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CONTRATOS NA

CONSTRUÇÃO CIVIL
Ministrante: Eduardo Pizzatto Schultz
Advogado OAB/PR 45.016
INTRODUÇÃO

 De onde vem os contratos?


 Por que firmar contratos ?
 Benefícios do contrato
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
 Proposta
 Acordo de vontades

 “Pacta sunt servanda”

 Boa-fé

 Sem nulidades como erro, coação,


ameaça, lesão ou fraude contra
credores.
 A formação dos contratos segundo a
legislação brasileira, realiza-se a partir do
binômio proposta-aceitação. A proposta e a
aceitação constituem declarações ou
manifestações de vontade.
 A proposta é uma manifestação de vontade,
na medida em que se dirige a destinatários
determinados ou determináveis e os seus
efeitos se produzem a partir do momento em
que são recebidas.
 A proposta deve ser a mais abrangente
possível, e em contratos de
engenharia/arquitetura, é importante
destacar que a mesma pode ter variações
dos serviços e preços inicialmente
ofertados e que são meramente estimados
(quando possível), de acordo com os
estudos e análises que serão feitas no
decorrer da execução do mesmo.
 A proposta é a base dos termos contratuais.
 Há 3 etapas contratuais no negócio jurídico e que
encontramos na doutrina jurídica:
 1ª Fase pré contratual – Momento este que
envolve as negociações preliminares, proposta e
termina com a aceitação, o acordo das partes em
realizar esse contrato;
 2ª Fase elaboração contratual – Fase em que o
contrato será confeccionado, entrando nesse
momento a figura do pré-contrato, a fase de pré
execução do contrato final, passando para a
efetiva execução desse acordo de vontades;
 3ª Fase vigência contratual – Momento final de
continuidade posterior, em que serão surtidos os
efeitos no tempo do contrato confeccionado.
VALIDADE DO CONTRATO
 CC - Art. 104. A validade do negócio
jurídico requer:
 I - agente capaz;
 II - objeto lícito, possível, determinado
ou determinável;
 III - forma prescrita ou não defesa em lei.
 Lei 5.194/66 - Art. 15 - São nulos de
pleno direito os contratos referentes a
qualquer ramo da Engenharia,
Arquitetura ou da Agronomia,
inclusive a elaboração de projeto,
direção ou execução de obras, quando
firmados por entidade pública ou
particular com pessoa física ou jurídica
não legalmente habilitada a praticar a
atividade nos termos desta Lei.
REQUISITOS ESSENCIAIS
 Pessoa apta a contratar
 Profissional devidamente habilitado
 Objeto contratual detalhado
 ART e RRT
 Preço
 Prazo
 Obrigações das partes
QUEM ESTÁ APTO A CONTRATAR?

Toda pessoa física ou jurídica, que


tenha personalidade e aptidão para
adquirir direitos e contrair obrigações.
Pode ser o contratante, cliente, dono da
obra, empreiteiro, executor, prestador,
engenheiro, arquiteto, técnico.
PARTES
Contratante – é o beneficiário dos
serviços/ obras realizadas. Detém o
poder econômico da relação.

Contratado – é aquele que se obriga a


prestar um serviço ou realizar uma
obra. É profissional devidamente
habilitado e conhecedor das técnicas
construtivas.
 IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES
 CONTRATADO: (Nome do Contratado), pessoa
jurídica de direito privado inscrita no C.N.P.J. sob o nº
(xxx), e no Cadastro Estadual sob o nº (xxx) com sede
na Rua (xxx), nº (xxx), bairro (xxx), Cep (xxx), (Cidade)
no Estado (xxx) , neste ato representada por (sócio/
direto/ gerente/ procurador xxx), (Nacionalidade),
(Estado Civil), (Profissão), RG nº (xxx), C.P.F. nº (xxx),
residente e domiciliado na Rua (xxx), nº (xxx), bairro
(xxx), Cep (xxx), Cidade (xxx), no Estado (xxx),
doravante denominado CONTRATADO.
 CONTRATANTE: (Nome da Contratante), pessoa
jurídica de direito privado inscrita no C.N.P.J. sob o nº
(xxx), (...) ), doravante denominado CONTRATANTE.
Lei. 5.194/99
Art. 1º- As profissões de engenheiro, arquiteto e
engenheiro-agrônomo são caracterizadas pelas
realizações de interesse social e humano que
importem na realização dos seguintes
empreendimentos:
a) aproveitamento e utilização de recursos
naturais;
b) meios de locomoção e comunicações;
c) edificações, serviços e equipamentos urbanos,
rurais e regionais, nos seus aspectos técnicos e
artísticos;
d) instalações e meios de acesso a costas, cursos, e
massas de água e extensões terrestres;
e) desenvolvimento industrial e agropecuário.
Lei 5.194/66 - Art. 2º - O exercício, no
País, da profissão de engenheiro,
arquiteto ou engenheiro-agrônomo,
observadas as condições de capacidade e
demais exigências legais, é assegurado:
a) aos que possuam, devidamente
registrado, diploma de faculdade ou
escola superior de engenharia,
arquitetura ou agronomia, oficiais ou
reconhecidas, existentes no País;
Lei 12.378/2010 - CAU
 Art. 2º- As atividades e atribuições do arquiteto
e urbanista consistem em:
 I - supervisão, coordenação, gestão e orientação
técnica;
 II - coleta de dados, estudo, planejamento,
projeto e especificação;
 III - estudo de viabilidade técnica e ambiental;
 IV - assistência técnica, assessoria e consultoria;
 V - direção de obras e de serviço técnico;
 (...)
EMPREITEIRO
O empreiteiro, construtor ou executor,
pessoa física ou jurídica, é quem executa ou
faz executar a obra, é o devedor da obra e
quem recebe a remuneração por ela. Tem o
conhecimento técnico, meios e mão de obra
necessária para a execução dos serviços. É
profissional devidamente habilitado no
CREA ou CAU, que regula a atividade da
profissão do engenheiro e do arquiteto.
EXECUTOR
 Executor da obra ou serviços técnicos,
o profissional legalmente habilitado,
responsável técnico pela execução do
todo ou parte de um empreendimento.
PROJETISTA
 É o profissional, legalmente habilitado
que elabora os estudos, projetos e
especificações necessárias obra ou
serviço;
 Art. 610, § 2º do Código Civil:
 § 2º O contrato para elaboração de um
projeto não implica a obrigação de
executá-lo, ou de fiscalizar-lhe a
execução.
GERENCIADOR
 É o diretor da obra ou serviços técnicos,
o profissional legalmente habilitado
que dirige tecnicamente a obra ou
serviço, coordenando a execução
realizada por outro profissional,
empresa ou entidade, com habilitação
legal;
FISCAL
 É o profissional legalmente habilitado
que acompanha a execução da obra ou
serviços contratados com outro
profissional ou empresa legalmente
habilitada, com o objetivo de verificar
a fiel observância do que foi projetado,
especificado e contratado;
OBJETO CONTRATUAL
 Detalhamento dos serviços a serem
realizados.
 Existência de projeto e memorial
descritivo.
 Prazo/ Etapas do serviço.

 Descrição do material/
equipamento.
 DO OBJETO DO CONTRATO
 Cláusula 1ª - O presente contrato tem como objeto
a realização de prestação de serviços/ empreitada,
conforme descrição no item I desta Cláusula, na
CASA/LOJA/ESCRITÓRIO/INDÚSTRIA XXXX
situada na Rua (xxx), nº (xxx), bairro (xxx),
cidade(xxx), ajustando-se com a CONTRATADO a
sua execução mediante as cláusulas e condições
deste instrumento.
 Parágrafo 1º - Os serviços/obra a serem executados
são:
 DESCREVER TIPO MODELO, CAPACIDADE,
SERVIÇOS A SEREM REALIZADOS,
MATERIAL UTILIZADO/ ETC...
 Parágrafo 2º – Para qualquer serviços/obra,
material ou equipamento que não estejam
contemplados nesta cláusula e seja necessário, será
apresentada proposta comercial e após a aprovação
do CONTRATANTE, será aditivado ao presente
contrato.
 Parágrafo 3º - O CONTRATADO prestará os
serviços/obra constantes do caput desta cláusula
sem qualquer exclusividade, desempenhando
atividades para terceiros em geral, desde que não
haja conflito de interesses com o pactuado no
presente contrato. Serão prestados pela
CONTRATADO, através de seus funcionários
devidamente registrados, sem qualquer vinculação
com o CONTRATANTE.
IMPORTÂNCIA DO
DETALHAMENTO DO OBJETO DO
CONTRATO
 Delimitação do serviço a ser executado.
 Referência para aceite da obra/ serviços.
 Referência para aditivos contratuais.
 Referência para imputação de
responsabilidade.
ART (LEI Nº 6.496 /77)
 Art. 1º - Todo contrato escrito ou verbal
para execução de obras ou prestação de
quaisquer serviços profissionais referentes
à Engenharia, Arquitetura ou Agronomia,
fica sujeito à “Anotação de
Responsabilidade Técnica – ART” no
Conselho Regional em cuja jurisdição for
exercida a respectiva atividade.
 Art. 4º - Toda obra ou serviço referente à
Engenharia, Arquitetura e Agronomia, nos
termos da Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de
1966, deverá ter a participação real e efetiva
de profissional, legalmente habilitado, em
sua execução, seja ele contratado enquanto
autônomo ou como responsável pela
atividade executada por empresa contratada,
sob pena de autuação e penalização do
profissional e outras pessoas envolvidas na
prática do exercício ilegal, em conformidade
com as disposições dos artigos 6º, 59, 60, 73 e
74 da mencionada Lei.
 § 1º - A participação real e efetiva de
profissional, referida neste artigo, será
aferida com vistas nos pressupostos legais
inerentes aos encargos técnicos e sociais,
decorrentes do exercício de atividades de
Engenharia, Arquitetura ou Agronomia.
 § 2º - Nenhuma atividade deverá ter início
sem que tenha sido registrada a devida ART,
sob pena de multa, conforme normas
específicas.
RRT
 Art. 45º - Toda realização de trabalho de
competência privativa ou de atuação
compartilhadas com outras profissões
regulamentadas será objeto de Registro de
Responsabilidade Técnica - RRT.
 Art. 46º - O RRT define os responsáveis
técnicos pelo empreendimento de arquitetura
e urbanismo, a partir da definição da autoria e
da coautoria dos serviços.
PREÇO
 O contrato é sempre oneroso

 Deve haver a definição de


preço e condições de
pagamento
 Condições de reajustes
 CLÁUSULA 2ª - Pelos serviços
apresentados e definidos neste contrato,
a CONTRATANTE pagará ao
CONTRATADO a quantia de R$ (xxx)
(valor expresso), através de (xxx) (valor
expresso) parcelas mensais e fixas no
valor de R$ (xxx) (valor expresso).
 Cláusula 3ª - O pagamento será realizado
em dinheiro/ depósito bancário,
mediante emissão de Nota Fiscal/ Recibo/
duplicata/ boleto em XXX (valor
expresso) dias após a sua emissão.
 Parágrafo 1º - O pagamento deverá ser feito
no valor integral da Nota Fiscal/ Recibo/
duplicata/ boleto, não sendo admitido o seu
pagamento parcial, descontos ou qualquer
retenção que não for acordado previamente
ou previsto em legislação.
 Parágrafo 2º - No caso de atraso no
pagamento implicará a cobrança da dívida
acrescida de juros de mora de 1% a.m. (um
por cento ao mês), além de multa contratual
correspondente a 2% (dois por cento) sobre
o valor do débito, sem prejuízo de eventuais
sanções legais aplicáveis.
PRAZO
 Todo contrato deve ter um prazo para a sua
execução, considerando o seu início e fim.
 Deve ser informado por ambas as partes,
quais são as situações que podem impactar
no mesmo.
 Condições de alterações de
prazos/cronogramas.
 Multa por descumprimento de prazo
 CLÁUSULA 4ª - O presente contrato de
prestação de serviço terá início na data de
(xxx), com seu término previsto para o dia
(xxx).
 CLÁUSULA 5ª - Os serviços/obra se
dividem em xxxx etapas, a saber:
 I) Descrever a etapa realizada e o data
prevista de início/fim.
 II) Descrever a etapa realizada e o data
prevista de início/fim.
CONTRATO DE EMPREITADA
E DE PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS
 É o contrato em que uma das partes
(prestador) se obriga para com a outra
(tomador) a fornecer-lhe a prestação de uma
atividade, mediante remuneração.
 É toda espécie de atividade ou trabalho
lícito, material ou imaterial, contratada
mediante retribuição (CC, art. 594), excluídos
as relações de emprego e outros serviços
regulados por legislação específica, código
do consumidor ou outras leis especiais,
todas as demais prestações de serviços serão
reguladas pelo código civil.
CONTRATO DE EMPREITADA
É a forma comum de um construtor, a pedido
de uma parte interessada, se obrigar a executar
uma determinada obra ou atividade
especializada de engenharia de construção
intencionalmente destinada à habitação,
trabalho, indústria, saúde, utilidade pública,
segurança, energia, telecomunicações,
transporte, esportes, infraestrutura urbanística,
culto, ensino ou recreação mediante uma
remuneração.
ESPÉCIES DE EMPREITADA
 CC - Art. 610 - O empreiteiro de uma obra pode
contribuir para ela só com seu trabalho ou com
ele e os materiais.
 § 1º - A obrigação de fornecer os materiais não
se presume; resulta da lei ou da vontade das
partes.
 § 2º - O contrato para elaboração de um projeto
não implica a obrigação de executá-lo, ou de
fiscalizar lhe a execução.
EMPREITADA DE LAVOR
 O empreiteiro fornece apenas a sua
atividade laboral para a realização da obra.
 O fornecimento do material incube ao
dono da obra e é previsto em contrato.
 CC - Art. 612 - Se o empreiteiro só forneceu
mão-de-obra, todos os riscos em que não
tiver culpa correrão por conta do dono.
 O dono da obra assumirá os riscos em que
não for demonstrada a culpa do
empreiteiro.
 CC - Art. 613 - Sendo a empreitada unicamente
de lavor (art. 610), se a coisa perecer antes de
entregue, sem mora do dono nem culpa do
empreiteiro, este perderá a retribuição, se não
provar que a perda resultou de defeito dos
materiais e que em tempo reclamara contra a
sua quantidade ou qualidade.
 Se o material perecer antes da entrega da obra,
perderá o empreiteiro o direito a recebimentos
dos valores se não provar que o mesmo se deu
em razão da qualidade ou quantidade.
 No fornecimento dos materiais, estes não
devem estar fora das especificações técnicas
previstas no projeto, e nem pode o
construtor aceitar a executar o serviço com
material fora das especificações que afetem
a segurança das construções. A
responsabilidade técnica pela solidez e
perfeição das obras é sempre pessoal e
intransferível do profissional. Qualquer
alteração das especificações dos materiais
deve ter o aval do projetista.
EMPREITADA MISTA
 O construtor além da mão de obra fornece os
materiais para a execução do serviço, havendo
então, uma autonomia do empreiteiro na
realização do trabalho, assumindo os riscos
econômicos. O preço pago pelo dono da obra,
inclui além da mão de obra, o valor dos
materiais a serem utilizados.
 CC - Art. 611 - Quando o empreiteiro
fornece os materiais, correm por sua conta
os riscos até o momento da entrega da obra,
a contento de quem a encomendou, se este
não estiver em mora de receber. Mas se
estiver, por sua conta correrão os riscos.
CONTRATO DE PROJETO
 É uma atividade de intelecto e não de labor,
mas é de suma importância para o contrato de
empreitada, pois é quem direciona a
construção.
 O contrato de projeto é aquele em que serão
estipulados os parâmetros técnicos
construtivos da obra, é um trabalho
intelectual em que o profissional realizará
estudos e análise e determinará a forma da
construção, bem como obter a aprovação dos
órgãos competentes.
 O seu objeto é a concepção técnica e
artística da obra, representada por
plantas, cortes, fachadas, memoriais
descritivos, relação de materiais que
permitam a realização da construção.
As partes são o projetista que
contribui com o seu intelecto e a
outra é o dono da obra que
encomendou e paga pelo serviço.
CONTRATO DE
GERENCIAMENTO
 Nestes contratos, o gerenciador a pedido do
dono da obra, gerencia a condução do
empreendimento, ficando a seu encargo as
decisões sobre a execução e os encargos
financeiros, ou seja, é uma atividade técnica de
intermediação entre o dono da obra e o
empreiteiro.
 Este gerenciador deve ser uma empresa de
engenharia ou profissional devidamente
habilitado.
 O gerenciamento de projetos é a aplicação de
conhecimento, habilidades, ferramentas e
técnicas às atividades do projeto a fim de
atender aos seus requisitos.
 É realizado através da aplicação e da
integração dos seguintes processos de
gerenciamento de projetos: iniciação,
planejamento, execução, monitoramento,
controle e encerramento.
 O gerente de projetos é a pessoa responsável
pela realização dos objetivos do projeto.
CONTRATO DE CONSTRUÇÃO POR
ADMINISTRAÇÃO
 É o tipo de contrato onde o profissional se
responsabiliza pela administração da
execução da obra e se remunera pelo serviço
prestado, através do recebimento de um
percentual, calculado através do custo da
obra, apurado mensalmente.
 O profissional pode apenas “administrar” os
custos da obra e direcionar os serviços. Não é
o executor direto da obra.
CONTRATO DE FISCALIZAÇÃO
DE OBRA
 O profissional que fará a fiscalização deve ser
devidamente habilitado e capacitado
tecnicamente para o acompanhamento dos
serviços, o qual desempenhará uma atividade
de cunho intelectual. Não suporta os encargos
econômicos da obra nem assume a
responsabilidade perante terceiros. As suas
obrigações são meramente contratuais, com
responsabilidade técnica.
 As partes são os fiscais, profissionais
devidamente habilitados ou empresas e o
outro o dono da obra que paga pelo serviço.
CONTRATO DE
SUBEMPREITADA
A subempreitada ocorre quando o
empreiteiro contrata com outra pessoa física
ou jurídica, a execução da obra de que se
encarregara, sob sua responsabilidade, para
que realize um determinado serviço ou até
toda a obra. Podem ser contratados apenas
um ou uma gama de outros construtores.
 Pode ser ou não autorizada pelo dono da
obra, e deve conter na relação contratual uma
cláusula tratando do tema.
 Deve o empreiteiro, fiscalizar as atividades
exercidas pelo subempreiteiro, pois em
relação ao dono da obra, o executor
contratado é quem deve realizar os serviços, e
já que receberá os proventos pelo feito,
deverá saber escolher o subempreiteiro,
garantindo que este tenha a capacidade
técnica requerida, qualidade nos serviços
realizados e possua suficiência econômica.
 Cláusula 16ª - O objeto deste contrato não
poderá ser terceirizado, devendo o
CONTRATO executar diretamente todos os
serviços necessário para o cumprimento das
atividades previstas na Clausula 1ª.
 OU

 Cláusula 16ª - O objeto deste contrato poderá


ser terceirizado (em parte/total), devendo o
CONTRATO obter a devida autorização do
CONTRATANTE, além de se
responsabilizar por toda a atividade e
resultados do serviço subcontratado.
 De acordo com o art. 3º do CDC, o subempreiteiro assume a
posição de fornecedor dos serviços e como tal pode ser
responsabilizado.
 Art. 3° - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.
 § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou
imaterial.
 § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as
decorrentes das relações de caráter trabalhista.
ACEITE DOS SERVIÇOS

 Deve ser previsto a forma que serão


aceites os serviços
 Integral

 Parcial

 Medições
OBRIGAÇÕES
CONTRATUAIS
 Dar
 Fazer
 Não fazer
 Credor – É o beneficiário da obrigação, tem
o direito de exigir o cumprimento da
obrigação
 Devedor – Quem assume o dever de
cumprir com a obrigação
OBRIGAÇÕES DO
EMPREITEIRO
 Na empreitada/prestação de serviços, é o
empreiteiro quem se obriga a executar o
serviço conforme contratado, seguindo as
orientações de projetos e técnicas adequadas
que se exige de todo profissional.
 Executar a obra com perfeição técnica.
 Cumprir prazos acordados.
 Acréscimos ou mudanças com anuência do
dono da obra e do projetista.
 CC - Art. 619 - Salvo estipulação em contrário, o
empreiteiro que se incumbir de executar uma
obra, segundo plano aceito por quem a
encomendou, não terá direito a exigir acréscimo
no preço, ainda que sejam introduzidas
modificações no projeto, a não ser que estas
resultem de instruções escritas do dono da obra.
 Parágrafo único. Ainda que não tenha havido
autorização escrita, o dono da obra é obrigado a
pagar ao empreiteiro os aumentos e acréscimos,
segundo o que for arbitrado, se, sempre presente
à obra, por continuadas visitas, não podia
ignorar o que se estava passando, e nunca
protestou.
 Deve o empreiteiro ser responsável pela
utilização dos materiais fornecidos que
atendam as especificações técnicas, pois
pelo entendimento que o mesmo tem o
domínio da técnica, é inadmissível que
sabendo que o material é impróprio, o
utilize na obra.
 CC - Art. 617 - O empreiteiro é obrigado a
pagar os materiais que recebeu, se por
imperícia ou negligência os inutilizar.
OBRIGAÇÃO DE PAGAR

 Ao receber a obra/ serviço deve o


contratante pagar pelos serviços.
 Feita a verificação e efetuado o
pagamento, presume-se aprovado o
trabalho do empreiteiro.
 CC - Art. 614 - Se a obra constar de partes
distintas, ou for de natureza das que se
determinam por medida, o empreiteiro terá
direito a que também se verifique por
medida, ou segundo as partes em que se
dividir, podendo exigir o pagamento na
proporção da obra executada.
 § 1º - Tudo o que se pagou presume-se
verificado.
 § 2º - O que se mediu presume-se verificado
se, em trinta dias, a contar da medição, não
forem denunciados os vícios ou defeitos
pelo dono da obra ou por quem estiver
incumbido da sua fiscalização.
OBRIGAÇÕES
DO DONO DA OBRA
 Repassar ao empreiteiro todas as informações do
projeto idealizado.
 Elaborar um cronograma definindo prazos e formas
de pagamento.
 Fornecimento de materiais - entregar ao empreiteiro,
materiais em quantidade e qualidade exigidos pelo
memorial descritivo do projeto, colocando
tempestivamente a disposição do empreiteiro.
 Se não entregar os materiais tempestivamente ou na
quantidade e qualidade exigidos, responde por
eventuais danos de desvio das necessidades técnicas,
que decorram da ineficiência dos mesmos
 Obrigação de receber a obra (concluída perfeitamente)
 Obrigação de pagar
 Poderá o dono da obra rejeitar, caso o empreiteiro
tenha se afastado das orientações passadas ou não
seguindo o projeto, ou então, não tenha utilizado de
técnicas adequadas que venham a comprometer a
qualidade e integridade da obra. Pode optar por
receber a obra da forma defeituosa pela redução do
valor previamente acordado.
 Ao recusar o recebimento da obra sem justa causa,
importa em mora, absorvendo os riscos,
responsabilidades por perdas e danos, custeio da
conservação e guarda.
OBRIGAÇÃO DE
RECEBER
 CC - Art. 615 - Concluída a obra de acordo
com o ajuste, ou o costume do lugar, o dono é
obrigado a recebê-la. Poderá, porém, rejeitá-
la, se o empreiteiro se afastou das instruções
recebidas e dos planos dados, ou das regras
técnicas em trabalhos de tal natureza.
SUSPENSÃO DOS SERVIÇOS
 CC - Art. 623 - Mesmo após iniciada a
construção, pode o dono da obra suspendê-la,
desde que pague ao empreiteiro as despesas e
lucros relativos aos serviços já feitos, mais
indenização razoável, calculada em função do
que ele teria ganho, se concluída a obra.
 CC - Art. 624 - Suspensa a execução da
empreitada sem justa causa, responde o
empreiteiro por perdas e danos.
 CC - Art. 625 - Poderá o empreiteiro suspender a
obra:
 I - por culpa do dono, ou por motivo de força maior;
 II - quando, no decorrer dos serviços, se
manifestarem dificuldades imprevisíveis de
execução, resultantes de causas geológicas ou
hídricas, ou outras semelhantes, de modo que torne a
empreitada excessivamente onerosa, e o dono da obra
se opuser ao reajuste do preço inerente ao projeto por
ele elaborado, observados os preços;
 III - se as modificações exigidas pelo dono da obra,
por seu vulto e natureza, forem desproporcionais ao
projeto aprovado, ainda que o dono se disponha a
arcar com o acréscimo de preço.
 Cláusula 8ª - Executar sob sua responsabilidade
os serviços/obra ora contratados, seguindo
fielmente as orientações técnicas previstas em
projetos, memoriais descritivos, manuais de
equipamentos, normas técnicas, obedecendo
todas as normas de qualidade e segurança no
trabalho e realizando testes e ajustes que se
tornarem necessárias até a entrega definitiva dos
serviços/obra.
 Parágrafo Único – Para qualquer alteração dos
serviços projetados, será feito estudo técnico e
obtida aprovações quando necessárias, anotação
no Diário de Obras e notificação ao
CONTRATANTE.
 Cláusula 10ª - Realizar o recolhimento das
devidas ART ou RRT sobre os projetos,
serviços/obra e instalações executadas, junto ao
CREA/CAU.

 Cláusula 12ª - Efetuar o pagamento


exclusivamente para o CONTRATADO de cada
etapa da prestação acordada, conforme previsto
na Cláusula 2ª.
GARANTIA
 CC - Art. 618 - Nos contratos de empreitada
de edifícios e outras construções
consideráveis, o empreiteiro de materiais e
execução responderá, durante o prazo
irredutível de cinco anos, pela solidez e
segurança do trabalho, assim em razão dos
materiais, como do solo.
 Parágrafo único. Decairá do direito
assegurado nesse artigo o dono da obra que
não propuser a ação contra o empreiteiro,
nos cento e oitenta dias seguintes ao
aparecimento do vício ou defeito.
 Cláusula 6ª - A garantia pelos serviços executados
será de XX meses, incluso o período legal.
 Parágrafo 1º - O início do prazo de garantia se
contará a partir do aceite dos serviços/obra pelo
CONTRATADO.
 Parágrafo 2º - A garantia dos serviços/obra está
condicionada que o CONTRATANTE realize
manutenção preventiva e corretiva.
 Parágrafo 3º - A realização da manutenção
preventiva e corretiva será de total
responsabilidade do CONTRATANTE após a
entrega dos serviços/obra.
CONCEITOS ABORDADOS PELA NBR 15.575
 Garantia legal: direito do consumidor de reclamar
reparos, recomposição, devolução ou substituição
do produto adquirido, conforme legislação
vigente.
 Garantia certificada: condições dadas pelo
fornecedor por meio de certificado ou contrato de
garantia para reparos, recomposição, devolução ou
substituição do produto adquirido.
 Prazo de garantia legal: período de tempo previsto
em lei que o consumidor dispõe para reclamar dos
vícios (defeitos) verificados na compra de
produtos duráveis.
 Prazo de garantia certificada: período de
tempo, acima do prazo de garantia legal,
oferecido voluntariamente pelo fornecedor
(incorporador, construtor ou fabricante) na
forma de certificado ou termo de garantia
ou contrato, para que o consumidor possa
reclamar dos vícios (defeitos) verificados
na compra de seu produto. Este prazo pode
ser diferenciado para cada um dos
componentes do produto a critério do
fornecedor.
Sistemas, elementos, componentes e instalações Prazo de garantia
Fundações 5 anos
Estrutura 5 anos
Impermeabilização 5 anos

Integridade e vedação das instalações hidrossanitárias 5 anos

Paredes de vedação 5 anos


Aderência dos revestimentos em argamassa/gesso 5 anos
Estanqueidade de fachadas 3 anos
Funcionamento da instalação elétrica 3 anos
Funcionamento das instalações hidrossanitárias 3 anos
Fissuras nos revestimentos argamassados 2 anos
Aderência dos revestimentos em cerâmica/granito 2 anos
Pintura 2 anos
Fechaduras, ferragens, metais sanitários e
1 ano
equipamentos elétricos
Fixação de vidros 1 ano
Esquadrias em madeira e aço 1 ano
Rejuntamento 1 ano
CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR
 Art. 26 - O direito de reclamar pelos vícios
aparentes ou de fácil constatação caduca em:
 I - 30 (trinta) dias, tratando-se de fornecimento
de serviço e de produto não duráveis;
 II - 90 (noventa) dias, tratando-se de
fornecimento de serviço e de produto duráveis
 § 1º - Inicia-se a contagem do prazo
decadencial a partir da entrega efetiva do
produto ou do término da execução dos
serviços.
 § 2º - Obstam a decadência:
 I - a reclamação comprovadamente
formulada pelo consumidor perante o
fornecedor de produtos e serviços até a
resposta negativa correspondente, que deve
ser transmitida de forma inequívoca;
 III - a instauração de inquérito civil, até seu
encerramento.
 § 3º - Tratando-se de vício oculto, o prazo
decadencial inicia-se no momento em que
ficar evidenciado o defeito.
CLÁUSULA PENAL

 É uma penalidade prevista em contrato


no caso de inexecução parcial ou total de
uma obrigação.
 Pode ser prevista a aplicação para todas
as partes envolvidas no contrato.
 Cláusula 19ª – Caso ocorra atraso
injustificável por parte do
CONTRATADO na entrega dos
serviços/obra, será aplicada a multa
de xxx % (xxx por cento) do valor
total do contrato por dia de atraso no
valor dos serviços limitado a xx%
(xxxx por cento).
EFEITOS DA ENTREGA DA OBRA

 O executor se desvinculará das


responsabilidades de guarda e
manutenção na medida que ocorre o
aceite pelo dono da obra.
 Início da garantia contratual.
EXTINÇÃO DA RELAÇÃO
CONTRATUAL
 Término da Obra.
 Pagamento integral dos serviços (quitação
mútua).
 Através de acordo em caso de obras/ serviços
incompletos.
 Inadimplemento das obrigações por uma das
partes.
 Resolução bilateral ou unilateral.
 Desproporção entre contratado e alterações
no decorrer dos serviços.
 Onerosidade excessiva.
 CLÁUSULA 29ª – Se qualquer das partes,
sem justa causa, pode rescindir o presente
contrato, desde que comunicada com
antecedência mínima de XX dias.
 CLÁUSULA 30ª - No caso de
impossibilidade de cumprimento do
objeto deste contrato por qualquer das
partes, sem culpa do mesmo, fica
resolvida a obrigação para ambas as
partes
 CC - Art. 626 - Não se extingue o contrato de
empreitada pela morte de qualquer das
partes, salvo se ajustado em consideração às
qualidades pessoais do empreiteiro.
 A morte de uma das partes não extingue o
contrato. A exceção está nos casos em que
haja a natureza pessoal da contratação
intuitu personae do empreiteiro.
DO FORO
 CLÁUSULA 33ª - Fica eleito o Foro da
Comarca de xxxx com exclusão de
qualquer outro, por mais privilegiado
que seja para dirimir as dúvidas que
possam surgir na execução do presente
contrato.
RESPONSABILIDADE
CONTRATUAL
 Descumprindo uma obrigação contratual,
surge o dano contratual e o extracontratual,
sendo o primeiro oriundo deste
inadimplemento de compromisso
contratual. Já o extracontratual surge com a
ocorrência da infração de um dever legal,
ou seja, envolve um desrespeito ao
ordenamento jurídico.
 Primeiramente cabe ao
empreiteiro, cumprir com a
obrigação contratual assumida,
que não o fazendo, lhe é
imputada o dever de indenizar
por inadimplemento.
RESPONSABILIDADE TÉCNICA

 A responsabilidade técnica pela solidez


e perfeição das obras é sempre pessoal e
intransferível do profissional ao
proprietário.
 A responsabilidade civil é exclusiva do
empreiteiro, desde que o proprietário
não tenha concorrido com culpa ou dolo
para o ato ou fato danoso.
 A atuação do empreiteiro deve-se pautar em
normas técnicas e imposições legais que regem
os trabalhos de engenharia e arquitetura.
Sendo um técnico, presume-se conhecedor da
ciência da arte de construir.
 Porque todo profissional é obrigado a
apresentar os conhecimentos técnicos do seu
ofício, e esse é, mesmo, um dever implícito e
essencial do exercício da profissão.
 O empreiteiro ou o subempreiteiro podem
causar danos através de atos de omissão,
negligência, imprudência ou imperícia.
Lembrem-se,na dúvida
sempre procure um
advogado!

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