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Exmo. Sr. Dr.

Juiz do Trabalho da Vara do Trabalho de


___________________.

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Processo n°

XXXXXXXXXX nos autos da Reclamatória Trabalhista que move


contra XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, vem, respeitosamente, a presença de V.
Exa., por seu procurador signatário apresentar CONTRARRAZÕES AO
RECURSO ORDINÁRIO, requerendo de pronto, sejam suas contrarrazões
recebidas, processadas e julgadas por superior instância.

Nestes termos
Pede e espera deferimento,

Cidade, data atual.

Advogado
OAB/UF
Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região.

Contrarrazões ao Recurso Ordinário.

Recorrente: XX
Recorrido: XXX

Processo número XXXXX da Vara do Trabalho de


____________.

MM. Julgadores

Colenda Corte, Merece ser mantida a sentença hostilizada, pelos


seguintes fundamentos:

Do mérito:
Da responsabilidade subsidiária do Estado do Rio Grande do Sul:

A reclamada cita a decisão do STF que deu provimento ao RE


760.931, dando ênfase à constitucionalidade do artigo 71 da Lei 8.666/93, mas
não explica que sua constitucionalidade não representa a exclusão da
responsabilidade da Administração Pública.
Para que o ente público não seja condenado subsidiariamente,
deve trazer aos autos elementos de que diligenciou no acompanhamento do
contrato, o que não ocorreu no caso em tela. É possível observar decisões
correspondentes na jurisprudência:

Data: 15/05/2018
Órgão Julgador: 8ª Turma
Redator:  GILBERTO SOUZA DOS SANTOS
EMENTA RECURSO ORDINÁRIO. RESPONSABILIDADE
SUBSIDIÁRIA DO TOMADOR DE SERVIÇOS. ENTE PÚBLICO. Não
havendo demonstração de que o tomador dos serviços tenha sido
suficientemente diligente na fiscalização do cumprimento das
obrigações trabalhistas da empresa prestadora de serviços e,
constatado, no caso concreto, o descumprimento de algumas
daquelas obrigações, é cabível a responsabilidade subsidiária do
tomador Ente Público. Súmula 331, V, do TST e Súmula 11 deste
Tribunal.

Aplica-se ao caso a orientação contida no item IV da Súmula 331


do TST. Pertinente mencionar que a Súmula 331 do TST se trata de mera
orientação jurisprudencial e o cancelamento ou a inconstitucionalidade em
abstrato não incumbe a este Juízo, assim como os efeitos da ADC 16 que
declarou constitucional o art. 71, § 1º, da Lei 8.666/93.
Considerando a ausência de demonstração documental das teses
de defesa, presume-se que os réus permitiram a fraude a direitos trabalhistas,
o que permite a responsabilização de ambos na forma do art. 9º da CLT.
Ainda que a reclamada principal tenha juntado diversos
documentos aos autos, por parte da segunda reclamada não foram juntados
sequer quase nenhum documento, nem escalas, nem contracheques, nem
contrato de trabalho, nem extrato de FGTS, ou seja, não fiscalizava –
definitivamente.
A sentença deve se manter.

Das diferenças salariais:

A reclamada Líder alega que adimplia o salário conforme os


parâmetros normativos e que a partir de junho de 2017 as diferenças
postuladas foram alcançadas à reclamante e que a remuneração foi paga nos
termos das convenções coletivas.
Comprova o pagamento das diferenças salariais decorrentes do
dissídio de 2017, entretanto, não faz prova quanto às diferenças salariais
decorrentes do dissídio de 2018, desde 1º de fevereiro de 2018 até a data da
rescisão contratual, uma vez que não tem como provar um pagamento que não
houve.
Causa estranheza o fato da reclamada ter produzido prova apenas
de uma parte da contratualidade, e não de todo contrato, acreditando-se na
inexistência do pagamento.

Da multa do artigo 477:


A reclamada afirma que não é responsável pelo pagamento da
multa do artigo 477 – resultante do atraso no pagamento das verbas rescisórias
– com argumento de que a condenação é dirigida especificamente ao
empregador. Contudo, estamos tratando de condenação subsidiária e, como já
falado anteriormente, a demanda em questão decorre também de um
descumprimento de contrato da Administração Pública que não fez a
fiscalização corretamente, tendo responsabilidade pelo pagamento das verbas
da condenação.
Portanto, reconhecida a subsidiariedade, por força da Súmula 331,
item IV, do TST, a Administração Pública deverá se responsabilizar pelo
pagamento das verbas da condenação.
Requer que a sentença se mantenha.

Do intervalo intrajornada:

Reconhecida e superada a subsidiariedade do Estado do Rio


Grande do Sul, por força da Súmula 331, item IV, do TST, a Administração
Pública deverá se responsabilizar pelo pagamento das verbas da condenação
impostas pela sentença de primeiro grau, neste caso, do intervalo intrajornada.
A respeito dos reflexos, ainda que a ação tenha sido ajuizada após
a Lei 13.467/2017, denominada “Reforma Trabalhista”, o contrato perdurou
durante a vigência da lei revogada, e pelo princípio do in dubio pro operário
deverá prevalecer a norma mais benéfica ao trabalhador, ou seja, a lei
revogada. Desse modo, a sentença deverá ser mantida para condenar as
reclamadas ao pagamento do intervalo intrajornada com os reflexos contidos
na inicial.

Do dano moral:

Conforme explanado na petição inicial, a autora da ação não


recebia colete balístico e tampouco era realizada a sua manutenção e dos
armamentos utilizados. Relata, ainda, que os equipamentos fornecidos pela
primeira reclamada estavam em situação precária, ficando evidente o
descaso e colocando em risco a vida dos trabalhadores.
A atividade profissional desempenhada pela reclamante já é de
grande perigo, situação que é agravada pela omissão do empregador que se
omite e descumpre os artigos 157 e 166 da CLT, expondo a empregada a
risco e gerando carga moral à sua honra subjetiva, sendo cabível o
ressarcimento pelo dano causado.
A sentença deve ser mantida em relação ao dano moral.

Dos honorários sem credencial sindical:

A condenação em honorários sucumbenciais é devida, tendo em


vista o disposto no artigo 791-A, §1º, da CLT:

Art. 791-A.  Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão
devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5%
(cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor
que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido
ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da
causa.
§ 1o  Os honorários são devidos também nas ações contra a
Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou
substituída pelo sindicato de sua categoria. 

ISSO POSTO, REQUER: seja mantida a sentença de primeiro


grau, exceto no objeto do recurso interposto pelo reclamante, ID xxxxxxxxx.

Cidade, data atual.

Advogado
OAB/UF

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