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EGRÉGIA TURMA RECURSAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO/SP.

Processo nº 5024668-68.2022.4.03.6301

MARLENE LEIBA ORTIZ, já devidamente qualificada nos autos do presente


processo, vem, respeitosamente, perante Vossas Excelências, por meio de seu
procurador, opor os presentes

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO COM EFEITO MODIFICATIVO


O acórdão proferido no ID 273505598, nos termos do artigo 1.022 do CPC e 48 da
Lei 9.099/95, de acordo com os fundamentos que ora passa a expor:

Os Embargos de Declaração são o recurso manejado quando há, em sede de


sentença ou acórdão obscuridade, contradição ou omissão na decisão proferida, nos
termos do que dispõe o artigo 1.022 do Código de Processo Civil.

Denota-se que houve a omissão no julgamento uma vez que Vossa Excelência
quando prolatou a acórdão informou que os períodos de gozo de benefício por
incapacidade recebido pela parte Autora encontra-se devidamente intercalados entre
períodos de contribuição, o que satisfaz plenamente o entendimento de que devam ser
considerados para efeito de carência, em conformidade com a Súmula 73 da TNU,
superada esta questão, porém quando ao reconheceu e computou para efeito de
carência apenas um curto período do benefício previdenciário (NB 505.824.802-2) de
20/02/2005 a 06/02/2007 e não computou o período integral do benefício recebido
pela Autora até 11/2021 ou mesmo não considerou as competências descritas no
próprio CNIS para a contagem de carência e contribuição do benefício em questão,
informando no acórdão que os períodos pleiteados não se encontram amparo no CNIS e
portanto não comprovados, vejamos trecho da acórdão:
“Em relação ao recurso da autora, observo que os períodos de gozo de
benefício por incapacidade encontram-se intercalados entre períodos de

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contribuição, o que satisfaz plenamente o entendimento de que devam
ser considerados para efeito de carência, em conformidade com a
Súmula 73 da TNU. Como mencionado acima, não se exige que haja
intercalação de contribuições ao término de cada período de auxílio-
doença, sendo indiferente o gozo de um benefício ou uma sequência deles,
assim como a perda de qualidade não prejudica a consideração dos
períodos anteriores; desde que ao fim de qualquer período haja
contribuições, todos os benefícios gozados no intervalo contam para fins
de carência. No mais, a contagem de tempo de serviço realizada pela
contadoria judicial indica obediência aos parâmetros acima
mencionados. Acrescento que, em conformidade com o Tema 105 da TNU,
recente pronunciamento da Turma Regional de Uniformização da Terceira
Região firmou entendimento de que o texto legal não faz qualquer
distinção, sendo admissível o recolhimento de apenas uma contribuição
posterior ao benefício por incapacidade para caracterizar intercalação de
períodos e contribuição.

Entretanto, tenho a considerar que, muito embora a sentença não tenha


considerado a carência dos períodos em gozo de benefício, manteve a
contagem de carência efetuada pela contadoria, que computou 178
meses, já levando em consideração os períodos em gozo de auxílio-
doença de 20/02/2005 a 06/02/2007 e 29/10/2007 a 15/01/2008. Desse
modo, fica a sentença reformada para considerar tais períodos no
cômputo da carência, mas uma vez que já foram considerados pela
contadoria judicial, fica mantida a contagem de 178 contribuições,
insuficiente para a concessão do benefício.

É certo, por outro lado, que a autora pleiteia a consideração do período


de 12/2005 a 11/2021 para a contagem de carência, mas não traz
comprovação do gozo de benefício por todo o intervalo, que, como visto
acima, não encontra amparo nos registros do CNIS. E da mesma forma
que se fez para a consideração dos vínculos de trabalho analisados acima,
no caso de errôneo lançamento do CNIS quanto ao período de gozo de
benefício por incapacidade, cumpriria à autora a demonstração do
equívoco, o que não ocorreu.

Ante o exposto, nego provimento ao recurso do INSS e dou parcial


provimento ao recurso da autora, a fim de computar, para efeito de
carência, os períodos em gozo de benefício por incapacidade de
20/02/2005 a 06/02/2007 e 29/10/2007 a 15/01/2008, os quais,
somados aos períodos de trabalho reconhecidos por sentença, perfazem
a carência de 178 meses até a data do requerimento administrativo em

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25/03/2022 (DER), insuficiente para a concessão da aposentadoria por
idade pleiteada.
Esclarece que a parte Autora teve o seu benefício (NB 505.824.802-2) foif
restabelecido judicialmente pelo processo nº 0016106-49.2008.4.03.6301, a sentença do
processo consta no ID 269823925 - Págs. 68 a 72.

Vossas Excelências, ocorre que ficou absolutamente comprovado nos autos que a
parte Autora esteve em gozo de auxílio-doença desde 12/2005 a 11/2021 (NB
505.824.802-2), como se pode observar além da sentença informada acima e no
histórico de créditos juntado no processo administrativo ID 250235329 págs. 48 a 54,
vejamos parte do início dos pagamentos:

Em consequência, vejamos parte dos últimos pagamentos do benefício (NB


505.824.802-2) histórico de créditos de ID 250235329 págs. 48 a 54:

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Além disto, o próprio CNIS juntado aos autos no ID 269823926 constam diversos
períodos em que a parte Autora esteve em gozo do benefício previdenciário (NB
505.824.802-2) e não foram Reconhecidos por Vossas Excelências, vejamos:

Competências estas que são cabalmente comprovadas já que constam no próprio


CNIS da parte Autora, sendo as competências: 01/2017, 11/2017, 12/2017, 01/2018,
02/2018, 03/2018, 05/2018, 06/2018, 07/2018, 08/2018, 09/2018, 11/2019, 12/2019,
01/2020, 02/2020, 03/2020, 04/2020, 05/2020, 06/2020, 07/2020, 08/2020, 09/2020,
10/2020, 11/2020, 12/2020, 01/2021, 02/2021, 03/2021, 04/2021, 05/2021, 06/2021,
07/2021, 08/2021, 09/2021, 10/2021 e 11/2021.

Veja-se também que no indicador não tem nada marcado pela Autarquia Ré, ou
seja, não aponta para nenhum problema ou indício que poderia ser prejudicar no
computo desses períodos.

Ora, com base no histórico de créditos recebida pela Autora e pelas competências
constantes no CNIS fica cristalino que a parte autora esteve em benefício previdenciário
(NB 505.824.802-2), sendo que o não reconhecimento por Vossas Excelências desses
períodos causará grandes prejuízos a Autora que é uma pessoa pobre, possui idade
avançada e é enferma, necessitando que esses períodos sejam computados como tempo
de carência e contribuição, com a consequente concessão do benefício de aposentadoria
por idade em favor da Embargante.

Desta forma, indiscutível se mostra a OMISSÃO do v. acórdão diante dos


documentos apresentados.

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REQUERIMENTO

Por todo o narrado, requer a Vossa Excelência o recebimento e acolhimento dos


presentes embargos, para sanar a omissão constante em Vossa decisão.

Ainda, postula que sejam adotados os efeitos modificativos dos embargos


declaratórios, para fins de PROVIMENTO dos pedidos que constam na exordial, sendo-
lhe concedido o benefício postulado.

FACE AO EXPOSTO, o acolhimento dos presentes embargos é medida que se


impõe, para que seja sanada a omissão para reconhecer e averbar como tempo de
contribuição e carência o período de 20/12/2005 a 30/11/2021 (NB: 505.824.802-2), ou
alternativamente, requer que seja reconhecido e averbado as competências que
constam no próprio CNIS: 01/2017, 11/2017, 12/2017, 01/2018, 02/2018, 03/2018,
05/2018, 06/2018, 07/2018, 08/2018, 09/2018, 11/2019, 12/2019, 01/2020, 02/2020,
03/2020, 04/2020, 05/2020, 06/2020, 07/2020, 08/2020, 09/2020, 10/2020, 11/2020,
12/2020, 01/2021, 02/2021, 03/2021, 04/2021, 05/2021, 06/2021, 07/2021, 08/2021,
09/2021, 10/2021 e 11/2021, bem como seja concedido ao Autora o Aposentadoria por
idade (DER 25/03/2022) que lhe é devido.

Termos em que,
Pede Deferimento.

São Paulo, 18 de maio de 2023.

PALONS ALAN DO NASCIMENTO


OAB/SP 429.092

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