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Estamos diante de mais uma ação em que fica claro o intuito de enriquecimento indevido da parte
adversa, que sem o menor pudor lança inverdades sobre as práticas adotadas na Reclamada. Como já é
de conhecimento, existem milhares de ações ajuizadas em praticamente todos os TRT’s, em verdadeira
indústria de reclamações, tendo como principais pedidos horas extras, diferenças de comissões e
prêmios. As petições iniciais trazem matéria fática e alegações idênticas, independentemente da região,
sem qualquer diferenciação de rotina, por unidade/filial, como se todos cumprissem a mesma jornada e
nas mesmas condições laborais.
RECURSO RCDA
A r. sentença deferiu ao Reclamante os reflexos das premiações pagas ao longo do contrato. Entretanto,
não pode ser mantido o entendimento. A Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) incorporou o
entendimento jurisprudencial dominante no sentido de que “até mesmo os prêmios pagos com
habitualidade não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e
não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário”, conforme redação
do art. 457 da CLT”. Dessa forma, deve a r. decisão ser reformada.
Ademais, conforme cartões de ponto e extrato de banco de horas juntados, todas as horas extras
laboradas pelo Recorrido foram pagas ou devidamente compensadas, não havendo crédito em seu favor.
Com relação aos intervalos, os cartões de ponto também indicam a assinalação do período de repouso,
com marcações, inclusive, bem variáveis. Não há razão, portanto, para se concluir que não havia fruição
de intervalos, até porque o sistema de vendas impede que se faça qualquer transação até que concluído
o período de repouso. INTERJORNADA - Não havia ainda o cumprimento de jornada que implicasse na
supressão de intervalos de 11horas entre duas jornadas laborais. Sempre que laborou em domingos e
feriados, a Recorrida teve a folga compensatória, sendo indevido o pagamento a este título. Requer,
assim, a reforma da r. sentença
AMBOS
DIFERENÇAS DE COMISSÕES
Não podemos confundir inadimplemento com cancelamento das vendas. Uma venda não faturada ou
cancelada é uma venda que não se concretizou, dessa forma não gera faturamento. Além da previsão
contratual, incide, no caso, o regramento contido no caput do art. 466 da CLT - O pagamento de
comissões e percentagens só é exigível depois de ultimada a transação a que se referem.”
RECURSO RC
DA LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO
Nos termos dos artigos 141 e 492 do CPC, aplicáveis nesta Justiça Especializada por força do artigo 769
da CLT, os valores indicados na exordial devem ser o limite máximo de qualquer apuração, excetuando
apenas a incidência de juros de mora e correção monetária. Até mesmo porque, em caso de
improcedência, os honorários de sucumbência terão por base os valores indicados na exordial, não se
mostra justo e razoável que, para fins de recebimento, adote-se critério diverso.
As parcelas indicadas pela parte Reclamante possuem natureza indenizatória, tratando-se de prêmios
pagos sem habitualidade, assim não há que se falar de incidência destas nas demais verbas. Todos os
pagamentos esporádicos dos prêmios pagos à Recorrida foram corretamente realizados sempre que
atingidas as metas individuais de venda, conforme se comprova dos demonstrativos de pagamento
juntados com a peça defensiva.
Após a Reforma Trabalhista, o pagamento de eventual hora extra à título de intervalo intrajornada se
restringe aos minutos eventualmente suprimido, possuindo natureza indenizatória, conforme se
depreende do § 4º do artigo 71 da Lei nº 13.467 de 2017. Desta forma, não há falar em reflexos dessas
frações e nem em qualquer outra verba, tampouco no pagamento integral da hora intervalar.
Os argumentos recursais não devem prosperar. Todas as horas extras foram pagas, conforme os
contracheques colacionados com a defesa, não havendo qualquer desrespeito ao intervalo interjornada.
O Recorrente era comissionista puro, sendo devido apenas o pagamento do adicional de horas extras,
nos termos da súmula 340 do C. TST. Deste modo, não há que se falar em inaplicabilidade da súmula 340
do C. TST.
PLR
Conforme suscitado em defesa, a Recorrida não trouxe aos autos a regulamentação da PLR de forma
proporcional para justificar o seu pedido, sendo assim o obreiro não se desincumbiu de comprovar o fato
constitutivo de seu direito, ônus que lhe competia, nos termos dos artigos 818 da CLT.
1000572-25.2022.5.02.0021 - JOSE PAULO PEREIRA DA SILVA
RECURSO RCDA
O Douto Juízo acolheu a contradita apresentada pelo Reclamante em razão de a testemunha da empresa
já ter atuado como preposta em audiências de outros processos.
O juízo de piso cerceou o direito à ampla defesa e contraditório da Recorrente. O fato do Senhor ALEX
SANDRO DE SOUZA confirmar que já foi preposto em outros processos não o torna, imediatamente
suspeito ou impedido de depor, eis que não evidenciado que o resultado deste processo lhe traria
qualquer benefício. Não é demais ressaltar que a testemunha referiu ter atuado como preposto nos anos
de 2015 e 2017, ou seja, cerca de cinco anos atrás. A mera atuação como preposto em outras ações não
caracteriza o impedimento da testemunha, por ausência de previsão em lei. Desta forma, requer a
Recorrente a nulidade da decisão de que acolheu a contradita ofertada, determinando-se a reabertura
da instrução processual, possibilitando a oitiva da testemunha patronal.
A Recorrente chama a atenção desta Colenda Turma acerca da existência de divergência entre o
depoimento prestado pela testemunha autoral nesta demanda e o seu depoimento da sua ação pessoal,
ID f910a98
No seu depoimento, na condição de testemunha, o Senhor André afirma que fazia, no mínimo, oito
montagens por dia. Já na sua ação pessoal referiu que “pegava em média de 5 a 7 ordens de serviços por
dia”. Nesta ação a testemunha mencionou que desfrutava de 20/30 minutos de intervalo para refeição e
descanso e que encerrava sua jornada por volta de 20/20h30, mas, em sua ação pessoal, referiu que
gozava de 30 minutos de intervalo e que finalizava sua jornada de trabalho por volta de 19/19h30/20h.
Como se não bastasse, a testemunha afirmou que “não podia deixar serviço para o dia seguinte”. No
entanto, na condição de reclamante afirmou que “se uma montagem não fosse feita no dia poderia ser
feita no dia seguinte”
As divergências do depoimento mostram claramente que a testemunha não prestou seu depoimento de
acordo com a verdade dos fatos.
Além disso, a testemunha informa que “faziam uma estimativa do que deveriam receber e recebiam por
volta da metade”. Excelência, foge completamente da lógica que um funcionário passe DOZE ANOS
(2005/2017, como dito no depoimento) recebendo APENAS METADE do que acredita ser devido pela
empresa. Com essa alegação não se pode concordar! E mais, é crível se admitir que, tendo vivenciado
essa situação, a testemunha tenha ajuizado a ação e NÃO tenha pleiteado as diferenças de comissão?
Como se verifica da petição inicial da ação nº 1000273-78.2018.5.02.0024, a testemunha requereu
apenas o pagamento de horas extras
Caso não seja esse o entendimento dessa Colenda Turma, o que sinceramente não se espera, a
Recorrente destaca o fato de que deve haver a limitação do depoimento prestado vez que a testemunha
trabalhou com o Reclamante até 02/2017, não estando apta para falar acerca do período imprescrito.
DIFERENÇAS DE COMISSÃO
Excelência, ao final de cada montagem realizada o reclamante sempre teve ciência acerca dos valores
devidos à título de comissão. O Tablet fornecido pela Recorrente possui uma função que permite ao
Reclamante o acesso e controle de todos os dados realizados.
A Recorrente pede vênia em apresentar a recente Inspeção Judicial, realizada nos autos do processo
0100501-45.2018.5.01.0432, em 08/09/2022, que elucida acerca da possibilidade de conferência das
comissões via tablet.
O Reclamante não era obrigado a possuir veículo próprio já que a empresa fornece o vale transporte aos
seus trabalhadores (tendo o reclamante recusado tal benefício). A Recorrente reforça que, se o Autor
laborava diariamente com veículo próprio, o fez por sua comodidade, sendo certo que foi reembolsado
pelas despesas por meio da ajuda de custo concedida, o que por si só já afasta a pretensão obreira.
O reclamante não comprovou uma única despesa relacionada a depreciação de sua motocicleta, não
comprovando sequer a existência dessa suposta moto de sua propriedade, ônus que lhe competia nos
termos do artigo 818 da CLT. Como não existem provas de que o gasto era superior ao valor recebido
como ajuda de custo, deve ser reformada a respeitável sentença
LIMITES DA CONDENAÇÃO.
JUSTIÇA GRATUITA.
HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA.
RECURSO RCTE
De início, cumpre ressaltar que o Recorrente desempenhava a função de montador de móveis, serviço
externo, de forma que se enquadrava na exceção do artigo 62, I, da CLT. O Autor fazia seu próprio
horário de trabalho conforme a quantidade de pedidos de inspeção e reparos. O Recorrente possuía
plena autonomia para montar sua rota diária e executar as ordens de serviço que lhe eram repassadas,
sendo que o que, efetivamente importava para a empresa ré era o cumprimento da tarefa repassada ao
obreiro.
Nesta função, o Autor recebe por tarefa, não havendo controle de horário. Tal informação pode
facilmente ser verificada no contrato de trabalho, devidamente assinado pelo Obreiro quando da sua
contratação:
O Reclamante confessou em depoimento pessoal: “que não havia fiscalização do intervalo por parte da
reclamada; (...) que ia de sua residência direto para o cliente no início da jornada e o mesmo no fim da
jornada; que comparecia na empresa quando dava problemas no tablet; que isso acontecia uma vez
ou outra; que conseguia trabalhar sem o tablet; que nesses casos recebiam ficha e papel;(...) que não
precisava informar por telefone que estava chegando ou saindo do cliente”
Aqui, chama a atenção a reclamada para o fato de que cabia ao Recorrente provar que as comissões
referentes às ordens de serviço cumpridas, pagas em holerites, não condiziam com a realidade e havia
cumprimento de OS a mais do que realmente era pago pela Recorrente, o que não se desimcubiu.
Nos termos dos artigos 818 da CLT e 373, I, do CPC incumbia ao Recorrente comprovar suas alegações, o
que não ocorreu. Além disso, a utilização de ferramentas particulares se deu por opção do trabalhador,
de modo que é impossível transferir a responsabilidade pela manutenção e depreciação deste ao
empregador.