Você está na página 1de 6

lOMoARcPSD|29854585

Recurso Ordinário - 2018 03232561

Estágio Supervisionado II (Universidade Estácio de Sá)

A Studocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade


Baixado por NATHÁLIA FREIRE ARAUJO (A) (ra-1701604-2@alunos.unicesumar.edu.br)
lOMoARcPSD|29854585

EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ(A) FEDERAL DO TRABALHO DA 90º VARA DO


TRABALHO DE CURITIBA/PR.

RECURSO ORDINÁRIO

Processo nº 121314

RAISSA, já devidamente classificada nos autos em epigrafe em face de Mineradora


Dinamite Ltda., e Mineradora TNT Ltda., vem perante Vossa Excelência, por intermédio
de seu procurador subscrito, com fulcro no art. 895, I, da CLT, interpor RECURSO
ORDINÁRIO, nos termos a seguir,

Requer que, após a verificação dos requisitos de admissibilidade, seja realizada a


intimação da recorrida para apresentar contrarrazões, bem como a remessa dos autos
ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região. Requer, ainda, a juntada do
comprovante de pagamento da guia de preparo.

Nesses termos,
Pede e espera deferimento,

Local, data.

Advogado
OAB

Darly Bezerra Braga

201803232561

Baixado por NATHÁLIA FREIRE ARAUJO (A) (ra-1701604-2@alunos.unicesumar.edu.br)


lOMoARcPSD|29854585

AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO

AUTOS DE Nº 121314

RECORRENTE: RAISSA
RECORRIDAS: MINERADORA DINAMITE LTDA. E MINERADORA TNT LTDA.

RAZÕES RECURSAIS
Colenda turma, a recorrente não se conformando com a respeitável
sentença do juízo a quo, apresenta as razões do recurso abaixo:

I – DOS FATOS
A recorrente trabalhou como técnica de segurança do trabalho para a
sociedade empresária Mineradora Dinamite Ltda., de 10/09/2009 a 18/03/2017, quando
foi dispensada sem justa causa e recebeu a indenização devida pela ruptura do pacto
laboral, tudo antes da reforma trabalhista (Lei n° 13.467/2017).
A empregada em questão sempre recebeu salário equivalente a três
mínimos mensais. Contudo, Raissa achava que diversos dos seus direitos haviam sido
desrespeitados ao longo do contrato, motivo pelo qual ajuizou, em 15/05/2017,
reclamação trabalhista contra o antigo empregador e a Mineradora TNT Ltda., do
mesmo grupo econômico, requerendo diversas parcelas. A demanda foi distribuída para
a 90ª Vara do Trabalho de Curitiba, recebeu o número 121314, foi devidamente
contestada e instruída.
O juiz a quo, na sentença, haja vista a prejudicial de prescrição parcial,
declarou prescritos os direitos anteriores a 15/05/2013 e, no mérito, analisando os
pedidos formulados, julgou procedente o pedido de hora in itinere, deferiu adicional de
periculosidade na razão de 30% sobre o salário mínimo, indeferiu a reintegração
postulada porque a autora, confessadamente, era membro indicado da CIPA, deferiu o
adicional de transferência na razão de 20% do salário no período de cinco meses, nos
quais a trabalhadora foi deslocada para outra unidade da empresa e teve de mudar seu
domicílio.
Ademais, julgou procedente o pedido de dobra das férias, porque não
fruídas no período concessivo, indeferiu a retificação da anotação de dispensa para
computar o aviso prévio porque ele foi indenizado e, assim, não seria considerado para
este fim específico. Reconheceu, ainda, que a trabalhadora somente fruiu de 20 minutos
para refeição, quando o correto seria uma hora diante da jornada cumprida, daí porque
deferiu o pagamento de 40 minutos de horas extras com adicional de 50%, mas sem
integrações, diante da sua natureza indenizatória.

Baixado por NATHÁLIA FREIRE ARAUJO (A) (ra-1701604-2@alunos.unicesumar.edu.br)


lOMoARcPSD|29854585

Ainda foram indeferidas, a verba quinquênio, porque não prevista na


norma coletiva da categoria da autora, a devolução do valor do EPI cobrado
parcialmente da empregada no contracheque, porque isso beneficia o obreiro e não há
vedação legal desta cobrança, o pagamento do vale transporte porque a empresa
afirmou que a trabalhadora não pretendia fazer uso desse direito e o ônus da prova que,
segundo ele, convergiu para a reclamante, que dele não se desvencilhou com sucesso.
Por fim, reconheceu a existência de grupo econômico e condenou a sociedade
empresária Mineradora TNT Ltda. de forma subsidiária, na forma da Súmula 331 do
TST.

PRELIMINAR DE MÉRITO
Antes de adentrar no mérito Exa., é necessário destacar que o tempo
de labor na recorrente na empresa foi de 10/09/2009 até 18/03/2017, tendo sido ajuizada
a ação no dia 15/05/2017, porém, na sentença do juiz de primeiro grau, o mesmo
considerou a prejudicial de prescrição na data de 15/05/2013, entretanto, não assiste
razão a esta decisão, tendo em vista que a garantia constitucional é de 5 anos a partir
do ajuizamento da ação, sendo a data correta da prescrição 15/05/2012, expressamente
detalhado no Art. 5º, XXIX, CFRB/88, e também presente na Sumula Nº 308 do TST.
Diante disso, requer que V. Exa., reforma a sentença no sentido de
que a data da prescrição seja devidamente alterada, incluindo parte do ano de 2012 e
o ano de 2013 para que a reclamante tenha seu direito garantido.

II – DO MÉRITO

DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
É necessário começar dizendo que em sede de sentença foi
determinado o adicional de periculosidade na razão de 30% sobre o salário mínimo,
porém não se pode determinar o adicional de periculosidade baseada no salário mínimo
e sim em cima do salário base que a mesma recebia, na própria Constituição Federal
em seu Art. 7º, XXIII fala sobre o direito do trabalhador de receber tal adicional na forma
da lei, e consoante com esta, a sumula do TST de nº 364, proíbe justamente que o
adicional seja fixado em valor inferior ao estabelecido.
Diante disso, requer a reforma da sentença no sentido de que a fixação
do adicional seja incidida sobre o salário base, e não sobre o salário mínimo como o
juízo a quo decidiu.

Baixado por NATHÁLIA FREIRE ARAUJO (A) (ra-1701604-2@alunos.unicesumar.edu.br)


lOMoARcPSD|29854585

DO ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA
Ainda no contexto da decisão da sentença de primeiro grau, o juiz
decidiu por fixar o adicional de transferência na casa dos 20% do salário no período de
5 meses, já que a trabalhadora foi deslocada para outra unidade da empresa, e precisou
mudar seu domicilio nesse período, porém excelência, conforme o Art. 469, parágrafo
terceiro da CLT, esse adicional deve ser fixado no mínimo em 25%.
Diante disso, requer que seja reformada a sentença a fim de que seja
retificada a porcentagem do adicional de 20% para no mínimo 25%, por ser direito da
recorrente.

DO AVISO PRÉVIO – ANOTAÇÃO NA CTPS


Em sede de sentença o juiz indeferiu o pedido de computação do aviso
prévio indenizado na CTPS, porém, mais uma vez, não assiste razão ao juiz a quo,
indeferir algo que é entendimento do TST, em sumula de Nº 371, que fala que a projeção
do contrato de trabalho deve ser para o futuro, mesmo que seja na forma indenizada, e
portanto, e devida a anotação na CTPS da recorrente no prazo previsto em lei.
Diante disso, requer a reforma da sentença, no sentido de ser feita a
devida anotação no aviso prévio indenizado, por ser medida de direito da recorrente.

DO DESCONTO DO VALOR DO EPI


Em sentença de primeiro grau o juiz deferiu a devolução parcial do
valor do EPI, porém Exa., não há o que se valor em valores parciais, tendo em vista que
a disponibilização dos EPI’S tem que ser feita de forma gratuita como retrata o art. 166
da CLT:
“Art. 166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao
risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento,
sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa
proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos
empregados”

O desconto só é devido caso o empregado danificar ou extraviar o EPI


de maneira intencional, o que não ocorreu no caso em tela. Diante, disso, requer a
reforma da sentença no sentido de que seja feita a devolução dos valores cobrados em
relação ao EPI, para a recorrente.

DOS INTERVALOS INTRAJORNADA


Com relação aos intervalos, o juiz reconheceu apenas os 20 minutos
que dispunha para refeição, porém, o correto seria o pagamento correto seria de uma
hora diante da jornada que a recorrente cumpria, nesses termos, deferiu o pagamento
dos 40 minutos com o adicional de 50%, na forma indenizatória, o que não assiste razão,
tendo em vista que o intervalo descumprido gera o pagamento da hora integral e não
apenas da diferença, conforme expressa a sumula nº 437, I, TST.

Baixado por NATHÁLIA FREIRE ARAUJO (A) (ra-1701604-2@alunos.unicesumar.edu.br)


lOMoARcPSD|29854585

Ainda neste sentido, é importante salientar, que diferente do que


trouxe a decisão, o intervalo indenizado tem natureza salarial, devendo o mesmo ser
integrado para os fins necessários, conforme sumula nº 437, III, TST.
Diante disso, requer a reforma da sentença, no sentido de que seja
paga o valor integral da hora que fora descumprida, sendo o mesmo integrado aos fins
necessários a favor da recorrente.

DO PAGAMENTO DO VALE TRANSPORTE


Exa., é necessário destacar que o entendimento do juiz a quo não
merece prosperar, tendo em vista que o mesmo informa que o empregado é quem
detém o ônus da prova para provar seu direito, acontece Exa., que este não é o
entendimento do TST, que em sumula de Nº 460 traz expressamente que o ônus da
prova é do empregador e não do empregado como quis fazer crer o juiz em sede de
sentença.
Diante disso, requer a reforma da sentença no sentido de reconhecer
que o ônus da prova cabe ao empregador e que seja devidamente pago o valor do vale
transporte pelo período laboral.

DO GRUPO ECONOMICO – DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA


Por fim excelência, a juiz em sede de sentença reconheceu a devida
existência do grupo econômico e condenou a empresa mineradora TNT Ltda., de forma
subsidiária, porém, conforme expressa o Art. 2º, parágrafo segundo, as empresas que
integrem um grupo econômico conforme reconhecido pelo juiz a quo, tem
responsabilidade solidária.
Diante disso, requer a reforma da sentença no sentido de reconhecer
a responsabilidade solidária das empresas reclamadas no processo em questão.

III – REQUERIMENTOS FINAIS


Diante do exposto, requer que o presente recurso seja recebido,
conhecido e provido; que a recorrida seja intimada para apresentar contrarrazões e que
a decisão recorrida seja reformada, nos termos apresentados.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento,
Local, Data
Advogado
OAB

Baixado por NATHÁLIA FREIRE ARAUJO (A) (ra-1701604-2@alunos.unicesumar.edu.br)

Você também pode gostar