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RECURSO ORDINÁRIO
Processo nº 121314
Nesses termos,
Pede e espera deferimento,
Local, data.
Advogado
OAB
201803232561
AUTOS DE Nº 121314
RECORRENTE: RAISSA
RECORRIDAS: MINERADORA DINAMITE LTDA. E MINERADORA TNT LTDA.
RAZÕES RECURSAIS
Colenda turma, a recorrente não se conformando com a respeitável
sentença do juízo a quo, apresenta as razões do recurso abaixo:
I – DOS FATOS
A recorrente trabalhou como técnica de segurança do trabalho para a
sociedade empresária Mineradora Dinamite Ltda., de 10/09/2009 a 18/03/2017, quando
foi dispensada sem justa causa e recebeu a indenização devida pela ruptura do pacto
laboral, tudo antes da reforma trabalhista (Lei n° 13.467/2017).
A empregada em questão sempre recebeu salário equivalente a três
mínimos mensais. Contudo, Raissa achava que diversos dos seus direitos haviam sido
desrespeitados ao longo do contrato, motivo pelo qual ajuizou, em 15/05/2017,
reclamação trabalhista contra o antigo empregador e a Mineradora TNT Ltda., do
mesmo grupo econômico, requerendo diversas parcelas. A demanda foi distribuída para
a 90ª Vara do Trabalho de Curitiba, recebeu o número 121314, foi devidamente
contestada e instruída.
O juiz a quo, na sentença, haja vista a prejudicial de prescrição parcial,
declarou prescritos os direitos anteriores a 15/05/2013 e, no mérito, analisando os
pedidos formulados, julgou procedente o pedido de hora in itinere, deferiu adicional de
periculosidade na razão de 30% sobre o salário mínimo, indeferiu a reintegração
postulada porque a autora, confessadamente, era membro indicado da CIPA, deferiu o
adicional de transferência na razão de 20% do salário no período de cinco meses, nos
quais a trabalhadora foi deslocada para outra unidade da empresa e teve de mudar seu
domicílio.
Ademais, julgou procedente o pedido de dobra das férias, porque não
fruídas no período concessivo, indeferiu a retificação da anotação de dispensa para
computar o aviso prévio porque ele foi indenizado e, assim, não seria considerado para
este fim específico. Reconheceu, ainda, que a trabalhadora somente fruiu de 20 minutos
para refeição, quando o correto seria uma hora diante da jornada cumprida, daí porque
deferiu o pagamento de 40 minutos de horas extras com adicional de 50%, mas sem
integrações, diante da sua natureza indenizatória.
PRELIMINAR DE MÉRITO
Antes de adentrar no mérito Exa., é necessário destacar que o tempo
de labor na recorrente na empresa foi de 10/09/2009 até 18/03/2017, tendo sido ajuizada
a ação no dia 15/05/2017, porém, na sentença do juiz de primeiro grau, o mesmo
considerou a prejudicial de prescrição na data de 15/05/2013, entretanto, não assiste
razão a esta decisão, tendo em vista que a garantia constitucional é de 5 anos a partir
do ajuizamento da ação, sendo a data correta da prescrição 15/05/2012, expressamente
detalhado no Art. 5º, XXIX, CFRB/88, e também presente na Sumula Nº 308 do TST.
Diante disso, requer que V. Exa., reforma a sentença no sentido de
que a data da prescrição seja devidamente alterada, incluindo parte do ano de 2012 e
o ano de 2013 para que a reclamante tenha seu direito garantido.
II – DO MÉRITO
DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
É necessário começar dizendo que em sede de sentença foi
determinado o adicional de periculosidade na razão de 30% sobre o salário mínimo,
porém não se pode determinar o adicional de periculosidade baseada no salário mínimo
e sim em cima do salário base que a mesma recebia, na própria Constituição Federal
em seu Art. 7º, XXIII fala sobre o direito do trabalhador de receber tal adicional na forma
da lei, e consoante com esta, a sumula do TST de nº 364, proíbe justamente que o
adicional seja fixado em valor inferior ao estabelecido.
Diante disso, requer a reforma da sentença no sentido de que a fixação
do adicional seja incidida sobre o salário base, e não sobre o salário mínimo como o
juízo a quo decidiu.
DO ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA
Ainda no contexto da decisão da sentença de primeiro grau, o juiz
decidiu por fixar o adicional de transferência na casa dos 20% do salário no período de
5 meses, já que a trabalhadora foi deslocada para outra unidade da empresa, e precisou
mudar seu domicilio nesse período, porém excelência, conforme o Art. 469, parágrafo
terceiro da CLT, esse adicional deve ser fixado no mínimo em 25%.
Diante disso, requer que seja reformada a sentença a fim de que seja
retificada a porcentagem do adicional de 20% para no mínimo 25%, por ser direito da
recorrente.