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OBJETO: NÃO APLICAÇÃO DA REGRA DE TRANSIÇÃO QUANDO ESTA FOR PREJUDICIAL – PEDIDO DE
APLICAÇÃO DA REGRA PERMANENTE E MAIS BENÉFICA
- DIREITO AO MELHOR BENEFÍCIO (RE 630.501 - STF)
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1) DAS PRELIMINARES
2) DO DIREITO
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8.213/91, com a redação dada pela 9.876/99:
ou da data da entrada do requerimento, até o máximo de 36 (trinta e seis), apurados em período não
superior a 48 (quarenta e oito) meses.
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BENEFÍCIO, IMPORTARÁ EM RENDA SUPERIOR DO QUE
AQUELA BASEADA NA REGRA DE TRANSIÇÃO.
Assim, deve-se respeitar o direito da parte ao melhor benefício possível
dentro das eventuais diversas regras de cálculo.
Nesse passo, é importante desenvolver a racio relativa à regra de transição,
que será tratada na sequência abaixo.
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Salientamos que a criação de regras de transição é de
liberalidade do legislador, mas uma vez criada, a regra deve ser usada
sempre e SOMENTE para beneficiar o segurado. Caso seja em seu
desfavor, ela deixará de ser aplicada cabendo a incidência da regra
nova. Nesse sentido, destacamos os ensinamentos de Wladimir
Martinez:
Regras de transição
Em certas circunstâncias, diante da noção do
direito em formação (capaz de criar o seu próprio
conceito de faculdade) e da natureza do vínculo,
que envolve o tempo, sucessividade de
mensalidades contribuição e prestacionais,
proximidade da consecução da pretensão, a norma
reconhece alguma grandeza preteria à expectativa
de direito e cria regras de transição.
Isto é, para quem está no sistema, reconhece a
validade do passado, ameniza os efeitos das
alterações, confere alguma confiabilidade
“contratual” a uma relação que não é civil. Matéria
que reclama positivação; regra de transição não se
presume juridicamente.
(MARTINEZ, Wladimir. Direito Adquirido na
Previdência Social. 3ª. edição. São Paulo: LTr, 2010,
pag. 192)
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PREVIDENCIÁRIO. REQUISITOS PARA A
APOSENTADORIA PREVIDENCIÁRIO.
REQUISITOS PARA A APOSENTADORIA APÓS
A EC 20/98. IDADE MÍNIMA. Para os segurados
filiados ao RGPS até 16-12- 98 e que não tenham
atingido o tempo de serviço exigido pelo regime
anterior, aplicam-se as regras de transição (art. 9º da
EC n.º 20/98). Os requisitos da idade mínima e
pedágio somente prevaleceram para a aposentadoria
proporcional (53 anos/H e 48 anos/M e 40% sobre o
tempo que faltava, em 16-12-98, para o direito à
aposentadoria proporcional). OS EXIGIDOS PARA
A APOSENTADORIA INTEGRAL (IDADE
MÍNIMA E PEDÁGIO DE 20%) NÃO SE
APLICAM POR SEREM MAIS GRAVOSOS AO
SEGURADO, ENTENDIMENTO, ALIÁS,
RECONHECIDO PELO PRÓPRIO INSS NA
INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/DC N.º 57/2001,
mantido nos regramentos subsequentes.
(TRF4, AC 200071000387956, LUÍS ALBERTO
D'AZEVEDO AURVALLE, TURMA
SUPLEMENTAR, 15/05/2007)
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proporcional, pois nenhum segurado irá optar pela
regra temporária.2
2
ROCHA, Daniel Machado da; BALTAZAR Junior, José Paulo. Comentários à Lei de Benefícios da
Previdência Social. 3. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003. p. 193.
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presente caso, é o cálculo com a do PBC de todo o período
contributivo.
Nesse sentido, cabe destacar:
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Tribunal Pleno, julgado em 21/02/2013, PUBLIC
26-08-2013).
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condição de empregado com o escopo de majorar a
RMI da aposentadoria a ser requerida, impõe-se a
respectiva glosa.
Reconhecido que o autor era sócio da empresa no
período em questão, podem ser aproveitadas as
contribuições efetuadas na qualidade de empregado,
após as devidas correções, uma vez que caracterizada
a condição de contribuinte individual.
Comprovado o exercício da atividade urbana em
questão, a ser acrescida ao tempo reconhecido pelo
INSS, TEM O SEGURADO DIREITO À
CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE
APOSENTADORIA POR TEMPO DE
SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO, NAS CONDIÇÕES
QUE LHE SEJAM MAIS FAVORÁVEIS, EM
RESPEITO AO DIREITO ADQUIRIDO E ÀS
REGRAS DE TRANSIÇÃO, tudo nos termos dos
artigos 5º, inciso XXXVI, da CF, 3º e 9º da EC 20/98
e 3º e 6º da Lei 9.876/99.
(TRF 4ª., APELREEX 200470050068278,
GUILHERME PINHO MACHADO, TURMA
SUPLEMENTAR, 09/03/2009) AÇÃO
RESCISÓRIA. PREVIDENCIÁRIO. ACÓRDÃO
QUE CONDENOU O INSS A CONCEDER
APOSENTADORIA PROPORCIONAL POR
TEMPO DE SERVIÇO NA FORMA DO
REGRAMENTO ANTERIOR À EC 20/98.
OMISSÃO QUANTO AO DIREITO À OPÇÃO
DE INATIVAÇÃO PELAS REGRAS
ESTABELECIDAS PELA REFERIDA
EMENDA. VIOLAÇÃO LITERAL A
DISPOSITIVO DE LEI (ART. 485, V, CPC).
EXISTÊNCIA. APOSENTADORIA POR
TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO.
EMENDA CONSTITUCIONAL N. 20, DE 1998.
IDADE MÍNIMA. PEDÁGIO. CONCESSÃO DO
BENEFÍCIO MAIS VANTAJOSO.
A violação a literal dispositivo de lei não se restringe
à lei stricto sensu, devendo ser interpretada em
sentido amplo, de modo a abarcar também a
legislação infralegal.
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Viola literal disposição de lei o acórdão que, embora
condenando o INSS a conceder à parte autora
aposentadoria proporcional por tempo de serviço na
forma do regramento anterior à EC 20/98, não
declarou o direito da parte autora de opção à
inativação pelas regras de transição estabelecidas
pela referida emenda constitucional, porquanto "tanto
vulnera a lei aquele que inclui no campo de aplicação
hipótese não contemplada, como o que exclui caso
por ela abrangido" (STF, HC 74183-5, Rel. Min.
Marco Aurélio Mello). (...) 7. Embora a forma de
apuração do salário-de-benefício seja a mesma se a
inativação for concedida até a data do requerimento
ou até a data da Emenda Constitucional n. 20, de
1998 (redação original do art. 29 da Lei n. 8.213/91),
o valor do salário-de-benefício poderá variar
conforme o salário-de- contribuição da segurada nos
meses anteriores, de modo que deve o INSS conceder
o benefício que for mais vantajoso à segurada:
aposentadoria por tempo de contribuição
proporcional, computado o tempo de serviço até a
data do requerimento administrativo; ou
aposentadoria por tempo de serviço proporcional,
considerado o tempo de serviço até a Emenda
Constitucional n. 20, de 1998. Em qualquer caso, o
marco inicial da inativação é a data do requerimento
na esfera administrativa, em 03-09-1999x, nos termos
do art. 54 c/c art. 49, II, da Lei n. 8.213/91. 8. Ação
rescisória julgada procedente. (TRF4, AR
200604000224834, JOÃO BATISTA LAZZARI,
TERCEIRA SEÇÃO, 21/10/2009)
PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE
BENEFÍCIO.
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(...)2. O parágrafo 2º do art. 32 do Decreto
3.048/99, com a redação dada pelo Decreto
3.265/99, enquanto vigente, o parágrafo 20 do
mesmo artigo, com a redação do Decreto nº
5.545/2005, o parágrafo 3º do art. 188-A do
Decreto 3048/99, com a redação do Decreto
3.265/99, e o parágrafo 4º do mesmo artigo,
acrescentado pelo Decreto 5.545/2005, na redação
vigente até o advento do Decreto 6.939/2009,
contrariam o disposto no art. 29, inciso II, da Lei
8.213/91, com a redação dada pela Lei 9.876/99,
bem como o disposto no art. 3º, caput, desta última
lei, na medida em que estas leis, ao contrário dos
referidos decretos, não exigem que, no cálculo do
salário de benefício de auxílio-doença e de
aposentadoria por invalidez, seja considerada a
totalidade dos salários de contribuição, mas apenas
os maiores salários de contribuição
correspondentes a oitenta por cento de todo o
período contributivo (regra permanente, para o
segurado filiado a partir da publicação da Lei do
Fator Previdenciário) ou, no mínimo, oitenta por
cento de todo o período contributivo decorrido
desde a competência julho de 1994 (regra
transitória, para o segurado filiado à Previdência
Social até o dia anterior à publicação da Lei
9.876/99 - ocorrida em 29-11-1999 -, podendo o
segurado, neste caso, se eventualmente lhe for
mais favorável, utilizar-se de mais de oitenta
por cento do referido período contributivo). (...)
(TRF4 5001793- 19.2010.404.7103, Sexta Turma,
Relator p/ Acórdão Celso Kipper, D.E.
26/04/2013)
Não restam dúvidas, portanto, do direito da parte a
ter seu benefício revisto de forma que o mesmo tenho, para apuração do
salário de benefício, o previsto no artigo 29, I ou II, da Lei 8.213/91,
com a redação alterada pela Lei 9.876/99, ou seja, para que seu PBC
leve em consideração todo o período contributivo e não apenas os
salários contribuídos após julho de 1994.
PREQUESTIONAMENTO
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No caso em análise, a aplicação da regra de transição (mais
prejudicial) em detrimento da regra atual e permanente (mais benéfica) foi
de encontro abruptamente a diversos princípios, dentre eles citamos:
Princípio da Isonomia/Igualdade (art. 5ª, caput), Princípio da Legalidade
(art. 37, caput), Princípio do Direito Adquirido (art. 5º, XXXVI), Princípio
da Razoabilidade e Proporcionalidade, e ainda ao disposto no art. 201,
§1º, todos da Constituição Federal de 1988.
Ainda, ao efetuar o cálculo da Renda Mensal Inicial do
benefício da parte Autora, não foi observado o disposto no artigo 29 inciso
I ou II da Lei nº 8.213/91 (com redação dada pela Lei nº 9.876/99).
Assim, requer-se o explícito pronunciamento desta Colenda Corte acerca
das inconstitucionalidades mencionadas, no intuito de resguardar a
interposição de possíveis Incidentes de Uniformização e/ou Recurso
Extraordinário aos Tribunais Superiores.
3) DOS PEDIDOS
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como, à autarquia previdenciária, do histórico completo de
remunerações do Cadastro Nacional de Informações
Sociais;
A procedência da pretensão deduzida,
consoante narrado nesta inicial, condenando-se o INSS
a revisar o benefício da parte autora, de forma que seu
cálculo seja efetuado computando-se os salários
referentes a todo o período contributivo e não apenas
aqueles vertidos após Julho de 1994, com eventual
observância ao consignado no Art. 21, §3º da Lei de
Benefícios e no RE 564.354, em regime de repercussão
geral pelo STF. Salienta-se que tal regra está atualmente
prevista no art. 29, I ou II da Lei 8.213/91;
A condenação do INSS ao pagamento das
diferenças verificadas desde a concessão do benefício,
acrescidas de correção monetária a partir do vencimento de
cada prestação até a efetiva liquidação, respeitada a
prescrição quinquenal, valores esses corrigidos
monetariamente na forma de atualização prevista pela
legislação pertinente;
A condenação do INSS ao pagamento de
honorários advocatícios na base de 20% (vinte por cento),
conforme dispõem o art. 55 da Lei n.º 9.099/95 ou o Art.
20 do Código de Processo Civil;
Considerando, ainda, que a questão de mérito é unicamente de direito, requer o
julgamento antecipado da lide, conforme dispõe o art. 330 do Código de
Processo Civil. Sendo outro o entendimento de V.Exa., requer a produção de
todos os meios de prova em direito admitidos.
Requer, com base na Lei 8.906/94, que ao final da presente demanda, caso sejam
encontradas diferenças em favor da parte autora, quando da expedição da RPV
ou do precatório, que os valores referentes aos HONORÁRIOS
CONTRATUAIS (contrato de honorários em anexo), sejam expedidos em
nome da sociedade de advogados contratada pela parte Autora, qual seja,
_________, inscrita na OAB sob o número ________, no percentual constante
no contrato de honorários em anexo, assim como dos eventuais honorários de
sucumbência.
Requer ainda, por ser o autor pessoa pobre, na acepção jurídica do termo, sem
condições de arcar com as despesas processuais e honorários advocatícios, sem
prejuízo de seu sustento e de sua família (conforme declaração em anexo),
digne-se Vossa Excelência a conceder ao mesmo o BENEFÍCIO DA JUSTIÇA
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GRATUITA, na forma do artigo 4º, da Lei 1.060/50, com a redação imposta
pela Lei 7.510/86, e artigos 128, Lei 8.213 /91.
Requer por fim, que seja apurado o valor devido ao Autor por meio de
cálculos realizados pela Contadoria Judicial, nos termos do art. 11 da Lei nº
10.259/2001.
Dá-se a causa o valor de R $ (___) (inserir valor por extenso), nos termos da
planilha em anexo.
Termos em que,
Pede deferimento.
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