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Aviso legal: Este é um modelo inicial que deve ser adaptado ao caso concreto por profissional habilitado.

Verifique sempre a vigência das


leis indicadas, a jurisprudência local e os riscos de improcedência. Limitações de uso: Você NÃO PODE revender, divulgar, distribuir ou
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AO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE


________

________ , ________ , ________ , inscrito no CPF


sob nº ________ , ________ , residente e domiciliado
na ________ , ________ , ________ , na Cidade de
________ , ________ , ________ , vem à presença de
Vossa Excelência, por meio do seu Advogado, infra
assinado, ajuizar

AÇÃO DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO


SOCIAL (INSS), Autarquia Federal, localizada em
________ pelos fundamentos fáticos e jurídicos que
passa a expor.

DA TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA - IDOSO

Para fins do presente pedido, junta em anexo cópia do documento


de identidade comprovando que o Requerente é pessoa idosa, contando com
mais de 60 (sessenta) anos, razão pela tem direito à prioridade da tramitação da
presente demanda, nos termos da Lei nº 10.741/2013 (Estatuto do Idoso) e do
art. 1.048, inciso I, do CPC.

Destaca-se ainda, que em recente alteração do referido estatuto,


por meio da Lei 13.466/17, que passou a dispor que:
"Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos
maiores de oitenta anos, atendendo-se suas
necessidades sempre preferencialmente em relação aos
demais idosos."

Assim, considerando que o Requerente já dispõe de ________


anos, não dispondo de muita saúde para aguardar o trâmite normal do processo,
requer prioridade na tramitação dos atos processuais seguintes.

DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO

O Autor, após alcançar os requisitos legais, requereu


administrativamente o benefício previdenciário da aposentadoria, pedido este
que foi negado, sob o seguinte fundamento: ________ .

Seguem dados do pedido:

 Pedido Administrativo nº: ________

 Data de requerimento administrativo:


________ ;

 Idade na data do requerimento


administrativo: ________ conforme
documentos que junta em anexo;

 Meses de contribuição na data do


requerimento administrativo: ________ ,
conforme ________

O que não merece prosperar, uma vez que o Segurado atende


todos os requisitos legais. Razão pela qual restam demonstrados o interesse de
agir e a legitimidade do Autor em ajuizar a presente ação.
DO DIREITO ADQUIRIDO - IRRETROATIVIDADE DA LEI NOVA

Preliminarmente urge destacar que as condições para o


requerimento do benefício aqui pleiteado foram alcançados em
________ , ou seja, data anterior a 13/11/2019, vigência da EC 103/2019
que instituiu a Reforma da Previdência.

Portanto, o presente pleito não pode ser atingido pelas regras


novas por ela instituída.

Trata-se da observância pura à SEGURANÇA JURÍDICA inerente


ao Estado Democrático de Direito, nos termos de clara redação constitucional
em seu Art. 5º:

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato


jurídico perfeito e a coisa julgada;

Trata-se de aplicação inequívoca do PRINCÍPIO DA


IRRETROATIVIDADE DE NORMA NOVA, especialmente quando trazem
normas prejudiciais ao trabalhador, conforme disposto no DECRETO-LEI Nº
4.657/42 (LIDB):

Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral,


respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a
coisa julgada.

A doutrina ao corroborar este entendimento, destaca sobre o


princípio que vigora no Brasil sobre a irretroatividade da lei nova, pela qual não
se pode aplicar novo ato normativo concernentes à situações constituídas antes
de sua entrada em vigor:

"O princípio da irretroatividade da lei está consagrado


entre nós pelas disposições da CF 5.º XXXVI e da LINDB
6.º caput ("efeito imediato"), razão pela qual se asseguram
a sobrevivência e a ultratividade da lei antiga. Por esse
princípio a lei nova não pode retroagir para atingir o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido ou a coisa julgada."
(NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade.
Código Civil Comentado. 12 ed. Editora RT, 2017. Versão
ebook, Art. 6º LINB.)

Trata-se de princípio que busca preservar o DIREITO


ADQUIRIDO, conforme já entendido pela jurisprudência:

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO RECLUSÃO. QUALIDADE


DE SEGURADO. SEGURADO BAIXA RENDA.
DESEMPREGO AO TEMPO DA RECLUSÃO. RENDA
ZERO. TEMA N.896 STJ. DATA DO FATO GERADOR DO
BENEFÍCIO. INAPLICABILIDADE DA MP 871/2019. 1.
EM RELAÇÃO À QUALIDADE DE SEGURADO BAIXA
RENDA, PARA OBTENÇÃO DE AUXÍLIO RECLUSÃO, O
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, NO JULGAMENTO
DO TEMA N. 896 DOS SEUS RECURSOS REPETITIVOS
(RESP 1485417/MS, REL. MINISTRO HERMAN
BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, JULGADO EM
22/11/2017, DJE 02/02/2018), FIRMOU TESE NO
SENTIDO DE QUE "PARA A CONCESSÃO DE AUXÍLIO-
RECLUSÃO (ART. 80 DA LEI 8.213/1991), O CRITÉRIO
DE AFERIÇÃO DE RENDA DO SEGURADO QUE NÃO
EXERCE ATIVIDADE LABORAL REMUNERADA NO
MOMENTO DO RECOLHIMENTO À PRISÃO É A
AUSÊNCIA DE RENDA, E NÃO O ÚLTIMO SALÁRIO DE
CONTRIBUIÇÃO 2. NO PRESENTE CASO, TENDO A
ÚLTIMA CONTRIBUIÇÃO OCORRIDO EM 07/2017, NO
MOMENTO DA PRISÃO EM 12/04/2018, POSSUÍA
RENDA ZERO, CUMPRINDO O REQUISITO BAIXA
RENDA . 3. OUTROSSIM, NÃO SE APLICAM AO
CASO AS INOVAÇÕES DA MEDIDA PROVISÓRIA
871/2019, QUE PASSOU A PREVER QUE A
AFERIÇÃO DA RENDA MENSAL BRUTA PARA
ENQUADRAMENTO DO SEGURADO COMO DE
BAIXA RENDA OCORRERÁ PELA MÉDIA DOS
SALÁRIOS DE CONTRIBUIÇÃO APURADOS NO
PERÍODO DE DOZE MESES ANTERIORES AO
MÊS DO RECOLHIMENTO À PRISÃO, TENDO EM
VISTA QUE O FATO GERADOR DO DIREITO,
RECLUSÃO DO SEGURADO, ACONTECEU ANTES
DO ADVENTO DE TAL MUDANÇA LEGISLATIVA,
NÃO PODENDO ESSA SER APLICADA DE FORMA
RETROATIVA.(TRF-4 - RECURSO CÍVEL:
50037244020184047115 RS 5003724-40.2018.4.04.7115,
Relator: ANDRÉ DE SOUZA FISCHER, Data de
Julgamento: 09/05/2019, PRIMEIRA TURMA
RECURSAL DO RS)

PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA. COBRANÇA


ADMINISTRATIVA DE VALORES RECEBIDOS EM
RAZÃO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA COM
POSTERIOR REVOGAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
PRECEDENTES DO STJ. PORTARIA CONJUNTA N.
2/2018 DA PROCURADORIA GERAL FEDERAL E DO
PRESIDENTE DO INSS. MP 871/2019. APLICAÇÃO AOS
FATOS OCORRIDOS A PARTIR DE 18/01/2019. 1. O
INSS não pode cobrar administrativamente valores
recebidos em razão de tutela antecipada posteriormente
cassada, devendo, sim, cobrá-los nos autos do processo em
que aquela decisão foi proferida. Hipótese de retorno do
processo ao status quo ante, ou seja, de retorno da
situação processual presente quando a tutela antecipada
foi concedida, depois de regular contraditório e ampla
defesa. Precedentes do STJ. Aplicação do art. 1º da
Portaria Conjunta n. 2, de 16/01/2018, da Procuradoria
Geral Federal e do Presidente do INSS. 2.A cobrança
administrativa pretendida pelo INSS só passou a
ser possível com a edição da MP 871/2019, que
depende de regulamentação para viabilizar o
procedimento, não se aplicando aos fatos
ocorridos antes de sua vigência. 3.Apelação
parcialmente provida. (TRF-3 - ApCiv:
00068409020124036109 SP, Relator:
DESEMBARGADORA FEDERAL MARISA SANTOS, Data
de Julgamento: 05/06/2019, NONA TURMA, Data de
Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA:19/06/2019)

Por tais razões que as regras da EC 103/2019 não se aplicam ao


pedido do Autor.

DO ESGOTAMENTO DA VIA ADMINISTRATIVA

Não se desconhece o entendimento majoritário sobre a


necessidade de esgotar-se a via administrativa. Ocorre que tal requisito deve ser
imperativo somente quando o INSS responde administrativamente ao pedido do
segurado, o que não ocorre no presente caso.

DA MOROSIDADE DO INSS EM RESPONDER O SEGURADO

Nos termos da Lei 9.784/99, que regulamenta o processo


administrativo, a Autarquia Pública, tem o prazo de 30 (trinta) dias para
proferir um posicionamento, exceto nos casos de expressa prorrogação
devidamente motivada.

No presente caso, atendidos todos os requisitos legais para a


concessão do pedido, passados mais de ________ , não houve qualquer
posicionamento, ou mesmo alguma prorrogação do prazo, ferindo o prazo
previsto expressamente no do art. 174, do Decreto 3048/99, que prevê:

Art. 174. O primeiro pagamento do benefício será efetuado


até quarenta e cinco dias após a data da apresentação, pelo
segurado, da documentação necessária à sua concessão.

No mesmo sentido, a lei que dispõe sobre o processo


administrativo, Lei 9.784/99, prevê:
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente
emitir decisão nos processos administrativos e sobre
solicitações ou reclamações, em matéria de sua
competência.

Art. 49. Concluída a instrução de processo


administrativo, a Administração tem o prazo de
até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por
igual período expressamente motivada.

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados,


com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos,
quando:

(...)

§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente,


podendo consistir em declaração de concordância com
fundamentos de anteriores pareceres, informações,
decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte
integrante do ato.

Usualmente tem-se aplicado por analogia o prazo de 45 (quarenta


e cinco) dias previstos no art. 41-A, § 5º da Lei 8.213/91:

Art. 41-A (...) § 5º.O primeiro pagamento do benefício


será efetuado até quarenta e cinco dias após a data da
apresentação, pelo segurado, da documentação
necessária a sua concessão.

Ocorre que, além de o tratar-se, na verdade, do prazo que o INSS


tem para implantar o benefício após o deferimento, ou seja, não aplicável ao
caso em questão, igualmente não foi cumprido.

Portanto, tem-se evidente quebra do princípio da duração razoável


do processo, previsto no Art. 5º, LXXVIII da Constituição Federal.
Afinal tratam-se de verbas de caráter alimentar! Sendo indiscutível
a urgência e importância do seu deferimento.

Assim, não observado um prazo razoável para proferir um


posicionamento, tem-se por urgente a concessão da ordem para que o INSS
proceda na análise do processo no prazo de 10 dias, sob pena de multa diária,
conforme precedentes sobre o tema:

MANDADO DE SEGURANÇA. PREVIDENCIÁRIO.


EXAME DO PEDIDO ADMINISTRATIVO DE
APOSENTADORIA EM PRAZO RAZOÁVEL. ANÁLISE
PELA AUTARQUIA PREVIDENCIÁRIA NO CURSO DO
PROCESSO PERDA DO OBJETO AFASTADA. EXTINÇÃO
DO FEITO COM APRECIAÇÃO DO MÉRITO.1. Quando se
verifica a existência de pretensão resistida no momento de
sua impetração, mesmo que acolhido o pleito do
demandante no curso da ação mandamental, não há que
se falar em perda de objeto, mas sim em reconhecimento
do pedido no curso do processo.2. Hipótese em que a
atuação do Poder Judiciário foi imprescindível para
colocar fim à morosidade da Administração na análise do
pedido do impetrante, não importando, para a aferição de
eventual perda do objeto, se a decisão administrativa do
INSS foi indeferitória ou deferitória. Reconhecida a
expressa resistência da referida Autarquia Previdenciária
quanto ao direito líquido e certo do impetrante, a saber,
ter seu pedido de concessão de aposentadoria por tempo
de contribuição examinado em tempo razoável. (TRF4, AC
5000174-17.2017.4.04.7133, Relator(a): , QUINTA
TURMA, Julgado em: 26/02/2019, Publicado em:
01/03/2019)

REMESSA OFICIAL EM MANDADO DE SEGURANÇA.


MOROSIDADE NA ANÁLISE DE REQUERIMENTO DE
CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.I- O
impetrante alega na inicial que em 22/5/15 formulou
requerimento administrativo de aposentadoria por tempo
de contribuição (NB 42/170.513.806-0), no entanto,
"desde o requerimento, mesmo após ter apresentado todos
os documentos necessários para o postulado direito, o
benefício do impetrante continua em análise sob o
argumento de AGUARDE CORRESPONDÊNCIA EM
CASA" (fls. 3). Afirmou, ainda, que em consulta ao sistema
do INSS, consta a informação "Benefício Habilitado".
Destacou que em duas ocasiões compareceu ao INSS para
verificar a situação de seu pedido, no entanto, foi
informado que seu benefício estava aguardando análise e
necessitava de regularização e liberação pelo Gerente do
Posto, sem previsão para resposta de sua postulação.
Considerando que a análise administrativa está sem
solução desde 22/5/15 e o presente mandamus foi
impetrado em 27/1/16, ultrapassou-se muito o prazo
fixado, por analogia, pelo art. 174 do Decreto nº 3.048/99
e pela Lei nº 9.784/99, que fixam prazo de até 45 dias a
partir da data da documentação comprobatória para
análise do pleito.II- Em sede de mandado de segurança
não se admite condenação em honorários advocatícios,
consoante a Súmula nº 105 do C. Superior Tribunal de
Justiça.III- Remessa oficial improvida. (TRF 3ª Região,
OITAVA TURMA, ReeNec - REMESSA NECESSÁRIA
CÍVEL - 366361 - 0000509-23.2016.4.03.6119, Rel.
DESEMBARGADOR FEDERAL NEWTON DE LUCCA,
julgado em 25/06/2018, e-DJF3 Judicial 1
DATA:10/07/2018)

Portanto, tratando-se de processo administrativo que deve


observar os rigores da lei, a não observância de um prazo mínimo razoável
impõe o deferimento do presente pleito com a concessão do pedido para que
seja apreciado o pedido administrativo imediatamente.
DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Nos termos da Lei 8.213/91, a aposentadoria por tempo de serviço


será devida quando cumprida a carência exigida em Lei. Portanto, no presente
caso, seguramente o Autor preenche os requisitos à concessão da aposentadoria,
configurando clara ilegalidade a sua negativa.

DA NECESSÁRIA REAFIRMAÇÃO DA DER

Considerando que na data do pedido administrativo ( ________ )


o autor não teve tempo de contribuição suficiente à concessão do benefício,
alcançando ________ , mas que no decorrer do processo completou o tempo
que faltava, tem-se pelo necessário reconhecimento da reafirmação da DER.

Este direito está prevista no art. 690 da Instrução Normativa do


INSS/PRES 77/2015, in verbis:

Art. 690. Se durante a análise do requerimento for


verificado que na DER o segurado não satisfazia os
requisitos para o reconhecimento do direito, mas que os
implementou em momento posterior, deverá o servidor
informar ao interessado sobre a possibilidade de
reafirmação da DER, exigindo-se para sua efetivação a
expressa concordância por escrito.

A controvérsia passa pela análise do art. 493 do CPC/15 e a


consequente consideração de atos constitutivos, modificativos ou extintivos do
direito no momento da prestação jurisdicional, ainda que posteriormente ao
ajuizamento da ação.

Ademais, em recente decisão, o Superior Tribunal de Justiça


pacificou a matéria, reconhecendo a possibilidade de Reafirmação da DER ao
julgar o Tema Repetitivo nº 995:

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. RECURSO


ESPECIAL REPETITIVO. ENUNCIADO
ADMINISTRATIVO 3/STJ. REAFIRMAÇÃO DA DER
(DATA DE ENTRADA DO REQUERIMENTO).
CABIMENTO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. O
comando do artigo 493 do CPC/2015 autoriza a
compreensão de que a autoridade judicial deve resolver a
lide conforme o estado em que ela se encontra. Consiste
em um dever do julgador considerar o fato superveniente
que interfira na relação jurídica e que contenha um liame
com a causa de pedir. 2. O fato superveniente a ser
considerado pelo julgador deve guardar pertinência com a
causa de pedir e pedido constantes na petição inicial, não
servindo de fundamento para alterar os limites da
demanda fixados após a estabilização da relação jurídico-
processual. 3. A reafirmação da DER (data de entrada do
requerimento administrativo), objeto do presente recurso,
é um fenômeno típico do direito previdenciário e também
do direito processual civil previdenciário. Ocorre quando
se reconhece o benefício por fato superveniente ao
requerimento, fixando-se a data de início do benefício para
o momento do adimplemento dos requisitos legais do
benefício previdenciário. 4. Tese representativa da
controvérsia fixada nos seguintes termos: É
possível a reafirmação da DER (Data de Entrada
do Requerimento) para o momento em que
implementados os requisitos para a concessão do
benefício, mesmo que isso se dê no interstício
entre o ajuizamento da ação e a entrega da
prestação jurisdicional nas instâncias ordinárias,
nos termos dos arts. 493 e 933 do CPC/2015, observada a
causa de pedir. 5.(...). 6. Recurso especial conhecido e
provido, para anular o acórdão proferido em embargos de
declaração, determinando ao Tribunal a quo um
novo julgamento do recurso, admitindo-se a
reafirmação da DER. Julgamento submetido ao rito
dos recursos especiais repetitivos. (STJ - RECURSO
ESPECIAL Nº 1.727.063 - SP. REL. MINISTRO MAURO
CAMPBELL MARQUES. DJE 02/12/2019)

Por fim, não se pode deixar de considerar que o Supremo Tribunal


Federal, em repercussão geral no Recurso Extraordinário nº 630501, já
pacificou posicionamento favorável à concessão do benefício mais vantajoso, ao
dispor que "cumpre observar o quadro mais favorável ao
beneficiário".

Portanto, demonstrado o pleno enquadramento jurídico da


reafirmação da DER, requer o seu reconhecimento com a repercussão de
alcance do tempo de contribuição e concessão do benefício.

DO TEMPO DE SERVIÇO RECONHECIDO EM AÇÃO TRABALHISTA

Pelo que se depreende da decisão judicial em anexo, foi


homologado o tempo de serviço do Autor no período de ________ ,
na atividade de ________ .

Para tanto, foi avaliada a documentação relativa à atividade, bem


como provas do direito pleiteado, provas estas que junta ao presente pedido
constituindo o seguinte conjunto probatório:

- Inteiro teor da decisão homologada pelo Juiz do


Trabalho da Vara desta Comarca;

- Certidão do trânsito em julgado;

- Provas materiais das atividades exercidas apresentadas


na ação, tais como as anotações na CTPS, bem como
________ ;

- Provas materiais da atividade especial, tais como


________ ;

- Planilha de cálculos dos valores devidos, homologada


pelo Juízo da Justiça do Trabalho com o reconhecimento
do tempo de contribuição.

Assim, tem-se por evidenciado por meio das referidas provas início
de prova material suficientes para fins previdenciários, conforme precedentes
sobre o tema:

PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO APOSENTADORIA


POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. VÍNCULO LABORAL
RECONHECIDO POR SENTENÇA TRABALHISTA.
INÍCIO DE PROVA MATERIAL CORROBORADA POR
OUTROS ELEMENTOS DE PROVA. REQUISITOS
CUMPRIDOS. RECURSO DO INSS IMPROVIDO. (...) 5.
Com efeito, prevalece o entendimento no sentido de que a
sentença trabalhista constitui prova material para efeito de
comprovação de serviço quando presentes elementos de
prova corroborativos do vínculo trabalhista reconhecido
na Justiça do Trabalho, sejam na seara trabalhista em que
se prolatou o julgado, ou na ação previdenciária. (...)(TRF-
3 - RI: 00649245620134036301 SP, Relator: JUIZ(A)
FEDERAL MARISA REGINA AMOROSO QUEDINHO
CASSETTARI, Data de Julgamento: 25/05/2018, 9ª
TURMA RECURSAL DE SÃO PAULO, Data de Publicação:
e-DJF3 Judicial DATA: 12/06/2018)

Portanto, tendo apresentado o Autor, além do reconhecimento


judicial do tempo de serviço, também toda prova material que conduziu ao
convencimento do juízo, indevida a negativa do INSS ao presente
reconhecimento.

Portanto, deve ser reconhecido o período de ________ como


tempo de serviço ao Autor.

DA NÃO OCORRÊNCIA DE PRESCRIÇÃO

Inicialmente cabe destacar que considerando tratar-se de


pretensão de benefício previdenciário em decorrência de direitos reconhecidos
em ação trabalhista, firmou-se a jurisprudência no sentido de que o prazo
decadencial flui a contar da data do trânsito em julgado da sentença proferida
na ação trabalhista, vejamos:

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. VIOLAÇÃO


DO ART.1.022DOCPC. ALEGAÇÕES GENÉRICAS.
SÚMULA 284/STF. REVISÃO DE BENEFÍCIO.
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. DECADÊNCIA.
TERMO INICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO DA
SENTENÇA TRABALHISTA. 1. A parte sustenta que o
art.1.022doCPCfoi violado, mas deixa de apontar, de
forma clara, o vício em que teria incorrido o acórdão
impugnado. Assevera apenas ter oposto Embargos de
Declaração no Tribunal a quo, sem indicar as matérias
sobre as quais deveria pronunciar-se a instância
ordinária, nem demonstrar a relevância delas para o
julgamento do feito (Súmula 284/STF).2. O Superior
Tribunal de Justiça firmou o entendimento no sentido de
que, havendo reclamatória trabalhista reconhecendo
parcelas remuneratórias, o prazo decadencial para o
direito de pleitear a revisão do benefício somente começa
a fluir a partir do trânsito em julgado da sentença
trabalhista.3. Recurso Especial parcialmente conhecido e,
nessa parte, não provido.(REsp nº 1664828/PR, STJ, 2ª
Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 30.6.2017)

Nessa mesma linha, são os precedentes dos tribunais:

PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO RESCISÓRIA. VIOLAÇÃO À


LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI. SÚMULA 343 DO STF.
APLICABILIDADE. DECADÊNCIA. TERMO INICIAL.
INTERRUPÇÃO. SUSPENSÃO. IMPOSSIBILIDADE.
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. REVISÃO DO VALOR
DO BENEFÍCIO. 1. Se a jurisprudência era iterativa no
mesmo sentido do acórdão objeto da rescisão; se o próprio
Superior Tribunal de Justiça, a quem compete uniformizar
a interpretação da lei federal, nos termos do art.105,III,c,
daConstituição, confirmou a solução conferida à matéria
debatida, forçoso reconhecer o descabimento da ação, nos
termos da súmula 343 do Supremo Tribunal Federal. 2. O
trânsito em julgado da reclamatória trabalhista constitui o
termo inicial da contagem do prazo decenal para revisão
de benefícios previdenciários. 3. Sendo hipótese de prazo
decadencial, o que impede a incidência dos institutos da
suspensão e interrupção, em face do que estabelece o
art.207doCódigo Civil, sob pena de conceder sucessivas
prorrogações ao prazo decadencial após o início de seu
fluxo. (TRF4 5019313-77.2018.4.04.0000, TERCEIRA
SEÇÃO, Relator Des. Federal FERNANDO QUADROS DA
SILVA, 25/10/2018)

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO.


PARCELAS RECONHECIDAS EM RECLAMATÓRIA
TRABALHISTA. (...) - O êxito do segurado em anterior
reclamatória trabalhista, com relação ao reconhecimento
de parcelas salariais, atribui-lhe o direito de postular a
revisão dos salários-de-contribuição componentes do
período de cálculo do benefício, ainda que a Autarquia
Previdenciária não tenha participado da relação
processual. - A reclamatória trabalhista é pressuposto sine
qua non para o pedido de revisão da aposentadoria na
hipótese do pedido ser baseado na alteração dos salários
de contribuição. Nesses casos, o Superior Tribunal de
Justiça vem se manifestando no sentido de que o prazo de
decadência do direito à revisão do ato de concessão do
benefício flui a partir do trânsito em julgado da sentença
trabalhista. Precedentes. (...) (TRF4 5001276-
21.2018.4.04.7204, TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR
DE SC, Relator Juiz Federal JOÃO BATISTA LAZZARI,
14.12.2018)
Motivos pelos quais evidenciam a não ocorrência de prescrição.

DO TEMPO DE SERVIÇO NO EXTERIOR

Trata-se do necessário reconhecimento do tempo de contribuição


em que o Autor laborou no exterior, com o necessário cômputo do tempo de
serviço no qual verteu contribuições previdenciárias perante aquele Estado para
efeitos de obtenção do benefício de aposentadoria.

No presente caso, busca-se o reconhecimento do seguinte período:

Período de trabalho no exterior: ________

Provas: Certidão emitidas pelo órgão competente


daquele país, o "INPS".

Referido direito está expressamente designado no Acordo


Administrativo Referente à Aplicação dos Artigos 37 e ss do Acordo de Migração
entre a República Federativa do Brasil e a República Italiana:

Art. 37. Os nacionais de cada uma das Altas Partes


Contratantes se beneficiarão da legislação de previdência
social da outra, nas mesmas condições que os nacionais
desta última.
Art. 38. O Brasil e a Itália convencionam, dentro dos
limites dos benefícios fixados para os nacionais na
legislação própria de cada um desses países, assegurar
os direitos da previdência social anteriormente
adquiridos, no país de origem, pelos
trabalhadores migrantes, enquanto não
decorram, no país de acolhimento, os prazos
mínimos de carência exigidos para a concessão de
cada espécie de benefício mencionada nos arts. 39 e
40.
(...)
Art. 40. Os benefícios previstos nos arts. 38 e 39 serão
assegurados a partir do momento em que o trabalhador
migrante passe a exercer uma atividade compreendida no
âmbito das instituições de previdência social do país de
acolhimento, referindo-se exclusivamente aos riscos de
doença, invalidez e morte e aos auxílios de maternidade e
funeral. Entretanto, no que concerne a invalidez e à morte,
observar-se-á, em cada país, a legislação respectiva.

Em complemento ao referido acordo, o Protocolo Adicional ao


Acordo de Migração entre Brasil e Itália (promulgado pelo Decreto nº
80.138/1977), em seu artigo 1, item 1, II dispõe:

1. O presente Protocolo Adicional aplicar-se-á:

I - na República Italiana, às normas concernentes:


a) ao regime geral sobre Previdência Social referente aos
seguros de invalidez, velhice e morte;
b) ao regime de acidentes do trabalho e doenças
profissionais;
c) ao regime referente ao seguro de doenças e
maternidade;
d) ao regime de seguro contra tuberculose;
e) aos regimes especiais de previdência estabelecidos para
certas categorias de trabalhadores, na parte em que
respeitem aos riscos ou prestações cobertos pelos regimes
enumerados nas alíneas precedentes.

II - na República Federativa do Brasil, ao regime de


Previdência Social do Instituto Nacional de Previdência
Social, no que disser respeito a:
a) assistência médica, incapacidade de trabalho
temporária e permanente, acidentes de trabalho e doenças
profissionais;
b) velhice;
c) invalidez;
d) morte.
Referido direito está expressamente designado no Acordo de
Seguridade Social ou Segurança Social entre o Governo da república Federativa
do Brasil e o Governo da República Portuguesa, promulgado pelo Decreto
1.457/95:

Artigo 9

1 - Uma pessoa que haja cumprido períodos de seguro sob


a égide das legislações de ambos os Estados Contratantes
terá esses períodos totalizados para concessão das
prestações decorrentes de invalidez, velhice e morte,
exceto quando estiverem satisfeitas as condições
estabelecidas por aquela legislação, sem que haja
necessidade de recorrer à totalização. (Redação dada pelo
Decreto nº 7.999, de 2013)

2 - No que se refere à concessão da aposentadoria por


tempo de contribuição, os períodos de tempo de
contribuição verificados no Brasil serão igualmente
totalizados com os períodos de seguro cumpridos sob a
égide da legislação portuguesa, desde que esses períodos
correspondam ao exercício efetivo de uma atividade
profissional em Portugal. (Redação dada pelo Decreto nº
7.999, de 2013)

3 - O tempo de contribuição do trabalhador para os


regimes próprios de previdência dos servidores públicos
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, existentes no Brasil, será assumido pela
Instituição Competente, para todos os efeitos, e certificado
à outra Parte como tempo de contribuição do regime
previdenciário de que trata este Acordo, sendo de
responsabilidade do Brasil os ajustes normativos e
compensatórios internos entre os diferentes regimes.
(Redação dada pelo Decreto nº 7.999, de 2013)
Portanto, devido o reconhecimento do tempo de serviço prestado
em solo estrangeiro para fins de aposentadoria brasileira, conforme precedentes
sobre o tema:

RECURSO CÍVEL. PREVIDENCIÁRIO. TRATADO


INTERNACIONAL ENTRE A UNIÃO E A ITÁLIA.
QUESTÃO MERAMENTE INCIDENTAL. COMPETÊNCIA
DOS JUIZADOS ESPECIAIS. TEMPO DE
SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO PRESTADO POR
BRASILEIRO NO EXTERIOR. EXISTÊNCIA DE
INSTRUMENTOS INTERNACIONAIS ASSEGURANDO
DIREITOS DE SEGURIDADE SOCIAL, INCLUSIVE
BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE
CONTRIBUIÇÃO MEDIANTE CONTAGEM RECÍPROCA
DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. POSSIBILIDADE.
COMPROVAÇÃO DO TEMPO DE
SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO ALEGADO MEDIANTE
CERTIDÃO FORNECIDA PELO ÓRGÃO COMPETENTE
NA ITÁLIA. 1. (...).3. O Brasil e a Itália possuem
acordos internacionais cujo objetivo é assegurar
os direitos de seguridade social previstos nas
legislações dos dois países aos respectivos
trabalhadores e dependentes legais, residentes ou
em trânsito no país, tais como o Protocolo
Adicional ao Acordo de Migração entre Brasil e
Itália (promulgado pelo Decreto nº 80.138/1977), o
Acordo de Migração entre a República Federativa do Brasil
e a República Italiana e o Acordo Administrativo Referente
à Aplicação dos Artigos 37 a 43 do Acordo de Migração
entre a República Federativa do Brasil e a República
Italiana. Direito objeto de regulamentação, ainda, na
Instrução Normativa nº 77 INSS/PRES, de 22/01/2015, a
qual dispõe expressamente sobre os Acordos
Internacionais de Previdência Social e a possibilidade de
reconhecimento do tempo de serviço/contribuição e
concessão de benefício.4. Assegura-se aos
trabalhadores o direito ao reconhecimento do
tempo de contribuição perante um país para
averbação no outro para fins de obtenção do
benefício (contagem recíproca) - vedado, por certo, o
aproveitamento e cômputo de um mesmo tempo de
serviço em ambos. Existência de formulário específico,
encontrado no sítio do Instituto Nacional do Seguro
Social, para encaminhamento de pedido de aposentadoria
por tempo de contribuição, inclusive possuindo instruções
em português e italiano.5. Hipótese em que comprovado o
tempo de serviço/contribuição prestado na Itália mediante
apresentação de Certidão emitidas pelo órgão competente
daquele país, o "INPS", o qual coincide com o órgão
expressamente designado no Acordo Administrativo
Referente à Aplicação dos Artigos 37 a 43 do Acordo de
Migração entre a República Federativa do Brasil e a
República Italiana 6, sem aproveitamento do tempo
naquele Estado.6. Recurso parcialmente provido. (TRF4,
RECURSO CÍVEL 5032844-47.2016.4.04.7100,
Relator(a): , PRIMEIRA TURMA RECURSAL DO RS,
Julgado em: 09/08/2017, Publicado em: 15/08/2017)

Portanto, demonstrado o tempo de serviço prestado no exterior,


com amparo no tratado internacional - Acordo de Migração, a procedência do
presente pedido é medida que se impõe.

DO PERÍODO DE SERVIÇO MILITAR

Período: De ________ a ________

Nos termos do Art. 55, inciso I da Lei 8.213/91, o tempo de serviço


militar deve ser computado para efeito de tempo de contribuição, in verbis:

Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma


estabelecida no Regulamento, compreendendo, além do
correspondente às atividades de qualquer das categorias
de segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que
anterior à perda da qualidade de segurado:

I - o tempo de serviço militar, inclusive o voluntário, e o


previsto no§ 1º do art. 143 da Constituição Federal, ainda
que anterior à filiação ao Regime Geral de Previdência
Social, desde que não tenha sido contado para inatividade
remunerada nas Forças Armadas ou aposentadoria no
serviço público;

Trata-se de entendimento pacificado pela jurisprudência sobre a


matéria:

PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO MILITAR.


TEMPO DE SERVIÇO URBANO. CTPS. ATIVIDADE
ESPECIAL. AGENTE NOCIVO ELETRICIDADE. EPIS.
HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA. CONVERSÃO DE
TEMPO DE SERVIÇO COMUM EM ESPECIAL.
IMPOSSIBILIDADE APOSENTADORIA ESPECIAL.
TEMPO INSUFICIENTE. APOSENTADORIA POR
TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO. CONCESSÃO.
CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA.1. O
tempo de serviço militar, desde que não utilizado
para a obtenção de benefício de inatividade
remunerada junto às Forças Armadas ou
aposentadoria no serviço público, deve ser
averbado para fins de contagem de tempo de
serviço no âmbito do RGPS. 2. (...) (TRF4,
Apelação/Remessa Necessária 5010305-
04.2013.4.04.7000, Relator(a): , SEXTA TURMA, Julgado
em: 31/01/2018, Publicado em: 06/02/2018)

PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO MILITAR.


AVERBAÇÃO. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL.
AGENTES NOCIVOS RUÍDO E HIDROCARBONETOS.
CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO COMUM EM
ESPECIAL. IMPOSSIBILIDADE. APOSENTADORIA
ESPECIAL. REAFIRMAÇÃO DA DER. POSSIBILIDADE.
EXIGÊNCIA DE AFASTAMENTO DA ATIVIDADE. ART.
57, § 8º, DA LEI N. 8.213/91.
INCONSTITUCIONALIDADE. CORREÇÃO MONETÁRIA.
ADEQUAÇÃO. 1. O tempo de serviço militar, desde
que não utilizado para a obtenção de benefício de
inatividade remunerada junto às Forças Armadas
ou aposentadoria no serviço público, deve ser
averbado para fins de contagem de tempo de
serviço no âmbito do RGPS. 2. O reconhecimento da
especialidade e o enquadramento da atividade exercida
sob condições nocivas são disciplinados pela lei em vigor à
época em que efetivamente exercidos, passando a integrar,
como direito adquirido, o patrimônio jurídico do
trabalhador. 3. (...). O Supremo Tribunal Federal
reconheceu no RE 870.947, com repercussão geral, a
inconstitucionalidade do uso da TR, determinando a
adoção do IPCA-E para o cálculo da correção monetária
nas dívidas não-tributárias da Fazenda Pública. (TRF4
5011707-12.2012.4.04.7112, SEXTA TURMA, Relatora
TAÍS SCHILLING FERRAZ, juntado aos autos em
13/12/2017)

DIREITO PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR


TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. TEMPO DE SERVIÇO
MILITAR COMPROVADO. CONSECTÁRIOS.
ADEQUAÇÃO DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. 1.
Mediante início de prova material, corroborada por prova
testemunhal, é de se reconhecer o labor no meio rural,
para fins previdenciários. 2. Uma vez juntado aos
autos prova documental suficiente a demonstrar o
tempo de serviço militar (Certificado de
Reservista de 1ªCategoria, bem como a certidão de
Tempo de Serviço Militar emitida pela
15ªCircunscrição de Serviço Militar-Exército B),
deve ser reconhecido o tempo requerido, para fins
de aposentadoria. 3. Os efeitos financeiros são devidos
desde a data do requerimento administrativo, ainda que
somente em data posterior tenha sido completada a prova,
porquanto não se confunde o direito ao benefício com a
prova desse direito. 4. (...). (TRF4, APELREEX 5008061-
10.2010.404.7000, Sexta Turma, Relator Paulo Paim da
Silva 02/05/2014).

PREVIDENCIÁRIO. REMESSA OFICIAL. AVERBAÇÃO


DO TEMPO. SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO.
POSSIBILIDADE. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. 1.
Cuida-se de remessa oficial cível em face de sentença
proferida pela MM. Juíza Federal Substituta da 8ª Vara da
Seção Judiciária do Ceará que julgou parcialmente
procedente o pedido inicial "tão-somente para reconhecer
o direito do Autor de averbar, junto ao INSS, o tempo de
Serviço Militar obrigatório prestado, totalizando 09 meses
e 02 dias". 2. O direito à averbação ao tempo de serviço
militar decorre expressamente do art. 55, I, da Lei nº
8.213/91. Entretanto, cumpre ressaltar que o período a ser
averbado é apenas o que resta demonstrado na certidão de
fl. 24, qual seja, 13.02.1965 a 15.11.1965, totalizando um
período de nove meses e dois dias. (REMESSA EX
OFFICIO EM AÇÃO CÍVEL Nº 475959 CE
(2007.81.00.015673-7)

Ou seja, trata-se de aplicação expressa da lei, não havendo


margens para interpretação distinta.

Assim, considerando que o Autor apresentou devidamente o


certificado de reservista e certidão de tempo de serviço militar para
comprovação do período de ________ a ________ , não há razão para a
manutenção da decisão do INSS.
DO PERÍODO EM GOZO DE AUXÍLIO-DOENÇA

Trata-se do necessário reconhecimento do período de gozo do


auxílio-doença para o cômputo de tempo de contribuição e carência.

No presente caso, busca-se o reconhecimento do seguinte período:

Período de auxílio-doença: ________

A Lei 8.213/91 previu expressamente que o período de auxílio


doença será computado para todos os efeitos como tempo de serviço, in verbis:

Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma


estabelecida no Regulamento, compreendendo, além do
correspondente às atividades de qualquer das categorias
de segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que
anterior à perda da qualidade de segurado:

(...)

II - o tempo intercalado em que esteve em gozo de auxílio-


doença ou aposentadoria por invalidez;

No presente caso, o Autor teve o período de auxílio doença


intercalado com períodos de atividade com efetiva contribuição, conforme
________ , fazendo jus ao cômputo deste período como tempo de serviço.

Nesse sentido, é lúdica a lição do STJ sobre o tema:

PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL ADMITIDO


COMO REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART.
1.036 DO CÓDIGO FUX. POSSIBILIDADE DE CÔMPUTO
DO TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL, PARA FINS DE
APOSENTADORIA, PRESTADO NO PERÍODO EM QUE
O SEGURADO ESTEVE EM GOZO DE AUXÍLIO-
DOENÇA DE NATUREZA NÃO ACIDENTÁRIA. (...). 1.
Até a edição do Decreto 3.048/1999 inexistia na legislação
qualquer restrição ao cômputo do tempo de benefício por
incapacidade não acidentário para fins de conversão de
tempo especial. Assim, comprovada a exposição do
Segurado a condições especiais que prejudicassem a sua
saúde e a integridade física, na forma exigida pela
legislação, reconhecer-se-ia a especialidade pelo período
de afastamento em que o Segurado permanecesse em gozo
de auxílio-doença, seja este acidentário ou previdenciário.
2. A partir da alteração então promovida pelo Decreto
4.882/2003, nas hipóteses em que o Segurado fosse
afastado de suas atividades habituais especiais por
motivos de auxílio-doença não acidentário, o período de
afastamento seria computado como tempo de atividade
comum. 3. A justificativa para tal distinção era o fato de
que, nos períodos de afastamento em razão de benefício
não acidentário, não estaria o Segurado exposto a
qualquer agente nocivo, o que impossibilitaria a contagem
de tal período como tempo de serviço especial. 4. Contudo,
a legislação continuou a permitir o cômputo, como
atividade especial, de períodos em que o Segurado
estivesse em gozo de salário-maternidade e férias, por
exemplo, afastamentos esses que também suspendem o
seu contrato de trabalho, tal como ocorre com o auxílio-
doença não acidentário, e retiram o Trabalhador da
exposição aos agentes nocivos. Isso denota irracionalidade
na limitação imposta pelo decreto regulamentar,
afrontando as premissas da interpretação das regras de
Direito Previdenciário, que prima pela expansão da
proteção preventiva ao Segurado e pela máxima eficácia de
suas salvaguardas jurídicas e judiciais. 5. Não se pode
esperar do poder judicial qualquer interpretação
jurídica que venha a restringir ou prejudicar o
plexo de garantias das pessoas, com destaque para
aquelas que reinvindicam legítima proteção do
Direito Previdenciário. Pelo contrário, o esperável
da atividade judicante é que restaure visão
humanística do Direito, que foi destruída pelo
positivismo jurídico. 6. Deve-se levar em conta
que a Lei de Benefícios não traz qualquer
distinção quanto aos benefícios auxílio-doença
acidentário ou previdenciário. Por outro lado, a Lei
9.032/1995 ampliou a aproximação da natureza jurídica
dos dois institutos e o § 6º. do artigo 57 da Lei 8.213/1991
determinou expressamente que o direito ao benefício
previdenciário da aposentadoria especial será financiado
com os recursos provenientes da contribuição deque trata
o art. 22, II da Lei 8.212/1991, cujas alíquotas são
acrescidas conforme a atividade exercida pelo Segurado a
serviço da empresa, alíquotas, estas, que são recolhidas
independentemente de estar ou não o Trabalhador em
gozo de benefício. 7. Note-se que o custeio do tempo de
contribuição especial se dá por intermédio de fonte que
não é diretamente relacionada à natureza dada ao
benefício por incapacidade concedido ao Segurado, mas
sim quanto ao grau preponderante de risco existente no
local de trabalho deste, o que importa concluir que,
estando ou não afastado por benefício movido por
acidente do trabalho, o Segurado exposto a condições
nocivas à sua saúde promove a ocorrência do fato gerador
da contribuição previdenciária destinada ao custeio do
benefício de aposentadoria especial. 8. Tais ponderações,
permitem concluir que o Decreto 4.882/2003 extrapolou o
limite do poder regulamentar administrativo, restringindo
ilegalmente a proteção exclusiva dada pela Previdência
Social ao trabalhador sujeito a condições especiais que
prejudiquem a sua saúde ou a sua integridade física. 9.
Impõe-se reconhecer que o Segurado faz jus à percepção
de benefício por incapacidade temporária, independente
de sua natureza, sem que seu recebimento implique em
qualquer prejuízo na contagem de seu tempo de atividade
especial, o que permite a fixação da seguinte tese: O
Segurado que exerce atividades em condições
especiais, quando em gozo de auxílio-doença, seja
acidentário ou previdenciário, faz jus ao cômputo
desse mesmo período como tempo de serviço
especial. 10. Recurso especial do INSS a que se nega
provimento.(STJ - REsp: 1723181 RS 2018/0021196-1,
Relator: Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO,
Data de Julgamento: 26/06/2019, S1 - PRIMEIRA
SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 01/08/2019)

A jurisprudência confirma este entendimento:

PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL.


APOSENTADORIA POR TEMPO DE
SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO. CONCESSÃO. CÔMPUTO
DE AUXÍLIO-DOENÇA COMO TEMPO ESPECIAL.
CONSECTÁRIOS. IMPLANTAÇÃO DO BENEFÍCIO. 1.
Comprovada a exposição do segurado a agente nocivo, na
forma exigida pela legislação previdenciária aplicável à
espécie, possível reconhecer-se a especialidade da
atividade laboral por ele exercida. 2. Tem direito à
aposentadoria por tempo de serviço/contribuição o
segurado que, mediante a soma do tempo judicialmente
reconhecido com o tempo computado na via
administrativa, possuir tempo suficiente e implementar os
demais requisitos para a concessão do benefício. 3. O
segurado que exerce atividades em condições
especiais, quando em gozo de auxílio-doença, seja
acidentário ou previdenciário, faz jus ao cômputo
desse mesmo período como tempo de serviço
especial. Tema 998 do Superior Tribunal de
Justiça. 4. Diferimento, para a fase de execução, da
fixação dos índices de correção monetária aplicáveis a
partir de 30/06/2009. 5. Juros de mora simples a contar
da citação (Súmula 204 do STJ), conforme o art. 5º da Lei
11.960/2009, que deu nova redação ao art. 1º-F da Lei
9.494/1997. 6. Determinada a imediata implantação do
benefício.(TRF-4 - APL: 50015483520194049999
5001548-35.2019.4.04.9999, Relator: GISELE LEMKE,
Data de Julgamento: 27/08/2019, QUINTA TURMA)

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL.


REQUISITOS PREENCHIDOS. AUXÍLIO-DOENÇA
PREVIDENCIÁRIO. CÔMPUTO DE TEMPO DE SERVIÇO
ESPECIAL. POSSIBILIDADE. O período de auxílio-doença
de natureza previdenciária, independente de comprovação
da relação da moléstia com a atividade profissional do
segurado, deve ser considerado como tempo especial
quando o trabalhador exercia atividade especial antes do
afastamento. (TRF-4 - APL: 50354167220174049999
5035416-72.2017.4.04.9999, Relator: PAULO AFONSO
BRUM VAZ, Data de Julgamento: 31/07/2019, TURMA
REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC)

Razões pelas quais, requer o reconhecimento do período em que o


Autor estava em gozo do auxílio-doença como tempo de contribuição e carência.

DO TEMPO DE SERVIÇO COMO ALUNO APRENDIZ

Período: De ________ a ________

O Segurado trabalhou como aluno-aprendiz junto à empresa


________ no período acima indicado, conforme PROVA DO VÍNCULO
mediante certidão emitida pelo Serviço de Aprendizagem ________ ,
comprovando a atividade, em anexo.

De acordo com a Instrução Normativa INSS/PRES nº 77, de 21 de


janeiro de 2015:

Art. 76. Os períodos de aprendizado profissional realizados


até 16 de dezembro de 1998, data da vigência da Emenda
Constitucional nº 20, de 1998, serão considerados
como tempo de serviço/contribuição independentemente
do momento em que o segurado venha a implementar os
demais requisitos para a concessão de aposentadoria no
RGPS, podendo ser contados:

(...)

II - o tempo de aprendizado profissional realizado como


aluno aprendiz, em escolas industriais ou técnicas, com
base no Decreto-Lei nº 4.073, de 30 de janeiro de
1942 (Lei Orgânica do Ensino Industrial), a saber:

a) período de frequência em escolas técnicas ou industriais


mantidas por empresas de iniciativa privada, desde que
reconhecidas e dirigidas a seus empregados aprendizes,
bem como o realizado com base no Decreto nº 31.546,
de 6 de outubro de 1952, em curso do Serviço Nacional
da Indústria - SENAI, ou Serviço Nacional do Comércio -
SENAC, ou instituições por eles reconhecidas, para
formação profissional metódica de ofício ou ocupação do
trabalhador menor; e b) período de frequência em cursos
de aprendizagem ministrados pelos empregadores a seus
empregados em escolas próprias para essa finalidade ou
em qualquer estabelecimento de ensino industrial;

(...)

Art. 77. Os períodos citados no art. 76 serão considerados,


observando que:

I - o Decreto-Lei nº 4.073, de 1942, vigente no período


compreendido entre 30 de janeiro de 1942 a 15 de
fevereiro de 1959, reconhecia o aprendiz como empregado
bastando assim a comprovação do vínculo;
II - o tempo de aluno aprendiz desempenhado em
qualquer época, ou seja, mesmo fora do período de
vigência dos dispositivos do Decreto-Lei nº 4.073, de
1942, de que trata o tema, somente poderá ser
considerado como tempo de contribuição desde que
comprovada a remuneração e o vínculo empregatício,
conforme Parecer MPAS/CJ nº 2.893, de 12 de novembro
de 2002; e

III - considerar-se-á como vínculo e remuneração a


comprovação de frequência e os valores recebidos a título
de alimentação, fardamento, material escolar e parcela de
renda auferida com a execução de encomendas para
terceiros, entre outros.

No presente caso a RETRIBUIÇÃO PECUNIÁRIA, de forma


indireta é perfeitamente caracterizada na concessão de fardamento, materiais,
alimentação, entre outros, à conta do orçamento da União, conforme
________ .

Assim, perfeitamente enquadrado na condição prevista na Súmula


96 do Tribunal de Contas da União, in verbis:

SÚMULA Nº 096 TCU: Conta-se para todos os efeitos,


como tempo de serviço público, o período de trabalho
prestado, na qualidade de aluno-aprendiz, em Escola
Pública Profissional, desde que comprovada a retribuição
pecuniária à conta do Orçamento, admitindo-se, como tal,
o recebimento de alimentação, fardamento, material
escolar e parcela de renda auferida com a execução de
encomendas para terceiros.

Nesse sentido, confirma a jurisprudência sobre o tema:

PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO.


ALUNO-APRENDIZ.- É possível o cômputo do tempo
de estudante como aluno-aprendiz de escola
pública profissional para complementação de
tempo de serviço, objetivando fins previdenciários, desde
que preenchidos os requisitos da comprovação do vínculo
empregatício e da remuneração à conta do orçamento da
União.- Dispõe a Súmula 96 do Tribunal de Contas da
União: "Conta-se para todos os efeitos, como tempo de
serviço público, o período de trabalho prestado, na
qualidade de aluno-aprendiz, em Escola Pública
Profissional, desde que comprovada a retribuição
pecuniária à conta do Orçamento, admitindo-se, como
tal, o recebimento de alimentação, fardamento, material
escolar e parcela de renda auferida com a execução de
encomendas para terceiros".- (...) A documentação
apresentada comprova a percepção de retribuição
indireta, consistente no fornecimento de alimentação,
pelos trabalhos prestados pelo autor, à conta de
orçamento público, sendo devido o reconhecimento
direito à averbação do período correspondente como
tempo de serviço na qualidade de aluno-aprendiz.- (...)
(TRF 3ª Região, OITAVA TURMA, Ap - APELAÇÃO
CÍVEL - 2069053 - 0000490-58.2013.4.03.6107, Rel.
DESEMBARGADOR FEDERAL LUIZ STEFANINI,
julgado em 26/11/2018, e-DJF3 Judicial 1
DATA:10/12/2018 )

PREVIDENCIÁRIO. ALUNO-APRENDIZ. TEMPO DE


SERVIÇO URBANO. ACORDO TRABALHISTA
CONFIRMADO POR PROVA MATERIAL E ORAL.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE
SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL.
CONCESSÃO.1. Para fins de reconhecimento do
tempo de serviço prestado na condição de aluno-
aprendiz, é necessária a demonstração de que
estiveram presentes os seguintes requisitos: (1)
prestação de trabalho na qualidade de aluno-
aprendiz e (2) retribuição pecuniária à conta do
orçamento público, admitindo-se, como tal, o
recebimento de alimentação, fardamento,
material escolar ou parcela de renda auferida
com a execução de encomendas por terceiros.2. É
possível o cômputo do tempo de serviço referente ao
período de frequência como aluno-aprendiz profissional,
prestado em escolas técnicas com base no Decreto-Lei
4.073/42.3. Ainda que extinta por acordo a reclamatória
trabalhista, o direito nela reconhecido é presumivelmente
verdadeiro, consubstanciando início de prova material,
para fins previdenciários, a ser complementada por
outros elementos, cabendo ao INSS, se for o caso, a prova
em contrário.4. Comprovado o labor urbano na condição
de empregado, mediante a produção de início de prova
material, corroborada por prova testemunhal idônea, o
segurado faz jus ao cômputo do respectivo tempo de
contribuição.5. O recolhimento de contribuições
previdenciárias sobre os períodos anotados em carteira
de trabalho incumbe ao empregador, nos termos do art.
30, inc. I, alíneas "a" e "b", da Lei n.º 8.212/91, não
podendo ser exigida do empregado para efeito de
obtenção de benefícios previdenciários.6. Preenchidos os
requisitos legais, tem o segurado direito à obtenção de
aposentadoria por tempo de contribuição proporcional.
(TRF4, Apelação/Remessa Necessária 5009759-
76.2014.4.04.7108, Relator(a): , SEXTA TURMA, Julgado
em: 31/01/2018, Publicado em: 06/02/2018)

Para comprovar o VÍNCULO COMO ALUNO APRENDIZ,


mediante junta em anexo:

ATESTADO e DECLARAÇÃO emitidos pelo ________ ,


comprovando o tempo de serviço no período indicar
período;
TERMO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO, o qual refere que
o tempo de estágio na empresa ________ no período de
________ ;

FICHA DE REGISTRO DE EMPREGADO, referente à


empresa ________ , na qual consta a admissão do autor
em ________ na função de aprendiz ________ , com
pagamento de salário por hora trabalhada;

DECLARAÇÃO emitida pelo ________ , no qual informa


que, em que pese não efetuasse o pagamento de
remuneração direta, forneceu ao autor material didático,
equipamentos, uniforme, alimentação, valo transporte,
________ , no período enquanto frequentou o curso de
aprendizagem;

Assim, nos termos dos textos normativos e precedentes


jurisprudenciais acima citados, deve ser computado como tempo de serviço todo
o período ________ em que o autor esteve vinculado como aluno aprendiz.

DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO RGPS E RPPS

A Lei de Benefícios - Lei nº 8.213/91 traz normas da contagem


recíproca de tempo de contribuição do Regime Próprio de Previdência Social -
RPPS e do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, dispondo sobre a não
possibilidade de contagem de tempo de serviço público com o de atividade
privada, quando concomitantes (art. 96, inc. II).

No presente caso, o autor foi contratado pela ________ sob o


regime celetista, em ________ , tendo recolhido contribuições para o Regime
Geral da Previdência Social.

Porém, a partir de 12/12/1990, com o advento da Lei nº 8.112/90,


ele passou a integrar o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da
União, quando então passou a contribuir para o Regime Próprio de Previdência
Social - RPPS.
Essa transformação do empregado público em cargo público se
deu com fundamento no Art. 243 da Lei nº 8.112/90.

Além disso, a norma que instituiu o Regime Jurídico Único


estabeleceu ainda a compensação entre os sistemas, conforme artigo 247, a
seguir in verbis:

Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei,


haverá ajuste de contas com a Previdência Social,
correspondente ao período de contribuição por parte dos
servidores celetistas abrangidos pelo art. 243. (Redação
conferida pela Lei nº 8.162, de 8.1.91)

Nesses termos, realizada a devida compensação financeira entre os


sistemas de concessão de benefícios, a transformação do emprego público em
cargo público não sofreu solução de continuidade, ainda que modificada a
natureza jurídica do vínculo.

Assim, em decorrência da transformação do emprego público em


cargo público, resulta-se que o período trabalhado como empregado celetista
integra-se ao período em que passou a ocupar cargo público, sendo ambos os
períodos computados como tempo de serviço público federal para todos os
efeitos, como disciplina o artigo 100 da Lei nº 8.112/90, abaixo compilado:

"Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de


serviço público federal, inclusive o prestado às Forças
Armadas."

Diante disso, a transformação citada permite o aproveitamento do


tempo de serviço exercido naquele regime (celetista) para fins de obtenção de
aposentadoria estatutária, em face da compensação devida entre os sistemas.

Segundo o professor Frederico Amado, em face da previsão


constitucional de cumulação de cargo público com privado,

"é plenamente possível que um segurado obtenha mais de


uma aposentadoria por regimes diversos, desde que
preencha os requisitos de cada um e sem a utilização
simultânea de tempo de serviço ou de contribuição da
mesma atividade". (Direito previdenciário sistematizado.
Bahia:Juspodivm, 2010, p. 223)

Corroborando com este entendimento, faz-se referência ao


Decreto nº 3.048/99, que dispõe sobre a possibilidade de contagem de tempo
público e privado quando concomitantes. Vejamos:

"Art. 130 (...)

§ 12. É vedada a contagem de tempo de contribuição de


atividade privada com a do serviço público ou de mais de
uma atividade no serviço público, quando
concomitantes, ressalvados os casos de
acumulação de cargos ou empregos públicos
admitidos pela Constituição."

Desta feita, importa mencionar que, havendo no mesmo período


(de ________ a ________ ) o desempenho de atividade como empregado
celetista em empresa cumulado com o período de emprego público
(posteriormente transformado em cargo público), na verdade estamos diante do
desempenho de atividades distintas, com recolhimentos previdenciários
destinados a regimes diversos.

Ademais, este também é o entendimento do Superior Tribunal de


Justiça em decisão proferida recentemente no REsp. nº 1.578.404, onde o
Relator, Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, da Primeira Turma, negou
seguimento ao recurso especial interposto pelo INSS:

"PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO


ESPECIAL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE
CONTRIBUIÇÃO. POSSIBILIDADE DE CÔMPUTO
DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO PARA
CONCESSÃO DE APOSENTADORIA PELO RGPS,
AINDA QUE CONCOMITANTE COM O TEMPO DE
SERVIÇO COMO SERVIDOR PÚBLICO, DESDE
QUE NÃO UTILIZADO PARA A OBTENÇÃO DE
APOSENTADORIA ESTATUTÁRIA. EXPOSIÇÃO À
AGENTES NOCIVOS. PERMANÊNCIA E
HABITUALIDADE. DESNECESSÁRIA A
COMPROVAÇÃO ININTERRUPTA DE EXPOSIÇÃO AO
AGENTE NOCIVO. AVALIAÇÃO PROFISSIOGRÁFICA.
RECURSO ESPECIAL DO INSS A QUE SE NEGA
PROVIMENTO.

(...) 3. Assim, o acórdão recorrido está em harmonia com a


orientação desta Corte, que afirma que o exercício
simultâneo de atividades vinculadas a regime
próprio e ao Regime Geral de Previdência,
havendo a respectiva contribuição, não impede o
direito ao recebimento simultâneo de benefícios
em ambos os regimes. (...)" (g.n.) (Julgado em
17/09/2019, DJe 25/09/2019)

E mais:

"É certo que o art. 96, II da Lei 8.213/1991, veda apenas


que o mesmo lapso temporal durante o qual o Segurado
exerceu simultaneamente uma atividade privada e outra
sujeita a regime próprio de previdência seja computado
em duplicidade, (...).

(...)

‘Não há óbice à utilização, para a obtenção de benefício


previdenciário junto ao regime próprio de previdência
social, do tempo de serviço como emprego público no qual
houve recolhimento para o RGPS, exercido de forma
concomitante com outra atividade na iniciativa privada,
e, da mesma forma, é possível o aproveitamento do
tempo de filiação ao RGPS, exercido na iniciativa privada
e prestado de forma concomitante ao emprego público,
para o deferimento de aposentadoria pelo INSS, mesmo
que o período relativo ao emprego público já tenha sido
computado na inativação concedida pelo regime próprio.
Precedentes. V - Recurso especial desprovido (REsp.
1.584.339/RS, Rel. Min. REGINA HELENA COSTA, DJe
3.8.2017).’ " (REsp. nº 1.566.791 - PR, Relator Ministro
Napoleão Nunes Maia Filho, Julgado em 23/04/2019, DJe
07/05/2019)

Assim, o entendimento pacificado na jurisprudência é de que,


havendo contratações distintas, um privado e o outro público, não há óbice para
o aproveitamento do tempo de contribuição privado concomitante com tempo
público vinculado ao Regime Geral, para concessão de aposentadoria junto ao
INSS, visto que ocorreu averbação no RPPS, apenas do tempo público anterior a
transformação do emprego público para estatutário

Conclui-se, portanto, que o tempo de serviço prestado na


________ de ________ como empregada pública, concomitante ao período
de trabalho na empresa ________ , no período de _/_/ ________ a _/_/
________ , não se enquadra como contagem recíproca, ou em dobro, a incidir
na espécie a vedação contida no inciso II, do artigo 96 da Lei nº 8.213/91, como
fundamento para o INSS indeferir administrativamente a aposentadoria
pleiteada.

DA CONVERSÃO DO TEMPO ESPECIAL EM COMUM

Ao deixar de considerar o cômputo dos períodos de contribuição


da atividade Especial de ________ anos, o INSS cometeu uma grave
ilegalidade ao negar o acesso constitucional ao benefício.

Para fins de conversão do tempo de serviço especial em tempo de


serviço comum, cumpre utilizar-se do fator previsto no Decreto nº 3.048/99 e
seus respectivos multiplicadores ao seguinte período:
Tempo a converter: Mulher (para 30) Homem (Para 35)

DE 15 ANOS 2,00 2,33

DE 20 ANOS 1,50 1,75

DE 25 ANOS 1,20 1,40

Assim, considerando que o autor trabalhou por xx anos em


atividade especial, ao multiplicar pelo fator indicar ________ , tem-se como
resultado ________ anos que deve ser considerado para fins de aposentadoria.

Trata-se de direito adquirido ao segurado, uma vez que atingiu os


requisitos necessários à conversão à época da aposentadoria, ou seja,
previamente a vigência da Lei 9.032/95, sendo devida a conversão conforme
orienta o STJ:

PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO


INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. (...) ATIVIDADE
ESPECIAL. CONVERSÃO DE TEMPO COMUM EM
ESPECIAL. APLICAÇÃO DA LEI VIGENTE À
ÉPOCA DA APOSENTADORIA.(...).II - Esta Corte, ao
julgar o Recurso Especial n. 1.310.034/PR, submetido ao
rito do art. 543-C, firmou entendimento segundo o qual se
aplica ao direito de conversão entre tempo
especial e comum a lei em vigor à época da
aposentadoria, independentemente do período no
qual as atividades foram exercidas pelo segurado.
III - (...) . (STJ, AgInt no REsp 1546215/RS, Rel. Ministra
REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA TURMA, julgado
em 26/06/2018, DJe 02/08/2018)

Nesse sentido, é o posicionamento do TNU:

Súmula 50 da TNU: "É possível a conversão do tempo


de serviço especial em comum do trabalho prestado em
qualquer período".

Assim, considerando o período comprovado no exercício em


atividade especial, perfeitamente cabível o presente pedido, devendo ser
considerados os períodos em atividade especial na proporção legal.

REGRA 85/95 - NÃO INCIDÊNCIA DO FATOR PREVIDENCIÁRIO

A Lei 13.183/15 estabeleceu requisitos para que o segurado


obtenha a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição, sem a
incidência do fator previdenciário, dando nova redação à Lei nº 8.213, de 24 de
julho de 1991, in verbis:

Art. 29-C O segurado que preencher o requisito para


a aposentadoria por tempo de contribuição poderá
optar pela não incidência do fator previdenciário no
cálculo de sua aposentadoria, quando o total
resultante da soma de sua idade e de seu tempo de
contribuição, incluídas as frações, na data de
requerimento da aposentadoria, for:

I - igual ou superior a noventa e cinco pontos, se


homem, observando o tempo mínimo de
contribuição de trinta e cinco anos; ou

II - igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se


mulher, observado o tempo mínimo de contribuição
de trinta anos.

§ 1º Para os fins do disposto no caput , serão


somadas as frações em meses completos de tempo de
contribuição e idade.

Portanto, com o reconhecimento de tempo de atividade acima


referido, tem-se:
 Tempo de contribuição de ________ ;

 Idade de ________ ;

Tem-se a SOMA de ________ .

Culminando, portanto, com a INAPLICABILIDADE DO


FATOR PREVIDENCIÁRIO.

TUTELA DE URGÊNCIA

Nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será


concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito
e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo."

No presente caso tais requisitos são perfeitamente caracterizados,


vejamos:

DA PROBABILIDADE DO DIREITO: Como ficou


perfeitamente demonstrado, o direto do Autor é caracterizado pela
demonstração inequívoca da veracidade dos argumentos exordiais, uma vez que
com as provas documentais juntadas em anexo é possível confirmar que todos
os requisitos estão preenchidos, sendo iminente a necessidade da obtenção da
tutela, deve o magistrado deferir antecipadamente o objeto postulado.

Assim, conforme destaca a doutrina, não há razão lógica para


aguardar o desfecho do processo, quando diante de direito inequívoco:

"Se o fato constitutivo é incontroverso não há


racionalidade em obrigar o autor a esperar o tempo
necessário à produção da provas dos fatos impeditivos,
modificativos ou extintivos, uma vez que o autor já se
desincumbiu do ônus da prova e a demora inerente à
prova dos fatos, cuja prova incumbe ao réu certamente o
beneficia." (MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de
Urgência e Tutela da Evidência. Editora RT, 2017. p.284)
DO RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO: Trata-se
de benefício de caráter alimentar que garante a digna sobrevivência
do Autor.

Assim, é cristalino o risco de ineficácia do provimento final da lide,


exatamente por estar a parte Autora desprovida de qualquer fonte
de renda e, por consequência, de manter a digna subsistência, o que já
vem sendo reconhecido em caráter liminar pelos tribunais:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. ANTECIPAÇÃO DOS


EFEITOS DA TUTELA BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.
DEMONSTRADOS OS REQUISITOS LEGAIS
NECESSÁRIOS À CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. TUTELA
ANTECIPADA CONCEDIDA. 1. A tutela antecipada, via de
regra, deve ser concedida após a oitiva da parte contrária.
Contudo, a sua concessão inaudita altera parte não é
vedada em nosso ordenamento jurídico e pode ser deferida
nos casos em que o juiz verificar que o prazo de resposta
possa implicar em risco de perecimento do direito
invocado, como é a hipótese de deferimento de benefício
previdenciário do qual a parte necessite para sobreviver. 2.
A antecipação da tutela é medida excepcional, pois
realizada mediante cognição sumária. Desta forma, a fim
de evitar a ocorrência de prejuízos à parte que sofre
antecipadamente os efeitos da tutela, o Juízo deve buscar
aplicar tal medida com parcimônia, restringindo-a apenas
àqueles casos em que se verifique a verossimilhança da
alegação e a urgência da medida, sob pena de dano
irreparável ou de difícil reparação. 3. O benefício
previdenciário do auxílio-doença é regido pelo art. 59 da
Lei nº 8.213/91. Da leitura do aludido artigo conclui-se
que, para fazer jus ao benefício pleiteado, deverá a parte
autora satisfazer cumulativamente os requisitos
mencionados: incapacidade e carência, quando for o caso;
qualidade de segurado e não ser portador da doença
incapacitante ao ingressar no RGPS. 4. Presente a
verossimilhança nas alegações autorais e não
havendo nos autos comprovação de que a parte
autora possua renda suficiente para prover sua
própria subsistência, restando evidenciada a
presença do periculum in mora no caso concreto
(STJ, 1ª Turma, AgRG na MC 20209, Rel. Min.
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, DJe 13.6.2014), a
tutela antecipada deve ser concedida. 5. Agravo de
instrumento provido. O benefício do auxílio-doença
deverá ser concedido e mantido até o julgamento de
mérito pelo Juízo a quo (art. 60, § 8º e parágrafo único, da
Lei 8.213/91). (TRF2, Agravo de Instrumento 0001178-
59.2018.4.02.0000, Relator(a): ROGERIO TOBIAS DE
CARVALHO, 2ª TURMA ESPECIALIZADA, Julgado em:
30/07/2018, Disponibilizado em: 02/08/2018)

Portanto, devida a imediata concessão do benefício ao Autor.

DA ATUALIZAÇÃO DOS VALORES DEVIDOS

A atualização monetária das condenações impostas à Fazenda


Pública devem observar recente posicionamento do STF que entendeu pela
inconstitucionalidade da aplicação do TR, determinando a adoção do IPCA-E
para o cálculo da correção monetária nas dívidas não-tributárias da Fazenda
Pública.

Entendimento assim ementado:

DIREITO CONSTITUCIONAL. REGIME DE


ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA E JUROS MORATÓRIOS
INCIDENTE SOBRE CONDENAÇÕES JUDICIAIS DA
FAZENDA PÚBLICA. ART. 1º-F DA LEI Nº 9.494/97
COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 11.960/09.
IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DA UTILIZAÇÃO DO
ÍNDICE DE REMUNERAÇÃO DA CADERNETA DE
POUPANÇA COMO CRITÉRIO DE CORREÇÃO
MONETÁRIA. (...) 1. O princípio constitucional da
isonomia (CRFB, art. 5º, caput), no seu núcleo essencial,
revela que o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a
redação dada pela Lei nº 11.960/09, na parte em que
disciplina os juros moratórios aplicáveis a
condenações da Fazenda Pública, é
inconstitucional ao incidir sobre débitos oriundos
de relação jurídico-tributária, os quais devem
observar os mesmos juros de mora pelos quais a
Fazenda Pública remunera seu crédito; nas
hipóteses de relação jurídica diversa da tributária, a
fixação dos juros moratórios segundo o índice de
remuneração da caderneta de poupança é constitucional,
permanecendo hígido, nesta extensão, o disposto legal
supramencionado. 2. O direito fundamental de
propriedade (CRFB, art. 5º, XXII) repugna o disposto no
art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei
nº 11.960/09, porquanto a atualização monetária das
condenações impostas à Fazenda Pública segundo
a remuneração oficial da caderneta de poupança
não se qualifica como medida adequada a
capturar a variação de preços da economia, sendo
inidônea a promover os fins a que se destina. 3. A
correção monetária tem como escopo preservar o poder
aquisitivo da moeda diante da sua desvalorização nominal
provocada pela inflação. É que a moeda fiduciária,
enquanto instrumento de troca, só tem valor na medida
em que capaz de ser transformada em bens e serviços. A
inflação, por representar o aumento persistente e
generalizado do nível de preços, distorce, no tempo, a
correspondência entre valores real e nominal (cf.
MANKIW, N.G. Macroeconomia. Rio de Janeiro, LTC
2010, p. 94; DORNBUSH, R.; FISCHER, S. e STARTZ, R.
Macroeconomia. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 2009,
p. 10; BLANCHARD, O. Macroeconomia. São Paulo:
Prentice Hall, 2006, p. 29). 4. A correção monetária e a
inflação, posto fenômenos econômicos conexos, exigem,
por imperativo de adequação lógica, que os instrumentos
destinados a realizar a primeira sejam capazes de capturar
a segunda, razão pela qual os índices de correção
monetária devem consubstanciar autênticos índices de
preços. 5. Recurso extraordinário parcialmente provido.
(RE 870947, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno,
julgado em 20/09/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-
262 DIVULG 17-11-2017 PUBLIC 20-11-2017)

Em sua relatoria, o Min. Luiz Fux no RE 870947, acima ementado,


elucida a matéria:

"Não vislumbro qualquer motivo para aplicar critérios


distintos de correção monetária de precatórios e de
condenações judiciais da Fazenda Pública. Eis as minhas
razões. A finalidade básica da correção monetária é
preservar o poder aquisitivo da moeda diante da sua
desvalorização nominal provocada pela inflação.
Enquanto instrumento de troca, a moeda fiduciária que
conhecemos hoje só tem valor na medida em que capaz de
ser transformada em bens e serviços. Ocorre que a
inflação, por representar o aumento persistente e
generalizado do nível de preços, distorce, no tempo, a
correspondência entre valores real e nominal (...). Esse
estreito nexo entre correção monetária e inflação exige,
por imperativo de adequação lógica, que os instrumentos
destinados a realizar a primeira sejam capazes de
capturar a segunda. Em outras palavras, índices de
correção monetária devem ser, ao menos em tese,
aptos a refletir a variação de preços de
caracteriza o fenômeno inflacionário, o que
somente será possível se consubstanciarem
autênticos índices de preços."
E conclui sobre os efeitos nefastos da manutenção

"A diferença supera os 30% (trinta por cento) e revela os


incentivos perversos gerados pelo art. 1º-F da Lei nº
9.494/97: quanto mais tempo a Fazenda Pública
postergar a quitação de seus débitos, menor será,
em termos reais, o valor da sua dívida, corroída
que estará pela inflação. Nesse contexto, é nítido o
estímulo ao uso especulativo do Poder Judiciário. (...)
Ora, se o Estado não utiliza a caderneta de poupança
como índice de correção quando tem o objetivo de passar
credibilidade ao investidor ou de atrair contratantes, é
porque tem consciência de que o aludido índice não é
adequado a medir a variação de preços na economia. Por
isso, beira a iniquidade permitir utilizá-lo quando em
questão condenações judiciais."

E ao julgar a modulação dos efeitos julgado em 03/10/19,


prevaleceu, por maioria, o entendimento de que não cabe a modulação, devendo
a atualização de débitos judiciais das Fazendas Públicas aplicar-se de junho de
2009 em diante.

Nesse sentido a jurisprudência vem confirmando e adotando este


posicionamento:

INCIDÊNCIA DO IPCA-E EM LUGAR DA TR - TESE


JURÍDICA FIRMADA PELO STF EM REGIME DE
REPERCUSSÃO GERAL (RE Nº 870.947/SE - TEMA
810). I - O Plenário do STF reconheceu a repercussão geral
da matéria debatida nos autos do RE nº 870.947 e, após
conclusão do julgamento do feito, firmou a seguinte tese:
"o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela
Lei nº 11.960/09, na parte em que disciplina a
atualização monetária das condenações impostas
à Fazenda Pública segundo a remuneração oficial
da caderneta de poupança, revela-se
inconstitucional ao impor restrição
desproporcional ao direito de propriedade (CRFB,
art. 5º, XXII), uma vez que não se qualifica como
medida adequada a capturar a variação de preços da
economia, sendo inidônea a promover os fins a que se
destina." II - A atualização monetária dos
precatórios, bem como das condenações judiciais
impostas à Fazenda Pública, há de ser realizada
com base na variação do IPCA-E (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo Especial), índice considerado pelo STF
como mais adequado para recompor a perda do poder de
compra da moeda. III - Agravo de Instrumento não
provido. IV - Agravo interno prejudicado.(TRF-2 - AG:
00018913420184020000 RJ 0001891-
34.2018.4.02.0000, Relator: SERGIO SCHWAITZER,
Data de Julgamento: 11/05/2018, 7ª TURMA
ESPECIALIZADA)

"(...). O Supremo Tribunal Federal reconheceu no RE


870.947, com repercussão geral, a
inconstitucionalidade do uso da TR,
determinando a adoção do IPCA-E para o cálculo
da correção monetária nas dívidas não-tributárias
da Fazenda Pública. (TRF4 5011707-12.2012.4.04.7112,
SEXTA TURMA, Relatora TAÍS SCHILLING FERRAZ,
juntado aos autos em 13/12/2017)

Por tais razões que a procedência desta ação deve conduzir à


condenação ao pagamento do benefício pleiteado desde a data do seu
requerimento administrativo, devidamente atualizado pelo IPCA-E cumulado
com os mesmos juros de mora pelos quais a Fazenda Pública remunera seu
crédito tributário, em respeito ao princípio constitucional da isonomia (CRFB,
art. 5º, caput).
DA RENÚNCIA AO EXCEDENTE A 60 SALÁRIOS MÍNIMOS

Para fins de perfeito enquadramento ao Juizado Especial federal,


nos termos do Art. 3º da Lei nº 10.259/01, o Autor RENUNCIA
EXPRESSAMENTE o valor excedente a 60 salários mínimos.

DA JUSTIÇA GRATUITA

O Requerente não possui qualquer renda, não dispondo de


condições financeiras para arcar com as custas processuais sem prejuízo do seu
sustento e de sua família.

Para tal benefício o Requerente junta declaração de


hipossuficiência e comprovante de renda, os quais demonstram a inviabilidade
de pagamento das custas judicias sem comprometer sua subsistência, conforme
clara redação do Código de Processo Civil de 2015:

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser


formulado na petição inicial, na contestação, na petição
para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.

§ 1º - Se superveniente à primeira manifestação da parte


na instância, o pedido poderá ser formulado por petição
simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá
seu curso.

§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver


nos autos elementos que evidenciem a falta dos
pressupostos legais para a concessão de gratuidade,
devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a
comprovação do preenchimento dos referidos
pressupostos.

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de


insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa
natural.
Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz
jus o Requerente ao benefício da gratuidade de justiça:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. JUSTIÇA GRATUITA.


INDEFERIMENTO DA GRATUIDADE PROCESSUAL.
AUSÊNCIA DE FUNDADAS RAZÕES PARA AFASTAR A
BENESSE. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. CABIMENTO.
Presunção relativa que milita em prol da autora que alega
pobreza. Benefício que não pode ser recusado de
plano sem fundadas razões. Ausência de indícios
ou provas de que pode a parte arcar com as custas
e despesas sem prejuízo do próprio sustento e o de
sua família. Recurso provido. (TJ-SP
22234254820178260000 SP 2223425-
48.2017.8.26.0000, Relator: Gilberto Leme, Data de
Julgamento: 17/01/2018, 35ª Câmara de Direito Privado,
Data de Publicação: 17/01/2018)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. GRATUIDADE DA


JUSTIÇA. CONCESSÃO. Presunção de veracidade da
alegação de insuficiência de recursos, deduzida
por pessoa natural, ante a inexistência de
elementos que evidenciem a falta dos
pressupostos legais para a concessão da
gratuidade da justiça. Recurso provido. (TJ-SP
22259076620178260000 SP 2225907-66.2017.8.26.0000,
Relator: Roberto Mac Cracken, 22ª Câmara de Direito
Privado, Data de Publicação: 07/12/2017)

A assistência de advogado particular não pode ser parâmetro ao


indeferimento do pedido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PEDIDO DE


GRATUIDADE DE JUSTIÇA. CONCESSÃO DO
BENEFÍCIO. HIPOSSUFICIÊNCIA. COMPROVAÇÃO DA
INCAPACIDADE FINANCEIRA. REQUISITOS
PRESENTES. 1. Incumbe ao Magistrado aferir os
elementos do caso concreto para conceder o benefício da
gratuidade de justiça aos cidadãos que dele efetivamente
necessitem para acessar o Poder Judiciário, observada a
presunção relativa da declaração de hipossuficiência. 2.
Segundo o § 4º do art. 99 do CPC, não há
impedimento para a concessão do benefício de
gratuidade de Justiça o fato de as partes estarem
sob a assistência de advogado particular. 3. O
pagamento inicial de valor relevante, relativo ao contrato
de compra e venda objeto da demanda, não é, por si só,
suficiente para comprovar que a parte possua
remuneração elevada ou situação financeira abastada. 4.
No caso dos autos, extrai-se que há dados capazes de
demonstrar que o Agravante, não dispõe, no momento, de
condições de arcar com as despesas do processo sem
desfalcar a sua própria subsistência. 4. Recurso conhecido
e provido. (TJ-DF 07139888520178070000 DF 0713988-
85.2017.8.07.0000, Relator: GISLENE PINHEIRO, 7ª
Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE :
29/01/2018)

Assim, considerando a demonstração inequívoca da necessidade


do Requerente, tem-se por comprovada sua miserabilidade, fazendo jus ao
benefício.

Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição


Federal e pelo artigo 98 do CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça ao
requerente.

DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, REQUER a Vossa Excelência:

1. A concessão do benefício da assistência judiciária gratuita, por


ser o Autor pobre na acepção legal do termo;
2. Que seja deferido a prioridade na tramitação do processo uma
vez que o autor é idoso, nos termos do art. 71, da Lei
10.741/2003;

3. Que seja deferida a antecipação dos efeitos da tutela, para


determinar a concessão imediata da aposentadoria;

4. A citação do Réu, para, querendo, responder a presente ação;

5. Que seja ao final confirmada a antecipação dos efeitos da


tutela e julgado procedente o pedido do autor para condenar a
ré a proceder com a concessão do benefício previdenciário da
aposentadoria e pague os retroativos devidos desde a data do
requerimento administrativo, devidamente atualizados pelo
IPCA;

6. A produção de todos os meios de prova, principalmente a


pericial;

7. A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios


nos parâmetros previstos no art. 85, §2º do CPC.

Por fim, manifesta o interesse na audiência conciliatória, nos termos do Art.


319, inc. VII do CPC.

Dá-se à causa o valor R$ ________ .

Nestes termos, pede e aguarda deferimento

________ , ________

Assinatura

________ OAB/ ________

ANEXOS
1. Documentos de identidade do Autor

2. RG

3. CPF

4. Comprovante de Residência

5. Procuração

6. Declaração de Pobreza

7. Pedido administrativo e resposta

8. CNIS - Prova do tempo de contribuição

9. Provas do tempo de contribuição que não apareça no CNIS

10. Provas da especialidade ou peculiaridade da ação

11.Provas da miserabilidade para fins de antecipação de tutela

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