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Daniel Nascimento Santos

Exercícios Ponto 3: Noções de Direito Administrativo para


Engenheiros e Ponto 4: Noções de Direito Civil para
Engenheiros

Exercícios para obtenção de nota na disci-


plina Aspectos Legais e Éticos da Engenahria.
Professor: Hebert Barbosa Carneiro.

Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)


Centro Tecnológico (CT)
Departamento de Engenharia de Produção (DEP)

Vitória, ES
20 de abril de 2023
Centro
Tecnológico

1 EXERCÍCIOS

1.0.1 Ponto 3 - Noções de Direito Administrativo para Engenheiros


1-Considerando que você é engenheiro de um órgão público o que exigiria
no projeto básico ou termo de referência de uma obra ou serviço? Justifique.
2-A nova Lei nº 14133/2021 instituiu o portal nacional de contratações
públicas lançado no dia 9 de agosto de 2021. Qual a sua importância?Pesquisar:
Decreto nº 10764/2021.
3-A nova lei de licitações trouxe doze (12) novas figuras típicas a nossa
legislação criminal, inserindo-a no Código Penal. Comente pelo menos duas,
afetas ao exercício da Engenharia.Pesquisar: Artigo 337, letras “e” a “p” do
Código Penal.
4- Qual a importância do Gestou Público obedecer ao princípio da
eficiência (art. 37 da Constituição Federal) e o principio da economicidade (
art. 70 da Constituição Federal)?
RESPOSTAS
1- a lei 8666/93 define Projeto Básico como: “conjunto de elementos necessários
e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou
complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos
estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento
do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e
a definição dos métodos e do prazo de execução”. Diante disso, um engenheiro ao atuar
em orgão público deve apresentar:
Especificações técnicas detalhadas: As especificações técnicas devem ser claras e
precisas, detalhando todos os materiais, equipamentos e técnicas que serão utilizados na
obra ou serviço. Isso garantirá que os fornecedores e empreiteiros saibam exatamente o
que é esperado deles e permitirá que os órgãos públicos comparem orçamentos de maneira
justa e objetiva.
Cronograma físico-financeiro: O cronograma físico-financeiro é uma ferramenta
fundamental para a gestão do projeto, pois permite que os órgãos públicos monitorem
o andamento da obra ou serviço, garantindo que ela seja concluída dentro do prazo e

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orçamento previstos. É importante que o cronograma seja realista e detalhado, levando


em consideração as possíveis interrupções e atrasos que possam ocorrer.
Plano de segurança: O plano de segurança deve descrever todas as medidas de
segurança que serão adotadas na obra ou serviço, incluindo a proteção de trabalhadores,
do meio ambiente e de terceiros. Esse plano deve ser elaborado de acordo com as normas
técnicas e legislações aplicáveis, garantindo a segurança de todos os envolvidos na obra ou
serviço.
Projetos complementares: Projetos complementares como elétrico, hidrossanitário,
climatização e outros são de suma importância para a execução da obra, além de permitir
um melhor dimensionamento dos recursos necessários, permitindo uma melhor qualidade
no resultado final.
Responsabilidade técnica: O responsável técnico pela obra ou serviço deve ser
claramente indicado, incluindo sua formação, experiência e registro profissional. Isso é
importante para garantir a qualidade do projeto e a segurança de todos os envolvidos.
2- A criação do Portal Nacional de Contratações Públicas, instituído pela Lei nº
14133/2021, é de extrema importância para a transparência e a eficiência das contratações
realizadas pelos órgãos públicos. O Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) e
uma plataforma criada com o intuito de centralizar e proporcionar ampla divulgação dos
atos exigidos pela Lei de Licitações e Contratos Administrativos e, segundo o §1o do art.
174 da Lei no 14.133/2021 e sera gerido por um comitê formado por integrantes da Uniao,
dos estados e dos municípios, tendo o compromisso direto com a transparência e facilidade
de acesso a informação a todos.
O Decreto nº 10764/2021 regulamenta o Portal Nacional de Contratações Públicas,
estabelecendo as regras e procedimentos a serem seguidos pelos órgãos públicos para a
inclusão das informações no portal. Ainda, decreto No 10.764, DE 09 DE AGOSTO DE 2021
vem proporcionar maior compreensão do conteúdo do PNCP, visando garantir linguagem
acessível, padronização dos aspectos ténicos, treinamento de servidores, entre outras
prescrições que auxiliam na ampla utilização do PNCP. Entre as principais determinações
do decreto, destacam-se:

• Obrigatoriedade da inclusão das informações no portal

• Padronização das informações

• Divulgação de dados relevantes

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• Transparência

3- Com a entrada em vigor da nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021), foram


criadas diversas figuras típicas no âmbito do Código Penal, incluindo aquelas que afetam
diretamente o exercício da Engenharia. Dentre elas, destacam-se duas que serão comentadas
a seguir, utilizando como base o Artigo 337, letras "e"a "p"do Código Penal.
Fraude em procedimento licitatório (Art. 337-E): A fraude em procedimento licita-
tório é considerada um crime no âmbito da nova Lei de Licitações. De acordo com o Artigo
337-E do Código Penal, comete o crime de fraude em licitação quem, com o objetivo de
fraudar a licitação, altera ou modifica, de forma fraudulenta, o edital ou qualquer outro
documento utilizado na licitação. Além disso, o artigo também prevê a possibilidade de
aplicação da mesma pena àqueles que fazem conluio com outros licitantes para fraudar a
licitação.
Omissão de informações em procedimento licitatório (Art. 337-F): Outra figura
típica que pode afetar o exercício da Engenharia é a omissão de informações em proce-
dimento licitatório. De acordo com o Artigo 337-F do Código Penal, comete o crime de
omissão de informações em licitação quem, de forma dolosa, omite informações relevantes
para a licitação ou fornece informações falsas com o objetivo de influenciar o resultado da
licitação em favor de si ou de terceiros.
4- Obedecer ao princípio da eficiência e ao princípio da economicidade é funda-
mental para a gestão pública, pois ambos visam garantir uma administração mais eficaz,
responsável e transparente.
O princípio da eficiência, previsto no art. 37 da Constituição Federal, determina
que a administração pública deve agir de forma a garantir a prestação de serviços públicos
de qualidade de forma ágil, sem desperdícios e com o menor custo possível. Assim, a gestão
pública eficiente deve buscar sempre aprimorar seus processos, utilizar seus recursos de
forma adequada e prestar serviços de qualidade aos cidadãos.
Já o princípio da economicidade, previsto no art. 70 da Constituição Federal,
estabelece que a gestão pública deve utilizar os recursos públicos de forma racional,
evitando desperdícios e buscando sempre o melhor custo-benefício na realização de suas
atividades. Dessa forma, a gestão pública deve adotar medidas para reduzir seus gastos,
sem comprometer a qualidade dos serviços prestados.
Estes dois princípios, se seguidos pelos gestores públicos são capazes de promover
o famoso clichê muito explorado em propagandas em periodo eleitoral: Fazer mais com

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menos. O seguimento destes princípios possibilita mais realizações, entre elas, obras de
infraestrutura, por exemplo, com o mesmo dispêndio financeiro que o ocorrido sem o
seguimento destes princípios.

1.0.2 Ponto 4 - Noções de Direito Civil para Engenheiros


1-Considerando que uma empresa de Engenharia desvia de sua finalidade
ou que os sócios fazem retiradas não previstas pela legislação comprovadamente,
o que pode o Juiz determinar? OBS: Pesquisar o art., 50 do Código Civil; Lei
no 9605/1998, art 4o; Lei no 12529/2011 art 34.
2-Quando uma empresa de engenharia causa prejuízos a alguém pelo
descumprimento de um contrato, cabe indenização devida. Posto isto, defina
danos emergentes e lucros cessantes.
3-O que deve conter obrigatoriamente no contrato social (ato formal de
constituição) de uma empresa de engenharia?
4- No exercício da profissão de engenheiro você poderia, constituir uma
MEI ( Microempreendedor Individual)? Comente.
RESPOSTAS
1- O artigo 50 do Codigo Civil (CC) prevê que "Em caso de abuso da personalidade
juridica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusao patrimonial, pode o juiz
decidir, a requerimento da parte, ou do ministério público quando lhe couber intervir no
processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos
aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa juridica". Sendo assim,
diante de uma situação em que uma empresa de Engenharia desvia de sua finalidade
ou os sócios fazem retiradas não previstas pela legislação comprovadamente, o juiz pode
determinar a responsabilização dos sócios e a desconsideração da personalidade jurídica da
empresa, com base no artigo 50 do Código Civil. Além disso, a Lei no 9605/1998, em seu
artigo 4º, estabelece que as pessoas jurídicas podem ser responsabilizadas administrativa,
civil e penalmente nos casos de infração ambiental. Já a Lei no 12.529/2011, em seu
artigo 34, prevê a possibilidade de responsabilização das empresas em casos de práticas
anticompetitivas.Dessa forma, o juiz pode determinar a responsabilização dos sócios e
a desconsideração da personalidade jurídica da empresa, aplicando as sanções cabíveis
em cada caso concreto, como multas, restrições de atividades, cassação de licenças e
autorizações, dentre outras. O objetivo é garantir a reparação dos danos causados e a

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proteção dos interesses públicos e sociais.


2- Segundo o Codigo Civil, danos emergentes e lucros cessantes são conceitos utili-
zados no direito para calcular o valor da indenização devida em casos de descumprimento
de contrato. Nesse sentido, danos emergentes são os prejuízos imediatos causados pela
violação do contrato, ou seja, são os danos que efetivamente foram causados no momento
do ocorrido. Já os lucros cessantes são os prejuízos futuros decorrentes do descumprimento
do contrato, ou seja, são os lucros que o contratante deixou de obter em razão do atraso
ou descumprimento da obra.
3- O contrato social é um documento fundamental para a constituição legal de uma
empresa de engenharia, deve conter clausulas que contemplem, obrigatoriamente alguns
itens e pode possuir, também clausulas facultativas. Vale ressaltar que deve ser registrado
em cartório e conter, obrigatoriamente, as seguintes informações: Nome empresarial,
Objeto social, Capital social, Quotas, Sede, Prazo de duração, Administração, Forma de
deliberação e Responsabilidade dos sócios.
4- MEI e um modelo empresarial simplificado criado para facilitar a formalização
de pessoas que trabalham de maneira autonoma. Contudo, ha algumas parametros em que
o interessado deve se enquadrar para pode se tornar MEI. Entre os requisitos estao: Você
pode contratar no máximo um empregado ou empregada, que receba o piso da categoria
ou 1 salario mínimo; Você nao pode ser ou se tornar titular, sócio ou administrador de
outra empresa; Não pode ter ou abrir filia; Poderá ter um faturamento anual de até
R$ 81.000,00 por ano, ou proporcional no ano de abertura e ocupação como uma das
permitidas. No entanto, a ocupação de engenheiro não está incluída nessa categoria,
uma vez que é considerada uma atividade econômica intelectual e regulamentada por
lei, exigindo uma formação superior específica e a devida inscrição no Conselho Regional
de Engenharia e Agronomia (CREA). Sendo assim, o engenheiro nao pode ser MEI por
ser considerado profissional liberal, com formação superior devidamente regulamentada.
Além disso, a formação profissional dos titulares desse negocio e considerada atividade
econômica intelectual. Uma das alternativas nesse caso e abrir uma microempresa (ME)

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