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ELIA DE LURDES ROSA, já qualificado nos autos, por seu procurador que esta subscreve,
conforme procuração anexa ao processo, inconformado com a decisão fls. do Órgão
Competente do Instituto Nacional de Seguro Social, que negou o pedido de aposentadoria no
pedido de aposentadoria por tempo de contribuição, vem respeitosamente, com amparo no
artigo 305 e parágrafos, do Decreto 3.048/99, interpor RECURSO, expondo, para tanto, as
seguintes razões:
PRELIMINARMETE
II – DOS DIREITOS
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embasado em laudo técnico, ou perícia técnica. Entretanto, para o ruído e o calor, sempre foi
necessária a comprovação através de laudo pericial.
No entanto, os segurados que desempenharam atividade considerada
especial podem comprovar tal aspecto observando a legislação vigente à data do labor
desenvolvido.
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1998, e desde que comprovadamente elimine ou neutralize a nocividade
e seja respeitado o disposto na NR-06 do MTE, havendo ainda
necessidade de que seja assegurada e devidamente registrada pela
empresa, no PPP, a observância: (...)'
b) Pela reconhecida ineficácia do EPI:
b.1) Enquadramento por categoria profissional: devido a presunção da
nocividade (ex. TRF/4 5004577-85.2014.4.04.7116/RS, 6ª Turma, Rel.
Des. Fed. João Batista Pinto Silveira, em 13/09/2017)
b.2) Ruído: Repercussão Geral 555 (ARE 664335 / SC)
b.3) Agentes Biológicos: Item 3.1.5 do Manual da Aposentadoria
Especial editado pelo INSS, 2017.
b.4) Agentes nocivos reconhecidamente cancerígenos: Memorando-
Circular Conjunto n° 2/DIRSAT/DIRBEN/INSS/2015:
Exemplos: Asbesto (amianto): Item 1.9.5 do Manual da Aposentadoria
Especial editado pelo INSS, 2017; Benzeno: Item 1.9.3 do Manual da
Aposentadoria Especial editado pelo INSS, 2017.
b.5) Periculosidade: Tratando-se de periculosidade, tal qual a
eletricidade e vigilante, não se cogita de afastamento da especialidade
pelo uso de EPI. (ex. APELAÇÃO/REMESSA NECESSÁRIA Nº
5004281-23.2014.4.04.7000/PR, Rel. Ézio Teixeira, 19/04/2017 )
Por fim, resta esclarecer, quanto a esse aspecto, que nos casos de
empresas inativas e não sendo obtido os registros de fornecimento de EPI, as partes poderão
utilizar-se de prova emprestada ou por similaridade (de outros processos, inclusive de
reclamatórias trabalhistas) e de oitiva de testemunhas que trabalharam nas mesmas empresas
em períodos similares para demonstrar a ausência de fornecimento de EPI ou uso inadequado.
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O fato de serem preenchidos os específicos campos do PPP com a
resposta 'S' (sim) não é, por si só, condição suficiente para se reputar
que houve uso de EPI eficaz e afastar a aposentadoria especial.
Deve ser propiciado ao segurado a possibilidade de discutir o
afastamento da especialidade por conta do uso do EPI, como garantia
do direito constitucional à participação do contraditório.
Quando o LTCAT e o PPP informam não ser eficaz o EPI, não há mais
discussão, isso é, há a especialidade do período de atividade.
No entanto, quando a situação é inversa, ou seja, a empresa informa no
PPP a existência de EPI e sua eficácia, deve se possibilitar que tanto a
empresa quanto o segurado, possam questionar - no movimento
probatório processual - a prova técnica da eficácia do EPI.
O segurado pode realizar o questionamento probatório para afastar a
especialidade da eficácia do EPI de diferentes formas: A primeira (e
mais difícil via) é a juntada de uma perícia (laudo) particular que
demonstre a falta de prova técnica da eficácia do EPI - estudo técnico-
científico considerado razoável acerca da existência de dúvida
científica sobre a comprovação empírica da proteção material do
equipamento de segurança. Outra possibilidade é a juntada de uma
prova judicial emprestada, por exemplo, de processo trabalhista onde
tal ponto foi questionado.
Entende-se que essas duas primeiras vias sejam difíceis para o
segurado, pois sobre ele está todo o ônus de apresentar um estudo
técnico razoável que aponte a dúvida científica sobre a comprovação
empírica da eficácia do EPI.
Uma terceira possibilidade será a prova judicial solicitada pelo
segurado (após analisar o LTCAT e o PPP apresentados pela empresa
ou INSS) e determinada pelo juiz com o objetivo de requisitar elementos
probatórios à empresa que comprovem a eficácia do EPI e a efetiva
entrega ao segurado.
O juízo, se entender necessário, poderá determinar a realização de
perícia judicial, a fim de demonstrar a existência de estudo técnico
prévio ou contemporâneo encomendado pela empresa ou pelo INSS
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acerca da inexistência razoável de dúvida científica sobre a eficácia do
EPI. Também poderá se socorrer de eventuais perícias existentes nas
bases de dados da Justiça Federal e Justiça do Trabalho.
Não se pode olvidar que determinada situações fáticas, nos termos do
voto, dispensam a realização de perícia, porque presumida a
ineficácia dos EPI´s.
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carteira de trabalho, haja vista, as informações constantes da CTPS serem válidas, e o período
em questão ser passível o enquadramento por simples categoria profissional.
Destarte, comprovada a exposição a agentes biológicos, advinda do
trabalho em estabelecimento de saúde em contato com pacientes portadores de diversas doenças
infectocontagiosas, imperioso o reconhecimento da índole especial da atividade, conforme
disposição da regulamentação - Decreto 53.831/64, item 1.3.2, Decreto 2.172/97, item 3.0.1 e
Decreto 3.048/99, item 3.0.1.
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Empregador: Sociedade Beneficente Santa Maria Madalena Postel
Cargo: Fisioterapeuta
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Pelo exposto, resta demonstrado que a profissão de fisioterapeuta expôs
a Autora a agentes biológicos, de modo que o período em análise deve ser enquadrado como
especial, sendo concedido o benefício de aposentadoria por tempo de contribuição em favor da
parte autora.
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Ainda, por se tratar de direitos e garantias do próprio recorrente, em
conformidade com a lei vigente a época, subsidiariamente, se necessária a reafirmação da DER,
tendo em vista o segurado continuar vertendo contribuições à previdência, ensejando direito a
concessão do benefício de aposentadoria por tempo de contribuição.
Termos em que
Pede Deferimento
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