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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DO(A) 1ª RELATORIA DA 1ª TURMA

RECURSAL RN

NÚMERO: 0003307-34.2022.4.05.8400
RECORRENTE(S): UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE -
UFRN
RECORRIDO(S): ELIZEU VENANCIO DA SILVA

O RECORRIDO, devidamente qualificado(a) nos autos em epígrafe, por


intermédio de seu advogado infra-firmado, em resposta ao despacho retro, para
apresentar CONTRARRAZÕES AO PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO, nos seguintes
termos:

DA PRESCRIÇÃO

Em relação a prescrição, o Superior Tribunal de Justiça já ratificou a regra art.


1° do decreto 20.910/32, bem como editou a Súmula 85, estabelecendo que “nas
relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como
devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a
prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do quinquênio anterior
à propositura da ação”.
Logo, é incontroverso nos autos que a prescrição aplicável ao caso é
referente as prestação anteriores a cinco anos contados da data da propositura da
presente demanda.

MÉRITO

O abono de permanência é devido ao servidor que, tendo completado as


exigências para a aposentadoria voluntária, opte por permanecer em atividade até
que complete as exigências para a aposentadoria compulsória.
A respeito do assunto, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça
(REsp n° 1192556/PE) posiciona-se no sentido de que o abono de permanência é
de natureza remuneratória, por acrescer ao patrimônio e configurar fato gerador do
imposto de renda, independentemente de não incidir contribuição previdenciária, de
modo que é justificável que tal verba componha a base de cálculo do terço de férias
e do 13° salário.

2.1. Do Abono Permanência:


Discute-se aqui a natureza jurídica da vantagem abono de permanência de
que trata o art. 2º parágrafo 5º da EC nº 41, in verbis:

Art. 2º:
[...]
§ 5º O servidor de que trata este artigo, que tenha completado
as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no
caput, e que opte por permanecer em atividade, fará jus a um
abono de permanência equivalente ao valor da sua
contribuição previdenciária até completar as exigências para
aposentadoria compulsória contidas no art. 40, § 1º, II, da
Constituição Federal.

Como se vê, a Emenda Constitucional 41 criou o Abono de Permanência


sem, contudo, conceituá-lo de forma clara, o que terminou ocorrendo em seguida
por força de exegese no âmbito administrativo e judicial, como se verá a seguir.
No âmbito do STJ, o entendimento acerca da natureza jurídica do abono de
permanência foi objeto de análise em sede de recurso repetitivo, tendo sido
assentada a natureza remuneratória da parcela, conforme esclarecido, por ocasião
do julgamento dos Embargos de Declaração, nos termos da ementa a seguir
transcrita:

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DECLARATÓRIOS NO


RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. ABONO DE
PERMANÊNCIA. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA.
OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. REJEIÇÃO DOS EMBARGOS. 1.
Por inexistir fundamento constitucional suficiente, por si só,
para manter o acórdão do Tribunal de origem quanto à questão
impugnada no recurso especial, não há falar em incidência da
Súmula 126/STJ. 2. Esta Seção manifestou-se sobre a
natureza jurídica do abono de permanência, quando prestigiou,
no acórdão embargado, o entendimento da Segunda Turma,
que, ao julgar o REsp 1.105.814/SC, sob a relatoria do Ministro
Humberto Martins, reconhecera a incidência do imposto de
renda sobre o aludido abono com base nas seguintes razões
de decidir: "O abono de permanência trata-se apenas de
incentivo à escolha pela continuidade no trabalho em lugar
do ócio remunerado. Com efeito, é facultado ao servidor
continuar na ativa quando já houver completado as
exigências para a aposentadoria voluntária. A permanência
em atividade é opção que não denota supressão de direito
ou vantagem do servidor e, via de consequência, não dá
ensejo a qualquer reparação ou recomposição de seu
patrimônio. O abono de permanência possui, pois,
natureza remuneratória por conferir acréscimo patrimonial
ao beneficiário e configura fato gerador do imposto de
renda, nos termos do artigo 43 do Código Tributário
Nacional". Com efeito, o abono de permanência é produto do
trabalho do servidor que segue na ativa, caracterizando
inegável acréscimo patrimonial, o que enseja a incidência do
imposto de renda. Não cabe a alegação de que o abono de
permanência corresponderia à verba indenizatória, pois não se
trata de ressarcimento por gastos realizados no exercício da
função ou de reparação por supressão de direito.3. Verificar se
o acórdão embargado enseja contrariedade a normas e
princípios positivados na Constituição é matéria afeta à
competência do Supremo Tribunal Federal, alheia ao plano da
competência do Superior Tribunal de Justiça, mesmo que para
fins de prequestionamento, conforme entendimento da Corte
Especial (EDcl nos EDcl nos EREsp 579.833/BA, Relator
Ministro Luiz Fux, DJ de 22.10.2007).4. Embargos declaratórios
rejeitados. (Edcl no REsp 1192556/PE, Relator Ministro Mauro
Campbell Marques, 1ª Seção, julgado em 27/10/2010, DJe
17/11/2010).

Diante da natureza remuneratória do abono de permanência, o que já é


pacificado para inclusão da base de cálculo da conversão em pecúnia das licenças-
prêmio não gozadas, não há também porque excluí-lo da base de cálculo de outras
vantagens como a gratificação natalina e o adicional de férias, impondo-se, pois,
a correção desta ilegalidade.

2.2. Do cálculo da gratificação natalina e um terço de férias:

Acerca do pagamento do adicional de férias e do décimo-terceiro salário


dispõe a Constituição Federal:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de


outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral
ou no valor da aposentadoria;
(...)
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um
terço a mais do que o salário normal;

Já o art. 39, da Carta Magna, ao dispor sobre os direitos sociais extensíveis


aos servidores públicos, assim veio consignar:
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
instituirão conselho de política de administração e remuneração
de pessoal, integrado por servidores designados pelos
respectivos Poderes.
(...)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII,
XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos
diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o
exigir.

Por sua vez, a Lei nº 8.112, de 1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos
servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas
federais, traz os seguintes dispositivos aplicáveis à matéria:

Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta


Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições,
gratificações e adicionais: (...)
II - gratificação natalina;
(...)
VII - adicional de férias;
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze
avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de
dezembro, por mês de exercício no respectivo ano.
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias
será considerada como mês integral.
Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao
servidor, por ocasião das férias, um adicional
correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração do período
das férias.
Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será efetuado
até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período,
observando-se o disposto no § 1º deste artigo.

Vê-se, pois, que a expressão remuneração é utilizada tanto para estabelecer


o critério de pagamento da gratificação natalina quanto das férias, sendo também
utilizada para definir a base de cálculo do adicional de férias, razão pela qual deve
integrar sua base de cálculo de ambos.
Nesse sentido, o TRF4 já se manifestou sobre a natureza remuneratória do
abono de permanência, devendo o mesmo ser incluído na base de cálculo dos
demais vencimentos, pois está consagrado na jurisprudência do STJ:

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL


PÚBLICA. ADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. DOCUMENTOS
INDISPENSÁVEL AO AJUIZAMENTO DA DEMANDA.
LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. SERVIDOR
PÚBLICO FEDERAL. ADICIONAL DE FÉRIAS. BASE DE
CÁLCULO. ABONO DE PERMANÊNCIA. NATUREZA
REMUNERATÓRIA. 1. O manejo de ação civil pública para
defesa de interesses e direitos individuais homogêneos não
relacionados a consumidores é amplamente admitida pelo eg.
Superior Tribunal de Justiça. Precedentes. 2. É infundada a
alegação de que a petição inicial deve ser sido instruída com
relação nominal dos filiados da entidade autora e indicação dos
endereços e ata da assembleia que autorizou a propositura da
ação, uma vez que, nos termos do artigo 8º, inciso III, da
Constituição Federal (reproduzido, em relação aos servidores
públicos, pelo artigo 240, alínea "a", da Lei n.º 8.112/1990), é
ampla a legitimidade extraordinária dos sindicatos para
defender em juízo os direitos e interesses coletivos ou
individuais dos integrantes da categoria que representam,
inclusive nas liquidações e execuções de sentença,
independentemente de autorização dos substituídos. 3. A
Universidade detém personalidade jurídica própria e autonomia
financeira, sendo responsável pelo pagamento da remuneração
de seus servidores, o que lhe permite responder aos termos da
demanda. 4. O abono de permanência tem natureza
remuneratória e integra a base de cálculo do adicional de
férias, nos termos do artigo 41 da Lei n.º 8.112/1990. (TRF4
5012386-72.2017.4.04.7100, QUARTA TURMA, Relatora
VIVIAN JOSETE PANTALEÃO CAMINHA, juntado aos autos
em 04/04/2019)
ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. SERVIDOR
PÚBLICO FEDERAL. ADICIONAL DE FÉRIAS. BASE DE
CÁLCULO. ABONO DE PERMANÊNCIA. NATUREZA
REMUNERATÓRIA. INTEGRAÇÃO DEVIDA. 1. De acordo
com o inciso XVII do artigo 7.º da Constituição Federal e o
artigo 76 da Lei n.º 8.112/19903, o cálculo do adicional de
férias é feito com base na remuneração regularmente recebida
pelo servidor público que, nos termos do caput do artigo 41 da
Lei n.º 8.112/1990, é o vencimento do cargo efetivo, acrescido
das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.
2. O abono de permanência é rubrica paga ao servidor público
que, tendo implementado os requisitos necessários à
aposentadoria, opta por permanecer em atividade, conforme
arts. 40, § 19, da CF; 3º, § 1º, da EC 41/2003; e 7º da Lei
10.887/2004. 3. A natureza jurídica do abono de
permanência foi objeto de longa controvérsia na
jurisprudência pátria, vindo a ser finalmente pacificada, no
sentido da natureza remuneratória. Precedentes do STJ. 4.
O fato de sobre o abono de permanência não incidir
contribuição previdenciária não influencia sua natureza jurídica,
que permanece sendo parcela remuneratória, como vantagem
permanente. 5. Face à natureza remuneratória da parcela
relativa ao abono de permanência, esta deve integrar, para
todos os efeitos, a base para o cálculo do terço constitucional
de férias. (TRF4 5062655-86.2015.4.04.7100, TERCEIRA
TURMA, Relatora VÂNIA HACK DE ALMEIDA, juntado aos
autos em 18/07/2018)
DIREITO ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO
CIVIL SERVIDORES PÚBLICOS. PÚBLICA. LEGITIMIDADE
ATIVA. ADICIONAL DE FÉRIAS. BASE DE CÁLCULO.
ABONO DE PERMANÊNCIA. NATUREZA
REMUNERATÓRIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
CORREÇÃO MONETÁRIA. 1. Possuindo o Sindicato
legitimidade constitucional para a demanda, com suporte no
artigo 8º, inciso III, da Constituição de 1988, não há
necessidade de autorização em assembléia tampouco
necessidade de apresentação da relação nominal dos
substituídos, conforme entendimento jurisprudencial
consolidado. Inaplicáveis, desta forma, as limitações dispostas
no artigo 2º-A da Lei nº 9.494/1997 e dita legitimidade se
estende a toda a categoria e não apenas a seus filiados. 2.
Pacífico o entendimento no Superior Tribunal de Justiça no
sentido de que o artigo 21 da Lei n. 7.347/85, com redação
dada pela Lei n. 8.078/90, ampliou o alcance da ação civil
pública também para a defesa de interesses e direitos
individuais homogêneos não relacionados a consumidores. 3. É
cabível o ajuizamento de ação civil pública em defesa de
direitos individuais homogêneos não relacionados a
consumidores, devendo ser reconhecida a legitimidade do
Sindicato para propor a presente ação em defesa de interesses
individuais homogêneos da categoria que representa. 4. A
aplicabilidade do artigo 2º-A, da Lei nº 9.494/97 aos sindicatos
já restou afastada pela jurisprudência pátria, de modo que a
sentença prolatada em ação coletiva não está limitada ao
território de competência do juízo prolator. No caso dos autos,
a sentença alcança todos os substituídos representados pelo
Sindicato-autor. 5. O abono de permanência é rubrica paga
ao servidor público que implementou os requisitos
necessários à aposentadoria, mas que opta por
permanecer em atividade, conforme arts. 40, § 19, da CF,
3º, § 1º, da EC 41/2003 e 7º da Lei 10.887/2004. 6. Não se
trata de uma vantagem temporária, mas de acréscimo
permanente, previsto em lei, o qual é devido desde o
momento em que o servidor implementa os requisitos para
a aposentadoria voluntária e permanece em atividade, até
que se perfectibilize a aposentadoria compulsória. 7.
Conforme entendimento majoritária firmado na 2ª Seção deste
Tribunal, é cabível o arbitramento de honorários advocatícios
de sucumbência, em ação civil pública, em caso de
procedência da ação, desde que não haja qualquer vedação
legal ou constitucional, como no caso de quando o Ministério
Público tiver ajuizado a ação. 8. Na data de 24/09/2018, o
Ministro Luiz Fux proferiu decisão nos autos dos Embargos
Declaratórios. no Recurso Extraordinário 870.947, concedeu
efeito suspensivo aos embargos de declaração opostos por
diversos entes federativos estaduais para suspender a
aplicação do Tema 810 do STF até a apreciação pela Corte
Suprema do pleito de modulação dos efeitos da orientação
estabelecida. Resta, desta forma, diferida para a fase de
execução a definição da matéria pertinente à correção
monetária. (TRF4 5061697-66.2016.4.04.7100, TERCEIRA
TURMA, Relatora MARGA INGE BARTH TESSLER, juntado
aos autos em 22/05/2019)

Como se vê, não restam dúvidas acerca da natureza permanente e do


caráter remuneratório de que se reveste o abono de permanência, razão pela qual
mostra-se inequívoco que o seu valor deve ser considerado na base de cálculo da
gratificação natalina e do terço constitucional de férias.
Tendo em vista que a requerida, na prática, não inclui o abono de
permanência no conceito de remuneração, gerando um pagamento anual a menor à
parte autora – enquanto em atividade - quando do percebimento da gratificação
natalina e terço constitucional de férias, merece prosperar a presente pretensão.

DA FORMA DE CÁLCULO DA CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA


NAS CONDENAÇÕES DA FAZENDA PÚBLICA. NOVA REDAÇÃO DO ART. 1º F
DA LEI N.º 9.494/97

De maneira sucinta e objetiva, será tratada esta questão, face sua


singeleza.
O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário n.
870.947, Tema 810): repercussão geral reconhecida e mérito julgado, fixou as
seguintes teses sobre teses sobre índices de correção e juros em condenações
contra Fazenda Pública:

“O artigo 1º-F da Lei 9.494/1997, com a redação dada


pela Lei 11.960/2009, na parte em que disciplina os juros
moratórios aplicáveis a condenações da Fazenda Pública,
é inconstitucional ao incidir sobre débitos oriundos de
relação jurídicotributária, aos quais devem ser aplicados
os mesmos juros de mora pelos quais a Fazenda Pública
remunera seu crédito tributário, em respeito ao princípio
constitucional da isonomia (CRFB, art. 5º, caput); quanto
às condenações oriundas de relação jurídica não-
tributária, a fixação dos juros moratórios segundo o índice
de remuneração da caderneta de poupança é
constitucional, permanecendo hígido, nesta extensão, o
disposto no artigo 1º-F da Lei 9.494/1997 com a redação
dada pela Lei 11.960/2009.”
“O artigo 1º-F da Lei 9.494/1997, com a redação dada
pela Lei 11.960/2009, na parte em que disciplina a
atualização monetária das condenações impostas à
Fazenda Pública segundo a remuneração oficial da
caderneta de poupança, revela-se inconstitucional ao
impor restrição desproporcional ao direito de propriedade
(CRFB, art. 5º, XXII), uma vez que não se qualifica como
medida adequada a capturar a variação de preços da
economia, sendo inidônea a promover os fins a que se
destina.”

No resultado do julgamento decidiu-se que o IPCA aplicado pelo TRF


estava correto, senão vejamos:

"Decisão: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do


Relator, Ministro Luiz Fux, apreciando o tema 810 da
repercussão geral, deu parcial provimento ao recurso
para, confirmando, em parte, o acórdão lavrado pela
Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região,
(i) assentar a natureza assistencial da relação jurídica em
exame (caráter não-tributário) e (ii) manter a concessão
de benefício de prestação continuada (Lei nº 8.742/93,
art. 20) ao ora recorrido (iii) atualizado monetariamente
segundo o IPCA-E desde a data fixada na sentença e
(iv) fixados os juros moratórios segundo a remuneração
da caderneta de poupança, na forma do art. 1º-F da Lei nº
9.494/97 com a redação dada pela Lei nº 11.960/09.
Vencidos, integralmente o Ministro Marco Aurélio, e
parcialmente os Ministros Teori Zavascki, Dias Toffoli,
Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. Ao final, por maioria,
vencido o Ministro Marco Aurélio, fixou as seguintes
teses, nos termos do voto do Relator: 1) O art. 1º-F da Lei
nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/09,
na parte em que disciplina os juros moratórios aplicáveis a
condenações da Fazenda Pública, é inconstitucional ao
incidir sobre débitos oriundos de relação jurídico-tributária,
aos quais devem ser aplicados os mesmos juros de mora
pelos quais a Fazenda Pública remunera seu crédito
tributário, em respeito ao princípio constitucional da
isonomia (CRFB, art. 5º, caput); quanto às condenações
oriundas de relação jurídica não-tributária, a fixação dos
juros moratórios segundo o índice de remuneração da
caderneta de poupança é constitucional, permanecendo
hígido, nesta extensão, o disposto no art. 1º-F da Lei nº
9.494/97 com a redação dada pela Lei nº 11.960/09; e 2)
O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela
Lei nº 11.960/09, na parte em que disciplina a atualização
monetária das condenações impostas à Fazenda Pública
segundo a remuneração oficial da caderneta de
poupança, revela-se inconstitucional ao impor restrição
desproporcional ao direito de propriedade (CRFB, art. 5º,
XXII), uma vez que não se qualifica como medida
adequada a capturar a variação de preços da economia,
sendo inidônea a promover os fins a que se destina.
Presidiu o julgamento a Ministra Cármen Lúcia. Plenário,
20.9.2017."

DOS HONORÁRIOS

O art. 85, CPC/2015 assim estabelece: "a sentença condenará o vencido a


pagar honorários ao advogado do vencedor."
O § 3º, do mesmo art. 85, estabelece que "nas causas em que a Fazenda
Pública for parte, a fixação dos honorários observará os critérios
estabelecidos nos incisos I a IV do § 2o e os seguintes percentuais: I - mínimo
de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do
proveito econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos; II - mínimo de
oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito
econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois
mil) salários-mínimos; III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o
valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois
mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-mínimos; IV - mínimo de
três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do proveito
econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000
(cem mil) salários-mínimos; V - mínimo de um e máximo de três por cento
sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de
100.000 (cem mil) salários-mínimos."
Diante do exposto, manifesta pela improcedencia do recurso.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Nesta cidade, 12 de junho de 2023.


EVANDRO JOSÉ LAGO

OAB/RN 0529-A

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