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Hamilton Bonatto1
1. INTRODUÇÃO
1 Hamilton Bonatto é Procurador do Estado do Paraná, Chefe do Núcleo Jurídico da Secretaria de Estado
de Infraestrutura e Logística e da Autarquia Paraná Edificações daquele Estado; Engenheiro Civil, e
instrutor da Escola de Governo do Paraná; é autor do livro Licitações e Contratos de Obras e Serviços de
Engenharia – Ed. Fórum; autor do livro Contratações de Obras e Serviços de Engenharia – UEPG; autor
dos Cadernos Orientadores na área de Licitações e Contratações de Edificações: (1) Estudo de
Viabilidade, (2)Termo de Referência, (3)Licitação de Projetos, (4)Contratação de Projetos, (5)Licitação de
Obras, (6)Contratação de Obras, (7)Pós-Ocupação, (8) Normas, Minutas e Súmulas do TCU (organizador)
(9) Convênios e outros Instrumentos Congêneres, e (10) Fiscalização - SEIL.
legais. É importante esclarecer que deve existir destarte uma legalidade dos
decretos.2
º 3.555/2000. O que se buscou foi dar a interpretação de que, uma vez que a
expressão “obras” não consta no caput da lei, este objeto não poderia ser licitado pela
referida modalidade. Para o regulamento ao a lei silenciar a respeito de obras ela foi
eloquente.
2 Ferreira, Pinto. Curso de direito constitucional. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 1996. p. 382.
3 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Parcerias na Administração Pública. concessão, permissão, franquia,
terceirização, parceria público-privada e outras formas. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2009. p. 152.
O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia - CONFEA, por exemplo,
em sua Decisão Plenária n. 2467/2012, que “Define aplicabilidade da modalidade
licitatória Pregão para a contratação de obras e serviços de engenharia e dá outras
providências”:
Ai que nos parece é que o CONFEA buscou, com a renovada decisão, por
vias transversas, alcançar o mesmo objetivo da revogada Decisão Plenária n.
2467/2012, isto é, definir, ao excluir serviços de engenharia como caracterizáveis como
“comuns”, a impossibilidade da aplicação da modalidade licitatória pregão para a
contratação de obras e serviços de engenharia.
6 O IBRAOP é uma sociedade civil de direito privado sem fins lucrativos, de âmbito nacional, constituído
por profissionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, de nível superior e que exercem atividades
relacionadas à auditoria de obras públicas. http://www.ibraop.org.br/sobre-o-ibraop/
conservar, reparar, adaptar, manter, transportar, ou ainda, demolir.
Incluem-se nesta definição as atividades profissionais referentes aos
serviços técnicos profissionais especializados de projetos e planejamentos,
estudos técnicos, pareceres, perícias, avaliações, assessorias, consultorias,
auditorias, fiscalização, supervisão ou gerenciamento.
Para efeito desta Orientação Técnica, conceitua-se:
Bem e serviço comum são aqueles que possam ser definidos no edital por
meio de especificações objetivas, que se prestam a estabelecer o padrão de
qualidade desejado pela Administração Pública, de acordo com as
características usuais no mercado, sem que variações de ordem técnica
eventualmente existentes entre os bens e serviços ofertados por diversos
fornecedores que atendam a tais especificações objetivas sejam
importantes ou decisivas para a determinação de qual proposta melhor
satisfaz o interesse público e desde que a estrutura procedimental da
modalidade pregão, menos formalista e mais célere, não afete a análise da
qualidade do objeto licitado ou importe prejuízos ao interesse público. 8
8 NIEBUHR, Joel de Menezes. Licitação Pública e Contrato Administrativo. 3 ed. Revisada e ampliada.
Belo HorizonteÇ Fórum, 2013. p. 204.
comum é o que não é raro, é o que está à disposição, no caso, com certa facilidade no
mercado do ramo.
“(...) o objeto comum para fins de cabimento da licitação por pregão não é
mero sinônimo de simples, padronizado e de aquisição rotineira. Bens e
serviços com tais características estão incluídos na categoria de comuns da
Lei 10.520/2002, mas não só. Bens e serviços com complexidade técnica,
seja na sua definição ou na sua execução, também são passíveis de ser
contratados por meio de pregão. O que se exige é que a técnica neles
envolvida seja conhecida no mercado do objeto ofertado, possibilitando,
por isso, sua descrição de forma objetiva no edital. 9
9 SCARPINELLA, Vera. Licitação na Modalidade de Pregão. São Paulo: Malheiros, 2003. p. 81.
10 PEREIRA JUNIOR, Jessé Torres. Comentários à Lei das Licitações e Contratações da Administração
Pública. Rio de Janeiro: Renovar, 2003. 6. ed. p. 1006.
Portanto, ao se tratar de serviços comuns, está a se falar de serviços que
podem ser definidos de forma objetiva por meio de especificações que o mercado
utiliza usualmente, independentemente de sua complexidade.
Se, como foi citado acima, determinados serviços não podem ser
licitados pela modalidade pregão pelos motivos expostos, deve-se convir que muitos
outros serviços, mesmo sendo de engenharia, podem ser caracterizados como
“comuns”.
- elaboração de planilhas;
3. CONCLUSÃO
Por outro lado, não vemos óbice técnico para que obras sejam licitadas
por pregão, desde que se faça uma necessária alteração na lei geral regente, de forma
que passe a ser permissiva a utilização daquela modalidade.
REFERÊNCIAS
11. PEREIRA JUNIOR, Jessé Torres. Comentários à Lei das Licitações e Contratações
da Administração Pública. Rio de Janeiro: Renovar, 2003. 6. ed.