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Arquitetura e Urbanismo – Planejamento e Controle de Obras

Prof. Eng. Civil Rodrigo Uczak

CAPÍTULO 4
MODALIDADE DE OBRA PÚBLICA

3.1. OBJETIVO ESPECÍFICO: Ao término deste módulo você terá o conhecimento


sobre a modalidade de natureza de obra pública, seus conceitos, suas
particularidades e como deve ser conduzida o tratamento empresa/setor público e
também conhecerá as modalidades de seleção de empresas para a execução de
serviço.

3.2. INTRODUÇÃO

Fonte: http://materiaisvilanova.com.br/wp-content/uploads/2013/08/construcao-de-
ponte-betao-armado-san-francisco-eua.jpg

Desde o início das civilizações, a necessidade de edificações públicas e obras de


infraestrutura para atender as necessidades da população já é estudado, nos dias atuais
estas necessidades aumentaram muito, principalmente pelo tamanho e concentração
de pessoas em grandes centros. Além de moradia, local de trabalho, comercio,
indústrias a população tem necessidade de escolas, hospitais, estradas, ruas,
saneamento, edificações para a administração da cidade e todos os órgãos públicos
precisam de suas sedes. Então podemos dizer que estes empreendimentos, tem a
finalidade de atender as necessidades coletivas da população. E como o beneficiário
destes empreendimento é a população, este é pago com o dinheiro da população,
através do recolhimento de impostos diretos e indiretos, que cada cidadão tem o dever
de contribuir. Por isso a necessidade de controle e cuidado com o planejamento destas
obras é regida por leis especificas e órgãos específicos, para que todo o investimento
público empregado na obra seja corretamente empregado e que o serviço prestado para
a população seja o contratado.
Quando se trata de obra pública podemos imaginar todo o processo burocrático e todo
o tramite e suas aprovações para finalmente chegar na etapa de execução da obra, e
esse pensamento é correto. Podemos pegar como exemplo a construção de uma escola
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municipal, para atender a população de uma localidade. Primeiramente haverá uma


reinvindicação dessa necessidade daquela população, através de um representante
público esta reivindicação se tornará em projeto. Toda esta etapa de planejamento,
estudo, projetos, orçamentos e viabilidade poderá ser feita dentro do setor ou
departamento de engenharia municipal, mas também poderá ser contratado estes
serviços para que uma empresa ou pessoa física da iniciativa privada elabore. Após
aprovações internas será liberada verba para a execução. Então entra a etapa da
contratação da empresa que será responsável pela execução desta escola, através de
um processo específico de obras públicas, chamada licitação. E então chega a etapa
de execução, onde irá ter permanentemente a fiscalização dos órgãos competentes
para verificar a correta execução, conforme especificado em memoriais, para que
finalmente seja liberado o pagamento pelo serviço prestado.
Com este simples exemplo podemos mostrar de forma resumida, todo processo
necessário em empreendimentos de modalidade de obra pública.
As obras públicas além de suprir as necessidades coletivas da população, podemos
também considerar que é uma forma do setor público de gerar serviços para as
empresas da construção civil, que por sua vez vão empregar mais trabalhadores, onde
por consequência vão aumentar a circulação de dinheiro no comércio, indústria e outros
setores econômicos. E de conhecimento que o mercado do setor da construção civil
aquecido, também ajuda a alavancar outros mercados e também acaba sendo um
termômetro da economia de local.
Neste módulo vamos conhecer todo processo de planejamento, contratação e controle
das obras de construção civil, assim como vimos no módulo anterior sobre obras
particulares, veremos suas particularidades e especificações.
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3.3. CONCEITOS E DEFINIÇÕES NA OBRA PÚBLICA

Fonte:http://www.engenhariacivil.com/imagens/empreitada-obras-publicas.jpg

Podemos começar a definir o conceito de Obra Pública, onde segundo a Lei nº 8.666/93,
que rege as licitações e contratações públicas, obra pública é toda construção, reforma,
fabricação, recuperação ou ampliação de um bem público, a ser realizada no âmbito
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como
nos órgãos da Administração Direta e Indireta.
Ainda segundo a Lei nº 8.666/93 define os objetos de licitação, segue abaixo
Construção – é o gênero, sendo toda obra executada pelo homem para atender
determinado fim. No sentido técnico, significa executar um objeto projetado pela soma
de material e trabalho.
Edificação – é uma espécie de construção cuja destinação principal é o uso pelo
homem.
Reforma – trata da execução de melhoramento nas construções, colocando o objeto
em condições normais de uso ou funcionamento, sem alterar ou ampliar a sua
capacidade ou medidas originais.
Ampliação – trata-se de obra que preserva o projeto originário, mas amplia a área ou a
capacidade de construção.
Fabricação – processo através do qual se obtém peças prontas e acabadas para
utilização em outros objetos a serem executados.
Recuperação – quando refaz parcialmente a obra de modo que possa garantir a forma
e as características originais.
Serviços – segundo o inciso III do art. 6º da Lei nº 8.666/93, é toda atividade destinada
a obter determinada utilidade de interesse para a administração, tais como: demolição,
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conserto, montagem, instalação, operação, conservação, reparação, adaptação,


manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-
profissionais.
Serviços de Engenharia – são os serviços que só podem ser prestados por
profissionais ou empresas devidamente inscritas no Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia – CREA, e atendam às disposições da Lei Federal nº
5.194/66, que regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e
Engenheiro-Agrônomo.
Obras de grande vulto - segundo o inciso V do art. 6º da Lei nº 8.666/93, são aquelas
obras cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido
na alínea ‘c’ do inciso I do art. 23 da mencionada Lei. Atualmente esse valor corresponde
a R$ 37.500.000,00, ou 25 vezes R$ 1.500.000,00.
Objeto da licitação – é a obra ou o serviço de engenharia que a Administração tenciona
contratar.
Também podemos definir as obras públicas de execução direta ou indireta, onde
segundo inciso VII do art. 6º da Lei nº 8.666/93, execução direta é quando a obra ou
serviço é realizada pela própria Administração Pública, por seus órgãos e entidades, e
a execução indireta quando a Administração Pública é contratada um terceiro para
prestar o serviço de engenharia ou construir a obra, sob os regimes de:

- Empreitada por preço global – (nos termos da letra “a” do inciso VIII do art. 6º da Lei
nº 8.666/93) – é utilizada quando a Administração contrata a execução da obra ou
serviço de engenharia por preço certo e total. De modo geral, é o regime escolhido para
a contratação de objetos comuns, nos quais os quantitativos de materiais empregados
podem ser aferidos facilmente e estão sujeitos a poucas alterações durante a execução
da obra ou serviço;
- Empreitada por preço unitário – (nos termos da letra “b” do inciso
VIII do art. 6º da Lei nº 8.666/93) – é o regime de contratação utilizado para a execução
de obras ou serviços de engenharia por preço certo de unidades determinadas. Com
frequência é utilizado para a contratação cujo objeto apresente maior complexidade e
cujas quantidades de serviços e materiais em relação ás parcelas de maior relevância
e de valor significativo não são definidas de forma exata no instrumento convocatório ou
no orçamento básico;
- Empreitada por preço unitário – (nos termos da letra “b” do inciso VIII do art. 6º da
Lei nº 8.666/93) – é o regime de contratação utilizado para a execução de obras ou
serviços de engenharia por preço certo de unidades determinadas. Com frequência é
utilizado para a contratação cujo objeto apresente maior complexidade e cujas
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quantidades de serviços e materiais em relação ás parcelas de maior relevância e de


valor significativo não são definidas de forma exata no instrumento convocatório ou no
orçamento básico;
- Empreitada integral - (nos termos da letra “e” do inciso VIII do art. 6º da Lei nº
8.666/93) – é utilizada quando se pretende contratar o objeto em sua totalidade, isto é,
abrangendo a obra em sua totalidade, abrangendo todas as suas etapas, bem como, os
serviços e as instalações necessários. Neste regime de execução o contratado assume
a inteira responsabilidade pelo objeto até a sua entrega para a Administração, atendidos
todos os requisitos técnicos e legais para sua plena utilização.

Podemos de forma resumida mostrar o processo completo de uma obra que terá a
execução indireta, no fluxograma abaixo, mais a frente aprenderemos cada etapa.

FLUXOGRAMA RESUMIDO (EXECUÇÃO INDIRETA)

NECESSIDADES

PROGRAMAS DE OBRAS

ESTUDOS INICIAIS

PROJETOS

LICITAÇÃO

CONTRATAÇÃO

FISCALIZAÇÃO

RECEBIMENTO DA OBRA

Fonte: O Autor(2014)
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3.3.1 PRINCÍPIOS QUE REGEM A LICITAÇÃO

Apesar de existir leis especificas para regulamentar o processo licitatório, foi


estabelecido normas gerais pertinentes as obras e serviços de engenharia, para
favorecer a disputa justa e que seja visado o atendimento público, chamados de
princípios básicos dos procedimentos licitatórios. São eles:
- Princípio da Legalidade: vincula os licitantes e a Administração
Pública às regras estabelecidas nas normas e princípios em vigor;
- Princípio da Igualdade: significa dar tratamento igual a todos os interessados,
condição essencial garantidora da competição nos procedimentos licitatórios;
- Princípio da Impessoalidade: obriga a Administração a observar critérios objetivos
em todas as suas decisões, que devem ser previamente estabelecidos em edital ou
convite, afastando a discricionariedade e o subjetivismo na condução dos certames
licitatórios;
- Princípio da Impessoalidade: obriga a Administração a observar critérios objetivos
em todas as suas decisões, que devem ser previamente estabelecidos em edital ou
convite, afastando a discricionariedade e o subjetivismo na condução dos certames
licitatórios;
- Princípio da Publicidade: todos os atos praticados pela
Administração Pública em todas as fases do processo licitatório deverão ser divulgados,
de forma que qualquer interessado possa ter acesso às licitações públicas;
- Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório: obriga a
Administração e as licitantes participantes a observarem as normas e condições
estabelecidas no ato convocatório, ou seja, nada poderá ser feito no certame licitatório
sem que haja previsão no ato convocatório; e
- Princípio do Julgamento Objetivo: significa que o administrador público deve
observar critérios objetivos definidos no ato convocatório para julgar as propostas das
licitantes. Este princípio afasta a possibilidade do julgador utilizar-se de fatores
subjetivos ou de critérios não previstos no edital ou convite, mesmo que em benefício
da Administração.
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3.4 PLANEJAMENTO DE OBRAS PÚBLICAS

O planejamento também será necessário para obras públicas, pois terá a função de
atender os princípios básicos da administração pública. Sendo uma fase inicial pois nela
será definida muitos parâmetros e características, para que o empreendimento atinja a
eficiência e a viabilidade para que seja evitado desperdícios da verba destinada.

FLUXOGRAMA DA ETAPA DE PLANEJAMENTO

Necessidades

Programas de •PPA
Obras do •LDO
Governo •LOA

Recursos
Orçamentários

•Escolha do Local
Estudos Iniciais •Viabilidade

•Memorial Descritivo
•Orçamento
Projeto Básico •Especificações
•Plantas
•Licenças

Projeto
Executivo

Fonte: O Autor(2014)
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Através deste fluxograma podemos visualizar todas etapas de planejamento de uma


obra pública e seus itens. Agora podemos descrever cada etapa para sua melhor
compreensão.

3.4.1 NECESSIDADES

Todo empreendimento público vai surgir por uma necessidade da população, nesta fase
é levantada as prioridades pertinentes a população, para isso o gestor público verifica a
área de influência da obra e as áreas beneficiadas, deve verificar também o Plano
Diretor da Cidade e o Código de Obras, pois nelas estarão definidas padrões e
especificações de obras no local desejado.

3.4.2 PROGRAMAS DE OBRAS

Em seguida temos o programa de obras é a definição pela Administração do conjunto


de investimentos em obras e serviços de engenharia para determinado período,
considerando as prioridades elencadas. As obras a serem executadas devem estar
previstas, conforme o caso, no Plano Plurianual (PPA), na Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) ou na Lei Orçamentária Anual (LOA).
A execução das obras e dos serviços deve ser programada levando-se em conta seus
custos totais, e considerando-se os prazos completos para a sua efetivação.

3.4.3 RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS

Com esta etapa concluída passará para o Recurso Orçamentários, que avaliará a
segurança dos pagamentos dos serviços prestados gerados pela obra, de acordo com
o respectivo cronograma, tendo o risco de não poder licitar nos termos do inciso III do
§2° do art. 7° da Lei nº 8.666/93.
Também vale salientar quando houver criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação
governamental que acarrete aumento das despesas é necessário, conforme art. 16 da
Lei de Responsabilidade Fiscal:
a) estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em
vigor e nos dois subsequentes;
b) declaração do ordenador da despesa de que o aumento de despesa tem adequação
orçamentária e financeira com a Lei Orçamentária anual e compatibilidade com o Plano
Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias; e,
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c) que a estimativa seja acompanhada das premissas e metodologia de cálculo utilizado.

3.4.4 ESTUDOS INICIAIS

Fonte: http://www.opaengenharia.com.br/images/photos/17.jpg

Nesta etapa começará o planejamento da obra propriamente dito, com analises iniciais,
de como será realizado, dimensões, padrão de acabamento, equipamentos, custo-
benefício, materiais e técnica construtiva.
O processo será iniciado primeiramente com a escolha do local destinado ao
empreendimento, que deverá ser compatível e que atenda o programa de necessidades
da população local. Começando pela sondagem do terreno para ver a capacidade de
suporte da obra.
Após todo este levantamento técnico do local, deverá ser observado, os aspectos
financeiros e a viabilidade junto aos órgãos ambientais, para que se tenha ciência do
impacto que causará a execução e a ocupação do empreendimento planejado. Sendo
assim é feita aquisição do imóvel caso o imóvel não seja de propriedade pública.

3.4.5 PROJETO BÁSICO

Os projetos fazem parte da etapa de planejamento tendo muita importância, pois dele
vai seguir todos os levantamentos efetuados anteriormente para assim definir as
características principais do empreendimento.
Segundo o inciso IX, do art. 6º da Lei nº 8.666/93, é o conjunto de elementos necessários
e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço,
elaborado com base nos estudos iniciais. O projeto básico tem como finalidade garantir
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a viabilidade técnica e o adequado tratamento ambiental, possibilitando a avaliação


detalhada do custo da obra e a definição dos métodos, bem como do prazo de execução.
Podemos citar algumas das funções que um projeto básico pode atender:
a) Identificar todos os elementos constitutivos da obra;
b) O desenvolvimento da solução de engenharia escolhida, de forma a fornecer a visão
global da obra;
c) Identificar as soluções técnicas de forma detalhada;
d) Identificar os tipos de serviços a executar e os tipos de materiais e equipamentos
necessários, bem como suas quantificações e especificações;
e) Definir o prazo de execução;
f) Avaliar o custo da obra;
g) Fornecer dados para a realização de estudos de métodos construtivos, instalações
provisórias e condições organizacionais da obra; e
h) Fornecer dados para a montagem do plano de licitação, gestão e fiscalização da obra.
Para que não haja dúvidas e falta de informações neste projeto o art. 12 da Lei nº
8.666/93 o projeto básico deve observar os seguintes requisitos:
a) segurança da obra e sua funcionalidade;
b) adequação ao interesse público;
c) economia;
d) possibilidade do uso de recursos locais;
e) facilidade sem prejuízo da durabilidade da obra;
f) impacto ambiental; e
g) adoção das normas técnicas de saúde e segurança do trabalho.

Assim garantindo que o projeto realmente contemple o proposto e garanta viabilidade e


problemas futuros com sua ocupação.
O projeto básico deve estar composto pelos seguintes elementos:
- Orçamento detalhado ou analítico;
- Memorial descritivo – detalhamento do objeto projetado, as soluções técnicas
adotadas, as justificativas e todas as informações complementares para o entendimento
dos desenhos;
- Caderno de encargos ou especificações técnicas - texto no qual se determina todo o
regramento e condições para execução da obra, caracterizando os materiais, os
equipamentos, os componentes, os sistemas construtivos a serem aplicados e o modo
de execução;
- Plantas de localização do empreendimento;
- Levantamento topográfico;
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- Plantas, cortes e perfis da obra;


- Projeto arquitetônico;
- Estudos geológicos (incluindo o laudo de sondagem do terreno, ensaios de campo ou
ensaios de laboratório), para definição dos parâmetros do solo ou rocha;
- Projetos de fundações;
- Projetos de estrutura (com base também nos estudos de sondagem), projetos de
instalações prediais, etc;
- Registro de Anotação de Responsabilidade Técnica - ART dos projetos, assinado por
profissionais capacitados e habilitados pelo CREA;
- Alvarás para construir; e
- Licença Ambiental Prévia (LAP ou LP).

3.4.6 PROJETO EXECUTIVO

Segundo o inciso X, do art. 6º da Lei nº 8.666/93, o projeto executivo trata do conjunto


dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, de acordo com
as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, com
todos os pormenores e detalhes do método construtivo e do orçamento, permitindo o
conhecimento preciso do custo real da obra. O projeto executivo aprimora o básico e
este inclui os projetos complementares, como: hidrosanitário, elétrico/logica, prevenção
contra incêndio e etc.
Esta etapa será permitida a sua elaboração concomitante a execução da obra e poderá
ser executado tanto com o corpo técnico público, como poderá ser contratado outro
profissional devidamente habilitado para elaboração destes projetos. Este ficará
responsável em elaborar os demais projetos em compatibilização com o projeto básico
fornecido.
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3.5 SELEÇÃO E CONTRATAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Fonte: http://frea.edu.br/site/wp-content/uploads/2013/05/licitacao.jpg

Terminado a Etapa de planejamento iniciasse a etapa de licitação, que terá a função de


escolher qual a empresa responsável pela execução da obra.
A licitação, por ser um procedimento formal, será iniciada com a abertura de processo
administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização
do administrador público, depois de verificada a viabilidade e a necessidade da futura
contratação.
As licitações são regidas pela Lei Federal no 8666, de 21/06/1993, Tendo suas Fases
na seguinte ordem para a Administração e os licitantes:
- Edital;
- Exame de documentação e propostas;
− Habilitação dos licitantes;
− Julgamento das propostas;
− Adjudicação ao vencedor;
− Homologação;
− Contratação.

3.5.1 MODALIDADES DE LICITAÇÃO

Modalidade de licitação é a forma específica de conduzir o procedimento


licitatório, a partir de critérios definidos em lei. O valor estimado para contratação é o
principal fator para escolha da modalidade de licitação, exceto quando se trata de
pregão, que não está limitado a valores.
Além do leilão e do concurso, as demais modalidades de licitação admitidas são
exclusivamente as seguintes:
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- CONCORRÊNCIA: podem participar quaisquer interessados que na fase de


habilitação preliminar comprovem possuir requisitos mínimos de qualificação exigidos
no edital para execução do objeto da licitação.

- TOMADA DE PREÇOS: realizada entre interessados devidamente cadastrados ou


que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia
anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

- CONVITE: Modalidade realizada entre interessados do ramo de que trata o objeto da


licitação, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela Administração. A
Administração escolhe quem quer convidar, entre os possíveis interessados,
cadastrados ou não. A divulgação deve ser feita mediante afixação de cópia do convite
em quadro de avisos do órgão ou entidade, localizado em lugar de ampla divulgação.

- PREGÃO: É a disputa pelo fornecimento de bens e serviços comuns é feita em sessão


pública. Os licitantes apresentam suas propostas de preço por escrito e por lances
verbais, independentemente do valor estimado da contratação.
Ao contrário do que ocorre em outras modalidades, no Pregão a escolha da proposta é
feita antes da análise da documentação, razão maior de sua celeridade.

3.5.2 ESCOLHA DA MODALIDADE DE LICITAÇÃO

A escolha das modalidades concorrência, tomada de preços, e convite é definida


pelos seguintes limites:
- Concorrência: Obras e serviços de engenharia acima de R$ 1.500.000,00.
- Tomada de Preços: Obras e serviços de engenharia acima de R$ 150.000,00 até R$
1.500.000,00.
- Convite: Obras e serviços de engenharia acima de R$ 15.000,00 até R$ 150.000,00.

3.5.3 TIPOS DE LICITAÇÃO

Tipo é o critério de julgamento utilizado pela Administração para seleção da


proposta mais vantajosa.
Os tipos de licitação mais utilizados para o julgamento das propostas são os
seguintes:
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- MENOR PREÇO: critério de seleção em que a proposta mais vantajosa para a


Administração é a de menor preço. É utilizado para compras e serviços de modo geral
e para contratação e bens e serviços de informática, nos casos indicados em decreto
do Poder Executivo.

- MELHOR TÉCNICA: Critério de seleção em que a proposta mais vantajosa para a


Administração é escolhida com base em fatores de ordem técnica. É usado
exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial
na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de
engenharia consultiva em geral, e em particular, para elaboração de estudos técnicos
preliminares e projetos básicos e executivos.

- TÉCNICA E PREÇO: Critério de seleção em que a proposta mais vantajosa para a


Administração é escolhida com base na maior média ponderada, considerando-se as
notas obtidas nas propostas de preço e de técnica. É obrigatório na contratação de bens
e serviços de informática, nas modalidades tomada de preços e concorrência.
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3.6 CONTRATAÇÃO

Fonte: http://easyartigos.com.br/wp-content/uploads/2013/09/contratar.jpg

Após licitação realizada, com o julgamento feito dentro de todas as regras de licitação,
escolhe-se a melhor proposta e então parte para a próxima etapa de uma obra pública,
a etapa de contratação.
O Contrato administrativo é todo e qualquer acordo entre órgãos e entidades da
administração pública e os particulares, determinando requisitos para se criar o vínculo
de criação e de obrigações entre as partes.
De modo geral o contrato preverá que a administração pública tem o dever de fiscalizar
a execução da obra conforme contrato e parte particular de se executar conforme
normas e especificações previsto no projeto básico da licitação. Sendo necessário itens
documentais iniciais para que seja liberado o início da prestação de serviço, são eles:
- a ART - Anotação de Responsabilidade Técnica dos responsáveis técnicos pela
execução do contrato;
- a Licença Ambiental de Instalação e Operação, nos casos previstos em Lei;
- estar de posse dos alvarás de construção;
- estar de posse das autorizações das concessionárias de luz, água e telefonia, bem
como do corpo de bombeiros;
- o Certificado de Matrícula referente à obra junto ao INSS (CEI da obra);
- a Ordem de serviço;
- garantia de execução;
- autorizações exigidas em obras com características especiais (ex: patrimônio
histórico-cultural – IPHAN, FUNAI, etc).
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Haverá inúmeros critérios e clausulas especificas e obrigatórias, para elaboração do


contrato, que deverá obedecer prazos de publicação específicos, também deverá ser
previsto outros itens como: Responsabilidade da contratante e da contratada, alterações
contratuais previstas, limites de acréscimos ou de supressões contratuais, prorrogações
e reajustes contratuais, aditivos, penalidades, rescisões e etc...

3.7 FISCALIZAÇÃO

Fonte:
http://comunidade.maiscomunidade.com/upload/foto/c/8/c8b273eb4899632eb66976b2
ce8959b9a3049967

Na sequência do processo teremos o início da obra e por consequência o início da


fiscalização. A Lei nº 8.666/93 trata nos arts. 67 e 68 da fiscalização da obra. Exige que
a execução dos contratos seja acompanhada e fiscalizada por um representante da
Administração, especialmente designado.
O fiscal do contrato deve conhecer as regras estabelecidas no procedimento licitatório
e no contrato e seus anexos (orçamento, projeto básico e executivo, especificações
técnicas e memoriais descritivos), de modo que possa ter subsídios para acompanhar
o andamento da obra e zelar pela fiel execução do empreendimento.
Uma das funções do fiscal é a medição, que é o registro dos quantitativos de serviços
efetivamente realizados, claro que sempre de acordo com descrito e especificado do
projeto contratado.
Os serviços são medidos geralmente mensalmente, onde é feito todo o levantamento
do que foi cumprido com o auxílio do orçamento, para que seja feito o levantamento dos
valores que deverão ser pagos naquele período.
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Assim, as medições devem ser assinadas em conjunto pelo fiscal da obra da


Administração Pública, pelo preposto da empresa executora, e quando houver, pelo
representante da empresa consultora.
Então após verificação de obrigações trabalhistas e demais documentações, como
nota fiscal por exemplo é liberado o pagamento da medição conferida.

3.8 RECEBIMENTO DA OBRA

Fonte: http://exame3.abrilm.com.br/assets/images/2011/11/44293/size_590_chave-
aluguel.jpg?1321895162

Por fim após a conclusão da obra, entra na fase de recebimento da obra, onde
inicialmente a entrega será considerado como provisória assim descrita na alínia “a”, I,
do art. 73, da Lei 8.666/93, que diz que será provisoriamente recebido pelo responsável
pela fiscalização mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes no prazo de
até 15 (quinze) dias da comunicação escrita pela contratada de que a obra foi finalizada.
Conforme descrito o art. 69 da Lei nº 8.666/93 a contratada é obrigada a reparar, corrigir,
remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do
contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução
ou de materiais empregados.
Verificado toda esta etapa finalmente segue para o recebimento definitivo, onde
acertado todos os itens, caso houver correções, o projeto “as built”, caso previsto em
edital e todas as licenças finais, irá ser considerado como obra entregue, e pago a última
parcela da obra.

SUGESTÃO DE LEITURA
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Caros Alunos, para uma maior compreensão do conteúdo, estes textos complementares
são artigos publicados, onde é tratado a respeito das Obras Públicas, a realidade
encontrada nos dias atuais.

Leia os textos a seguir:

Artigo publicado por Romiro Ribeiro, A Lenta evolução da gestão de obras públicas no
Brasil, disponível em: http://romiroribeiro.jusbrasil.com.br/artigos/111838241/a-lenta-
evolucao-da-gestao-de-obras-publicas-no-brasil-1

Artigo publicado pela Engenheira Civil Simone Marotta de Azevedo, Melhoria da


qualidade das obras públicas municipais, disponível em :
http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/702

3.9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

E fundamental todo este tramite e a passagem de todas estas etapas, de uma obra
pública, pois garantirá a satisfação da necessidade percebida pela população e o uso
devido da verba pública, pois se a administração pública conseguir uma ótima eficiência
junto ao contratado, haverá a possibilidade de economia e a realização de mais obras
necessárias. A Avaliação de prioridades também é importante, pois esta destinação de
verba não pode ser feita de forma irresponsável, pois o maior prejudicado será a própria
população.
Esta modalidade de obra conforme podemos estudar, deverá por seus administradores
e contratados o total respeito e consideração, pois o objeto de contrato trata-se de
patrimônios públicos que além de ser utilizados pela população, também será paga por
ela. Não devemos ser displicentes com relação a qualidade e precisão do que foi
projetado, pois a leis rígidas que amparam o correto cumprimento do que foi contratado.
Agora que pudemos entender melhor sobre a modalidade de obras públicas, solicito que
faça a atividade proposta. No próximo módulo iremos estudar sobre os contratos da
construção civil, onde entenderemos como é elaborado e todos os itens que devem ser
previsto para não haver injustiças e Prejuízos pelos interessados do empreendimento.
Bons estudos!

3.7 REFERÊNCIAS

Lei n.º 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração
Pública e dá outras providências. Disponível em:<http//www.planalto.gov.br>. Acesso
em: 28 jun.2014.

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