Você está na página 1de 6

APELAÇÃO - CONTRARRAZÕES DE RECURSO INTERPOSTO PELO INSS ONDE O

AUTOR OBTEVE SENTENÇA FAVORÁVEL RECONHECENDO O DIREITO A


PERÍODO ESPECIAL. MOTORISTA DE ÔNIBUS

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA _____VARA PREVIDENCIÁRIA DA


SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA ...

Autos Nº .....
Autor: .....
Réu: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

...., já qualificado nos autos, por seu advogado que esta subscreve, vem à presença de Vossa
Excelência nos autos da ação em epígrafe, interpor pela manutenção da sentença proferida, interpor

CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO, APOSENTADORIA POR TEMPO DE


CONTRIBUIÇÃO COM PERÍODO ESPECIAL

consubstanciada nas razões em anexo, a qual consubstancia-se pelas razões de fato e direito
que indubitavelmente darão razão a confirmação da decisão proferida no Douto Juízo monocrático, e
enviando o devido recurso para o EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3 º REGIÃO.

Nestes Termos
Pede Deferimento

Local, data

_______________________
Alexsandro Menezes Farineli
OAB/SP
CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO

Apelante: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL


Apelado: ....

Autos nº ….

Egrégio Tribunal

Colenda Turma

1 - DA SENTENÇA

A R. sentença julgou procedente os pedidos constantes na ação, condenando o INSS a conceder o


benefício de Aposentadoria por tempo de contribuição a parte Autora, reconhecendo como tempo de
contribuição o período de 35 anos, 1 mês e cinco dias, até a data do requerimento e desta forma,
corrigiu-se a injustiça cometida pelo INSS, que a negou em sede administrativa.

2 - DO MÉRITO
Inicialmente cabe ressaltar que o órgão apelante, alega em seu recurso:

A) impossibilidade de conversão de tempo de serviço de especial em comum, antes de


10/12/1980.
B) tempo de contribuição de serviço prestado após 28 de maio de 1998 como período especial.
C) período de 29/04/1995 à 05/03/1997 necessidade de comprovação efetiva.
D) alega ainda que a atividade exercida em posto de gasolina não pode ser considerada
especial. (Absurdo)

Iremos nos manifestar por início sobre a possibilidade de conversão do período especial
laborado com data anterior à 10/12/1980.

Podemos encontrar amparo jurídico na lei 3807/1960 onde em seu artigo 31 possuía a seguinte
redação.

“Art 31. A aposentadoria especial será concedida ao segurado que, contando no mínimo 50
(cinquenta) anos de idade e 15 (quinze) anos de contribuições tenha trabalhado durante 15
(quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos pelo menos, conforme a atividade profissional,
em serviços, que, para êsse efeito, forem considerados penosos, insalubres ou perigosos, por
Decreto do Poder Executivo.”

Diante da redação expressa da lei podemos encontrar amparo para possibilidade de conversão
do tempo trabalhado em período especial em comum anteriormente a data de 10/12/1980.

Baseado nesta previsão legal para conceder a conversão do tempo trabalhado podemos ainda
citar esta jurisprudência abaixo:

“PREVIDENCIÁRIO - RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE COMO ESPECIAL -LEIS N.º 3.807/1960,


8.213/1991, 9.032/95, 9.711/1998 -ANEXOS DO DECRETO N.º 53.831/64 E 83.080/79 -
INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/DC n.º 99, DE 05.12.2003 -INTELIGÊNCIA DOS DIPLOMAS
LEGAIS -RUÍDO - LAUDOS TÉCNICOS -FATOR DE CONVERSÃO -TEMPO MÍNIMO DE
EXERCÍCIO NA ATIVIDADE NOCIVA -TEMPO MÍNIMO DE SERVIÇO PARA A CONCESSÃO DO
BENEFÍCIO. I - A aposentadoria especial foi instituída através da Lei n º 3.807, de 26/08/1960,
sendo destinada aos trabalhadores que eram submetidos, durante a jornada de trabalho, a
condições peculiares, vale dizer, a certo grau de risco e prejuízo à sua própria saúde ou
integridade física, reclamando, assim, redução do tempo de serviço (quinze, vinte ou vinte e
cinco anos de atividade) para a sua concessão.”

Sobre a questão da possibilidade de conversão para período anterior a 1980, já se encontra


pacificada a discussão, e todos os Tribunais Superiores a reconhecem como direito do segurado.
DO PERÍODO POSTERIOR A 28/05/1998

Não vamos discutir este período uma vez que não fora objeto do presente processo.

DA ATIVIDADE DE MOTORISTA DE ÔNIBUS

Alega em seu recurso que a profissão de motorista de ônibus não deve ser considerada como
atividade especial, porque não preenche todos os requisitos citados na lei.

Se já não bastassem a juntada dos documentos acostados aos autos, podemos salientar que
para todo profissional que exerce a atividade de motorista de ônibus, com data anterior a vigência da
lwi 9032/95, especialmente em transporte coletivo, a este é garantido o direito de ver reconhecida a
possibilidade converter o seu período laborado como atividade especial.

Vejamos as decisões abaixo

“TRF-1 - APELAÇÃO CIVEL AC 00156359220064013800 0015 635-92.2006.4.01.3800 (TRF-1)


Data de publicação: 09/10/2015
APOSENTADORIA ESPECIAL/POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. ENQUADRAMENTO
PROFISSIONAL: MOTORISTA DE ÔNIBUS. PRESUNÇÃO LEGAL. RECONHECIMENTO DO TEMPO
DE SERVIÇO PRESTADO EM ATIVIDADE ESPECIAL. POSSIBILIDADE. TEMPO INSUFICIENTE.
DIREITO À AVERBAÇÃO COM CONTAGEM DIFERENCIADA. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. 1. O
cômputo do tempo de serviço deverá observar a legislação vigente à época da prestação
laboral, tal como disposto no § 1º do art. 70 do Decreto nº 3.048/1999, com redação do Decreto
nº 4.827/2003. 2. A profissão de motorista de ônibus/caminhão (ou de caminhão de carga)
deve ser considerada atividade especial, por enquadramento de categoria profissional
(Decreto nº 53.831/1964, código 2.4.4, e Decreto nº. 83.080/1979, código 2.4.2), cuja sujeição a
agentes nocivos é presumida até a Lei nº 9.032/1995. 3. A simples referência à categoria
profissional em Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS é suficiente ao
enquadramento e consequente reconhecimento do tempo especial, por presunção legal.
Ocorre, no entanto, que é de se ter certo o exercício de atividade de motorista de caminhão
(ou de caminhão de cargas) e não simples referência genérica à profissão de motorista, pois
que esta não estava enquadrada nos Decretos regulamentadores da matéria. Precedentes. 4.
No presente caso, não obstante a CTPS façareferência somente ao labor como 'motorista',
sem a especificação necessária para o enquadramento da atividade, o conjunto probatório
constituído nos autos, sobretudo o ramo da atividade das empresas empregadoras, não
deixa dúvidas quanto ao fato de que o autor trabalhava como 'motorista de ônibus'. 5. O autor
não completou tempo suficiente à concessão da aposentadoria especial. Ainda que convertidos
em comum os períodos especiais, e somados aos demais interregnos comuns, o autor não
preenche também os requisitos para as demais modalidades de aposentadoria. 6....”

Alega ainda o instituto ora réu, que uma parte do tempo trabalhado, não consta do CNIS. Na
verdade nem é necessário, uma vez que o autor juntou aos autos cópia de suas Carteiras
Profissionais, bem como cópia do livro de registro de funcionários, documentos estes que em
momento algum tiveram a sua veracidade questionada, portanto, gozam da presunção de
veracidade, conferida pela lei.

TERMO INICIAL DO BENEFÍCIO

Requer o Recorrente que os pagamentos dos valores pleiteados sejam concedidos somente após a
data do trânsito em julgado, ou a pelo menos a partir da citação.

Tal pretensão não pode e não deve prosperar uma vez que o autor ingressou com regular
pedido administrativo, não sendo este concedido apenas por total falta de análise do processo
administrativo.

Devemos salientar que foram apresentados todos os documentos necessários para a análise do
benefício.

DOS JUROS

Requer a manutenção dos patamares de juros concedidos na sentença, uma vez que se trata
de medida de direito.

DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Fora condenado o instituto ora réu, ao pagamento de honorários advocatícios no importe de


10% dos valores.

Requer a parte recorrente a redução para o percentual de 5% apenas, não deve prosperar mais
uma vez a pretensão do órgão recorrente, uma vez que os Tribunais já manifestaram jurisprudência
nas causas previdenciárias para o valor mínimo de 10% para título de honorários de sucumbência.

DOS REQUERIMENTOS
Diante do exposto, o Autor, requer seja negado provimento ao recurso interposto, pelo INSS,
e que seja mantida a R. sentença julgando-se procedente a ação.

Local, data

__________________________

Você também pode gostar