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CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA

PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010

MATERIAL DIDÁTICO

NORMAS E PROJETOS DE
PAVIMENTAÇÃO

Impressão
e
Editoração

0800 283 8380


www.ucamprominas.com.br
2

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3
UNIDADE 1 – PROJETOS DE ENGENHARIA VIÁRIA ........................................ 7
UNIDADE 2 – ETAPAS DE UM PROJETO DE PAVIMENTO RODOVIÁRIO ..... 14
2.1 Estudo preliminar ........................................................................................... 14
2.2 Projeto básico................................................................................................. 15
2.3 Projeto executivo ............................................................................................ 15
2.4 Elementos de um projeto de rodovia .............................................................. 17
UNIDADE 3 – PROJETO DE PAVIMENTAÇÃO URBANA................................. 21
3.1 Recomendações gerais .................................................................................. 23
3.2 Etapas básicas de um projeto de pavimentação convencional ...................... 24
UNIDADE 4 – NORMAS TÉCNICAS DA ABNT .................................................. 27
UNIDADE 5 – NORMAS DA ANP ....................................................................... 31
UNIDADE 6 – NORMAS DNIT ............................................................................. 34
6.1 Normas Tipo Especificação de Materiais (EM) ............................................... 36
6.2 Normas Tipo Especificação de Serviços (ES) ................................................ 37
6.3 Normas Tipo Método de Ensaio (ME) ............................................................ 39
6.4 Normas Tipo Procedimento (PRO) ................................................................. 41
6.5 Normas Tipo Terminologia (TER) ................................................................... 42
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 44
3

INTRODUÇÃO

Sustentabilidade, respeito ao meio ambiente, à saúde e à segurança do


trabalhador, desenvolver projetos e executar obras de confiança, que atendam aos
mais variados segmentos da sociedade, agir com transparência e seriedade são
alguns dos compromissos que devemos ter quando desenvolvemos obras de
Engenharia.
Portanto, na execução de uma obra de Engenharia Rodoviária, assim como
obras em outras áreas, é imprescindível a elaboração de um projeto. Assim, etapas
ou fases de um projeto de rodovia e as normas relativas serão apresentadas neste
módulo.
A Lei nº 8.666/19931 prevê a obrigatoriedade da inclusão do projeto básico
e/ou executivo no edital de contratação de qualquer obra ou serviço (de
Engenharia), acrescidos de todas as suas partes, desenhos, especificações e outros
complementos.
Para tanto, a Lei nº 8.666/1993 considera a definição de projeto básico como

o conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão


adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou o complexo de obras ou
serviços, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos
preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento
do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilitem a avaliação do
custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução.

E de projeto executivo como “o conjunto dos elementos necessários e


suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT”.
A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – também assume
para o Projeto de Engenharia o seguinte conceito:

Definição qualitativa e quantitativa dos atributos técnicos, econômicos e


financeiros de uma obra de Engenharia e Arquitetura, com base em dados,
elementos, informações, estudos, discriminações técnicas, cálculos,
desenhos, normas, projeções e disposições especiais.

1
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e
contratos da Administração Pública, e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8666cons.htm
4

Figura 1: Projeto para melhorar o trânsito.


Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/curitiba/feira-no-viaduto-do-orleans-e-o-que-preve-projeto-
que-vai-melhorar-o-transito-a7l46k9kkaow496c0zrvcz96b

Em função do exposto, torna-se transparente que, no contexto da


implantação de um empreendimento rodoviário, o Projeto de Engenharia detém uma
acentuada e fundamental importância, na medida em que, para o pleno sucesso da
realização do empreendimento, em termos temporais e econômico-financeiros, é
imprescindível que o Projeto de Engenharia se apresente dentro de adequado nível
de qualidade e eficácia, existindo, evidentemente, outros fatores também
importantes, mas de menor significância relativa, vinculados à execução das obras
(BRASIL, 2010).
As obras de infraestrutura viária geralmente são obras de grande porte, que
contemplam a participação de diversos profissionais por um longo período de tempo.
Deve se ter, desde a sua concepção, soluções de traçado, de capacidade, de
estruturas de pavimento, de drenagem e de iluminação, que ofereçam segurança e
conforto aos usuários e suportem o tráfego de veículos durante o período de projeto
estabelecido. Para tanto, é imprescindível que desde a sua concepção até a
execução em campo, ela seja acompanhada e fiscalizada por profissionais e
empresas legalmente habilitados (CREA-MG, 2016).
No tocante às obras viárias urbanas, a Engenharia age através do
desenvolvimento de projetos, junto a:
 Infraestrutura – construção de pontes, viadutos, dispositivos viários, entre
outros;
5

 circulação e estacionamento – definição de hierarquia das vias, sentidos de


percurso, locais de estacionamento;
 forma de operação nos cruzamentos – sinal de pare ou semáforo, entre
outros;
 sinalização – implantação de sinalização vertical e horizontal de
regulamentação, de indicação e semafórica; e,
 gestão – estratégias de operação, entre outras.
Além de ser lei no caso de obras públicas, outra justificativa simples seria
pronunciar que os empreendimentos tendem ao fracasso quando não planejados,
quiçá ao desperdício! Sim, é verdade, os objetivos podem estar mal definidos,
podem não ser compreendidos por membros das equipes; indefinição de técnicas;
informação insuficientes, inadequadas ou inconsistentes podem levar ao fracasso.
Portanto, gerenciar um projeto, aplicar conhecimentos, habilidades, ferramentas e
técnicas só tem a contribuir para o sucesso de um empreendimento.
Também cabe lembrarmos que a sociedade civil como um todo, a cada dia
tem se tornado mais consciente de seus direitos e deveres na participação do
processo construtivo do Brasil, portanto, as pessoas estão atentas, buscam, cobram
e fiscalizam obras que atendam seus anseios e necessidades.
Desejamos boa leitura e bons estudos, mas antes algumas observações se
fazem necessárias:
1) Ao final do módulo, encontram-se muitas referências utilizadas
efetivamente e outras somente consultadas, principalmente artigos retirados da
World Wide Web (www), conhecida popularmente como Internet, que devido ao
acesso facilitado na atualidade e até mesmo democrático, ajudam sobremaneira
para enriquecimentos, para sanar questionamentos que por ventura surjam ao longo
da leitura e, mais, para manterem-se atualizados.
2) Deixamos bem claro que esta composição não se trata de um artigo
original2, pelo contrário, é uma compilação do pensamento de vários estudiosos que
têm muito a contribuir para a ampliação dos nossos conhecimentos. Também
reforçamos que existem autores considerados clássicos que não podem ser
deixados de lado, apesar de parecer (pela data da publicação) que seus escritos

2
Trabalho inédito de opinião ou pesquisa que nunca foi publicado em revista, anais de congresso ou
similares.
6

estão ultrapassados, afinal de contas, uma obra clássica é aquela capaz de


comunicar-se com o presente, mesmo que seu passado datável esteja separado
pela cronologia que lhe é exterior por milênios de distância.
3) Em se tratando de Jurisprudência, entendida como “Interpretação
reiterada que os tribunais dão à lei, nos casos concretos submetidos ao seu
julgamento” (FERREIRA, 2005)3, ou conjunto de soluções dadas às questões de
direito pelos tribunais superiores, algumas delas poderão constar em nota de rodapé
ou em anexo, a título apenas de exemplo e enriquecimento.
4) Por uma questão ética, a empresa/instituto não defende posições
ideológico-partidária, priorizando o estímulo ao conhecimento e ao pensamento
crítico.
5) Pedimos compreensão por usar a lógica ocidental tradicional que funciona
como uma divisão binária: masculino x feminino, macho x fêmea ou homem x
mulher, mas na medida do possível iremos nos adequando à identidade de gênero,
cientes de que no mundo atual as pessoas tem liberdade de se expressarem de
forma tão diversa e plural e que o respeito à singularidade e a tolerância de cada
indivíduo torna-se fator de extrema importância.
6) Sabemos que a escrita acadêmica tem como premissa ser científica, ou
seja, baseada em normas e padrões da academia, portanto, pedimos licença para
fugir um pouco às regras com o objetivo de nos aproximarmos de vocês e para que
os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos
científicos.
Por fim:
7) Deixaremos em nota de rodapé, sempre que necessário, o link para
consulta de documentos e legislação pertinente ao assunto, visto que esta última
está em constante atualização. Caso esteja com material digital, basta dar um Ctrl +
clique que chegará ao documento original e ali encontrará possíveis leis
complementares e/ou outras informações atualizadas. Caso esteja com material
impresso e tendo acesso à Internet, basta digitar o link e chegará ao mesmo local.

3
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Eletrônico Aurélio. Versão 5.0. Editora
Positivo, 2005.
7

UNIDADE 1 – PROJETOS DE ENGENHARIA VIÁRIA

Tomando como base a Resolução 361/914 e a Decisão Normativa nº 106 de


20155 do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), disciplinamento
da Lei nº 8.666, de 1993, das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
– ABNT – e Orientação Técnica IBRAOP/OT6 - IBR 001/2006, teremos:
 Projeto – é a somatória do conjunto de todos os elementos conceituais,
técnicos, executivos e operacionais abrangidos pelas áreas de atuação, pelas
atividades e pelas atribuições dos profissionais da Engenharia e Agronomia,
nos termos das leis específicas, dos decretos-lei e dos decretos que
regulamentam tais profissões e a Constituição Federal de 1988. O termo
genérico “Projeto” é definido como um conjunto constituído pelo Projeto
Básico e pelo Projeto Executivo.
 Projeto básico – é o conjunto de elementos que define a obra, o serviço ou o
complexo de obras e serviços que compõem o empreendimento, de tal modo
que suas características básicas e desempenho almejado estejam
perfeitamente definidos, possibilitando a estimativa de seu custo e prazo de
execução. Todo o conjunto de desenhos, memoriais descritivos,
especificações técnicas, orçamento, cronograma e demais elementos
técnicos devem atender às Normas Técnicas e à legislação vigente, além de
ser elaborado com base em estudos anteriores que assegurem a viabilidade e
o adequado tratamento ambiental do empreendimento. Ou seja, são os
principais conteúdos e elementos técnicos correntes aplicáveis às obras e
serviços sem restringir as constantes evoluções e impactos da ciência, da
tecnologia, da inovação, do empreendedorismo e do conhecimento e
desenvolvimento do empreendimento social e humano nas especialidades:
a) levantamento Topográfico;

4 Dispõe sobre a conceituação de Projeto Básico em Consultoria de Engenharia, Arquitetura e


Agronomia. Disponível em: http://normativos.confea.org.br/downloads/0361-91.pdf
5 DECISÃO NORMATIVA Nº 106, DE 17 DE ABRIL DE 2015. Conceitua o termo “Projeto” e define
suas tipificações. Disponível em: http://normativos.confea.org.br/downloads/0106-15.pdf
6 IBRAOP – Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas, é uma sociedade civil de direito
privado sem fins econômicos, de âmbito nacional, constituído por profissionais de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia, de nível superior e que exercem atividades relacionadas à auditoria de
obras públicas. A Orientação Técnica (OT IBR 001/06) está disponível em:
http://www.ibraop.org.br/wp-content/uploads/2013/06/orientacao_tecnica.pdf
8

b) sondagem;
c) projeto Arquitetônico;
d) projeto de Terraplenagem;
e) projeto de Fundações;
f) projeto Estrutural;
g) projeto de Instalações Hidráulicas;
h) projeto de Instalações Elétricas;
i) projeto de Instalações Telefônica, de dados e som;
j) projeto de Instalações de Prevenção de Incêndio;
k) projeto de Instalações Especiais (lógicas, CFTV, alarme, detecção de
fumaça);
l) projeto de Instalações de Ar-condicionado;
m) projeto de Instalações de Transporte Vertical; e,
n) projeto de Paisagismo.
 Projeto executivo – consiste no conjunto dos elementos necessários e
suficientes à execução completa da obra ou do serviço, conforme
disciplinamento da Lei nº 8.666, de 1993, e das normas da Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

Conforme exposto na Orientação Técnica IBRAOP/OT – IBR 001/2006,


Projeto Arquitetônico consiste em uma subcategoria tipificada do “Projeto Básico”,
cujo conteúdo técnico de seu desenho pode contemplar: situação; implantação com
níveis; plantas baixas e de cobertura; cortes e elevações; detalhes que possam
influir no valor do orçamento; indicação de elementos existentes, a demolir e a
executar, em caso de reforma ou ampliação; e cujo conteúdo técnico de sua
especificação pode contemplar materiais, equipamentos, elementos, componentes e
sistemas construtivos.
Compete exclusivamente ao Sistema CONFEA/CREA definir as áreas de
atuação, as atribuições e as atividades dos profissionais a ele vinculados, não
possuindo qualquer efeito prático e legal resoluções ou normativos editados e
divulgados por outros conselhos de fiscalização profissional tendentes a restringir ou
suprimir áreas de atuação, atribuições e atividades dos profissionais vinculados ao
Sistema CONFEA/CREA.
9

Vale lembrar também da Lei nº 6496/777 que institui a “Anotação de


Responsabilidade Técnica” (ART) na prestação de serviços de Engenharia, de
Arquitetura e de Agronomia; autoriza a criação, pelo Conselho Federal de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA, de uma Mútua de Assistência
Profissional; e dá outras providências.
A ART tem como finalidade definir, para os efeitos legais, os responsáveis
técnicos pela execução de obras ou prestação de quaisquer serviços de Engenharia,
de Agronomia e das demais profissões regulamentadas e fiscalizadas pelo Crea.
A ART funciona, também, como instrumento de garantia para o contratante,
além de ser um documento que integra processos éticos e judiciais quando da não
satisfação do consumidor pelos serviços prestados, podendo ser utilizada em
situações que ameacem o cumprimento das regras estipuladas nos contratos.
Ao fiscalizar o empreendimento, é verificado o cumprimento da Lei nº
6.496/1977 que estabelece em seu art. 1º:

Todo contrato, escrito ou verbal, para a execução de obras ou prestação de


quaisquer serviços profissionais referentes à Engenharia, à Arquitetura e à
Agronomia fica sujeito à Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).

Destaca-se que a ART deve ser anotada antes ou por ocasião do início da
obra e/ou serviço e a responsabilidade pelo preenchimento e quitação da mesma
cabe ao profissional contratado e sua falta implica em infração ao art. 3º da Lei nº
6.496/1977, incorrendo o profissional ou a empresa nas sanções cominadas no art.
6º da Lei 5.194/19668.

Art. 6º - Exerce ilegalmente a profissão de engenheiro, arquiteto ou


engenheiro-agrônomo:
a) a pessoa física ou jurídica que realizar atos ou prestar serviços, públicos
ou privados, reservados aos profissionais de que trata esta Lei e que não possua
registro nos Conselhos Regionais;
b) o profissional que se incumbir de atividades estranhas às atribuições
discriminadas em seu registro;

7
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6496.htm
8
Regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá outras
providências. Disponível em: http://normativos.confea.org.br/ementas/visualiza.asp?idEmenta=25
10

c) o profissional que emprestar seu nome a pessoas, firmas, organizações


ou empresas executoras de obras e serviços sem sua real participação nos
trabalhos delas;
d) o profissional que, suspenso de seu exercício, continue em atividade;
e) a firma, organização ou sociedade que, na qualidade de pessoa jurídica,
exercer atribuições reservadas aos profissionais da Engenharia, da Arquitetura e da
Agronomia, com infringência do disposto no parágrafo único do Art. 8º desta Lei.
Parágrafo único - As pessoas jurídicas e organizações estatais só poderão
exercer as atividades discriminadas no Art. 7º, com exceção das contidas na alínea
“a”, com a participação efetiva e autoria declarada de profissional legalmente
habilitado e registrado pelo Conselho Regional, assegurados os direitos que esta Lei
lhe confere.

Reflita e anote sobre as duas exposições abaixo...


Ao prefaciar a apostila de Projeto de Pavimentos, Moura (2018) coloca o
seguinte questionamento e seus desdobramentos. Vejamos:

I
“Porque os pavimentos no Brasil apresentam condições de rolamento ruins,
quanto à economia e à segurança para o usuário e o custo dos serviços de
manutenção são elevados?”

Excesso de carga – devido à ausência de balanças rodoviárias, a prática de


excesso de carga é, notoriamente, uma realidade nacional. A concepção de uma
estrutura de uma rodovia, tem como premissa a quantidade, os tipos e
principalmente a carga dos veículos que irão trafegar, expresso pelo número N
(normalmente período de 10 anos de projeto), caso nessa estrutura, quando em
11

serviço, ocorram a passagens de veículos com excessos de cargas, não computado,


o período de 10 anos, inicialmente considerado, pode ocorrer prematuramente.
Materiais – os materiais empregados na construção de nossas rodovias,
assemelham-se quanto à qualidade dos materiais, normalmente, empregados em
rodovias de outros países. Principalmente, materiais empregados em camadas de
bases, sub-bases e reforços de subleito. Mesmo os materiais da camada de
rolamento, apresentam características análogas aos materiais dos revestimentos
encontrados em outros países, visto que os materiais devem atender às normas que
preconizam e atestam a sua qualidade.
Construção – o processo de edificação no Brasil, não só de obras
rodoviárias, mas obras civis em geral, requer atenção. Em obras viárias, devido ao
elevado custo, é comum o poder público administrar os recursos. A falta de controle
tecnológico na execução de obras viárias é um dos principais causadores da má
qualidade de nossas vias. Espessuras insuficiente, compactação aquém da ideal,
ausência de drenagem, usinagem inadequada de misturas asfálticas, dentre outros
fatores, propiciam a redução da vida útil da rodovia.
Projeto – a concepção de projetos inadequados, como número N inferior ao
real, erros no dimensionamento das camadas, análise mecanicista malfeita, além de
outros parâmetros, resulta em estruturas com qualidade inferior, propiciando a
ruptura prematura do pavimento.
Não aleatoriamente, em primeiro lugar foi colocado o excesso de carga, sem
dúvida o excesso causa danos que somente com intervenções profundas se pode
corrigir. Em seguida, materiais, e após, a construção, problemas construtivos e
mesmo a escolha de materiais inadequados são práticas recorrentes na construção
e manutenção de nossas rodovias, e por fim, o projeto, dificilmente o projeto é
colocado a prova, pois os pavimentos entram em colapso prematuramente,
ocasionados por erros construtivos, escolha dos materiais inadequados e
principalmente por excesso de carga.
Em resposta ao questionamento, a reduzida malha rodoviária nacional,
somada à péssima qualidade ao rolamento coloca o usuário em condições de pouca
segurança e, por conseguinte, a custo elevado de trafegabilidade. A demora do
poder público na intervenção da via para correção de defeitos, acaba por deteriorar
a estrutura da via demasiadamente o que resulta em um custo muito superior de
manutenção quando da ocasião de intervenção.
12

O correto dimensionamento de pavimentos é de fundamental importância,


entretanto, associar à má qualidade de nossas vias somente a erros de projetos
pode-se estar incorrendo em erro.
II
PROJETOS DE ENGENHARIA VIÁRIA
Obras de infraestrutura viária como rodovias, ferrovias e vias urbanas se
caracterizam por apresentar projetos complexos e multidisciplinares. Uma rodovia,
por exemplo, requer para a sua construção pelo menos três etapas distintas que
veremos em detalhes mais adiante, mas que são:
a) a etapa de projeto básico na qual são definidas as principais
características do projeto e são realizadas estimativas para sua implantação;
b) a etapa de projeto executivo, incluindo os estudos e projetos para a
caracterização das necessidades e custos associados a obra; e,
c) a etapa de construção e fiscalização da obra, propriamente dita.
Essas três etapas indicam o esboço, a concepção e o acompanhamento de
uma obra viária em um processo que pode ser definido como a verticalização do
projeto, sendo inúmeras as atividades que devem ser desenvolvidas para cada uma
das etapas.
O retrabalho e a perda de informações (temporária ou definitiva) são os
maiores problemas verificados na etapa de projetos de obras de infraestrutura viária.
Em contatos mantidos com coordenadores de projetos de empresas de consultoria,
foram identificados como os problemas de maior relevância, no gerenciamento do
projeto:
a) retrabalho – em virtude da indefinição do órgão contratante, da
necessidade de produzir medições e da falta de comunicação e cooperação entre os
diferentes profissionais. O retrabalho foi estimado entre duas a seis vezes o trabalho
necessário para a conclusão do projeto;
b) perda de informações – os dados e informações não estão integrados e
disponíveis de forma atualizada a todos. O processamento de uma etapa com dados
obsoletos é comum. A espera por dados que já estão disponíveis também ocorre. A
perda de informações temporária, geralmente, resulta em retrabalho, enquanto a
perda de informações definitiva produz um projeto de qualidade inferior;
13

c) dificuldade de coordenar equipes grandes e terceirizados –


dificuldades no cumprimento de prazos, na qualidade do trabalho e no formato de
apresentação;
d) dificuldade no relacionamento com a fiscalização – nas exigências
técnicas, de prazo e de relatórios, bem como na troca da fiscalização e de critérios.
Pelas premissas acima, faz-se mister o desenvolvimento de um sistema de
informações que deve procurar atender às principais demandas verificadas no setor
de projeto e construção de obras de infraestrutura viária. Mais que um conjunto de
ferramentas para o cálculo e processamento de diferentes atividades, o sistema
deve permitir a integração destas e dos profissionais envolvidos, de forma a
maximizar os benefícios que a tecnologia da informação (TI) coloca à nossa
disposição (SAEPRO/UFRGS, 2016).
14

UNIDADE 2 – ETAPAS DE UM PROJETO DE PAVIMENTO


RODOVIÁRIO

Relembremos que de forma bem genérica, uma rodovia, em termos


estruturais segue uma infraestrutura e uma superestrutura rodoviária.
a) A infraestrutura rodoviária – constitui-se por um conjunto de sistemas,
cada um com suas funções específicas, a saber:
a.1 a plataforma terraplenada com seus requisitos e atributos específicos;
a.2 os sistemas de proteção e drenagem, que respondem, de forma
abrangente, pela preservação e pela durabilidade da via;
a.3 as obras de arte especiais que compreendem as estruturas, tais como
pontes, viadutos ou túneis necessários à plena implantação de uma via, e que pelas
suas proporções e características peculiares requerem um projeto específico.
b) A superestrutura rodoviária constituída, igualmente, por um conjunto de
sistemas, a saber:
b.1 o pavimento, que, com seu pacote estrutural, em especial o revestimento
betuminoso (camada de rolamento), interage diretamente com o tráfego;
b.2 os dispositivos de sinalização e de obras complementares, que buscam
resguardar a segurança do tráfego usuário.
Então, a implantação básica da rodovia compreenderá a construção da
infraestrutura viária, envolvendo, portanto, a execução dos serviços preliminares
pertinentes, a execução da plataforma terraplanada, a execução dos dispositivos de
drenagem e de travessias de talvegues e de obras relacionadas com declividades
acentuadas do relevo, bem como das obras de acabamento de terrapleno e das
obras complementares e de proteção do corpo estradal (BRASIL, 2010).
Precisaremos de estudos preliminares, projetos básicos e executivo, ok?!

2.1 Estudo preliminar


Essa etapa corresponde às atividades relacionadas ao estudo geral de
pavimento, baseado em dados de cadastros regionais e locais, observações de
campo e experiência profissional de maneira a permitir a previsão preliminar da
estrutura de pavimento e seu custo.
Deve-se procurar o contato direto com as condições físicas do local da obra
através de reconhecimento preliminar, utilizando documentos de apoio disponíveis
15

como mapas geológicos, dados de algum projeto existente na área de influência da


obra e dados históricos do tráfego.
A análise dos dados permite a previsão das investigações necessárias para
a etapa de projeto subsequente, o projeto básico.
O estudo preliminar deve constituir-se de memorial descritivo com
apresentação das alternativas de estruturas de pavimento acompanhadas de pré-
dimensionamentos e a solução eleita a partir de análise técnico-econômica
simplificada, desenhos de seção-tipo de pavimento, quantitativos dos serviços de
pavimentação e orçamento preliminar (MOURA, 2018).
Em linhas gerais, o estudo preliminar permite desenvolver estudos prévios à
etapa de projeto. Entre os estudos possíveis, destacam-se os estudos:
i) de tráfego;
ii) topográficos;
iii) de geotécnicos; e,
iv) de estimativa de custos.

2.2 Projeto básico


Com os elementos obtidos nessa etapa, tais como: topografia, investigações
geológico geotécnicas, projeto geométrico, projeto de drenagem entre outros, devem
ser estudadas alternativas de solução, com grau de detalhamento suficiente para
permitir comparações entre elas, objetivando a seleção da melhor solução técnica e
econômica para a obra (MOURA, 2018).

2.3 Projeto executivo


Nessa etapa, a solução selecionada no projeto básico deve ser detalhada a
partir dos dados atualizados de campo, da topografia, das investigações geológico-
geotécnicas complementares, do projeto geométrico, do projeto de drenagem, entre
outros.
No caso de uma obra de Engenharia, em particular, de uma “estrada”,
chamado de Projeto Final de Engenharia, Projeto Final ou simplesmente Projeto de
Engenharia, deve ser o mais completo (abrangente) possível, de fácil entendimento,
perfeitamente exequível para as condições vigentes, com identificação e solução
dos prováveis problemas. Para isso, deve-se observar padronização conforme
normas estabelecidas, além de conter todos os elementos quantitativos, qualitativos
16

e técnicos nos níveis de detalhamento ideal para a sua melhor e integral aplicação
(PEREIRA et al., 2016).
O projeto executivo compreende o detalhamento do Projeto Básico e perfeita
representação da obra a ser executada, devendo definir todos os serviços a serem
realizados devidamente vinculados às Especificações Gerais, Complementares ou
Particulares, quantificados e orçados segundo a metodologia estabelecida para a
determinação de custos unitários e contendo ainda o plano de execução da obra,
listagem de equipamentos a serem alocados e materiais e mão de obra em
correlação com os cronogramas físicos e financeiros.
Na fase de projeto são complementados os estudos e desenvolvidos o
Projeto Geométrico, Projeto de Terraplenagem, Projeto de Drenagem, Projeto de
Pavimentação, Projeto de Obra de Arte Especiais, Projeto de Interseções, Projeto de
Obras Complementares (envolvendo, Sinalização, Cercas e Defensas) e Projeto de
Desapropriação.
São elementos básicos a serem identificados no Projeto Executivo:
 denominação;
 nome do objeto;
 endereço da obra;
 nome da entidade gestora;
 tipo de projeto;
 data;
 nome do(s) responsável(is) técnico(s), registro(s) no CREA/CAU9, número(s)
da(s) ART(s) e/ou RRT(s) e assinatura(s).
É oportuno destacar que o nome do projeto (empreendimento) não deve ser
confundido com o nome do objeto a ser licitado. O primeiro pode possuir uma
denominação com apelo publicitário, fazendo uso de expressões como:
“revitalização”, “urbanização”, “duplicação”, “implantação”, entre outros. Já o
segundo, por fazer referência ao processo licitatório, deve fazer uso das
terminologias: “ampliar”, “construir”, “fabricar”, “recuperar”, “reformar” – quando se
tratar de obras, e “adaptar”, “consertar”, “conservar”, “demolir”, “instalar”, e assim por
diante – quando se tratar de serviço de Engenharia (CGE-AC, 2014).

9
Conselho de Arquitetura e Urbanismo.
17

2.4 Elementos de um projeto de rodovia


Um projeto de rodovia pode ter subdivisões inter-relacionadas conforme
suas necessidades próprias, mas de uma maneira geral, os Projetos de Engenharia
são informalmente padronizados, compreendendo os seguintes tópicos:
ESTUDOS DE TRÁFEGO – trata da coleta de dados de tráfego, seu estudo
e análise do tráfego atual e futuro com vistas a propiciar meios necessários para
avaliar a suficiência do sistema de transporte existente, auxiliar na definição do
traçado e padrão da rodovia, definir a classe e suas características técnicas,
determinar as características operacionais da rodovia e fornecer insumos para a
análise de viabilidade econômica.
ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA-ECONÔMICA – tem por objetivo dar
subsídios para seleção das alternativas de traçado mais convenientes, determinar as
características técnicas mais adequadas em função dos estudos de tráfego e definir
a viabilidade econômica do projeto. É desenvolvido ainda na fase inicial (preliminar)
dos serviços, ou seja, de reconhecimento da área a ser projetada.
ESTUDOS HIDROLÓGICOS – consistem na coleta de dados,
processamento destes dados e análise relativa a todo aspecto hidrológico nas
diversas fases de projeto.
ESTUDOS TOPOGRÁFICOS – consistem na busca do pleno conhecimento
do terreno através de levantamento topográfico convencional ou por processo
aerofotogramétrico, com formas de trabalho, precisão e tolerância em consonância à
fase de projeto que se desenvolve.
ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS – têm por objetivo o melhor
conhecimento da constituição do terreno através de sondagens e coleta de materiais
no campo e consequentes ensaios destes materiais para definição de suas
características e aplicabilidade.
PROJETO GEOMÉTRICO – tem por objetivo o completo estudo e
consequente definição geométrica de uma rodovia, das características técnicas, tais
como raios de curvaturas, rampas, plataforma, entre outros, com precisão tal que
permita sua conformação espacial, sua quantificação, correspondente orçamento e
possibilite a sua perfeita execução através de um planejamento adequado.
PROJETO DE TERRAPLENAGEM / OBRAS DE ARTE CORRENTES –
consiste na determinação dos volumes de terraplenagem, dos locais de
18

empréstimos e bota-fora de materiais e na elaboração de quadros de distribuição do


movimento de terra, complementado pela definição das Obras de Arte correntes.
PROJETO DE DRENAGEM – visa estabelecer a concepção das estruturas
que comporão o projeto de drenagem superficial e profunda, estabelecendo seus
dimensionamentos e apresentando quadros identificativos do tipo de obra,
localização e demais informações.
PROJETO DE PAVIMENTAÇÃO – objetiva estabelecer a concepção do
projeto de pavimento, a seleção das ocorrências de materiais a serem indicados,
dimensionamento e definição dos trechos homogêneos, bem como o cálculo dos
volumes e distâncias de transporte dos materiais empregados.
PROJETO DE OBRAS DE ARTE ESPECIAIS – consiste na concepção, no
cálculo estrutural e na confecção das plantas de execução de pontes e viadutos.
PROJETO DE INTERSEÇÕES, RETORNOS E ACESSOS – consiste na
identificação e concepção de projeto, detalhamento e demonstração das plantas de
execução destes dispositivos.
PROJETO DE OBRAS COMPLEMENTARES – é desenvolvido em função
dos demais projetos, complementando-os conforme análise de necessidades de
implantação de dispositivos de funcionalidade e de segurança do complexo da obra
de Engenharia, com definições, desenhos e localizações detalhadas dos dispositivos
projetados; também envolve os projetos especiais de paisagismo e locais de lazer
nas áreas adjacentes à via em estudo a partir de um cadastro pedológico e vegetal.
PROJETO DE SINALIZAÇÃO – é composto pelo projeto de sinalização
horizontal e vertical das vias, interseções e acessos, também pela sinalização por
sinais luminosos em vias urbanas, onde são especificados os tipos dos dispositivos
de sinalização, localização de aplicação e quantidades correspondentes.
PROJETO DE DESAPROPRIAÇÃO – é constituído de levantamento
topográfico da área envolvida, da determinação do custo de desapropriação de cada
unidade, do registro das informações de cadastro em formulário próprio, da planta
cadastral individual das propriedades compreendidas, total ou parcialmente na área
e, por fim, relatório demonstrativo.
PROJETO DE INSTALAÇÕES PARA OPERAÇÃO DA RODOVIA – é
constituído de memória justificativa, projetos e desenhos específicos e notas de
serviços dos dispositivos, tais como postos de pedágio, postos de polícia, balanças,
19

residências de conservação, postos de abastecimento, áreas de estacionamento,


paradas de ônibus, entre outros.
ORÇAMENTO DOS PROJETOS – consiste na pesquisa de mercado de
salários, materiais, equipamentos, entre outros, para o cálculo dos custos unitários
dos serviços e estudo dos custos de transportes para confecção do orçamento total
da obra. Aqui podemos incluir a Memória de Cálculo que visa apresentar a forma
pela qual as quantidades de materiais e serviços que compõem a Planilha de Custo
foram obtidas. A Memória de Cálculo deve ser elaborada com base nos conteúdos
dos Desenhos Técnicos, Memoriais Descritivos e Especificações Técnicas.
PLANO DE EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS – apresenta um plano de ataque
dos serviços considerando a forma e equipamento para execução, bem como os
cronogramas e dimensionamento/ layout das instalações necessárias à execução da
obra.
DOCUMENTOS PARA LICITAÇÃO – visam identificar e especificar as
condições que nortearão a licitação dos serviços para execução da obra.
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) – trata-se da execução por
equipe multidisciplinar das tarefas técnicas e científicas destinadas a analisar
sistematicamente as consequências da implantação de um projeto no meio
ambiente, através de métodos de avaliações próprios e técnicas de previsão dos
impactos ambientais e consequente desenvolvimento de medidas específicas de
proteção, recuperação e melhorias no meio ambiente, garantindo o mínimo efeito ao
ecossistema.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) – é o documento que
apresenta os resultados dos estudos técnicos e científicos da avaliação de impacto
ambiental. Deve conter o esclarecimento de todos os elementos da proposta em
estudo, de modo que possam ser divulgados e apreciados pelos grupos sociais
interessados e por todas as instituições envolvidas na tomada de decisão (PEREIRA
et al., 2016).

Guarde...
Com base nas informações levantadas e análises das soluções possíveis
para os diversos problemas encontrados na fase de estudos preliminares, escolhe-
se o traçado mais conveniente. Em seguida, tomando esses estudos preliminares
aprovado como base, parte-se para a execução do projeto básico, o qual consiste do
20

detalhamento dos estudos preliminares, tendo em vista a construção definitiva da


rodovia.
Dessa forma, o projeto básico da rodovia será o conjunto de todos os
projetos parciais, completados por memórias de cálculo, justificativas de soluções
adotadas, quantificação de serviço, especificações de materiais, métodos de
execução, quando necessário, orçamentos, entre outros. Nessa fase de projeto são
escolhidos e calculados todos os elementos necessários para a perfeita definição
dos alinhamentos horizontais, do greide e das seções transversais da rodovia.
Paralelamente à elaboração do projeto geométrico são também executados
projeto de terraplenagem, drenagem, superestrutura, pavimentação, obras civis,
paisagismo, sinalização, serviços complementares e outros, complementados por
um orçamento detalhado dos custos envolvidos nessa fase de projeto.
O objetivo final do projeto básico é dar subsídios para a execução do projeto
executivo.
O projeto executivo consiste no detalhamento das informações geométricas
dos vários elementos da rodovia, de forma a permitir que os processos construtivos
e os equipamentos de construção sejam escolhidos e aplicados sem ambiguidades
construtivas. Há casos em que nessa fase de projeto seja ainda necessária a coleta
de dados mais precisos e mais detalhados do que as fases anteriores. Esse é o
caso, por exemplo, das informações específicas para a construção da infraestrutura
de pontes, viadutos e túneis.
Com o projeto executivo finalizado, tem-se o orçamento completo da obra e
todas as informações necessárias para que ela seja implantada a contento
(PIMENTA et al., 2017).
21

UNIDADE 3 – PROJETO DE PAVIMENTAÇÃO URBANA

Os pavimentos urbanos no Brasil passaram por um acentuado impulso,


desde a promulgação da Constituição Federal em 1988, dada a melhor organização
dos municípios brasileiros, bem como pelo início de destinação de verba, pelo
Governo Federal, para as prefeituras executarem obras de infraestrutura (PREGO,
2001).
Com o aumento da pavimentação dos logradouros, bem como com o
desenvolvimento de novas técnicas de pavimentação, as cidades foram migrando
dos antigos métodos de calçamento das ruas para a pavimentação flexível que se
conhece hoje, e mais tarde os grandes centros passariam a utilizar-se, também, de
pavimentos rígidos. Essas mudanças no jeito de se pavimentar e em seu
crescimento, tiveram uma maior expressão, inicialmente, nas cidades da região sul e
sudeste do país, onde se concentravam os maiores centros urbanos da época, bem
como uma maior referência e experiência rodoviária.
Acompanhando o constante crescimento das cidades, surgem naturalmente
as necessidades de expansão das áreas urbanas habitáveis, aparecendo assim,
consequentemente, a crescente demanda por serviços públicos de infraestrutura,
tais como saneamento básico, drenagem urbana, pavimentação e fornecimento de
energia elétrica (AGETOP, 2016).
Dada a evolução da sociedade, hoje, esses serviços públicos se configuram
como fatores básicos para se manter uma melhor condição de vida para os
cidadãos, propiciando uma saúde pública mais adequada aos munícipes.
Embora a pavimentação urbana tenha experimentado um crescente
aumento nas últimas décadas, existe ainda, em nosso país, um enorme déficit da
mesma, com uma expressiva quantidade de cidadãos que não possuem tal
benefício. Como principais fatores, geradores de déficit, dois merecem destaque,
sendo eles:
 o crescimento desordenado dos municípios, reflexo da falta de um plano
diretor bem definido, de boas políticas públicas e da falta de fiscalização do
poder público; e,
 a falta de recursos financeiros das prefeituras, frente ao elevado preço de
uma obra de pavimentação, bem como pela política tributária atual e má
gestão pública em alguns casos.
22

Uma das atuais necessidades das prefeituras brasileiras, principalmente as


menores, não somente na área da pavimentação urbana, mas em diversas outras
áreas técnicas, vem sendo a falta de profissionais qualificados em seu quadro,
servidores, que bem conduzidos pelo gestor público, podem fazer a diferença
planejando, orientando e direcionando os rumos do crescimento municipal
(AGETOP, 2016).
Na pavimentação urbana, com essa dificuldade do município em manter um
bom profissional de Engenharia em seu quadro de funcionários, tem sido comum os
mesmos não conseguirem elaborar projetos de pavimentação em condições
mínimas de aceitação, bem como planejar e definir corretamente as soluções a
serem adotadas, principalmente quanto às demandas de intervenções visando o
crescimento populacional e futuras expansões urbanas, podendo gerar assim
prejuízos e desperdícios de recursos e benefícios à população (AGETOP, 2016).
O “asfaltamento”, ou a pavimentação de uma via ou rua, é, sem dúvida, uma
das mais importantes intervenções do poder público voltada ao saneamento básico
e, consequentemente, à melhoria do nível de qualidade de vida das comunidades,
pois deflagra, com a sua conclusão, um contínuo processo de incorporação de
novos benefícios – diretos e/ou indiretos – assegurando à população envolvida a
conquista do direito à cidadania (AGETOP, 2016).
São vantagens da pavimentação de uma via urbana:
 melhora as condições de salubridade no seu entorno;
 facilita e disciplina a captação, condução e destinação das águas pluviais;
 viabiliza a implementação de transporte coletivo mais eficiente e rápido, face
à melhor condição de rolamento, facilitando e reduzindo o tempo de
deslocamento da população;
 incentiva a instalação de infraestrutura comercial, industrial e de serviços nas
adjacências da intervenção;
 estimula a introdução de melhorias nas moradias e demais ocupações
existentes nas laterais da artéria pavimentada;
 valoriza os imóveis lindeiros, entre outros (ABEDA, 2010).
Assim, a decisão de promover a pavimentação de uma rua deve merecer da
administração pública especial atenção para não frustrar a consecução de nenhum
dos ganhos elencados acima ou, ainda, de não tolher outros mais desejados pela
comunidade.
23

Antecedendo a qualquer ação para a materialização da obra de


pavimentação, é recomendável que a administração pública ausculte o universo dos
futuros beneficiários para a identificação e conhecimento das expectativas geradas,
bem como das particularidades que, de outra forma, poderiam ser esquecidas,
ocasionando, posteriormente, impactos e consequências indesejadas ou, mesmo,
desastrosas.
A oportunidade citada enseja ao poder público informar a comunidade
acerca das linhas mestras estabelecidas para viabilizar o empreendimento, tais
como estimativa do custo da obra, recursos disponíveis, prazo de execução (início e
conclusão), tipo de solução de pavimentação adotada, dificuldades a serem
superadas, forma de participação da comunidade, entre outros (ABEDA, 2010).

3.1 Recomendações gerais


São recomendações para os projetos de pavimentação e recapeamento
asfáltico, serem apreciados, aprovados e/ou executados por agentes como a
Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (AGETOP, 2016):
1. Possuir projeto básico, elaborado conforme as orientações e as
recomendações desse órgão, além das devidas normas técnicas e legislação
vigente.
2. Os projetos de implantação de pavimento deverão ser preferencialmente
do tipo pavimento asfáltico, podendo ser também em pavimento com blocos de
concreto ou paralelepípedo intertravados, e pavimentos de concreto.
3. Os projetos de recapeamento poderão ser realizados apenas com massas
asfálticas e/ou misturas asfálticas.
4. Os projetos de pavimento em blocos de concretos ou paralelepípedos
intertravados devem ser realizados prevendo a execução destes sobre solo
permeável, com espessura compatível ao tráfego, sub-base compactada e a base
executada, contendo colchão de areia.
5. O recapeamento asfáltico não é indicado quando aplicado sobre substrato
revestido em paralelepípedo ou lajotas de concreto. Esta objeção se dá devido ao
alto risco de trincamento e às dificuldades de manutenção, além de aumentar a área
urbana impermeável. Porém, caso seja necessário e tecnicamente justificado, o
projeto de recapeamento poderá ser aceito.
24

6. A espessura da capa asfáltica permitida para os recapeamentos será de


até 4,0 cm compactados. Os projetos que preverem espessuras superiores deverão
anexar justificativa técnica, demonstrando por meio de dimensionamento a
necessidade de tal espessura. Fica definido que a equipe técnica da AGETOP pode,
a qualquer momento e com a devida justificativa, solicitar e/ou exigir do projetista a
apresentação de mais ensaios e resultados que julgar necessário para a correta
apreciação do projeto e do dimensionamento em análise.
7. Nos projetos de recapeamento, deve-se respeitar o desnível mínimo de
8,0 cm entre o pavimento acabado e a calçada, evitando assim o enterramento das
guias de drenagem.
8. Para os projetos que contemplem intervenções em rodovias e/ou em
áreas de atuação que não seja de domínio público municipal (exemplo: faixas de
domínio das rodovias), estas áreas deverão obter a devida aprovação e autorização
prévia da AGETOP, do DNIT ou do respectivo órgão responsável.
9. Os projetos de pavimentação deverão ser compatíveis com a categoria da
via (local, coletora ou expressa) e com o tráfego da mesma (leve, médio ou pesado).
Para isso, será necessário o devido enquadramento do logradouro para seu correto
dimensionamento.
10. Juntamente ao projeto de pavimentação, será necessária a
apresentação dos projetos complementares (sinalização, drenagem), ou a
declaração/justificativa técnica do profissional e do município, explicando e/ou
justificando a não apresentação dos mesmos.
11. Localização georreferenciada das cascalheiras e pedreiras a serem
utilizadas na obra. No caso das jazidas de cascalho, apresentar foto da mesma e
informar a situação da devida licença ambiental.
12. Todos os projetos que preverem a confecção de calçadas, deverão
apresentar o devido projeto das mesmas de acordo com as Leis e Normas de
acessibilidade vigentes.

3.2 Etapas básicas de um projeto de pavimentação convencional


Uma obra de pavimentação convencional, que contemple a execução
integral de toda a estrutura do pavimento, envolve, a partir da decisão da
administração pública em realizá-la, entre outras, as principais etapas básicas a
seguir:
25

a) Auscultação dos anseios e expectativas da comunidade envolvida.


b) Elaboração de estudos:
b.1) topográficos (planialtimétricos, cadastrais, entre outros);
b.2) geotécnicos (do subleito, das fontes de materiais utilizáveis, entre outros);
b.3) hidrológicos (caso a obra contemple a implantação da rede de drenagem
pluvial);
b.4) de tráfego.
c) Elaboração de projetos:
c.1) geométrico (definição do greide da superfície da camada de rolamento,
entre outros);
c.2) de pavimentação (dimensionamento do pavimento, definição dos tipos de
estruturas do pavimento, indicação das fontes de materiais a serem utilizados,
especificações técnicas adotadas, entre outros);
c.3) de drenagem (caso a obra contemple a implantação da rede de drenagem
pluvial);
c.4) de desapropriação (para fins dos procedimentos cabíveis visando à
desinterdição da plataforma da via para a realização da obra);
c.5) de serviços complementares (sinalização vertical e horizontal, calçadas,
entre outros).
d) Quantificação dos serviços envolvidos, com base nas informações dos
diversos projetos.
e) Orçamentação da obra, a partir dos quantitativos de serviços
estabelecidos e com base: na tabela de preços unitários praticada pela
municipalidade/autarquia; na tabela de preços de órgãos rodoviários; em pesquisa
de preços de serviços e materiais junto ao mercado construtor; em informações
extraídas de publicações especializadas ajustadas às peculiaridades regionais ou
locais da obra.
f) Elaboração de cronograma físico-financeiro.
g) Elaboração do edital de licitação (carta convite, tomada de preços e
concorrência pública), inclusive da minuta do contrato.
h) Disponibilização de recursos orçamentários para a execução da obra.
As atividades relacionadas nas alíneas de “a” a “g” podem ser
desenvolvidas, integral ou parcialmente, pela estrutura técnica da administração
pública, ou contratadas, integral ou parcialmente, com empresas especializadas de
26

Engenharia Consultiva. O conjunto dos produtos das atividades acima arroladas


resultará no projeto básico (abrangendo todas as etapas elencadas, porém com
menor nível de detalhamento e, consequentemente, de precisão) ou no projeto
executivo (com todas as informações e dados necessários à plena realização da
obra, inclusive com detalhes executivos – notas de serviço, entre outros) (ABEDA,
2010).
Modelo de Check-list para aprovação de projetos urbanos
Processo: _________________________________________________________
Município:_________________________________________________________
Obra:_____________________________________________________________
Data:___/___/_______

Servidor que realizou a análise:________________________________________


27

UNIDADE 4 – NORMAS TÉCNICAS DA ABNT

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) foi fundada em 1940, e


identificada como “fórum” do Sistema Nacional de Normalização pelo Conselho
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – CONMETRO, nos
termos da Resolução nº 07/7510, de 31 de dezembro de 1975.

No trabalho de elaboração de normas, a ABNT busca atingir consenso entre


as partes envolvidas no processo, desenvolvendo este trabalho através de vários
comitês, que elaboram estudos nas mais diversas áreas.
Além da elaboração de normas técnicas nos campos científico, técnico,
industrial, comercial e agrícola, a ABNT atua no incentivo ao processo de
normalização no País, bem como promove o intercâmbio com entidades similares
internacionais e concede o direito ao uso da marca de conformidade às suas
normas. Embora as normas da ABNT tenham seu uso amplamente divulgado nos
meios profissionais, somente com as referências legais esse uso deixou de ser de
caráter facultativo, representando apenas uma orientação técnica, para tornar-se
obrigatório.
Nesse sentido, a primeira referência legal às normas da ABNT ocorreu ainda
na década de 1960, por meio da Lei nº 4.15011, de 21 de novembro de 1962, que

Institui o regime obrigatório de preparo e observância das normas técnicas


nos contratos de obras e compras do serviço público de execução direta,
concedida, autárquica ou de economia mista, através da Associação
Brasileira de Normas Técnicas, e dá outras providências.

10
Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/legislacao/resc/pdf/RESC000157.pdf
11
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L4150.htm
28

Nessa lei, entre as medidas previstas está a observância obrigatória dos


requisitos mínimos de qualidade, utilidade, resistência e segurança previstos nas
normas técnicas elaboradas pela ABNT, bem como se estabeleceu o uso das
marcas de conformidade da ABNT nos diversos materiais, instalações e serviços.
Na sequência, diversas outras leis trouxeram referências explícitas ao
cumprimento das normas da ABNT, entre elas a Lei nº 8.07812, de 11 de setembro
de 1990, conhecida como o Código de Defesa do Consumidor – CDC, e que
estabelece, em seu art. 39, na seção “Das Práticas Abusivas”, o seguinte:
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras
práticas abusivas:
[...]
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em
desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se
normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial (Conmetro).
[...]

Além do CDC, outra referência explícita às normas da ABNT, especialmente


importante no campo das obras públicas, é a da Lei nº 8.666, de 21 de junho de
1993, a chamada Lei das Licitações. Esse diploma legal traz, em seu art. 6º, a
seguinte definição para o projeto executivo de obras:
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:
[...]
X - Projeto Executivo – o conjunto dos elementos necessários e suficientes à
execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
[...]
Também merece destaque a Lei nº 9.93313, de 20 de dezembro de 1999,
que dispõe sobre as competências do CONMETRO e do INMETRO (Instituto
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) , e que determina, no

12
Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm
13
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9933.htm
29

§ 2º do art. 2º, que os próprios regulamentos técnicos expedidos pelo CONMETRO


“deverão considerar, quando couber, o conteúdo das normas técnicas adotadas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas”.
Por fim, vale ressaltar a Lei nº 10.09814, de 19 de dezembro de 2000, que
“Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade
das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras
providências”, a qual também determina, em seu art. 5º, a observância dos
parâmetros estabelecidos pelas normas técnicas de acessibilidade da ABNT,
notadamente para o

projeto e o traçado dos elementos de urbanização públicos e privados de


uso comunitário, nestes compreendidos os itinerários e as passagens de
pedestres, os percursos de entrada e de saída de veículos, as escadas e
rampas.

Borges (2008) nos faz notar que é farta a sustentação legal da eficácia das
normas técnicas da ABNT, as quais constituem, na realização de obras públicas,
como as de pavimentação, mais do que mera sugestão técnica, sendo sua
observância de cunho obrigatório para os responsáveis pela execução de projetos e
obras.
Especificamente quanto às etapas relacionadas aos processos de
pavimentação, a lista seguinte traz algumas das normas técnicas em vigor:
NBR11798:2012 – essa Norma estabelece os requisitos para os materiais a
serem utilizados na execução de camadas de base de pavimentos de solo-cimento.
NBR11803:2013 – essa Norma estabelece os requisitos para os materiais a
serem utilizados na execução de camadas de base ou sub-base de pavimentos de
brita graduada tratada com cimento.
NBR12053:1992 – essa Norma prescreve o método para determinação dos
teores de solo e de brita que devem compor uma mistura de solo-brita para ser
empregada como sub-base ou base de pavimentos, bem como os valores de massa
específica aparente seca máxima e de teor de umidade ótima.
NBR-ISO15645:2007 – essa Norma prescreve equipamentos para
construção e manutenção de rodovias – Máquina de fresagem de rodovias –
Terminologia e especificações comerciais.

14
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm
30

O Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados (ABNT/CB-18)


elaborou as seguintes normas para solo-cimento:
- ABNT NBR 11798:2012: Materiais para base de solo-cimento – requisitos.
Publicada no dia 20 de agosto, a norma estabelece os requisitos para materiais
utilizados na execução de camadas de base de pavimentos de solo-cimento.
- ABNT NBR 12253:2012: Solo-cimento – dosagem para emprego como
camada de pavimento. Publicada no dia 20 de agosto, a norma estabelece requisitos
para determinação da quantidade de cimento Portland utilizados como camada de
pavimento solo-cimento.
- ABNT NBR 12025:2012: Solo-cimento – ensaio de compressão simples de
corpos de prova cilíndricos – método de ensaio. Publicada no dia 17 de agosto, essa
norma estabelece o método de ensaio de resistência à compressão simples de
corpos de prova cilíndricos de solo-cimento.
- ABNT NBR 16096:2012: Solo-cimento – determinação do grau de
pulverização – método de ensaio. Publicada no dia 17 de agosto, a norma
estabelece o método para determinação do grau de pulverização do solo para
execução de base de solo-cimento.
- ABNT NBR 12023:2012: Solo-cimento – ensaio de compactação. Publicado
no dia 16 de agosto, a norma estabelece os métodos para determinar a relação
entre o teor de umidade e a massa específica aparente seca de misturas de solo e
cimento, sem reuso do material, quando as mesmas são compactadas com energia
normal.
- ABNT NBR 12024:2012: Solo-cimento – moldagem e cura de corpos de
prova cilíndricos – procedimento. A norma, publicada no dia 16 de agosto,
estabelece dois métodos aplicáveis para moldagem e cura de corpos de prova
cilíndricos de solo-cimento.
31

UNIDADE 5 – NORMAS DA ANP

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) é o


órgão Federal responsável pela regulação das indústrias de petróleo e gás natural e
de biocombustíveis no Brasil. Vinculada ao Ministério de Minas e Energia, é uma
Autarquia Federal Especial que executa a política nacional para o setor, com foco na
garantia do abastecimento de combustíveis e na defesa dos interesses dos
consumidores.

A distribuição do asfalto é uma atividade regulamentada pela ANP e


compreende os agentes autorizados pela agência a adquirir, armazenar, aditivar,
industrializar, misturar, comercializar, exercer o controle da qualidade do produto e
prestar assistência técnica ao consumidor.
A ANP também estabelece a obrigatoriedade da emissão do Certificado da
Qualidade para o asfalto borracha, um asfalto modificado por borracha moída de
pneus. O certificado será emitido pelo distribuidor de asfaltos, que é o responsável
pela mistura da borracha moída de pneus ao CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo) e
legalmente responsável pela garantia da qualidade do produto até o consumidor final
(concessionárias de rodovias e empreiteiras de obras).
Vantagens técnicas do asfalto borracha:
- maior durabilidade (vida útil) do pavimento, com propagação de trincas e
formação de trilhas de roda em velocidade menor que do CAP puro;
- alta viscosidade, possibilita maior recobrimento do pavimento, o que
propicia redução da sensibilidade a variações térmicas;
- aumento da elasticidade, que melhora a aderência do pneu ao pavimento,
aumenta a resistência à ação química de óleos e combustíveis e reduz ruído;
32

- maior resistência ao envelhecimento que propicia o aumento da


deformação de tração admissível e, assim, a redução da propagação de trincas e da
formação de trilhas de roda.
Atuam nesse mercado empresas que produzem (refinarias), que vendem
(distribuidores) e que aplicam o produto (consumidores finais: indústria, construtoras,
esferas do governo e concessionárias de rodovias15.
Os asfaltos devem apresentar requisitos de qualidade para atender às
necessidades de utilização. Compete à ANP estabelecer essas especificações e
classificações por meio de resoluções, algumas citadas abaixo:
RESOLUÇÃO ANP Nº 2, DE 14.1.2005 – DOU 19.1.2005: dispõe sobre os
requisitos necessários à autorização para o exercício da atividade de distribuição de
asfaltos e a sua regulamentação.
RESOLUÇÃO ANP Nº 3, DE 14.1.2005 – DOU 19.1.2005: dispõe sobre os
requisitos necessários à autorização para o exercício da atividade de importação de
asfaltos e a sua regulamentação.
RESOLUÇÃO ANP Nº 19, DE 11.7.2005 DOU 12.7.2005 REPUBLICADA
DOU 13.7.2005 – RETIFICADA DOU 25.7.2005 – RETIFICADA DOU 17.3.2006:
dispõe sobre as especificações dos Cimentos Asfálticos de Petróleo (CAP),
comercializados pelos diversos agentes econômicos em todo o território nacional.
RESOLUÇÃO ANP Nº 27, DE 18.9.2008 – DOU 22.9.2008: dispõe sobre os
requisitos atinentes ao preço, qualidade e oferta dos produtos.
RESOLUÇÃO ANP Nº 30, DE 9.10.2007 – DOU 10.10.2007: dispõe sobre
as especificações dos asfaltos diluídos de petróleo comercializados pelos diversos
agentes econômicos em todo o território nacional.
RESOLUÇÃO ANP Nº 32, DE 21.9.2010 – DOU 22.9.2010: dispõe sobre as
especificações dos cimentos asfálticos de petróleo modificados por polímeros
elastoméricos comercializados, pelos diversos agentes econômicos em todo o
território nacional.
RESOLUÇÃO ANP Nº 35, DE 6.11.2009 – DOU 9.11.2009: altera a
Resolução ANP nº 27 de 18 de setembro de 2008.
Resolução ANP nº 36/2012 – estabelece as especificações das emulsões
asfálticas para pavimentação e as emulsões asfálticas catiônicas modificadas por

15
Disponível em: http://www.anp.gov.br/petroleo-e-derivados2/asfalto
33

polímeros elastoméricos e as obrigações quanto ao controle da qualidade a serem


atendidas pelo Distribuidor que comercializa o produto em todo o território nacional.
RESOLUÇÃO ANP Nº 39, DE 24.12.2008 – DOU 26.12.2008: dispõe sobre
as especificações dos cimentos asfálticos de petróleo modificados por borracha
moída de pneus, designados como Asfaltos Borracha, comercializados pelos
diversos agentes econômicos em todo o território nacional.
RESOLUÇÃO ANP Nº 42, DE 18.8.2011 – DOU 19.8.2011: estabelece os
requisitos necessários para a concessão de autorização de construção, de operação
e as respectivas desativações de instalação de armazenamento de derivados de
petróleo e biocombustíveis, assim como para a alteração de titularidade da
autorização e a homologação de contratos de cessão de espaço ou de
carregamento rodoviário.
RESOLUÇÃO ANP Nº 36, DE 13.11.2012 – DOU 14.11.2012: dispõe sobre
as especificações das emulsões asfálticas para pavimentação e as emulsões
asfálticas catiônicas modificadas por polímeros elastoméricos e as obrigações
quanto ao controle da qualidade a serem atendidas pelo Distribuidor que
comercializa o produto em todo o território nacional.
RESOLUÇÃO ANP Nº 5, DE 29.1.2014 – DOU 30.1.2014: aprova o
Regulamento Técnico ANP nº 2/2014 e institui o Regime de Segurança Operacional
para as Refinarias de Petróleo autorizadas pela ANP.
RESOLUÇÃO ANP Nº 27, DE 11.6.2015 – DOU 12.6.2015: dispõe sobre os
requisitos necessários à concessão de autorizações de construção e de operação de
instalação de combustíveis líquidos automotivos, combustíveis de aviação,
solventes, óleos lubrificantes básicos e acabados, gás liquefeito de petróleo (GLP),
óleo combustível, querosene iluminante e asfaltos , bem como à alteração de
titularidade da autorização e à homologação de contratos de cessão de espaço ou
de carregamento rodoviário.
As Resoluções da ANP podem ser consultadas em:
http://www.anp.gov.br/wwwanp/legislacao
34

UNIDADE 6 – NORMAS DNIT

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) é uma


Autarquia Federal vinculada ao Ministério dos Transportes, criada pela lei nº 10.233,
de 5 de junho de 200116. A legislação reestruturou o sistema de transportes
rodoviário, aquaviário e ferroviário do Brasil, extinguindo o antigo Departamento
Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). A sede do DNIT é em Brasília, no
Distrito Federal. Atualmente, possui 25 unidades administrativas regionais – as
superintendências, e 8 administrações hidroviárias.

A autarquia tem por objetivo implementar a política de infraestrutura do


Sistema Federal de Viação, compreendendo sua operação, manutenção,
restauração ou reposição, adequação de capacidade e ampliação mediante
construção de novas vias e terminais. Os recursos para a execução das obras são
da União, ou seja, o órgão é gestor e executor, sob a jurisdição do Ministério dos
Transportes, das vias navegáveis, ferrovias e Rodovias Federais, instalações de vias
de transbordo e de interface intermodal e instalações portuárias fluviais e lacustres.
Além disso, o DNIT, é o órgão da União competente para exercer as
atribuições elencadas no art. 21 do Código de Trânsito Brasileiro: nas Rodovias
Federais, ele é responsável pela aplicação de multas por excesso de peso e ou de
velocidade, por meio dos postos de pesagem e das lombadas eletrônicas17.
Assim como as normas técnicas da ABNT revestem-se de imperatividade,
em razão de diversos diplomas legais que a elas fazem remissão, também o DNIT
tem competência legalmente atribuída para determinar a adoção de padrões
técnicos e editar manuais e normas para obras de Engenharia Rodoviária, entre as
quais se incluem as de pavimentação.

16
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/l10233.htm
17
Disponível em: http://www.dnit.gov.br/acesso-a-informacao/insitucional, 2017
35

Essa competência, bem como a abrangência da observância obrigatória


dessas normas, no caso, as Rodovias Federais, são definidas na Lei nº 10.233/01,
especificamente em seus artigos 81 e 82, que assim dispõem:
“Art. 81. A esfera de atuação do DNIT corresponde à infraestrutura do
Sistema Federal de Viação, sob a jurisdição do Ministério dos Transportes,
constituída de:
[...]
II – ferrovias e Rodovias Federais;
[...]
“Art. 82. São atribuições do DNIT, em sua esfera de atuação:
I – estabelecer padrões, normas e especificações técnicas para os
programas de segurança operacional, sinalização, manutenção ou conservação,
restauração ou reposição de vias, terminais e instalações;
II – estabelecer padrões, normas e especificações técnicas para a
elaboração de projetos e execução de obras viárias;
[...]
XVI – aprovar projetos de Engenharia cuja execução modifique a estrutura
do Sistema Federal de Viação, observado o disposto no inciso IX do caput deste
artigo;”
[...]
Cabe destacar que, no exercício dessa competência, em uma simples
consulta ao sítio do DNIT na Internet (www.dnit.gov.br), é possível encontrar mais de
quarenta manuais, algo em torno de trezentas normas relativas às construções
rodoviárias, grande parte delas relacionadas aos processos de pavimentação.
Ressalte-se, ainda, que embora não sejam legalmente obrigados, praticamente
todos os órgãos Rodoviários Estaduais adotam, em seus projetos e obras, manuais
e normas editados pelo DNIT, notadamente por seu reconhecido padrão e
excelência técnica (BORGES, 2008).
Dessa forma, fica evidente que o atual modelo brasileiro de regulamentação
dos critérios técnicos a serem seguidos nas obras de pavimentação, como também
em praticamente todos os campos da Engenharia, utiliza-se largamente de
dispositivos infralegais, editados por órgãos com competência normativa delegada
por meio de Lei Federal, o que lhes atribui caráter obrigatório na realização de
projetos, ensaios e na execução de obras públicas.
36

O Instituto de Pesquisas Rodoviárias (IPR) é responsável pela realização de


estudos que resultam na definição de normas, cujos padrões são registrados em
manuais, além de desenvolver extensa atividade de elaboração, adaptação, revisão
e atualização de Normas, Manuais Técnicos e outros documentos, todos
considerados fundamentais para a atuação do próprio órgão gestor do Sistema
Rodoviário Federal e de órgãos similares de esferas (Estadual, Municipal) por todo o
País.
Em se tratando das “Diretrizes Básicas para Elaboração de Estudos e
Projetos Rodoviários – Escopos Básicos e Instruções de Serviço”. Enquanto os
escopos estabelecem as linhas para o desenvolvimento dos diversos tipos de
estudos e projetos de Engenharia, as Instruções de Serviço indicam as fases e os
procedimentos técnicos adotados na elaboração daqueles mesmos estudos e
projetos. Ambos, portanto, se complementam. O Escopo fixa e descreve; a Instrução
detalha tecnicamente (BRASIL, 2006).
Esses são alguns dos manuais e outras publicações do DNIT referentes aos
processos de pavimentação:
 Método de Projeto de Pavimentos Flexíveis;
 Avaliação de Desempenho de Pavimentos Típicos Brasileiros;
 Manual de Conservação Rodoviária;
 Manual de Pavimentos Rígidos;
 Manual de Pavimentação;
 Manual de Restauração de Pavimentos Asfálticos.

Temos a seguir as normas do DNIT que se referem diretamente aos


pavimentos rodoviários:

6.1 Normas Tipo Especificação de Materiais (EM)


EM 260/94 - Escórias de alto forno para pavimentos rodoviários.
EM 262/94 - Escórias de aciaria para pavimentos rodoviários.
EM 362/97 - Asfaltos diluídos tipo cura rápida.
EM 363/97 - Asfaltos diluídos tipo cura média.
EM 364/97 - Alcatrões para pavimentação.
EM 365/97 - Emulsão asfálticas para lama asfáltica.
EM 367/97 - Material de enchimento para misturas betuminosas.
37

EM 369/97 - Emulsões asfálticas catiônicas.


DNIT 046/2004 – EM - Pavimento Rígido - Selante de juntas.
DNIT 050/2004 – EM - Pavimento Rígido - Cimento Portland.
DNIT 095/2006– EM - Cimentos asfálticos de petróleo - Especificação de
material.

6.2 Normas Tipo Especificação de Serviços (ES)


ES 169/86 - Controle de qualidade de levantamento da condição de
superfície de pavimentos flexíveis ou semirrígidos para gerência de pavimentos a
nível de rede.
ES 227/89 - Agregados sintéticos graúdos de argila calcinada – emprego em
obras rodoviárias.
ES 299/97 - Pavimentação - regularização do subleito.
ES 300/97 - Pavimentação - reforço do subleito.
ES 301/97 - Pavimentação - sub-base estabilizada granulometricamente.
ES 302/97 - Pavimentação - sub-base de solo melhorado com cimento.
ES 303/97 - Pavimentação - base estabilizada granulometricamente.
ES 304/97 - Pavimentação - base de solo melhorado com cimento.
ES 305/97 - Pavimentação - base de solo cimento.
ES 306/97 - Pavimentação - imprimação.
ES 307/97 - Pavimentação - pintura de ligação.
ES 308/97 - Pavimentação - tratamento superficial simples.
ES 309/97 - Pavimentação - tratamento superficial duplo.
ES 310/97 - Pavimentação - tratamento superficial triplo.
ES 311/97 - Pavimentação - macadame betuminoso por penetração.
ES 314/97 - Pavimentação - lama asfáltica.
ES 315/97 - Pavimentação - acostamento.
ES 316/97 - Pavimentação - base de macadame hidráulico.
ES 317/97 - Pavimentação - pré-misturados a frio.
ES 321/97 - Pavimentação - restauração de pavimentos flexíveis.
ES 327/97 - Pavimentação - pavimento com peças pré-moldadas de
concreto.
ES 385/99 - Pavimentação - concreto asfáltico com asfalto polímero.
38

ES 386/99 - Pavimentação - pré-misturado a quente com asfalto polímero –


camada porosa de atrito.
ES 387/99 - Pavimentação - areia asfalto a quente com asfalto polímero.
ES 388/99 - Pavimentação - micro pré-misturado a quente com asfalto
polímero.
ES 390/99 - Pavimentação - pré-misturado a frio com emulsão modificada
por polímero.
ES 391/99 - Pavimentação - tratamento superficial simples com asfalto
polímero.
ES 392/99 - Pavimentação - tratamento superficial duplo com asfalto
polímero.
ES 393/99 - Pavimentação - tratamento superficial triplo com asfalto
polímero.
ES 394/99 - Pavimentação - macadame por penetração com asfalto
polímero.
ES 395/99 - Pavimentação - Pavimentação – pintura de ligação com asfalto
polímero.
ES 405/00 - Pavimentação – reciclagem de pavimento a frio in situ com
espuma de asfalto.
DNIT 031/2006 - ES - Pavimentos Flexíveis – Concreto Asfáltico.
DNIT 032/2005 - ES - Pavimentos Flexíveis – Areia Asfalto a quente -
Especificação de Serviço.
DNIT 033/2005 - ES - Pavimentos Flexíveis – Concreto Asfáltico Reciclado a
quente na usina.
DNIT 034/2005 - ES - Pavimentos Flexíveis – Concreto Asfáltico Reciclado a
quente no local.
DNIT 035/2005 - ES - Pavimentos flexíveis – Micro revestimento asfáltico a
frio com emulsão modificada por polímero – Especificação de serviço.
DNIT 047/2004 – ES - Pavimento Rígido - Execução de pavimento rígido
com equipamento de pequeno porte.
DNIT 048/2004 – ES - Pavimento Rígido - Execução de pavimento rígido
com equipamento de fôrma-trilho.
DNIT 049/2004 – ES - Pavimento Rígido - Execução de pavimento rígido
com equipamento de fôrma-deslizante.
39

DNIT 056/2004 – ES - Pavimento Rígido - Sub-base de cimento de concreto


Portland compactada com rolo.
DNIT 057/2004 – ES - Pavimento Rígido - Execução de sub-base melhorada
com cimento.
DNIT 058/2004 – ES - Pavimento Rígido - Execução de sub-base de solo-
cimento.
DNIT 059/2004 – ES - Pavimento Rígido - Pavimento de concreto de
cimento Portland, compactado com rolo.
DNIT 065/2004 – ES - Pavimento Rígido - Sub-base de concreto de cimento
Portland adensado por vibração.
DNIT 066/2004 – ES - Pavimento Rígido - Construção com peças pré-
moldada de concreto de cimento Portland.
DNIT 067/2004 – ES - Pavimento Rígido – Reabilitação.
DNIT 068/2004 – ES - Pavimento Rígido - Execução de camada superposta
de concreto do tipo Whitetopping por meio mecânico.
DNIT 098/2006– ES - Pavimentação – base estabilizada
granulometricamente com utilização de solo laterítico – Especificação de Serviço.

6.3 Normas Tipo Método de Ensaio (ME)


ME 001/94 - Material asfáltico - determinação do efeito do calor e do ar -
método da película delgada (ABNT- MB 425).
ME 002/98 - Emulsão asfáltica - carga da partícula.
ME 003/99 - Material betuminoso - determinação da penetração.
ME 004/94 - Material betuminoso - determinação da viscosidade Saybolt-
Furol a alta temperatura (ABNT-MB 517).
ME 005/94 - Emulsão asfáltica - determinação da peneiração (ABNT-NBR
14393).
ME 006/00 - Emulsões asfálticas - determinação da sedimentação.
ME 007/94 - Emulsão asfáltica - determinação de ruptura - método da
mistura com cimento (ABNT-NBR 6297).
ME 008/94 - Emulsão asfáltica - determinação de ruptura - método de
mistura com filler silícico (ABNT-NBR 6302).
ME 009/98 - Petróleo e derivados - determinação da densidade - método do
densímetro.
40

ME 010/94 - Cimentos asfálticos de petróleo - determinação do teor de


betume (ABNT-MB 166).
ME 012/94 - Asfalto diluído - destilação (ABNT-MB 43).
ME 024/94 - Pavimento - determinação das deflexões pela Viga Benkelman.
ME 039/94 - Pavimento - determinação das deflexões pelo Dynaflect.
ME 043/95 - Misturas betuminosas a quente - ensaio Marshall.
ME 053/94 - Misturas betuminosas - percentagem de betume.
ME 059/94 - Emulsões asfálticas - determinação da resistência à água
(adesividade) (ABNT;NBR 6300).
ME 061/94 - Pavimento - delineamento da linha de influência longitudinal da
bacia de deformação por intermédio da Viga Benkelman.
ME 063/94 - Emulsões asfálticas catiônicas - determinação da
desemulsibilidade.
ME 078/94 - Agregado graúdo - adesividade a ligante betuminoso.
ME 079/94 - Agregado - adesividade a ligante betuminoso.
ME 107/94 - Mistura betuminosa a frio, com emulsão asfáltica - ensaio
Marshall.
ME 117/94 - Mistura betuminosa - determinação da densidade aparente.
ME 133/94 - Misturas betuminosas - determinação do módulo de resiliência.
ME 138/94 - Misturas betuminosas - determinação da resistência à tração
por compressão diametral.
ME 148/94 - Material betuminoso - determinação dos pontos de fulgor e de
combustão (vaso aberto Cleveland) (ABNT-NBR 11341).
ME 149/94 - Emulsões asfálticas - determinação do pH (ABNT-NBR 6299).
ME 150/94 - Petróleo e outros materiais betuminosos - determinação de
água (método por destilação) (ABNT-NBR 14236).
ME 151/94 - Asfaltos - determinação da viscosidade cinemática (ABNT-MB
826).
ME 163/98 - Materiais betuminosos - determinação da ductilidade.
ME 193/96 - Produtos betuminosos líquidos e semissólidos - determinação
da densidade 20ºC / 4 ºC.
ME 382/99 - Determinação da recuperação elástica de materiais asfálticos
modificados por polímeros, pelo método do ductilômetro.
41

ME 383/99 - Desgaste por abrasão de misturas betuminosas com asfalto


polímero–ensaio Cantabro.
ME 384/99 - Estabilidade ao armazenamento de asfalto polímero.
DNIT 038/2004 – ME - Pavimento Rígido - Selante de juntas - Determinação
do índice de fluidez.
DNIT 039/2004 – ME - Pavimento Rígido - Selante de juntas – Tração.
DNIT 040/2004 – ME - Pavimento Rígido - Selante de juntas - Aderência
selante x substrato.
DNIT 041/2004 – ME - Pavimento Rígido - Selante de juntas - Deformação
permanente à compressão.
DNIT 042/2004 – ME - Pavimento Rígido - Selante de juntas – Rasgamento.
DNIT 043/2004 – ME - Pavimento Rígido - Selante de juntas - Absorção de
água.
DNIT 044/2004 – ME - Pavimento Rígido - Selante de juntas -
Envelhecimento acelerado em estufa.
DNIT 045/2004 – ME - Pavimento Rígido - Selante de juntas -
Envelhecimento acelerado por intemperismo.
DNIT 051/2004 – ME - Pavimento Rígido - Selante de juntas - Deformação
permanente na tração em alongamento constante.
DNIT 052/2004 – ME - Pavimento Rígido - Selante de juntas -
Puncionamento estático.
DNIT 053/2004 – ME - Pavimento Rígido - Determinação da retração do
concreto por secagem.
DNIT 055/2004 – ME - Pavimento Rígido - Prova de carga estática para
determinação do coeficiente de recalque de subleito e sub-base em projeto e
avaliação de pavimentos.
DNIT 064/2004 – ME - Pavimento Rígido - Determinação de consistência do
concreto pelo consistômetro VeBe.

6.4 Normas Tipo Procedimento (PRO)


PRO 010/79 - Avaliação estrutural dos pavimentos flexíveis - Procedimento
“A”.
PRO 011/79 - Avaliação estrutural dos pavimentos flexíveis - Procedimento
“B”.
42

PRO 013/94 - Coleta de amostra de misturas betuminosas para


pavimentação.
PRO 015/94 - Inspeção de usinas para misturas betuminosas.
PRO 159/85 - Projeto de restauração de pavimentos flexíveis e semirrígidos.
PRO 182/94 - Medição da irregularidade de superfície de pavimento com
sistemas integradores IPR/USP e Maysmeter.
PRO 229/94 - Manutenção de sistemas medidores de irregularidade de
superfície de pavimento - Integrador IPR/USP e Maysmeter.
PRO 261/94 - Emprego de escórias de alto forno em pavimentos rodoviários.
PRO 263/94 - Emprego de escórias de aciaria em pavimentos rodoviários.
PRO 269/94 - Projeto de restauração de pavimentos flexíveis – TECNAPAV.
DNIT 006/2003-PRO - Avaliação objetiva da superfície de pavimentos
flexíveis e semirrígidos.
DNIT 007/2003-PRO - Levantamento para avaliação da condição de
superfície de subtrecho homogêneo de rodovias de pavimentos flexíveis e
semirrígidos para gerência de pavimentos e estudos e projetos.
DNIT 008/2003-PRO - Levantamento visual contínuo para avaliação da
superfície de pavimentos flexíveis e semirrígidos.
DNIT 009/2003-PRO - Avaliação subjetiva da superfície de pavimentos
flexíveis e semirrígidos.
DNIT 012/2004-PRO - Requisitos para a qualidade em projetos rodoviários.
DNIT 013/2004-PRO - Requisitos para a qualidade em obras rodoviárias.
DNIT 014/2004-PRO - Requisitos para a qualidade em supervisão de obras
rodoviárias.
DNIT 054/2004 – PRO - Pavimento Rígido - Estudos de traços de concreto e
ensaios de caracterização de materiais.
DNIT 060/2004 – PRO - Pavimento Rígido - Inspeção visual.
DNIT 062/2004 – PRO - Pavimento Rígido - Avaliação objetiva.
DNIT 063/2004 – PRO - Pavimento Rígido - Avaliação subjetiva.

6.5 Normas Tipo Terminologia (TER)


DNIT 005/2003-TER – defeitos nos pavimentos flexíveis e semirrígidos: esse
documento define os termos técnicos empregados em defeitos que ocorrem nos
pavimentos flexíveis e semirrígidos e serve para padronizar a linguagem adotada na
43

elaboração das normas, manuais, projetos e textos relativos aos pavimentos


flexíveis e semirrígidos.
DNIT 061/2004 – TER - Pavimento Rígido – defeitos: esse documento define
os termos técnicos empregados para caracterizar os defeitos que ocorrem nos
pavimentos rígidos de concreto de cimento Portland e servem para padronizar a
linguagem adotada na elaboração das normas, manuais, projetos e outros textos
relativos aos pavimentos rígidos.
44

REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS BÁSICAS

BRASIL. Diretrizes básicas para elaboração de estudos e projetos rodoviários:


instruções para acompanhamento e análise. Rio de Janeiro: DNIT, 2010. (IPR. Publ.
739). Disponível em: http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-
manuais/manuais/documentos/739_diretrizes_basicas-
instrucoes_para_acompanhamento.pdf

PESSOA JUNIOR, Elci. Manual de Obras Rodoviárias e Pavimentação Urbana.


Execução e Fiscalização. São Paulo: Pini, 2014.

PIMENTA, Carlos R. T. et al. Projeto geométrico de rodovias. Rio de Janeiro:


Campos Elsevier, 2017.

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DISTRIBUIDORAS DE ASFALTOS


(ABEDA). Manual Básico de Emulsões Asfálticas. Rio de Janeiro: ABEDA, 2010.

AGÊNCIA GOIANA DE TRANSPORTES E OBRAS PUBLICAS – AGETOP.


Especificações Gerais para Obras Rodoviárias. Goiânia: AGETOP, 2002.

AGÊNCIA GOIANA DE TRANSPORTES E OBRAS PUBLICAS – AGETOP.


Especificações Técnica de Sinalização Vertical Urbana (IT-01). Goiânia: AGETOP,
2015.

AGÊNCIA GOIANA DE TRANSPORTES E OBRAS PUBLICAS – AGETOP. IT 02 -


Manual de Pavimentação Urbana. Goiânia: AGETOP, 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO ABCP. – Manual de Pavimento


Intertravado: Passeio Público. São Paulo, 2010.

BALBO, Jose Tadeu. Pavimentação asfáltica: materiais, projetos e restauração. São


Paulo: Oficina de Textos, 2007.

BERNUCCI, Liedi Bariani et al. Pavimentação asfáltica: formação básica para


engenheiros. Rio de Janeiro: PETROBRÁS, ABEDA, 2010.

BORGES, Rodrigo César Neiva. Regulamentação sobre obras de pavimentação


rodoviária. Brasília: Câmara dos Deputados, 2008.

BRASIL. Diretrizes básicas para estudos e projetos rodoviários instruções para


apresentação de relatórios. - Rio de Janeiro: DNIT, 2006. (IPR. Publ., 727).
Disponível em: http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-
manuais/manuais/documentos/727_diretrizes_basicas_instrucoes_apresentacao_rel
atorios.pdf
45

BRASIL. Diretrizes básicas para estudos e projetos rodoviários: escopos básicos /


instruções de serviço. - 3. ed. - Rio de Janeiro: DNIT, 2006. (IPR. Publ., 726).
Disponível em: http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-
manuais/manuais/documentos/726_diretrizes_basicas-escopos_basicos-
instrucoes_de_servico.pdf

BRASIL. Manual de projeto geométrico de travessias urbanas. - Rio de Janeiro:


DNIT, 2010. 392p. (IPR. Publ., 740).

CERATTI, Jorge Augusto Pereira; BERNUCCI, Liedi Bariani; SOARES, Jorge


Barbosa. Utilização de ligantes asfálticos em serviços de pavimentação. Rio de
Janeiro: ABEDA, 2015.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE. Pesquisa CNT de rodovias


2017. Disponível em:
http://pesquisarodoviascms.cnt.org.br//PDFs/boletim_pesquisa_cnt_rodovias_2017.p
df

CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA (CREA-MG). Manual A


Engenharia nos Empreendimentos Obras de infraestrutura viária - rodovias e vias
urbanas Anexo XXIII 2016. Disponível em: http://www.crea-
mg.org.br/images/Documentos/fiscalizacao/parte24-infraestruturaviaria.pdf

CONTROLADORIA GERAL DO ESTADO DO ACRE (CGE-AC). Formação de


projeto básico/executivo. Obras e serviços de engenharia: elementos necessários e
grau de precisão do orçamento. Rio Branco (AC): Controladoria Geral do Estado do
Acre, 2014. Disponível em:

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES –


DNIT. Manual de Pavimentação. 3 ed. Rio de Janeiro: DNIT, 2006.

FERREIRA, Roberto Sérgio Oliveira. Guia para gestão de segurança nos canteiros
de obra: orientação para prevenção dos acidentes e para o cumprimento das
normas de SST. Brasília, DF: CBIC, 2017.

GOUVÊA, Luiz Alberto. Cidadevida: curso de desenho ambiental urbano. São Paulo:
Nobel, 2008.

HERROS PAVIMENTAÇÃO LTDA. Projeto de Pavimentação de vias urbanas. São


José dos Pinhais (SP). Relatório do projeto. Disponível em:
http://www.sjp.pr.gov.br/wp-content/uploads/servicos/anexos_lic/concorrencia-7-
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%20VOLUME%201%20-%20%20RELATORIO%20LUZIANO.pdf

HOEL, Lester A.; GARBER, Nocholas J.; SADEK, Adel W. Engenharia de


infraestrutura de transportes. Tradução All Tasks. São Paulo Cengage Learning,
2011.

MASCARÓ, Juan L.; YOSHINAGA, Mário. Infraestrutura urbana. Porto Alegre:


Masquatro Editora, 2005.
46

MASCARÓ, Juan Luis (org.). Infraestrutura da paisagem. Porto Alegre: Masquatro


Editora, 2008.

MASCARÓ, Juan Luis. Loteamentos urbanos. 2. ed. Porto Alegre: Masquatro


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MEDINA, J. Mecânica dos pavimentos. 1 ed. Rio de Janeiro: Coppe/UFRJ, 1997.

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PEREIRA, Djalma Martins et al. Dispositivos de drenagem para obras rodoviárias


(2015).Disponível em: http://www.tecnologia.ufpr.br/portal/dtt/wp-
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PEREIRA, Djalma Martins et al. Introdução à terraplenagem (2015). Disponível em:


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passeios. Especificações técnicas (2013). Disponível em:
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SENÇO, Wlastermiler. Manual de Técnicas de Pavimentação, volume 1. 2 ed. São


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UFRGS/SAEPRO. Projeto Saepro – Sistema Avançado para Estudos e Projetos


Viários (2016). Disponível em: https://www.ufrgs.br/saepro/contato/

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA (UFJF). Infraestrutura urbana: rede


viária (2009). Disponível em: http://www.ufjf.br/pa8/files/2011/04/Infra-estrutura-
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