Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
NOME DA EXECUTADA, devidamente qualificada nos autos, por meio da sua patrona
(procuração anexa), vem perante Vossa Excelência requerer a sua HABILITAÇÃO NOS
AUTOS, bem como apresentar EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE, pelas razões de fato
e de direito a seguir expostas:
I – DO REQUERIMENTO PRÉVIO:
Ab initio, requer a Executada que todas as publicações sejam expedidas em nome da Bel.ª
THAÍS LIMA ANDRADE MENEZES, inscrita na OAB/BA 61.727, independentemente da
indicação de outros advogados em procuração, com fulcro no artigo 272, §5º do CPC/2015, sob
pena de nulidade.
Este MM. Juízo determinou a penhora de ativos financeiros da parte Executada até o limite
de R$ 11.971,70 (onze mil e novecentos e setenta e um reais e setenta centavos), conforme
consta no ID nº 4da9014, SEM INCIDÊNCIA DE BLOQUEIO EM CONTA SALÁRIO.
Ocorre que a parte Executada foi surpreendida com o bloqueio judicial da sua conta salário, de
maneira que o único valor que a Executada tinha disponível em conta foi integralmente constrito,
no importe de R$ 7.102,75 (sete mil e cento e dois reais e setenta e cinco centavos).
A Exequente ficou desesperada, tendo em vista que está em OUTRO ESTADO, não possui
nenhum familiar próximo e o valor bloqueado foi oriundo do pagamento do seu salário.
Sem saber como agir, suplicou a um amigo o depósito de um valor de R$ 600,00 (seiscentos
reais) para que a mesma pudesse comprar alimentação básica e pagar transporte, mas
infelizmente a referida quantia também foi bloqueada, conforme mostram os extratos
bancários anexos.
Ocorre que tais quantias são referentes ao pagamento de verba salarial, a qual é
impenhorável. O próprio extrato bancário identifica a transação como “remuneração/salário”.
Note-se, portanto, que o valor penhorado diz respeito às verbas alimentares da Executada,
conforme faz prova através dos documentos que estão colacionados aos autos, pois através dos
extratos anexos é possível identificar que o valor diz respeito ao salário/remuneração da
Executada.
Conforme os documentos anexos, a Executada prova que os valores foram recebidos à título
de RESCISÃO CONTRATUAL, conforme TRCT anexo, razão pela qual as verbas
possuem natureza alimentar e não podem ser objeto de bloqueio judicial.
Em 25 de novembro de 2020 a Executada recebeu em sua conta valores relativos à sua rescisão
contratual, conforme extrato anexo, p. 02.
Os valores dizem respeito ao pagamento das verbas discriminadas no TRCT anexo, quais
sejam: saldo de salário, horas extras, 13º salário, férias proporcionais e terço constitucional
de férias e aviso prévio.
Portanto, todas as verbas discriminadas acima possuem natureza salarial, inexistindo qualquer
parcela de natureza indenizatória.
Portanto, resta configurada a ILEGALIDADE, razão pela qual os valores devem ser
IMEDIATAMENTE DESBLOQUEADOS, nos termos do art. 805 do CPC, que assim dispõe:
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o
juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
No caso dos autos, a situação é ainda mais grave, já que a Executada comprova a origem do
dinheiro, demonstrando que agora ESTÁ DESEMPREGADA é o momento em que mais precisa
de tais valores, até a efetivação de um novo emprego, o que ocorrerá em breve.
Além do mais, os valores recebidos pela Executada a título de rescisão contratual NÃO
ALTERA A SUA CONDIÇÃO ECONÔMICA, tendo em vista o ínfimo valor creditado em
conta, o que representa um montante superior a 40 (quarenta) salários mínimos, por exemplo,
exemplo citado apenas para fins de parâmetro argumentativo, já que a quantia depositada em
caderneta de poupança até 40 salários-mínimos também são impenhoráveis.
Ademais, ainda que permita a penhora do salário, esta deveria estar limitada a 30% dos proventos
a Executada, tendo em vista que esse assunto está pacificado no Superior Tribunal de Justiça,
onde seu entendimento é de que o desconto não pode superar o limite de 30% do liquido
percebido pelo Executado, em face ao princípio constitucional referente à dignidade da pessoa
humana e do mínimo essencial à sobrevivência (art. 1º, III da CF/88).
Mesmo sendo admissível a penhora de ATÉ 30% do salário, a constrição não deve comprometer
o sustento da pessoa executada e sua família, razão pela qual a penhora que recaiu sobre a conta
da Executada é manifestamente ilegal, devendo ser combatida por este MM. Juízo.
III – DO PEDIDO DE SUSPENSÃO DAS ORDENS DE BLOQUEIO:
O Código de Processo Civil determina que existe possibilidade de concessão do efeito suspensivo
às ordens de constrição patrimonial quando verificados os requisitos para a concessão da tutela
provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução (art. 919,
§1º).
No caso dos autos, a probabilidade do direito está demonstrada, tendo em vista que a penhora
recaiu sobre verbas de natureza salarial e alimentar, o que coloca em risco a própria subsistência
da Exequente, tendo em vista que a mesma possui apenas tais valores para prover o seu sustento,
alegação comprovada através do TRCT anexo.
Além do mais, a Executada possui valores para receber em demanda de natureza trabalhista,
conforme informado pela própria Exequente, razão pela qual deixa já consignado o seu manifesto
interesse em quitação da presente execução.
Ocorre que a Executada não possui nenhum valor à sua disposição, nem mesmo para almoçar,
tendo em vista que até mesmo um crédito de pediu emprestado a um amigo foi bloqueado em sua
conta, conforme prova os anexos.
Além do mais, é necessário que a Executada possa pensar e organizar-se melhor para realização
de uma proposta de acordo, que possui total interesse, razão pela qual também requer desde já a
suspensão das ordens de bloqueio e a designação, o mais rápido possível, de audiência
telepresencial para tentativa de conciliação entre as partes.
IV – DOS PEDIDOS:
e) Por fim, a Executada requer, ainda, a SUSPENSÃO das ordens de bloqueio, tendo em
vista que, após tomar conhecimento da referida ação, a Executada pretende solucionar a
controvérsia e também quitar o débito alimentar executado nos autos.
Nestes termos,
Pede deferimento.