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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA


COMARCA DE MARICÁ RJ

GRERJ nº 8133240948210.

Processo: 0003083-33.2017.8.19.0031
Exequente: FERNANDO TOSTE CARDOSO
Executado: BANCO DO BRASIL S.A.

A PARTE ORA EXEQUENTE oportunamente qualificada


nos autos em epígrafe, vem, por intermédio de seus procuradores,
perante a elevada presença de Vossa Excelência, irresignado com a
Respeitável Sentença de fls., interpor RECURSO DE APELAÇÃO,
cujas razões seguem em anexo e fazem parte da peça processual.
Assim, por próprio e tempestivo, requer-se seja conhecido e remetido
ao Egrégio Tribunal de Justiça.
Informa a juntada e confirmação do pagamento da guia
de custas processuais da GRERJ nº 8133240948210.

Nesses termos,
Pede deferimento.

Rio de Janeiro/RJ, terça-feira, 28 de março de 2023.

EVANDRO JOSÉ LAGO


OAB/RJ 136.516
AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO

RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO

COLENDA CÂMARA,
NOBRES JULGADORES

RAZÕES DO APELANTE

Trata-se de Ação movida contra a ora parte Ré, a fim


de cobrar as diferenças do Plano Verão de 1989 incidentes na
caderneta de poupança que o Exequente mantinha junto à referida
Casa bancaria;
Sentenciando o feito, o nobre Juízo a quo, houve por
bem julgar extinto o processo pelo fato da parte Autora não seria
afiliada ao IDEC.
Assim, socorre-se a ora PARTE AUTORA do presente
recurso, a fim de modificar o entendimento a quo, por ser medida de
inteira Justiça e melhor Direito.

GUIA DE PREPARO

Informa a juntada e confirmação do pagamento da guia


de custas processuais da GRERJ nº 8133240948210.

DA TEMPESTIVIDADE

Inicialmente, cumpre ressaltar a tempestividade do


presente recurso, sendo que o prazo é de 15 (quinze cinco) dias.
Portanto, é tempestivo o presente Recurso apresentado
nesta data.

PRELIMINARMENTE

Da Existência das condições da ação

O pedido feito pela parte Apelante, na Ação de


Cumprimento de Sentença, é juridicamente possível e compatível
com o sistema vigente.
A extinção da ação por falta de legitimidade processual
deve limitar-se às hipóteses claramente vedadas, pelo risco de
incorrer-se no cerceamento de defesa e propositura de ação, previsto
textualmente na Constituição da República Federativa do Brasil de
1988.
É indispensável, para o exercício do direito de ação,
que as partes sejam legítimas, que haja interesse processual e que o
pedido seja juridicamente possível, sem que, com isso, se subordine
o direito ao direito subjetivo invocado.
A parte Apelante, conforme se constata pelos
documentos aos autos acostados, tem legítimo interesse na causa,
uma vez que sujeito da relação jurídica trazida a juízo, na ação de
cumprimento de sentença que move em face do Banco Apelado.
É legítimo o direito invocado pela parte Apelante e
legítimas são as partes, como definido no direito material, na
presente demanda.

DA LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM – DA DESNECESSIDADE


DE COMPROVAÇÃO DE ASSOCIAÇÃO AO IDEC

Primeiramente Excelência, tal entendimento de que é


necessário a demonstração, pela ora PARTE APELANTE, da vinculação
associativa ao IDEC, órgão o qual promoveu a Ação Civil Pública que
reconheceu o direito ao pagamento dos expurgos inflacionários
referentes ao “Plano Verão de 1989”, é totalmente equivocada.
Ocorre que, tal imputação não merece respaldo, à
medida que a sentença coletiva proferida teve efeitos amplos,
abrangendo todos os poupadores que mantiveram caderneta de
poupança junto do BANCO APELADO, no período de janeiro e
fevereiro de 1989, em razão disso, torna desnecessária a
demonstração, pelo poupador a sua vinculação à associação
proponente da Ação Coletiva.
Excelência, o STJ decidiu no dia 31/10/2017 o direito
dos poupadores de reaver a diferença entre a correção da poupança e
o índice oficial de inflação dos planos econômicos das décadas de
1980 e 1990. Isto por que, a tese levantada pelo Banco Réu de que
os poupadores não possuem legitimidade ativa para propor as ações,
tendo em vista a necessidade de comprovação de vinculo associativo
com o IDEC à época da propositura da ação, está totalmente
rechaçada.
Assim sendo, não há que se falar com suspensão do
processo com base no Tema 499, uma vez que no Recurso Especial
1.634.254-SC, foi decido que: “Concluiu, por maioria, a Segunda
Seção que não se aplica à espécie as teses firmadas no RE
573.232/SC, porquanto nesse precedente do Supremo Tribunal
Federal tratou-se da legitimidade do não associado para a promoção
da execução da sentença coletiva no âmbito do exercício por
associação para defesa de interesses exclusivos de seus filiados, sem
abordar as regras infraconstitucionais relativas à ação civil pública
para defesa de direitos individuais homogêneos de consumidores de
serviços bancários sob o regime da substituição processual - hipótese
ora em apreço. Além disso, também nesse julgamento da questão de
ordem, prevaleceu na Segunda Seção o entendimento de que a
matéria da legitimidade ativa já foi analisada por esta Corte em casos
análogos submetidos ao regime dos recursos repetitivos, bastando a
sua aplicação ao caso dos autos. De acordo com esses precedentes
firmados em sede de recurso repetitivo, o Superior Tribunal de
Justiça entende que os poupadores ou seus sucessores detêm
legitimidade ativa – por força da coisa julgada -, independentemente
de fazerem parte ou não dos quadros associativos do autor, de
ajuizarem o cumprimento individual da sentença coletiva proferida
em ação civil pública.”
Fundamenta sua alegação no provimento do RE
573.232/SC, que por maioria (apertada) de votos decidiu
que naquela ação (que tratava de aumento salarial) só poderiam se
beneficiar os que outorgaram autorização expressa.
 Sem razão, uma vez que não se trata da mesma
matéria. O Recurso Extraordinário n.º 573.232/SC aventa o aumento
salarial dos magistrados do Poder Judiciário Estadual, não guardando
relação com a matéria em questão, que visa o cumprimento da
sentença que determinou o pagamento das diferenças dos expurgos
inflacionários retirados das contas dos poupadores atinente ao Plano
verão de 1989. Este RE 573.232 SC é citado no RE 803359/SC
É de se ver na Ementa do RE 573.232 que o processo
de conhecimento juntou autorização expressa e uma lista de
associados, pelo que entendeu o Supremo Tribunal Federal (por
maioria apertada) que NAQUELE CASO deveriam ser apenas aqueles
os beneficiados (doc. anexo). Vejamos:
EMENTA. REPRESENTAÇÃO – ASSOCIADOS –
ARTIGO 5º, INCISO XXI, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. ALCANCE. O disposto no artigo 5º, inciso
XXI, da Carta da República encerra representação
específica, não alcançando previsão genérica do
estatuto da associação a revelar a defesa dos
interesses dos associados. TÍTULO EXECUTIVO
JUDICIAL – ASSOCIAÇÃO – BENEFICIÁRIOS. As
balizas subjetivas do título judicial, formalizado em
ação proposta por associação, é definida pela
representação no processo de conhecimento,
presente a autorização expressa dos associados e
a lista destes juntada à inicial. (RE 573232,
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI,
Relator(a) p/ Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO,
Tribunal Pleno, julgado em 14/05/2014, DJe-182
DIVULG 18-09-2014 PUBLIC 19-09-2014 EMENT
VOL-02743-01 PP-00001)
Tem-se no caso concreto uma situação diferente
daquela julgada pelo Supremo Tribunal Federal no RE
573.232.
A alegação de que não seriam todos os poupadores os
beneficiados da ação civil pública promovida pelo IDEC contra a
Instituição Financeira Ré é totalmente intempestiva, haja vista estar
preclusa desde o transito em julgado da sentença, de modo que se
aplica ao caso concreto o efeito da coisa julgada.
Ademais, condicionar a necessidade de autorização
individual de cada filiado para a propositura da Ação Coletiva
esvaziaria a atribuição que o constituinte originário conferiu às
entidades associativas de defender os interesses de seus membros. A
finalidade do texto constitucional e da legislação ordinária é facilitar a
prestação jurisdicional por meio de entidades de classe, que, ao
atuarem como substitutas processuais de seus filiados, legitimam-se
de forma ampla a postularem em juízo a observância de direitos e de
garantias de seus filiados.
Tal munus, insere-se nos quadros da democracia
participativa adotada pela Constituição de 1988, em que a atuação
popular não ocorre apenas a partir do indivíduo isolado, mas
principalmente a partir de organizações não-governamentais, e
complementa a democracia representativa tradicionalmente praticada
no país.
Vale ressaltar que, no julgamento RE 573.232, não
ficou claro quais seriam os possíveis beneficiários de demandas
coletivas: servidores filiados à associação antes da propositura da
ação ou todos os filiados que se amoldarem ao título judicial
independentemente da data de filiação.
Sendo assim, no RE 573.232 não apreciados os termos
expressos em decisão ou em sentença transitada em julgado na fase
de conhecimento, de modo que tal julgamento do Supremo Tribunal
Federal não se aplica ao caso concreto.
Ademais, tal imputação não merece respaldo, à medida
que a sentença coletiva proferida teve efeitos amplos, abrangendo
todos os poupadores que mantiveram caderneta de poupança junto
do BANCO RÉU, no período de janeiro e fevereiro de 1989, em razão
disso, torna desnecessária a demonstração, pelo poupador a sua
vinculação à associação proponente da Ação Coletiva.
Data máxima vênia, douto julgador vossa excelência ao
proferir o r. despacho folhas deixou de levar em consideração o novo
entendimento do STF materializado no ARE 901963 - RECURSO
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO, in verbis.
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO
COM AGRAVO. EXECUÇÃO DE SENTENÇA
CONDENATÓRIA GENÉRICA PROFERIDA EM AÇÃO
CIVIL PÚBLICA AJUIZADA POR ASSOCIAÇÃO.
LEGITIMIDADE ATIVA. LIMITES DA COISA
JULGADA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL.
AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. 1. A
presente demanda consiste em execução individual
de sentença proferida em ação civil pública. O
recurso extraordinário suscita a ilegitimidade ativa
dos exequentes, ao argumento de que não deram
autorização individual e específica à associação
autora da demanda coletiva para os representarem
no processo de conhecimento, tampouco
demonstraram sua condição de associados. Alega-
se ofensa ao art. 5º, XXI e XXXVI, da Constituição,
bem como ao precedente do Plenário do
Supremo Tribunal Federal formado no
julgamento do RE 573.232/SC. 2. Ocorre que,
conforme atestaram as instâncias ordinárias, no
dispositivo da sentença condenatória genérica
proferida no processo de conhecimento desta ação
civil pública, constou expressamente sua
aplicabilidade a todos os poupadores do Estado de
Santa Catarina. Assim, o fundamento da
legitimidade ativa para a execução, no caso,
dispensa exame sobre a necessidade de
autorização das associações para a
representação de seus associados. Em
verdade, o que está em jogo é questão sobre
limites da coisa julgada, matéria de natureza
infraconstitucional cuja repercussão geral,
inclusive, já foi rejeitada por esta Corte em
outra oportunidade (ARE 748.371-RG, Rel.
Min. GILMAR MENDES, DJe de 1º/8/2013). 3.
Outrossim, ao tratar dos limites subjetivos de
sentença condenatória genérica proferida nos
autos de ação civil pública ajuizada por associação,
o Tribunal de origem valeu-se de disposições da
Lei 7.347/85 e do Código de Defesa do
Consumidor, cujo exame é inviável em recurso
extraordinário. 4. É cabível a atribuição dos efeitos
da declaração de ausência de repercussão geral
quando não há matéria constitucional a ser
apreciada ou quando eventual ofensa à Carta
Magna ocorra de forma indireta ou reflexa (RE
584.608-RG, Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJe de
13/3/2009). 5. Ausência de repercussão geral da
questão suscitada, nos termos do art. 543-A do
CPC. (STF, 901963/STF, Tribunal Pleno,
Repercussão Geral no Recurso Extraordinário com
Agravo nº 901.963/SC, Rel. Min. Teori Zavascki, j.
em 11/09/2015)
O Ministro Teori Zavascki no ARE 901963 - RECURSO
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO assevera que:
No recurso extraordinário, a CEF requer a
aplicação do entendimento firmado pelo
Supremo Tribunal Federal no RE 573.232 (Rel.
Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Rel. p/acórdão
Min. MARCO AURÉLIO, DJe de 19/9/2014, Tema
82).
3. A hipótese dos autos é inteiramente diferente da
versada no precedente invocado. Conforme
consignaram as instâncias ordinárias, constou
expressamente do dispositivo do título executivo
judicial sua aplicabilidade a todos os poupadores
do Estado de Santa Catarina. Assim, a presente
controvérsia não tem relação, propriamente, com a
necessidade de autorização das associações para a
representação de seus associados em juízo,
dizendo respeito, na verdade, aos limites da coisa
julgada, matéria de natureza infraconstitucional
cuja repercussão geral, inclusive, já foi rejeitada
por esta Corte em outro oportunidade.
In casu a parte Embargante objetiva o cumprimento de
sentença oriunda dos autos de Ação Civil Pública movida pelo
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – IDEC em desfavor do
Banco Embargado.
O IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do
Consumidor nos autos da ACP nº. 1998.01.1.016798-9, agiu
com fincas no disposto no Código de Defesa do Consumidor:
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos
consumidores e das vítimas poderá ser exercida
em juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida
quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim
entendidos, para efeitos deste código, os
transindividuais, de natureza indivisível, de que
sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas
por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim
entendidos, para efeitos deste código, os
transindividuais, de natureza indivisível de que
seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas
ligadas entre si ou com a parte contrária por uma
relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos,
assim entendidos os decorrentes de origem
comum.
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo
único, são legitimados concorrentemente:
I - o Ministério Público,
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito
Federal;
III - as entidades e órgãos da Administração
Pública, direta ou indireta, ainda que sem
personalidade jurídica, especificamente
destinados à defesa dos interesses e direitos
protegidos por este código;
IV - as associações legalmente constituídas
há pelo menos um ano e que incluam entre
seus fins institucionais a defesa dos
interesses e direitos protegidos por este
código, dispensada a autorização assemblear.
§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser
dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos
arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto
interesse social evidenciado pela dimensão
ou característica do dano, ou pela relevância
do bem jurídico a ser protegido.
§ 2° (Vetado).
§ 3° (Vetado).
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses
protegidos por este código são admissíveis todas
as espécies de ações capazes de propiciar sua
adequada e efetiva tutela.
Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82
poderão propor, em nome próprio e no
interesse das vítimas ou seus sucessores,
ação civil coletiva de responsabilidade pelos
danos individualmente sofridos, de acordo
com o disposto nos artigos seguintes.
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a
condenação será genérica, fixando a
responsabilidade do réu pelos danos causados.
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença
poderão ser promovidas pela vítima e seus
sucessores, assim como pelos legitimados de que
trata o art. 82.
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo
promovida pelos legitimados de que trata o art.
82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já
tiveram sido fixadas em sentença de liquidação,
sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções.
(Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
Assim sendo, nobre julgador sem maiores delongas, salta
aos olhos que impertinente é a comprovação do vínculo associativo
da parte Apelante junto ao IDEC, para fins de cumprimento da
sentença coletiva objeto deste feito, em virtude das disposições legais
retro citados (CDC, artigos 81, 82, 83, 91, 95, 97 e 98), eis que, o
IDEC na ação coletiva atuou na defesa dos direitos dos
consumidores pátrios protegidos (estabelecidos) no código
consumerista.
Ademais, por uma simples olhadela na r. sentença
proferida nos autos da ACP nº. 1998.01.1.016798-9, aufere-se
que a mesma beneficia a todos os poupadores indistintamente, senão
vejamos:
Nesse contexto, tenho por devida a incidência do
índice expurgado dos cálculos, quanto a todos os
poupadores que mantinham conta poupança com a
instituição ré no período em comento, ou seja,
entre o dia primeiro de janeiro e a publicação da
medida provisória multicitada.
Sobre a necessidade ou não de comprovação do vínculo
associativo junto ao IDEC, urge trazer a baila a decisão do SJT
proferida no REsp nº 1391198 / RS (2013/0199129-0):
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. RECURSO ESPECIAL
REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C
DO CPC. SENTENÇA PROFERIDA PELO JUÍZO DA
12ª VARA CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO ESPECIAL
JUDICIÁRIA DE BRASÍLIA/DF NA AÇÃO CIVIL
COLETIVA N. 1998.01.1.016798-9 (IDEC X BANCO
DO BRASIL). EXPURGOS INFLACIONÁRIOS
OCORRIDOS EM JANEIRO DE 1989 (PLANO
VERÃO). EXECUÇÃO/LIQUIDAÇÃO INDIVIDUAL.
FORO COMPETENTE E ALCANCE OBJETIVO E
SUBJETIVO DOS EFEITOS DA SENTENÇA
COLETIVA. OBSERVÂNCIA À COISA JULGADA. 1.
Para fins do art. 543-C do Código de Processo
Civil: a) a sentença proferida pelo Juízo da 12ª
Vara Cível da Circunscrição Especial Judiciária de
Brasília/DF, na ação civil coletiva n.
1998.01.1.016798-9, que condenou o Banco do
Brasil ao pagamento de diferenças decorrentes de
expurgos inflacionários sobre cadernetas de
poupança ocorridos em janeiro de 1989 (Plano
Verão), é aplicável, por força da coisa julgada,
indistintamente a todos os detentores de
caderneta de poupança do Banco do Brasil,
independentemente de sua residência ou domicílio
no Distrito Federal, reconhecendo-se ao
beneficiário o direito de ajuizar o cumprimento
individual da sentença coletiva no Juízo de seu
domicílio ou no Distrito Federal; b) os
poupadores ou seus sucessores detêm
legitimidade ativa - também por força da
coisa julgada -, independentemente de
fazerem parte ou não dos quadros
associativos do Idec, de ajuizarem o
cumprimento individual da sentença coletiva
proferida na Ação Civil Pública n.
1998.01.1.016798-9, pelo Juízo da 12ª Vara
Cível da Circunscrição Especial Judiciária de
Brasília/DF. 2. Recurso especial não provido.
Vejamos o entendimento jurisprudencial do Egrégio
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios acerca do
tema:
PROCESSO CIVIL. CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.
EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA.
PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE ATIVA. JUROS DE
MORA. TERMO INICIAL. CITAÇÃO NA FASE DE
CONHECIMENTO. EXPURGOS SUBSEQUENTES.
CABIMENTO. JUROS REMUNERATÓRIOS.
EXCLUSÃO. CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO
À IMPUGNAÇÃO. HONORÁRIOS.
1. Entre a decisão não vinculante do STF
proferida no RE 573232 – pois o próprio STF
rejeitou a tese da transcendência dos motivos
determinantes – e o recurso repetitivo
específico da questão em debate, optou-se
por seguir a decisão do STJ. Nessa linha de
entendimento, a sentença prolatada no bojo da
presente ação coletiva destinada a tutelar direitos
coletivos stricto sensu – considerada a
indivisibilidade destes – produz efeitos em relação
a todos os consumidores titulares de caderneta de
poupança do Banco do Brasil. 2. A legitimidade
ativa independe da associação do credor aos
quadros do IDEC. 3. Na oportunidade do
julgamento do REsp 1.370.899/SP, a Corte
Superior declarou consolidada a seguinte tese: "Os
juros de mora incidem a partir da citação do
devedor na fase de conhecimento da Ação Civil
Pública, quando esta se fundar em
responsabilidade contratual, sem que haja
configuração da mora em momento anterior." 4.
"Na execução individual de sentença proferida em
ação civil pública que reconhece o direito de
poupadores aos expurgos inflacionários
decorrentes do Plano Verão (janeiro de 1989): (I)
descabe a inclusão de juros remuneratórios nos
cálculos de liquidação se inexistir condenação
expressa, sem prejuízo de, quando cabível, o
interessado ajuizar ação individual de
conhecimento; (II) incidem os expurgos
inflacionários posteriores a título de correção
monetária plena do débito judicial, que terá como
base de cálculo o saldo existente ao tempo do
referido plano econômico, e não os valores de
eventuais depósitos da época de cada plano
subsequentes." (REsp 1.392.245/DF). 5. Em regra,
a impugnação não será recebida com efeito
suspensivo. A atribuição de tal efeito mostra-se
excepcional e condicionada à demonstração dos
requisitos autorizadores. 6. Nos termos da Súmula
517 do STJ "São devidos honorários advocatícios,
no cumprimento de sentença, haja ou não
impugnação, depois de escoado o prazo para
pagamento voluntário, que se inicia após a
intimação do advogado da parte executada." 7. No
caso de acolhimento da impugnação, ainda que
parcial, serão arbitrados honorários em benefício
do executado, com base no art.20, §4º, do CPC. 8.
Preliminar rejeitada. Agravo de instrumento
parcialmente provido, para excluir os juros
remuneratórios. (TJ-DF Acórdão n.892961,
20140020300559AGI, Relator: FLAVIO
ROSTIROLA, 3ª Turma Cível, Data de Julgamento:
09/09/2015, Publicado no DJE: 14/09/2015.
Pág.: 533)
AGRAVO REGIMENTAL NO AGI. CUMPRIMENTO
INDIVIDUAL DE SENTENÇA GENÉRICA. BANCO DO
BRASIL X IDEC. LEGITIMIDADE ATIVA. É
manifestamente improcedente e, por isso, não
merece seguimento, agravo de instrumento
contrário a jurisprudência do STJ, segundo a
qual o titular de poupança junto ao Banco do
Brasil, seja ou não associado ao IDEC, tem
legitimidade para requerer o cumprimento
individual da sentença genérica proferida
pela 12ª Vara Cível de Brasília nos autos da
ação civil pública 1998.01.1.016798-9. (TJ-DF
- AGR1: 201500201417661 Agravo de Instrumento
, Relator: FERNANDO HABIBE, Data de
Julgamento: 08/07/2015, 4ª Turma Cível, Data de
Publicação: Publicado no DJE : 16/07/2015 . Pág.:
79).
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. EXPURGOS
INFLACIONÁRIOS. PLANO VERÃO. EXECUÇÃO
INDIVIDUAL DE SENTENÇA. ILEGITIMIDADE
ATIVA. IDEC. FILIAÇÃO. IRRELEVÂNCIA. RE
573.232/SC. NÃO APLICAÇÃO. JUROS DE MORA.
TERMO INICIAL. CITAÇÃO NO PROCESSO DE
CONHECIMENTO. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS
POSTERIORES. INCIDÊNCIA. POSSIBILIDADE.
BASE DE CÁLCULO. SALDO EXISTENTE À ÉPOCA
DO PLANO ECONÔMICO EM QUESTÃO. JUROS
REMUNERATÓRIOS. NÃO INCIDÊNCIA. DECISÃO
PARCIALMENTE REFORMADA.
1 – A questão relativa à abrangência pela sentença
proferida nos autos da Ação Civil Pública nº
1998.01.1.016798-9 dos não associados ao
Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC) foi
decidida pelo Superior Tribunal de Justiça no
julgamento do Recurso Especial nº 1.391.198/RS,
ao qual foi aplicada a sistemática dos recursos
repetitivos (art. 543-C do Código de Processo
Civil), no qual se decidiu que, por força da coisa
julgada, os poupadores e seus sucessores,
independentemente de filiação ao IDEC, podem
promover o cumprimento individual da sentença
coletiva. 2 – Conforme expressamente
consignado no âmbito do Recurso Especial nº
1.391.198/RS, a decisão proferida no RE
573.232/SC não afeta o cumprimento de
sentença proferida no âmbito da Ação Civil
Pública de nº 1998.01.1.016798-9, sob pena
de ofensa à coisa julgada. 3 – O Tribunal da
Cidadania, em julgamento realizado sob a
sistemática dos recursos repetitivos (Recurso
Especial nº 1.370.899/SP), firmou o entendimento
no sentido de que "Os juros de mora incidem a
partir da citação do devedor no processo de
conhecimento da Ação Civil Pública quando esta se
fundar em responsabilidade contratual, cujo
inadimplemento já produza a mora, salvo a
configuração da mora em momento anterior". 4 –
É possível a incidência dos expurgos inflacionários
posteriores ao plano econômico em questão, a
título de correção monetária plena do débito
judicial, os quais, todavia, deverão ter como base
de cálculo somente o saldo existente à época do
referido plano econômico. Jurisprudência firmada
conforme o art. 543-C do CPC.
5 – Não houve disposição expressa, na fase de
conhecimento, sobre a incidência de juros
remuneratórios, razão pela qual tais juros não
deverão ser incluídos nos cálculos do valor devido,
devendo ser observada, além do princípio da coisa
julgada, a fidelidade ao título, conforme o
entendimento do colendo Superior Tribunal de
Justiça (Recurso Especial nº 1.392.245/DF, Rel.
Min. Luís Felipe Salomão, Segunda Seção, julgado
em 08/04/2015, DJe 07/05/2015). Agravo de
Instrumento parcialmente provido. (TJ-DF
Acórdão n.877825, 20150020083260AGI, Relator:
ANGELO CANDUCCI PASSARELI, 5ª Turma Cível,
Data de Julgamento: 01/07/2015, Publicado no
DJE: 06/07/2015. Pág.: 450)
Em que pese o entendimento equivocado deste
digníssimo magistrado, para propor a execução individual de
sentença, desnecessária a comprovação de filiação do poupador ao
IDEC, conforme jurisprudência dominante no E. Superior Tribunal de
Justiça, bem como dos Tribunais dos mais variados Estados do
território brasileiro, citando o de São Paulo:
"APELAÇÃO – EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL –
EXPURGOS INFLACIONÁRIOS – PLANO VERÃO -
COISA JULGADA - CUMPRIMENTO INDIVIDUAL DE
SENTENÇA COLETIVA – CABIMENTO - I - Ausência
de motivo para a suspensão do feito, uma vez que
a sentença coletiva, já transitada em julgado,
estabeleceu os parâmetros para a forma de cálculo
e atualização da condenação – II - Reconhecida a
legitimidade do autor para figurar no pólo ativo,
pois a decisão que fixou a condenação, não exigiu
comprovação de filiação ao IDEC – Efeitos erga
omnes – Precedentes do C. STJ – III - Liquidação
da sentença que depende de mero cálculo
aritmético – Hipótese, ademais, em que o autor
comprovou saldo no período fixado na condenação,
não negado pelo réu – IV – Juros de mora desde a
citação, e correção monetária pela Tabela Prática
do E. TJSP, estabelecidos na sentença transitada
em julgado – V – Honorários advocatícios cabíveis,
em face da regra da sucumbência – Inteligência
dos arts. 20, § 4º, c.c. 475, I, do CPC - Sentença
suficientemente motivada, mantida nos termos do
art. 252 do Regimento Interno do TJSP - Apelo
improvido" (TJ-SP - APL: 00249582020138260576
SP 0024958-20.2013.8.26.0576, Relator: Salles
Vieira, Data de Julgamento: 25/06/2015, 24ª
Câmara de Direito Privado, Data de Publicação:
05/08/2015) (destaquei)
Nesse sentido, há inúmeros julgados pelo TJPR e TJSC
reconhecendo a desnecessidade de comprovação associativa dos
poupadores, tendo em vista os efeitos atribuídos a sentença
executada:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA. AÇÃO CÍVIL PÚBLICA. IDEC
(INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR).CONHECIMENTO PARCIAL.
INOVAÇÃO RECURSAL.MÉRITO. COMPETÊNCIA.
EFICÁCIA "ERGA OMNES" E ABRANGÊNCIA EM
TODO TERRITÓRIO NACIONAL.DESNECESSIDADE
DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA.MEROS CÁLCULOS
ARITMÉTICOS. LEGITIMIDADE ATIVA
RECONHECIDA. DESNECESSIDADE DE
DEMONSTRAÇÃO DE VÍNCULO ASSOCIATIVO.
LEGITIMIDADE PASSIVA.SUCESSÃO DO BANCO
BAMERINDUS PELO HSBC.RECURSO CONHECIDO
EM PARTE E, NA PARTE CONHECIDA, NÃO
PROVIDO. (TJPR - 13ª C.Cível - AI - 1243900-4 -
Cascavel - Rel.: Lenice Bodstein - Unânime - - J.
30.01.2015) (destaquei)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMPUGNAÇÃO AO
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. AÇÃO CIVIL
PÚBLICA IDEC SÃO PAULO. PLANO VERÃO.
1.CONDENAÇÃO GENÉRICA. LIQUIDAÇÃO PRÉVIA
AUSENTE. POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DO
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA SEM A INCIDÊNCIA
DA MULTA DO ART. 475-J DO CPC.NULIDADE
AFASTADA. 2. COISA JULGADA.EFICÁCIA.
LIMITAÇÃO TERRITORIAL.IMPROPRIEDADE.
PRECEDENTES DO STJ. 3.LEGITIMIDADE ATIVA.
VÍNCULO ASSOCIATIVO.DESNECESSIDADE.
ENUNCIADO 10 TJPR. 4.LEGITIMIDADE
PASSIVA. SUCESSÃO ENTRE BANCOS.
LEGITIMIDADE RECONHECIDA. 5.PRESCRIÇÃO
QUINQUENAL. RECURSO REPRESENTATIVO DO
STJ. 6. JUROS MORATÓRIOS. TERMO INICIAL.
CITAÇÃO NA AÇÃO CIVIL PÚBLICA. 7. JUROS 2
REMUNERATÓRIOS. ABRANGÊNCIA PELA DECISÃO
TRANSITADA EM JULGADO.INCIDÊNCIA ATÉ O
EFETIVO PAGAMENTO. 8.CORREÇÃO MONETÁRIA.
PREVISÃO NO TÍTULO EXEQUENDO.
MANUTENÇÃO. 9. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
VALOR CORRETO.MANUTENÇÃO.RECURSO
DESPROVIDO. (TJ-PR , Relator: Luiz Taro Oyama,
Data de Julgamento: 13/11/2013, 13ª Câmara
Cível) (destaquei)
(...) b) a legitimidade ativa dos poupadores,
independentemente de fazerem parte dos
quadros associativos do IDEC, de ajuizarem o
cumprimento individual da sentença coletiva
proferida na referida ação civil pública. Por
isso, afeto o julgamento dos temas em
destaque à e.
Segunda Seção, nos termos do art. 543-C do
CPC, bem como da Resolução n. 08/2008.
3. Oficie-se aos Presidentes dos Tribunais de
Justiça, comunicando-lhes a instauração deste
procedimento, para que suspendam os processos
em que as controvérsias ora destacadas tenham
sido estabelecidas.
Outrossim, tendo em vista as informações acerca
da multiplicidade de ações que versam sobre as
mesmas matérias vertidas no presente recurso
especial, cumpre esclarecer que: a) a suspensão
abrange todas as ações em trâmite e que ainda
não tenham recebido solução definitiva; b) não há
óbice para o ajuizamento de novas demandas, mas
as mesmas ficarão suspensas no juízo de primeiro
grau; c) a suspensão terminará com o julgamento
do presente recurso repetitivo.
Tal procedimento já antes foi adotado, a exemplo
do decidido nos Recursos Especiais 1.060.210/SC
(Rel. Min. Luiz Fux), 1.251.331/RS (Rel. Min. Maria
Isabel Gallotti) e 1.419.697/RS (Rel. Min. Paulo de
Tarso Sanseverino) 4. Comunique-se, com cópia
deste despacho, a todos os Ministros da Segunda
Seção do Superior Tribunal de Justiça para os
procedimentos previstos no art. 2º, § 2º, da
Resolução n. 08/2008.
(...)" (grifos nossos) Assim, diante da abrangência
nacional da sentença prolatada na já referida Ação
Civil Pública, está correto o posicionamento da
juíza de primeiro grau curvando-se às
recomendações da superior corte, no sentido da
suspensão do feito. Diante do acima colocado,
nego provimento ao recurso de agravo de
instrumento, devendo-se manter a decisão
atacada, porque deu adequada solução à
controvérsia posta nos autos. Intimem-se. Oficie-
se. Curitiba, 27 de fevereiro de 2.014. Paulo Cezar
Bellio, Relator. (RJPR. 1188044-1.
Relator(a): Paulo Cezar Bellio. Órgão
Julgador: 16ª Câmara Cível. Data do
Julgamento: 12/03/2014 10:14:00. Fonte/Data
da Publicação: DJ: 1297 14/03/2014 (destaquei)
(...) TÍTULO EXECUTIVO PROLATADO EM
AÇÃO COLETIVA E POR ÓRGÃO DE
COMPETÊNCIA TERRITORIAL DISTINTA DA
RESIDÊNCIA DA PARTE ADVERSA
POUPADORA. QUESTÃO CONSOLIDADA NO
STJ, POR MEIO DO Se impresso, para
conferência acesse o site
http://esaj.tjsc.jus.br/esaj, informe o processo
0007832-84.2014.8.24.0023 e o código 1CB6F45.
Este documento foi JULGAMENTO DOS RESP. N.
1.247.150/PR E 1.243.887/PR, NOS QUAIS
FOI INSTAURADO INCIDENTE DE PROCESSO
REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC). EFEITOS E
EFICÁCIA NÃO CIRCUNSCRITOS A LIMITES
GEOGRÁFICOS, EM RESPEITO À COISA JULGADA.
ADSTRIÇÃO AOS LIMITES OBJETIVOS E
SUBJETIVOS ESTABELECIDOS NA SENTENÇA.
COMANDO JUDICIAL LANÇADO A TODOS OS
POUPADORES DO BANCO CONDENADO. DIREITOS
METAINDIVIDUAIS. POSSIBILIDADE DO
CUMPRIMENTO INDIVIDUAL DO JULGADO. "A
sentença genérica proferida na ação civil
coletiva ajuizada pelo Instituto Brasileiro de
Defesa do Consumidor, que condenou o
Banco do Brasil ao pagamento de diferenças
decorrentes de expurgos inflacionários sobre
cadernetas de poupança ocorridos em janeiro
de 1989, dispôs que seus efeitos teriam
abrangência nacional, erga omnes. Não cabe,
após o trânsito em julgado, questionar a
legalidade da determinação, em face da regra
do art. 16 da Lei 7.347/85 com a redação
dada pela Lei 9.494/97, questão
expressamente repelida pelo acórdão que
julgou os embargos de declaração opostos ao
acórdão na apelação. Precedente: Resp
1243887/PR, Rel. Ministro Luis Felipe
Salomão, Corte Especial, DJe 12/12/2011"
(STJ, AgRg no Resp. n. 1358024/DF, rela.
Mina. Maria Isabel Gallotti, j. 11-4-2013).
ILEGITIMIDADE ATIVA. PREFACIAL
RECHAÇADA. DESNECESSIDADE DE
DEMONSTRAÇÃO DE VÍNCULO ASSOCIATIVO
DO POUPADOR/EXEQUENTE COM O
INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR - IDEC, ÓRGÃO QUE PROMOVEU A
AÇÃO COLETIVA. INCIDÊNCIA DAS NORMAS
PROTETIVAS DE CONSUMO QUE ALCANÇA TODOS
OS LESADOS COM A CONDUTA DA FINANCEIRA
AGRAVANTE. ILETIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM.
REJEIÇÃO. AGRAVANTE QUE, NA QUALIDADE DE
SUCESSORA DO BANCO BAMERINDUS, É PARTE
LEGÍTIMA PARA FIGURAR NO POLO PASSIVO DA
DEMANDA. QUANTUM DEBEATUR A SER AFERIDO
POR SIMPLES CÁLCULO ARITMÉTICO. EXEGESE
DO ART. 475-B DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.
FEITO QUE NÃO NECESSITA DE LIQUIDAÇÃO.
DISCUSSÃO SOBRE O MARCO PARA O CÔMPUTO
DOS JUROS DE MORA NA APURAÇÃO DO
MONTANTE DEVIDO. INCIDÊNCIA QUE DEVE TER
INÍCIO COM A CITAÇÃO DO AGENTE FINANCEIRO
RÉU NA AÇÃO CIVIL PÚBLICA COLETIVA.
PRECEDENTES DESTA CORTE. MANUTENÇÃO. "[...]
nas ações em que são pleiteadas diferenças de
rendimentos das contas de poupança, são devidos
a partir da citação" (AgRg no Resp n. 1050731/SP,
rel. Min. João Otávio de Noronha, DJe 1-7-2010).
EXCESSO DE EXECUÇÃO NÃO DEMONSTRADO.
JUROS REMUNERATÓRIOS E CORREÇÃO
MONETÁRIA NOS MOLDES DOS JULGADOS DA
AÇÃO COLETIVA. ADEMAIS, MATÉRIA DE
REPERCUSSÃO NACIONAL E, INCLUSIVE,
SUMULADA. VERBETES NS. 32 e 37 do TRF.
RECURSO DESPROVIDO. (TJSC, Agravo de
Instrumento n. 2013.025576-0, de Pomerode, rel.
Des. Altamiro de Oliveira, Julgado em 29.10.2013)
(destaquei)
No mesmo sentido é o posicionamento do Superior
Tribunal de Justiça, vejamos:
COMPETENTE E ALCANCE OBJETIVO E SUBJETIVO
DOS EFEITOS DA SENTENÇA COLETIVA.
OBSERVÂNCIA À COISA JULGADA. 1. Para fins do
art. 543-C do Código de Processo Civil: a) a
sentença proferida pelo Juízo da 12ª Vara Cível da
Circunscrição Especial Judiciária de Brasília/DF, na
ação civil coletiva n. 1998.01.1.016798-9, que
condenou o Banco do Brasil ao pagamento de
diferenças decorrentes de expurgos inflacionários
sobre cadernetas de poupança ocorridos em
janeiro de 1989 (Plano Verão), é aplicável, por
força da coisa julgada, indistintamente a todos os
detentores de caderneta de poupança do Banco do
Brasil, independentemente de sua residência ou
domicílio no Distrito Federal, reconhecendo-se ao
beneficiário o direito de ajuizar o cumprimento
individual da sentença coletiva no Juízo de seu
domicílio ou no Distrito Federal; b) os
poupadores ou seus sucessores detêm
legitimidade ativa - também por força da
coisa julgada independentemente de fazerem
parte ou não dos quadros associativos do
Idec, de ajuizarem o cumprimento individual
da sentença coletiva proferida na Ação Civil
Pública n. 1998.01.1.016798-9, pelo Juízo da
12ª Vara Cível da Circunscrição Especial
Judiciária de Brasília/DF. 2.
Recurso especial não provido".
(REsp 1391198/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
13/08/2014, DJe 02/09/2014) (destaquei)
Dessa forma, a abrangência nacional do julgado e a
extensão dos efeitos da sentença a todos os poupadores que
mantiveram caderneta de poupança junto ao BANCO APELADO nos
períodos abrangidos pela condenação dispensam ao poupador
demonstrar sua vinculação à associação proponente da ação coletiva
(IDEC), inexistindo assim, carência de ação.
Nesse ínterim, as alegações do BANCO APELADO e a
decisão deste Magistrado vão de encontro ao entendimento
consolidado, tanto na Ação Coletiva, quanto na maciça jurisprudência
pátria, pois a Impugnada demonstrou ser titular de direito
individual homogêneo abrangido pelo título judicial transitado
em julgado, consolidado pela existência de extrato de
caderneta de poupança de sua titularidade no período.
Pelo retro citado, MM juiz, não há que se falar em
comprovação da autorização ao IDEC, à época para a propositura da
ação de conhecimento. Daí porque, merece anulação a r. sentença,
sendo esta a medida mais justa no caso em tela!
DA LEGITIMIDADE ATIVA – ABRANGÊNCIA NACIONAL DOS
EFEITOS DA SENTENÇÃ DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA

Restou consolidado pela jurisprudência pátria, e


inclusive do Superior Tribunal de Justiça que a decisão em
cumprimento é clara ao determinar a abrangência de seus efeitos:
nacional e erga omnes.
Pois bem. Por coisa julgada material entende-se a
eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença para as partes
litigantes.
 Caso, aliás, de toda Ação Civil Pública, que envolve
direitos difusos, direitos indivisíveis e de titularidade indeterminada,
conforme dispõe o artigo 1º, da Lei da Ação Civil Pública -
Lei 7.347/85 e artigo 103, do Código de Defesa do Consumido.
No Recurso Especial 1348425 a ministra relatora Isabel
Gallotti, foi clara ao afirmar sua abrangência nacional e o efeito erga
omnes [para todos], embora isso não tenha constado no dispositivo,
mas somente na fundamentação. “O dispositivo da sentença deve ser
interpretado de forma coerente com a sua fundamentação”.
A decisão deste digníssimo Desembargador vai de
encontro com outras decisões dos Tribunais de Justiça, que reconhece
a legitimidade ativa do detentor da caderneta de poupança para
propor a ação no seu domicílio, causando assim contradição em seu
julgado, in verbis:
Apelação. Cumprimento de sentença. Ação Civil
Pública. IDEC e Banco do Brasil. Expurgos
inflacionários de poupança à época do Plano Verão.
Exceção de pré-executividade. Eficácia territorial
do título. Abrangência nacional. Questão decidida.
Preclusão. A sentença coletiva proferida na
ação civil pública movida pelo IDEC contra o
Banco do Brasil S/A, processada em
Brasília/DF, versando sobre os expurgos
inflacionários de poupança à época do Plano
Verão, possui o efeito "erga omnes" e
abrangência nacional, já que assim foi
decidido naquela ação, não se podendo
discutir o limite territorial em razão da coisa
julgada. Logo, são legitimados para o
cumprimento da sentença os poupadores
daquele banco que mantinham conta neste e
em outros Estados Federativos. Apelação
provida. (TJ-PR 9538245 PR 953824-5 (Acórdão),
Relator: Hamilton Mussi Correa, Data de
Julgamento: 19/09/2012, 15ª Câmara Cível)
(destaquei)
Agravo interno. Decisão monocrática que nega
seguimento ao agravo de instrumento.
Cumprimento de sentença da ação civil
pública do Instituto Brasileiro de Defesa do
Consumidor - IDEC. Inocorrência de
prescrição seja o prazo de três ou de vinte
anos. Título executivo apto.Sentença coletiva
com eficácia ‘erga omnes’ e abrangência
nacional. Legitimidade ativa dos poupadores.
Precedentes do STJ. Excesso de execução não
verificado. Recurso não provido. (TJPR - 15ª
C.Cível - A - 1286500-8/01 - São João - Rel.:
Hamilton Mussi Correa - Unânime - - J.
26.11.2014) (destaquei)
APELAÇÃO CÍVEL CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
AÇÃO CIVIL PÚBLICA JULGADA PELO JUÍZO DO
DISTRITO FEDERAL RECONHECIMENTO DA
ABRANGÊNCIA NACIONAL DA SENTENÇA
AUSÊNCIA DE ALTERAÇÃO DA DECISÃO, NESTA
PARTE, EM GRAU DE RECURSO TRÂNSITO EM
JULGADO IMPOSSIBILIDADE DE REDISCUSSÃO
DA MATÉRIA ABRANGÊNCIA NACIONAL DA
SENTENÇA MANTIDA AÇÃO PROPOSTA NO
DOMICÍLIO DO POUPADOR POSSIBILIDADE
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 1. Tendo a
sentença, já transitada em julgado,
reconhecido a abrangência nacional da
decisão, por força do art. 98 do CDC, não há
que se falar em nova apreciação da questão
da competência no cumprimento do julgado.
2. Comprovando o poupador que a Comarca
em que ajuizou o cumprimento de sentença é
a da localidade em que reside, além de ser o
local da agência em que manteve a conta
poupança, há que se reconhecer a
competência deste juízo para processar o
feito. 3. Recurso conhecido e provido. (TJPR - 14ª
C.Cível - AC - 893085-8 - Goioerê - Rel.: Themis
Furquim Cortes - Unânime - - J. 30.05.2012)
(destaquei)
E mais:
(...) O que se observa, a bem da verdade, é uma
decisão no âmbito de tal procedimento, com
efeito em toda a territorialidade nacional,
cujo alcance é passível de cumprimento da
sentença ato executório por parte de
qualquer consumidor que possuir direito de
crédito em face do banco réu, assim
reconhecido em sentença proferida em sede
de Ação Civil Pública. (TJ/PR. Autos: 0022365-
39.2014.8.16.0001) (destaquei)
De mais a mais, considerando a abrangência nacional
novamente declarada pelo julgamento do recurso julgado em sede de
recurso repetitivo, não cabe mais discussão sobre a abrangência
especial da sentença coletiva em que se requer o cumprimento, sob
pena de afronta a coisa julgada.
Tal condição, em decorrência dos inúmeros recursos
interpostos pelas casas bancárias, culminou no julgamento no último
dia 13.08.2014, em decisão publicada no dia 02.09.2014, nos
moldes do art. 543-C do CPC, do REsp. n. 1.391.198/RS, em que
pôs fim na controvérsia da abrangência territorial da decisão, ora
executada, que em resumo, assim constou:
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. RECURSO ESPECIAL
REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART.
543-C DO CPC. SENTENÇA PROFERIDA PELO
JUÍZO DA 12ª VARA CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO
ESPECIAL JUDICIÁRIA DE BRASÍLIA/DF NA AÇÃO
CIVIL COLETIVA N. 1998.01.1.016798-9 (IDEC X
BANCO DO BRASIL). EXPURGOS INFLACIONÁRIOS
OCORRIDOS EM JANEIRO DE 1989 (PLANO
VERÃO). EXECUÇÃO/LIQUIDAÇÃO INDIVIDUAL.
FORO COMPETENTE E ALCANCE OBJETIVO E
SUBJETIVO DOS EFEITOS DA SENTENÇA
COLETIVA. OBSERVÂNCIA À COISA JULGADA.
1. Para fins do art. 543-C do Código de Processo
Civil: a) sentença proferida pelo Juízo da 12ª
Vara Cível da Circunscrição Especial Judiciária
de Brasília/DF, na ação civil coletiva nº
1998.01.1.016798-9, que condenou Banco do
Brasil ao pagamento de diferenças
decorrentes de expurgos inflacionários sobre
cadernetas de poupança ocorridos em janeiro
de 1989 (Plano Verão), é aplicável, por força
da coisa julgada, indistintamente a todos os
detentores de caderneta de poupança do
Banco do Brasil, independentemente de sua
residência ou domicílio no Distrito Federal,
reconhecendo-se ao benificiário direto de
ajuizar o cumprimento individual da sentença
coletiva no Juízo de seu domicílio ou no
Distrito Federal.
b) os poupadores ou seus sucessores detêm
legitimidade ativa - também por força da
coisa julgada -, independentemente de
fazerem parte ou não dos quadros
associativos do IDEC, de ajuizarem o
cumprimento individual da sentença coletiva
proferida na ação civil pública nº
1998.01.1.016798-9 pelo Juízo da 12ª Var
Cível da Circunscrição Especial Judiciária de
Brasília/DF. 2. Recurso especial não provido.
(destaquei)
Ademais, a contrariedade está versada numa decisão
eu vai de encontro com a jurisprudência pátria, ou seja, que
reconhece a legitimidade ativa do poupador para ajuizar a ação no
foro do seu domicílio, independente de ser este o foro prolator da
sentença da ação civil pública ou não (os julgados em anexo
embasam a fundamentação dos embargos). Assim sendo,
considerando a abrangência nacional novamente declarada
pelo julgamento do recurso julgado em sede de recurso
repetitivo, não cabe mais discussão sobre a abrangência
especial da sentença coletiva em que se requer o
cumprimento, sob pena de afronta a coisa julgada.
Consoante intelecção formada pelo Superior Tribunal de
Justiça, por ocasião do julgamento do recurso representativo da
controvérsia, “a liquidação e a execução individual de sentença
genérica proferida em ação civil coletiva pode ser ajuizada no
foro do domicílio do beneficiário, porquanto os efeitos e a
eficácia da sentença não estão circunscritos a lindes
geográficos, mas aos limites objetivos e subjetivos do que foi
decidido, levando-se em conta, para tanto, sempre a extensão
do dano e a qualidade dos interesses metaindividuais postos
em juízo (arts. 468, 472 e 474, CPC e 93 e 103, CDC) “(Resp. n.
1.243.887/PR, rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 19-10-2011).
Aliado a esse fato, vale ressaltar que o Recurso
Especial n. 1.243.887/PR1, de relatoria do Ministro Luis Felipe
Salomão, representativo da controvérsia, consolidou o
1
DIREITO PROCESSUAL. RECURSO REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA (ART. 543 C, CPC).
DIREITOS METAINDIVIDUAIS. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. APADECO X BANESTADO. EXPURGOS
INFLACIONÁRIOS. EXECUÇÃO/LIQUIDAÇÃO INDIVIDUAL. FORO COMPETENTE. ALCANCE
OBJETIVO E SUBJETIVO DOS EFEITOS DA SENTENÇA COLETIVA. LIMITAÇÃO TERRITORIAL.
IMPROPRIEDADE. REVISÃO JURISPRUDENCIAL.LIMITAÇÃO AOS ASSOCIADOS. INVIABILIDADE.
OFENSA À COISA JULGADA.1. Para efeitos do art. 543-C do CPC:1.1. A liquidação e a execução
individual de sentença genérica proferida em ação civil coletiva pode ser ajuizada no foro do
domicílio do beneficiário, porquanto os efeitos e a eficácia da sentença não estão circunscritos a
lindes geográficos, mas aos limites objetivos e subjetivos do que foi decidido, levando-se em
conta, para tanto, sempre a extensão do dano e a qualidade dos interesses metaindividuais postos
em juízo (arts. 468, 472 e 474, CPC e 93 e 103, CDC). 1.2. A sentença genérica proferida na ação civil
coletiva ajuizada pela Apadeco, que condenou o Banestado ao pagamento dos chamados expurgos
inflacionários sobre cadernetas de poupança, dispôs que seus efeitos alcançariam todos os poupadores
entendimento de que os efeitos e a eficácia da sentença
genérica proferida em ação civil coletiva não estão limitados a
espaços geográficos, de modo que se configura plenamente
possível a liquidação e execução individual dessa sentença no
foro do domicílio do beneficiário. De igual forma, o Recurso
Especial n. 1.247.150/PR acompanhou esse entendimento.
De fato, Excelência, a coisa julgada material é a
eficácia que torna imutável e indiscutível a sentença não sujeita a
recurso ordinário ou extraordinário. No caso em apreço, inviável a
discussão sobre a matéria, sob pena de ofensa à coisa julgada,
havendo assim a possibilidade de cumprimento do julgado no
domicílio da parte ora Embargante em face da abrangência nacional
reconhecida no decisum.
A abrangência nacional do julgado estendeu os efeitos
da sentença a todos os poupadores que mantinham caderneta de
poupança junto a Instituição Financeira, nos períodos abrangidos pela
condenação, torna desnecessária a demonstração, pelo poupador, de
sua vinculação à associação proponente da ação coletiva.

DA CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

A parte Apelante discorda veementemente da


condenação imposta, por ser ela injusta e excessiva, tendo em vista
que a extinção do cumprimento de sentença por ilegitimidade ativa
está totalmente equivocada.
Sabe-se que o trabalho do advogado é um dos mais
complexos que existem, muito embora tenha o profissional do direito
a árdua missão de conjugar a lei e a jurisprudência ao caso concreto,
seu trabalho adicional é conseguir formar firme convicção do juiz da
causa com vistas ao êxito da defesa a uma defesa justa aos
interesses de seu cliente.
Frisa-se defesa justa.
Salta aos olhos no presente caso que, além do processo
ter sido extinto injustamente por um posicionamento minoritário,
como comprovado nesta petição, ter sido a parte Apelante condenada
em honorários sucumbenciais no valor de R$600,00.
Como pode ser observado, não houve o necessário
equilíbrio que a palavra equidade, por sua derivação, deveria
representar. O vencedor na ação civil pública, neste caso, foi o que
sofreu prejuízo nesse processo!!!
O Código de Processo Civil de 2015, estipula que:

da instituição financeira do Estado do Paraná. Por isso descabe a alteração do seu alcance em sede de
liquidação/execução individual, sob pena de vulneração da coisa julgada. Assim, não se aplica ao caso a
limitação contida no art. 2º-A, caput, da Lei n. 9.494/97. 2. Ressalva de fundamentação do Ministro Teori
Albino Zavascki. 3. Recurso especial parcialmente conhecido e não provido.
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar
honorários ao advogado do vencedor.
§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo
de dez e o máximo de vinte por cento sobre o
valor da condenação, do proveito econômico obtido
ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor
atualizado da causa, atendidos:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo
exigido para o seu serviço
Da análise do dispositivo legal, denota-se que o
legislador processual, conferiu ao julgador o livre arbítrio de
mensurar os honorários entre o mínimo e o máximo, ou ainda, em
valor fixo, respeitando sempre os incisos do §2º, do art. 85.
Como pode ser observado, a causa não foi dotada de
importante complexidade, apenas pelas teses jurídicas já
amplamente debatidas nos tribunais superiores, sem a necessidade
de muito esforço analítico dos fatos que compunham a causa de
pedir. A ação não envolveu recursos, bem como a disputa por tutelas
provisórias, audiência ou perícia.
Além disto, o processo fora prescindido tão somente de
prova documental, não tendo qualquer complexidade que fundamente
os honorários na importância arbitrada, devendo o mesmo ser
extirpado ou reduzido, caso não entenda os Ínclitos Julgadores, pela
procedência do presente Recurso de Apelação, senão vejamos a
seguinte jurisprudência, a qual corrobora para o presente caso:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. TERMO
DE RENEGOCIAÇÃO DE OPERAÇÃO DE CRÉDITO -
TROC - APRECIAÇÃO DOS CONTRATOS FINDOS E
RENEGOCIADOS. POSSIBILIDADE. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA. REDUÇÃO.
POSSIBILIDADE. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE
COBRANÇA. TERMO DE RENEGOCIAÇÃO DE
OPERAÇÃO DE CRÉDITO - TROC -. APRECIAÇÃO
DOS CONTRATOS FINDOS E RENEGOCIADOS.
POSSIBILIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
DE SUCUMBÊNCIA. REDUÇÃO. POSSIBILIDADE. É
plenamente possível a discussão em juízo sobre
eventuais ilegalidades constantes nos contratos
bancários que originaram o termo de
renegociação de dívida objeto da ação de
cobrança, na dicção do enunciado nº 286, do STJ.
Nos termos do § 4º do art. 20 do Código de
Processo Civil, nas causas em que não houver
condenação, os honorários advocatícios serão
fixados consoante apreciação equitativa do juiz,
observando-se o grau de zelo do profissional, o
lugar de prestação do serviço, a natureza e
importância da causa, o trabalho realizado pelo
advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
(TJMG. AC 10106040125341005 MG. Câmaras
Cíveis / 9ª CÂMARA CÍVEL. Publicação 28/04/2014.
Relator Luiz Artur Hilário).
APELAÇÃO CÍVEL. PREVIDÊNCIA PÚBLICA.
DESCONTO PREVIDENCIÁRIO. CANCELAMENTO.
FUNDO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE - FAS.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA.
REDUÇÃO.
Incidência do disposto no § 4º do art. 20 do CPC.
Causa singela e sem maior complexidade.
Pretensão de cunho mandamental. Inexistência de
condenação. Honorários advocatícios arbitrados
em R$ 400,00, sopesadas as peculiaridades do
caso concreto. APELO PROVIDO EM PARTE.
(Apelação Cível Nº 70052200482, Vigésima
Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Miguel Ângelo da Silva, Julgado em
26/03/2013)
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CAUTELAR DE EXIBIÇÃO
DE DOCUMENTOS. PEDIDO DE REDUÇÃO DOS
HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS. Em razão da
singeleza da causa e da desnecessidade de
realização de atos de maior complexidade,
deve ser minorada a verba sucumbencial
fixada pelo juízo a quo. DERAM PROVIMENTO
AO RECURSO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº
70048062285, Décima Sexta Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ergio Roque
Menine, Julgado em 29/11/2012) (destaquei)
APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO REVISIONAL DE
CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO
GARANTIDO POR ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA.
PRELIMINAR DE PREQUESTIONAMENTO. Na linha
decisória do acórdão, não há falar em negativa de
vigência a qualquer dispositivo legal. AGRAVO
RETIDO... HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
REDUÇÃO. Diante da singeleza da ação, onde
não foram produzidas outras provas além da
documental, tem amparo legal o pedido
redução dos honorários advocatícios.
Preliminar desacolhida. Agravo retido
parcialmente provido, por maioria. Primeira
apelação parcialmente provida. Segunda
apelação parcialmente provida”. (Apelação
Cível Nº 70028960748, Décima Terceira Câmara
Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Lúcia de
Castro Boller, Julgado em 16/04/2009. (destaquei)
Importante ressaltar as palavras de Nancy Andrighi no Resp
1632537 destacando que quando a demanda é simples, não justifica
sucumbência demasiadamente elevada. Entendeu ainda que o juiz
deve observar as particularidades antes de fixar o valor devido na
sucumbência.
Diante do exposto, é viável (vênia) a necessidade de
reforma em tal decisão, uma vez quer o trabalho exercido pelo
profissional de direito não envolveu grande complexidade por tratar-
se de processos de “massa” em que as teses já estão elaboradas e
não é preciso se fazer mais que trocar as partes, o número do
processo e fazer os cálculos.
Assim, pugna-se pela reforma da r. sentença, deve a verba
honorária arbitrada ser excluída ou caso não entenda desta forma,
pela redução dos honorários a ser fixado em no máximo R$200,00
(duzentos reais), em prol da mais cristalina justiça!

DOS PEDIDOS

PELO EXPOSTO, considerando-se a possibilidade de


serem causados prejuízos a ora APELANTE, pela r. sentença que
julgou extinto o processo, requer seja reformada totalmente a r.
sentença, determinando-se o andamento regular do feito.
Requer, outrossim, o recebimento e o provimento do
presente Recurso de Apelação, a fim de que, seja reformada
integralmente a r. sentença, por serem estas medidas de efetiva
aplicação da almejada Justiça!!!

Nesses termos,
Pede deferimento.

Rio de Janeiro/RJ, terça-feira, 28 de março de 2023.

EVANDRO JOSÉ LAGO


OAB/RJ 136.516

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