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ILUSTRÍSSIMOS SENHORES CONSELHEIROS DAS JUNTAS DE RECURSO DE

JULGAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL.

Ref. Benefício n.º 42/192.949.085-0


Recorrente: CECILIA PENTEADO

CECILIA PENTEADO, já qualificado nos autos, por seu procurador que esta subscreve,
conforme procuração anexa ao processo, inconformado com a decisão fls. do Órgão
Competente do Instituto Nacional de Seguro Social, que negou o pedido de aposentadoria no
pedido de aposentadoria por tempo de contribuição, vem respeitosamente, com amparo no
artigo 305 e parágrafos, do Decreto 3.048/99, interpor RECURSO, expondo, para tanto, as
seguintes razões:

PRELIMINARMETE

Requer a possibilidade de reafirmação de DER, para quando o segurado


atingiu o tempo para a concessão da aposentadoria, nos termos da Instrução Normativa 77, que
dispõe sobre a administração de informações dos segurados e reconhecimento, a manutenção e
a revisão de direitos e beneficiários a Previdência Social e disciplina o processo administrativo
previdenciário no âmbito do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS:

“Art. 690. Se durante a análise do requerimento for verificado que o


segurado não satisfazia os requisitos para o reconhecimento do direito,
mas que os implementou em momento posterior, deverá o servidor
informar ao interessado sobre a possibilidade de reafirmação da DER,
exigindo-se para sua efetivação a expressa concordância por escrito.
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se a todas as situações que
resultem em benefício mais vantajoso ao interessado”
I - BREVE RESUMO DOS FATOS

A autora, apresentou seu pedido de aposentadoria por tempo de contribuição,


na data de 11/01/2021, apresentou toda a documentação pertinente para a concessão do
benefício, como as Carteiras de Trabalho e a Certidão de Tempo de Contribuição (CTC), assim
após análise o pedido fora indeferido por não possuir o tempo mínimo necessário na data do
requerimento, tendo sido apurado um tempo de 30 anos, 08 meses e 10 dias até a DER.

Ocorre que a requerente já cumpriu o tempo de contribuição necessário que


previa o pedágio de 50%, bem como já possui a carência mínima necessária de 180
contribuições para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição nos termos do art.
17 da EC 103/2019;

A requerente efetuou o pagamento em atraso dos períodos de 02/89 à 03/90 e


de 10/94 à 12/96, que não podem ser considerados para efeitos de carência, mas ainda são
considerados como tempo de contribuição, uma vez que a requerente preencheu todos os
requisitos para validação do período que já nem consta qualquer marca;

Deste modo, a requerente na verdade possuía na data da reforma (13/11/2019)


um tempo de 29 anos, 6 meses e 15 dias, sendo necessário cumprir um pedágio de 3 meses, ou
seja, necessários para concessão 30 anos e 3 meses;

O INSS computou até a DER 30 anos, 08 meses e 10 dias, ou seja, mais que
um suficiente para satisfazer os requisitos da regra de transição do art. 17 da EC 103/2019;

Desse modo, por mais que o período recolhido em atraso não possa ser
computado para efeitos de carência, ele deve ser computado para efeitos de tempo de
contribuição, inclusive de modo a infligir sob o cálculo para efeitos de pedágio, uma vez
que mesmo as contribuições em atraso de natureza indenizatória, devem ser computadas
para efeitos de tempo de serviço, excluída sua carência, conforme determina os artigos
art. 12, da lei 8.212/1991 e o art. 27 da lei 8.213/1991;

2
Ainda, as competências de 08/1988, 06/1990 e 04/1991, foram recolhidas em
duplicidade no pagamento da guia indenizatória, contudo, a requerente, possui o carnê do
INSS desse período, e essas competências já haviam sido recolhidas na época correta, e
não devem ser consideradas como indenizatórias, mas sim como contribuições normais,
como faz prova, a digitalização dos carnês nas fls. 20-23 do processo concessório, que
apenas não estavam lançadas no CNIS uma vez que há falhas no sistema para os
contribuintes individuais nesse período;
II – DOS PEDIDOS

Deste modo, requer:

1. Reconhecer o tempo de serviço para efeitos de cálculo das regras transitórias do


período de 02/89 à 03/90 e de 10/94 à 12/96, não sendo computados apenas para
efeitos de carência, mas de tempo de contribuição e reflexos no pedágio de
50% do art. 17 da EC 103/2019;
2. Computar as competências de 08/88, 04/90, 06/90 e 04/91 para efeitos tempo e
carência, haja vista, mesmo tendo sido recolhidas em duplicidade na guia
indenizatória, já haviam sido recolhidas no período correto, conforme fls 20
à 23 do processo concessório;
3. Seja refeito os cálculos transitórios, utilizando os períodos acima descritos
surtindo seus devidos efeitos nas regras transitórias;
4. Se necessária ainda, autoriza a reafirmação da DER para quando implementou as
condições para concessão do benefício pleiteado, ou tenha adquirido no decorrer
do processo para algum benefício mais vantajoso, conforme determina o art. 690
da IN 77/2015;

Termos em que
Pede Deferimento

Leme (SP), 04 de maio de 2021.

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MATHEUS FIGUEIREDO DE SOUZA
CPF/MF: 429.010.778-89

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