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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da _ Vara Federal da Subseção


Judiciária de PORTO ALEGRE - RS.

ALISIA SCHULTZ, brasileira, solteira, aposentada,


inscrito no CPF sob nº. 010.572.860-87 e RG nº. 1002260139, residente e
domiciliado na Felicissimo de Azevedo - 1077 – São João, Porto Alegre/RS,
representado pelos advogados e procuradores no final subscritos (instrumento
de mandato anexo) vem, com todo respeito e acatamento, ante Vossa
Excelência, propor a presente

AÇÃO DE CONHECIMENTO CONDENATÓRIA c/


PEDIDO DE INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO, pelo ordinário, contra o

INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL –


INSS -, Autarquia Federal de seguros sociais com Gerência Executiva nesta
cidade.

1. SÍNTESE DO PEDIDO: O Excelso Supremo Tribunal Federal no


julgamento do Recurso Extraordinário nº 564.354 assentou entendimento
no sentido de que 'é possível a aplicação imediata do art. 14 da Emenda
Constitucional nº 20/1998 e do art. 5º da Emenda Constitucional nº

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41/2003 àqueles que percebem seus benefícios com base em limitador
anterior, levando-se em conta os salários de contribuição que foram
utilizados para os cálculos iniciais.

DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA

A postulante é pobre, ao feitio legal, não possuindo, no


momento, condições econômico-financeiras para arcar com custas e demais
consectários para a propositura e acompanhamento da presente demanda, sem
que isso implique em prejuízo do seu sustento e o de sua família, razão por que,
‘data máxima vênia’, se lhe deve estender o benefício da gratuidade da justiça,
cujo pedido se formulará ao final.

2. DOS FATOS E DO DIREITO

O benefício de origem foi concedido no teto máximo


tendo prejuízo no valor do SB/RMI utilizado na manutenção da sua renda
mensal.

Conforme já ventilado anteriormente o Excelso


Supremo Tribunal Federal no julgamento do Recurso Extraordinário nº 564.354
assentou entendimento no sentido de que 'é possível a aplicação imediata do
art. 14 da Emenda Constitucional nº 20/1998 e do art. 5º da Emenda
Constitucional nº 41/2003 àqueles que percebem seus benefícios com base em
limitador anterior, levando-se em conta os salários de contribuição que foram
utilizados para os cálculos iniciais.

Segue a ementa do julgado:


EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE
BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOS BENEFÍCIOS DO REGIME GERAL
DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DA
ALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003.
DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICO PERFEITO. NECESSIDADE DE
INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA

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AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Há pelo menos duas
situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como
guardião da Constituição da República demanda interpretação da
legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle
de constitucionalidade das normas, pois não se declara a
constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antes
entendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia
constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contra lei superveniente,
pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam
interpretadas as leis postas em conflito e determinados os seus alcances
para se dizer da existência ou ausência da retroatividade
constitucionalmente vedada. 2. Não ofende 2 o ato jurídico perfeito a
aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do
art. 5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios
previdenciários limitados a teto do regime geral de previdência
estabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a
observar o novo teto constitucional. 3. Negado provimento ao recurso
extraordinário. (RE 564354, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal
Pleno, julgado em 08/09/2010, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-030
DIVULG 14-02-2011 PUBLIC 15-02-2011 EMENT VOL-02464-03 PP-00487)

Ou seja, entenderam os ministros do STF que elevado


o teto do salário de contribuição sem que tenha havido reajuste das prestações
previdenciárias (como no caso das Emendas Constitucionais 20/1998 e
41/2003), ou reajustado em percentual superior ao concedido àquelas, o
benefício 'recupera o que normalmente receberia se o teto à época fosse outro',
no dizer do Ministro Marco Aurélio, ou, de acordo com o Ministro Ayres Britto, 'os
já aposentados, segundo um teto vigente à época da aposentadoria são
catapultados para o novo teto automaticamente'.

Estabelecido este pressuposto, despicienda qualquer


discussão ligada à DIB, toda vez que for alterado o limitador deve-se permitir a
recomposição da renda decorrente das perdas do salário de benefício antigo.
Entendimento, este, que também se aplica aos benefícios concedidos antes da
vigência da Constituição Federal de 1988, época em que a legislação

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previdenciária estabelecia tetos a serem respeitados, no caso o menor e o Maior
valor teto, aplicáveis ao valor do salário de benefício (arts. 21 e 23 da CLPS/84,
arts. 26 e 28 da CLPS/76 e art. 23 da LOPS).

Neste sentido já decidiram a 2ª, 3ª e 4ª Turma


Recursal do Rio Grande do Sul, nos Processos 5014118- 09.2013.404.7107,
5006624-70.2011.404.7105 e 5051123- 57.2011.404.7100, respectivamente,
bem como o nosso TRF4 senão vejamos:

EMENTA:
PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. TETOS. EMENDAS
CONSTITUCIONAIS 20/1998 E 41/2003. 1. O prazo extintivo de todo e
qualquer direito ou ação previsto no art. 103, caput, da Lei 8.213/91 (com
a redação dada pela MP 1.523- 9, de 27-06-1997, convertida na Lei nº
9.528, de 10-12-1997, alterada pela Medida Provisória nº 1.663-15, de
22-10-1998, que por sua vez foi transformada na Lei nº 9.711, de 20-11-
1998), somente se aplica à revisão de ato de concessão do benefício. 2.
Fixado pelo Supremo Tribunal Federal o entendimento de que o limitador
(teto do salário de contribuição) é elemento externo à estrutura jurídica
dos benefícios previdenciários, temse que o valor apurado para o salário
de benefício integra-se ao patrimônio jurídico do segurado, razão pela qual
todo o excesso não aproveitado em razão da restrição poderá ser utilizado
sempre que alterado o teto, adequando-se ao novo limite. Em outras
palavras, o salário de benefício, expressão do aporte contributivo do
segurado, será sempre a base de cálculo da renda mensal a ser percebida
em cada competência, respeitado o limite 3 máximo do salário de
contribuição então vigente. Isto significa que, elevado o teto do salário de
contribuição sem que tenha havido reajuste das prestações previdenciárias
(como no caso das Emendas Constitucionais 20/1998 e 41/2003), ou
reajustado em percentual superior ao concedido àquelas, o benefício
recupera o que normalmente receberia se o teto à época fosse outro, isto
é, sempre que alterado o valor do limitador previdenciário, haverá a
possibilidade de o segurado adequar o valor de seu benefício ao novo teto
constitucional, recuperando o valor perdido em virtude do limitador
anterior, pois coerente com as contribuições efetivamente pagas. 3.
Entendimento que também se aplica aos benefícios concedidos antes da
vigência da Constituição Federal de 1988, época em que a legislação

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previdenciária também estabelecia tetos a serem respeitados, no caso o
menor e o maior valor teto, aplicáveis ao valor do salário de benefício
(arts. 21 e 23 da CLPS/84, arts. 26 e 28 da CLPS/76 e art. 23 da LOPS).
4. O art. 58/ADCT deve ser aplicado utilizando-se a média dos salários de
contribuição, sem a incidência de limitadores, que deverão incidir apenas
por ocasião do pagamento, em cada competência (tetos e coeficiente de
cálculo do benefício). 5. Em duas hipóteses o entendimento consagrado na
Suprema Corte poderá ser aplicado para recompor tais benefícios em
razão de excessos não aproveitados: (1) quando o salário de benefício
tenha sofrido limitação mediante a incidência do menor valor teto e (2)
quando, mesmo não tendo havido essa limitação, a média dos salários de
contribuição recomposta através do art. 58/ADCT alcançar, em
dezembro/91, valor igual ou maior que o teto do salário de contribuição
então vigente, situação em que haverá excesso a ser considerado nos
reajustes subsequentes, pois, em janeiro/92, considerando que benefícios
e teto do salário de contribuição do mês anterior receberam o mesmo
índice de reajuste, fatalmente terá havido glosa por parte da autarquia
previdenciária por ocasião do pagamento ao segurado/beneficiário, com
reflexos que perduram até os dias atuais. 6. O fato de a média dos
salários de contribuição não ter sofrido limitação na data da concessão
(por ter ficado abaixo do menor valor-teto) não impede que possa atingir
valor superior ao teto do salário de contribuição em dezembro/91, o que
geralmente ocorre quando o salário mínimo utilizado como divisor na
aplicação do art. 58/ADCT está defasado (em competências que
antecedem mês de reajuste), acarretando uma elevação da média, se
considerada sua expressão em número de salários mínimos. 7. In casu,
aplicado teto ao salário de benefício, é devida a recomposição da renda
mensal aos novos limites de salário de contribuição estabelecidos pelas
Emendas Constitucionais n. 20/1998 e n. 41/2003. (TRF4, AC 5007545-
43.2013.404.7207, Sexta Turma, Relator p/ Acórdão Celso Kipper, juntado
aos autos em 14/10/2014).

3. DO CASO CONCRETO

A parte autora teve concedido benefício de


aposentadoria por tempo de contribuição (NB 42/082.100.289-9), cujo salário-
de-benefício foi LIMITADO, a teor da CLPS/84.

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Conforme se denota por meio do demonstrativo de


concessão abaixo, a média aritmética dos 36 últimos salários-de-contribuição
perfez a quantia de Cz$ 8.814,70 (317.329,05/36), porquanto o salário-de
benefício foi LIMITADO em Cz$ 6.110,00.

A limitação é legal e se deu em virtude da aplicação do


menor valor-teto vigente até 05/10/1988 por força da CLPS/84. Isto não está
em discussão.

Contudo, o cálculo do benefício não é uma operação


estática. O STF entendeu legítima a recuperação de perdas decorrentes da
limitação do salário de benefício. Neste sentido;

EMENTA:
PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ARTIGO 26 DA LEI 8.870/94.
1. Prevalecia, nesta Corte, o entendimento de que o art. 26, e parágrafo
único, da Lei 8.870/94, estabelecia a recomposição de parte das
diferenças resultantes da aplicação do teto aos benefícios dos segurados
apenas aos benefícios concedidos entre 05/04/1991 e 31/12/93. 2.
Entendeu o STF que toda vez que for alterado o teto dos benefícios da
Previdência Social, este novo limitador deve ser aplicado sobre o mesmo
salário-debenefício apurado por ocasião da concessão, reajustado (até a
data da vigência do novo limitador) pelos índices aplicáveis aos benefícios
previdenciários, a fim de se determinar, mediante aplicação do coeficiente
de cálculo, a nova renda mensal que passará a perceber o segurado. 3.
Com o entendimento consolidado na Corte constitucional, não há mais
razão para estabelecer qualquer distinção com base na data de início dos
benefícios previdenciários, no que toca à recuperação de perdas
decorrentes da limitação do salário-de-benefício. (TRF4, AC 5004663-

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52.2010.404.7001, Quinta Turma, Relator p/ Acórdão Ricardo Teixeira do
Valle Pereira, juntado aos autos em 18/09/2013).

Portanto deve-se permitir a recomposição da renda aos


benefícios concedidos a qualquer tempo desde que comprovada a LIMITAÇÃO,
hipótese verificada nestes autos.

Salienta-se que a evolução do salário-de-benefício é


devida, já que o STF, no julgamento do RE 564.354 deixou claro que o limitador
é um fator externo ao benefício, de modo que quando ocorrer majoração deverá
ser adequado o valor do benefício, tomando-se como base de cálculo a média
dos salários-de-contribuição.

Também se deve considerar a hipótese da evolução do


benefício sem a referida LIMITAÇÃO não alcançar os novos tetos, mas 5
existirem diferenças a serem adimplidas pela evolução do salário de benefício
reajustado.

4. DA DECADÊNCIA – NÃO INCIDÊNCIA

No caso concreto, por não estar sendo revisado o ato


de concessão (RMI), não se aplica o prazo decadencial, conforme jurisprudência
pacífica dos Tribunais:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. REAJUSTE


DO BENEFÍCIO COM A ELEVAÇÃO DO TETO PELA EC 20/98.
INAPLICABILIDADE DA DECADÊNCIA PREVISTA NO ARTIGO 103, CAPUT,
DA LEI 8.213/91.
1. Foi determinada a suspensão do processo, por força da Portaria nº 03/2010 da
Vara Federal de Joaçaba/SC, até que o Supremo Tribunal Federal julgue o Recurso
Extraordinário nº 786200, submetido ao procedimento de repercussão geral,
tratando da decadência conforme o artigo 103, caput, da Lei nº 8.213/91.
2. Em se tratando de ação em que o autor pretende a elevação da renda
mensal juntamente com a elevação do teto perpetrada pela EC 20/98, de
forma que o teto seja considerado apenas para fins de pagamento do
benefício, tem-se que não é caso de revisão do ato de concessão, como

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prevê o artigo 103, caput, da Lei 8.213/91, mas, sim, de estabelecimento
de critérios de reajuste da renda mensal.
3. Assim, a discussão relativa à decadência no RE nº 786200 não tem
qualquer influência sobre o presente feito e a Portaria supracitada não
pode ser aplicada para suspender o processo.
(TRF4, AG 5001713-87.2011.404.0000, Quinta Turma, Relator p/ Acórdão Ricardo
Teixeira do Valle Pereira, D.E. 18/08/2011).

PREVIDENCIÁRIO. REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. APLICAÇÃO DOS


TETOS DAS EC 20/1998 E 41/2003. DECADÊNCIA. ART. 103, CAPUT, DA LEI
8.213/1991. NÃO INCIDÊNCIA.
1. Trata-se de Recurso Especial questionando a aplicação dos tetos previstos nas
Emendas Constitucionais 20/1998 e 41/2003 a benefícios concedidos
anteriormente à vigência de tais normas.
2. O escopo do prazo decadencial da Lei 8.213/1991 é o ato de concessão
do benefício previdenciário, que pode resultar em deferimento ou
indeferimento da prestação previdenciária almejada, consoante se denota dos
termos iniciais de contagem do prazo constantes no art. 103, caput, da Lei
8.213/1991.
3. Por ato de concessão deve-se entender toda manifestação exarada pela
autarquia previdenciária sobre o pedido administrativo de benefício
previdenciário e as circunstâncias fático-jurídicas envolvidas no ato, como as
relativas aos requisitos e aos critérios de cálculo do benefício, do que pode
resultar o deferimento ou indeferimento do pleito.
4. A pretensão veiculada na presente ação consiste na revisão das
prestações mensais pagas após a concessão do benefício para fazer
incidir os novos tetos dos salários de benefício, e não do ato
administrativo que analisou o pedido da prestação previdenciária.
5. Por conseguinte, não incide a decadência prevista no art. 103, caput,
da Lei 8.213/1991 nas pretensões de aplicação dos tetos das Emendas
Constitucionais 20/1998 e 41/2003 a benefícios previdenciários
concedidos antes dos citados marcos legais, pois consubstanciam mera
revisão das prestações mensais supervenientes ao ato de concessão.
6. Não se aplica, na hipótese, a matéria decidida no REsp
1.309.529/PR e no REsp 1.326.114/SC, sob o rito do art. 543-C do CPC,
pois naqueles casos o pressuposto, que aqui é afastado, é que a revisão
pretendida se refira ao próprio ato de concessão.
7. Recurso Especial provido.
(REsp 1576842/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado
em 17/05/2016, DJe 01/06/2016)

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5. DA PRESCRIÇÃO – INTERRUPÇÃO – AÇÃO CIVIL PÚBLICA

A prescrição foi interrompida com o ajuizamento


da ação civil pública nº 0004911-28.2011.4.03.6183, a saber,
05/05/2011, a qual versa sobre a incidência das EC's 20/1998 e
41/2003.

Assim, são devidas as parcelas desde 05.05.2006,


consoante entendimento do TRF4:

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. RENDA MENSAL INICIAL. DIREITO


ADQUIRIDO AO MELHOR BENEFÍCIO. DECADÊNCIA. RECONHECIMENTO.
LIMITAÇÃO DO SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO AO TETO DO SALÁRIO-DE-
CONTRIBUIÇÃO. RECOMPOSIÇÃO DE DIFERENÇAS. POSSIBILIDADE.
RECUPERAÇÃO DOS EXCESSOS DESPREZADOS NA ELEVAÇÃO DO TETO DAS
ECS 20 E 41. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. PRESCRIÇÃO.
(...)
6. Em regra, a prescrição é quinquenal, contado o prazo concernente a
partir da data do ajuizamento prescrição da ação. Sem embargo, restam
ressalvadas as situações em que a ação individual é precedida de ação
civil pública de âmbito nacional. Nessas hipóteses, a data de propositura
desta acarreta a interrupção da prescrição.
(TRF4, AC 5002013-21.2013.404.7100, Sexta Turma, Relatora p/ Acórdão Vânia
Hack de Almeida, juntado aos autos em 24/07/2015).

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. RENDA MENSAL INICIAL.


RECUPERAÇÃO DOS EXCESSOS DESPREZADOS NA ELEVAÇÃO DO TETO DAS
ECS 20 E 41. decadência. não-ocorrência. PRESCRIÇÃO. AÇÃO CIVIL
PÚBLICA. CONSECTÁRIOS. honorários. 
1. ...
2. Uma vez que se trata de reajustamento do benefício em virtude de alterações
do teto de contribuição decorrentes da Lei 8.213/91 e de emendas
Constitucionais, a pretensão não se refere à revisão do ato de concessão, pois não
altera o cálculo inicial do benefício. Assim, não há decadência a ser pronunciada.
3. Em regra, a prescrição é qüinqüenal, contado o prazo concernente a
partir da data do ajuizamento prescrição da ação. Sem embargo, restam
ressalvadas as situações em que a ação individual é precedida de ação

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civil pública de âmbito nacional. Nessas hipóteses, a data de propositura
desta acarreta a interrupção da prescrição.
4. ...
(TRF4, AC 5007835-96.2015.404.7107, QUINTA TURMA, Relator p/ Acórdão
PAULO AFONSO BRUM VAZ, juntado aos autos em 13/05/2016).

Pedimos vênia para transcrever parte do voto proferido


no julgado da ementa acima:

“Prescrição e revisão

Quanto à prescrição e à revisão, consoante a jurisprudência do STJ (REsp


1.441.277/PR, Ministro Mauro Campbell Marques, em 22/5/2014, Dje
28/5/2014), a citação do INSS na ação civil pública nº 0004911-
28.2011.4.03.6183, cujo pedido coincide com o formulado individualmente
nesta ação, interrompe a prescrição quinquenal, com efeitos desde o
ajuizamento da ação coletiva, em 05/05/2011, nos termos do art. 219, caput
e § 1º, do CPC, até o seu trânsito em julgado. Nesse contexto, e considerando a
data da citação na ação coletiva, consideram-se prescritas apenas as eventuais
parcelas anteriores a 05/05/2006.”

6. DOS JUROS – CITAÇÃO OCORRIDA EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM


MESMO OBJETO

Tendo ocorrida a citação do INSS na referida Ação Civil


Pública de nº 0004911-28.2011.4.03.6183, na data de 07/06/2011, conforme
movimentação do processo em apenso, os juros demora devem incidir desde
aquela data.

É o entendimento da matéria pela Corte Especial do


Superior Tribunal de Justiça, no sentido de que os juros moratórios devem
incidir a partir da citação do demandado na fase de conhecimento da Ação Civil
Pública, conforme os seguintes precedentes:

PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE


DIVERGÊNCIA. RECEBIMENTO COMO AGRAVO REGIMENTAL. DECISÃO

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MONOCRÁTICA. PROVIMENTO DOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. ART. 557, 1º-
A, DO CPC. JUROS DE MORA. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. TERMO A QUO. CITAÇÃO DO
DEVEDOR. FASE DE CONHECIMENTO. 1. A matéria objeto da divergência se
encontrava afetada à Corte Especial por meio do Recurso Especial Repetitivo
1.370.899/SP. 2. Em sessão de 21/5/2014, realizou-se o julgamento da
controvérsia, acordando, por maioria da Corte Especial do Colendo Superior
Tribunal de Justiça, pelo não provimento do recurso, no sentido de firmar a tese
jurídica de que os juros de mora devem incidir a partir da citação do devedor na
fase de conhecimento da ação civil pública.3. No caso, o ora embargado sustentou
a tese vencedora, razão pela qual fez jus ao provimento do recurso. Embargos de
declaração recebidos como agravo regimental, ao qual se nega provimento.(EDcl
nos EAREsp 345.775/RS, Rel. Ministro OG FERNANDES, CORTE ESPECIAL, julgado
em 17/12/2014, DJe 02/02/2015)
AÇÃO CIVIL PÚBLICA - CADERNETA DE POUPANÇA – PLANOS ECONÔMICOS -
EXECUÇÃO - JUROS MORATÓRIOS A PARTIR DA DATA DA CITAÇÃO PARA A AÇÃO
COLETIVA - VALIDADE - PRETENSÃO A CONTAGEM DESDE A DATA DE CADA
CITAÇÃO PARA CADA EXECUÇÃO INDIVIDUAL - RECURSO ESPECIAL IMPROVIDO.
1.- Admite-se, no sistema de julgamento de Recursos Repetitivos (CPC, art. 543-
C, e Resolução STJ 08/98), a definição de tese uniforme, para casos idênticos, da
mesma natureza, estabelecendo as mesmas consequências jurídicas, como ocorre
relativamente à data de início da fluência de juros moratórios incidentes sobre
indenização por perdas em Cadernetas de Poupança, em decorrência de Planos
Econômicos. 2.- A sentença de procedência da Ação Civil Pública de natureza
condenatória, condenando o estabelecimento bancário depositário de Cadernetas
de Poupança a indenizar perdas decorrentes de Planos Econômicos, estabelece os
limites da obrigação, cujo cumprimento, relativamente a cada um dos titulares
individuais das contas bancárias, visa tão-somente a adequar a condenação a
idênticas situações jurídicas específicas, não interferindo, portando, na data de
início da incidência de juros moratórios, que correm a partir da data da citação
para a Ação Civil Pública. 3.- Dispositivos legais que visam à facilitação da defesa
de direitos individuais homogêneos, propiciada pelos instrumentos de tutela
coletiva, inclusive assegurando a execução individual de condenação em Ação
Coletiva, não podem ser interpretados em prejuízo da realização material desses
direitos e, ainda, em detrimento da própria finalidade da Ação Coletiva, que é
prescindir do ajuizamento individual, e contra a confiança na efetividade da Ação
Civil Pública, O que levaria ao incentivo à opção pelo ajuizamento individual e pela
judicialização multitudinária, que é de rigor evitar. 4.- Para fins de julgamento de
Recurso Representativo de Controvérsia (CPC, art. 543-C, com a redação dada
pela Lei 11.418, de 19.12.2006), declara-se consolidada a tese seguinte: "Os juros
de mora incidem a partir da citação do devedor na fase de conhecimento da Ação
Civil Pública, quando esta se fundar em responsabilidade contratual, se que haja
configuração da mora em momento anterior." 5.- Recurso Especial improvido.

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(REsp 1370899/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, CORTE ESPECIAL, julgado em

21/05/2014, REPDJe 16/10/2014, DJe 14/10/2014.

No mesmo sentido, entendimento do TRF da 4ª


Região:

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO.


SERVIDOR PÚBLICO. INCORPORAÇÃO DE QUINTOS. EXIGIBILIDADE DO
TÍTULO. COISA JULGADA. INAPLICABILIDADE DOS ARTs. 741, II, §1º E
475-J, §1º CPC/73. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. CITAÇÃO NO
PROCESSO DE CONHECIMENTO DA AÇÃO COLETIVA. INEXISTÊNCIA
DE EXCESSO DE EXECUÇÃO. 1. É inaplicável o art. 741, II, §1º do CPC/73
nas hipóteses em que o trânsito em julgado da sentença exequenda tenha
ocorrido anteriormente ao julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal,
acerca da constitucionalidade ou inconstitucionalidade de preceito
normativo. Precedentes do STJ. 2. Conforme julgado no RE 730.642
(Tema 733), a sentença transitada em julgado, ainda que fundada
em preceito normativo supervenientemente declarado inconstitucional,
não sofre reforma ou rescisão automática. Para tanto, deve ser utilizado o
recurso próprio ou a ação rescisória. É exigível o título judicial transitado
em julgado.
3. Consoante o atual posicionamento da Corte Especial do STJ, o
marco temporal inicial da incidência dos juros de mora
corresponde à data de citação do réu na ação coletiva principal (ou
originária), e não à data de intimação/citação do devedor na fase
de liquidação/execução do débito. (Resp. 1.370.899, 1.31.800).
4. No caso dos autos, é indevida a compensação de valores pagos
administrativamente porque não restou comprovada a natureza do
pagamento e sua relação o crédito em execução. 5. No caso dos autos, é
inaplicável a majoração dos honorários segundo o art. 85, §11º do NCPC.  
(TRF4, AC 5009246-89.2015.404.7200, QUARTA TURMA, Relator
CANDIDO ALFREDO SILVA LEAL JUNIOR, juntado aos autos em
07/10/2016).

Assim, devem ser aplicados juros de mora desde a


data de 07/06/2011, data de citação do INSS na ACP nº 0004911-
28.2011.4.03.6183.

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7. O PEDIDO E VALOR DA CAUSA

ISTO POSTO, requer a demandante, com a mais alta


vênia, a Vossa Excelência, se digne:

A – conceder-lhe, forte no disposto no item 01, do


presente petitório, o benefício da gratuidade da justiça;

B – mandar CITAR o Instituto Réu, no endereço


acima consignado, na pessoa do seu Gerente Executivo,
cientificando-o dos termos desta para que, querendo, ofereça a
defesa que tiver e quiser, no prazo e sob as penas da lei,
presumindo-se verdadeiros os fatos articulados, acaso não
contestados;

C.1 – julgar TOTALMENTE PROCEDENTE o presente


pedido, condenando o Instituto Réu a corrigir-se o valor real do
salário de benefício da parte autora, limitando-se a renda apenas
para fins de pagamento aos novos tetos em vigor nas
competências dos reajustes, recuperando-se o excedente
desprezado na sua apuração, devendo o novo valor apurado
substituir o anteriormente calculado para todos os fins e efeitos,
conforme determina o referido dispositivo legal;

C.2 - determinar que o INSS incorpore em folha de


pagamento a nova renda mensal.

C.3 - determinar o pagamento das parcelas desde


05.05.2006, face à interrupção da prescrição ocasionada
pelo ajuizamento da Ação Civil Pública n° 0004911-
28.2011.4.03.6183, em 05/05/2011;

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D – pagar todas as diferenças que se formarem em
decorrência da revisão e do recálculo aqui determinados, todas
devidamente corrigidas monetariamente, segundo a variação do
INPC, desde o vencimento de cada parcela, até a efetiva
liquidação, e acrescidas de juros moratórios (12% a.a.)
computados desde a citação ocorrida na Ação Civil Pública
n° 0004911-28.2011.4.03.6183 (07.06.2011);

E – condenar o INSS, ainda, a pagar honorários


advocatícios de 20% sobre o valor das prestações vencidas e
mais uma anuidade das vincendas, custas e despesas
processuais, além de outros encargos decorrentes da
sucumbência;

F – requer seja determinado que o INSS junte aos


autos cópia do processo administrativo relativo ao benefício da
Autora, incluindo o HISCRE deste a DIB;

G – requer provar o alegado por todos os meios de


prova em direito admitidas, em especial a prova documental e
pericial; e,

H – destacar os honorários contratuais em favor da


pessoa jurídica que patrocina a causa;

I – não tem interesse em realizar audiência de


conciliação (art. 334 do CPC/2015);

Dá à causa, o valor provisório de R$ 61.602,00


(sessenta e um mil seiscentos e dois reais).

P. Deferimento.

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São Jerônimo, 14 de o Marco de 2017.

Gabriel Dornelles Marcolin


OAB/RS 76.643

Alexandre Dornelles Marcolin

OAB/RS 73.758

Maria de Lourdes Poeta Dornelles

OAB/RS 15.442

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