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14ª SESSÃO ORDINÁRIA DO T. PLENO - 12 DE MAIO DE 2021.
Exame Prévio de Edital
SEÇÃO MUNICIPAL
Julgamento

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PROCESSO: 8059.989.21-0

REPRESENTANTE: II EDUCACAO INTELIGENCIA E INFORMACAO LTDA


(CNPJ 33.374.445/0001-90)

ADVOGADO: MATHEUS LUIZ LEOPOLDINO DOS SANTOS (OAB/SP


348.646)

REPRESENTADA: PREFEITURA MUNICIPAL DE TAUBATÉ (CNPJ


45.176.005/0001-08)

RESPONSÁVEL: JOSÉ ANTÔNIO SAUD JÚNIOR – PREFEITO

ADVOGADOS: EDUARDO LEANDRO DE QUEIROZ E SOUZA (OAB/SP


109.013) / JAYME RODRIGUES DE FARIA NETO (OAB/SP 304.100)

ASSUNTO: Representação visando ao exame prévio do Edital de Pregão


Eletrônico 32/21

EXERCÍCIO: 2021

PROCESSO: 8125.989.21-0

REPRESENTANTE: DANILO GAIOZO MACHADO (CNPJ 26.950.936/0001-77)

REPRESENTADA: PREFEITURA MUNICIPAL DE TAUBATÉ (CNPJ


45.176.005/0001-08)

RESPONSÁVEL: JOSÉ ANTÔNIO SAUD JÚNIOR – PREFEITO

ADVOGADOS: EDUARDO LEANDRO DE QUEIROZ E SOUZA (OAB/SP


109.013) / JAYME RODRIGUES DE FARIA NETO (OAB/SP 304.100)

ASSUNTO: Representação visando ao exame prévio do Edital de Pregão


Presencial nº 32/21

EXERCÍCIO: 2021

Senhora Presidente, Senhores Conselheiros e Senhor


Procurador do MPC,
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RELATO, EM CONJUNTO, AS REPRESENTAÇÕES
FORMULADAS POR II-EDUCAÇÃO INTELIGÊNCIA E INFORMAÇÃO LTDA.
E DANILO GAIOZO MACHADO, VISANDO À IMPUGNAÇÃO DO PREGÃO
ELETRÔNICO Nº 32/21, PROMOVIDO PELA PREFEITURA DE

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TAUBATÉ, PARA A CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA PARA A
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE IMPLANTAÇÃO DE AMBIENTE VIRTUAL DE
APRENDIZAGEM - AVA BASEADO EM PLATAFORMA MOODLE,
CORRESPONDENDO A UM MODELO DE ENSINO NÃO PRESENCIAL APOIADO
EM TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC), COMPREENDENDO
CUSTOMIZAÇÃO, INTEGRAÇÃO, HOSPEDAGEM, REGISTRO DE DOMÍNIO,
FORMAÇÃO E TREINAMENTO, SUPORTE TÉCNICO E OPERACIONAL AOS
USUÁRIOS, POR UM PERÍODO DE 12 (DOZE) MESES [1].

Os Representantes, exercendo a faculdade que lhes confere o §


1º do artigo 113 da Lei nº 8.666/93, representaram perante este Tribunal,
questionando alguns aspectos do ato convocatório, assim sintetizados nos rr.
despachos mediante os quais recebi a matéria como Exame Prévio de Edital e
que foram referendados por este E. Plenário em 31/03/21, conforme a seguir
transcrevo:

TC-8059/989/21 - ii-Educação Inteligência e Informação Ltda.:

“Referida representante alega, em síntese, com apoio em precedentes indicados, que o edital
em apreço contém irregularidades que implicam em possível prejudicialidade na formulação de
propostas e iminente risco de afronta a competitividade, a seguir apontadas: 1 – ausência de
critérios técnicos específicos em relação a infraestrutura de hospedagem e aglutinação
indevida do serviço de licenciamento de sistema de informática com a disponibilização de
infraestrutura; 2 – formação e treinamento em objeto diverso, e da exigência de profissional
técnico com nível de especialização em área específica, restringindo o certame licitatório; 3 –
ilegalidade na falta de critérios objetivos de avaliação da demonstração/prova de conformidade
e na exigência ilegal de 100% dos critérios; 4 – ilegalidade na exigência de integração com
sistemas educacionais e de cadastro de usuários; e, 5 – falta de informações quanto as
características técnicas como o banco de dados existente, ambiente operacional, sistemas e
formatos, estrutura funcional para integração de dados, comprometendo o exíguo cronograma /
prazo de implantação.”
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TC-8125/989/21 – Danilo Gaiozo Machado:

“Referido representante alega, em síntese, que o edital em apreço contraria princípios

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constitucionais e legais, que ferem o caráter competitivo do certame, apontando: 1 – indevida
vedação de participação em consórcio; 2 - que o objeto do processo licitatório envolve a
prestação de serviços de implantação de Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA, que está
baseado em plataforma MOODLE, e, portanto, não pode haver customização para um software
livre; 3 - que deve ser suprimida a exigência de apresentação de atestado, devendo ser
demonstrada a capacidade técnica através da Prova de Conceito; e, 4 - existem divergências
entre os requisitos e os itens que serão entregues.”

Com isso, foi determinada a imediata paralisação da licitação até


ulterior deliberação desta Corte, e fixado prazo para que a Prefeitura de
Taubaté apresentasse as justificativas e documentos que tivesse sobre os
pontos impugnados, o que restou atendido, com peça em defesa da correção
do certame, juntada após dilação de prazo deferida, nos eventos 43 e 58; 41 e
54, respectivamente, dos TCS 8059/989/21 e 8125/989/21.

SOBRE O ASSUNTO, A INSTRUÇÃO DOS PROCESSOS


REVELA OPINIÕES EM PARTE DIVERGENTES, POIS: 1) ENQUANTO A
ASSESSORIA TÉCNICA [2] E CHEFIA DE ATJ [3] CONCLUÍRAM PELA
PROCEDÊNCIA PARCIAL NO TC 8059.989.21 E PELA IMPROCEDÊNCIA NO
TC 8125.989.21, 2) O MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS E A SDG
ENTENDERAM QUE AMBAS AS REPRESENTAÇÕES SÃO PARCIALMENTE
PROCEDENTES [4].

É O RELATÓRIO.

VOTO.

COMO SE VERIFICA DAS MANIFESTAÇÕES INSTRUTIVAS


JUNTADAS AOS AUTOS, ESPECIALMENTE DO PARECER DA SDG QUE
ADOTO NA ÍNTEGRA, DIVERSAS FALHAS EXISTEM NO ATO
CONVOCATÓRIO QUESTIONADO.
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Primeiramente, a respeito da insurgência descrita no tópico 4,
linhas acima (Representante Danilo Gaiozo), importa registrar que a peça
inicial limita-se a questionar supostas “divergências entre os requisitos e os
itens que serão entregues”, sem especificar claramente os aspectos com
potencial restritivo ou que se acham em desconformidade com a lei,

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transferindo para este Tribunal a tarefa de interpretar as suas reais intenções,
razão pela qual considero prejudicada a análise de mérito quanto a esse ponto,
ainda mais, em se tratando de Exame Prévio de Edital.

Em continuidade, considero que a Origem ofereceu


esclarecimentos aceitáveis para rechaçar a censura feita à exigência de
apresentação de atestados de comprovação da capacidade técnica, conforme
consignado em suas justificativas[5], para as quais me remeto. Corrobora tal
assertiva o entendimento pronunciado pela Assessoria Técnica, vertente
Engenharia[6], acerca de aludido assunto.

De outra parte, envolvendo questão relativa ao conhecimento


específico na área afeta ao objeto licitado, acompanho o posicionamento
esposado pela supracitada Unidade Técnica, que em seu parecer, para o qual
me remeto, posicionou-se pela improcedência dos reclamos suscitados nos
tópicos 1 (parte final) e 2, de fls. retro (Representação intentada por ii –
Educação), e no tópico 1, relativo à Representação ofertada por Danilo Gaiozo,
bem como pela procedência das insurgências formuladas pela Representante ii
– Educação, consignadas nos tópicos 1 (parte inicial), 3, 4 e 5.

Aliás, quanto à falta de critérios objetivos de avaliação da


demonstração/prova de conformidade e na exigência ilegal de 100% dos
critérios, reputo pertinente, em adendo, trazer à baila a preleção assentada por
este Tribunal em decisão enunciada nos processos TCS 6128/989/19 e
outros[7], conforme excerto de interesse do r. voto condutor que a seguir
transcrevo, ipsis litteris:

Quanto ao mérito, na esteira da unânime instrução, entendo que o edital carece da indicação
de quais seriam os requisitos tecnológicos mínimos e funcionalidades imprescindíveis a serem
demonstrados por ocasião da realização da “Prova Conceito”, bem como do estabelecimento
de critérios a serem utilizados na avaliação, de modo a resguardar o princípio do julgamento
objetivo, nos termos preceituados pelo artigo 3º, caput, da Lei 8.666/93.
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Nesse sentido:

“Embora seja possível à Administração exigir referida demonstração, hipótese que se


assemelha à apresentação de amostras, para verificação do atendimento das especificações
constantes do ato convocatório, a imposição deve guardar razoabilidade, de modo que não

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restrinja a participação no certame.

(...)

Ademais, a ausência de informações acerca dos requisitos mínimos que o sistema deverá ter
no momento da demonstração, corresponde a requerer que atenda ele integralmente a todos
os itens constantes do Termo de Referência, alguns dos quais dependentes de customização,
o que ocasiona ônus desarrazoado aos interessados, podendo afastá-los da disputa, o que não
se coaduna com o entendimento pacífico desta Corte.

Deste modo, a imposição de demonstração do sistema deverá ser direcionada ao vencedor da


disputa, concedendo-se prazo razoável para sua realização.

2.4 Igualmente procedentes a queixa atinente à falta de critérios objetivos para a avaliação do
sistema.

A despeito do alegado pela Administração, de que o critério de avaliação adotado seria a


conformidade do sistema “com as exigências previstas no edital”, observo que o instrumento
não fixou parâmetros para que fosse realizada essa verificação, além de ter disciplinado, no
Anexo II, que “o não atendimento a qualquer dos itens descritos nas Características Gerais
Obrigatórias dos Sistemas, acarretará na desclassificação imediata da proponente” (grifei).

Assim, a previsão de desclassificação pelo desatendimento de qualquer um dos itens, bem


como a falta de indicação da forma e dos requisitos mínimos a serem avaliados permite inferir
que as licitantes deverão comprovar todas as exigências do edital para que o sistema
demonstrado seja aceito, o que não se coaduna com o princípio do julgamento objetivo,
consagrado no artigo 3º, caput, da Lei nº 8.666/93.

Portanto, deve o edital especificar quais são os critérios objetivos de avaliação, com a
indicação dos requisitos mínimos que atenderão as especificações do objeto”. (TC-
4352.989.14-9 - TRIBUNAL PLENO - SESSÃO DE 10-12-14 - CONSELHEIRO SIDNEY
ESTANISLAU BERALDO).

Outrossim, em adendo, apenas reputo necessário reforçar que


esta Corte de Contas tem censurado a insuficiência de prazo fixado para a
implantação do objeto licitado, como, v.g., prelecionado na decisão proferida
nos processos TCS 8996/989/20 e 9036/989/20[8], conforme segue, ipsis
litteris:
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Ainda insistindo no prejuízo causado pela ausência de defesa, considero também procedente a
questão que incidiu sobre o prazo para implantação do sistema 30 (trinta) dias, o qual deve ser
revisto, a fim de que seja concedido lapso temporal suficiente para que a futura contratada
realize essa atividade, bem como para a realização da conversão de dados.

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Foi esse o entendimento que prevaleceu, igualmente, nos autos
dos processos TCS 3828/989/13[9]; 15144/989/16 e outros[10]; e
5441/989/17[11].

Por fim, quanto à crítica assinalada no tópico 2, linhas acima


(Representação Danilo Gaiozo), associo-me ao juízo exarado inicialmente
pelo MP de Contas, que, em seu parecer, ao qual me reporto, posicionou-se
pela procedência de referida contestação, de sorte que o ajustamento da peça
editalícia, também quanto a esse ponto, é medida que se impõe.

NESSAS CONDIÇÕES, ACOMPANHO A CONCLUSÂO DO MPC


E DA SDG, E, PORTANTO, VOTO PELA PROCEDÊNCIA PARCIAL DAS
REFERIDAS REPRESENTAÇÕES ORA EM JULGAMENTO, COM
DETERMINAÇÃO À PREFEITURA MUNICIPAL DE TAUBATÉ PARA QUE
ADOTE AS MEDIDAS CORRETIVAS PERTINENTES, QUE VIABILIZEM O
ADEQUADO SEGUIMENTO DO RESPECTIVO PROCEDIMENTO
LICITATÓRIO, OBSERVANDO RIGOROSAMENTE A LEGISLAÇÃO DE
REGÊNCIA, O REPERTÓRIO DE SÚMULAS E A JURISPRUDÊNCIA DESTE
TRIBUNAL, BEM COMO PROVIDENCIANDO A REPUBLICAÇÃO DO NOVO
TEXTO E REABERTURA DO PRAZO LEGAL, NOS TERMOS DO ARTIGO 21,
§ 4º, DA LEI FEDERAL Nº 8.666/93.

OPORTUNAMENTE, DEVE O PROCESSO, APÓS A


PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO E O TRÂNSITO EM JULGADO, SEGUIR PARA
O ARQUIVO, COM PRÉVIA PASSAGEM PELA DIRETORIA COMPETENTE
PARA CIÊNCIA E AS DEVIDAS ANOTAÇÕES.

ANTONIO ROQUE CITADINI


CONSELHEIRO
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MAVR

[1] Nome Empresarial: Danilo Gaiozo Machado; Título Estabelecimento (Nome de Fantasia): Abreu Machado – Apoio
Administrativo e Assessoria, consoante documentação inserta nos eventos 1.3 e 1.5 do TC-8125/989/21.

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[2] Eventos 63.1 (TC-8059/989/21) e 59.1 (TC-8125/989/21).

[3] Eventos 63.2 e 59.2, respectivamente, dos TCs 8059/989/21 e 8125/989/21.

[4] Eventos 68, 64, e 72,68, respectivamente, de referidos feitos.

[5] Constantes de fls. 17/19 de sua defesa (eventos 58 e 54, respectivamente, dos TCs 8059/989/21 e 8125/989/21).

[6] Fls. 05 de seu parecer.

[7] Tribunal Pleno, sessão de 03/4/19.

[8] Decisão publicada no DOE de 03/4/20 e ratificada pelo E. Plenário em sessão de 29/4/20.

[9] Tribunal Pleno, sessão de 05/02/14, sob minha relatoria.

[10] Tribunal Pleno, sessão de 28/9/16.

[11] Tribunal Pleno, sessão de 17/5/17.

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