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CURSO ON-LINE – AUDITORIA DE OBRAS DE EDIFICAÇÕES P/ TCU

PROFESSOR: ANDRÉ VITAL


AULA 01

PROJETOS DE OBRAS CIVIS

INTRODUÇÃO.

Bem vindos a nossa Aula 01.

Nesta aula falaremos dos seguintes temas:

AULA 1 PROJETOS DE OBRAS CIVIS


ARQUITETÔNICOS
ESTRUTURAIS
Concreto Armado - inclusive protendido
Estruturas Metálicas - inclusive para coberturas
PROJETOS ESPECIAIS
Ar-condicionado
Exaustão/Ventilação
Elevadores
Esteiras/Escadas Rolantes
ESPECIFICAÇÕES DE MATERIAIS E SERVIÇOS

Trataremos de noções gerais sobre os projetos de uma obra de edificações, incluindo algumas
definições das normas técnicas e os principais conceitos legais sobre o projeto. Sempre atentos à
abordagem das provas do Cespe sobre o assunto.

Muitos aspectos construtivos das edificações ligados aos projetos serão abordados posteriormente,
sobretudo na Aula 4. Mesmo sendo assuntos possíveis de serem tratados dentro de uma aula de
“projetos” (por serem aí definidos), ficaria muito extensa a tentativa de detalhar vários aspectos dos
diversos projetos de uma edificação dentro dessa aula sobre projetos.

Por ora, vamos discutir os aspectos mais genéricos sobre os projetos e sobre as especificações de
materiais e serviços.

Primeira observação acerca dos projetos

É obrigatório o recolhimento da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) de todos os


Projetos, de todos os Responsáveis Técnicos (arquitetos e/ou engenheiros) junto ao Conselho
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Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA. O profissional que elabora o projeto
é o AUTOR do trabalho. Caso haja vários profissionais envolvidos todos serão co-autores.

LEI Nº 6.496/77: Todo contrato, escrito ou verbal, para a execução de obras ou prestação de
quaisquer serviços profissionais referentes à Engenharia, à Arquitetura e à Agronomia fica sujeito
à "Anotação de Responsabilidade Técnica" (ART).

É considerado exercício ilegal da profissão:

Ausência de ART: profissional ou pessoa jurídica que deixa de registrar a Anotação de


Responsabilidade Técnica referente à atividade desenvolvida;

Pessoa física que exerce atividade técnica reservada a profissional habilitado nos termos da Lei nº
5.194, de 1966, e que não possui registro no Crea;

Pessoa jurídica sem registro no Crea (com objetivo pertinente às atividades sujeitas à fiscalização
dos Creas)

Acho muito importante, antes de tudo, olharmos para as definições de projeto existentes na
iniciativa privada e as dadas pela Lei nº 8.666/93, voltada à administração pública.

INICIATIVA PRIVADA

Não há tanta preocupação com o conceito “projeto básico” na iniciativa privada, embora ele exista.
Mas vamos dar uma olhada em alguns pontos da Resolução/Confea n.º 361/91, que apresentou a
seguinte definição para projeto básico:

Resolução/Confea n.º 361/91

Art. 1º - O Projeto Básico é o conjunto de elementos que define a obra, o serviço ou


o complexo de obras e serviços que compõem o empreendimento, de tal modo que
suas características básicas e desempenho almejado estejam perfeitamente definidos,
possibilitando a estimativa de seu custo e prazo de execução.

Art. 2º - O Projeto Básico é uma fase perfeitamente definida de um conjunto mais


abrangente de estudos e projetos, precedido por estudos preliminares, anteprojeto,
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estudos de viabilidade técnica, econômica e avaliação de impacto ambiental, e
sucedido pela fase de projeto executivo ou detalhamento.

...
Art. 3º - As principais características de um Projeto Básico são:

a) desenvolvimento da alternativa escolhida como sendo viável, técnica, econômica e


ambientalmente, e que atenda aos critérios de conveniência de seu proprietário e da
sociedade;
...
f) definir as quantidades e os custos de serviços e fornecimentos com precisão
compatível com o tipo e porte da obra, de tal forma a ensejar a determinação do
custo global da obra com precisão de mais ou menos 15% (quinze por cento);
...
Art. 7º - Os autores do Projeto Básico, sejam eles contratados ou pertencentes ao
quadro técnico do órgão contratante, deverão providenciar a Anotação de
Responsabilidade Técnica - ART, instituída pela Lei Federal nº 6.496, de 07 DEZ
1977, e regulamentada através de Resoluções específicas do Conselho Federal de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CONFEA.

Observações:

1 – Note que a noção de projeto executivo está associada ao detalhamento do projeto básico;

2 - Veremos logo abaixo que a Lei 8.666/93 não fala dessa margem de precisão de mais ou menos
15% (quinze por cento), explicita na conceituação do Confea.

Veja que tal tema constou em uma prova (não foi do Cespe):

(Analista Judiciário-Engenharia, TRE/SC) Disponível em http://www.consulplan.net/provas/TRE-


SC/ENGENHARIA%20PROVA%202%20-%20AZUL.pdf)

Resposta: letra C. De fato a Resolução do Confea estabelece esta precisão na determinação do custo
global da obra. Repare que o Projeto Básico da questão é genérico. Não se deve confundir essa
precisão com os limites para acréscimos e supressões nas obras, serviços ou compras dados pela Lei

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8.666/93 (até 25% do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de
edifício ou de equipamento, até o limite de 50% para os seus acréscimos. SE houver acordo
celebrado entre os contratantes, as supressões poderam ser maiores do que os limites acima).

OBS: Embora eu não tenha encontrado questões do Cespe a esse respeito, a aplicação do conceito
estabelecido pela resolução do Confea foi objeto de algumas discussões no TCU, portanto, achei
importante comentar essa resolução em nossa aula.

Você deve estar se perguntando: Afinal, podemos admitir na administração pública uma margem de
erro para os projetos básicos?

Bem. No TCU já ouvi que não (de jeito nenhum) e também que sim, já que é impossível prever
tudo de uma obra com exatidão (de fato não dá para antever com exatidão as quantidades dos itens,
ou mesmo a existência de todos eles. Contudo, se o projeto apresentar erros grosseiro, trata-se do
caso de responsabilizar o autor desse projeto, caso em decorrência desses erros ocorra algum
prejuízo ao erário.

Acho que o Cespe somente poderá cobrar esse tema, de forma similar à questão acima, se definir
que é “com base na Resolução nº 361/91 do Confea”, nesse caso responda “CERTO”

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A Administração Pública segue o mandamento da Lei n.º 8.666/1993:

Lei n.º 8.666/1993.

Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:

(...)

IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de


precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou
serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos
técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado
tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação

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do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter
os seguintes elementos:

a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e


identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;

b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a


minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de
elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem;

c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a


incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores
resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua
execução;

d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos,


instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o
caráter competitivo para a sua execução;

e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo


a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros
dados necessários em cada caso;

f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de


serviços e fornecimentos propriamente avaliados;

X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes à


execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação
Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;

ATENÇÃO PARA A SEGUINTE SEQUÊNCIA PARA A REALIZAÇÃO DE UMA


LICITAÇÃO E PARA A EXECUÇÃO DA OBRA OU PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS (LEI
8.666/93)

Art. 7º As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços


obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência:

I - projeto básico;

II - projeto executivo;

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III - execução das obras e serviços.

§ 1º A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da conclusão e


aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às etapas
anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido
concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que também
autorizado pela Administração.

Obs:

Para um bom entendimento das etapas seguintes, assim como das definições normativas, é
bom dar uma olhada no seguinte:

A NBR 12722 faz a Discriminação de serviços para construção de edifícios e estabeleceu Quatro
fases na realização de um empreendimento de construção de edificações:

estudos preliminares: “Fase de planejamento do empreendimento”; os estudos da viabilidade,


escolha de lugar, etc., normalmente compreendidos na “Consultoria de empreendimento”;
autorizados pelo “Responsável pelo empreendimento.

projeto: “Fase de planejamento de construção”

construção: efetiva construção da obra projetada

recebimento: verificação do adequado funcionamento da edificação e sua entrega formal ao


proprietário.

Falando em recebimento, é bom atentar para o seguinte: Se a Administração Pública contratar a


elaboração dos projetos, ela também terá que fazer o “recebimento” desses projetos, que, aliás,
sendo provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra
ou do serviço por parte dos autores.

No recebimento do objeto faz a atestação técnica que é um o registro formal de recebimento


provisório promovido pelo fiscalizador, com ciência do contratado, que significa o
reconhecimento do cumprimento técnico do objeto ou de cada parcela remunerável do objeto,
segundo o cronograma físico-financeiro. É o elemento imprescindível para que a área
administrativa promova o ato de liquidação da despesa .
DICA: Ler art. 73 da Lei 8.666/93 e ver os casos de dispensa do recebimento provisório - Art. 74
da Lei 8.666/93

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O ideal é que a obra seja licitada com a existência do projeto executivo (o TCU recomenda essa
prática). Porém, A LEI NÃO EXIGE O PROJETO EXECUTIVO PARA A REALIZAÇÃO DA
LICITAÇÃO.

Veja bem: O PROJETO EXECUTIVO É NECESSÁRIO PARA A EXECUÇÃO DA OBRA, MAS


PODERÁ SER DESENVOLVIDO APÓS A LICITAÇÃO, CONCOMITANTEMENTE COM A
EXECUÇÃO.

Mas, afinal, o que é o Projeto Executivo?

Podemos dizer que o projeto executivo é o conjunto de informações do Projeto Básico com os
DETALHAMENTOS. Conjunto este NECESSÁRIO À EXECUÇÃO.

Nos moldes da Lei 8.666/93, as obras e os serviços somente podem ser licitados quando houver
o Projeto Básico aprovado. Também o orçamento detalhado em planilhas que expressem a
composição de todos os seus custos unitários (art. 7º, § 2º).

Note que a lei limita as possibilidades de alterações contratuais, durante a execução:

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas
justificativas, nos seguintes casos:

(...)

§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os


acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25%
(vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso
particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50%
(cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.

§ 2 º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no


parágrafo anterior, salvo: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998 – acrescentou
a palavra “salvo” e o inciso II, abaixo)

II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. (Incluído


pela Lei nº 9.648, de 1998)

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Observações:

1 – A precisão descrita pela Lei 8.666/93 para o projeto básico é subjetiva: com nível de precisão
adequado.

2 – A lei “funde” nos estudos técnicos preliminares os estudos da viabilidade técnica e o tratamento
do impacto ambiental.

3 – Um dos objetivos do projeto básico é o de MINIMIZAR reformulações nas fases de


elaboração do projeto executivo e de execução.

4 - Para acréscimos ou supressões até os limites estabelecidos na Lei pode ser determinado
unilateralmente pela Administração. Fora desses limites, tem que ter acordo com o contratante
(imagine o contratado vendo o objeto ser reduzido drasticamente...).

5 – Entre os elementos do projeto básico descritos nas alíneas de “a” até “f” do inciso IX, preste
mais atenção para as ESPECIFICAÇÕES, que, via de regra, não devem frustrar o caráter
competitivo do certame e no ORÇAMENTO DETALHADO, que abordaremos na próxima aula.

QUESTÕES

(Adv. Da União, AGU, CESPE/2004)

A respeito de licitação, contrato administrativo e convênio administrativo, julgue os itens que se


seguem.

11- A licitação para a contratação de construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação de


determinado bem público exige, como condições específicas para a sua regularidade, a definição
prévia de um projeto básico e a existência de um projeto executivo, podendo ser este desenvolvido
concomitantemente com a execução da obra, desde que autorizado, de forma fundamentada, pela
administração pública.

Item CERTO. Conforme definido no art. 7º, § 1º, o projeto executivo poderá ser desenvolvido
concomitantemente com a execução das obras e serviços.

Quanto à exigência de fundamentação para que o projeto executivo seja desenvolvido após o início
da obra advém da necessidade legal de motivação dos atos. O natural e desejável e que o projeto
executivo esteja pronto antes do início da obra, contudo, a celeridade muitas vezes também é
desejada (motivo). Veja que o art. 7º logo diz que as licitações obedecerão à seqüência: projeto

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básico; projeto executivo e execução das obras e serviços, depois abre uma exceção para o projeto
executivo, permitindo que o seu desenvolvimento seja concomitante com a obra. Vale observar que,
logicamente, para cada etapa a ser feita na construção o projeto executivo em desenvolvimento já
deverá apresentar os elementos necessários à execução.

(Inspetor de Obras Públicas, TCE/PE, CESPE/2004)

Considerando que os orçamentos de construções civis devem ser elaborados com o máximo cuidado
e rigor, de forma a refletirem fielmente os custos associados a obras e serviços, julgue os itens a
seguir.

41 - Os projetos executivos e os memoriais descritivos das obras são necessários para a elaboração
do orçamento de uma construção.

ERRADO (após alteração do gabarito). O gabarito do Cespe foi alterado de C para E, pois os
projetos executivos e memoriais descritivos, embora possam auxiliar a orçamentação, não são
necessários, uma vez que o projeto básico deve ser de tal forma (assim a lei exige) que pode ser
utilizado para a elaboração do orçamento.

Se a questão tivesse dito que “Os projetos executivos e os memoriais descritivos das obras são
importantes ou suficientes para ...” o item seria verdadeiro. Como vimos, o projeto executivo é
mais detalhado do que o projeto básico, mas este já é suficiente para a elaboração do orçamento
detalhado, exigido pela lei. Certamente o projeto executivo, em geral tornará mais precisa a
previsão das quantidades de serviços e, consequentemente, viabiliza um orçamento melhor.

Quanto ao Memorial Descritivo, trata-se de uma peça comum no meio técnico. Veja a observação
abaixo.

Obs:

O glossário do Assistência Técnica da Caixa Econômica Federal


(http://www1.caixa.gov.br/gov/gov_social/municipal/assistencia_tecnica/glossario.asp) define dois
tipos de memoriais descritivos:

MEMORIAL DESCRITIVO: Conjunto de informações técnicas quanto aos materiais a serem


empregados na execução da obra.

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MEMORIAL DESCRITIVO COM ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA: Descritivo que define, de modo


claro e preciso, todas as obras/serviços, materiais, equipamentos e processos construtivos utilizados
na execução do empreendimento, com especificações técnicas detalhadas de forma a
complementar as informações constantes dos projetos, estabelecendo bases seguras para a
formulação e análise dos orçamentos.

Esse mesmo glossário define o projeto executivo da seguinte maneira:

PROJETO EXECUTIVO: Conjunto de elementos técnicos que permitem a realização de


obras e instalações. Deve contemplar: memorial descritivo e técnico, cronograma, orçamento,
plantas e ART pertinente.

REFERÊNCIAS IMPORTANTES

Lei Federal 8.666/93 Institui normas para licitações e contratos da Administração Pública.

OUTRAS REFERÊNCIAS

Lei Federal 6.496/77 Institui a Anotação de Responsabilidade Técnica.

Lei Federal 5.194/66 Regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro
Agrônomo.

Resolução 361/91 – CONFEA - Dispõe sobre conceituação de Projeto Básico em Consultoria de


Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

ETAPAS DAS ATIVIDADES TÉCNICAS DO PROJETO DE EDIFICAÇÕES (NBR


13531/95)

LEVANTAMENTO DE DADOS

Informações PRÉ EXISTENTES: Informações do terreno, dados públicos da região (redes de água,
etc) normas, posturas locais.

PROGRAMA DE NECESSIDADES

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Ligado às NECESSIDADES DO CLIENTE e a definição do que a edificação deve ter: relação entre
os setores (ligações entre os setores), ÁREAS NECESSÁRIAS, as características gerais e os
requisitos a serem cumpridos, como as posturas municipais.

PENSANDO EM SERVIÇO PÚBLICO:

Veja a publicação do TCU “Obras Públicas - Recomendações Básicas para Contratação e


Fiscalização de Obras e Edificações Públicas” disponível em
http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/783341.PDF.

Essa cartilha destaca no conceito de Programa de Necessidades o levantamento das


necessidades do município e a avaliar o custo-benefício da realização de uma determinada
obra (escola, posto de saúde, hospital etc.).

ESTUDO DE VIABILIDADE

O estudo de viabilidade objetiva analisar e escolher a solução que melhor responda ao


programa de necessidades, sob os aspectos legal, técnico, econômico, social e ambiental.

Trata-se da verificação do custo-benefício da obra.

Verifica-se os recursos disponíveis e as necessidades (definidas no programa de necessidades).

A fim de encontrar a melhor solução possível define-se os métodos, prazo de execução, e avalia-se
o custo da obra. (para um empreendimento, sempre há mais de uma solução técnica: materiais,
métodos construtivos que atendem às necessidades).

Importante o exame preliminar do impacto ambiental do empreendimento (a obra deve estar


adequada com o meio ambiente).

Deverá ter um relatório justificativo com a descrição e avaliação da alternativa selecionada, suas
características principais, critérios, índices e parâmetros empregados, demandas a serem atendidas
e pré-dimensionamento dos elementos da edificação.

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Exemplos de elementos da edificação: fundações, estruturas, coberturas, vedos verticais (paredes,
esquadrias), revestimentos e acabamentos. (NBR 13531/95)

ESTUDO PRELIMINAR

Estudos que assegurem a viabilidade técnica e de tratamento do impacto ambiental do


empreendimento, a partir dos dados obtidos no levantamento de necessidades.

Deve ter relatório com a alternativa selecionada descrevendo as suas características.

Deve detalhar bem as condicionantes do contrato.

ANTEPROJETO OU DE PRÉ-EXECUÇÃO

Etapa destinada à concepção e à representação das informações técnicas provisórias de


detalhamento da edificação e de seus elementos, instalações e componentes, necessárias ao inter-
relacionamento das atividades técnicas de projeto e suficientes à elaboração de estimativas
aproximadas de custos e de prazos dos serviços de obra implicados;

PROJETO LEGAL

Representação das informações técnicas necessárias à análise e APROVAÇÃO, pelas


autoridades competentes, da concepção da edificação e de seus elementos e instalações, com base
nas exigências legais (municipal, estadual, federal), e à obtenção do alvará ou das licenças e demais
documentos indispensáveis para as atividades de construção.

PROJETO BÁSICO

Com base na norma NBR 13531/95, o projeto básico é uma etapa opcional destinada concepção
e representação das informações técnicas da edificação e de seus elementos, instalações e
componentes, ainda não completas ou definitivas...

Como dito no início, não há tanta preocupação com o projeto básico na iniciativa privada.

MAS O CONCEITO DE PROJETO BÁSICO QUE DEVE FICAR NA MENTE É O DA LEI


8.666/93. Por essa lei, as soluções técnicas globais e localizadas do projeto básico devem ser
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suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de
variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e
montagem.

Veja que o detalhamento do projeto básico deve ser tal que minimiza as reformulações durante a
fase do projeto executivo. NÃO HÁ UMA PROIBIÇÃO QUANTO A CERTO GRAU DE
REFORMULAÇÃO DO PROJETO BÁSICO (a lei deixa de forma subjetiva).

PROJETO PARA EXECUÇÃO ou PROJETO EXECUTIVO

Pela NBR 13531/95 trata-se de uma etapa destinada concepção e representação final das
informações técnicas da edificação e de seus elementos, instalações e componentes, completas,
definitivas, necessárias e suficientes à licitação (contratação) e execução dos serviços de obra
correspondentes.

Tal conceito não se choca com o dado pela Lei 8.666/93

Agora que temos uma boa noção sobre os conceitos gerais e legais sobre os projetos, vamos voltar
para as especializações dos projetos.

QUESTÕES
(Analista em C&T Pleno, MCT, CESPE/2009)
Acerca da linguagem e representação do projeto de arquitetura, julgue os itens seguintes.

112 O anteprojeto corresponde à etapa em que deve estar definido o partido arquitetônico e os
elementos construtivos, considerando os projetos complementares (estrutura, instalações etc.).
Nessa fase, o projeto deve receber aprovação final do cliente e dos órgãos oficiais.

CERTO. O ANTEPROJETO destina-se a apresentar a concepção e à representação das


informações técnicas provisórias de detalhamento da edificação e de seus elementos, instalações e
componentes, necessárias ao inter-relacionamento das atividades técnicas de projeto e suficientes à
elaboração de estimativas aproximadas de custos e de prazos dos serviços de obra implicados

113 Os elementos básicos do projeto constituem-se em peças gráficas que correspondem ao


conjunto das informações necessárias para execução e conclusão da obra e peças escritas que
equivalem ao programa de necessidades, memorial justificativo, discriminação técnica,
especificação, lista de materiais e orçamento. Em obras públicas, além destas, é necessária a
apresentação do cronograma físico-financeiro.

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CERTO. O conjunto de informações necessárias para a execução corresponde ao projeto executivo,
requeridas nas obras em geral. Além do programa de necessidades, a questão refere-se a elementos
do Estudo de Viabilidade: ESTUDO DE VIABILIDADE

O estudo de viabilidade objetiva analisar e escolher a solução que melhor responda ao


programa de necessidades, sob os aspectos legal, técnico, econômico, social e ambiental.

Trata-se da verificação do custo-benefício da obra.

Verifica-se os recursos disponíveis e as necessidades (definidas no programa de necessidades).

A fim de encontrar a melhor solução possível define-se os métodos, prazo de execução, e avalia-se
o custo da obra. (para um empreendimento, sempre há mais de uma solução técnica: materiais,
métodos construtivos que atendem às necessidades).

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TIPOS DE PROJETOS

O Quadro a seguir demonstra as especialidades de projeto e os ELEMENTOS TÉCNICOS


que poderão ser elaborados para uma obra de edificações. Nem sempre todas estas
“especialidades”de projetos são desenvolvidos para a construção de uma edificação,
dependerá muito da relevância da obra. Também podem ser elaborados outros tipos de
projetos, não listados.

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01 - PROJETO DE ARQUITETURA

Algumas informações são muito importantes para o desenvolvimento da arquitetura, entre elas, o
levantamento da topografia do terreno (lavantamento topográfico - limites do terreno, e o relevo
do solo e outras edificações) e a realização das sondagem de reconhecimento do solo (assunto este
tratado em nossa Aula 0)

Quando pensamos em uma residência, a casa ou o apartamento dos sonhos, em como seriam as suas
formas, tamanhos, divisões em dormitórios, banheiros, área de lazer, etc., estamos no campo das
definições a cargo do projeto de arquitetura.

O projeto de arquitetura é a concepção da obra, o processo pelo qual uma obra de arquitetura é
representada.

Vamos dar uma olhada nas seguintes definições, ok?


Quais são os objetos do projeto de arquitetura?
Os aspectos relacionados com as engenharias dos elementos e instalações da edificação e dos
seus componentes construtivos, bem como dos materiais para construção, também devem ser
determinados e representados para o efeito de orientação, coordenação e conformidade de todas
as demais atividades técnicas do projeto.
SÃO OS OBJETOS DE PROJETO:
a) Urbanização;
b) Edificação;
c) Elementos (da edificação)
d) Instalações Prediais;
e) Componentes (construtivos);
f) Material (para construção)

ELEMENTOS DA EDIFICAÇÃO E SEUS COMPONENTES CONSTRUTIVOS


Fundações (aspectos arquitetônicos)
Baldrames, blocos, cortinas, arrimos, estacas e sapatas.

Estruturas (aspectos arquitetônicos)


Colunas, pilares, vigas, paredes, lajes e muros de arrimo.

Coberturas
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Telhas, canaletas, calhas, rufos, contra-rufos, terraços e
lajes impermeabilizadas.

Forros
Suportes, placas, painéis e grelhas.

Vedos verticais (paredes, esquadrias, proteções)


a) fachadas: paredes, platibandas, portas, esquadrias, vidraças e ferragens;
b) proteção das fachadas: quebra-sóis, cobogós e elementos vazados;
c) divisórias: paredes, portas, guichês, muros, gradis, portões, corrimãos, guarda-corpos e ferragens.

Revestimentos e acabamentos (ambientes exteriores e interiores)


a) paredes e tetos;
b) pisos, pavimentos, rodapés, soleiras, degraus, impermeabilizações
e proteções;
c) metais;
d) madeiras;
e) outros.

Equipamentos para comunicação visual (ambientes exteriores e interiores)

Mensagens e pictogramas direcionais de localização e de advertência e suportes.

Equipamentos

a) mobiliário;

b) incorporados:

Em ambientes exteriores: bancos, jardineiras, vasos, corrimãos, marcos, mastros, etc.

Em ambientes interiores: corrimãos, bancos, bancadas, papeleiras, saboneteiras, cabides,


portatoalhas, prateleiras e guarda-corpos;

Jardins e parques

Vegetação (para ambientes exteriores e interiores): arbórea (ornamentais, frutíferas e palmeiras),


arbustiva (arbustos, trepadeiras e folhagens arbustivas) e herbácea (formações, gramados, canteiros
e hortas); terra de plantio;
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Escala

Relação dimensional entre a representação de um objeto no desenho e suas dimensões reais.

Para a boa compreensão do projeto de arquitetura, vamos falar dos DESENHOS DO


PROJETO DE ARQUITETURA:

Simplificadamente, o projeto de arquitetura apresenta um conjunto de desenhos, que inclui:

Planta de situação: Planta que mostra a obra como um todo em seus múltiplos aspectos. Para
aprovação em órgãos oficiais, esta planta deve conter informações completas sobre localização do
terreno.

Planta de locação (ou implantação): Planta do projeto como um todo, com informações
necessárias dos “movimentos de terra” (escavações, aterros), ruas (arruamento), redes hidráulica,
elétrica e de drenagem, entre outros. A locação da edificação propriamente dentro do terreno,
assim como a das eventuais construções complementares são indicadas nesta planta.

Planta de edificação ou PLANTA BAIXA (essa é a mais importante)

Vista superior por um plano horizontal, que mostra a divisão da edificação. As plantas de edificação
(plantas baixas) podem ser do térreo, subsolo, andar-tipo, etc.

Figura esquemática da representação da planta baixa Parte de uma planta baixa

1
Fonte: Universidade Tecnológica do Paraná – Desenho arquitetônico
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Planta baixa (fonte Cespe)

Cortes

Um corte é um desenho obtido por um plano vertical que divide a edificação e mostra uma das
partes (na vertical) seja no sentido longitudinal, seja no transversal. O desenho mostra detalhes
construtivos.

Figura esquemática da obtenção do corte (fonte 1) corte (na planta real vão as medidas e a indicação da escala)

Fachada

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Representação gráfica de planos externos (VERTICAIS) da edificação. São “vistas” externas da
edificação.

fonte 1

DESENHO DA FACHADA

Elevações

Representação de planos internos ou de elementos da edificação (portas, janelas...). Muitos


consideram sinônimos os termos Fachadas e Elevações.

Detalhes ou ampliações: mostra pormenores necessários, em escala ampliada, para facilitar a


execução.

Temos que entender o seguinte: Quando nos referimos ao projeto da obra de edificação, na
verdade estamos pensando em um conjunto de projetos necessários à construção do edifício,
de forma a atender diferentes etapas da obra.

Existe uma relação, digamos, hierárquica natural entre o projeto de arquitetura e todos os demais
projetos que compõem o edifício.

O projeto de arquitetura pode ser considerado como a diretriz dos demais projetos (estruturas e
instalações, escavações).

Os projetistas têm que ficar atentos à integração que deve existir entre os projetos de arquitetura e
demais projetos complementares, principalmente o de estrutura. O que parece ser simples, na
prática representa sempre um desafio, sobretudo em obras de maior complexidade. São muitos os
esforços para minimizar os “problemas de interface”, que são incompatibilidades entre os projetos.
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Não basta pensar na beleza do projeto (forma). O autor do projeto de arquitetura deve conciliar
a FORMA e a FUNÇÃO da obra com a sua INFRA-ESTRUTURA (o que requer experiência e,
sobretudo, trabalho em equipe).

Se os diferentes projetos forem elaborados em seqüência, sem a necessária “comunicação” entre


eles, quase sempre haverá problemas de interface, que levam à dificuldade em manter a solução
arquitetônica concebida.

Por exemplo, um arquiteto faz um projeto de arquitetura completo de um edifício, sem nenhuma
preocupação com a infra-estrutura, exceto pela indicação que esta será em concreto armado.
Posteriormente um outro profissional (engenheiro), para manter de pé esse prédio, cuja forma foi
definida pelo projeto de arquitetura, vai ter que fazer um outro projeto (o projeto estrutural).
Entretanto, os vãos, ou seja, a distância entre os pilares projetados pelo arquiteto ou tornam
impossível uma estrutura segura ou tornam a execução muito dispendiosa. Nesse caso, a melhor
solução é o retrabalho de alterar o projeto de arquitetura (Observação: Pilar é o elemento da
estrutura, linear, de eixo reto, usualmente disposto na vertical, enquanto a viga é geralmente
disposta na horizontal. Dê uma olhada nos pilotis dos prédios e verá vários pilares).

Por outro lado, é necessário que o projetista da estrutura também tenha experiência para encontrar a
melhor solução, segura e mais econômica, para adotar em seu projeto.

É evidente que o projetista da arquitetura tem que ter uma boa noção das vantagens e desvantagens
dos materiais a serem utilizados para a execução da obra projetada.

Por esse motivo, faremos uma introdução acerca de algumas características da madeira e, dentro da
introdução aos projetos estruturais, também das características do aço, do concreto e da alvenaria
estrutural.

A - MADEIRA

Trataremos rapidamente sobre este material, tendo em vista que os editais anteriores priorizam as
estruturas de concreto e de aço (estrutura metálica), mas não podemos deixar de citar esse
importante material, dado que o mesmo é empregado não somente como pisos, acabamentos, etc.

Trata-se de um material de grande utilidade na construção civil. Empregada em diversas


etapas, desde as fundações até os acabamentos. Pode ser o próprio elemento da estrutura (estrutura

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de madeira) ou pode servir como um material auxiliar na execução do concreto (servindo de fôrma
para a execução da estrutura de concreto armado).

No Brasil a utilização da madeira na própria estrutura de edifícios é restrita (é mais utilizada na


Região Sul e em casas pré-fabricadas), pela falta de tradição do usuário, pela dificuldade de
obtenção, por possuir algumas desvantagens mecânicas, quando não passa por um processo
industrial (tábuas, vigas, caibros, etc. são peças de madeira natural, serrada). A legislação brasileira,
não sem motivo, é restritiva quanto à sua utilização.

Porém é ainda bastante utilizada nas coberturas de casas (estruturas de telhado) e como material
auxiliar. Cresce o uso de painéis (industrializados), a partir de madeira oriunda de floresta plantada.

As propriedades da madeira (natural):

Atenção para a resistência à tração e à compressão, são características que servirão para o
entendimento do aço e do concreto, ok?

A madeira tem resistência mecânica elevada em relação ao seu pequeno peso próprio (é leve e
resistente);

Suporta choques (pancadas) e cargas dinâmicas (que variam com o tempo);

É fácil de ser trabalhada (boa trabalhabilidade);

Oferece um bom isolamento térmico.

Tem boa resistência a esforços de compressão e de tração.

Há diferenças significativas na resistência quando se considera a direção das fibra.

Tração

A tração paralela às fibras naturais da madeira provoca alongamento de suas células, ao longo do
eixo longitudinal (Figura a).

(a) tração paralela às fibras (maior resistência da madeira)

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A tração perpendicular tende a separar as células, essa situação (b) deve ser evitada nos projetos.

(b) tração perpendicular às fibras (menor resistência da madeira – deve ser evitada
tal condição de solicitação da peça)

Compressão

Há grande resistência da madeira à compressão, quando a peça é solicitada por compressão paralela
às fibras.

(a) compressão paralela às fibras

Permite-se a caracterização simplificada das resistências da madeira de espécies usuais a partir dos
ensaios de compressão paralela às fibras.

No caso do aço, material que, ao contrário da madeira, é mais homogêneo, as suas


propriedades são medidas por meio do ensaio de tração.

No caso de compressão normal (ou perpendicular) às fibras, a madeira apresenta resistências


menores (a força é aplicada na direção normal ao comprimento das células, direção na qual a
madeira possui baixa resistência).

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(b) compressão perpendicular às fibras

PROJETOS ESTRUTURAIS

B - ESTRUTURA DE AÇO (OU ESTRUTURA METÁLICA)

No Brasil pode-se dizer que o aço é pouco utilizado para a construção de estruturas de edifícios
quando comparada com a sua utilização em países mais desenvolvidos, principalmente quando se
trata de edifícios residenciais de múltiplos pavimentos.

Tem maior utilização na produção da estrutura de edifícios industriais.

Sua principal característica mecânica é a elevada resistência à COMPRESSÃO e à TRAÇÃO,


aproximadamente da mesma ordem de resistência.

Utilização das estruturas de aço no Brasil

DESVANTAGENS

- custo elevado do aço quando comparado ao do concreto armado;

- falta de tradição construtiva e desconhecimento do processo construtivo;

- falta de normas, sendo ainda empregadas normas estrangeiras;

- características da mão-de-obra nacional: de baixo custo e pouca qualificação;

VANTAGENS

- ganho de produtividade (toda a estrutura pode ser previamente preparada em uma fábrica ou
indústria, ficando apenas a montagem para o canteiro;

- padronização;

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Para medir as propriedades mecânicas dos aços (resistência) geralmente utiliza-se o “estado de
tração simples” à temperatura atmosférica. Desde que excluída a possibilidade de “flambagem”
(vou explicar a flambagem abaixo) as mesmas propriedades são obtidas para compressão.

RESUMINDO: PODE-SE CONSIDERAR QUE O AÇO TEM A MESMA RESISTÊNCIA


TANTO À TRAÇÃO QUANTO À COMPRESSÃO.

QUESTÃO (Analista em C&T Pleno, MCT, CESPE/2009)

De acordo com a concepção entre a forma, função e infraestrutura julgue os itens acerca da
metodologia de projeto de arquitetura e desenho urbano.

101 Na definição do projeto de arquitetura, o arquiteto deve compreender os princípios básicos do


comportamento das estruturas e dos materiais. Em projetos que exigem vencer grandes vãos a
melhor opção é pelo uso do aço, pois esse material apresenta resistência estrutural à compressão
100 vezes maior que a tração.

ERRADO.

Embora as estruturas metálicas possam representar uma boa opção para vencer grandes vãos
(grande distância entre os apoios), não se pode afirma genericamente que é a melhor opção. Em
obras de grande porte, quando se deseja vencer grandes vãos, uma alternativa muito utilizada é a
estruturas em concreto protendido (será apresentado adiante um quadro que sintetiza as vantagens
dos “sistemas estruturais”).

Outro aspecto errado no item é quanto à resistência do aço. Sem adentrar em alguns aspectos
restritivos relativos à flambagem quanto a peça trabalha sob compressão, a resistência do aço à
compressão e à tração é aproximadamente a mesma.

FLAMBAGEM

Sob a mesma carga (mesmo esforço) a peça de aço que trabalhará COMPRIMIDA (esforço de
compressão) tem UMA RESTRIÇÃO MAIOR do que aquela que será tracionada.

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Imagine uma régua. Se você tentar “esticar” (tracionar) terá que fazer um bom esforço, sem
resultado, contudo, se comprimir a régua, ela flexiona, ou mesmo quebra com facilidade, devido à
“flambagem” que se relaciona com o esforço de flexão na peça.

C - ALVENARIA ESTRUTURAL

blocos de concreto blocos cerâmicos

Largamente utilizada no passado como material estrutural para a construção de edifícios com
poucos pavimentos (antes se construía dois e até três pavimentos).

Perdeu mercado com o aparecimento do concreto armado, mas atualmente tem ressurgido com
grandes possibilidades de emprego para a produção de estruturas de edifícios de múltiplos
pavimentos, sendo denominada alvenaria estrutural.

VANTAGENS

- Assim como o aço, é ligada à racionalização do processo de produção (ao mesmo tempo é a
estrutura do edifício e a sua vedação (paredes);

- tem elevada produtividade para a execução do edifício;

- grande precisão construtiva dos seus elementos (blocos), reduzindo a quantidade de material para
o seu revestimento;

“Considerado este avanço na nossa tradicional construção, pensemos, talvez quase num raciocínio
lógico, na possibilidade de utilizarmos blocos modulares de maior resistência e retirarmos toda a
estrutura reticulada de concreto armado! Pois bem, é isto, em poucas palavras, a ALVENARIA
ESTRUTURAL. As fotos abaixo mostram prédio (em execução e acabado) da Sispar

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Empreendimentos, São Paulo, onde vigas de transição e pilares também são em alvenaria
estrutural.

Este sistema construtivo, permite a simultaneidade de etapas; pode dispensar integralmente as


fôrmas; utiliza menos aço; permite acabamentos de menor espessura, face à precisão dimensional
dos blocos utilizados; gera menos entulho; necessita de mão de obra menos diversificada; oferece
mais segurança ao operário, que trabalha sempre por dentro da construção, entre outras
vantagens. Como resultado, quando seguidos os preceitos básicos do sistema, tem-se uma
construção que consome menos tempo e bem mais econômica. É mais uma interessante alternativa,
tanto para obras de caráter social quanto para aquelas destinadas a classes mais abastadas...”

D - CONCRETO ARMADO

“A foto abaixo mostra uma típica construção de um prédio, com estrutura reticular em concreto
armado. Alvenaria executada no andar inferior, blocos de vedação já colocados no andar
imediatamente acima, penúltima laje ainda escorada, preparação de fôrmass da laje superior,
tubulação elétrica parcialmente colocada. Estas são etapas sucessivas, a serem complementadas,
após a alvenaria de vedação integralizada, pelas instalações sanitárias, de telefonia e outras, em
geral exigindo “rasgamento” das alvenarias, seguindo-se as etapas de revestimento, esquadrias e
pintura. Ou seja, cada etapa tem uma inexorável dependência temporal de outra, determinando o
prazo final da construção.” Fonte: UFSCAR (http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2001-
2/alvenaria_estrutural/inicial.htm)

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Não há dúvidas de que o concreto armado é o material estrutural mais utilizado para as
estruturas de edifícios hoje no Brasil.

O CONCRETO é formado por cimento, pedra, areia e água (pode, ainda, ter algum aditivo para
melhorar alguma característica).

Esse material, após “curado” possui grande resistência à compressão, porém quase não resiste à
tração.

A resistência do concreto à tração é desprezada, ou seja, na região do concreto sujeita à


deformação de alongamento, a sua resistência é considerada nula.

“CURA” é a secagem/endurecimento do concreto seguindo um conjunto de medidas que devem ser


tomadas para evitar a evaporação da água de amassamento (água utilizada na fabricação do
concreto e essencial para a hidratação do cimento - endurecimento).

QUESTÕES

(Analista – Especialização: Engenharia, Serpro, Cespe/2008)

O dimensionamento de uma viga de concreto armado submetida a flexão normal simples é feito
com base em determinadas hipóteses. A respeito dessas hipóteses, julque os itens que se seguem.

116 Despreza-se totalmente a resistência à tração do concreto.


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CERTO. No dimensionamento das peças de concreto (cálculo e definição do tamanho e quantidade


de armadura/aço) despreza-se a resistência à tração do concreto. Todo o esforço de tração é
assumido pelo aço.

(Técnico Municipal de Nível Superior I – Área de Atuação: Engenharia Civil, Prefeitura Municipal
de Vila Velha / ES, CESPE/2008)

O dimensionamento de uma seção de concreto armado é realizado para o estado limite último, que
corresponde à ruína por ruptura, por deformação plástica excessiva do aço ou por instabilidade.
Julgue, em cada item a seguir, se é correto que a hipótese apresentada seja adotada para o cálculo,
no estado limite último, nos casos de flexão simples ou composta, normal ou oblíqua, e de
compressão ou tração uniforme, excluídas as vigas e paredes.

75 A resistência à tração do concreto deve ser desprezada.

CERTO. Nos projetos é considerada nula a resistência do concreto ao esforço de tração, esforço de
alongar o concreto. Sua grande resistência é à compressão.

O CONCRETO ARMADO diferencia-se do concreto (ou betão) devido ao fato de receber uma
armadura metálica responsável por resistir aos esforços de tração, enquanto que o concreto em
si resiste à compressão.

O concreto é uma mistura compacta de:

- agregados graúdos: pedras britadas, seixos rolados, etc.

- agregados miúdos: areia, pedregulhos.

- aglomerantes: cimento ou cal.

- água

pode ainda ter aditivos: aceleradores, fibras, etc.

VANTAGENS
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• É moldável, permitindo grande variabilidade de formas e de concepções arquitetônicas;

• Apresenta boa resistência à maioria dos tipos de solicitação, desde que seja feito um correto
dimensionamento e um adequado detalhamento das armaduras;

• Baixo custo dos materiais - água e agregados graúdos e miúdos;

• Facilidade de obtenção dos materiais;

• Baixo custo de mão-de-obra (em geral não exige profissionais com elevado nível de qualificação);

• Processos construtivos conhecidos e bem difundidos em quase todo o país;

• Facilidade e rapidez de execução, principalmente se forem utilizadas peças pré- moldadas;

• O concreto é durável e protege a armação contra a corrosão;

• Os gastos de manutenção são reduzidos, desde que a estrutura seja bem projetada e
adequadamente construída.

DESVANTAGENS

Aqui melhor seria descrever restrições ao concreto, para indicar alguns cuidados necessários.

• Baixa resistência à tração (suprida com a colocação de armadura para concreto armado –
Aço-CA)

• Fragilidade (quebrável com pancadas),

• Fissuração (sobretudo devido à dilatação/retração);

• Peso próprio elevado (aproximadamente 2.400 kg/m³)

• Custo de fôrmas para moldagem (fôrmas de madeira para moldar o concreto no formato desejado);

• Corrosão das armaduras (principalmente devido ao pouco recobrimento da armadura pelo


concreto).

PRINCIPAIS ELEMENTOS DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

Nos edifícios usuais de concreto armado, o arranjo estrutural é constituído pela união dos elementos
lajes (planos que formam os pisos dos apartamentos), vigas (elementos horizontais da estrutura) e
pilares (elementos verticais, que levam as cargas até à fundação).

A definição do arranjo estrutural é chamada comumente de lançamento estrutural.


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O lançamento estrutural é uma inicial e muito importantes do projeto de uma estrutura de concreto
armado. O lançamento estrutural envolve: a definição da posição dos elementos estruturais que
compõem a estrutura (lajes, vigas, pilares, etc...); a definição da forma e dimensões dos elementos
estruturais. A idéia é absorver todos os esforços devido ao peso próprio e cargas externas que
incidirão no edifício, pessoas, móveis, vento..., buscando não atrapalhar a concepção arquitetônica.

Lançamento da estrutura

Pavimento Tipo: em edifícios de andares múltiplos (idênticos) faz-se o arranjo das vigas e pilares
(verifica-se se a posição dos pilares pode ser mantida nos outros pavimentos).

Caso não seja possível manter o alinhamento dos pilares até a fundação (até chegar no solo) faz-se
as Estruturas de transição, que são mais caras e dispensam muita atenção.

Balanços: São partes das estruturas que se apóiam somente em uma das suas extremidades
(marquises, por exemplo). Também são importantes no lançamento estrutural.

ELEMENTOS DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

A NBR 6118, norma brasileira que regulamenta o projeto e a execução de estruturas de concreto
armado, determina dimensões mínimas para os elementos constituintes da estrutura.

Lajes

Lajes maciças: laje de concreto com espessura constante, moldada in loco a partir do
lançamento do concreto fresco sobre um sistema de fôrmas planas (ela é formada somente por
concreto e aço, não em blocos ou isopor (EPS) em seu interior).

Se essa laje ficar muito esbelta (lajes de pequena espessura) ela provavelmente irá vibrar muito, não
terá isolamento acústico (aquele barulho do salto no apartamento de cima) e pode sofrer muita
deformação.

Dimensões mínimas para lajes maciças segundo a NBR 6118:

laje de cobertura h = 5,0 cm

laje de piso h = 7,0 cm

laje em balanço h = 7,0 cm

laje de garagem h = 12,0 cm

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FIGURA 2.3 - Esquema de fôrma convencional para laje, utilizando-se travessões e

guiasi

Vigas: recebem o “peso” das lajes e/ou de outras vigas.

OBS: Se a viga recebe o peso de um pilar (sem que exista continuidade desse pilar abaixo da viga)
trata-se de uma viga de transição.

As vigas trabalham principalmente sob um esforço de flexão. Veja a figura abaixo. Aplicando-
se duas cargas (P) na viga, ela se flexiona e tende a criar as trincas em sua parte de baixo.

A viga será invertida quando é feita para não aparecer abaixo da laje.

A NBR 6118 impõe para as vigas a espessura mínima de 10,0 cm.

"A seção transversal de vigas não deverá apresentar largura menor que 12cm, e das vigas parede,
15cm. esses limites podem ser reduzidos, respeitando-se um MÍNIMO DE 10cm em casos
excepcionais, sendo obrigatoriamente respeitadas as seguintes condições (...)"

PILARES

Diz-se que o pilar é a peça de mais responsabilidade da estrutura. Isso decorre do fato de ser
muito difícil recuperar a estrutura que rompe nos pilares.
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Quando se refere à largura dos pilares de concreto:

A princípio a norma (NBR 6118:2003) estabelece que a seção transversal dos pilares (largura),
qualquer que seja a sua forma, não deve medir menos do que 19 cm. Porém, essa mesma norma
permite que o pilar tenha dimensões menores (entre 19 cm e 12 cm), desde que no seu
dimensionamento (cálculo das dimensões e ferragem do pilar) seja considerado um coeficiente

adicional γn, baseado na seguinte equação: γn =1,95−0,05·b, onde b refere-se à menor medida da
seção transversal do pilar (em cm).

Tabela 1. Valores do coeficiente adicional γn em função de b (NBR 6118:2003)

B (cm) ≥ 19 18 17 16 15 14 13 12

γn 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 1,30 1,35

Esse coeficiente γn majora os esforços solicitantes (esforço que sofre o pilar), para fins de seu
dimensionamento (estabelecimento das suas dimensões e ferragem interna).

COMPARAÇÃO ENTRE AS OPÇÕES DE ESTRUTURAS

Apresento, abaixo, uma Tabela Comparativa entre alguns Sistemas Estruturais, elaborada pela
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - Departamento de Engenharia de Construção
Civil - pcc-2435: Tecnologia da Construção de Edifícios I. Não se preocupe ainda com os sistemas
ainda não tratados, mas veja a comparação entre o sistema Aço com o Concreto Armado.

PLANEJAMENTO DAS FÔRMAS PARA ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO

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ii

Nomes dos elementos indicados pelas letras: a – cunha; b – tensor; c – escora; d - guia.

E – O CONCRETO PROTENDIDO

A protensão é um processo pelo qual se introduz um estado prévio de tensões em uma


estrutura, com a finalidade de melhorar sua resistência ou seu comportamento sob diversas
condições de carga (Pfeil, 1991).

Um barril de madeira é um caso típico de estrutura protendida. Seus


“gomos” são ligados por aros metálicos (que podem ser aquecidos antes da colocação no barril). A compressão
produzida pelos aros se opõe às tensões causadas pela pressão interna proveniente do líquido contido em seu interior,
garantindo a estanqueidade da estrutura.

O exemplo clássico da protensão: Para transportar vários livros aplicam-se forças horizontais
comprimindo-os uns contra os outros.

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iii

Imagine que uma peça de concreto seja formado por uma fila de blocos de concreto.

Um esforço equivalente ao produzido pelas mãos que seguravam os livros agora será produzido por
um cabo de aço ligado de uma a outra extremidade da viga de concreto.

PROTENSÃO: é um artíficio usado para submeter uma estrutura a um conveniente estado prévio
de tensões.

Definição da norma brasileira

NBR 7197(1989) define peça de concreto protendido com sendo “aquela que é submetida a um
sistema de forças especialmente e permanentemente aplicadas, chamadas forças de protensão e tais
que, em condições de utilização, quando agirem simultaneamente com as demais ações, impeçam
ou limitem a fissuração.”

Lembram-se daquela nossa viga de concreto? A protensão

Armadura passiva: é qualquer armadura que não seja utilizada para produzir forças de protensão,
e são normalmente constituídas por barras ou fios de aço para concreto armado (CA-50 ou CA-60).

Armadura Ativa (ou cabo de protensão): é o elemento que será tracionado e, quando
devidamente ancorado (preso nas extremidades), transmitirá a força de protensão ao concreto. Pode
ser constituída por fios, barras, cordoalhas ou feixes de fios ou de cordoalhas.

Obs. Os aços para concreto armado recebem a denominação de Aço “CA” e os cabos de protenção
recebem a sigla “CP”
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CP Propriedade Classe Relaxação Superfície


Mecânica
Concreto fptk: Resistência RB:Relaxação L: Fio liso
Protendido característica de Baixa
ruptura kgf/mm2 E:Fio
fpyk:Resistência RN:Relaxação entalhado
característica de
escoamento Normal
2

FONTE iii

cordoalha engraxada plastificada

VANTAGENS DO CONCRETO PROTENDIDO

VANTAGENS DO CONCRETO PROTENDIDO

• Vence grandes vãos (as vigas podem ser apoiadas em pontos distantes)

• Emprego de aços de alta resistência que não são utilizados em concreto armado devido à
fissuração

• Eliminação da tensão de tração (parcial ou total) diminuindo ou eliminando a fissuração


do concreto.

• Redução das dimensões da seção transversal: O emprego obrigatório de aços de alta


resistência, associado a concretos de maior resistência, permite a redução das dimensões
da seção transversal, com redução substancial do peso próprio.

• Diminuição da “flecha” (barriga que forma na parte de baixo das vigas).

DESVANTAGENS DO CONCRETO PROTENDIDO

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- perigo de corrosão do aço de protensão (assim como nos aços do concreto armado - C.A. (a
armadura protendida deve ser muito bem protegida)

- pode ocorrer perdas da força de protensão (perda de força no cabo)

- qualidade da injeção de nata nas bainhas e da capa engraxada nas cordoalhas engraxadas;

- força muito concentrada nas extremidades das peças (pontos de apoio = ancoragem)

- exige um controle de execução mais rigoroso.

VARIEDADES DE CONCRETO PROTENDIDO

a) COM ADERÊNCIA INICIAL (com armadura ativa pré – tracionada)

É o concreto protendido em que o pré-alongamento da armadura ativa é feito utilizando-se apoios


independentes do elemento estrutural, antes do lançamento do concreto, sendo a ligação da
armadura de protensão com os referidos apoios desfeita após o endurecimento do concreto; a
ancoragem no concreto realiza-se só por aderência (estica-se o cabo e este é concretado na viga
dessa forma).

1ª FASE : DISTENSÃO DA ARMADURA: é independente da peça de concreto, onde os apoios


de ancoragem das armaduras estão dispostos fora da peça.

2ª FASE : CONCRETAGEM DA PEÇA

(Após o concreto atingir a resistência necessária a armadura será


cortada fora da peça concretada).

3ª FASE : CORTE DA ARMADURA - PROTENSÃO

Utilização deste tipo de protensão: fabricação de lajes alveolares e vigotas protendidas.

b) COM ADERÊNCIA POSTERIOR (com armadura ativa pós–tracionada)


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É o concreto protendido em que o pré - alongamento da armadura ativa é realizado após o
endurecimento do concreto, sendo utilizados, como apoios, partes do próprio elemento estrutural,
criando posteriormente aderência com o concreto de modo permanente, através da injeção de calda
(argamassa) nas bainhas, que também serve para proteger a armadura de protensão contra a
corrosão.

Veja a figura abaixo. Você poderá ver o aço CA (armadura de uma viga de concreto armado) e
dentro da viga as bainhas por onde passarão os cabos de protenção “CP”. Esta é a 1ª Fase:
montagem das armaduras passivas

2ª Fase: após a montagem das armaduras ativa e passiva, é montada a fôrma e concretada a
peça

3ª Fase: após o concreto adquirir a resistência necessária é executada a protensão.

aplica-se forças esticando o cabo utilizando-se macacos


hidráulicos

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4ª Fase: para criar aderência entre concreto e armadura é feita a injeção de calda de cimento,
o que também protege a armadura contra a corrosão

Para garantir que toda a bainha esteja completamente preenchida com a calda são deixados
respiros (mangueiras) que permitem visualizar sua saída.

c) SEM ADERÊNCIA (com armadura ativa pós – tracionada sem aderência)

É o concreto protendido em que o pré - alongamento da armadura ativa é realizado após o


endurecimento do concreto, sendo utilizados, como apoios, partes do próprio elemento
estrutural, mas não sendo criada aderência com o concreto, ficando a armadura ligada ao
concreto apenas em pontos localizados.

PROTENSÃO NÃO ADERENTE COM ELEMENTOS EXTERNOS (caso de reforços de


estruturas). PROTENSÃO EXTERNA COM REFORÇO DE ESTRUTURA

PROJETOS ESPECIAIS: Ar-condicionado; Exaustão/Ventilação; Elevadores; Esteiras e Escadas


Rolantes.

Os temas aqui introduzidos também serão retomados quando tratarmos dos seus aspectos
construtivos.

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AR-CONDICIONADO

Quando se trata de sistemas de refrigeração, as principais definições são:

Definições principais

1- Capacidade de refrigeração (QL): É a capacidade de retirar calor do ambiente.

“taxa de energia na forma de calor que um equipamento de refrigeração écapaz de retirar do espaço
a ser refrigerado”

As unidades de medida utilizadas para essa propriedade são:

- quilowatt (kW),

- tonelada de refrigeração (TR, 1 TR = 3,52 kW)

- quilocaloria por hora (kcal/h, 1 kcal/h = 0,00116 kW)

- britishthermalunitpor hora (BTU/h, 1 BTU/h = 3420 kW)

2 - Energia de Acionamento (Wciclo ou Qciclo): Qtaxa de energia na forma de trabalho (Wciclo)


ou calor (Qciclo) que deve ser fornecida ao equipamento de refrigeração para sua operação. A
unidade de medida é a mesma de QL.

3 - Taxa de rejeição de calor (Qh): Taxa que o equipamento “rejeitará” para o ambiente externo.
Por uma aproximação: Qh = QL + Qciclo.

4 - Coeficiente de Eficácia, COP: medida da eficácia do sistema de refrigeração.

É dado por:

COP = QL / Qciclo

Sistemas individuais

a) Condicionador de janela - ACJ


–equipamento de expansão direta montado em um único gabinete
–instalados no próprio ambiente climatizado
- aberturas apropriadas em janelas ou paredes
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–baixo COP (2,0-2,2)
–disponível para baixas capacidades (7.500 a 30.000 Btu/h)
-Condicionador de janela
–permite renovação de ar
-baixa eficiência de renovação
–ruído no ambiente climatizado
–equipamento de baixo custo e fácil instalação
-ponto de energia elétrica
-abertura na parede/janela voltada para o exterior
-suporte (em geral metálico)

b) Mini-split
–equipamento de expansão direta, dividido em dois gabinetes: evaporador (ambiente climatizado) e
unidade condensadora (exterior)
–alguns modelos permitem a ligação de mais de um evaporador a uma mesma unidade
condensadora
–maiores capacidades que do que os ACJ: de 7.500 Btu/h até5,0 TR

Unidade evaporadora (interna) unidade condensadora (externa)

Adequado para condicionamento de recintos individuais ou ambientes coletivos de pequeno porte.


- A maior parte dos equipamentos não renova o ar, só recircula o ar interno.

c) Self contained condensador incorporado


- equipamento de expansão direta utilizado em instalações de médio e grande porte
–capacidades de 5,0 a 40 TR.
- O condensador pode ser:
resfriado a ar
resfriado a água

- COP desse tipo de equipamento é superior ao dos ACJ e mini-splits.


–renovação de ar éfeita na casa de máquinas
–sucção do equipamento cria pressão negativa
–abertura de ar para o exterior propicia a entrada do ar de renovação

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Condensador incorporado com condensador remoto


pode ser utilizado:
–em sistemas individuais: equipamento atende a um único ambiente
–pequenos sistemas centrais: equipamento atendendo a um pequeno conjunto de ambientes

insuflação de ar pode ser:


–direta: equipamento écolocado no ambiente climatizado
–por meio de uma rede de dutos: equipamento é colocado em uma casa de máquinas

Sistemas centrais

- utilizados em instalações de médio e grande porte (sem limite de capacidade)


- sistema é dimensionado de forma a atender à demanda de frio (carga térmica) necessária
- Compressão a vapor;

Sistema de Expansão Indireta


O sistema de água gelada é constituído por subsistemas de refrigeração (chillers),
distribuição e dissipação de calor coletado.

Os chillers resfriam a água, a qual, bombeada, caminha através de tubulações até às serpentinas
localizadas nas unidades terminais (fan-coils). Neste ponto, há uma elevação em sua temperatura,
pela troca de calor com o ar de retorno em contato com a serpentina. A água volta aos chillers para
ser novamente resfriada, através da troca de calor com o refrigerante.

“Chillers” podem ser resfriados a ar ou a água

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ciclo de refrigeração:

O fluido refrigerante (FR) entra no evaporador (no estado de líquido mais vapor) e retira calor do
meio interno passando para estado de vapor saturado seco, que é succionado pelo compressor onde
é comprimido até a pressão de condensação. No condensador o FR libera calor para o ambiente
exterior e passa para o estado de líquido. Após isto, entra no dispositivo de expansão que reduz a
sua pressão até a pressão do evaporador, reiniciando assim o ciclo. (fonte: iv)

Sistema Fan-Coil / Chiller

Um sistema fan-coil Chiller utiliza-se de um fluido intermediário (água gelada


misturada com etileno-glicol) para climatizar os ambientes. A água é gelada no chiller
situado numa casa de máquinas. A água gelada é circulada por bombas de água gelada
(BAG). No chiller, geralmente a condensação do fluido refrigerante é realizada através
do uso de água que circula por uma torre de arrefecimento (ou usa condensação a ar para
menores capacidades). Os fan-coils recebem a água gelada a aproximadamente 7ºC e a
devolve a cerca de 12ºC para o chiller. A potência de resfriamento do fan-coil é dada por
Q=m.c.(Te-Ts). (fonte iv)

QUESTÃO
(ACE, TCU, CESPE/2007)
198 A unidade resfriadora de líquido de uma unidade de condicionamento de ar do tipo
chiller trabalha com soluções à base de etileno-glicol.

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Certo. O líquido refrigerante constitui-se de etileno glicol (misturado com a água, já que não é
recomendada a utilização desse produto puro) e é utilizado para resfriar a água de circulação, que
por sua vez, troca calor com o ar do ambiente e o esfria.

ELEVADORES

Além de elevadores de passageiros, existem outros

equipamentos de transporte vertical, tais como:

_ Elevadores de carga

_ Elevadores de Carga-Automóveis

_ Monta cargas

_ Elevadores de maca

_ Elevadores para residências unifamiliares

_ Elevadores panorâmicos de passageiros

Para a especificação do elevador adequado mostra-se necessário o estudo do tráfego (movimentação


de pessoas) no local de sua instalação. Este cálculo é regulamentado pela ABNT através da NBR-
5665, norma que estabelece as condições mínimas exigíveis para o cálculo de tráfego das
instalações de elevadores destinados ao transporte de passageiros em edifícios novos no Brasil,
assegurando condições satisfatórias de uso. (fonte: v)

A norma preceitua condições para garantir a qualidade de transporte.

•Qualidade de transporte = Capacidade de tráfego (Capacidade mínima do elevador em transportar


certo percentual da população de um edifício em 5 minutos)

–Para cada tipo de edifício, adota-se um percentual mínimo:

•Escritórios de uma única entidade: 15%

•Escritórios em geral e consultórios: 12%


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•Apartamentos / Hotéis: 10%

•Restaurantes: 6%

•Hospitais: 12%

•Escolas: 20%

•Edifícios garagens com rampa, sem manobrista: 10%

•Lojas e shopping centers: 10%

No computo dos usuários considera-se a seguinte população de um edifício:

–Para cada tipo de edifício, adota-se uma relação:

•Escritórios: 1 pessoa por 7 m2de sala

•Apartamentos: 2 pessoas (1 dorm.); 4 (2 dorm.); 5 (3 dorm.); 6 (4 dorm. ou mais); 1 (dorm. de


empregada)

•Hotéis: 2 pessoas por dormitório•Restaurantes: 1 pessoa por 1,5 m2de salão de refeição•Hospitais:
2,5 pessoas por leito

•Escolas: 1 pessoa por 2 m2(sala de aula); 1 por 7 m2(sala de administração)•Garagens: 1,4 pessoa
por vaga

•Lojas e shopping centers: 1 pessoa por 4 m2de loja.

As Normas Atuais sobre elevadores são: a Norma NM 207:99 e a Norma NBR 15597:08, da
A.B.N.T. (Associação Brasileira de Normas Técnicas). (as antigas são: NBR MB30, MB131,
MB132 e MB188 da A.B.N.T.).

Atenção para a Norma NBR 15597:08. Ela estabelece regras quanto à segurança em elevadores.
Visa atualizar e nacionalizar normas para os equipamentos.

O que todos os elevadores devem possuir?


• braille nos pavimentos e na cabina;
• luz de emergência;
• interfone ligado à portaria e à casa de máquinas;
• aviso sonoro informando o andar;
• nivelamento preciso da cabina nos andares;
• caixa de inspeção no topo da cabina; escada de acesso ao poço;
• placas de advertência e sinalizações nas portas de pavimento, principalmente quando o
elevador estiver em manutenção e também aquelas de atenção para o usuário verificar se o
elevador encontra-se no andar antes de entrar;
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• guarda corpo (espaço cercado localizado no lado externo do teto do elevador para garantir a
segurança do técnico durante a manutenção do equipamento);
• protetores de polia de tração e do limitador de velocidade.

Atenção, existem parâmetros a serem seguidos na elaboração do projeto estrutural, em especial


destaca-se a necessidade de majorar as cargas dos elevadores (aumenta-se a carga que de fato o
elevador transporta) por motivo de segurança. Visa assegurar a segurança dos seus componentes em
casos de choques mecânicos (pancadas).

Questão

(ACE, TCU, CESPE/2005) 148 Não havendo especificação em contrário, todas as cargas de
elevadores devem ser majoradas para se considerar impactos, e seus suportes devem ser
dimensionados dentro dos limites de deformação permitidos pelas normas de elevadores.

CERTO. Os elevadores, incluindo todos os seus componentes, deverão ser dimensionados


considerando uma carga maior do que a efetivamente transportada (incluindo o seu próprio peso),
pensando em situações de impactos.

É maior a preocupação também com os operadores:

Casa de Máquinas

Algumas exigências da NBR NM-207, em relação à casa de máquina são:

• A porta de acesso à casa de Máquinas deve ser de material incombustível e sua folha deve
abrir para fora;

• As máquinas, outros dispositivos do elevador e as polias devem ser instaladas em recinto


exclusivo contendo paredes sólidas e pisos antiderrapentes;

• Não devem conter dutos, cabos ou dispositivos que não sejam relacionados com elevadores;

• Devem ser providas de ganhos instalados no teto para levantamento de equipamentos


pesados durante a montagem e manutenção do elevador;

• Acessos com altura mín. de 2m e 0,7m de largura;

• Devem ser providas de ganchos instalados no teto para levantamento de equipamento

• Devem ter ventilação natural cruzada ou forçada;


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• Devem ser iluminadas e ter uma tomada elétrica;

• Devem dispor de luz de emergência;

• A temperatura da Casa de máquinas deve ser entre 5 e 40oC

Escadas Rolantes

Fonte: OTIS

Assim como no caso dos elevadores, o que define uma escada é a intensidade do tráfego de pessoas.
Além disso, o seu intervalo entre pico se o tempo de vida útil requerido
•Escadas para uso comercial:–506NCE•
Escadas para uso público:–510PSE ou 513MPE

ESPECIFICAÇÕES DE MATERIAIS E SERVIÇOS

As especificações VISAM CARACTERIZAR: MATERIAIS, EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS da


execução obra de edificação, os quais deverão cumprir uma série de requisitos, definidos na fase de
projeto.

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Refere-se à todas as etapas da obra.

Diferenças entre a Especificação dos materiais e o Memorial Descritivo

O Memorial Descritivo: trata-se de uma DESCRIÇÃO DETALHADA de como o projeto deve ser
levado à prática: soluções técnicas (justificatidas).

Por ora, vamos entender os conceitos por meio de um exemplo. É mais oportuno tratarmos
das especificações, propriamente ditas, ao falarmos da construção de cada etapa.

EXEMPLO

ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA:
Especificação de serviços
2. PROJETOS

2.1 Descrição do projeto : Reforma para ocupação dos 18º e 19º. Andares do Edifício Number One,
localizado no Setor Comercial Norte, Quadra 1 Bloco A, Brasília (DF), consistindo em obras civis
para implantação de layout dos escritórios da FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL, com ênfase para
a infraestrutura de instalações elétricas e de cabeamento estruturado, pavimentação, pintura e
revisão do forro de gesso para instalação de novas luminárias, entre outros aspectos descritos nas
especificações aqui contidas e no projeto de Arquitetura fornecido. A área de intervenção
aproximada é equivalente 1.100m2, tendo como finalidade, apenas, caracterizar a magnitude da
construção, sem que possa servir de base para cobrança, da parte do CONSTRUTOR, de serviços
extraordinários.
2.2 Ao término da obra, o CONSTRUTOR deverá entregar "as-built" de todos os projetos
modificados em sua execução, condição a ser cumprida até o recebimento definitivo da obra.
2.3 Todo e qualquer serviço acessório, eventualmente necessário à perfeita conclusão do objeto
CONSTRUTOR e ou recomendado pela boa técnica construtiva será de responsabilidade do
CONSTRUTOR.
2.4 O CONSTRUTOR deverá submeter, se necessário, todos os projetos fornecidos e exigidos, à
aprovação da Administração Regional e Concessionárias de Serviços Públicos, bem como
providenciar as devidas Anotações de Responsabilidade Técnica de execução da obra.
...
(fonte: CADERNO DE ENCARGOS DO BANCO DO BRASIL. AUTOR DO CADERNO DE ENCARGOS: Arq.
Carlos Eduardo Barros de Menezes – CREA. 87392/D- SP)

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QUESTÕES PARA COMENTAR NA PRÓXIMA AULA

1- Tarefa: Baixe pela internet alguma especificação técnica de uma licitação em andamento.
Faça o mesmo para o memorial descritivo. Traga as suas dúvidas.

QUESTÃO (Analista em C&T Pleno, MCT, CESPE/2009)

113 Os elementos básicos do projeto constituem-se em peças gráficas que correspondem ao


conjunto das informações necessárias para execução e conclusão da obra e peças escritas que
equivalem ao programa de necessidades, memorial justificativo, discriminação técnica,
especificação, lista de materiais e orçamento. Em obras públicas, além destas, é necessária a
apresentação do cronograma físicofinanceiro.

114 A planta de situação ou locação deve apresentar o partido arquitetônico como um todo, em seus
diversos aspectos.
Pode conter informações específicas em função do tipo e porte do programa, assim como para a
finalidade a que se destina. Deve representar ainda construções existentes, demolições ou remoções
futuras, áreas non aedificandi e restrições governamentais.

(Inspetor de Obras Públicas, TCE/PE, CESPE/2004)

A comunicação entre os diferentes profissionais — arquitetos, engenheiros, pedreiros, mestres de


obras etc. — e o cliente é muito importante para a execução de um projeto. Considerando que é
necessário o estabelecimento de algumas convenções e definições quanto ao conteúdo e à
representação do projeto de arquitetura, julgue os itens a seguir.

106 O programa de necessidades constitui um documento que contém o levantamento das


informações necessárias à elaboração do projeto arquitetônico, incluindo a relação dos setores, suas
ligações, as necessidades de áreas, as características gerais e os requisitos especiais, como as
posturas municipais.

UM ABRAÇO E ATÉ A PRÓXIMA.

Bibliografia

Estruturas mistas aço-concreto: origem, desenvolvimento e perspectivas. Silvana De Nardin (1);


Alex Sander Clemente de Souza (2); Ana Lucia C. Homce El Debs (3); Mounir Khalil El Debs (3).
Estruturas de concreto- capítulo 1. Libânio M. Pinheiro; Cassiane D. Muzardo; Sandro P. Santos,
Março de 2004 (material didático da eesc.usp)

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Fundamentos Do Concreto Protendido. Profa. Dra. Mônica Pinto Barbosa. Departamento de
Engenharia Civil. Faculdade De Engenharia De Ilha Solteira –Unesp.
Sistemas de Climatização. ALBERTO HERNANDEZ NETO. Escola Politécnica da USP. Grupo
de Pesquisa em Refrigeração, Ar Condicionado e Conforto Térmico. ANPRAC –Associação
Nacional dos Profissionais de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento. Outubro
/ 2007
NBR 6492/1994

i
[fonte: CIMENTO E CONCRETO, 1944]. FONTE: RECOMENDAÇÕES PARA A PRODUÇÃO DE
ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO EM EDIFÍCIOS. (PROJETO EPUSP/SENAI.
Responsáveis: Mercia Maria S. Bottura de Barros, Silvio Burrattino Melhado)
http://publicacoes.pcc.usp.br/PDF/TT04.pdf.
ii
CESPE/UnB
iii
Fonte: Fundamentos Do Concreto Protendido. Profa. Dra. Mônica Pinto Barbosa.
Departamento de Engenharia Civil. Faculdade De Engenharia De Ilha Solteira -Unesp

iv
Instituto FED – SC (http://wiki.sj.cefetsc.edu.br/wiki/index.php/PERGUNTAS_E_RESPOSTAS)
v
http://www.usp.br/fau/cursos/graduacao/arq_urbanismo/disciplinas/aut0188/Palestra_Elevadores.pdf

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