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RELATÓRIO DE CONSULTORIA

Contribuições à Instrução Normativa de Contratação de Soluções de TIC em


compatibilização à Lei nº 14.133/2021
Secretaria de Governo Digital – SGD

16 de fevereiro de 2023
Controladoria-Geral da União (CGU)
Secretaria Federal de Controle Interno (SFC)

RELATÓRIO DE CONSULTORIA
Órgão: Ministério da Economia - ME
Unidade: Secretaria de Governo Digital – SGD
Município/UF: Brasília/DF
Relatório de Consultoria: 1354421
Missão
Elevar a credibilidade do Estado por meio da participação social, do controle
interno governamental e do combate à corrupção em defesa da sociedade.

Consultoria
O serviço de consultoria é uma atividade de auditoria interna governamental que
consiste em assessoramento, aconselhamento e outros serviços relacionados
fornecidos à alta administração com a finalidade de respaldar as operações da
unidade. Tem como finalidade agregar valor à organização e melhorar os seus
processos de governança, de gestão de riscos e de controles internos, de forma
condizente com seus valores, estratégias e objetivos, sem que o auditor interno
governamental assuma qualquer responsabilidade que seja da administração.
POR QUE A CGU REALIZOU ESSE
QUAL FOI O TRABALHO?
TRABALHO Enquanto Órgão Central do Sistema de
REALIZADO Administração dos Recursos de Tecnologia da
Informação – SISP, a SGD/ME é responsável
PELA CGU? pela edição de normas referentes a
contratações de bens e serviços de Tecnologia
Este relatório contempla os
da Informação e Comunicação (TIC). A IN
resultados dos trabalhos de
SGD/ME nº 1/2019 é o principal e mais
consultoria realizados pela
abrangente normativo do órgão referente à
CGU junto à Secretaria de
sua função regulamentar sobre aquisições de
Governo Digital do Ministério
soluções de TIC. Todavia, com o fim da vigência
da Economia – SGD/ME, no
da Lei nº 8.666/93, em 1º de abril de 2023, a
âmbito de suas competências
IN SGD/ME nº 1/2019, atrelada a essa Lei, não
normativas e orientativas,
poderá mais ser utilizada para fundamentar
como Órgão Central do
novas contratações de TIC. Assim a CGU
Sistema de Administração dos
apoiou a SGD na elaboração da nova Instrução
Recursos de Tecnologia da
Normativa de contratação de soluções de TIC,
Informação – SISP. O foco dos
em compatibilização ao novo regramento
trabalhos realizados foi apoiar
jurídico-normativo trazido pela Lei nº
a SGD/ME na confecção da
14.133/2021.
nova Instrução Normativa de
Contratação de Soluções de
Tecnologia da Informação e
Comunicação, em
QUAIS AS CONCLUSÕES
compatibilidade à Lei nº ALCANÇADAS PELA CGU? QUAIS
14.133, de 1º de abril de 2021, AS RECOMENDAÇÕES QUE
em substituição à Instrução
Normativa SGD/ME nº 1, de 4
FORAM EMITIDAS?
de abril de 2019. Foram identificados pontos de melhoria na
proposta inicial de instrução normativa,
destacando-se contribuições sobre retirada de
dispositivos incompatíveis com a nova Lei de
Licitações e Contratos – Lei nº 14.133/2021 –,
a inclusão de remissões de normativos
regulamentadores da nova Lei para trazer
maior completude e clareza à norma, a
exemplo do rol de atribuições do gestor e
fiscais do contrato trazidos pelo Decreto nº
11.246/2022, a inclusão de padrão digital de
governo em interfaces de aplicações, e o
aprimoramento do gerenciamento de riscos,
com o registro do alinhamento da contratação
à Política de Gestão de Riscos do órgão ou
entidade contratante.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

Art. Artigo
CGATI Coordenação-Geral de Auditoria de Tecnologia da Informação
CGU Controladoria-Geral da União
DFD Documento de Formalização de Demanda
ETP Estudo Técnico Preliminar
IN Instrução Normativa
Inc. Inciso
ME Ministério da Economia
PCA Plano de Contratações Anual
PDTIC Plano Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação
PMC-TIC Preço Máximo de Compra de Item de TIC
SFC Secretaria Federal de Controle Interno
SGD Secretaria de Governo Digital
SISG Sistema de Serviços Gerais
SISP Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação
TI Tecnologia da Informação
TIC Tecnologia da Informação e Comunicação
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 6

RESULTADOS DOS EXAMES 7

1. Dos Elementos Preliminares do Ato Normativo 7

2. Das Disposições Gerais – Capítulo I 7

3. Da Programação Estratégica de Contratações – Capítulo II 10

4. Do Processo de Contratação – Capítulo III 10

5. Das Disposições Finais e Transitórias – Capítulo IV 13

6. Observações Gerais 14

RECOMENDAÇÕES 18

CONCLUSÃO 19
INTRODUÇÃO
O presente relatório apresenta os resultados da consultoria realizada pela CGU junto à
Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia – SGD/ME, no âmbito de suas
competências normativas e orientativas como Órgão Central do Sistema de Administração dos
Recursos de Tecnologia da Informação – SISP. Nesta consultoria, buscou-se contribuir na
revisão de minuta da nova Instrução Normativa para contratação de soluções de Tecnologia
da Informação e Comunicação (TIC), em compatibilização à nova Lei de Licitações e Contratos
– Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021. A importância desta norma reside no fato de se trazer
a regulamentação necessária para que os órgãos e entidades federais possam realizar as
contratações de soluções de TIC em alinhamento ao novo arcabouço jurídico-normativo de
compras públicas trazido pela Lei nº 14.133/2021.

A competência da SGD como Órgão Central do SISP foi estabelecida por meio do Decreto nº
7.579, de 11 de outubro de 2011, que definiu o SISP, combinado ao Decreto nº 9.745, de 8 de
abril de 2019 e alterações, que atribui à SGD a competência de atuar como Órgão Central do
SISP, o que inclui “orientar e administrar os processos de planejamento estratégico, de
coordenação geral e de normalização relativos aos recursos de tecnologia da informação
abrangidos pelo SISP” e “definir, elaborar, divulgar e implementar as políticas, as diretrizes e
as normas gerais relativas à gestão dos recursos do SISP e ao processo de compras do Governo
federal na área de tecnologia da informação”.

A consultoria teve origem na solicitação do gestor, formalizada à CGATI por e-mail em 11 de


novembro de 2022, na qual constou a minuta inicial da IN a ser tratada. A SGD ainda informou
o contexto da elaboração normativa, no qual identificou-se a necessidade de atualização de
todos os normativos editados pela Secretaria para haver a compatibilização com o
ordenamento trazido pela Lei nº 14.133/21, quais sejam: IN SGD/ME n° 1/2019, IN SGD/ME
n° 5/2021, Portaria SGD/ME n° 844/2022, Portaria SGD/ME n° 5.651/2022 e Portaria SGD/ME
n° 6.432/2021, sendo que, para o momento, foi priorizada pela SGD a norma de contratação
de soluções de TIC, a IN SGD/ME nº 1/2019, sendo solicitado apoio desta CGU quanto à revisão
e verificação das mudanças dada a expertise do Órgão sobre o tema.

Assim, os objetivos da consultoria foram estabelecidos em comum acordo entre a SGD e a


CGATI, com foco na compatibilização da minuta de instrução normativa ao arcabouço jurídico-
normativo trazido pela Lei nº 14.133/2021.

O serviço de consultoria realizado foi o de assessoramento/aconselhamento. Para este


trabalho, a equipe realizou pesquisa sobre as normas regulamentadoras da Lei nº 14.133/21
aplicáveis a contratações e jurisprudência correlata para a compatibilização e
complementação material da minuta da norma, além da análise textual com vistas a sanear
erros de grafia e aprimoramento da estrutura da norma.

Este relatório está estruturado em três seções, sendo a primeira esta introdução, na qual a
consultoria é contextualizada e as demais seções são apresentadas. A segunda seção
apresenta o resultado dos exames realizados, explicitando-se as contribuições indicadas. A
terceira seção apresenta informações sobre a publicação da Instrução Normativa pela SGD,
6
assim como um quadro-resumo abordando o nível de acatamento das contribuições desta
consultoria. Por fim, é apresentada a conclusão dos trabalhos.

RESULTADOS DOS EXAMES


A consultoria foi estabelecida por meio de planejamento inicial acordado entre a SGD e a
CGATI no qual destacava-se a necessidade de rápida resposta da CGATI devido ao prazo final
de vigência da Lei nº 8.666/93, em 1º de abril de 2023, considerando-se que a SGD deveria
publicar a nova Instrução Normativa antes dessa data, para viabilizar disponibilização
tempestiva de norma de contratação de soluções de TIC aderente à nova Lei de Licitações e
Contratos – Lei nº 14.133/21.

Dessa forma, os trabalhos de revisão e contribuições foram realizados no âmbito da CGATI,


sendo os resultados apresentados à SGD em 11 de novembro de 2022, na forma de planilha,
discriminando-se os dispositivos contendo as contribuições sugeridas pela equipe de
auditoria.

Os itens a seguir apresentam os resultados dos exames organizados conforme estrutura da


minuta da Instrução Normativa.

1. Dos Elementos Preliminares do Ato Normativo


1.1 – Quanto ao preâmbulo

A minuta de Instrução Normativa apresenta, em seu preâmbulo, a autoria e o fundamento de


validade do ato normativo, registrando-se a remissão apenas do Decreto nº 9.745, de 8 de
abril de 2019, do Decreto nº 7.579, de 11 de outubro de 2011, e da Lei nº 14.133, de 1º de
abril de 2021.

Com a finalidade de trazer maior completude ao ato normativo, sugere-se incluir os decretos
de regulamentação da Lei que foram citados no decorrer do texto normativo, de forma a
explanar a base jurídica na qual a Instrução está fundamentada, à semelhança da forma que
é tratada na IN SGD/ME nº 1/2019, a exemplo do Decreto nº 11.246, de 27 de outubro de
2022, e Decreto nº 10.947, de 25 de janeiro de 2022.

2. Das Disposições Gerais – Capítulo I


2.1 – Quanto à definição de Termo de Recebimento Provisório
7
No Inciso XXI do art. 2º da minuta da Instrução Normativa, consta a definição de Termo de
Recebimento Provisório. Todavia, o conceito não se encontra de forma completa conforme
preconiza a Lei nº 14.133/21.
Assim, recomenda-se completar a definição do Termo de Recebimento Provisório, nos termos
da alínea "a", Inciso II, do art. 140, da Lei nº 14.133/21, deixando claro que a verificação da
qualidade e conformidade é realizada após a emissão deste documento, conforme sugestão
de redação:

"XXI - Termo de Recebimento Provisório: termo detalhado declarando que os serviços foram
prestados ou declaração sumária de que as compras foram entregues, com verificação
posterior da conformidade do material com as exigências contratuais, de acordo com a alínea
"a" do inciso I, e alínea "a" do inciso II do art. 140 da Lei nº 14.133, de 2021, respectivamente;"

2.2 – Quanto à definição de Matriz de Alocação de Riscos

No Inciso XXIX do art. 2º da minuta da Instrução Normativa, consta a definição de Matriz de


Alocação de Riscos, um novo elemento trazido pela Lei nº 14.133/21.

Ao trazer todos os detalhes da definição da Matriz de Alocação de Riscos na IN, poderá haver
maior demanda à SGD quanto a pedidos de esclarecimentos do que seria "obrigações de
resultado", “orientações sobre frações do objeto que permitirá liberdade em inovação”,
"obrigações de meio", entre outros, sendo que uma possível regulamentação ou
detalhamento deste artefato seria em nível de contratações gerais, aplicáveis a qualquer
objeto, a ser editado pelo órgão central do SISG, a não ser que a SGD vislumbre especificidade
para objetos de TIC.

Assim, recomenda-se trazer apenas a definição básica da Matriz de Alocação de Riscos, já que
ela é referenciada no corpo da IN, deixando os detalhes a cargo da própria Lei, procedendo-
se à sua remissão, conforme sugestão de redação:

"XXIX - Matriz de Alocação de Riscos: cláusula contratual definidora de riscos e de


responsabilidades entre as partes e caracterizadora do equilíbrio econômico-financeiro inicial
do contrato, em termos de ônus financeiro decorrente de eventos supervenientes à
contratação, conforme disposto na Lei nº 14.133, de 2021."

2.3 – Quanto à responsabilidade civil objetiva da contratada

O art. 4º da minuta da IN trata de orientações sobre a contratação de serviços de avaliação,


mensuração ou apoio à fiscalização da solução de TIC.

8
Recomenda-se associar o dispositivo ao Decreto nº 11.246/2022 quanto à responsabilidade
objetiva da contratada, incluindo-se um novo parágrafo ou novo artigo. Alternativamente ao
texto sugerido a seguir, a remissão ao dispositivo do Decreto surtiria o mesmo efeito.

Sugestão de redação:

"A empresa ou o profissional contratado assumirá responsabilidade civil objetiva pela


veracidade e pela precisão das informações prestadas, firmará termo de compromisso de
confidencialidade e não poderá exercer atribuição própria e exclusiva de fiscal de contrato,
conforme dispõe o art. 26, do Decreto nº 11.246, de 27 de outubro de 2022."

2.4 – Quanto à ponderação dos índices de técnica e preço

No art. 5º da minuta da IN é informada a vedação de fixação de fatores de ponderação


distintos para os índices "técnica" e "preço" sem que haja justificativa para essa opção,
trazendo a ideia do estabelecimento de percentuais iguais para técnica e para preço como
regra.

Ocorre que a Lei nº 14.133/21 traz uma permissividade maior para a utilização de percentuais
maiores para a parte técnica no critério de julgamento técnica e preço, conforme excerto da
própria Lei:

Art. 36 ____
[...]
§ 2º No julgamento por técnica e preço, deverão ser avaliadas e ponderadas
as propostas técnicas e, em seguida, as propostas de preço apresentadas
pelos licitantes, na proporção máxima de 70% (setenta por cento) de
valoração para a proposta técnica.
(grifo nosso)

Assim, recomenda-se reavaliar a manutenção do dispositivo proposto na minuta da IN, uma


vez que a nova Lei traz disposição permissiva para maior percentual na parte técnica do
critério de julgamento técnica e preço.

2.5 – Quanto à carta de exclusividade emitida pelos próprios fabricantes

O texto proposto no Inciso XII do art. 5º da minuta da IN veda a aceitação de carta de


exclusividade emitida pelos próprios fabricantes, mantendo o comando existente na IN
SGD/ME nº 1/2019.

9
Todavia, verificou-se que a Lei nº 14.133/21, por meio do § 1º, art. 74, ampliou as formas de
comprovação da exclusividade de fornecimento do objeto, o que inclui atestado de
exclusividade, contrato de exclusividade e declaração do fabricante, devendo a Administração
Pública demonstrar a inviabilidade de competição para proceder com a contratação direta por
inexigibilidade.

Assim, para afastar o risco de incompatibilidade do dispositivo proposto (vedação de


aceitação de carta de exclusividade emitida pelos próprios fabricantes) frente à Lei nº
14.133/21 (que permite a utilização de atestado de exclusividade, contrato de exclusividade,
declaração do fabricante ou outro documento idôneo) para comprovar a exclusividade,
recomenda-se a supressão do dispositivo proposto para a IN.

3. Da Programação Estratégica de Contratações – Capítulo II


3.1 – Quanto à Plataforma gov.br

No Inciso III do art. 3º da minuta da IN, é definido que as contratações devem “estar integradas
à Plataforma de Cidadania Digital, nos termos do Decreto nº 8.936, de 19 de dezembro de
2016, quando tiverem por objetivo a oferta digital de serviços públicos”.

Ocorre que o Decreto nº 10.900, de 17 de dezembro de 2021, alterou alguns dispositivos do


Decreto nº 8.936, de 2016, trazendo nova redação para seu objeto: "Plataforma gov.br", em
vez de "Plataforma da Cidadania Digital".

Assim sugere-se a redação:

"III - integradas à Plataforma gov.br, nos termos do Decreto nº 8.936, de 19 de dezembro de


2016, e suas atualizações, quando tiverem por objetivo a oferta digital de serviços públicos."

4. Do Processo de Contratação – Capítulo III


4.1 – Quanto ao alinhamento da contratação ao PDTIC

No Inciso I do art. 10 da minuta da IN, é definido o fluxo inicial da fase de Planejamento da


Contratação, o que inclui o encaminhamento do Documento de Formalização de Demanda à
Área de TIC e a verificação do alinhamento da necessidade da contratação ao PDTIC do órgão
contratante.

Para maximizar a garantia do alinhamento da contratação à programação estratégica vigente,


recomenda-se incluir a palavra "vigente" ao dispositivo e, adicionalmente, incluir o termo
"registro do" para se manter o paralelismo da oração com elementos concretos a serem
encaminhados pela área requisitante, conforme sugestão de redação:
10
"I - Envio pela área requisitante para a área de TIC do: Documento de Formalização da
Demanda, utilizado para registrar a necessidade no PCA; registro do alinhamento da
necessidade ao PDTIC vigente e Indicação do integrante Requisitante;"

4.2 – Quanto à indicação da fonte dos recursos

A IN SGD/ME nº 1/2019, em seu art. 10, Inciso III, previa a necessidade de se registrar no
Documento de Oficialização de Demanda a indicação da fonte dos recursos para a
contratação, dispositivo que não foi replicado para a minuta da nova IN.

Sugere-se informar a motivação para exclusão deste inciso da nova IN, atentando-se para o
fato de que a indicação de fonte de recursos para a contratação se caracteriza como uma das
principais informações de viabilização de continuidade da contratação.

4.3 – Quanto aos padrões de governo

Na alínea “d”, Inciso II, do art. 11 da minuta da IN, são listados os modelos e padrões de
governo que devem ser observados nos estudos técnicos preliminares da contratação.

Ocorre que a SGD estabeleceu um padrão de interface para aplicações de governo – o Design
System – e que poderia constar no rol de padrões a serem observados nas contratações.

Conforme informações da página da SGD sobre o tema:

Sobre o Design System


O Padrão Digital de Governo apresenta os padrões de interface que devem
ser seguidos por designers e desenvolvedores para garantir a experiência
única na interação com os sistemas interativos."
Disponível em: https://www.gov.br/ds/introducao/sobre

O Padrão Digital de Governo foi uma proposta que surgiu a partir do sentimento comum
acerca da necessidade de oferecer uma experiência única ao cidadão que se relaciona com o
governo para acessar produtos e serviços públicos, notadamente mediante o portal Gov.Br.
Segundo o sítio eletrônico oficial, a iniciativa potencializa a eficiência e a eficácia dos usuários
na utilização de interfaces para acesso aos serviços e aos sistemas de Governo, possibilitando
uma única curva de aprendizado e garantindo a previsibilidade na utilização dos diferentes
sistemas.

Com efeito, além de facilitar a vida do usuário do serviço público, a adoção de um padrão de
interface de relacionamento entre o governo federal e a sociedade traz impactos positivos
que resultam na ampliação do acesso aos serviços públicos e que potencializam a
transformação digital. Assim, nos termos da Portaria SG/PR nº 540, de 8 de setembro de 2020,
11
que disciplina a implantação e a gestão do Padrão Digital de Governo dos órgãos e entidades
do Poder Executivo Federal, recomenda-se verificar a viabilidade de incluir o padrão de
interface Design System no rol de padrões de governo a serem observados nos processos de
contratação.

4.4 – Quanto à qualificação técnico-profissional e técnico-operacional

O art. 23 da minuta da IN trata da definição dos critérios de julgamento da proposta, que


deverão observar os arts. 33 e 62 da Lei nº 14.133/21.

Todavia, os elementos centrais relacionados à qualificação técnica para o julgamento da


proposta constam no 67 da Lei nº 14.133/21, que contém a documentação relativa à
qualificação técnico-profissional e técnico-operacional para a seleção do fornecedor.

Assim, recomenda-se incluir o art. 67 da Lei nº 14.133/21 na lista de remissões, por tratar da
documentação relativa à qualificação técnico-profissional e técnico-operacional.

4.5 – Quanto às atribuições do gestor do contrato

O Inciso I do art. 33 da minuta da IN trata das atribuições do gestor do contrato, à semelhança


do texto da IN SGD/ME nº 1/2019.

Ocorre que o gestor do contrato desempenha outras tarefas, descritas no art. 21, do Decreto
nº 11.246/2022, sendo que a ausência da sua remissão poderá levar à interpretação que o
gestor do contrato possui apenas as atribuições descritas neste Inciso do art. 33 da IN
(obrigações originárias da IN SGD/ME nº 1/2019).

Assim, recomenda-se a seguinte redação:

"I - a cargo do Gestor do Contrato, além do descrito no art. 21, do Decreto nº 11.246, de 2022:"

4.6 – Quanto às atribuições do fiscal técnico do contrato

O Inciso II do art. 33 da minuta da IN trata das atribuições do fiscal técnico do contrato, à


semelhança do texto da IN SGD/ME nº 1/2019.

Ocorre que o fiscal técnico do contrato desempenha outras tarefas, descritas no art. 22, do
Decreto nº 11.246/2022, sendo que a ausência da sua remissão poderá levar à interpretação
que o fiscal técnico do contrato possui apenas as atribuições descritas neste Inciso do art. 33
da IN (obrigações originárias da IN SGD/ME nº 1/2019).

12
Assim, recomenda-se a seguinte redação:

"II - a cargo do Fiscal Técnico do Contrato, além do descrito no art. 22, do Decreto nº 11.246,
de 2022:"

4.7 – Quanto às atribuições do fiscal administrativo do contrato

O Inciso IV do art. 33 da minuta da IN trata das atribuições do fiscal administrativo do contrato,


à semelhança do texto da IN SGD/ME nº 1/2019.

Ocorre que o fiscal administrativo do contrato desempenha outras tarefas, descritas no art.
23, do Decreto nº 11.246/2022, sendo que a ausência da sua remissão poderá levar à
interpretação que o fiscal administrativo do contrato possui apenas as atribuições descritas
neste Inciso do art. 33 da IN (obrigações originárias da IN SGD/ME nº 1/2019).

Assim, recomenda-se a seguinte redação:

"IV - a cargo do Fiscal Administrativo do Contrato, além do descrito no art. 23, do Decreto nº
11.246, de 2022:"

4.8 – Quanto ao Mapa de Gerenciamento de Riscos

O art. 38 da minuta da IN trata do gerenciamento de riscos, que deve ser realizado em


harmonia com a Política de Gestão de Riscos do órgão prevista na Instrução Normativa
Conjunta MP/CGU nº 1, de 10 de maio de 2016.

Para maior clareza, objetividade e materialização quanto ao alinhamento do gerenciamento


de riscos à Política de Gestão de Riscos, recomenda-se a seguinte redação:

"Art. 38. O gerenciamento de riscos deve ser realizado em harmonia com a Política de Gestão
de Riscos do órgão prevista na Instrução Normativa Conjunta MP/CGU nº 1, de 10 de maio de
2016, registrando-se o alinhamento no Mapa de Gerenciamento de Riscos."

5. Das Disposições Finais e Transitórias – Capítulo IV


5.1 – Quanto à cláusula de revogação

Não foi encontrada na minuta da IN cláusula de revogação expressa da IN SGD/ME nº 1/2019,


conforme dispõe o art. 18 do Decreto nº 9.191/2017 e Inciso I, do Art. 7º, do Decreto nº
10.139/2019.

13
Caso se opte pela realização do feito em momento posterior, lembrar de efetuá-lo de forma
expressa.

De toda forma, a ultratividade da norma a ser revogada poderá ser garantida com o texto já
proposto no parágrafo único do art. 43 da minuta da IN, em que os procedimentos autuados
ou registrados sob a égide do ordenamento jurídico anterior permanecerão vigendo para
aqueles processos de contratação já iniciados.

5.2 – Quanto à transição normativa

No Parágrafo Único do art. 45 da minuta da IN, consta disposição de regência da IN SGD/ME


nº 1/2019 para os procedimentos administrativos autuados ou registrados sob a égide da Lei
nº 8.666/93, da Lei nº 10.520/01 e da Lei nº 12.462/11.

Para maior clareza quanto ao alcance da norma a ser revogada, para que abarque os processos
de contratação de TIC em qualquer fase, inclusive gestão de contratos, recomenda-se o
seguinte texto:

"Parágrafo único. Permanecem regidos pela Instrução Normativa SGD/ME nº 1, de 4 de abril


de 2019, todos os processos administrativos autuados ou registrados sob a égide da Lei nº
8.666, de 21 de junho de 1993, da Lei nº 10.520, de 17 de junho de 2001, e da Lei nº 12.462,
de 4 de agosto de 2011, independentemente da fase do processo de contratação em que se
encontravam, se estendendo às demais fases, inclusive gestão do contrato e eventuais
renovações ou prorrogações de vigências contratuais."

6. Observações Gerais
Nesta seção são apresentadas as recomendações e sugestões sob os aspectos formais de
escrita e estruturação da norma.

6.1 – Quanto à remissão completa de norma

Para maior precisão, recomenda-se referenciar a primeira citação de norma (Decreto


10.947/2022) na forma completa, conforme dispõe a alínea "k", Inciso II, do art. 14, do Decreto
nº 9.191/2017:
Art. 14 ___
[...]
k) grafar a remissão aos atos normativos das seguintes formas:

14
1. “Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990”, na ementa, no preâmbulo e
na primeira remissão no corpo da norma.

Assim, sugere-se a seguinte redação para o Inciso X, do art. 2º:

"X - Documento de Formalização de Demanda: documento que contém o detalhamento da


necessidade da Área Requisitante da solução a ser atendida pela contratação, contendo no
mínimo as informações constantes do art. 8° do Decreto n° 10.947, de 25 de janeiro de 2022”.

6.2 – Quanto ao termo “Critérios de Julgamento”

A Lei nº 14.133/21 adota a nomenclatura “critérios de julgamento” em vez de “tipos de


licitação”, o que inclui: menor preço, maior desconto, melhor técnica ou conteúdo artístico,
técnica e preço, maior lance e maior retorno econômico.

Assim, recomenda-se alterar o termo "tipo" por "critério de julgamento" no Art. 5º, Inciso XI
da minuta de IN, conforme nova sistemática adotada na Lei nº 14.133/2021, constante no seu
art. 33 e demais referências no corpo da Lei, com a seguinte sugestão de redação:

"XI - nas licitações que utilizam o critério de julgamento técnica e preço:"

6.3 – Quanto à remissão de normas supervenientes (3 itens)

A IN SGD/ME nº 1/2019 já adotava o padrão de remissão de normas com a complementação


“e suas atualizações”, no intuito de prover maior segurança jurídica quanto aos fundamentos
de aplicação dos dispositivos em arcabouço normativo atualizado.

Assim, foram identificados três pontos na minuta da IN para a complementação textual:

No Inciso I do art. 6º, recomenda-se incluir o trecho "e suas atualizações", uma vez que a
Portaria SGD/ME nº 778/2019 já possui atualizações, e também para manter o padrão de
remissão de normas já adotado na IN SGD/ME nº 1/2019:

"I - em consonância com o PDTIC do órgão ou entidade, elaborado conforme Portaria SGD/ME
nº 778, de 4 de abril de 2019, e suas atualizações;"

No Inciso II do art. 6º, recomenda-se incluir o trecho "e suas atualizações", uma vez que o
Decreto nº 10.332/2020 já possui atualizações, e também para manter o padrão de remissão
de normas já adotado na IN SGD/ME nº 1/2019:

"III - alinhadas à Estratégia de Governo Digital, instituída pelo Decreto nº 10.332, de 28 de


abril de 2020; e suas atualizações; e"

15
No Inciso III do art. 6º, recomenda-se incluir o trecho "e suas atualizações", uma vez que o
Decreto nº 8.936/2016 já possui atualizações, e para manter o padrão de remissão de normas
já adotado na IN SGD/ME nº 1/2019:

"IV - integradas à Plataforma gov.br, nos termos do Decreto nº 8.936, de 19 de dezembro de


2016, e suas atualizações, quando tiverem por objetivo a oferta digital de serviços públicos."

6.4 – Quanto à estrutura da norma (3 itens)

O Capítulo II da minuta da IN, que trata da programação estratégica de contratações, possui


apenas dois artigos (art. 6º e art. 7º), sendo que o art. 7º está contido em uma subdivisão de
estrutura, em seção própria.

Assim, é importante verificar a pertinência de se manter uma seção para conter um único
dispositivo, o art. 7º, uma vez que este artigo poderia estar logo em seguida ao art. 6º, no
mesmo Capítulo, suprimindo-se a estrutura de seção, o que pode trazer mais clareza no
documento.

Já no Inciso IV, art. 10 da minuta da IN, constam as tratativas que devem ser realizadas pela
Área Administrativa na fase inicial do planejamento da contratação.

Recomenda-se a divisão deste item em dois tópicos, separando a indicação do integrante da


motivação para prosseguimento da contratação, conforme sugestão de redação:

“IV - Indicação do integrante Administrativo pela Área Administrativa;


V - Decisão motivada pela autoridade competente da Área Administrativa sobre o
prosseguimento da contratação; e"

Outro ponto de destaque são os diversos dispositivos do CAPÍTULO IV - DAS DISPOSIÇÕES


FINAIS E TRANSITÓRIAS - que tratam do PMC-TIC, negociações, e catálogos, que,
essencialmente, não são temas transitórios para constar neste capítulo.
Assim, recomenda-se avaliar se cabe seção própria para tratar do tema, ou incluir em seção
permanente no corpo da norma.

6.5 – Quanto à remissão à norma de sistema de registro de preços

O § 3º do art. 9º da minuta da IN trata de adesão a ata de registro de preços.

Recomenda-se registrar neste parágrafo a referência à Lei que substituiu as informações


dispostas no Decreto nº 7.892, de 2013, que trata do sistema de registro de preços. Sugere-
se que o texto seja reescrito como segue:

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"§ 4º O órgão ou entidade interessada em aderir a Ata de Registro de Preços deverá registrar
no Estudo Técnico Preliminar o ganho de eficiência, a viabilidade e a economicidade para a
administração pública federal da utilização da ata de registro de preços, em alinhamento ao
disposto no art. 86 da Lei nº 14.133, de 2022, § 2º e seus incisos."

6.6 – Quanto à remissão à Matriz de Alocação de Riscos da Lei nº 14.133/21

O § 6º do art. 38 da minuta da IN afirma que as informações geradas e tratadas no Mapa de


Gerenciamento de Riscos poderão ser utilizadas como insumos para a construção da Matriz
de Alocação de Riscos.

Para maior clareza, recomenda-se mencionar que a Matriz de Alocação de Riscos é um


instituto previsto na Lei nº 14.133/21, uma vez que não há maiores esclarecimentos ou
especificidades nesta IN sobre este documento.

Assim, sugere-se a redação:

"§ 6º As informações geradas e tratadas no Mapa de Gerenciamento de Riscos poderão ser


utilizadas como insumos para a construção da Matriz de Alocação de Riscos, prevista na Lei nº
14.133, de 2021."

6.7 – Quanto a correções de enumerações e de grafia (4 itens)

No § 10 do art. 9º da minuta da IN, são apresentadas as hipóteses de dispensa da elaboração


do Estudo Técnico Preliminar, com remissão a incisos do art. 75 da Lei nº 14.133/21.

Provavelmente, houve um equívoco na enumeração dos incisos, duplicando-se o Inciso VII, do


art. 75, da Lei nº 14.133/21, em que, aparentemente, figuraria o Inciso VIII, do mesmo artigo.

Assim, sugere-se a correção do § 10, do art. 9º da IN.

Já no Inciso V do art. 10 da minuta da IN, sugere-se registrar "Equipe de Planejamento da


Contratação" com as primeiras letras em maiúsculo, para padronizar conforme demais
menções na minuta.

No § 3º, art. 12 da minuta da IN, são feitas remissões a dispositivos da Lei nº 14.133/21.
Todavia, as remissões não foram realizadas de forma ordenada.

Assim, recomenda-se a enumeração crescente das remissões de artigos da mesma Lei,


conforme sugestão de redação:

“§ 3º A Equipe de Planejamento da Contratação avaliará, ainda, a necessidade de licitações e


contratações separadas para os itens que, devido a sua natureza, possam ser divididos em
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tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à
licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à
ampliação da competitividade sem perda da economia de escala, conforme disposto no § 2º
do art. 40, e inciso II do art. 47, da Lei nº 14.133, de 2021."

No art. 22 da minuta da IN, aparentemente houve um equívoco na enumeração dos


dispositivos, em que o Inciso XIV do art. 6º da Lei nº 14.133/21 é estranho à lista dos regimes
de execução do contrato (define o que são bens e serviços especiais), sendo mais apropriado
o inciso XXXI do art. 6º da Lei nº 14.133/21 (contratação por tarefa), para completar o rol de
regimes aplicáveis a contratos de soluções de TIC.

Assim, recomenda-se a correção do art. 22 da IN para constar os incisos da Lei nº 14.133/21


que tratam de regimes de execução do contrato.

RECOMENDAÇÕES
As recomendações, sugestões e reflexões aqui expostos sobre o teor da minuta da IN foram
objeto de análise e consideração por parte da equipe da Secretaria de Governo Digital – SGD,
que procedeu com a edição da versão final da IN e respectiva publicização.

No dia 29 de dezembro de 2022, foi publicada no Diário Oficial da União a IN SGD/ME nº 94,
de 23 de dezembro de 2022, que consubstanciou, entre outras, alterações oriundas desta
consultoria.

Tomando-se por base o texto publicado da IN e as recomendações e sugestões propostas


neste relatório de consultoria, chegou-se ao seguinte quadro-resumo quanto ao acatamento
ou não das contribuições:

Item Situação
1.1 – Quanto ao preâmbulo Não acatada
2.1 – Quanto à definição de Termo de Recebimento Provisório Acatada
2.2 – Quanto à definição de Matriz de Alocação de Riscos Não acatada
2.3 – Quanto à responsabilidade civil objetiva da contratada Acatada
2.4 – Quanto à ponderação dos índices de técnica e preço Acatada
2.5 – Quanto à carta de exclusividade emitida pelos próprios
Acatada
fabricantes
3.1 – Quanto à Plataforma gov.br Acatada
4.1 – Quanto ao alinhamento da contratação ao PDTIC Acatada
4.2 – Quanto à indicação da fonte dos recursos Não acatada

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4.3 – Quanto aos padrões de governo Acatada
4.4 – Quanto à qualificação técnico-profissional e técnico-operacional Acatada
4.5 – Quanto às atribuições do gestor do contrato Acatada
4.6 – Quanto às atribuições do fiscal técnico do contrato Acatada
4.7 – Quanto às atribuições do fiscal administrativo do contrato Acatada
4.8 – Quanto ao Mapa de Gerenciamento de Riscos Acatada
5.1 – Quanto à cláusula de revogação Acatada
5.2 – Quanto à transição normativa Não acatada
6.1 – Quanto à remissão completa de norma Acatada
6.2 – Quanto ao termo “Critérios de Julgamento” Não acatada
6.3 – Quanto à remissão de normas supervenientes (3 itens) Acatadas (3)
Acatada (1)
6.4 – Quanto à estrutura da norma (3 itens)
Não acatadas (2)
6.5 – Quanto à remissão à norma de sistema de registro de preços Acatada
6.6 – Quanto à remissão à Matriz de Alocação de Riscos da Lei nº
Acatada
14.133/21
6.7 – Quanto a correções de enumerações e de grafia (4 itens) Acatadas (4)

Verifica-se que 24 das 31 sugestões foram acatadas (77,4%), o que evidencia a importância do
serviço de consultoria para o aprimoramento da gestão pública.

Com relação aos itens não acatados, não se vislumbraram riscos relevantes quanto ao não
atendimento, pois a maioria tratou de questões redacionais, semântica ou de estruturação do
texto, que podem ser supridas por meio da integração com demais normas do arcabouço
normativo.

CONCLUSÃO
A consultoria foi finalizada com resultado satisfatório por parte da SGD, que acatou 77,4% (24
do total de 31) das sugestões de inclusão/alteração de dispositivos da nova instrução
normativa de contratação de soluções de TIC.

Entre as contribuições acatadas mais relevantes pode-se citar: (i) a retirada de dispositivo da
minuta de IN incompatível com a nova Lei de Licitações, em que o novo arcabouço jurídico-
normativo ampliou as formas de comprovação da exclusividade de fornecimento do objeto,
incluindo-se atestado de exclusividade por declaração do fabricante da solução; (ii) a correta
referência à nova Lei de Licitações quanto à qualificação técnico-profissional e técnico-

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operacional, sendo uma etapa crítica da fase de Seleção do Fornecedor, que visa a escolha do
licitante mais apto a prestar o serviço desejado pelo órgão ou entidade; (iii) a consideração de
normativos regulamentadores da nova Lei para trazer maior completude e clareza à norma, a
exemplo do rol de atribuições do gestor e fiscais do contrato trazidos pelo Decreto nº
11.246/2022; (iv) a adoção de padrão digital de governo em interfaces de aplicações, no
intuito de oferecer uma experiência única ao cidadão que se relaciona com o governo para
acessar produtos e serviços públicos digitais, trazendo padronização e previsibilidade na
utilização dos diferentes sistemas de governo; e (v) o aprimoramento do gerenciamento de
riscos, com o registro do alinhamento da contratação à Política de Gestão de Riscos do órgão
ou entidade contratante, com vistas a mitigar a adoção proforma do gerenciamento de riscos
em todas as fases da licitação.

A norma foi publicada no Diário Oficial da União no dia 29 de dezembro de 2022, com a
identificação de Instrução Normativa SGD/ME nº 94, de 23 de dezembro de 2022, que
consubstanciou, entre outras, alterações oriundas desta consultoria.

Um ponto de melhoria a ser considerado em futuras consultorias é o momento em que as


equipes da CGU se envolvem na discussão do ato administrativo alvo dos trabalhos. Percebeu-
se que, tomando-se conhecimento de forma tempestiva das normas a serem elaboradas no
exercício pela unidade auditada, as equipes de auditoria poderão estar mais preparadas no
sentido de prestar serviços com maior potencial de agregação de valor ao Sisp, trazendo mais
completude, clareza e objetividade em contribuições na produção normativa, além de
promover melhores análises para atuação sobre riscos.

Com a publicação da nova Instrução Normativa, vislumbra-se a compatibilização e o


preenchimento das lacunas normativas existentes no contexto das contratações de soluções
de TIC à luz da Lei nº 14.133/21, viabilizando-se, a partir disso, contratações aderentes às boas
práticas e controles que foram se agregando com a evolução das versões da norma, desde a
sua primeira edição, a IN SLTI/MP nº 4, de 19 de maio de 2008.

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