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ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
PROCURADORIA FEDERAL JUNTO À UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
PROCURADORIA - UFAL
MACEIÓ - REITORIA DO CAMPUS A.C. SIMÕES

PARECER n. 00033/2021/PROC/PFUFAL/PGF/AGU

NUP: 23065.013868/2021-53
INTERESSADOS: AOVS SISTEMAS DE INFORMÁTICA S.A. - CAELUM/ALURA/CASA DO CÓDIGO E
OUTROS
ASSUNTOS: DEMAIS HIPÓTESES DE INEXIGIBILIDADE

EMENTA: INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO. CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE


CAPACITAÇÃO DE SERVIDORES.
1. Contratação de serviço para capacitação de servidores na modalidade in company.
2. Hipótese de inexigibilidade prevista no antigo art. 13, VI, c/c art. 25, II, da Lei nº 8.666/93.
3.Valor global da contratação estimado em R$ 48.000,00, equivalente a R$ 1.200,00 por
acesso (participante). Autorização de despesa pela autoridade competente, nos termos do
Decreto nº 10.193, de 27 de dezembro de 2019.
4. Análise jurídica adstrita a aspectos formais, sem incursões quanto ao mérito
administrativo. Aprovação do procedimento condicionada ao cumprimento das
recomendações.
5. Parecer de caráter meramente opinativo.

I. RELATÓRIO
1. Em atenção ao disposto no artigo 38, parágrafo único, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, vem a
esta Procuradoria o processo em epígrafe, para análise e pronunciamento quanto à legalidade da contratação, por
inexigibilidade, de instituição, com fundamento no artigo 25, inciso II c/c artigo 13, inciso VI, da Lei de Licitações,
para contratação de 40 acessos, pelo período de 12 (doze) meses, à plataforma de cursos online em treinamentos na
área de TIC denominada ALURA, do grupo CAELUM, representado pela empresa AOVS Sistemas de Informática
S.A., no valor total de R$ 48.000,00 (quarenta e oito mil reais).
2. Observe-se que o exame aqui elaborado restringe-se aos aspectos exclusivamente jurídicos do
procedimento, excluídos, portanto, aqueles de natureza técnica, específicos do órgão Consulente, conforme as
disposições das alíneas "a" e "b", do inciso VI, do artigo 11, da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993,
do artigo 8º-F, da Lei nº 9.028, de 12 de abril de 1995, e das alíneas "a" e "b", do inciso VII, do artigo 19, do Decreto
nº 10.608, de 25 de janeiro de 2021. Sobre tais dados, parte-se da premissa de que a autoridade competente se
municiou dos conhecimentos específicos imprescindíveis para a sua adequação às necessidades da Administração,
assim como aos requisitos legalmente impostos.
3. Outrossim, a autoridade Consulente e os demais agentes envolvidos na tramitação do feito devem ter
competência para praticarem os atos atinentes ao presente feito, cabendo-lhes verificar a exatidão das informações
constantes dos autos, zelando para que todos os atos processuais sejam praticados somente por aqueles que detenham
as correspondentes atribuições.

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4. O presente processo administrativo foi instruído com os seguintes documentos, dentre outros:

Estudo Técnico Preliminar - fls. 1-3 (repetido a fls. 34-36);


Formalização da demanda - fls. 5-12 (repetida a fls. 39-46);
Equipe de planejamento - fls. 13-16 (repetida a fls. 47-50);
Mapa de risco - fls. 18-19 (repetido a fls. 53-54);
Proposta Alura (ATENTAR PARA A VALIDADE) - fls. 23-29;
Disponibilidade orçamentária - fl.32;
Dados cadastrais da Caelum Ensino e Inovação - fl 57;
Ofício ao MM Reitor da UFAL para autorizar continuidade dos trâmites e aprovar o Estudo Técnico
Preliminar - fls. 66-67;
"Aprovo" reitoral - fl. 69;
Declaração de notória especialização - fls. 70-81;
Comparativo de preço - fls. 83-87;
Documentos de habilitação (regularidade fiscal e tributária) da AOVS Sistemas de Informática S.A-
fls. 89-104 e 118 (Ausente a regularidade trabalhista);
Termo de Referência Simplificado- fls. 120-127;
Aprovação do Termo de Referência - fl. 131;
Requisição de serviços, Relatório dos materiais e serviços com preço estimado, Quadro
comparativo de propostas, Relatório de julgamento das propostas e Relatório dos resumos para
empenho - fls. 133-142;
Despacho de encaminhamento à PF/UFAL - fl. 144 e
Check list - fls. 146-148.

5. É o relatório.
6. Impende registrar que os autos vieram inicialmente sem qualquer numeração em suas páginas e sem
justificativa expressa do apensamento do processo de nº 23.065.012629/2021-04, nem da repetição de vários dos
documentos que o compõem. Posteriormente, foi anexado outro arquivo com a devida numeração das folhas, mas sem
que se corrigissem as demais falhas de instrução do feito. Esse último arquivo, o considerado na presente análise.
II. FUNDAMENTAÇÃO
7. Inicialmente, destaca-se que não incumbe a esta análise jurídica imiscuir-se no mérito das
justificativas administrativas, conforme reza o Enunciado de Boa Prática Consultiva nº 7 ("a manifestação consultiva
que adentrar questão jurídica com potencial de significativo reflexo em aspecto técnico deve conter justificativa da
necessidade de fazê-lo, evitando-se posicionamentos conclusivos sobre temas não jurídicos, tais como os técnicos,
administrativos ou de conveniência ou oportunidade, podendo-se, porém, sobre estes emitir opinião ou formular
recomendações, desde que enfatizando o caráter discricionário de seu acatamento").
Da contratação direta
8. Sabe-se que a licitação consiste num procedimento administrativo formal em que a Administração
Pública convoca, mediante edital, empresas interessadas no fornecimento de bens ou serviços. E a Lei nº 8.666/93, ao
regulamentar o artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal de 1988, estabeleceu normas gerais sobre licitações e
contratos administrativos.
9. De acordo com a referida Lei, a celebração de contratos administrativos deve ser necessariamente
precedida de licitação, ressalvadas as hipóteses de dispensa e de inexigibilidade.
10. Quanto à contratação direta por meio de inexigibilidade, Marçal Justen Filho (in Comentários à Lei de
Licitações e Contratos Administrativos”, Editora Revista dos Tribunais, 17ª Edição, p. 571) leciona que:
1.2) “Inviabilidade de competição” como uma decorrência
É imperioso destacar que a inviabilidade de competição não é um conceito simples, que
corresponda a uma ideia única. Trata-se de um gênero, comportando diferentes
modalidades. Mais precisamente, a inviabilidade de competição é uma consequência, que
pode ser produzida por diferentes causas, as quais consistem nas diversas hipóteses de
ausência de pressupostos necessários à licitação.
11. Prosseguindo, passa-se à verificação da viabilidade jurídica da contratação perseguida, conforme o
Estudo Técnico Preliminar e o Termo de Referência Simplificado trazidos aos autos.
12. Pretende a UFAL, realizar a contratação direta, por inexigibilidade, com fundamento no artigo 25,
inciso II, c/c seu artigo 13, inciso VI, ambos da Lei 8.666/93, em vigor até o dia 1° de abril de 2023, conforme o artigo
193, II, da Lei n°14.133/2021 Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos.

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13. Esse dado é fundamental, pois, consoante se extrai do caput do artigo 191 da NLLCA, é decisão
discricionária de todos aqueles obrigados a seguir o regime licitatório (vide artigo 1° do mesmo diploma) a escolha de
licitar com base na lei pretérita acima citada ou na nova lei.
14. Com efeito, está assente na legislação, doutrina e jurisprudência pátrias a possibilidade de contratação
a ser efetivada pelo Poder Público, sem a realização do procedimento licitatório prévio. Todavia, tal forma de
contratação configura hipótese excepcional, somente admissível em situações previstas em lei, relatadas como casos
de dispensa e inexigibilidade, além da licitação dispensada.
15. A Carta Magna de 1988, em seu artigo 37, inciso XXI, dispõe acerca da matéria ao estabelecer que
"ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados
mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes (...)".
16. Cabe ressaltar que a Administração Pública, diante das opções de que dispunha, entendeu aplicável a
inexigibilidade de licitação, e sob tal enfoque é que se efetuará a presente análise. Na realidade, ambos os institutos de
dispensa e inexigibilidade constituem ferramentas à disposição da Administração para o melhor atendimento do
interesse público almejado.
17. No caso em tela, tendo em vista os interesses da Administração Pública, constantes da justificativa
apresentada no Termo de Referência Simplificado, das razões da escolha da instituição - singularidade do objeto a ser
contratado e notória especialização da empresa - assim como da pertinência do curso para o desenvolvimento
profissional, verifica-se que a hipótese descrita nos autos, a priori, se coaduna com a situação prevista no artigo 25,
inciso II, da Lei nº 8666/93, ou seja, inexigibilidade de licitação, sendo que o treinamento e aperfeiçoamento de
pessoal constitui serviço técnico profissional especializado enumerado no artigo 13, inciso VI, da mesma Lei. Eis
o teor dos dispositivos legais:
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados
os trabalhos relativos a:
(...)
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:


(...)
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza
singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade
para serviços de publicidade e divulgação;
(...)
§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no
campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências,
publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos
relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e
indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
18. Destarte, a jurisprudência do Tribunal de Conta da União e a doutrina pátria consideram que as
contratações de professores, conferencistas ou instrutores para ministrar cursos de treinamento ou aperfeiçoamento de
pessoal, bem como a inscrição de servidores para participação de cursos abertos a terceiros, podem se enquadrar na
hipótese de inexigibilidade de licitação prevista no referido inciso II, do artigo 25, combinado com o inciso VI, do
artigo 13 da Lei nº 8.666/93.
19. A respeito, transcrevem-se trechos da Decisão 439/1998 - Plenário do Tribunal de Contas da União, a
qual é largamente utilizada pela doutrina e jurisprudência pátrias para justificar o enquadramento de despesa
relacionada à contratação de profissionais especializados em treinamento e aperfeiçoamento de pessoal:
(...) que as contratações de professores ou conferencistas ou instrutores para ministrar cursos
de treinamento ou aperfeiçoamento de pessoal, bem como a inscrição de servidores para
participação de cursos abertos a terceiros, enquadram-se na hipótese de inexigibilidade de
licitação prevista no inciso II do art. 25, combinado com o inciso VI do art. 13 da Lei nº
8.666/93
(...) há necessidade de assegurar ao Administrador ampla margem de discricionariedade para
escolher e contratar professores ou instrutores. Discricionariedade essa que deve aliar a
necessidade administrativa à qualidade perseguida, nunca a simples vontade do
administrador. Pois, as contratações devem ser, mas do que nunca, bem lastreadas, pois não
haverá como imputar à legislação, a culpa pelo insucesso das ações de treinamento do órgão

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sob sua responsabilidade.


20. Outrossim, é preciso observar que o TCU possui entendimento segundo o qual a contratação direta,
mediante inexigibilidade, só deve ser utilizada se ficar comprovada a inviabilidade de competição, atendidos os
requisitos do art. 25, II, e 26 da Lei nº 8.666/93, conforme consagrado no Processo TC nº 009.173/2001-1, Acórdão nº
294/2002 – Plenário, Relator Walton Rodrigues - 14.08.2002. Tal posição é igualmente corroborada pelas lições de
Jorge Ulisses Jacoby (in Contratação Direta sem Licitação, Belo Horizonte: Editora Fórum, 2016, p. 520/521):
A inviabilidade da competição ocorrerá na forma desse inciso se ficar demonstrado o
atendimento dos requisitos, que devem ser examinados na seguinte ordem: a) referentes ao
objeto do contrato: que se trate de serviço técnico; que o serviço esteja elencado no art. 13 da
Lei nº 8.666/93; que o serviço apresente determinada singularidade; que o serviço não seja de
publicidade ou divulgação; b) referentes ao contratado: que o profissional detenha a
habilitação pertinente; que o profissional ou empresa possua especialização na realização do
objeto pretendido; que a especialização seja notória; que a notória especialização esteja
relacionada com a singularidade pretendida pela Administração.
21. Cumpre registrar, por oportuno, o entendimento do ilustre autor Marçal Justen Filho (op. cit.) ao
asseverar, quanto à situação prevista no artigo 25, inciso II, que "a inexigibilidade apenas se configura diante da
presença cumulativa dos três requisitos. Ou seja, não basta configurar-se um serviço técnico profissional
especializado, mas a contratação direta dependerá de constatar-se a existência de objeto singular. Ademais disso,
apenas poderá ser contratado um sujeito de notória especialização". Nos termos do exposto, a situação
de inviabilidade de competição ora analisada decorre do fato de não se poder assegurar tratamento isonômico aos
"interessados", por não ser possível escolher o futuro contratado por critérios objetivos de julgamento, em razão da
singularidade do objeto.
22. O entendimento exposto encontra-se em perfeita consonância com as Súmulas nº 39, de 4 de
dezembro de 1973, e nº 252, de 31 de março de 2010, do Tribunal de Contas da União:
Súmula nº 39 – A inexigibilidade de licitação para a contratação de serviços técnicos com
pessoas físicas ou jurídicas de notória especialização somente é cabível quando se tratar de
serviço de natureza singular, capaz de exigir, na seleção do executor de confiança, grau de
subjetividade insuscetível de ser medido pelos critérios objetivos de qualificação inerentes ao
processo de licitação, nos termos do art. 25, inciso II, da Lei nº 8.666/1993.
Súmula nº 252 - A inviabilidade de competição para a contratação de serviços técnicos, a que
alude o inciso II do art. 25 da Lei nº 8.666/1993, decorre da presença simultânea de três
requisitos: serviço técnico especializado, entre os mencionados no art. 13 da referida lei,
natureza singular do serviço e notória especialização do contratado.
23. Ainda, a Orientação Normativa nº 18, de 1º de abril de 2009, da Advocacia-Geral da União, destaca a
possibilidade de contratação por inexigibilidade, com fundamento no artigo 25, inciso II, da Lei nº
8.666/93, de conferencistas para ministrar cursos para treinamento e aperfeiçoamento de pessoal, ou de inscrição em
cursos abertos, desde que caracterizada a singularidade do objeto e verificado tratar-se de notório especialista. Assim,
conforme acima asseverado, a contratação com fundamento no artigo 25, inciso II, da Lei nº 8.666/93, exige a
comprovação dos requisitos legalmente impostos.
24. A respeito, a fundamentação da aludida Orientação Normativa distingue os cursos abertos dos
fechados, nos seguintes termos:
Parece pertinente, ainda, distinguir os denominados cursos abertos dos fechados. Os cursos
abertos são aqueles que permitem a participação de quaisquer interessados, sendo fixados e
programados pelo seu realizador. São, portanto, acessíveis a qualquer pessoa interessada na
sua proposta. Os cursos fechados são voltados para grupos certos e determinados de
indivíduos, elaborados de acordo com metodologia e horários previamente fixadas pelo
contratante. De conseguinte, não são acessíveis a qualquer interessado, mas apenas àquelas
integrantes do quadro de quem os contrata.
Assim, somente se enquadra na inexigibilidade fundada no art. 25, inc. II, combinado com o
art. 13, inc. VI, da Lei no 8.666, de 1993, a contratação de cursos abertos, sendo que os
cursos fechados devem ser objeto de licitação.
Sobre os cursos de treinamento aberto ou fechado, Jorge Ulisses Jacoby Fernandes assevera
que:
É também inexigível a licitação para a matrícula de servidor em curso oferecido por
instituição privada de treinamento, porque esses eventos são realizados em períodos
determinados, mostrando-se inviável a competição. Contudo, para a realização de seminários

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fechados, promovido por qualquer dessas mesmas instituições, é, em princípio, exigível a


licitação, porque o interesse e conveniência de treinamento podem ser determinados pela
Administração, ao contrário do caso anterior, em que a oportunidade é ditada pelas
instituições.
(...)
De qualquer forma, passados dez anos daquela orientação, considerando que a
inexigibilidade é exceção à regra geral do princípio licitatório, oportuno que a Advocacia-
Geral da União firme seu posicionamento no sentido de que sejam licitados tais cursos
padronizados/comuns ou, existindo em algum caso concreto determinado traço distintivo, seja
devidamente justificado pela Administração.
25. A propósito, tendo em vista que a Orientação Normativa AGU nº 18/2009 destaca-se que, via de
regra, os cursos fechados devem ser objeto de licitação, salvo os casos de inexigibilidade, devidamente justificado
pela Administração, conforme entendimento extraído da parte final da fundamentação acima transcrita. Registra-se
que o Departamento de Coordenação e Orientação de Órgãos Jurídicos da Consultoria-Geral da União, instado a
uniformizar o entendimento acerca da possibilidade ou não da contratação direta de pessoas jurídicas para ministrarem
cursos fechados para a Administração Pública, concluiu em Parecer nº 097/2017, aprovado pelo Consultor-Geral da
União Substituto que:
"a) A Orientação Normativa AGU n° 18/2009 não veda a contratação direta por
inexigibilidade de pessoas jurídicas para ministrarem cursos fechados para a Administração
Pública, desde que presentes os pressupostos do art. 25, II, §1º, da Lei n° 8.666/93, sem
prejuízo de que os autos do processo administrativo estejam fortemente instruídos e, de igual
forma, sejam submetidos a fiscalização e controle ainda maiores por parte dos órgãos
competentes;"
26. Na linha deste entendimento, recomenda-se que a Consulente justifique expressamente a ausência de
alternativas à seleção da empresa fornecedora, que tornem os produtos eventualmente disponíveis no mercado
imprestáveis à satisfação dos objetivos pretendidos pela Administração.
27. O serviço a ser contratado caracteriza-se enquanto serviço técnico profissional especializado, tendo
em vista que objetiva o aperfeiçoamento de pessoal.
28. Tendo em vista a publicação recente do Decreto nº 9.991/2019 e da Instrução Normativa nº 201/2019
acerca dos requisitos do servidor para a participação em programa de treinamento regularmente instituído, recomenda-
se que a unidade de gestão de pessoas manifeste-se acerca do atendimento do disposto no Decreto nº 9.991/2019 e da
IN nº 201/2019, no que couber.
29. A natureza do objeto a ser contratado através de inexigibilidade de licitação deve ser singular. Sob
este aspecto, Marçal Justen Filho (op. cit. p. 588) leciona que "a fórmula ‘natureza singular’ destina-se a evitar a
generalização da contratação direta para todos os casos enquadráveis no art. 13. É imperioso verificar se a atividade
necessária à satisfação do interesse sob tutela estatal é complexa ou simples, se pode ser reputada como atuação
padrão e comum ou não. A natureza singular caracteriza-se como uma situação anômala, incomum, impossível de ser
enfrentada satisfatoriamente por qualquer empresa ou profissional ‘especializado’".
30. A partir destas considerações, conclui-se ser possível a contratação direta de cursos (abertos ou
fechados, estes também chamados in company), seminários/congressos e cursos de pós-graduação lato sensu, desde
que sejam demonstrados, em regra:

1. o enquadramento do serviço como serviço técnico profissional especializado;


2. a singularidade do objeto; e
3. a notória especialização do profissional envolvido, conforme o art. 25, II, da Lei nº 8.666/93.

31. Registre-se que é incontroverso que a realização de prévia licitação será mandatória e inafastável nas
hipóteses de cursos fechados que constituam treinamentos baseados em programas convencionais ou dirigidos a
servidores não especializados, na medida em que inexistiria singularidade no serviço, ou, ainda, não haveria a
necessidade de contratação de notório especialista.
32. Todavia, em hipóteses concretas excepcionais, alguns cursos fechados poderão ser dotados de traços
distintivos e peculiares que os tornem únicos ou até mesmo "incomparáveis" com outros, o que permitirá falar-se em
singularidade no serviço, de maneira que a contratação direta por inexigibilidade estaria legitimada, caso atendidos os
demais condicionantes do art. 25, inciso II, c/c o art. 13, VI, da Lei de Licitações.
33. O Termo de Referência Simplificado elaborado pela UFAL e aprovado pela autoridade gestora,
destaca a relevância técnica da contratação pretendida, tendo em vista a pertinência do curso para o desenvolvimento

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das competências profissionais dos participantes, expondo os motivos caracterizadores da singularidade do objeto,
bem como da notória especialização da fornecedora. Confiram-se, especialmente, os seguintes trechos:
"2.1. Os cursos solicitados serão destinados ao Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI)
como área requisitante e setor responsável pela aquisição. Considerando que o setor
supracitado é o responsável em obter o conhecimento necessário para prover as soluções de
TIC atendam aos objetivos da Universidade.
2.2. As especificações técnicas e quantitativos dos serviços a serem contratados, estão de
acordo com o atendimento da necessidade invocada, demonstrados explicitamente na
requisição 09/2021, bem como em proposta comercial disponibilizada pela contratada. As
capacitações são necessárias devido a necessidade de aprimorar os processos internos e
elevar a qualidade dos serviços prestados pelo Núcleo. Além de aumentar o potencial de
soluções inovadoras para a universidade. A não contratação implicará na falta de
conhecimento atualizado para área de TIC, o que poderá ter como efeito a descontinuidade
de soluções de TIC, como também afetará a execução de ações e metas contidas nos
instrumentos institucionais de planejamento.
2.3. A contratada em questão é a AOVS Sistemas de Informática S.A. Com endereço em Rua
Vergueiro, 3185, 8º andar - Vila Mariana - São Paulo - SP. CEP 04101-300. (11) 4118-2172.
CNPJ 05.555.382/0001-33.
2.4. O fornecedor foi escolhido devido a sua notória especialização no quesito desta
contratação, pela variedade singular de treinamentos na área de TIC e pela plataforma
ALURA ser uma exclusividade do grupo CAELUM, não tendo outros representantes ou canais
de vendas.
2.5. A notória especialização da empresa pode ser evidenciada pela experiência de 15 anos de
realização de cursos e pela capacidade técnica do corpo de mais de 300 instrutores. São mais
de 50 treinamentos abertos voltados para servidores. Com 51.000 servidores capacitados em
diferentes instituições e regiões do Brasil. Anexo ao processo de aquisição, encontra-se
currículos de alguns dos instrutores, além de carta notória especialização expedida pela
empresa.
2.6. Outro critério para confirmar a notória especialização são os mais de 1500 clientes
120 ativos, em sua maioria instituições públicas como: a) Tribunal de Contas do Estado do
Maranhão; b) Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo; c) Tribunal Regional Eleitoral do
Rio de Janeiro; d) Tribunal de Contas da União; e) Tribunal de Justiça de Sergipe.
(...)
2.8. No que se refere à caracterização da natureza singular do serviço a ser contratado, os
serviços que se pretende contratar caracterizam-se pela singularidade, considerando que a
plataforma Alura e os professores (instrutores) dos cursos possuem as qualificações técnicas
exigidas para a realização das capacitações indicadas, harmonizando os conteúdos e
direcionando o seu enfoque ao tipo de público, tendo sido utilizada por instituições públicas e
privadas, tais como: Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Caixa Econômica Federal,
entre outros já citados anteriormente, conforme consta no site: https://www.alura.com.br/,
ambiente virtual da empresa, bem como em comprovantes anexos."
34. Assim, consoante o entendimento da transcrita Súmula nº 252/2010, do Tribunal de Contas da União,
a Consulente evidencia a caracterização da inviabilidade de competição, ao asseverar o cumprimento dos demais
requisitos, acima expostos. E nesse ponto, recomenda-se, ainda, o aprimoramento da justificativa para melhor
demonstrar a singularidade do objeto a ser contratado.
35. Por cautela, transparência e escorreita legalidade, convém demonstrar no processo, mediante
justificativa específica, as razões administrativas pelas não é viável a possibilidade de outra contratação em razão da
alegada singularidade do serviço.
36. Por outro lado, com o devido respeito, sugere-se, se possível, a juntada de elementos que exteriorizem
a busca de outros prestadores que atuem nesse nicho comercial, anexando-se aos autos a documentação comprobatória
das diligências realizadas, com o nome dos prestadores porventura encontrados e as razões, caso existentes, que
tenham tornado os produtos eventualmente disponíveis no mercado imprestáveis à satisfação dos objetivos
pretendidos pela Administração. Com efeito, há necessidade de que os autos do processo estejam muito bem
instruídos no que concerne às circunstâncias específicas que tornam inviável a competição. Deve-se justificar por
quais motivos outras potenciais empresas não podem atender à necessidade de capacitação/treinamento que se
pretende contratar.

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37. Caracterizada pela Consulente a situação de inexigibilidade exposta, sobreleva reiterar o teor do
Enunciado nº 07, constante do Manual de Boas Práticas Consultivas da Advocacia Geral da União, segundo o
qual "a manifestação consultiva que adentrar questão jurídica com potencial de significativo reflexo em aspecto
técnico deve conter justificativa da necessidade de fazê-lo, evitando-se posicionamentos conclusivos sobre temas não
jurídicos, tais como os técnicos, administrativos ou de conveniência ou oportunidade, podendo-se, porém, sobre estes
emitir opinião ou formular recomendações, desde que enfatizando o caráter discricionário de seu acatamento". Dessa
forma, as razões expostas pela Universidade para fundamentar a contratação por inexigibilidade de licitação, a análise
da idoneidade e do reconhecimento acadêmico da instituição eventualmente contratada e do real valor científico do
curso oferecido, assim como a aferição da pertinência do conteúdo programático com as atribuições funcionais do
pessoal beneficiado pelo curso, não estão compreendidas na órbita de atribuições desta Procuradoria, em razão da
prevalência do aspecto técnico, sujeitando-se, portanto, ao juízo discricionário da área técnica e da autoridade
administrativa competente para analisar a solicitação pretendida. A esta PF/UFAL cabe apontar os elementos
caracterizadores da contratação por inexigibilidade, bem como identificá-los nos autos, conforme acima exposto.
38. Sobre o objeto da inexigibilidade, ressalta-se que a participação de servidores em cursos de
aperfeiçoamento encontra amparo no Decreto nº 5.707, de 23 de fevereiro de 2006, que instituiu a Política e as
Diretrizes para o Desenvolvimento de Pessoal da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional,
regulamentando dispositivos da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990.
39. Ademais, para a hipótese de contratação ora analisada, cumpre destacar o teor do §2º, do artigo 25,
que trata sobre os casos de inexigibilidade, bem como o necessário atendimento das disposições do artigo 26, ambos
da Lei nº 8.666/93:
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:
(...)
§2º - Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado
superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o
fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras
sanções legais cabíveis.

Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 e no inciso III e seguintes do art.
24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o
retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8º desta Lei deverão ser
comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na
imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos.
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto
neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando
for o caso;
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
III - justificativa do preço.
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados.
40. Cumpre destacar a necessária observância, pela área competente, do disposto no §2º, do artigo 25,
bem como no caput do artigo 26, referente à necessidade de comunicação da situação de inexigibilidade à autoridade
superior para ratificação e publicação na imprensa oficial, como condição para eficácia do ato, caso a contratação por
inexigibilidade de licitação seja efetivamente realizada.
Da justificativa do preço
41. Quanto ao preço do objeto a ser contratado, em recente julgado do Tribunal de Contas da União, a
Corte deixou consignado o entendimento segundo o qual a justificativa do preço em contratações diretas, no caso de
inexigibilidade de licitação, deve ser realizada, preferencialmente, mediante a comparação com os preços praticados
pelo fornecedor junto a outras instituições públicas ou privadas. Eis trecho do julgado:
Quanto ao preço, é certo que, mesmo nos casos de contratações diretas, deve ser justificado, a
teor do art. 26, III, da Lei 8.666/93. Ressalte-se que este Tribunal tem entendido que a
apresentação de cotações junto ao mercado é a forma preferencial de se justificar o preço
em contratações sem licitação (dispensa de licitação), devendo ser cotadas, no mínimo, 3
propostas válidas de empresas do ramo; ou, caso não seja viável obter esse número de
cotações, deve-se apresentar justificativa circunstanciada (Informativo TCU 188/2014). E,
nos casos de inviabilidade de licitação, este Plenário se manifestou, conforme subitem 9.1.3

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do Acórdão 819/2005, no sentido de que, para atender o disposto no inciso III do art. 26 da
Lei de Licitações, poder-se-ia fazer uma comparação entre os preços praticados pelo
fornecedor exclusivo junto a outras instituições públicas ou privadas.
42. As orientações acima transcritas encontram-se plenamente compatíveis com a Orientação Normativa
AGU nº 17, de 1º de abril de 2009, segundo a qual a razoabilidade do valor das contratações através de inexigibilidade
de licitação pode ser aferida "por meio da comparação da proposta apresentada com os preços praticados pela futura
contratada junto a outros entes públicos e/ou privados, ou outros meios igualmente idôneos", razão pela qual esta
Procuradoria regularmente sugere que a Administração procure, na medida do possível, atender aos comandos da
citada Orientação Normativa, atestando que o valor cobrado é o praticado no mercado. O item 2.7 do Termo de
Referência Simplificado expôs a questão:
"2.7. No que tange à justificativa do preço evidencia-se que é o mesmo praticado aos demais
clientes no mercado conforme consulta ao site da empresa (https://www.alura.com.br/) e a
comprovantes anexos ao processo. Também se verifica que o preço apresentado para a
presente proposta é positivamente abaixo do preço praticado no mercado, conforme pesquisa
realizada e exposta no item 1.7 do Documento de Formalização de Demanda."
43. Na Formalização da demanda, restou justificado que:
"1.7. A vantajosidade da contratação em relação ao preço pode ser percebida com a análise
da simulação realizada na tabela abaixo. Utilizando como exemplo a Escola Superior de
Redes (ESR), que é uma das principais referências na área de treinamento em TIC no país,
dois cursos para 40 participantes, com valores de 750,00 e 960,00, totalizaria um
investimento de R$ 68.000,00. Conforme o item 1.6, a plataforma ALURA fornecerá 40
acessos (participantes) para mais de 1200 cursos como esse exemplificado na tabela, no valor
de R$1.200,00 por acesso, totalizando um investimento de R$ 48.000,00, valor já inferior a
esse total da simulação com apenas 2 cursos. Vale ressaltar que para as capacitações
equivalentes na Alura a carga horária de cada curso também é superior."
44. Dito isso, é oportuno lembrar, conforme já asseverado acima, que a adequação dos preços contratados,
assim como a forma de pagamento, não são objetos de opinião jurídica, uma vez que a presente análise não pode se
imiscuir no exame dos aspectos de economicidade, oportunidade e conveniência da prática administrativa, conforme
reza o Enunciado de Boa Prática Consultiva da AGU nº 7.
Do projeto Básico
45. Segundo o artigo 7º, inciso I, da Lei nº 8.666/93, as licitações para execução de obras e prestação de
serviços devem conter tal documento, cuja definição se encontra no artigo 6º, inciso IX, da mesma Lei. Por sua vez, a
Instrução Normativa SEGES/MPDG nº 05, de 26 de maio de 2017, que dispõe sobre as regras para contratação de
serviços, estabelece, em seu artigo 28, o conteúdo do projeto básico, nos autos o denominado Termo de Referência
simplificado que lhe equivale.
Da regularidade da contratada
46. Consta dos autos a consulta ao Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF,
estando ausente a comprovação da regularidade trabalhista da empresa a ser contratada.
47. Por oportuno, registre-se que, anteriormente à efetiva formalização do Termo Contratual, deverá o
órgão Consulente observar o prazo de validade das Certidões disponibilizadas pela Contratada, posto que a
apresentação dessas dentro do prazo de validade constitui requisito indispensável à legalidade da pretendida
contratação, bem como providenciar que todas sejam assinadas pelo servidor responsável pela emissão. Cumpre
registrar que a Consulente deve adotar diligências no sentido de verificar a pendência de credenciamento e de instruir
a consulta consolidada emitida pelo Tribunal de Contas da União.
48. Da mesma maneira, nos termos do artigo 31 da Instrução Normativa SEGES/MPDG nº 3, de 26 de
abril de 2018, a cada pagamento ao fornecedor a Administração realizará consulta ao SICAF para verificar a
manutenção das condições de habilitação, devendo adotar as medidas previstas na referida Instrução, em ocorrendo
irregularidade.
Da minuta contratual
49. É importante lembrar que a formalização das obrigações assumidas pelas partes e demais aspectos
relevantes do acordo se revela, em verdade, ainda mais importante nos casos em que não houve procedimento
licitatório prévio, vez que não há edital ou outro instrumento convocatório que oriente as partes em questões
essenciais da execução do ajuste. Assim, relevante consignar, por exemplo, a observação de que a contratada vincula-
se a sua proposta e aos termos do ato de inexigibilidade, do projeto básico ou documento similar, se houver,
elaborando então documento que estabeleça com clareza e precisão o objeto, as condições de execução, direitos,
obrigações e responsabilidades das partes, penalidades cabíveis, em especial base de cálculo e percentuais das multas,

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legislação aplicável e outras condições pertinentes, consoante artigos 55 e 62 da Lei de Licitações.


50. No que toca ao entabulamento do contrato, importante tecer considerações acerca da substituição
contratual. A substituição contratual tem assento nas hipóteses em que restam afastadas obrigações futuras por parte
da Contratada, bem como em situações em que há contraprestação imediata pela Administração (art. 62, § 4º, da Lei
nº 8.666/93).
51. NÃO foi juntada minuta de contrato, tão pouco justificativa para a ausência, não havendo,
portanto, minuta contratual para fins de análise do artigo 38, parágrafo único, da Lei n. 8.666/93.
52. A Lei nº 8.666/1993 prescreve duas hipóteses excepcionais para dispensa do Termo de Contrato, a
saber: a) aquelas nas quais o valor da obrigação não supera o limite para o uso da modalidade convite; b) aquelas nas
quais o valor da obrigação supera o limite para o uso da modalidade convite, mas o objeto do contrato consiste em
compra com entrega imediata, da qual não resultam obrigações futuras.
53. Neste caso, a utilização do termo substitutivo de contrato somente poderia ocorrer para os contratos
com valores até R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis mil reais).
54. Embora facultativo, para o próprio respaldo administrativo e como não se trata de entrega imediata, é
prudente que se formalizem integralmente as obrigações compreendidas na avença, independentemente do valor e da
forma de entrega do objeto.
Da previsão orçamentária
55. Acerca da disponibilidade orçamentária para a contratação, a Administração instruiu os autos com a
certificação orçamentária de fl. 32 em que atesta a existência de créditos orçamentários :
RUBRICAS ORÇAMENTÁRIAS: PTRES: 169533 Ação: 4572 Fonte: 8100.000.000 Natureza
de Despesa: 33.90.36. PI: V4572N0100N
Outras recomendações
56. Essencial observar-se que a proposta apresentada encontra-se com prazo de validade expirado
(Validade da proposta: 26/06/2021). Também Não consta nos autos cópia do documento de identificação do
responsável pela empresa e o Estatuto Social.
57. Recomenda-se, ainda, a observância ao contido no artigo 18, inciso XI, da Lei 14.116, de 31 de
dezembro de 2020, que dispõe sobre as diretrizes orçamentárias:
Art. 18. Não poderão ser destinados recursos para atender a despesas com:
(...)
XI - pagamento, a qualquer título, a empresas privadas que tenham em seu quadro societário
servidor público da ativa, empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista,
do órgão celebrante, por serviços prestados, inclusive consultoria, assistência técnica ou
assemelhados;
III. CONCLUSÃO
Cumpre reiterar que o escopo desta manifestação jurídica é orientar o Gestor Público quanto às
exigências legais para a prática do ato administrativo em análise, tal como pretendido nestes autos, sob o aspecto
jurídico-formal. Isso porque foge à competência legal desta Procuradoria examinar aspectos técnicos, orçamentários e
de mérito, inclusive a veracidade das declarações/documentos carreados aos autos; portanto, cabe ao Gestor decidir se
os elementos encartados nos autos atendem ao interesse público e aos princípios constitucionais da Administração
Pública, pois como afirmava Seabra Fagundes, “administrar é aplicar a lei de ofício”.
58. À vista do exposto, conclui-se que é juridicamente possível o prosseguimento do feito à luz dos
elementos constantes dos autos, desde que observados os registros constantes deste Parecer e sanadas as falhas
apontadas.
59. Não obstante as conclusões a que chegou esta parecerista, nada impede que a autoridade gestora, com
fundamento no artigo 50, VII da Lei n° 9.784/1999, possa dele discordar, devendo, obrigatoriamente, demonstrar as
devidas justificativas para tanto.

À consideração superior.

Maceió, 26 de julho de 2021.

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MARIA DO CARMO V. B. COSTA


PROCURADORA FEDERAL
SIAPE 1328567

Atenção, a consulta ao processo eletrônico está disponível em http://sapiens.agu.gov.br mediante o


fornecimento do Número Único de Protocolo (NUP) 23065013868202153 e da chave de acesso e065178f

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
SISTEMA INTEGRADO DE PATRIMÔNIO, ADMINISTRAÇÃO E
FOLHA DE ASSINATURAS
CONTRATOS

Emitido em 26/07/2021

PARECER Nº 00033/2021 - PGF (11.00.43.08)


(Nº do Documento: 281)

(Nº do Protocolo: NÃO PROTOCOLADO)

(Assinado digitalmente em 29/07/2021 11:02 )


JOÃO PAULO FONSECA DE ALMEIDA
ASSISTENTE EM ADMINISTRACAO
PGF (11.00.43.08)
Matrícula: ###664#6

Para verificar a autenticidade deste documento entre em https://sipac.sig.ufal.br/documentos/ informando seu


número: 281, ano: 2021, tipo: PARECER, data de emissão: 29/07/2021 e o código de verificação: 69c7561d16

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