES
P PRETERDOLOSOS
P PERMANENTES
106
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INEVITÁVEL
ESSENCIAL
EVITÁVEL
ACIDENTAL
NA EXECUÇÃO
INEVITÁVEL
ERRO DE SOBRE O NEXO
PROIBIÇÃO CAUSAL
EVITÁVEL
DICA 195
ERRO DE TIPO ESSENCIAL
Recai sobre as CIRCUNSTÂNCIAS do fato;
Art. 20 e §1º, §2º e §3º, CP;
Causa EXCLUDENTE DE TIPICIDADE.
DOLO
INVENCÍVEL
EXCLUSÃO
(inevitável)
CULPA
EFEITOS EXCLUSÃO DO
DOLO
VENCÍVEL
(evitável)
RESPONDE POR
CRIME CULPOSO, SE
PREVISTO EM LEI
DICA 196
ERRO DE PROIBIÇÃO
Recai sobre a ILICITUDE do fato;
Art. 21 e Parágrafo único, CP;
Causa de DIMINUIÇÃO DE PENA.
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
DIRETO
ESPÉCIES INDIRETO
MANDAMENTAL
EFEITOS
CAUSA DE
EVITÁVEL
DIMINUIÇÃO DE PENA
DICA 197
DOLO GERAL E ERRO ACIDENTAL
SOBRE O OBJETO
ERRO
ACIDENTAL SOBRE A PESSOA
NA EXECUÇÃO
108
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PROCESSO PENAL
DICA 198
Requisitos:
Condições:
→ pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do CP, a entidade
pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha,
preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos
aparentemente lesados pelo delito; ou
→ cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde
que proporcional e compatível com a infração penal imputada.
109
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
→ se o agente tiver sido beneficiado nos últimos 5 anos com ANPP, transação penal
ou SURSIS processual.
→ se o crime tiver sido praticado na Maria da Penha ou por razão do sexo feminino.
DICA 199
AÇÃO PENAL
INCONDICIONADA
DE INICIATIVA
AÇÃO PENAL
PÚBLICA
CONDICIONADA
110
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
A ação penal pública incondicionada é titularizada pelo Ministério Público. O MP
inicia a ação penal com a denúncia.
A regra no sistema jurídico = a ação penal seja pública incondicionada.
DICA 200
de requisição do
promovida por Ministro da Justiça,
denúncia do ou de representação
Crimes de ação
Ministério Público, do ofendido ou de
pública
dependerá, quando quem tiver
a lei o exigir, qualidade para
representá-lo.
Qualquer
crime
praticado em detrimento do
patrimônio ou interesse da
União, Estado e Município
a ação penal
será pública
111
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
Por outro lado, quando se tratar de violência doméstica e familiar (Lei Maria da Penha, só
será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente
designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério
Público.
Art. 25. A representação será Art. 16. Nas ações penais públicas
irretratável, depois de oferecida a condicionadas à representação da ofendida
denúncia. de que trata esta Lei, só será admitida a
renúncia à representação perante o juiz,
em audiência especialmente designada
com tal finalidade, antes do recebimento
da denúncia e ouvido o Ministério Público.
112
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da
denúncia e ouvido o Ministério Público.
DICA 202
PRINCÍPIOS DA AÇÃO PÚBLICA
AÇÃO PENAL
PROPRIAMENTE DITA
DE INICIATIVA PERSONALÍSSIMA
AÇÃO PENAL
PRIVADA
SUBSIDIÁRIA
A ação penal privada propriamente dita é a regra entre os crimes de ação penal
privada. O seu titular é o ofendido ou o seu representante legal. Para a promoção da
queixa-crime, o ofendido ou o seu representante legal possui o prazo decadencial de 6
meses, contados do conhecimento da autoria.
OBS.: caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão
judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão (CADI – deve ser por esta ordem).
113
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de
suas funções”.
DICA 205
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á
perempta a ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do
processo durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 dias,
qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a
qualquer ato do processo a que deva estar presente, OU deixar de formular o
pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar
sucessor.
DICA 206
JURISDIÇÃO E CARACTERÍSTICAS
114
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
Investidura – para exercer a jurisdição é necessário ser magistrado (juiz), o qual deve
estar legalmente investido no cargo, por meio de concurso público.
Indeclinabilidade – o juiz não pode deixar de julgar os casos submetidos a
apreciação.
Inevitabilidade ou Irrecusabilidade – a jurisdição não está sujeita a vontade das
partes, ela se impõe.
Fase do processo – por exemplo um juiz cuida da fase inicial do processo até a
sentença e outro da execução penal.
115
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
DICA 209
COMPETÊNCIA ABSOLUTA X COMPETÊNCIA RELATIVA
Não permite prorrogação, pode ser Admite prorrogação. Pode ser arguida
arguida a qualquer tempo e grau de pelas partes.
jurisdição.
Pode ser declarada de ofício pelo juiz Pode ser declarada de ofício pelo juiz, até
a fase da absolvição sumária.
DICA 210
COMPETÊNCIA
O art. 69, do CPP, dispõe que “Determinará a competência jurisdicional:
o lugar da infração:
o domicílio ou residência do réu;
a natureza da infração;
a distribuição;
a conexão ou continência;
a prevenção;
a prerrogativa de função.”
A regra geral para definição da competência é o lugar em que se consumar a infração, ou,
no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
Com essa regra, o CPP adotou a TEORIA DO RESULTADO.
ATENÇÃO!
116
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
DICA 211
EXCEÇÕES
Em regra, a competência é firmada pelo local onde se consuma a infração penal ou onde
for praticado o ÚLTIMO ATO DA EXECUÇÃO, nos crimes tentados.
INTERSUBJETIVA:
Por simultaneidade - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido
praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas;
Concursal - várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar;
Reciprocidade - várias pessoas, umas contra as outras;
OBJETIVA:
Teleológica – se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar;
Consequencial – ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em
relação a qualquer delas;
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
INSTRUMENTAL:
no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda
parte, e 54 do Código Penal.”
CONTINÊNCIA
Concurso formal
OBJETIVA
Aberratio ictus
ART. 77, II, CPP
Aberratio criminis
DICA 215
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO DOMICÍLIO DO RÉU
O CPP dispõe que não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-
á pelo domicílio ou residência do réu.
Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção (que
significa a situação em que concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou
com jurisdição cumulativa, um deles antecede o outro na prática de algum ato do
processo ou de medida a este relativa).
Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o
juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de
domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
Neste caso, nas AÇÕES DE EXCLUSIVA AÇÃO PRIVADA, o querelante pode OPTAR
entre o lugar da infração ou domicílio do réu.
DICA 216
FORO PREVALECENTE
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
DICA 217
SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE PROCESSOS
Observadas as regras de conexão ou continência, os processos deverão ser reunidos no
juízo prevento para julgamento comum. Todavia há hipóteses em que essa reunião não
poderá ocorrer.
Vejamos:
Quando ocorrer crime da jurisdição comum e a militar. Os processos deverão
seguir separados.
Quando ocorrer crime de competência da jurisdição comum e ato infracional
análogo a crime. Os processos seguirão separados.
Quando algum dos réus vem a sofrer de doença mental (superveniência de doença
mental). Neste caso, o processo fica suspenso em relação ao réu acometido pela doença,
até que se recupere.
Quando houver réu foragido que não possa ser julgado à revelia. É o que ocorre nos
casos do art. 366, do CPP (suspensão do processo e do prazo prescricional, quando o réu
não é citado e nem constitui defensor).
DICA 218
SEPARAÇÃO FACULTATIVA DE PROCESSOS
Observadas as regras de conexão ou continência, os processos deverão ser reunidos no
juízo prevento para julgamento comum. Todavia há hipóteses em que essa reunião poderá
ou não ocorrer, de acordo com a manifestação das partes ou, de ofício, pelo juiz.
Vejamos:
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
Quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de
lugar diferentes, o juiz reputar conveniente a separação.
Quando pelo excessivo número de acusados e para não lhes prolongar a prisão
provisória, o juiz reputar conveniente a separação.
SÚMULAS
Súmula 208-STJ: Compete à justiça federal processar e julgar prefeito municipal por
desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal.
DICA BÔNUS
SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL
SÚMULAS
Súmula 498-STF: Compete a justiça dos estados, em ambas as instâncias, o
processo e o julgamento dos crimes contra a economia popular.
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Info 554, STJ: o STJ decidiu que compete à Justiça Federal (e não à Justiça
Estadual) processar e julgar o crime caracterizado pela omissão de anotação de
vínculo empregatício na CTPS (art. 297, § 4o, do CP). Esse mesmo raciocínio pode
ser aplicado para a falsa anotação na CTPS (art. 297, § 3o do CP).
Súmula 209-STJ: Compete à justiça estadual processar e julgar prefeito por desvio
de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.
121
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
DIREITO DO TRABALHO
DICA 220
HORÁRIO DE TRABALHO X JORNADA DE TRABALHO
A jornada de trabalho é o período temporal que o empregado permanece à
disposição do empregador, esperando ou executando ordens, durante certo tempo (dia
ou semana), como decorrência do contrato de trabalho.
Já o horário de trabalho é literalmente o começo e de término do período onde é
desenvolvida a jornada de trabalho, incluindo o intervalo intrajornada para repouso e de
alimentação.
JORNADA DE
Dica importante: Quando o
TRABALHO
local de trabalho (empresa, por
exemplo), com mais de 20
empregados são obrigados por
lei a fazer o controle de horário
HORÁRIO DE
TRABALHO de entrada e saída dos
trabalhadores como diz o art.
74, § 2º da CLT.
DICA 221
JORNADA EXTRAORDINÁRIA
122
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
Para que você fixe melhor o assunto:
DICA 223
JORNADAS ESPECIAIS DE TRABALHO – TELETRABALHADOR
123
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza,
não se constituam como trabalho externo”. Esta definição é importante para
sabermos que estão excluídos desta categoria motorista, ajudante de viagem e outros que
não têm um local fixo de trabalho.
124
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
§ 2 Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por
determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias,
com correspondente registro em aditivo contratual.
DICA 224
JORNADAS ESPECIAIS DE TRABALHO - PROFESSOR
Algumas pessoas são excluídas do capítulo art. 62 da CLT, conforme veremos a seguir:
Questão adaptada:
Os empregados em regime de teletrabalho estão excluídos do controle de jornada de
trabalho, não tendo direito a horas extras, mesmo que forem prestadas.
125
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
( ) CERTO
( ) ERRADO
Resposta: Certo
DICA 227
JORNADA NOTURNA
Empregados rurais: Para empregados que laboram com a agricultura, o seu horário
noturno é entre as 21 horas de um dia até as 5 horas do dia seguinte. Contudo, para os
empregados que laboram na pecuária, o seu horário noturno é entre as 20 horas de um
dia até as 4 horas do dia seguinte.
DICA 228
FERIADOS
Os feriados não são o mesmo que o chamado descanso semanal. São dias em que o
empregado não labora razão por causa de algum feriado, seja ele civil (ex: 07 de
setembro) ou religioso (ex: 12 de outubro). O descanso nos feriados é obrigatório e
pago. O trabalho feito em dia feriado civil ou religioso, desde que não compensado em
outro dia, diante a concessão de descanso, devendo ser remunerado em dobro.
Questão adaptada:
O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em
dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Resposta: Certo
DICA 229
INTERVALOS INTRAJORNADA
126
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
empregados em serviços de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial, radiotelegrafia
e radiotelefonia, sujeitos a jornada variável (art. 229, CLT);
Amamentação — 2 intervalos de 30
minutos cada
DICA 230
INTERVALOS INTERJORNADAS
O intervalo interjornada é aquele que deve ser concedido pelo empregador entre o
término de uma jornada de trabalho e o começo de outra ou entre o término de
uma semana de trabalho e o começo da semana subsequente. Algumas categorias
tem um intervalo interjornada diferente do previsto na legislação, como por exemplo, os
jornalistas (10 horas consecutivas), operadores cinematográficos (12 horas consecutivas)
e ferroviários cabineiros (10 horas contínuas).
Importante: Não esqueça que descanso semanal remunerado (DSR) – período de
descanso laboral de 24 horas consecutivas- é um intervalo interjornada remunerado. Este
descanso deve acontecer, preferencialmente, nos domingos.
127
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
DICA 231
FÉRIAS
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que
o salário normal;
E ainda sobre as faltas e férias, é importante que você saiba que:
a) até 5 faltas – 30 dias de férias
b) de 6 a 14 faltas – 24 dias de férias
c) de 15 a 23 faltas – 18 dias de férias
d) de 24 a 32 faltas – 12 dias de férias
à DRT;
128
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
Lei 150/2015 também prevê o fracionamento das férias do empregado doméstico em 2
períodos, um dos quais em período não inferior a 14 dias.
Art. 134 CLT - § 1º Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser
usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a
quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos,
cada um.
DICA 234
PROIBIÇÃO DE TRABALHO PARA OUTRO EMPREGADOR
Durante as férias eu posso trabalhar? Não, o art. 138 da CLT é bem específico
nisto:
Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro
empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho
regularmente mantido com aquele.
Sendo assim, o empregado está vedado de trabalhar a outro empregador, exceto se ele
estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho pré-existente. Logo, a
proibição de trabalho durante as férias é apenas para aqueles empregados que tem um
emprego e que, durante as férias, procuram outro emprego ou até mesmo um “bico”.
DICA 235
COMUNICAÇÃO DAS FÉRIAS
Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos
12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.
Ou seja: Concedeu as férias após 12 meses trazidos no art. 134 da CLT? O empregador
paga as férias em dobro.
DICA 236
SALÁRIO E REMUNERAÇÃO
A remuneração são as verbas que o empregado recebe como contraprestação pelos
serviços que ele presta ao seu empregador, lembrando que essas verbas incluem a que
é paga pelo empregador, que é o salário em si, as pagas por terceiros (gorjetas).
O salário, por sua vez, é uma das parcelas da remuneração, que é o valor pago de
forma direta pelo empregador ao empregado como contraprestação advinda da
relação de emprego, incluindo os períodos de prestação de serviços, o tempo à disposição
do empregador entre outros
129
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Importante: No caso das gorjetas, elas não integram o salário, mas integram a
remuneração.
Existem outras verbas que não integram o salário? Sim, vejamos a seguir:
ajuda de custo;
auxílio-alimentação;
prêmios ou bônus;
abonos;
Gorjetas não integram salário. Lembrando que as gorjetas não servem como base
de cálculo para os seguintes direitos:
aviso prévio;
adicional noturno;
horas extras;
A Aviso
P Prévio
A Adicional
N Noturno
H Horas
E Extras
R Repouso
S Semanal
R Remunerado
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DICA 238
MEIOS DE PAGAMENTO DO SALÁRIO
Pagamento em moeda corrente: o pagamento em dinheiro é a forma normal de
pagamento do salário. Há a obrigatoriedade do pagamento em dinheiro, que é
normatizada pelo art. 463 da CLT.
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“O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial,
integrando a remuneração do empregado, para todos os efeitos legais”.
DICA 239
ALTERAÇÃO DE SALÁRIO
O aumento do salário é, na maior parte dos casos, tem validade, pois é mais
favorável ao trabalhador.
Redução do salário é, em geral, proibida, pois é ruim para o empregado. A regra é
a chamada irredutibilidade do salário, mas como em muitos assuntos do direito, há
exceção, que é na situação pactuada por convenção ou acordo coletivo de trabalho,
conforme alude o art. 7º, VI da CF.
Alteração do salário quanto à forma e ao meio de pagamento: A mudança da forma ou do
meio de pagamento do salário (salário fixo é alterado para salário variável, ou vice-versa,
por exemplo) pode gerar sua redução indireta. Falaremos de rescisão direta nas dicas das
rodadas seguintes.
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PROCESSO DO TRABALHO
DICA 240
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
Só é aplicado em casos de dissídios individuais em que o valor da causa em
questão não passe de 40 salários-mínimos vigentes na data do ajuizamento da
reclamação trabalhista. Esse procedimento visa ser mais rápido, mais célere, entende?
Importante ainda que você saiba que não pode tramitar por este procedimento quando
houver necessidade de citação por edital. No procedimento sumaríssimo, é possível que
sejam ouvidas até duas testemunhas de cada parte.
E mais: A administração pública direta, autárquica e fundacional não podem em
nenhuma hipótese serem submetidas ao procedimento sumaríssimo.
Atente-se também à súmula:
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DICA 241
CUSTAS PROCESSUAIS
As custas devem ser pagas pela parte vencida. No processo do trabalho, não há
antecipação do pagamento das custas, sendo estas pagas somente ao final. O valor será
estabelecido na base de 2% sobre o valor econômico da causa (ex: condenação) ou o
valor da causa, em alguns casos, observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta
e quatro centavos).
E mais: Havendo extinção sem resolução do mérito, quem pagará é o autor da ação
trabalhista.
Lembrando: O recolhimento deve ser feito, exclusivamente, no Banco do Brasil S.A.
ou na Caixa Econômica Federal, conforme disposto no Ato conjunto nº 21/2010
TST.CSJT.GP.SG.
Importante: Não é necessário o recolhimento de custas na interposição de
Agravo de Instrumento em Recurso Extraordinário, conforme normatizado no art.
1.042, § 2°, do CPC.
MPT;
Massa Falida.
DICA 242
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
A primeira audiência (inaugural ou inicial) é realizada de forma automática, ao mesmo
tempo do protocolo da petição inicial. Depois, o servidor vai remeter a segunda via ao
reclamado, com a devida cópia da inicial, e assim notificando este ao mesmo tempo para
comparecer à audiência de julgamento, que será a primeira desimpedida depois de 5 dias.
Logo, a audiência pode apenas ser feita 5 dias depois do recebimento da notificação
pelo reclamado.
E se for a Fazenda Pública? Bom, neste caso o prazo é de 20 dias, conforme previsto
no Decreto-Lei 779169, no art. 1°, II. Na audiência inaugural será preciso o
comparecimento pessoal das partes, sendo opcional a presença do advogado, haja vista o
jus postulandi previsto no art. 845 da CLT. No rito ordinário, o juiz trabalhista deverá
fazer duas tentativas de conciliação: A primeira no começo da audiência e a segunda no
final.
Lembrando: O ente público na demanda (qualquer que seja o valor da causa) - será
procedimento ordinário.
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que presta serviços terceirizados à União. Ele está com o seu contrato em vigor, mas
não recebeu o ticket refeição dos últimos doze meses, o que alcança o valor de R$
2.400,00 (R$ 200,00 em cada mês). Em razão dessa irregularidade, estimulada pela
ausência de fiscalização por parte da União, Antônio pretende cobrar o ticket por meio
de reclamação trabalhista contra a empregadora e o tomador dos serviços,
objetivando garantir deste a responsabilidade subsidiária, na forma da Súmula 331 do
TST.
Diante da hipótese, assinale a afirmativa correta
a) A ação deverá seguir o procedimento ordinário, vez que há litisconsórcio
passivo, sendo, em razão disso, obrigatório o rito comum.
b) A ação deverá seguir o procedimento sumaríssimo, uma vez que o valor do
pedido é inferior a 40 salários mínimos.
c) A ação tramitará pelo rito ordinário porque um dos réus é ente público.
d) O autor poderá optar pelo procedimento que lhe seja mais vantajoso.
GABARITO: Alternativa c.
DICA 243
TESTEMUNHAS
Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado
contra o mesmo empregador.
E mais: Quando você passar na primeira fase, caso escolha na segunda fase direito
do trabalho, uma preliminar de mérito muito comum em peça de recurso ordinário é o
cerceamento da defesa (Ex.: o juiz indefere uma testemunha porque ela está litigando
contra o mesmo empregador).
DICA 244
COMPETÊNCIA TERRITORIAL
Em regra, será fixada com base no local da prestação de serviços, ainda que o
empregado tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. Veja o disposto a seguir:
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E, por fim, no caso do empregador que faz atividades fora do lugar do contrato de
trabalho, a competência será do lugar onde for celebrado o contrato ou no da
prestação dos respectivos serviços.
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V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Certo, mas o que ocorre quando a parte é condenada pela litigância de má fé?
Este será condenado, de ofício ou a requerimento, a:
pagar multa, que deverá ser superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da
causa;
pagar todas as despesas que a parte contrária efetuou (art. 793-C, CLT).
Importante que você saiba que os honorários vão ser fixados entre o mínimo de 5% e o
máximo de 15%, conforme normatizado no art. 791-A, da CLT, estes sendo calculados
sobre o valor da multa.
DICA 246
AUDIÊNCIA – HORÁRIO
Uma temática muito importante no processo do trabalho é sobre os horários de audiência.
A audiência deve ser feita em dia úteis, das 8h às 18h, e não pode passar de 5 horas
seguidas, exceto se for matéria for de urgência. Lembrando que tudo isto pode ser
constatado no art. 813 da CLT.
Como este assunto pode cair na minha prova?
QUESTÃO SIMULADA:
Naruto é trabalhador e resolve ajuizar uma reclamação trabalhista em face de seu
empregador, Uchiha Itachi LTDA. Ocorre que o juiz diz que está sem tempo durante a
semana para fazer a audiência, pois está como palestrante em um congresso fora do
Estado. Sendo assim, afirma que fará a audiência em um domingo, que
concidentemente, também é feriado (07 de setembro). E mais: O juiz ainda comenta
que a audiência pode durar de 6 a 8 horas seguidas. Importante ressaltar que a
matéria a ser tratada na audiência não é de urgência. De acordo com o normatizado
em lei, o juiz:
a) Está equivocado, visto que as audiências podem ser feitas em dias uteis e também
em domingos e feriados, mas não podem durar mais de 3 horas seguidas.
b) Está equivocado, visto que as audiências podem ser feitas em dias uteis e também
em domingos e feriados, mas não podem durar mais de 2 horas seguidas.
c) Está correto, pois as audiências podem durar mais de 8 horas seguidas e também
podem ser feitas em domingos e feriados, além dos dias uteis.
d) Está equivocado, pois audiências só podem ser feitas em dias uteis e não podem
passar de 5 horas seguidas, salvo em casos urgentes, o que não é o caso do
enunciado.
GABARITO: Letra d.
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DICA 247
AUDIÊNCIA UNA
É a audiência que em regra ocorre na Justiça do Trabalho, inclusive em casos de rito
sumaríssimo. Neste tipo de audiência ocorrem todos os atos, como a tentativa de
conciliação, apresentação da defesa, produção das provas, alegações finais entre outros.
Lembrando que este tipo de audiência é a regra, não exceção. Vejamos o que diz o
artigo seguinte:
Art. 849 da CLT: A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por
motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua
continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.
DICA 248
NÃO COMPARECIMENTO DO EMPREGADO À AUDIÊNCIA
Muitas vezes ocorre de o empregado faltar, não comparecer à audiência. Faltando o
empregado nesta referida audiência, há uma sanção prevista na CLT, que é o
arquivamento da ação. Agora se a falta for da reclamada (ré), haverá revelia e
confissão quanto a matéria de fato.
E mais: A Reforma Trabalhista impôs que o reclamante faltoso também terá de pagar as
custas processuais, mesmo que ele seja beneficiário da justiça gratuita, exceto se ele
comprovar em um prazo de 15 dias faltou por algum motivo legalmente justificável para
tal falta.
E mais: Caso o empregado não possa ir audiência por algum motivo, ele poderá enviar
para esta audiência, com o intuito de representa-lo, o sindicato ou outro empregado que
pertença à mesma categoria que ele.
DICA 249
DEPÓSITO RECURSAL
Há no direito trabalhista a exigência do depósito recursal, que o nome já diz, serve para
recursos (como o recurso ordinário, por exemplo), cabendo ao TST reajusta os valores do
depósito recursal. E mais: É de suma importância que você saiba depósito recursal tem
natureza jurídica de garantia de execução.
Importante: O valor do depósito deve ser reduzido pela metade (50%) caso o condenado
seja uma entidade sem fins lucrativos, empregador doméstico, microempreendedor
individual, microempresa e empresa de pequeno porte.
Devo fazer a cada recurso interposto um novo depósito? Sim. Veja o que está
súmula diz:
A cada novo recurso deve ser feito um novo depósito (Súmula 128, I, do TST).
DICA 250
INCIDENTE DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Apesar de ser mais comum no campo das relações de consumo, o incidente de
desconsideração da personalidade jurídica também se aplica em relações trabalhista,
devendo ser instaurado pela parte ou pelo Ministério Público, quando este tiver de intervir
no processo. A desconsideração da personalidade jurídica tem como exigência base a
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comprovação dos requisitos previstos na legislação vigente, sendo fraude ou abuso da
personalidade jurídica e confusão patrimonial.
Estes requisitos devem ser mostrados obedecendo o contraditório, exigindo-se a devida
citação do sócio ou da pessoa jurídica em questão (no caso de desconsideração inversa),
para que ela tome conhecimento e venha a manifestar-se sobre o incidente de
desconsideração da personalidade jurídica.
E qual o prazo para ele se manifestar? O prazo para manifestação é 15 dias.
Há suspensão do processo em caso de incidente de desconsideração da personalidade
jurídica? Sim. A instauração do incidente suspenderá o processo, todavia sem que haja
prejuízo de concessão da tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301
do CPC (art. 855-A, §2°, da CLT e art. 6°, § 2°, da IN n° 39/2016 do TST).
DICA 251
PROCURAÇÃO
A nomeação de advogado com poderes para o foro em geral pode ser devidamente
realizada por intermédio de um simples registro na ata de audiência, a requerimento
verbal do advogado interessado e com a permissão da parte que está sendo representada,
por procuração tácita. Possui a validade o instrumento de mandato que tenha um prazo
determinado que contenha uma cláusula estabelecendo a prevalência dos poderes para
atuar até o final da demanda. Veja a seguir a normatização sobre o assunto na CLT:
Art. 791, § 3°: “A constituição de procurador com poderes para o foro em geral
poderá ser efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento
verbal do advogado interessado, com anuência da parte representada.”
Não é válido o instrumento de mandato firmado em nome de uma pessoa jurídica que
não tenha o nome do outorgante e do subscritor da procuração, haja vista que estas
informações são as que individualizam a ação. E tem súmula com posicionamento neste
âmbito:
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
couber ao reclamante, ou considerará revel o reclamado, se a providência lhe couber
(art. 76, § 1º, do CPC de 2015).
III – Caso a irregularidade de representação da parte seja constatada em fase
recursal, o relator designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício.
Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a providência
couber ao recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a
providência couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de 2015).
DICA 252
REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL
O juízo competente, nos termos do art. 651 da CLT, que é o juízo do local da prestação
dos serviços.
Breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, que no processo civil recebe o
nome de causa de pedir, que contempla os fatos e fundamentos jurídicos do pedido.
Pedido, que vincula o julgamento que será realizado posteriormente, nos termos do
princípio da congruência a ser posteriormente estudado, que deve ser certo, determinado
e com a indicação do seu valor.
DICA 254
ATRASO DO JUIZ
Atrasos são bem comuns no decorrer do cotidiano. O que acontece na esfera trabalhista?
Imagine que o juiz se atrasou para a audiência. Como que fica a situação? Veja, a CLT
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
normatiza uma tolerância de quinze minutos para o atraso do magistrado. Se
passarem os quinze minutos, as partes envolvidas poderão sair.
Art. 815 da CLT: Parágrafo único – Se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada,
o juiz ou presidente não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se,
devendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências.”
Juiz
Quinze minutos
Mas e no caso das partes, há a mesma previsão de tolerância do juiz? NÃO. Veja o que
diz a OJ seguinte:
OJ 245 da SDI-I
Veja como uma banca cobrou este assunto, com um estilo bem parecido com o
cobrado pela FGV:
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
registro das audiências.
GABARITO: Letra D
COMENTÁRIO: Questão letra de lei, é só ler o parágrafo único do art. 815 da CLT.
DICA 255
REVELIA
O conceito de revelia nada mais é do que a falta de apresentação de resposta do réu,
oportunamente. É permitida ao réu revel a produção de provas contrapostas à alegação
do autor desde que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais
indispensáveis a essa produção.
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 02
Em um grupo da empresa no WhatsApp, Teobaldo ofende de forma muito incisiva e
deplorável diretamente a pessoa do empregador. O empregador pode ir até cartório pedir
ao tabelião para documentar aquele print do grupo. Mesmo que a conversa seja removida,
o documento comprobatório ainda vai existir.
DICA 258
ÔNUS DA PROVA
DICA 259
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA - BREVE INTRODUÇÃO
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A reclamação trabalhista é a petição inicial, ou seja, é a primeira peça em uma ação
judicial. No processo do trabalho, o art. 840 da CLT permite que a petição inicial possa
ser oral ou escrita. Todavia, como em quase tudo no direito, há exceções, mais
precisamente falando duas exceções, nas quais a reclamação deve ser obrigatoriamente
escrita: Na ação de inquérito judicial para apuração de falta grave, conforme normatizado
no art. 853 da CLT e a ação de dissídio coletivo, diante do art. 856 da CLT.
Pode haver pedido de tutela na reclamação trabalhista? Sim, nos termos do art.
294 do CPC. Por exemplo: Logan ajuíza uma reclamação trabalhista em face da empresa
YXZ LTDA, ao saber disto passa a se desfazer de seus bens, vendendo-os e passando-os
para o nome de terceiros. Nesse caso, Logan pode pedir a tutela de urgência de bloqueio
de bens, objetivando garantir o pagamento de futura condenação.
DICA BÔNUS
BENEFÍCIOS NA JUSTIÇA GRATUITA NA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Você sabia que a justiça gratuita pode ser pedida na reclamação trabalhista? Isso
mesmo. O benefício da justiça gratuita está normatizado no art. 790, § 3º, da CLT, e
geralmente na questão haverá algo do tipo “o empregado está desempregado”.
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