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GRUPO

CLAVES
Estudo de canto autônomo

E-BOOK
TEORIA VOCAL
E-Book 1

Um guia para as aulas


de canto

Neste guia você encontrará tudo


o que precisa para suas práticas
de canto diárias.

Estúdio de Canto Aruana Bargeri


Todos os direitos reservados.
Proibida a distribuição desse
material sem a autorização
expressa de seus idealizadores.
Sumário

1. Respiração e apoio
04
2. Anatomia Laringea
08
3. A pregas vocais
17
4. O palato
18
5. Isométrico, Isotônico e Isocinético
20
6. Avaliação Vocal
21
7. Classificação Vocal
22
8. Psicoacústica
25
9. Cantor Profissional X Cantor Amador
28
10. A impressão vocal
31
11.Nossos Ouvidos
34
12.Espelhamento Vocal
36
13.Mapeamento vocal
40
14.Prova Final
42
15.Teoria Musical Básica
43
16.Dinâmica de Palco
45
17.Referências
46
Capítulo 01

Respiração e Apoio

A voz é um instrumento poderoso, capaz de transmitir emoções e


conectar as pessoas de maneira profunda.
Para os cantores, dominar a técnica vocal é essencial para expressar
todo o potencial de sua voz. E um dos elementos fundamentais dessa
técnica é a respiração e o apoio adequados.

A respiração é a base de todo o processo vocal. É através dela que


obtemos o ar necessário para produzir o som. Uma respiração
adequada nos permite ter controle sobre a intensidade, a projeção e a
qualidade do som que produzimos. Além disso, uma boa respiração nos
ajuda a ter resistência vocal, evitando fadiga e possíveis lesões.

Muitas pessoas acreditam que “ter bom controle da respiração é a


técnica mais importante para se cantar bem”, porém não é só isso. Ter
um bom controle respiratório por si só não é garantia de um “bem
cantar”, mas controlar a respiração de forma que esse controle reflita no
resultado que você quer alcançar vocalmente, aí sim fará toda a
diferença. Treinos respiratórios serão efetivos no canto se forem bem
direcionados e treinados de maneira eficaz. É o que faremos nesse
capítulo.

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Capítulo 01

Para começar, é importante


entender os tipos de treinos
respiratórios e quais são os
mais indicados para quem
tem o objetivo de treinar a voz
cantada e a diferenciar
respiração de apoio.
A respiração, anatomo-
fisiológicamente é um
processo que envolve as vias
aéreas (nariz, boca, faringe,
laringe, traquéia e pulmões).
Para o ato de cantar, a
respiração pode ser mista, ou
seja, via boca e nariz, ou
somente via boca. Certo?

Isso porque a respiração efetuada


pelas vias aéreas (nariz) levam
mais tempo para chegar aos
pulmões, enquanto que pela boca
é como se pegássemos um atalho.
Mas veja bem, a respiração pela
boca somente é sugerida
enquanto se canta. Se no seu dia-
a-dia a sua respiração acontece
mais pela boca que pelo nariz,
sugerimos que busque por
atendimento com
otorrinolaringologista.

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Capítulo 01

Além da respiração, o apoio vocal é fundamental para garantir uma voz


cantada saudável e potente. O apoio consiste na utilização dos
músculos abdominais para controlar o fluxo de ar durante o canto.
Esses músculos atuam como uma espécie de suporte, fornecendo
estabilidade e controle ao cantor. Quando expiramos o ar ao chegar na
laringe sofre uma ressitência o que pode acontecer a esfincterização
dela, ou seja, a produção de um som estrangulado. O apoio auxilia para
que isso não ocorra.

Mas afinal o que é o apoio?


Diferente de apenas respirar, o apoio nada mais é do que o controle
que eu faço da saído do ar dos meus pulmões para a laringe, ou seja, de
como eu controlo a minha expiração durante a fonação.
No canto contemporâneo esse controle de saída de ar é denominado
como Sistema de Pressurização Subglótica (SPSb) e a técnica de apoio é
chamada de “gangorra abdominal” por ser a técnica que nos permite
melhor mobilidade e maximização da estabilidade do fluxo de ar
mesmo que estando em movimento. A mecânica está em:

Expandir o tórax ao respirar


Encolher a barriga para dentro do umbigo para baixo
Fazer pressão para fora na região do plexo solar

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Capítulo 01

A “gangorra abdominal” utilizará, além dos músculos diafragma e


intercostais, a cinta abdominal, aquela que as dançarinas de dança do
ventre movimentam em ondas. Pois é, essa cinta além de mais eficaz
para evitar um “estrangulamento” da laringe, também auxilia para que o
ar que passa pelas pregas vocais seja usado com moderação.
Imagine que você vai entrar em uma piscina. Você respira fundo e ao
mergulhar o ar vai saindo devagar pelas suas vias aéreas para que você
consiga permanecer o máximo de tempo possível de baixo d’água.
Cantar é bem parecido, nós respiramos, seguramos esse ar e vamos
soltando a medida que formos precisando a depender do som que
pretendemos criar com nossa a nossa voz.

Então, “mãos-a-obra”! Lembre-se de que a respiração e o apoio


adequados são a base para uma técnica vocal sólida. Praticar exercícios
regulares de respiração e apoio ajudará a fortalecer esses músculos e
aprimorar sua habilidade vocal ao longo do tempo. Não se esqueça de
que a técnica vocal requer prática constante e principalmente, paciência.

Agora você abrirá o seu E-Book de exercícios vocais e treinará o proposto na


página 6.
Bons treinos e até a próxima aula.

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Capítulo 02

Anatomia Laringea

A laringe é uma estrutura fundamental no processo de produção


vocal. É nessa região do corpo que se encontram os músculos e as
cartilagens responsáveis por controlar e modular a voz. Para os
cantores, compreender a anatomia e o funcionamento dessas
estruturas é essencial para desenvolver uma técnica vocal sólida e
saudável. Além disso, para um cantor ter liberdade de cantar como
ele desejar e ser dono de sua voz, ele precisa entender o que
acontece dentro dele e como seu corpo se comporta quando ele
produz determinado som. Isso se chama própriocepção, ou seja,
sentir em si mesmo o movimentos dos musculos laríngeos.

Neste capítulo iremos abordar os músculos intrínsecos da laringe


que desempenham um papel fundamental na produção da voz
entre outras funções. Esses músculos são responsáveis por
controlar a tensão e o posicionamento das pregas vocais, bem
como por regular o fluxo de ar através da laringe.

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Capítulo 02

Cartilagens Laringeas

A laringe é composta por diversas cartilagens, sendo as mais


importantes para nós no moemento as cartilagens tireoide, a cartilagem
cricóidea e a cartilagem aritenóidea

A cartilagem tireoidea é a maior e mais


proeminente, formando a chamada "pomo de
Adão". Possui o formato de um escudo, com
duas lâminas que se juntam e formam uma
proeminência que varia de acordo com o sexo
sendo melhor visualizada no sexo masculino.
Ela protege as pregas vocais que ficam alojadas
em seu interior e desempenha um papel
importante na produção do som.

A catilagem cricóidea é uma cartilagem unica e


a segunda maior da laringe e formato de anel,
localiza-se abaixo da cartlagem tireoidea e
articula-se junto a ela principalmente no
extiramento da prega vocal.

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As cartilagens aritenóideas, são um par
de cartilagens que se posicionam entre as
cartilagens tireoidea e cricóidea na posição
posterior (na parte de tras) destas, tem
formato piramidal e não varia conforme o
sexo da pessoa. É o ponto de fixação
posterior da prega vocal e por essa razão é
chamada de processo vocal. Também são
responsáveis pela abertura (abdução) e
fechamento (adução) das pregas vocais,
processo que iremos abordar mais
detalhadamente logo mais.

Em se tratando de cartilagens, também não


podemos deixar de citar a cartilagem
epiglote. Apesar de atuar muito pouco no
processo fonatório, sua função é proteger as
vias aéreas, ou seja, os pulmões através do
selamento das pregas vocais para que o
alimento possa seguir para o esôfago. Em
alguns estilos de canto, a epiglóte pode
auxiliar no volume e na projeção vocal

Fonte das imagens: https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cartilagens-da-laringe

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Capítulo 02

Músculos Intrínsecos da Laringe

Assim como em qualquer parte de nosso corpo, nossos ossos e


cartilagens não realizam movimentos sozinhos, são necessários
músculos para que essa tarefa seja cumprida.
Na nossa laringe não é diferente, então para que as cartilagens
funcionem, elas são envolvidas por pequenos músculos dos quais
desempenham movimentos junto a elas por meio de sinais elétricos
cerebrais.

E assim como em qualquer parte do corpo humano, os músculos


precisam ser trabalhados e fortalecidos sempre que precisam
desempenhar atividades de alta performance, como por exemplo,
cantar!
Igual a um jogador de futebol que precisa de treinos diários para
fortalecimento muscular e desenvolvimento de estratégias de jogo, o
mesmo ocorre com os treinamentos vocais, treinos diários para
fortalecimento muscular laringeo e técnicas de canto para que na hora
de cantar possamos executar com êxito os objetivos que desejamos
alcançar quando cantamos.

Porém, o fortalecimento e o desenvolvimento de tecnicas vocais não é


uma tarefa fácil e leva algum tempo para o corpo e o cérebro se
adaptarem, já que o processo cognitivo do canto é mais complexo do
que talvez imaginamos. Mas esse é um assunto que será abordado mais
afrente.
Então, para começar vamos entender a funcionalidade de cada músculo,
além de realizar exercícios voltados especificamente para cada um
deles.
A musculatura laringea é dividida em dois agrupamentos de músculos
intrínsecos e de músculos extrínsecos, sendo o primeiro agrupamento
nosso foco nesse momento.

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Capítulo 02

A musculatura intrínseca da Laringe possui relação direta com a


fonação porque controlam a frequência e a intensidade vocal porque
produzem força de tração nas cartilagens que consequenciam em uma
variedade de movimentos das pregas vocais e da laringe formando
assim sons variados.
Para facilitar, vamos pensar esses músculos dentro de suas respectivas
funções, também usaremos suas respectivas siglas, tendo em vista que
ficará mais fácil para você memorizar já que os nomes são um pouco
“incomuns”. Não se preocupe em decorar os nomes em apenas uma
aula, iremos falar deles a todo momento durante o curso e conforme
formos repetindo você vai memorizando.
Lembrando que é de extrema importância que se tenha em mente não
apenas a função muscular de forma teórica, mas que você possa sentir
a musculatura em ação enquanto cantar. Por isso faremos exercícios
específicos para cada grupo muscular na intenção de que você possa
desenvolver a autopercepção deles na prática.

Para deixar tudo mais organizado, vamos dividir as musculaturas em


três grupos:

O grupo dos músculos abdutores: CAP


O grupo dos músculos adutores: AA, CAL e TAE
O grupo dos músculos tensores: CT e TAI

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Capítulo 02

O grupo de musculos intrínsecos abdutores chamados CAP


(Cricoaritenóideos Posteriores): atuam durante a respiração
promovendo a abertura das pregas vocais (por isso o prefixo ab-dução),
também chamados de "músculo da vida". É ativado durante a
respiração e portanto ele abre as pregas vocais para que o ar possa
entrar para os pulmões. Mas se engana quem acredita que eles não
possuem função durante a fonação, já que para o som ser produzido as
pregas vocais têm que estar fechadas. Durante a fonação, os CAPs
estabilizam as cartilagens aritenoideas (se não se lembra quem são elas
volte algumas páginas), prevenindo que elas sejam puxadas para frente
por ação de outros músculos. Portanto, exercícios de emissão de voz
sustentada e prolongada, mantendo-se constantemente a intensidade, a
tonalidade e a qualidade vocal, possívelmente contribuam no sentido de
desenvolver a estabilidade das cartilagens aritenóideas e
simultaneamente os CAPs favorecendo a estabilidade vocal
fundamental no canto.

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Capítulo 02

O grupo de músculos intrínsecos adutores, são compostos pelos


músculos AA (aritenóideos), CAL (cricoaritenóideos laterais) e TAE
(tireoaritenóideos externos): são responsáveis por fecharem a glote e
controlar as diferenças na intensidade vocal. Mas o que isso quer dizer?
quer dizer que eles alongam, encurtam e fecham a glote na intenção de
controlar a pressão subglótica (expiração), ou seja, a passagem do ar
diretamente nas pregas vocais. Eles atuam em conjunto com o apoio
vocal.

Os músculos AA são responsáveis pela adução da parte posterior da


prega vocal, ou seja, pelo fechamento da parte de trás dela. São
denominados como músculo aritenóideo transverso (AT) e músculo
aritenóideo oblíquo (AO). Por serem músculos mais “fracos” precisam
da atuação outros músculos mais resistentes para atuar com eles. Estão
entre as duas cartilagens aritenóideas e sua função é juntar essas duas
cartilagens para que as pegras vocais se encontrem. Também atuam em
conjunto com o palato e interferem no brilho vocal.

Exercícios que trabalham essa ligação entre eles são os de humming


(boca chiusa) e você encontrará no seu E-Book de exercícios na página....

AT AO

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Capítulo 02
Os músculos CAL é um músculo par que aduz (fecha), alonga e abaixa a
prega vocal. A estimulação do CAL em conjunto com o AA causam o
aumento da pressão subglótica porque fecham a prega vocal por
completo. Quando o ar passa o som é formado. Agindo sozinho, o
cricoaritenóideo lateral não é capaz de fechar completamente a rima
glótica. Parte do ar desvia-se das pregas vocais e, por isso, não é capaz
de provocar sua inteira ressonância. Isso produz o sussuro.

Exercícios para treinar esse par, você encontra na página ... do seu E-
Book de exercícios.

CAL CAL

Os músculos TAE compõem o corpo das pregas vocais e tem a função


de aduzir (fechar), abaixar e encurtar as pregas vocais e atua
principalmente no controle da intensidade e aumento da resistência
glótica, suas fibras são fortes, de contração rápida porém mais
fatigáveis.

Exercícios para trabalhar essa músculatura, você encontrará no seu E-


Book de exercícios na página....

TAE
TAE TAE

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Capítulo 02

O grupo de músculos intrínsecos tensores são compostos pelos TAI


(tireoaritenóideos internos) e CT (cricotireóideos) e são responsáveis por
encurtar e alongar as pregas vocais, ou seja, modulam as notas que
produzimos com nossa voz.

Os TAIs, também conhecidos como músculo vocal, atuam diretamente


na emissão vocal e são músculos de atuação lenta, com fibras mais
fracas porém altamente resistentes. Estão ligados a prega vocal que se
alojam em sua borda. Atua em grande faixa de fonação desde os graves
até agudos dentro de várias sinergias.

TAI

TAI TAI

Já o músculo CT tem ação adutora secundária das pregas vocais, é o


maior músculo intrinseco da laringe e se encontram entre as cartilagens
cricóideas e tireóideas. Tem a função de aduzir, abaixar, estirar, alongar
e afilar as pregas vocais. Também é um músculo de controle de
frequencia da voz e produz sons mais agudizados tem função
secundária.

Na página 14 do seu E-Book de exercícios, você encontrará treinos


específicos para o desenvolvimento dessa musculatura. Bons estudos!

CT
CT

CT

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Capítulo 03

As pregas vocais

Em resumo, as pregas vocais são estruturas localizadas na laringe, que é


a parte superior da traqueia. Elas desempenham um papel fundamental
na produção da voz e estão envolvidas na fonação. As pregas vocais são
compostas por tecido muscular e ligamentar revestido por uma camada
de mucosa. Elas são formadas por duas dobras separadas chamadas
pregas vestibulares (superiores) e pregas vocais verdadeiras (inferiores).

As pregas vocais verdadeiras são as principais responsáveis pela


produção de som durante a fala. Quando uma pessoa fala, o ar dos
pulmões é expelido pela traqueia e passa pelas pregas vocais, fazendo
com que elas vibrem.

Essas vibrações geram ondas sonoras que são moldadas pela boca,
língua, lábios e outros órgãos articulatórios para produzir os diferentes
sons da fala. Além de desempenharem um papel importante na
produção da voz, as pregas vocais também têm uma função protetora,
ajudando a evitar que partículas indesejadas entrem nas vias
respiratórias durante a respiração.

É importante destacar que o uso excessivo ou inadequado das pregas


vocais, como gritar ou falar em tom muito alto, pode causar fadiga vocal,
rouquidão e até lesões nas pregas vocais. Se a sua voz apresentar
problemas persistentes como por exemplo rouquidão há mais de 15
dias é recomendado procurar um médico otorrinolaringologista para
avaliação e tratamento adequados o mais rápido possível para assim
evitar danos permanentes.

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Capítulo 04

O palato
O palato é uma estrutura anatômica localizada no teto da cavidade
oral. Ele é dividido em duas partes: o palato duro, que é a porção
anterior e óssea, e o palato mole, que é a porção posterior e flexível.

A função principal do palato na fonação está relacionada à produção


dos sons das consoantes. Durante a fala, o ar expelido pelos pulmões
passa pela traqueia, pela laringe e, em seguida, pela cavidade oral. O
palato desempenha um papel importante na articulação dos sons,
ajudando a modular e direcionar o fluxo de ar para produzir diferentes
consoantes.

Quando ocorre a produção de sons como /k/, /g/, /t/, /d/, entre outros,
o palato duro age como uma barreira, bloqueando o fluxo de ar pelo
nariz e direcionando-o apenas pela cavidade oral. Isso resulta em sons
denominados consoantes oclusivas, que são produzidos quando o
fluxo de ar é parcial ou completamente interrompido e, em seguida,
liberado.

Já o palato mole, que é uma estrutura muscular flexível no final do


palato, desempenha um papel importante na produção dos sons
nasais, como o som da letra "m" (/m/) e do "ng" (/ŋ/). Durante a
pronúncia desses sons nasais, o palato mole é abaixado, permitindo
que o ar flua tanto pela cavidade oral quanto pelo nariz.

Além de sua função na fonação, o palato desempenha um papel crucial


na mastigação e na deglutição, ajudando a direcionar o alimento para a
faringe durante o processo de engolir, enquanto mantém a separação
entre a cavidade oral e a cavidade nasal.

Palato duro Palato mole

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Capítulo 04

Quando cantamos, exercitamos o palto mole para que ele se eleve.


Chamamos isso de cobertura da voz.

Cobertura é a amplificação do espaço na região posterior do trato


vocal, que consistem elevação do palato mole, abaixamento da laringe
e ampliação da faringe. Também podemos observar a cobertura vocal
diante da voz nasalizada onde não há a elevação do palato mole. Dessa
forma há três tipos de coberturas: a ausência de cobertura (quando
não há ampliação do espaço posterior), a meia cobertura (ampliação
inetermediária) e a cobertura completa (máxima ampliação). Quanto
maior o espaço no trato vocal, mais escuro irá soar o tembre da voz.

É importante destacar que qualquer alteração na estrutura do palato


ou em sua função pode afetar a fala e a capacidade de articulação dos
sons corretamente. Em casos de problemas relacionados ao palato ou
à fala, é recomendado procurar um fonoaudiólogo ou um profissional
de saúde especializado em distúrbios de fala e linguagem para uma
avaliação adequada e intervenção, se necessário.

Na página 18 do seu E-Book de exercícios, você encontrará treinos


específicos para o cuidado com as pregas vocais e desenvolviemento da
independência do palato. Sugiro acrescentar esses exercícios junto ao
cronograma de condicionamento dos músculos laringeos do capítulo 02.
Bons estudos!

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 19


Capítulo 05

Isometrico, Isotônico e Isocinético

Programas de treinamento de peso para voz cantada: consiste em


melhora da força e da ressitência muscular e que irá depender da
frequência, duração e intensidade do programa de treinamento. Três
categorias de métodos de exercícios são utilizados para desenvolver a
força e a resistência dessa musculatura e são: Isométrico (estáticos),
isotônicos (dinâmicos, concentricos e excentricos) e isocinéticos.

Os exercícios de carater isométricos, envolvem ressitência sem


movimento (ex: empurrar uma parede). Desenvolve tensão nos
elementos contráteis musculares, mas o músculo não contrai ou estira.
Melhor treinamento implica em contração máxima segurando por 6s
com repetição diária de 5 à 10 vezes. Vantagem é que não precisa de
equipamentos e é fácil de fazer. Desvantagem o ganho de força ocorre
apenas no ângulo da articulação onde a força é aplicada.

Os exercícios isotônicos, envolvem resistência com movimento (ex.


elevação de peso). Criam tensão muscular por toda a extensão da
articulação em movimento. Ocorrem contração concêntrica
(encurtamento do musculo) e contração excêntrica (alongamento do
músculo). Recomenda-se usar os principais grupos musculares ao
menos duas vezes por semana com 8 a 12 repetições; deve gerar
fadiga muscular ao final de cada série e ser feito ao menos três vezes
por semana. Desafio é desenvolver exercícios que isolem e trabalhem
grupos musculares específicos.

Os exercícios isocinéticos, envolvem resistência e uma velocidade


constantes. O músculo encurta contra uma resistência acomodada que
é igual à força produzida. Exercícios que são realizados com velocidade
diminuida produzem maiores ganhos. Nesse momento usa-se escalas,
onde o cantor produz sons mais ou menos intensos enquanto modifica
a frequência. ocorre mudança na resistência quando um cantor faz
uma escala em um volume e então aumenta este volume, isto é,
exercitar com sobrecarga.

O cronograma de exercícios semanal se encontra no seu E-Book de


exercícios na página 27 Bons Estudos!

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 20


Capítulo 06

Avaliação Vocal

De certo modo, há o que podemos chamar de "normal" ou "saudável",


porém os tipos de voz nunca devem ser analisados de forma isolada.
Deve-se levar em consideração uma série de fatores como:
psicológicos, genéticos, hereditários, saúde e social, além do modismo.

Sendo assim, certos tipos de “disfonias” devem ser consideradas um


conceito negociável porém sem descartar hipóteses de que realmente
algo mais sério possa estar acontecendo com o indivíduo ao perceber
mudanças na sua voz.

Para isso, antes de qualquer julgamento precipitado, quando surgirem


duvidas a cerca de um tipo vocal estar sofrendo ou não algum dano, se
faz necessária a avaliação de otorrinolaringologista para então
podermos prosseguir com a consciência de que está tudo bem com o
nosso “instrumento” musical.

Segundo Mara Behlau, podemos destacar alguns tipos mais comuns


em clínicas lembrando que nem sempre as mesmas vão se caracterizar
como sendo problemáticas ou erraticas.

São elas: voz rouca, áspera, soprosa, sussurrada, fluida, gutural,


comprimida, tensa-estrangulada, bitonal, doplofônica, polifônica,
monótona, trêmula, pastosa, branca, crepitante, infantilizada,
feminilizada, virilizada, presbifônica, hipernasal, hiponasal e com
nasalidade mista.

Portanto, se suas características vocais estiverem de acordo com


algumas das pontuadas acima, peça ajuda a um profissional para
melhor avaliá-la.

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 21


Capítulo 07

Classificação Vocal
As classificações vocais dentro do treino de canto podem variar de
nomenclatura de acordo com a escola de formação do cantor.
Geralmente, alguns alunos me perguntam qual sua classificação vocal
levando em consideração a classificação da formação em canto
Clássico ou Lírico que consiste em subdividir as vozes nas seguintes
classificações: Baixo, Barítono e Tenor (para as vozes de gênero
masculino) e Soprano, Mezzo-Soprano e Contralto (para as vozes de
genero feminono), sempre pensando das classificações mais agudas
para as mais graves.

A questão é que no canto Contemporâneo, como é o nosso caso, esse


tipo de classificação não é considerada a mais adequada, já que os
estilos de música dos quais o cantor que fará uso desse tipo de técnica
canta músicas em tonalidades diferentes e com modificações
constantes do seu timbre vocal. Um exeplo simples, imagine que você
tem o objetivo de cantar em um evento a música “É preciso saber viver”
dos Titãs, e começa a cantá-la com a voz imposta igual ao do Andrea
Bocelli. Acho que não iria cair muito bem. Da mesma forma, você
decide cantar a música “Nessun Dorma” de Luciano Pavaroti, com as
mesma técnica vocal que você usaria para cantar as músicas do Axel
Rose.

Isso não significa que um treino técnico seja melhor ou pior que o
outro, mas que para cada objetivo que se deseja alcançar vocalmente,
a escolha das técnicas certar só te trarão mais prazer em cantar. Eu tive
o prazer de poder me formar em canto Clássico na minha primeira
formação musical e ainda hoje os treinos vocais me são muito úteis
quando preciso cantar músicas desse estilo. Inclusive, no E-Book de
exercícios de vocês, alguns exercícios foram inspirados do canto
clássico.

Mas por hora, ficaremos com a classificação vocal em canto


contemporâneo, o qual nos utilizaremos das chamadas, sinergias. E é
nesse momento que todo aquele estudo dos músculos vocais entram
em ação.

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 22


Capítulo 07

Segundo Ariel Coelho, sinergias é a relação combinada dos musculos


laringeos com os nosso articuladores, ou seja, língua, lábios, nariz, boca
e etc. Essa ação combinada são responsáveis pela qualidade da nossa
voz, ou seja, pelo nosso timbre vocal. Diante disso, podemos pensar
que ao modificarmos essas ações, também conseguimos modificar
nosso timbre para que nossos objetivos vocais sejam alcançados.

O problema é que geralmente temos receio de fazer modificações


vocais porque acabamos estranhando ou não nos sentindo como
sendo nós mesmos quando essas mudanças acontecem, já que a nossa
qualidade vocal também está muito ligada a nossa personalidade, a
nossa história e nossa cultura.

Essas ações combinadas de músculos são chamados de Sistemas de


Pressurização Transglótica (SPTg) e nesse E-Book veremos uma parte
desse sistema, trabalhando as funções musculares em conjunto com a
nossa afinação vocal. No próximo E-Book iremos aprofundar ainda
mais nesse assunto.

Para começar, vamos relembrar um pouco as musculaturas e suas


funções de abdução, adução e firmador. Caso não se lembre,
aconselho que volte para o capítulo 02 para relembrar.

Sinergia Primária - Ação conjunta dos músculos TA e CT. Produzem


sons que vão do Mi3 ao Re#3 (piano).
Sinergia Secundária - Ação conjunta dos músculos CT e TA. Produzem
sons que vão do Mi4 ao Si4 (piano).
Sinergia Plena Primária - Ação conjunta dos músculos IAT - CAL e CT -
TA. Produzem sons que vão do Dó5 ao Dó6 (piano).
Sinergia Plena Secundária - Ação conjunta dos músculoa CAL - IAT e
TA - CT. Produzem sons que vão do Dó2 ao Sol2 (piano).
Sinergia Plena Terciária - Ação conjunta dos músculos CAP - CAL - IAT,
CT - TA e TV. Produzem sons que vão do Do#6 ao Si6 (piano).
Também devemos destacar:
Ação Isolada do TAE - Sons produzidos do Sol#2 ao Re#3 (piano).
Ação Isolada do CT - Sons produzidos do Mi4 ao Si4 (piano).
Pré-Báscula - Sons produzidos do Mi2 ao Sol2 (piano)

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 23


Capítulo 07

Entenda que todos somos capazes de cantar bem dentro de todas as


sinergias citadas acima, desde que capacitemos nossos músculos para
isso.

Agora, quando estiver em aula, peça para seu (sua) professor (a) de
canto te auxiliar a entender em quais sinergias você tem mais
facilidade para cantar e quais serão necessárias serem trabalhadas
para aumentar sua capacidade e desempenho vocal.

Lembrando que as sinergias serão trabalhadas a partir dos objetivos


que você quer alcançar com a sua voz. Se seu objetivo é poder cantar
qualquer tom e qualquer estilo, então aconselho a estudar todas as
sinergias propostas. Mas caso seu objetivo seja se manter na sua zona
de conforto, então aconselho a estudar bem essa musculatura para
que ela possa estar sempre pronta.

Outra vantagem em estudar as sinergias, além de melhorar o


desempenho vocal é a pouca necessidade que você terá em mudar os
tons das múscas para que elas se “encaixem” na sua capacidade voca. E
sim, você desenvolver a capacidade de cantar no tom que quiser. Isso,
com certeza nos dá maior sensação de liberdade vocal.

Então, após entender quais as sinergias você terá que dar manutenção e
quais as que você terá que desenvolver, abra seu E-Book na página 31 e
bons estudos!

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 24


Capítulo 08

Psicoacústica

Você já parou para pensar que todo o processo vocal não depende
somente da sua estrutura laringea como também do seu cerebro? A
fonação tem origem no cortex cerebral. Só para você entender, o
córtex cerebral, também conhecido como neocórtex, é a camada
externa e altamente desenvolvida do cérebro. É responsável por várias
funções cognitivas complexas, como percepção, pensamento,
linguagem, memória, consciência e tomada de decisão.

A função básica do córtex cerebral é processar informações sensoriais


do ambiente e coordenar respostas motoras apropriadas. Ele recebe
informações de diferentes partes do corpo através dos sentidos, como
visão, audição, tato, paladar e olfato, e integra essas informações para
formar uma percepção coerente do mundo ao nosso redor.
Além disso, o córtex cerebral desempenha um papel crucial em
funções cognitivas superiores, como pensamento abstrato, raciocínio
lógico, planejamento, tomada de decisão e resolução de problemas. Ele
também está envolvido em processos de linguagem, tanto na
compreensão quanto na produção da fala.

O córtex cerebral é altamente plástico, o que significa que pode se


adaptar e reorganizar suas conexões neurais ao longo da vida em
resposta a experiências e aprendizado. Essa plasticidade é
fundamental para a capacidade do cérebro de aprender, memorizar e
se adaptar a novas situações. Em resumo, o córtex cerebral é
responsável por uma ampla gama de funções cognitivas e perceptivas
complexas, desempenhando um papel central na nossa experiência
consciente e no processamento de informações do mundo ao nosso
redor.

Uma área importante é conhecida como área de Broca, localizada no


hemisfério dominante do cérebro, geralmente no lobo frontal
esquerdo. A área de Broca desempenha um papel crucial na produção
da fala articulada e na organização da linguagem. Lesões nessa área
podem resultar em uma condição conhecida como afasia de Broca, na
qual a capacidade de produzir fala fluente e estruturada é afetada,
embora a compreensão da linguagem permaneça relativamente
preservada.
E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 25
Capítulo 08

Outra área relevante é a área de Wernicke, localizada no lobo temporal


esquerdo, adjacente à área auditiva primária. A área de Wernicke
desempenha um papel fundamental na compreensão da linguagem e
na formação de sentenças gramaticalmente corretas. Lesões nessa
área podem resultar em uma condição conhecida como afasia de
Wernicke, na qual a fala produzida é fluentemente articulada, mas
incoerente e com dificuldades de compreensão.

Em suma, a produção da fala envolve uma complexa rede de áreas


corticais e subcorticais que trabalham em conjunto. O córtex motor
primário, o córtex pré-motor, a área de Broca, a área de Wernicke e
outras áreas corticais desempenham papéis específicos na produção e
compreensão da fala, enquanto as estruturas subcorticais estão
envolvidas no controle motor fino e na coordenação dos movimentos
necessários para a fonação.

A produção da voz cantada envolve um processo complexo no córtex


cerebral, que inclui várias áreas corticais especializadas na percepção e
produção da música.

A percepção e apreciação da música ocorrem em áreas corticais


auditivas localizadas no lobo temporal, como o córtex auditivo primário
e o córtex auditivo associativo. Essas áreas são responsáveis por
processar os aspectos tonais, melódicos e rítmicos da música. Quando
se trata da produção da voz cantada, a ativação no córtex cerebral é
semelhante à produção da fala, envolvendo áreas corticais motoras e
de linguagem. O córtex motor primário e o córtex pré-motor
desempenham papéis importantes na ativação dos músculos
envolvidos na produção da voz cantada.

No entanto, há uma diferença crucial na produção da voz cantada em


comparação com a fala regular. Na voz cantada, a melodia, a afinação e
a expressividade são aspectos essenciais. Esses elementos são
controlados em grande parte pelo córtex pré-frontal e pelas áreas
corticais adjacentes.

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 26


Capítulo 08

O córtex pré-frontal está envolvido no planejamento e na organização


dos movimentos vocais necessários para produzir diferentes notas
musicais e melodias. Ele também desempenha um papel na expressão
emocional da música, permitindo que o cantor transmita sentimentos e
intenções por meio da voz. Além disso, o córtex cerebral é capaz de
aprender e armazenar padrões musicais e melodias. O córtex auditivo
associativo e outras áreas corticais, como o giro temporal superior,
estão envolvidos na memória musical e na capacidade de reproduzir
melodias aprendidas.

É importante destacar que a expressão emocional na voz cantada não


está limitada apenas às áreas corticais relacionadas às emoções. A voz
cantada também envolve a ativação de áreas corticais motoras e de
linguagem, como o córtex motor primário, o córtex pré-motor e a área
de Broca. Essas áreas estão envolvidas na produção dos movimentos
vocais necessários para expressar as nuances e as emoções da música,
como variações de tom, ritmo, intensidade e articulação.

Então, quando cantamos, devemos pensar em uma via de mão dupla


entre cantor e público. Para que o canto seja apreciado, de nada
adianta ter a melhor técnica vocal desenvolvida e cantar com toda sua
alma, se o publico para o qual você desempenha sua performance não
se identifica com você ou com seu estilo de música. Portanto, quando
pensar em montar seu repertório tenha em mente o público que você
quer alcançar.

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 27


Capítulo 09

Cantor profissional x Cantor amador

Sim, além das diferenças na formação da voz cantada no cérebro,


existem outras diferenças entre cantores profissionais e amadores.
Essas diferenças abrangem vários aspectos, incluindo técnica vocal,
desempenho, experiência de palco e profissionalismo. Aqui estão
algumas das diferenças observadas:

Técnica vocal: Cantores profissionais geralmente têm uma técnica vocal


mais desenvolvida e refinada. Eles possuem um conhecimento
aprofundado da anatomia e fisiologia vocal, o que lhes permite usar
efetivamente os músculos e as estruturas vocais para obter uma
produção vocal saudável, controlada e expressiva. Cantores
profissionais dominam o uso adequado da respiração, projeção vocal,
ressonância e articulação, o que contribui para um som vocal mais
consistente e agradável.

Desempenho: Cantores profissionais tendem a ter um desempenho


mais consistente e confiante. Eles estão acostumados a se apresentar
regularmente e possuem técnicas para controlar o nervosismo e lidar
com as pressões do palco. Cantores profissionais são mais capazes de
se conectar com o público, transmitir emoção e contar uma história por
meio da música, tornando suas performances mais envolventes e
impactantes.

Experiência de palco: Cantores profissionais normalmente acumulam


uma ampla experiência de palco ao longo de suas carreiras. Eles estão
familiarizados com os aspectos práticos do desempenho ao vivo, como
a interação com outros músicos, o uso adequado do microfone, o
monitoramento do som e a adaptação a diferentes ambientes e
condições acústicas. Essa experiência de palco contribui para um
desempenho mais suave e profissional.

Repertório e conhecimento musical: Cantores profissionais geralmente


têm um repertório mais amplo e diversificado. Eles estão expostos a
uma variedade de estilos musicais e têm conhecimento sobre
diferentes gêneros e períodos musicais. Isso lhes permite abordar uma
variedade de canções e se adaptar a diferentes contextos musicais com
maior facilidade.

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 28


Capítulo 09

Dedicação e profissionalismo: Cantores profissionais têm um nível de


dedicação e comprometimento mais elevado em relação à música. Eles
geralmente investem tempo e esforço significativos no aprimoramento
de suas habilidades vocais, na prática regular, no estudo da música e
na busca contínua de aperfeiçoamento. Além disso, cantores
profissionais frequentemente tratam a música como uma profissão,
buscando oportunidades de trabalho, colaborando com outros
músicos e investindo em sua carreira de forma estratégica.

É importante lembrar que essas diferenças não devem ser vistas como
um julgamento de valor ou uma limitação para cantores amadores.
Cantar é uma atividade maravilhosa e gratificante, independentemente
do nível de experiência ou profissionalismo. Cantores amadores
também podem desfrutar da música, aprimorar suas habilidades
vocais e encontrar satisfação pessoal por meio do canto,
independentemente de atingirem um nível profissional.

Isso tudo é apenas para mostrar que um cantor para se tornar


profissional, percorre um caminho de muita dedicação e que leva
tempo, ou seja, se você é uma pessoa ansiosa e quer as coisas para
ontem, vamos ter calma e entender que você tem a capacidade de
chegar aonde você quiser, desde que respeite seu tempo e seus
limites. E aqui estão algumas dicas para cantores amadores que
desejam melhorar sua técnica vocal:

Aquecimento vocal: Antes de cantar, é importante fazer um


aquecimento vocal adequado. Isso inclui exercícios de respiração,
vocalizes (exercícios específicos para a voz) e alongamento suave dos
músculos vocais. O aquecimento prepara a voz para o canto, ajuda a
evitar lesões e melhora a qualidade vocal.

Respiração adequada: A respiração é fundamental para o canto.


Pratique técnicas de respiração diafragmática, onde você expande sua
barriga ao inspirar e a contrai ao expirar. Isso permite que você tenha
um suporte respiratório sólido para produzir um som vocal mais
controlado e sustentado.

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 29


Capítulo 09

Ouça-se e grave-se: Ouça atentamente suas próprias gravações


enquanto canta. Isso ajudará você a identificar áreas que precisam ser
aprimoradas, como problemas de afinação, falta de projeção ou
tensões vocais. A gravação também permite que você acompanhe seu
progresso ao longo do tempo.

Busque orientação profissional: Considere trabalhar com um professor


de canto experiente. Um professor qualificado pode ajudar a identificar
pontos fortes e áreas de melhoria, fornecer exercícios específicos para
sua voz e orientar seu desenvolvimento vocal de forma adequada e
saudável.

Pratique regularmente: A prática consistente é fundamental para


melhorar sua técnica vocal. Dedique um tempo regularmente para
praticar exercícios vocais, trabalhar em músicas e aprimorar suas
habilidades. Lembre-se de não exagerar e respeitar os limites da sua
voz e do seu corpo.

Lembrando que cada voz é única, e o que funciona para uma pessoa
pode não funcionar para outra. Portanto, é importante adaptar essas
dicas às suas necessidades individuais e respeitar os limites da sua voz.
Com paciência, persistência e prática, você pode melhorar sua técnica
vocal como cantor amador e desfrutar de uma experiência vocal mais
gratificante.

Aproveitando o tema, continue com a sua prática vocal no seu E-Book


de exercícios vocais da página 35 e bons estudos!

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 30


Capítulo 10

A impressão vocal

O que estou ouvindo de fato. A forma como escutamos as músicas faz


toda a diferença ao cantor. A diferença que você percebe entre sua voz
quando ouvida pessoalmente e quando gravada é devida a uma
combinação de fatores físicos e psicológicos.

Quando você fala ou canta, a vibração sonora gerada pelas suas pregas
vocais se propaga por dentro do seu corpo, incluindo a cavidade oral, a
cavidade nasal e os ossos da cabeça. Essa vibração é transmitida
diretamente para o seu ouvido interno, onde é percebida como som.
Isso é chamado de via aérea.

Por outro lado, quando você ouve sua própria voz gravada, você está
ouvindo o som que foi captado por um microfone e reproduzido por
meio de alto-falantes ou fones de ouvido. Esse som é transmitido pelo
ar e chega aos seus ouvidos externos. Essa é a via aérea externa.

A principal diferença entre as duas vias está na forma como o som é


transmitido e ressona dentro do corpo. Quando você ouve sua voz
pessoalmente, a ressonância e a vibração dos tecidos moles e dos
ossos do crânio podem dar à sua voz uma qualidade mais profunda e
encorpada. No entanto, quando você ouve sua voz gravada, essa
ressonância interna é eliminada e você ouve apenas a parte do som
que foi captada pelo microfone e reproduzida pelos alto-falantes.
Como resultado, sua voz gravada pode soar mais aguda, mais fina ou
diferente em termos de timbre em comparação com o que você está
acostumado a ouvir.

Além disso, existe um componente psicológico envolvido. Quando você


ouve sua própria voz gravada, você está ouvindo sua voz como os
outros a ouvem. Essa discrepância entre sua percepção interna da sua
voz e a percepção externa pode parecer estranha ou desconfortável no
início, o que pode contribuir para a sensação de que sua voz soa
diferente quando gravada.

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 31


Capítulo 10

Quando você fala ou canta, o som produzido pelas suas pregas vocais é
transmitido através de diferentes vias de propagação. A via aérea
interna, que mencionei anteriormente, envolve a vibração do tecido em
sua cabeça e a ressonância nas cavidades orais e nasais. Essa
ressonância adiciona profundidade e riqueza ao som da sua voz
quando você a ouve pessoalmente. No entanto, ao gravar sua voz e
reproduzi-la através de alto-falantes ou fones de ouvido, muitas dessas
características de ressonância interna são perdidas, resultando em
uma percepção diferente da sua voz.

Quando você fala, também pode sentir uma vibração em diferentes


partes do seu corpo, como a garganta, o peito e a cabeça. Essa
sensação tátil contribui para a forma como você percebe sua própria
voz. No entanto, ao ouvir sua voz gravada, essas sensações táteis não
estão presentes, o que pode afetar sua percepção da qualidade e do
tom da sua voz.

Como seres humanos, estamos constantemente ouvindo nossa própria


voz internamente, tanto quando falamos quanto quando pensamos.
Essa autopercepção nos acostuma com o som da nossa própria voz
interna, que é diferente da voz que os outros ouvem. Ao ouvir sua voz
gravada pela primeira vez, pode ser surpreendente ouvir como ela soa
para os outros, já que não estamos acostumados a ouvi-la dessa
forma. Essa diferença entre a autopercepção e a percepção externa
pode levar algum tempo para se ajustar.

A qualidade da gravação também pode influenciar a forma como sua


voz é reproduzida e percebida. Se a gravação não capturar com
precisão todas as nuances e características da sua voz, isso pode afetar
a fidelidade da reprodução e fazer com que sua voz soe diferente.

É importante notar que a percepção da própria voz pode variar de


pessoa para pessoa. Algumas pessoas podem se adaptar rapidamente
e se sentir confortáveis ouvindo sua voz gravada, enquanto outras
podem levar mais tempo para se ajustar. O importante é entender que
a diferença entre sua voz pessoal e sua voz gravada é normal e não
deve ser motivo de preocupação.

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 32


Capítulo 10

Se você está buscando melhorar a qualidade da sua voz gravada,


considere ajustar a configuração do microfone, a distância entre o
microfone e sua boca e experimentar diferentes ambientes acústicos
durante a gravação. Além disso, a prática regular e o aprimoramento
da técnica vocal podem ajudar a desenvolver um som mais consistente
e agradável em todas as gravações.

Então, para ajudar, você fará gravação de trechos da mesma música


em locais e dias diferentes. Pode ser criativo, grave em casa e em
outros lugares. Após as gravações feitas, faça uma analise de das
diferentes gravações, como você estava se sentindo emocionalmente
no momento de cada gravação e como estava a sua voz em cada uma
delas. Como por exemplo: “na primeira gravação estava na sala de
casa, estava me sentindo animada neste dia e minha voz estava
descansada; segunda gravação estava na garagem de casa, minha voz
estava cansada e eu estava com sono no momento por isso senti que
foi mais difícil controlar minha voz. Essa analise você entregará ao seu
(a sua) professor (a) com as impressões que obteve de cada uma delas.
Essa análise será uma das atividades que irão compor sua prova final
de avaliação vocal necessária para que você prossiga para a próxima
fase do nosso curso.
Você terá até a conclusão desse E-Book para entregar essa tarefa.
Qualquer dúvida entre em contato com a gente e teremos o maior
prazer em te ajudar. Até lá, bons estudos!

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 33


Capítulo 11

Nossos ouvidos

Neste capítulo tiraremos um tempinho para que vocês possam ter um


ideia de todo o caminho percorrido do momento em que o som é
captado pelos nossos ouvidos e eviado para nosso cérebro decodificar.
Algumas pessoas perguntam se uma pessoa surda é capaz de cantar.
Mesmo sem a audição, uma pessoa é capaz de cantar, desde que ela
consiga reproduzir o som com as pregas vocais, pois o som também
pode ser sentido por meio de sua vibração.

O processamento do som que entra pelos nossos ouvidos é um


processo complexo que envolve várias etapas. Vou explicar de forma
geral como ocorre esse processamento:
Captação do som: O som é captado pelo pavilhão auricular, que é a
parte visível da orelha. O pavilhão auricular ajuda a direcionar as
ondas sonoras em direção ao canal auditivo.
Canal auditivo: O som entra pelo canal auditivo, que é um canal
tubular que leva as ondas sonoras até o tímpano.
Tímpano: O tímpano é uma membrana fina e flexível que vibra
quando atingida pelas ondas sonoras. Essas vibrações são
transmitidas aos ossículos do ouvido médio.
Ossículos do ouvido médio: Os ossículos do ouvido médio são três
pequenos ossos chamados martelo, bigorna e estribo. Eles
amplificam as vibrações do tímpano e as transmitem para a janela
oval.
Janela oval: A janela oval é uma abertura na cóclea, que é a parte do
ouvido interno responsável pela audição. As vibrações da janela
oval geram ondas dentro do líquido da cóclea.
Cóclea: A cóclea é em formato de caracol e possui uma membrana
chamada membrana basilar. À medida que as ondas sonoras se
movem através da cóclea, elas fazem com que a membrana basilar
se mova para cima e para baixo.

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 34


Capítulo 11

Células ciliadas: Sobre a membrana basilar estão as células ciliadas,


que são células especializadas que possuem estruturas
semelhantes a pequenos cabelos chamados estereocílios. Quando
a membrana basilar se move, os estereocílios das células ciliadas se
dobram e geram sinais elétricos.
Nervo auditivo: Os sinais elétricos gerados pelas células ciliadas são
transmitidos para o nervo auditivo, também conhecido como oitavo
nervo craniano.
Processamento cerebral: O nervo auditivo envia os sinais elétricos
para o tronco cerebral e, em seguida, para o córtex auditivo no
cérebro. O córtex auditivo processa os sinais e os interpreta como
sons reconhecíveis.

É importante ressaltar que esse é um resumo simplificado do


complexo processo de processamento do som pelo sistema auditivo.
Existem muitos detalhes e mecanismos mais específicos envolvidos em
cada etapa desse processo.

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 35


Capítulo 12

Espelhamento Vocal

O espelhamento vocal, também conhecido como imitação vocal ou


espelhamento auditivo, é uma técnica usada para desenvolver e
aprimorar a técnica vocal por meio da imitação de um modelo vocal.
Nesse processo, você ouve atentamente o som produzido por um
cantor ou uma gravação vocal e tenta reproduzir o som da mesma
maneira, imitando elementos como tom, entonação, articulação e
qualidade vocal.

Ao praticar o espelhamento vocal, você está treinando seu ouvido para


perceber e reproduzir os aspectos técnicos e estilísticos da voz que
está sendo imitada. Isso pode ajudar a melhorar sua afinação, dicção,
controle vocal e expressão artística.

Aqui estão algumas etapas básicas para praticar o espelhamento vocal:

Escolha um modelo vocal: Selecione um cantor ou uma gravação


vocal com a qual você se identifique e goste do estilo vocal. Pode
ser um artista famoso, um cantor profissional ou até mesmo um
colega de canto habilidoso.
Ouça atentamente: Ouça a gravação ou o desempenho vocal do
modelo escolhido várias vezes, prestando atenção aos detalhes
sonoros, como entonação, ritmo, dinâmica, pronúncia e estilo vocal
específico.
Imitação inicial: Comece imitando pequenos trechos ou frases
vocais do modelo. Concentre-se em reproduzir o som o mais
próximo possível do modelo, prestando atenção a elementos como
a altura (notas), a qualidade vocal (tom), a articulação e o ritmo.
Pratique repetidamente: Repita a imitação várias vezes, tentando
aprimorar sua precisão e capturar os detalhes sutis da voz do
modelo. Grave sua própria voz para ouvir e comparar com o
modelo original, fazendo ajustes conforme necessário.
Expanda gradualmente: À medida que você se sentir mais
confortável com o espelhamento vocal, expanda sua prática para
incluir frases mais longas, trechos musicais completos ou até
mesmo canções inteiras. Continue a ouvir e imitar diferentes
cantores para desenvolver sua própria versatilidade vocal.

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 36


Capítulo 12

O espelhamento vocal deve ser usado como uma ferramenta de


aprendizado e desenvolvimento, e não como um meio de copiar ou
imitar completamente a voz de outra pessoa. O objetivo é absorver
elementos técnicos e estilísticos do modelo vocal para aprimorar suas
próprias habilidades. Além disso, lembre-se de que cada voz é única, e
é importante adaptar as técnicas e estilos vocais ao seu próprio timbre
e capacidades vocais.

Saber se você está fazendo o espelhamento vocal corretamente requer


um pouco de autopercepção e também pode ser útil ter o feedback do
seu professor de canto. Para um espelhamento eficaz siga as instruções
a seguir:

Comparação com o modelo: Ouça atentamente sua própria voz e


compare-a com o modelo vocal que você está imitando. Observe se
você está conseguindo reproduzir a melodia, o ritmo, a pronúncia e
outros aspectos técnicos e estilísticos de maneira semelhante ao
modelo.
Feedback auditivo: Preste atenção ao som da sua própria voz
enquanto você está praticando. Se você está conseguindo se
aproximar das nuances vocais do modelo, isso pode ser um sinal de
que está no caminho certo. Se você percebe grandes diferenças ou
discrepâncias em relação ao som do modelo, pode ser necessário
fazer ajustes na sua técnica vocal.
Sensações físicas: Observe as sensações físicas enquanto você
canta. Você está sentindo tensão ou desconforto excessivo? Ou você
está produzindo o som com facilidade, usando uma postura
adequada, respiração eficiente e uma boa coordenação entre as
diferentes partes do corpo envolvidas na produção vocal?
Gravação de áudio: Grave sua própria voz durante a prática do
espelhamento vocal e ouça as gravações posteriormente. Isso pode
ajudar a obter uma perspectiva mais objetiva sobre como sua voz
está se comparando ao modelo e identificar áreas que precisam ser
aprimoradas.
Feedback de seu professor: Trabalhar com seu professor de canto ,
ele poderá ouvir sua voz, observar sua técnica e fornecer feedback
específico sobre o seu espelhamento vocal. Eles podem identificar
áreas que precisam ser trabalhadas e fornecer exercícios
personalizados para ajudar a melhorar sua técnica vocal.

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 37


Capítulo 12

O espelhamento vocal é um processo contínuo de aprendizado e


aprimoramento. À medida que você pratica e recebe feedback, sua
habilidade de imitar e refletir a voz de um modelo vocal irá melhorar.

Ao fazer o espelhamento vocal, é possível cometer alguns erros comuns.


Conhecer esses erros pode ajudá-lo a evitá-los e a aprimorar sua
prática. Segue alguns pontos de atenção ao praticar o espelhamento
vocal:

Copiar sem entender: Um erro comum é simplesmente copiar o som


de um modelo vocal sem entender os princípios técnicos e artísticos
por trás dele. É importante estudar e compreender os elementos
técnicos, como respiração, ressonância, articulação e controle vocal,
para poder aplicá-los corretamente ao fazer o espelhamento vocal.
Focar apenas no som final: Muitas vezes, as pessoas se concentram
apenas no som final do modelo vocal, sem prestar atenção aos
detalhes sutis que contribuem para esse som. É importante
observar a técnica vocal, a dicção, a entonação e outros aspectos
específicos da voz do modelo para poder imitá-los de maneira
eficaz.
Ignorar a individualidade vocal: Cada pessoa tem uma voz única e
características vocais próprias. Um erro comum é tentar imitar
exatamente o som de outra pessoa, sem levar em consideração sua
própria fisiologia vocal e timbre. É importante adaptar as técnicas e
estilos vocais ao seu próprio instrumento vocal, para que você possa
desenvolver uma voz autêntica e saudável.
Falta de feedback e orientação: Praticar o espelhamento vocal sem
receber feedback adequado pode levar a erros persistentes. É
importante buscar a orientação de seu professor de canto para que
ele possa fornecer feedback específico sobre sua técnica vocal e
ajudá-lo a corrigir erros e aprimorar seu desempenho.
Excesso de imitação: Embora o espelhamento vocal seja uma
ferramenta valiosa de aprendizado, é importante também
desenvolver sua própria identidade vocal. O objetivo não é apenas
imitar outros cantores, mas usar o espelhamento vocal como uma
maneira de explorar diferentes técnicas e estilos vocais e, em última
análise, desenvolver sua própria voz única.

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 38


Capítulo 12

É importante lembrar que o espelhamento vocal é uma prática de


aprendizado e aprimoramento, e erros são esperados ao longo do
caminho. O importante é ser paciente, persistente e estar aberto ao
feedback construtivo para corrigir e melhorar sua técnica vocal ao longo
do tempo.

Algumas técnicas poderão te ajudar a melhorar seu espelhamento vocal


como: desenvolver seu ouvido musical e treinar sua capacidade de ouvir
e reproduzir sons, praticar exercícios de treinamento auditivo, como
reconhecimento de intervalos, reprodução de melodias de ouvido e
identificação de padrões musicais, não se esquecer da respiração e do
apoio, entonação e afinação corretas são fundamentais para o
espelhamento vocal, prestar atenção à expressão e ao estilo vocal do
modelo que você está espelhando, observar nuances de dinâmica, uso
de vibrato, variações de tom e expressão emocional, explorar diferentes
estilos musicais, gravar e autoavaliar.

Siga as orientações de estudo de espelhamento na página 40 do seu E-Book


de exercícios vocais e surgindo dúvidas você poderá contar com nosso total
apoio. Bons estudos!

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 39


Capítulo 13

Mapeamento Vocal

O mapeamento vocal de uma música refere-se ao processo de


compreensão e reprodução dos elementos vocais, como a melodia, as
letras e as nuances expressivas da música.

O primeiro passo no mapeamento vocal de uma música é a percepção


auditiva. Ao ouvir a música, o cérebro processa os diferentes elementos
sonoros, como a melodia, o ritmo, a harmonia e a estrutura da música.
Essas informações são enviadas para o córtex auditivo, que analisa e
interpreta os diferentes aspectos musicais.

Ao ouvimos uma música repetidamente, nosso cérebro armazena


informações sobre a melodia, as letras e as nuances expressivas na
memória de longo prazo. À medida que nos familiarizamos com uma
música e a praticamos, nosso cérebro desenvolve uma maior conexão
entre as áreas envolvidas no processamento da música e na produção
vocal. Essa prática ajuda a aprimorar a precisão e a fluência vocal,
permitindo que o cantor reproduza a música com maior facilidade e
habilidade.

O mapeamento vocal de uma música também é influenciado pela


cultura e pela individualidade do cantor. A cultura em que o cantor está
imerso pode moldar suas preferências musicais, estilo vocal e
abordagem interpretativa. Além disso, cada cantor possui uma voz
única e uma maneira individual de interpretar e expressar uma música,
adicionando sua própria identidade ao processo de mapeamento vocal.

No geral, o mapeamento vocal de uma música envolve a percepção


auditiva, o reconhecimento da melodia, a compreensão das letras, a
memória musical, a coordenação motora e a expressão emocional.
O primeiro passo é ouvir atentamente a música que você deseja mapear
vocalmente. Preste atenção aos detalhes da melodia, ritmo, fraseado e
nuances expressivas. Quanto mais familiarizado você estiver com a
música, mais fácil será reproduzi-la com precisão.

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 40


Capítulo 13

Utilize gravações da música original ou guias de referência


instrumental/vocal para auxiliar sua prática. Isso fornecerá uma base
sólida para você se orientar e ajudará a desenvolver uma compreensão
mais precisa da melodia, das letras e da expressão vocal.

Divida a música em seções menores: Ao mapear uma música, pode ser


útil dividir a música em seções menores, como versos, refrões ou frases
musicais individuais. Concentre-se em uma seção de cada vez e pratique
repetidamente até que você a domine antes de passar para a próxima.

Gravar-se enquanto mapeia uma música e ouvir a gravação


posteriormente pode ser uma ferramenta valiosa para avaliar sua
precisão vocal. Identifique áreas em que você pode estar desviando da
melodia original ou cometendo erros e trabalhe nessas seções
específicas para melhorar a precisão.

A técnica de repetição espaçada envolve praticar trechos da música em


intervalos regulares ao longo do tempo, em vez de apenas praticar
repetidamente em curtos períodos de tempo. Isso ajuda a consolidar a
memória musical e a melhorar a precisão vocal ao longo do tempo.
Desenvolva a consciência corporal: A precisão vocal também está
relacionada à consciência corporal. Preste atenção à sua postura,
respiração e relaxamento muscular enquanto canta.

Utilize um afinador eletrônico ou um aplicativo de afinação vocal para


monitorar sua afinação enquanto você canta caso sinta necessidade de
um. Isso pode ser especialmente útil para identificar áreas específicas
em que você pode estar desafinado.

O processo de mapeamento vocal de uma música pode levar tempo,


mas com dedicação e uso dessas técnicas, você pode progredir em
direção a uma reprodução mais precisa e expressiva da música
desejada.

Siga as instruções do seu E-Book de exercícios vocais, na pásgina ... e


inclua o seu mapeamento vocal ao trabalho de conclusão dessa
primeira fase desse curso. Bons Estudos!

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 41


Prova Final

Como prova final, você deverá apresentar uma música ao (a) seu (sua)
professor (a) de canto de forma que abarque os seguintes elementos.

Afinação
Quais sinergias você optou por utilizar nessa apresentação.
Respiração e apoio
Dinâmica de apresentação.

Ao final, entregar os exercícios de mapeamento e a analise das


gravações propostas no capítulo 10 deste E-Book.
Ressaltamos que a intenção dessa prova é poder ter melhor
visualização do quanto desse material você conseguiu apreender para
que você tenha melhor desempenho nas atividades propostas no
próximo E-Book.

A apresentação deverá acontecer em aula podendo ser de forma


presencial ou on-line.
Caso tenha alguma dúvida durante o processo de construção dessa
apresentação, peça auxílio de seu (sua) professor(a) ou instrutor (a).

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 42


Aula Complementar 1

Teoria Musical Básica

Para os estudo de teoria básica utilizaremos os métodos impressos e


em formato PDF entregues junto ao seu material de estudos. Abaixo
segue a tabela de paginas e conteúdos que deverão ser estudados
conforme seu cronograma de estudos vocais. Quaisquer dúvidas entrar
em contato com algum orientador do curso.

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 43


Aula Complementar 2

Dinâmica de Palco

A dinâmica de palco é uma área de estudo e prática relacionada à


performance e à apresentação em um palco, seja para teatro, música,
dança ou outras formas de artes cênicas. Refere-se às técnicas e
habilidades utilizadas pelos artistas para criar uma performance
interessante, envolvente e impactante para o público.

A dinâmica de palco abrange uma variedade de elementos, incluindo


movimento, postura, gestos, expressões faciais, uso do espaço cênico e
interação entre os artistas. Ela visa transmitir emoções, contar histórias
e criar uma conexão com o público.

Alguns aspectos importantes da dinâmica de palco incluem:

Expressão corporal: Os artistas utilizam seu corpo para se expressar,


comunicar e transmitir emoções. Isso inclui o uso de postura, gestos,
movimentos coreografados e fluidez no palco.
Uso do espaço: O palco é utilizado de forma criativa e estratégica
para criar diferentes atmosferas e transmitir mensagens. Os artistas
podem se mover em diferentes partes do palco, explorar níveis
diferentes (como subir ou descer escadas), e utilizar a disposição do
cenário para criar impacto visual.
Interpretação: A interpretação envolve a expressão de emoções e a
criação de personagens convincentes. Os artistas exploram a
profundidade emocional de suas performances, capturando a
atenção do público e transmitindo sua mensagem de forma
autêntica.
Interação com o público: A dinâmica de palco envolve a habilidade
de estabelecer uma conexão com o público. Isso pode incluir o
contato visual direto, o envolvimento do público em determinadas
partes da performance, a resposta às reações da plateia e a criação
de uma atmosfera de envolvimento e participação.
Timing e ritmo: A dinâmica de palco também inclui a noção de
timing e ritmo. Os artistas devem ter um senso de timing preciso
para executar movimentos, diálogos ou músicas no momento certo,
criando um fluxo harmonioso e uma experiência cativante para o
público.

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 44


Aula Complementar 2

A dinâmica de palco é uma habilidade que pode ser aprendida e


aprimorada por meio de treinamento, prática e experiência. Ela
desempenha um papel fundamental na criação de performances
memoráveis e impactantes, ajudando os artistas a se conectarem com o
público de forma significativa.

Para o cantor, saber se posicionar em um palco é tão importante


quanto cantar bem. Por essa razão, treinaremos em nosso curso
dinâmicas de palco e de interpretação a cada encontro semanal na
intenção de que o palco seja seu maior aliado no momento de você
soltar a sua voz.

Aprender que você pode não estar sobre um palco físico de fato, mas
que você possa se transformar nele aonde quer que você esteja.

E-Book 1 - Um guia para suas aulas de canto 45


Referências

ARAÚJO, Marconi. Belting contemporâneo: aspectos técnico-vocais para


teatro musical e musica pop. Ed. MusiMed, Brasília. 2013.

ARIEL Coelho. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura


Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2024. Disponível em: Ariel Coelho.
Acesso em: 08 de janeiro de 2024. Verbete da Enciclopédia

BEHLAU, Mara. Voz: o livro do especialista. Ed. Revinter, Vol 1. Rio de


Janeiro. 2004.

BEHLAU, Mara. Voz: o livro do especialista. Ed. Revinter, Vol 2. Rio de


Janeiro. 2010.

STANISLAVISK, Constantin. Manual do ator. Ed. Martins Fontes, 2ª ed.


São Pulo, 1997.

SUNDBERG, Joan. Ciência da voz: fatos sobre a voz na fala e no canto.


eEd. Edusp, 1ª ed, São Paulo, 2018.

Kenhub. Laringe: anatomia, função, vascularização e inervação.


Disponível em: https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/laringe.
Acesso em 08/01/2024.

PINHO, Silvia; KORN, Gustavo Polacow; PONTES, Paulo. Músculos


intrínsecos da laringe e Dinâmica Vocal. ed. 3, Rio de Janeiro, 2019.

OLIVEIRA, Aline de Albuquerque. Anatomia e fisiologia: a incrível máqui


do corpo humano. Ed. UCE, Fortaleza, 2015.

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