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Poder Judiciário

CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL


Turma Nacional de Uniformização
SCES, TRECHO 3, Setor de Clubes Esportivos Sul - Polo 8 - Lote 9 - Bairro: Asa Sul - CEP: 70200-003
- Fone: (61) 3022-7000 - www.cjf.jus.br - Email: turma.uniformi@cjf.jus.br

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI (TURMA) Nº


0500940-26.2017.4.05.8312/PE
RELATOR: JUIZ FEDERAL IVANIR CESAR IRENO JUNIOR
REQUERENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
REQUERIDO: JOSINALDO DE ARAUJO BEZERRA
ADVOGADO: JOAO SOARES FERREIRA (OAB AL010531)
MPF: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

EMENTA
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM PUIL
REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. TEMA 208.
PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL.
NECESSIDADE DE INDICAÇÃO DE RESPONSÁVEL
TÉCNICO PELOS REGISTROS AMBIENTAIS NO PPP E
EFICÁCIA PROBATÓRIA. ALEGAÇÃO PELO AMICUS
CURIAE (IBDP) DE OMISSÃO E OBSCURIDADE
CONSISTENTE NA DESNECESSIDADE DE
DECLARAÇÃO DE
EXTEMPORANEIDADE/SIMILARIDADE POR PARTE
DO EMPREGADOR PARA VALIDADE/EFICÁCIA DE
REGISTROS AMBIENTAIS EXTEMPORÂNEOS.
NECESSIDADE REAFIRMADA PARA TODO O PERÍODO
INFORMADO NO PPP. POSSIBILIDADE DE SUPRIR OS
REGISTROS EXTEMPORÂNEOS POR DECLARAÇÃO
DO EMPREGADOR OU OUTRO MEIO DE PROVA.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS E
PARCIALMENTE PROVIDOS. TESE COM NOVA
REDAÇÃO.

ACÓRDÃO
A Turma Nacional de Uniformização decidiu, por maioria, DAR
PARCIAL PROVIMENTO ao recurso, nos termos do voto do Juiz Federal Ivanir
Cesar Ireno Junior, fixando nova tese do tema 208: 1. Para a validade do Perfil
Profissiográfico Previdenciário (PPP) como prova do tempo trabalhado em
condições especiais nos períodos em que há exigência de preenchimento do
formulário com base em Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho
(LTCAT), é necessária a indicação do responsável técnico pelos registros
ambientais para a totalidade dos períodos informados, sendo dispensada a
informação sobre monitoração biológica. 2. A ausência total ou parcial da
indicação no PPP pode ser suprida pela apresentação de LTCAT ou por elementos
técnicos equivalentes, cujas informações podem ser estendidas para período
anterior ou posterior à sua elaboração, desde que acompanhados da declaração do
empregador ou comprovada por outro meio a inexistência de alteração no
ambiente de trabalho ou em sua organização ao longo do tempo. O Juiz Relator
negava provimento ao recurso.

Brasília, 21 de junho de 2021.

IVANIR CESAR IRENO JUNIOR


Juiz Federal
- relator para o acórdão –
Poder Judiciário
CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL
Turma Nacional de Uniformização
SCES, TRECHO 3, Setor de Clubes Esportivos Sul - Polo 8 - Lote 9 - Bairro: Asa Sul - CEP: 70200-003
- Fone: (61) 3022-7000 - www.cjf.jus.br - Email: turma.uniformi@cjf.jus.br

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI (TURMA) Nº


0500940-26.2017.4.05.8312/PE
RELATOR: JUIZ FEDERAL ATANAIR NASSER RIBEIRO LOPES
REQUERENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
REQUERIDO: JOSINALDO DE ARAUJO BEZERRA

(VOTO VENCIDO)
VOTO
Cuida-se de embargos de declaração opostos pelo IBDP, nos quais
suscita:

"Na tese firmada para solução do tema ficou assentado que “A ausência
da informação no PPP pode ser suprida pela apresentação de LTCAT ou por
elementos técnicos equivalentes, cujas informações podem ser estendidas para
período anterior ou posterior à sua elaboração, desde que acompanhados da
declaração do empregador sobre a inexistência de alteração no ambiente de
trabalho ou em sua organização ao longo do tempo”.

Como se observa na tese firmada, restou delimitado em tese, que a validade de


um LTCAT ou de elementos técnicos extemporâneos aptos a suprir a ausência
de informações em PPP, somente serão provas aptas para comprovação da
atividade especial, se houver apresentação de “declaração do empregador sobre
a inexistência de alteração no ambiente de trabalho ou em sua organização ao
longo do tempo.” Tal condicionante é requisito de validação de prova divergente
do entendimento já sedimentado em Súmula proferida pela Turma Nacional de
Uniformização dos Juizados Especiais Federais e firmado em jurisprudência no
Superior Tribunal de Justiça, além de ser situação que não consta no âmbito
legislativo, como ficará demonstrado.

Toda a construção dos embargos suscita contradição de


fundamentação sob o argumento de que a Corte teria disposto sobre a validade do
laudo técnico (LTCAT) apenas a partir de declaração do empregador sobre a
contemporaneidade dos dados ao longo da jornada laboral do segurado, quando, a
bem da verdade, a deliberação se debruçou sobre o perfil profissiográfico (PPP).
Como muito bem apontado na tese, construída pelo debate dos membros da TNU
- e não só pelas proposições do relator - cuida-se de suprimento de informações
no PPP e não no LTCAT.
Se por acaso o LTCAT, ainda que extemporâneo, tenha aferido as
condições laborais do segurado durante toda sua jornada ao longo dos anos, não
há dúvida de que a referida informação é plenamente válida. Mas não foi o que
tratado na discussão do incidente. O debate discorreu sobre situações em que o
PPP informa a existência de laudo técnico apenas para parte do período objeto de
apreciação, ficando descoberto outro lapso da jornada laboral do segurado, sendo
indispensável nesse caso que o empregador informe terem sido mantidas as
mesmas condições laborais no decorrer do tempo, tal como exigido no art. 261,
§§3º e 4º, da IN 77/2015.

A própria definição do tema diverge das razões apontadas nos


embargos: "saber se é necessária a indicação, no PPP, do profissional habilitado
para registro de condições ambientais e monitoração biológica, para fins de
reconhecimento da atividade como especial".

Na seguinte passagem do voto condutor essas questões ficaram bem


levantadas:

Parece-me que a regra é legítima, proporcional e razoável, aderindo ao disposto


na jurisprudência quando preceitua que o laudo técnico não precisa ser
contemporâneo ao tempo de atividade exercido (Súmula 68 da TNU), mas deverá
apontar que as condições laborais eram as mesmas, similares, não oferecendo
outro cenário do ambiente. Assim, até mesmo a Administração aceita o laudo
não contemporâneo. O que tem gerado discussões e foi bem apontado pelo IBDP
no seu memorial, é que as empresas não têm feito o laudo e nem adotado os
documentos substitutivos, somente os providenciando, às pressas, quando algum
empregado precisa do formulário PPP para postular o reconhecimento do tempo
especial.

Sobre essa postura fática inadequada, que de fato vem a gerar riscos aos
trabalhadores, é que surge o polêmico apontamento de tempo especial sem que
exista laudo técnico que o corrobore. Analisar as questões ambientais para
tempos remotos gera um custo maior, tem complexidade mais severa, uma vez
que o profissional técnico irá levantar mais dados, fazer apurações, contrapor
os diversos elementos contidos no ambiente laboral e sua possível alteração no
tempo. Desta feita, não é raro a empresa providenciar o laudo comum, anual, e
com base nele expandir as informações para períodos não apurados, não
abrangidos. Como é crime fazer a afirmação falsa no formulário, a empresa não
aponta o responsável técnico para aqueles anos sem lastro, sem que tenham sido
as informações corroboradas por laudo técnico.

Pode-se concluir que o apontamento de responsável técnico coincide com o


período em que houve elaboração de laudo técnico ou documentos substitutivos,
tal como disposto no art. 261 da IN 77/2015, sendo que os períodos sem o
referido apontamento são aqueles em que não houve apuração técnica,
quebrando a lógica e a exigência das informações ambientais exigidas em
apuração no mínimo anual. É curioso observar que os formulários, em geral,
não mencionam sobre a alteração ou não do ambiente laboral nos termos do
§4º do art. 261 citado, isso porque a falsidade ensejaria responsabilidade
criminal. Então se deixa para que o INSS tire suas próprias conclusões,
oferecendo-se ao trabalhador um documento incompleto, com informações
negligenciadas. Não vejo qualquer problema em a empresa informar que não
houve alteração do ambiente laboral, se de fato isso não ocorreu. Não se trata
de informação desnecessária, nem tampouco aumenta ou constitui qualquer
burocracia que venha a impedir os direitos do segurado.

Posto isso, voto por CONHECER e NEGAR PROVIMENTO aos


embargos.

ATANAIR NASSER RIBEIRO LOPES


Juiz Relator
Poder Judiciário
CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL
Turma Nacional de Uniformização
SCES, TRECHO 3, Setor de Clubes Esportivos Sul - Polo 8 - Lote 9 - Bairro: Asa Sul - CEP: 70200-003
- Fone: (61) 3022-7000 - www.cjf.jus.br - Email: turma.uniformi@cjf.jus.br

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI (TURMA) Nº


0500940-26.2017.4.05.8312/PE
RELATOR: JUIZ FEDERAL DAVID WILSON DE ABREU PARDO
REQUERENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
REQUERIDO: JOSINALDO DE ARAUJO BEZERRA
ADVOGADO: JOAO SOARES FERREIRA (OAB AL010531)

(VOTO VENCEDOR)
VOTO-VISTA
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM PUIL REPRESENTATIVO DE
CONTROVÉRSIA. TEMA 208. PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE
ESPECIAL. NECESSIDADE DE INDICAÇÃO DE RESPONSÁVEL
TÉCNICO PELOS REGISTROS AMBIENTAIS NO PPP E EFICÁCIA
PROBATÓRIA. ALEGAÇÃO PELO AMICUS CURIAE (IBDP) DE
OMISSÃO E OBSCURIDADE CONSISTENTE NA DESNECESSIDADE
DE DECLARAÇÃO DE EXTEMPORANEIDADE/SIMILARIDADE POR
PARTE DO EMPREGADOR PARA VALIDADE/EFICÁCIA DE
REGISTROS AMBIENTAIS EXTEMPORÂNEOS. NECESSIDADE
REAFIRMADA PARA TODO O PERÍODO INFORMADO NO PPP.
POSSIBILIDADE DE SUPRIR OS REGISTROS EXTEMPORÂNEOS POR
DECLARAÇÃO DO EMPREGADOR OU OUTRO MEIO DE PROVA.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS E PARCIALMENTE
PROVIDOS. TESE COM NOVA REDAÇÃO.

1. Pedi vista dos autos na sessão do dia 25/03/2021, para melhor


analisar a questão controversa.

2. Peço vênia para resgatar, rapidamente, os debates e as decisões até


aqui travados:

2.1. o caso envolve o tema 208 da TNU, que tinha a seguinte


questão contoversa a ser dirimida: "saber se é necessária a indicação, no PPP, do
profissional habilitado para registro de condições ambientais e monitoração
biológica, para fins de reconhecimento da atividade como especial";
2.2. na sessão do dia 20/11/2020, à unanimidade, foi dado
provimento ao PUIL, nos termos do voto do relator, juiz Atanair Nasser Ribeiro
Lopes, fixando-se a seguinte tese:

"1. Para a validade do Perfil Profissiográfico Previdenciário


(PPP) como prova do tempo trabalhado em condições especiais nos
períodos em que há exigência de preenchimento do formulário
com base em Laudo Técnico das Condições Ambientais de
Trabalho (LTCAT), é necessária a indicação do responsável
técnico pelos registros ambientais, sendo dispensada a informação
sobre monitoração biológica.

2. A ausência da informação no PPP pode ser suprida pela


apresentação de LTCAT ou por elementos técnicos equivalentes,
cujas informações podem ser estendidas para período anterior ou
posterior à sua elaboração, desde que acompanhados da
declaração do empregador sobre a inexistência de alteração no
ambiente de trabalho ou em sua organização ao longo do tempo.".

2.3. O IBDP, como amicus curiae, interpôs embargos de declaração


alegando contradição e obscuridade, nos seguintes termos:

(i) "restou delimitado em tese, que a validade de um LTCAT ou de


elementos técnicos extemporâneos aptos a suprir a ausência de informações em
PPP, somente serão provas aptas para comprovação da atividade especial, se
houver apresentação de “declaração do empregador sobre a inexistência de
alteração no ambiente de trabalho ou em sua organização ao longo do tempo";

(ii) "tal condicionante é requisito de validação de prova divergente


do entendimento já sedimentado em Súmula proferida pela Turma Nacional de
Uniformização dos Juizados Especiais Federais e firmado em jurisprudência no
Superior Tribunal de Justiça, além de ser situação que não consta no âmbito
legislativo, como ficará demonstrado";

(iii) a súmula 68 da TNU prevê que o laudo pericial não


contemporâneo é prova suficiente para a comprovação da atividade especial, não
havendo menção à necessidade de declaração do empregador acerca de
inexistência de alteração no ambiente de trabalho ou em sua organização ao longo
do tempo, para validação do laudo como prova;

(iv) o STJ também já validou o entendimento no sentido de que o


fato do laudo pericial ser extemporâneo não implica fragilidade de sua força
probatória;

(v) o requisito de declaração do empregador não está previsto na


legislação, não impondo a lei que o laudo seja contemporâneo;
(vi) a declaração do empregador não é uma exigência de grande
dificuldade para empregado de empresa ativa, no entanto, para um empresa que
esteja inativa pode frustrar indevidamente o direito do segurado; dados estatísticos
do IBGE comprovam que o número de empresas inativas é muito grande;

(vii) requer: "sejam esclarecidos os pontos obscuros e resolvidas as


contradições, dando-lhe efeitos infringentes, que sucintamente concentra-se na
contrariedade ao entendimento do STJ e Súmula da TNU, quanto a
desnecessidade de declaração do empregador sobre a inexistência de alteração
no ambiente de trabalho ou em sua organização ao longo do tempo, para validade
da prova extemporânea".

3. O voto do relator, proferido na sessão do dia 25/03/2021, foi no


sentido de conhecer e negar provimento aos embargos, nos seguintes termos,
no que interessa:

[...]

Toda a construção dos embargos suscita contradição de fundamentação sob o


argumento de que a Corte teria disposto sobre a validade do laudo técnico
(LTCAT) apenas a partir de declaração do empregador sobre a
contemporaneidade dos dados ao longo da jornada laboral do segurado, quando,
a bem da verdade, a deliberação se debruçou sobre o perfil profissiográfico
(PPP). Como muito bem apontado na tese, construída pelo debate dos membros
da TNU - e não só pelas proposições do relator - cuida-se de suprimento de
informações no PPP e não no LTCAT.

Se por acaso o LTCAT, ainda que extemporâneo, tenha aferido as condições


laborais do segurado durante toda sua jornada ao longo dos anos, não há dúvida
de que a referida informação é plenamente válida. Mas não foi o que tratado na
discussão do incidente. O debate discorreu sobre situações em que o PPP
informa a existência de laudo técnico apenas para parte do período objeto de
apreciação, ficando descoberto outro lapso da jornada laboral do segurado,
sendo indispensável nesse caso que o empregador informe terem sido mantidas
as mesmas condições laborais no decorrer do tempo, tal como exigido no art.
261, §§3º e 4º, da IN 77/2015.

A própria definição do tema diverge das razões apontadas nos embargos: "saber
se é necessária a indicação, no PPP, do profissional habilitado para registro de
condições ambientais e monitoração biológica, para fins de reconhecimento da
atividade como especial".

Na seguinte passagem do voto condutor essas questões ficaram bem levantadas:

[...]
4. Na mesma sessão, apresentou voto o juiz Fábio de Souza
Silva, conhecendo e dando parcial provimento ao recurso, para alterar o item 2
da tese, nos seguintes termos:

Acredito que o sentido da decisão da TNU é a exigência de prova da inexistência


de alteração no ambiente de trabalho ou em sua organiação ao longo do tempo.
A declaração do empregador é, apenas, um meio de se demonstrar a manutenção
das condições de trabalho. Desse modo, acredito que exista contradição, que
deveria ser sanada com a modificação do intem 2 da tese, para que passe a
adotar a seguinte redação:

1. Para a validade do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) como prova


do tempo trabalhado em condições especiais nos períodos em que há exigência
de preenchimento do formulário com base em Laudo Técnico das Condições
Ambientais de Trabalho (LTCAT), é necessária a indicação do responsável
técnico pelos registros ambientais, sendo dispensada a informação sobre
monitoração biológica.

2. A ausência da informação no PPP pode ser suprida pela apresentação de


LTCAT ou por elementos técnicos equivalentes, cujas informações podem ser
estendidas para período anterior ou posterior à sua elaboração, desde que
comprovada a inexistência de alteração no ambiente de trabalho ou em sua
organização ao longo do tempo.

5. Intimado para contrarrazoar os embargos de declaração, após a


sessão do dia 25/03/2021, o INSS não se manifestou (eventos 68, 72 e 81).

6. Após o meu pedido de vista e enquanto analisava a matéria, teve


início na TNU, na sessão do dia 27/05/2021, o julgamento do PUIL nº 0001593-
54.2015.4.03.6326, de relatoria do juiz Luis Eduardo Bianchi Cerqueira, que
apresentou voto nos seguintes termos, no que interessa:

[...]

Em breve síntese, a parte autora ingressou com ação de conhecimento, proposta


em face do INSS, requerendo o reconhecimento de períodos como especiais,
convertendo-os em tempo comum, para revisão do benefício de aposentadoria
por tempo de contribuição desde a DER.

A sentença julgou parcialmente procedente o pedido para averbar nos cadastros


do autor o período de atividade especial, convertendo-o em tempo de serviço
comum, e determinar a revisão de aposentadoria por tempo de contribuição n.
140.500.965-6, mantida a DIB originária.

Inconformada, a parte autora interpôs recurso. A Sexta Turma Recursal do


Juizado Especial Federal da Terceira Região – Seção Judiciária de São Paulo,
por unanimidade, negou provimento ao recurso.
A parte autora interpôs pedido de uniformização de jurisprudência. Afirmou
que há decisões divergentes entre Turmas do mesmo Tribunal. A Sexta Turma
não reconheceu a especialidade do período compreendido entre 05/09/1991 a
05/03/1997, sob o fundamento de que o PPP que instrui a inicial é subscrito
por responsável técnico admitido pela empresa em 30/04/2002, ou seja,
extemporâneo. Enquanto que a Décima Turma do mesmo Tribunal entende que
o PPP ou Laudo Técnico elaborados posteriormente à prestação de serviços - ou
seja, laudo extemporâneo - não afasta a validade de suas conclusões, vez que tal
requisito não está previsto em lei.

[...]

Ou seja, o que vale para o laudo pericial extemporâneo (Súmula 68 desta turma
nacional), vale para o documento que dele é extraído, o PPP, conforme entende
explicita e reiteradamente o Superior Tribunal de Justiça.

Não se pode dizer que a situação fática destes autos difere da situação de laudo
ou PPP extemporâneo, apenas porque se fez referência a subscritor admitido
posteriormente à prestação do serviço. Isso apenas significa que o PPP foi feito
posteriormente aos fatos, ou seja, PPP extemporâneo.

Diante do entendimento maciçamente contrário aquele da turma recursal de


origem, existente nesta turma nacional e no Superior Tribunal de Justiça, deve
ser anulado o julgado, para que novo acórdão seja produzido, de acordo com o
posicionamento jurisprudencial em questão.

Voto por conhecer e dar provimento ao incidente de uniformização nacional, no


sentido de anular o julgado da turma recursal de origem, a fim de que outro seja
proferido em readequação, fixando-se a seguinte tese: "o fato do PPP ser
posterior ao período laborado, cuja especialidade se pretende provar, não lhe
retira a força probante. PREVIDENCIÁRIO. Sessão de 27/05/2021".

7. Acabei por pedir vista também dos autos nº 0001593-


54.2015.4.03.6326, por entender, naquela oportunidade, que a matéria em
discussão tinha sido dirimida no tema 208 e o voto do relator apontava
solução diversa da adotada pelo colegiado no citado representativo. Se não
estou enganado, na mesma sessão houve vista por parte do juiz Gustavo Melo
Barbosa de processo com controvérsia semelhante.

8. Antes de prosseguir, necessário transcrever os trechos mais


relevantes do voto do relator no julgamento do tema 208:

[...]

As instruções do INSS a respeito da questão flexibilizaram outros meios para


substituição do laudo técnico e pormenorizaram o trato e o preenchimento das
informações no formulário. Colho da IN 77/2015:
Art. 261. Poderão ser aceitos, em substituição ao LTCAT, e ainda de forma
complementar, desde que contenham os elementos informativos básicos
constitutivos relacionados no art. 262, os seguintes documentos:

[...]

§2º As demonstrações ambientais referidas no inciso V do caput deste


artigo devem ser atualizadas pelo menos uma vez ao ano, quando da
avaliação global, ou sempre que ocorrer qualquer alteração no ambiente
de trabalho ou em sua organização, observado o § 4º deste artigo, por
força dos itens 9.2.1.1 da NR-09, 18.3.1.1 da NR-18 e da alínea “g” do
item 22.3.7.1 e do item 22.3.7.1.3, ambos da NR-22, e todas do MTE.

§3º O LTCAT e os laudos mencionados nos incisos de I a IV do caput deste


artigo emitidos em data anterior ou posterior ao período de exercício da
atividade do segurado poderão ser aceitos desde que a empresa informe
expressamente que não houve alteração no ambiente de trabalho ou em
sua organização ao longo do tempo, observado o § 4º deste artigo.

§4º São consideradas alterações no ambiente de trabalho ou em sua


organização, entre outras, aquelas decorrentes de:

I – mudança de layout;

II – substituição de máquinas ou de equipamentos;

III – adoção ou alteração de tecnologia de proteção coletiva; e

IV – alcance dos níveis de ação estabelecidos nos subitens do item 9.3.6


da NR-09, aprovadas pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, do
MTE, se aplicável.

Como se vê na norma citada, a empresa ou empregador equiparado deve emitir


o laudo técnico pelo menos uma vez ao ano ou, em menos tempo, quando houver
mudança no ambiente de trabalho, conforme disposto no §4º do referido art. 261
da IN 77/2015. Pode ser aceito laudo ou documento substitutivo anterior ou
posterior ao período de atividade exercido pelo segurado, desde que seja
informado expressamente que não houve alteração no ambiente laboral nos
termos do referido §4º.

Parece-me que a regra é legítima, proporcional e razoável, aderindo ao disposto


na jurisprudência quando preceitua que o laudo técnico não precisa ser
contemporâneo ao tempo de atividade exercido (Súmula 68 da TNU), mas
deverá apontar que as condições laborais eram as mesmas, similares, não
oferecendo outro cenário do ambiente. Assim, até mesmo a Administração
aceita o laudo não contemporâneo. O que tem gerado discussões e foi bem
apontado pelo IBDP no seu memorial, é que as empresas não têm feito o laudo e
nem adotado os documentos substitutivos, somente os providenciando, às
pressas, quando algum empregado precisa do formulário PPP para postular o
reconhecimento do tempo especial.

Sobre essa postura fática inadequada, que de fato vem a gerar riscos aos
trabalhadores, é que surge o polêmico apontamento de tempo especial sem que
exista laudo técnico que o corrobore. Analisar as questões ambientais para
tempos remotos gera um custo maior, tem complexidade mais severa, uma vez
que o profissional técnico irá levantar mais dados, fazer apurações, contrapor
os diversos elementos contidos no ambiente laboral e sua possível alteração no
tempo. Desta feita, não é raro a empresa providenciar o laudo comum, anual, e
com base nele expandir as informações para períodos não apurados, não
abrangidos. Como é crime fazer a afirmação falsa no formulário, a empresa não
aponta o responsável técnico para aqueles anos sem lastro, sem que tenham sido
as informações corroboradas por laudo técnico.

Pode-se concluir que o apontamento de responsável técnico coincide com o


período em que houve elaboração de laudo técnico ou documentos
substitutivos, tal como disposto no art. 261 da IN 77/2015, sendo que os
períodos sem o referido apontamento são aqueles em que não houve apuração
técnica, quebrando a lógica e a exigência das informações ambientais exigidas
em apuração no mínimo anual. É curioso observar que os formulários, em geral,
não mencionam sobre a alteração ou não do ambiente laboral nos termos do §4º
do art. 261 citado, isso porque a falsidade ensejaria responsabilidade criminal.
Então se deixa para que o INSS tire suas próprias conclusões, oferecendo-se ao
trabalhador um documento incompleto, com informações negligenciadas. Não
vejo qualquer problema em a empresa informar que não houve alteração do
ambiente laboral, se de fato isso não ocorreu. Não se trata de informação
desnecessária, nem tampouco aumenta ou constitui qualquer burocracia que
venha a impedir os direitos do segurado.

Há argumentos no sentido de que, no passado da empresa, seria presumível


que suas condições no ambiente de trabalho fossem piores que as atuais,
mormente em função da evolução de tecnologias, equipamentos e melhorias
dos programas de qualidade no trabalho. Desta feita, segundo esse argumento,
se atualmente as condições ensejam insalubridade, levando à condição de tempo
especial, também assim o era no passado. Todavia, não compartilho desse
entendimento. Após discussões e reflexões na 4ª Turma Recursal de Minas
Gerais, ouvindo as ponderações dos nobres Juízes Federais Carmen Elizângela
e Alexandre Infante, chegamos à conclusão que essa premissa é uma falácia.
Isso porque a empresa pode ter aumentado o número de equipamentos no local,
ensejando agora mais ruído do que havia antes; novas tecnologias importam
necessidade de maior qualificação, matéria prima escassa nos trabalhadores
brasileiros; o maquinário vem se tornando cada vez mais complexo, mais
dinâmico, insuscetível de controle imediato pelo ser humano, que se torna vítima
de inúmeros acidentes em função das dificuldades de frear as sequências
robóticas. A inteligência artificial que vem sendo utilizada traz melhorias
significativas, mas não dispensa o devido controle e acompanhamento pelas
habilidades humanas. Com isso, não é conclusivo que a qualidade laboral seja
uma linha crescente de melhorias e maior qualidade ao ser humano, sendo
muito pertinente e simples que a empresa informe se houve ou não alteração
no ambiente de trabalho, conforme exigido no §4º do art. 261 da IN 77/2015.

Nesse contexto, apanhando as diversas ponderações feitas ao longo do voto,


tenho que a informação sobre o responsável técnico está atrelada à existência
de laudo técnico ou documento substitutivo, sendo indispensável no
preenchimento do formulário PPP. O tempo lastreado pela existência de
responsável técnico tem correspondência com as informações constantes em
laudo técnico, sendo que, não havendo tal informação, a empresa poderá supri-
la mediante informação apropriada e legítima de que não houve alteração do
ambiente laboral, o que valida o laudo não contemporâneo e, portanto,
dispensa aquele lapso de contar com o responsável técnico na época não
contratado.

9. Levando-se em conta o teor do unânime voto do relator e a tese


fixada, me parece certo que este colegiado decidiu:

(i) para os períodos em que o PPP deve ser preenchido com base em
LTCAT, é necessária a indicação do responsável técnico pelos registros
ambientais, sendo dispensada a informação sobre monitoração biológica;

(ii) é necessária a indicação do responsável técnico para todo o


período apontado no PPP, sendo que essa indicação comprova que os registros
ambientais foram aferidos a partir de LTCAT ou de elemento técnico equivalente
(art. 261 da IN 77/2015);

(iii) os períodos integrais ou parciais apontados no PPP, sem a


indicação de responsável técnico, correspondem a períodos em que não houve
aferição por meio de LTCAT ou elemento técnico equivalente;

(iv) para esses períodos integrais (sem responsável técnico para


todo o período) ou parciais (com responsável técnico somente para parte do
período) do PPP sem indicação de responsável técnico, a necessária informação
acerca da existência de prova técnica da nocividade pode ser suprida pela
apresentação de LTCAT ou elemento técnico equivalente, que ampare todos os
períodos omitidos;

(v) as informações do LTCAT ou do elemento técnico equivalente


podem ser estendidas para período anterior ou posterior à sua elaboração, desde
que acompanhadas da declaração do empregador sobre a inexistência de alteração
no ambiente de trabalho ou em sua organização ao longo do tempo;

(vi) na forma da súmula 68 da TNU e da IN 77/2015, o LTCAT ou


o elemento técnico equivalente não precisa ser contemporâneo ao tempo de
atividade exercido, ou seja, os registros ambientais podem, por exemplo, ter
sido colhidos posteriormente, mas deverá apontar que as condições laborais
eram as mesmas, similares, não oferencedo outro cenário do ambiente;

(vii) essa extensão pode constar do próprio LTCAT (feita


diretamente pelo perito), do PPP ou de declaração avulsa na qual a empresa
informe que não houve alteração do ambiente laboral (declaração de
extemporaneidade/similaridade);

(viii) a premissa de que "uma vez constatada a presença de agentes


nocivos em data posterior à prestação do trabalho, considerando a evolução das
condições de segurança e prevenção do ambiente de trabalho ao longo do tempo,
presume-se que, à época do exercício da atividade, as condições de trabalho
eram, no mínimo, iguais à verificada à época da elaboração do PPP", não é
idônea a afastar a necessidade de extensão das informações técnicas para períodos
do PPP não abrangidos pelo LTCAT.

10. Diante do que restou decidido no julgamento originário do tema


208, é certo que não procedem as alegações do IBDP de contradição ou
obscuridade, no ponto específico em que demanda efeitos infringentes, para
afastar a necessidade de meio de prova complementar além do LTCAT ou
elemento técnico equivalente (salvo quando o próprio LTCAT traz, em seu corpo,
declaração de extemporaneidade/similaridade), com finalidade de suprir a
necessária informação acerca da existência de prova técnica da nocividade para os
períodos - integrais ou totais - do PPP sem responsável técnico.

11. Os fundamentos adotados foram claros, expressos, inequívocos,


coerentes e baseados em legislação de regência, não padecendo de contradição ou
obscuridade. Foi devidamente justificada a compatibilidade da posição adotada
com a súmula 68 da TNU e a não aplicabilidade da posição do STJ, invocada nos
embargos.

12. Na minha turma de origem, por exemplo, há muito adotamos


fundamentação nessa linha:

3. Para fins de reconhecimento de atividade especial, os registros ou


demonstrações ambientais referentes à exposição aos agentes nocivos devem, a
princípio e em regra, ser contemporâneos aos períodos em que desenvolvidas
as respectivas atividades. Essa é exigência que decorre logicamente da natureza
do fato a ser demonstrado - evento fático específico, situado no tempo e no espaço
e influenciado diretamente pelas condições ambientais de trabalho, em especial
local, layout, técnicas de trabalho/produção/prestação do serviço,
maquinário/equipamentos, tecnologias de proteção coletiva e individual etc - e
da prova eleita pela lei para comprovar essa exposição (perícia). Assim, a
princípio, o LTCAT e o PPP dele derivado somente possuem força probatória
se os registros ambientais foram contemporâneos (colhidos durante o período
trabalhado).
A jurisprudência e a própria administração pública (art. 261, §3º, da IN
77/2015) têm abrandado esse entendimento, afirmando que o laudo pericial
que traz registros e demonstrações ambientais extemporâneas (registros
ambientais realizados em data anterior ou posterior ao período
trabalhado) pode ser aceito para fins de reconhecimento de atividade
especial, desde que “a empresa informe expressamente que não houve alteração
no ambiente de trabalho ou em sua organização ao longo do tempo”, ou
seja, informe que as condições ambientais de trabalho (local, layout,
maquinário/equipamentos, técnicas de proteção coletiva e individual
etc) permaneceram inalteradas ou com mudanças pouco significativas entre o
período a ser considerado e o da efetiva aferição dos registros e demonstrações
ambientais. Essa afirmação da empresa, em complemento ao laudo, é feita por
meio da chamada declaração de extemporaneidade ou similaridade, que pode,
inclusive, constar no campo “observações do PPP”.

Sobre o tema do laudo extemporâneo, esclarece a doutrina especializada: “É


necessário, portanto, que a empresa forneça uma declaração de
extemporaneidade para esclarecer que, embora o laudo tenha sido expedido fora
da época do período de trabalho, as condições de trabalho permaneceram as
mesmas” (LADENTHIN, Adriana Bramante de Castro. Aposentadoria Especial
– dissecando o PPP: de acordo com a EC n. 103/19. – 1. Ed. – São Paulo: LUJUR
Editora, 2020, p. 60).

Nesse caso a exigência legal fica satisfatoriamente cumprida, uma vez que se
pode falar em exame pericial indireto (ou mesmo por similaridade), com validade
quando inexistente ou impossível se periciar o objeto ou o mesmo ambiente em
litígio. Nesse contexto é que o Poder Judiciário acolhe, sem maiores
questionamentos, os laudos periciais feitos em outras empresas, com ambientes
de trabalho similares aos que são objeto da lide.

Essa interpretação é consentânea com o caráter protetivo do direito


previdenciário e com a conhecida dificuldade de se fazer prova técnica de
atividade especial relativa a períodos remotos. Inclusive, é nesse contexto que
deve ser interpretada a súmula 68 da TNU, sob pena de se burlar a exigência
legal de prova pericial para fins de comprovação de atividade especial,
acolhendo laudo pericial que não retrata, ainda que de forma indireta, as
condições ambientais e de nocividade do período controverso.

Registre-se, inclusive, que esse entendimento foi recentemente acolhido pela


TNU no tema 208 dos seus representativos de controvérsia, com tese firmada no
seguinte sentido: ...

13. No entanto, na linha do voto já apresentado pelo juiz Fábio de


Souza Silva, talvez seja possível acolher os embargos de declaração, para tornar
exemplificativo o rol de provas apto a comprovar a inexistência de alteração no
ambiente de trabalho ou em sua organização ao longo do tempo, não adotando
como único elemento a declaração de extemporaneidade/similaridade fornecida
pelo empregador.
14. Inobstante a declaração seja o meio de prova mais autêntico,
adequado, idôneo e de fácil produção (e, talvez por isso, previsto
normativamente), pode esbarrar no encerramento das atividades da empresa,
tornado impossível a sua expedição e gerando prejuízo ao segurado. Lado outro,
nada impede a ampliação do rol. Primeiro, porque não existe vedação legal
(tarifação), vigorando o princípio do livre convincimento motivado e da liberdade
probatória. Segundo, porque existem outros meios de prova adequados e idôneos
para demonstrar o fato controverso. Terceiro, porque já está pacificada a
possibilidade de comprovar atividade especial por perícia por similaridade, sendo
a hipótese muito mais gravosa e complexa do que demonstrar a inxesistência de
alteração do ambiente laboral.

15. Para finalizar, confesso uma preocupação. Salvo melhor juízo, a


tese não conseguiu captar a essência do voto do relator, não retratando que a
ausência de informação no PPP acerca de responsável técnico (e, em
consequência, da aferição dos agentes nocivos por meio de laudo pericial) refere-
se ao período integral (sem responsável para todo o período) ou parcial (com
responsável por somente parte do período).

16. Essa deficiência vem autorizando entendimentos diversos, quiça


contraditórios, como me parece, novamente salvo melhor juízo, o externado pelo
relator no PUIL nº 0001593-54.2015.4.03.6326, inobstante a tese lá proposta fale
de "PPP posterior ao período laborado", questão não decidida nestes autos, que
trata de registros ambientais/responsável técnico extemporâneo.

17. Talvez fosse o caso, se possível, de dar nova redação à tese,


para mais fiel aderência ao decidido e internalização do rol exemplificativo de
prova, questão que deixo à consideração do colegiado, propondo a seguinte
redação, a partir dos fundamentos anteriormente lançados:

1. Para a validade do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) como prova


do tempo trabalhado em condições especiais nos períodos em que há exigência
de preenchimento do formulário com base em Laudo Técnico das Condições
Ambientais de Trabalho (LTCAT), é necessária a indicação do responsável
técnico pelos registros ambientais para a totalidade dos períodos informados,
sendo dispensada a informação sobre monitoração biológica.

2. A ausência total ou parcial da indicação no PPP pode ser suprida pela


apresentação de LTCAT ou por elementos técnicos equivalentes, cujas
informações podem ser estendidas para período anterior ou posterior à sua
elaboração, desde que acompanhados da declaração do empregador ou
comprovada por outro meio a inexistência de alteração no ambiente de
trabalho ou em sua organização ao longo do tempo.

18. Acolhida a nova redação da tese, reafirmo a necessidade de


retorno dos autos à TR de origem, para adequação do julgado, na forma da
QO/TNU nº 20, conforme determinação já contida no acórdão embargado (neste
ponto não alterado).

19. Em face do exposto, voto por CONHECER e DAR PARCIAL


PROVIMENTO ao recurso, conforme itens 17 e 18 retros.

IVANIR CESAR IRENO JUNIOR


Juiz Federal

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