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Autos nº 1000/2018
JOANA DA SILVA X TECELAGEM FIO DE OURO S.A
I. DOS FATOS
Aduz que, nos últimos dois anos, a sociedade empresária fornecia, a todos
os empregados, uma cesta básica mensal, suprimida a partir de 1º de
agosto de 2018, violando direito adquirido, pelo que requer o seu
pagamento nos meses de agosto e setembro de 2018.
Afirma que seu pedido de demissão é nulo, vez que foi coagida moralmente a
pedir demissão, pois, senão o fizesse, a Reclamada alegaria dispensa por
justa causa, mesmo sem ter cometido nenhuma infração para tal. Assim,
requer a anulação do pedido de demissão e o pagamento dos direitos como
sendo uma dispensa sem justa causa.
Alegou ainda que, no momento de sua contratação fora informada que
realizaria as funções de cozinheira, mas que, desde o início do contrato, se viu
na obrigação de após preparar os alimentos leva-los para os cinco empregados
do setor, exercendo também a função de garçom, pelo que requer o
pagamento de um plus salarial de 30% sobre o valor do seu salário.
II – MÉRITO
Ocorre que tal alegação não merece prosperar, vez que conforme laudo
juntado pela Reclamante nas fls. xx, a doença alegada pela Reclamante é
considerada como doença degenerativa, e não doença ocupacional conforme
fora alegado em sua inicial.
Conforme disposto no Art. 20, §1, da Lei 8.213/91, doenças tidas como
degenerativas não podem ser consideradas também como doença
ocupacional, vejamos:
Não sendo assim, possível a Reclamante ser enquadrada como apta para
perceber indenização moral, vez que a empresa nada tem com a causa de sua
doença, vez que é observado todos os procedimentos e normas de ergonomia
para o trabalho.
Face ao exposto, requer a improcedência do pedido.
Ocorre que razão não assiste vez que conforme o Art. 614, §3, CLT, não é
permitido duração de CCT por prazo superior de dois anos, não permitindo a
ultratividade, veja:
Art. 614 - Os Sindicatos convenentes ou as empresas
acordantes promoverão, conjunta ou separadamente, dentro de
8 (oito) dias da assinatura da Convenção ou Acordo, o depósito
de uma via do mesmo, para fins de registro e arquivo, no
Departamento Nacional do Trabalho, em se tratando de
instrumento de caráter nacional ou interestadual, ou nos órgãos
regionais do Ministério do Trabalho e Previdência Social, nos
demais casos.
§ 3o Não será permitido estipular duração de convenção
coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior a dois anos,
sendo vedada a ultratividade.
Ocorre que tais alegações não condizem com a verdade, vez que tais funções
exercidas pela Reclamante são inerentes ao seu cargo de cozinheira.
III. DA LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ
O Poder Judiciário deve ficar sempre atento e não ficar na passividade, como
um mero espectador, diante das tentativas de usar o processo judicial como
objeto de manobra e enriquecimento ilícito de pessoas de pouco ("in casu"
nenhum) escrúpulos. Trata-se de poder-dever que tem o Judiciário, para
manter os princípios e postulados da Justiça, de só dar aquilo a quem tem
direito.
A Reclamante não tem direito a absolutamente nada, na medida em que
distorce dolosamente a realidade de modo a lhe favorecer, sendo insiste em
caminhar de mãos dadas com a mentira e a falsidade.
Data... Local...
Advogado....
OAB....