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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da _ Vara Federal da Subseção


Judiciária de CRUZ ALTA – RS.

MAXIMO ODIN DE SECCO LOPES, brasileiro, casado,


aposentado, inscrito no CPF sob nº. 044.536.620-68 e RG nº. 9048598065,
residente e domiciliado na Rua São Jerônimo, 65, Bairro CEEE, Salto do
Jacuí/RS, representado pelos advogados e procuradores no final subscritos
(instrumento de mandato anexo) vem, com todo respeito e acatamento, ante
Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE CONHECIMENTO CONDENATÓRIA c/ PEDIDO DE


INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO e PEDIDO LIMINAR, contra o

INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL – INSS -,


Autarquia Federal de seguros sociais Gerência Executiva nesta cidade, pelos
fatos e fundamentos que a seguir passa a expor:

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1. DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA

O postulante é pobre, ao feitio legal, não possuindo, no momento,


condições econômico-financeiras para arcar com custas e demais consectários
para a propositura e acompanhamento da presente demanda, sem que isso
implique em prejuízo do seu sustento e o de sua família, razão por que, ‘data
máxima vênia’, se lhe deve estender o benefício da gratuidade da justiça, cujo
pedido se formulará ao final.

2. DA QUALIDADE DE SEGURADO

O Autor por via desta demanda protesta pela revisão de sua


aposentadoria por tempo de contribuição sob o nº 077.320.486-5 com DIB
fixada em 01/03/1984.

No ato concessório do beneficio ora demonstrado o salário-de-


benefício foi LIMITADO no valor TETO, a teor da CLPS/84 o que abre
precedentes para requerer a sua readequação aos valores integrais, sem
qualquer limitação em consonância com o entendimento do STF conforme a
seguir será demonstrado.

3. SÍNTESE DO PEDIDO:

Tendo em vista o entendimento no sentido de que é possível a


aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional nº 20/1998 e do art.
5º da Emenda Constitucional nº 41/2003 àqueles que percebem seus
benefícios com base em limitador anterior, levando-se em conta os salários de
contribuição que foram utilizados para os cálculos iniciais e sendo o limitador
TETO elemento externo a estrutura jurídica do beneficio previdenciário, requer
seja deferido a presente demanda.

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4. DOS FATOS E DO DIREITO

Conforme já ventilado o Excelso Supremo Tribunal Federal no


julgamento do Recurso Extraordinário nº 564.354 assentou entendimento no
sentido de que 'é possível a aplicação imediata do art. 14 da Emenda
Constitucional nº 20/1998 e do art. 5º da Emenda Constitucional nº 41/2003
àqueles que percebem seus benefícios com base em limitador anterior,
levando-se em conta os salários de contribuição que foram utilizados para os
cálculos iniciais.

Segue a ementa do julgado:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO.


REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOS
BENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS
NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DA ALTERAÇÃO.
EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO
INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICO PERFEITO. NECESSIDADE DE
INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA
DE OFENSA AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1.
Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do
Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição da
República demanda interpretação da legislação
infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle
de constitucionalidade das normas, pois não se declara a
constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem
antes entendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da
garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contra
lei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa
perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas em
conflito e determinados os seus alcances para se dizer da
existência ou ausência da retroatividade constitucionalmente
vedada. 2. Não ofende 2 o ato jurídico perfeito a aplicação
imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do
art. 5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios
previdenciários limitados a teto do regime geral de previdência
estabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que
passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negado
provimento ao recurso extraordinário. (RE 564354, Relator(a):
Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 08/09/2010,
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-030 DIVULG 14-02-2011
PUBLIC 15-02-2011 EMENT VOL-02464-03 PP-00487)

Ou seja, entenderam os ministros do STF que elevado o teto do


salário de contribuição sem que tenha havido reajuste das prestações

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previdenciárias (como no caso das Emendas Constitucionais 20/1998 e
41/2003), ou reajustado em percentual superior ao concedido àquelas, o
benefício 'recupera o que normalmente receberia se o teto à época fosse outro',
no dizer do Ministro Marco Aurélio, ou, de acordo com o Ministro Ayres Britto,
'os já aposentados, segundo um teto vigente à época da aposentadoria são
catapultados para o novo teto automaticamente'.

Estabelecido este pressuposto, despicienda qualquer discussão


ligada à DIB, toda vez que for alterado o limitador deve-se permitir a
recomposição da renda decorrente das perdas do salário de benefício antigo.
Entendimento, este, que também se aplica aos benefícios concedidos antes da
vigência da Constituição Federal de 1988, época em que a legislação
previdenciária estabelecia tetos a serem respeitados, no caso o menor e o
Maior valor teto, aplicáveis ao valor do salário de benefício (arts. 21 e 23 da
CLPS/84, arts. 26 e 28 da CLPS/76 e art. 23 da LOPS).

5. DO CASO CONCRETO

O benefício de aposentadoria por tempo de contribuição (NB


42/077.320.486-5), cujo salário-de-benefício foi LIMITADO ao valor teto, a
teor da CLPS/84 em 01/03/1984.

Conforme se percebe através do processo administrativo em


anexo, o beneficio teve a sua média aritmética dos 36 últimos salários-de-
contribuição à quantia calculada de $ 626.337,11 (22.548.136,00/36),
porquanto o salário-de benefício foi LIMITADO ao teto da época, qual seja $
485.785,00, que após aplicado o coeficiente de 83% resultou na RMI e $
403.201,00.

A limitação se deu em virtude da aplicação do valor-teto vigente


até 05/10/1988 por força da CLPS/84 e deverá ser totalmente readequado ao
seu valor original, mantendo a limitação apenas para fins de pagamento
conforme entendimento pacificado pela Suprema Corte.

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Destarte, no julgamento do RE 564.354, restou decidido que o
limitador é fator externo ao benefício, tomando-se como base de cálculo a
média dos salários-de-contribuição, consoante voto do Min. Gilmar Mendes,
verbis:

“(...) Tenho que o limitador previdenciário, a partir de sua


construção constitucional, é elemento externo à estrutura
jurídica do benefício previdenciário, que não o integra. O
salário de benefício resulta da atualização dos salários
de contribuição. A incidência do limitador previdenciário
pressupõe a perfectibilização do direito, sendo-lhe, pois,
posterior e incidindo como elemento redutor do valor final
do benefício.
Dessa forma, sempre que alterado o valor do limitador
previdenciário, haverá possibilidade de o segurado
adequar o valor perdido em virtude do limitador anterior,
'pois coerente com as contribuições efetivamente pagas.'
(CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João
Batista. Manual de Direito Previdenciário. 12. Ed.
Florianópolis: Conceito Editorial. 2010. p. 557/558)”.

Sobre a aplicação dos tetos aos benefícios anteriores à


Constituição Federal de 1988, podemos destacar a decisão da Min. Rosa
Weber no Recurso Extraordinário 998396 onde defende o acordão atacado
pela total aplicabilidade da referida revisão aos benefícios anteriores à
constituição de 1988, uma vez que este está em consonância total à
jurisprudência firmada pelo Supremo Tribunal Federal, além do mais a
decisão atacada versa sobre a incidência do Art. 58 do ADCT sobre a média
dos salários de contribuição antes de qualquer limitador teto, senão vejamos:

Vistos etc. Contra o acórdão prolatado pelo Tribunal de origem,


maneja recurso extraordinário, com base no art. 102, III, da Lei
Maior, Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. Aparelhado o
recurso extraordinário na afronta aos arts. 14 da EC 20/1998 e
5º da EC 41/2003, bem como o art. 58 da ADCT/1988. É o
relatório. Decido. Preenchidos os pressupostos extrínsecos. Da
detida análise dos fundamentos adotados pelo Tribunal de
origem, por ocasião do julgamento do apelo veiculado na
instância ordinária, em confronto com as razões veiculadas no
extraordinário, concluo que nada colhe o recurso. Julgo oportuno
transcrever a ementa do acórdão recorrido: “PREVIDENCIÁRIO.
REVISÃO DE BENEFÍCIO CONCEDIDO ANTES DA
CONSTITUIÇÃO DE 1988. LIMITAÇÃO DO SALÁRIO-DE-
BENEFÍCIO AO MENOR VALOR TETO. INCIDÊNCIA DOS
LIMITADORES APENAS PARA FINS DE PAGAMENTO. EMENDAS
CONSTITUCIONAIS 20/98 E 41/03. 1. Fixado pelo Supremo
Tribunal Federal o entendimento de que o limitar (teto) é
elemento externo à estrutura jurídica dos benefícios

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previdenciários, o valor apurado para o salário-de-benefício
integra o patrimônio jurídico do segurado, razão pela qual todo o
excesso que não foi aproveitado em razão da restrição poderá
ser utilizado sempre que for alterado o teto, adequando-se ao
novo limite. 2. Esse entendimento também se aplica aos
benefícios concedidos antes da vigência da Constituição
Federal de 1988, época em que a legislação limitava o
salário-de-benefício ao menor e ao maior valor teto (arts.
21 e 23 do Decreto nº 89.312/1984, arts. 26 e 28 do
Decreto nº 77.077/1976 e art. 23 da Lei nº 3.807/1960).
Precedentes do TRF4. 3. No caso concreto, é devida a revisão
postulada, na medida em que a média corrigida dos salários-de-
contribuição integrantes do período básico de cálculo foi limitada
ao menor valor teto por ocasião da apuração da renda mensal
inicial do benefício em 1984. 4. O art. 58 do ADCT deve ser
aplicado utilizando-se a média dos salários-de-contribuição, sem
a incidência dos limitadores, que deverão incidir apenas por
ocasião do pagamento, em cada competência (tetos e coeficiente
de cálculo do benefício).” Ao exame do RE 564.354-RG, Rel. Min.
Cármen Lúcia, DJe 15.02.2011, o Tribunal Pleno desta Suprema
Corte firmou o entendimento de que “[...] Não ofende o ato
jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda
Constitucional nº 20/1998 e do art. 5º da Emenda
Constitucional nº 41/2003 aos benefícios previdenciários
limitados a teto do regime geral de previdência estabelecido
antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a
observar o novo teto constitucional.”. O acórdão está assim
ementado: “DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO.
REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOS
BENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS
NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DA ALTERAÇÃO.
EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO
INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICO PERFEITO. NECESSIDADE DE
INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA
DE OFENSA AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1.
Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do
Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição da
República demanda interpretação da legislação
infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle
de constitucionalidade das normas, pois não se declara a
constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem
antes entendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da
garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contra
lei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa
perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas em
conflito e determinados os seus alcances para se dizer da
existência ou ausência da retroatividade constitucionalmente
vedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação
imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do
art. 5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios
previdenciários limitados a teto do regime geral de previdência
estabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que
passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negado
provimento ao recurso extraordinário.” (RE 564354, Relator(a):
Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 08/09/2010,
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-030 DIVULG 14-02-2011
PUBLIC 15-02-2011) Por seu turno, cabe destacar, na esteira da

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jurisprudência desta Suprema Corte, que a existência de
precedente firmado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal
autoriza o julgamento imediato de causas que versem o mesmo
tema, consoante se denota dos seguintes julgados de ambas as
Turmas: “Embargos de declaração no recurso extraordinário com
agravo. Conversão dos embargos declaratórios em agravo
regimental. Previdenciário. Benefício. Revisão. Repercussão
geral. Inexistência. Precedente do Plenário. Falta de publicação.
Aplicação. Possibilidade. Precedentes. 1. Embargos de
declaração recebidos como agravo regimental. 2. A existência de
precedente firmado pelo Tribunal Pleno desta Corte autoriza o
julgamento imediato de causas que versem sobre a mesma
matéria, independentemente da publicação ou do trânsito em
julgado do paradigma. 3. Ausência de repercussão geral do
tema relativo à adoção, para fins de revisão de renda mensal de
benefício previdenciário, dos mesmos índices aplicados para o
reajuste do teto do salário-de-contribuição, relativamente aos
meses de junho/99 e maio/04, haja vista a necessidade do
exame da legislação infraconstitucional. 4. Agravo regimental
não provido” (ARE 686.607-ED/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, 1ª
Turma, DJe 03.12.2012). “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
OPOSTOS DE DECISÃO MONOCRÁTICA. CONVERSÃO EM
AGRAVO REGIMENTAL. REVISÃO DA RENDA MENSAL DE
BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. ADOÇÃO DOS MESMOS ÍNDICES
APLICADOS PARA O REAJUSTE DO TETO DO SALÁRIO-DE-
CONTRIBUIÇÃO. PORTARIA 5.188/1999. DECRETO
5.061/2004. EMENDAS CONSTITUCIONAIS 20/1998 E
41/2003. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. QUESTÃO
INFRACONSTITUCIONAL. EXISTÊNCIA DE PRECEDENTE
FIRMADO PELO PLENÁRIO DO STF. POSSIBILIDADE DE
JULGAMENTO IMEDIATO. AGRAVO IMPROVIDO. I Os Ministros
desta Corte, no ARE 685.029- RG/RS, Rel. Min. Cezar Peluso,
manifestaram-se pela inexistência de repercussão geral da
controvérsia acerca da possibilidade de adoção, para fins de
revisão da renda mensal de benefício previdenciário, dos
mesmos índices aplicados para o reajuste do teto do salário-de-
contribuição, relativamente aos meses de junho de 1999
(Portaria 5.188/1999) e maio de 2004 (Decreto 5.061/2004),
conforme disposto nas Emendas Constitucionais 20/1998 e
41/2003, por entenderem que a discussão tem natureza
infraconstitucional, decisão que vale para todos os recursos
sobre matéria idêntica. II A existência de precedente firmado
pelo Plenário desta Corte autoriza o julgamento imediato de
causas que versem sobre o mesmo tema, independentemente da
publicação ou do trânsito em julgado do leading case .
Precedentes. III Agravo regimental improvido” (ARE 707.863-
ED/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2ª Turma, DJe
20.11.2012). Ressalto que esta Suprema Corte já decidiu que a
orientação firmada no RE 564.354-RG é aplicável a benefícios
concedidos anteriormente à vigência da Constituição Federal de
1988, afastados os limites temporais relacionados à data de
início do benefício. Nesse sentido: RE 806.332-AgR, Rel. Min.
Dias Toffoli, 1ª Turma, DJe 21.11.2014; e RE 959061 AgR, Rel.
Min. Edson Fachin, 1ª Turma, DJe 17-10-2016, este assim
ementado: “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. RGPS. REVISÃO DE
BENEFÍCIO. TEMA 76 DA REPERCUSSÃO GERAL. BENEFÍCIO
CONCEDIDO ANTES DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

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IRRELEVÂNCIA. 1. Verifico que a tese do apelo extremo se
conforma adequadamente com o que restou julgado no RE-RG
564.354, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe 15.02.2011, não havendo
que se falar em limites temporais relacionados à data de início
do benefício. 2. Agravo regimental a que se nega provimento.”
Verifico, portanto, que o entendimento adotado no
acórdão recorrido não diverge da jurisprudência firmada
neste Supremo Tribunal Federal. Nesse sentir, não merece
seguimento o recurso extraordinário, consoante também
se denota dos fundamentos da decisão que desafiou o
recurso, aos quais me reporto e cuja detida análise
conduz à conclusão pela ausência de ofensa a preceito da
Constituição da República. Nego seguimento (art. 21, § 1º,
do RISTF). Publique-se. Brasília, 09 de março de 2017. Ministra
Rosa Weber Relatora

(RE 998396, Relator(a): Min. ROSA WEBER, julgado em


09/03/2017, publicado em PROCESSO ELETRÔNICO DJe-062
DIVULG 28/03/2017 PUBLIC 29/03/2017)

Ainda, se faz necessário destacar que, segundo decisões do


Supremo Tribunal Federal, o único requisito para a aplicação dos novos
tetos é que o salário de benefício tenha sofrido, à época da concessão,
diminuição em razão da incidência de limitador, inclusive nos benefícios
concedidos antes da CF de 1988, in verbis:

Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE
BENEFÍCIO. APLICAÇÃO DOS TETOS ALTERADOS PELAS
EMENDAS CONSTITUCIONAIS 20/1998 E 41/2003 AOS
BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DA ALTERAÇÃO. TEMA 76
DA REPERCUSSÃO GERAL. ENTENDIMENTO APLICÁVEL AOS
BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL DE 1988. MAJORAÇÃO DE HONORÁRIOS. AGRAVO
REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO, COM APLICAÇÃO
DE MULTA. I – O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RE
564.3541-RG (Tema 76 da repercussão geral), de relatoria da
Ministra Cármen Lúcia, concluiu que não ofende o ato jurídico
perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda
Constitucional 20/1998 e do art. 5° da Emenda Constitucional
41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do
regime geral de previdência estabelecido antes da vigência
dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto
constitucional. II – Conforme a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal, o único requisito para a aplicação dos
novos tetos aos benefícios concedidos anteriormente à sua
vigência é que o salário de benefício tenha sofrido, à
época de sua concessão, diminuição em razão da
incidência do limitador previdenciário, o que alcança
inclusive os benefícios concedidos antes da Constituição
Federal de 1988. III – Majorada a verba honorária fixada
anteriormente, nos termos do art. 85, § 11, do CPC. IV – Agravo
regimental a que se nega provimento, com aplicação de multa.

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(RE 1105261 AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI,
Segunda Turma, julgado em 11/05/2018, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-097 DIVULG 17-05-2018 PUBLIC 18-05-2018)

6. DA DECADÊNCIA – NÃO INCIDÊNCIA

A questão da decadência não comporta maiores digressões,


estando definitivamente decidida pelas Cortes Superiores, em precedentes de
observância obrigatória (art. 927 do CPC).

No caso concreto, por não estar sendo revisado o ato de


concessão, não se aplica o prazo decadencial, conforme jurisprudência pacífica
dos Tribunais:

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO.


REMESSA EX OFFICIO. INEXISTÊNCIA. INTERESSE DE AGIR E
LEGITIMIDADE ATIVA. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. PREVI.
DECADÊNCIA. PRESCRIÇÃO DAS PARCELAS VENCIDAS. AÇÃO
CIVIL PÚBLICA. INTERRUPÇÃO. DATA INICIAL. AJUIZAMENTO
DA AÇÃO INDIVIDUAL. LIMITAÇÃO AO TETO. EMENDAS
CONSTITUCIONAIS 20/98 E 41/03. BENEFÍCIO CONCEDIDO
ANTES DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. REGRAS
VIGENTES. MENOR E MAIOR VALOR-TETO. LIMITADORES
EXTERNOS. CONSECTÁRIOS LEGAIS DA CONDENAÇÃO. RE Nº
870.947/SE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EFEITO
SUSPENSIVO. INDEFINIÇÃO. DIFERIMENTO PARA A FASE DE
CUMPRIMENTO. 1. Hipótese em que a sentença não está sujeita
à remessa ex officio, a teor do disposto no artigo 496, § 3º, I, do
Código de Processo Civil. 2. Fixado em Incidente de Assunção de
Competência que há interesse processual do segurado na
revisão, com o pagamento das diferenças devidas, do benefício
previdenciário que é complementado por entidade de previdência
complementar. 3. A discussão atinente à identificação do
limitador, nos termos da Lei nº 6.423/1977, relaciona-se com a
redefinição do valor do benefício na época da sua concessão,
estando submetida ao prazo decadencial. 4. Não flui o prazo
decadencial para a readequação do valor da prestação a
partir da entrada em vigor dos novos tetos. 5. Aplicação do
entendimento do STJ no sentido de que a propositura de ação
coletiva interrompe a prescrição apenas para a propositura da
ação individual. Em relação ao pagamento de parcelas vencidas,
a prescrição quinquenal tem como marco inicial o ajuizamento da
ação individual (AgInt no REsp 1.642.625/ES, Rel. Ministro
Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 12-6-2017). 6.
Os benefícios limitados ao teto do regime geral de previdência
passam a observar o novo limite introduzido pelas Emendas
Constitucionais nºs 20/1998 e 41/2003, sem que importe em
ofensa ao ato jurídico perfeito. 7. Incidência do Tema STF nº
930: Os benefícios concedidos entre 5.10.1988 e 5.4.1991 não
estão, em tese, excluídos da possibilidade de readequação aos
tetos instituídos pelas emendas Constitucionais ns. 20/1998 e
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41/2003. Eventual direito a diferenças deve ser aferido no caso
concreto, conforme os parâmetros já definidos no julgamento do
RE n. 564.354. 8. Aplicação do entendimento do STF no RE
564.354 também aos benefícios com data de concessão anterior
à Constituição Federal de 1988, em face da compatibilidade do
regramento, que sempre distinguiu salário de benefício do valor
do benefício. 9. O salário de benefício é patrimônio jurídico do
segurado, razão porque deve ser calculado de acordo com os
elementos obtidos durante a vida contributiva, de modo que o
menor e maior valor-teto são caracterizados como elementos
externos, eis que implicam em limitação ao valor global
calculado, incidindo diretamente na renda mensal inicial como
etapa posterior à apuração do salário de benefício, a teor do
previsto à época no art. 28 do Decreto nº 77.077/1976 e no art.
23 do Decreto nº 89.312/1984. 10. Fará jus à incidência dos
tetos das ECs 20/98 e 41/03 o segurado cuja renda mensal
tiver sofrido redução em razão da incidência do limitador então
vigente (limite do salário de contribuição na data de início do
benefício). Precedente do STF. 11. Ainda que o benefício tenha
sofrido limitação ao teto quando da concessão, caso
posteriormente tenha ocorrido a recomposição do salário, de
forma a não alcançar mais os valores dos tetos, inexistem
excedentes a serem considerado. 12. Possível postergar a
comprovação da limitação ao teto para a fase de execução. 13.
Diferida para a fase de cumprimento de sentença a definição
sobre os consectários legais da condenação, cujos critérios de
aplicação da correção monetária e juros de mora ainda estão
pendentes de definição pelo STF, em face da decisão que
atribuiu efeito suspensivo aos embargos de declaração opostos
no RE nº 870.947/SE, devendo, todavia, iniciar-se com a
observância das disposições da Lei nº 11.960/09, possibilitando
a requisição de pagamento do valor incontroverso. (TRF4
5015057-68.2017.4.04.7003, TURMA REGIONAL
SUPLEMENTAR DO PR, Relator MARCOS JOSEGREI DA SILVA,
juntado aos autos em 25/04/2019)

7. DA PRESCRIÇÃO – INTERRUPÇÃO – AÇÃO CIVIL PÚBLICA

A prescrição foi interrompida com o ajuizamento da ação


civil pública nº 0004911-28.2011.4.03.6183, a saber, 05/05/2011, a qual
versa sobre a incidência das EC's 20/1998 e 41/2003.

Assim, são devidas as parcelas desde 05.05.2006, consoante


entendimento do TRF4:

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. TETOS.


EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 E 41/2003.
DECADÊNCIA. NÃO OCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO
INTERROMPIDA PELO AJUIZAMENTO DE ACP COM
SEMELHANTE OBJETO. 1. Na hipótese, não incide a
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decadência ou a prescrição de fundo do direito, uma vez que o
prazo extintivo de todo e qualquer direito ou ação previsto no art.
103, caput, da Lei 8.213/91 somente se aplica à revisão de ato
de concessão do benefício. 2. Consoante as disposições do
art. 219, caput e §1º, do CPC anterior e art. 174 do Código
Civil antigo (art. 203 do atual CC), o ajuizamento da ACP
nº 0004911-28.2011.4.03.6183, em 05-05-2011, promoveu
a interrupção da prescrição quinquenal, que perdura até
a decisão proferida naquele feito transitar em julgado.
Portanto, a prescrição quinquenal, in casu, conta-se
retroativamente daquela data. 3. Fixado pelo Supremo
Tribunal Federal o entendimento de que o limitador (teto do
salário de contribuição) é elemento externo à estrutura jurídica
dos benefícios previdenciários, tem-se que o valor apurado para
o salário de benefício integra-se ao patrimônio jurídico do
segurado, razão pela qual todo o excesso não aproveitado em
razão da restrição poderá ser utilizado sempre que alterado o
teto, adequando-se ao novo limite. Em outras palavras, o salário
de benefício, expressão do aporte contributivo do segurado, será
sempre a base de cálculo da renda mensal a ser percebida em
cada competência, respeitado o limite máximo do salário de
contribuição então vigente. Isto significa que, elevado o teto do
salário de contribuição sem que tenha havido reajuste das
prestações previdenciárias (como no caso das Emendas
Constitucionais 20/1998 e 41/2003), ou reajustado em
percentual superior ao concedido àquelas, o benefício recupera o
que normalmente receberia se o teto à época fosse outro, isto é,
sempre que alterado o valor do limitador previdenciário, haverá
a possibilidade de o segurado adequar o valor de seu benefício
ao novo teto constitucional, recuperando o valor perdido em
virtude do limitador anterior, pois coerente com as contribuições
efetivamente pagas. 4. Também aos benefícios concedidos no
período chamado 'buraco negro' e recalculados por força do art.
144 da Lei 8.213/91 deve ser aplicado o entendimento firmado
pelo STF no julgamento do Recurso Extraordinário nº 564.354.
(TRF4, AC 5004209-40.2013.4.04.7204, TURMA REGIONAL
SUPLEMENTAR DE SC, Relatora GABRIELA PIETSCH SERAFIN,
juntado aos autos em 07/02/2019)

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. DECADÊNCIA. PRESCRIÇÃO.


TETOS LIMITADORES. BENEFÍCIO CONCEDIDO ANTES E APÓS
A CF/88. MENOR E MAIOR VALOR-TETO - MVT E MVT.
EMENDAS CONSTITUCIONAIS 20/98 E 41/2003 (RE Nº
564.354). CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA.
MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 1. Não incide
a decadência, prevista no artigo 103 da Lei nº 8.213/1991,
quando o pedido de revisão diz respeito aos critérios de reajuste
da renda mensal - utilização do excedente ao teto do salário-de-
benefício por ocasião de alteração do teto máximo do salário-de-
contribuição. 2. No benefício previdenciário de prestação
continuada, a prescrição não atinge o fundo de direito,
mas somente os créditos relativos às parcelas vencidas há
mais de 5 (cinco) anos da data do ajuizamento da
demanda. A matéria objeto desta ação foi discutida em
ação civil pública ajuizada em 05/05/2011 (0004911-
28.2011.4.03.6183). Assim, devem ser declaradas
prescritas as parcelas eventualmente vencidas

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anteriormente a 05/05/2006, ou seja, 05 anos antes da
data do ajuizamento da referida ACP. 3. A ausência de
limitação temporal ao direito de revisão do benefício
previdenciário em face dos tetos, viável e pertinente aquela, não
obstante tenha sido esse concedido antes ou após a CF/88.
Precedentes do STF e deste Regional. 4. Sistemática de
atualização do passivo observará, em regra, a decisão do STF
consubstanciado no seu Tema nº 810. 5. Situação fática a
refletir a hipótese do § 11º do artigo 85 do CPC, o que autoriza a
majoração da honorária, no caso, em 5%, conforme precedentes
da Turma em casos deste jaez. (TRF4, AC 5072353-
82.2016.4.04.7100, QUINTA TURMA, Relator LUIZ CARLOS
CANALLI, juntado aos autos em 25/09/2018)

8. DOS JUROS – CITAÇÃO OCORRIDA EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM


MESMO OBJETO

Tendo ocorrida a citação do INSS na referida Ação Civil Pública


de nº 0004911-28.2011.4.03.6183, na data de 07/06/2011, conforme
movimentação do processo em apenso, os juros de mora devem incidir desde
aquela data.

É o entendimento da matéria pela Corte Especial do Superior


Tribunal de Justiça, no sentido de que os juros moratórios devem incidir a
partir da citação do demandado na fase de conhecimento da Ação Civil
Pública, conforme os seguintes precedentes:

PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO


NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. RECEBIMENTO COMO
AGRAVO REGIMENTAL. DECISÃO MONOCRÁTICA.
PROVIMENTO DOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. ART. 557,
1º- A, DO CPC. JUROS DE MORA. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. TERMO
A QUO. CITAÇÃO DO DEVEDOR. FASE DE CONHECIMENTO. 1.
A matéria objeto da divergência se encontrava afetada à Corte
Especial por meio do Recurso Especial Repetitivo 1.370.899/SP.
2. Em sessão de 21/5/2014, realizou-se o julgamento da
controvérsia, acordando, por maioria da Corte Especial do
Colendo Superior Tribunal de Justiça, pelo não provimento do
recurso, no sentido de firmar a tese jurídica de que os juros de
mora devem incidir a partir da citação do devedor na fase de
conhecimento da ação civil pública.3. No caso, o ora embargado
sustentou a tese vencedora, razão pela qual fez jus ao
provimento do recurso. Embargos de declaração recebidos como
agravo regimental, ao qual se nega provimento.(EDcl nos
EAREsp 345.775/RS, Rel. Ministro OG FERNANDES, CORTE
ESPECIAL, julgado em 17/12/2014, DJe 02/02/2015)

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AÇÃO CIVIL PÚBLICA - CADERNETA DE POUPANÇA – PLANOS


ECONÔMICOS - EXECUÇÃO - JUROS MORATÓRIOS A PARTIR
DA DATA DA CITAÇÃO PARA A AÇÃO COLETIVA - VALIDADE -
PRETENSÃO A CONTAGEM DESDE A DATA DE CADA CITAÇÃO
PARA CADA EXECUÇÃO INDIVIDUAL - RECURSO ESPECIAL
IMPROVIDO. 1.- Admite-se, no sistema de julgamento de
Recursos Repetitivos (CPC, art. 543-C, e Resolução STJ 08/98),
a definição de tese uniforme, para casos idênticos, da mesma
natureza, estabelecendo as mesmas consequências jurídicas,
como ocorre relativamente à data de início da fluência de juros
moratórios incidentes sobre indenização por perdas em
Cadernetas de Poupança, em decorrência de Planos Econômicos.
2.- A sentença de procedência da Ação Civil Pública de natureza
condenatória, condenando o estabelecimento bancário
depositário de Cadernetas de Poupança a indenizar perdas
decorrentes de Planos Econômicos, estabelece os limites da
obrigação, cujo cumprimento, relativamente a cada um dos
titulares individuais das contas bancárias, visa tão-somente a
adequar a condenação a idênticas situações jurídicas
específicas, não interferindo, portando, na data de início da
incidência de juros moratórios, que correm a partir da data da
citação para a Ação Civil Pública. 3.- Dispositivos legais que
visam à facilitação da defesa de direitos individuais
homogêneos, propiciada pelos instrumentos de tutela coletiva,
inclusive assegurando a execução individual de condenação em
Ação Coletiva, não podem ser interpretados em prejuízo da
realização material desses direitos e, ainda, em detrimento da
própria finalidade da Ação Coletiva, que é prescindir do
ajuizamento individual, e contra a confiança na efetividade da
Ação Civil Pública, O que levaria ao incentivo à opção pelo
ajuizamento individual e pela judicialização multitudinária, que
é de rigor evitar. 4.- Para fins de julgamento de Recurso
Representativo de Controvérsia (CPC, art. 543-C, com a redação
dada pela Lei 11.418, de 19.12.2006), declara-se consolidada a
tese seguinte: "Os juros de mora incidem a partir da citação do
devedor na fase de conhecimento da Ação Civil Pública, quando
esta se fundar em responsabilidade contratual, se que haja
configuração da mora em momento anterior." 5.- Recurso
Especial improvido. (REsp 1370899/SP, Rel. Ministro SIDNEI
BENETI, CORTE ESPECIAL, julgado em 21/05/2014, REPDJe
16/10/2014, DJe 14/10/2014.

No mesmo sentido, entendimento do TRF da 4ª Região:

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À


EXECUÇÃO. SERVIDOR PÚBLICO. INCORPORAÇÃO DE
QUINTOS. EXIGIBILIDADE DO TÍTULO. COISA JULGADA.
INAPLICABILIDADE DOS ARTs. 741, II, §1º E 475-J, §1º
CPC/73. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. CITAÇÃO NO
PROCESSO DE CONHECIMENTO DA AÇÃO COLETIVA.
INEXISTÊNCIA DE EXCESSO DE EXECUÇÃO. 1. É inaplicável o
art. 741, II, §1º do CPC/73 nas hipóteses em que o trânsito em
julgado da sentença exequenda tenha ocorrido anteriormente ao
julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, acerca da
constitucionalidade ou inconstitucionalidade de preceito

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normativo. Precedentes do STJ. 2. Conforme julgado no RE
730.642 (Tema 733), a sentença transitada em julgado, ainda
que fundada em preceito normativo supervenientemente
declarado inconstitucional, não sofre reforma ou rescisão
automática. Para tanto, deve ser utilizado o recurso próprio ou
a ação rescisória. É exigível o título judicial transitado em
julgado.
3. Consoante o atual posicionamento da Corte Especial do
STJ, o marco temporal inicial da incidência dos juros de
mora corresponde à data de citação do réu na ação
coletiva principal (ou originária), e não à data de
intimação/citação do devedor na fase de
liquidação/execução do débito. (Resp. 1.370.899,
1.31.800).
4. No caso dos autos, é indevida a compensação de valores
pagos administrativamente porque não restou comprovada a
natureza do pagamento e sua relação o crédito em execução. 5.
No caso dos autos, é inaplicável a majoração dos honorários
segundo o art. 85, §11º do NCPC.   (TRF4, AC 5009246-
89.2015.404.7200, QUARTA TURMA, Relator CANDIDO
ALFREDO SILVA LEAL JUNIOR, juntado aos autos em
07/10/2016).

Assim, devem ser aplicados juros de mora desde a data de


07/06/2011, data de citação do INSS na ACP nº 0004911-
28.2011.4.03.6183.

9. O PEDIDO E VALOR DA CAUSA

ISTO POSTO, requer o demandante, com a mais alta vênia, a


Vossa Excelência, se digne:

a) conceder-lhe, forte no disposto no item 01, do presente


petitório, o benefício da gratuidade da justiça;

b) mandar CITAR o Instituto Réu, no endereço acima


consignado, na pessoa do seu Gerente Executivo, cientificando-o
dos termos desta para que, querendo, ofereça a defesa que tiver e
quiser, no prazo e sob as penas da lei, presumindo-se
verdadeiros os fatos articulados, acaso não contestados;

c) julgar TOTALMENTE PROCEDENTE o presente pedido,


condenando o Instituto Réu a revisar a renda mensal da AP/Base

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da aposentadoria, corrigindo-se o valor real do salário-de-
benefício, sem a incidência do limitador ou/e aplicação do Art. 58
da ADCT calculando o período pela quantidade de salários
mínimos referentes ao salário de beneficio/média, e limitando-o
apenas para fins de pagamento ao valor do teto em vigor nas
respectivas competências, recuperando-se o excedente
desprezado na sua apuração;

c.1) recalcular os valores mensais dos benefícios, com


observância do item anterior, respeitando o teto fixado pela EC
nº. 20/98 e 41/03, para fins de pagamento do valor mensal,
aplicando-se sobre estes novos valores, os índices de reajustes
estabelecidos para os benefícios mantidos pelo Regime Geral de
Previdência Social, devendo o novo valor apurado substituir o
anteriormente calculado para todos os fins e efeitos, conforme
determina o referido dispositivo legal;

c.2) determinar que o INSS incorpore em folha de pagamento a


nova renda mensal.

c.3) determinar o pagamento das parcelas desde 05.05.2006,


face à interrupção da prescrição ocasionada pelo ajuizamento
da Ação Civil Pública n° 0004911-28.2011.4.03.6183, em
05/05/2011;

d) pagar todas as diferenças que se formarem em decorrência


da revisão e do recálculo aqui determinados, todas devidamente
corrigidas monetariamente, segundo a variação do INPC, desde o
vencimento de cada parcela, até a efetiva liquidação, e
acrescidas de juros moratórios (12% a.a.) computados desde
a citação ocorrida na Ação Civil Pública n° 0004911-
28.2011.4.03.6183 (07.06.2011);

e) condenar o INSS, ainda, a pagar honorários advocatícios de


20% sobre o valor das prestações vencidas e mais uma anuidade

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das vincendas, custas e despesas processuais, além de outros
encargos decorrentes da sucumbência;

f) requer seja determinado que o INSS junte aos autos cópia


do processo administrativo relativo ao benefício do Autor,
incluindo o HISCRE deste a DIB;

g) requer provar o alegado por todos os meios de prova em


direito admitidas, em especial a prova documental e pericial; e,

h) requer, ainda, na hipótese de procedência da demanda, e,


em havendo efeito patrimonial em favor da parte autora, seja
determinado o destaque em favor dos advogados que patrocinam
a causa, da verba honorária contratada [25%], conforme contrato
particular firmado pelas partes, cuja cópia acompanha a presente
peça inicial, o que se requer com fundamento no artigo 22, § 4º,
da Lei nº. 8.906/94, expedindo-se, ao final, a competente
requisição de pagamento em favor da DORNELLES ADVOCACIA
ADVOGADOS ASSOCIADOS, OAB/RS nº. 2.739, CNPJ
07.806935/0001-09.

i) não tem interesse em realizar audiência de conciliação (art.


334 do CPC/2015);

Dá à causa, o valor provisório de R$ 109.674,11 (cento e nove mil


seiscentos e setenta e quatro reais e onze centavos).

Nestes Termos
P. Deferimento.
Salto do Jacuí/RS, 29 de março de 2019.

Maria de Lourdes Poeta Dornelles


OAB/RS 15.442

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