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AGRADECIMENTO
Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo aporte
ideológico conferido ao presente trabalho, isentando a Universidade do Vale do Itajaí, a
coordenação do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu Especialização em Educação Musical -
III e o Orientador de toda e qualquer responsabilidade acerca do mesmo.
RESUMO.............................................................................................................................. 9
INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 11
CAPÍTULO 1 ..................................................................................................................... 15
Cantar é um ato humano que pode ser executado de uma forma descompromissada e lúdica ou
tratado como performance de caráter profissional ou amador. Quem decide estudar canto,
além de cantar músicas deve pensar em preparação vocal. Este trabalho trata da educação da
voz e dos efeitos da preparação vocal na voz cantada, para demonstrar a importância da
preparação vocal para a melhor emissão no canto. Os resultados foram obtidos através de
entrevistas e avaliações feitas com um grupo de alunos do curso de música/canto da Fundação
Cultural de Balneário Camboriú-SC e do grupo vocal dessa mesma instituição que realizaram
aulas no período de 2009 a 2014. Foram analisadas as aulas do primeiro semestre do ano de
2014 em um grupo de quarenta alunos que formavam duas turmas. Serão relatadas no
trabalho quais práticas foram realizadas e os resultados obtidos na evolução desses alunos em
relação à afinação, respiração, dicção e timbre, através de avaliações da emissão vocal,
realizadas em sala de aula e de uma entrevista onde o aluno responde sobre sua percepção a
respeito das mudanças vocais obtidas após o trabalho.
ABSTRACT
Singing is a human act that can be performed in an uncompromised and playful manner or
treated as a professional character performance or amateur. Who decide to study singing, and
singing songs should think of vocal preparation. This work deals with the education of voice
and effects of vocal preparation in singing voice, to demonstrate the importance of vocal
preparation for the best broadcast in the sing. The results were obtained through interviews
and assessments with a group of students of music / singing Cultural Foundation Balneário
Camboriú-SC and the vocal group of the same institution that held classes from 2009 to 2014
were analyzed lessons of the first half of 2014 in a group of forty students who formed two
groups. Will be reported on work, which practices were carried out and the results obtained in
the evolution of these students in relation to pitch, breathing, diction and tone, through
assessments of phonation, held in the classroom and an interview where the student answers
on their perception about the vocal changes obtained after work.
precisa ser aquecido antes de uma atividade mais intensa para evitar a sobrecarga, o uso
inadequado ou um quadro de fadiga vocal.
FUNDAMENTAÇÃO TEORICA.
1.2ACÚSTICA
do sistema digestivo, que tem a sua função principal a respiração e a digestão dos alimentos
que nos mantém vivos.
A anatomia referente à voz não é composta por um único órgão e sim por um
conjunto de estruturas que se inter-relacionam para atingir o objetivo vocal.
Portanto, quando estudamos a voz devemos focar nossa atenção em todo este
grupo, que doravante vamos denominar de aparelho fonador.1
1 ANDRADA e SILVA, Marta Assumpção de, e COSTA, Henrique Olival. Voz cantada: Evolução,
avaliação e terapia fonoaudiológica. São Paulo: Lovise, 1998. p.43.
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1.4.1 RESPIRAÇÃO
sentir não estarem de acordo “levantem um certo protesto”. Por sua experiência na prática de
ensaios com coro, quando deixa de realizar os exercícios por um motivo ou outro, “o ensaio
não rende tanto quanto deveria, e, o que é mais grave, os cantores saem com uma impressão
de ter feito muito esforço, o que é negativo. ” (ZANDER, 2003).
.
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CAPÍTULO 2
2.1 METODOLOGIA
Por ser um curso gratuito com livre acesso, sem testes de admissão, de
política inclusiva, tendo apenas o limite mínimo de idade que era acima de doze anos, havia
uma grande procura de alunos não só da própria cidade como de alguns municípios vizinhos,
principalmente de Camboriú e Itapema. A responsabilidade de oferecer um bom serviço, por
se tratar de um órgão público com finalidade socioeducativa, levava a priorizar a saúde vocal,
através de exercícios apropriados ao uso fonatório, e também à educação musical ensinando
os princípios e fundamentos da música e do canto. Sendo estes fatores mais importantes do
que desenvolver um repertório extenso ou focar as aulas em performance exclusivamente
ensaiando para apresentações.
O Curso de canto popular da Fundação Cultural tinha no plano de
curso como ementa: Atividades para ajustar a afinação no canto, aquecimento e
desaquecimento vocal. O objetivo geral de conhecer os princípios básicos da afinação e os
exercícios de aquecimento e desaquecimento vocal, melhorando a emissão vocal e prevenindo
patologias. E como objetivos específicos podem listar:
Realizar os principais exercícios do aquecimento vocal.
Atividades de relaxamento
Soltar os braços ao longo do corpo e efetuar movimento de rotação do tronco.
Postura básica
Pés paralelos devem estar afastados na direção dos ombros e os joelhos relaxados.
Pélvis alinhada: os quadris devem estar na mesma altura um do outro.
Coluna reta, ombros e braços relaxados a fim de não tencionar o pescoço.
Pescoço reto e alongado.
Queixo reto, paralelo ao chão, olhando para frente.
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Alongamento e circulação
Coluna:
Alongar (“Esticar” levantar braços paralelos).
Respiração
Para uma boa projeção da voz no canto, é necessário obter o controle
da respiração. A inspiração no dia a dia deverá ser sempre nasal, pois o nariz funciona como
um filtro de ar. Se inspirarmos pela boca, estaremos inspirando todas as impurezas podendo
ocasionar doenças inflamatórias do aparelho respiratório. Caso não seja possível respirar pelo
nariz, sugere-se a procura por um médico especialista (otorrinolaringologista). Porém ao
cantar entre frases consecutivas, que a pouco espaço de tempo entre uma frase e outra, os
cantores respiram pela boca, por haver uma abertura maior que as narinas, o ar tem uma
entrada rápida e em maior volume.
Respiração costodiafragmático-abdominal:
Utilizar para o canto a respiração chamada diafragmática; costo-diafragmática, ou
abdominal-intercostal.
Inspirar pelo nariz e canalizar esse ar em direção ao abdômen (como se fosse encher a
barriga de ar).
Expirar pela boca e solte o ar em ‘S’ (ssssshh) observando que enquanto o ar é
expelido a barriga vai esvaziando lentamente até chegar ao normal.
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Cuidado para não utilizar o ar de reserva, ou seja, não pressionar a barriga forçando-a
a se esvaziar mais depressa que o normal, pois isto poderá causar mal-estar.
Inspirar pela boca e nariz rápido e soltar lento com o som de S. (O aluno deve
perceber a movimentação das costelas e do abdômen). Conforme Serra (2002) não se
deve subir os ombros ao inspirar.
Articulação
Alongamento do masseter com exercícios de abertura ampla da boca:
Encostar a ponta da língua no lábio superior e inferior (com a boca aberta), e ponta de
língua nos cantos da boca.
Alunos com dificuldade em realisar os exercícios citados acima das TVLS realiza-los
com vibração de lábios, estes alunos devem realizar exercícios de fortalecimento da
musculatura da língua e fazer as TVLS aos poucos ao seu ritmo com curta duração foi
observado o avanço de vários alunos ao realizar esses procedimentos.
Fricativas sonoras:
Explicar esses pontos da fisiologia do trato vocal, e fazer o aluno perceber em seu
corpo estas vibrações.
Ressonância
Aluno emitir um som espontâneo (a partir desse som, encontrar a nota mais próxima
no diapasão e ajusta-lo). Se for uma turma o procedimento deve ser efetuado por todos
os alunos da turma, frequentemente os alunos após ouvirem os primeiros sons tendem
a repeti-lo ou cantar frequências próximas naturais a uma zona de conforto da
extensão vocal humana.
Esta nota afinada será a fundamental do cantor, no caso de uma turma utilizar a nota
aproximada mais cantada pela maioria em um registro médio, a partir da nota que está
em uma zona de conforto vocal, formar o pentacorde (as cinco primeiras notas das
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escalas maior, tônica - Iºgrau até a dominante- Vºgrau). “Para melhor entender uma
sequência melódica torna-se necessário os elementos tonais estarem inseridos numa
escala ou tonalidade específica. ” (SLOBODA, 2008).
As sequencias combinando movimentos por graus conjuntos são mais simples e fáceis
de lembrar.
Escolher primeiramente uma música com contorno melódico simples (sem muitos
saltos de intervalos e rítmica não muito complexa).
Alunos devem ler o texto da música para compreender a fonética e o sentido poético
da interpretação.
Esta canção deve estar em uma tonalidade compatível com a afinação geral do grupo
que o professor já identificou.
Alunos cantam a escala da música para ajustar a afinação, depois cantam a primeira
nota que começa a melodia.
Após cantar a música, que pode ser executada por partes (A B C) ou se for mais
simples executada por inteira sem dividir por partes.
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Bocejo.
ANÁLISE DE DADOS
QUADRO ESTATISTICAS
SEXO
Masculino Feminino
09 indivíduos 31 indivíduos
IDADE
13 a 29 anos 30 a 59 anos Acima de 60 anos.
20 indivíduos 14 indivíduos 06 indivíduos
ESCOLARIDAE
Ensino fundamental Ensino médio Ensino superior
9 indivíduos 17 indivíduos 14 indivíduos
Entoa com afinação os sons da escala maior e seus intervalos. Emissão do som das notas com e sem o auxilio de
harmonia.
Controle respiratório ao emitir vogais e consoantes fricativas. Emissão com estabilidade dos sons longos e curtos.
Controle da sonoridade atingindo timbres de voz facial, Voz homogênea com cobertura, equilíbrio dos
ressonâncias faciais, mistas e de peito. registros e das ressonâncias.
Executa coletivamente e individualmente o repertório com Entoar os sons afinados com a frequência das notas
precisão de afinação. da melodia e sua harmonia.
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Evasão no curso
SEXO
Masculino Feminino
06 indivíduos 14 indivíduos
40
IDADE
13 a 29 anos 30 a 59 anos Acima de 60 anos.
11 indivíduos 08 indivíduos 01 indivíduos
Em aulas você gostava dos exercícios de técnica vocal / aquecimento ou preferia cantar
as musicas logo no inicio das aulas.
condicionar e ajustar o som da voz, talvez seja um reflexo da nossa sociedade contemporânea
onde o excesso e a velocidade de informações deixa o ser humano impaciente e ávido por
resultados imediatos e satisfação instantânea.
Após realizar os exercícios de preparação vocal nas aulas de canto, você considera que sua afinação:
Melhorou 20 participantes
Não melhorou 00 participantes
Não percebi se melhorou 00 participantes
O estudo revelou que todos os alunos entrevistados sentiram que houve uma
melhora em sua afinação, parâmetro esse indispensável para cantar. Demonstrando através da
percepção do próprio aluno sobre a sua emissão vocal a eficácia do programa de ensino e da
metodologia empregada.
Ao participar das aulas e realizar o trabalho vocal, você considera que sua dicção (ou controle
articulatório):
Melhorou 14 participantes
Não melhorou 00 participantes
Não percebi se melhorou 06 participantes
A maior parte dos alunos considerou que sua dicção ou controle articulatório
melhorou ao participar das aulas e realizar o trabalho vocal, mesmo aqueles que na avaliação do
professor já dominavam esse critério antes do inicio das aulas relataram sentir uma melhora.
Porém 30% dos alunos não perceberam uma melhora na articulação. Nas
avaliações feitas em aula mostrava que a maioria dos alunos já dominava este critério no começo do
curso, antes de realizar as aulas de preparação vocal, podendo ser um motivo que estes alunos não
perceberam uma melhora na dicção.
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Ao participar das aulas e realizar o trabalho vocal, você considera que sua respiração (ou controle
respiratório ao cantar frases longas):
Melhorou 18 participantes
Não melhorou 02 participantes
Não percebi se melhorou 00 participantes
A grande maioria (90%) dos alunos avaliou que sua respiração e o controle
respiratório ao cantar frases longas melhoraram ao participar das aulas e realizar o trabalho vocal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ALMEIDA, Judith Morisson. Aulas de canto orfeônico. Rio de Janeiro: Nacional 1959.
ANDRADA e SILVA, Marta Assumpção de, e COSTA, Henrique Olival. Voz cantada:
Evolução, avaliação e terapia fonoaudiológica. São Paulo: Lovise, 1998.
BAÊ, Tutti. e PACHECO, Claudia. Canto: equilíbrio entre corpo e som: princípios da
fisiologia vocal. São Paulo: Irmãos Vitale, 2006.
BEHLAU, M. e REHDER, M.I. Higiene vocal para o canto coral. Rio de Janeiro: Revinter,
1997.
BOONE, D. R. e McFARLANE, S.C. A voz e a terapia vocal. Porto Alegre: Artes Médicas,
1994.
COSTA, Edilson. Voz e arte lírica: Técnica vocal ao alcance de todos. Lovise, 2001.
SANDRONI, Clara. 260 Dicas para o cantor popular: Profissional e amador. Rio de
Janeiro: Lumiar. 1998.
SILVA, José Raymundo da. Método de solfejo: Oficialmente adotado na escola nacional de
música da universidade do Brasil. Rio de Janeiro: Ricordi.
https://www.priberam.pt/DLPO/
http://www.dicionariodoaurelio.com/
ANEXOS
1. Sexo: M( ) F( )
5. Após realizar os exercícios de preparação vocal nas aulas de canto, você considera que sua
afinação:
( ) Melhorou
( ) Não melhorou
6. Ao participar das aulas e realizar o trabalho vocal, você considera que sua dicção (ou
controle articulatório):
( ) Melhorou
( ) Não melhorou
7. Ao participar das aulas e realizar o trabalho vocal, você considera que sua respiração (ou
controle respiratório ao cantar frases longas):
( ) Melhorou
( ) Não melhorou
Técnica Vocal
O que é voz?
É o som produzido pelo homem que o identifica quanto a sua idade, sexo, personalidade,
estado emocional.
Evitar:
-Cantar quando estiver doente, resfriado, pois quando cantamos envolvemos todo nosso corpo
e gastamos muita energia;
-choques bruscos de temperatura;
-bebidas muito geladas;
-cochichar, pois, ao contrário do que pensamos, neste ato submetemos nossas pregas vocais a
um grande esforço;
-usar roupas apertadas, principalmente na região do abdômen, cintura, peito e pescoço;
-alimentos gordurosos e “pesados” antes das apresentações, pois dificultam a digestão;
-saltos altos, pois prejudicam a postura e solas grossas de borracha impedem o fluxo natural
de suas energias.
Permitido:
-Beber bastante água (2 litros distribuído ao longo do dia), para manter as pregas hidratadas e
em boa condição de vibração;
-comer maçã regularmente, pois ela tem propriedades que auxiliam na limpeza da boca,
faringe;
-dê preferência a alimentos leves e de fácil digestão (verduras, frutas, peixe, frango).
-procure dormir 8 horas por dia.
RELAXAMENTO E ALONGAMENTO:
POSTURA:
RESPIRAÇÃO:
Para uma boa projeção da voz no canto, é necessário obter o controle da respiração. A
inspiração deverá ser sempre nasal, pois o nariz funciona como um filtro de ar. Se inspirarmos
pela boca, estaremos inspirando todas as impurezas podendo ocasionar doenças inflamatórias
do aparelho respiratório. Caso você não consiga respirar pelo nariz, sugiro que procure um
médico especialista.
Utilizaremos para o canto a respiração chamada diafragmática, costo-diafragmática, ou
abdominal-intercostal.
1-inspirar pelo nariz e canalizar esse ar em direção ao abdômen (enchendo a barriga de ar).
2-expire pela boca e solte o ar em ‘S’ (ssssshh) observando que enquanto o ar é expelido a
barriga vai esvaziando lentamente até chegar ao normal.
Cuidado para não utilizar o ar de reserva, ou seja, não pressionar a barriga forçando-a
a se esvaziar mais depressa que o normal, pois isto poderá causar mal-estar.
ARTICULAÇÃO:
Língua- vibrar, estalar, tocar com a ponta da língua nos cantos da boca, lábios
superiores e inferiores, raspar a ponta da língua no céu da boca (dos dentes incisivos ao
palato mole).
Lábios- beijo de velha, beijo de moça, pronunciar iu, iu, iu, ui, ui, ui, ao, ao (também podem
ser colocado dois dedos entre os dentes).
Bochechas-inflar uni e bilateralmente, passar ar de um lado para outro.
Véu palatino- pronunciar a, ã, (arqueando e baixando o palato mole).
AQUECIMENTO VOCAL:
Podemos aquecer nossa voz através de exercícios que irão “massagear” nossas pregas
vocais (que são músculos) que como todo músculo precisa ser preparado e aquecido antes de
ser utilizado.
Exercício 1:
-inspire (armazenando o ar na região abdominal) até que a “barriga” esteja repleta de ar.
-agora, solte o ar aos poucos utilizando o som:
Exercício 2:
Não brinque com este exercício, fazendo sons muito agudos ou muito graves (extremos).
Repita sempre os exercícios em seu tom natural.
RESSONÂNCIA:
Com a boca fechada sem apertar os lábios e nem os dentes (mandíbula um pouco baixa,
formando um vão dentro da boca), garganta aberta e livre como se fosse emitir a vogal A, mas
com os lábios fechados, deixe um espaço livre dentro da boca. Inspire pelo nariz sem absorver
muito ar e expire emitindo um som, que resultara no som HUM. O som deve ser leve e
“vaporoso” como se fosse “sair pelos olhos”, sentindo a vibração em toda mascara fácil e no
topo da cabeça.
DESAQUECIMENTO (+ ou – 5 min.):
- Não beber bebidas gasosas (refrigerantes), pois o gás causa desconforto ao cantar.
- Não gritar ou falar muito alto.
- Não ingerir bebidas alcoólicas, pois o álcool além de irritar as mucosas, é sedativo e muda a
voz e a articulação das palavras.
- Usar roupas confortáveis.
- Não tomar leite ou derivados, pois aumentam o muco.
- Alimentar-se moderadamente; com o estômago cheio os movimentos do diafragma e
músculos abdominais causam desconforto ao cantar.
- Manter-se calmo; porque o nervosismo e a ansiedade prejudicam a performance.
- Manter-se atento e concentrado nas músicas, nos colegas e nas explicações do maestro.