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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PONTES E LACERDA


NÚCLEO PEDAGÓGICO DE COMODORO

Aluna: THAIZA ROCHA CAMPOS


Direito Noturno – Comodoro-MT

AO JUÍZO DA ___ VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE MIRASSOL


D’OESTE/MT

PROCESSO Nº: _____________________.

KONOHA RAMEM LTDA, já qualificada nos autos da Reclamação


Trabalhista, vem mui respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu
advogados conforme procuração em anexo, com fundamento no Art. 847 da CLT, apresentar:

CONTESTAÇÃO

Em face da Reclamação Trabalhista movida por NARUTO


UZUMAKI, igualmente qualificados nos autos, pelos fatos e fundamentos a seguir exposto.

I- DOS FATOS E DO DIREITO

A) DO DESVIO DE FUNÇÃO
O Reclamante foi contratado pela empresa recamada no dia 13/01/2021, para exercer
a função de atendente de balcão, função esta que envolve o atendimento aos clientes, embalar
os produtos, e entregar aos consumidores.

Na Reclamação Trabalhista o mesmo alegou que houve desvio de funções,


exercendo tarefas como, além da funções de caixa, produzia as encomendas/pedidos, varria,
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lavava banheiro de uso público, realizava a limpeza da cozinha bem como do estabelecimento
em geral, usando produtos de limpeza.

Ocorre que o nunca houve desvio de funções, e sim como pode ser provado por meio
de testemunhas e das filmagens de câmera de segurança, que o reclamante desenvolvia a
função que fora contratado para desenvolver, tem-se como base argumentativa para tal
questão o Art. 456 da CLT onde fala:

Art. 456. A prova do contrato individual do trabalho será feita pelas anotações
constantes da carteira profissional ou por instrumento escrito e suprida por todos os
meios permitidos em direito.

Parágrafo único. A falta de prova ou inexistindo cláusula expressa a tal respeito,


entender-se-á que o empregado se obrigou a todo e qualquer serviço compatível
com sua condição pessoal. (Grifos nossos).

Diante disso, indubitavelmente, requer que seja julgado improcedente o pedido de


desvio de função solicitado pelo requerente, tendo em vista que momento algum houve desvio
e nem acumulo de funções.

B) DO NÃO CABIMENTO DO ADCIONAL DE INSALUBRIDADE

A reclamada CONTESTA a informação prestada pela reclamante em sua petição


inicial relativa ao adicional de insalubridade. A reclamante alega que lavava o banheiro de uso
público da empresa, porém não se trata de instalação sanitária de uso público ou coletivo de
grande circulação, mas sim de um banheiro de uso exclusivo de funcionários e que a
higienização do banheiro se deu em caráter eventual, em rodízio de funcionários, o que não é
suficiente para caracterizar uma condição de insalubridade.

A Norma Regulamentadora 15 é cristalina ao estipular que só é devido o adicional a


quem se dedica a trabalhos e operações em contato permanente com esgotos e lixo urbano, e
as atividades desempenhadas pelo reclamante não se enquadram nas citadas operações.
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Nos termos da Súmula nº 448 do TST, I, "não basta a constatação da insalubridade


por meio de laudo pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo
necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério
do Trabalho".

Não há como se considerar insalubre, todavia, a atividade desenvolvida na


Reclamada de limpeza da instalação sanitária de uso exclusivo dos funcionários, uma vez que
esta atividade sempre era feita por todos os que ali laboravam em revezamento, assim, o
suposto agente insalubre foi neutralizado.

C) DA HORA EXTRA E DO INTERVALO INTRAJORNADA

A reclamada CONTESTA a informação prestada pela reclamante em sua petição


inicial relativa indenização de horas extras trabalhadas. Reclamante alega que trabalhava 07
dias da semana, dez horas por dia trabalhado, requerendo indenização de horas extras
trabalhadas, porém todos os funcionários gozavam de descanso aos domingos, e nos feriados
havia escala em revezamento entre funcionários, e a jornada de trabalho era das 14 às 23hr,
com 15 minutos de intervalo. O reclamante, durante o período do contrato de trabalho, sempre
laborou em jornada de trabalho variável.

Destaca a reclamada ser totalmente infundada a pretensão do reclamante no que


tange ao pagamento de horas extras excedentes, uma vez que não reflete a realidade contratual
havida entre as partes. Nesse passo, necessário se faz impugnar a totalidade das alegações do
reclamante quanto as horas extras, pois absolutamente inverídica tal alegação.

Portanto, não há que se falar em horas extras, muito menos em reflexos, tratando-se
de mais uma GROSSEIRA MENTIRA do reclamante com o escopo único de se locupletar
indevidamente em detrimento da reclamada.

D) DO NÃO PAGAMENTO DAS VERBAS


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Consta o reclamante na exordia da Reclamatória que as devidas verbas não foram


pagas, acontece que um detalhe que o mesmo deixou de apresentar é que desde o dia
20/02/2022, o reclamante não retornou mais para trabalhar, sendo que após 30 dias após a sua
ausência, foi realizado a notificação do mesmo para o retorno de suas funções, e que ainda foi
informado que caso o mesmo não retornasse poderia ser penalizado na forma da lei, sendo
essa notificação comprovada conforme documento de envio e comprovante de recebimento
em anexo.

Comprovado tal notificação e negativa ao retorno, o mesmo foi desligado da


empresa, e vale salientar que a despensa por justa causa foi mais do que válida, tendo em vista
que a lei assegura que o no caso de abando de serviço o empregador pode realizar a dispensa
nessa modalidade. Tem como base e fundamento legal o Artigo 482 da CLT, alínea i, onde
dispões:

Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador:

(...)

i) abandono de emprego;

A caracterização do abandono do emprego se dá por intermédio de dois requisitos,


sendo a ausência ininterrupta e injustificada do empregado ao serviço por 30 dias, e a intenção
de abandonar o emprego com o propósito de não mais retornar, extinguindo o vínculo
empregatício.

A falta de qualquer desses dois elementos descaracteriza a dispensa por justa causa,
contida na alínea “i” do artigo 482 da CLT. De acordo com o doutrinador Rodrigues (1995,
p. 409) no tocante a configuração do abandono de emprego:

“Sua perfeita identificação exige, no entanto uma delicada


combinação de dois elementos, um subjetivo (o animus abandonandi
ou intenção de deixar o emprego) e outro objetivo, o tempo. Se esses
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dois elementos não se apresentarem com absoluta clareza e


perfeitamente conjugados, não há abandono de emprego.”

Dada as circunstâncias, o empregado deixou de exercer suas atividades pelo prazo


superior a 30 dias, foi notificado, e mesmo assim não retornou, diante disso é válido a
dispensa por justa causa.

Diante disso, requer que seja julgado improcedente o pedido referente as verbas
rescisórias que não são devidas em decorrência ao abando de serviço.

II- DOS PEDIDOS

Diante do exposto, em sede de CONTESTAÇÃO, a parte reclamada requer:

1. O ACOLHIMENTO NA ÍNTEGRA destas razões, para fins de julgar TOTALMENTE


IMPROCEDENTE a Reclamação Trabalhista proposta;

2. Requer seja julgado improcedente o pedido de desvio de função solicitado pelo requerente,
tendo em vista que momento algum houve desvio e nem acumulo de funções. Nos termos do
Art. 456 da CLT;

3. Requer que seja negado o pedido de adicional de insalubridade, tendo em vista que o
reclamante não faz jus a tal modalidade, nos termos da súmula 448 do TST;

4. Requer que seja julgado improcedente o pedido de hora extra e intervalo intrajornada,
tendo em vista que era aplicado a escala de revezamento. Com base na súmula 423 do TST.

5. Requer que seja julgado improcedente o pedido referente as verbas rescisórias que não são
devidas em decorrência ao abando de serviço. Nos termos do Artigo 482, alínea i, da CLT;

6. Que seja admitido todas os meios de produção de prova;


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7. A condenação do reclamante ao pagamento de sucumbência e honorários advocatícios, nos


termos dos Arts 791-A e 790-B da CLT.

Pretende provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas, especialmente
testemunhal, documental e pericial.

Nesses termos,

Pede e aguarda deferimento.

Mirassol/MT, data.

Advogado

OAB/__. Nº___

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