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Processo nº XXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXX, já qualificado nos autos da Reclamação Trabalhista que lhe é movida por
XXXXXXXXXXXX, vem mui respeitosamente apresentar
CONTESTAÇÃO
Este é o resumo.
DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL
Conforme consta dos autos, o Reclamante foi admitido para laborar junto à Ré em
01/08/2009, exercendo a função de mecânico ainda laborando na empresa reclamada.
A Constituição Federal, em seu art. 7º, XXIX, prevê a prescrição nas relações trabalhistas, tanto
no que se relaciona ao prazo para a ação, bem como para a cobrança dos créditos trabalhistas,
nestes termos:
São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
[...]
ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do
contrato de trabalho.
Deste modo, não há de se incorporar no pleito a análise das verbas trabalhistas que excedam o
período de 05 (cinco) anos contados da data do ajuizamento da ação, em conformidade com a
Súmula 308, do Tribunal Superior do Trabalho.
DA INSALUBRIDADE
O Reclamante alega que no desempenho de suas funções, estava exposto a diversos agentes
insalubres e que a forma como realizava suas atividades não permitia a utilização dos EPIs de
forma habitual, muito embora o Reclamado tenha devidamente fornecido os referidos
equipamentos.
Alegava que o não uso desses equipamentos se dava em razão de exercer atividade em local
fechado e que era submetido a elevadas temperaturas. Além disso, ele supostamente estaria
exposto à poeira derivada da utilização de malha pelo setor e que ela impregnava todo o
ambiente. O Reclamante alegou ainda que possuía contato com diversos agentes químicos
prejudiciais à saúde no processo de tingimento de malha.
Embora todo o alegado, vê-se que não lhe assiste razão, por diversos motivos, expostos a
seguir:
Primeiramente, houve o fornecimento dos EPIs por parte do Reclamado, sendo que o uso só
não se deu por arbítrio do trabalhador, argumentando que os equipamentos não lhe
permitiam realizar o trabalho de forma precisa.
Ora, tendo fornecido os equipamentos, o Reclamado se desincumbiu do seu ônus legal, já que,
conforme o art. 191, “A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá:
I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de
tolerância;
Além disso, não há que se falar em atividade insalubre sem ao menos a realização da perícia
para esse fim, conforme dispõe o art. 195, da CLT, neste sentido:
Ademais, as atividades que o Reclamante alegava exercer, ainda que fossem compreendidas
como insalubres, nunca o seriam em grau máximo, justamente por não se enquadrarem nas
atividades mencionadas nos Anexos nº 6, 13 e 14, da já citada NR 15.
DA RESCISÃO INDIRETA.
A alegação trazida pelo reclamante diz respeito ao não recolhimento do FGTS. Constata-se
pelo extrato que é incontroverso a ausência de depósitos da verba fundiária, contudo não é
motivo suficiente para
A irregularidade nos depósitos do FGTS não é falta suficiente para caracterizar a justa causa
por culpa do empregador, visto que os depósitos poderão ser regularizados a qualquer tempo,
inclusive por vias judiciais, ou por via administrativa, no momento oportuno para
movimentação da conta vinculada, acrescido de suas correções.
Ademais, o reclamante não demonstrou que pretendeu a utilização da verba dentro das
hipóteses cabíveis em lei (doença grave ou aquisição do imóvel), a fim de comprovar efetivo
prejuízo, deixando a reclamada em plenas condições de cumprir a obrigação a qualquer
momento, inclusive optando pela integralidade numa hipótese de rescisão imotivada.
O pleito de rescisão indireta deve basear-se em falta grave praticada pelo empregador. O não
recolhimento do FGTS, embora reprovável, não detém gravidade suficiente a fim de abalar a
continuidade da relação de emprego, principalmente na atual conjuntura econômica. Neste
sentido a jurisprudência:
Os depósitos mensais do FGTS não são verbas rescisórias, das quais trata a norma celetista
citada, e seu inadimplemento não é motivo para a punição pretendida.
O pedido de rescisão indireta não pode ser utilizado como artifício para levantar o FGTS,
receber o seguro-desemprego e verbas devidas na dispensa sem justa causa. O reclamante vê
na rescisão indireta a possibilidade de obter vantagens financeiras. Nesse contexto, qualquer
descumprimento contratual passa a ser apresentado como justificativa para tanto,
assoberbando ainda mais o Judiciário com demandas sem procedência. Essa banalização acaba
prejudicando o trabalhador que realmente precisa se valer do instituto.
O Reclamante sempre usufruiu das férias assim como recebeu o devido pagamento
das mesmas, do mesmo modo sempre recebeu o pagamento do 13° salario.
DO DANO MORAL
O Reclamante postula pelo pagamento de indenização por danos morais de forma genérica
não descrevendo qual seria o motivo da indenização por dano moral.
Excelência, não sendo caracterizado nenhum ato que justifique o pagamento de dano moral, a
alegação de que houve dano moral, são genéricas, o Reclamante não se incumbiu de prová-las.
Nesse sentido, ainda que eventualmente reconhecida alguma ofensa por Vossa Excelência,
condenar a Reclamada ao pagamento de indenização à Reclamante, o faria se beneficiar de
sua própria torpeza, o que é vedado pelo ordenamento jurídico pátrio.
Por conseguinte, importante destacar que é ônus da Reclamante de demonstrar ter sofrido o
constrangimento alegado, nos termos do art. 333, I, do CPC e art. 818, da CLT.
Ademais, no que tange à condenação de indenização por danos morais, necessário o
preenchimento de todos os requisitos da responsabilidade civil, quais sejam: ato ilícito; dano;
nexo causal e culpa.
Sendo assim, analisando o presente fato, não foi demonstrado nenhum ato ilícito por parte da
Reclamada que atingiu a honra da Reclamante para poder caracterizar o dano moral alegado.
Conforme disposto no art. 5, X, da CF/88, para caracterizar a indenização por dano moral,
necessário que o ato ilícito viole a intimidade, vida privada, honra, imagem da Reclamante, o
que não restou demonstrado.
Desta forma, não houve ato ilícito por parte da Reclamada, nem mesmo houve algum dano
alegado pela Reclamante.
Portanto, não foram preenchidos os requisitos da responsabilidade civil, previstos no art. 186 e
927, ambos do Código Civil, razão pela qual requer a improcedência do pedido.
A pretensão do Reclamante não merece prosperar, A versão relatada na inicial está distorcia
da realidade dos fatos e cheia de incongruências.
Ademais, postulou as verbas da rescisão com base apenas na alegação de que houve rescisão
indireta do pacto laboral. Entretanto, não faz jus ao pagamento das verbas rescisórias se
houvesse um pedido de demissão ou demissão por justa causa.
Imaginemos que um empregado possa reivindicar o pagamento das verbas resilitórias com
base em rescisão indireta sem qualquer demonstração de elementos justificantes.
O reclamante sequer aponta seu ultimo dia trabalhado na exordial, até porque deixou de
comparecer na reclamada desde janeiro de 2020. O reclamante já possui faltas por mais de 30
dias corridos sem qualquer justificativa, incorrendo nos efeitos do abandono de emprego. E
até a data do trânsito em julgado do presente procedimento judicial transcorrerá prazo maior.
É sabido que o reclamante não está obrigado a comparecer ao local de trabalho após ajuizar
pedido de rescisão de indireta. Mas caso não haja o reconhecimento da rescisão indireta por
este juízo, deve reconhecer que o lapso temporal é suficiente para dispensa motivada por
abandono de emprego.
Não restou configurada a rescisão indireta por parte do Reclamante, desse modo não
sendo devido o pagamento de multas convencionais ou do ART 467 DA CLT.
Relativamente ao Imposto de Renda, tal valor deverá ser retido em eventual execução e de
acordo com as disposições contidas também no Provimento nº 01/96 da Corregedoria Geral da
Justiça do Trabalho.
DA COMPENSAÇÃO
Em havendo uma eventual condenação, Requer desde já, seja deferido a Reclamada o direito
de compensar os valores já pagos à Reclamante, no tocante a valores implementados sob o
mesmo título daqueles vindicados nesta reclamatória.
Assim, se a presente ação chegar à fase de liquidação de sentença, então se deverá compensar
o que já pago a reclamante, na contratualidade, com o que, eventualmente possa lhe ser
deferido em virtude deste processo.
Pelo exposto impugnam-se as pretensões em debate, bem como a reclamada pede vênia para
impugnar, de forma total e completa, todas as inverídicas alegações da Reclamante constantes
da peça inaugural.
De forma especial, impugnam-se os valores lançados na Inicial, posto que aleatórios e longe de
refletir a realidade. Reitera-se a impugnação do valor da causa e, também, dos documentos
que acompanham a peça vestibular, por inservíveis aos fins pretendidos.
Pela Total Improcedência da Ação como medida de mais lídima e salutar Justiça!
DO REQUERIMENTO
Nestes termos,
XXXXXXXXXXXXXXX
OAB/PR XXXX