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DOUTO JUÍZO DA ____ VARA FEDERAL DE ___SEÇÃO JUDICIÁRIA

DA_______

[QUALIFICAÇÃO], menor de idade, inscrito no CPF sob o nº., portador da


cédula de identidade nº., neste ato representado por sua genitora, [QUALIFICAÇÃO],
portadora da cédula de identidade n., inscrita no CPF sob o n. residente e domiciliados
em Rua., CEP., vem, por intermédio de seus advogados infra-assinados, perante este
Juízo, propor a presente:

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA PARA CONCESSÃO DE AUXÍLIO-RECLUSÃO

Em face do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, pessoa jurídica de


direito público, constituída sob a forma de Autarquia, na pessoa de seu representante
legal, com sede nesta cidade, localizada em Rua., ante os motivos de fato e de direito que
a seguir passa a expor e ao final requerer:

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Inicialmente afirma, de acordo com o art. 4º da Lei 1.060/50, com a nova redação
dada pela Lei n. 7.510/86, e art. 5º, LXXIV da Constituição Federal, que é pessoa sem
recurso financeiro, não podendo, desta forma, arcar com as custas processuais sem
prejuízo do seu sustento próprio e de sua família, motivo pelo qual requer o benefício da
Gratuidade de Justiça.
DOS FATOS

Inicialmente, cumpre registrar que o Requerente, [nome], é filho do Sr [nome]


(Certidão de Nascimento em anexo). Este, por sua vez, encontra-se recluso desde o dia
07.08.2013, em regime fechado, conforme atesta a Certidão da Penitenciária Padrão
de____em anexo.

Ocorre que, na data do recolhimento carcerário o segurado instituidor possuía


vínculo empregatício, havendo percebido como remuneração no mês de seu recolhimento
o valor de R$ 991,00 (novecentos e noventa e um reais), conforme atesta o Cadastro
Nacional de Informações Sociais – CNIS que segue em anexo.

Desta feita, portanto, seja por falta de informação, ou outros motivos


semelhantes, o Requerente efetuou pedido administrativo do benefício de auxílio-
reclusão apenas no dia 10.10.2017, sob NB [número], ocasião em que tivera seu pleito
indeferido, sob fundamento da Autarquia de que o último salário de contribuição recebido
pelo segurado instituidor era superior ao previsto na legislação (em anexo).

DA RENDA UM POUCO ACIMA DO LIMITE

Ocorre que, o último salário de contribuição percebido pelo Segurado instituidor,


competência 08.2013, se deu no valor de R$ 991,00 (novecentos e noventa e um reais).
Ora, no ano em tela o último salário de contribuição do segurado, segundo a PORTARIA
Nº. 15, de 01.01.2013, para que seus dependentes viessem a ser beneficiários do auxílio,
deveria ser de R$ 971, 78 (novecentos e setenta e um reais e setenta e oito centavos). Ou
seja, APENAS 19,22 (dezenove reais e vinte e dois centavos) abaixo do valor que era
percebido pelo segurado instituidor na data do encarceramento.

Ora, neste sentido cumpre destacar o Tema 169 da TNU, em PEDILEF nº.
0000713-30.2013.4.03.6327/SP, no qual firmou-se a tese de que:
“É possível a flexibilização do conceito de “baixa-renda” para o fim de
concessão do benefício previdenciário de auxílio-reclusão desde que esteja diante de
situação extremas e com valor do último salário-de-contribuição do segurado preso
pouco acima do mínimo legal – valor irrisório”.

(Acórdão publicado em 01.03.2018)

Por fim, não menos importante, é o que entendeu, por unanimidade, a 1ª Turma
do Superior Tribunal de Justiça, em recurso repetitivo (STJ 1ª Turma REsp 1.479.564-
SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 6/11/2014).

Em seu voto o Ministro Maia da Cunha explicou ainda, ao destacar o valor social
do auxílio, que tem o objetivo de amparar os dependentes do segurado, que “este
benefício é mal compreendido pela sociedade. Não se trata de assistência social ao preso.
O benefício destina-se aos dependentes de segurado que contribuía para a Previdência
Social no momento de sua reclusão”.

Neste sentido, portanto, requer o acolhimento da presente demanda, bem como


a flexibilização do critério de “baixa-renda”, haja vista versar acerca de verba de natureza
alimentar, além do fato de que se trata de Requerente menor impúbere. Não é justo o
indeferimento do pleito fundado no valor de R$ 19,22 (dezenove reais e vinte e dois
centavos) acima do limite estabelecido em tabela do INSS.

DOS PEDIDOS:

Ante o exposto, requer:

a) A concessão do benefício da justiça gratuita em virtude da parte Requerente


não poder arcar com o pagamento das custas processuais sem prejuízo do seu
sustento ou de sua família, condição que expressamente declara, na forma do art.
4º da Lei nº. 1.060/50.
b) A citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, na pessoa do seu
representante legal, para que, querendo, responda a presente demanda, no prazo
legal, sob pena de revelia.

c) A total procedência da ação condenando o INSS a conceder o benefício de


auxílio-reclusão ao Requerente, desde a data da reclusão, a saber 07/08/2013,
pagando as parcelas vencidas, monetariamente corrigidas desde o respectivo
vencimento e acrescidas de juros legais e moratórios, incidentes até a data do
efetivo pagamento.

d) Requer, ainda, provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em


direito, notadamente a documental e testemunhal.

e) Ademais, renuncia ao valor de meu crédito que porventura venha a exceder o


limite da alçada deste juízo, a saber, 60 (sessenta) salários mínimos,
procedimento necessário para o devido ajuizamento e prosseguimento de meu
pleito perante o Juizado Especial Federal.

Dá-se à causa o valor de R$ (para efeitos meramente fiscais.

Pede deferimento.

Local, data do protocolo.

Advogado (a)
OAB/

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