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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA __ VARA FEDERAL

DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE [NOME DA CIDADE] – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO [ESTADO]

Modelo de Ação Previdenciária Revisional com Revisão da Vida Toda - Atualizado


com Tema 1102/STF (atualizado com publicação do acórdão em 13/04/2023)

⚠ Use esse modelo como base para o seu caso concreto. Faça sempre o cálculo com salários de outras
fontes além do CNIS, e verifique prescrição, decadência, entre outros pontos envolvem a própria ação.
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Ação Ação de Revisão de Benefício Previdenciário


Revisão da Vida Toda / PBC completo / Vida Inteira
Tema 999 do STJ e Tema 1102 do STF

Assunto principal Revisão do benefício de aposentadoria por tempo de


contribuição concedido a autora, mediante o cômputo dos
salários referentes a toda sua vida contributiva, e não apenas
aqueles vertidos após julho de 1994, no cálculo da média dos
80% maiores salários de contribuição da segurada, e sem
divisor mínimo.

Requer a revisão da RMI em sua forma mais vantajosa à


autora e o pagamento das diferenças devidas desde a
DER/DIB.

Valor da causa R$ 100.000,00 (cem mil reais).

QUALIFICAÇÃO DO SEU CLIENTE, por sua procuradora ora signatária, devidamente


inscrita na OAB/UF sob n.º XX.XXX, ut anexo instrumento de mandato, com escritório
profissional ENDEREÇO DO SEU ESCRITÓRIO, onde recebe intimações, notificações e citações,
vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência propor:

AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO (VIDA TODA)

Em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, Autarquia Federal,


com endereço para citação qualificado no processo eletrônico ou usar agência do processo
administrativo, pelos motivos de fato e de direito adiante declinados.

A) TUTELA DE EVIDÊNCIA
O Código de Processo Civil de 2015 prevê a tutela de evidência, cuja concessão
independe da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo,
quando:
Art. 311.
(..)
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em súmula vinculante;

O presente caso trata da tese fixada em repercussão geral no RE 1276977 / DF


(acórdão publicado em 13/04/2023), sob Tema 1102/STF, tese reconhecida como revisão da
vida toda.

Conforme cálculos anexos de revisão da RMI, a parte autora demonstra suas


alegações de fato documentalmente, porque comprova o cálculo mais vantajoso para sua
aposentadoria na regra definitiva, incluindo todo o período contributivo anterior a 07/1994.

Ademais, dispõe o art. 1.040, inciso do CPC/2015 que, publicado o acórdão


paradigma, os processos suspensos em primeiro e segundo graus de jurisdição retomarão o
curso para julgamento e aplicação da tese firmada pelo tribunal superior.

Diante do exposto, requer a concessão liminar da tutela de evidência, como


autorizado pelo art. 311, parágrafo único, CPC/2015 (nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz
poderá decidir liminarmente) com implantação imediata do benefício revisado, com sua renda
mensal atualizada (RMA).

B) I. FATOS

Na via administrativa foi concedido em favor da segurada o benefício previdenciário


de aposentadoria por tempo de contribuição do professor, com DER em 10/02/2016 (vide
carta de concessão que segue anexa).

O cálculo do benefício concedido à parte autora foi efetuado de acordo com as


alterações trazidas pela Lei 9.876/99 na Lei de Benefícios, ou seja, com base na média dos 80%
maiores salários de contribuição, incidência do fator previdenciário (quando cabível), e
aplicação de divisor mínimo.

Contudo, o INSS computou no cálculo da média dos 80% maiores salários de


contribuição da segurada apenas os salários de contribuição vertidos após julho de 1994,
excluindo do cálculo as contribuições anteriores a essa data, como verifica-se na carta de
concessão e processo administrativo que seguem anexos.

No caso concreto, a observância da norma prevista no inciso I do art. 29 da Lei


8.213/91 no cálculo do salário de benefício da segurada é mais vantajosa que a aplicação da
regra de transição prevista no artigo 3.º, caput e §2º, da Lei 9.876/99.

Afinal, quando for possível a aplicação de duas normas deve ser aplicada a mais
vantajosa no cálculo do benefício para o segurado, conforme consolidado pelo STF no
julgamento da tese, sob Tema 1102/STF.

De fato, conforme faz prova cálculo da RMI que segue anexo à inicial, para autora é
mais vantajosa a aplicação do disposto no inciso I do art. 29 da Lei 8.213/91.
Isso porque a RMI revisada é mais favorável com o PBC de todo o período
contributivo, com inclusão de salários antes de 07/1994, e sem divisor mínimo, conforme
cálculos anexos, considerando dados do CNIS, CTPS (remuneração inicial e alterações salariais)
e ficha de registro de empregado anexa nesta oportunidade, considerando, ainda, salários
mínimos para períodos sem salários (art.36, §2º, Decreto 3.048/1999).

Portanto, a autora propõe a presente demanda, com o objetivo de ver seu direito
reconhecido em sede judicial. para que seja determinada a revisão do benefício de
aposentadoria por tempo de contribuição (NB XX/XXX.XXX.XXX-XX) que lhe foi concedido na
via administrativa.

Requer a condenação do INSS a inserir no cálculo da média dos 80% maiores salários
de contribuição da segurada todo o período contributivo, inclusive os salários de contribuição
anteriores a julho de 1994, e sem divisor mínimo, garantido à segurada o pagamento das
diferenças devidas desde a DER.

C) II. PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO

Conforme o entendimento fixado pelo Supremo Tribunal Federal, em 03/09/2014, no


julgado do RE 631.240/MG (Tema 350/STF), a exigência de prévio requerimento administrativo
não deve prevalecer quando o entendimento da Administração for notória e reiteradamente
contrário à postulação do segurado, conforme inciso II da tese, o que fica evidente no
presente caso com repercussão geral do tema.

Ademais, como se trata de pretensão de revisão, o presente pedido pode ser


formulado diretamente em juízo, salvo se depender de análise de matéria de fato ainda não
levada ao conhecimento da administração, conforme inciso III da tese.

Nesse contexto, vale destacar que já foram apresentados no processo administrativo


de concessão documentos suficientes para ciências dos períodos e salários de contribuição
necessários para a tese revisional, de forma que a conduta do INSS já configura o
indeferimento tácito da pretensão, porque o instituto já deveria ter concedido a prestação
mais vantajosa possível.

Ademais, os documentos que basearam o cálculo (CNIS e CTPS) já foram


apresentados no processo administrativo de concessão.

Assim também dispõe o Enunciado 78 do FONAJEF: “O ajuizamento da ação


revisional de benefício da seguridade social que não envolva matéria de fato dispensa o prévio
requerimento administrativo”, desta forma, não há que se falar em necessidade de prévio
requerimento administrativo de revisão.

D) III. INEXISTÊNCIA DA LITISPENDÊNCIA / COISA JULGADA

Em 04/11/2016 foi ajuizada pela autora ação previdenciária para revisão do benefício
previdenciário de aposentadoria por tempo de contribuição do professor, mediante a exclusão
do fator previdenciário do cálculo da RMI da segurada.

A referida ação foi distribuída na 08.ª Vara Federal de Curitiba, com o n.º de processo
XXXXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX/PR.

Desta forma, verifica-se a inexistência de litispendência, eis que na demanda ora


proposta a parte autora busca a revisão do benefício mediante a inclusão no cálculo da média
dos 80% maiores salários de contribuição de todo o período contributivo, inclusive os salários
de contribuição antes de julho de 1994.

Fica evidente, portanto, a diferença entre o objeto e as causas de pedir de cada ação.

E) IV. DIREITO

e.1) 1. Aplicação da norma mais favorável ao segurado


No caso da autora, a aplicação da REGRA DE TRANSIÇÃO prevista no artigo 3.º,
caput e §2º, da Lei 9.876/99, é desvantajosa:

"Art. 3.o Para o segurado filiado à Previdência Social até o dia anterior à data de
publicação desta Lei, que vier a cumprir as condições exigidas para a concessão dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social, no cálculo do salário-de-benefício
será considerada a média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição,
correspondentes a, no mínimo, oitenta por cento de todo o período contributivo
decorrido desde a competência julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e
II do caput do art. 29 da Lei n.o 8.213, de 1991, com a redação dada por esta Lei”.

§2º No caso das aposentadorias de que tratam as alíneas b, c e d do inciso I do art.


18, o divisor considerado no cálculo da média a que se refere o caput e o § 1o não
poderá ser inferior a sessenta por cento do período decorrido da competência julho
de 1994 até a data de início do benefício, limitado a cem por cento de todo o
período contributivo.

De fato, conforme faz prova cálculo da RMI que segue anexo à inicial, para autora é
mais vantajosa a aplicação do disposto no inciso I do art. 29 da Lei 8.213/91: “para os
benefícios de que tratam as alíneas b e c do inciso I do art. 18, na média aritmética simples dos
maiores salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período
contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário; (Incluído pela Lei n.º 9.876, de 26.11.99)”

Desta forma, deve ser incluído no cálculo da média dos 80% maiores salários de
contribuição da segurada todo o período contributivo, inclusive os salários de contribuição
anteriores a julho de 1994, e removido o divisor mínimo, quando aplicado na carta de
concessão.

Afinal, quando for possível a aplicação de duas normas deve ser aplicada a mais
vantajosa ao segurado, então deve ser afastada integralmente a aplicação do cálculo da regra
de transição previsto no artigo 3.º, caput e §2º, da Lei 9.876/99.

Nesse sentido, em 11/12/2019 o STJ julgou no rito dos recursos repetitivos o Tema
999 e decidiu por unanimidade a tese favorável aos segurados, fixando como tese:
Tema 999/STJ: Aplica-se a regra definitiva prevista no art. 29, I e II da Lei
8.213/1991, na apuração do salário de benefício, quando mais favorável do
que a regra de transição contida no art. 3o. da Lei 9.876/1999, aos Segurado
que ingressaram no Regime Geral da Previdência Social até o dia anterior à
publicação da Lei 9.876/1999.

A partir do julgamento desse Recurso Especial, o STJ reviu sua jurisprudência,


ressaltando a necessidade de interpretar-se a regra de transição de forma mais compatível
com o objetivo que orientou o legislador ao criar a disciplina transitória.
Por sinal, a própria doutrina também já validava esse entendimento para as normas
em debate, reafirmando que norma transitória não pode ser mais gravosa do que a regra
definitiva. Vejamos:
“Nos casos em que a regra transitória é prejudicial ao segurado, deve ser
aplicada a regra definitiva, prevista no art. 29, I da Lei 8.213 /1991, com a
redação definida pela Lei 9.876/1999. A lógica da norma de transição é
minimizar os efeitos de novas regras mais rígidas para aqueles filiados ao
sistema, mais ainda não haviam adquirido o direito de se aposentar pelas
regras antes vigentes, mais benéficas. Deve-se evitar um direito transitório,
segundo o qual os segurados se sujeitem a regras transitórias ainda mais
gravosas que aquelas introduzidas pela lei nova. É essa premissa lógica que
merece ser considerada para efeito de interpretação da regra estabelecida no
art. 3o. da Lei 9.876/1999 (JOSÉ ANTÔNIO SAVARIS. Compêndio de Direito
Previdenciário. Curitiba: Alteridade, 2018, p. 345).

Apesar disso, o INSS interpôs Recurso Extraordinário, e o STF afetou como


paradigma o RE 1276977, para julgar a tese em repercussão geral, no Tema 1102/STF, mas
que foi improvido, com a fixação da seguinte tese (acórdão publicado em 13/04/2023):
Tema 1102/STF: “O segurado que implementou as condições para o benefício
previdenciário após a vigência da Lei 9.876, de 26/11/1999, e antes da
vigência das novas regras constitucionais, introduzidas pela EC em 103 /2019,
que tornou a regra transitória definitiva, tem o direito de optar pela regra
definitiva, acaso esta lhe seja mais favorável”.

RE 1276977 / DF Acórdão publicado em 13/04/2023


Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. TEMA 1102 DA
REPERCUSSÃO GERAL. POSSIBILIDADE DE REVISÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO MEDIANTE A APLICAÇÃO DA REGRA DEFINITIVA DO ARTIGO
29, INCISOS I E II, DA LEI 8.213/1991, QUANDO MAIS FAVORÁVEL DO QUE A
REGRA DE TRANSIÇÃO CONTIDA NO ARTIGO 3º DA LEI 9.876/1999, AOS
SEGURADOS QUE INGRESSARAM NO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
ANTES DA PUBLICAÇÃO DA REFERIDA LEI 9.876/1999, OCORRIDA EM
26/11/1999. DIREITO DE OPÇÃO GARANTIDO AO SEGURADO.
1. A controvérsia colocada neste precedente com repercussão geral
reconhecida consiste em definir se o segurado do INSS que ingressou no
sistema previdenciário até o dia anterior à publicação da Lei 9.876, em 26 de
novembro de 1999, pode optar, para o cálculo do seu salário de benefício,
pela regra definitiva prevista no art. 29, I e II, da Lei 8.213/1991 quando essa
lhe for mais favorável do que a previsão da lei, no art. 3º, de uma regra
transitória, por lhe assegurar um benefício mais elevado.
2. O INSS argumenta que a única regra legal aplicável ao cálculo de todos os
segurados, sejam eles filiados ao RGPS antes ou após a vigência da Lei
9.876/1999, é aquela que limita o cômputo para aposentadoria apenas às
contribuições vertidas a partir de julho de 1994, “os primeiros, por expresso
imperativo legal; os últimos, por consequência lógica da filiação ocorrida após
1999”. Desse modo, não haveria que se falar em inclusão do período
contributivo anterior a tal marco temporal.
3. A partir da leitura da exposição de motivos do Projeto de Lei que originou a
Lei 9.876/1999 e os argumentos aduzidos no acórdão recorrido, depreende-se
que a regra definitiva veio para privilegiar no cálculo da renda inicial do
benefício a integralidade do histórico contributivo. A limitação imposta pela
regra transitória a julho de 1994 teve escopo de minimizar eventuais
distorções causadas pelo processo inflacionário nos rendimentos dos
trabalhadores.
4. A regra transitória, portanto, era favorecer os trabalhadores com menor
escolaridade, inserção menos favorável no mercado de trabalho, que tenham
uma trajetória salarial mais ou menos linear, só que, em alguns casos, isso se
mostrou pior para o segurado, e não favorável como pretendia o legislador na
aplicação específica de alguns casos concretos.
5. A regra transitória acabou aumentando o fosso entre aqueles que ganham
mais e vão progredindo e, ao longo do tempo, ganhando mais, daqueles que
têm mais dificuldades em virtude da menor escolaridade e a sua média
salarial vai diminuindo. Acabou-se ampliando a desigualdade social e a
distribuição de renda, que não era essa hipótese prevista, inclusive, pelo
legislador.
6. Admitir-se que norma transitória importe em tratamento mais gravoso ao
segurado mais antigo em comparação ao novo segurado contraria o princípio
da isonomia, que enuncia dever-se tratar desigualmente os desiguais, na
medida de sua desigualdade, a fim de conferir-lhes igualdade material, nunca
de prejudicá-los.
7. Efetivamente, os segurados que reuniram os requisitos para obtenção do
benefício na vigência do art. 29 da Lei 8.213/1991, com a redação da Lei
9.876/1999, podem ter a sua aposentadoria calculada tomando em
consideração todo o período contributivo, ou seja, abarcando as contribuições
desde o seu início, as quais podem ter sido muito maiores do que aquelas
vertidas após 1994, em decorrência da redução salarial com a consequente
diminuição do valor recolhido à Previdência.
8. Recurso Extraordinário a que se nega provimento. Tese de julgamento: “O
segurado que implementou as condições para o benefício previdenciário após
a vigência da Lei 9.876, de 26 de novembro de 1999, e antes da vigência das
novas regras constitucionais introduzidas pela EC em 103/2019, que tornou a
regra transitória definitiva, tem o direito de optar pela regra definitiva, acaso
esta lhe seja mais favorável”

Em caso análogo, quando da inserção da regra de transição de aposentadoria integral


constante na EC 20/98 (com exigência da idade mínima e pedágio de 20%, enquanto a regra
nova para o mesmo benefício não o fazia), a jurisprudência pátria já se manifestou no sentido
de que não deve ser aplicada a regra de transição, quando esta for desfavorável aos
segurados:

PREVIDENCIÁRIO. REQUISITOS PARA A APOSENTADORIA APÓS A EC


20/98. IDADE MÍNIMA. Para os segurados filiados ao RGPS até 16-
12-98 e que não tenham atingido o tempo de serviço exigido pelo
regime anterior, aplicam-se as regras de transição (art. 9.º da EC n.º
20/98). Os requisitos da idade mínima e pedágio somente
prevaleceram para a aposentadoria proporcional (53 anos/H e 48
anos/M e 40% sobre o tempo que faltava, em 16-12-98, para o
direito à aposentadoria proporcional). OS EXIGIDOS PARA A
APOSENTADORIA INTEGRAL (IDADE MÍNIMA E PEDÁGIO DE 20%)
NÃO SE APLICAM POR SEREM MAIS GRAVOSOS AO SEGURADO,
ENTENDIMENTO, ALIÁS, RECONHECIDO PELO PRÓPRIO INSS NA
INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/DC N.º 57/2001, mantido nos
regramentos subsequentes. (TRF4, AC 200071000387956, LUÍS
ALBERTO D'AZEVEDO AURVALLE, TURMA SUPLEMENTAR,
15/05/2007).

Ademais, o próprio INSS também adotou o entendimento de aplicação da regra mais


benéfica administrativamente, na interpretação da EC 20/98.
Portanto, no caso concreto, a parte autora requer que seja aplicado no cálculo da
RMI da segurada a norma vigente mais vantajosa à mesma, ou seja, a norma definitiva
prevista no inciso I do art. 29 da Lei 8.213/91, sendo afastada a incidência da regra de
transição prevista no artigo 3.º, caput e §2º, da Lei 9.876/99

e.2) 2. Direito ao benefício mais favorável e à reafirmação da DER


No direito previdenciário busca-se proteger o direito adquirido, bem como, o direito
ao melhor benefício ao qual o segurado faz jus.

Veja que tal postura encontra-se normatizada na Lei 8.213/91, em seu artigo 122,
que assim dispõe:

“Se mais vantajoso, fica assegurado o direito à aposentadoria, nas


condições legalmente previstas na data do cumprimento de todos os
requisitos necessários à obtenção do benefício, ao segurado que,
tendo completado 35 anos de serviço, se homem, ou trinta anos, se
mulher, optou por permanecer em atividade.”.

Nesse sentido, também o Supremo Tribunal Federal fixou entendimento que garante
o direito do segurado ao melhor benefício, traduzido na melhor forma de cálculo e ao melhor
resultado dentro de sua realidade individual, em 21/02/2013, no julgado do RE 630.501.
Vejamos:

APOSENTADORIA – PROVENTOS – CÁLCULO. Cumpre observar o


quadro mais favorável ao beneficiário, pouco importando o decesso
remuneratório ocorrido em data posterior ao implemento das
condições legais. Considerações sobre o instituto do direito
adquirido, na voz abalizada da relatora – ministra Ellen Gracie –,
subscritas pela maioria. (STF, RE 630501, Relator(a): Min. ELLEN
GRACIE, Relator(a) p/ Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal
Pleno, julgado em 21/02/2013, PUBLIC 26-08-2013).

O disposto no art. 122 da Lei 8.213/1991, reafirmado no art. 181-D do Decreto n.º
3.048/99, ressalta, em respeito ao direito adquirido (art. 5º, inciso XXXVI, Constituição
Federal), o direito à aposentadoria pelas condições legalmente previstas à época do
cumprimento de todos os requisitos, independentemente da data do requerimento do
benefício, assegurando sua concessão pela forma mais benéfica, a partir da data de entrada do
requerimento, conforme o consolidado no RE nº 630.510/STF.

Ademais, na própria esfera administrativa, pela Instrução Normativa 128/2022, o


INSS é obrigado a garantir ao segurado o melhor benefício possível, vide os artigo listados a
seguir:

Art. 222.
(…)
§ 3º Na hipótese de ser identificado o direito a mais de uma forma de
cálculo de aposentadoria, fica resguardada a opção pelo cálculo mais
vantajoso, observada a reafirmação da data de entrada do
requerimento administrativo a critério do segurado, se for o caso, na
forma do art. 577.
Art. 577. Por ocasião da decisão, em se tratando de requerimento de
benefício, deverá o INSS:

I - oferecer ao segurado o direito de opção ao benefício mais


vantajoso quando for identificado que estão satisfeitos os requisitos
para mais de um tipo de benefício, mediante a apresentação dos
demonstrativos financeiros de cada um deles; e (Redação do inciso
dada pela Instrução Normativa INSS Nº 141 DE 06/12/2022).

II - quando não satisfeitos os requisitos para o reconhecimento do


direito na data de entrada do requerimento do benefício, verificar se
esses foram implementados em momento posterior, antes da
decisão do INSS, caso em que o requerimento poderá ser reafirmado
para a data em que satisfizer os requisitos, exigindo-se, para tanto, a
concordância formal do interessado, admitida a sua manifestação de
vontade por meio eletrônico. (Redação do inciso dada pela Instrução
Normativa INSS Nº 141 DE 06/12/2022).

Art. 589.
(…)
§ 1º Na hipótese de o segurado ter implementado todas as condições
para mais de uma espécie de aposentadoria na data da entrada do
requerimento e em não tendo sido lhe oferecido o direito de opção
pelo melhor benefício, poderá solicitar revisão e alteração para
espécie que lhe é mais vantajosa.

Dessa forma, requer a implantação do benefício previdenciário em sua forma mais


vantajosa, com eventual fixação do PBC na melhor data de implemento das condições
necessárias à concessão do melhor benefício - DICB (art. 222 da IN 128/2022, corresponde ao
art. 169, da IN 77/2015), devendo o INSS proceder ao pagamento das parcelas vencidas desde
a DER (originária ou reafirmada), com a incidência dos consectários legais

Portanto, no caso concreto, a parte autora requer que seja aplicado no cálculo da
RMI da segurada a norma vigente mais vantajosa a mesma, ou seja, a norma definitiva
prevista no inciso I do art. 29 da Lei 8.213/91 sendo afastada a incidência da regra de
transição prevista no artigo 3.º, caput e §2º, da Lei 9.876/99.

F) V. SEPARAÇÃO DE HONORÁRIOS CONTRATUAIS

O direito a separação dos honorários advocatícios contratuais, previsto no artigo 22


da Lei 8.906/94, determina que estes devem ser pagos diretamente ao advogado constituído,
deduzindo-os do montante a ser recebido pelo seu cliente, desde que apresentado o contrato
de honorários com cláusula expressa.

Portanto, é possível a separação do percentual dos honorários contratuais relativo


aos valores que a parte autora venha receber, no caso de total ou parcial procedência da
presente ação, ou qualquer acordo judicial, extrajudicial ou outra espécie de composição, ou
de reconhecimento da pretensão ora requerida pelos órgãos estatais.

G) VI. PREQUESTIONAMENTOS
Pelo princípio da eventualidade, o que se admite apenas para fins de argumentação,
caso superado todo o embasamento traçado para firmar o convencimento judicial sobre o
direito que assiste à parte autora, impende deixar prequestionadas eventuais violações aos
dispositivos constitucionais e às legislações infraconstitucionais acima mencionados, com o fito
único de viabilizar o ingresso à via recursal junto aos tribunais superiores, quais sejam o
Colendo Superior Tribunal de Justiça e o Egrégio Supremo Tribunal Federal.

H) VII.PEDIDOS

Ante o exposto, a parte autora requer:

i) A citação do INSS, em razão do exposto no art. 239 e seguintes do CPC, na pessoa de


seu representante legal para, querendo, apresentar defesa e acompanhar a presente
ação; sob pena dos efeitos da revelia;

j) A intimação do INSS para que junte aos autos cópia do processo administrativo (NB
XX/XXX.XXX.XXX-XX, DIB dd/mm/aaaa) na íntegra, CNIS atualizado da segurada e
eventuais documentos de que disponham e que se prestem para o esclarecimento da
presente causa; em conformidade com o § 1.º do art. 373 do CPC;

Caso seja apresentado aos autos documento ao qual a autora não teve prévio
acesso, a parte autora requer que lhe seja oportunizada a emenda ou retificação da
petição inicial;

k) A parte autora requer que não seja designada audiência de conciliação nos termos
do art. 334 do CPC;

l) Ao final, com ou sem contestação, a parte autora requer que a presente ação seja
julgada totalmente procedente condenando o INSS:

m) A revisar o benefício de aposentadoria por tempo de contribuição do professor (NB


XX/XXX.XXX.XXX-XX) concedido à autora na via administrativa, devendo o INSS ser
condenado a inserir no cálculo da média dos 80% maiores salários de contribuição da
segurada todo o período contributivo inclusive os salários de contribuição vertidos
pela segurada antes julho de 1994, garantindo à segurada o pagamento das
diferenças devidas desde a DER;

n) Condenar o réu ao pagamento de todas as diferenças devidas desde a DER


10/02/2016, bem como ao pagamento das parcelas vincendas, devendo todos os
valores serem monetariamente corrigidos, inclusive acrescidos dos juros moratórios
a contar da citação, incidentes até a data do efetivo pagamento, a ocorrer por meio
de RPV/precatório;

o) Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios


(quando cabíveis);

p) Deferir a produção de todas as provas em direito admitidas, em especial juntada de


documentos e o que mais o deslinde do feito vier a exigir;

q) Determinar a separação dos honorários contratuais de 25% do montante devido ao


autor, conforme contrato de prestação de serviço, ao NOME DO ESCRITÓRIO ca, CNPJ
XX.XXX.XXX/0001-00; e
r) Conceder à parte autora os benefícios da GRATUIDADE DA JUSTIÇA, assegurado pela
Constituição Federal, artigo 5.º, LXXIV e pelo Código de Processo Civil, nos termos
do artigo 98 e seguintes, por se tratar a parte autora de pessoa pobre na mais lídima
acepção jurídica do termo, não possuindo meios suficientes para custear eventuais
despesas processuais e/ou verbas de sucumbência sem o imediato prejuízo do
próprio sustento e de seus familiares, vide declaração firmada pela parte autora que
segue em anexo.

Dá-se a causa o valor de R$ 100.000.00 (cem mil) para fins processuais.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Cidade/UF, data do protocolo eletrônico.

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