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Aspectos Específicos da Licitação e do

Contrato de Informática

Autor
João Barbosa Júnior
Introdução
Prezado aluno, seja muito bem-vindo ao nosso curso de Aspectos Específicos da Licitação e do
Contrato de Informática. Espero que possa contribuir para sua formação nesta importante área,
que necessita de profissionais cada vez mais qualificados.

Neste curso, vamos entender as especificidades da contratação de bens e serviços de


Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC). Observe que essa contratação, quando
efetivada pela Administração Pública, deve seguir uma miríade de leis, decretos, portarias e
instruções normativas, tudo isso para assegurar a competitividade do certame, selecionar a
proposta mais vantajosa para a Administração Pública e, por fim, garantir a execução contratual
em conformidade com as especificações.

Para que possamos atingir nossos objetivos, iniciaremos entendendo nosso objeto de estudo.
Para isso, trataremos da base normativa que regulamenta as licitações e contratações como um
todo e sua intersecção com a contratação de bens e serviços de TIC.

Adiante, abordaremos a legislação específica que rege as contratações de bens e serviços de


TIC. Neste caso, estudaremos todo o processo de contratação, desde a fase de planejamento, até
a fase de gestão contratual, passando pela seleção do contratado.

Espero, sinceramente, que eu consiga transmitir o conhecimento necessário e que esse conteúdo
possa contribuir para sua formação profissional e acadêmica.
Videoaula - Aspectos Introdutórios

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Licitação e contrato de Tecnologia da Informação e
1
Comunicações

1.1 Aspectos gerais

Contratar na Administração Pública não é tarefa fácil. Como ficará mais claro ao longo do curso,
quando se trata de bens e serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação essa tarefa fica
ainda mais complexa, requerendo tanto da administração, quanto dos licitantes, um profundo
conhecimento de um emaranhado de leis, decretos, instruções normativas e jurisprudência.

Figura 1 - Bens e serviços de TIC.

Fonte: stories / freepik.

Para motivarmos nosso curso, faremos inicialmente o seguinte questionamento: qual a


importância de estudarmos aspectos específicos relacionados à licitação e contratação de bens
e serviços de Tecnologia da Informação e Comunicações?

Em primeiro lugar, você precisa saber que o Estado Brasileiro é um grande demandante de bens e
serviços dessa natureza, aplicando anualmente dezenas de bilhões de reais nesta área. Mas,
como a vida nem sempre é fácil, para que essa demanda seja suprida e efetivamente contratada
de terceiros, uma série de procedimentos precisam ser previamente cumpridos. É neste
momento que surge um primeiro problema para os interessados nas contratações realizadas
pelo governo (gestores, empresas, sociedade, órgãos de controle etc.), que é a complexidade da
legislação brasileira que permeia a matéria.

No que diz respeito à Tecnologia da Informação e Comunicações, essa complexidade se revela


ainda mais dramática na medida em que as normas aplicáveis a tais contratações, inicialmente,
não consideravam as peculiaridades para licitação e contratação destes bens e serviços.

Foi por iniciativa do Tribunal de Contas da União, que um esforço de sistematização dessas
contratações foi efetivado no âmbito do Governo Federal, de modo que normas mais precisas e
específicas foram sendo criadas, como decorrência de recomendações e determinações da Corte
de Contas.

A regulamentação recente relativa a licitações e contratos de bens e serviços de TIC (Instruções


Normativas nº 4/2008 e 4/2010, ambas do antigo Ministério do Planejamento, e Instrução
Normativa nº 1/2019, do Ministério da Economia) se deve, em grande medida, à atuação do
Tribunal de Contas da União, por meio da expedição de inúmeras recomendações e
determinações, de modo que, atualmente, a regulamentação relativa à matéria reflete a
jurisprudência da Corte de Contas.

Videoaula - Fundamentação Legal

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1.2 Legislação aplicável às contratações de Tecnologia da Informação

É bastante vasta a legislação aplicável às contratações de bens e serviços de Tecnologia da


Informação e Comunicações. São diversas normas que foram editadas ao longo dos anos e que
fizeram com que esse tipo de contratação fosse aperfeiçoado. Ademais, embora não integrem a
legislação em sentido formal, diversas decisões proferidas pelo Tribunal de Contas da União
contribuíram para o aperfeiçoamento de leis, decretos e instruções normativas relativas ao
nosso objeto de estudo.

Figura 2 – Base legal.

Fonte: grapestock / istock.com.

Inicialmente, no topo da hierarquia das leis temos a Constituição Federal que em seu art. 37
assevera:

XXI. ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão
contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos
os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
(BRASIL, 1988)

Trata-se de mandamento que determina, como regra geral, a realização de procedimento


licitatório prévio às contratações realizadas pela Administração Pública de todas as esferas de
governo.

Posteriormente, foi editada a Lei nº 8.248/1991, que dispõe sobre a capacitação e


competitividade do setor de informática e automação. Entre outros aspectos, esta lei impôs uma
preferência aos bens e serviços de TI com tecnologia nacional, ou produzidos segundo processo
produtivo básico definido pelo Poder Executivo. A regulamentação e a operacionalização de sua
execução estão dispostas no Decreto nº 7.174/2010.

Em 1993, foi editada a Lei nº 8.666/1993, que dispõe sobre normas gerais de licitações e
contratos (BRASIL, 1993). Esta lei apresenta disposições aplicáveis às contratações dos bens e
serviços de que nos ocupamos neste curso, muito embora não se atenha às suas peculiaridades.
Tanto é verdade, que estas contratações, antes do advento da legislação infralegal, eram
bastante criticadas no âmbito do Tribunal de Contas da União.

Em 2002, com vistas a maximizar a eficiência, efetividade e economicidade das aquisições do


governo, foi editada a Lei nº 10.520, que cria uma modalidade de licitação denominada pregão,
aplicável aos chamados bens e serviços comuns. Esta lei foi regulamentada em sua forma
presencial por meio do Decreto 3.555/200 e posteriormente em sua forma eletrônica por meio do
Decreto 5.450/2005.

O §1º do art. 1º da Lei nº 10.520/2002 define bens e serviços comuns como aqueles que podem
ser caracterizados objetivamente no edital, em conformidade com especificações usuais do
mercado (BRASIL, 2002). No nosso caso, de Licitações e Contratos de Bens e Serviços de
Informática e Comunicações se aplicaria, por exemplo, à contratação de um notebook, com
processador Core i7, 8GB de memória RAM DDR 4 etc.

Entre os anos de 2003 e 2007 foram editados diversos acórdãos do TCU que contribuíram para
uma melhor sistematização das contratações de TI. Como destaque, podemos citar o Acórdão nº
1.558/2003 – TCU – Plenário que efetivou a determinação para que sua unidade técnica
responsável pela fiscalização de TI apresentasse um estudo contendo parâmetros que
balizassem as contratações de bens e serviços de tecnologia da informação e comunicações.

Ainda no que diz respeito às decisões do TCU, merece destaque o Acórdão nº 2.471/2008 – TCU
– Plenário (BRASIL, 2008), que definiu diversos entendimentos da corte relativos aos conteúdos
mínimos para o Termo de Referência e para o Projeto Básico, bem como a preferência pela
utilização da modalidade de licitação Pregão, em detrimento das demais (Concorrência, Tomada
de Preços, Convite etc.)

Em cumprimento às deliberações do TCU, o Ministério do Planejamento editou a Instrução


Normativa (IN) nº 4/2008, que dispunha sobre o processo de contratação de serviços de
Tecnologia da Informação pela Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional.
Essa IN foi substituída pela IN nº 4/2010, que posteriormente veio a ser substituída pela IN nº
4/2014, todas do Ministério do Planejamento.

Atualmente, a norma que regulamenta o processo de contratação de bens e serviços de


Tecnologia da Informação e Comunicações é a IN nº 1/2019, da Secretaria de Governo Digital, do
Ministério da Economia. Por razões óbvias, essa será nosso carro-chefe ao longo de todo o
nosso curso.

A IN nº 1/2019 estabelece tarefas, processos e procedimentos que devem ser obedecidos pela
Administração Pública ao longo de todo o processo de contratação (Planejamento, Seleção do
Contratado e Gestão do Contrato). Trata-se de uma norma que apresenta aperfeiçoamento em
relação às demais e apresenta mecanismos interessantes e capazes de fazer com que a
contratação de bens e serviços de TIC sejam mais eficientes, eficazes e efetivas no âmbito da
Administração Pública.

1.3 Instrução Normativa nº 1/2019

Conforme estudamos anteriormente, atualmente a IN nº 1/2019 é a norma específica que


regulamente as contratações de bens e serviços de Tecnologia da Informação e Comunicações
no âmbito do Governo Federal. Esta norma apresenta uma série de disposições que norteiam a
contratação ao longo de todo o processo.

Já no art. 1º, ela estabelece sua abrangência, definindo que “as contratações de soluções de
Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC pelos órgãos e entidades integrantes do Sistema
de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação – SISP” serão por ela disciplinadas
(BRASIL, 2019).

Não obstante, torna facultativa sua aplicação para as contratações cuja estimativa de valor seja
inferior ao disposto no art. 24, inciso II da Lei nº 8.666, de 1993, que trata da licitação dispensável
em razão do valor inferior a 10% da modalidade Convite (BRASIL, 1993).

Adiante, após apresentar uma série de definições, que serão abordadas oportunamente ao longo
do curso, a norma apresenta uma série de vedações nos seguintes termos:

Art. 3º Não poderão ser objeto de contratação:


I. mais de uma solução de TIC em um único contrato, devendo o órgão ou entidade observar o
disposto nos §§ 2º e 3º do art. 12; e
II. o disposto no art. 3º do Decreto nº 9.507, de 2018, inclusive gestão de processos de TIC e gestão de
segurança da informação.

Parágrafo único. O apoio técnico aos processos de gestão, de planejamento e de avaliação da

qualidade das soluções de TIC poderá ser objeto de contratação, desde que sob supervisão exclusiva

de servidores do órgão ou entidade. (BRASIL, 2019)

Explicando o dispositivo, o inciso I diz respeito à necessidade de que o órgão ou entidade avalie a
possibilidade de parcelamento do objeto, com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos
disponíveis, bem como pela possibilidade de ampliação da competitividade.

O inciso II, por sua vez, trata das atividades que não podem ser objeto de contratação por parte
da Administração Pública e que estão elencadas no art. 3º do Decreto nº 9.507/2018, nos termos
a seguir:

Art. 3º Não serão objeto de execução indireta na administração pública federal direta, autárquica e

fundacional, os serviços:
I. que envolvam a tomada de decisão ou posicionamento institucional nas áreas de planejamento,
coordenação, supervisão e controle;
II. que sejam considerados estratégicos para o órgão ou a entidade, cuja terceirização possa colocar
em risco o controle de processos e de conhecimentos e tecnologias;
III. que estejam relacionados ao poder de polícia, de regulação, de outorga de serviços públicos e de
aplicação de sanção; e
IV. que sejam inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo plano de cargos do órgão ou da
entidade, exceto disposição legal em contrário ou quando se tratar de cargo extinto, total ou
parcialmente, no âmbito do quadro geral de pessoal. (BRASIL, 2018)

Figura 3 – Licitação.

Fonte: stories / freepik.

O art. 5º da IN nº 1/2019 apresenta outras vedações. Primeiramente, veda o estabelecimento de


vínculo de subordinação entre servidores do órgão contratante com funcionários da contratada.
Isso porque os funcionários da contratada são prestadores de serviço e estão subordinados à
empresa que os contratou (BRASIL, 2019).

Além disso, a IN nº 1/2019 veda que o edital de licitação preveja remuneração a algum
funcionário da empresa contratada, bem como veda a indicação de pessoas, por parte de algum
servidor, para compor o quadro da contratada. Esta vedação visa, claramente, evitar situações de
conflito de interesses entre os participantes da execução contratual (BRASIL, 2019).

Ainda segundo a IN nº 1/2019, não devem, ademais, os servidores “demandar a execução de


serviços ou tarefas estranhas ao objeto da contratação, mesmo que haja anuência do preposto
ou da própria contratada” (BRASIL, 2019).

Outras vedações consistem ainda em:

reembolsar despesas com transporte, hospedagem e outros custos operacionais, que devem ser de
exclusiva responsabilidade da contratada;
prever em edital exigências que constituam intervenção indevida da administração na gestão
interna dos fornecedores;
prever em edital exigência que os fornecedores apresentem, em seus quadros, funcionários
capacitados ou certificados para o fornecimento da solução, antes da contratação.

No que diz respeito à forma de pagamento dos serviços contratados, a IN nº 1/2019, em seu inc.
VII, art. 5º, veda a adoção da “métrica homem-hora ou equivalente para aferição de esforço, salvo
mediante justificativa e sempre vinculada à entrega de produtos de acordo com prazos e
qualidade previamente definidos” (BRASIL, 2019).

A contratação não deve também ser feita por postos de trabalho alocados, salvo os casos
justificados mediante a comprovação obrigatória de resultados compatíveis com o posto
previamente definido.

No instrumento convocatório, a Administração Pública está impedida de fazer menção a “regras


externas de fabricantes, fornecedores ou prestadores de serviços que possam acarretar a
alteração unilateral do contrato por parte da contratada” (BRASIL, 2019).

Ainda no art. 5º, inc. XI, a IN nº 1/2019 apresenta disposição específica em relação a licitação do
tipo Técnica e Preço, segundo o qual é vedado:

XI - nas licitações do tipo técnica e preço:


a. incluir critérios de pontuação técnica que não estejam diretamente relacionados com os
requisitos da solução de TIC a ser contratada ou que frustrem o caráter competitivo do certame; e
b. fixar fatores de ponderação distintos para os índices "técnica" e "preço" sem que haja justificativa
para essa opção. (Grifos acrescidos)

Aspecto relevante tratado pela norma diz respeito à Programação da Estratégia de Contratações:

Art. 6º As contratações de soluções de TIC no âmbito dos órgãos e entidades integrantes do SISP

deverão estar:
I. em consonância com o PDTIC (Plano Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicações) do
órgão ou entidade, elaborado conforme Portaria SGD/ME nº 778, de 4 de abril de 2019;
II. previstas no Plano Anual de Contratações;
III. alinhadas à Política de Governança Digital, instituída pelo Decreto nº 8.638, de 15 de janeiro de
2016; e
IV. integradas à Plataforma de Cidadania Digital, nos termos do Decreto nº 8.936, de 19 de dezembro
de 2016, quando tiverem por objetivo a oferta digital de serviços públicos. (BRASIL, 2019)

Recapitulando
Nesta Unidade, tratamos dos itens iniciais que permeiam a contratação de bens e serviços
de Tecnologia da Informação e Comunicações. Inicialmente, motivamos a necessidade de
estudarmos aspectos específicos desta contratação. Estudamos a fundamentação legal do
tema, iniciando na Constituição Federal, passando pela jurisprudência do Tribunal de Contas
da União, até chegarmos à IN nº 1/2019.

A propósito, essa IN servirá de base para nosso estudo, na medida em que ela define
procedimentos e processos que perpassam todas as fases da contratação de bens e
serviços de TIC.
Exercícios de fixação
Não poderão ser objeto de contratação mais de uma solução de Tecnologia da Informação e
Comunicação (TIC) em um único contrato.

Verdadeiro Falso

É permitido nas licitações do tipo técnica e preço incluir critérios de pontuação técnica que não
estejam diretamente relacionados com os requisitos da solução de TIC a ser contratada ou que
frustrem o caráter competitivo do certame.

Verdadeiro Falso

Videoaula - Visão geral do processo de contratação

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2 Planejamento da contratação
Conforme já mencionamos, a IN nº 1/2019 regulamenta todas as fases da contratação. Dessa
forma, nosso curso será organizado com a mesma sequência disposta na referida IN. Isso
garante que estudaremos todo o processo que assegura, em tese, o sucesso da contratação da
solução de TIC.

De acordo com o disposto no art. 8º da IN nº 1/2019:

Art. 8º As contratações de soluções de TIC deverão seguir as seguintes fases:


I. Planejamento da Contratação;
II. Seleção do Fornecedor; e
III. Gestão do Contrato. (BRASIL, 2019)

A Figura 4 ilustra todo o processo de contratação nos moldes propostos pela IN nº 1/2019.

Figura 4 – Processo de contratação.

Fonte: <www.gov.br [https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/1-modelo-de-contratacao-de-


tic.png] >.

2.1 Necessidade de planejamento da contratação

O Planejamento da Contratação é uma etapa absolutamente necessária e que contribui


decisivamente para o sucesso da contratação dos bens e serviços de Tecnologia da Informação
e Comunicação.
Figura 5 – Planejamento de
contratação.

Fonte: makyzz / freepik.

Como vimos, o Planejamento da Contratação é a primeira etapa do fluxo de contratação previsto


na IN nº 1/2019. Esta fase é de suma importância para que as chances de sucesso da
contratação sejam maximizadas. As boas práticas de contratação de TI indicam que um
planejamento adequado permite que, entre outros aspectos:

1. a contratação agregue valor ao órgão;


2. os riscos envolvidos sejam gerenciados;
3. a contratação esteja alinhada com os planejamentos do órgão e de TI do órgão governante superior ao qual
o órgão esteja vinculado; e
4. os recursos envolvidos sejam bem utilizados, não só os recursos financeiros, mas também os recursos
humanos.

É na fase de planejamento em que, por exemplo, o objeto da contratação será especificado.


Neste momento, a área demandante e a área de Tecnologia da Informação precisam definir a
melhor solução para o atendimento das necessidades da administração. Com isso, é preciso que
as áreas envolvidas especifiquem adequadamente os requisitos necessários para a solução de TI
a ser contratada.

É nesta fase, ainda, que soluções alternativas podem ser estudadas, sempre com vistas à
contratação dos melhores produtos e serviços para o atendimento das necessidades da área de
negócios e, por consequência, da Administração Pública.

Ainda na fase de planejamento, a equipe responsável por sua execução deve buscar mecanismos
que ampliem a competitividade do certame, mediante parcelamento do objeto, de modo que as
parcelas a serem contratadas, sem prejuízo para seu conjunto, possam atrair mais interessados
e, com isso, possa ser obtida uma proposta ainda mais vantajosa para a Administração Pública.

No planejamento, ademais, a equipe deve considerar aspectos relativos à estratégia de


contratação e gestão do contrato. No que se refere à estratégia de contratação, ela deve buscar,
entre outros mecanismos, aqueles que vinculem os pagamentos a serem efetivados a real
entrega de resultados por parte do contratado, garantindo a eficiência e efetividade da
contratação. Por exemplo, não basta que o contratado disponibilize uma equipe de trabalho ao
órgão contratante para que os pagamentos sejam realizados, é preciso que sejam especificadas
métricas a serem alcançadas pela contratada que justifiquem o recebimento dos valores devidos
pelo contratante.

Nunca é demais lembrar que estamos lidando com contratações no âmbito da Administração
Pública e, nesse sentido, devemos observar todo o regramento atinente a ela.

Videoaula - Planejamento da contratação

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2.2 Planejamento da contratação

A fase de Planejamento da Contratação está especificada na IN nº 1/2019. Em seu art. 9º, a


referida norma assim dispõe:
Art. 9º A fase de Planejamento da Contratação consiste nas seguintes etapas:
I. instituição da Equipe de Planejamento da Contratação;
II. elaboração do Estudo Técnico Preliminar da Contratação; e
III. elaboração do Termo de Referência ou Projeto Básico.

§ 1º É obrigatória a execução de todas as etapas da fase de Planejamento da Contratação,

independentemente do tipo de contratação, inclusive nos casos de:


I. inexigibilidade;
II. dispensa de licitação ou licitação dispensada;
III. formação de Ata de Registro de Preços;
IV. adesão à Ata de Registro de Preços;
V. contratações com uso de verbas de organismos nacionais ou internacionais; ou
VI. contratação de empresas públicas de TIC. (BRASIL, 2019)

Pela leitura do dispositivo citado, podemos afirmar que todas as fases do planejamento descritas
no caput do art. 9º são obrigatórias, ainda que a contratação não decorra de um processo
licitatório propriamente dito. Isso porque, como já tivemos a oportunidade de estudar, a
importância da fase de planejamento suplanta a mera realização da licitação, abarcando todos
os aspectos relativos ao contrato, tais como pagamento baseado em resultados, modelo de
gestão contratual, especificação do objeto, entre outros.

A única exceção apresentada pela norma, no que diz respeito às etapas de planejamento, diz
respeito à dispensa da realização de elaboração de Termo de Referência ou de Projeto Básico
quando o órgão ou entidade for participante em procedimento licitatório destinado à formação
de Registro de Preços.

Nos termos do Decreto 7.892, de 2013, órgão participante - órgão ou entidade da Administração
Pública que participa dos procedimentos iniciais do Sistema de Registro de Preços e integra a Ata
de Registro de Preços. Nestes casos, como vimos, é dispensável a realização da etapa de
elaboração de Projeto Básico ou Termo de Referência.

Na hipótese que acabamos de discutir, caso um órgão ou entidade tenha interesse em aderir à
Ata de Registro de Preços, o órgão interessado deverá enviar ao órgão gerenciador os artefatos
de planejamento e este poderá autorizar ou não sua adesão.
Adiante, detalharemos outros aspectos relativos à Equipe de Planejamento da Contratação. Não
obstante, é preciso que seja evidenciado o fato de que, por força de determinação normativa,
contida no §5º do art. 9º da IN nº 1/2019,

a Equipe de Planejamento da Contratação deverá realizar todas as atividades das etapas de

Planejamento da Contratação, e acompanhar e apoiar a fase de Seleção do Fornecedor quando

solicitado pelas áreas responsáveis. (BRASIL, 2019, grifo nosso)

Com isso, podemos afirmar que, a despeito da nomenclatura, o trabalho da equipe de


planejamento não se encerra necessariamente com o final dessa fase, mas pode ser postergado
até a fase de Seleção do Fornecedor, a critério das áreas responsáveis.

A Figura 6 ilustra o fluxo do processo de Planejamento da Contratação:

Figura 6 - Planejamento da Contratação.

Fonte: <www.gov.br [https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/2-pctic.png] >.

2.3 Instituição da equipe de planejamento

No processo de contratação de soluções de Tecnologia da Informação e Comunicações, o


elemento humano é fundamental em todas as fases. Não obstante, é na fase de planejamento
que ele se mostra ainda mais importante, na medida em que um planejamento bem executado é
crucial para o sucesso de toda a contratação.

Nesse sentido, a fase de planejamento é iniciada, em conformidade com o art. 10 da IN nº


1/2019, “com o recebimento pela Área de TIC do Documento de Oficialização da Demanda,
elaborado pela Área Requisitante da solução” (BRASIL, 2019). Trata-se de um aspecto
operacional da norma, em que estabelece o documento necessário para que o processo seja
iniciado.
Esse Documento de Oficialização da Demanda trata de aspectos importantes que nortearão o
início dos trabalhos da equipe e deverá conter, no mínimo, de acordo com a IN nº 1/2019:

Art. 10. A fase de Planejamento da Contratação terá início com o recebimento pela Área de TIC do

Documento de Oficialização da Demanda, elaborado pela Área Requisitante da solução, que conterá

no mínimo:
I. necessidade da contratação, considerando os objetivos estratégicos e as necessidades
corporativas do órgão ou entidade, bem como o seu alinhamento ao PDTIC e ao Plano Anual de
Contratações;
II. explicitação da motivação e dos resultados a serem alcançados com a contratação da solução de
TIC;
III. indicação da fonte dos recursos para a contratação; e
IV. indicação do Integrante Requisitante para composição da Equipe de Planejamento da
Contratação. (BRASIL, 2019, grifo nosso)

Observe que é a área demandante que deve demonstrar a necessidade da contratação. Esse item
é de suma importância, uma vez que as contratações de bens e serviços de Tecnologia da
Informação e Comunicações devem, necessariamente, solucionar problemas ou atender a
necessidades efetivas dos órgãos ou entidades. A partir dessa indicação, a área de TI pode,
inclusive, indicar outras soluções já contratadas, que possam atender às necessidades descritas,
prescindindo de realização de aquisição.

Outro fator importante elencado é a necessidade de que a contratação pretendida esteja alinhada
ao Plano Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicações e ao Plano Anual de
Contratações.

Ademais, o Documento de Oficialização de Demanda deve motivar os resultados a serem


alcançados, bem como indicar a fonte de recursos que custearão a contratação. Por fim, deve a
área demandante, como conhecedora do negócio, indicar um membro para compor a Equipe de
Planejamento da Contratação. Dessa forma, a equipe será composta não apenas por um
profissional de Tecnologia da Informação, mas também por alguém que utilizará a solução
adquirida.

Importante

Quando a norma determina a necessidade de motivação da contratação, ela determina que


sejam expostos motivos concretos que justifiquem a contratação, não bastando que sejam
dadas justificativas simplórias tais como: “a contratação do software ‘x’ proporcionará maior
eficiência nas atividades do órgão”. Essa motivação é insuficiente, uma vez que é necessário
especificar indicadores objetivos, que permitam mensurar a efetividade da contratação, tais
como: “a contratação da solução proposta reduzirá o prazo de elaboração dos projetos em
90 dias, proporcionando entregas mais céleres à sociedade, uma vez que pesquisas
realizadas com nosso público alvo indicaram que este prazo é a grande fragilidade do nosso
órgão, residindo aí uma oportunidade de melhoria na prestação dos nossos serviços à
sociedade.

A avaliação da adequação do Documento de Oficialização de Demanda é efetuada pela Área de


Tecnologia da Informação e Comunicações que, entre outros aspectos avaliarão a aderência do
documento com o Plano Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicações e ao Plano Anual
de Contratação, indicará um membro para compor a equipe e posteriormente submeterá o
documento à apreciação da autoridade competente.

Quanto a este último aspecto, assim dispõe a IN nº 1/2019:

§ 2º O Documento de Oficialização da Demanda será encaminhado à autoridade competente da Área

Administrativa, que deverá:


I. decidir motivadamente sobre o prosseguimento da contratação;
II. indicar o Integrante Administrativo para composição da Equipe de Planejamento da Contratação,
quando da continuidade da contratação; e
III. instituir a Equipe de Planejamento da Contratação.

§ 3º Os integrantes da Equipe de Planejamento da Contratação devem ter ciência expressa da

indicação das suas respectivas atribuições antes de serem formalmente designados.

§ 4º Os papéis de integrantes da Equipe de Planejamento da Contratação não poderão ser

acumulados pelo mesmo servidor, salvo quanto aos papéis de Integrante Requisitante e Técnico, em

casos excepcionais, mediante justificativa fundamentada nos autos, e aprovados pelo Comitê de

Governança Digital do órgão ou entidade.

§ 5º A indicação e a designação de dirigente da Área de TIC para integrar a Equipe de Planejamento

da Contratação somente poderá ocorrer mediante justificativa fundamentada nos autos. (BRASIL,

2019)

Além disso, cabe à Área de Tecnologia da Informação e Comunicações a indicação de um


membro que comporá a Equipe de Planejamento da Contratação.

A Figura 7 ilustra o processo de Implantação da Equipe de Planejamento, em conformidade com


a IN nº 1/2019, da Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia.
Figura 7 – Processo de Implantação da equipe de Planejamento.

Fonte: <www.gov.br [https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/2-1-pctic-instituir-epc.png] >.

Videoaula - Estudo técnico preliminar

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2.4 Estudo técnico preliminar da contratação

A finalidade do Estudo Técnico Preliminar é examinar e identificar cenários para o atendimento


das demandas inclusas no Documento de Oficialização da Demanda. Outro objetivo é comprovar
a viabilidade econômica e técnica das soluções identificadas, através do fornecimento das
informações necessárias para o subsídio do processo de contratação.
O art. 11 da IN nº 1/2019 apresenta o conteúdo do Estudo Técnico Preliminar. Em conformidade
com o mencionado dispositivo normativo:

Art. 11. O Estudo Técnico Preliminar da Contratação será realizado pelos Integrantes Técnico e

Requisitante, compreendendo, no mínimo, as seguintes tarefas:


I. definição e especificação das necessidades de negócio e tecnológicas, e dos requisitos
necessários e suficientes à escolha da solução de TIC, contendo de forma detalhada, motivada e
justificada, inclusive quanto à forma de cálculo, o quantitativo de bens e serviços necessários
para a sua composição. (BRASIL, 2019)

De acordo com o texto, o Estudo Técnico Preliminar inicia-se com a definição das necessidades,
sejam tecnológicas ou relativas ao negócio, ou ainda dos requisitos necessários à escolha da
solução de TI. Observe que, nesta fase, o objetivo não é exaurir a especificação de necessidades
ou requisitos, mas tão somente descrevê-los. Este exaurimento será efetivado na fase de
Elaboração de Projeto Básico ou Termo de Referência.

Não obstante, algumas questões relativas à mensuração do quantitativo de bens e serviços


necessários devem ser abordadas já na fase de Estudo Técnico Preliminar. Isso é fácil entender,
uma vez que, a depender do quantitativo necessário, os custos podem ficar bastante elevados,
inviabilizando determinadas soluções que eventualmente seriam propostas.

Ainda no que diz respeito ao conteúdo do Estudo Técnico Preliminar, a IN nº 1/2019 assevera:
Art. 11. O Estudo Técnico Preliminar da Contratação será realizado pelos Integrantes Técnico e

Requisitante, compreendendo, no mínimo, as seguintes tarefas:

(...)
II. análise comparativa de soluções, que deve considerar, além do aspecto econômico, os aspectos
qualitativos em termos de benefícios para o alcance dos objetivos da contratação, observando:

a. a disponibilidade de solução similar em outro órgão ou entidade da Administração Pública;


b. as alternativas do mercado;
c. a existência de softwares disponíveis conforme descrito na Portaria STI/MP nº 46, de 28 de
setembro de 2016;
d. as políticas, os modelos e os padrões de governo, a exemplo dos Padrões de Interoperabilidade de
Governo Eletrônico - ePing, Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico - eMag, Padrões Web
em Governo Eletrônico - ePwg, Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil e Modelo
de Requisitos para Sistemas Informatizados de Gestão Arquivística de Documentos - e-ARQ
Brasil, quando aplicáveis;
e. as necessidades de adequação do ambiente do órgão ou entidade para viabilizar a execução
contratual;
f. os diferentes modelos de prestação do serviço;
g. os diferentes tipos de soluções em termos de especificação, composição ou características dos
bens e serviços integrantes;
h. a possibilidade de aquisição na forma de bens ou contratação como serviço; e
i. a ampliação ou substituição da solução implantada. (BRASIL, 2019, grifo nosso)

Inicialmente, você deve estar atento para o fato de que os recursos disponíveis para a
contratação de bens e serviços de Tecnologia da Informação e Comunicações são limitados.
Nesse sentido, a norma determina que, uma vez especificada a solução, deve haver uma análise
comparativa (considerando aspectos de economicidade e de qualidade técnica) com outras que
já estejam disponíveis em outros órgãos ou entidades. Este fato tende a minimizar a necessidade
de aquisições e, como consequência, melhorar a eficiência na aplicação dos recursos públicos.

Ademais, na execução do Estudo Técnico Preliminar, devem ser consideradas das alternativas
disponíveis no mercado o que pode minimizar a complexidade da contratação, bem como deve
ser avaliada a existência de solução de software livre que possa atender à demanda da
organização, em conformidade com a Portaria STI/MP nº 46, de 28 de setembro de 2016
(BRASIL, 2016).

Dentre os dispositivos normativos que estabelecem o conteúdo mínimo do Estudo Técnico


Preliminar, também merece destaque aquele relativo às necessidades de conformidade do
ambiente da entidade ou órgão, a fim de possibilitar a execução contratual. Isso porque, em
algumas situações, contratações de TI que funcionam adequadamente na fase de projeto não se
tornam funcionais, porque, por exemplo, os servidores disponíveis no órgão não suportam a
aplicação contratada. Ainda que a solução possa ter sido entregue nos moldes da especificação,
a situação descrita é claramente um problema da contratação, na medida em que um aspecto
importante da funcionalidade da contratação não foi atendido.

Entre outros fatores, a adequação do ambiente do órgão deve considerar, no mínimo:

a. infraestrutura tecnológica;
b. infraestrutura elétrica;
c. logística;
d. espaço físico;
e. mobiliário; e
f. outras que se apliquem.

Outro aspecto que deve ser abordado quando da execução do Estudo Técnico Preliminar é o
custo da solução a ser adotada. Quanto a este aspecto, a IN nº 1/2019 assevera em seu art. 11,
inc. III que “a análise comparativa de custos deverá considerar apenas as soluções técnica e
funcionalmente viáveis” (BRASIL, 2019). Essa determinação busca conferir maior celeridade e
efetividade para a equipe, uma vez que a exime de avaliar soluções inviáveis do ponto de vista
técnico e de funcionalidade.

Além disso, a análise comparativa a que se refere o inc. III supra, deve incluir a:

a. comparação de custos totais de propriedade (Total Cost Ownership - TCO) por meio da obtenção
dos custos inerentes ao ciclo de vida dos bens e serviços de cada solução, a exemplo dos valores
de aquisição dos ativos, insumos, garantia, manutenção; e
b. memória de cálculo que referencie os preços e os custos utilizados na análise, com vistas a
permitir a verificação da origem dos dados. (BRASIL, 2019)

O custo total de propriedade (CTP ou, do inglês, TCO – total cost of ownership) pode ser definido
como sendo o valor necessário para implantar e manter a solução em funcionamento.

A partir dessa análise, é possível que seja estimado o custo total da contratação, em
conformidade com o inc. IV, do art. 11 da IN nº 1/2019 (BRASIL, 2019).

O Estudo Técnico Preliminar é concluído com a declaração da viabilidade da contratação. Deverá


conter a justificativa da solução escolhida, que abrangerá a identificação dos benefícios a serem
alcançados em termos de eficácia, eficiência, efetividade e economicidade.
Algumas observações importantes precisam ser salientadas, no que diz respeito ao Estudo
Técnico Preliminar:

as soluções consideradas inviáveis deverão ser registradas no Estudo Técnico Preliminar da


Contratação, dispensando-se a realização dos respectivos cálculos de custo total de propriedade;
o Estudo Técnico Preliminar da Contratação será aprovado e assinado pelos Integrantes Técnico e
Requisitante da Equipe de Planejamento da Contratação e pela autoridade máxima da Área de TIC;
caso a autoridade máxima da Área de TIC venha a compor a Equipe de Planejamento da Contratação,
a autoridade que assinará o Estudo Técnico Preliminar da Contratação será aquela superior à
autoridade máxima da Área de TIC.

A Figura 8, ilustra o fluxo do processo de elaboração do Estudo Técnico Preliminar.

Figura 8 - Processo de elaboração do Estudo Técnico Preliminar.

Fonte: <www.gov.br [https://www.gov.br/governodigital/pt-br/contratacoes/2-2-pctic-estudo-tecnico-


preliminar.png] >.

2.5 Termo de referência e projeto básico


2.5.1 Aspectos iniciais

Finalmente chegamos à última etapa da nossa fase de planejamento, que é a elaboração do


Termo de Referência ou do Projeto Básico. Esses documentos consolidam as principais
informações colhidas nas etapas anteriores. Trata-se do principal documento produzido ao
longa da fase de Planejamento da Contratação, na medida em que viabilizará a realização da
licitação ou a contratação direta (dispensa ou inexigibilidade).
O Projeto Básico e o Termo de Referência são documentos que precedem o processo licitatório.
Quando estamos em uma licitação cuja modalidade é o Pregão, nos referimos ao Termo de
Referência, em face do disposto no art. 8º, inciso II, do Decreto 3.555/2000 (BRASIL, 2000). Para
as demais modalidades de licitatórias (Concorrência, Convite, Tomada de Preços etc.) o termo
utilizado é o Projeto Básico.

Para discutirmos os principais aspectos desses documentos, vamos relembrar do disposto no


art. 6º, inc. IX, da Lei de Licitações e Contratos nº 8.666/1993:

Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:

(...)
IX. Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado,
para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação,
elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a
viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que
possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução,
devendo conter os seguintes elementos [...]. (BRASIL, 1993, grifo nosso)

Observe que o próprio dispositivo legal citado já prevê que a elaboração do Projeto Básico deve
ser fundamentada nos resultados obtidos pelos estudos técnicos preliminares. Os principais
aspectos relativos à elaboração dos estudos técnicos preliminares já foram exaustivamente
abordados. Adiante, trataremos do conteúdo do Projeto Básico e do Termo De Referência, de
maneira específica para as contratações de bens e serviços de Tecnologia da Informação e
Comunicações.

Em conformidade com a IN nº 1/2019:


Art. 12. O Termo de Referência ou Projeto Básico será elaborado pela Equipe de Planejamento da

Contratação a partir do Estudo Técnico Preliminar da Contratação, incluindo, no mínimo, as

seguintes informações:
I. definição do objeto da contratação, conforme art. 13;
II. código(s) do Catálogo de Materiais - Catmat ou do Catálogo de Serviços - Catser relacionado(s) a
cada item da contratação, disponíveis no Portal de Compras do Governo Federal;
III. descrição da solução de TIC, conforme art. 14;
IV. justificativa para contratação da solução, conforme art. 15;
V. especificação dos requisitos da contratação, conforme art. 16;
VI. definição das responsabilidades da contratante, da contratada e do órgão gerenciador da Ata de
Registro de Preços, quando aplicável, conforme art. 17;
VII. Modelo de Execução e Gestão do Contrato, conforme arts. 18 e 19;
VIII. estimativas de preços da contratação, conforme art. 20;
IX. adequação orçamentária e cronograma físico-financeiro, conforme art. 21;
X. regime de execução do contrato, conforme art. 22;
XI. critérios técnicos para seleção do fornecedor, conforme art. 23; e
XII. índice de correção monetária, quando for o caso, conforme art. 24. (BRASIL, 2019)

Observe que, inicialmente, o dispositivo da IN nº 1/2019 estabelece a competência pela


elaboração dos documentos em estudo: Equipe de Planejamento da Contratação. Ademais, no
caput do mesmo art. 12 citado, é reiterada a disposição da Lei nº 8.666/1993, que determina a
necessidade de que o Projeto Básico (e neste caso também o Termo de Referência) seja
precedido de Estudos Técnicos Preliminares (BRASIL, 1993).

Figura 9 – Elaboração do Projeto


Básico.

Fonte: seb_ra/iStock.

Os incisos do art. 12 da IN nº 1/2019 apresentam, de forma geral, o conteúdo dos documentos


de que tratamos aqui (BRASIL, 2019). Não obstante, os mesmos incisos fazem referência a
dispositivos subsequentes, que detalham ainda mais seu conteúdo. Em verdade, estudar a
elaboração de um Projeto Básico ou Termo de Referência, no que diz respeitos à contratação de
bens e serviços de Tecnologia da Informação e Comunicações, é estudar os dispositivos
referenciados nos incisos supracitados.

Não obstante, antes de adentrarmos no detalhamento do conteúdo propriamente dito, vamos


tratar de algumas questões absolutamente relevantes para a elaboração destes documentos.
2.5.2 Fatores determinantes para o sucesso das contratações

Em primeiro lugar, em determinadas situações, a equipe de planejamento pode entender


necessária a realização de uma Prova de Conceitos. Se este for o caso, em conformidade com o
disposto no §1º da IN nº 1/2019, “os procedimentos e critérios objetivos a serem utilizados na
avaliação da mesma deverão constar no Termo de Referência” (BRASIL, 2019).

A Prova de Conceito (POC) é uma amostra a ser fornecida pelo licitante classificado
provisoriamente em primeiro lugar para realização dos testes necessários à verificação do
atendimento às especificações técnicas definidas no Termo de Referência ou Projeto Básico
(BRASIL, 2019). Trata-se de um procedimento que permite que a administração se certifique
sobre a efetiva adequação entre o objeto oferecido pelo licitante em sua proposta e as condições
técnicas estabelecidas no edital. Aspectos importantes deste tema foram tratados no Acórdão nº
2763/2013 – Plenário, TCU.

Outros dois pontos determinantes para o sucesso da contratação são tratados no §2º do art. 14
da IN nº 1/2019, nos seguintes termos:

§ 2º A Equipe de Planejamento da Contratação avaliará a viabilidade de:


I. realizar o parcelamento da solução de TIC a ser contratada, em tantos itens quanto se
comprovarem técnica e economicamente viáveis, justificando-se a decisão de parcelamento ou
não da solução; e
II. permitir consórcio ou subcontratação da solução de TIC, observado o disposto nos arts. 33 e 72 da
Lei nº 8.666, de 1993, respectivamente, justificando-se a decisão. (BRASIL, 2019, grifo nosso)

O parcelamento da solução de Tecnologia da Informação e Comunicações já estava prevista no


art. 23, § 1º, da Lei nº 8.666/1993, segundo o qual

Art. 23 As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão divididas em tantas

parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação

com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da

competitividade sem perda da economia de escala. (BRASIL, 1993)


Trata-se de dispositivo que busca ampliar a competitividade da disputa, na medida em que
permite a participação de mais empresas interessadas e que, eventualmente, não teriam
capacidade de participar de uma licitação de grande porte. Neste caso, o objeto é parcelado em
quantas parcelas se mostrarem técnica e economicamente viáveis.

A questão do parcelamento é tão importante aos olhos do Tribunal de Contas da União que
mereceu ser regulamentado, no âmbito do TCU, por meio da Súmula 247, nos termos a seguir:

É obrigatória a admissão da adjudicação por item e não por preço global, nos editais das licitações

para a contratação de obras, serviços, compras e alienações, cujo objeto seja divisível, desde que não

haja prejuízo para o conjunto ou complexo ou perda de economia de escala, tendo em vista o

objetivo de propiciar a ampla participação de licitantes que, embora não dispondo de capacidade

para a execução, fornecimento ou aquisição da totalidade do objeto, possam fazê-lo com relação a

itens ou unidades autônomas, devendo as exigências de habilitação adequar-se a essa

divisibilidade. (BRASIL, 2004, grifo nosso)

Observe que no entendimento da Corte de Contas, o parcelamento do objeto é a regra e a


adjudicação por preço global é a exceção, de modo que, sempre que os responsáveis pela
condução do processo licitatório optarem pelo preço global, deverão consignar nos autos a
motivação que os levaram a fazer esta escolha.

No caso em que for escolhida a adjudicação

por preço global, cada serviço ou produto do lote deverá estar discriminado em itens separados nas

propostas de preços, de modo a permitir a identificação do seu preço individual na composição do

preço global. (BRASIL, 2019)

A outra questão, abordada no inc. II, § 2º da IN nº 1/2019, diz respeito à ampliação da


competividade, mas em um sentido inverso ao que tratamos no inciso anterior. Neste caso, para
licitações de maior porte, que não podem ser adjudicadas por itens (quando o parcelamento não
é viável), a norma trata da possibilidade de que as empresas interessadas formem consórcios,
com a finalidade de ampliar suas possibilidades, além de prever a possibilidade de
subcontratação do objeto licitado. Nestes casos, a equipe responsável pela elaboração do
Projeto Básico ou do Termo de Referência deve, também, motivar sua escolha (BRASIL, 2019).
Figura 10 – Equipe responsável deve
sempre justificar sua escolha.

Fonte: katemangostar / freepik.

Videoaula - Termo de referência e projeto básico

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2.5.3 Conteúdo do Projeto Básico ou do Termo de Referência

Inicialmente, no que se refere ao conteúdo, a norma estabelece que o Termo de Referência deverá
conter a definição do objeto da contratação. Essa definição é importante para que os possíveis
interessados apresentem suas propostas em bases comuns, não devendo restar dúvidas quanto
ao objeto que será licitado, tanto em natureza, quanto em dimensão. Dito de outra forma, a
definição precisa do objeto deve fazer com que quaisquer pessoas do ramo possam ter o mesmo
entendimento sobre aquilo que apresentarão à proposta.

Quanto a isso, o art. 13 da IN nº 1/2019 assevera que


a definição do objeto da contratação deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações

que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem ou frustrem a competição ou a

realização do fornecimento da solução. (BRASIL, 2019, grifo nosso)

Essa determinação está associada à questão da competitividade. Em determinadas situações, o


responsável pela definição do objeto pode incluir tantas especificidades que, no limite, pode
direcionar a disputa para apenas uma empresa, na medida em que somente ela poderá atender
ao descrito no objeto. Mas observe que estas especificações só se tornam ilegais caso sejam
excessivas, irrelevantes ou desnecessárias.

O segundo item do conteúdo do Projeto Básico diz respeito à descrição da solução de Tecnologia
da Informação e Comunicações. Quanto a este aspecto, a IN nº 1/2019 assevera, em seu art. 15,
“a descrição da solução de TIC deverá conter de forma detalhada, motivada e justificada,
inclusive quanto à forma de cálculo, o quantitativo de bens e serviços necessários para a sua
composição” (BRASIL, 2019, grifo nosso).

Trata-se de mandamento que busca precisar de forma clara e inequívoca aspectos quantitativos
do objeto a ser licitado. Tal medida é importante, pois permite que os licitantes mensurem
eventuais ganhos ou perdas de escala e possam ofertar a proposta mais adequada, tanto para
seus interesses quanto para o interesse da administração.

A justificativa para contratação da solução (inc. IV, art. 12) é detalhada no art. 15, da IN nº
1/2019, nos seguintes termos:

Art. 15. A justificativa para contratação deverá conter, pelo menos:


I. alinhamento da solução de TIC com os instrumentos de planejamento elencados no art. 6º; e
II. relação entre a necessidade da contratação da solução de TIC e os respectivos volumes e
características do objeto.

Parágrafo único. A justificativa deve ser clara, precisa e suficiente, sendo vedadas justificativas

genéricas, incapazes de demonstrar as reais necessidades da contratação. (BRASIL, 2019, grifo

nosso)

Vamos relembrar quais são os instrumentos de planejamento elencados no art. 6º:

consonância com o PDTIC;


previsão no Plano Anual de Contratações;
alinhamento à política de governança digital; e
integração à Plataforma de Cidadania Digital.
O inciso II, por sua vez, destaca imprescindível que se demonstre a correta correlação entre a
necessidade da contratação e os respectivos volumes e características do objeto que forma a
solução de Tecnologia da Informação e Comunicações.

2.5.4 Especificação de requisitos

Para o desenvolvimento de soluções de Tecnologia de Informação, uma fase essencial é a


especificação de requisitos. Nesta fase, é descrito de forma sistemática e abstrata o que o
software deve fazer a partir daquilo que foi analisado anteriormente. A partir da especificação
dos requisitos é apresentada a solução de como os problemas levantados devem ser resolvidos
pela solução em desenvolvimento.

Trata-se de uma fase essencial para o sucesso da solução, de forma que a IN nº 1/2019
estabelece as competências para sua especificação, sendo tais competências compartilhadas
entre o Integrante Requisitante (servidor representante da Área Requisitante da solução, indicado
pela autoridade competente dessa área) e o Integrante Técnico (servidor representante da Área
de TIC, indicado pela autoridade competente dessa área) (BRASIL, 2019).

Nesse sentido, a IN nº 1/2019 assim dispõe sobre as competências do Integrante Requisitante,


no que tange às especificações dos requisitos:

Art. 16. Na especificação dos requisitos da contratação, compete:


I. ao Integrante Requisitante, com apoio do Integrante Técnico, definir, quando aplicáveis, os
seguintes requisitos:

a. de negócio, que independem de características tecnológicas e que definem as necessidades e os


aspectos funcionais da solução de TIC;
b. de capacitação, que definem a necessidade de treinamento, de carga horária e de materiais
didáticos;
c. legais, que definem as normas com as quais a solução de TIC deve estar em conformidade;
d. de manutenção, que independem de configuração tecnológica e que definem a necessidade de
serviços de manutenção preventiva, corretiva, evolutiva e adaptativa;
e. temporais, que definem datas de entrega da solução de TIC contratada;
f. de segurança, juntamente com o Integrante Técnico; e
g. sociais, ambientais e culturais, que definem requisitos que a solução de TIC deve atender para
estar em conformidade com costumes, idiomas e ao meio ambiente, dentre outros. (BRASIL, 2019)
Figura 11 – Integrante Requisitante.

Fonte: senivpetro / freepik.

Veja que na especificação dos requisitos formulada pelo Integrante Requisitante são feitas
considerações atinentes ao negócio propriamente dito, uma vez que, como integrante da área a
que se destinará a solução de Tecnologia da Informação e Comunicações, ele entende as
necessidades que precisa suprir ou os problemas que precisa resolver.

Este integrante da equipe de planejamento entende do negócio da organização e por isso deve
colaborar com a definição da necessidade de treinamento, planejamento de manutenções (que
não dependem de questões tecnológicas), definição de marcos temporais para a entrega dos
produtos, estabelecimento de questões de segurança, bem como de questões sociais,
ambientais e culturas (costumes, idiomas, meio ambiente, etc.).

No que tange às competências do Integrante Técnico, assim dispõe a IN nº 1/2019:


Art. 16. Na especificação dos requisitos da contratação, compete:

(...)
II. ao Integrante Técnico especificar, quando aplicáveis, os seguintes requisitos tecnológicos:

a. de arquitetura tecnológica, composta de hardware, software, padrões de interoperabilidade,


linguagens de programação, interfaces, dentre outros;
b. de projeto e de implementação, que estabelecem o processo de desenvolvimento de software,
técnicas, métodos, forma de gestão, de documentação, dentre outros;
c. de implantação, que definem o processo de disponibilização da solução em ambiente de
produção, dentre outros;
d. de garantia e manutenção, que definem a forma como será conduzida a manutenção e a
comunicação entre as partes envolvidas;
e. de capacitação, que definem o ambiente tecnológico dos treinamentos a serem ministrados, os
perfis dos instrutores, dentre outros;
f. de experiência profissional da equipe que executará os serviços relacionados à solução de TIC,
que definem a natureza da experiência profissional exigida e as respectivas formas de
comprovação dessa experiência, dentre outros;
g. de formação da equipe que projetará, implementará e implantará a solução de TIC, que definem
cursos acadêmicos e técnicos, formas de comprovação dessa formação, dentre outros;
h. de metodologia de trabalho;
i. de segurança da informação; e
j. demais requisitos aplicáveis. (BRASIL, 2019)

Observe que, quanto a este integrante, suas competências são atinentes a questões técnicas,
que envolvem a tecnologia da informação propriamente dita. Neste caso, os requisitos
tecnológicos envolvem a arquitetura de tecnologia, processos de desenvolvimento, formação
necessária da equipe que desenvolverá os trabalhos, metodologia empregada, segurança da
informação, necessidades de treinamento, entre outros requisitos aplicáveis a serem
considerados pelo Integrante Técnico.

Por fim, é preciso que a Equipe de Planejamento da Contratação garanta o alinhamento entre os
requisitos definidos tanto pelo Integrante Requisitante quanto pelo Integrante Técnico, como
forma de manter a harmonia entre eles e, consequentemente, garantir o sucesso do projeto.

2.5.5 Responsabilidades

Outro aspecto fundamental é a definição das responsabilidades ao longo de todo o ciclo do


projeto. Quanto a isso, a IN nº 1/2019 define que devem ser definidas as responsabilidades da
contratante, da contratada e do órgão gerenciador da Ata de Registro de Preços, neste último
caso quando aplicável (BRASIL, 2019).

O detalhamento das responsabilidades destas partes interessadas está discriminado no art. 17


da IN nº 1/2019, subdividida em responsabilidades da contratante, responsabilidades da
contratada e responsabilidades do órgão gerenciado do registro de preços.

No que diz respeito à responsabilidade do contratante, a definição das obrigações deve conter,
ainda de acordo com a IN nº 1/2019 (BRASIL, 2019), no mínimo:

a nomeação de Gestor e Fiscais Técnico, Administrativo e Requisitante do contrato para acompanhar


e fiscalizar a execução dos contratos;
o encaminhamento formal de demanda por meio de Ordem de Serviço ou de Fornecimento de Bens;
o recebimento do objeto fornecido pela contratada que esteja em conformidade com a proposta
aceita;
aplicação à contratada de sanções administrativas regulamentares e contratuais cabíveis;
a liquidação do empenho e efetuar o pagamento à contratada;
a comunicação à contratada de todas e quaisquer ocorrências relacionadas com o fornecimento da
solução de TIC;
definição da produtividade ou capacidade mínima de fornecimento da solução de TIC por parte da
contratada;
a previsão que os direitos de propriedade intelectual e direitos autorais da solução de TIC sobre os
diversos artefatos e produtos produzidos em decorrência da relação contratual, incluindo a
documentação, o código-fonte de aplicações, os modelos de dados e as bases de dados, pertençam à
administração.

Observe que as responsabilidades do contratante podem ser sintetizadas em fiscalização da


execução contratual, gerenciamento da demanda de produtos e serviços, pagamento em
conformidade com as cláusulas contratuais e garantia dos direitos de propriedade intelectual.

Adiante, a IN nº 1/2019 trata das responsabilidades da contratada, que são (BRASIL, 2019):

indicar formalmente preposto apto a representá-lo junto à contratante;


atender prontamente quaisquer orientações e exigências da Equipe de Fiscalização do Contrato;
reparar quaisquer danos diretamente causados à contratante ou a terceiros por culpa ou dolo de seus
representantes legais, prepostos ou empregados, em decorrência da relação contratual, não
excluindo ou reduzindo a responsabilidade da fiscalização ou o acompanhamento da execução dos
serviços pela contratante;
propiciar todos os meios necessários à fiscalização do contrato pela contratante;
manter, durante toda a execução do contrato, as mesmas condições da habilitação;
quando especificada, manter, durante a execução do contrato, equipe técnica composta por
profissionais devidamente habilitados, treinados e qualificados para fornecimento da solução de TIC;
quando especificado, manter a produtividade ou a capacidade mínima de fornecimento da solução de
TIC durante a execução do contrato; e
ceder os direitos de propriedade intelectual e direitos autorais da solução de TIC sobre os diversos
artefatos e produtos produzidos em decorrência da relação contratual, incluindo a documentação, os
modelos de dados e as bases de dados à administração.

A primeira providência da contratada é indicar um preposto para que seja um interlocutor junto à
administração e adote providências, por parte da contratada, para que seja garantida a boa e
regular execução contratual. Este preposto deve ter poderes suficiente para sanear quaisquer
impropriedades que eventualmente sejam apontadas e que possuam relação com o contrato
pactuado.

Figura 12 – Responsabilidades da
contratada.

Fonte: macrovector / freepik.

Ademais, deve a contratada atender prontamente todas as orientações da equipe de fiscalização


do contrato, bem como deve reparar os danos provocados por ela e que sejam decorrentes da
execução contratual. Além disso, deve a contratada permitir, por todos os meios idôneos, que a
administração proceda à fiscalização do contrato.

Do ponto de vista da contratada, como forma de garantir uma boa e regular execução contratual,
ela deve buscar manter todas as condições exigidas para a habilitação. Isso porque, a
Administração Pública definiu que aquelas condições eram necessárias para definir a
capacidade técnica e operacional do futuro contratado.

Ainda no que diz respeito à capacidade técnica e operacional da contratada, a IN nº 1/2019


determina que ela deverá manter, durante a execução do contrato, equipe técnica composta por
profissionais devidamente habilitados, treinados e qualificados para fornecimento da solução de
Tecnologia da Informação e Comunicações, além de ter a obrigação de manter a produtividade
mínima definida ao longo de toda a execução contratual (BRASIL, 2019).

Em determinadas circunstâncias, a contratação é efetivada por meio da adesão da contratante


de uma Ata de Registro de Preços. Nesse caso, além de atender ao disposto no Decreto nº
7.892/2013 (BRASIL, 2013), o órgão gerenciador do registro de preço deve efetuar o registro do
licitante fornecedor e firmar a correspondente Ata de Registro de Preços; conduzir os
procedimentos relativos à eventuais renegociações de condições, preços ou produtos; definir as
formas de comunicação entre os órgão participantes; entre outras.
Videoaula - Modelo de execução e modelo de gestão de contrato

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2.5.6 Modelo de execução e de gestão de contrato

O Modelo de Execução do Contrato, elemento importante que também deve constar do Projeto
Básico ou do Termo de Referência, contempla as condições necessárias para a prestação do
serviço ou fornecimento dos bens de Tecnologia da Informação e Comunicações.

Quanto a esse aspecto, a IN nº 1/2019 (BRASIL, 2019) assevera que o Modelo de Execução do
Contrato deverá contemplar, no mínimo:

a fixação de rotina, processos e procedimentos, tais como estabelecimento de prazos, horários de


fornecimento e prestação de serviços, documentações mínimas exigidas (modelos de
desenvolvimento de software, relatórios de execução de serviços);
quantificação ou estimativa prévia do volume de serviços demandados ou quantidade de bens a
serem fornecidos, para comparação e controle;
definição de mecanismos formais de comunicação a serem utilizados para troca de informações
entre a contratada e a administração;
forma de pagamento (quanto a este aspecto, deverá ser pactuada uma forma de pagamento que esteja
associada à obtenção dos resultados pretendidos);
elaboração dos documentos Termo de Compromisso (que deve conter declaração de manutenção de
sigilo e respeito às normas de segurança vigentes no órgão ou entidade) e Termo de Ciência e
declaração de sigilo das normas de segurança da informação do órgão contratante.

O Modelo de Gestão do Contrato, por sua vez, é decorrente do Modelo de Execução do Contrato.
Observe que, já na etapa de elaboração do Projeto Básico ou Termo de Referência a equipe
responsável deve pensar nos mecanismos de gestão e fiscalização.
Para isso, o Modelo de Gestão do Contrato deve abranger os requisitos para fiscalização e
gestão do contrato de fornecimento da solução de TIC especificados pela IN nº 1/2019 (BRASIL,
2019), contemplando, entre outros aspectos:

fixação dos critérios de aceitação dos serviços prestados ou bens fornecidos, abrangendo métricas,
indicadores e níveis mínimos de serviços com os valores aceitáveis;
procedimentos de teste e inspeção, para fins de elaboração dos Termos de Recebimento Provisório e
Definitivo, o qual deve conter: metodologia, forma de avaliação da qualidade e adequação da solução a
ser contratada; e disponibilidade de recursos humanos para exercer a atividade de gestão e
fiscalização do contrato;
fixação de valores e procedimentos para retenção ou glosa nos pagamentos devidos;
definição clara e detalhada das sanções administrativas previstas na legislação;
procedimentos para pagamento, descontados eventuais sanções, retenções e glosas.

Ao longo da execução contratual podem ocorrer situações de inadimplemento das obrigações por
parte do contratado. Em situações como esta, os responsáveis pela fiscalização e gestão do
contrato devem proceder à glosa dos valores devidos pela Administração Pública. Dessa forma,
podemos afirmar que a glosa é a retenção definitiva dos valores devidos pela administração em
razão de um inadimplemento contratual. Outro instituto utilizado nestas situações é a retenção.
Mas qual adiferença entre glosa e retenção? É que a glosa é definitiva, uma vez que não há mais a
possibilidade de que o contratado cumpra sua obrigação. A retenção, por sua vez, ocorre em
situações em que o contratado não cumpriu a obrigação naquele momento, mas poderá cumprir
no futuro.

2.5.7 Estimativa de preço

O próximo passo do planejamento é estimar o quanto a Administração Pública vai gastar para
adquirir a solução de Tecnologia da Informação e Comunicações escolhida. Trata-se da
estimativa do preço da contratação que, conforme art. 20 da IN nº 1/2019,

A estimativa de preço da contratação deverá ser realizada pelo Integrante Técnico com o apoio do

Integrante Administrativo para elaboração do orçamento detalhado, composta por preços unitários

e de acordo com a Instrução Normativa SLTI/MP nº 5, de 27 de junho de 2014. (BRASIL, 2019)

A IN nº 5/2014, da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI), conforme disposto


em seu art. 1º, “dispõe sobre o procedimento administrativo para a realização de pesquisa de
preços para a aquisição de bens e contratação de serviços em geral” (BRASIL, 2014).

Já no art. 2º, a IN nº 5/2014 – SLTI estabelece algumas diretrizes gerais para realização da
pesquisa de preços, nos seguintes termos:

Art. 2º A pesquisa de preços será realizada mediante a utilização dos seguintes parâmetros:
I. Painel de Preços disponível no endereço eletrônico http://paineldeprecos.planejamento.gov.br;
II. contratações similares de outros entes públicos, em execução ou concluídos nos 180 (cento e
oitenta) dias anteriores à data da pesquisa de preços;
III. pesquisa publicada em mídia especializada, sítios eletrônicos especializados ou de domínio
amplo, desde que contenha a data e hora de acesso; ou
IV. pesquisa com os fornecedores, desde que as datas das pesquisas não se diferenciem em mais de
180 (cento e oitenta) dias. (BRASIL, 2014)

Ainda no que diz respeito às questões financeiras e orçamentárias que permeiam o contrato, a
próxima atividade de elaboração de Termo de Referência ou Projeto Básico consiste na
elaboração da adequação orçamentária e financeira e do cronograma físico-financeiro.

Esta etapa é importante para que o órgão preveja com antecedência o impacto que a contratação
de Tecnologia da Informação e Comunicações acarretará no orçamento do órgão ou entidade
contratante.

Quando de sua elaboração (adequação orçamentária e financeira), os Integrantes Requisitante e


Técnico deverão indicar as fontes de recursos que financiarão a aquisição planejada. Quanto ao
cronograma físico-financeiro, este documento deverá conter, em conformidade com o inc. II do
art. 21 da IN nº 1/2019, “o detalhamento das etapas ou fases da solução a ser contratada, com
os principais serviços ou bens que a compõe, e a previsão de desembolso para cada uma delas”
(BRASIL, 2019).

A penúltima etapa de elaboração consiste na definição do regime de execução contratual, que


deverá se dar em conformidade com o disposto no inc. VII, do art. 6º, da Lei nº 8.666/1993
(BRASIL, 1993). Segundo o mencionado dispositivo, a execução indireta de serviços deve ser
efetivada por algum dos seguintes regimes de execução:
a. empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço
certo e total;
b. empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço
certo de unidades determinadas;

(..)
d. tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem
fornecimento de materiais;
e. empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua integralidade,
compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira
responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em
operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de
segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para que foi
contratada. (BRASIL, 1993, grifo nosso)

2.5.8 Definição dos critérios técnicos


Figura 13 – Critérios técnicos.

Fonte: BrianAJackson / iStock

Por fim, a última atividade relativa à elaboração do Projeto Básico ou do Termo de Referência e,
consequentemente, da fase de planejamento, é de fundamental importância para a próxima fase.
Trata-se da definição dos critérios técnicos para Seleção do Fornecedor. Quanto a esta tarefa,
assim dispõe a IN nº 1/2019:
Art. 23. A definição, pelo Integrante Técnico, dos critérios técnicos para seleção do fornecedor,

deverá observar o seguinte:


I. a utilização de critérios correntes no mercado;
II. a necessidade de justificativa técnica nos casos em que não seja permitido o somatório de
atestados para comprovar os quantitativos mínimos relativos ao mesmo quesito de capacidade
técnica;
III. a vedação da indicação de entidade certificadora, exceto nos casos previamente dispostos em
normas da Administração Pública;
IV. a vedação de exigência, para fins de qualificação técnica na fase de habilitação, de atestado,
declaração, carta de solidariedade, comprovação de parceria ou credenciamento emitidos por
fabricantes;
V. a vedação de pontuação com base em atestados relativos à duração de trabalhos realizados pelo
licitante, para licitações do tipo técnica e preço; e
VI. a justificativa dos critérios de pontuação em termos do benefício que trazem para a contratante,
para licitações do tipo técnica e preço. (BRASIL, 2019)

Alguns pontos destes dispositivos merecem um detalhamento maior. O inciso III supra veda a
indicação, como forma de seleção de fornecedor, de entidade certificadora. Essa vedação
impede, por exemplo, que seja exigido de algum licitante que tenha seu processo de produção de
software certificado por uma entidade internacional. O pressuposto dessa vedação é que ela tem
o condão de limitar a competitividade do certame. Outro problema que se observa no que diz
respeito a esta indicação seria a dificuldade de se medir os reais benefícios que esta exigência
traria.

Outro ponto que merece destaque é a impossibilidade de que seja atribuída pontuação com base
em atestados relativos à duração de trabalhos realizados pelo licitante. Mais uma vez o
fundamento reside na limitação da competitividade do certame. Observe que a qualidade de um
serviço prestado não está associada à sua duração. Se não houvesse estava vedação, seria fácil
para a Administração Pública direcionar a disputa para aqueles licitantes que pudessem
comprovar trabalhos de longa duração.

Para finalizar este tópico, você deve ter em mente que a definição dos critérios técnicos de
julgamento das propostas deve ser feita de forma objetiva, sempre justificados em termos dos
benefícios que eles trarão para a administração contratante. Neste sentido, é importante
entendermos o disposto no inc. IX, do art. 5º, da IN nº 1/2019:
Art. 5º É vedado:

(...)
XI. nas licitações do tipo técnica e preço:

a. incluir critérios de pontuação técnica que não estejam diretamente relacionados com os
requisitos da solução de TIC a ser contratada ou que frustrem o caráter competitivo do certame; e
b. fixar fatores de ponderação distintos para os índices "técnica" e "preço" sem que haja justificativa
para essa opção. (BRASIL, 2019)

Ao avaliarem o sentido desta vedação, Daud Jr. e Vaz (2016) asseveram que

(...) fica patente que a preocupação do legislador é proibir que o gestor faça uso de critérios de

pontuação técnica desnecessários, ou seja, que não estejam diretamente relacionados com os

requisitos já levantados ou mesmo que restrinjam a competição do certame.

Recapitulando

Nesta Unidade nós estudamos os principais aspectos relacionados à fase de planejamento


da contratação de bens e serviços de TI, com ênfase na importância desta fase para todo o
processo, desde a concepção do projeto até sua execução.

Para isto, iniciamos entendendo a importância de uma equipe de planejamento bem


preparada e multidisciplinar, que contenha pessoas tanto da área de Tecnologia da
Informação quanto da área de negócio do órgão contratante.

Além disso, tratamos dos principais objetivos e conteúdos do Estudo Técnico Preliminar, que
servirá de base para a elaboração do principal documento desta fase, que em verdade
norteará toda a contratação, que é o Projeto Básico ou Termo de Referência. Quanto a estes
documentos, entendemos sua importância e detalhamos todo o seu conteúdo.
Exercícios de fixação
Complete a lacuna com o termo mais adequado.

Selecione... é uma amostra a ser fornecida pelo


licitante classificado provisoriamente em primeiro lugar para realização dos testes necessários à
verificação do atendimento às especificações técnicas definidas no Termo de Referência ou
Projeto Básico.

O Termo de Referência ou Projeto Básico será elaborado pela Equipe de Planejamento da


Contratação a partir do Estudo Técnico Preliminar da Contratação, exceto:

Descrição da solução de TIC

Justificativa para contratação da solução de TIC

Especificação dos requisitos de contratação

Definição das responsabilidades apenas da contratada.

O principal produto da fase de planejamento é o Estudo Técnico Preliminar, que subsidiará a


elaboração do instrumento convocatório.

Verdadeiro Falso
Videoaula - A seleção do fornecedor (Introdução)

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3 Seleção do fornecedor

3.1 Aspectos introdutórios


Conforme mencionamos, todo o processo de contratação de bens e serviços de Tecnologia da
Informação e Comunicações é dividido em três partes: Planejamento, Seleção do Fornecedor e
Gestão do Contrato. Na Unidade anterior, estudamos detalhadamente os principais aspectos da
fase de planejamento. Nesta Unidade, vamos tratar da etapa de Seleção do Fornecedor.

Apesar de a IN nº 1/2019, norma específica que regulamenta as contratações de TI, mencionar a


fase de Seleção do Fornecedor, ela não tece maiores considerações a seu respeito (são apenas
quatro artigos relacionados a esta fase). Nesse sentido, nosso estudo, na presente Unidade, será
guiado pelo disposto em legislação mais esparsa (Lei nº 8.666/1993, Lei nº 10.520/2002,
Decreto nº 9.507/2018 etc.), além do disposto na própria IN nº 1/2019 (BRASIL, 2019).

O primeiro ponto que merece destaque é a determinação contida no parágrafo único do art. 25 da
IN nº 1/2019:

Parágrafo único. É obrigatória a utilização da modalidade Pregão para as contratações de que trata

esta Instrução Normativa sempre que a solução de TIC for enquadrada como bem ou serviço comum,

conforme o disposto no § 1º, art. 9º do Decreto nº 7.174, de 2010. (BRASIL, 2019)

Outras considerações relativas às modalidades de licitação empregadas para a contratação


serão tecidas ao longo desta Unidade.

Quanto à fase de Seleção do Fornecedor, a IN nº 1/2019 estabelece os marcos de seu início e fim.
Em conformidade com seu art. 26,

a fase de Seleção do Fornecedor inicia-se com o encaminhamento do Termo de Referência ou

Projeto Básico pela Área de TIC à Área de Licitações e encerra-se com a publicação do resultado da

licitação após a adjudicação e a homologação.(BRASIL, 2019, grifo nosso).

Observe que a equipe responsável pela execução do planejamento perde o protagonismo nesta
fase, de modo que o processo passa a ser conduzido pelas Áreas de Licitações do órgão ou
entidade contratante, em conformidade com o disposto art. 27 da IN nº 1/2019.

Muito embora já tenha se encerrado a fase de planejamento, os trabalhos da Equipe de


Planejamento da Contratação ainda não foram encerrados, isso porque, conforme determina a IN
nº 1/2019, ainda existem atribuições para esta equipe quando da fase de Seleção do Fornecedor.

Em consonância com o art. 28 da aludida IN:

Art. 28. Caberá à Equipe de Planejamento da Contratação, durante a fase de Seleção do Fornecedor:
I. analisar as sugestões feitas pelas Áreas de Licitações e Jurídica para o Termo de Referência ou
Projeto Básico e demais documentos de sua responsabilidade;
II. apoiar tecnicamente o pregoeiro ou a Comissão de Licitação na resposta aos questionamentos ou
às impugnações dos licitantes; e
III. apoiar tecnicamente o pregoeiro ou a Comissão de Licitação na análise e julgamento das
propostas e dos recursos apresentados pelos licitantes e na condução de eventual Prova de
Conceito. (BRASIL, 2019, grifo nosso)

Nestes casos, a equipe de planejamento funcionaria como uma espécie de assessoria técnica
para os responsáveis pela condução da licitação: pregoeiro, no caso da modalidade Pregão, e a
Comissão de Licitação, para as demais modalidades. Note que a norma é explícita quanto à
necessidade de apoio técnico das áreas responsáveis pelo planejamento.

Figura 14 – Área de licitações.

Fonte: yanalya / freepik.

Após recebido o Projeto Básico ou o Termo de Referência, a Área de Licitações inicia o processo
licitatório propriamente dito, abrindo o respectivo processo administrativo, em consonância com
o disposto no art. 38 da Lei nº 8.666/1993:
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo,

devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação

sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:
I. edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;
II. comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do
convite;
III. ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou oficial, ou do
responsável pelo convite;
IV. original das propostas e dos documentos que as instruírem;
V. atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;
VI. pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou inexigibilidade;
VII. atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;
VIII. recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas manifestações e decisões;
IX. despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso, fundamentado
circunstanciadamente;
X. termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;
XI. outros comprovantes de publicações;
XII. demais documentos relativos à licitação.

Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos, convênios

ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da

Administração. (BRASIL, 1993, grifo nosso)

O disposto no art. 38 da Lei de Licitações e Contratos (BRASIL, 1993) indica uma série de
documentos e formalidades que devem ser obedecidas para instrução do processo
administrativo, que registrará todos os passos relativos à fase de Seleção do Fornecedor. Entre
as determinações contidas neste artigo, destaca-se aquela que determina que as minutas dos
editais de licitação e dos contratos devem ser previamente examinadas e aprovadas pela
assessoria jurídica do órgão ou entidade contratante.

A fase de Seleção do Fornecedor se encerra com a assinatura do contrato e com a nomeação


dos responsáveis pela gestão e fiscalização do contrato. Muito embora a norma seja suscinta
quanto a esta fase, como já mencionamos, julgo necessário tecer maiores considerações quanto
à forma de seleção, modalidades de licitação, Sistema de Registro de Preços etc.

3.2 Formas de seleção do fornecedor

A legislação de licitações e contratos administrativo admite duas formas para contratação de


bens e serviços com terceiros por parte da administração: a contratação direta e a contratação
por meio de licitação. Para bens e serviços de TI não é diferente, razão pela qual vamos estudar
as particularidades para cada uma dessas formas de contratação que permeiam nosso objeto de
interesse.
3.2.1 Contratação direta

O inc. XXI, art. 37, da Constituição Federal (BRASIL, 1988) exige, como regra geral, procedimento
de licitação para que a Administração Pública possa contratar com particulares. Ressalva, não
obstante, os casos especificados na legislação. Essas exceções estão especificadas na Lei nº
8.666/1993 (BRASIL, 1993) e são conhecidas como casos de inexigibilidade (art. 25) e de
dispensa (art. 24).

O efeito prático da dispensa e da inexigibilidade de licitação é o mesmo: a contratação direta.


Direta porque não haverá procedimento licitatório prévio à licitação. Não obstante, a diferença
marcante entre ambas é que, nos casos de dispensa, haveria possibilidade de competição,
podendo haver, portanto, licitação, embora a lei dispense o gestor público de realizá-la. Já no
caso de inexigibilidade, há clara inviabilidade de competição, como é o caso de fornecedor
exclusivo.

Para estudarmos os casos de dispensa e inexigibilidade, estudaremos os dispositivos legais que


guardam relação com a aquisição de bens e serviços de Tecnologia da Informação e
Comunicações.

Conforme já mencionamos, os casos de dispensa de licitação estão elencados no art. 24 da Lei


nº 8.666/1993, cujo inciso IV assim dispõe:

Art. 24. É dispensável a licitação:

[...]
IV. nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de
atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas,
obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens
necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e
serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e
ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos
respectivos contratos; [...]. (BRASIL, 1993, grifo nosso)

Observe que este dispositivo autoriza a dispensa em caso de emergência ou calamidade pública,
como forma de prestação de um serviço público mais célere. No nosso universo de Tecnologia
da Informação, por exemplo, seria o caso de contratar pessoal ou serviços de bases de dados e
de infraestrutura tecnológica para atendimento dos cidadãos em situação de vulnerabilidade
social – como no caso de serviços necessários à concessão do auxílio emergencial, decorrente
da crise da Covid-19 – ou ainda para a instalação de uma rede de comunicação danificada em
razão de uma tempestade.

O inc. VII, do mesmo art. 24 da Lei nº 8.666/1993, dispõe sobre a possibilidade de dispensa de
licitação para aquisição de bens e serviços de TI produzidos por órgão ou entidade integrante da
Administração Pública:

VIII. para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços
prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para
esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja
compatível com o praticado no mercado [...]. (BRASIL, 1993, grifo nosso)

É o caso das contratações que são efetivadas, por exemplo, junto ao Serviço Nacional de
Processamento de Dados (Serpro) e à Dataprev, ambas empresas públicas que prestam serviços
de Tecnologia da Informação a diversos órgãos da Administração Pública.

É caso de dispensa, ainda, conforme inc. XII, do art. 24 da Lei nº 8.666/1993,

a contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do

ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do

preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins

lucrativos. (BRASIL, 1993)

Esse tipo de contratação ocorre quando existe a necessidade, por exemplo, de produção de
softwares de alta complexidade e que envolvam um elevado grau de pesquisa e inovação. Não
obstante, é imprescindível que se observe o disposto na Súmula nº 250, do Tribunal de Contas da
União:

a contratação de instituição sem fins lucrativos, com dispensa de licitação, com fulcro no art. 24,

inciso XIII, da Lei n.º 8.666/1993, somente é admitida nas hipóteses em que houver nexo efetivo entre

o mencionado dispositivo, a natureza da instituição e o objeto contratado, além de comprovada a

compatibilidade com os preços de mercado. (BRASIL, 2007, grifo nosso)

As contratações diretas por meio de inexigibilidade estão regulamentadas no âmbito do art. 25


da Lei nº 8.666/1993:
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:
I. para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por
produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo
a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do
comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação
ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes [...]. (BRASIL, 1993, grifo nosso)

Conforme já tivemos a oportunidade de mencionar, o que caracteriza a inexigibilidade de


licitação é a inviabilidade de competição, como é o caso de existência de apenas um fornecedor
do bem ou serviço definido como solução de TI pela Administração Pública.

Figura 15 – Tipos de contratação.

Fonte: Natee Meepian / istock.com

Não obstante, a hipótese de inexigibilidade tem sido pouco usada nas contratações de
Tecnologia da Informação e Comunicação, uma vez que, embora a administração possa definir
um sistema operacional de um único fabricante, existem diversos representantes autorizados
por este mesmo fabricante a comercializar o produto.

Neste ponto é preciso que façamos uma recordação relativa à especificação dos requisitos, que
não podem ser excessivos, irrelevantes ou desnecessários para que não frustrem o caráter
competitivo da licitação. Aqui também é aplicável esta determinação. Isso porque, o legislador
pretende evitar que a administração especifique de maneira demasiada (e por consequência
lógica, desnecessária) o objeto contratual como forma de direcionar a fornecedor único e
proceder à contratação direta.

Por fim, no que diz respeito à contratação direta, seja por dispensa, seja por inexigibilidade, a
Administração Pública deve motivar e justificar esta opção, demonstrando, cabalmente, que não
havia escolha e que aquela modalidade de contratação é a que melhor atende ao interesse
público.
Práticas profissionais - Diálogo Público Aquisições de Soluções de
TI

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Videoaula - Modalidades de licitação

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3.2.2 Contratação mediante licitação

Ao contrário da contratação direta, temos a contratação realizada por meio de um processo


licitatório prévio. Para estudarmos esse tipo de contratação, precisamos nos debruçar sobre dois
conceitos importantes: modalidade e tipo de licitação.

As modalidades de licitação, aplicáveis aos bens e serviços de Tecnologia da Informação e


Comunicações (em negrito, na lista a seguir), foram inicialmente definidas pelo art. 22 da Lei nº
8.666/1993:

Art. 22. São modalidades de licitação:


I. concorrência;
II. tomada de preços;
III. convite;
IV. concurso;
V. leilão [...]. (BRASIL, 1993, grifo nosso)

Além destas modalidades, também pode (deve, como regra) ser utilizada a modalidade de
licitação denominada Pregão, instituída pela Lei nº 10.520/2002 (BRASIL, 2002), cujo art. 1º
assevera: “para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na
modalidade de pregão, que será regida por esta Lei”.

O Tribunal de Contas da União já vem há bastante tempo indicando em sua jurisprudência sua
preferência pelo pregão para contratação de bens e serviços de Tecnologia da Informação e
Comunicações. Veja o excerto do Acórdão 2.471/2008 – TCU – Plenário: 9.2.1 (BRASIL, 2008):

A licitação de bens e serviços de tecnologia da informação considerados comuns, ou seja, aqueles

que possuam padrões de desempenho e de qualidade objetivamente definidos pelo edital, com base

em especificações usuais no mercado, deve ser obrigatoriamente realizada pela modalidade Pregão,

preferencialmente na forma eletrônica. Quando, eventualmente, não for viável utilizar essa forma,

deverá ser anexada a justificativa correspondente.

As modalidades instituídas pela Lei de Licitações e Contratos têm como principal forma de
seleção o valor da contratação. A modalidade pregão, por sua vez, tem sua escolha
fundamentada na natureza do bem. Neste caso, ela deve ser utilizada quando a contratação se
destinar a bens e serviços comuns, conhecidos como aqueles cujas características possam ser
definidas objetivamente, em conformidade com especificações usuais do mercado.
A Lei 8.666/1993 também apresenta o conceito de tipo de licitação, que está associada a forma
por meio da qual as propostas serão selecionadas pela Administração Pública. Em seu art. 45, o
mencionado diploma legal assim dispõe:

Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável

pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente

estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de

maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.

§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso:
I. a de menor preço – quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração
determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as
especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;
II. a de melhor técnica;
III. a de técnica e preço; e
IV. a de maior lance ou oferta [...]. (BRASIL, 1993, grifo nosso)

O § 4º, do mesmo art. 45 assevera que, para contratação de bens e serviços de informática, a
administração observará o disposto no art. 3º da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando
em conta os fatores especificados em seu § 2º e adotando obrigatoriamente o tipo de licitação
"técnica e preço", permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto
do Poder Executivo (BRASIL, 1993).

Conforme já mencionamos, é por meio dos tipos de licitação que são selecionados os licitantes
vencedores. Atualmente, no âmbito das contratações de Tecnologia da Informação e
Comunicações, os tipos de licitação utilizados são menor preço e técnica e preço, conforme art.
9º do Decreto 7.174/2010:

para a contratação de bens e serviços de informática e automação, deverão ser adotados os tipos de

licitação “menor preço” ou “técnica e preço”, conforme disciplinado neste Decreto, ressalvadas as

hipóteses de dispensa ou inexigibilidade previstas na legislação. (BRASIL, 2010a)

3.3 Sistema de registro de preços

O Sistema de Registro de Preços constitui uma forma bastante utilizada para aquisição de bens
por parte da Administração Pública. Isso ocorre, também, com bens de Tecnologia da Informação
e Comunicações. Esta forma de contratação é regulamentada pelo Decreto nº 7.892/2013, que
revogou o antigo Decreto nº 3.931/2001.

Nas palavras do professor Jacoby Fernandes (2006, p. 31)


o Sistema de Registro de Preços é um contrato normativo, constituído como um cadastro de

produtos e fornecedores, selecionados mediante licitação, para contratações sucessivas de bens e

serviços, respeitados lotes mínimos e outras condições previstas no edital.

Trata-se de uma licitação destinada à formação de um cadastro de fornecedores para realização


de futuras contratações. Esse cadastro é formalizado por meio de uma Ata de Registro de Preços
e pode ser utilizada por outros órgãos e entidades da Administração Pública.

Daud Jr. e Vaz (2016) apresentam uma série de vantagens para adoção dessa forma de
contratação:

tal mecanismo apresenta inúmeras vantagens, como a padronização dos bens e serviços

contratados, o ganho de escala (já que quanto maior a quantidade de produtos a serem fornecidos,

maiores os descontos concedidos), a racionalização administrativa e a redução de custos

administrativos (em vez de vários entes públicos realizarem várias licitações, apenas uma licitação

é realizada).

Quanto utilizada desta forma de aquisição, no tocante a bens e serviços de Tecnologia da


Informação e Comunicações, é preciso que relembremos que, assim como toda contratação
regulamentada pela IN nº 1/2019 (BRASIL, 2019), as contratações oriundas do Sistema de
Registro de Preço devem ser precedidas de planejamento, sendo dispensável somente à
elaboração do Projeto Básico ou do Termo de Referência, nos casos em que o órgão ou entidade
seja participante da licitação, em conformidade com o disposto no § 2º do art. 9º da mencionada
IN.

Do ponto de vista legal, o Sistema de Registro de Preços é regulamentado na Lei nº 8.666/1993:


Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:
I. atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de especificações técnicas e
de desempenho, observadas, quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica
e garantia oferecidas;
II. ser processadas através de sistema de registro de preços;

(...)

§ 1º O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado.

§ 2º Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orientação da Administração, na

imprensa oficial.

§ 3º O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto, atendidas as peculiaridades

regionais, observadas as seguintes condições:


I. seleção feita mediante concorrência;
II. estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços registrados;
III. validade do registro não superior a um ano. (BRASIL, 1993, grifo nosso)

Algumas observações são pertinentes relativamente ao dispositivo citado acima. Primeiramente,


o sistema de registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado, para que a
administração possa balizar adequadamente o orçamento estimado para a contratação.
Ademais, a seleção será feita mediante concorrência e a validade do registro não será superior a
um ano.

Estas disposições da Lei nº 8.666/1993 foram superadas com o advento da Lei nº 10.520/2002
(BRASIL, 2002), no que diz respeito à modalidade a ser utilizada para formação do registro de
preços. Isso porque, o art. 11 desta lei assevera que, para bens e serviços comuns, deverá ser
utilizada a modalidade pregão.

Figura 16 – Registro de preços.

Fonte: yanalya / freepik.com

Como já mencionamos, o decreto que atualmente regulamenta o Sistema de Registro de Preço é


o Decreto nº 7.892/2013. O decreto é claro acercada das hipóteses em que poderá ser aplicado,
nos seguintes termos:
Art. 3º O Sistema de Registro de Preços poderá ser adotado nas seguintes hipóteses:
I. quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de contratações frequentes;
II. quando for conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas parceladas ou contratação
de serviços remunerados por unidade de medida ou em regime de tarefa;
III. quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para atendimento a mais
de um órgão ou entidade, ou a programas de governo; ou
IV. quando, pela natureza do objeto, não for possível definir previamente o quantitativo a ser
demandado pela Administração. (BRASIL, 2013, grifo nosso)

O Tribunal de Contas da União considerou ilegal a adesão à Ata de Registro de Preços para
contratação de serviços de desenvolvimento de software. No entendimento da Corte,
materializado por meio do Acórdão 2.6352015 – TCU – Plenário, que culminou com a
determinação para que os órgãos (DAUD JR. e VAZ, 2016):

9.1.3.2. absterem-se de realizar contratação de serviço de desenvolvimento de software por meio de

adesão a atas de registro de preço, utilizando desse expediente somente quando os requisitos da

solução de tecnologia da informação a ser contratada, como por exemplo plataforma de hardware e

software, linguagens de programação, processo de software e níveis de serviços, sejam equivalentes

aos do órgão gerenciador da ata a ser aderida.

Dessa forma, concluímos os principais aspectos relacionados à segunda fase da contratação de bens

e serviços de Tecnologia da Informação e Comunicações. Na próxima Unidade, passaremos a tratar

da última fase, que é a fase de Gestão Contratual.

Recapitulando

Nesta Unidade, estudamos os principais aspectos relacionados à fase de seleção do


fornecedor. Como vimos, é nesta fase que a Administração Pública aplica os procedimentos
previstos na legislação para selecionar o contratado que apresenta a proposta mais
vantajosa para celebrar um contrato de bens e serviços de TI.

Neste caso, tratamos das normas relativas à licitação, previstas tanto na Lei nº 8.666/1993,
quanto na Lei nº 10.520/2002, que trata da modalidade pregão. Ademais, estudamos as
hipóteses de dispensa e inexigibilidade, com ênfase para aqueles atinentes aos bens e
serviços de Tecnologia da Informação e Comunicações.
Exercícios de fixação
Caberá à Equipe de Seleção do Fornecedor analisar as sugestões feitas pelas Áreas de Licitações
e Jurídica para o Termo de Referência ou Projeto Básico e demais documentos de sua
responsabilidade.

Verdadeiro Falso

Em casos de emergência ou de calamidade é justificável a ocorrência de inexigibilidade de


licitação.

Verdadeiro Falso

Videoaula - Gestão contratual

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4 Gestão do contrato

4.1 Aspectos introdutórios

Para garantir que a contratação atingirá suas finalidades, a Administração Pública tem a
prerrogativa e o dever de fiscalizar sua execução. Nos termos do art. 30 da IN nº 1/2019,

a fase de Gestão do Contrato visa acompanhar e garantir a adequada prestação dos serviços e o

fornecimento dos bens que compõem a solução de TIC durante todo o período de execução do

contrato. (BRASIL, 2019)

Figura 17 – Fiscalização contratual.

Fonte: siraanamwong / istock.com

Esta determinação de fiscalização e acompanhamento é anterior ao advento da mencionada IN e


foi tratada na Lei nº 8.666/1993, nos seguintes termos:

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da

Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e

subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição. (BRASIL, 1993, grifo nosso)

No âmbito da contratação de bens e serviços de Tecnologia da Informação e Comunicações, a


gestão e a fiscalização do contrato são tratadas no art. 29 e seguintes da IN nº 1/2019. O art. 29
citado estabelece o marco inicial da fase de Gestão Contratual:

Art. 29. A fase de Gestão do Contrato se iniciará com a assinatura do contrato e com a nomeação dos

seguintes integrantes da Equipe de Fiscalização do Contrato:


I. Gestor do Contrato;
II. Fiscal Técnico do Contrato;
III. Fiscal Requisitante do Contrato; e
IV. Fiscal Administrativo do Contrato. (BRASIL, 2019, grifo nosso)
Este dispositivo trata das pessoas responsáveis pela condução do processo de fiscalização por
parte da Administração Pública. A definição de cada um destes atores do processo está contida
no art. 2º, inc. V, da IN nº 1/2019:

V. Equipe de Fiscalização do Contrato: equipe responsável pela fiscalização do contrato, composta


por:

a. Gestor do Contrato: servidor com atribuições gerenciais, preferencialmente da Área Requisitante


da solução, designado para coordenar e comandar o processo de gestão e fiscalização da
execução contratual, indicado por autoridade competente;
b. Fiscal Técnico do Contrato: servidor representante da Área de TIC, indicado pela autoridade
competente dessa área para fiscalizar tecnicamente o contrato;
c. Fiscal Administrativo do Contrato: servidor representante da Área Administrativa, indicado pela
autoridade competente dessa área para fiscalizar o contrato quanto aos aspectos administrativos;
e
d. Fiscal Requisitante do Contrato: servidor representante da Área Requisitante da solução, indicado
pela autoridade competente dessa área para fiscalizar o contrato do ponto de vista de negócio e
funcional da solução de TIC. (BRASIL, 2019, grifo nosso)

Observe que a gestão e a fiscalização do contrato possuem três dimensões distintas que se
complementam: a técnica, a administrativa e a relativa ao negócio propriamente dito, que é
conduzida pelo Fiscal Requisitante do Contrato.

É comum na Administração Pública ocorrer a confusão entre o papel do gestor e do fiscal do


contrato. Quanto a isso, Daud Jr. e Vaz (2016) ensinam que

O gestor do contrato é responsável pelo acompanhamento mais gerencial, de alto nível, do contrato.

Os fiscais do contrato, identificados entre os profissionais requisitantes e da área de TI, possuem um

caráter mais técnico, com melhores condições de avaliar se os produtos e serviços recebidos

atendem aos critérios de aceitação definidos no contrato.

A nomeação dos integrantes da Equipe de Fiscalização do Contrato acima discriminados é de


competência da autoridade competente, sendo que os fiscais Técnico, Requisitante e
Administrativo podem ser os mesmos que participaram da Equipe de Planejamento da
Contratação.

Ainda quanto aos integrantes da Equipe de Fiscalização do Contrato, o § 3º do art. 29 da IN nº


1/2019 assevera que o papel dos fiscais do contrato não poderá ser acumulado pelos servidores,
salvo o de fiscal técnico e demandante em situações excepcionais (BRASIL, 2019). Ademais,
como consta no § 6º, art. 29, “o encargo de fiscal ou gestor não poderá ser recusado pelo
servidor, que deverá reportar ao superior hierárquico as deficiências ou limitações que possam
impedir o cumprimento do exercício das atribuições” (BRASIL, 2019).

Até o momento, estudamos as pessoas responsáveis pela condução do processo de


acompanhamento contratual pela parte da administração. Não obstante, a norma determina
haver a necessidade de designação, por parte da empresa, de um funcionário para acompanhar a
execução contratual. Trata-se de preposto da empresa.

Segundo a IN nº 1/2019, preposto é o

representante da contratada, responsável por acompanhar a execução do contrato e atuar como

interlocutor principal junto à contratante, incumbido de receber, diligenciar, encaminhar e

responder as principais questões técnicas, legais e administrativas referentes ao andamento

contratual. (BRASIL, 2019, grifo nosso)

Essa figura já era prevista na Lei 8.666/1993, que, em seu art. 68, assevera que “o contratado
deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-
lo na execução do contrato” (BRASIL, 1993).

4.2 Início do contrato e encaminhamento formal de demandas

A Gestão Contratual é subdividida em cinco tarefas, assim definidas:

Início do contrato.
Encaminhamento formal de demandas.
Monitoramento da Execução.
Transparência.
Transição e encerramento contratual.

Figura 18 – Início da execução


contratual.

Fonte: rawpixel.com / freepik.com

O Início da Execução do contrato se dá por meio de uma reunião convocada pelo gestor do
contato, registrada em ata, em que participarão, por parte da administração contratante, os
fiscais designados e da contratada. Nesta reunião a pauta deverá conter, minimamente,
conforme art. 31, da IN nº 1/2019:

art. 31. As atividades de início do contrato compreendem:


I. a realização de reunião inicial, a ser registrada em ata, convocada pelo Gestor do Contrato com a
participação dos Fiscais Técnico, Requisitante e Administrativo do Contrato, da contratada e dos
demais interessados por ele identificados, cuja pauta observará, pelo menos:

a. presença do representante legal da contratada, que apresentará o preposto da mesma;


b. entrega, por parte da contratada, do Termo de Compromisso e dos Termos de Ciência, conforme
art. 18, inciso V; e
c. esclarecimentos relativos a questões operacionais, administrativas e de gestão do contrato.
(BRASIL, 2019)

A reunião acima descrita é o marco em que o contrato é formalmente iniciado. Nela será
apresentado o preposto da empresa, bem como será entregue, por parte da contratada, o Termo
de Compromisso (art. 18, inc. V, alínea a, da IN nº 1/2019), e o Termo de Ciência (art. 18, inc. V,
alínea b, da IN nº 1/2019) (BRASIL, 2019).

Ademais, na reunião inicial é efetivado o repasse à contratada de conhecimentos necessários à


execução dos serviços ou ao fornecimento dos bens, bem como é feita a disponibilização da
infraestrutura à contratada, quando for o caso.

Por fim, a norma assevera que as disposições relativas à reunião inicial são dispensáveis quando
a solução de Tecnologia da Informação e Comunicação é composta exclusivamente pelo
fornecimento de bens.

O art. 32, da IN nº 1/2019, por sua vez, trata do Encaminhamento Formal das Demandas. De
acordo com o dispositivo citado:
art. 32. O encaminhamento formal de demandas, a cargo do Gestor do Contrato, deverá ocorrer por

meio de Ordens de Serviço ou de Fornecimento de Bens ou conforme definido no Modelo de

Execução do Contrato, e deverá conter, no mínimo:


I. a definição e a especificação dos serviços a serem realizados ou bens a serem fornecidos;
II. o volume estimado de serviços a serem realizados ou a quantidade de bens a serem fornecidos
segundo as métricas definidas em contrato;
III. o cronograma de realização dos serviços ou entrega dos bens, incluídas todas as tarefas
significativas e seus respectivos prazos; e
IV. a identificação dos responsáveis pela solicitação na Área Requisitante da solução.

Parágrafo único. O encaminhamento das demandas deverá ser planejado visando a garantir que os

prazos para entrega final de todos os bens e serviços estejam compreendidos dentro do prazo de

vigência contratual. (BRASIL, 2019)

Em primeiro lugar, observe que a norma já especifica o ato administrativo que deverá ser
utilizado para que a Administração Pública encaminhe suas demandas à contratada. Trata-se da
Ordem de Serviço ou de Fornecimento de Bens, que, nos termos do inc. XX, art. 2º, da IN nº
1/2019, “é o documento utilizado para solicitar à contratada a prestação de serviço ou
fornecimento de bens relativos ao objeto do contrato” (BRASIL, 2019).

Por meio dos mencionados documentos, a Administração Pública indicará à contratada a


definição e as especificações dos bens a serem fornecidos ou dos serviços a serem prestados; o
volume a ser entregue; o cronograma de realização de serviços ou de fornecimento de bens; e a
identificação dos responsáveis da Área Requisitante.

Nesta seção tratamos dos principais aspectos relativos às tarefas de Início do Contrato e
Encaminhamento Formal de Demandas. Na seção seguinte, abordaremos outras três atividades
relativas à fase da Gestão Contratual, quais sejam: monitoramento da execução, transparência e
transição e encerramento do contrato.
Videoaula - Monitoramento, transparência e transição

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4.3 Monitoramento, transparência e transição

A terceira atividade a ser desenvolvida na fase de Gestão Contratual é o monitoramento, que


deverá obedecer ao Modelo de Gestão especificado quando da fase de planejamento.

Figura 19 – Monitoramento.

Fonte: macrovector / freepik.com

As disposições relativas ao monitoramento encontram-se no art. 33 da IN nº 1/2019:


Art. 33. O monitoramento da execução deverá observar o disposto no Modelo de Gestão do Contrato,

e consiste em:
I. confecção e assinatura do Termo de Recebimento Provisório, a cargo do Fiscal Técnico do
Contrato, quando da entrega do objeto constante na Ordem de Serviço ou de Fornecimento de
Bens;
II. avaliação da qualidade dos serviços realizados ou dos bens entregues e justificativas, a partir da
aplicação das listas de verificação e de acordo com os critérios de aceitação definidos em
contrato, a cargo dos Fiscais Técnico e Requisitante do Contrato;
III. identificação de não conformidade com os termos contratuais, a cargo dos Fiscais Técnico e
Requisitante do Contrato;
IV. verificação de aderência aos termos contratuais, a cargo do Fiscal Administrativo do Contrato;
V. verificação da manutenção das condições classificatórias referentes à pontuação obtida e à
habilitação técnica, a cargo dos Fiscais Administrativo e Técnico do Contrato;
VI. encaminhamento das demandas de correção à contratada, a cargo do Gestor do Contrato ou, por
delegação de competência, do Fiscal Técnico do Contrato;
VII. encaminhamento de indicação de glosas e sanções por parte do Gestor do Contrato para a Área
Administrativa;
VIII. confecção e assinatura do Termo de Recebimento Definitivo, a cargo do Fiscal Requisitante e
Fiscal Técnico do Contrato, com base nas informações produzidas nos incisos I a VII deste artigo;
IX. autorização para o faturamento, a cargo do Gestor do Contrato com base nas informações
produzidas no inciso VIII deste artigo, a ser encaminhada ao preposto da contratada;
X. verificação das regularidades fiscais, trabalhistas e previdenciárias para fins de pagamento, a
cargo do Fiscal Administrativo do Contrato;
XI. verificação da manutenção da necessidade, economicidade e oportunidade da contratação, a
cargo do Fiscal Requisitante do Contrato, com apoio dos Fiscais Técnico e Administrativo do
Contrato;
XII. verificação de manutenção das condições definidas nos Modelos de Execução e de Gestão do
Contrato, a cargo dos Fiscais Técnico e Requisitante do Contrato;
XIII. encaminhamento à Área Administrativa de eventuais pedidos de modificação contratual, a cargo
do Gestor do Contrato; e
XIV. manutenção do Histórico de Gestão do Contrato, contendo registros formais de todas as
ocorrências positivas e negativas da execução do contrato, por ordem histórica, a cargo do Gestor
do Contrato, com apoio dos Fiscais Requisitante, Técnico e Administrativo.

Parágrafo único. No caso de substituição ou inclusão de empregados da contratada, o preposto

deverá entregar ao Fiscal Administrativo do Contrato os Termos de Ciência assinados pelos novos

empregados envolvidos na execução dos serviços contratados. (BRASIL, 2019)

A transparência diz respeito à publicidade que a Administração Pública deve dar aos atos
praticados e que tenham relação com a execução contratual. De acordo com o art. 34 da IN nº
1/2019:
Art. 34. O órgão ou entidade deverá providenciar a publicação de, pelo menos, os seguintes

documentos em sítio eletrônico de fácil acesso, observando a legislação específica relativa à

proteção de informações:
I. Documento de Oficialização de Demanda, Estudo Técnico Preliminar da Contratação, Termo de
Referência ou Projeto Básico:

a. até a data de publicação do edital da licitação; ou


b. até a data de publicação do extrato de contratação, nos casos de contratação direta; ou
c. até a data de assinatura do contrato, nos casos de adesão à ata de registro de preços;

II. O inteiro teor do contrato e seus Termos Aditivos, se houver, em até 30 (trinta) dias após suas
assinaturas. (BRASIL, 2019)

Por fim, as últimas atividades relativas à fase de Gestão Contratual são a transição e o
encerramento contratual. Essas atividades estão disciplinadas no art. 35 da IN nº 1/2019, nos
seguintes termos:

Art. 35. As atividades de transição contratual, quando aplicáveis, e de encerramento do contrato

deverão observar:
I. a manutenção dos recursos materiais e humanos necessários à continuidade do negócio por
parte da Administração;
II. a entrega de versões finais dos produtos e da documentação;
III. a transferência final de conhecimentos sobre a execução e a manutenção da solução de TIC;
IV. a devolução de recursos;
V. a revogação de perfis de acesso;
VI. a eliminação de caixas postais; e
VII. outras que se apliquem. (BRASIL, 2019)

Esta tarefa trata da continuidade das atividades atinentes ao contrato, que devem permanecer
em pleno funcionamento em favor da Administração Pública. Ademais, são adotadas outras
providências que têm o poder de eliminar o vínculo que se forma entre a contratada e o órgão
contratante, tais como perfis de acesso criados, e-mails, entre outros.

Não obstante, em determinadas situações, no lugar de se encerrar o vínculo contratual, pode


ocorrer a necessidade de renovação do contrato. Neste caso, o art. 36 da IN nº 1/2019 dispõe
que:
para fins de renovação contratual, o Gestor do Contrato, com base no Histórico de Gestão do Contrato

e nos princípios da manutenção da necessidade, economicidade e oportunidade da contratação,

deverá encaminhar à Área Administrativa, com pelo menos 60 (sessenta) dias de antecedência do

término do contrato, a respectiva documentação para o aditamento. (BRASIL, 2019)

Por fim, o art. 37 da IN nº 1/2019 estabelece que

Os produtos de software resultantes de serviços de desenvolvimento deverão ser catalogados pela

contratante, observando-se os normativos do Órgão Central do SISP quanto à disponibilização de

software público. (BRASIL, 2019)

Figura 20 – Continuidade das


atividades.

Fonte: katemangostar / freepik.com

Recapitulando

Nesta Unidade tratamos da última fase do processo de contratação, que é a gestão


contratual. Para chegarmos nesta fase, a Administração Pública já planejou adequadamente
a contratação, bem como já selecionou seu contratado. Trata-se da fase em que o contrato
está em execução e o objeto contratual, em produção.

Enfatizamos a importância de uma adequada gestão contratual. Além disso, tratamos de


entender os principais atores do processo de gestão e seu papel para o sucesso dos
trabalhos. Ademais, tratamos da forma de relacionamento entre a Administração Pública,
desde o encaminhamento formal de demandas, até a transição do objeto contratual.
Exercícios de fixação
Fiscal do Contrato é o servidor com atribuições gerenciais, preferencialmente da Área
Requisitante da solução, designado para coordenar e comandar o processo de gestão e
fiscalização da execução contratual, indicado por autoridade competente.

Verdadeiro Falso

A Gestão Contratual é subdividida em cinco tarefas, assim definidas: início do contrato;


encaminhamento formal de demandas; monitoramento da execução; transparência e transição; e
encerramento contratual.

Verdadeiro Falso
Considerações finais
Prezados alunos, chegamos ao final da nossa disciplina de Aspectos Específicos da Licitação e
do Contrato de Informática. Estudamos os principais tópicos que permeiam todo o processo de
contratação, desde seu planejamento até sua plena gestão e execução.

Você deve ter percebido que a legislação é fruto de um processo de amadurecimento que
envolveu gestores, empreendedores, órgãos de controle, enfim, uma série de atores que
contribuiu decisivamente para que legislação para aquisição de bens e serviços de Tecnologia da
Informação pudesse ser aperfeiçoada.

Espero, sinceramente, que esta disciplina possa ter contribuído para seu crescimento
profissional, intelectual e acadêmico.
Exercícios de fixação - respostas
Não poderão ser objeto de contratação mais de uma solução de Tecnologia da Informação e
Comunicação (TIC) em um único contrato.

Verdadeiro Falso

É permitido nas licitações do tipo técnica e preço incluir critérios de pontuação técnica que não
estejam diretamente relacionados com os requisitos da solução de TIC a ser contratada ou que
frustrem o caráter competitivo do certame.

Verdadeiro Falso

Complete a lacuna com o termo mais adequado.

Prova de Conceito (PoC) é uma amostra a ser fornecida pelo


licitante classificado provisoriamente em primeiro lugar para realização dos testes necessários à
verificação do atendimento às especificações técnicas definidas no Termo de Referência ou
Projeto Básico.

O Termo de Referência ou Projeto Básico será elaborado pela Equipe de Planejamento da


Contratação a partir do Estudo Técnico Preliminar da Contratação, exceto:

Descrição da solução de TIC

Justificativa para contratação da solução de TIC

Especificação dos requisitos de contratação


Definição das responsabilidades apenas da contratada.

O principal produto da fase de planejamento é o Estudo Técnico Preliminar, que subsidiará a


elaboração do instrumento convocatório.

Verdadeiro Falso

Caberá à Equipe de Seleção do Fornecedor analisar as sugestões feitas pelas Áreas de Licitações
e Jurídica para o Termo de Referência ou Projeto Básico e demais documentos de sua
responsabilidade.

Verdadeiro Falso

Em casos de emergência ou de calamidade é justificável a ocorrência de inexigibilidade de


licitação.

Verdadeiro Falso

Fiscal do Contrato é o servidor com atribuições gerenciais, preferencialmente da Área


Requisitante da solução, designado para coordenar e comandar o processo de gestão e
fiscalização da execução contratual, indicado por autoridade competente.
Verdadeiro Falso

A Gestão Contratual é subdividida em cinco tarefas, assim definidas: início do contrato;


encaminhamento formal de demandas; monitoramento da execução; transparência e transição; e
encerramento contratual.

Verdadeiro Falso
Autoria
João Barbosa Júnior
Autor
Graduação em Engenharia Elétrica pelo Instituto de Educação Superior de Brasília e Mestre em
Economia pela Universidade Católica de Brasília. Professor de disciplinas EAD, na Universidade
Municipal de São Caetano do Sul. Atuação profissional na Agência Nacional de
Telecomunicações, Controladoria-Geral da União, como Especialista em Regulação; no Tribunal
de Contas da União, no cargo de Auditor Federal de Controle Externo e, atualmente, no Senado
Federal, ocupando o cargo de Consultor de Orçamentos e Fiscalização Financeira.
Glossário
Bibliografia
Bibliografia Geral
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília DF: Senado
Federal: Centro Gráfico, 1988. Disponível em: www.planalto.gov.br
[http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm] . Acesso em: 11 set. 2020.

BRASIL. Decreto nº 7.174, de 12 de maio de 2010. Regulamenta a contratação de bens e serviços


de informática e automação pela administração pública federal, direta ou indireta, pelas
fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público e pelas demais organizações sob o
controle direto ou indireto da União. Brasília, DF, 12 maio 2010a. Disponível em:
www.planalto.gov.br [http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/decreto/d7174.htm] . Acesso em: 5 ago. 2020.

BRASIL. Decreto n° 7.892, de 23 de janeiro de 2013. Regulamenta o Sistema de Registro de


Preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Brasília, DF, 23 jan. 2013.
Disponível em: www.planalto.gov.br [http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2013/decreto/d7892.htm] . Acesso em: 11 set. 2020.

BRASIL. Decreto nº 9.507, de 21 de setembro de 2018. Dispõe sobre a execução indireta,


mediante contratação, de serviços da administração pública federal direta, autárquica e
fundacional e das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela
União. Brasília, DF, 21 set. 2018. Disponível em: www.planalto.gov.br
[http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Decreto/D9507.htm] . Acesso em:
11 set. 2020.

BRASIL. Instrução Normativa nº 1, de 4 de abril de 2019. Dispõe sobre o processo de contratação


de soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC pelos órgãos e entidades
integrantes do Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação - SISP do
Poder Executivo Federal. Brasília, DF, 4 abr. 2019. Disponível em: tinyurl.com
[https://tinyurl.com/y4nm9v4j] . Acesso em: 5 ago. 2020.

BRASIL. Instrução Normativa nº 4, de 12 de novembro de 2010. Dispõe sobre o processo de


contratação de Soluções de Tecnologia da Informação pelos órgãos integrantes do Sistema de
Administração dos Recursos de Informação e Informática (SISP) do Poder Executivo Federal.
Brasília, DF, 4 nov. 2010b. Disponível em: softwarepublico.gov.br
[https://softwarepublico.gov.br/social/articles/0003/7455/Instru__o_Normativa_04.pdf] . Acesso
em: 5 ago. 2020.

BRASIL. Instrução Normativa n° 5, de 27 de junho de 2014. Dispõe sobre os procedimentos


administrativos básicos para a realização de pesquisa de preços para a aquisição de bens e
contratação de serviços em geral. Brasília, DF, 27 jun. 2014. Disponível em: repositorio.cgu.gov.br
[https://repositorio.cgu.gov.br/bitstream/1/41426/13/instrtucao_normativa_05_2014.pdf] .
Acesso em: 11 set. 2020.

BRASIL. Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991. Dispõe sobre a capacitação e competitividade


do setor de informática e automação, e dá outras providências. Brasília, DF, 23 out. 1991.
Disponível em: www.planalto.gov.br
[http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8248compilado.htm] . Acesso em: 5 ago. 2020.

BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição
Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Brasília, DF, 21 jun. 1993. Disponível em: www.planalto.gov.br
[http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm] . Acesso em: 5 de ago. 2020.

BRASIL. Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002. Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de
licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras
providências. Brasília, DF, 17 jul. 2002. Disponível em: www.planalto.gov.br
[http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10520.htm] . Acesso em: 5 ago. 2020.

BRASIL. Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Secretaria de Tecnologia da


Informação. Portaria n° 46, de 28 de setembro de 2016. Dispõe sobre a disponibilização de
Software Público Brasileiro e dá outras providências. Brasília, DF, 28 set. 2016. Disponível em:
www.lex.com.br
[http://www.lex.com.br/legis_27194538_PORTARIA_N_46_DE_28_DE_SETEMBRO_DE_2016.aspx]
. Acesso em: 11 set. 2020.
BRASIL. Tribunal de Contas da União. Súmula n° 247. É obrigatória a admissão da adjudicação
por item e não por preço global, nos editais das licitações para a contratação de obras, serviços,
compras e alienações, cujo objeto seja divisível, desde que não haja prejuízo para o conjunto ou
complexo ou perda de economia de escala, tendo em vista o objetivo de propiciar a ampla
participação de licitantes que, embora não dispondo de capacidade para a execução,
fornecimento ou aquisição da totalidade do objeto, possam fazê-lo com relação a itens ou
unidades autônomas, devendo as exigências de habilitação adequar-se a essa divisibilidade.
Julgamento: 10 nov. 2004. Disponível em: portal.tcu.gov.br
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somente é admitida nas hipóteses em que houver nexo efetivo entre o mencionado dispositivo, a
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DAUD JR, Antonio; VAZ, Wesley. A descomplicada contratação de TI na Administração Pública.


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FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de Registro de Preços e Pregão. Belo Horizonte:
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