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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 04

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ÍNDICE

ÉTICA .................................................................................................................................... 4
FILOSOFIA DO DIREITO ........................................................................................... 15
DIREITO CONSTITUCIONAL .................................................................................... 18
DIREITOS HUMANOS .................................................................................................. 33
DIREITO INTERNACIONAL....................................................................................... 35
DIREITO TRIBUTÁRIO ............................................................................................... 38
DIREITO ADMINISTRATIVO .................................................................................... 44
DIREITO AMBIENTAL.................................................................................................. 59
DIREITO CIVIL ............................................................................................................... 61
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ................................................ 68
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ............................................................. 71
PROCESSO CIVIL .......................................................................................................... 75
DIREITO EMPRESARIAL ............................................................................................ 89
DIREITO PENAL ............................................................................................................. 93
PROCESSO PENAL....................................................................................................... 106
DIREITO DO TRABALHO .......................................................................................... 117
PROCESSO DO TRABALHO...................................................................................... 126

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ÉTICA

DICA 01
DO PROCESSO DISCIPLINAR
O processo Disciplinar é o meio pelo qual apura infração disciplinar dos profissionais
inscritos nos quadros da OAB.
Está fundamentado:

Artigos 68 a 77 do EAOAB;
Artigos 55 a 69 do CED;
Artigos 137-A a 144-A do RGEOAB.
Será aplicado subsidiariamente, ao processo disciplinar, as regras da legislação
processual penal comum.
O processo disciplinar será instaurado de ofício ou mediante representação de qualquer
autoridade ou pessoa interessada.
DICA 02
DAS REPRESENTAÇÕES NO PROCESSO DISCIPLINAR

Representações contra: CONSELHO FEDERAL


Processadas e julgadas
(em sua 2ª câmara,
- Membros do Conselho Federal; reunida em sessão
plenária.)
- Presidentes dos Conselhos
Seccionais.

Representações contra:
Processadas e julgadas Conselho Federal;
- Membros da DIRETORIA do
Conselho Federal; Conselho Pleno.
- Membros honorários vitalícios;

- Membros detentores da
medalha RUI BARBOSA.

Processadas e julgadas
Representações contra: Conselho Pleno.
- DIRIGENTE da Subseção.

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DICA 03
DA COMPETÊNCIA DO TRIBUBAL DE ÉTICA E DISCIPLINA
De acordo com o Art. 71 do CED, a competência do Tribunal de Ética e Disciplina é:

Responder consultas Instauração,


COMPETÊNCIA instrução, e
em matérias de ética
TED. julgamento dos
e disciplinares.
processos, ético-
disciplinares.

Estabelecer parcerias
com as escolas da
advocacia.
Em 1º grau: Julgar
processo ético
disciplinar
Suspender, forma Organizar, Promover e
preventiva, o acusado, Ministrar:
em caso de conduta que - Cursos;
prejudique a advocacia. - Palestras;
- Seminários;
- Eventos de Natureza
Ética Profissional;

DICA 04
DA COMPETÊNCIA DO TED COMO ÓRGÃO MEDIADOR
Segundo Inciso VI e alíneas “a, b e c” do Artigo 71 do CED; o Tribunal de Ética e Disciplina
ainda tem como competência atuar como órgão Mediador ou Conciliador, nas
questões:

Dúvidas e pendências entre advogados;

Partilha de honorários contratados, sendo em conjunto ou em decorrência de


Substabelecimento, ou resultantes de sucumbência;

Controvérsias quanto a dissolução de sociedade de advogados.


DICA 05
VEDADO O ANONIMATO NO PROCESSO DISCIPLINAR
É vedado o anonimato na representação disciplinar do advogado.
A representação se dará por meio da autoridade ou de qualquer pessoa interessada,
não podendo esta ser anônima.

Para a representação, o representante precisa obter os seguintes dados:

Identificação e qualificação do representante e seu endereço;

Narração e motivação dos possíveis fatos para apuração de infração disciplinar.

Documentos, provas, e se possível, testemunhas para o seguimento da representação;

Assinatura.
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DICA 06
DO SIGILO NO PROCESSO DISCIPLINAR
O Código de Ética e Disciplina estabelece todos os critérios para representação e seus
procedimentos.

O processo disciplinar tramita em sigilo, obtendo o acesso apenas:

As partes,

Seus defensores,

Autoridade competente.
O sigilo do processo se dá do início dele ao seu término, porém nos casos em que o
advogado for suspenso ou excluído dos quadros da OAB, este deverá ser publicado no
D.O.E.OAB.
DICA 07
DOS PRAZOS NO PROCESSO DISCIPLINAR
Os prazos para manifestação no processo, em geral, são de 15 dias, sendo computados
somente os dias úteis.

Os prazos serão contados sempre a partir do 1º dia útil seguinte:

Da publicação da decisão na imprensa oficial;

Da data do recebimento da notificação.

Diante da regra referente ao prazo de 15 dias, há algumas exceções:

Prazo para relator e revisor: 10 dias


Elaboração de pareceres.

Prazo para entrada em pauta de julgamento: 20 dias

Prazo para relator propor instauração do processo ou


Arquivamento da representação: 30 dias
Na falta deste, será designado outro relator.

Prazo para sustentação oral no tribunal de ética: 15 minutos

DICA 08
DA PRESCRIÇÃO DO PROCESSO DISCIPLINAR
O direito de ação contra infrações disciplinares acometidas pelo advogado prescreve em
05 anos, contados da constatação da data oficial dos fatos (Art. 43, caput EAOAB).
Também se observa no Estatuto da Advocacia, a prescrição intercorrente; que ocorre
quando o processo fica paralisado por mais de 03 anos, sem despacho ou julgamento,
podendo ser ARQUIVADA:

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De oficio;

A requerimento de parte interessada.


A prescrição intercorrente será interrompida por qualquer despacho que dê
movimentação ao processo.
DICA 09
DOS RECURSOS NO PROCESSO DISCIPLINAR

A interposição de recurso se dará ao:

Decisões definitivas proferidas pelo CONSELHO SECCIONAL,


unanimes ou não, que contrariem essa Lei (EAOAB);

CONSELHO Decisão do CONSELHO FEDERAL ou de OUTRO CONSELHO


FEDERAL SECCIONAL;

Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina e


provimentos.

ATENÇÃO! PRESIDENTE DO CONSELHO SECCIONAL – será legitimado para interpor


recurso.

Caberá RECURSO ao Conselho Seccional quando:

CONSELHO Houver decisões proferidas por seu PRESIDENTE, e pelo TED.


SECCIONAL
Decisões da Diretoria ou da Caixa de Assistência dos advogados.

Ainda sobre os RECURSOS:

Serão interpostos perante autoridade que proferiu decisão;

Os recursos serão dirigidos ao órgão julgador superior competente;

Autoridades ou órgãos receptores do Recurso, NÃO podem rejeitar seu


encaminhamento.
Terão efeito suspensivo, exceto:

Em casos de eleição nos quadros da OAB;

De suspensão preventiva decidida pelo TED;

Em casos de cancelamento de inscrição obtida com falsa prova.


DICA 10
DOS RECURSOS E SEUS CABIMENTOS
Em caso de DIVERGÊNCIA de decisões entre dois CONSELHOS SECCIONAIS
diferentes:
RECURSO AO CONSELHO FEDERAL.

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Em caso de DIVERGÊNCIA de decisão do CONSELHO SECCIONAL e CONSELHO


FEDERAL:
RECURSO AO CONSELHO FEDERAL.

QUESTÃO FGV EXAME DE ORDEM XXXIX, 2019.


O Conselho Seccional X da OAB proferiu duas decisões, ambas unânimes e definitivas,
em dois processos distintos. Acerca da matéria que é objeto do processo 1, há diversos
julgados, em sentido diametralmente oposto, proferidos pelo Conselho Seccional Y da
OAB. Quanto ao processo 2, há apenas uma decisão contrária, outrora proferida pelo
Conselho Federal da OAB. De acordo com a situação narrada, assinale a afirmativa
correta.
a) Cabe recurso da decisão proferida no processo 1 ao Conselho Federal da OAB, com
fundamento na divergência com as decisões emanadas do Conselho Seccional Y.
Também cabe recurso da decisão proferida no processo 2 ao Conselho Federal da OAB,
com base na divergência com a decisão anterior do Conselho Federal.
GABARITO: Alternativa a.
COMENTÁRIO: A questão em tela está fundamentada no Art. 75 do EAOAB. O candidato
terá que analisar duas possíveis situações, sendo processo 1 e processo 2.
O PROCESSO 1, apresenta DIVERGÊNCIA entre o Conselho Seccional X e Conselho
Seccional Y da OAB, sendo que segundo o EAOAB, divergências entre conselhos
seccionais distintos, caberá RECURSO ao CONSELHO FEDERAL.
O PROCESSO 2, traz DIVERGÊNCIA entre decisão do Conselho Seccional X e decisão do
Conselho Federal, o que terá cabimento do RECURSO ao CONSELHO FEDERAL.

DICA 11
REVISÃO DO PROCESSO DISCIPLINAR
Haverá possibilidade de revisão do processo disciplinar, conforme preceituam os artigos
73, §5º do EAOAB e artigo 68 do CED.

A revisão poderá ocorrer por:

Erro de julgamento;

Condenação baseada em falsa prova.


A competência para julgamento da revisão, será do órgão que emanou a condenação
final.

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DICA 12
LINHA DO TEMPO DO PROCESSO DISCIPLINAR

1- Instauração por OFICIO ou 2 – Defesa Prévia Despacho saneador


REPRESENTAÇÃO.

3 - Parecer Audiência/Produção Instrução.


Preliminar de provas.

Razões Finais Julgamento pelo TED 4 - RECURSO

1) Relator é designado pelo presidente nesta fase, realizando a admissibilidade do


processo. O presidente poderá neste momento proceder com o arquivamento ou
instauração do processo disciplinar. Do arquivamento, caberá recurso.
2) Nos casos em que houver divergência sobre os honorários de sucumbência, entre
advogados, será realizada audiência de conciliação antes de apresentação de defesa
prévia.
3) O parecer preliminar baseado no artigo 59, § 7º, é submetido ao TED para que haja
enquadramento legal dos fatos imputados ao representado.
4) O recurso será para a Seccional ou ao Conselho Federal, conforme dispõe artigo
75, EAOAB. Caberá também embargos de declaração de julgamento realizado pelo TED.
DICA 13
ALGUNS PONTOS IMPORTANTES SOBRE O PROCEDIMENTO PROCESSUAL

Rol de testemunhas no processo disciplinar: será observado a quantidade


máxima de 05 testemunhas e juntamente com a defesa prévia, deverá ser apresentado
documentos para a instrução das mesmas.

Uma vez citado, o advogado deverá apresentar sua defesa; na ausência desta,
nomeia-se um defensor dativo.

Defensor dativo em Defesa prévia: No caso de participação de defensor dativo para


representação do advogado que está em julgamento, o dativo poderá, através de
comprovação, usar a seu favor o fato de que prestou serviços relevantes à OAB.

Em regra, os prazos processuais serão de 15 dias úteis, com exceção aos


embargos de declaração, que terão 05 dias úteis.
DICA 14
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EFEITO SUSPENSIVO DE RECURSO EM PROCESSO DISCIPLINAR

Em regra, todos os RECURSOS terão - Eleições,


efeito suspensivo, com EXCEÇÃO: - Inscrição obtida com falsa prova,
- Suspensão preventiva pelo TED.

QUESTÃO FGV EXAME DE ORDEM XXXV, 2018.


O Tribunal de Ética e Disciplina de certo Conselho Seccional da OAB decidiu pela
suspensão preventiva do advogado Hélio, acusado em processo disciplinar. Hélio,
todavia, interpôs o recurso cabível contra tal decisão.
Considerando as regras sobre os recursos em processos que tramitam perante a OAB,
bem como a situação descrita, assinale a afirmativa correta.
c) Em regra, os recursos em processos que tramitam perante a OAB têm efeito
suspensivo. Todavia, o recurso manejado por Hélio se inclui em hipótese excepcional, na
qual é vedado o efeito suspensivo.
GABARITO: Alternativa c.
COMENTÁRIO: No caso em tela, Hélio teve suspensão preventiva decidida pelo
Conselho Seccional, o que torna sua situação uma exceção ao efeito suspensivo
aplicado aos recursos.

DICA 15
ADVOGADO ESTRANGEIRO ATUANTE NO BRASIL
Fundamentado no Provimento 91/2000 do Conselho Federal da OAB.

Dispensa o requerimento da inscrição.

Será habilitado para exercer somente atividade de consultoria/assessoria em


direito estrangeiro correspondente ao seu país/estado.

Mesmo em conjunto com sociedade de advogados brasileiros ou advogados, é vedado


o exercício postulatório judicial, ou qualquer tipo de assessoria/consultoria referente às
regras de direito e leis brasileiras.

O requerimento para exercer assessoria/consultoria, terá validade de 03 anos,


renovável ao mesmo período.

Para exercer assessoria/consultoria, o advogado irá requerer junto ao Conselho


Seccional do local uma autorização, que equivale o processo de inscrição.
DICA 16
ESTRANGEIRO FORMADO NO EXTERIOR

O estrangeiro cumprirá os requisitos do Art. 8º do EAOAB, sendo:

I. Capacidade civil

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II. Diploma ou Certidão de Graduação em Direito.

III. Título de Eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro.

IV. Aprovação em Exame de Ordem

V. Não exercer atividade Incompatível

VI. Idoneidade Moral

VII. Prestar compromisso perante Conselho.

A exceção para tal ato, será do inciso III, ficando dispensado de juntar o título de
eleitor e a quitação do serviço militar.
DICA 17
BRASILEIRO FORMADO NO EXTERIOR E ADVOGAR NO BRASIL
É preciso que o advogado, que seja brasileiro formado no exterior e tenha a pretensão de
advogar no Brasil, faça prova do título de graduação, obtida em instituição
estrangeira, revalidada por órgão oficial brasileiro.

ATENÇÃO!

Atente-se para a exceção que poderá ser cobrada.


Sobre o advogado português – Provimento 129/2008.

Poderá se inscrever nos quadros da OAB; desde que a inscrição esteja


regular em seu país de origem;

Não precisa prestar Exame de Ordem.

DICA 18
SOBRE A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – OAB
A OAB é uma entidade “Sui Generis”.

Sua natureza jurídica “Sui Generis” se dá pelo fato de abranger tanto o interesse
público com o privado. Sua dupla finalidade consiste em:

Ser defensora da Constituição, da ordem jurídica, dos direitos humanos.

Promove, com exclusividade, a defesa, representação e a disciplina dos advogados em


todo o Brasil.

Goza de autonomia e independência quanto à administração Pública;

Não submete suas contas aos Tribunais de Contas;


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Por ser serviço público, goza de imunidade tributária;
DICA 19
DOS ÓRGÃOS QUE COMPÕEM A OAB

Fundamentada no Artigo 45 do EAOAB, os órgãos que compõe a OAB, são:

I) O Conselho Federal;

II) Os Conselhos Seccionais;

III) As Subseções;

IV) As Caixas de Assistências de Advogados.

A OAB não é fiscalizada por qualquer órgão, realizando assim a sua própria
fiscalização, que ocorre internamente.
DICA 20
OUTRAS CARACTERÍSTICAS DA OAB

A sigla OAB é de uso exclusivo da instituição;

Os atos constitutivos da Ordem dos Advogados do Brasil são públicos;

Seus atos são publicados no diário eletrônico da OAB;

A OAB não é autarquia;

Participa da realização de concursos públicos;

Sua fiscalização interna cabe a 3ª Câmara do Conselho Federal;

DICA 21
A RESPEITO DA IMUNIDADE DA OAB E CONTRIBUIÇÃO SINDICAL
A OAB tem imunidade tributária total;
De bens;

Sendo: Rendas;
Serviços.
Segundo o artigo 47 do EAOAB, o advogado terá um pagamento anual único a OAB.
O pagamento de contribuição anual isenta os inscritos de contribuição sindical
obrigatória.
O pagamento de anuidade pelo advogado é obrigatório.
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DICA 22
DA DEFESA JUDICIAL DAS PRERROGATIVAS DO ADVOGADO
Os artigos 15 a 17 do regulamento geral da OAB, traz as características e as formalidades
a respeito da defesa judicial das prerrogativas do advogado.

Compete ao Presidente do Conselho Federal, Seccional ou da Subseção:

Tomar conhecimento de fato que causou ou possa causar violação de direitos e


prerrogativas do advogado;

Adotar previdências judiciais e extrajudiciais cabíveis para preservação do Estatuto.


DICA 23
PRESENÇA DE REPRESENTANTE DA OAB EM DEFESA JUDICIAL
Além da necessidade e do direito do advogado em ter um representante da OAB, o
acompanhando nos casos de ser preso em flagrante, em casos de crimes inafiançáveis, ou
ainda por motivos ligados à advocacia, o advogado, contará:
Com a assistência de representante da OAB nos:

INQUÉRITOS AÇÕES PENAIS QUE CONFIGURAR FATO IMPUTADO A


COMO ELE EM RAZAO DA
POLICIAIS INDICIADO/ACUSADO/OFENDIDO PROFISSÃO.

Tal ocorrência se dará sem prejuízo da atuação de seu defensor.


DICA 24
COMPETÊNCIA A RESPEITO DA REPRESENTAÇÃO REALIZADA EM PROL DO
ADVOGADO
Nos casos em que o advogado sofrer abuso de autoridade, terá competência para
representá-lo o Presidente do Conselho ou da Subseção.
O Presidente do Conselho ou da Subseção irá representar contra o responsável que
praticou o abuso.
O Presidente também poderá designar advogado, com poderes suficientes para
cumprir com os protocolos necessários quanto a defesa das prerrogativas.
DICA 25
ABUSO DE AUTORIDADE – ARTIGO 15 DA LEI Nº 13.869/2019
O Advogado deve guardar segredo ou resguardar sigilo no tocante a sua função,
profissão, ministério.

Caso seja constrangido a depor, sob ameaça de prisão, tal pessoa incorrerá em
pena, sendo:

01 a 04 anos de DETENÇÃO + MULTA

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A mesma pena incorre a quem prosseguir o interrogatório de:

Pessoa que queira exercer o direito ao silêncio.

Pessoa que queira ser assistida por advogado ou defensor público.

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FILOSOFIA DO DIREITO

DICA 26
GUSTAV RADBRUCH
Este jurista alemão, que faz parte da Escola de Baden, foi durante sua juventude um
positivista, todavia com a ascensão do Nazismo na sua terra natal, a Alemanha e com
todo o ocorrido na Segunda Guerra Mundial, ele começou a criticar o positivismo jurídico e
se aproximar do jusnaturalismo. Um dos pontos que fez ele criticar o positivismo foi ver
que o Nazismo em muitas ocasiões se apoiou em leis para cometer suas atrocidades. As
chamadas Leis de Nuremberg são um exemplo de como Hitler utilizou o sistema jurídico a
favor de seus ideais desumanos. O jusnaturalismo.

Leis de Nuremberg= Lei de Cidadania do Reich e a Lei de Proteção do Sangue e da


Honra Alemã.

Veja como a banca já cobrou os ensinamentos dele:

QUESTÃO FGV - OAB - EXAME DE ORDEM - XIV, 2014.


O jusfilósofo alemão Gustav Radbruch, após a II Guerra Mundial, escreve, como circular
dirigida aos seus alunos de Heidelberg, seu texto “Cinco Minutos de Filosofia do Direito”,
na qual afirma: “Esta concepção da lei e sua validade, a que chamamos Positivismo, foi
a que deixou sem defesa o povo e os juristas contra as leis mais arbitrárias, mais cruéis
e mais criminosas.”
De acordo com a fórmula de Radbruch:
a) embora as leis injustas sejam válidas e devam ser obedecidas, as leis extremamente
injustas perderão a validade e o próprio caráter de jurídicas, sendo, portanto,
dispensada sua obediência.
b) apenas a lei justa pode ser considerada jurídica, pois a lei injusta não será direito.
c) o direito é o mínimo ético de uma sociedade, de forma que qualquer lei injusta não
será direito.
d) o direito natural é uma concepção superior ao positivismo jurídico; por isso, a justiça
deve sempre prevalecer sobre a segurança.
Resposta: Letra A.
COMENTÁRIO: Lembre-se que Gustav era um crítico do nazismo, das leis antissemitas
e de todos os ideais de cunho desumano.

DICA 27
MIGUEL REALE - FATO, VALOR E NORMA
Impossível falar de filosofia do direito sem abordar o jurista brasileiro Miguel Reale. A obra
mais famosa dele é Teoria Tridimensional do Direito. Para ele, o ordenamento jurídico tem
uma estrutural tríplice, aonde ele vê o fato, a norma e o valor como um processo de
interação 100% dinâmico.

conforme veremos abaixo:

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NORMA

FATO VALOR

DICA 28
HANNAH ARENDT
Ela nasceu na Alemanha, no ano de 1906, sendo autora de dois livros que marcaram o
século XX: Origens do totalitarismo, em 1951, e A condição humana, em 1958. Vale a
pena ressaltar que ela nasceu na Alemanha e tinha ascendência judaica, em um período
conturbado para os judeus neste país, visto o aumento do antissemitismo na Alemanha.
Hannah chegou a ser presa em um campo de concentração no ano de 1941, mas
conseguiu fugir de lá e se asilar nos EUA, mais precisamente em New York.
IMPORTANTE: Na obra “A Condição Humana”, Hannah leciona que os seres humanos
não são apenas objetos físicos, mas também ação e discurso.

Veja como a banca já cobrou os ensinamentos da Hannah:

FGV OAB - Exame de Ordem - XXVII, 2018.


Algo mais fundamental do que a liberdade e a justiça, que são os direitos dos cidadãos,
estão em jogo quando deixa de ser natural que um homem pertença à comunidade em
que nasceu... - ARENDT, Hannah. As origens do Totalitarismo. São Paulo: Cia das Letras,
2012.
A situação atual dos refugiados no mundo provoca uma reflexão jusfilosófica no sentido
do que já havia pensado Hannah Arendt, logo após a II Guerra Mundial, em sua obra As
Origens do Totalitarismo. Nela, a autora sustenta que o mais fundamental de todos os
direitos humanos é o direito a ter direitos, o que não ocorre com os apátridas.
Segundo a obra em referência, assinale a opção que apresenta a razão pela qual o
homem perde sua qualidade essencial de homem e sua própria dignidade.
a) Ser privado de direitos subjetivos específicos previstos no ordenamento jurídico
pátrio.
b) Viver sob um regime de tirania que viola a liberdade de crença e limita a liberdade de
expressão.
c) Cumprir pena de privação da liberdade, quando executada em penitenciárias sob
condições desumanas.
d) Deixar de pertencer a uma comunidade organizada, disposta e capaz de garantir
quaisquer direitos.
GABARITO: Letra D.

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DICA 29
NORBERTO BOBBIO - PANORAMA GERAL
O italiano Norberto Bobbio já foi trabalhado em uma dica anterior. Mas aqui teremos um
panorama das ideias dele. Ele rejeitava tanto o fascismo quanto o comunismo. Para ele, a
democracia é o melhor regime político mais adequado, já que obsta que haja
novamente conflitos religiosos e perseguições políticas. Sabendo disto, é importante que
se tenha em mente que Bobbio era um ferrenho combatente do racismo e
autoritarismo.
Em suma, para ele os problemas no ordenamento jurídico nascem nos conflitos, ou seja,
deve haver uma unidade das normas ali vigentes.
DICA 30
MICHEL FOUCAULT
O francês Michel Foucault teve uma grande influência dos trabalhos de Thomas Hobbes,
John Locke, Jean-Jacques Rousseau, Karl Marx e, principalmente, de Martin Heidegger,
Jean-Paul Sartre e Friedrich Nietzsche. Porém, Foucault tem como sua obra mais famosa,
o livro “Vigiar e Punir”. Na famosa obra, Foucault defende a substituição das torturas
e dos suplícios pela pena de prisão, com o argumento da humanização das penas.
Ademais, é importante que você saiba que para ele, o direito é mais um instrumento de
dominação da classe governante do que uma formalidade legitimada pela sociedade.
Logo, o Poder Público antigamente utilizava o sistema de penas de suplício e torturas,
enquanto Estado Juiz. Lembrando que o Ius puniendi (direito de punir) pertence ao
Estado, aonde em nosso ordenamento jurídico se proíbe a vingança privada.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

DICA 31
PODER EXECUTIVO

Função Típica: Administrar.

Chefe do Poder Executivo: cumula atribuições de Chefe de Governo e Chefe de


Estado, posto que comanda e administra o país, no âmbito interno, e representa a
República Federativa do Brasil perante a comunidade internacional, respectivamente.

Função atípica: o Chefe do Executivo realiza atribuições de caráter legislativo


ao vetar ou sancionar uma lei, editar medidas provisórias, elaborar leis delegadas ou
iniciar um novo projeto de lei.
DICA 32
ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Art. 84, CF/88 dispõe quanto às competências do Chefe do Executivo em um rol


meramente exemplificativo, tratando, contudo, de atribuições indelegáveis, sendo
algumas delas:

Regulamentar normas por meio de decreto, com objetivo central de se manter fiel à
execução da lei;

Relacionar-se com Estados Estrangeiros, atuando no âmbito internacional;

Nomear autoridades para ocupar cargos, tais como, ministro do Supremo tribunal
Federal, Governadores de Territórios, Procurador Geral da República, entre outros;

Conceder indultos e comutar penas, mediante expedição de decreto;

Comandar as Forças Armadas, atuar nos estados de exceção e declarar a paz;

Convocar e presidir Conselhos.

DICA 33
ATRIBUIÇÕES DELEGAVEIS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
A regra é a indelegabilidade (24 incisos do art. 84) e a exceção é a delegabilidade (3
incisos do art. 84).
Memorize:

O presidente pode delegar o PID para o PAM:

Prover cargos públicos PGR


Indulto e comutar penas AGU
Dispor sobre organização e
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funcionamento da Administração Ministros de Estado
Federal

QUESTÃO FGV – OAB, 2018.


Em determinado órgão integrante da administração pública federal, vinculado ao
Ministério da Fazenda, foi apurado que aproximadamente 100 (cem) cargos estavam
vagos. O Presidente da República, mediante decreto, delegou ao Ministro da Fazenda
amplos poderes para promover a reestruturação do aludido órgão público, inclusive com
a possibilidade de extinção dos cargos vagos.
Sobre a hipótese, com fundamento na ordem jurídico-constitucional vigente, assinale a
afirmativa correta.
(a) Somente mediante lei em sentido formal é admitida a criação e extinção de funções
e cargos públicos, ainda que vagos; logo, o decreto presidencial é inconstitucional por
ofensa ao princípio da reserva legal.
(b) A Constituição de 1988 atribui exclusivamente ao Presidente da República a
possibilidade de, mediante decreto, dispor sobre a extinção de funções ou cargos
públicos, não admitindo que tal competência seja delegada aos Ministros de Estado.
(c) O referido decreto presidencial se harmoniza com o texto constitucional, uma vez
que o Presidente da República pode dispor, mediante decreto, sobre a extinção de
funções ou cargos públicos, quando vagos, sendo permitida a delegação dessa
competência aos Ministros de Estado.
(d) A Constituição de 1988 não permite que cargos públicos legalmente criados, ainda
que vagos, sejam extintos, ressalvada a excepcional hipótese de excesso de gastos
orçamentários com pessoal; portanto, o Decreto presidencial é inconstitucional.
GABARITO: Letra C.
COMENTÁRIO: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI - dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento
de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos
instituídos em lei;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas
nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral
da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas
respectivas delegações.

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DICA 34
RESPONSABILIDADES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Diferentemente dos parlamentares, o Presidente da República não possui imunidade
material, contudo tem imunidade formal em relação à prisão e em relação ao processo.

Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o


Presidente da República não estará sujeito a prisão.

O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser


responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.
Caso o Presidente da república cometa crime comum, será processo e julgado perante o
Supremo tribunal Federal. Nesse caso, se a denúncia ou queixa crime for aceita, o
presidente ficará suspenso do exercício de suas funções pelo prazo de 180 dias.
DICA 35
IMPEACHMENT DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Caso o Presidente da República cometa crime de responsabilidade, ele será julgado por
meio do processo de impeachment.

Juízo de Admissibilidade: realizado perante a Câmara dos Deputados, com a


autorização por parte de dois terços dos membros da Casa.
Após aprovação da admissibilidade, a segunda fase do processo ocorrerá uma sessão de
julgamento perante o Senado Federal. Nesse momento, o presidente será afastado das
suas funções, sendo-lhe assegurado os princípios do contraditório, ampla defesa e devido
processo legal.

QUESTÃO FGV – OAB, 2021.


No dia 1º de janeiro de 2015, foi eleito o Presidente da República Alfa, para um
mandato de quatro anos. Pouco depois, já no exercício do cargo, foi denunciado pelo
Ministério Público de Alfa por ter sido flagrado cometendo o crime (comum) de lesão
corporal contra um parente. Embora o referido crime não guarde nenhuma relação com
o exercício da função, o Presidente da República Alfa mostra-se temeroso com a
possibilidade de ser imediatamente afastado do exercício da presidência e preso. Se a
situação ocorrida na República Alfa acontecesse no Brasil, segundo o sistema jurídico-
constitucional brasileiro, dar-se-ia
(a) o afastamento do Presidente da República se o Senado Federal deliberasse dessa
maneira por maioria absoluta.
(b) a permanência do Presidente da República no exercício da função, embora tenha que
responder pelo crime cometido após a finalização do seu mandato.
(c) o afastamento do Presidente da República se, após autorização da Câmara dos
Deputados, houvesse sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal.
(d) a autorização para que o Presidente da República finalizasse o seu mandato, caso o
Senado Federal assim decidisse, após manifestação da Câmara dos Deputados.
Gabarito: Letra B.
COMENTÁRIO: Art. 86, § 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato,
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não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.
Memorize!
Crime de responsabilidade: Julgado pelo Senado, desde que 2/3 da Câmara
autorize.
Crime comum atrelado ao ofício (foro por prerrogativa de função): Julgado pelo STF,
desde que a 2/3 da Câmara autorize.
Crime comum alheio ao exercício do cargo: somente após o término do mandato.

DICA 36
RESPONSABILIDADE DE GOVERNADORES
Governadores podem ser responsabilizados por crimes comuns e crimes de
responsabilidade.

No caso de cometimento de crimes comuns, responderão perante o Superior


Tribunal de Justiça.

Caso seja cometido crime de responsabilidade, o Governador será processado e


julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado do qual são governantes, presidido pelo
próprio presidente do Tribunal e composto por mais cinco Deputados Estaduais e
cinco Desembargadores.
DICA 37
CRIMES DE RESPONSABILIDADE DE PREFEITOS

Crimes tipificados pelo Decreto-Lei nº


CRIME DE RESPONSABILIDADE
201/1967, o julgamento será realizado pela
PRÓPRIO
Câmara de Vereadores.

Crimes que não tenha natureza, mas apenas


CRIME DE RESPONSABILIDADE natureza penal; nesse caso, o julgamento
IMPRÓPRIO caberá ao Tribunal de Justiça do respectivo
órgão competente para julgamento.

Se o crime praticado possuir natureza eleitoral, a competência de julgamento será


do Tribunal Regional Eleitoral.
DICA 38
PODER JUDICIÁRIO - ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO
Segundo o artigo 92, são órgãos do Poder Judiciário:

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Supremo Tribunal Federal;

Conselho Nacional de Justiça;

Superior Tribunal de Justiça;

Tribunal Superior do Trabalho

Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

Tribunais e Juízes do Trabalho;

Tribunais e Juízes Eleitorais;

Tribunais e Juízes Militares;

Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

O STF é a cúpula do Poder Judiciário, atuando como guardião da Constituição. Atua


como última instância de resolução de conflitos no caso concreto.
DICA 39
JUSTIÇA COMUM E ESPECIAL
A jurisdição no Brasil, divide-se em:

Justiça Comum: Justiça Estadual composta por Tribunais de Justiça e Juízes


de Direito. E Justiça Federal composta por Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais.
Justiça Especial: composta pela Justiça do Trabalho, Eleitoral e Militar.
Dentre os Tribunais Superiores, ou seja, Superior Tribunal de Justiça, Tribunal Superior
do Trabalho, Tribunal Superior Eleitoral e Superior Tribunal Militar, o único que não
integra nem a Justiça Comum, nem a Justiça Especial é o Superior Tribunal de
Justiça.

ATENÇÃO!

O STF NÃO faz parte dos Tribunais Superiores.

Em que pese haver essas distinções, a doutrina majoritária entende que a


JURISDIÇÃO É UMA (ÚNICA), havendo essa distinção para fins de organização de
trabalho.
DICA 40
LEI COMPLEMENTAR DO JUDICIÁRIO

A CF dispõe de algumas regras para o exercício da magistratura:

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O ingresso na carreira, ocorrerá no cargo de juiz substituto, o qual se dará por


aprovação em concurso público de provas e títulos, com a participação da OAB em todas
as fases. Exige-se do candidato o período de 3 (três) anos de prática jurídica.

O cargo de desembargador de justiça ocorrerá por antiguidade e merecimento dos


juízes de primeiro grau. Exceto nos casos do QUINTO CONSTITUCIONAL.

O subsídio, remuneração dos juízes, é escalonada e segue regras constitucionais.

O subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE, STM)
corresponderá a 95% do subsídio dos Ministros do STF.

O subsídio dos demais magistrados (juízes e desembargadores) serão escalonados, não


podendo a diferença entre uma e outra ser superior a 10% ou inferior a 5%, e não
exceder 95% do subsídio dos Tribunais Superiores (art. 93, inciso V, da CF)

No art. 37, inciso XI, da CF, dispõe que o subsídio dos desembargadores será
limitado a 90,25% do subsídio dos Ministros do STF.

O juiz deverá residir na Comarca em que atua, salvo autorização do Tribunal.

O ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por interesse público,


ocorrerá apenas com decisão por voto da maioria absoluta do Tribunal ou do CNJ,
assegurada ampla defesa.

As decisões administrativas serão sempre motivadas e em sessão pública, sendo as


disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros.

São vedadas as férias coletivas nos juízos de primeiro e segundo graus, funcionando
o plantão judiciário, nos dias em que não houver expediente no fórum.

Por fim, o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda
judicial e à respectiva população.

DICA 41
ÓRGÃO ESPECIAL

É um órgão do Tribunal constituído para o exercício de matérias administrativas e


jurisdicionais delegadas pelo Tribunal Pleno.

O TRIBUNAL PLENO é constituído por todos os desembargadores do Tribunal. A CF


não disciplinou o número de desembargadores por cada Tribunal de Justiça estadual.
Alguns Tribunais de Justiça Estadual contam com um número elevado de
desembargadores. O TJSP possui 360 desembargadores, já o TJCE possui 43
desembargadores. Portanto, há um número variável.

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A criação do ÓRGÃO ESPECIAL ocorre para facilitar a decisão de algumas questões
afetas ao Tribunal, tendo em vista que o Órgão Especial é constituído por no mínimo 11 e
no máximo 25 julgadores.

A metade dos cargos do Órgão Especial é provido por antiguidade e a outra metade
por eleição do Tribunal Pleno.
DICA 42
CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO
A CF dispõe no art. 97 - “Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.”.

A Cláusula de Reserva de Plenário é a regra sobre a declaração de


inconstitucionalidade nos tribunais, que somente poderá ser reconhecida a
inconstitucionalidade por decisão da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do órgão especial.
O STF editou a Súmula Vinculante n. 10, a qual aduz que viola a cláusula de reserva de
plenário quando órgão fracionário afasta a incidência da norma no todo ou em parte,
embora não declare expressamente a inconstitucionalidade. Confira-se:

“Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário
de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte.”
NÃO se aplica a Cláusula de Reserva de Plenário:

se o órgão fracionário declarar a constitucionalidade da norma;

se a lei ou ato normativo for anterior ao texto da Constituição Federal;

se o órgão fracionário faz apenas uma interpretação conforme;

para juízos singulares;


para Turmas Recursais (Colégios Recursais);

para o STF no caso de controle difuso;


quando o Plenário (ou órgão especial) do Tribunal que estiver decidindo já tiver se
manifestado pela inconstitucionalidade da norma;

quando o Plenário do STF já tiver decidido que a norma em análise é inconstitucional.

Veja como já foi cobrado em prova:

QUESTÃO FGV – OAB, 2016.


A parte autora em um processo judicial, inconformada com a sentença de primeiro grau
de jurisdição que se embasou no ato normativo X, apela da decisão porque, no seu
entender, esse ato normativo seria inconstitucional.
A 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado Alfa, ao analisar a apelação interposta,
reconhece que assiste razão à recorrente, mais especificamente no que se refere à
inconstitucionalidade do referido ato normativo X. Ciente da existência de cláusula de
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reserva de plenário, a referida Turma dá provimento ao recurso sem declarar
expressamente a inconstitucionalidade do ato normativo X, embora tenha afastado a sua
incidência no caso concreto.
De acordo com o sistema jurídico-constitucional brasileiro, o acórdão proferido pela 3ª
Turma Cível
(a) está juridicamente perfeito, posto que, nestas circunstâncias, a solução
constitucionalmente expressa é o afastamento da incidência, no caso concreto, do ato
normativo inconstitucional.
(b) não segue os parâmetros constitucionais, pois deveria ter declarado, expressamente, a
inconstitucionalidade do ato normativo que fundamentou a sentença proferida pelo juízo a
quo.
(c) está correto, posto que a 3ª Turma Cível, como órgão especial que é, pode arrogar
para si a competência do Órgão Pleno do Tribunal de Justiça do Estado Alfa.
(d) está incorreto, posto que violou a cláusula de reserva de plenário, ainda que não tenha
declarado expressamente a inconstitucionalidade do ato normativo.
GABARITO: Letra D.
COMENTÁRIO: Art. 97 CF. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou
dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
Súmula Vinculante de nº 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a
decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no
todo ou em parte.

DICA 43
SÚMULA VINCULANTE E REPERCUSSÃO GERAL

A Súmula Vinculante corresponde a materialização de determinado entendimento do


STF, a partir de reiteradas decisões sobre matéria constitucional. O termo
“vinculante” significa que a partir de sua publicação na imprensa oficial, a súmula terá
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do poder judiciário e à administração
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.

ATENÇÃO!

A súmula não tem efeitos vinculantes em relação ao LEGISLATIVO e ao próprio


STF.

A edição da súmula vinculante ocorrerá de OFÍCIO pelo STF ou mediante


PROVOCAÇÃO:

Presidente da República;
Mesa do Senado Federal;

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Mesa da Câmara dos Deputados;
Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
Governador de Estado ou do Distrito Federal;
Procurador-Geral da República;
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
Partido político com representação no Congresso Nacional;
Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

A súmula vinculante é aprovada mediante decisão de 2/3 dos membros do STF.

A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas


determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre
esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante
multiplicação de processos sobre questão idêntica.
A revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem
propor a ação direta de inconstitucionalidade (tabela acima), bem como pelo próprio STF.
Quando um ato administrativo ou decisão judicial contrariar o entendimento veiculado a
súmula, ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao supremo tribunal federal,
com o objetivo de preservar o entendimento já veiculado. o STF julgando procedente a
reclamação, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e
determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o
caso.
Repercussão geral: esse é um instrumento processual que possibilita o acesso das
causas ao STF. É um requisito do recurso extraordinário que corresponde a relevância da
causa do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico.
O recorrente deverá “abrir um tópico” no recurso específico para a alegação de
repercussão geral, expondo a relevância da matéria.
No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das
questões constitucionais discutidas no caso. A alegação de repercussão geral somente
poderá ser recusada pela manifestação de 2/3 dos membros do STF.
DICA 44
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ)

O CNJ foi criado pela Emenda Constitucional nº. 45/2004. Trata-se de órgão com
competência administrativa e não jurisdicional.

Controla a atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do


cumprimento dos deveres funcionais dos juízes.

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DICA 45
DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

Presidência do CNJ: O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo


Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do
Supremo Tribunal Federal.
IMPORTANTE! Lembrando que a exigência constitucional sobre a necessidade de
“notável saber jurídico” não obriga qualquer formação acadêmica em ciências jurídicas.
Portanto, não é necessário que o cidadão seja sequer bacharel em direito para poder ser
indicado.

ATENÇÃO!

Apenas advogados e “cidadãos” contam com 02 (dois) membros, o restante dos órgãos
conta com apenas um membro, o que facilita a memorização.

DICA 46
DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de:

15 (quinze) membros;

com mandato de 2 (dois) anos;

admitida 1 (uma) recondução,

15 membros
Conselho
Mandato de 2 anos
Nacional de
Justiça Admitida 1 recondução

DICA 47
COMPOSIÇÃO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

o Presidente do Supremo Tribunal Federal;

Um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal;

Um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal;

Um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;

Um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;

Um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;

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Um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;

Um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do


Trabalho;

Um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;

Um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da


República;

Um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da


República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição
estadual;

DOIS advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

DOIS cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela


Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

DICA 48
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

Julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos


Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão recorrida:

contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;

der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
DICA 49
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS

SÃO ÓRGÃOS DA JUSTIÇA FEDERAL:

os Tribunais Regionais Federais;

os Juízes Federais.

Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de:

no mínimo, 7 (sete) juízes;

recrutados, quando possível, na respectiva região e;

nomeados pelo Presidente da República.

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CRITÉRIO DE IDADE:

dentre brasileiros com mais de 30 (trinta) anos e

menos de 65 (sessenta e cinco) anos.

QUINTO CONSTITUCIONAL:

sendo: 1/5 (um quinto) dentre:

advogados com mais de 10 (dez) anos de efetiva atividade profissional e;

membros do Ministério Público Federal com mais de 10 (dez) anos de carreira;

OS DEMAIS:

mediante promoção de juízes federais com mais de 05 (cinco) anos de exercício,


por antiguidade e merecimento, alternadamente.
A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais
e determinará sua jurisdição e sede.
Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização
de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.

DICA 50
DOS DIREITOS E DEVERES DA MAGISTRATURA

Os juízes gozam das seguintes garantias:

vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício,
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz
estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;

inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
Art. 93, VIII - o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por interesse
público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do
Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;

irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
DICA 51
DOS DIREITOS E DEVERES DA MAGISTRATURA

Aos juízes é vedado:

exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de


magistério;

receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;

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dedicar-se à atividade político-partidária;

receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas


físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;

exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três


anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
DICA 52
DA ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA
A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
Juizados Especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos,
competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor
complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos
oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o
julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau
Justiça de Paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto,
universal e secreto, com mandato de 04 (quatro) anos e competência para, na forma da
lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o
processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além
de outras previstas na legislação.
DICA 53
DA ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA
Lei Federal disporá sobre a criação de Juizados Especiais no âmbito da Justiça Federal.

Lei Federal Tratará sobre a Juizados Especiais no


criação Âmbito Federal

As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços


afetos às atividades específicas da Justiça.

Custeio dos serviços


Custas e Destinados
relacionado às atividades
emolumentos exclusivamente
específicas da Justiça

DICA 54
DA AUTONOMIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA DO PODER JUDICIÁRIO
Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.

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- Autonomia administrativa
Poder Judiciário
- Autonomia financeira

Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites


estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
no âmbito da União: aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;
no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios: aos Presidentes dos
Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais
Se os órgãos referidos acima não encaminharem as respectivas propostas
orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder
Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os
valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites
estipulados.
Se as propostas orçamentárias forem encaminhadas em desacordo com os limites
estipulados, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual.
Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de
despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei
de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de
créditos suplementares ou especiais.
DICA 55
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS
Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos na
Constituição de 1988.

Como é definida a competência dos tribunais?


A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado.

Competência Definida na Constituição do


dos tribunais Estado

Fique atento! A lei de organização judiciária é de iniciativa do Tribunal de


Justiça.

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DICA 56
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS
Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou
atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a
atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
TOME NOTA!

O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras


regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as
fases do processo.

O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e


demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.

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DIREITOS HUMANOS

DICA 57
PRINCIPAIS PROTEÇÕES AOS DIREITOS HUMANOS NA COSTITUIÇÃO FEDERAL
DE 1988
A Constituição de 1988 é um marco na proteção dos direitos humanos, pois o Brasil
assumiu uma posição importante na internalização dos Tratados firmados, demonstrando
um processo evolutivo de afirmação dos Direitos Humanos.

A dignidade da pessoa humana é o núcleo de irradiação dos direitos humanos, os


demais fundamentos, como a soberania, cidadania, valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa e o pluralismo político, também possuem relação com os direitos humanos.

Os objetivos fundamentais possuem relação com a busca pela defesa e promoção


dos Direitos Humanos.

Além disso, ao estabelecer a prevalência dos direitos humanos, demonstra o


reconhecimento e apoio do Brasil à humanização do Direito Internacional.

O art.5º traz especificidades do tratamento constitucional em relação aos Direitos


Humanos, possuindo um tratamento prioritário, estabelecendo que as normas possuem
aplicação imediata, considerado como um rol exemplificativo, reforçando o caráter aberto
dos Direitos Humanos.
DICA 58
INCORPORAÇÃO DE TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
Antes da Emenda Constitucional (EC) de 45/2004, só havia uma forma de se incorporar os
tratados internacionais, por meio de Le Ordinária Federal, como norma infraconstitucional.

Após a EC 45/2004, que incluiu o § 3º do art. 5º da Constituição Federal (CF),


estabelecendo que os tratados que tivesse matéria específica em direitos humanos, teria
incorporação diferente, passando a ter status de emenda constitucional, se:
Aprovado nas 2 (duas) casas do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e
Senado Federal);
Em 2 (dois) turnos;
Com quórum de 3/5 dos votos dos membros.
Caso os tratados que têm matéria de direitos humanos, que não cumprir os requisitos do
§3º do art. 5º da CF, terá caráter de norma supralegal.
DICA 59
TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL (TPI)
Criado pelo Estatuto de Roma em 1998 e em 2002, o Brasil se torna signatário (passou
por todos o procedimento de internalização).
Previsão art.5º, § 4º da CF, tem como função julgar pessoas que cometem crime contra a
humanidade. Ex.: Genocídio.

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EXTRADIÇÃO: entrega do sujeito ao governo estrangeiro para ele ser julgado.

ESTRANGEIRO: é possível.
Exceção: crime político ou de opinião (art. 5º, LII da CF);

BRASILEIRO NATURALIZADO: Não é possível.


Exceção: Crime comum praticado antes da naturalização ou crime de tráfico de
drogas a qualquer tempo (art. 5º, LI da CF);

BRASILEIRO NATO: Não é possível, mas pode ser entregue ao TPI para ser
julgado por crime contra humanidade.

DICA 60
AÇÕES AFIRMATIVAS NA PROMOÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
São ações afirmativas que visam proteger grupos de pessoas que foram
prejudicadas historicamente, por meio de uma discriminação positiva, que objetiva a
igualdade social de oportunidades e fruição dos Direitos Humanos.
A Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
Racial é um importante tratado que busca que os Estados promovam o acesso de direitos
sem qualquer discriminação. No Brasil, foi criada a Lei nº 12,288/10, o Estatuto da
Igualdade Racial.
O Estatuto da Igualdade Racial prevê em seu art. 1º, conceitos de discriminação racial ou
étnico-racial; desigualdade racial e desigualdade de gênero e raça.
As ações afirmativas encontram fundamentos constitucionais na dignidade da pessoa
humana, na promoção do bem de todos, na prevalência dos direitos humanos e na
possibilidade de criação de mais direitos e garantias.
DICA 61
INTERVENÇÃO FEDERAL NA DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS
No caso de violação dos Direitos Humanos, a intervenção é um mecanismo de defesa.
Possui como previsão o art. 34, inciso VII, alínea b, da Constituição Federal.
A União poderá intervir nos Estados e no Distrito Federal, para assegurar a observância
de princípios fundamentais, entre eles os diretos da pessoa humana.
É uma exceção, pois a regra é a independência da União, dos Estados e do Distrito
Federal.
Será necessária uma avaliação em relação a adequação, necessidade e
proporcionalidade da medida, as vantagens devem superar as desvantagens.

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DIREITO INTERNACIONAL

DICA 62
DIREITO DIPLOMÁTICO
As relações consulares e as diplomáticas formam o Direito Diplomático, considerado
um dos braços do Direito Internacional. Os Estados necessitam de representações para
estabelecer a relação com outros Estados ou Organizações Internacionais.
As Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas (1961) e a das Relações Consulares
(1963) são as bases para o Direito Diplomático.

Existem alguns pontos de diferenciação em relação as relações anteriormente


apresentadas, a saber:
A diplomática está relacionada as relações entre entes públicos, e as consulares
voltadas a assunto de cunho privado;
A relação diplomática é estabelecida a partir das embaixadas, teremos somente uma
embaixada (em regra, na capital do Estado), ao passo que, as relações consulares são
estabelecidas por meio dos consulados, por isso, há vários consulados com base no
interesse e condições econômicas do Estado.
DICA 63
RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS
As relações diplomáticas servem para que os estados se façam representar no território
dos demais Estados ou na sede de Organizações Internacionais (OIs), o direito de enviar e
receber representantes, o chamado direito de legação.
O Estado que envia o representante é chamado de Estado acreditante e o que recebe o
representante é denominado Estado acreditador.
As relações são regidas pelo consentimento mútuo e pela reciprocidade.

No Brasil, a escolha dos chefes de missão diplomática será feita pelo Chefe do Poder
Executivo (indicação é política), mediante aprovação do Senado Federal.

Importante pontuar a figura da persona non grata, onde a pessoa é convidada a se


retirar do país, por alguma questão de interesse nacional e não poderá retornar.

O território ocupado pela embaixada continua sendo do Estado acreditador.

Consulados não podem conceder asilo, somente as embaixadas.


DICA 64
IMUNIDADES E PRIVILÉGIOS
As imunidades e privilégios são prerrogativas concedidas para o pleno e livre exercício
das funções no país da missão, sem a interferência do país receptor. Os privilégios
podem variar em função da reciprocidade de tratamento, mas as imunidades foram
definidas na Convenção de Viena, a saber:

Imunidade pessoal e real de natureza tributária: membros da missão são isentos


de impostos e taxas de qualquer nível.

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EXCEÇÕES: impostos indiretos de mercadorias, taxas de registro e hipoteca de imóveis.

Imunidades (relativa) de natureza trabalhista: as demandas trabalhistas


envolvendo indivíduos que trabalhem em embaixadas podem ser apresentadas perante a
justiça brasileira, mas se o indivíduo trabalhar em Organização Internacional, essa
imunidade é absoluta e a justiça trabalhista brasileira não poderá ser acionada.

Inviolabilidade da missão diplomática, arquivos e agentes: missão diplomática,


arquivos e agentes diplomáticas são invioláveis, ou seja, não podem ser inspecionados ou
invadidos.
Os membros da família de um agente diplomático que com ele vivam gozarão dos
privilégios e imunidade, desde que não sejam nacionais do estado acreditado. Mesmo em
caso de morte do membro da missão continua até a expiração de um prazo razoável que
lhes permita deixar o território do Estado acreditado.
DICA 65
IMUNIDADES E O PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO
O ponto importante é saber quando e como os agentes e as missões podem ser levados
ao judiciário brasileiro.
Com base nas fases processuais, a imunidade pode ser de jurisdição e de execução.

A imunidade de jurisdição está relacionada com a fase de conhecimento


processual e a de execução está ligada a fase de execução.

A imunidade de jurisdição é relativa, mas a de execução é absoluta.

A imunidade de jurisdição, que corresponde ao acionamento da justiça brasileira em


relação ao agente ou a missão diplomática, pode ser penal (absoluta), civil e
administrativa, que são relativas.
Não terá imunidade de jurisdição civil e administrativa, caso de ação real sobre imóvel
privado situado no Estado acreditado; ação sucessória na qual o agente diplomático
figure, a título privado, como executor testamentário, administrador, herdeiro ou legatário
e ação referente a qualquer profissão liberal ou atividade comercial exercida pelo agente
diplomático no Estado acreditado fora de suas funções oficiais.

Em relação a imunidade de execução, o agente diplomático não está sujeito a


nenhuma medida de execução, salvo nos casos anteriormente citados, onde não terá a
imunidade, ele só conseguirá executar a sentença se localizar bens que não estejam
sendo utilizados para o exercício da missão diplomática.

A imunidade é do Estado e as imunidades de jurisdição e de execução são


independentes.
DICA 66
RELAÇÕES CONSULARES
Os consulados e os agentes consulares não possuem tantos privilégios e imunidades
como as Embaixadas, pois possuem uma função voltada para atividades notariais e
comerciais.

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Em relação a imunidade tributária, não será automática, dependerá de tratativa
entre os dois Estados.

A residência do cônsul não goza de inviolabilidade que possui o Consulado.

As correspondências podem ser violadas, em caso de suspeita.

Existe a possibilidade de detenção, em caso de crimes graves.

Poderão ser chamados a depor como testemunha, o que não pode ser aplicado para os
agentes diplomáticos.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

DICA 67
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
Hipóteses de infração previstas no art. 137 referem-se mais precisamente às infrações
tributárias. Ou seja, refere-se à responsabilidade pela multa derivada do ato que essa
pessoa praticar. Art. 137. CTN A responsabilidade é pessoal ao agente.

Hipóteses:

Conduta tipificada como crime/contravenção: agente será responsabilizado


pessoalmente. Exceto: não se responsabiliza se estava no exercício regular de
administração ou estava cumprindo ordens (nas hipóteses de escusas a PJ ainda
responde): I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções,
salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo
ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;

Infração tributária que exige dolo específico do agente: agente será responsabilizado
pessoalmente. II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja
elementar;

Infração tributária que exige dolo específico contra alguém por quem responde: agente
será responsabilizado pessoalmente. III - quanto às infrações que decorram direta e
exclusivamente de dolo específico: a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas
por quem respondem; b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus
mandantes, preponentes ou empregadores; c) dos diretores, gerentes ou representantes
de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas. Nas duas últimas alíneas, o dolo
é sempre de prejudicar essas pessoas.
DICA 68
NORMA ANTIELISÃO FISCAL

A fuga da tributação pode ocorrer por meios lícitos (elisão fiscal, ou planejamento
tributário) e ilícitos (evasão fiscal).

Há também a elisão ineficaz/ abusiva ou elusão fiscal, que ocorre quando o


sujeito passivo foge da tributação utilizando um mecanismo lícito de maneira atípica.
As condutas são lícitas, mas possuem abuso de forma, de forma que não existe elisão ou
evasão, como ocorre, por exemplo, na celebração de negócio jurídico falso para fugir da
tributação.
Nesses casos, a autoridade administrativa pode desconsiderar essa operação, quando
verificado o propósito ilícito, usa o negócio jurídico real e não o simulado, fazendo a
consideração econômica do fato gerador (teoria do propósito negocial - desconsiderando a
forma). Art.116 CTN Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar
atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato
gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária,
observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. Regulamentação
jurídica depende de edição de lei.

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DICA 69
MULTAS TRIBUTÁRIAS
As penalidades pecuniárias impostas pelo descumprimento da legislação tributária,
possuem natureza sancionatória punitivista, pois são sempre exigíveis junto com o tributo
e não cumprem a função de indenizar ou reparar o dano gerado pela conduta. São
obrigações principais, junto com a obrigação de pagar tributo. Art. 113. CTN A obrigação
tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do
fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-
se juntamente com o crédito dela decorrente.

A multa quando excessivamente elevada, ou desproporcional à infração cometida, não


é admitida.

STF permite a aplicação do princípio da vedação ao confisco, quando a multa é


superior a 100% do tributo devido (STF, RE 748257).
DICA 70
MULTAS TRIBUTÁRIAS

Classificação das multas tributárias:

Moratória: aplicada em razão do simples atraso do tributo.

De ofício: aplicada pela autoridade administrativa através de auto de infração


quando verificado que o contribuinte deixou de pagar tributo mediante omissão ou fraude.
Isolada: aplicadas pelo descumprimento de obrigações acessórias ou por outras
infrações que independem de ser ou não devido determinado tributo
DICA 71
MULTAS TRIBUTÁRIAS

Restrições a direitos e sanções políticas: Estado não pode se valer de meios


indiretos de coerção para cobrança da dívida tributária. Assim, são ilegais
interdições ou graves restrições ao exercício da atividade empresarial, econômica ou
profissional como forma de constranger ao pagamento do tributo, como a interdição de
estabelecimentos, a não autorização da emissão de documentos fiscais e cassação da
habilitação profissional.

Súmula 70 STF: É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio


coercitivo para cobrança de tributo.

Súmula 323 STF: É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio


coercitivo para pagamento de tributos.

Súmula 547 STF: Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em débito
adquira estampilhas, despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades
profissionais.

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DICA 72
DENÚNCIA ESPONTÂNEA

A denúncia espontânea tem como objetivo incentivar sujeito passivo que está
irregular voltar a sua situação de regularidade. Seria a “Ponte de Ouro” que
conduziria a situação de regularidade.
Regra, visa excluir a responsabilidade por infrações (multa, etc.), quando o agente
confessa a irregularidade e realiza o pagamento integral do tributo (com juros e correção).
Art. 138. CTN- A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da
infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de
mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o
montante do tributo dependa de apuração.

STJ pacificou entendimento que denúncia afasta tanto a multa moratória quanto a
multa punitiva, pois o art. 138 não faz distinção entre as duas (AgRg nos EDcl no Ag
755.008/SC).
DICA 73
DENÚNCIA ESPONTÂNEA
O depósito em dinheiro só é admitido para fins de denúncia espontânea se a apuração
depende de atuação da administração. Caso não (como ocorre na maioria dos tributos) o
depósito, para além de configurar a assunção do crédito (o que já inviabiliza a denúncia,
pois para ter denúncia o Fisco não pode conhecer essa situação), ainda não se confunde
com o pagamento (ou seja, falta o requisito do pagamento integral para configurar
denúncia).
DICA 74
DENÚNCIA ESPONTÂNEA
A Denúncia espontânea somente pode ocorrer antes que a Fazenda inicie qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização com objetivo de apurar aquela
infração. Considera-se iniciado o procedimento com a lavratura de auto de infração.
Não exige qualquer forma especial para a notificação.
Art.138 CTN Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada
após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização,
relacionados com a infração.
DICA 75
DENÚNCIA ESPONTÂNEA

Não caberá a denúncia espontânea:

Parcelamento, o depósito integral e a compensação: não são considerados


pagamentos para fins de denúncia espontânea. Pessoa inadimplente se dirige a
administração e confessa e dívida, entrando com pedido de parcelamento, antes de
iniciado qualquer procedimento administrativo pelo Fisco, terá direito a denúncia
espontânea? NÃO. Logo, havendo parcelamento do pagamento do tributo, contribuinte
não conseguirá afastar a multa pelo benefício da denúncia espontânea, devendo a multa
ser parcelada juntamente ao tributo.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 04
Descumprimento de obrigação acessória: se houvesse essa possibilidade, o fisco
iria ter que isentar a pessoa da multa, ficando sem sanção o descumprimento da
obrigação principal. Art. 113. CTN A obrigação tributária é principal ou acessória. § 3º A
obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação
principal relativamente à penalidade pecuniária.
DICA 76
DENÚNCIA ESPONTÂNEA
Denúncia espontânea em tributos de lançamento por homologação: No caso dos tributos
declarados e não pagos, não há direito a denúncia espontânea, pois declaração é
dever do contribuinte nos tributos com lançamento por homologação, e não faculdade.
Ademais, a declaração do contribuinte efetivamente constitui o crédito e, assim, não se
pode mais falar que o fisco o “desconhecia” a obrigação tributária para fins de auferir a
espontaneidade da denúncia.

Súmula 360 do STJ: O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos


tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a
destempo.
DICA 77
SOLIDARIEDADE TRIBUTÁRIA

Solidariedade tributária: é admitida unicamente no polo passivo da relação


jurídico-tributária. Neste caso, a solidariedade deve decorrer de lei (não pode ser
prevista em contrato entre partes) ou do fato de haver interesse comum de duas ou
mais pessoas na situação que constitui fato gerador de obrigação principal (prática do fato
gerador em comum).
A solidariedade não comporta benefício de ordem, fisco pode cobrar de qualquer um
dos sujeitos. Art. 124. CTN São solidariamente obrigadas: I - as pessoas que tenham
interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II - as
pessoas expressamente designadas por lei. Parágrafo único. A solidariedade referida neste
artigo não comporta benefício de ordem.

Efeitos da solidariedade: Pagamento de um devedor beneficia todos +


interrupção da prescrição atinge a todos, se favorável ou não + isenção/remição
exonera a todos, salvo se feita a um pessoalmente (isenção subjetiva), quando esse
crédito remido/isento será abatido do todo. Art. 125. CTN Salvo disposição de lei em
contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade: I - o pagamento efetuado por um
dos obrigados aproveita aos demais; II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos
os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a
solidariedade quanto aos demais pelo saldo; III - a interrupção da prescrição, em favor ou
contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais.
DICA 78
DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO
A obrigação tributária tem natureza quesível, isto é, deve ser paga no domicílio do
devedor, salvo quando a legislação dispuser em contrário (nesse caso terá natureza
portable). Art. 159. CTN Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, o
pagamento é efetuado na repartição competente do domicílio do sujeito passivo.
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A regra geral é a escolha desse domicílio. Porém, o fisco pode recusar essa escolha
caso essa impossibilite ou dificulte a fiscalização e arrecadação (decisão de recusa tem
que ser motivada).

Na falta de eleição o domicílio será: Art. 127. CTN Na falta de eleição, pelo
contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da legislação aplicável,
considera-se como tal:

Pessoas naturais: sua residência habitual ou quando incerta/desconhecida o centro


habitual de suas atividades. I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual,
ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade;

Pessoas jurídicas de direito privado: local da sede/ firma individual ou em relação


aos fatos que deram origem à obrigação o de cada estabelecimento (princípio da
autonomia do estabelecimento). II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou
às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem
origem à obrigação, o de cada estabelecimento;

Pessoas jurídicas de direito público (administração pública): qualquer uma de


suas repartições no território do sujeito ativo. III - quanto às pessoas jurídicas de
direito público, qualquer de suas repartições no território da entidade tributante.

Regra subsidiária: local dos bens/local dos fatos que deram origem à obrigação.
Art.127 CTN § 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos
incisos deste artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou
responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram
origem à obrigação.
DICA 79
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Embora a obrigação tributária se aperfeiçoe com a ocorrência do fato gerador o crédito
tributário somente reputa-se constituído (e com a possibilidade de ser cobrado) a partir do
lançamento tributário.
Art. 142. CTN Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito
tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a
verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria
tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo
caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
O surgimento do crédito tributário decorre da obrigação tributária. Por isso, o
crédito e obrigação têm a mesma natureza, pois derivam de mesma relação jurídica. Disto
também decorre que o crédito tributário pode cobrar tanto tributo, quanto multa.
Art. 139. CTN O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma
natureza desta.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 04
DICA 80
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO

Conceito de lançamento: CTN define o lançamento como procedimento


administrativo, apto a formar o crédito tributário. Todos os atos (notificação, cálculo,
etc.) que objetivam constituir o crédito tributário fazem parte da cadeia de lançamento.

Lançamento possui natureza jurídica declaratória quanto ao conteúdo da


obrigação tributária e constitutiva quanto ao crédito tributário: Administração
pública olha para trás para verificar a ocorrência do fato gerador (declaratório) e depois
para frente, a fim de constituir o crédito tributário (constitutiva).

Competência: Cada lei determinará uma pessoa que pode realizar lançamento.
Competência para realizar o lançamento é exclusiva do auditor fiscal (autoridade
administrativa), não pode ser delegado. Atuação do auditor no procedimento do
lançamento é vinculada, pois, observada a ocorrência do fato gerador é dever de
autoridade competente realizar o lançamento, sob pena de responsabilidade funcional,
não sendo cabível juízo de conveniência e oportunidade.
Art.142 CTN Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e
obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.
DICA 81
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO

Procedimento de lançamento é composto de seis atribuições:

Constituir crédito tributário.

Verificar a ocorrência do Fato Gerador: confirmar se o fato gerador ocorreu e precisar o


momento de sua ocorrência. Porque lançamento retroage a essa data para constituir o
crédito e identificar seu valor.

Determinar a matéria tributável: qual a lei aplicável aquele fato gerador.

Identificar o sujeito passivo: Observar se a pessoa realizou fato gerador, precisando


também o momento em que ocorreu o fato gerador. Olhar se vai inserir o contribuinte ou o
responsável como devedor daquela obrigação.

Calcular o montante devido do tributo: deve aplicar alíquota da época do fato gerador
em cima da base de cálculo. Não importa se depois ela aumentou/diminuiu, pois no
momento do fato gerador, congela-se aquela situação jurídica.

Aplicar sanção cabível: Esse é único ato que pode ocorrer ou não, porque somente aplica-
se multa quando se detecta uma irregularidade.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

DICA 82
SERVIÇO PÚBLICO - CONCEITUAÇÃO

Sucintamente, pode-se destrinchar o conceito de serviço público nas seguintes


premissas:
O serviço público corresponde a toda atividade prestada pelo Estado, ou por quem
o representa legitimamente, com base legal (Lei n. 8.987/95) e

sob o regime público (art. 175 da CRFB),

com efeitos imediatos ou mediatos, e

objetivando a satisfação das necessidades de interesse geral.


IMPORTANTE! Embora existam incontáveis conceitos doutrinários para serviço
público o entendimento destas premissas será suficiente para que o candidato acerte uma
questão de prova sobre o tema, por mais singela ou complexa que seja a conceituação
apresentada.
TITULARIDADE X EXECUÇÃO:

A titularidade dos serviços públicos deverá ser buscada no sistema constitucional de


partilhas, na própria CRFB/88. Existem serviços públicos federais, estaduais, distritais e
municipais.
Ainda nesta ótica, é possível verificar que alguns serviços são comuns aos entes
federados e outros são privativos.

Serviços comuns: competência comum entre os entes federados. Cuja previsão se


encontra no art. 23 da CRFB/88. Necessidade de leis complementares para dar efetividade
à alteração do parágrafo único do art. 23, feita pela EC n. 53/06.

Serviços privativos: são executados, em caráter privativo, por determinado ente


federado, somente aquele ente poderá realizar tal serviço.
DICA 83
ALGUNS PRINCÍPIOS DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

Princípio da Generalidade (possui uma dupla interpretação):


Maior amplitude possível na prestação dos serviços públicos.

Serviços públicos prestados sem discriminação quanto aos usuários, quando tenham a
mesma condição técnica e jurídica para a fruição.
IMPORTANTE! As tarifas poderão ser diferenciadas em função das características
técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de
usuários.

Princípio da Continuidade ou da Permanência: Os serviços públicos não podem


ser descontinuados, ou seja, sua prestação deve ser contínua uma vez que toda
concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno
atendimento dos usuários.
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 04
No entanto, NÃO se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção
em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:

motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,


por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
IMPORTANTE! Ressaltam-se duas impossibilidades de descontinuidade da prestação
do serviço público que são consideravelmente específicas, ambas previstas em
jurisprudência do STJ.

JURISPRUDÊNCIA STJ

É ILEGÍTIMO o corte no fornecimento de energia elétrica em razão de débito


irrisório, por configurar abuso de direito e ofensa aos princípios da proporcionalidade e
razoabilidade, sendo cabível a indenização ao consumidor por danos morais (STJ, REsp
811690/RR).

O corte no fornecimento de energia elétrica somente pode recair sobre o imóvel que
originou o débito, e NÃO sobre imóveis de propriedade do inadimplente (STJ, REsp
662214/RS).

Princípio da Modicidade: exige a prestação de serviço público a um valor reduzido,


de forma a atingir a universalidade na prestação. Esse princípio será atendido
quando o preço da tarifa corresponder à justa relação de custo-benefício na prestação da
atividade. Tal princípio serve, inclusive, de critérios definidor de técnica de licitação,
quando se tratar de concessão de serviço público.

Princípio da Atualidade: compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e


das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço

Princípio da Eficiência: em resumo, o serviço eficiente é aquele que atinge o


resultado pretendido, seja no que tange à qualidade, seja no aspecto da quantidade.

Princípio da Cortesia: o serviço público deve ser prestado de maneira cortês, por
pessoas (físicas ou jurídicas) que tratem os usuários com respeito e educação.
DICA 84
DA REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO
A separação constitucional de competências entre os entes da Federação, no que tange à
prestação de serviços públicos, rege-se pelo Princípio da Predominância do Interesse.
Neste sentido, podemos e identificar e separar as competências conforme o ente mais
interessado:

Se o serviço público for de interesse nacional será de competência da União.

Se o serviço público for de interesse regional será de competência dos Estados.

Se o serviço for de interesse estritamente local será de competência dos


Municípios.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 04

ATENÇÃO!

O Distrito Federal acumulará os serviços públicos de competência Estadual e


Municipal.

PREVISÃO CONSTITUCIONAL SOBRE COMPETÊNCIA DOS ENTES FEDERADOS:

Competência Dispositivo Constitucional:

União art. 21

Comum art. 23

Estados art. 25, §§1º e 2º

Municípios art. 30

Distrito federal art. 32, §1º

JURISPRUDÊNCIA STJ

É ILEGÍTIMO o corte no fornecimento de energia elétrica em razão de débito


irrisório, por configurar abuso de direito e ofensa aos princípios da proporcionalidade e
razoabilidade, sendo cabível a indenização ao consumidor por danos morais (STJ, REsp
811690/RR).

O corte no fornecimento de energia elétrica somente pode recair sobre o imóvel que
originou o débito, e NÃO sobre imóveis de propriedade do inadimplente (STJ, REsp
662214/RS).

DICA 85
ELEMENTOS DO SERVIÇO PÚBLICO
Conceitualmente a doutrina sobre Direito Administrativo divide o serviço público em
três elementos:
Elemento material: o serviço público é uma atividade administrativa que se
materializa em prestação de utilidade ou comodidade, material ou imaterial,
usufruído individual ou coletivamente, pelos administrados.
Elemento subjetivo: a titularidade desses serviços pertence ao poder público,
conforme previsão expressa do artigo 175 da Constituição Federal: Incumbe ao poder
público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre
através de licitação, a prestação de serviços públicos. Ou seja, no serviço público

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propriamente dito a titularidade da atividade deve ser sempre do Estado
(publicatio).
Elemento formal: a atividade definida como serviço público submete-se a um regime
jurídico de direito público, conferindo, por conseguinte, a obrigatoriedade de
observância de regras e princípios comuns à atividade administrativa.

ATENÇÃO!

A sujeição ao regime jurídico de direito público PODERÁ ser total ou parcial, a depender
da própria natureza do serviço público, pois objetiva entregar meios que garantam a
efetividade desses serviços.

DICA 86
CLASSIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

QUADRO RESUMO

O Estado possui a titularidade do serviço podendo executá-lo


Próprios
através de seus agentes ou por intermédio de terceiros.

Impróprios O Estado NÃO é o titular exclusivo do serviço público.

O Estado poderá delegar o serviço público à terceiros ou


Delegáveis
prestá-lo.

Indelegáveis O Estado NÃO poderá delegar o serviço à terceiros.

Específicos ou
individuais Os serviços públicos são prestados especificamente ou
individualmente ao administrado.
(Uti singuli)

QUADRO RESUMO

Gerais
Os serviços públicos NÃO são prestados para um
administrado específico.
(Uti universi)

São os serviços públicos que objetivam atender o


Administrativos
funcionamento da própria Administração.

São os serviços públicos que envolvem bens materiais,


Comerciais
possuem ordem econômica.

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São os serviços públicos realizados para acolher as


Sociais
obrigações de caráter social e assistencial.

Exclusivos Serviços de titularidade exclusiva do Estado.

Serviços cuja titularidade é concorrente entre o Estado e o


NÃO Exclusivos
setor privado.

ATENÇÃO!

A depender do caso concreto um serviço público poderá incorrer em mais de uma


classificação, sendo classificado, por exemplo, como um serviço público próprio e ao
mesmo tempo delegável.

DICA 87
DA EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

Execução dos Serviços Públicos: Considerando toda a complexidade e diversidade


dos serviços públicos prestados em uma sociedade moderna, o Estado busca,
costumeiramente, parcerias na sociedade civil organizada, bem como, na própria iniciativa
privada, para a execução efetiva de determinados serviços públicos não exclusivos.

Execução centralizada: Quando o serviço público é executado diretamente pelos


entes federados, por meio de suas secretarias ou ministérios (órgãos públicos).

Execução descentralizada: Quando a execução dos serviços públicos é realizada por


terceiros (particulares) ou pela Administração Pública Indireta (Autarquias, Fundações e
Estatais). Ocorre quando uma pessoa jurídica de direito público interno (União, Estados,
Municípios ou Distrito Federal) transfere determinada atribuição para uma pessoa jurídica
diversa.

ESPÉCIES DE DESCENTRALIZAÇÃO:
Descentralização legal, técnica, por serviços ou mediante outorga: a
Administração Pública Direta cria ou autoriza a criação de uma entidade integrante
da Administração Pública Indireta (autarquias, fundações, sociedades de economia
mista e empresas públicas), através de uma lei editada especialmente para esse fim, na
qual também haverá a previsão da capacidade administrativa específica, isto é, da
competência para atuar numa área determinada. Traduz o comando do art. 37, XIX da
CRFB/88.
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
Descentralização por colaboração ou por delegação negocial: É a delegação da
execução de determinado serviço público não exclusivo, a particulares. Podendo ser
concretizada através de contrato, como ocorre na concessão e na permissão de serviços

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 04
públicos, ou mediante ato unilateral da Administração, a exemplo da autorização de
serviço público.

ATENÇÃO!

Na concessão e na permissão, a prestação do serviço público pelo concessionário ou


permissionário se dá por prazo determinado, ao passo a autorização tem caráter
precário, ou seja, pode ser revogado a qualquer tempo pela Administração.

A colaboração pode ser visando fins econômicos (concessionários e permissionários – 2º


setor), mas pode ser também uma forma de execução em parceria, sem fins lucrativos
(OS´s, OSCIP´s, Serviços Sociais Autônomos e parcerias – 3º Setor).

Descentralização territorial ou geográfica: Trata-se de previsão hipotética, pois se


aplicaria caso a União, por meio de lei complementar, tal como disposto no art. 18, § 2º,
da Constituição de 1988, criar um Território Federal, também chamado de autarquia
territorial ou geográfica, com competências administrativas amplas, genéricas e
heterogêneas.
DICA 88
DAS CONCESSÕES E PERMISSÕES DE SERVIÇOS PÚBLICOS

As concessões e permissão de serviços públicos: correspondem a uma das


modalidades de desestatização previstas na Lei n. 9.491/97, esta Lei é conhecida como
Programa Nacional de Desestatização – PND.
A Lei do PND realiza a transformação dos serviços descentralizados por delegação
legal (estatais) em serviços descentralizados por delegação negocial (concessionárias
ou permissionárias).

Ressalta-se, que, conforme doutrina majoritária, o Estado não deixa de ser o titular
dos serviços públicos. Ele apenas se retira da atividade econômica e transfere a execução
de determinado serviço a iniciativa privada.

O que se delega é a execução e não a titularidade (art. 7º da Lei n. 9.491/97).


Uma vez que o Estado transfere a execução de determinado serviço público a particulares
em colaboração (fins lucrativos), caracteriza-se uma execução indireta. Sua instituição
se efetiva por intermédio de negócios jurídicos regrados pelo Direito Público (contratos
administrativos).
Esta transferência da execução de determinado serviço público a particulares, de
forma negocial, denomina-se Concessão ou Permissão de serviços públicos.
Assim sendo, as concessões e permissões de serviço público são contratos
administrativos celebrados após um prévio procedimento licitatório, onde o Estado
transfere aos particulares a execução de determinado serviço de interesse público.

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DICA 89
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE CONCESSÃO E PERMISSÃO DE SERVIÇOS
PÚBLICOS

Quanto ao Natureza do
Licitação
particular vínculo contratual

Só pode ser pessoa


Modalidade
CONCESSÃO jurídica, sozinha ou NÃO precário
concorrência
em consórcio

Pode ser pessoa


PERMISSÃO Precário Não definida em lei
jurídica ou física

DICA 90
DA CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO

QUADRO RESUMO

CONCESSÕES COMUNS

É uma maneira de delegação, realizada pelo poder


concedente, mediante licitação, na modalidade
Concessão de serviço concorrência, à pessoa jurídica ou ao consórcio de
público (simples) empresas que demonstre capacidade para seu
desempenho, assumindo os riscos, possui prazo
indeterminado.

Mesmas características da espécie acima, todavia, a


Concessão de serviço prestação do serviço é precedida de obra pública, realizada
público precedida da pela concessionária, sendo o valor investido remunerado e
execução de obra pública amortizado através da exploração do serviço ou da obra,
possui prazo determinado.

CONCESSÕES ESPECIAIS

Trata-se de concessão comum, porém envolvendo,


adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários,
Concessão patrocinada
contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro
privado.

Prevista na Lei n° 11.079/2004, definida como "contrato de


prestação de serviços de que a Administração Pública seja
Concessão administrativa
usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de
obra ou fornecimento e instalação de bens".

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 04

ATENÇÃO!

A depender da doutrina escolhida pela banca a nomenclatura das espécies de concessão


podem variar, contudo, entendendo o conceito e o seu contexto, o candidato poderá
acertar a questão sem demais adversidades.

DICA 91
DA POLÍTICA TARIFÁRIA
Os valores pagos pelos usuários dos serviços concedidos possuem natureza de preço
público e como tais são fixados por ato do Poder Concedente. Critérios de
proporcionalidade entre os custos de prestação do serviço e a adequada remuneração do
concessionário, de forma a:
GARANTIR o equilíbrio econômico-financeiro do contrato e;
evitar lucros ou prejuízos excessivos aos concessionários, à concedente e aos
usuários.

A tarifa poderá sofrer revisão a fim de se adequar aos custos do serviço, visando
manter sempre o equilíbrio contratual.
Não pode a Administração, sem prévia justificativa, alterar o valor das tarifas. Neste
caso, o concessionário buscará a tutela judicial para declarar abusiva a alteração e anular
o ato.
Somente no caso de previsão contratual, redução dos ônus e encargos do concessionário
ou mediante indenização, poderá o poder concedente alterar o valor das tarifas, de
forma a manter o equilíbrio contratual.
DICA 92
DA RESPONSABILIDADE DO CONCESSIONÁRIO

REGRA: é a da responsabilidade civil objetiva.


Quando o evento danoso for causado em decorrência da execução do serviço
concedido (art. 37, §6º da CRFB/88).
No caso de dano causado a terceiros nas relações privadas, a responsabilidade será
subjetiva. O poder concedente responde apenas SUBSIDIARIAMENTE no caso da
impossibilidade de reparação dos danos pelo concessionário.

INTERVENÇÃO DO ESTADO NA CONCESSÃO:


É a ingerência direta do concedente na prestação do serviço delegado, em caráter de
controle, com o fim de manter o serviço adequado a suas finalidades e para garantir o
fiel cumprimento das normas legais, regulamentares e contratuais da concessão
(Carvalinho).
DICA 93
DAS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
As concessões especiais, ou simplesmente Parcerias Público-Privadas (PPP’s),
previstas na Lei n. 11.079/04, são:
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contratos de prestação de obras ou serviços

com valores não inferiores a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais),

com duração mínima de 05 (cinco) anos e no máximo 35 (trinta e cinco) anos,

firmados entre empresa privada e a Administração Pública federal, estadual ou


municipal.
DICA 94
CARACTERÍSTICAS DAS PPP´S:

Necessidade de contraprestação financeira por parte do Poder Público, ausente


nas concessões comuns, onde o concessionário é remunerado exclusivamente pelas
tarifas cobrados aos usuários. Desta forma, não constitui parceria público-privada a
concessão comum, assim entendida a concessão de serviços públicos ou de obras
públicas quando não envolver contraprestação pecuniária do parceiro público ao
parceiro privado;

A Lei 11.079 trata de normais gerais, o que NÃO impede que Estados e Municípios
tenham suas próprias regras sobre PPP’s, observadas as normas gerais;

As funções de regulação, jurisdicional, do exercício do poder de polícia e de outras


atividades exclusivas do Estado, são indelegáveis;

Repartição de riscos entre as partes, inclusive os referentes a caso fortuito, força


maior, fato do príncipe e álea econômica extraordinária;

O contrato PODERÁ prever o pagamento ao parceiro privado de remuneração


variável vinculada ao seu desempenho, conforme metas e padrões de qualidade e
disponibilidade definidos no contrato – contrato de performance;

Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósito


específico (SPE), incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria. Fica vedado à
Administração Pública ser titular da maioria do capital votante das SPE´s;

A contratação de parceria público-privada será precedida de licitação na


modalidade de concorrência e o edital PODERÁ prever a inversão da ordem das
fases de habilitação e julgamento;

A contraprestação da Administração Pública será obrigatoriamente precedida da


disponibilização do serviço objeto do contrato de parceria público-privada;

É vedada a celebração de PPP que tenha como objeto único o fornecimento de


mão-de-obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra
pública.

Veja como já foi cobrado em prova:

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 04

QUESTÃO FGV – OAB, 2021.


O Município Alfa pretende formalizar uma parceria público-privada para a realização de
obras, instalação de postes e prestação de serviços de iluminação pública. A
contraprestação da concessionária vencedora da licitação seria inteiramente custeada
pela Administração Pública local, mediante ordem bancária e por outorga de direitos
sobre bens públicos dominicais do município. Sobre essa situação hipotética, assinale a
afirmativa correta.
(a) A contratação almejada não é possível, porque o ordenamento não admite que a
Administração arque com o custeio integral de parceria público-privada.
(b) A outorga de direitos sobre bens públicos dominicais não é contraprestação
admissível para a formalização da parceria.
(c) O Município Alfa deveria utilizar-se de concessão administrativa para a
formalização da contratação pretendida.
(d) A natureza individual (uti singuli) do serviço em questão exige a cobrança de tarifa
do usuário para a realização da parceria público-privada almejada.
GABARITO: Letra C.
COMENTÁRIO: Art. 2, §2º da Lei 11.079/04
Art. 2º Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na
modalidade patrocinada ou administrativa.
§ 2º Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a
Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de
obra ou fornecimento e instalação de bens.

Concessão comum: Quem paga é o usuário

Concessão administrativa: Poder público

Concessão patrocinada: Usuário + poder público

DICA 95
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Recentemente, a Lei 14.230/21 promoveu diversas modificações na Lei de Improbidade
administrativa.

Principais observações sobre a Lei 14.230/21:

Não revogou a Lei 8.429/1992, mas apenas promoveu alterações significativas


nessa norma;

Entrou em vigor em 26/10/2021 - data de sua publicação;

Principais mudanças promovidas pela Lei 14.230/21 na Lei 8.429/1992 - Lei


de Improbidade Administrativa:

Apenas admite condutas DOLOSAS.

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Lei 8.429/1992 Lei 14.230/21

Dos Atos de Improbidade Administrativa Dos Atos de Improbidade Administrativa


que Causam Prejuízo ao Erário = Dolo / que Causam Prejuízo ao Erário = Dolo.
Culpa.

A lista de hipóteses de atos de improbidade passa a ser taxativa;

Ministério Público passou a ter exclusividade para propor a ação;

Alterações nos prazos das sanções;

Mudanças nos valores das multas;

Alterações nos prazos prescricionais;

Previsão do nepotismo como ato de improbidade.


DICA 96
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
A todos os funcionários públicos impõe-se o dever de atuar de forma ética e com
probidade. Trata-se de exigência compelida pelo princípio da moralidade,
expressamente previsto no caput do artigo 37, da CF/88.
Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos,
a perda da função pública, à indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Segundo a Lei 8.429/92, serão considerados atos de improbidade
administrativa os seguintes:
Os que importam enriquecimento ilícito;
Os que causam prejuízo ao erário;

Os decorrentes de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou


tributário; (este foi revogado pela Lei nº 14.230/21)
Os que atentam contra os princípios da Administração Pública.
DICA 97
ATOS QUE ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
(ARTIGO 11) - ESPÉCIES
Os princípios basilares da Administração Pública, obrigam os agentes públicos a agirem
não somente dentro da lei, mas de modo moral e de acordo com os bons costumes.

ATENÇÃO!

Frustrar licitude concurso público Violação a princípio


Frustrar licitude licitação pública Prejuízo ao erário

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 04
Fique atento!
A Lei 14.230/21, no que diz respeito a frustação da ilicitude de concurso público, alterou a
sua redação, passando a prever que a conduta de [...] “frustrar, em ofensa à
imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso público, de chamamento ou de
procedimento licitatório, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, ou
de terceiros” atenta contra os princípios da Administração Pública.
Do mesmo modo, no que se refere a frustação da licitação pública, a Lei 14.230/21
alterou a sua redação, passando a prever que a conduta de [...] “frustrar a licitude de
processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades
sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimonial
efetiva” atenta contra os princípios da Administração Pública.

Lei 8.429/1992 Lei 14.230/21

Frustrar a licitude de Frustrar, em ofensa à


concurso público; imparcialidade, o caráter
concorrencial de concurso
Concurso público público, de chamamento ou de
procedimento licitatório, com
vistas à obtenção de benefício
próprio, direto ou indireto, ou
de terceiros;

Frustrar a licitude de Frustrar a licitude de processo


processo licitatório ou de licitatório ou de processo
Licitação pública processo seletivo para seletivo para celebração de
celebração de parcerias com parcerias com entidades sem
entidades sem fins fins lucrativos, ou dispensá-los
lucrativos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando
indevidamente; perda patrimonial efetiva;

DICA 98
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
Oabeiro, sei que já são muitos conceitos que você precisa decorar para sua prova, mas,
esse é mais que necessário!
Portanto, o que é em si a conduta de improbidade administrativa que se configura como
enriquecimento ilícito?

O artigo 9º da Lei de Improbidade, estabelece que:


Art. 9º. Constitui ato de improbidade administrativa importando em enriquecimento
ilícito auferir, mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de vantagem
patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, de mandato, de função, de
emprego ou de atividade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente (..).
Ou seja, decore essa “equação”:

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 04
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO: auferir + ato doloso + qualquer tipo de vantagem
patrimonial indevida + em razão do exercício do cargo, mandato, função, emprego
OU de atividades nas entidades
Mas, aqui, atente-se que é “em razão do exercício” do cargo (...). Ou seja, não
precisa estar necessariamente o agente o público no interior da repartição de seu cargo,
mas, precisa a conduta ser em razão deste!
DICA 99
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO – SANÇÕES
É necessário que você vá para sua prova sabendo quais as sanções aplicáveis em caso
de conduta ímproba decorrente de ato que gera enriquecimento ilícito. Pensando
nisso, fizemos esse quadrinho esquemático para você.

Veja só:

SANÇÕES ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. APLICA?

Perda dos bens ou valores acrescidos SIM!


ilicitamente;

Ressarcimento integral do dano; SIM, mas somente se for o caso.

Perda da função pública; SIM!

Suspensão dos direitos políticos; SIM, até 14 (quatorze) anos!

Multa civil; SIM! Equivalente ao valor do acréscimo


patrimonial

Proibição de contratar com o Poder SIM, por prazo não superior a 14


Público; (quatorze) anos!

DICA 100
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO – SUJEITOS
Em se tratando de Lei de Improbidade Administrativa, um dos tópicos mais cobrados
pelas bancas é: quem pode incorrer em ato ímprobo?

E, isso, a própria lei responde: o agente público! Ok, isso eu já entendi, mas para fins
dessa lei, o que é considerado agente público? Veja só:
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o
servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma
de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas no
art. 1º desta Lei.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 04
DICA 101
SITUAÇÕES QUE CONFIGURAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
Uma das apostas para cair em sua prova, quando se trata desse assunto, são os incisos
do artigo 9º. Ou seja, o examinador, provavelmente vai colocar um enunciado na
questão e você terá que dizer se aquilo é enriquecimento ilícito ou outra modalidade de
conduta ímproba.
Para tanto, nessa dica, vamos trabalhar com o inciso I, bem como com um exemplo para
você fixar isso em mente!

Primeiro, leia o inciso I, do artigo 9°:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra
vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação
ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou
amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;

Ex.: João, servidor público do Poder Judiciário, recebe de Pedro, seu amigo, um
presente: uma viagem para Maldivas com tudo pago! Ocorre que, Pedro, tem total
interesse na tramitação de um processo que, João, por ser servidor público, pode atuar.
DICA 102
SITUAÇÕES QUE CONFIGURAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
Um ponto que merece destaque é a diferença entre ato que gera enriquecimento
ilícito e ato que causa prejuízo ao erário.

Falou que o servidor LUCROU? = falou em enriquecimento ilícito!

LEMBRE-SE: a grande diferença entre enriquecimento ilícito e prejuízo ao erário,


é que o primeiro tem como base o enriquecimento do servidor em si, seja por ter
exercido atividade, deixar de exercido, com fim de receber, de forma direta ou indireta,
vantagem, ao passo que a conduta que gera prejuízo ao erário tem como base o dano
gerado a administração pública sem ter o agente enriquecido com essa atividade.
DICA 103
DA DECLARAÇÃO DE BENS
A posse e o exercício ficarão condicionados à apresentação de seus bens ao órgão
competente.

Lei 8.429/1992 Lei 14.230/21

A posse e o exercício de agente A posse e o exercício de agente


Art. 13 público ficam condicionados à público ficam condicionados à
apresentação de declaração dos apresentação de declaração de
bens e valores que compõem o seu imposto de renda e proventos de
patrimônio privado, a fim de ser qualquer natureza, que tenha sido
arquivada no serviço de pessoal apresentada à Secretaria Especial
competente. da Receita Federal do Brasil, a fim
de ser arquivada no serviço de
pessoal competente.
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 04

Lei 8.429/1992 Lei 14.230/21

A declaração compreenderá
imóveis, móveis, semoventes,
dinheiro, títulos, ações, e qualquer
outra espécie de bens e valores
patrimoniais, localizado no País ou
no exterior, e, quando for o caso, REVOGADO
abrangerá os bens e valores
Art. 13, § 1º
patrimoniais do cônjuge ou
companheiro, dos filhos e de
outras pessoas que vivam sob a
dependência econômica do
declarante, excluídos apenas os
objetos e utensílios de uso
doméstico.

A declaração de bens será A declaração de bens a que se


anualmente atualizada e na data refere o caput deste artigo será
Art. 13, § 2º em que o agente público deixar o atualizada anualmente e na data
exercício do mandato, cargo, em que o agente público deixar o
emprego ou função. exercício do mandato, do cargo, do
emprego ou da função.

Será punido com a pena de Será apenado com a pena de


demissão, a bem do serviço demissão, sem prejuízo de outras
público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público
Art. 13, § 3º sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar a
que se recusar a prestar declaração dos bens a que se refere
declaração dos bens, dentro do o caput deste artigo dentro do
prazo determinado, ou que a prazo determinado ou que prestar
prestar falsa. declaração falsa.

O declarante, a seu critério,


poderá entregar cópia da
declaração anual de bens
Art. 13, § 4º apresentada à Delegacia da
Receita Federal na conformidade
da legislação do Imposto sobre a REVOGADO
Renda e proventos de qualquer
natureza, com as necessárias
atualizações, para suprir a
exigência contida no caput e no §
2° do art. 13.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 04
DIREITO AMBIENTAL

DICA 104
CRIAÇÃO, ALTERAÇÃO E DESAFETAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
A criação é feita por ato do poder público (lei ou decreto) devendo ser precedida de
estudos técnicos e de consulta pública a fim de identificar a localização, a dimensão e os
limites mais adequados para a unidade.
A alteração, desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação
somente podem ser feita mediante lei específica.
A ampliação dos limites da unidade de conservação pode ocorrer pelo instrumento do
mesmo nível hierárquico, ou seja, se foi criada por decreto pode ser ampliada também
por decreto. Deve se observar ainda a necessidade dos estudos técnicos e a consulta
pública.
Pode haver alteração do grupo de Unidade de Conservação de Uso Sustentável para
de Proteção Integral.
CUIDADO! Não é possível alteração do grupo de Unidade de Conservação de
Proteção Integral para Unidade de Conservação de Uso Sustentável.
DICA 105
ZONA DE AMORTECIMENTO E CORREDORES ECOLÓGICOS
Com exceção da Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio
Natural, as unidades de conservação devem possuir zona de amortecimento e, quando
conveniente, corredores ecológicos.

Zona de Amortecimento: é o entorno de uma unidade de conservação, onde as


atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de
minimizar os impactos negativos sobre a unidade.

Corredores Ecológicos: são porções de ecossistemas naturais ou seminaturais,


ligando unidades de conservação entre si e com espaços territoriais especialmente
protegidos.
Os limites das Zonas de Amortecimento e dos Corredores Ecológicos podem ser
estabelecidos no ato de criação da Unidade de Conservação ou posteriormente, em outro
ato normativo.
DICA 106
DO PLANO DE MANEJO

É o documento técnico mediante o qual se estabelece o seu zoneamento e as


normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a
implantação das estruturas fiscais necessárias à gestão da unidade (cercamento, placas
etc).

Cada Unidade de Conservação deve ter seu Plano de Manejo no prazo máximo de 5
anos após sua criação.

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O plano deve abranger a área da unidade de conservação, sua zona de amortecimento
e os corredores ecológicos, incluindo medidas com o fim de promover sua integração às
comunidades vizinhas.
OBS.: São proibidos quaisquer usos ou atividades dentro das unidades de
conservação que estejam em desacordo com seus objetivos ou com o Plano de Manejo.
DICA 107
DA COMPENSAÇÃO
Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto
ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento no
EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade
de conservação do Grupo de Proteção Integral, mediante o pagamento de
compensação ambiental.

O valor da compensação não pode ser inferior a 0,5% dos custos totais previstos
para a implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental
licenciador, de acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento.
A compensação poderá, em virtude do interesse público, ser cumprida em unidades
de conservação de posse e domínio públicos do grupo de Uso Sustentável,
especialmente as localizadas na Amazônia Legal.
DICA 108
DO SANEAMENTO BÁSICO
Saneamento básico é o conjunto de serviços públicos, infraestruturas e
instalações operacionais de:

Abastecimento de água potável: constituído pelas atividades e pela disponibilização


e manutenção de infraestruturas e instalações operacionais necessárias ao
abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e
seus instrumentos de medição;

Esgotamento sanitário: constituído pelas atividades e pela disponibilização e


manutenção de infraestruturas e instalações operacionais necessárias à coleta, ao
transporte, ao tratamento e à disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde
as ligações prediais até sua destinação final para produção de água de reuso ou seu
lançamento de forma adequada no meio ambiente;

Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: constituídos pelas atividades e pela


disponibilização e manutenção de infraestruturas e instalações operacionais de coleta,
varrição manual e mecanizada, asseio e conservação urbana, transporte, transbordo,
tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos
domiciliares e dos resíduos de limpeza urbana;

Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: constituídos pelas atividades,


pela infraestrutura e pelas instalações operacionais de drenagem de águas pluviais,
transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias,
tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas, contempladas a limpeza e a
fiscalização preventiva das redes;

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DIREITO CIVIL

DICA 109
TEORIA FUNDAMENTAL DA POSSE
De acordo com o art. 1.196 do CC, houve a consagração da Teoria Objetiva de Ihering
(exteriorização da posse por aquele que a exerça com poderes de dono e imprima uma
destinação econômica à coisa).
IMPORTANTE! Segundo o STJ, possuidor é aquele que dispõe do efetivo poder sobre
a coisa, podendo ser uma pessoa física, uma pessoa jurídica e, até́ mesmo, um ente
despersonalizado.
DICA 110
POSSE PRECÁRIA

É uma posse a título de favor, que pode ser requisitada a qualquer momento.

Este empréstimo não tem aptidão a gerar usucapião, pois lhe falta o animus domini
(intenção de ser dono).
OBS: Se o dono da coisa exigir a coisa de volta, e o possuidor resistir, a posse passa a
ser injusta pelo vício da precariedade.
DICA 111
POSSE DIRETA OU INDIRETA

Quanto ao modo de exercício, a posse pode ser:

Posse Direta: Aquele que está em contato com a coisa. Ex.: Inquilino.

Posse Indireta: Não está́ em contato com a coisa. Ex.: Locador.


OBS: De acordo com o art. 1.199 do CC, é denominada composse a situação em que
duas ou mais pessoas exercem a posse sobre coisa indivisível. Não se confunde
com a posse paralela (ou múltipla), em que ocorre a existência de posses de naturezas
distintas (direta e indireta) sobre a mesma coisa.
DICA 112
POSSE DE BOA-FÉ OU MÁ-FÉ
A boa-fé é subjetiva, ou seja, refere-se ao estado anímico de inocência ou
desconhecimento de vício (art. 1.201, CC). Já a posse de má-fé ocorre quando o
possuidor tem conhecimento do vício da sua posse (art. 1.202, CC).
TOME NOTA:
Um justo título cria a presunção relativa (iuris tantum) de boa-fé do possuidor (art.
1.201, § único, CC). No entanto, os Enunciados 302 e 303 de Direito Civil, têm
flexibilizado a noção de justo título, na perspectiva do princípio da função social.

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DICA 113
POSSE PRÓPRIA E IMPRÓPRIA

A Posse Própria é referente a quem tem animus domini (intenção de submeter a


coisa ao exercício de um direito real).

Já a Posse Imprópria refere-se a uma subordinação à posse própria de outra


pessoa.
Ex.: Pedro compra um imóvel para morar nele: Pedro tem a posse própria; agora,
se Pedro aluga o imóvel para Ana, Ana tem a posse imprópria.
DICA 114
POSSE ORIGINÁRIA E DERIVADA

Posse Originária é aquela que não tem vínculo de aquisição com o possuidor
anterior. Ou seja, não há vínculo com o proprietário anterior. Ex.: pego um livro
abandonado em um depósito de lixo.

Já a Posse Derivada é aquela adquirida de outro possuidor. Dessa forma, o


inquilino tem a posse derivada. De igual modo, a pessoa que compra um apartamento e
vai morar nele tem a posse derivada. Sua posse é própria, justa, de boa-fé́, mas
derivada, em face do vínculo com o antigo titular.
DICA 115
POSSE COM AÇÃO DE FORÇA NOVA E DE FORÇA VELHA
Até́ ano e dia do desapossamento ou da turbação, a posse é tutelada por ação
possessória com força nova, ou seja, o direito de manutenção ou reintegração de rito
especial, com direito à liminar de reintegração ou manutenção (arts. 562 a 564,
CPC). Caso, o possuidor, desapossado ou turbado, não invocar a tutela possessória nesse
prazo, perderá o direito à tutela de força nova, sem prejuízo da ação ordinária de posse,
denominada ação de força velha (art. 558, CPC). Isto é, perderá, apenas, o direito à
ação especial com liminar. Entretanto, se ele continuar inerte, poderá perder a coisa no
prazo da usucapião equivalente.
IMPORTANTE! Em caso de turbação da posse o prazo de ano e dia se inicia a partir do
último ato de gravame. Se forem vários atos contínuos, o prazo será contado sempre
do último ato de molestamento.
DICA 116
DETENÇÃO
Detentor é aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro,
conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas (art.
1.198, CC). A detenção não é posse, porque o detentor não tem o exercício pleno ou não,
dos poderes inerentes à propriedade (art. 1.196, CC). Ex.: Caseiro em relação ao
imóvel de que cuida.
DICA 117
INTERDITOS POSSESSÓRIOS EM FACE DO PODER PÚBLICO
MUITO IMPORTANTE!
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Segundo o STJ (na explicação do Dizer o Direito):

1) Particular invade imóvel público e deseja proteção possessória em face do PODER


PÚBLICO: não é possível. Não terá direito à proteção possessória. Não poderá
exercer interditos possessórios porque, perante o Poder Público, ele exerce mera
detenção.
2) Particular invade imóvel público e deseja proteção possessória em face de outro
PARTICULAR: terá direito, em tese, à proteção possessória. É possível o manejo
de interditos possessórios em litígio entre particulares sobre bem público dominical,
pois entre ambos a será relativa à posse.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.296.964 – DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
18/10/2016 (Info 954).

DICA 118
PROPRIEDADE
Refere-se a um direito real complexo e compreendido das faculdades reais de usar,
gozar/fruir, dispor e reivindicar a coisa, conforme a sua função social (art. 1.228,
CC). Se todos esses poderes forem reunidos, o sujeito irá adquirir a propriedade plena. A
propriedade é instrumentalizada através do domínio.
OBS: A propriedade é uma relação jurídica complexa, pois o proprietário se
encontra em uma situação ativa e passiva, e só poderá́ demandar abstenção da
coletividade se promover o cumprimento da função social.
DICA 119
ESTRUTURA DO DIREITO DE PROPRIEDADE
Os poderes do proprietário são conferidos no art. 1.228, CC, sendo eles: usar, gozar,
dispor ou reaver a coisa.

Usar Direito de uso, de servir-se das utilidades da coisa.

Gozar Direito de receber os frutos advindos da coisa (ex.: aluguel).

Dispor Transferir o bem a outrem, seja a título oneroso ou gratuito; ou gravá-


lo de ônus real.

Reaver Reivindicar o bem de qualquer pessoa que injustamente o possua ou


detenha. É o direito de sequela, que poderá ser exercido por meio de
demanda judicial (ação reivindicatória).

DICA 120
ATRIBUTOS DO DIREITO DE PROPRIEDADE

Complexo Reúne um conjunto de poderes (usar, gozar, dispor e reivindicar).

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Absoluto É oponível erga omnes (contra todos).

Perpétuo Não é extinto pelo decurso do tempo.

Exclusivo Via de regra, a propriedade não pode ser de mais de uma pessoa,
exceção: condomínio.

Elástico A propriedade pode ser contraída ou distendida, sem perder a sua


essência. O proprietário pode a qualquer tempo aumentar ou
diminuir suas prerrogativas.

DICA 121
REGISTRO
O registro imobiliário é o modo de adquirir a propriedade, firmando, como regra, a
presunção relativa de veracidade (art. 1.245, CC).

A presunção é relativa, pois pode ser desconstituída, por prova em contrário.

Além da escritura pública (contrato em cartório), é indispensável o registro no


cartório de imóveis. Isto é, da relação obrigacional para a eficácia real. Não basta o
título para gerar efeito translativo (escritura pública, instrumento particular, carta de
sentença e formal de partilha), o determinante é o modo aquisitivo, ou seja, o registro.
DICA 122
ACESSÃO

É o modo de aquisição de propriedade imobiliária no qual ocorre a união física de


coisa acessória à coisa principal, aumentando o volume desta (art. 1.248, CC).

A acessão pode ser:

Por formação de ilhas;

Por aluvião;

Por avulsão;

Por abandono de álveo;

Por plantações ou construções.


OBS: A acessão natural compreende: Formação de ilhas, álveo abandonado, aluvião
e avulsão. Já a acessão artificial compreende: Plantações e construções.
DICA 123
USUCAPIÃO
Usucapião é a forma originária de aquisição da propriedade, também chamada de
prescrição aquisitiva. Nela o indivíduo que exercer sobre o bem posse mansa, pacífica e
ininterrupta por prazo determinado (que varia de acordo com a propriedade), com animus
domini (vontade de ser dono), adquirirá o domínio do bem.

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Requisitos da Usucapião:

Coisa suscetível de ser usucapida;

Posse contínua, pacífica e com animus domini;

O decurso do tempo.
DICA 124
ESPÉCIES DE USUCAPIÃO
A usucapião pode ser classificada como extraordinária, ordinária e especial.

USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA E ORDINÁRIA:

Na Usucapião Extraordinária a posse deve ser mansa e pacífica, por 15 anos, com
animus domini, independentemente de justo título ou boa-fé́ (art. 1.238, CC).

Já na usucapião ordinária o possuidor deverá manter-se na posse do bem pelo


período mínimo de 10 anos, sem oposição. Deverá demonstrar que sua posse é de boa-
fé́ (ignorava os vícios) e de justo título (que aos seus olhos teria força para lhe conferir a
propriedade).
DICA 125
USUCAPIÃO ESPECIAL

A Usucapião Especial se subdivide em rural e urbana:

O possuidor de imóvel urbano com até́ 250m2 que exercer posse mansa, pacífica e
ininterrupta por 5 anos, independentemente da existência de justo título e boa-fé́,
poderá́ adquirir a propriedade, se nela fixou moradia.

Já́ o possuidor de imóvel rural com até́ 50ha, sem oposição por 5 anos, se fixada
residência e realizado investimentos, poderá́ usucapir o bem.
Em ambos os casos, para usucapir o bem o indivíduo não poderá́ ser
proprietário de outro imóvel urbano ou rural (arts. 1.239 e 1.240, CC).
DICA 126
PERDA DA PROPRIEDADE
A propriedade pode ser extinta por via convencional ou legal. Em casos de: alienação,
renúncia, abandono, perecimento do objeto e desapropriação.

ALIENAÇÃO E RENÚNCIA:

Na alienação o proprietário possui a faculdade de dispor de seu patrimônio, ou seja,


aliená-lo. Isso poderá́ ocorrer mediante acordo de vontades (contrato) podendo ser
gratuito (doação) ou oneroso (contrato de compra e venda). Quando se fala em alienar,
refere-se a vender. A alienação importa o pagamento de um preço e o registro do título
do bem no nome do novo proprietário.

Já a renúncia é um ato unilateral por meio do qual o proprietário renuncia ao seu


direito de propriedade. Ao renunciar à propriedade, ele perde os direitos do art. 1.228
(usar, gozar, dispor e reaver a coisa). Isso só́ ocorre mediante instrumento público.

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DICA 127
ABANDONO E PERECIMENTO DO OBJETO
O abandono é um ato unilateral, no entanto, não exige instrumentalização e registro.
Caracteriza-se pela mera conduta (animus) do proprietário em não se conservar
como proprietário. Ex.: ausência de pagamento de IPTU durante anos.
Já o perecimento do objeto é a perda, o deixar de existir. Um bem quando perece,
perde suas propriedades e não serve mais à finalidade a qual era destinado. Uma vez
perecido o bem, perde-se a propriedade, pois ele (objeto da propriedade) deixou de
existir.
DICA 128
DESAPROPRIAÇÃO
A desapropriação é um meio de aquisição de propriedade privada utilizado pelo Poder
Público. Por meio da desapropriação perde-se a propriedade, que passa a se tornar de
domínio público. É uma modalidade de aquisição da propriedade exclusiva da
Administração Pública e somente poderá́ ser utilizada mediante necessidade pública,
utilidade pública ou interesse social. Toda desapropriação é precedida de indenização
prévia e justa em dinheiro ou em títulos da dívida pública.
DICA 129
DIREITO DE VIZINHANÇA
O direito de vizinhança poderá́ ensejar uma restrição parcial da propriedade privada.
Essa restrição poderá ocorrer quando um proprietário, ao utilizar sua propriedade, excede
manifestamente os limites dos bons costumes, ocasionando desarmonia social.

Ex.: Som alto depois das 22h em dias de semana (infração à lei do silêncio). Os
demais proprietários, incomodados com o uso anormal da propriedade, poderão entrar
com uma demanda judicial em face do vizinho inconveniente solicitando que seja
diminuído o volume do som.
DICA 130
ÁRVORES LIMÍTROFES
As árvores limítrofes se situam entre duas propriedades e serão conservadas e
mantidas, constituindo condomínio necessário. Ambos serão proprietários das
árvores e, por isso, partilharão também os seus frutos. Caso as raízes, galhos e folhas
de uma árvore situada em um imóvel transcendam a linha limítrofe e invadam a
propriedade vizinha, poderá́ o proprietário, independentemente da autorização do outro,
cortá-los. Os frutos que caírem no terreno de cada um, somente a ele pertencem.
DICA 131
PASSAGEM FORÇADA
A passagem forçada concede ao proprietário (que não possui acesso a via pública) o
direito de passar pelo terreno vizinho (com acesso a via pública), mediante
indenização (art. 1.258).
NÃO CONFUNDIR!! Não se confunde a passagem forçada com a servidão, esta é
sempre constituída e não decorre diretamente da lei. Além disso, a passagem forçada
parte do pressuposto de que o imóvel não tem saída, o que não se verifica,
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necessariamente, na servidão. Sendo assim, sofrerá o constrangimento o vizinho cujo
imóvel mais natural e facilmente se prestar à passagem.
DICA 132
PASSAGEM DE CABOS E TUBULAÇÕES
A passagem de cabos e tubulações ocorre quando o proprietário é compelido a tolerar a
passagem através de seu imóvel de cabos, tubulações ou outros condutos atrelados aos
serviços de utilidade pública (água e esgoto; cabos aéreos ou subterrâneos, encanamento
etc.). Apesar da obrigatoriedade de tolerância desta restrição, o proprietário terá́ o direito
de ser indenizado em eventuais prejuízos que a passagem forçada lhe ocasionar.
OBS.: Sempre que possível, a passagem de cabos e tubulações será́ feita da forma
menos gravosa ao proprietário do bem.
DICA 133
CONDOMÍNIO
O condomínio é compreendido pela pluralidade no exercício do direito de propriedade
sobre determinado bem. No condomínio há́ uma pluralidade de sujeitos com unicidade
de objeto, isto é, duas ou mais pessoas exercem o mesmo direito de propriedade sobre a
mesma coisa.

Quanto à origem, o condomínio pode ser classificado da seguinte forma:

Convencional ou voluntário: Quando duas ou mais pessoas adquirem o mesmo bem


(art. 1.314, CC)

Eventual: Quando resulta da vontade de terceiros, ou seja, do doador ou do testador,


ao efetuarem uma liberalidade a várias pessoas.

Legal ou necessário: Quando imposto pela lei, como no caso de paredes, cercas,
muros e valas (art. 1.327, CC).

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DICA 134
PROCEDIMENTO NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA) –
DISPOSIÇÕES GERAIS
A criança e o adolescente recebem um tratamento diferenciado, os procedimentos são
específicos e, em caráter subsidiário e aplicado a legislação processual pertinente.
Nos processos e procedimentos que envolvem criança e adolescente gozam de prioridade
absoluta, sob pena de responsabilidade, assim como na execução dos atos e diligências.
Em relação ao prazo, os mesmos são contados em dias corridos, excluído o dia do
começo e incluído o dia de vencimento, impedindo a aplicação subsidiária do art. 219
do CPC (STJ).
É vedado prazo em dobro para a Fazenda Pública e o Ministério Público.

A criança possui incapacidade civil absoluta, para estarem em juízo precisam ser
representados pelos pais ou responsáveis.

O adolescente possui incapacidade relativa e para estarem em juízo precisam ser


assistidas, pelos pais ou responsáveis.

Quando houver colisão de interesses da criança ou do adolescente com seus pais ou


responsáveis, o juiz nomeará curador especial para atuar nos interesses da criança e/ou
adolescente.

As ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juventude são isentas de


custas e emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.
DICA 135
RECURSOS

O capítulo IV do Estatuto da Criança e do Adolescente é destinado aos


RECURSOS.

Os recursos independem de preparo.

Todos os recursos, exceto os embargos de declaração, o prazo para o Ministério


Público e para a defesa será de 10 dias.

Os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor.

Antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, a autoridade judiciária


proferirá despacho fundamentado, mantendo ou reformando a decisão, no prazo de
cinco dias.

Mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os autos ou o


instrumento à superior instância dentro de vinte e quatro horas, independentemente de
novo pedido do recorrente; se a reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido
expresso da parte interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco dias,
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contados da intimação.

Da sentença é cabível Recurso de Apelação, no prazo de 10 dias, desprovida de


efeito suspensivo.

Da sentença que deferir a adoção, produz efeito desde logo, cabível apelação, com
efeito devolutivo, exceto: caso de adoção internacional ou houver perigo de dano
irreparável ou de difícil reparação.

Da sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores do poder familiar, cabe
apelação, com efeito devolutivo.

DICA 136
PAPEL DO ADVOGADO
O advogado, indispensável para a manutenção da justiça, possui papel importante
nos procedimentos previstos no ECA.

A criança, o adolescente, seus pais ou responsáveis ou a pessoa que possua interesse


na causa, poderão intervir nos procedimentos através do advoga do (jus postulandi).
O advogado será intimado de todos os atos pessoalmente ou por publicação
oficial.
Aos que necessitam é prestada assistência judiciária integral e gratuita.

Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, será processado


sem defensor e se não tiver defensor, será nomeado pelo juiz.

A ausência do defensor não determinará o adiamento de nenhum ato do processo,


devendo o juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.
DICA 137
CONSELHO TUTELAR
É órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de
zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
O processo de escolha dos conselheiros é estabelecido em lei municipal ou distrital.
É composto por 05 (cinco) membros, escolhidos por meio de eleição local, com voto
facultativo, para mandato de 04 (quatro) anos.
O exercício efetivo da função de Conselheiro constituirá serviço público relevante e
estabelecerá presunção de idoneidade moral.

São IMPEDIDOS de servir no mesmo conselho:


Marido e Mulher;
Ascendente e descendente,
Sogro e genro ou nora
Cunhados durante o cunhadio;
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Tio e sobrinho;
Padrasto ou Madrasta Enteado.
OBS.: Estende-se o impedimento do conselheiro, em relação à autoridade judiciária e
ao representante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância e da Juventude,
em exercício na comarca, foro regional ou distrital.

O processo de escolha será a cada 04 anos, no primeiro domingo do mês de outubro e


a posse do conselheiro será dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo de escolha.
DICA 138
REQUISITOS PARA SER CONSELHEIRO

São exigidos aos candidatos para Conselho Tutelar:


reconhecida idoneidade moral;
idade superior a 21 anos;
residir no município.

E terão os seguintes direitos:


cobertura previdenciária;
férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da remuneração
mensal;
licença maternidade e paternidade;
gratificação natalina.

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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

DICA 139
RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DE SERVIÇO

Vício de serviço para o CDC são os vícios de qualidade que os tornem,


alternativamente:

Impróprios ao consumo ou;

Que lhes diminuem o valor;

Decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou;

Decorrentes da disparidade da mensagem publicitária.


A Doutrina de Fabiano Bolzan indica ainda que, embora o art. 20 do CDC que prevê vício
de qualidade de serviço não trate de vício de quantidade de serviço, pode-se dizer, por
analogia, que deve ser aplicado o artigo 19 quanto aos vícios de quantidade de serviço.

Imagine a seguinte situação: escola de inglês compromete-se a fornecer 100 horas de


aula a determinado aluno. Caso a empresa forneça apenas 50 horas de aula, haverá vício
de quantidade de serviço.

Sanções: Quando houver um vício de qualidade de serviço, o consumidor poderá


exigir, alternativamente:

a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível, que pode ser confiada
a terceiros capacitados, por conta e risco do fornecedor

a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de


eventuais perdas e danos; ou

o abatimento proporcional do preço.


Dica 140
RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DE SERVIÇO

Serviços impróprios: são aqueles que se mostrem:

Inadequados - para os fins que razoavelmente deles se esperam,

Inadequados – quando não atendam as normas regulamentares de prestabilidade.

Possibilidade de reparação de produtos: Segundo o art. 21, CDC, quando o


fornecimento de serviços tiver por objetivo a reparação de qualquer produto, considerar-
se-á implícita a obrigação do fornecedor empregar:

componentes de reposição originais adequados e novos, ou

que mantenham as especificações técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes


últimos, autorização em contrário do consumidor.

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Dica 141
RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO ÂMBITO DO DIREITO DO
CONSUMIDOR
Em se tratando de uma relação jurídica de consumo, a Administração Pública direta e
indireta, inclusive as Empresas Públicas e Sociedades de Economia mista que exercem
atividade econômica, responderão de forma objetiva.
Além do mais, a administração pública deverá fornecer serviços adequados, eficientes,
seguros e, quanto aos essenciais, de forma contínua.
NÃO CONFUNDIR a relação jurídico tributária com a relação de consumo que pode
existir entre a Administração Pública e o consumidor, quando, por exemplo, a
concessionaria cobra preço ou tarifa por um determinado serviço, como o fornecimento de
energia elétrica. Nessa situação perfeitamente aplicável o CDC. Diferentemente de quando
o Estado cobra uma Taxa de Coleta de Lixo, pois aqui haverá um tributo.
Conforme o art. 23 do CDC, a ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por
inadequação dos produtos e serviços não o exime de responsabilidade.
Dica 142
GARANTIAS AO CONSUMIDOR

GARANTIAS LEGAIS: O CDC prevê garantias legais de adequação do produto ou


serviço, que independem de termo expresso, sendo vedada a exoneração contratual
do fornecedor.
Fabiano Bolzan explica que a garantia legal é uma modalidade obrigatória a todos os
produtos e serviços, mesmo os usados, e que independem de termo expresso. Essa
garantia não poderá ser afastada, sendo matéria de ordem pública inderrogável.

GARANTIAS CONTRATUAIS: A garantia contratual está prevista no art. 50, CDC,


sendo complementar à garantia legal e devendo ser feita por escrito. Trata-se de uma
mera faculdade do fornecedor. Entende-se que o prazo da garantia contratual deverá
ser somado ao da garantia legal, ou seja, apenas após o término do prazo da garantia
legal é que se inicia o prazo da garantia contratual.

GARANTIAS ESTENDIDAS: a garantia estendida é um tipo de contrato de seguro


oferecido pelo fornecedor que amplia o prazo da garantia legal. O consumidor terá a
opção de contratá-la.

Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou


atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções anteriores. (PROIBIÇÃO DE
EXONERAR OU ATENUAR OBRIGAÇÃO DE FORNECEDOR DE INDENIZAR)
§ 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos responderão
solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções anteriores.
(RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS FORNECEDORES)
§ 2° Sendo o dano causado por componente ou peça incorporada ao produto ou
serviço, são responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou importador e o que
realizou a incorporação.

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Dica 143
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO

O CDC prevê prazos decadenciais para o consumidor reclamar de vícios aparentes ou


de fácil constatação, sendo os mesmos de:

30 dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;

90 dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.


A contagem do prazo decadencial é iniciada a partir da entrega efetiva do produto ou do
término da execução dos serviços.

Prazo vício oculto: Em relação aos vícios que não são de fácil constatação,
denominados vícios ocultos, o CDC traz prazo diverso para o consumidor reclamar dos
mesmos. Assim, de acordo com a legislação, art. 26, §3° tratando-se de vício oculto, o
prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.
A partir do momento em que o consumidor verificar o vício do produto ou do fornecimento
do serviço, quando se fala em vício oculto, é que se começará a fluir o prazo decadencial
do art. 26. Não confunda esse prazo decadencial com o prazo para propor ação
indenizatória.

O prazo decadencial aqui previsto para que o consumidor possa exigir uma das
alternativas previstas no art.20, CDC, quais sejam, reexecução de serviços, restituição de
quantia paga ou abatimento proporcional do preço.
Por fim, em relação ao vício oculto, a doutrina e a jurisprudência consolidaram-se no
sentido de que os bens de consumo têm uma durabilidade determinada, que seria a
chamada vida útil do produto, não sendo, portanto, de durabilidade eterna.

Ex.: 05 anos para um eletrodoméstico como a geladeira.

São causas que obstam a decadência:

reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de


produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida
de forma inequívoca. Aqui entende-se que a reclamação deve ser feita ao próprio
fornecedor, não sendo suspenso o prazo decadencial caso a reclamação ocorra perante o
PROCON.
a instauração de inquérito civil, até seu encerramento, sendo que o inquérito civil se
encerra com o seu arquivamento ou com a propositura da ação civil pública.

Doutrina entende em sua maioria, que as causas acima que obstam a decadência são
causas SUSPENSIVAS.

Prazo prescricional: reparação por danos causados por fato do produto ou do


serviço.

O prazo prescricional quanto ao acidente de consumo, ou seja, referente ao fato de


produto ou serviço está previsto no art.27 do CDC, iniciando-se a partir do conhecimento
do dano e de sua autoria.
Art. 27 - Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato
do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem
do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
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Não há previsão de causas suspensivas ou interruptivas da prescrição do art. 27,
CDC, razão pela qual devem ser aplicadas as causas gerais de suspensão e interrupção
previstas no Código Civil em seus artigos 197 a 204.
Doutrina entende que o prazo prescricional quinquenal do artigo 27 aplica-se apenas aos
acidentes de consumo, sendo que, em relação a demandas diversas do fato do produto ou
serviço, deverá ser aplicada o Código Civil em seus artigos 197 a 204.

Em relação aos prazos prescricionais do CDC, há diversos julgados


importantes a serem referidos aqui:

ação de indenização por danos materiais proposta por consumidor em face de


construtora por vício de qualidade e de quantidade do imóvel adquirido. Prazo
prescricional de 10 anos. Fundamento artigo 205, CC/02. Não se aplica o prazo
prescricional quinquenal do art.27 do CDC, pois o mesmo se refere apenas a fato do
produto (acidente de consumo). STJ. 3ª T. REsp 1534831-DF, Rel. Min. Ricardo Villas
Bôas Cueva, Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi, j. 20/2/18 (Info 620).

O Código de Defesa do Consumidor não tem dispositivo sobre prazo prescricional sobre
indenização decorrente de inadimplemento contratual, e, portanto, deve ser utilizado
o prazo geral decenal do art.205, CC/02.

ação de indenização por danos morais decorrente de inscrição indevida em cadastro


de inadimplentes - 03 anos, fundamento legal, art.206, S3o, V, CC/02. Trata-se de
responsabilidade extracontratual, razão pela qual incide a prescrição trienal civilista.
(STJ. 3ª T., AgRg no AREsp 586.219/RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, j. 9/12/14).

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PROCESSO CIVIL

DICA 144
DO PROCEDIMENTO COMUM
No processo civil, os procedimentos são o comum e o especial. O CPC/15 não mais
subdivide o procedimento comum em ordinário e sumário. Nota-se, portanto, que o
CPC/15 visou a simplificação do procedimento.
Segundo previsão do art. 318 do CPC aplica-se a todas as causas o procedimento
comum, salvo disposição legal em contrário.
OBS.: Mesmo quando não aplicado de forma integral, o procedimento comum será
aplicado subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao processo de
execução.
DICA 145
DA CONTESTAÇÃO E SEU TERMO INICIAL
Contestação é a defesa do réu no procedimento comum, deve ser feita por petição escrita
e oferecida no prazo de 15 dias ÚTEIS.

Quanto ao prazo, o termo inicial será a data:

da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação,


quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;
Caso ocorra mais de uma sessão, será contado da última delas – se houve audiência,
independente do comparecimento ou não das partes.

do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação


apresentado pelo réu;
Nesse caso, ambas as partes manifestam desinteresse pela realização da
audiência, hipótese em que ela é cancelada.
LEMBRE-SE: Em caso de litisconsórcio passivo com manifestação deles em datas
distintas, o prazo será contado individualmente.

Hipótese em que não se admite a realização de audiência (direitos que não


admitem autocomposição – réu já é citado para contestar): a contagem é realizada de
acordo com os prazos do art. 231 do CPC.

Quando há desistência em relação a réu não citado, não se contará o prazo da


última citação, mas sim da intimação acerca da homologação da desistência.
OBS.: Oposição de embargos de declaração não interrompe o prazo para contestar.
DICA 146
ESPÉCIES DE DEFESA QUE PODEM SER APRESENTADAS PELO RÉU EM
CONTESTAÇÃO

Existem algumas espécies de defesa que podem ser trazidas pelo réu na
CONTESTAÇÃO:

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DEFESAS PRÉVIAS: antes do debate acerca do mérito;

Preliminares: questões processuais.

Prejudiciais: réu contesta o fundamento jurídico do pedido do autor.

Ex.: Em determinada ação de alimentos o réu nega a relação de paternidade.


Apesar de não dizer respeito ao mérito, o juiz tem que, necessariamente, passar por
isso antes de decidir o mérito.

DEFESAS DE MÉRITO: dizem respeito ao objeto da questão discutida:

Defesa de mérito direita:


réu nega os fatos;
réu reconhece os fatos, mas nega a consequência jurídica buscada pelo
autor.

Ex.: autor requer indenização por danos morais, o réu concorda com os fatos,
mas explicita que não são passíveis de gerar dano, configurando mero
aborrecimento.
Defesa de mérito indireta: réu traz novo fato modificativo, impeditivo ou
extintivo do direito do autor.

Ex.: autor aviou uma ação de cobrança, em sua defesa, porém, o réu alega o
pagamento (novo fato extintivo).

DICA 147
DO PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE

Segundo o qual, cabe ao réu alegar a totalidade da matéria de defesa, ainda que
possa parecer contradição.
Esse ônus é tido como ônus da eventualidade ou princípio da concentração.
Nesse sentido, prevê o art. 336 do CPC que: “incumbe ao réu alegar, na contestação, toda
a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do
autor e especificando as provas que pretende produzir.
Apesar da regra da concentração, após a contestação ainda é lícito ao réu alegar
determinadas matérias em sua defesa, conforme previsão do art. 342:
Fato ou direito superveniente.
Matéria conhecível de ofício;
Quando houver autorização legal para tanto.
OBS.: Porém, não se deve confundir a possibilidade de trazer novas alegações (art.
342 do CPC), com possibilidade de “complementação da contestação”. Não é possível a
complementação devido a preclusão consumativa.

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DICA 148
DO ÔNUS DA IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA
Conforme previsão do art. 341 do CPC, incumbe também ao réu manifestar-se
precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se
verdadeiras as não impugnadas, salvo se:
não for admissível, a seu respeito, a confissão;
a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da
substância do ato;
estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
ATENTE-SE! O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor
público, ao advogado dativo e ao curador especial.
DICA 149
DAS ESPÉCIES DE PRELIMINARES NA CONTESTAÇÃO
Preliminares são matérias de natureza processual que a parte vai suscitar antes de
discutir propriamente o mérito.
Essas preliminares se dividem em três grupos:

Preliminares dilatórias: são aquelas que, caso acolhidas, não extinguem o processo.
Ex.: preliminar de incompetência, o processo é apenas remetido ao juízo competente e
não extinto.

Preliminares peremptórias: são aquelas que, caso acolhidas, extinguem o processo.


Ex.: preliminar de convenção de arbitragem, se o juiz acolhe põe fim ao processo.

Preliminares dilatórias potencialmente peremptórias: as preliminares dilatórias


indicam um vício processual sanável, que se não for sanado haverá a extinção do
processo.

Ex.: defeito de representação, se a situação não for regularizada, o juiz extinguirá o


processo.
DICA 150
DAS PRELIMINARES DE MÉRITO

Conforme previsto no art. 337 do CPC, incumbe ao réu, antes de discutir o


mérito, alegar:

inexistência ou nulidade da citação – preliminar dilatória;

incompetência absoluta e relativa – preliminar dilatória;

incorreção do valor da causa - dilatória potencialmente peremptória;

inépcia da petição inicial – preliminar peremptória;

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perempção - preliminar peremptória;

litispendência - preliminar peremptória;

coisa julgada - preliminar peremptória;

conexão - preliminar dilatória;

incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização - dilatória


potencialmente peremptória;

convenção de arbitragem - preliminar peremptória;

ausência de legitimidade ou de interesse processual – a ausência de legitimidade


é dilatória potencialmente peremptória, ao passo que a ausência de interesse
processual é preliminar peremptória;

falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar – dilatória
potencialmente peremptória;

indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça - dilatória potencialmente


peremptória.

Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz


conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo.

DICA 151
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
Os pressupostos processuais são condições mínimas de constituição e de desenvolvimento
do processo.
A ausência de um pressuposto acarreta a extinção do processo sem resolução do
mérito, com base no inciso IV do art. 485.

Os pressupostos dividem-se em pressupostos de constituição (existência) e em


pressupostos de desenvolvimento (validade) e representam questões de ordem
pública, motivo pelo qual, a ausência dos pressupostos deve ser reconhecida de ofício.
Pressupostos de existência/constituição: pressupostos mínimos, sem os quais o
processo não existe/não se constitui, se subdividem em:

Subjetivos: referem-se aos sujeitos do processo;


Quanto às partes: capacidade de ser parte.
Quanto ao juiz: investidura.

Objetivo: Demanda;

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Pressupostos de desenvolvimento/validade: sem esses o processo não se
desenvolve de forma válida e regular.

Subjetivos:

Quanto às partes: capacidade processual e postulatória.

Quanto ao juiz: imparcialidade e competência.

Objetivos:

Intrínseco – dentro do processo, são pressupostos positivos, ou seja, devem estar


presentes no processo: regularidade formal (petição inicial apta, regularidade de
citação).

Extrínsecos – fora do processo, são pressupostos negativos, ou seja, não podem


estar presentes no processo: inexistência de perempção, litispendência, coisa julgada e
convenção de arbitragem.
DICA 152
DETERMINAÇÃO DA COMPETÊNCIA E A PERPETUATIO JURISDICTIONIS
Competência é a repartição da jurisdição entre os órgãos do poder judiciário.
Funcionando ainda como limite legal para exercício válido, regular e legítimo da função
jurisdicional.
A competência é determinada no momento do registro ou da distribuição da petição
inicial.

Assim, após ficar decidido, com o registro ou distribuição, o órgão jurisdicional que irá
julgar a causa, em regra, a jurisdição não será mais alterada – é a chamada perpetuatio
jurisdictionis.
Apesar da perpetuatio jurisdictionis, que veda a alteração posterior à fixação da
competência (registro ou distribuição), e que prevê como irrelevantes todas as
modificações de fato ou de direito, o art. 43 do CPC elenca duas exceções:
supressão de órgão judiciário ou alteração de competência absoluta.

Apesar do art. 43 do CPC, trazer apenas duas exceções, o STJ já decidiu por
uma terceira, conforme o julgado:

Debate relativo à possibilidade de deslocamento da competência em face da


alteração no domicílio do menor, objeto da disputa judicial. Nos processos que
envolvem menores, as medidas devem ser tomadas no interesse desses, o qual deve
prevalecer diante de quaisquer outras questões. Não havendo, na espécie, nada que
indique objetivos escusos por qualquer uma das partes, mas apenas alterações de
domicílios dos responsáveis pelo menor, deve a regra da perpetuatio jurisdictionis
ceder lugar à solução que se afigure mais condizente com os interesses do
infante e facilite o seu pleno acesso à Justiça. (STJ, CC 114.782/2012).

Dessa forma, pode-se extrair uma terceira exceção do julgado acima: quando há
alteração no domicílio do menor.
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DICA 153
ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA

A competência pode ser dividida em competência absoluta e competência


relativa.

A competência absoluta funda-se em normas de ordem pública, sendo uma


imposição para as partes segui-las e é fixada em razão:
da matéria: que é aquela definida primordialmente na Constituição. É aquela
determinada pela natureza da relação jurídica controvertida, ou seja, o objeto da
demanda.

Ex.: natureza trabalhista – Justiça do Trabalho; natureza cível – Justiça Comum;


natureza eleitoral – Justiça Eleitoral.
da pessoa: é determinada levando em consideração um ou mais dos sujeitos
processuais.
da função: relacionada com as funções que devem ser exercidas dentro do processo.

Já a competência relativa é fixada em razão:


do valor: quando se fala em competência determinada pelo valor, imediatamente se
remete aos juizados especiais que, conforme art. 3º, inciso I, da Lei 9.099/95: tem
competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor
complexidade, assim consideradas: as causas cujo valor não exceda a quarenta
vezes o salário mínimo.
Por se tratar de competência relativa, o autor tem a faculdade de optar pelo Juizados
Especiais.
Enunciado 1, FONAJE – O exercício do direito de ação no Juizado Especial Cível é
facultativo para o autor.
OBS.: Essa faculdade se dá, tão somente, em relação aos juizados especiais
estaduais. Nos juizados federais e da fazenda, a competência apesar de também ser
delimitada pelo valor da causa, é absoluta.
do território: é tratada de forma detalhada nos arts. 46 a 53 a do CPC. Esses
dispositivos trazem qual o foro competente para analisar as mais diversas causas.

DICA 154
DA FORMA E DO MOMENTO PARA ALEGAÇÃO DA INCOMPETÊNCIA RELATIVA
Anteriormente existia a chamada exceção de incompetência, peça própria, incidente
processual apartado, hoje em dia porém, a forma de se arguir a incompetência relativa é
a mesma da incompetência absoluta - em preliminar de contestação.
Ao contrário da incompetência absoluta em que se pode alegar em qualquer tempo e
grau de jurisdição, a incompetência relativa somente pode ser alegada na
contestação.

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Do mesmo modo, diferentemente da incompetência absoluta que pode ser reconhecida
de ofício, a incompetência relativa não pode ser reconhecida de ofício.
Súmula 33, STJ: A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício.
Exceção: quando se tratar de cláusula de eleição de foro abusiva, o juiz poderá
reputá-la ineficaz e, consequentemente, deixará de ser competente, devendo remeter o
feito de ofício ao juízo competente.
DICA 155
DO FORO DE DOMICÍLIO DO RÉU
É a regra mais geral de competência territorial. As ações que versem sobre direitos
pessoais e reais mobiliários (bens móveis) serão propostas no foro de domicílio do
réu.
Assim, de acordo com o art. 46 do CPC, a ação fundada em direito pessoal ou em direito
real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
No caso de haver mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer
deles.
Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde
for encontrado ou no foro de domicílio do autor.
Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no
foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será
proposta em qualquer foro.
Havendo 2 ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de
qualquer deles, à escolha do autor.
OBS.: A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua
residência ou no do lugar onde for encontrado.
DICA 156
DO FORUM SHOPPING E FORUM NON CONVENIENS
Quando há faculdade ao autor em relação a escolha do foro, há o que doutrina e
jurisprudência denominam de forum shopping.

Forum shopping, portanto, é a possibilidade de escolha de foro, entre várias opções


ofertadas, decorre da autonomia da vontade das partes.
Por outro lado, o princípio do forum non conveniens busca mitigar os exageros a que
essa procura pode levar. São levadas em consideração de forma minuciosa as questões
atinentes aos interesses privados e também do interesse público envolvido
CUIDADO: O judiciário brasileiro não poderá definir que o foro eleito pela parte não
é o mais conveniente, uma vez que decorre da lei as diversas opções ao autor. Portanto,
não é aplicável no Brasil.
Restrita aceitação da doutrina do forum non conveniens pelos países que adotam o
sistema do civil law, não havendo no ordenamento jurídico brasileiro norma
específica capaz de permitir tal prática. (STJ, REsp 1. 633.275/2016).

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DICA 157
DO FORO DE SITUAÇÃO DA COISA
As ações fundadas sobre direitos reais imobiliários (bens imóveis), deverão ser propostas
no local onde a coisa está (foro de situação da coisa).
A lei faculta ao autor a propositura da ação no domicílio do réu ou no foro de
eleição.
Entretanto, o litígio não deve recair sobre direito de propriedade, vizinhança,
servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
Nessas ações, apesar de figurarem no capítulo de competência territorial, são de
competência absoluta.
MACETE: Competência absoluta de situação da coisa:
DVDs POP:

D ivisão;

V izinhança;

D emarcação;

S ervidão;

P ropriedade;

O bra nova;

P ossessórias imobiliárias.

OBS.: Essa competência absoluta se justifica por se tratar de ação em que


geralmente é necessário que o magistrado faça inspeção local, motivo pelo qual se
torna razoável o processamento e julgamento onde a coisa está situada.
Caso o imóvel encontre-se situado em mais de um lugar, a competência territorial do
juízo prevento se estende pela totalidade do imóvel.
DICA 158
DO FORO COMPETENTE PARA AÇÃO DE DIVÓRCIO, SEPARAÇÃO, ANULAÇÃO DE
CASAMENTO E RECONHECIMENTO OU DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL

Para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou


dissolução de união estável será competente:
Foro do domicílio do guardião do filho incapaz.
Quando se trata de guarda compartilhada, há divergência na doutrina. Uma corrente
defende a aplicação da regra geral (foro de domicílio do réu). Já para outra corrente deve-
se seguir para a segunda regra.

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Se não houver filho incapaz, será o último domicílio do casal.
De domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;

De domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº


11.340/06 (Lei Maria da Penha).
DICA 159
DO PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA, ADSTRIÇÃO OU CORRELAÇÃO
Segundo este princípio, a sentença deve ser congruente, adstrita e se correlacionar
com o pedido.

Não se pode admitir sentença:

CITRA (INFRA): juízo julga aquém do que foi pedido.

EXTRA: juízo julga além do que foi pedido.

ULTRA PETITA: juízo julga fora do que foi pedido.


DICA 160
DA FUNGIBILIDADE
Configura-se como uma exceção ao princípio da congruência. Constituem naquelas
situações em que a lei admite que se peça A e o juiz conceda B.

Ex.: fungibilidade das possessórias, prevista no art. 554 que assim prevê: A
propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz
conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos
pressupostos estejam provados.
DICA 161
DOS ELEMENTOS ESSENCIAIS DA SENTENÇA

São elementos essenciais da sentença:


O relatório: que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do
pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do
processo;
Consiste em um resumo dos aspectos mais relevantes do processo. É dispensado nos
juizados especiais.
Os fundamentos: em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
O dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe
submeterem.
LEMBRE-SE: A falta de qualquer dos elementos essenciais acarreta a nulidade da
sentença, porém, há quem defenda que a ausência do dispositivo a torna inexistente e
não apenas nula.

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DICA 162
DAS HIPÓTESES EM QUE NÃO SE CONSIDERA FUNDAMENTADA QUALQUER
DECISÃO JUDICIAL
Nos termos do art. 489, §1º do CPC, não será considera fundamentada qualquer
decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar
sua relação com a causa ou a questão decidida;
empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua
incidência no caso;
invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese,
infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles
fundamentos;
deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela
parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação
do entendimento.
No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da
ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma
afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos
e em conformidade com o princípio da boa-fé.
DICA 163
PRINCÍPIO DA INALTERABILIDADE DA SENTENÇA
Após a publicação da sentença, em regra esta fica inalterável. Entretanto há duas
exceções legais previstas no CPC/15 em que o juiz poderá alterá-la:
para corrigir lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros
de cálculo;
Pode ser feita de oficio ou a requerimento e é possível mesmo após o trânsito em
julgado.
por meio de embargos de declaração.
É quando o juiz reconhece a ocorrência de omissão, obscuridade, contradição ou do
próprio erro material.
DICA 164
DA HIPOTECA JUDICIÁRIA

Também chamada de efeito secundário da sentença.

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A sentença condenatória ao pagamento de quantia é um título de hipoteca
judiciária, significando dizer que o credor pode utilizar a sentença em um Cartório de
Imóveis que o devedor tenha propriedades registradas e registrar a dívida.
Trata-se, portanto, de hipoteca que não decorre de contrato, mas sim de efeito
secundário de sentença condenatória.
Conforme previsão do art. 495, a decisão que condenar o réu ao pagamento de
prestação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão de prestação de fazer,
de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valerão como título constitutivo
de hipoteca judiciária.
A decisão produz a hipoteca judiciária:
embora a condenação seja genérica;
ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja
pendente arresto sobre bem do devedor;
mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo.
A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da
sentença perante o cartório de registro imobiliário, independentemente de ordem
judicial, de declaração expressa do juiz ou de demonstração de urgência.
No prazo de até 15 dias da data de realização da hipoteca, a parte informá-la-á ao
juízo da causa, que determinará a intimação da outra parte para que tome ciência do ato.
A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor hipotecário, o direito
de preferência, quanto ao pagamento, em relação a outros credores, observada a
prioridade no registro.
Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de
quantia, a parte responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra
parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia, devendo o valor da indenização
ser liquidado e executado nos próprios autos.
DICA 165
DA REMESSA NECESSÁRIA

Também chamado de reexame necessário e duplo grau de jurisdição obrigatório, não


se trata de um recurso, mas uma condição de eficácia das sentenças proferidas contra
pessoas jurídicas de direito público.

Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de
confirmada pelo tribunal, a sentença:

Proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas


respectivas autarquias e fundações de direito público;

Não há previsão de sociedade de economia mista nem empresa pública, afinal são
pessoas jurídicas de direito privado.
que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
Se nos casos citados acima não for interposta a apelação no prazo legal, o juiz
ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do

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respectivo tribunal avocá-los-á. Logo, de toda forma o tribunal é quem julgará a
remessa necessária.
Não se aplica a remessa necessária quando a condenação ou o proveito
econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a:
1.000 salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito
público;
500 salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e
fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados;
100 salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e
fundações de direito público.
Também não se aplica a remessa necessária quando a sentença estiver fundada em:
súmula de tribunal superior;
acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
em julgamento de recursos repetitivos;
entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo
do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.

A REMESSA NECESSÁRIA SE APLICA APENAS A SENTENÇA JUDICIAL!

En. 164, FPPC.: A sentença arbitral contra a Fazenda Pública não está sujeita à
remessa necessária.

Súmula 45, STJ: No reexame necessário, é defeso, ao tribunal, agravar a


condenação imposta à Fazenda.
Súmula 325, STJ: A remessa oficial devolve ao Tribunal o reexame de todas as
parcelas da condenação suportadas pela Fazenda Pública, inclusive dos honorários
de advogado.

DICA 166
DO JULGAMENTO DAS AÇÕES RELATIVAS ÀS PRESTAÇÕES DE FAZER, DE NÃO
FAZER E DE ENTREGAR COISA

Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se
procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que
assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.

Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a


continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência
de dano ou da existência de culpa ou dolo.

Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela
específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação.

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Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o autor
individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a escolha, ou, se a escolha couber ao
réu, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz.
A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se
impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa fixada periodicamente
para compelir o réu ao cumprimento específico da obrigação.
Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração de vontade, a sentença que
julgar procedente o pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos
da declaração não emitida.
DICA 167
COISA JULGADA

Trata-se de estado de imutabilidade, indiscutibilidade das decisões judiciais.


Tem uma relação direta com o princípio da segurança jurídica, que é um mandamento
constitucional previsto no art. 5º. XXXVI da CR/88.
A coisa julgada classifica-se em:

Formal: A coisa julgada formal é chamada de preclusão máxima/trânsito em


julgado e significa a imutabilidade, indiscutibilidade da sentença dentro do processo
em que foi proferida. Decorre da preclusão para impugnar uma decisão ou mesmo da
ausência de recurso cabível naquele caso concreto.
Gera uma estabilidade chamada endoprocessual.
Em toda decisão judicial é possível formar a coisa julgada formal.

Material: A coisa julgada material, também chamada de “lei entre as partes”, atinge
apenas as decisões de mérito, de cognição exauriente.
A imutabilidade de uma decisão, quando atingida pela coisa julgada material, se projeta
para fora do processo.
Gera uma estabilidade chamada exoprocessual (anprocessual).
A coisa julgada material atinge sentenças, acórdãos e, até mesmo, decisões
interlocutórias (art. 356 CPC).

DICA 168
EFEITOS DA COISA JULGADA
A coisa julgada pode ter os seguintes efeitos:
NEGATIVO: A coisa julgada impede a rediscussão da mesma questão jurídica. O
réu, quando alega a coisa julgada, está aduzindo justamente a esse efeito negativo.
O STJ assim já decidiu com base no efeito negativo: A respeito da afronta à coisa
julgada como requisito para o ajuizamento da ação rescisória, o que se proíbe é o "novo
julgamento, independentemente ou não de o juiz confirmar o anterior: ele, o segundo

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juiz, simplesmente está impedido de conhecer a matéria, em razão do chamado efeito
negativo da coisa julgada material". (STJ, AR 5.524/20178)
POSITIVO: Vinculação do juízo ao que foi decidido na causa em que a coisa
julgada foi produzida.
O juiz fica vinculado ao que foi decidido na fase anterior.

Ex.: na liquidação, deve ser observado a decisão da fase de conhecimento e assim


sucessivamente.

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DIREITO EMPRESARIAL

DICA 169
DIREITO CAMBIÁRIO: ATOS CAMBIÁRIOS

ENDOSSO: Ato cambiário no qual o credor do título de crédito (endossante)


transmite seus direitos a outrem (endossatário). Trata-se de ato cambiário pois coloca o
título de crédito em circulação.
Através de uma declaração no próprio título de crédito e o mesmo é posto em
circulação. Segundo André Ramos, é por meio do endosso que se opera a circulação dos
títulos à ordem e, na formação da teoria dos títulos de crédito, na sua disciplina, o que
predomina é o interesse da circulação e a segurança do terceiro de boa-fé, que recebe o
título sem saber, e sem precisar saber das causas determinantes de sua criação.
Conforme lições de André Ramos, os títulos “não à ordem” são transmitidos mediante
cessão civil de crédito, enquanto os títulos de crédito típicos, nominados ou próprios (letra
de câmbio, nota promissória, cheque, duplicata etc.) circulam mediante endosso porque
todos eles possuem implícita a cláusula “à ordem”. Somente quando for inserida,
expressamente, a cláusula “não à ordem” num título de crédito é que ele não poderá
circular por endosso, e sim por mera cessão civil de crédito.

Efeitos cumulativos do endosso, consoante doutrina de André Ramos:


Endosso transfere a titularidade do crédito; e
Endosso responsabiliza o endossante, passando este a ser codevedor do título (se o
devedor principal não pagar, o endossatário poderá cobrar do endossante, salvo se tiver
a “cláusula sem garantia”, que exonera expressamente o endossante de responsabilidade
pela obrigação constante do título.
DICA 170
DO AVAL

É ato cambiário pelo qual o avalista, que é um terceiro na relação jurídica, fica
responsável pelo pagamento da obrigação constante do título. Ao contrário do
endosso, que deve ser realizado no verso do título, o aval deve ser realizado no anverso
do título, mas se for realizado no verso do título, deverá haver uma menção de que se
trata de aval, sob pena de se confundir com endosso. O instituto está regulamentado na
Lei Uniforme de Genebra, art.30 e 897 do CC/02. O avalista é equiparado ao devedor.
Avalista de título de crédito vinculado a contrato de mútuo responde como devedor
solidário pela obrigação total pactuada, não podendo alegar o benefício de ordem.
(Súmula 26 – STJ)
DICA 171
DIFERENÇA ENTRE AVAL E FIANÇA

FIANÇA: é instituto do direito civil que consiste em uma garantia. Trata-se de uma
obrigação acessória e, dessa forma, caso haja nulidade da obrigação principal, também
haverá da obrigação acessória, seguindo o destino da obrigação principal. Em geral, o
fiador responde de forma subsidiária pelas obrigações contratuais, ou seja, o fiador
somente responde em segundo lugar, após o devedor principal, no que se denomina
benefício de ordem. Apenas de forma excepcional, caso previsto expressamente em
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clausula contratual, o fiador poderá abdicar do benefício de ordem e passa a responder de
forma solidária junto com devedor principal.

AVAL: É um instituto de direito cambiário que também consiste em uma garantia


cambial, regida pelos princípios do direito comercial, como o princípio da autonomia, que
prevê que o aval é uma obrigação autônoma em relação à obrigação principal. Nesse
sentido, ainda seja decretada a nulidade da obrigação principal, o aval continuará
valendo, pois possui autonomia. Em consequência do princípio da autonomia, o avalista
não poderá se valer da defesa pessoal que o avalizado (devedor principal) teria, apenas
das que lhe são próprias. Já o fiador poderá apresentar todas as defesas, inclusive as
inerentes ao devedor principal.
DICA 172
PROPRIEDADE INDUSTRIAL
O direito à propriedade intelectual é o ramo do direito que protege bens imateriais
e direitos intelectuais, tendo duas espécies: direitos autorais, vinculado aos direitos
civis e direito da propriedade industrial – vinculado ao direito empresarial. Enquanto os
direitos autorais estão protegidos pela Lei 9.609/98, a propriedade industrial está
protegida pela Lei 9.279/1996. As diferenças mais significativas entre direitos autorais e
direitos da propriedade industrial são as seguintes:
A proteção dos direitos industriais depende da concessão de registro/patente
(art. 2º da Lei nº 9.279/1996), mas a proteção dos direitos autorais independe de registro
(art. 18 da Lei nº 9.610/98). Registro é para marca e desenho industrial e patente é para
invenção e modelo de utilidade.
O INPI – Instituto nacional de propriedade industrial – Lei 5648/70 é uma autarquia
federal responsável pelo registro das marcas e desenhos industriais, assim como para
a concessão de patentes, enquanto para os direitos autorias, haverá outros órgãos
responsáveis por sua proteção, como a Biblioteca nacional.
Os prazos de proteção dos direitos autorais (art. 41 da Lei nº 9.610/1998) são
distintos dos prazos de proteção dos direitos de propriedade industrial (arts. 40, 108 e
133 da Lei nº 9.279/1996.
DICA 173
PATENTES
Patentes são bens móveis imateriais a que a lei confere proteção e, por serem bens
móveis com valor econômico podem ser comercializados, através de cessões (como
se fosse uma venda) e licenciamentos (como se fosse um aluguel). Trata-se de um título
de propriedade de caráter temporário concedendo direitos ao inventor de um novo
produto, um novo processo industrial, ou para quem fez aperfeiçoamentos destinados à
aplicação industrial, para que o mesmo explore a invenção durante determinado período
de tempo.

A patente terá os seguintes prazos de vigência:

se for patente de invenção - prazo de 20 (vinte) anos.

se for patente de modelo de utilidade pelo prazo 15 (quinze) anos.

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O prazo inicial da patente é a partir do depósito do pedido do INPI e não a data da
concessão, mas desde o pedido já haverá uma proteção provisória, podendo haver a
retroação de seus efeitos, caso o pedido seja concedido.
DICA 174
PATENTES: LICENCIAMENTO
A Lei 14.200 de 2021, já em vigor desde setembro de 2021, trouxe importantes
mudanças na Lei de Propriedade industrial, dentre essas, vale destacar aquelas relativas à
licença compulsória de patentes. Mas, antes, devemos distinguir os tipos de licenciamento
de patentes:

Há dois tipos de licenciamento de patentes previstos na legislação:

Licenças voluntárias: são aquelas que o inventor permite que outra pessoa se utilize
do objeto patenteado, como uma espécie de aluguel, através de pagamento de royalties.

Licenças compulsórias: são aquelas que o inventor não permite que outra pessoa
se utilize de seu invento, mas ainda assim terá o seu bem móvel imaterial utilizado
livremente, desde que preenchidas alguns requisitos vistos a seguir.
DICA 175
LICENÇA COMPULSÓRIA DE PATENTES
A licença compulsória de patentes pode ser concedida como uma espécie de punição, por
uma questão técnica ou por interesse público, conforme arts. 68 e seguintes da lei de
patentes. Nesse sentido:

Licença compulsória punitiva: de acordo com art. 68 da Lei de Patentes, haverá a


concessão compulsória de patente quando o titular se utilizar dos seus direitos de forma
abusiva ou por meio dela praticar abuso de poder econômico.
Da mesma forma, haverá o licenciamento compulsório punitivo quando a não
exploração do objeto da patente no território brasileiro por falta de fabricação ou
fabricação incompleta do produto, ou, ainda, a falta de uso integral do processo
patenteado, ressalvados os casos de inviabilidade econômica, quando será admitida a
importação ou a comercialização não satisfizer às necessidades do mercado, desde que já
tenha transcorrido 03 anos da concessão da patente. Nesse sentido prevalece o
interesse público e a função social da propriedade.
DICA 176
LICENÇA COMPULSÓRIA DE PATENTES – OUTROS TIPOS

Licença compulsória técnica: prevista no art. 70 da lei de patentes. São requisitos


cumulativos para concessão de licenciamento técnico: a) ficar caracterizada situação de
dependência de uma patente em relação a outra; b) o objeto da patente dependente
constituir substancial progresso técnico em relação à patente anterior; e c) o titular não
realizar acordo com o titular da patente dependente para exploração da patente anterior.
DICA 177
LICENÇA COMPULSÓRIA DE PATENTES – OUTROS TIPOS

Licença compulsória por interesse público – prevista no artigo 71 da lei de


patentes, que merece a transcrição completa para melhor compreensão:

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Art. 71. Nos casos de emergência nacional ou internacional ou de interesse público
declarados em lei ou em ato do Poder Executivo federal, ou de reconhecimento de estado
de calamidade pública de âmbito nacional pelo Congresso Nacional, poderá ser concedida
licença compulsória, de ofício, temporária e não exclusiva, para a exploração da patente
ou do pedido de patente, sem prejuízo dos direitos do respectivo titular, desde que seu
titular ou seu licenciado não atenda a essa necessidade. (Redação dada pela Lei nº
14.200, de 2021).
A mudança legislativa surgiu em um momento crítico que a sociedade moderna está
passando com o problema das vacinas, por exemplo, razão pela qual merece um estudo
mais detalhado. A quebra de patentes é tema sempre importante para o Direito e para
as economias, razão pela qual mereceu as dicas aqui apresentadas.
Por fim, vale destacar o surgimento de nova modalidade de licenciamento por
razões humanitárias previsto no art.71, da Lei de Patentes:

Art. 71-A. Poderá ser concedida, por razões humanitárias e nos termos de tratado
internacional do qual a República Federativa do Brasil seja parte, licença compulsória
de patentes de produtos destinados à exportação a países com insuficiente ou
nenhuma capacidade de fabricação no setor farmacêutico para atendimento de
sua população. (Incluído pela Lei nº 14.200, de 2021)

DICA 178
MARCAS
Segundo Fabio Ulhoa Coelho, Marca é o designativo que identifica produtos e
serviços, não se confundindo com outros designativos presentes na empresa, assim o
nome empresarial (que identifica o empresário), o nome de domínio (designativo do canal
de negócios ambientado na internet) e o título de estabelecimento (referido ao local do
exercício da atividade econômica). Para o referido autor, são três os requisitos para
registro da Marca no INPI:

Novidade relativa: A marca deve apresentar uma novidade relativa, ou seja, não
precisa ser absoluta. A utilização do signo na identificação de produtos industrializados ou
comercializados, ou de serviços prestados, é que deve ser nova.

Não pode colidir com marca notória: ainda que a referida marca não seja
registrada no INPI, consoante previsão na Convenção de Paris que o Brasil é signatário.

Não pode haver impedimento legal para o registro da marca: nome civil, armas
oficiais, etc, previsão, art.124, Lei de Patentes.

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DIREITO PENAL

DICA 179
PUNIBILIDADE E SUAS CAUSAS DE EXTINÇÃO

PUNIBILIDADE

É a possibilidade jurídica de o Estado impor a sanção penal;

Como consequência da prática do crime, surge o JUS PUNIENDI;

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Declaração de ofício em qualquer fase (art. 61, CPP).

EFEITOS:
ANTES da sentença:

Atinge o jus puniendi;

Não persiste qualquer efeito do processo ou da sentença.


DEPOIS da sentença:

Em regra, atingem a execução ou alguns de seus efeitos, como a pena;

Excepcionalmente, pode atingir todos os efeitos, como no caso da anistia e da


abolitio criminis.

CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE:

Art. 107, CP; (ROL EXEMPLIFICATIVO).

DICA 180
ANISTIA

É a clemência do estado;
Voltada para o esquecimento de fatos considerados criminosos;

Concedida pelo poder legislativo, por meio de lei.


CUIDADO! Não cabe anistia:

Em crimes hediondos;

Aos equiparados aos crimes hediondos (3T).


DICA 181
INDULTO

Coletivo;

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 04
É a clemência do estado;

Voltada a todos os condenados;

Concedida pelo presidente da república, por meio de decreto;

Tem por finalidade perdoar o restante da pena ou parte dela;

Com vista, em regra, à política de esvaziamento do cárcere.


DICA 182
GRAÇA

Individual;

É a clemência do estado;

Voltada à um condenado;

Concedida pelo presidente da república, por meio de decreto;

Tem por finalidade perdoar o restante da pena ou parte dela;

Leva-se em consideração o mérito pessoal do sentenciado ou um possível erro


judicial.
DICA 183
CRIMES CONTRA A VIDA - HOMICÍDIO QUALIFICADO

O homicídio qualificado é hediondo (exceção: o homicídio qualificado-privilegiado não


é hediondo) e tem pena de 12 a 30 anos. São hipóteses de homicídio qualificado:

mediante paga ou promessa de recompensa;

motivo torpe;

motivo fútil: é o motivo insignificante.


IMPORTANTE: a ausência de motivo não é considerada motivo fútil, ou seja, é
melhor matar por “nada” do que por “pouco”;

emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou


cruel, ou de que possa resultar perigo comum: o emprego de veneno, para qualificar o
crime, deve ser dado para a vítima de forma astuciosa, ou seja, sem que ela saiba! Se
a vítima souber que está sendo envenenada poderá restar configurado o motivo cruel;

traição, emboscada, mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne


impossível a defesa do ofendido.

Ex.: vítima amarrada, algemada, de costas, dormindo, muito embriagada e etc;

para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.

Ex.: matar a testemunha de um roubo semanas depois do crime;


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com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido


MUITA ATENÇÃO!! pois essa hipótese é novidade trazida com o pacote anticrime,
mas cuidado, não é qualquer arma de fogo, somente as de uso restrito ou proibido);

a premeditação, por si só, não qualifica o homicídio.

QUESTÃO FGV – OAB, 2018.


Inconformado com o fato de Mauro ter votado em um candidato que defendia ideologia
diferente da sua, João desferiu golpes de faca contra seu colega, assim agindo com a
intenção de matá-lo. Acreditando ter obtido o resultado desejado, João levou o corpo da
vítima até uma praia deserta e o jogou no mar. Dias depois, o corpo foi encontrado, e a
perícia constatou que a vítima morreu afogada, e não em razão das facadas desferidas
por João.
Descobertos os fatos, João foi preso, denunciado e pronunciado pela prática de dois
crimes de homicídio dolosos, na forma qualificada, em concurso material.
Ao apresentar recurso contra a decisão de pronúncia, você, advogado(a) de João, sob o
ponto de vista técnico, deverá alegar que ele somente poderia ser responsabilizado
(a) pelo crime de lesão corporal, considerando a existência de causa superveniente,
relativamente independente, que, por si só, causou o resultado.
(b) por um crime de homicídio culposo, na forma consumada.
(c) por um crime de homicídio doloso qualificado, na forma tentada, e por um crime de
homicídio culposo, na forma consumada, em concurso material.
(d) por um crime de homicídio doloso qualificado, na forma consumada.
GABARITO: Letra D.
COMENTÁRIO: João responderá por homicídio doloso qualificado na forma consumada,
uma vez que tentou assegurar a ocultação de outro crime.
Fundamentação legal: Art.121, § 2°, V do CP.

DICA 184
FEMINICÍDIO
O Feminicídio é outra hipótese de homicídio qualificado;

O feminicídio é o homicídio de MULHER em uma dessas duas hipóteses: em situação


de violência doméstica e familiar ou em menosprezo à condição da mulher (essas
situações são chamadas de condições do sexo feminino);

O crime terá a pena aumentada de 1/3 até a metade se praticado:

durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;

contra pessoa menor de 14 (catorze) anos;

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contra maior de 60 (sessenta) anos (CUIDADO, pois não é contra o IDOSO, pois
idoso é todo aquele com 60 anos ou mais e para aumentar a pena no feminicídio é
preciso que a vítima tenha MAIS de 60 anos);

pessoa com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição


limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;

na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;

em descumprimento das medidas protetivas de urgência.


DICA 185
HOMICÍDIO FUNCIONAL

Outra hipótese de homicídio qualificado é o crime cometido contra:

integrantes da Marinha, Exército ou Aeronáutica;

integrantes das polícias: federal, rodoviária federal, ferroviária federal, civis, militares
e corpos de bombeiros militares, penais federal, estaduais e distrital.

integrantes do sistema prisional;

integrantes da Força Nacional de Segurança Pública;

quando estiverem no exercício da função ou em decorrência dela

ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em


razão dessa condição;
CUIDADO! se o agente estiver de férias ou de licença a qualificadora se aplicará, MAS
se estiver exonerado ou aposentado, não mais se aplicará, pois estará encerrado o
vínculo com o Estado;

a lei trouxe que a qualificadora abrange APENAS os parentes consanguíneos, ou seja,


ainda que seja injusto, não se aplica a filhos adotivos, por exemplo.

Parentes até terceiro grau atinge, por exemplo: avô e bisavô, tios e tias, irmãos,
filhos, netos. NÃO abrange, contudo, os primos, que são parentes de quarto grau.
DICA 186
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO

o homicídio privilegiado é na verdade uma causa de diminuição de pena, de 1/6 a 1/3


da pena;

para que esteja configurado o agente deve agir impelido por motivo de relevante
valor social ou moral;

relevante valor social é aquele que inspira clamor social, como por exemplo, alguém
que matasse o criminoso Lázaro, que vinha aterrorizando a população no centro do País;

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relevante valor moral é aquele relacionado a interesse privado do agente, como por
exemplo aquele que mata o estuprador de sua filha;

além das hipóteses, o agente deve agir sob o domínio de violenta emoção e logo
após injusta provocação da vítima;

provocação não se confunde com agressão. Se for agressão será legítima defesa;
MUITA ATENÇÃO: o agente deve estar sob o domínio da violenta emoção; se a
questão trouxer sob a influência, não será hipótese de homicídio privilegiado, mas de
homicídio simples com circunstância atenuante;
DICA 187
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO OU AUTOMUTILAÇÃO
CUIDADO! O crime foi muito alterado em 2019;

induzir é colocar a ideia na cabeça de alguém; instigar é alimentar uma ideia que já
existe; auxiliar é prestar qualquer ajuda material, como emprestar a corda para a pessoa
se enforcar ou o canivete para se automutilar;

o crime, em sua forma simples, é formal, ou seja, não precisa de resultado; ainda
que a vítima nem chegue a tentar o suicídio o crime estará consumado;

se do ato a vítima sofrer lesão LEVE, o crime será na forma simples, mas se a lesão
for GRAVE, GRAVÍSSIMA ou ocorrer a MORTE, o crime será qualificado;

além das formas qualificadas (nova pena mínima e máxima), o artigo ainda prevê
algumas causas de aumento:

motivo egoístico, torpe ou fútil;

DUPLICADA (2X)
vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa,
a capacidade de resistência.

por meio da rede de computadores, de rede social ou


ATÉ O DOBRO (ATÉ 2X)
transmitida em tempo real;

agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede


DE METADE (+1/2)
virtual.

ATENÇÃO!

Para que a pessoa possa ser induzida, instigada ou auxiliada a cometer suicídio ou
praticar automutilação é preciso que ela tenha capacidade de tomar essa decisão; por
este motivo, a lei entende que se a vítima tiver menos de 14 anos ou for deficiente
mental sem capacidade de discernimento ou não puder oferecer resistência, ela não
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tem condições de fazer essa escolha; assim, se o agente induzir, instigar ou auxiliar
qualquer das pessoas acima a se suicidar ou automutilar, ele não responderá por este
crime, e sim pela lesão corporal gravíssima ou pelo homicídio;
CONTUDO, essa exceção ocorre apenas se o resultado for lesão GRAVÍSSIMA ou
MORTE.

DICA 188
ABORTO PROVOCADO PELA GESTANTE

É chamado de autoaborto;

Se o aborto se der por tentativa de suicídio e a gestante não morrer pode ser aborto
tentado ou consumado;

É INDISPENSÁVEL o exame de corpo de delito, mas pode ser substituído por prova
testemunhal;

O chamado aborto econômico, quando a mãe pratica por não ter condições
financeiras, é crime;

ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO

se for sem consentimento da gestante terá pena mais grave;

será considerado sem consentimento se a gestante tiver até 14 anos; deficiente


mental; mediante fraude, violência ou grave ameaça;

a pena será aumentada de 1/3 se houver lesão grave ou duplicadas se houver morte
da gestante;
DICA 189
NÃO SERÃO PUNIDAS AS HIPÓTESES DE ABORTO LEGAL

terapêutico ou profilático, para salvar a vida da gestante por questões de saúde;

sentimental, humano ou ético, quando decorrente de estupro e a gestante


consentiu com o aborto;

quando o feto for ANENCÉFALO (por decisão do STF na ADPF 54);

é uma causa de extinção da punibilidade;


CUIDADO! O aborto de fetos com microcefalia NÃO é permitido.
DICA 190
DAS LESÕES CORPORAIS: LESÃO CORPORAL LEVE, GRAVE E GRAVÍSSIMA

Lesão corporal leve é toda aquela que não é grave, gravíssima ou seguida de morte;

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LESÃO GRAVE LESÃO GRAVÍSSIMA

incapacidade para atividades habituais por incapacidade permanente para o trabalho


mais de 30 dias

perigo de vida

aceleração de parto Aborto

debilidade permanente de membro e função perda de membro e função, deformidade


(caráter duradouro, mas não precisa ser permanente, enfermidade incurável
eterno)

LESÃO GRAVE LESÃO GRAVÍSSIMA

1 a 5 anos 2 a 8 anos

Dentes quebrados: lesão grave. (art. 129, §1º, III – debilidade permanente);

Perda de funções ou órgão duplos (como os rins): a perda de um é lesão grave


(debilidade) e dos dois é gravíssima (perda).

Vitriolagem: lesão gravíssima decorrente do uso de ácido sulfúrico;

Lesão corporal seguida de morte: não admite tentativa, por ser crime preterdoloso,
ou seja, o agente tem o dolo (intenção) de lesionar e a morte acaba sendo uma
consequência;
DICA 191
DOS CRIMES CONTRA A HONRA: CALÚNIA

Fato certo e definido como CRIME, ou seja, não basta a contravenção.

Ex.: dizer “João é ladrão” não é calúnia, mas sim difamação, pois o fato não é
determinado. Calúnia seria “Foi João quem roubou a bolsa de Maria ontem”.
O agente tem que SABER que o fato é falso, se ele achar que é verdade não é calúnia.

É punível contra os mortos (mas a vítima não é o morto e sim a sua família);

Tutela a honra objetiva (perante a sociedade);


DICA 192
DOS CRIMES CONTRA A HONRA: DIFAMAÇÃO

Imputar FATO determinado que seja ofensivo à reputação;


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Tutela a honra objetiva;

Se consuma quando terceiro tem conhecimento;

Advogado tem imunidade profissional.


DICA 193
DOS CRIMES CONTRA A HONRA: INJÚRIA

Ofensa à dignidade ou decoro;

Tutela a honra subjetiva (imagem que a pessoa tem dela mesma);

Perdão judicial: quando a vítima provocou de forma reprovável; retorsão imediata


com outra injúria;

INJÚRIA REAL: Praticada por violência ou vias de fato;

INJÚRIA PRECONCEITUOSA:

ofensa relacionada a raça, cor, etnia, religião, origem, idoso e PCD.

ofensa relacionada a orientação sexual também é injúria preconceituosa por


entendimento do STF;

É INAFIANÇÁVEL.
DICA 194
EXCEÇÃO DA VERDADE
Exceção da verdade: quando aquele que pratica a calúnia, injúria e difamação tem a
possibilidade de comprovar o que está dizendo;
A exceção da verdade cabe no crime de calúnia, a não ser que esteja falando do
Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro ou o agente já tiver sido
absolvido;
A exceção da verdade na difamação apenas quando se tratar de funcionário público;

Pedido de explicações: acontece quando a vítima fica na dúvida se a fala foi ofensiva
ou não e vai em juízo pedir que o autor da declaração explique o que quis dizer;

CALÚNIA DIFAMAÇÃO INJÚRIA

Fato certo e definido como Fato ofensivo à reputação Ofensa à dignidade ou


CRIME decoro

Possível contra os mortos Não é possível contra os Não é possível contra os


mortos mortos

Admite exceção da verdade Admite exceção da verdade Não admite exceção da


com exceções excepcionalmente verdade
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Não admite perdão judicial Não admite perdão judicial Admite perdão judicial

Admite retratação Admite retratação Não admite retratação

Cabe pedido de explicações Cabe pedido de explicações Cabe pedido de explicações

QUESTÃO FGV – OAB, 2020.


Durante uma reunião de condomínio, Paulo, com o animus de ofender a honra objetiva
do condômino Arthur, funcionário público, mesmo sabendo que o ofendido foi absolvido
daquela imputação por decisão transitada em julgado, afirmou que Artur não tem
condições morais para conviver naquele prédio, porquanto se apropriara de dinheiro do
condomínio quando exercia a função de síndico.
Inconformado com a ofensa à sua honra, Arthur ofereceu queixa-crime em face de
Paulo, imputando-lhe a prática do crime de calúnia. Preocupado com as consequências
de seu ato, após ser regularmente citado, Paulo procura você, como advogado(a), para
assistência técnica.
Considerando apenas as informações expostas, você deverá esclarecer que a conduta de
Paulo configura crime de
(a) difamação, não de calúnia, cabendo exceção da verdade por parte de Paulo.
(b) injúria, não de calúnia, de modo que não cabe exceção da verdade por parte de
Paulo.
(c) calúnia efetivamente imputado, não cabendo exceção da verdade por parte de Paulo.
(d) calúnia efetivamente imputado, sendo possível o oferecimento da exceção da
verdade por parte de Paulo.
GABARITO: Letra C.
COMENTÁRIO: No caso em epígrafe, verifica-se que Paulo quis ofender a honra
objetiva de Arthur, mesmo sabendo que a vítima foi absolvida do crime. Assim, tem-se
que não cabe exceção da verdade, consoante dispõe o art. 138, §3º, inciso III, do CP.
Vale dizer, a qualidade de funcionário público no caso é irrelevante, pois não estava no
exercício de suas funções.

DICA 195
PERSEGUIÇÃO

Crime novo, incluído no ano de 2021, também chamado de “STALKING”, consiste


em:

perseguir alguém;

reiteradamente e por qualquer meio;

ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica;


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restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou;

de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou


privacidade;

importante perceber que se trata de um crime habitual, ou seja, só se verifica com a


repetição dos atos;

CAUSA DE AUMENTO (+1/2):

contra criança, adolescente ou idoso;

contra mulher por razões da condição de sexo feminino (mesmas hipóteses do


feminicídio);

mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas ou com o emprego de arma.


DICA 196
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO: FURTO MAJORADO PELO REPOUSO
NOTURNO (1/3)
Período que a comunidade se recolhe para o repouso noturno. Não precisa ter gente
dormindo nem ocupação na casa.

FURTO PRIVILEGIADO: (1/3 a 2/3)

É causa especial de diminuição de pena, substituição por detenção ou apenas


aplicação de multa;

Quando o réu é primário e a coisa é de pequeno valor (um salário-mínimo, segundo


a jurisprudência);

O princípio da insignificância deve obedecer às balizas da insignificância pelo STF:

M Mínima ofensividade da conduta

A Ausência de periculosidade

R Reduzido grau de reprovabilidade

I Inexpressiva lesividade

DICA 197
FURTO QUALIFICADO

Destruição de rompimento ou obstáculo;

Abuso de confiança;

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Fraude: utilizada para distrair a vítima. No estelionato a fraude é empregada para
que a própria vítima entregue o bem ao autor;

Escalada: de modo anormal que não significa necessariamente subir, pode ser meio
subterrâneo, pular muro.

Destreza: é aquele que furta sem ser notado.

Chave falsa: tudo que possa abrir a fechadura. Cópia, grampo.

Concurso de duas ou mais pessoas.

FURTO SUPER QUALIFICADO:


Furto utilizando-se de explosivo ou análogo que cause perigo comum (é crime
hediondo);
Furto de substâncias explosivas ou acessórios (NÃO é crime hediondo).

FURTO QUALIFICADO DE VEÍCULO:


Veículo automotor que vá ser enviado a outro estado ou país.

FURTO QUALIFICADO – ABIGEATO:


Semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local
da subtração.

FURTO QUALIFICADO ELETRÔNICO:


Furto mediante fraude cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático;

conectado ou não à rede de computadores;

com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou a utilização de programa


malicioso;

ou por qualquer outro meio fraudulento análogo;

aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado mediante
a utilização de servidor mantido fora do território nacional;

aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é praticado contra idoso ou


vulnerável.

QUESTÃO FGV – OAB, 2021.


Paulo é dono de uma loja de compra e venda de veículos usados. Procurado por um
cliente interessado na aquisição de um veículo Audi Q7 e não tendo nenhum similar
para vender, Paulo promete ao cliente que conseguirá aquele modelo no prazo de sete
dias.
No dia seguinte, Paulo verifica que um carro, do mesmo modelo pretendido, se achava
estacionado no pátio de um supermercado e, assim, aciona Júlio e Felipe, conhecidos
furtadores de carros da localidade, prometendo a eles adquirir o veículo após sua
subtração pela dupla, logo pensando na venda vantajosa que faria para o cliente

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interessado.
Júlio e Felipe, tranquilos com a venda que seria realizada, subtraíram o carro referido e
Paulo efetuou a compra e o pagamento respectivo. Dias após, Paulo vende o carro para
o cliente. Todavia, a polícia identificou a autoria do furto, em razão de a ação ter sido
monitorada pelo sistema de câmeras do supermercado, sendo o veículo apreendido e
recuperado com o cliente de Paulo.
Paulo foi denunciado pela prática dos crimes de receptação qualificada e furto
qualificado em concurso material. Confirmados integralmente os fatos durante a
instrução, inclusive com a confissão de Paulo, sob o ponto de vista técnico, cabe ao
advogado de Paulo buscar o reconhecimento do
(a) crime de receptação simples e furto qualificado, em concurso material.
(b) crime de receptação qualificada, apenas.
(c) crime de furto qualificado, apenas.
(d) crime de receptação simples, apenas.
GABARITO: Letra C.
COMENTÁRIO: CP, art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: §
4º. A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: IV -
mediante concurso de duas ou mais pessoas (qualificadora).
CP, art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade (concurso de pessoas).
No caso da questão, Paulo participa do delito, por isso não há que se falar em
receptação. Tal crime apenas ocorreria se Paulo não soubesse e, após a consumação do
delito, praticasse algum dos verbos nucleares do tipo penal, quais sejam, adquirir,
receber, transportar, conduzir ou ocultar (...) sabendo ser produto de crime.

DICA 198
ROUBO
A violência ou grave ameaça pode ser também a violência imprópria, como o boa noite
cinderela;

ROUBO IMPRÓPRIO: quando a subtração vem antes da violência ou grave ameaça


e se utiliza a violência ou grave ameaça para assegurar a detenção da coisa. É um furto
que se transforma em roubo em razão das circunstâncias;

CAUSAS DE AUMENTO: o pacote anticrime trouxe várias alterações, principalmente


em relação ao emprego de arma e explosivos, fique atento aos patamares na tabela
abaixo:

Concurso de 2 ou mais Pessoas


1/3 ATÉ A METADE
Transporte de Valores

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Veículo destinado a outro Estado

Restrição da liberdade da vítima 1/3 ATÉ A METADE

Subtração de explosivos

Emprego de explosivo 2/3

Arma Branca 1/3 ATÉ A METADE

Arma de Fogo 2/3

Arma de Fogo Uso Restrito ou Proibido EM DOBRO

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PROCESSO PENAL

DICA 199
INTERROGATÓRIO
O interrogatório judicial é o ato por meio do qual o juiz ouve o acusado sobre sua
pessoa e sobre a imputação que lhe é feita.

Natureza jurídica do interrogatório:

Prevalece o entendimento de que o interrogatório possui natureza mista, na medida


em que funciona como de meio de defesa, sendo um desdobramento do princípio da
autodefesa; mas, eventualmente, quando o acusado decidir responder as perguntas do
juiz, pode funcionar como meio de prova.
Veja a importância do interrogatório: é a oportunidade que o acusado tem de,
pessoalmente, exercer o seu direito de autodefesa, dando a sua versão ao juiz da
causa.

Momento do interrogatório: o interrogatório é sempre o último ato do


procedimento. O interrogatório ocorre depois da oitiva das testemunhas, da vítima. É
sempre o último ato!
Há alguns procedimentos (ex.: lei de drogas) em que a lei prevê que o interrogatório seja
o primeiro ato do procedimento. Todavia, o STF (HC 127.900) já decidiu que o
interrogatório deve ser o último ato do procedimento, interpretação compatível com o
exercício da ampla defesa, devendo ser dada a oportunidade do acusado se manifestar
pessoalmente sobre todas as provas produzidas no processo.

Condução coercitiva:
O art. 260 do CPP prevê a possibilidade de condução coercitiva do acusado que, intimado,
não comparecer ao interrogatório. Todavia, o STF, na ADPF 444, decidiu pela não
recepção desse artigo pela Constituição Federal, proibindo expressamente a condução
coercitiva de investigados para o interrogatório. Isso porque existe o direito de não
produzir prova contra si mesmo. A partir do momento em que o interrogatório é uma
manifestação do direito de autodefesa, o réu pode não comparecer ao interrogatório, ou
ainda comparecer e permanecer calado.

CURIOSIDADE QUE FIXA: Independente de qualquer juízo de valor sobre os méritos


ou deméritos da operação, essa é uma das críticas feitas por parte da doutrina ao ex-juiz
Sérgio Moro, na condução da Operação Lava-Jato. Isso porque ele determinou diversas
vezes, em atos transmitidos ao vivo pela televisão, a condução coercitiva de diversos
investigados (Lula foi um deles, p. ex.) para o interrogatório, o que seria vedado,
consoante decisão do STF.
DICA 200
INTERROGATÓRIO POR VIDEOCONFERÊNCIA

INTERROGATÓRIO POR VIDEOCONFERÊNCIA

CABIMENTO: É possível o interrogatório por videoconferência de forma excepcional.


Exige-se decisão judicial fundamentada, podendo ser determinada de ofício ou a
requerimento da parte.
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HIPÓTESES: É cabível para:

Prevenir risco à segurança pública, quando existir suspeita de que o preso


integre organização criminosa ou que, por outra razão, possa fugir durante o
deslocamento;

Viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando houver


dificuldade do seu comparecimento em juízo, por doença, enfermidade, etc.;

Impedir a influência do réu sobre a testemunha ou a vítima, desde que não


seja possível colher o depoimento delas por videoconferência. Ou seja, primeiro deve
haver tentativa de colher o depoimento da vítima ou da testemunha por
videoconferência. Apenas na impossibilidade é que se toma o depoimento do
interrogado por meio de recursos tecnológicos.

Em razão de gravíssimas questões de ordem pública.

INTIMAÇÃO DAS PARTES: As partes devem ser intimadas acerca da decisão que
determinar o interrogatório por videoconferência, com no mínimo 10 dias de
antecedência.

DICA 201
CONFISSÃO
A confissão é a admissão feita pelo acusado acerca da materialidade e autoria do crime.

Classificação:

Confissão judicial: feita no âmbito do processo penal, na presença do juiz.

Confissão extrajudicial: feita na fase investigatória, na delegacia. Não pode, por si


só, embasar uma condenação, conforme art. 155 do CP.

Confissão simples: o réu confessa a prática do crime e não invoca nenhuma


excludente da ilicitude ou da culpabilidade.

Confissão qualificada: o réu confessa a prática do crime, mas alega que o praticou
sob a proteção de alguma excludente da ilicitude ou culpabilidade.
DICA 202
CARACTERÍSTICAS DA CONFISSÃO

A confissão é retratável. É perfeitamente possível que o acusado, após confessar o


crime, decida se retratar.

Além disso, a confissão é divisível. O acusado pode confessar a prática de um dos


crimes imputados pela acusação, mas negar o outro.
Nesse sentido, o art. 200 do CPP diz que “a confissão será divisível e retratável, sem
prejuízo do convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto”.

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DICA 203
VALOR PROBATÓRIO DA CONFISSÃO
A confissão NÃO é mais tida como a rainha das provas. Pelo contrário, a confissão tem o
mesmo valor probatório dos outros meios de prova, devendo ser interpretada com as
demais provas obtidas no processo.

É por isso que se diz que a confissão tem valor relativo, devendo ser confrontada com
as demais provas do processo.
Nesse sentido, o art. 197 do CPP: “o valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados
para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação, o juiz deverá confrontá-la
com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas, existe
compatibilidade ou concordância”.
DICA 204
DA CONFISSÃO

CIRCUNSTÂNCIA ATENUANTE:

De acordo com o art. 65, inciso III, alínea “d” do Código Penal, a confissão funciona
como circunstância atenuante, que atenua (diminui) a pena, incidindo na segunda fase
da dosimetria.

De acordo com o STJ, mesmo na confissão qualificada (em que o réu confessa, mas
alega uma excludente de ilicitude) aplica-se a atenuante quando utilizada pelo juiz
como elemento de convicção.
DICA 205
DECLARAÇÕES DO OFENDIDO (VÍTIMA)

O ofendido é a vítima do crime. Sempre que possível, deve ser ouvido.


ATENTE-SE: O ofendido NÃO deve ser confundido com as testemunhas. Ofendido
não é testemunha e por isso não presta o compromisso legal de dizer a verdade.

Ao contrário do que ocorre no interrogatório (STF – ADPF 444), caso o OFENDIDO


tenha sido intimado para prestar suas declarações e não compareça, é possível a sua
condução coercitiva.
DICA 206
PROVA TESTEMUNHAL

Testemunha é a pessoa capaz de depor perante a autoridade e que declara o que


sabe acerca de fatos que interessam à causa.

Quem pode ser testemunha (art. 202): qualquer pessoa pode ser testemunha,
desde que dotada de capacidade física para depor.

A incapacidade jurídica é irrelevante. Isso porque, no processo penal, os menores


de 18 ou 16 anos, e os deficientes mentais, por exemplo, podem prestar depoimento
como testemunha. É possível e de certa forma até comum que crianças sejam ouvidas
como testemunha no processo penal.

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DICA 207
PROVA TESTEMUNHAL

ORALIDADE (art. 204, CPP): O depoimento da testemunha é prestado oralmente,


não sendo permitido à testemunha levá-lo escrito e fazer sua leitura. Todavia, quando o
fato for complexo, ele pode fazer consulta a alguns breves apontamentos.
Todavia, há algumas autoridades (Presidente e Vice-Presidente da República, presidentes
do Senado, da Câmara e do STF) que podem optar pela prestação de depoimento
escrito, conforme art. 221, §1º do CPP.

TOMADA ANTECIPADA DO DEPOIMENTO (art. 225, CPP): caso haja algum risco
de alguma testemunha se ausentar, ou, por enfermidade ou velhice, houver receio de que
no momento da instrução criminal ela já não mais exista, poderá o juiz determinar, de
ofício ou a requerimento das partes, a tomada antecipada do depoimento.

SISTEMA DE PERGUNTAS: O CPP adotou como regra o sistema do cross


examination. Ou seja, as perguntas são feitas pelas partes (acusação e defesa),
diretamente à testemunha. O juiz só deve interferir e não admitir as perguntas que
puderem induzir as respostas das testemunhas, ou que não tiverem relação com a
causa ou ainda que importarem na repetição de outra pergunta já respondida.

Vejam: o Brasil NÃO adotou o sistema presidencialista, em que as partes fazem as


perguntas ao juiz e o juiz as refaz às testemunhas.
DICA 208
TESTEMUNHA OUVIDA POR CARTA PRECATÓRIA/ROGATÓRIA

A testemunha deve ser ouvida perante o juiz do lugar de sua residência (art. 222).
Assim, caso a testemunha resida em comarca distinta daquela em que está ocorrendo a
instrução criminal, deve ser expedida CARTA PRECATÓRIA para a sua oitiva. Nesse
caso, o juiz depreca a outro juízo, de outra comarca, a oitiva da testemunha. O juízo toma
o depoimento da testemunha e, após, devolve a carta precatória.

A expedição da carta precatória não suspende a instrução criminal. Ou seja, o juiz


pode dar andamento ao processo e à sua instrução enquanto a carta precatória não é
devolvida pelo juízo deprecado. Inclusive o julgamento pode ser realizado antes da
devolução da precatória, mas, uma vez cumprida, ela será juntada aos autos a
qualquer tempo (art. 222, §2).

No caso de testemunha que more no exterior, deve ser expedida CARTA


ROGATÓRIA. Nesse caso, considerando a dificuldade e demora no seu cumprimento, a
carta rogatória só será expedida se a parte demonstrar previamente a sua
imprescindibilidade, arcando com todos os custos de envio (art. 222-A).
DICA 209
DEVER DE PRESTAR DEPOIMENTO
IMPORTANTE! As pessoas que testemunharem a prática de um crime possuem o
dever de depor. Se, devidamente intimadas, podem inclusive ser conduzidas
coercitivamente pela autoridade policial (art. 218), podendo inclusive ser aplicada
multa à testemunha faltosa.

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Apesar dessa obrigatoriedade, há certas pessoas que podem se recusar a depor (art.
206), e outras que são inclusive impedidas de depor (art. 207).
EXCEÇÕES À OBRIGATORIEDADE DO DEPOIMENTO
A lei não proíbe de
CADI depor, mas apenas
São (Cônjuge, prevê que elas
DESOBRIGADOS, podem se recusar.
Ascendente,
ou seja, podem se
Descendente,
RECUSAR a depor:
Irmão) SALVO, quando não
for possível, por outro
modo, obter a prova
do fato. Nesse caso,
EXCEÇÕES à NÃO prestam o
obrigatoriedade compromisso.
do depoimento

Pessoas que, SALVO, se:


São em razão de
1) Forem desobrigadas
IMPEDIDOS sua função,
pela parte interessada;
de depor: devam guardar
segredo. 2) QUISEREM dar o
testemunho.

Ex.: padre, psicólogo,


advogado.

DICA 210
COMPROMISSO DE DIZER A VERDADE
IMPORTANTE! Ao contrário do interrogatório do réu e das declarações da vítima, na
oitiva das testemunhas há o compromisso de dizer a verdade. Isso significa que a
testemunha deve dizer o que sabe, não pode se omitir ou calar o que sabe.
Antes do início do depoimento da testemunha, o juiz faz a tomada do seu compromisso de
dizer a verdade. Caso a testemunha minta ou cale a verdade, cometerá o crime de falso
testemunho, previsto no art. 204 do Código Penal.
Todavia, não é toda testemunha que presta o compromisso de dizer a verdade. O art. 208
elenca as pessoas que não prestam o compromisso, sendo essas exceções
importantíssimas para a prova de vocês.

De acordo com o art. 208, as pessoas desobrigadas de dar depoimento são:

CADI (Cônjuge, Ascendente, Descendente e Irmão);

os deficientes mentais; e
os menores de 14 anos.

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Veja que essas pessoas podem dar o seu depoimento, mas serão consideradas como
declarantes ou informantes, pois não prestam o compromisso de dizer a verdade. É
por isso que as suas informações podem ser levadas em consideração pelo magistrado na
sentença, mas com certa cautela e parcimônia.
CUIDADO COM A PEGADINHA:
Prestem bem atenção. Os menores de 14 anos são desobrigados de prestar o
compromisso. CUIDADO, pois a FGV pode trocar isso, falando que são “menores de 16
anos” ou “menores de 18 anos” os desobrigados a dar depoimento.
DICA 211
PESSOAS QUE NÃO PRESTAM COMPROMISSO DE DIZER A VERDADE

As pessoas do art. 206, ou seja,


aquelas desobrigadas de dar
depoimento, que podem se
recusar a depor.
São os CADI (Cônjuge,
NÃO prestam o Ascendente, Descendente, Irmão)
compromisso de dizer a
verdade
(são considerados Doentes e deficientes mentais
informantes)
Art. 208,CPP

Os menores de 14 ANOS

DICA 212
NÚMERO DE TESTEMUNHAS
IMPORTANTE! As testemunhas devem ser apresentadas pela acusação no
momento do oferecimento da peça acusatória (denúncia ou queixa-crime). Já a
defesa deve apresentar o rol de testemunhas na resposta à acusação.

A quantidade de testemunhas varia de acordo com o procedimento a ser adotado. No


rito dos Juizados, por exemplo, a quantidade de testemunhas é menor, dada a maior
simplicidade e celeridade do procedimento. Abaixo, elaborei um quadro-resumo com a
quantidade de testemunhas para facilitar o seu estudo e revisão:

PROCEDIMENTO QUANTIDADE DE TESTEMUNHAS

Ordinário 8 testemunhas

Sumário 5 testemunhas

Sumaríssimo 3 testemunhas

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1ª fase: 8 testemunhas
Tribunal do Júri
2ª fase: 5 testemunhas

Lei de Drogas 5 testemunhas

DICA 213
ACAREAÇÃO
Acarear significa colocar em presença uma da outra, cara a cara, pessoas cujas
declarações são diferentes.

Por força do art. 229 do CPP, a acareação é admitida entre acusados, entre acusado e
testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e
entre pessoas ofendidas, sempre que suas declarações divergirem. Os acareados são
reperguntados para que expliquem pontos de divergência.
Veja que há previsão inclusive da possibilidade de acarear o acusado x vítima, pessoas
que não estão obrigadas a prestar compromisso de dizer a verdade.

O art. 230 do CPP traz uma previsão um tanto quanto curiosa: a acareação por
carta precatória. A intenção do legislador é possibilitar a acareação de uma testemunha
que resida em outra comarca.
DICA 214
PROVA DOCUMENTAL
As partes podem apresentar documentos em qualquer fase do processo, salvo, as
limitações da própria lei. São considerados documentos quaisquer escritos, papéis,
instrumentos, sejam eles públicos ou particulares.

No Júri, não será permitida a leitura de documento durante o julgamento que não
tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 dias úteis.

A produção da prova documental pode ser espontânea (quando há juntada pelas


partes), ou provocada (quando o juiz determina, independente de requerimento das
partes, a sua juntada aos autos, nos termos do art. 234).

CARTAS - as cartas são invioláveis, nos termos do art. 5º, inciso XII. É por isso que
o art. 233 do CPP prevê que as cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios
criminosos, não são admitidas em juízo. Isso, porém, não impede a juntada de cartas por
parte de um dos destinatários, nos termos do art. 233, p. único.
DICA 215
BUSCA E APREENSÃO

CONCEITO: A busca é o ato de procurar algo ou alguém. A apreensão é a medida de


constrição, que guarda algo ou alguém. Pode haver busca sem apreensão, ou vice-versa.

INICIATIVA E DECRETAÇÃO: O art. 242 do CPP prevê que “a busca pode ser
determinada de ofício ou a requerimento de qualquer das partes”. Todavia, acerca

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da iniciativa, é necessário distinguir a busca pessoal da busca domiciliar, pois o
tratamento é distinto.
DICA 216
DA BUSCA PESSOAL

A busca pessoal pode ser determinada pela autoridade policial ou pela autoridade
judiciária. Nas hipóteses do art. 244 do CPP, a busca pessoal INDEPENDERÁ de
mandado judicial.

Ou seja, a busca pessoal não dependerá de mandado judicial no caso de prisão ou


quando houver fundada suspeita de que:

A pessoa esteja na posse de arma proibida;

A pessoa esteja na posse de objetos ou papéis que constituam corpo de delito;

Quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar

Já a busca domiciliar somente pode ser realizada através de mandado expedido pela
autoridade judiciária (art. 241).
FIQUE ATENTO!

A busca pessoal recai sobre o próprio indivíduo e seus pertences.

A busca em mulher será feita por outra mulher, se isso não importar retardamento
ou prejuízo da diligência (art. 249).
DICA 217
BUSCA DOMICILIAR

Busca domiciliar é a ocorrida no âmbito da residência da pessoa investigada.


Não podemos confundir a busca domiciliar com as hipóteses em que a Constituição
Federal autoriza a invasão de domicílio (art. 5º, inciso XI, CF).
Diz o art. 5º, inciso XI, CF que “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém
podendo penetrar sem o consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito
ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial”.

Portanto, a CF autoriza a invasão do domicílio:

no caso de flagrante delito ou desastre;

para prestar socorro;

por determinação judicial, durante o dia.


A busca domiciliar diz respeito à parte final deste artigo, ou seja, aquela determinada
pela autoridade judicial durante o dia.
Disso já podemos perceber que a noite é possível a invasão do domicílio, mas não para o
cumprimento de mandado de busca domiciliar. É possível em caso de flagrante ou para
prestar socorro, mas NÃO para cumprir o mandado de busca domiciliar!!!

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DICA 218
BUSCA DOMICILIAR
No caso de busca domiciliar, que só pode ser realizada por determinação judicial,
mediante mandado, a autoridade só poderá ingressar durante o DIA.
Sobre o conceito do que seria “dia”, a nova Lei de Abuso de Autoridade prevê que é
crime de abuso de autoridade o agente cumprir mandado de busca domiciliar após às
21h ou antes das 5h (Lei 13.869/2019, art. 22, §11 inciso III).

ATENÇÃO!!

No caso de flagrante delito NÃO se exige mandado.

Sabem qual a consequência prática disso? Olhem só!

Nos crimes permanentes, a consumação se protrai no tempo. Com isso, a situação


de flagrante também perdura enquanto não cessado o crime!!!
Então, por exemplo, se a autoridade policial sabe que uma determinada residência é
utilizada para depósito de drogas (crime de tráfico previsto no art. 33 da Lei de Drogas,
na modalidade “ter em depósito”), é possível a invasão do domicílio independente de
mandado judicial, considerando a situação de flagrância do crime permanente.
Veja o art. 303 do CPP: “nas infrações permanentes, entende-se o agente em
flagrante delito enquanto não cessar a permanência”.

QUESTÃO FGV – OAB, 2019.


Adolfo e Arnaldo são irmãos e existe a informação de que estão envolvidos na prática
de crimes. Durante investigação da suposta prática de crime de tráfico de drogas, foi
deferida busca e apreensão na residência de Adolfo, em busca de instrumentos
utilizados na prática delitiva.
O oficial de justiça, com mandado regularmente expedido, compareceu à residência de
Adolfo às 03.00h, por ter informações de que às 07.00h ele deixaria o local. Apesar da
não autorização para ingresso na residência por parte do proprietário, ingressou no
local para cumprimento do mandado de busca e apreensão, efetivamente apreendendo
um caderno com anotações que indicavam a prática do crime investigado.
Quando deixavam o local, os policiais e o oficial de justiça se depararam, na rua ao
lado, com Arnaldo, sendo que imediatamente uma senhora o apontou como autor de
um crime de roubo majorado pelo emprego de arma, que teria ocorrido momentos
antes.
Diante disso, os policiais realizaram busca pessoal em Arnaldo, localizando um celular,
que era produto do crime de acordo com a vítima, razão pela qual efetuaram a
apreensão desse bem.
Ao tomar conhecimento dos fatos, a mãe de Adolfo e Arnaldo procurou você, como
advogado(a), para a adoção das medidas cabíveis.
Assinale a opção que apresenta, sob o ponto de vista técnico, a medida que você
poderá adotar.

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(a) Pleitear a invalidade da busca e apreensão residencial de Adolfo e a da busca e
apreensão pessoal em Arnaldo.
(b) Pleitear a invalidade da busca e apreensão residencial de Adolfo, mas não a da
busca e apreensão pessoal de Arnaldo.
(c) Não poderá pleitear a invalidade das buscas e apreensões.
(d) Pleitear a invalidade da busca e apreensão pessoal de Arnaldo, mas não a da busca
e apreensão residencial de Adolfo.
GABARITO: Letra B.
COMENTÁRIO: A busca e apreensão domiciliar de Adolfo é considerada ilegal, uma vez
que ocorreu em horário diverso do que é permitido, isto é, durante à noite. Nesse
sentido, segue a íntegra do art. 5º, inciso XI, da CF/88.
CF, Art. 5º, XI. A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
O que é considerado DIA para os efeitos do referido dispositivo?
Tradicionalmente, a doutrina entendia como dia o intervalo que vai das 6h da manhã às
18h.
Todavia, a nova lei de abuso de autoridade (art. 22, §1º, inciso III) alterou este
parâmetro, considerando dia para a busca e apreensão o período das 5h às 21h.
Superado essa parte, passa-se a análise da busca pessoal de Arnaldo. Com relação a
esta busca, tem-se que foi realizada de acordo com os parâmetros da lei (art. 240,
CPP).
Portanto, você como advogado deveria pleitear a invalidade da busca e apreensão
residencial de Adolfo, mas não a da busca e apreensão pessoal de Arnaldo.

DICA 219
PRISÃO

Há duas espécies de pena que interessam ao direito processual penal:

1) a prisão penal;
2) a prisão processual, ou prisão cautelar, ou provisória.

Na PRISÃO PENAL, o criminoso já foi processado, condenado, havendo trânsito em


julgado da pena. Ele está lá cumprindo a sua pena devidamente imposta pelo juiz.

Já na PRISÃO PROCESSUAL, também chamada de prisão cautelar ou prisão


provisória, isso não acontece. não há trânsito em julgado e muitas vezes sequer há
processo instaurado. Os motivos da prisão aqui são outros, que não a decisão
condenatória do juiz.

Nesse sentido, há 3 espécies de prisões cautelares:


1) prisão em flagrante;
2) prisão preventiva;
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3) prisão temporária.
As prisões processuais, não possuem a finalidade punir o réu. A finalidade de cada
uma varia de acordo com sua espécie.
DICA 220
PRISÃO EM FLAGRANTE
A prisão em flagrante é muito conhecida.

Ex.: Você está dormindo, percebe uma movimentação estranha em sua casa. Acorda e
decide ligar no 190. A polícia chega e realmente pega o bandido em flagrante, no interior
de sua casa, armado, prestes a roubá-la.
Qualquer pessoa do povo PODE decretar a prisão em flagrante (art. 301, CPP),
sendo que a autoridade policial DEVE decretá-la.
A prisão em flagrante é aquela imposta quando o crime está queimando, quando a
infração está prestes a acontecer. É por isso mesmo que ela independe de mandado
judicial. A autoridade policial pode decretá-la independente de mandado.
DICA BÔNUS
ESPÉCIES DE FLAGRANTE
As hipóteses que autorizam o flagrante estão previstas no art. 302 do CPP.

Flagrante
PRÓPRIO O agente está cometendo o crime (art.
302, inciso I), ou acabou de cometer
(art. 302, I (art. 302, inciso II).
e II)

Flagrante O agente é PERSEGUIDO, logo


IMPRÓPRIO após, em situação que é possível
(quase- presumir ser ele o autor do
Espécies de flagrante) crime.
flagrante
Art. 302, III
(Art. 302)

O agente é preso LOGO DEPOIS de


Flagrante cometer o crime, com
PRESUMIDO instrumentos, armas, objetos,
que façam PRESUMIR ser ele o
Art. 302, IV
autor do crime.

É possível prender em flagrante mesmo depois da prática da infração, seja no caso


de perseguição (flagrante impróprio ou quase-flagrante), ou ainda quando, logo depois
do crime, o agente é encontrado na posse de objetos que levam à presunção de que é
ele o autor do crime.

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DIREITO DO TRABALHO

DICA 221
ACIDENTE DE TRABALHO
O acidente de trabalho é uma situação que em muitos casos se apresenta diante de todos
nós no Direito do Trabalho. Sendo assim, o "acidente de trabalho é o que ocorre pelo
exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados
referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho", como diz o artigo 19 da Lei 8.213 /91.

Veja como isto já foi cobrado em um Exame da OAB:

QUESTÃO FGV – OAB, 2012.


Consideram-se acidentes do trabalho:
a) os acidentes típicos, a doença profissional, a doença do trabalho e as hipóteses
definidas em lei a ele equiparadas.
b) a doença degenerativa, a inerente a grupo etário e a doença endêmica.
c) para fins de responsabilidade civil do empregador, somente os acidentes típicos e a
doença profissional.
d) apenas os acidentes típicos, a doença ocupacional e os acidentes in itinere.
GABARITO: Letra A.

DICA 222
DOENÇAS OCUPACIONAIS
As doenças ocupacionais se dividem em duas categorias:

Doenças Profissionais

também chamadas de “ergopatias”

DOENÇAS
OCUPACIONAIS
Doenças do Trabalho

também chamadas de “mesopatias”

E qual é a diferença entre essas duas classificações?

As doenças profissionais (que exigem a comprovação de nexo de causalidade) são as


que vem do contínuo exercício laboral de certa atividade, como por exemplo o
hidragismo, uma doença causada pela exposição ao mercúrio.

Já as doenças de trabalho, são aquelas que podem acometer qualquer pessoa,


todavia para um determinado grupo de pessoas, o risco é majorado.
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 04
Ex.: Bronquite asmática, que vem de um fator genético, mas se a pessoa trabalha com
algum fator de risco, a probabilidade desta pessoa desenvolver a doença é bem maior.
DICA 223
AUXÍLIO-DOENÇA
Reconhecido pela sigla B-31, o auxílio-doença (também chamado de benefício por
incapacidade temporária) visa dar ao empregado, que não tem condições de saúde de
estar em suas funções, uma ajuda de custo. Vale a pena ressaltar que este benefício da
Previdência Social não tem natureza remuneratória, todavia sim uma natureza
indenizatória.
Tem carência? O auxílio doença previdenciário tem um período de carência de 12
contribuições mensais, exceto quando ocorrer acidente ou doenças graves
especificadas em lei.

Quais são as doenças que não exigem a carência?

tuberculose ativa;

hanseníase;

alienação mental;

esclerose múltipla;

hepatopatia grave;

neoplasia maligna;

cegueira;

paralisia irreversível e incapacitante;

cardiopatia grave;

doença de Parkinson;

espondiloartrose anquilosante;

nefropatia grave;

estado avançado da doença de Paget;

síndrome da deficiência imunológica adquirida (AIDS) ou


contaminação por radiação.

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IMPORTANTE: O regime de teletrabalho não exclui a responsabilidade do
empregador por patologias e acidentes decorrentes do trabalho exercido pelo
empregado.
DICA 224
AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO
Identificado pela Previdência pela sigla B91, o auxílio doença acidentário é o benefício
concedido ao segurado que ficou mais de 15 dias incapacitado para o trabalho devido a
um acidente de trabalho ou doença que decorre do trabalho.
Em outras palavras: Este auxilio, bem como o anterior, visa dar esta ajuda ao
empregado, porém difere-se porque no caso do auxílio doença acidentário (também
chamado de auxílio acidente), o acidente ou doença deve vir da atividade laboral. Já
no caso auxílio doença comum, o empregado pode ficar incapacitado por qualquer doença
comum, como por exemplo, uma pneumonia), sem que esta doença tenha a ver com suas
condições de trabalho.

ATENÇÃO!

O recebimento de auxílio-acidente não depende de contribuição, para a previdência social


por, no mínimo, doze meses.

Art. 26 da Lei 8.213/91: Independe de carência a concessão das seguintes prestações:


I - pensão por morte, salário-família e auxílio-acidente;

Veja como a banca já cobrou isto:

QUESTÃO FGV – OAB, 2010.


Paulo, empregado de uma empresa siderúrgica, sofreu acidente do trabalho, entrando
em gozo de auxílio-doença acidentário, a partir do décimo sexto dia de seu afastamento.
Durante este período de percepção do benefício previdenciário, ele foi dispensado sem
justa causa por seu empregador. Diante do exposto, assinale a alternativa correta:
a) Paulo tem direito a ser reintegrado, com fundamento na garantia provisória de
emprego assegurada ao empregado acidentado.
b) Paulo tem direito a ser readmitido, com fundamento na garantia provisória de
emprego assegurada ao empregado acidentado.
c) Paulo tem direito a ser readmitido, em razão da interrupção do contrato de trabalho
que se operou a partir do décimo sexto dia de afastamento.
d) Paulo tem direito a ser reintegrado, em razão da suspensão do contrato de trabalho
que se operou a partir do décimo sexto dia de afastamento.
RESPOSTA: Letra D.
COMENTÁRIO: Neste caso, é importante que o nobre estudante saiba a diferença entre
reintegração e readmissão:

readmissão: o empregador está de boa-fé, pois não sabia as causas que tornavam a
demissão incorreta.
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reintegração: o empregador está de má-fé. Por isto, este caso gera uma garantia do
emprego.

DICA 225
ATIVIDADES DO SINDICATO

São atividades do sindicato:

função de representação; (o art. 513 da CLT e do art. 8º, III, da Constituição Federal)

função negocial;

função assistencial; (como por exemplo a prestação de serviços médicos e jurídicos)

função parafiscal.
DICA 226
DOENÇAS EXCLUÍDAS

A Lei n. 8.213/91, em seu art. 20, § 1º, traz as doenças que não são consideradas
como doenças ocupacionais:

doença degenerativa.

doença inerente ao grupo etário

doença que não produz incapacidade.

doença endêmica, ou seja, aquela que existe em determinado lugar ou região de forma
constante. Cuidado com este último caso: A doença endêmica pode sim ser
considerada ocupacional se ela vier da forma de trabalho exercida pelo empregado.

Ex.: A doença de Chagas é uma patologia endêmica em certos lugares, como a Região
Norte. Não é considerada doença ocupacional. Mas, se a pessoa que a tiver for um
pesquisador que teve de ir à uma região endêmica pesquisar sobre pessoas com esta
mesma doença, para ele é considerada uma doença ocupacional.
DICA 227
ASSÉDIO ORGANIZACIONAL
O assunto assédio organizacional ainda é um pouco comentado e as vezes, confundido
com o assédio moral. Cuidado para não se confundir com isto. O assédio organizacional
tem por intuito todo o grupo de trabalhadores sem distinção, por meio da chamada
“gestão de pressão”, fazendo uma exigência muito forte dos colaboradores daquele
ambiente, dando aos que o sofrem um sofrimento psíquico forte.

Pode ocorrer no home office? Sim.


Em outras palavras: O assédio moral, em regra, é direcionado para uma pessoa. Já
o assédio organizacional é direcionado para um grupo de empregados, sendo tal assédio
praticado pelos empregadores, trazendo danos psicológicos a estes colaboradores, que
se veem sufocados com metas excessivas.

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DICA 228
CTPS - RECLAMAÇÕES POR FALTA OU RECUSA DE ANOTAÇÃO
A CTPS é documento extremamente importante. Caso a empresa venha a se recusar
assinar a CTPS, o empregado pode, até mesmo antes de ajuizar a Reclamação
Trabalhista, comparecer até a Delegacia Regional ou órgão autorizado, para
apresentar reclamação:
Art. 36 da CLT:” recusando-se a empresa fazer às anotações a que se refere o art. 29 ou
a devolver a Carteira de Trabalho e Previdência Social recebida, poderá o empregado
comparecer, pessoalmente ou intermédio de seu sindicato perante a Delegacia Regional
ou órgão autorizado, para apresentar reclamação.”
LEMBRANDO: As anotações apostas pelo empregador na CTPS do empregado não
gozam de presunção absoluta, mas apenas presunção relativa. Nesse sentido, o
entendimento do TST:

Súmula 12, TST: “As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional
do empregado não geram presunção juris et de jure, mas apenas juris tantum”.
PRESUNÇÃO JURIS TANTUM = PRESUNÇÃO RELATIVA

E qual é o prazo para que o empregador faça todas as anotações na CTPS? O prazo
máximo será de 48 horas para fazer todas as anotações necessárias na CTPS.
DICA 229
LIVRO DE REGISTRO DE EMPREGADOS

Faz parte das obrigações do empregador fazer o devido registro de seus


empregados, por intermédio do preenchimento dos dados dos funcionários. Para esta
obrigação seja adimplida, o empregador pode adotar livros, fichas ou sistema eletrônico,
preenchendo-os com as informações.

E mais: Recentemente, foi autorizado que o chamado eSocial (um sistema eletrônico
de registro de dados) pudesse fazer a substituição do livro de registro de empregados, ou
seja, de forma gradual, esses dados deixarão de ser preenchidos no Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged) e na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
DICA 230
ENTREGA DA CTPS
É importante que você saiba que só o próprio empregado pode retirar a CTPS nos
órgãos autorizados para sua emissão ou em algum dos postos autorizados. Neste ato, ele
firmará um recibo para comprovar a entrega da Carteira, conforme traz o art. 25 da
CLT. Ainda é de suma importância que você tenha conhecimento
E se o empregado esquece ou não pega sua CTPS, deixando-a na sede da
empresa? Bom, neste caso, cabe o ajuizamento da ação de consignação em
pagamento, visando entregar a CTPS este empregado.
TOME NOTA: A CTPS é obrigatória para o exercício de qualquer emprego,
inclusive de natureza rural, ainda que em caráter temporário, e para o exercício por
conta própria de atividade profissional remunerada.

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DICA 231
TRABALHO EM CONDIÇÕES INSALUBRES
O art. 189 da CLT normatiza o seguinte: “Serão consideradas atividades ou operações
insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham
os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em
razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos”.

Eu trabalho com agentes de insalubridade, só que de forma intermitente. Tenho


direito ao adicional de insalubridade? SIM.
Súmula 47, TST: “O trabalho executado em condições insalubres, em caráter
intermitente, não afasta, só por essa circunstância, o direito à percepção do respectivo
adicional”.

Sou empregador e forneço para meus empregados aparelho de proteção. Posso


deixar de pagar o adicional de insalubridade? NÃO.
Súmula 289, TST: “O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo
empregador não o exime do pagamento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar
as medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, entre as quais as
relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado”.

DICA 232
DIFERENÇA ENTRE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E HONORÁRIOS DE
SUCUMBÊNCIA

Os Honorários de Sucumbência são os devidos pela parte perdedora para o


advogado da parte vencedora. E isto vale até caso ele atue em causa própria. Os
percentuais dos honorários de sucumbência variam de 5% a 15%.
E mais: Estes honorários sucumbências são devidos em casos também de justiça
gratuita.

Já os Honorários Advocatícios tem seus valores estabelecidos pela tabela da


OAB e acordados no contrato do advogado para com o cliente.
DICA 233
ABONO ANUAL
É uma espécie de 13º salário devido ao segurado e ao dependente da Previdência
Social que, durante o ano, recebeu auxílio-doença, auxílio-acidente ou aposentadoria,
pensão por morte ou auxílio-reclusão. Às vezes, ocorre de haver uma antecipação do
pagamento deste abono anual. Atualmente, a maior parte dos beneficiários da Previdência
Social são pessoas idosas, doentes ou inválidas.

Para não esquecer:

CLT/RGPS → 13º salário;


Servidor/RPPS → Gratificação natalina;
Segurado que recebe benefícios (nem todos) → Abono anual.
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DICA 234
TRABALHO EM CONDIÇÕES PERIGOSAS
O art. 193 da CLT é muito específico quanto ao que é considerado como trabalho em
condições perigosas: “São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da
regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua
natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição
permanente do trabalhador a:

inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;

roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança


pessoal ou patrimonial”
IMPORTANTE: Trabalhar em motocicleta também é considerado como trabalho
em condições perigosas.
O TST possui o entendimento no sentido de que a exposição do empregado a radiação
ionizante ou a qualquer substância radioativa (ex.: trabalho em usina nuclear)
também faz surgir o pagamento do adicional de periculosidade. Observe:

OJ SDI-1 345, TST:

“A exposição do empregado à radiação ionizante ou à substância radioativa enseja a


percepção do adicional de periculosidade, pois a regulamentação ministerial (Portarias
do Ministério do Trabalho n. 3.393, de 17.12.1987, e 518, de 07.04.2003), ao reputar
perigosa a atividade, reveste-se de plena eficácia, porquanto expedida por força de
delegação legislativa contida no art. 200, caput, e inciso VI, da CLT. No período de
12.12.2002 a 06.04.2003, enquanto vigeu a Portaria n. 496 do Ministério do Trabalho, o
empregado faz jus ao adicional de insalubridade”.

DICA 235
PROFISSIONAL DE EMPILHADEIRA E PERICULOSIDADE
O profissional de empilhadeira (também chamado de operador) tem direito ao adicional de
periculosidade? Segundo recente decisão do TST, sim. No caso em questão, este
profissional tinha direito ao adicional por realizar troca de botijão de gás. Lembrando que
estamos falando de periculosidade, logo, de um risco de morte imediata.

Decisão do TST: RR 1002302-81.2014.5.02.0464

Como isto pode cair na minha prova?

QUESTÃO SIMULADA.
Laurêncio é operador de empilhadeira na empresa XYZK LTDA., realizando troca de
botijões de gás, estando em contato direto com gases inflamáveis, que podem causar
explosões. Diante do entendimento consolidado pelo TST, podemos dizer que Laurêncio:
a) Tem direito ao adicional de periculosidade.
b) Não tem direito a nenhum adicional.

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c) Tem direito ao adicional de insalubridade.
d) Tem direito tanto ao adicional de insalubridade quanto ao de periculosidade, podendo
receber ambos ao mesmo tempo.
RESPOSTA: Letra a.

DICA 236
A GESTANTE EM LOCAIS INSALUBRES
A gestante e a lactante podem laborar em locais insalubres? Bom, de forma
bem simplificada tanto a grávida quanto a lactante não podem laborar em locais
insalubres. Ou seja, cabe ao empregador trocar essa mulher gestante ou lactante de uma
função insalubre para uma não insalubre (porém mantendo o pagamento do adicional de
insalubridade mesmo assim) ou caso na empresa não haja nenhuma atividade que não
seja insalubre, cabe ao empregador afasta-la pelo ISS.
DICA 237
LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS

Antes de tudo: O que vem a ser a LER? Essa sigla quer dizer lesões por esforços
repetitivos. As LER’s passaram a ser reconhecidas como de fato doença do trabalho a
partir do ano de 1987, por intermédio da Portaria n. 4.062, de 6 de agosto de 1987, do
Ministério da Previdência Social.
Daí pode surgir a dúvidas: LER é apenas um tipo de doença? Não, a LER é
qualquer doença de trabalho, proveniente de esforços repetitivos de uma mesma
função.

São exemplos de LER: A lombalgia, a tendinite, a bursite, o cisto sinovial entre outros.

No filme “Tempos Modernos”, o personagem do ator Charles Chaplin fica tanto tempo
realizando seu trabalho com movimentos e esforços repetitivos, que ao largar da fábrica,
prossegue fazendo os mesmos esforços, embora já esteja fora do ambiente laboral.
Sabendo de todas as informações, é importante que se tenha em mente o fato que,
segundo alguns especialistas, as LER’s aumentaram consideravelmente durante o
período da pandemia, pois o home office faz com que a pessoa passe o seu período
em casa, porém trabalhando. Um exemplo clássico é a pessoa que trabalha
digitando, e fica horas e mais horas nesta mesma posição. Por ser um assunto
atual, consideramos importante você saber deste assunto.

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DICA 238
PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO – PAIR
Também chamada de Perdas Auditivas Induzidas por Níveis Elevados de Pressão Sonora e
se trata de alterações de cunho neurossensorial na audição do indivíduo. E mais: Há
atualmente uma limitação de decibéis para que não haja prejuízo à saúde. Este
limite é de 85 decibéis, para jornadas de 8 horas de trabalho. Lembrando que essa perda
de audição é uma perda auditiva mecânica. A PAIR também causa zumbidos, alterações
do sono entre outros problemas.

É um problema irreversível.
DICA 239
GESTANTES E ATIVIDADES PRESENCIAIS
A lei 14.151/21 afastou gestantes do trabalho presencial enquanto houver estado de
emergência de saúde pública causada pelo coronavírus.

Vejamos: Art. 1º - Durante a emergência de saúde pública de importância nacional


decorrente do novo coronavírus, a empregada gestante deverá permanecer afastada das
atividades de trabalho presencial, sem prejuízo de sua remuneração.
Ocorre que muitas dúvidas nasceram agora no ano de 2022, e até o fechamento deste
material, o Senado Federal aprovou o PL 2.028/21, PL esta que determina o retorno
das gestantes imunizadas às atividades presenciais e, por fim, concede salário-
maternidade àquelas que ainda não foram devidamente imunizadas.
DICA 240
RESTRIÇÕES AO TRABALHO DO MENOR
As proibições tem por intuito preservar a saúde e desenvolvimento do menor.

Vejamos a seguir estas vedações legais de trabalho do menor:

Proibição do trabalho penoso;

Proibição do trabalho noturno;

Proibição do trabalho em condições prejudiciais à formação e ao


desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;

Proibição de trabalhos prejudicial à moralidade


(ex: feitos de qualquer forma em teatros de revista, cinemas, boates,
cassinos, cabarés, dancings entre outros);

Proibição do trabalho que impeça a frequência ao colégio.

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PROCESSO DO TRABALHO

DICA 241
RECURSO ORDINÁRIO

Possui duas hipóteses de cabimento, estabelecidas no art. 895 da CLT: Das decisões
definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e das decisões
definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência
originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios
coletivos. Para fixar melhor:

Proferidas pelo Juiz do Trabalho, com julgamento


pelo TRT

DECISÕES
AONDE HÁ
CABIMENTO Proferidas pelo TRT em ações de competência
DO R.O. originária nos dissídios individuais e coletivos
(ex.: ação rescisória, dissídio coletivo, mandado
de segurança), com julgamento pelo TST

DICA 242
TEMPESTIVIDADE
A tempestividade nada mais é do que a interposição do recurso no prazo previsto
por lei, no caso do recurso ordinário o prazo de interposição para este tipo recurso é de
oito dias. Sendo interposto fora deste prazo, o recurso será intempestivo.
Como não esquecer deste prazo?

Ordinário
Oito dias

DICA 243
MÉRITO DO RECURSO
O mérito do recurso realiza e faz parte da apreciação pelo tribunal de tudo aquilo que o
magistrado analisou em sentença, no caso do recurso ordinário, temos de nos atentar 487
do CPC, que afirma:

Haverá resolução de mérito quando o juiz:

I- acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;

II- decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;

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III - homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do§ 1 o do art. 332, a prescrição e a
decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de
manifestar-se.

TOME NOTA: Neste caso, é importantíssimo que você saiba que temos decisões
terminativas (extingue o processo sem resolução do mérito), com resolução parcial do
mérito e as decisões definitivas (que julgam o mérito definitivamente). Cabe recurso
ordinário para todos estes casos.
Se sua peça na segunda fase for um RO, você deve pedir o provimento do recurso
para reformar a sentença.
Para fixar bem na sua mente:

RO
Cabível em:

Decisões definitivas
(com resolução do
mérito)

Decisões terminativas
(sem resolução do
mérito)

DICA 244
CUSTAS PROCESSUAIS
Lembrando sempre que a responsabilidade pelo pagamento das custas é da parte vencida
no processo, conforme o art. 789, § 1º, da CLT normatiza. E mais: Se reclamante ganhar
pelo menos um pedido: RECLAMADA É VENCIDA.

Sabendo disto, na fase de conhecimento, as custas são sempre no percentual de


2%, havendo uma variação apenas da base de cálculo:

sobre o valor do acordo ou da condenação.

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sobre o valor da causa, se houver extinção do processo sem resolução de mérito ou se
a ação foi improcedente, bem como nas ações declaratórias ou constitutivas;

sobre o que o juiz fixar, caso o valor seja indeterminado.

Lembrando que há certos entes que são isentos destas custas, que são:

a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as suas respectivas autarquias e


fundações públicas federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade
econômica, conforme afirma o art. 790-A da CLT;

entidades filantrópicas ou empresa em recuperação judicial

o Ministério Público do Trabalho, como afirma o art. 790-A da CLT;

a Caixa Econômica Federal, nos processos referentes ao FGTS


Também há isenção em casos aonde o recorrente for o empregado e ao mesmo
tempo lhe tenha sido deferida a justiça gratuita, sendo, portanto, o recurso interposto
gratuitamente.
E mais: Caso o recorrente seja uma entidade sem fins lucrativos, empregador
doméstico, microempreendedor individual, microempresas e empresas de pequeno porte,
o depósito recursal deverá ser reduzido à metade (50%).
DICA 245
DEPÓSITO RECURSAL
Agora, no caso do depósito recursal, juntamente com as custas, faz parte do que
chamamos de preparo*, sendo este um dos requisitos para que o recurso ordinário seja
devidamente conhecido. Mas qual a natureza dele e qual o motivo deste ser exigido? O
depósito recursal possui natureza jurídica de garantia de execução, conforme
podemos observar no item I da Instrução Normativa n. 3/93 do TST.

*Sem preparo= sem conhecimento do RO

E aonde ele pode ser adimplido? Pode ser feito o seu pagamento em dinheiro, em
conta judicial à disposição do juízo ou até mesmo ser substituído por uma fiança bancária
ou seguro-garantia judicial.
Falaremos de custas + depósito caso o recorrente seja uma empresa ou até mesmo uma
tomadora de serviços, quando houver condenação em pecúnia, conforme traz a Súmula
161 do TST.
Mas como funciona este pagamento? Ele deverá ser pago a cada novo recurso, ou
seja, fez o recurso, deve fazer um novo depósito, como afirma a súmula 128, I, do TST.
DICA 246
COMO SABER QUEM PAGA CUSTAS E DEPÓSITO RECURSAL

Que tal não esquecer nunca mais quem paga o que no processo do trabalho?
Veja a tabela abaixo:

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RECLAMANTE RECLAMANTE RECLAMADO RECLAMADO


COM SEM COM SEM
PREPARO
JUSTIÇA JUSTIÇA JUSTIÇA JUSTIÇA
GRATUITA GRATUITA GRATUITA GRATUITA

CUSTAS NÃO SIM NÃO SIM


(se perdeu tudo)

DEPÓSITO
RECURSAL NÃO NÃO NÃO SIM

DICA 247
CERCEAMENTO DE DEFESA
O mais comum é o chamado cerceamento de defesa, normatizado no art. 5º, LV, da CF/88
e no art. 794 da CLT. O que vem a ser este cerceamento de defesa? Pense no seguinte
exemplo: A empresa XYL é reclamada em uma reclamação trabalhista, aonde o
funcionário é reclamante e faz uma série de pedidos. No dia da audiência, a empresa leva
10 testemunhas, entretanto todas são dispensadas, ocasião em que o magistrado
indeferiu o requerimento de sua oitiva. Estamos diante de um cerceamento de defesa.

Como isto pode cair na minha prova?

QUESTÃO SIMULADA
A empresa ABCDEF LTDA. Tem ajuizada em sua face uma reclamação trabalhista do ex-
empregado João, reclamação que tramita na 400ª Vara trabalhista de Manaus. A
empresa apresenta contestação. No dia da audiência, o juiz defere todos os pedidos e
dispensa todas as testemunhas trazidas pela empresa. Inconformada, a empresa decide
interpor um recurso ordinário. Neste caso, sobre a dispensa das testemunhas por parte
do juiz, podemos dizer que é:
a) Periculosidade
b) Cerceamento de defesa
c) Tempestividade
d) Exercício pleno do magistrado
RESPOSTA: Letra B.

DICA 248
CONTRARRAZÕES AO RECURSO ORDINÁRIO
É a defesa ao recurso ordinário e está no art. 900 da CLT. Um ponto que merece
demais sua atenção é que neste momento processual, a ideia é manter a sentença e
fazer com que os argumentos do recurso ordinário não venham a ser acolhidos, em outras
palavras: O não conhecimento do recurso ordinário interposto.
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Os pontos mais comuns a serem demonstrados em prova são:

Intempestividade (falaremos melhor dela em uma dica posterior);

Deserção (quando a parte não realiza o recolhimento das custas e/ou depósito recursal
ao recorrer).
Uma dúvida: Em casos de recursos de agravo, temos contrarrazões? NÃO,
neste caso teremos contraminuta de agravo.
DICA 249
COMO É UMA PEÇA DE CONTRARRAZÕES?
A banca já trouxe esta peça em uma segunda fase, em uma prova de reaplicação. Que tal
vermos sua estrutura, uma forma bem resumida? São duas peças ok?

1ª peça: PEÇA DE INTERPOSIÇÃO


Endereçamento
Competência
Número do processo
Partes
Nome da peça
Fundamento legal
Requerimentos

2ª peça: CONTRARRAZÕES DE RECURSO


Cabeçalho
I) FATOS
II) MÉRITO
III) DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

DICA 250
PONTOS IMPORTANTE SOBRE INTEMPESTIVIDADE
Como já falado, um recurso é tempestivo quando este é interposto dentro do lapso
temporal que a lei prevê, como é o caso do recurso ordinário, aonde este prazo é de 8
dias. Caso seja interposto fora deste prazo, diz-se que é intempestivo. A intempestividade
recursal, por muitas vezes, é um dos argumentos utilizados para arguir defesa da
manutenção da sentença nas contrarrazões.
Pense que na sua prova pode cair uma questão aonde se fale que determinada pessoa
interpôs um recurso ordinário no prazo de 15 dias. Ora, este recurso é intempestivo, e
como a tempestividade é um dos pressupostos de admissibilidade do recurso ordinário,
este não poderá ser conhecido.

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DICA 251
AGRAVO DE INSTRUMENTO
De uma forma bastante simplificada, o agravo de instrumento serve em casos que
envolvam negação de seguimento, decisão que não admita outro recurso ou para
destrancar outro recurso. E mais: O prazo para interposição e contraminuta ao agravo
de instrumento é de 8 dias.

Veja com a banca já cobrou:

QUESTÃO FGV – OAB, 2011.


No dia 22/7/2009 (quarta-feira), foi publicada a sentença de improcedência do pedido.
O advogado do autor tomou ciência da decisão, mas, como estava viajando,
localizando-se em outro Estado da federação, interpôs recurso ordinário via fac-símile
no dia 27/7/2009 (segunda-feira). Ao retornar de viagem, o advogado do autor
requereu a juntada do recurso original no dia 04/8/2009 (terça-feira). Entretanto, após
este último ato do advogado do autor, o juiz considerou intempestiva a interposição do
recurso ordinário, negando- lhe seguimento.
Diante dessa situação concreta, é correto afirmar que o advogado do autor deve:
a) interpor agravo de instrumento, uma vez que atendeu o prazo de oito dias para a
interposição do recurso ordinário e o prazo de cinco dias para a juntada do original.
b) impetrar mandado de segurança, uma vez que o juiz violou o seu direito líquido e
certo de interpor recurso ordinário no prazo de oito dias a contar da publicação.
c) ingressar com uma reclamação correicional, uma vez que o juiz praticou um ato
desprovido de amparo legal.
d) ajuizar uma ação rescisória, uma vez que a sentença judicial se tornou irrecorrível
diante da decisão judicial que negou seguimento ao recurso ordinário.
RESPOSTA: Letra A.
DICA: NEGOU SEGUIMENTO - AGRAVO DE INSTRUMENTO

DICA 252
AÇÃO RESCISÓRIA
A ação rescisória é de competência originária dos tribunais trabalhistas*. Todavia, qual
sua aplicação no mundo processual? A ação rescisória tem por objetivo não anular a
sentença, mas sim rescindi-la, reparando a sentença com trânsito em julgado. Falou em
trânsito em julgado, falou da ação rescisória. (*Ou seja, não pode ser ajuizada na
Vara do Trabalho.)

E quais são os requisitos para que esta ação seja ajuizada:


Trânsito em Julgado;

Decisão de mérito ou que impeça a propositura da ação ou admissibilidade do recurso;

Depósito prévio de 20%;

Respeitar o prazo decadencial de 2 anos.


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ATENÇÃO!

Contra a decisão do Tribunal Regional do Trabalho, que extingue a ação rescisória sem
resolução do mérito, é cabível a interposição de recurso ordinário, conforme dispõe a
súmula 158 do TST. Lembrando que tal recurso deve ser direcionado ao Tribunal
Superior do Trabalho. Este questionamento cai em uma questão recente de concurso, e
pode vir também na sua prova do Exame da OAB.

DICA 253
DEPÓSITO PRÉVIO

No art. 836 da CLT temos a obrigatoriedade de depósito prévio de 20% sobre o


valor da causa, salvo em casos:
a) a Administração Pública direta, autárquica e fundacional;
b) o MPT;
c) os beneficiários da justiça gratuita.
Mas qual o motivo deste depósito existir no processo do trabalho? Há o claro intuito
de não estimular o ajuizamento da ação rescisória, mais precisamente falando: Há o
objetivo de desincentivar o ajuizamento da ação rescisória. Sendo assim, a parte
só a ajuizará esta ação quando houver uma grande certeza de que de fato se tem este
direito.
DICA 254
ROL DO ART 966 DO CPC

Para que se ajuíze esta ação, o autor deve apontar a existência de algumas das
hipóteses do art. 966 do CPC, que são:

prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;

impedimento ou incompetência absoluta;

dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida;

colusão para fraudar a lei;

ofensa à coisa julgada;

violação manifesta de norma jurídica;

falsidade da prova;

prova nova;

erro de fato.

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DICA 255
AGRAVO DE PETIÇÃO
O recurso de agravo de petição é usado nas execuções trabalhistas, objetivando fazer a
impugnação as decisões proferidas nessa espécie de processo. Ele também é cabível nos
casos de procedimento de liquidação de sentença. Em suma: O agravo de petição é um
recurso usado na fase de execução, previsto no art. 897, alínea A, da CLT.
DICA: Quando falamos de execução, teremos agravo de petição.
O agravo de petição é composto por duas peças: A Interposição, para o juízo A quo
(Vara do Trabalho) e a de Razões, para o juízo Ad quem (Tribunal Regional do
Trabalho).
Precisa de depósito? A questão é bem controversa, mas a doutrina majoritária tem
entendido não ser necessário fazer o depósito judicial, para se realizar interposição do
agravo de petição, bastando tão somente que o juízo esteja previamente garantido com a
penhora ou até mesmo nomeação de bens (Súmula 128 do TST).
DICA 256
RECLAMAÇÃO CORREICIONAL
A reclamação correicional não é recurso, mas sim uma medida judicial, que será cabível
para sanar equívocos, abusos e atos contrários à boa ordem processual e que importem
em atentado a fórmulas legais de processo, desde que não haja recurso ou outro meio
processual específico. E mais: Em regra, ela será direcionada ao corregedor do tribunal
em questão. Logo, a reclamação correicional, também chamada de correição parcial, é um
procedimento de cunho meramente administrativo, regulado pelos Regimentos
Internos dos Tribunais do Trabalho.

ATENÇÃO!

TST. OJ TP nº 5. Não cabe recurso ordinário contra decisão em agravo


regimental interposto em reclamação correicional ou em pedido de providência.

DICA 257
AÇÃO ANULATÓRIA DE CLÁUSULAS CONVENCIONAIS
A ação anulatória de cláusula de convenção ou acordo coletivo de trabalho será proposta,
via de regra, pelo Ministério Público do Trabalho (art. 83, IV, da LC 75/1993), tendo esta
legitimidade para propor esta ação, legitimidade dada por lei. E o sindicato, pode ajuizar
esta ação? Sim, o sindicato, também possui legitimidade para propor essa espécie de
ação, por força do disposto no inciso III do art. 8° da CF/88.
DICA 258
RECURSO ADESIVO
Alguns autores o chamam de recurso subordinado, e isto diz muito sobre a missão
dele no mundo jurídico. Apesar do nome, o recurso adesivo não é um recurso
propriamente dito, e o motivo disto é ele depende de um recurso principal. Em outras
palavras, ele não tem normatização na CLT, e por causa desta ausência de previsão na

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CLT, se aplica, subsidiariamente, o art. 997 do CLT, sendo ainda importante ver o disposto
na Súmula 283 do TST:

"SÚMULA 283 DO TST”

RECURSO ADESIVO. PERTINÊNCIA NO PROCESSO DO TRABALHO. CORRELAÇÃO DE


MATÉRIAS. REVISÃO DO ENUNCIADO 196. RES. 2/1985, DJ 01.04.1985. REPUBLICADA
COM CORREÇÃO DJ 12.04.1985. O recurso adesivo é compatível com o Processo do
Trabalho e cabe, no prazo de 8 (oito) dias, nas hipóteses de interposição de recurso
ordinário, de agravo de petição, de revista e de embargos, sendo desnecessário que a
matéria nele veiculada esteja relacionada com a do recurso interposto pela parte
contrária.

CUIDADO: Só cabe recurso adesivo em face de seguintes recursos: Embargos, recurso


de revista, agravo de petição e recurso ordinário.
MNEMÔNICO: PERO

P ETIÇÃO

E MBARGOS

R EVISTA

O RDINÁRIO

Só um adendo: Atualmente também tem se admitido o uso do recurso adesivo ao


recurso extraordinário, nesse caso, interposto no prazo de quinze dias.
DICA 259
BANCO NACIONAL DE DEVEDORES TRABALHISTAS – BNDT
O Banco Nacional de Devedores Trabalhistas, fica centralizado no TST, pois assim recebe
informações de todos os 24 Tribunais Regionais do Trabalho do país. E mais: É a partir
destas informações contidas neste banco que se pode se expedir a Certidão Negativa de
Débitos Trabalhistas - CNDT.
Esta certidão tem uma importância muito grande, pois se por acaso a empresa quiser
de participar um processo licitatório, ela necessita fazer a emissão desta certidão, e que
nela não conste débitos trabalhistas, pois, caso se tenha tais débitos, a empresa não
poderá estar participando de uma licitação.
IMPORTANTE: Somente as condenações transitadas em julgado constarão na
CNDT. Caso a empresa em questão tenha um processo tramitando sem decisão definitiva,
ou seja, que ainda caiba recurso, a certidão será negativa e a empresa poderá participar
normalmente da licitação.

Veja como já caiu em uma prova de 2ª fase:

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QUESTÃO FGV – OAB.


O juízo trabalhista da 90ª Vara do Trabalho de Fortaleza comunicou à empresa X quanto
a inserção do seu nome no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas. A respeito disso,
responda às indagações abaixo:
A) Em que situações o nome do devedor é inscrito no BNDT (Banco Nacional de
Devedores Trabalhistas)?
B) Qual(is) é(são) a(s) consequência(s) da inserção do nome de uma empresa no BNDT
(Banco Nacional de Devedores Trabalhistas), com emissão de certidão positiva?
RESPOSTAS:
A) Quando o devedor não cumprir obrigações estabelecidas em sentença condenatória
transitada em julgado proferida pela Justiça do Trabalho, em acordos judiciais
trabalhistas e acordos firmados perante o Ministério Público do Trabalho ou Comissão de
Conciliação Prévia, na forma do art. 642- A da CLT.
B) Ficará impossibilitada de participar de licitações, conforme a Lei n. 8.666/93, alterada
pela a Lei n. 12.440/2011.

DICA 260
PRINCÍPIO DA NON REFORMATIO IN PEJUS
É um princípio importante para que o examinando saiba: Basicamente ele afirma que é
vedado ao tribunal, quando for julgar um recurso, profira uma decisão mais gravosa,
mais desfavorável ao recorrente, do que aquela recorrida.
Em outras palavras: A sentença poderá ser impugnada total ou parcialmente,
entretanto não pode vir a trazer maiores danos ao recorrente do que já existia
anteriormente.

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