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Réu que não se desincumbiu do ônus da prova, nos termos do artigo 373, II, do CPC, impõe-
se a condenação.
Art. 373. O ônus da prova incumbe: (…) II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do auto
Essa primeira jurisprudência (TJ-DF) me parece a mais precisa para o caso, porque trata da
obrigação da operadora apresentar o contrato, no nosso caso o contrato posterior a
portabilidade, onde conste apenas os nomes dos recorrentes, pessoas físicas.
TJ-DF
TJ-SP
PLANO DE SAÚDE COLETIVO EMPRESARIAL. RESCISÃO. COBRANÇA. Sentença
que condenou a requerida no pagamento parcial da última fatura do prêmio
(dezembro/2014) e afastou a cobrança do reajuste técnico (excedente de sinistralidade).
Inconformismo da requerente/ operadora do plano de saúde. Pretensão de reforma
objetivando o pagamento integral da parcela do prêmio e também do reajuste técnico,
fundamentado nas cláusulas do contrato firmado. Sentença mantida, embora por
fundamentação diversa. Prestação dos serviços pela operadora do plano de saúde suspensa
aos 16/12/2014. Cobrança parcial da última mensalidade (competência dezembro/2014) em
razão da suspensão antecipada da prestação dos serviços, devidamente comprovada nos
autos. SINISTRALIDADE. Licitude, a priori, da cláusula que prevê reajuste por
excedente de sinistralidade, na hipótese de rescisão do contrato coletivo, firmado entre
pessoas jurídicas. Abusividade que se reconhece, no caso concreto, em razão de não
ter sido demonstrado, documentalmente, o embasamento da cobrança e o excesso da
sinistralidade. Ônus da prova da operadora do plano de saúde, do qual não se
desincumbiu. RECURSO NÃO PROVIDO. (TJ-SP - AC: 10949233620168260100 SP
1094923-36.2016.8.26.0100, Relator: Ana Maria Baldy, Data de Julgamento: 10/08/2018,
6ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 10/08/2018)
TJ-RJ
AGRAVO DE INSTRUMENTO. BRADESCO SAÚDE S/A. PLANO DE SAÚDE.
REAJUSTE EM RAZÃO DA MUDANÇA DE FAIXA ETÁRIA. DECISÃO QUE
INDEFERIU O PEDIDO DE INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, NA FORMA DO § 1º
DO ART. 373 DO CPC/15. - O C. STJ já fixou tese no sentido de que "o rol do art. 1.015
do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo de instrumento
quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso
de apelação." - A decisão que indefere o ônus da prova, especialmente em relação de
consumo, possui ratio semelhante à decisão que redistribui o encargo probatório, prevista
no art. 1.015, XI, do CPC/15 e, como tal, merece tratamento isonômico a autorizar o
conhecimento de agravo de instrumento - Na hipótese dos autos, estão presentes os
requisitos elencados pelo art. 6º, inciso VIII, do CDC, eis que manifesta a relação
consumerista entabulada entre as partes, e a plausibilidade do direito alegado - Com efeito,
a Agravante é pessoa tecnicamente hipossuficiente em relação à Agravada, restando
claro que possui menos condições de produzir prova que comprove a alegada
abusividade dos reajustes impostos em razão da mudança de faixa etária, no plano de
saúde da qual ela é usuária - Acrescente-se que, afirmando a Recorrida que os
aumentos são legítimos, a ela cabe demonstrar que possuem eles expressa previsão
contratual, e que respeitam os limites determinados pelas normas expedidas pelos
órgãos reguladores - Sendo assim, diante do conjunto probatório que atesta a
vulnerabilidade da Recorrente, deve ser acolhido o pedido de inversão do ônus da prova.
Inteligência do Verbete Sumular nº 229 deste Tribunal de Justiça - Reforma da decisão
agravada. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (TJ-RJ - AI: 00114131020208190000,
Relator: Des(a). MARIA REGINA FONSECA NOVA ALVES, Data de Julgamento:
21/07/2020, DÉCIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 24/07/2020)
TJ-DF
TJ-RS