Você está na página 1de 6

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO TRABALHO DA

1ª VARA DO TRABALHO DE FLORIANÓPOLIS/SC

Processo nº: 0010101-20.2017.512.0001

JONAS FAGUNDES, já qualificado nos autos em epígrafe, ora


Recorrente, por seu advogado que esta subscreve, nos autos da reclamação
trabalhista, que move em face das LOJAS MENSA LTDA, já qualificada, ora
Recorrida, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro
no art. 895, “a”, da CLT, interpor RECURSO ORDINÁRIO, por não se
conformar, com a devida “venia”, com a r. sentença de fls., proferida pelo r.
juízo singular, mediante as razões anexas.

Por tais razões, requer seja recebido o presente recurso e suas inclusas
razões, que após os procedimentos de estilo, seja o mesmo encaminhado ao
Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região.

Nestes Termos;
Pede deferimento.
Florianópolis/SC, 24 de abril de 2017.
(Assinatura do Advogado)
(Número de Inscrição na OAB)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE
DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO

RECORRENTE: JONAS FAGUNDES

RECORRIDA: LOJAS MENSA LTDA

PROCESSO N°: 0010101-20.2017.512.0001

RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

COLENDA CÂMARA

EMÉRITOS JULGADORES

Trata-se de recurso ordinário interposto contra a sentença nos autos da


reclamação trabalhista(pequeno recurso da Lide).

I – CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO

A decisão proferida na Vara do Trabalho trata-se de uma sentença,


dessa forma encerrando a atividade jurisdicional do Douto Juízo de primeira
instância.

Neste contexto, o reexame da decisão supracitada só poderá ser feita


através de Recurso Ordinário, conforme preceitua o artigo 895, inciso I da CLT.

Cumpre ressaltar que segue cópia das custas e depósito recursal


devidamente recolhidas, além do presente recurso ter sido interposto
tempestivamente.

Dessa forma, preenchidos os pressupostos de admissibilidade, requer


seja o presente recurso processado e o seu mérito apreciado.

II – HISTÓRICO PROCESSUAL

Foi ajuizada uma reclamação trabalhista em face do recorrido,


pleiteando o reconhecimento do vínculo empregatício, além de horas extras,
adicional de periculosidade e demais verbas trabalhistas não recebidas pelo
recorrente, além de danos morais por todo o pleito sofrido.

Entretanto, a respeitável Vara do Trabalho, julgou a ação parcialmente


procedente, na qual foram julgados improcedentes os seguintes pedidos:

“Horas extras - Duração do trabalho e trabalho externo


O reclamante afirma que trabalhava de segunda a sábado, de
08:00 horas às 20:00 horas, fazendo jus, portanto, ao
recebimento do adicional das horas extras que extrapolarem 8
(oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais.
Na peça de defesa a reclamada alega que o trabalho era
externo, insuscetível de controle de jornada, o que se encaixa
na exceção prevista no art. 62, inciso I, da CLT.
Nos termos do art. 818, da CLT, e art. 373, inciso II, do CPC, é
ônus de prova da empresa a comprovação de trabalho externo
não passível de controle de jornada.
Quanto a este tema, entendo que a reclamada se desincumbiu
a contento de seu ônus, pois ambas as testemunhas afirmaram
que o reclamante podia ir para os clientes montar os móveis
diretamente da sua casa, assim como poderia a ela retornar
após o término das atividades laborativas sem que fosse
necessário passar pelo estabelecimento comercial. Embora de
vez em quando o gerente ligasse para o reclamante, tal fato
não tem o condão de caracterizar controle de jornada.
Dessa forma, julgo improcedente o pleito de adicional de horas
extras, haja vista o disposto no art. art. 62, inciso I, da CLT.
Adicional de periculosidade
O reclamante pugna pelo pagamento de adicional de
periculosidade ao fundamento de que utilizava motocicleta em
seu labor. Embora a CLT, em seu art. 193, §4º, contenha
previsão neste sentido, entendo que o dispositivo legal
invocado somente se aplica aos trabalhadores que de fato
utilizaram motocicleta durante toda a jornada de trabalho, como
é o caso dos motoboys. O espírito do legislador foi garantir o
adicional a estes obreiros em razão dos riscos a que se
submetem no trânsito ao conduzir veículos desta natureza. No
caso em comento, o reclamante somente se utilizava da moto
para se deslocar aos clientes, sendo indubitável que sua
atividade principal e que ocupava a maior parte da sua jornada
de trabalho era a montagem de móveis.
Diante do exposto, julgo improcedente o pedido. ”
Todavia, não se conformando, em parte o Recorrente, com a devida
“venia”, com a sentença proferida, que ora se impugna, requer perante esse E.
Tribunal seja a mesma reformada mediante os argumentos abaixo:

III – DO MÉRITO

a) DAS HORAS EXTRAS – DURAÇÃO DO TRABALHO E


TRABALHO EXTERNO

O juízo de primeiro grau em sentença entendeu que improcede o


pedido de indenização pela supressão das horas extras trabalhadas pela
reclamante. Pois não houve prova de quantas horas eram trabalhadas pelo
reclamado, pois não havia qualquer controle de ponto por parte do
empregador, fundamentando com fulcro ao disposto no art. 62, inciso I, da
CLT.

Contudo, segundo a Súmula 291 do TST, ao invés do empregado ter as


horas extras integradas ao salário, o reclamante receberá uma indenização
pela supressão das horas suplementares.

Súmula nº 291 do TST. HORAS EXTRAS. HABITUALIDADE.


SUPRESSÃO. INDENIZAÇÃO. (Nova redação em
decorrência do julgamento do processo TST-IUJERR
10700-45.2007.5.22.0101) - Res. 174/2011, DEJT divulgado
em 27, 30 e 31.05.2011.
A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço
suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1
(um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização
correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas,
total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou
superior a seis meses de prestação de serviço acima da
jornada normal. O cálculo observará a média das horas
suplementares nos últimos 12 (doze) meses anteriores à
mudança, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da
supressão.

Por igual razão, indispensável se faz a reversão da r. Decisão


reformando-a assim, e julgando procedente o pedido de indenização da
supressão das horas extras.
b) DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

O juízo a quo julgou improcedente o pedido do Reclamante pela


condenação do Recorrido ao pagamento do adicional de periculosidade, ao
fundamento de que a previsão do texto celetista somente se aplica aos casos
que envolvem trabalhadores que ficam toda a jornada conduzindo motocicleta,
o que não era o caso do reclamante.

Todavia, dispõe a CLT, ao tratar do adicional de periculosidade, que traz


em seu rol a motocicleta como atividade considerada perigosa. Não há
dúvidas, de que ao pilotar tal veículo o condutor expõe seu corpo à riscos, já
que não há grandes proteções.

Sendo assim, importante se observar o artigo 193, §4 da Consolidação


das Leis do Trabalho:

Art. 193. São consideradas atividades ou operações


perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua
natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco
acentuado em virtude de exposição permanente do
trabalhador a:
§ 4º - São também consideradas perigosas as atividades de
trabalhador em motocicleta.

Diante disso, conforme o artigo ora citado, o trabalhador não necessita


conduzir o veículo durante toda a jornada de trabalho para que faça jus ao
adicional de periculosidade.

Ante o exposto, requer o Recorrente seja dado provimento ao


competente Recurso Ordinário, ora interposto e no mérito, seja julgado
totalmente procedente o pedido de adicional de periculosidade, nos termos
postulados na exordial.

IV – PEDIDO:

Diante do exposto e do que dos autos consta, requer, seja dado


provimento ao Recurso, ora interposto, reformando a r. sentença de fls.,
emanada pelo r. juízo monocrático, nos termos e fundamentações supra.
Termos em que,
Pede deferimento.
Florianópolis/SC, 24 de abril de 2017.
(Assinatura do Advogado)
(Número de Inscrição na OAB)

Você também pode gostar