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40 QUESTÕES POLÊMICAS DAS

CONTRATAÇÕES DE OBRAS E
SERVIÇOS DE ENGENHARIA –
NOVIDADES E TEMAS
FUNDAMENTAIS
Paralelo entre os regimes da Lei nº
8.666/1993 e da Lei nº 14.133/2021,
com destaque para as orientações
do TCU
01 a 05 de agosto de 2022
Agradecemos sua participação no Zênite Online “40 QUESTÕES
POLÊMICAS DAS CONTRATAÇÕES DE OBRAS E SERVIÇOS DE
ENGENHARIA – NOVIDADES E TEMAS FUNDAMENTAIS”, rea-
lizado de 01 a 05 de agosto de 2022.

Este material, elaborado em conjunto com a equipe Zênite, reú-


ne o teor da exposição dos Professores Paulo Ernesto Pfeifer
Santa Maria e Rodrigo Vissotto Junkes, expressando o entendi-
mento sobre a temática abordada e as questões polêmicas que
serão tratadas durante o evento.

Esperamos que o conteúdo aqui exposto e os ensinamentos dos


Palestrantes contribuam para seu aperfeiçoamento profissional,
bem como para a resolução das dificuldades vividas no exercício
de sua atividade.

A revisão linguística do conteúdo desta apostila é realizada de acordo com a norma culta da Língua Por-
tuguesa. As citações doutrinárias, jurisprudenciais e legislativas são reproduzidas conforme o original. É
proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo desta apostila sem a permissão expressa da Zênite.

ZÊNITE EDITORA
SUMÁRIO

AULAS 1 ❘ 2 ❘ 3

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

ETP, TR, projetos, orçamento, regimes de execução, matriz


de riscos, julgamento, execução do contrato

QUESTÃO 01.......................................................................................................13
Qual a estrutura e quais os documentos da fase
preparatória da licitação de acordo com o regime
da Lei nº 8.666/1993 e da Lei nº 14.133/2021? Quais
as novidades sobre o tema? Devem ser elaborados
estudo técnico preliminar e termo de referência para a
contratação de obras e serviços de engenharia?

QUESTÃO 02.......................................................................................................23
Qual o conteúdo e o nível de especificação do
anteprojeto, do projeto básico e do projeto executivo de
acordo com a Lei nº 8.666/1993 e a Lei nº 14.133/2021?
O que mudou com a nova Lei?

QUESTÃO 03.......................................................................................................34
O que são sistema informatizado de acompanhamento
de obras e Modelagem da Informação da Construção
(Building Information Modelling – BIM) previstos na Lei
nº 14.133/2021?
QUESTÃO 04.......................................................................................................39
Quais aspectos de ordem técnica devem orientar a
Administração para a escolha do regime de execução
de acordo com a Lei nº 8.666/1993 e a Lei nº 14.133/2021?

QUESTÃO 05.......................................................................................................42
Quais as principais novidades da nova Lei sobre os
regimes de execução? Quais as orientações do TCU
sobre a escolha do regime de execução? O que mudou
com a nova Lei?

QUESTÃO 06.......................................................................................................51
Por que o orçamento de uma obra constitui peça
fundamental para o sucesso da contratação? Quais
decisões na fase de planejamento são tomadas com
base no orçamento? Qual o impacto no julgamento e na
execução e fiscalização do contrato?

QUESTÃO 07.......................................................................................................55
Como deve ser estruturado o orçamento de obras com
relação aos encargos sociais, materiais, equipamentos,
insumos e tributos?

QUESTÃO 08.......................................................................................................62
A Administração está obrigada a adotar os preços
do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices
da Construção Civil (Sinapi) e do Sistema de Custos
Rodoviários (Sicro)? Em que casos podem ser adotados
outros sistemas e outras referências? Quais as regras
do Decreto nº 7.983/2013 e da Lei nº 14.133/2021 a
respeito do assunto?
QUESTÃO 09.......................................................................................................67
O que é curva ABC e qual sua utilidade nas obras
de engenharia? O que são orçamento sintético,
metodologia expedita ou paramétrica?

QUESTÃO 10.......................................................................................................79
Quais parcelas compõem o BDI e quais não devem
integrá-lo? Quais as regras do Decreto nº 7.983/2013?
Qual o entendimento do TCU?

QUESTÃO 11.......................................................................................................84
Segundo o TCU, quais as orientações sobre os
percentuais aceitáveis de BDI? Trata-se de percentuais
referenciais, determinados ou máximos aceitáveis?

QUESTÃO 12.......................................................................................................88
É possível prever valor de BDI diferente para os
materiais e para determinados serviços? Qual o
posicionamento do TCU?

QUESTÃO 13.......................................................................................................90
Tanto no orçamento da Administração quanto no
orçamento apresentado pelo licitante, o BDI pode ser
fechado ou deve ser apresentado de modo aberto e
detalhado? Qual o entendimento do TCU?

QUESTÃO 14.......................................................................................................92
Quais as cautelas na elaboração dos orçamentos de
obras nos regimes de execução semi-integrada e
integrada e acordo com a Lei nº 14.133/2021?
QUESTÃO 15.......................................................................................................96
O que é matriz de riscos? E o que é cláusula contratual
definidora de riscos?

QUESTÃO 16......................................................................................................101
O que deve ser considerado na alocação dos riscos
entre contratante e contratado? Quais riscos serão
preferencialmente transferidos ao contratado?

QUESTÃO 17......................................................................................................105
O que deve ser previsto em edital no que se refere aos
seguros?

QUESTÃO 18......................................................................................................110
Em quais contratações a definição da cláusula de matriz
de alocação dos riscos é obrigatória de acordo com a Lei
nº 14.133/2021?

QUESTÃO 19......................................................................................................112
No regime da Lei nº 8.666/1993, pode ser prevista matriz
de riscos e alocação dos riscos entre Administração e
contratado? Essa é uma prática que pode ser adotada/
recomendada ainda que não prevista expressamente?

QUESTÃO 20......................................................................................................113
Quais as repercussões e a relação entre a matriz de
alocação dos riscos e os regimes de execução?

QUESTÃO 21......................................................................................................115
Quais os impactos da definição da matriz de riscos nas
alterações e no direito à revisão dos valores pactuados?
QUESTÃO 22......................................................................................................117
Como devem ocorrer o controle e o acompanhamento
da execução da obra com relação aos materiais e
equipamentos utilizados? Quais os mecanismos a serem
adotados para viabilizar medições seguras de obras e
serviços de engenharia? Quais os pontos de maior risco
em uma obra?

QUESTÃO 23......................................................................................................122
Diante do momento de crise, sendo necessária a
readequação do cronograma da obra, quais parcelas
do orçamento serão mais impactadas e quais cautelas
devem orientar a discussão a respeito da revisão de preço?

AULAS 4 ❘ 5

ENFOQUE JURÍDICO

Modalidade, critérios de julgamento, modos de disputa,


procedimento, orçamento sigiloso, julgamento e
saneamento, jogo de planilhas, prazo e alterações dos
contratos

QUESTÃO 24......................................................................................................124
Qual a diferença entre obra e serviço de engenharia,
bem como entre serviços comuns e especiais de
engenharia conforme a Resolução nº 1.116/2019 do
Confea, o Decreto nº 10.024/2019 e a Lei nº 14.133/2021?
QUESTÃO 25......................................................................................................132
É possível licitar obra ou serviço de engenharia por
pregão? É possível contratar obras e serviços de
engenharia por SRP? Existem alterações na nova Lei de
Licitações? Qual o entendimento do TCU?

QUESTÃO 26......................................................................................................139
De acordo com a Lei nº 14.133/2021, qual o critério de
julgamento para a contratação das obras? Quais os
modos de disputa e quando podem/devem ser adotados?

QUESTÃO 27......................................................................................................143
De acordo com a Lei nº 14.133/2021, quando adotar os
regimes de execução empreitada integrada e semi-
integrada?

QUESTÃO 28......................................................................................................152
Quais os novos limites previstos na nova Lei para
a dispensa pelo valor para obras e serviços de
engenharia? Quais as cautelas para afastar a
caracterização do parcelamento indevido de acordo
com a Lei nº 8.666/1993 e a Lei nº 14.133/2021? Qual a
orientação do TCU que deve guiar a interpretação do
novo regime jurídico?

QUESTÃO 29......................................................................................................158
O que envolve as capacidades técnico-operacional
e profissional e de que forma deve ser exigida a
comprovação de cada uma na licitação? É possível
exigir quantitativos mínimos para essas capacidades?
Quais os entendimentos do TCU e do STJ? Há
alterações sobre esse assunto na nova Lei?
QUESTÃO 30......................................................................................................167
É possível aceitar atestado em que conste trabalho
de profissionais que não mais integram os quadros
da empresa licitante? Servirá para demonstrar as
capacidades técnico-operacional e profissional? Qual
a diferença entre o acervo do profissional e o acervo
da empresa?

QUESTÃO 31......................................................................................................169
O sigilo do orçamento passa a ser a regra na Lei nº
14.133/2021? Até que momento o valor estimado
do contrato a ser celebrado permanecerá sob
sigilo e quais os impactos práticos no processo de
negociação? Em que casos planilhas e orçamentos
podem e devem ser divulgados?

QUESTÃO 32......................................................................................................171
O que são sobrepreço e superfaturamento? Qual o
entendimento do TCU e qual a disciplina da nova Lei
sobre esses conceitos?

QUESTÃO 33......................................................................................................173
É possível sanear/corrigir falhas nos orçamentos
apresentados pelos licitantes? Quais as orientações
e os limites para essas correções? Qual a previsão da
nova Lei?
QUESTÃO 34......................................................................................................178
Duas determinações previstas na nova Lei reforçam
a força vinculante dos contratos: impedimento
à Administração ao retardamento imotivado da
execução e necessidade de prévio termo aditivo para
o contratado executar as prestações determinadas. De
que forma prática essas regras impactam os contratos
de obras? Esses impactos são positivos?

QUESTÃO 35......................................................................................................180
Quando se extingue um contrato de obras: com o
encerramento da vigência (prazo), com a execução
do objeto (completo) ou com o fim das obrigações
recíprocas? É possível receber a obra depois de
escoado o prazo de vigência do contrato?

QUESTÃO 36......................................................................................................184
Qual a diferença entre as alterações qualitativa e
quantitativa e quais os limites? Existem pontos de
distinção entre o regime da Lei nº 8.666/1993 e o da Lei
nº 14.133/2021?

QUESTÃO 37......................................................................................................196
É possível compensar a inclusão de um item com
a exclusão de outro? Considerando que o valor do
contrato não será alterado, isso deve ser entendido
como alteração do contrato ou simples adequação que
não exige qualquer formalidade? Qual o entendimento
do TCU?
QUESTÃO 38......................................................................................................200
Quais as peculiaridades das alterações dos contratos
nos regimes de empreitada integrada e semi-integrada?

QUESTÃO 39......................................................................................................202
Determinado contrato de obra no valor de R$
1.000.000,00 foi suprimido em 20%. Depois disso,
pretende-se acrescer esse contrato. Qual será a base
de cálculo para aplicação do percentual de acréscimo?
Qual o entendimento do TCU?

QUESTÃO 40......................................................................................................205
Na empreitada por preço global, o contratado é
obrigado a arcar com ônus decorrente de erros no
projeto e orçamento? Qual o entendimento do TCU?

QUESTÃO 41......................................................................................................208
Quais os cuidados para evitar o jogo de planilhas pelos
licitantes (julgamento) e para alterar os contratos?
Qual a disciplina do Decreto nº 7.983/2013 e quais as
orientações do TCU??
AULAS 1 ❘ 2 ❘ 3
ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA
ETP, TR, projetos, orçamento, regimes de
execução, matriz de riscos, julgamento,
execução do contrato

Professor:

Paulo Ernesto Pfeifer Santa Maria


Engenheiro civil. MBA em Engenharia de Cus-
tos. Mestre em Engenharia Civil pela Universi-
dade Federal Fluminense. Analista Judiciário
do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, atual-
mente licenciado. Tem experiência em audito-
ria, planejamento e gestão de obras públicas e
atua como Consultor na área de Grandes Si-
nistros de Engenharia. Foi responsável técnico
pela elaboração de projetos básicos de obras
públicas que excedem a 400.000 m². Palestran-
te. Autor do livro Preço global em obras públicas
– Licitações e contratos (Fórum, 2007).
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 01

Qual a estrutura e quais os documentos da


fase preparatória da licitação de acordo
com o regime da Lei nº 8.666/1993 e da Lei
nº 14.133/2021? Quais as novidades sobre
o tema? Devem ser elaborados estudo
técnico preliminar e termo de referência
para a contratação de obras e serviços de
engenharia?  

Minuta de Minuta de
edital contrato

Orçamento Análise de
estimativo FASE riscos

PREPARATÓRIA

13
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

FASE PREPARATÓRIA DA LICITAÇÃO (ART. 18)

Necessidade

Momento de Objeto
divulgação do
orçamento

Análise de Condições e
riscos garantias
FASE
PREPARATÓRIA
(Art. 18)
Motivação das Orçamento
condições do estimado
edital (CPUs)

Modalidade Elaboração do
de licitação edital

Regime de Minuta do
execução contrato

Lei nº 14.133/2021
Art. 18. A fase preparatória do processo licitatório é caracterizada
pelo planejamento e deve compatibilizar-se com o plano de con-
tratações anual de que trata o inciso VII do caput do art. 12 des-
ta Lei, sempre que elaborado, e com as leis orçamentárias, bem
como abordar todas as considerações técnicas, mercadológicas e
de gestão que podem interferir na contratação, compreendidos:

14
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

I - a descrição da necessidade da contratação fundamentada em


estudo técnico preliminar que caracterize o interesse público en-
volvido;
II - a definição do objeto para o atendimento da necessidade, por
meio de termo de referência, anteprojeto, projeto básico ou pro-
jeto executivo, conforme o caso;
III - a definição das condições de execução e pagamento, das ga-
rantias exigidas e ofertadas e das condições de recebimento;
IV - o orçamento estimado, com as composições dos preços utili-
zados para sua formação;
V - a elaboração do edital de licitação;
VI - a elaboração de minuta de contrato, quando necessária, que
constará obrigatoriamente como anexo do edital de licitação;
VII - o regime de fornecimento de bens, de prestação de serviços
ou de execução de obras e serviços de engenharia, observados os
potenciais de economia de escala;
VIII - a modalidade de licitação, o critério de julgamento, o modo
de disputa e a adequação e eficiência da forma de combinação
desses parâmetros, para os fins de seleção da proposta apta a ge-
rar o resultado de contratação mais vantajoso para a Administra-
ção Pública, considerado todo o ciclo de vida do objeto;
IX - a motivação circunstanciada das condições do edital, tais
como justificativa de exigências de qualificação técnica, median-
te indicação das parcelas de maior relevância técnica ou valor
significativo do objeto, e de qualificação econômico-financeira,
justificativa dos critérios de pontuação e julgamento das propos-

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AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

tas técnicas, nas licitações com julgamento por melhor técnica ou


técnica e preço, e justificativa das regras pertinentes à participa-
ção de empresas em consórcio;
X - a análise dos riscos que possam comprometer o sucesso da
licitação e a boa execução contratual;
XI - a motivação sobre o momento da divulgação do orçamento
da licitação, observado o art. 24 desta Lei. (Grifo nosso)

ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR

A regra é a elaboração do estudo técnico preliminar:

> Estudo técnico preliminar = 1ª etapa (art. 6º)

6a ETAPA
5a ETAPA
4a ETAPA
3a ETAPA
2a ETAPA
1a ETAPA: Estudo Técnico Preliminar (ETP)

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AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Lei nº 14.133/2021
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:
[...]
XX - estudo técnico preliminar: documento constitutivo da pri-
meira etapa do planejamento de uma contratação que carac-
teriza o interesse público envolvido e a sua melhor solução e dá
base ao anteprojeto, ao termo de referência ou ao projeto bá-
sico a serem elaborados caso se conclua pela viabilidade da con-
tratação;
[...]
Art. 18. [...]
§ 1º O estudo técnico preliminar a que se refere o inciso I do caput
deste artigo deverá evidenciar o problema a ser resolvido e a
sua melhor solução, de modo a permitir a avaliação da viabili-
dade técnica e econômica da contratação, e conterá os seguin-
tes elementos:
I – descrição da necessidade da contratação, considerado o pro-
blema a ser resolvido sob a perspectiva do interesse público;
II – demonstração da previsão da contratação no plano de con-
tratações anual, sempre que elaborado, de modo a indicar o seu
alinhamento com o planejamento da Administração;
III – requisitos da contratação;
IV – estimativas das quantidades para a contratação, acompa-
nhadas das memórias de cálculo e dos documentos que lhes dão

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AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

suporte, que considerem interdependências com outras contra-


tações, de modo a possibilitar economia de escala;
V – levantamento de mercado, que consiste na análise das alter-
nativas possíveis, e justificativa técnica e econômica da escolha
do tipo de solução a contratar;
VI – estimativa do valor da contratação, acompanhada dos pre-
ços unitários referenciais, das memórias de cálculo e dos docu-
mentos que lhe dão suporte, que poderão constar de anexo clas-
sificado, se a Administração optar por preservar o seu sigilo até a
conclusão da licitação;
VII – descrição da solução como um todo, inclusive das exigências
relacionadas à manutenção e à assistência técnica, quando for o
caso;
VIII – justificativas para o parcelamento ou não da contratação;
IX – demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de eco-
nomicidade e de melhor aproveitamento dos recursos humanos,
materiais e financeiros disponíveis;
X – providências a serem adotadas pela Administração previa-
mente à celebração do contrato, inclusive quanto à capacitação
de servidores ou de empregados para fiscalização e gestão con-
tratual;
XI – contratações correlatas e/ou interdependentes;
XII – descrição de possíveis impactos ambientais e respectivas
medidas mitigadoras, incluídos requisitos de baixo consumo de
energia e de outros recursos, bem como logística reversa para
desfazimento e reciclagem de bens e refugos, quando aplicável;

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AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

XIII – posicionamento conclusivo sobre a adequação da contra-


tação para o atendimento da necessidade a que se destina.
§ 2º O estudo técnico preliminar deverá conter ao menos os ele-
mentos previstos nos incisos I, IV, VI, VIII e XIII do § 1º deste arti-
go e, quando não contemplar os demais elementos previstos no
referido parágrafo, apresentar as devidas justificativas.
§ 3º Em se tratando de estudo técnico preliminar para contra-
tação de obras e serviços comuns de engenharia, se demons-
trada a inexistência de prejuízo para a aferição dos padrões de
desempenho e qualidade almejados, a especificação do objeto
poderá ser realizada apenas em termo de referência, dispensa-
da a elaboração de projetos. (Grifo nosso)

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AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR: CONTEÚDO (ART. 18, § 1º)

o
nc lusã e- Necessidade
Co e a ad Plano
r a
sob ação d o à Anual
q ata ã e
u ç
tr ad
con essid
nec
Impactos
ambientais e Requisitos da
mitigação contratação

Contratos Quantidades
estimativas
correlatos
e/ou interde-
ETP M.C.
pendentes (Art. 18) Econ. Esc

Alternativas de
Providências mercado e justi-
prévias à ficativas téc. e
econ. da solução
contratação eleita
R
pr esu
e
ec ten ltad
on d os Estimativa
i
hu recu omi dos do valor
m. rs c. e :
fin , m os
an at. Solução
c. e
Parcelamento como um
(?) todo

IN nº 40/2020
Exceções à elaboração dos ETP
Art. 8º A elaboração dos ETP:
I - é facultada nas hipóteses dos incisos I, II, III, IV e XI do art. 24 da
Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993; e
II - é dispensada nos casos de prorrogações contratuais relativas a
objetos de prestação de natureza continuada.
20
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

TERMO DE REFERÊNCIA

Lei nº 14.133/2021
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:
[...]
XXIII - termo de referência: documento necessário para a con-
tratação de bens e serviços, que deve conter os seguintes parâ-
metros e elementos descritivos:
a) definição do objeto, incluídos sua natureza, os quantitativos, o
prazo do contrato e, se for o caso, a possibilidade de sua prorro-
gação;
b) fundamentação da contratação, que consiste na referência aos
estudos técnicos preliminares correspondentes ou, quando não
for possível divulgar esses estudos, no extrato das partes que não
contiverem informações sigilosas;
c) descrição da solução como um todo, considerado todo o ciclo
de vida do objeto;
d) requisitos da contratação;
e) modelo de execução do objeto, que consiste na definição de
como o contrato deverá produzir os resultados pretendidos des-
de o seu início até o seu encerramento;
f) modelo de gestão do contrato, que descreve como a execução
do objeto será acompanhada e fiscalizada pelo órgão ou entidade;
g) critérios de medição e de pagamento;

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AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

h) forma e critérios de seleção do fornecedor;


i) estimativas do valor da contratação, acompanhadas dos preços
unitários referenciais, das memórias de cálculo e dos documentos
que lhe dão suporte, com os parâmetros utilizados para a obten-
ção dos preços e para os respectivos cálculos, que devem constar
de documento separado e classificado;
j) adequação orçamentária; (Grifo nosso)

TERMO DE REFERÊNCIA: CONTEÚDO (ART. 6º, INC. XXIII)

Objeto: natureza, Fundamentação da


quantidades, prazo contratação – Base:
e prorrogação (?) ETP + inf. não
sigilosas
Adequação Solução global e
orçamentária ciclo
TERMO DE de vida
REFERÊNCIA
Estimativa de Requisitos da
valor contratação
P.U. + M.C.

Seleção do fornecedor: Modelo de execução:


forma e critérios como produzir os
efeitos pretendidos
Critérios: Modelo de gestão:
medição e pagamento fiscalização e
acompanhamento

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AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 02

Qual o conteúdo e o nível de especificação do


anteprojeto, do projeto básico e do projeto
executivo de acordo com a Lei nº 8.666/1993
e a Lei nº 14.133/2021? O que mudou com a
nova Lei?  

ANTEPROJETO

Tal e qual para os “estudos preliminares”, o “anteprojeto” também


carecia de definição, o que veio a ser superado com a nova Lei.

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AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

ANTEPROJETO

Programa de necessidades: demonstração e Demanda de público-alvo


justificativa
Motivação técnico-
-econômica-social
Condições: solidez / segurança / durabilidade Visão global dos
investimentos
Definição do nível de serviço
Prazos de entrega desejado

Estética arquitetônica / Traçado geométrico /


Área de influência

Interesse público / Economia de utilização / Facilidade


de execução / Impacto ambiental / Acessibilidade

Concepção da obra ou serviço

Projetos anteriores e ETPs que embasaram a


concepção

Levantamento topográfico e cadastral

Pareceres de sondagem

Memorial descritivo com componentes construtivos


+ Materiais  Padrões mínimos para contratação

24
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Lei nº 14.133/2021
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:
[...]
XXIV – anteprojeto: peça técnica com todos os subsídios necessá-
rios à elaboração do projeto básico, que deve conter, no mínimo,
os seguintes elementos:
a) demonstração e justificativa do programa de necessidades,
avaliação de demanda do público-alvo, motivação técnico-eco-
nômico-social do empreendimento, visão global dos investimen-
tos e definições relacionadas ao nível de serviço desejado;
b) condições de solidez, de segurança e de durabilidade;
c) prazo de entrega;
d) estética do projeto arquitetônico, traçado geométrico e/ou
projeto da área de influência, quando cabível;
e) parâmetros de adequação ao interesse público, de economia
na utilização, de facilidade na execução, de impacto ambiental e
de acessibilidade;
f) proposta de concepção da obra ou do serviço de engenharia;
g) projetos anteriores ou estudos preliminares que embasaram a
concepção proposta;
h) levantamento topográfico e cadastral;
i) pareceres de sondagem;
j) memorial descritivo dos elementos da edificação, dos compo-
nentes construtivos e dos materiais de construção, de forma a es-
tabelecer padrões mínimos para a contratação;

25
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

ANTEPROJETO = 2ª ETAPA (ART. 6º)

6a ETAPA
5a ETAPA
4a ETAPA
3a ETAPA
2a ETAPA: Anteprojeto

1a ETAPA: Estudo Técnico Preliminar (ETP)

PROJETO BÁSICO

Leis nºs 8.666/1993 X 14.133/2021


Caracterizar o objeto Defin
Base: ETP + VT + Tratamento ambiental Bas
CUSTO - MÉTODO - PRAZO
a) Levant
a) Visão global + Todos elementos
gens, ens
constitutivos
ambien

b) Soluções globais e localizadas


Evitar mudanças no PE e aditivos PROJETO
BÁSICO c) Identifi
c) Identificar serviços, materiais e equipamentos
sem frustrar competitividade Lei nº + melho
8.666/1993
d) Informações sobre métodos, d) Info
instalações provisórias e condições (art. 6º, inc. IX) provisó
organizacionais sem frustrar competitividade
e) Subsídios para licitação e contrato: e) Su
programação, estratégia de suprimentos, progra
normas de fiscalização

f) Orçamento detalhado baseado em


26 f) Orçame
quantitativos e fornecimentos avaliados e forneci
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Definir e dimensionar o objeto com precisão


Base: ETP + VT + Tratamento ambiental
CUSTO - MÉTODO - PRAZO
a) Levantamentos topográficos e cadastrais, sonda-
gens, ensaios e análises laboratoriais, estudos socio-
ambientais + qualquer levantamento necessário

b) Soluções globais e localizadas


JETO Evitar mudanças no PE e aditivos PROJETO
SICO c) Identificar serviços, materiais e equipamentos,
BÁSICO
nº + melhor resultado + segurança, sem frustrar Lei nº
competitividade
/1993 14.133/2021
d) Informações sobre métodos, instalações
, inc. IX) provisórias e condições organizacionais sem (art. 6º, inc. XXV)
frustrar competitividade
e) Subsídios para licitação e contrato:
programação, estratégia de suprimentos,
normas de fiscalização
f) Orçamento detalhado baseado em quantitativos
e fornecimentos avaliados. Obrigatório, salvo pra
contratação integrada

Lei nº 8.666/1993
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:
[...]
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficien-
tes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou
serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, ela-
borado com base nas indicações dos estudos técnicos prelimina-
res, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamen-
to do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a

27
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo


de execução, devendo conter os seguintes elementos:
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer vi-
são global da obra e identificar todos os seus elementos constitu-
tivos com clareza;
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente deta-
lhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou
de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo
e de realização das obras e montagem;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e
equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações
que assegurem os melhores resultados para o empreendimento,
sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de méto-
dos construtivos, instalações provisórias e condições organiza-
cionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua
execução;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da
obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de supri-
mentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em
cada caso;
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado
em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente ava-
liados;

28
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Lei nº 14.133/2021
Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:
[...]
XXV – projeto básico: conjunto de elementos necessários e sufi-
cientes, com nível de precisão adequado para definir e dimensio-
nar a obra ou o serviço, ou o complexo de obras ou de serviços
objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estu-
dos técnicos preliminares, que assegure a viabilidade técnica e o
adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimen-
to e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos
métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes
elementos:
a) levantamentos topográficos e cadastrais, sondagens e ensaios
geotécnicos, ensaios e análises laboratoriais, estudos socioam-
bientais e demais dados e levantamentos necessários para execu-
ção da solução escolhida;
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente deta-
lhadas, de forma a evitar, por ocasião da elaboração do projeto
executivo e da realização das obras e montagem, a necessidade
de reformulações ou variantes quanto à qualidade, ao preço e ao
prazo inicialmente definidos;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e dos materiais e
equipamentos a incorporar à obra, bem como das suas especifi-
cações, de modo a assegurar os melhores resultados para o em-
preendimento e a segurança executiva na utilização do objeto,
para os fins a que se destina, considerados os riscos e os perigos

29
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

identificáveis, sem frustrar o caráter competitivo para a sua exe-


cução;
d) informações que possibilitem o estudo e a definição de méto-
dos construtivos, de instalações provisórias e de condições orga-
nizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a
sua execução;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da
obra, compreendidos a sua programação, a estratégia de supri-
mentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em
cada caso;
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado
em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente ava-
liados, obrigatório exclusivamente para os regimes de execução
previstos nos incisos I, II, III, IV e VII do caput do art. 45 desta Lei;

PROJETO BÁSICO = 3ª ETAPA (ART. 6º)

6a ETAPA
5a ETAPA
4a ETAPA
3a ETAPA: Projeto básico

2a ETAPA: Anteprojeto
1a ETAPA: Estudo Técnico Preliminar (ETP)

30
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

PROJETO EXECUTIVO

Por último, mas não menos importante, há o projeto executivo,


assim definido na legislação anterior e na nova Lei de Licitações

Projeto executivo: Leis nºs 8.666/1993 X 14.133/2021

EXECUÇÃO & NORMAS:

Lei nº 8.666/1993
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:
[...]
X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e su-
ficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas
pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;

31
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Lei nº 14.133/2021
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:
[...]
XXV – projeto executivo: conjunto de elementos necessários e su-
ficientes à execução completa da obra, com o detalhamento das
soluções previstas no projeto básico, a identificação de servi-
ços, de materiais e de equipamentos a serem incorporados à
obra, bem como suas especificações técnicas, de acordo com as
normas técnicas pertinentes; (Grifo nosso)

PROJETO EXECUTIVO = 4ª ETAPA (ART. 6º)

6a ETAPA
5a ETAPA
4a ETAPA: Projeto executivo
3a ETAPA: Projeto básico

2a ETAPA: Anteprojeto
1a ETAPA: Estudo Técnico Preliminar (ETP)

32
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

OUTRAS ETAPAS NÃO DEFINIDAS NA LEI – EXECUÇÃO & AS


BUILT (CONFORME CONSTRUÍDO)

Execução e as built = 5ª etapa

6a ETAPA
5a ETAPA: Execução & As Built
4a ETAPA Projeto executivo
3a ETAPA: Projeto básico

2a ETAPA: Anteprojeto
1a ETAPA: Estudo Técnico Preliminar (ETP)

MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO

Manutenção e conservação = 6ª etapa

6a ETAPA: Manutenção e conservação


5a ETAPA: Execução & As Built
4a ETAPA Projeto executivo
3a ETAPA: Projeto básico

2a ETAPA: Anteprojeto
1a ETAPA: Estudo Técnico Preliminar (ETP)

33
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 03

O que são sistema informatizado de


acompanhamento de obras e Modelagem
da Informação da Construção (Building
Information Modelling – BIM) previstos na Lei
nº 14.133/2021?


?“ ... O QUE É SISTEMA INFORMATIZADO DE
ACOMPANHAMENTO DE OBRAS?

Consiste em uma ferramenta de gestão e monitoramento de


obras a ser instituída pela Administração Pública Federal da se-
guinte forma:

Lei nº 14.133/2021
Art. 19. Os órgãos da Administração com competências regula-
mentares relativas às atividades de administração de materiais,
de obras e serviços e de licitações e contratos deverão:
I - instituir instrumentos que permitam, preferencialmente, a cen-
tralização dos procedimentos de aquisição e contratação de bens
e serviços;

34
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

II - criar catálogo eletrônico de padronização de compras, serviços


e obras, admitida a adoção do catálogo do Poder Executivo fede-
ral por todos os entes federativos;
III - instituir sistema informatizado de acompanhamento de
obras, inclusive com recursos de imagem e vídeo;
[...]
Art. 174. É criado o Portal Nacional de Contratações Públicas
(PNCP), sítio eletrônico oficial destinado à:
I - divulgação centralizada e obrigatória dos atos exigidos por esta
Lei;
II - realização facultativa das contratações pelos órgãos e entida-
des dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os en-
tes federativos.
[...]
§ 3º O PNCP deverá, entre outras funcionalidades, oferecer:
[...]
VI - sistema de gestão compartilhada com a sociedade de infor-
mações referentes à execução do contrato, que possibilite:
[...]
b) acesso ao sistema informatizado de acompanhamento de
obras a que se refere o inciso III do caput do art. 19 desta Lei;
(Grifo nosso)

35
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA



?“ ... O QUE É BUILDING INFORMATION MODELLING
(BIM)?

Consiste em uma ferramenta de Modelagem da Informação da


Construção, tradução do termo em inglês, e que deverá ser adota-
da sempre que possível em obras e serviços de engenharia.

Lei nº 14.133/2021
Art. 19. Os órgãos da Administração com competências regula-
mentares relativas às atividades de administração de materiais,
de obras e serviços e de licitações e contratos deverão:
[...]
§ 3º Nas licitações de obras e serviços de engenharia e arquite-
tura, sempre que adequada ao objeto da licitação, será preferen-
cialmente adotada a Modelagem da Informação da Construção
(Building Information Modelling - BIM) ou tecnologias e proces-
sos integrados similares ou mais avançados que venham a subs-
tituí-la.

?“ ... O QUE É BIM – BUILDING INFORMATION
MODELING?

BIM  (ou  Building Information Modeling), que significa  Modela-


gem/Modelação da Informação da Construção ou Modelo da In-
formação da Construção, é um conjunto de informações geradas
e mantidas durante todo o ciclo de vida de um edifício.

36
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

É um modelo virtual, que não é constituído apenas de geometria


e texturas para efeito de visualização. Trata-se de uma construção
virtual equivalente a uma edificação real, apresentando, assim,
muitos detalhes referentes à composição dos materiais de
cada elemento, como portas, janelas, etc. Isso permite simular
a edificação e entender seu comportamento antes de sua
construção real ter sido iniciada. O modelo BIM pode ser utilizado
para visualização tridimensional, com vistas a auxiliar nas decisões
de projeto e comparar as várias alternativas de design e a “vender”
seu design para o cliente. [Wikipedia]

(Fonte: goinggreen.com.br)

37
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Dimensões (ou níveis) do BIM

BIM 8D – SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL:


BIM 4D + SSO – indo até a demolição do edifício

BIM 7D – MANUTENÇÃO:
BIM 6D + Operação e manutenção

BIM 6D – SUSTENTABILIDADE:
BIM 5D + Análise de consumo de energia Green Building

BIM 5D – ESTIMATIVA:
BIM 4D + Engenharia de custo

BIM 4D – PROGRAMAÇÃO:
BIM 3D + PLANEJAMENTO

BIM 3D – MODELO COLABORATIVO:


Modelagem tridimensional das diversas disciplinas
Arquitetura e engenharia

38
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 04

Quais aspectos de ordem técnica devem


orientar a Administração para a escolha do
regime de execução de acordo com a Lei nº
8.666/1993 e a Lei nº 14.133/2021?  

Aspectos de “ordem técnica” sobre a aplicabilidade dos regimes


previstos na Lei nº 8.666/1993, assim como na Lei nº 14.133/2021,
estão expressos na Lei nº 13.303/2016 da seguinte forma:

Lei nº 13.303/2016
Art. 43. Os contratos destinados à execução de obras e serviços
de engenharia admitirão os seguintes regimes (Vide Lei nº 14.002,
de 2020)
I - empreitada por preço unitário, nos casos em que os objetos,
por sua natureza, possuam imprecisão inerente de quantitativos
em seus itens orçamentários;
II - empreitada por preço global, quando for possível definir pre-
viamente no projeto básico, com boa margem de precisão, as
quantidades dos serviços a serem posteriormente executados na
fase contratual;

39
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

III - contratação por tarefa, em contratações de profissionais au-


tônomos ou de pequenas empresas para realização de serviços
técnicos comuns e de curta duração;
IV - empreitada integral, nos casos em que o contratante necessite
receber o empreendimento, normalmente de alta complexidade,
em condição de operação imediata;
V - contratação semi-integrada, quando for possível definir pre-
viamente no projeto básico as quantidades dos serviços a serem
posteriormente executados na fase contratual, em obra ou servi-
ço de engenharia que possa ser executado com diferentes meto-
dologias ou tecnologias;
VI - contratação integrada, quando a obra ou o serviço de enge-
nharia for de natureza predominantemente intelectual e de ino-
vação tecnológica do objeto licitado ou puder ser executado com
diferentes metodologias ou tecnologias de domínio restrito no
mercado.

ATENÇÃO
Há um regime na Lei nº 14.133/2021 que não se inclui no
âmbito da Lei nº 8.666/1993, nem mesmo no âmbito da Lei
nº 13.303/2016, que é o "fornecimento e prestação de serviço
associado", cuja definição apresentamos:

40
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

REGIMES DE EXECUÇÃO: APLICABILIDADE (LEI Nº


13.303/2016, ART. 43)

PREÇO
Imprecisão inerente de quantitativos
UNITÁRIO

PREÇO Boa margem de precisão


GLOBAL Projeto básico bem completo

TAREFA Profissionais autônomos e/ou pequenas empresas


Serviços técnicos comuns e de curta duração

EMPREITADA Empreendimento de alta complexidade em condição


INTEGRAL de operação imediata

CONTRATAÇÃO Previsão de serviços, em fase de projeto básico, que


possam ser executados através de diferentes
SEMI-INTEGRADA
metodologias ou tecnologias

Natureza predominantemente intelectual e de


CONTRATAÇÃO inovação tecnológica ou admissão de execução
INTEGRADA mediante diferentes tecnologias de domínio restrito no
mercado

41
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 05
Quais as principais novidades da nova Lei
sobre os regimes de execução? Quais as
orientações do TCU sobre a escolha do regime
de execução? O que mudou com a nova Lei?

REGIMES DE EXECUÇÃO: LEIS NºS 8.666/1993 E 14.133/2021


LEI Nº 14.133/2021
LEI Nº 8.666/1993

Preço unitário Preço unitário

Preço global Preço global

Tarefa Tarefa

Empreitada integral Empreitada integral

Contratação semi-integrada

Contratação integrada

Fornecimento e prestação
de serviço associado

42
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Lei nº 8.666/1993
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:
[...]
a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução
da obra ou do serviço por preço certo e total;
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução
da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas;
c) (VETADO)
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos traba-
lhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;
e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento
em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras,
serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da
contratada até a sua entrega ao contratante em condições de en-
trada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para
sua utilização em condições de segurança estrutural e operacio-
nal e com as características adequadas às finalidades para que foi
contratada;

Lei nº 14.133/2021
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:
[...]
XXVIII – empreitada por preço unitário: contratação da execução
da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas;

43
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

XXIX – empreitada por preço global: contratação da execução da


obra ou do serviço por preço certo e total;
XXX – empreitada integral: contratação de empreendimento em
sua integralidade, compreendida a totalidade das etapas de obras,
serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade do
contratado até sua entrega ao contratante em condições de en-
trada em operação, com características adequadas às finalidades
para as quais foi contratado e atendidos os requisitos técnicos e
legais para sua utilização com segurança estrutural e operacional;
XXXI – contratação por tarefa: regime de contratação de mão de
obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem forne-
cimento de materiais;

NOVIDADES DA LEI Nº 14.133/2021


Lei nº 14.133/2021
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:
[...]
XXXII – contratação integrada: regime de contratação de obras e
serviços de engenharia em que o contratado é responsável por
elaborar e desenvolver os projetos básico e executivo, executar
obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços
especiais e realizar montagem, teste, pré-operação e as demais
operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto;
XXXIII – contratação semi-integrada: regime de contratação de
obras e serviços de engenharia em que o contratado é respon-

44
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

sável por elaborar e desenvolver o projeto executivo, executar


obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços
especiais e realizar montagem, teste, pré-operação e as demais
operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto;
XXXIV – fornecimento e prestação de serviço associado: regime
de contratação em que, além do fornecimento do objeto, o con-
tratado responsabiliza-se por sua operação, manutenção ou am-
bas, por tempo determinado;

POSIÇÃO DO TCU SOBRE REGIME DE EXECUÇÃO

TCU – Acórdão nº 1.977/2013


Acórdão
9.1.1. a escolha do regime de execução contratual pelo gestor
deve estar fundamentada nos autos do processo licitatório, em
prestígio ao definido no art. 50 da Lei 9.784/99;
9.1.2. os instrumentos convocatórios devem especificar, de for-
ma objetiva, as regras sobre como serão realizadas as medições,
a exemplo de pagamentos após cada etapa conclusa do empre-
endimento ou de acordo com o cronograma físico-financeiro da
obra, em atendimento ao que dispõe o art. 40, inciso XIV, da Lei
8.666/93;
9.1.3. a empreitada por preço global, em regra, em razão de a li-
quidação de despesas não envolver, necessariamente, a medição
unitária dos quantitativos de cada serviço na planilha orçamen-

45
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

tária, nos termos do art. 6º, inciso VIII, alínea ‘a’, da Lei 8.666/93,
deve ser adotada quando for possível definir previamente no pro-
jeto, com boa margem de precisão, as quantidades dos serviços a
serem posteriormente executados na fase contratual; enquanto
que a empreitada por preço unitário deve ser preferida nos casos
em que os objetos, por sua natureza, possuam uma imprecisão
inerente de quantitativos em seus itens orçamentários, como são
os casos de reformas de edificação, obras com grandes movimen-
tações de terra e interferências, obras de manutenção rodoviária,
dentre outras;
9.1.4. nas situações em que, mesmo diante de objeto com im-
precisão intrínseca de quantitativos, tal qual asseverado no item
9.1.3. supra, se preferir a utilização da empreitada por preço glo-
bal, deve ser justificada, no bojo do processo licitatório, a vanta-
gem dessa transferência maior de riscos para o particular – e, con-
sequentemente, maiores preços ofertados – em termos técnicos,
econômicos ou outro objetivamente motivado, bem assim como
os impactos decorrentes desses riscos na composição do orça-
mento da obra, em especial a taxa de BDI – Bonificação e Despe-
sas Indiretas;
(Relator: Valmir Campelo; Data do Julgamento: 31/07/2013)

46
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Regimes de execução e medições

REGIMES DE EXECUÇÃO

MEDIÇÃO MEDIÇÃO POR


UNITÁRIA ETAPA

Preço unitário Preço global

Contratação por tarefa


Prestação de
serviço associado
Contratação
semi-integrada

Contratação integrada

MUDANÇAS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES

Lei nº 14.133/2021
Art. 46. Na execução indireta de obras e serviços de engenharia,
são admitidos os seguintes regimes:
[...]

47
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

§ 2º A Administração é dispensada da elaboração de projeto


básico nos casos de contratação integrada, hipótese em que
deverá ser elaborado anteprojeto de acordo com metodologia
definida em ato do órgão competente, observados os requisitos
estabelecidos no inciso XXIV do art. 6º desta Lei.
§ 3º Na contratação integrada, após a elaboração do projeto bá-
sico pelo contratado, o conjunto de desenhos, especificações,
memoriais e cronograma físico-financeiro deverá ser submeti-
do à aprovação da Administração, que avaliará sua adequação
em relação aos parâmetros definidos no edital e conformidade
com as normas técnicas, vedadas alterações que reduzam a qua-
lidade ou a vida útil do empreendimento e mantida a responsa-
bilidade integral do contratado pelos riscos associados ao projeto
básico.
§ 4º Nos regimes de contratação integrada e semi-integrada, o
edital e o contrato, sempre que for o caso, deverão prever as pro-
vidências necessárias para a efetivação de desapropriação autori-
zada pelo poder público, bem como:
I – o responsável por cada fase do procedimento expropriatório;
II – a responsabilidade pelo pagamento das indenizações devidas;
III – a estimativa do valor a ser pago a título de indenização pelos
bens expropriados, inclusive de custos correlatos;
IV – a distribuição objetiva de riscos entre as partes, incluído o
risco pela diferença entre o custo da desapropriação e a estimati-
va de valor e pelos eventuais danos e prejuízos ocasionados por
atraso na disponibilização dos bens expropriados;

48
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

V – em nome de quem deverá ser promovido o registro de imis-


são provisória na posse e o registro de propriedade dos bens a
serem desapropriados.
§ 5º Na contratação semi-integrada, mediante prévia autori-
zação da Administração, o projeto básico poderá ser alterado,
desde que demonstrada a superioridade das inovações pro-
postas pelo contratado em termos de redução de custos, de
aumento da qualidade, de redução do prazo de execução ou
de facilidade de manutenção ou operação, assumindo o con-
tratado a responsabilidade integral pelos riscos associados à
alteração do projeto básico.
§ 6º A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida
da conclusão e da aprovação, pela autoridade competente, dos
trabalhos relativos às etapas anteriores.
§ 7º (VETADO.)
§ 8º (VETADO.)
§ 9º Os regimes de execução a que se referem os incisos II, III,
IV, V e VI do caput deste artigo serão licitados por preço global
e adotarão sistemática de medição e pagamento associada à
execução de etapas do cronograma físico-financeiro vincula-
das ao cumprimento de metas de resultado, vedada a adoção
de sistemática de remuneração orientada por preços unitários
ou referenciada pela execução de quantidades de itens unitá-
rios. (Grifo nosso)

49
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

ATENÇÃO
Interessante observar a questão prevista no art. 56, § 5º,
acerca da forma de apresentação de valores em propostas

Lei nº 14.133/2021
Art. 56. [...]
§ 5º Nas licitações de obras ou serviços de engenharia, após o
julgamento, o licitante vencedor deverá reelaborar e apresen-
tar à Administração, por meio eletrônico, as planilhas com indi-
cação dos quantitativos e dos custos unitários, bem como com
detalhamento das Bonificações e Despesas Indiretas (BDI) e
dos Encargos Sociais (ES), com os respectivos valores adequa-
dos ao valor final da proposta vencedora, admitida a utilização
dos preços unitários, no caso de empreitada por preço global,
empreitada integral, contratação semi-integrada e contrata-
ção integrada, exclusivamente para eventuais adequações
indispensáveis no cronograma físico-financeiro e para balizar
excepcional aditamento posterior do contrato. (Grifo nosso)

50
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 06

Por que o orçamento de uma obra constitui


peça fundamental para o sucesso da
contratação? Quais decisões na fase de
planejamento são tomadas com base no
orçamento? Qual o impacto no julgamento e
na execução e fiscalização do contrato?  

Sicro

Sinapi
Base Nacional
de Notas
Fiscais
Eletrônicas

OBRAS E SERVIÇOS
Mídia
DE ENGENHARIA especializada

Contratações
similares

Tabela de
Sítios
referência
eletrônicos
aprovada pelo
especializados Poder Executivo
ou de domínio
federal
amplo
51
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

IMPORTÂNCIA FUNDAMENTAL DO ORÇAMENTO

Lei nº 14.133/2021
Art. 23. O valor previamente estimado da contratação deverá
ser compatível com os valores praticados pelo mercado, con-
siderados os preços constantes de bancos de dados públicos
e as quantidades a serem contratadas, observadas a potencial
economia de escala e as peculiaridades do local de execução
do objeto.
[...]
§ 2º No processo licitatório para contratação de obras e serviços
de engenharia, conforme regulamento, o valor estimado, acres-
cido do percentual de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) de
referência e dos Encargos Sociais (ES) cabíveis, será definido por
meio da utilização de parâmetros na seguinte ordem:
I - composição de custos unitários menores ou iguais à media-
na do item correspondente do Sistema de Custos Referenciais de
Obras (Sicro), para serviços e obras de infraestrutura de transpor-
tes, ou do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices de
Construção Civil (Sinapi), para as demais obras e serviços de en-
genharia;
II - utilização de dados de pesquisa publicada em mídia especia-
lizada, de tabela de referência formalmente aprovada pelo Po-
der Executivo federal e de sítios eletrônicos especializados ou de
domínio amplo, desde que contenham a data e a hora de acesso;

52
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

III - contratações similares feitas pela Administração Pública,


em execução ou concluídas no período de 1 (um) ano anterior à
data da pesquisa de preços, observado o índice de atualização de
preços correspondente;
IV - pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas, na for-
ma de regulamento.
§ 3º Nas contratações realizadas por Municípios, Estados e Distrito
Federal, desde que não envolvam recursos da União, o valor pre-
viamente estimado da contratação, a que se refere o caput deste
artigo, poderá ser definido por meio da utilização de outros siste-
mas de custos adotados pelo respectivo ente federativo.
§ 4º Nas contratações diretas por inexigibilidade ou por dispensa,
quando não for possível estimar o valor do objeto na forma esta-
belecida nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo, o contratado deverá com-
provar previamente que os preços estão em conformidade com
os praticados em contratações semelhantes de objetos de mesma
natureza, por meio da apresentação de notas fiscais emitidas para
outros contratantes no período de até 1 (um) ano anterior à data
da contratação pela Administração, ou por outro meio idôneo.
§ 5º No processo licitatório para contratação de obras e serviços
de engenharia sob os regimes de contratação integrada ou semi-
-integrada, o valor estimado da contratação será calculado nos
termos do § 2º deste artigo, acrescido ou não de parcela referente
à remuneração do risco, e, sempre que necessário e o anteproje-
to o permitir, a estimativa de preço será baseada em orçamento
sintético, balizado em sistema de custo definido no inciso I do §

53
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

2º deste artigo, devendo a utilização de metodologia expedita ou


paramétrica e de avaliação aproximada baseada em outras con-
tratações similares ser reservada às frações do empreendimento
não suficientemente detalhadas no anteprojeto.
§ 6º Na hipótese do § 5º deste artigo, será exigido dos licitantes
ou contratados, no orçamento que compuser suas respectivas
propostas, no mínimo, o mesmo nível de detalhamento do orça-
mento sintético referido no mencionado parágrafo. (Grifo nosso)

54
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 07

Como deve ser estruturado o orçamento


de obras com relação aos encargos sociais,
materiais, equipamentos, insumos e tributos?  


?“ ... INSUMOS: MATERIAIS – EQUIPAMENTOS – M.O.
OUTROS – O QUE SIGNIFICA?

Em linhas gerais, é possível afirmar que os insumos consistem nos


elementos básicos de custos, que podem ser de diferentes natu-
rezas, exemplo:

a) Materiais  ex.: bloco de vedação em concreto, cimento e


areia

55
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

b) Mão de obra  ex.: pedreiro, servente, encarregado

c) Equipamentos  betoneira, carrinho de mão, tifor

d) Serviços comuns  carpete, piso vinílico, gesso

e) Verbas  elevadores, chillers, quadros/painéis elétricos

56
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA



?“ ... SERVIÇOS – O QUE SIGNIFICA?

Os serviços consistem em um arranjo de insumos que compõem


um produto final acabado, conforme determinada métrica. Por
exemplo: alvenaria, pintura, entre outros, vejamos:

a) Alvenaria

b) Pintura

57
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA



?“ ... ENCARGOS SOCIAIS – O QUE SIGNIFICA?

Os encargos sociais são acréscimos que devem ser aplicados so-


bre a mão de obra, de modo a assegurar as garantias dos traba-
lhadores. Em linhas gerais, há dois tipos de encargos: aqueles que
incidem sobre a mão de obra “horista” e aqueles que incidem so-
bre a “mensalista”.

Há, ainda, dois cenários para contratação de obras no que se refe-


re aos encargos sociais: “com desoneração” e “sem desoneração”;
basicamente, a empresa pode optar por um dos modelos:

D Sem desoneração – modelo anterior, em que a empresa reco-


lhe 20% sobre a folha de pagamento da mão de obra para o
INSS; ou

D Com desoneração – modelo atual, em que não são recolhidos


os 20% do INSS, mas se recolhe 1% sobre o faturamento do
contrato.

58
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Encargos sociais – Sinapi/Caixa

59
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA



?“ ... ENCARGOS COMPLEMENTARES – O QUE
SIGNIFICA?

Ainda, devem ser considerados os encargos complementares


(vide, por exemplo, adiante, a composição desses encargos para o
caso do servente). A memória de cálculo adotada pelo Sinapi para
construção da tabela está acessível no site da CAIXA.

Encargos complementares – Sinapi/Caixa

60
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA



?“ ... COMPOSIÇÃO DO BDI – ACÓRDÃO TCU Nº
2.622/2013 – PLENÁRIO

01 ADMINISTRAÇÃO
CENTRAL (AC)

02 LUCRO BRUTO (LB)

03 DESPESAS
FINANCEIRAS (DF)

04 SEGUROS, RISCOS E
GARANTIAS (SRG)

05 TRIBUTOS (TB)

61
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 08
A Administração está obrigada a adotar os preços
do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e
Índices da Construção Civil (Sinapi) e do Sistema
de Custos Rodoviários (Sicro)? Em que casos podem
ser adotados outros sistemas e outras referências?
Quais as regras do Decreto nº 7.983/2013 e da Lei
nº 14.133/2021 a respeito do assunto?  

Sicro

Sinapi
Base Nacional
de Notas
Fiscais
Eletrônicas

OBRAS E SERVIÇOS
Mídia
DE ENGENHARIA especializada

Contratações
similares

Tabela de
Sítios
referência
eletrônicos
aprovada pelo
especializados Poder Executivo
ou de domínio
federal
amplo
62
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Lei nº 14.133/2021
Art. 23. O valor previamente estimado da contratação deverá ser
compatível com os valores praticados pelo mercado, considera-
dos os preços constantes de bancos de dados públicos e as quan-
tidades a serem contratadas, observadas a potencial economia de
escala e as peculiaridades do local de execução do objeto.
[...]
§ 2º No processo licitatório para contratação de obras e serviços
de engenharia, conforme regulamento, o valor estimado, acresci-
do do percentual de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) de refe-
rência e dos Encargos Sociais (ES) cabíveis, será definido por meio
da utilização de parâmetros na seguinte ordem:
I - composição de custos unitários menores ou iguais à mediana do
item correspondente do Sistema de Custos Referenciais de Obras
(Sicro), para serviços e obras de infraestrutura de transportes, ou
do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices de Constru-
ção Civil (Sinapi), para as demais obras e serviços de engenharia;
II - utilização de dados de pesquisa publicada em mídia especia-
lizada, de tabela de referência formalmente aprovada pelo Poder
Executivo federal e de sítios eletrônicos especializados ou de do-
mínio amplo, desde que contenham a data e a hora de acesso;
III - contratações similares feitas pela Administração Pública, em
execução ou concluídas no período de 1 (um) ano anterior à data
da pesquisa de preços, observado o índice de atualização de pre-
ços correspondente;

63
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

IV - pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas, na for-


ma de regulamento.
§ 3º Nas contratações realizadas por Municípios, Estados e Distrito
Federal, desde que não envolvam recursos da União, o valor pre-
viamente estimado da contratação, a que se refere o caput deste
artigo, poderá ser definido por meio da utilização de outros siste-
mas de custos adotados pelo respectivo ente federativo.

Decreto nº 7.983/2013
Art. 3º O custo global de referência de obras e serviços de en-
genharia, exceto os serviços e obras de infraestrutura de trans-
porte, será obtido a partir das composições dos custos unitários
previstas no projeto que integra o edital de licitação, menores ou
iguais à mediana de seus correspondentes nos custos unitários
de referência do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices
da Construção Civil - Sinapi, excetuados os itens caracterizados
como montagem industrial ou que não possam ser considerados
como de construção civil.
Parágrafo único. O Sinapi deverá ser mantido pela Caixa Econô-
mica Federal - CEF, segundo definições técnicas de engenharia da
CEF e de pesquisa de preço realizada pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE.
Art. 4º O custo global de referência dos serviços e obras de infra-
estrutura de transportes será obtido a partir das composições dos
custos unitários previstas no projeto que integra o edital de licita-
ção, menores ou iguais aos seus correspondentes nos custos uni-

64
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

tários de referência do Sistema de Custos Referenciais de Obras


- Sicro, cuja manutenção e divulgação caberá ao Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT, excetuados os
itens caracterizados como montagem industrial ou que não pos-
sam ser considerados como de infraestrutura de transportes.
Art. 5º O disposto nos arts. 3º e 4º não impede que os órgãos e
entidades da administração pública federal desenvolvam novos
sistemas de referência de custos, desde que demonstrem sua ne-
cessidade por meio de justificativa técnica e os submetam à apro-
vação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Art. 6º Em caso de inviabilidade da definição dos custos conforme
o disposto nos arts. 3º, 4º e 5º, a estimativa de custo global poderá
ser apurada por meio da utilização de dados contidos em tabela
de referência formalmente aprovada por órgãos ou entidades da
administração pública federal, em publicações técnicas especia-
lizadas, em sistema específico instituído para o setor ou em pes-
quisa de mercado.
Art. 7º Os órgãos e entidades responsáveis por sistemas de refe-
rência deverão mantê-los atualizados e divulgá-los na internet.
Art. 8º Na elaboração dos orçamentos de referência, os órgãos
e entidades da administração pública federal poderão adotar es-
pecificidades locais ou de projeto na elaboração das respectivas
composições de custo unitário, desde que demonstrada a perti-
nência dos ajustes para a obra ou serviço de engenharia a ser or-
çado em relatório técnico elaborado por profissional habilitado.

65
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Parágrafo único. Os custos unitários de referência da administra-


ção pública poderão, somente em condições especiais justifica-
das em relatório técnico elaborado por profissional habilitado e
aprovado pelo órgão gestor dos recursos ou seu mandatário, ex-
ceder os seus correspondentes do sistema de referência adotado
na forma deste Decreto, sem prejuízo da avaliação dos órgãos de
controle, dispensada a compensação em qualquer outro serviço
do orçamento de referência.
[...]
Art. 10. A anotação de responsabilidade técnica pelas planilhas
orçamentárias deverá constar do projeto que integrar o edital de
licitação, inclusive de suas eventuais alterações.

66
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 09

O que é curva ABC e qual sua utilidade nas


obras de engenharia? O que são orçamento
sintético, metodologia expedita ou
paramétrica?  

A Curva ABC de serviços, na verdade, consiste em um relatório geren-


cial no qual todos os serviços da planilha de orçamento são reordena-
dos segundo a ordem decrescente do valor total de cada item.

Naturalmente, os maiores valores respondem pelos maiores per-


centuais e figuram no topo da lista.

CURVA ABC – ITENS X REPRESENTATIVADE

Classificação Itens Representatividade


A 20% 65% a 80%

B 30% 25% a 15%

C 50% 10% a 5%

Total 100% 100% a 100%

67
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

UTILIDADE DA CURVA ABC

Verificação preliminar do orçamento (checklist) dos valores prin-


cipais esperados x Contexto da obra.

Sugestão para as parcelas de qualificação técnica.

ORÇAMENTO SINTÉTICO

Segundo as “Orientações para elaboração de planilhas orçamen-


tárias de obras públicas”, publicado pelo TCU:

TCU – Orientações para elaboração de planilhas


orçamentárias de obras públicas
2.12 Planilha orçamentária ou orçamento sintético é a relação de
todos os serviços com as respectivas unidades de medida, quan-
tidades e preços unitários, calculados a partir dos projetos, crono-
grama, demais especificações técnicas e critérios de medição.
Assim, o orçamento sintético é aquele que apresenta a relação
completa dos serviços necessários à obra, porém, sem desdobrar
os insumos presentes em cada serviço.
Deve-se elaborar um orçamento sintético específico para cada
edificação, etapa, trecho ou parcela do empreendimento, provi-
dência que facilitará a execução e o controle das medições pela
equipe de fiscalização contratual.

68
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Os orçamentos sintéticos devem ser preferencialmente elabo-


rados incluindo os percentuais de BDI, uniformes ou diferencia-
dos, nos preços unitários dos serviços. Quando for conveniente,
admite-se elaborar o orçamento sintético apresentando nas suas
linhas o custo unitário dos serviços, incluindo-se a incidência do
BDI de forma destacada ao final da planilha sobre todo o montan-
te dos custos diretos.
A planilha orçamentária deve conter subtotais para cada grupo
de serviços que compõem uma etapa ou parcela do empreendi-
mento. Bem como apresentar, dentre outras, as seguintes infor-
mações nos títulos da planilha:
- descrição da obra a que se refere;
- data-base do orçamento;
- indicação do edital ou contrato a que se refere;
- número da revisão; e
- nome, habilitação, número de registro no órgão competente e
assinatura do responsável técnico que elaborou o orçamento.
Ademais, o orçamento sintético deve apresentar as seguintes co-
lunas:
- item ou subitem;
- código da composição de preço unitário utilizada ou fonte e
código da composição de custo unitário, no caso de ser utilizada
uma composição obtida em sistema referencial de custos;
- descrição do serviço;
- unidade de medida;

69
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

- quantidade do serviço;
- preço unitário do serviço; e
- preço total de cada serviço.
Em vista do exposto, a estruturação do orçamento sintético pode
ser realizada conforme o modelo ilustrado na figura a seguir:

Ilustração TCU para planilha de orçamento sintético

Figura 5 – Modelo de estrutura de um orçamento sintético.

70
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Não deve haver omissão de quaisquer serviços necessários ao


processo de construção, bem como aqueles necessários ao pleno
funcionamento e à operação do empreendimento.

A jurisprudência do TCU sobre o tema, consolidada pela Súmu-


la nº 258, entende que é vedada a elaboração de orçamento
sintético contendo “verbas” ou outras unidades genéricas de
medição, assim como a inclusão de serviços com descrições ge-
néricas ou imprecisas, a exemplo de “diversos”, “despesas ge-
rais”, “provisões para contingências”, “eventuais” etc.

É interessante ordenar e estruturar os serviços de acordo com as


etapas da obra, em ordem cronológica de desenvolvimento, na
medida do possível, conforme a Estrutura Analítica de Projeto
(EAP) definida. Logo, os trabalhos se iniciam com os chamados
“serviços preliminares” (item 1.0, seguido dos subitens que
detalham os serviços parciais do canteiro de obras: 1.1.1. =
tapume, 1.1.2 = locação dos elementos da obra no terreno,
1.1.3 = ligações provisórias etc.). Na sequência, são iniciados os
chamados “serviços de terra” (item 2.0, com escavação (subitem
2.1) e reaterro (subitem 2.2), seguidos da etapa de fundações da
obra (item 3.0), e assim sucessivamente, conforme as etapas da
construção.

71
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

METODOLOGIA EXPEDITA

Novamente, segundo as “Orientações para elaboração de plani-


lhas orçamentárias de obras públicas”, publicado pelo TCU:

TCU – Orientações para elaboração de planilhas


orçamentárias de obras públicas
A metodologia expedita a que se refere a Lei 12.462/2011 é tam-
bém denominada de avaliação de ordem de grandeza. Trata-se de
uma estimativa aproximada, preparada sem dados detalhados de
engenharia, baseada em custos de investimento por unidade de
capacidade. Assim, é feita em etapas muito iniciais do desenvol-
vimento dos projetos e, por isso, é menos precisa do que outros
métodos de estimativa.
Baseia-se na utilização de macroindicadores de custos médios por
unidade característica do empreendimento, por exemplo:
- Obras de edificação: custo por metro quadrado de área constru-
ída.
- Obras de geração de energia (térmicas, hidroelétricas e usinas
nucleares): custo por MW de potência instalada.
- Estações de tratamento de água e esgoto: custo por unidade de
vazão (m3/s) de água
A partir do macroindicador de custo selecionado, aplica-se a fór-
mula abaixo:
CT = QT x I

72
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Onde:
CT corresponde ao custo total estimado;
QT é a quantidade de unidades relativas à execução da obra e
I é o macroindicador de custo por unidade tratada.

METODOLOGIA PARAMÉTRICA

Também segundo as “Orientações para elaboração de planilhas


orçamentárias de obras públicas”, publicado pelo TCU:

TCU – Orientações para elaboração de planilhas


orçamentárias de obras públicas
Trata-se de um outro tipo de estimativa de custos, desenvolvido
quando os projetos do empreendimento já se encontram em es-
tágio mais avançado, mas ainda não contêm todos os elementos
exigidos de um projeto básico. Assim, o método produz uma es-
timativa mais apurada do que a obtida mediante a metodologia
expedita.
A partir de levantamentos preliminares obtidos com base nos an-
teprojetos da obra e mediante a utilização de bancos de dados,
separa-se a obra nas suas principais unidades/etapas/parcelas em
termos de custo.
Cada unidade/etapa/parcela da obra será avaliada a partir de ban-
cos de dados alimentados com parâmetros de obras semelhantes
ou com outras referências de preços.

73
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Em qualquer método de estimativa de custos, esses devem ser


apropriados separadamente, somente depois ocorre aplicação de
um BDI referencial para obtenção de um preço de venda.
A utilização do método paramétrico para estimativa de custo de
construção de uma típica edificação é demonstrada na tabela a
seguir.
Observa-se, assim, que a aplicação do método paramétrico requer
que os projetos permitam identificar as principais parcelas do em-
preendimento, quantificando-as em temos de uma unidade de
medida representativa. No caso de uma estrutura de concreto ar-
mado, unidade representativa é o volume da estrutura, medido
em metros cúbicos.
A obtenção do custo por unidade representativa deve se basear
em bancos de dados elaborados a partir de obras similares, em
que os custos das unidades de serviço representativas foram pa-
rametrizados.
[...]

74
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

ATIVIDADE MÉTODO DE ESTIMATIVA


Mobilização e Percentual relativo ao custo direto da obra.
desmobilização
Canteiro de obras Custo por unidade de área de canteiro.

Administração local Percentual relativo ao custo direto da obra.

Projetos Percentual relativo ao custo direto da obra.

Demolições Volume de demolição estimado da estrutura multiplicado por um custo parametrizado por unidade
volume de material demolido, estimado de acordo com o método de demolição a ser empregado. Se
for o caso, estimar o custo com transporte e reciclagem do material demolido.
Terraplanagem Volume de movimentação de terra (considerando escavações e aterros) multiplicado por distância
média de transporte, obtendo grandeza a ser multiplicada por um custo unitário referencial de
escavação, carga e transporte.

Fundações Volume da fundação multiplicado por um custo unitário de concreto armado, englobando os valores
unitários dos serviços de escavação da fundação, fornecimento, lançamento e adensamento de
concreto, armação em aço CA-50 e fôrma/desforma. As quantidades de aço CA-50 e fôrma devem ser
estimadas por meio de taxa de armação e forma definidas no pré-dimensionamento das estruturas.
Estruturas de concreto Volume da estrutura multiplicada por um custo unitário de concreto armado, abrangendo, os serviços
armado de concretagem, escoramento, fôrma, desforma e armação em aço. Deverão ser utilizadas taxas para
estimar as quantidades aproximadas de aço, fôrma e escoramento por m3 de estrutura.

75
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

ATIVIDADE MÉTODO DE ESTIMATIVA


Estrutura metálica Massa estimada da estrutura em Kg multiplicada por um custo unitário incluindo a fabricação,
montagem e pintura da estrutura metálica.
Alvenaria Área de alvenaria vezes custo parametrizado por m2 englobando a alvenaria, chaisco (ambos os lados)
e reboco (ambos os lados).
Esquadrias, portas e Área de cada tipo de matéria multiplicada pelo respectivo custo unitário.
vidros
Acabamentos, Área de cada tipo de acabamento multiplicada pelo respectivo custo unitário.
revestimentos,
pinturas, pisos e forros
Paisagismo Custo por unidade de área.

Bancadas Área de cada material empregado multiplicada pelo respectivo custo unitário.

Louças, aparelhos e Número de unidade de cada tipo multiplicada pelo respectivo custo unitário, incluindo o
metais fornecimento, montagem, engates, válvulas, sifões e outros acessórios necessários.
Impermeabilizações Área estimada de impermeabilização multiplicada pelo custo unitário relativo a cada um dos sistemas
de impermeabilização utilizados. Devem ser incluídos o preparo do substrato, o isolamento térmico e a
proteção mecânica das áreas impermeabilizadas no custo por unidade da área.

76
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

ATIVIDADE MÉTODO DE ESTIMATIVA


Sistema de ar- Custo por tonelada de refrigeração (TR) de sistema similar.
condicionado
Instalações elétricas Custo por KVA ou por ponto de energia de sistema similar.

Instalações de água fria Custo por ponto de água fria e água quente, devendo cada custo unitário incluir as tubulações e
e água quente conexões dos ramais, submamais, redes de distribuição e prumadas, bem como os registros e caixas
d’água.
Instalações de esgoto Custo por ponto de esgoto
Instalações de águas Custo por unidade de área de telhado ou custo por ponto.
pluviais
Elevadores Cotação específica
Sistema de CFTV Quantidade de câmaras vezes custo por ponto.

Sistema de proteção Custo por unidade de área.


contra descargas
atmosféricas
Sistema de automação Quantidade de sensores multiplicada por um custo por ponto
predial

77
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

ATIVIDADE MÉTODO DE ESTIMATIVA


Sistema de controle de Custo por ponto.
acesso
Sistema de detecção e Custo por ponto.
alarme de incêndio
Instalações de gás Custo por ponto.
Instalações de combate Custo por ponto.
a incêndio
Sistema de sonorização Custo por ponto.
Sistema de Custo por ponto.
telecomunicações e
rede lógica
Cobertura Área de projeção horizontal da cobertura multiplicada por um custo por m2 que incluirá o
madeiramento (ou estrutura metálica) com tesouras, as ferragens, as telhas, cumeeiras, calhas e
mantas isolantes.
Limpeza final Custo por unidade de área.
Figura 70 – Métodos de estimativa paramétrica para as diversas parcelas de uma obra de edificação

78
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 10
Quais parcelas compõem o BDI e quais não
devem integrá-lo? Quais as regras do Decreto
nº 7.983/2013? Qual o entendimento do TCU?  

?“ ... COMPOSIÇÃO DO BDI – ACÓRDÃO TCU Nº
2.622/2013 – PLENÁRIO

01 ADMINISTRAÇÃO
CENTRAL (AC)

02 LUCRO BRUTO (LB)

03 DESPESAS
FINANCEIRAS (DF)

04 SEGUROS, RISCOS E
GARANTIAS (SRG)

05 TRIBUTOS (TB)

79
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Interessantemente, o Decreto nº 7.983/2013 não considera a par-


cela referente às “despesas financeiras”. No entanto, tal parcela
deve ser ponderada em razão de sua real ocorrência e do reco-
nhecimento por parte do órgão de controle externo da União.

ACÓRDÃO DO TCU Nº 2.622/2013 – PLENÁRIO

Administração Local, Canteiro de Obras e Mobilização/Desmobi-


lização não devem constar no BDI, mas sim na planilha de orça-
mento:

TCU – Acórdão nº 2.622/2013 – Plenário


Acórdão
9.3.2.1. discriminar os custos de administração local, canteiro de
obras e mobilização e desmobilização na planilha orçamentária
de custos diretos, por serem passíveis de identificação, mensu-
ração e discriminação, bem como sujeitos a controle, medição e
pagamento individualizado por parte da Administração Pública,
em atendimento ao princípio constitucional da transparência dos
gastos públicos, à jurisprudência do TCU e com fundamento no
art. 30, § 6º, e no art. 40, inciso XIII, da Lei n. 8.666/1993 e no art.
17 do Decreto n. 7.983/2013;
(Relator: Marcos Bemquerer Costa; Data do Julgamento: 25/09/2013)

80
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Com relação à Administração Local, importante lembrar, ainda no


âmbito deste acórdão, que:

TCU – Acórdão nº 2.622/2013 – Plenário


Acórdão
9.2.2. na verificação da adequabilidade das planilhas orçamentá-
rias das obras públicas, utilizar como referência do impacto espe-
rado para os itens associados à administração local no valor total
do orçamento, os seguintes valores percentuais obtidos no estu-
do de que tratam estes autos:
PERCENTUAIS PARA ADMINISTRAÇÃO LOCAL – ACÓRDÃO TCU
2622/2013
ADMINISTRAÇÃO LOCAL
TIPOS DE OBRA
1º Q M 3º Q
Construção de edifícios 3,49% 6,23% 8,87%
Construção de rodovias e ferrovias 1,98% 6,99% 10,68%
Construção de redes de abasteci-
mento de água, coleta de esgoto e 4,13% 7,64% 10,89%
construções correlatas
Construção de manunteção de
estações e redes de distribuição de 1,85% 5,05% 7,45%
energia elétrica
Obras portuárias, marítimas e fluviais 6,23% 7,48% 9,09%

9.3.2.2. estabelecer, nos editais de licitação, critério objetivo de


medição para a administração local, estipulando pagamentos
proporcionais à execução financeira da obra, abstendo-se de uti-
lizar critério de pagamento para esse item como um valor mensal

81
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

fixo, evitando-se, assim, desembolsos indevidos de administração


local em virtude de atrasos ou de prorrogações injustificadas do
prazo de execução contratual, com fundamento no art. 37, inciso
XXI, da Constituição Federal e no arts. 55, inciso III, e 92, da Lei n.
8.666/1993;
(Relator: Marcos Bemquerer Costa; Data do Julgamento: 25/09/2013)

ORIENTAÇÕES DO DECRETO Nº 7.983/2013 PARA O BDI

Decreto nº 7.983/2013
Art. 9º O preço global de referência será o resultante do custo glo-
bal de referência acrescido do valor correspondente ao BDI, que
deverá evidenciar em sua composição, no mínimo:
I - taxa de rateio da administração central;
II - percentuais de tributos incidentes sobre o preço do serviço,
excluídos aqueles de natureza direta e personalística que oneram
o contratado;
III - taxa de risco, seguro e garantia do empreendimento; e
IV - taxa de lucro.

Obs.: Interessantemente, o decreto não listou a “despesa financei-


ra”. No entanto, tal fato não invalida a consideração dessa parcela,
tendo em vista o que estabelece o Acórdão nº 2.622/2013 do TCU.

82
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Decreto nº 7.983/2013
Art. 9º [...]
§ 1º Comprovada a inviabilidade técnico-econômica de parcela-
mento do objeto da licitação, nos termos da legislação em vigor,
os itens de fornecimento de materiais e equipamentos de nature-
za específica que possam ser fornecidos por empresas com espe-
cialidades próprias e diversas e que representem percentual sig-
nificativo do preço global da obra devem apresentar incidência
de taxa de BDI reduzida em relação à taxa aplicável aos demais
itens.
§ 2º No caso do fornecimento de equipamentos, sistemas e ma-
teriais em que o contratado não atue como intermediário entre o
fabricante e a administração pública ou que tenham projetos, fa-
bricação e logísticas não padronizados e não enquadrados como
itens de fabricação regular e contínua nos mercados nacional ou
internacional, o BDI poderá ser calculado e justificado com base
na complexidade da aquisição, com exceção à regra prevista no §
1º.

83
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 11

Segundo o TCU, quais as orientações sobre


os percentuais aceitáveis de BDI? Trata-se de
percentuais referenciais, determinados ou
máximos aceitáveis?

FÓRMULA DO BDI  

Fórmula proposta no Acordão TCU nº 2.622/2013:

(1 + AC + R + SG) (1 + DF) (1 + L)
_________________________
BDI = –1
(1 – T)

BDI – REFERÊNCIAS

TCU – Acórdão nº 2.622/2013 – Plenário


Acórdão
9.1. determinar às unidades técnicas deste Tribunal que, nas aná-
lises do orçamento de obras públicas, utilizem os parâmetros para

84
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

taxas de BDI a seguir especificados, em substituição aos referen-


ciais contidos nos Acórdãos ns. 325/2007 e 2.369/2011.
ADMINISTRAÇÃO CENTRAL
TIPOS DE OBRA
1º Q M 3º Q
Construção de edifícios 3,00% 4,00% 5,50%
Construção de rodovias e ferrovias 3,80% 4,01% 4,67%
Construção de redes de abasteci-
mento de água, coleta de esgoto e 3,43% 4,93% 6,71%
construções correlatas
Construção de manunteção de
estações e redes de distribuição de 5,29% 5,92% 7,93%
energia elétrica
Obras portuárias, marítimas e fluviais 4,00% 5,52% 7,85%
SEGURO + GARANTIA
TIPOS DE OBRA
1º Q M 3º Q
Construção de edifícios 0,80% 0,80% 1,00%
Construção de rodovias e ferrovias 0,32% 0,40% 0,74%
Construção de redes de abasteci-mento
de água, coleta de esgoto e construções 0,28% 0,49% 0,75%
correlatas
Construção de manunteção de estações
e redes de distribuição de energia 0,25% 0,51% 0,56%
elétrica
Obras portuárias, marítimas e fluviais 0,81% 1,22% 1,99%

RISCO
TIPOS DE OBRA
1º Q M 3º Q
Construção de edifícios 0,97% 1,27% 1,27%
Construção de rodovias e ferrovias 0,50% 0,56% 0,97%

85
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Construção de redes de abasteci-


mento de água, coleta de esgoto e 1,00% 1,39% 1,74%
construções correlatas
Construção de manunteção de
estações e redes de distribuição de 1,00% 1,48% 1,97%
energia elétrica
Obras portuárias, marítimas e fluviais 1,46% 2,32% 3,16%

DESPESA FINANCEIRA
TIPOS DE OBRA
1º Q M 3º Q
Construção de edifícios 0,59% 1,23% 1,39%
Construção de rodovias e ferrovias 1,02% 1,11% 1,21%
Construção de redes de abasteci-
mento de água, coleta de esgoto e 0,94% 0,99% 1,17%
construções correlatas
Construção de manunteção de
estações e redes de distribuição de 1,01% 1,07% 1,11%
energia elétrica
Obras portuárias, marítimas e fluviais 0,94% 1,02% 1,33%

LUCRO
TIPOS DE OBRA
1º Q M 3º Q
Construção de edifícios 6,16% 7,40% 8,96%
Construção de rodovias e ferrovias 6,64% 7,30% 8,69%
Construção de redes de abasteci-
mento de água, coleta de esgoto e 6,74% 8,04% 9,40%
construções correlatas
Construção de manunteção de
estações e redes de distribuição de 8,00% 8,31% 9,51%
energia elétrica
Obras portuárias, marítimas e fluviais 7,14% 8,40% 10,43%

86
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

BDI MÁXIMO OU REFERENCIAL

TCU – Acórdão nº 2.622/2013 – Plenário


Acórdão
9.2.1. nas análises do orçamento de obras públicas, quando a taxa
de BDI estiver fora dos patamares estipulados no subitem 9.1
deste Acórdão, procedam ao exame pormenorizado dos itens que
compõem essa taxa, utilizando como diretriz para esse exame os
seguintes percentuais obtidos no estudo de que tratam estes au-
tos, levando-se sempre em consideração as peculiaridades de
cada caso concreto:
(Relator: Marcos Bemquerer Costa; Data do Julgamento: 25/09/2013)

87
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 12

É possível prever valor de BDI diferente para


os materiais e para determinados serviços?
Qual o posicionamento do TCU?  

TCU – Súmula nº 253


Comprovada a inviabilidade técnico-econômica de parcelamento
do objeto da licitação, nos termos da legislação em vigor, os itens
de fornecimento de materiais e equipamentos de natureza espe-
cífica que possam ser fornecidos por empresas com especialida-
des próprias e diversas e que representem percentual significati-
vo do preço global da obra devem apresentar incidência de taxa
de Bonificação e Despesas Indiretas - BDI reduzida em relação à
taxa aplicável aos demais itens.

88
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA



?“ ... BDI DIFERENTE PARA MATERIAIS E SERVIÇOS?

TCU – Acórdão nº 2.622/2013 – Plenário


Acórdão

BDI PARA ITENS DE MERO 1º Q M 3º Q


FORNECIMENTO DE MATERIAIS E
EQUIPAMENTOS 11,10% 14,02% 16,80%

BDI PARA ITENS DE MERO FORNECIMENTO DE MATERIAIS E


EQUIPAMENTO
PARCELA DO BDI 1º Q M 3º Q
ADMINISTRAÇÃO CENTRAL 1,50% 3,45% 4,49%
SEGURO + GARANTIA 0,30% 0,48% 0,82%
RISCO 0,56% 0,85% 0,89%
DESPESA FINANCEIRA 0,85% 0,85% 1,11%
LUCRO 3,50% 5,11% 6,22%

(Relator: Marcos Bemquerer Costa; Data do Julgamento: 25/09/2013)

89
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 13

Tanto no orçamento da Administração quanto


no orçamento apresentado pelo licitante, o
BDI pode ser fechado ou deve ser apresentado
de modo aberto e detalhado? Qual o
entendimento do TCU?

APRESENTAÇÃO DO BDI E OUTRAS INFORMAÇÕES


DETALHADAS

Lei nº 14.133/2021
Art. 56. O modo de disputa poderá ser isolada ou conjuntamente:
[...]
§ 5º Nas licitações de obras ou serviços de engenharia, após
o julgamento, o licitante vencedor deverá reelaborar e apre-
sentar à Administração, por meio eletrônico, as planilhas com
indicação dos quantitativos e dos custos unitários, bem como
com detalhamento das Bonificações e Despesas Indiretas (BDI)
e dos Encargos Sociais (ES), com os respectivos valores adequa-
dos ao valor final da proposta vencedora, [...]. (Grifo nosso)

90
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

TCU – Súmula nº 258


As composições de custos unitários e o detalhamento de encar-
gos sociais e do BDI integram o orçamento que compõe o proje-
to básico da obra ou serviço de engenharia, devem constar dos
anexos do edital de licitação e das propostas das licitantes e não
podem ser indicados mediante uso da expressão ‘verba’ ou de
unidades genéricas.

ATENÇÃO
Interessante, ainda, considerar a questão a seguir sobre BDI
para "itens novos" segundo o TCU:

TCU – Acórdão nº 2.622/2013 – Plenário


Acórdão
9.3.2.6. exigir, nos editais de licitação, a incidência da taxa de BDI
especificada no orçamento-base da licitação para os serviços no-
vos incluídos por meio de aditivos contratuais, sempre que a taxa
de BDI adotada pela contratada for injustificadamente elevada,
com vistas a garantir o equilíbrio econômico-financeiro do con-
trato e a manutenção do percentual de desconto ofertado pelo
contratado, em atendimento ao art. 37, inciso XXI, da Constitui-
ção Federal e ao art. 14 do Decreto n. 7.983/2013;
(Relator: Marcos Bemquerer Costa; Data do Julgamento: 25/09/2013)

91
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 14

Quais as cautelas na elaboração dos


orçamentos de obras nos regimes de execução
semi-integrada e integrada e acordo com a Lei
nº 14.133/2021?  

ASPECTOS DE SOBREPREÇO

Lei nº 14.133/2021
Art. 6º [...]
LVI - sobrepreço: preço orçado para licitação ou contratado em
valor expressivamente superior aos preços referenciais de merca-
do, seja de apenas 1 (um) item, se a licitação ou a contratação
for por preços unitários de serviço, seja do valor global do ob-
jeto, se a licitação ou a contratação for por tarefa, empreitada
por preço global ou empreitada integral, semi-integrada ou in-
tegrada; (Grifo nosso)

92
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

REMUNERAÇÃO DO RISCO E METODOLOGIA EXPEDITA OU


PARAMÉTRICA

Lei nº 14.133/2021
Art. 23. [...]
§ 5º No processo licitatório para contratação de obras e serviços
de engenharia sob os regimes de contratação integrada ou semi-
-integrada, o valor estimado da contratação será calculado nos
termos do § 2º deste artigo, acrescido ou não de parcela re-
ferente à remuneração do risco, e, sempre que necessário e o
anteprojeto o permitir, a estimativa de preço será baseada em
orçamento sintético, balizado em sistema de custo definido no
inciso I do § 2º deste artigo, devendo a utilização de metodolo-
gia expedita ou paramétrica e de avaliação aproximada base-
ada em outras contratações similares ser reservada às frações
do empreendimento não suficientemente detalhadas no ante-
projeto. (Grifo nosso)

Veja-se o teor do lembrando o § 2º do art. 23:

Lei nº 14.133/2021
Art. 23. [...]
§ 2º No processo licitatório para contratação de obras e serviços
de engenharia, conforme regulamento, o valor estimado, acresci-
do do percentual de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) de refe-

93
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

rência e dos Encargos Sociais (ES) cabíveis, será definido por meio
da utilização de parâmetros na seguinte ordem:
I - composição de custos unitários menores ou iguais à mediana do
item correspondente do Sistema de Custos Referenciais de Obras
(Sicro), para serviços e obras de infraestrutura de transportes, ou
do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices de Constru-
ção Civil (Sinapi), para as demais obras e serviços de engenharia;
II - utilização de dados de pesquisa publicada em mídia especia-
lizada, de tabela de referência formalmente aprovada pelo Poder
Executivo federal e de sítios eletrônicos especializados ou de do-
mínio amplo, desde que contenham a data e a hora de acesso;
III - contratações similares feitas pela Administração Pública, em
execução ou concluídas no período de 1 (um) ano anterior à data
da pesquisa de preços, observado o índice de atualização de pre-
ços correspondente;
IV - pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas, na for-
ma de regulamento.

ATENÇÃO
Novamente o art. 56, § 5º da nova Lei de Licitações

Lei nº 14.133/2021
Art. 56. O modo de disputa poderá ser isolada ou conjuntamente:
[...]

94
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

§ 5º Nas licitações de obras ou serviços de engenharia, após


o julgamento, o licitante vencedor deverá reelaborar e apre-
sentar à Administração, por meio eletrônico, as planilhas com
indicação dos quantitativos e dos custos unitários, bem como
com detalhamento das Bonificações e Despesas Indiretas (BDI)
e dos Encargos Sociais (ES), com os respectivos valores adequa-
dos ao valor final da proposta vencedora, admitida a utilização
dos preços unitários, no caso de empreitada por preço global,
empreitada integral, contratação semi-integrada e contrata-
ção integrada, exclusivamente para eventuais adequações
indispensáveis no cronograma físico-financeiro e para balizar
excepcional aditamento posterior do contrato. (Grifo nosso)

Contratação semi-integrada: alteração sem custo

Lei nº 14.133/2021
Art. 46. [...]
§ 5º Na contratação semi-integrada, mediante prévia autorização
da Administração, o projeto básico poderá ser alterado, desde
que demonstrada a superioridade das inovações propostas pelo
contratado em termos de redução de custos, de aumento da qua-
lidade, de redução do prazo de execução ou de facilidade de ma-
nutenção ou operação, assumindo o contratado a responsabilida-
de integral pelos riscos associados à alteração do projeto básico.

95
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 15

O que é matriz de riscos? E o que é cláusula


contratual definidora de riscos?

ABNT ISO 73:2009 – GESTÃO DE RISCOS – VOCABULÁRIO

ABNT ISO 73:2009


1.1 Risco
Efeito da incerteza nos objetivos
[...]
NOTA 4 O risco muitas vezes é expresso em termo de uma combi-
nação de consequências de um evento (incluindo mudanças nas cir-
cunstâncias) e a probabilidade (“likelihood”) de ocorrência associada
3.5.1.3 evento
ocorrência ou mudança em um conjunto específico de circuns-
tâncias
3.6.1.1 probabilidade (likelihood)
Chance de algo acontecer
3.6.1.3 Consequência
Resultado de um evento (3.5.1.3) que afeta os objetivos

96
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

3.6.1.7 matriz de risco


ferrramenta para classificar e apresentar riscos (1.1) definindo
faixa pra consequência (3.6.1.3) e de suas probabilidades (like-
lihood) (3.6.1.1).
(AMN - Asociación Merscosur de Normalización. Gestão de riscos:
vocabulário – ISO Guia 73:2009. Disponível em: https://www.
amn.org.br/Content/Arquivos/normasEprojetos/AMN%20ISO%20
Gu%C3%ADa%2073_2013%20C.pdf. Acesso em: 21 mar. 2022)

RISCO É CONHECIDO COMO UMA FUNÇÃO QUE ENVOLVE A


SEVERIDADE (S) E A PROBABILIDADE (P)

Função risco
Probabilidade

isco
d or
to
en R = fç (s,p)
rem
Inc

Severidade

97
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

MATRIZ DE RISCOS / ANÁLISE DE RISCOS

MATRIZ DE RISCOS – EXEMPLO PERFIL DE RISCOS

RISCO/CONTROLE EXISTENTE GATILHO CONSEQUÊNCIAS


Harzard//Existing Controls Triggers Effects MUITO ALTA p>70%

Falha de projeto de fundações Investigação geotécnica Recalque diferencial com danos à ALTA 51%<p<70%
insuficiente estrutura, instalações e

PROBALIDADE
acabamentos
Atuação do carregamento
MODERADA 11%<p<50%
Colapso da estrutura
Elevação do lençol freático / LIMITE DE RISCO
chuvas Perda de vida humana Risk Boundary
BAIXA 11%<p<p30%
Danos a terceiros

Paralização do empreendimento MUITO BAIXA p<10% Oops!

ALOP
MUITO MUITO
BAIXA BAIXA MODERADA ALTA ALTA

CLASSIFICAÇÃO DO RISCO AVALIAÇÃO ORIGINAL AVALIAÇÃO ATUAL CONSEQUÊNCIA


Harzard Classification Original Assessment Current Assessment
PROBABILIDADE/Likelyhood BAIXA
CONSEQUÊNCIA/Effects ALTA

MATRIZ DE RISCOS – EXEMPLO PERFIL DE RISCOS

RISCO/CONTROLE EXISTENTE GATILHO CONSEQUÊNCIAS


Harzard//Existing Controls Triggers Effects MUITO ALTA p>70%

Falha de projeto de fundações Investigação geotécnica Recalque diferencial com danos à ALTA 51%<p<70%
insuficiente estrutura, instalações e
PROBALIDADE

acabamentos
Atuação do carregamento
MODERADA 11%<p<50%
Colapso da estrutura
Elevação do lençol freático / LIMITE DE RISCO
chuvas Perda de vida humana
BAIXA 11%<p<p30% 98
Risk Boundary
Revisão de projeto Danos a terceiros

Investigação Geotécnica Paralização do empreendimento MUITO BAIXA p<10%


BAIXA BAIXA MODERADA ALTA ALTA

CLASSIFICAÇÃO DO RISCO AVALIAÇÃO ORIGINAL AVALIAÇÃO ATUAL CONSEQUÊNCIA


Harzard Classification Original Assessment AULA 1 Assessment
Current AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5
PROBABILIDADE/Likelyhood BAIXA
CONSEQUÊNCIA/Effects ALTA
ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

MATRIZ DE RISCOS – EXEMPLO PERFIL DE RISCOS

RISCO/CONTROLE EXISTENTE GATILHO CONSEQUÊNCIAS


Harzard//Existing Controls Triggers Effects MUITO ALTA p>70%

Falha de projeto de fundações Investigação geotécnica Recalque diferencial com danos à ALTA 51%<p<70%
insuficiente estrutura, instalações e

PROBALIDADE
acabamentos
Atuação do carregamento
MODERADA 11%<p<50%
Colapso da estrutura
Elevação do lençol freático / LIMITE DE RISCO
chuvas Perda de vida humana Risk Boundary
BAIXA 11%<p<p30%
Revisão de projeto Danos a terceiros

Investigação Geotécnica Paralização do empreendimento MUITO BAIXA p<10%


Complementar
ALOP
MUITO MUITO
BAIXA BAIXA MODERADA ALTA ALTA

CLASSIFICAÇÃO DO RISCO AVALIAÇÃO ORIGINAL AVALIAÇÃO ATUAL CONSEQUÊNCIA


Harzard Classification Original Assessment Current Assessment
PROBABILIDADE/Likelyhood BAIXA MUITO BAIXA
CONSEQUÊNCIA/Effects ALTA ALTA

99
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Lei nº 14.133/2021
Art. 6º [...]
XXVII - matriz de riscos: cláusula contratual definidora de riscos e
de responsabilidades entre as partes e caracterizadora do equilí-
brio econômico-financeiro inicial do contrato, em termos de ônus
financeiro decorrente de eventos supervenientes à contratação,
contendo, no mínimo, as seguintes informações:
a) listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatura do
contrato que possam causar impacto em seu equilíbrio econômi-
co-financeiro e previsão de eventual necessidade de prolação de
termo aditivo por ocasião de sua ocorrência;
b) no caso de obrigações de resultado, estabelecimento das fra-
ções do objeto com relação às quais haverá liberdade para os con-
tratados inovarem em soluções metodológicas ou tecnológicas,
em termos de modificação das soluções previamente delineadas
no anteprojeto ou no projeto básico;
c) no caso de obrigações de meio, estabelecimento preciso das
frações do objeto com relação às quais não haverá liberdade para
os contratados inovarem em soluções metodológicas ou tecnoló-
gicas, devendo haver obrigação de aderência entre a execução e a
solução predefinida no anteprojeto ou no projeto básico, conside-
radas as características do regime de execução no caso de obras e
serviços de engenharia;

100
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 16

O que deve ser considerado na alocação dos riscos


entre contratante e contratado? Quais riscos serão
preferencialmente transferidos ao contratado?  

SOB A ÓTICA DA ADMINISTRAÇÃO, TRATAREMOS DE RISCOS


DE 1ª ORDEM
PERIGO
( Hazard )

Gatilho
( Trigger )

Efeito

Risco de
1ª ordem Dano direto
(dano físico, danos a terceiros)
Visíveis ,
Segurável

Risco de podem ser


2ª ordem Dano consequente, diretamente avaliados
relacionado com o risco de 1ª ordem
( perda de produção, lucro cessante )

Risco de
3ª ordem Danos econômicos indiretamente
decorrentes dos riscos de 1ª e 2ª ordens
( perda de mercado, dano à imagem,
Não segurável

rating, perda de pessoal e tempo de gerenciamento ) Dificilmente


visíveis ,
Risco de difíceis de
4ª ordem Consequência dos danos ser avaliadas
precedentes ( 1ª e 3ª ordens )
( perda de mercado, dano à imagem,
rating, perda de pessoal e tempo de gerenciamento )

101
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

ALOCAÇÃO DE RISCOS – LEI Nº 14.133/2021

Fase preparatória

Lei nº 14.133/2021
Art. 22. O edital poderá contemplar matriz de alocação de riscos
entre o contratante e o contratado, hipótese em que o cálculo do
valor estimado da contratação poderá considerar taxa de risco
compatível com o objeto da licitação e com os riscos atribuídos
ao contratado, de acordo com metodologia predefinida pelo ente
federativo.
§ 1º A matriz de que trata o caput deste artigo deverá promover
a alocação eficiente dos riscos de cada contrato e estabelecer a
responsabilidade que caiba a cada parte contratante, bem como
os mecanismos que afastem a ocorrência do sinistro e mitiguem
os seus efeitos, caso este ocorra durante a execução contratual.
§ 2º O contrato deverá refletir a alocação realizada pela matriz de
riscos, especialmente quanto:
I - às hipóteses de alteração para o restabelecimento da equação
econômico-financeira do contrato nos casos em que o sinistro
seja considerado na matriz de riscos como causa de desequilíbrio
não suportada pela parte que pretenda o restabelecimento;
II - à possibilidade de resolução quando o sinistro majorar excessi-
vamente ou impedir a continuidade da execução contratual;

102
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

III - à contratação de seguros obrigatórios previamente definidos


no contrato, integrado o custo de contratação ao preço ofertado.
§ 3º Quando a contratação se referir a obras e serviços de grande
vulto ou forem adotados os regimes de contratação integrada e
semi-integrada, o edital obrigatoriamente contemplará matriz de
alocação de riscos entre o contratante e o contratado.
§ 4º Nas contratações integradas ou semi-integradas, os riscos
decorrentes de fatos supervenientes à contratação associados à
escolha da solução de projeto básico pelo contratado deverão ser
alocados como de sua responsabilidade na matriz de riscos.

Alocação de riscos

Lei nº 14.133/2021
Art. 103. O contrato poderá identificar os riscos contratuais pre-
vistos e presumíveis e prever matriz de alocação de riscos, alocan-
do-os entre contratante e contratado, mediante indicação daque-
les a serem assumidos pelo setor público ou pelo setor privado ou
daqueles a serem compartilhados.
§ 1º A alocação de riscos de que trata o caput deste artigo consi-
derará, em compatibilidade com as obrigações e os encargos atri-
buídos às partes no contrato, a natureza do risco, o beneficiário
das prestações a que se vincula e a capacidade de cada setor para
melhor gerenciá-lo.
§ 2º Os riscos que tenham cobertura oferecida por seguradoras
serão preferencialmente transferidos ao contratado.

103
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

§ 3º A alocação dos riscos contratuais será quantificada para fins


de projeção dos reflexos de seus custos no valor estimado da con-
tratação.
§ 4º A matriz de alocação de riscos definirá o equilíbrio econômi-
co-financeiro inicial do contrato em relação a eventos superve-
nientes e deverá ser observada na solução de eventuais pleitos
das partes.
§ 5º Sempre que atendidas as condições do contrato e da ma-
triz de alocação de riscos, será considerado mantido o equilíbrio
econômico-financeiro, renunciando as partes aos pedidos de res-
tabelecimento do equilíbrio relacionados aos riscos assumidos,
exceto no que se refere:
I - às alterações unilaterais determinadas pela Administração, nas
hipóteses do inciso I do caput do art. 124 desta Lei;
II - ao aumento ou à redução, por legislação superveniente, dos
tributos diretamente pagos pelo contratado em decorrência do
contrato.
§ 6º Na alocação de que trata o caput deste artigo, poderão ser
adotados métodos e padrões usualmente utilizados por entida-
des públicas e privadas, e os ministérios e secretarias supervisores
dos órgãos e das entidades da Administração Pública poderão de-
finir os parâmetros e o detalhamento dos procedimentos neces-
sários a sua identificação, alocação e quantificação financeira.

104
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 17

O que deve ser previsto em edital no que se


refere aos seguros?  

Lei nº 14.133/2021
Art. 22. O edital poderá contemplar matriz de alocação de riscos
entre o contratante e o contratado, hipótese em que o cálculo do
valor estimado da contratação poderá considerar taxa de risco
compatível com o objeto da licitação e com os riscos atribuídos
ao contratado, de acordo com metodologia predefinida pelo ente
federativo.
[...]
§ 2º O contrato deverá refletir a alocação realizada pela matriz de
riscos, especialmente quanto:
[...]
III - à contratação de seguros obrigatórios previamente definidos
no contrato, integrado o custo de contratação ao preço ofertado.

105
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Títulos da Seguro-garantia
dívida pública

Caução em Fiança
dinheiro MODALIDADES DE bancária
GARANTIA CONTRATUAL

Lei nº 14.133/2021
Art. 96. A critério da autoridade competente, em cada caso, pode-
rá ser exigida, mediante previsão no edital, prestação de garantia
nas contratações de obras, serviços e fornecimentos.
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalida-
des de garantia:
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública emitidos
sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado
de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Bra-
sil, e avaliados por seus valores econômicos, conforme definido
pelo Ministério da Economia;
II - seguro-garantia;
III - fiança bancária emitida por banco ou instituição financeira
devidamente autorizada a operar no País pelo Banco Central do
Brasil.

106
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

§ 2º Na hipótese de suspensão do contrato por ordem ou inadim-


plemento da Administração, o contratado ficará desobrigado de
renovar a garantia ou de endossar a apólice de seguro até a ordem
de reinício da execução ou o adimplemento pela Administração.
§ 3º O edital fixará prazo mínimo de 1 (um) mês, contado da data
de homologação da licitação e anterior à assinatura do contrato,
para a prestação da garantia pelo contratado quando optar pela
modalidade prevista no inciso II do § 1º deste artigo.
Art. 97. O seguro-garantia tem por objetivo garantir o fiel cum-
primento das obrigações assumidas pelo contratado perante à
Administração, inclusive as multas, os prejuízos e as indenizações
decorrentes de inadimplemento, observadas as seguintes regras
nas contratações regidas por esta Lei:
I - o prazo de vigência da apólice será igual ou superior ao prazo
estabelecido no contrato principal e deverá acompanhar as mo-
dificações referentes à vigência deste mediante a emissão do res-
pectivo endosso pela seguradora;
II - o seguro-garantia continuará em vigor mesmo se o contratado
não tiver pago o prêmio nas datas convencionadas.
Parágrafo único. Nos contratos de execução continuada ou de for-
necimento contínuo de bens e serviços, será permitida a substi-
tuição da apólice de seguro-garantia na data de renovação ou de
aniversário, desde que mantidas as mesmas condições e cobertu-
ras da apólice vigente e desde que nenhum período fique desco-
berto, ressalvado o disposto no § 2º do art. 96 desta Lei.

107
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Art. 98. Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos, a


garantia poderá ser de até 5% (cinco por cento) do valor inicial do
contrato, autorizada a majoração desse percentual para até 10%
(dez por cento), desde que justificada mediante análise da com-
plexidade técnica e dos riscos envolvidos.
Parágrafo único. Nas contratações de serviços e fornecimentos
contínuos com vigência superior a 1 (um) ano, assim como nas
subsequentes prorrogações, será utilizado o valor anual do con-
trato para definição e aplicação dos percentuais previstos no ca-
put deste artigo.
Art. 99. Nas contratações de obras e serviços de engenharia de
grande vulto, poderá ser exigida a prestação de garantia, na mo-
dalidade seguro-garantia, com cláusula de retomada prevista
no art. 102 desta Lei, em percentual equivalente a até 30% (trinta
por cento) do valor inicial do contrato.
Art. 100. A garantia prestada pelo contratado será liberada ou
restituída após a fiel execução do contrato ou após a sua extinção
por culpa exclusiva da Administração e, quando em dinheiro, atu-
alizada monetariamente.
Art. 101. Nos casos de contratos que impliquem a entrega de
bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositá-
rio, o valor desses bens deverá ser acrescido ao valor da garantia.
Art. 102. Na contratação de obras e serviços de engenharia, o
edital poderá exigir a prestação da garantia na modalidade se-
guro-garantia e prever a obrigação de a seguradora, em caso de

108
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

inadimplemento pelo contratado, assumir a execução e concluir


o objeto do contrato, hipótese em que:
I - a seguradora deverá firmar o contrato, inclusive os aditivos,
como interveniente anuente e poderá:
a) ter livre acesso às instalações em que for executado o contrato
principal;
b) acompanhar a execução do contrato principal;
c) ter acesso a auditoria técnica e contábil;
d) requerer esclarecimentos ao responsável técnico pela obra ou
pelo fornecimento;
II - a emissão de empenho em nome da seguradora, ou a quem
ela indicar para a conclusão do contrato, será autorizada desde
que demonstrada sua regularidade fiscal;
III - a seguradora poderá subcontratar a conclusão do contrato,
total ou parcialmente.
Parágrafo único. Na hipótese de inadimplemento do contratado,
serão observadas as seguintes disposições:
I - caso a seguradora execute e conclua o objeto do contrato, esta-
rá isenta da obrigação de pagar a importância segurada indicada
na apólice;
II - caso a seguradora não assuma a execução do contrato, pagará
a integralidade da importância segurada indicada na apólice.

109
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 18

Em quais contratações a definição da cláusula


de matriz de alocação dos riscos é obrigatória
de acordo com a Lei nº 14.133/2021?

MATRIZ DE ALOCAÇÃO DE RISCOS

OBRAS/SERVIÇOS DE GRANDE VULTO


Regimes de contratação integrada e
semi-integrada

GRANDE VULTO
Cujo valor estimado supera
R$ 216.081.640,00

110
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Lei nº 14.133/2021
Art. 22. [...]
§ 3º Quando a contratação se referir a obras e serviços de grande
vulto ou forem adotados os regimes de contratação integrada e
semi-integrada, o edital obrigatoriamente contemplará matriz
de alocação de riscos entre o contratante e o contratado.
§ 4º Nas contratações integradas ou semi-integradas, os riscos
decorrentes de fatos supervenientes à contratação associados
à escolha da solução de projeto básico pelo contratado deve-
rão ser alocados como de sua responsabilidade na matriz de
riscos. (Grifo nosso)

111
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 19

No regime da Lei nº 8.666/1993, pode ser


prevista matriz de riscos e alocação dos riscos
entre Administração e contratado? Essa é uma
prática que pode ser adotada/recomendada
ainda que não prevista expressamente?  

De fato, a figura da matriz de riscos não é prevista expressamen-


te na Lei nº 8.666/1993, não obstante alguns riscos já encontrem
amparo lá, como, por exemplo:

D Na alteração unilateral, há previsibilidade de que, até os limites


legais, o contratado fica obrigado a aceitar nas mesmas condi-
ções do contrato.

D As alterações legislativas quanto a tributos preservam o equilí-


brio econômico-financeiro em favor do contratado.

D Mediante o inadimplemento do contratado, há a previsão da


execução de garantia e aplicação de penalidades, inclusive de
multa.

112
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 20

Quais as repercussões e a relação entre a


matriz de alocação dos riscos e os regimes de
execução? 

Lei nº 14.133/2021
Art. 22. O edital poderá contemplar matriz de alocação de riscos
entre o contratante e o contratado, hipótese em que o cálculo do
valor estimado da contratação poderá considerar taxa de risco
compatível com o objeto da licitação e com os riscos atribuídos
ao contratado, de acordo com metodologia predefinida pelo ente
federativo.
§ 1º A matriz de que trata o caput deste artigo deverá promover
a alocação eficiente dos riscos de cada contrato e estabelecer a
responsabilidade que caiba a cada parte contratante, bem como
os mecanismos que afastem a ocorrência do sinistro e mitiguem
os seus efeitos, caso este ocorra durante a execução contratual.
§ 2º O contrato deverá refletir a alocação realizada pela matriz de
riscos, especialmente quanto:
I - às hipóteses de alteração para o restabelecimento da equação
econômico-financeira do contrato nos casos em que o sinistro

113
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

seja considerado na matriz de riscos como causa de desequilíbrio


não suportada pela parte que pretenda o restabelecimento;
II - à possibilidade de resolução quando o sinistro majorar excessi-
vamente ou impedir a continuidade da execução contratual;
III - à contratação de seguros obrigatórios previamente definidos
no contrato, integrado o custo de contratação ao preço ofertado.

114
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 21
Quais os impactos da definição da matriz de
riscos nas alterações e no direito à revisão dos
valores pactuados? 

Matriz Impactos nas


de riscos revisões contratuais

Lei nº 14.133/2021
Art. 22. [...]
§ 2º O contrato deverá refletir a alocação realizada pela matriz de
riscos, especialmente quanto:
I - às hipóteses de alteração para o restabelecimento da equação
econômico-financeira do contrato nos casos em que o sinistro
seja considerado na matriz de riscos como causa de desequilíbrio
não suportada pela parte que pretenda o restabelecimento;
[...]
Art. 103. [...]
§ 4º A matriz de alocação de riscos definirá o equilíbrio econômi-
co-financeiro inicial do contrato em relação a eventos superve-

115
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

nientes e deverá ser observada na solução de eventuais pleitos


das partes.
§ 5º Sempre que atendidas as condições do contrato e da ma-
triz de alocação de riscos, será considerado mantido o equilíbrio
econômico-financeiro, renunciando as partes aos pedidos de res-
tabelecimento do equilíbrio relacionados aos riscos assumidos,
exceto no que se refere:
I - às alterações unilaterais determinadas pela Administração, nas
hipóteses do inciso I do caput do art. 124 desta Lei;
II - ao aumento ou à redução, por legislação superveniente, dos tribu-
tos diretamente pagos pelo contratado em decorrência do contrato.
[...]
Art. 133. Nas hipóteses em que for adotada a contratação inte-
grada ou semi-integrada, é vedada a alteração dos valores con-
tratuais, exceto nos seguintes casos:
I - para restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro de-
corrente de caso fortuito ou força maior;
II - por necessidade de alteração do projeto ou das especificações
para melhor adequação técnica aos objetivos da contratação, a
pedido da Administração, desde que não decorrente de erros ou
omissões por parte do contratado, observados os limites estabe-
lecidos no art. 125 desta Lei;
III - por necessidade de alteração do projeto nas contratações se-
mi-integradas, nos termos do § 5º do art. 46 desta Lei;
IV - por ocorrência de evento superveniente alocado na matriz de
riscos como de responsabilidade da Administração. (Grifo nosso)

116
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 22

Como devem ocorrer o controle e o


acompanhamento da execução da obra
com relação aos materiais e equipamentos
utilizados? Quais os mecanismos a serem
adotados para viabilizar medições seguras
de obras e serviços de engenharia? Quais os
pontos de maior risco em uma obra?  

FISCALIZAÇÃO

Lei nº 14.133/2021
Art. 117. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fis-
calizada por 1 (um) ou mais fiscais do contrato, representantes da
Administração especialmente designados conforme requisitos es-
tabelecidos no art. 7º desta Lei, ou pelos respectivos substitutos,
permitida a contratação de terceiros para assisti-los e subsidiá-los
com informações pertinentes a essa atribuição.
§ 1º O fiscal do contrato anotará em registro próprio todas as
ocorrências relacionadas à execução do contrato, determinando
o que for necessário para a regularização das faltas ou dos defei-
tos observados.

117
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

§ 2º O fiscal do contrato informará a seus superiores, em tempo


hábil para a adoção das medidas convenientes, a situação que de-
mandar decisão ou providência que ultrapasse sua competência.
§ 3º O fiscal do contrato será auxiliado pelos órgãos de assessora-
mento jurídico e de controle interno da Administração, que deve-
rão dirimir dúvidas e subsidiá-lo com informações relevantes para
prevenir riscos na execução contratual.
§ 4º Na hipótese da contratação de terceiros prevista no caput des-
te artigo, deverão ser observadas as seguintes regras:
I - a empresa ou o profissional contratado assumirá responsabili-
dade civil objetiva pela veracidade e pela precisão das informa-
ções prestadas, firmará termo de compromisso de confidenciali-
dade e não poderá exercer atribuição própria e exclusiva de fiscal
de contrato;
II - a contratação de terceiros não eximirá de responsabilidade o
fiscal do contrato, nos limites das informações recebidas do ter-
ceiro contratado.

O Manual de Obras Públicas – Edificações, da Secretaria de Esta-


do da Administração apresenta orientações para fiscalização que
contribuem para a prática de medições seguras, considerando as
questões relativas ao regime de execução de contratos, já tratada
anteriormente.

118
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

Manual SEAP
A Fiscalização deverá realizar, dentre outras, as seguintes ativida-
des:
3.4 A Fiscalização deverá realizar, dentre outras, as seguintes ativi-
dades, segundo ANEXO 3 – FISCALIZAÇÃO daquele Manual:
• manter um arquivo completo e atualizado de toda a documen-
tação pertinente aos trabalhos, incluindo o contrato, Caderno de
Encargos, orçamentos, cronogramas, caderneta de ocorrências,
correspondência, relatórios diários, certificados de ensaios e tes-
tes de materiais e serviços, protótipos e catálogos de materiais e
equipamentos aplicados nos serviços e obras;
• analisar e aprovar o projeto das instalações provisórias e canteiro
de serviço apresentados pela Contratada no início dos trabalhos;
• analisar e aprovar o plano de execução e o cronograma detalha-
do dos serviços e obras a serem apresentados pela Contratada no
início dos trabalhos;
• obter da Contratada o Manual de Qualidade contendo o Sistema
de Gestão de Qualidade e verificar a sua efetiva utilização;
• promover reuniões periódicas no canteiro de serviço para análi-
se e discussão sobre o andamento dos serviços e obras, esclareci-
mentos e providências necessárias ao cumprimento do contrato;
• esclarecer ou solucionar incoerências, falhas e omissões eventu-
almente constatadas nos desenhos, memoriais, especificações e
demais elementos de projeto, bem como fornecer informações e
instruções necessárias ao desenvolvimento dos trabalhos;

119
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

• solucionar as dúvidas e questões pertinentes à prioridade ou


seqüência dos serviços e obras em execução, bem como às inter-
ferências e interfaces dos trabalhos da Contratada com as ativida-
des de outras empresas ou profissionais eventualmente contrata-
dos pelo Contratante;
• promover a presença dos Autores dos projetos no canteiro de
serviço, sempre que for necessária a verificação da exata corres-
pondência entre as condições reais de execução e os parâmetros,
definições e conceitos de projeto;
• paralisar e/ou solicitar o refazimento de qualquer serviço que
não seja executado em conformidade com projeto, norma técnica
ou qualquer disposição oficial aplicável ao objeto do contrato;
• solicitar a substituição de materiais e equipamentos que sejam
considerados defeituosos, inadequados ou inaplicáveis aos servi-
ços e obras;
• solicitar a realização de testes, exames, ensaios e quaisquer pro-
vas necessárias ao controle de qualidade dos serviços e obras ob-
jeto do contrato;
• exercer rigoroso controle sobre o cronograma de execução dos
serviços e obras, aprovando os eventuais ajustes que ocorrerem
durante o desenvolvimento dos trabalhos;
• aprovar partes, etapas ou a totalidade dos serviços executados,
verificar e atestar as respectivas medições, bem como conferir,
vistar e encaminhar para pagamento as faturas emitidas pela
Contratada;

120
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

• verificar e aprovar a substituição de materiais, equipamentos e


serviços solicitada pela Contratada e admitida no Caderno de En-
cargos, com base na comprovação da equivalência entre os com-
ponentes, de conformidade com os requisitos estabelecidos no
Caderno de Encargos;
• verificar e aprovar os relatórios periódicos de execução dos ser-
viços e obras, elaborados de conformidade com os requisitos es-
tabelecidos no Caderno de Encargos;
• solicitar a substituição de qualquer funcionário da Contratada
que embarace ou dificulte a ação da Fiscalização ou cuja presença
no local dos serviços e obras seja considerada prejudicial ao anda-
mento dos trabalhos;
• verificar e aprovar os desenhos “como construído” elaborados
pela Contratada, registrando todas as modificações introduzidas
no projeto original, de modo a documentar fielmente os serviços
e obras efetivamente executados.
(SEAP – Secretaria de Estado da Administração e Patrimônio. Manual de
obras públicas: edificações. Disponível em: http://www.comprasnet.gov.br/
publicacoes/manuais/manual_construcao.pdf. Acesso em: 17 mar. 2022)

121
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE TÉCNICO DA ENGENHARIA

QUESTÃO 23
Diante do momento de crise, sendo necessária a readequação do cronograma
da obra, quais parcelas do orçamento serão mais impactadas e quais cautelas
devem orientar a discussão a respeito da revisão de preço? 

CRISE – READEQUAÇÃO DO CRONOGRAMA

MÃO DE OBRA
PRINCIPAIS ATIVIDADES REVISÃO DE PREÇOS
OPERACIONAL

Administração local Observar as variações de Poderá ser impactada com


Locação de equipamentos preços de insumos, materiais restrição de horários
e equipamentos Poderá ser impactada com a
Locação/manutenção do
canteiro de obras e veículos escassez decorrente do
contexto de crise

122
AULAS 4 ❘ 5
ENFOQUE JURÍDICO
Modalidade, critérios de julgamento, modos
de disputa, procedimento, orçamento
sigiloso, julgamento e saneamento, jogo de
planilhas, prazo e alterações dos contratos

Professor:

Rodrigo Vissotto Junkes


Advogado. Doutorando em Direito pela
UBA. Mestre em Gestão de Políticas Públicas
pela Univali. Especialista em Direito Admi-
nistrativo e em Direito Civil. Consultor na
área de licitações e contratos. Integrante da
Equipe de Consultores Zênite. Participante
do Observatório Nacional de Políticas Públi-
cas e de cursos no Banco Interamericano de
Desenvolvimento.
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

QUESTÃO 24

Qual a diferença entre obra e serviço de


engenharia, bem como entre serviços comuns
e especiais de engenharia conforme a
Resolução nº 1.116/2019 do Confea, o Decreto
nº 10.024/2019 e a Lei nº 14.133/2021?

Decreto n° 10.024/2019 - Bens que, por sua


BENS E SERVIÇOS alta heterogeneidade ou complexidade
ESPECIAIS técnica, não podem ser considerados bens e
serviços comuns (art. 3º, inc. III).

Decreto n° 10.024/2019 - Atividade ou


conjunto de atividades que necessitam da
participação e do acompanhamento de
SERVIÇOS COMUNS profissional engenheiro habilitado e cujos
DE ENGENHARIA padrões de desempenho e qualidade possam
ser objetivamente definidos pela
Administração mediante especificações
usuais de mercado (art. 3º, inc. VIII).

124
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

Decreto nº 10.024/2019 – Aqueles cujos padrões de


BENS E SERVIÇOS desempenho e qualidade possam ser objetivamente
COMUNS definidos pelo edital, por meio de especificações
reconhecidas e usuais do mercado.

A classificação de bens e
serviços como comuns Lei nº 14.133/2021 – Aqueles cujos padrões de
depende de exame desempenho e qualidade possam ser objetivamente
predominantemente fático definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no
e de natureza técnica. mercado.

RESOLUÇÃO CONFEA Nº 1.116/2019

SERVIÇOS DE ENGENHARIA OBRAS


Envolvem o desenvolvimento de Caracterizam-se pela complexidade e
soluções específicas de natureza multiprofissionalidade dos
intelectual, científica e técnica. conhecimentos técnicos exigidos para
o desenvolvimento do
Importam em risco à sociedade, ao empreendimento, sua qualidade e
seu patrimônio e ao meio ambiente. segurança.
Exigem, por sua complexidade, Envolvem risco à sociedade, ao seu
profissionais legalmente habilitados patrimônio e ao meio ambiente.
e com as devidas atribuições. Demandam uma interação de
concepção físico-financeira que
determinará a otimização de custos e
prazos.
Exigem profissionais legalmente
habilitados e com as devidas
atribuições.

125
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

Decreto nº 10.024/2019
Art. 3º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se:
[...]
II - bens e serviços comuns - bens cujos padrões de desempenho
e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por
meio de especificações reconhecidas e usuais do mercado;
III - bens e serviços especiais - bens que, por sua alta heteroge-
neidade ou complexidade técnica, não podem ser considerados
bens e serviços comuns, nos termos do inciso II;
[...]
VI - obra - construção, reforma, fabricação, recuperação ou am-
pliação de bem imóvel, realizada por execução direta ou indireta;
VII - serviço - atividade ou conjunto de atividades destinadas a
obter determinada utilidade, intelectual ou material, de interesse
da administração pública;
VIII - serviço comum de engenharia - atividade ou conjunto de ati-
vidades que necessitam da participação e do acompanhamento de
profissional engenheiro habilitado, nos termos do disposto na Lei
nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, e cujos padrões de desempe-
nho e qualidade possam ser objetivamente definidos pela adminis-
tração pública, mediante especificações usuais de mercado;

TCU – Súmula nº 257


O uso do pregão nas contratações de serviços comuns de enge-
nharia encontra amparo na Lei 10.520/2002.

126
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

TCU – Acórdão nº 713/2019 – Plenário


Enunciado
São considerados serviços comuns, tornando obrigatória a utili-
zação do pregão, preferencialmente em sua forma eletrônica, os
serviços de engenharia consultiva com padrões de desempenho
e qualidade que possam ser objetivamente definidos no edital de
licitação, por meio de especificações usuais no mercado (art. 1º da
Lei 10.520/2002 c/c art. 4º do Decreto 5.450/2005) .
(Relator: Bruno Dantas; Data do Julgamento: 27/03/2019)

TCU – Acórdão nº 2.272/2011 – Plenário


Enunciado
Na aquisição de bens e serviços comuns de engenharia, deve ser
utilizada obrigatoriamente a modalidade pregão, preferencial-
mente na forma eletrônica.
(Relator: Augusto Sherman Cavalcanti; Data do Julgamento: 24/08/2011)

TCU – Acórdão nº 505/2018 – Plenário


Enunciado
Na aquisição de serviços comuns de engenharia, a Administração
deve utilizar obrigatoriamente a modalidade pregão, preferen-
cialmente em sua forma eletrônica, devendo justificar a inviabili-
dade dessa forma caso adote o pregão presencial.
(Relator: Augusto Nardes; Data do Julgamento: 14/03/2018)

127
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

TCU – Acórdão nº 727/2009 – Plenário


Enunciado
O serviço de manutenção predial é considerado serviço comum
de engenharia, devendo ser contratado mediante a modalidade
pregão, preferencialmente em sua forma eletrônica.
(Relator: Raimundo Carreiro; Data do Julgamento: 15/04/2009)

Resolução Confea nº 1.116/2019


Art. 1º Estabelecer que as obras e os serviços de Engenharia e de
Agronomia, que exigem habilitação legal para sua elaboração ou
execução, com a emissão da Anotação de Responsabilidade Téc-
nica – ART, são serviços técnicos especializados.
§ 1° Os serviços são assim caracterizados por envolverem o de-
senvolvimento de soluções específicas de natureza intelectual,
científica e técnica, por abarcarem risco à sociedade, ao seu pa-
trimônio e ao meio ambiente, e por sua complexidade, exigindo,
portanto, profissionais legalmente habilitados e com as devidas
atribuições.
§ 2° As obras são assim caracterizadas em função da complexida-
de e da multiprofissionalidade dos conhecimentos técnicos exigi-
dos para o desenvolvimento do empreendimento, sua qualidade
e segurança, por envolver risco à sociedade, ao seu patrimônio e
ao meio ambiente, e por demandar uma interação de concepção
físico-financeira que determinará a otimização de custos e prazos,
exigindo, portanto, profissionais legalmente habilitados e com as
devidas atribuições.

128
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

PARA REFLETIR
Em caráter meramente exemplificativo, é possível
relacionar alguns tipos de serviços envolvendo elaboração
de projetos e obras, que por suas características, poderiam
ser considerados como objetos comuns de engenharia.
Outros, em contrapartida, a princípio, não deveriam ser
considerados como tal, ou seja, como objetos comuns de
engenharia.

TCE/SC – Processo REP-12/00153585 – Instrução Plenária


Relatório
a) Podem ser considerados serviços comuns de engenharia aque-
les relacionados aos projetos básicos ou executivos e seus pro-
jetos complementares, referentes e necessários à realização de
obras de edificações de prédios administrativos, escolas, postos
de saúde, praças, pavimentações de vias urbanas, restauração
de vias urbanas e rodovias, pontes de pequeno portes e, muitos
outros assemelhados, já que não necessitam de aferição técnica
mais apurada e a Administração tem como defini-los nos atos
convocatórios das licitações de forma satisfatória; e
b) Não devem, em princípio, ser considerados serviços comuns de
engenharia aqueles relacionados aos projetos básicos ou execu-
tivos e seus projetos complementares, referentes e necessários à
realização de obras de complexo hospitalar, implantação de ro-
dovias, usina hidrelétrica, termelétrica, pontes de médio e grande
portes, obras ferroviárias, implantação de portos, linhas e subes-
tações de energia elétrica e, muitos outros assemelhados já que
necessitam de aferição técnica mais apurada, pela sua complexi-
dade e expertise necessária.
129
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

IMPACTO DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES

Lei nº 14.133/2021
Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:
[...]
XII - obra: toda atividade estabelecida, por força de lei, como pri-
vativa das profissões de arquiteto e engenheiro que implica inter-
venção no meio ambiente por meio de um conjunto harmônico
de ações que, agregadas, formam um todo que inova o espaço
físico da natureza ou acarreta alteração substancial das caracte-
rísticas originais de bem imóvel;
XIII - bens e serviços comuns: aqueles cujos padrões de desempe-
nho e qualidade podem ser objetivamente definidos pelo edital,
por meio de especificações usuais de mercado;
XIV - bens e serviços especiais: aqueles que, por sua alta hetero-
geneidade ou complexidade, não podem ser descritos na forma
do inciso XIII do caput deste artigo, exigida justificativa prévia do
contratante;
[...]
XXI - serviço de engenharia: toda atividade ou conjunto de ati-
vidades destinadas a obter determinada utilidade, intelectual ou
material, de interesse para a Administração e que, não enquadra-
das no conceito de obra a que se refere o inciso XII do caput des-
te artigo, são estabelecidas, por força de lei, como privativas das

130
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

profissões de arquiteto e engenheiro ou de técnicos especializa-


dos, que compreendem:
a) serviço comum de engenharia: todo serviço de engenharia que
tem por objeto ações, objetivamente padronizáveis em termos
de desempenho e qualidade, de manutenção, de adequação e de
adaptação de bens móveis e imóveis, com preservação das carac-
terísticas originais dos bens;
b) serviço especial de engenharia: aquele que, por sua alta hete-
rogeneidade ou complexidade, não pode se enquadrar na defini-
ção constante da alínea “a” deste inciso;

131
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

QUESTÃO 25

É possível licitar obra ou serviço de


engenharia por pregão? É possível contratar
obras e serviços de engenharia por SRP?
Existem alterações na nova Lei de Licitações?
Qual o entendimento do TCU?

APLICAÇÃO NO PREGÃO NO ÂMBITO DA ENGENHARIA

Bens e
serviços
comuns

Adoção
do pregão

Serviços
Obras? comuns de
engenharia

132
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

O pregão é a modalidade de licitação cabível na contratação de bens


e serviços comuns.

A Lei nº 14.133/2021 – Nova Lei de Licitações – inovou no trato da ques-


tão e previu que o pregão é a modalidade de licitação obrigatória na
contratação de bens e serviços comuns – art. 6º, inc. XLI:

Lei nº 14.133/2021
Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:
[...]
XLI - pregão: modalidade de licitação obrigatória para aquisição
de bens e serviços comuns, cujo critério de julgamento poderá ser
o de menor preço ou o de maior desconto;

De acordo com o art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 10.520/2002, “Con-


sideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo,
aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser obje-
tivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no
mercado”.

Apesar das dificuldades interpretativas que o texto legal sugere, é co-


mum vincular a ideia de bem ou serviço comum aos casos em que
o objeto, simples ou complexo, seja amplamente conhecido no mer-
cado e cujos padrões de qualidade e desempenho possam ser pron-
tamente identificados a partir de descrições usualmente empregadas
pelo mercado.

133
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

Entre as atividades de engenharia, a jurisprudência do Tribunal de


Contas da União defende a possibilidade de licitar por meio de pregão
os serviços comuns de engenharia.

TCU – Súmula nº 257


O uso do pregão nas contratações de serviços comuns de enge-
nharia encontra amparo na Lei nº 10.520/2002.
(Relator: José Múcio Monteiro; Data do Julgamento: 28/04/2010)

O entendimento é mais rigoroso no caso das obras, que são tomadas


como objetos insuscetíveis de ser classificados como comuns.

TCU – Informativo de Jurisprudência nº 121


A utilização de pregão para a contratação de obras de engenha-
ria afronta o disposto no art. 1º e em seu parágrafo único da Lei
10.520/2002.

TCU – Informativo de Jurisprudência nº 168


É irregular o uso da modalidade pregão para a licitação de obra,
que, nos termos da Lei 8.666/93, é toda "construção, reforma, fa-
bricação, recuperação ou ampliação", independentemente dos
materiais nela empregados ou de eventual mobilidade do objeto
a ser executado.

134
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

IMPACTO DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES

Lei nº 14.133/2021
Art. 29. A concorrência e o pregão seguem o rito procedimental
comum a que se refere o art. 17 desta Lei, adotando-se o pregão
sempre que o objeto possuir padrões de desempenho e qualida-
de que possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio
de especificações usuais de mercado.
Parágrafo único. O pregão não se aplica às contratações de servi-
ços técnicos especializados de natureza predominantemente in-
telectual e de obras e serviços de engenharia, exceto os serviços
de engenharia de que trata a alínea “a” do inciso XXI do caput do
art. 6º desta Lei.

APLICAÇÃO DO SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS NO ÂMBITO


DA ENGENHARIA
Contratação de objetos em Contratação de serviços de
que não se mostre possível engenharia uniformes e
definir, de antemão e com padronizados, desde que não
alto grau de precisão, demandem que suas
quando e quanto de objeto características sejam alteradas
será necessário para em cada especial situação em
satisfazer a demanda. que são necessários.

Operações
contratuais Obras?
compartilhadas SRP
Sistema de
Registro de Preços

135
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

Decreto nº 7.892/2013
Art. 3º O Sistema de Registro de Preços poderá ser adotado nas
seguintes hipóteses:
I - quando, pelas características do bem ou serviço, houver neces-
sidade de contratações frequentes;
II - quando for conveniente a aquisição de bens com previsão de
entregas parceladas ou contratação de serviços remunerados por
unidade de medida ou em regime de tarefa;
III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação
de serviços para atendimento a mais de um órgão ou entidade,
ou a programas de governo; ou
IV - quando, pela natureza do objeto, não for possível definir pre-
viamente o quantitativo a ser demandado pela Administração.

TCU – Informativo de Jurisprudência nº 345


O sistema de registro de preços não é aplicável à contratação de
obras, pelo fato de o objeto não se enquadrar em nenhuma das
hipóteses previstas no art. 3º do Decreto 7.892/2013 e também
porque, na contratação de obras, não há demanda por itens iso-
lados, pois os serviços não podem ser dissociados uns dos outros.

TCU – Acórdão nº 1.381/2018 – Plenário


Enunciado
É cabível o registro de preços para a contratação de serviços de
engenharia em que a demanda pelo objeto é repetida e rotinei-

136
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

ra, a exemplo dos serviços de manutenção e conservação de ins-


talações prediais, não podendo ser utilizado para a execução de
obras.
(Relator: Walton Alencar Rodrigues; Data do Julgamento: 20/06/2018)

IMPACTO DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES

COMPRAS SERVIÇOS

CABIMENTO DO
REGISTRO DE
PREÇOS
SERVIÇOS DE ENGENHARIA LOCAÇÃO

OBRAS

existência de projeto padronizado, sem


complexidade técnica e operacional;
necessidade permanente ou frequente de obra ou serviço a
ser contratado.

137
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

Lei nº 14.133/2021
Art. 6º [...]
XLV - sistema de registro de preços: conjunto de procedimentos
para realização, mediante contratação direta ou licitação nas mo-
dalidades pregão ou concorrência, de registro formal de preços
relativos a prestação de serviços, a obras e a aquisição e locação
de bens para contratações futuras;
[...]
Art. 82. [...]
§ 5º O sistema de registro de preços poderá ser usado para a con-
tratação de bens e serviços, inclusive de obras e serviços de enge-
nharia, observadas as seguintes condições:
[...]
Art. 85. A Administração poderá contratar a execução de obras e
serviços de engenharia pelo sistema de registro de preços, desde
que atendidos os seguintes requisitos:
I - existência de projeto padronizado, sem complexidade técnica
e operacional;
II - necessidade permanente ou frequente de obra ou serviço a ser
contratado.

138
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

QUESTÃO 26

De acordo com a Lei nº 14.133/2021, qual o


critério de julgamento para a contratação das
obras? Quais os modos de disputa e quando
podem/devem ser adotados?

Lei nº 14.133/2021
Art. 33. O julgamento das propostas será realizado de acordo com
os seguintes critérios:
I – menor preço;
II – maior desconto;
III – melhor técnica ou conteúdo artístico;
IV – técnica e preço;
V – maior lance, no caso de leilão;
VI – maior retorno econômico.

139
Maior retorno econômico: utilizado
exclusivamente para a celebração de contrato de
eficiência. Considera a maior economia para a
Administração, e a remuneração é fixada em
Menor preço
percentual que incide proporcionalmente à
economia efetivamente obtida na execução do
contrato (art. 39).

Maior lance: no caso de


leilão. Maior desconto
CRITÉRIOS
DE JULGAMENTO
Técnica e preço: quando a avaliação
e a ponderação da qualidade técnica das
propostas que superarem os requisitos Melhor técnica ou conteúdo
mínimos estabelecidos no edital forem artístico: contratação de projetos
relevantes aos fins pretendidos pela e trabalhos de natureza técnica,
Administração nas licitações para científica ou artística (art. 35,
contratação de: parágrafo único).

I – serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual, caso em


que o critério de julgamento de técnica e preço deverá ser preferencialmente empregado;

II – serviços majoritariamente dependentes de tecnologia sofisticada e de domínio


restrito, conforme atestado por autoridades técnicas de reconhecida qualificação;

III – bens e serviços especiais de tecnologia da informação e de comunicação;

IV – obras e serviços especiais de engenharia;

V – objetos que admitam soluções específicas e alternativas e variações de execução, com


repercussões significativas e concretamente mensuráveis sobre sua qualidade,
produtividade, rendimento e durabilidade, quando essas soluções e variações puderem
ser adotadas à livre escolha dos licitantes, conforme critérios objetivamente definidos no
edital de licitação (art. 36, §1º). 140
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

MODOS DE DISPUTA

ABERTO FECHADO COMBINADO

As propostas
Lances sucessivos, permanecerão em
crescentes ou sigilo até a data e a
decrescentes hora designadas para
sua divulgação

Vedado para: Vedado para:


técnica e preço menor preço
maior desconto

Lei nº 14.133/2021
Art. 56. O modo de disputa poderá ser, isolada ou conjuntamente:
I - aberto, hipótese em que os licitantes apresentarão suas pro-
postas por meio de lances públicos e sucessivos, crescentes ou
decrescentes;
II - fechado, hipótese em que as propostas permanecerão em sigi-
lo até a data e hora designadas para sua divulgação.
§ 1º A utilização isolada do modo de disputa fechado será vedada
quando adotados os critérios de julgamento de menor preço ou
de maior desconto.

141
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

§ 2º A utilização do modo de disputa aberto será vedada quando


adotado o critério de julgamento de técnica e preço.
[...]
§ 5º Nas licitações de obras ou serviços de engenharia, após o jul-
gamento, o licitante vencedor deverá reelaborar e apresentar à
Administração, por meio eletrônico, as planilhas com indicação
dos quantitativos e dos custos unitários, bem como com detalha-
mento das Bonificações e Despesas Indiretas (BDI) e dos Encargos
Sociais (ES), com os respectivos valores adequados ao valor final
da proposta vencedora, admitida a utilização dos preços unitá-
rios, no caso de empreitada por preço global, empreitada integral,
contratação semi-integrada e contratação integrada, exclusiva-
mente para eventuais adequações indispensáveis no cronograma
físico-financeiro e para balizar excepcional aditamento posterior
do contrato.

142
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

QUESTÃO 27
De acordo com a Lei nº 14.133/2021, quando
adotar os regimes de execução empreitada
integrada e semi-integrada?

REGIMES DE EXECUÇÃO

CONTRATAÇÃO CONTRATAÇÃO
INTEGRADA SEMI-INTEGRADA

Regime de contratação de obras e serviços de engenharia

Contratado elabora os Contratado elabora o


projetos básico e executivo projeto executivo

Contratado executa obras e serviços de engenharia, fornece bens ou


presta serviços especiais, realiza montagem, teste, pré-operação e
as demais operações para entrega final do objeto

143
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

Lei nº 14.133/2021
Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:
[...]
XXXII - contratação integrada: regime de contratação de obras e
serviços de engenharia em que o contratado é responsável por
elaborar e desenvolver os projetos básico e executivo, executar
obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços
especiais e realizar montagem, teste, pré-operação e as demais
operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto;
XXXIII - contratação semi-integrada: regime de contratação de
obras e serviços de engenharia em que o contratado é respon-
sável por elaborar e desenvolver o projeto executivo, executar
obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços
especiais e realizar montagem, teste, pré-operação e as demais
operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto;

Blog da Zênite
Obras e serviços de engenharia: Os regimes de execução na Lei
nº 14.133/2021
por Rodrigo Vissotto Junkes
2.3. Contratação integrada
A contratação integrada foi inserida no regime jurídico das con-
tratações públicas pelo RDC (Lei nº 12.462/2011). Tratou-se de
uma inovação que rompeu paradigmas fundantes das contrata-
ções públicas, pois permitiu que a Administração atribuísse aos
particulares contratados não apenas a obrigação de executar o

144
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

objeto mas também de elaborar os projetos básico e executivo,


o que deveria ser feito a partir das definições estabelecidas em
um anteprojeto de engenharia. Ainda que a Lei nº 8.666/93 já
permitisse que a execução do objeto abrangesse a elaboração do
projeto executivo, ela vedava peremptoriamente a realização de
qualquer certame de obra ou serviço de engenharia sem a prévia
existência do projeto básico (art. 7º, § 2º, I).
Mas o legislador jamais pretendeu substituir os regimes da em-
preitada por preço global e unitário pelo da contratação integra-
da, no sentido de que, a partir de então, qualquer obra ou serviço
de engenharia abrangido pelo RDC pudesse substituir os dois pri-
meiros pelo segundo livremente. Diferente disso, a própria Lei nº
12.462/2011 condicionou o cabimento da contratação integrada
nos casos excepcionais que envolvessem (i) inovação tecnológica
ou técnica, (ii) possibilidade de execução com diferentes meto-
dologias, ou, (iii) possibilidade de execução com tecnologias de
domínio restrito no mercado, o que deve ser técnica e economi-
camente justificado (art. 9º).
A contratação integrada, então, foi concebida como um regime
de execução de cabimento excepcional, a ser aplicado nos casos
em que a complexidade técnica do objeto, que envolve inovação,
conhecimentos restritos ou admite execução por várias metodo-
logias distintas, torna inconveniente que a Administração defina
de antemão seus padrões em um projeto básico. Essa complexi-
dade justifica que a Administração instrua o procedimento licita-
tório com um anteprojeto de engenharia que, contemplando os
elementos mais fundamentais do objeto pretendido, permita aos

145
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

licitantes que trabalhem com suas expertises e definam as me-


lhores soluções a serem aplicadas na sua execução, incumbindo-
-lhes, por isso, elaborar os projetos básico e executivo e executar
os encargos respectivos.
A Lei das Estatais, além de adotar a mesma concepção para a con-
tratação integrada, também restringiu seu cabimento quando a
obra ou o serviço de engenharia for de natureza predominante-
mente intelectual e de inovação tecnológica do objeto licitado ou
puder ser executado com diferentes metodologias ou tecnologias
de domínio restrito no mercado (art. 43, VI).
A Lei nº 14.133/2021, por sua vez, incorporou em seus termos a
mesma noção conceitual já consagrada nas leis citadas. Segundo
seu art. 6º, XXX, a contratação integrada é o regime de contratação
de obras e serviços de engenharia em que o contratado é respon-
sável por elaborar e desenvolver os projetos básico e executivo,
executar obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar
serviços especiais e realizar montagem, teste, pré-operação e as
demais operações necessárias e suficientes para a entrega final
do objeto.
Mas a nova lei não repetiu, todavia, a clareza com que o cabimento
da contratação integrada foi tratada no RDC e na Lei das Estatais.
Para entender isso, é fundamental considerar que o texto original
da lei, aprovado no Congresso Nacional, estabelecia que os regi-
mes da contratação integrada e semi-integrada seriam cabíveis
apenas nos contratos cujos valores superassem os limites estabe-
lecidos pela Lei nº 11.079/2004, que trata das parcerias público-

146
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

-privadas, ou quando o seu objeto estivesse vinculado a projetos


de ciência, tecnologia, inovação e de ensino técnico ou superior.
Essas disposições constantes dos parágrafos sétimo e oitavo do
art. 46, entretanto, foram objeto de veto presidencial. Para ampa-
rar o veto, destacou-se que a limitação de valor era contrária ao
interesse público, pois impediria que empreendimentos e peque-
no e médio valor obtivessem as vantagens proporcionadas por
tais regimes de execução relativamente à obtenção de tecnolo-
gias diferenciadas[6].
Diante dessa complexa realidade legal, seria possível afirmar que
há uma espécie de omissão legal – lacuna, na verdade – quanto à
definição das hipóteses de cabimento da contratação direta.
Essa omissão, por sua vez, pode ser superada e a lacuna normati-
va preenchida mediante a aplicação de uma interpretação siste-
mática e teleológica.
Nesse sentido, é fundamental conceber que o legislador respon-
sável pela Lei nº 14.133/2021, seguindo os passos já traçados pelo
RDC e pela Lei das Estatais, não pretendeu substituir os regimes
já consagrados pela Lei nº 8.666/93 pela contratação integrada.
Muito antes de buscar essa sucessão de regimes, ele buscou in-
seri-lo no conjunto já integrado pelos regimes concebidos pela
Lei nº 8.666/93, como uma nova opção a ser empregada pelos
agentes públicos.
Outro ponto relevante envolve os fins pretendidos pela contra-
tação integrada. Seguramente, eles não buscam permitir que a
Administração meramente deixe de elaborar os projetos básicos

147
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

necessários para instruir suas licitações de obras e serviços de en-


genharia. Essa ideia, se defendida fosse, contrariaria as bases mais
elementares que fundamentam a Lei nº 14.133/2021, que bus-
cou, de inúmeras formas, fortalecer a tarefa de planejamento das
contratações públicas.
Diferente disso, o espectro de aplicação da contratação direta
abrange aquelas situações excepcionais em que a Administração,
depois de cumprir diligentemente a etapa preparatória da contra-
tação (planejamento), identifica que as características do objeto,
que abrange conhecimentos técnicos restritos ou de alta comple-
xidade, permitindo que a sua execução se processe por diversas
formas distintas, tornam inconveniente a definição prévia dessas
metodologias em um projeto básico.
O fundamento que inspirou a contratação integrada, portanto,
foi o de permitir que a Administração se beneficie da atuação
dos particulares que poderão, nesses casos excepcionais, gozar
de ampla liberdade para elaborar o projeto básico e executivo de
acordo com as metodologias e critérios que lhes pareçam mais
adequados para executar o objeto. É por isso que, na contratação
integrada, a obrigação imposta ao Poder Público se restringe à
elaboração do anteprojeto de engenharia que forneça, de forma
clara e tanto quanto possível completa, a descrição do problema
e da solução respectiva que são esperados com a execução do
contrato.
Não por outro motivo, mesmo que a Lei nº 14.133/2021 não te-
nha disciplinado o tema com a clareza e detalhamento necessá-
rios, sua interpretação sistemática e finalística não permite cons-

148
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

truir outra conclusão senão aquela que afirma que o cabimento


da contratação integrada é excepcional, restrito aos casos em que
as complexidades do objeto, que pode ser executado de diversas
formas distintas, torna inconveniente o estabelecimento prévio
dessas questões no projeto básico, justificando que essas defini-
ções sejam realizadas pelos próprios licitantes, que se encarrega-
rão de elaborar tal projeto.
2.4. Contratação semi-integrada.
A responsável pela inclusão no regime jurídico das contratações
públicas do regime da contratação semi-integrada foi a Lei nº
13.303/2016, chamada por alguns de “Lei das Estatais”. Nos ter-
mos estabelecido por seu art. 42, V, tal regime é qualificado como
a contratação que envolve a elaboração e o desenvolvimento do
projeto executivo, a execução de obras e serviços de engenharia,
a montagem, a realização de testes, a pré-operação e as demais
operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto,
[...]
Referido regime de execução, inclusive, foi definido como prefe-
rencial pela Lei das Estatais, que apenas admite a sua substituição
por outro se houver justificativa que torne tal medida indispensá-
vel para assegurar os níveis de eficiência e efetividade da contra-
tação (art. 42, § 4º).
Analisada a questão a partir disso, pode-se dizer que a previsão
permitindo à Administração instruir a licitação somente com o
projeto básico, transferindo para o contratado a obrigação de ela-
borar o projeto executivo e executar o objeto não representava

149
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

algo inédito no regime das contratações públicas. A própria Lei


nº 8.666/93, em seu art. 9º, § 2º, já estabelecia essa possibilidade,
que poderia ser aplicada nos regimes de execução por ela consa-
grados, em especial na empreitada por preço global e unitário.
Essa comparação poderia lançar dúvidas acerca das característi-
cas que tornam tal regime efetivamente distinto daqueles já con-
sagrados pela Lei nº 8.666/93.
A resposta para esse inquietação, ao que tudo sugere, está no fato
de que a contratação semi-integrada permite que se estabeleça,
no edital, frações do projeto básico que poderão ser objeto de
modificações pelos particulares, contando que demonstrado que
as alterações são superiores às concepções iniciais em termo de
custos, de aumento da qualidade, de redução do prazo de execu-
ção e de facilidade de manutenção ou operação, tal como previs-
to pelo art. 42, § 1º, IV, da já referida Lei nº 13.303/2016.
A Lei nº 14.133/2021 nada mais fez senão inserir em seus termos
essa concepção. E o fez de forma clara no art. 6º, XXXI, que con-
ceitua o regime da contratação integrada como o regime de con-
tratação de obras e serviços de engenharia em que o contrata-
do é responsável por elaborar e desenvolver o projeto executivo,
executar obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar
serviços especiais e realizar montagem, teste, pré-operação e as
demais operações necessárias e suficientes para a entrega final
do objeto.
Mais além, manteve a diretriz segundo a qual o traço marcante
da contratação semi-integrada é o de permitir que os particulares

150
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

promovam ingerências em parcelas previamente especificadas


do projeto básico, na forma estabelecida pelo art. 46, § 5º.
Logo, o cabimento da contratação semi-integrada é verificado na-
quelas situações em que a Administração, embora possua meios
para fornecer todas as definições inerentes ao projeto básico,
verifica ser oportuno permitir que, em determinadas frações do
seu conteúdo, os particulares gozem de liberdade para sugerirem
inovações que se mostrem mais eficientes.
(JUNKES, Rodrigo Vissotto. Obras e serviços de engenharia: os regimes
de execução na Lei nº 14.133/2021. Blog Zênite, 20 out. 2021. Disponível
em: https://zenite.blog.br/obras-e-servicos-de-engenharia-os-regimes-
de-execucao-na-lei-no-14-133-2021/. Acesso em: 16 mar. 2022)

151
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

QUESTÃO 28
Quais os novos limites previstos na nova Lei
para a dispensa pelo valor para obras e serviços
de engenharia? Quais as cautelas para afastar
a caracterização do parcelamento indevido
de acordo com a Lei nº 8.666/1993 e a Lei nº
14.133/2021? Qual a orientação do TCU que deve
guiar a interpretação do novo regime jurídico?

Lei nº 14.133/2021
Art. 75. É dispensável a licitação:
I - para contratação que envolva valores inferiores a R$ 100.000,00
(cem mil reais), no caso de obras e serviços de engenharia ou de
serviços de manutenção de veículos automotores;
II - para contratação que envolva valores inferiores a R$ 50.000,00
(cinquenta mil reais), no caso de outros serviços e compras;
[...]
§ 1º Para fins de aferição dos valores que atendam aos limites referi-
dos nos incisos I e II do caput deste artigo, deverão ser observados:
I - o somatório do que for despendido no exercício financeiro pela
respectiva unidade gestora;
II - o somatório da despesa realizada com objetos de mesma na-
tureza, entendidos como tais aqueles relativos a contratações no
mesmo ramo de atividade.
[...] 152
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

§ 7º Não se aplica o disposto no § 1º deste artigo às contratações


de até R$ 8.000,00 (oito mil reais) de serviços de manutenção de
veículos automotores de propriedade do órgão ou entidade con-
tratante, incluído o fornecimento de peças.

IMPORTANTE

ATUALIZAÇÃO DE VALORES FEITA PELO ANEXO DO DECRETO Nº


10.922/2021

ATUALIZAÇÃO DOS VALORES ESTABELECIDOS NA LEI Nº 14.133, DE


1º DE ABRIL DE 2021
DISPOSITIVO VALOR ATUALIZADO
inciso XXII do caput R$ 216.081.640,00 (duzentos e dezesseis milhões
do art. 6º oitenta e um mil seiscentos e quarenta reais)
§ 2º do art. 37 R$ 324.122,46 (trezentos e vinte e quatro mil cento e
vinte dois reais e quarenta e seis centavos)
inciso III do caput do R$ 324.122,46 (trezentos e vinte e quatro mil cento e
art. 70 vinte dois reais e quarenta e seis centavos)
inciso I do caput do R$ 108.040,82 (cento e oito mil quarenta reais e
art. 75 oitenta e dois centavos)
inciso II do caput do R$ 54.020,41 (cinquenta e quatro mil vinte reais e
art. 75 quarenta e um centavos)
alínea “c” do inciso IV R$ 324.122,46 (trezentos e vinte e quatro mil cento e
do caput do art. 75 vinte dois reais e quarenta e seis centavos)
§ 7º do art. 75 R$ 8.643,27 (oito mil seiscentos e quarenta e três reais
e vinte e sete centavos)
§ 2º do art. 95 R$ 10.804,08 (dez mil oitocentos e quatro reais e oito
centavos)

153
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

LIMITES PARA
DISPENSA PELO VALOR
LEI Nº 14.133/2021

R$ 108.040,82*, no caso de Limites duplicados para


R$ 54.020,41*, no caso de consórcio público, autarquia
obras e serviços de
outros serviços e compras ou fundação qualificadas
engenharia ou de serviços de
manutenção de veículos como agências executivas
automotores na forma da lei.

REGRAS PARA EVITAR O FRACIONAMENTO INDEVIDO:


Somatório do que for despendido no exercício financeiro pela respectiva unidade gestora.
Somatório da despesa realizada com objetos de mesma natureza (contratações no mesmo
ramo de atividade).
Essas regras não se aplicam para as contratações de até R$ 8.643,27* de serviços de
manutenção de veículos automotores de propriedade do órgão ou da entidade contratante,
incluído o fornecimento de peças.

*Valores atualizados pelo Decreto nº 10.922/2021, vigente desde 1º de janeiro de 2022.

154
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

Revista Zênite ILC – Perguntas e Respostas


Por força do princípio da anualidade orçamentária, regra geral,
a Administração tem o dever de prever seus gastos e planejar
todas as suas contratações ao longo do exercício financeiro.
Assim, antes de instaurar determinada licitação ou proceder à
contratação direta, compete à Administração verificar, dentro do
que for previsível, o total estimado de gastos com objetos de mes-
ma natureza a serem contratados no exercício vigente, para, em
função desse valor, fixar a modalidade de licitação a ser adotada
(caso utilize uma das modalidades previstas na Lei nº 8.666/93)
ou concluir pelo cabimento da dispensa de licitação pelo valor
(art. 24, incs. I, II e parágrafo único, da Lei nº 8.666/93). Ainda,
quando o contrato admitir prorrogação (art. 57, inc. I, II e IV, da Lei
nº 8.666/93), deve-se considerar todo o período da sua possível
duração.
Feita a respectiva análise de gastos, a Administração possui três
caminhos:
- contratar o objeto via modalidade licitatória prevista na Lei nº
8.666/93 e, nessa medida, eleger a modalidade compatível com o
somatório a ser gasto com objetos de mesma natureza pelo exer-
cício orçamentário;
- contratar o objeto via dispensa em razão do valor, se, diante do
total a ser gasto com objetos de mesma natureza, ao longo do
exercício orçamentário, não restarem ultrapassados os limites es-
tabelecidos no art. 24, incs. I e II;

155
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

- ou, ainda, independentemente do valor da contratação (desde


que compreenda o bem ou o serviço de natureza comum), levar a
efeito licitação via pregão, na forma eletrônica ou presencial.
Essas parecem diretrizes válidas para afastar o fracionamento in-
devido de despesas, caracterizado pela adoção de modalidade
mais restrita (convite, quando deveria ser adotada a tomada de
preços, por exemplo) ou pela incorreta dispensa de licitação em
razão do valor.
(Revista Zênite ILC – Informativo de Licitações e Contratos, Curitiba: Zênite, n.
227, p. 57, jan. 2013, seção Perguntas e Respostas.)

Zênite Fácil – LeiAnotada.com


Contratação pública – Dispensa – Valor – Fuga ao procedimen-
to licitatório – Fracionamento indevido – Configurado – Multa
aos responsáveis – TCU
Em sede de prestação de contas, verificou-se possível fraciona-
mento indevido de despesa. Em análise, o Relator deixou assente
que as questões relativas ao fracionamento “chegam a ser pito-
rescas. Numa, por exemplo, onde foram adquiridas 42 camas hos-
pitalares, com custo total acima de R$ 50.000,00, os responsáveis
formalizaram 7 processos, emitiram 7 empenhos, com numera-
ção sequencial e de igual valor, e autorizaram cada uma das aqui-
sições, realizadas junto a um mesmo fornecedor, com dispensa de
licitação fundamentada no art. 24, II, da Lei de Licitações. Proce-
dimento idêntico também foi adotado na aquisição de consultó-
rios odontológicos, no montante de R$ 51.100,00”. Desse modo, o
Relator votou pela aplicação de multa aos responsáveis, asseve-

156
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

rando que “agiram com a deliberada intenção de fugir ao proce-


dimento licitatório, tendo por certo que os mesmos tinham plena
consciência da ilicitude de suas atitudes.

TCU – Acórdão nº 3.550/2008 – Primeira Câmara


Acórdão
9.3. determinar à Delegacia Regional do Trabalho em Rondônia
que tome as seguintes providências:
[...]
9.3.3. agrupe, em uma mesma licitação, os objetos de futuras
contratações que sejam similares por pertencerem a uma mesma
área de atuação ou de conhecimento, atentando para a possibi-
lidade de parcelamento prevista no art. 23, §§ 1º e 2º, da Lei n.
8.666/1993;
9.3.4. abstenha-se de contratar serviços por dispensa de licitação
quando o total das despesas anuais não se enquadrar no limite
estabelecido pelo art. 24, inciso II, da Lei n. 8.666/1993;
(Relator: Marcos Bemquerer Costa; Data do Julgamento: 21/10/2008)

157
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

QUESTÃO 29
O que envolve as capacidades técnico-operacional
e profissional e de que forma deve ser exigida a
comprovação de cada uma na licitação? É possível exigir
quantitativos mínimos para essas capacidades? Quais os
entendimentos do TCU e do STJ? Há alterações sobre esse
assunto na nova Lei?

QUALIFICAÇÃO TÉCNICA

TÉCNICO-PROFISSIONAL TÉCNICO-OPERACIONAL

Restrito às parcelas de maior


Responsável técnico, Certidões ou atestados relevância OU ao valor
devidamente registrado no significativo do objeto (= ou +
conselho competente 4% do valor estimado)
Equipe técnica, instalações e Quantidades mínimas de até
aparelhamento 50% das parcelas
Prova de atendimento aos
Substituição por outro meio de
requisitos previstos em lei
prova (exceto para obras e
especial Registro ou inscrição na serviços de engenharia)
entidade profissional
Serviços contínuos – períodos
competente
sucessivos ou não de até 3 anos
Atestado de subcontratado
Declaração de conhecimentos
das condições locais

Prova de atendimento aos


requisitos previstos em lei
especial

158
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

Lei nº 14.133/2021
Art. 67. A documentação relativa à qualificação técnico-profissio-
nal e técnico-operacional será restrita a:
I – apresentação de profissional, devidamente registrado no con-
selho profissional competente, quando for o caso, detentor de
atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou
serviço de características semelhantes, para fins de contratação;
II – certidões ou atestados, regularmente emitidos pelo conselho
profissional competente, quando for o caso, que demonstrem ca-
pacidade operacional na execução de serviços similares de com-
plexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior,
bem como documentos comprobatórios emitidos na forma do §
3º do art. 88 desta Lei;
III – indicação do pessoal técnico, das instalações e do aparelha-
mento adequados e disponíveis para a realização do objeto da
licitação, bem como da qualificação de cada membro da equipe
técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;
IV – prova do atendimento de requisitos previstos em lei especial,
quando for o caso;
V – registro ou inscrição na entidade profissional competente,
quando for o caso;
VI – declaração de que o licitante tomou conhecimento de todas
as informações e das condições locais para o cumprimento das
obrigações objeto da licitação.
§ 1º A exigência de atestados será restrita às parcelas de maior
relevância ou valor significativo do objeto da licitação, assim con-

159
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

sideradas as que tenham valor individual igual ou superior a 4%


(quatro por cento) do valor total estimado da contratação.
§ 2º Observado o disposto no caput e no § 1º deste artigo, será
admitida a exigência de atestados com quantidades mínimas de
até 50% (cinquenta por cento) das parcelas de que trata o referi-
do parágrafo, vedadas limitações de tempo e de locais específicos
relativas aos atestados.
§ 3º Salvo na contratação de obras e serviços de engenharia, as
exigências a que se referem os incisos I e II do caput deste artigo, a
critério da Administração, poderão ser substituídas por outra pro-
va de que o profissional ou a empresa possui conhecimento técni-
co e experiência prática na execução de serviço de características
semelhantes, hipótese em que as provas alternativas aceitáveis
deverão ser previstas em regulamento.
§ 4º Serão aceitos atestados ou outros documentos hábeis emi-
tidos por entidades estrangeiras quando acompanhados de tra-
dução para o português, salvo se comprovada a inidoneidade da
entidade emissora.
§ 5º Em se tratando de serviços contínuos, o edital poderá exigir
certidão ou atestado que demonstre que o licitante tenha execu-
tado serviços similares ao objeto da licitação, em períodos suces-
sivos ou não, por um prazo mínimo, que não poderá ser superior
a 3 (três) anos.
§ 6º Os profissionais indicados pelo licitante na forma dos incisos
I e III do caput deste artigo deverão participar da obra ou serviço
objeto da licitação, e será admitida a sua substituição por profis-

160
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

sionais de experiência equivalente ou superior, desde que apro-


vada pela Administração.
§ 7º Sociedades empresárias estrangeiras atenderão à exigência
prevista no inciso V do caput deste artigo por meio da apresen-
tação, no momento da assinatura do contrato, da solicitação de
registro perante a entidade profissional competente no Brasil.
§ 8º Será admitida a exigência da relação dos compromissos assumi-
dos pelo licitante que importem em diminuição da disponibilidade
do pessoal técnico referido nos incisos I e III do caput deste artigo.
§ 9º O edital poderá prever, para aspectos técnicos específicos,
que a qualificação técnica seja demonstrada por meio de atesta-
dos relativos a potencial subcontratado, limitado a 25% (vinte e
cinco por cento) do objeto a ser licitado, hipótese em que mais de
um licitante poderá apresentar atestado relativo ao mesmo po-
tencial subcontratado.
§ 10. Em caso de apresentação por licitante de atestado de de-
sempenho anterior emitido em favor de consórcio do qual tenha
feito parte, se o atestado ou o contrato de constituição do consór-
cio não identificar a atividade desempenhada por cada consor-
ciado individualmente, serão adotados os seguintes critérios na
avaliação de sua qualificação técnica:
I – caso o atestado tenha sido emitido em favor de consórcio ho-
mogêneo, as experiências atestadas deverão ser reconhecidas
para cada empresa consorciada na proporção quantitativa de sua
participação no consórcio, salvo nas licitações para contratação
de serviços técnicos especializados de natureza predominante-

161
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

mente intelectual, em que todas as experiências atestadas deve-


rão ser reconhecidas para cada uma das empresas consorciadas;
II – caso o atestado tenha sido emitido em favor de consórcio hete-
rogêneo, as experiências atestadas deverão ser reconhecidas para
cada consorciado de acordo com os respectivos campos de atua-
ção, inclusive nas licitações para contratação de serviços técnicos
especializados de natureza predominantemente intelectual.
§ 11. Na hipótese do § 10 deste artigo, para fins de comprova-
ção do percentual de participação do consorciado, caso este não
conste expressamente do atestado ou da certidão, deverá ser jun-
tada ao atestado ou à certidão cópia do instrumento de constitui-
ção do consórcio.
§ 12. Na documentação de que trata o inciso I do caput deste arti-
go, não serão admitidos atestados de responsabilidade técnica de
profissionais que, na forma de regulamento, tenham dado causa à
aplicação das sanções previstas nos incisos III e IV do caput do art.
156 desta Lei em decorrência de orientação proposta, de prescrição
técnica ou de qualquer ato profissional de sua responsabilidade.

TCU – Acórdão nº 2.303/2015 – Plenário


Enunciado
É ilegal a exigência de comprovação de capacitação técnico-pro-
fissional e técnico-operacional relativamente à execução de ser-
viços de pequena representatividade no cômputo do valor global
do objeto licitado (art. 30, § 1º, inciso I, da Lei 8.666/1993 e Súmu-
la TCU 263).
(Relator: José Mucio Monteiro; Data do Julgamento: 16/09/2015)

162
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

TCU – Acórdão nº 1.742/2016 – Plenário


Enunciado
Em regra, as exigências para demonstração da capacidade técni-
co-operacional devem se limitar à comprovação de execução de
obras e serviços similares ou equivalentes, não se admitindo, sem
a devida fundamentação, a exigência de experiência em determi-
nado tipo de metodologia executiva, a exemplo da comprovação
da realização de serviços de dragagem mediante sucção e recal-
que, em detrimento de outros sistemas.
(Relator: Bruno Dantas; Data do Julgamento: 06/07/2016)

TCU – Acórdão nº 2.326/2019 – Plenário


Enunciado
Para fins de habilitação técnico-operacional em certames visando
à contratação de obras e serviços de engenharia, devem ser exigi-
dos atestados emitidos em nome da licitante, podendo ser solici-
tadas as certidões de acervo técnico (CAT) ou anotações/registros
de responsabilidade técnica (ART/RRT) emitidas pelo conselho
de fiscalização profissional competente em nome dos profissio-
nais vinculados aos referidos atestados, como forma de conferir
autenticidade e veracidade às informações constantes nos docu-
mentos emitidos em nome das licitantes.
(Relator: Benjamin Zymler; Data do Julgamento: 02/10/2019)

163
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

TCU – Acórdão nº 7.260/2016 – Segunda Câmara


Enunciado
Na aferição da capacidade técnica das pessoas jurídicas, é irre-
gular a rejeição de atestados de capacidade técnico-operacional
que não possuam registro no conselho profissional. A exigência
de atestados registrados nas entidades profissionais competen-
tes deve ser limitada à capacitação técnico-profissional, que diz
respeito às pessoas físicas indicadas pelas empresas licitantes.
(Relatora: Ana Arraes; Data do Julgamento: 14/06/2016)

QUANTITATIVOS MÍNIMOS

TCU – Súmula nº 263


Para a comprovação da capacidade técnico-operacional das li-
citantes, e desde que limitada, simultaneamente, às parcelas de
maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado,
é legal a exigência de comprovação da execução de quantitativos
mínimos em obras ou serviços com características semelhantes,
devendo essa exigência guardar proporção com a dimensão e a
complexidade do objeto a ser executado.

TCU – Acórdão nº 2.924/2019 – Plenário


Enunciado
É irregular a exigência de atestado de capacidade técnico-opera-
cional com quantitativo mínimo superior a 50% do quantitativo

164
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

de bens e serviços que se pretende contratar, a não ser que a es-


pecificidade do objeto o recomende, situação em que os motivos
de fato e de direito deverão estar devidamente explicitados no
processo licitatório.
(Relator: Benjamin Zymler; Data do Julgamento: 04/12/2019)

TCU – Acórdão nº 244/2015 – Plenário


Enunciado
A exigência de comprovação da execução de quantitativos míni-
mos em obras ou serviços com características semelhantes, para
fins de atestar a capacidade técnico-operacional, deve guardar
proporção com a dimensão e a complexidade do objeto e recair,
simultaneamente, sobre as parcelas de maior relevância e valor
significativo. Como regra, os quantitativos mínimos exigidos não
devem ultrapassar 50% do previsto no orçamento base, salvo em
condições especiais e devidamente justificadas no processo de li-
citação.
(Relator: Bruno Dantas; Data do Julgamento: 11/02/2015)

TCU – Acórdão nº 3.070/2013 – Plenário


Enunciado
É legal, para a comprovação da capacidade técnico-profissional
da licitante, a exigência de quantitativos mínimos, executados em
experiência anterior, compatíveis com o objeto que se pretende
contratar.
(Relator: José Jorge; Data do Julgamento: 13/11/2013)

165
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

TCU – Acórdão nº 2.521/2019 – Plenário


Enunciado
A exigência de quantitativo mínimo para fins de comprovação da
capacidade técnico-profissional contraria o art. 30, § 1º, inciso I,
da Lei 8.666/1993.
(Relator: Marcos Bemquerer Costa; Data do Julgamento: 16/10/2019)

DIVERGÊNCIA DO STJ

STJ – Resp nº 466.286/SP – Segunda Turma


Ementa
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. PREQUESTIONAMENTO.
LICITAÇÃO. CAPACITAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL. EXIGÊNCIA DE
EXPERIÊNCIA ANTERIOR ASSENTADA EM CRITÉRIO QUANTITATIVO.
POSSIBILIDADE. 1. O acesso à via excepcional, nos casos em que o
Tribunal a quo, a despeito da oposição de embargos declaratórios,
não soluciona a omissão apontada, depende de alegação, nas ra-
zões do recurso especial, de ofensa ao art. 535 do Código de Proces-
so Civil. Precedentes da Corte. 2. A melhor inteligência da norma ín-
sita no art. 30, § 1º, I (parte final), da Lei de Licitações orienta-se no
sentido de permitir a inserção no edital de exigências de quantida-
des mínimas ou de prazos máximos quando, vinculadas ao objeto
do contrato, estiveram assentadas em critérios razoáveis. 3. Recurso
especial parcialmente conhecido (violação do art. 30, § 1º, inc. I, da
Lei n. 8.666/93) e, nessa parte, não-provido.
(Relator: João Otávio de Noronha; Data do Julgamento: 20/10/2003)

166
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

QUESTÃO 30

É possível aceitar atestado em que conste


trabalho de profissionais que não mais
integram os quadros da empresa licitante?
Servirá para demonstrar as capacidades
técnico-operacional e profissional? Qual a
diferença entre o acervo do profissional e o
acervo da empresa?

QUALIFICAÇÃO TÉCNICA

Profissional: dispor de profissional detentor de ART/RRT pela exe-


cução anterior de objeto equivalente ao licitado.
Operacional: licitante que, enquanto atividade organizada, já se
responsabilizou pela execução de objeto anterior.


EXPERIÊNCIA DO PROFISSIONAL QUE NÃO
?“ ...
MAIS INTEGRA OS QUADROS DO LICITANTE –
POSSIBILIDADE?

Utilização pela empresa, como qualificação operacional.

167
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

TCU – Acórdão nº 927/2021 – Plenário


Enunciado
Não se admite a transferência do acervo técnico da pessoa física
para a pessoa jurídica, para fins de comprovação de qualificação
técnica em licitações públicas, pois a capacidade técnico-opera-
cional (art. 30, inciso II, da Lei 8.666/1993) não se confunde com
a capacidade técnico-profissional (art. 30, § 1º, inciso I, da Lei
8.666/1993) , uma vez que a primeira considera aspectos típicos
da pessoa jurídica, como instalações, equipamentos e equipe, en-
quanto a segunda relaciona-se ao profissional que atua na em-
presa.
(Relator: Augusto Nardes; Data do Julgamento: 28/04/2021)

168
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

QUESTÃO 31

O sigilo do orçamento passa a ser a regra


na Lei nº 14.133/2021? Até que momento o
valor estimado do contrato a ser celebrado
permanecerá sob sigilo e quais os impactos
práticos no processo de negociação? Em que
casos planilhas e orçamentos podem e devem
ser divulgados?

Lei nº 14.133/2021
Art. 24. Desde que justificado, o orçamento estimado da contra-
tação poderá ter caráter sigiloso, sem prejuízo da divulgação do
detalhamento dos quantitativos e das demais informações neces-
sárias para a elaboração das propostas, e, nesse caso:
I - o sigilo não prevalecerá para os órgãos de controle interno e
externo;
II - (VETADO).
Parágrafo único. Na hipótese de licitação em que for adotado o
critério de julgamento por maior desconto, o preço estimado ou
o máximo aceitável constará do edital da licitação.

169
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

TCU – Acórdão nº 306/2013 – Plenário


Enunciado
Nas licitações regidas pelo RDC é possível a abertura do sigilo do
orçamento na fase de negociação de preços com o primeiro colo-
cado, desde que em ato público e devidamente justificado.
(Relator: Valmir Campelo; Data do Julgamento: 27/02/2013)

170
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

QUESTÃO 32

O que são sobrepreço e superfaturamento?


Qual o entendimento do TCU e qual a
disciplina da nova Lei sobre esses conceitos?

Lei nº 14.133/2021
Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:
[...]
LVI - sobrepreço: preço orçado para licitação ou contratado em
valor expressivamente superior aos preços referenciais de merca-
do, seja de apenas 1 (um) item, se a licitação ou a contratação for
por preços unitários de serviço, seja do valor global do objeto, se
a licitação ou a contratação for por tarefa, empreitada por preço
global ou empreitada integral, semi-integrada ou integrada;
LVII - superfaturamento: dano provocado ao patrimônio da Admi-
nistração, caracterizado, entre outras situações, por:
a) medição de quantidades superiores às efetivamente executa-
das ou fornecidas;
b) deficiência na execução de obras e de serviços de engenharia
que resulte em diminuição da sua qualidade, vida útil ou seguran-
ça;

171
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

c) alterações no orçamento de obras e de serviços de engenharia


que causem desequilíbrio econômico-financeiro do contrato em
favor do contratado;
d) outras alterações de cláusulas financeiras que gerem recebi-
mentos contratuais antecipados, distorção do cronograma físico-
-financeiro, prorrogação injustificada do prazo contratual com
custos adicionais para a Administração ou reajuste irregular de
preços;

TCU – Acórdão nº 1.727/2018 – Primeira Câmara


Enunciado
Para a apuração de sobrepreço em obras já contratadas, o méto-
do adequado é o da limitação do preço global (MLPG) , que prevê
a compensação entre os preços superavaliados e os subavaliados,
só havendo sobrepreço ou superfaturamento se a soma dos valo-
res superavaliados superar os subavaliados, imputando-se o so-
brepreço pela diferença global. Para serviços incluídos mediante
termo de aditamento contratual, a avaliação de superfaturamen-
to é mais indicada pelo método da limitação dos preços unitários
(MLPU) , que considera apenas os serviços com preço unitário aci-
ma do referencial, sem compensação com itens subavaliados.
(Relator: Benjamin Zymler; Data do Julgamento: 06/03/2018)

172
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

QUESTÃO 33

É possível sanear/corrigir falhas nos


orçamentos apresentados pelos licitantes?
Quais as orientações e os limites para essas
correções? Qual a previsão da nova Lei?

Lei nº 14.133/2021
Art. 12. No processo licitatório, observar-se-á o seguinte:
[...]
III – o desatendimento de exigências meramente formais que não
comprometam a aferição da qualificação do licitante ou a com-
preensão do conteúdo de sua proposta não importará seu afasta-
mento da licitação ou a invalidação do processo;
[...]
Art. 59. Serão desclassificadas as propostas que:
[...]
V – apresentarem desconformidade com quaisquer outras exi-
gências do edital, desde que insanável.

173
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

TCU – Boletim de Jurisprudência nº 202


Acórdão 2742/2017 Plenário (Representação, Relator Ministro
Aroldo Cedraz)
Licitação. Julgamento. Erro material. Composição de custo unitá-
rio. Preço unitário.
Estando os preços global e unitários ofertados pelo licitante den-
tro dos limites fixados pela Administração, é de excessivo rigor
a desclassificação da proposta por divergência entre seus preços
unitários e respectivas composições detalhadas de custos, por
afronta aos princípios da razoabilidade, da ampla competitivida-
de dos certames e da busca de economicidade nas contratações.
Referida divergência se resolve com a retificação das composi-
ções, sem necessidade de modificações ou ajustes em quaisquer
dos valores lançados na proposta a título de preços unitários.

TCU – Acórdão nº 830/2018 – Plenário


Enunciado
A mera existência de erro material ou de omissão na planilha de
custos e de preços de licitante não enseja, necessariamente, a
desclassificação antecipada da sua proposta, devendo a Adminis-
tração promover diligência junto ao interessado para a correção
das falhas, sem permitir, contudo, a alteração do valor global ori-
ginalmente proposto.
(Relator: André de Carvalho; Data do Julgamento: 18/04/2018)

174
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

TCU – Acórdão nº 2.239/2018 – Plenário


Enunciado
É irregular a desclassificação de proposta vantajosa à Administra-
ção por erro de baixa materialidade que possa ser sanado me-
diante diligência, por afrontar o interesse público.
(Relatora: Ana Arraes; Data do Julgamento: 26/09/2018)

TCU – Acórdão nº 2.302/2012 – Plenário


Enunciado
Rigor formal no exame das propostas dos licitantes não pode ser
exagerado ou absoluto, sob pena de desclassificação de propos-
tas mais vantajosas, devendo as simples omissões ou irregulari-
dades na documentação ou na proposta, desde que irrelevantes
e não causem prejuízos à Administração ou aos concorrentes, se-
rem sanadas mediante diligências.
(Relator: Walton Alencar Rodrigues; Data do Julgamento: 29/08/2012)

STF – Recurso Ordinário em MS nº 23.714-1/DF


Ementa
Se a irregularidade praticada pela licitante vencedora, que não
atendeu a formalidade prevista no edital licitatório, não lhe trou-
xe vantagem nem implicou prejuízo para os demais participantes,
bem como se o vício apontado não interferiu no julgamento ob-
jetivo da proposta, não se vislumbrando ofensa aos demais prin-
cípios exigíveis na atuação da Administração Pública, correta é a
adjudicação do objeto da licitação à licitante que ofereceu a pro-

175
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

posta mais vantajosa, em prestígio do interesse público, escopo


da atividade administrativa.
(Relator: Sepúlveda Pertence; Data do Julgamento: 05/09/2000)

STJ – Recurso em Mandado de Segurança nº 15.530/RS


Ementa
ADMINISTRATIVO – LICITAÇÃO – FORMALIDADES: CONSEQÜÊN-
CIAS
1. Repudia-se o formalismo quando é inteiramente desimportan-
te para a configuração do ato.
2. Falta de assinatura nas planilhas de proposta da licitação não
invalida o certame, porque rubricadas devidamente.
3. Contrato já celebrado e cumprido por outra empresa concor-
rente, impossibilitando o desfazimento da licitação, sendo de
efeito declaratório o mandado de segurança.
4. Recurso provido.
(Relatora: Eliana Calmon, Data do Julgamento: 14/10/2003)

STJ – Mandado de Segurança nº 5.869/DF


Ementa
MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. PRO-
POSTA TÉCNICA. INABILITAÇÃO. ARGÜIÇÃO DE FALTA DE ASSINA-
TURA NO LOCAL PREDETERMINADO. ATO ILEGAL. EXCESSO DE
FORMALISMO. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE.

176
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

1. A interpretação dos termos do Edital não pode conduzir a atos


que acabem por malferir a própria finalidade do procedimento
licitatório, restringindo o número de concorrentes e prejudicando
a escolha da melhor proposta.
2. O ato coator foi desproporcional e desarrazoado, mormente
tendo em conta que não houve falta de assinatura, pura e sim-
ples, mas assinaturas e rubricas fora do local preestabelecido, o
que não é suficiente para invalidar a proposta, evidenciando claro
excesso de formalismo. Precedentes.
3. Segurança concedida.
(Relatora: Laurita Vaz; Data do Julgamento: 11/09/2002)

177
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

QUESTÃO 34

Duas determinações previstas na nova


Lei reforçam a força vinculante dos
contratos: impedimento à Administração
ao retardamento imotivado da execução
e necessidade de prévio termo aditivo
para o contratado executar as prestações
determinadas. De que forma prática essas
regras impactam os contratos de obras? Esses
impactos são positivos?

RETARDAMENTO IMOTIVADO

Lei nº 14.133/2021
Art. 115. O contrato deverá ser executado fielmente pelas par-
tes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei,
e cada parte responderá pelas consequências de sua inexecução
total ou parcial.
§ 1º É proibido à Administração retardar imotivadamente a exe-
cução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, inclusive na hipó-
tese de posse do respectivo chefe do Poder Executivo ou de novo
titular no órgão ou entidade contratante.

178
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

ADITIVOS

Condição para
Formalização execução
do termo aditivo contratual

E os casos Implicações
urgentes? jurídicas

Lei nº 14.133/2021
Art. 132. A formalização do termo aditivo é condição para a exe-
cução, pelo contratado, das prestações determinadas pela Admi-
nistração no curso da execução do contrato, salvo nos casos de
justificada necessidade de antecipação de seus efeitos, hipótese
em que a formalização deverá ocorrer no prazo máximo de 1 (um)
mês.

179
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

QUESTÃO 35

Quando se extingue um contrato de obras:


com o encerramento da vigência (prazo), com
a execução do objeto (completo) ou com o fim
das obrigações recíprocas? É possível receber a
obra depois de escoado o prazo de vigência do
contrato?

DIFERENÇA ENTRE CONTRATOS POR ESCOPO E POR PRAZO

O objeto contratado consiste na execução de um


CONTRATO serviço por prazo certo, determinado.
POR PRAZO
Alcançando o marco final para a duração de contrato,
extingue-se a relação contratual.

O objeto contratado consiste na execução de um


CONTRATO escopo, delimitando-se um prazo para tanto.
POR ESCOPO
O esgotamento do prazo não desonera as partes do
cumprimento ou descumprimento de suas obrigações.

Se o prazo esgotou e o objeto não foi realizado por


culpa da contratada, esta estará automaticamente em
mora.

180
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

Efeitos da inobservância dos prazos contratuais nos contratos por


prazo certo e por escopo – Mora ou inadimplemento

TCU – Acórdão nº 2.406/2010 – Plenário


Relatório
5.2.53. A implicação prática de tal diferenciação reside no fato de
que o contrato por escopo não se extinguiria pela simples ultra-
passagem do tempo de vigência, mas sim pela conclusão da obra
ou serviço. Assim, mesmo que o prazo de execução dos serviços
terminasse, caso o objeto ainda não tivesse sido finalizado total-
mente, a avença ainda restaria válida no mundo jurídico. Os pra-
zos estabelecidos teriam, portanto, caráter meramente morató-
rio, e não extintivo. A partir do término dos prazos estabelecidos,
poderiam ser aplicadas as diversas sanções previstas em lei ou no
próprio instrumento de ajuste, que, entretanto, não se extinguiria
até a consecução do objeto.
(Relator: Marcos Bemquerer; Data do Julgamento: 15/09/2010)

TRF 5ª Região – Apelação Cível nº 467.941/PE –


Primeira Turma
Ementa
10. É certo que a doutrina pátria considera o contrato de emprei-
tada (de obras públicas) como um contrato eminentemente de
resultado, interessando ao administrador a entregado do produto
final contratado e servindo a cláusula que estabelece o prazo de
execução apenas como um limite de tempo para a entrega do ob-

181
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

jeto pactuado sem que o contratado sofra as penalidades contra-


tuais. Entretanto, tal regramento, amplamente aceito no campo
doutrinário, não deve ser visto como um dogma a ponto de não
aceitar exceções. Antes merece uma compreensão relativizada
diante das situações individualmente postas em juízo, evitando-
-se arbitrariedades e injustiças, no fito de impedir que o contrata-
do seja premiado com inúmeras dilatações do prazo para conse-
cução do objeto contratado, mesmo restando claro que agiu de
forma ineficiente e negligente.
(Relator: José Maria Lucena; Data do Julgamento: 03/12/2009)

TCU – Acórdão nº 1.674/2014 – Plenário


Enunciado
Nos contratos por escopo, inexistindo motivos para sua rescisão
ou anulação, a extinção do ajuste somente se opera com a conclu-
são do objeto e o seu recebimento pela Administração, diferen-
temente dos ajustes por tempo determinado, nos quais o prazo
constitui elemento essencial e imprescindível para a consecução
ou a eficácia do objeto avençado.
(Relator: José Mucio Monteiro; Data do Julgamento: 25/06/2014)

182
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

NOVIDADES DA LEI DE LICITAÇÕES

Lei nº 14.133/2021
Art. 111. Na contratação que previr a conclusão de escopo pre-
definido, o prazo de vigência será automaticamente prorrogado
quando seu objeto não for concluído no período firmado no con-
trato.
Parágrafo único. Quando a não conclusão decorrer de culpa do
contratado:
I - o contratado será constituído em mora, aplicáveis a ele as res-
pectivas sanções administrativas;
II - a Administração poderá optar pela extinção do contrato e, nes-
se caso, adotará as medidas admitidas em lei para a continuidade
da execução contratual.

183
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

QUESTÃO 36

Qual a diferença entre as alterações


qualitativa e quantitativa e quais os limites?
Existem pontos de distinção entre o regime da
Lei nº 8.666/1993 e o da Lei nº 14.133/2021?

REGIME DA LEI Nº 8.666/1993

Lei nº 8.666/1993
(art. 65)
ALTERAÇÃO ALTERAÇÃO
QUANTITATIVA QUALITATIVA

Acréscimos/supressões (aumento
Modificação unilateral dos
ou redução das quantidades do
projetos/do modo de execução ou do
objeto).
fornecimento.
Imposição unilateral.
Ocorrência de fatos supervenientes
ou conhecidos supervenientemente
que tornam inaplicáveis as condições
Limites: originais do contrato.
Acréscimos e supressões – Limite
máximo de 25% do valor inicial
atualizado do contrato ou de 50% Limites:
dessa mesma referência para o caso
Manutenção do objeto e
de reformas.
impossibilidade de simples
Exceção – Supressões bilaterais inclusão de objeto novo, não
(mediante acordo com o particular). previsto por falha no
planejamento.

184
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

Lei nº 8.666/1993
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados,
com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações,
para melhor adequação técnica aos seus objetivos;
b) quando necessária a modificação do valor contratual em de-
corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto,
nos limites permitidos por esta Lei;
[...]
§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições
contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras,
serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor
inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de
edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por
cento) para os seus acréscimos.
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites
estabelecidos no parágrafo anterior, salvo:
I - (VETADO)
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contra-
tantes.

185
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

IMPORTANTE

ALTERAÇÃO QUANTITATIVA

Acréscimo ou supressão das quantidades do objeto contratado, sem


modificação em suas características ou no modo previsto para sua
execução.

Limites:

D Acréscimos e supressões – Limite máximo de 25% do valor inicial


atualizado do contrato.

D Exceção – Supressões bilaterais (mediante acordo com o particular).

ALTERAÇÃO QUALITATIVA

Alteração nas características do objeto ou na forma prevista para sua


execução.

Limites:

D Manutenção do objeto, não transfiguração do objeto.

D Entendimento do Tribunal de Contas da União – Limitação ao equi-


valente a 25% do valor inicial atualizado do contrato, salvo casos
em que a rescisão do contrato provoque prejuízos consideráveis.

186
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

TCU – Decisão nº 215/1999 – Plenário


Decisão
8.1. com fundamento no art. 1º, inciso XVII, § 2º da Lei nº 8.443/92,
e no art. 216, inciso II, do Regimento Interno deste Tribunal, res-
ponder à Consulta formulada pelo [...], nos seguintes termos:
a) tanto as alterações contratuais quantitativas - que modificam
a dimensão do objeto - quanto as unilaterais qualitativas - que
mantêm intangível o objeto, em natureza e em dimensão, estão
sujeitas aos limites preestabelecidos nos §§ 1º e 2º do art. 65 da
Lei nº 8.666/1993, em face do respeito aos direitos do contratado,
prescrito no art. 58, I, da mesma Lei, do princípio da proporciona-
lidade e da necessidade de esses limites serem obrigatoriamente
fixados em lei;
b) nas hipóteses de alterações contratuais consensuais, qualita-
tivas e excepcionalíssimas de contratos de obras e serviços, é fa-
cultado à Administração ultrapassar os limites aludidos no item
anterior, observados os princípios da finalidade, da razoabilidade
e da proporcionalidade, além dos direitos patrimoniais do contra-
tante privado, desde que satisfeitos cumulativamente os seguin-
tes pressupostos:
I - não acarretar para a Administração encargos contratuais supe-
riores aos oriundos de uma eventual rescisão contratual por ra-
zões de interesse público, acrescidos aos custos da elaboração de
um novo procedimento licitatório;
II - não possibilitar a inexecução contratual, à vista do nível de ca-
pacidade técnica e econômico-financeira do contratado;

187
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

III - decorrer de fatos supervenientes que impliquem em dificul-


dades não previstas ou imprevisíveis por ocasião da contratação
inicial;
IV - não ocasionar a transfiguração do objeto originalmente con-
tratado em outro de natureza e propósito diversos;
V - ser necessárias à completa execução do objeto original do con-
trato, à otimização do cronograma de execução e à antecipação
dos benefícios sociais e econômicos decorrentes;
VI - demonstrar-se - na motivação do ato que autorizar o adita-
mento contratual que extrapole os limites legais mencionados
na alínea “a”, supra - que as conseqüências da outra alternativa
(a rescisão contratual, seguida de nova licitação e contratação)
importam sacrifício insuportável ao interesse público primário
(interesse coletivo) a ser atendido pela obra ou serviço, ou seja
gravíssimas a esse interesse; inclusive quanto à sua urgência e
emergência;
(Relator: José Antonio B. de Macedo; Data do Julgamento: 12/05/1999)

TCU – Acórdão nº 3.165/2014 – Segunda Câmara


1.5.1 determinar a [...] que o aditamento de um contrato celebrado
entre a [...] e a uma empresa privada de comércio e construções,
para a construção da Escola [...], chegou a 30,54% do valor inicial
do contrato, excedendo o percentual limite de 25% estabelecido
na Lei nº 8.666/1993, art. 65, § 1º, sem atender aos requisitos pre-
vistos pela Decisão nº 215/1999-P.
(Relator: Aroldo Cedraz; Data do Julgamento: 09/07/2014)

188
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

TCU – Informativo de Jurisprudência nº 295


3. Nas hipóteses excepcionalíssimas de alterações consensuais
qualitativas de contratos de obras e serviços, é facultado à Ad-
ministração ultrapassar os limites preestabelecidos no art. 65,
§§ 1º e 2º, da Lei 8.666/1993, observados os princípios da finali-
dade, da razoabilidade e da proporcionalidade, além dos direi-
tos patrimoniais do contratante privado, desde que satisfeitos
cumulativamente os seguintes pressupostos: a) não acarre-
tar para a Administração encargos contratuais superiores aos
oriundos de uma eventual rescisão contratual por razões de
interesse público, acrescidos aos custos da elaboração de um
novo procedimento licitatório; b) não possibilitar a inexecução
contratual, à vista do nível de capacidade técnica e econômico-
-financeira do contratado; c) decorrer de fatos supervenientes
que impliquem dificuldades não previstas ou imprevisíveis por
ocasião da contratação inicial; d) não ocasionar a transfigura-
ção do objeto originalmente contratado em outro de natureza
e propósito diversos; e) ser necessárias à completa execução
do objeto original do contrato, à otimização do cronograma de
execução e à antecipação dos benefícios sociais e econômicos
decorrentes; f) demonstrar-se - na motivação do ato que auto-
rizar o aditamento contratual - que as consequências da outra
alternativa (a rescisão contratual, seguida de nova licitação e
contratação) importam sacrifício insuportável ao interesse pú-
blico primário (interesse coletivo) a ser atendido pela obra ou
serviço, ou sejam gravíssimas a esse interesse, inclusive quan-
to à sua urgência e emergência.

189
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

Embargos de Declaração opostos pelo Presidente do Tribunal [...]


apontou possível omissão no Acórdão 2742/2015 Plenário, que
apreciara auditoria realizada nas obras de construção do edifício-
-sede do referido tribunal. Em síntese, alegou o embargante que
o TCU não havia se manifestado sobre achado de auditoria refe-
rente à “fuga à licitação por meio de inclusão de objeto estranho
ao licitado, com aderência indevida do 19º aditivo ao Termo de
Contrato 20/2010 à Decisão 215/1999-Plenário”. Reconhecendo
a existência de omissão, anotou o relator que, no momento de
apreciação da matéria pelo acórdão embargado, o acréscimo de
22% ao contrato não extrapolava o limite de 25% previsto na Lei
8.666/1999, de modo que não havia falha passível de manifesta-
ção pelo TCU. Ponderou, contudo, ser forçoso admitir a relevância
do exame da aderência do aditivo aos requisitos constantes da
mencionada deliberação, considerando essencialmente os se-
guintes fatores apontados pela unidade técnica: “(i) o vulto das
alterações promovidas por meio do aditivo 19; (ii) a criticidade
dos serviços aditivados, dos quais depende a maioria dos outros
serviços contratualmente previstos; (iii) o estágio ainda muito in-
cipiente da obra, que indicam uma fortíssima tendência de que
os limites de alteração contratual sejam, brevemente, atingidos
ou até extrapolados”. Em retrospecto, relembrou que a Decisão
215/1999 Plenário, ao responder consulta formulada pelo então
Ministro de Estado do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da
Amazônia Legal, esclarecera que: “a) tanto as alterações contratu-
ais quantitativas - que modificam a dimensão do objeto - quan-
to as unilaterais qualitativas - que mantêm intangível o objeto,

190
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

em natureza e em dimensão, estão sujeitas aos limites prees-


tabelecidos nos § § 1º e 2º do art. 65 da Lei 8.666/93, em face
do respeito aos direitos do contratado, prescrito no art. 58, I, da
mesma lei, do princípio da proporcionalidade e da necessidade
de esses limites serem obrigatoriamente fixados em lei;”. E que:
“b) nas hipóteses de alterações contratuais consensuais, qualita-
tivas e excepcionalíssimas de contratos de obras e serviços, é fa-
cultado à Administração ultrapassar os limites aludidos no item
anterior, observados os princípios da finalidade, da razoabilidade
e da proporcionalidade, além dos direitos patrimoniais do contra-
tante privado, desde que satisfeitos cumulativamente os seguin-
tes pressupostos: I - não acarretar para a Administração encargos
contratuais superiores aos oriundos de uma eventual rescisão
contratual por razões de interesse público, acrescidos aos custos
da elaboração de um novo procedimento licitatório; II - não pos-
sibilitar a inexecução contratual, à vista do nível de capacidade
técnica e econômico-financeira do contratado; III - decorrer de fa-
tos supervenientes que impliquem em dificuldades não previstas
ou imprevisíveis por ocasião da contratação inicial; IV - não oca-
sionar a transfiguração do objeto originalmente contratado em
outro de natureza e propósito diversos; V - ser necessárias à com-
pleta execução do objeto original do contrato, à otimização do
cronograma de execução e à antecipação dos benefícios sociais
e econômicos decorrentes; VI - demonstrar-se - na motivação do
ato que autorizar o aditamento contratual que extrapole os limi-
tes legais mencionados na alínea “a”, supra - que as consequências
da outra alternativa (a rescisão contratual, seguida de nova licita-

191
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

ção e contratação) importam sacrifício insuportável ao interesse


público primário (interesse coletivo) a ser atendido pela obra ou
serviço, ou seja gravíssimas a esse interesse; inclusive quanto à
sua urgência e emergência”. Com fundamento no voto do relator,
que examinou a presença de cada um dos referidos pressupostos,
acolheu o Plenário os Embargos apresentados com a finalidade
de “reconhecer que, tratando-se de situação excepcional, a alte-
ração contratual formalizada pelos 19º e 22º aditivos ao Termo de
Contrato TRT 17ª 20/2010 atende aos pressupostos estabelecidos
na Decisão 215/1999-TCU-Plenário”. Acórdão 1826/2016 Plená-
rio, Auditoria, Relator Ministro-Substituto Augusto Sherman.

192
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS E QUALITATIVAS – LIMITES DAS


ALTERAÇÕES E AS NOVIDADES DA NOVA LEI

Lei nº 14.133/2021
(art. 124)
ALTERAÇÃO ALTERAÇÃO
QUANTITATIVA QUALITATIVA

Modificação unilateral dos projetos/do modo de


Acréscimos/supressões (aumento ou execução ou do fornecimento.
redução das quantidades do objeto).
Em regra, ocorrência de fatos supervenientes ou
Imposição unilateral. conhecidos supervenientemente que tornam
Não transfiguração do objeto. inaplicáveis as condições originais do contrato.
Não transfiguração do objeto.

Limites:
Limite máximo de 25% do valor inicial atualizado do contrato para compras, obras e serviços ou
de 50% dessa mesma referência para reforma de edifício ou de equipamento.
Se as alterações aos contratos de obras e serviços de engenharia forem decorrentes de falhas
nos projetos, haverá apuração de responsabilidade do responsável técnico e medidas para
ressarcimento dos danos à Administração.
Haverá revisão aos contratos de obras e serviços de engenharia quando a execução for
comprometida por atrasos, não causados pelo contratado, em desapropriação, desocupação,
servidão ou licenciamento ambiental.
A formalização do termo aditivo é condição para a execução da alteração.
No mesmo termo aditivo, deve ser restabelecido o equilíbrio econômico-financeiro inicial caso
tenha havido aumento ou diminuição dos encargos do contratado.

193
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

Lei nº 14.133/2021
Art. 124. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados,
com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações,
para melhor adequação técnica a seus objetivos;
b) quando for necessária a modificação do valor contratual em
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu ob-
jeto, nos limites permitidos por esta Lei;
[...]
§ 1º Se forem decorrentes de falhas de projeto, as alterações de
contratos de obras e serviços de engenharia ensejarão apuração
de responsabilidade do responsável técnico e adoção das provi-
dências necessárias para o ressarcimento dos danos causados à
Administração.
[...]
Art. 125. Nas alterações unilaterais a que se refere o inciso I do
caput do art. 124 desta Lei, o contratado será obrigado a aceitar,
nas mesmas condições contratuais, acréscimos ou supressões de
até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do
contrato que se fizerem nas obras, nos serviços ou nas compras, e,
no caso de reforma de edifício ou de equipamento, o limite para
os acréscimos será de 50% (cinquenta por cento).

194
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

NOVIDADES DA LEI Nº 14.133/2021

Lei nº 14.133/2021
Art. 126. As alterações unilaterais a que se refere o inciso I do ca-
put do art. 124 desta Lei não poderão transfigurar o objeto da
contratação.
Art. 127. Se o contrato não contemplar preços unitários para
obras ou serviços cujo aditamento se fizer necessário, esses serão
fixados por meio da aplicação da relação geral entre os valores da
proposta e o do orçamento-base da Administração sobre os pre-
ços referenciais ou de mercado vigentes na data do aditamento,
respeitados os limites estabelecidos no art. 125 desta Lei.
Art. 128. Nas contratações de obras e serviços de engenharia, a
diferença percentual entre o valor global do contrato e o preço
global de referência não poderá ser reduzida em favor do contra-
tado em decorrência de aditamentos que modifiquem a planilha
orçamentária.

195
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

QUESTÃO 37

É possível compensar a inclusão de um item


com a exclusão de outro? Considerando que o
valor do contrato não será alterado, isso deve
ser entendido como alteração do contrato ou
simples adequação que não exige qualquer
formalidade? Qual o entendimento do TCU?

Vedação à
ALTERAÇÕES compensação entre
CONTRATUAIS acréscimos e
supressões

TCU – Acórdão nº 749/2010 – Plenário


Acórdão
9.2. determinar ao [...] que, em futuras contratações, para efeito
de observância dos limites de alterações contratuais previstos no
art. 65 da Lei nº 8.666/1993, passe a considerar as reduções ou
supressões de quantitativos de forma isolada, ou seja, o conjunto
de reduções e o conjunto de acréscimos devem ser sempre calcu-
lados sobre o valor original do contrato, aplicando-se a cada um

196
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

desses conjuntos, individualmente e sem nenhum tipo de com-


pensação entre eles, os limites de alteração estabelecidos no dis-
positivo legal;
(Relator: Augusto Nardes; Data do Julgamento: 14/04/2010)

TCU – Acórdão nº 781/2021 – Plenário


Enunciado
As reduções ou supressões de quantitativos decorrentes de altera­
ção contratual devem ser consideradas de forma isolada, ou seja,
o conjunto de reduções e o conjunto de acréscimos devem ser
sempre calculados sobre o valor original do contrato, aplicando­-
-se a cada um desses conjuntos, individualmente e sem nenhum
tipo de compensação entre eles, os limites de alteração estabele­
cidos no art. 65, § 1º, da Lei 8.666/1993.
(Relator: Walton Alencar Rodrigues; Data do Julgamento: 07/04/2021)

TCU – Acórdão nº 66/2021 – Plenário


Enunciado
O restabelecimento total ou parcial de quantitativo de item ante­
riormente suprimido por aditivo contratual amparado no art. 65,
§§ 1º e 2º, da Lei 8.666/1993, em razão de restrições orçamentá­
rias, desde que observadas as mesmas condições e preços iniciais
pactuados, não configura a compensação vedada pela jurispru­
dência do TCU, consubstanciada nos Acórdão 1536/2016-TCU­-
-Plenário e 2.554/2017-Plenário, visto que o objeto licitado fica
inalterado, sendo possível, portanto, além do restabelecimento,

197
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

novos acréscimos sobre o valor original do contrato, observados


os limites estabelecidos no art. 65, § 1º, da Lei 8.666/1993.
Voto
19. Por outro lado, em linha com o ponderado entendimento de-
fendido pela unidade técnica especializada, independentemen-
te da especificidade da lei que rege contratos de publicidade,
vislumbro, até mesmo em contratos que possuem dois ou mais
itens, a possibilidade de que ocorra supressão do quantitativo de
algum item, com o restabelecimento do quantitativo suprimido
ao inicialmente pactuado, sem que isso configure compensação
entre acréscimos e supressões, a ponto de incidir a vedação des-
crita nos Acórdãos 1.536/2016-TCU-Plenário, rel. Bruno Dantas; e
2.554/2017-TCU-Plenário, rel. André de Carvalho.
20. A unidade instrutiva assinala, com acerto, que a mencionada
orientação jurisprudencial visa a impedir a ocorrência de fraudes
à licitação, a exemplo do jogo de planilhas, bem como a descarac-
terização do objeto contratado, o que violaria princípios licitató-
rios e constitucionais (como a isonomia entre licitantes e a sele-
ção da proposta mais vantajosa).
21. Com isso, concluo que o restabelecimento total ou parcial de
quantitativo de item anteriormente suprimido por aditivo contra-
tual, com fundamento nos §§ 1º e 2º do art. 65 da Lei 8.666/1993,
por causa de restrições orçamentárias, desde que observadas as
mesmas condições e preços iniciais pactuados, não configura a
compensação vedada pela jurisprudência do Tribunal de Contas
da União, consubstanciada nos Acórdãos 1.536/2016-TCU-Plená-

198
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

rio, rel. Bruno Dantas, e 2.554/2017-TCU-Plenário, rel. André de


Carvalho, visto que o objeto licitado ficou inalterado, sendo possí-
vel, portanto, além do restabelecimento, novos acréscimos sobre
o valor original do contrato, observado o limite estabelecido no §
1º do art. 65 da Lei 8.666/1993.
[...]
Acórdão
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos
em Sessão Plenária, em:
9.1. conhecer da presente Consulta, por preencher os requisitos
de admissibilidade previstos nos arts. 264, caput e inciso IV, §§ 1º
e 2º, e 265, do Regimento Interno do TCU;
9.2. com fundamento no art. 1º, inciso XVII e § 2º, da Lei
8.443/1992, responder ao consulente que o restabelecimento to-
tal ou parcial de quantitativo de item anteriormente suprimido
por aditivo contratual, com fundamento nos §§ 1º e 2º do art. 65
da Lei 8.666/1993, por causa de restrições orçamentárias, desde
que observadas as mesmas condições e preços iniciais pactua-
dos, não configura a compensação vedada pela jurisprudência
do Tribunal de Contas da União, consubstanciada nos Acórdãos
1.536/2016-TCU-Plenário, rel. Bruno Dantas, e 2.554/2017-TCU-
-Plenário, rel. André de Carvalho, visto que o objeto licitado ficou
inalterado, sendo possível, portanto, além do restabelecimento,
novos acréscimos sobre o valor original do contrato, observado o
limite estabelecido no § 1º do art. 65 da Lei 8.666/1993;
(Relator: Augusto Nardes; Data do Julgamento: 20/01/2021)

199
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

QUESTÃO 38

Quais as peculiaridades das alterações dos contratos nos regimes de


empreitada integrada e semi-integrada?

Alteração qualitativa solicitada pela Administração,


não gerada por erros ou omissões do contratado,
atendidos os limites de 25% do valor inicial Alteração do projeto nas
atualizado do contrato para obras, serviços e contratações semi-integradas nos
compras e de 50% para reforma de edifício ou de termos do § 5º do art. 46 da Lei nº
equipamento 14.133/2021

Restabelecer equilíbrio Evento superveniente


econômico-financeiro alocado na matriz de riscos
oriundo de caso fortuito CONTRATAÇÕES INTEGRADA como responsabilidade da
ou força maior OU SEMI-INTEGRADA – PODE Administração
ALTERAR VALOR CONTRATUAL

200
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

Lei nº 14.133/2021
Art. 133. Nas hipóteses em que for adotada a contratação inte-
grada ou semi-integrada, é vedada a alteração dos valores contra-
tuais, exceto nos seguintes casos:
I - para restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro de-
corrente de caso fortuito ou força maior;
II - por necessidade de alteração do projeto ou das especificações
para melhor adequação técnica aos objetivos da contratação, a
pedido da Administração, desde que não decorrente de erros ou
omissões por parte do contratado, observados os limites estabe-
lecidos no art. 125 desta Lei;
III - por necessidade de alteração do projeto nas contratações se-
mi-integradas, nos termos do § 5º do art. 46 desta Lei;
IV - por ocorrência de evento superveniente alocado na matriz de
riscos como de responsabilidade da Administração.

201
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

QUESTÃO 39

Determinado contrato de obra no valor de


R$ 1.000.000,00 foi suprimido em 20%.
Depois disso, pretende-se acrescer esse
contrato. Qual será a base de cálculo para
aplicação do percentual de acréscimo? Qual o
entendimento do TCU?

Lei nº 14.133/2021
Art. 124. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados,
com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
I - unilateralmente pela Administração:
[...]
b) quando for necessária a modificação do valor contratual em
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu ob-
jeto, nos limites permitidos por esta Lei;
[...]
Art. 125. Nas alterações unilaterais a que se refere o inciso I do
caput do art. 124 desta Lei, o contratado será obrigado a aceitar,
nas mesmas condições contratuais, acréscimos ou supressões de
até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do

202
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

contrato que se fizerem nas obras, nos serviços ou nas compras,


e, no caso de reforma de edifício ou de equipamento, o limite para
os acréscimos será de 50% (cinquenta por cento). (Grifo nosso)

TCU – Acórdão nº 3.483/2012 – Plenário


Voto
25. De fato, conforme afirma o recorrente, a legislação estabelece
que o limite de 25% deve ser considerado em relação ao valor
inicial atualizado do contrato.
26. Há que se distinguir, inicialmente, três conceitos: valor inicial
do contrato, valor atual do contrato e valor atualizado do contra­
to.
a) valor inicial do contrato: é o valor nominal, que corresponde ao
valor da proposta do vencedor;
b) valor atual do contrato: é o valor que já foi despendido até o
momento em razão do contrato ou o valor que ainda resta de­
sembolsar, conforme preferir-se convencionar;
c) valor atualizado do contrato: é o valor do contrato para fins de
pagamento, resultante das “atualizações” realizadas.
27. Logo o valor inicial atualizado do contrato é o valor nominal,
com a incidência das atualizações.
(Relator: Aroldo Cedraz; Data do Julgamento: 10/12/2012)

203
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

Caso prático
Prazo de execução: 24 meses.
Valor contratado: R$ 10.000.000,00.
Decorridos três meses, há acréscimo quantitativo de 10%.
Valor total do contrato: R$ 11.000.000,00.
Depois de 12 meses, há reajuste de 5%. Nesses 12 primeiros
meses, foram executados 50% do objeto, o que consumiu 50% do
valor do contrato, já pago. O reajuste incide sobre o saldo
remanescente do contrato. Portanto, calcula-se 5% sobre R$
5.500.000,00. O valor a ser reajustado será de
R$ 275.000,00. O valor total do contrato é de R$ 11.275.000,00.
Depois de dois meses do reajuste, surge a necessidade de
novo acréscimo. Qual o limite?
Foi realizado acréscimo de 10%. Então, restam 15%, dado que o
limite é 25%. Os 15% devem ser calculados sobre o valor inicial
atualizado do contrato, que é R$ 10.500.000,00.
Explicando: o valor inicial é de R$ 10.000.000,00. O valor do
reajuste foi de R$ 275.000,00, porque incidiu 5% sobre 50% do
valor inicial do contrato, além do acréscimo de 10%. Contudo, para
atualizar o valor inicial do contrato, que não se confunde com o
reajuste, deve incidir 5% sobre o valor inicial de R$10.000.000,00.
Portanto, o valor inicial atualizado é de R$ 10.500.000,00. O novo
acréscimo poderá ser de até R$1.575.000,00 (15% de
10.500.000,00). Note-se que essa forma de cálculo preserva o
poder de compra de 15% em relação ao objeto inicial, já que,
atualmente, 15% do objeto inicial tem exatamente o valor de
R$1.575.000,00 (atualização de 5% sobre R$1.500.000,00, que
originalmente era 15% do valor do contrato).

204
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

QUESTÃO 40

Na empreitada por preço global, o contratado


é obrigado a arcar com ônus decorrente
de erros no projeto e orçamento? Qual o
entendimento do TCU?

TCU – Acórdão nº 1.977/2013 – Plenário


Acórdão
9.1.7. quando constatados, após a assinatura do contrato, erros ou
omissões no orçamento relativos a pequenas variações quantita-
tivas nos serviços contratados, em regra, pelo fato de o objeto ter
sido contratado por “preço certo e total”, não se mostra adequada
a prolação de termo aditivo, nos termos do ideal estabelecido no
art. 6º, inciso VIII, alínea “a”, da Lei 8.666/93, como ainda na cláusu-
la de expressa concordância do contratado com o projeto básico,
prevista no art. 13, inciso II, do Decreto 7.983/2013;
9.1.8. excepcionalmente, de maneira a evitar o enriquecimento
sem causa de qualquer das partes, como também para garantia
do valor fundamental da melhor proposta e da isonomia, caso, por
erro ou omissão no orçamento, se encontrarem subestimativas ou
superestimativas relevantes nos quantitativos da planilha orça-
mentária, poderão ser ajustados termos aditivos para restabelecer

205
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

a equação econômico-financeira da avença, situação em que se


tomarão os seguintes cuidados:
9.1.8.1. observar se a alteração contratual decorrente não supera
ao estabelecido no art. 13, inciso II, do Decreto 7.983/2013, cumu-
lativamente com o respeito aos limites previstos nos §§ 1º e 2º do
art. 65 da Lei 8.666/93, estes últimos, relativos a todos acréscimos
e supressões contratuais;
9.1.8.2. examinar se a modificação do ajuste não ensejará a ocor-
rência do “jogo de planilhas”, com redução injustificada do des-
conto inicialmente ofertado em relação ao preço base do certame
no ato da assinatura do contrato, em prol do que estabelece o art.
14 do Decreto 7.983/2013, como também do art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal;
9.1.8.3. avaliar se a correção de quantitativos, bem como a inclu-
são de serviço omitido, não está compensada por distorções em
outros itens contratuais que tornem o valor global da avença com-
patível com o de mercado;
9.1.8.4. verificar, nas superestimativas relevantes, a redundarem
no eventual pagamento do objeto acima do preço de mercado e,
consequentemente, em um superfaturamento, se houve a retifica-
ção do acordo mediante termo aditivo, em prol do princípio guar-
dado nos arts. 3º, caput c/c art. 6º, inciso IX, alínea “f”; art. 15, § 6º;
e art. 43, inciso IV, todos da Lei 8.666/93;
9.1.8.5. verificar, nas subestimativas relevantes, em cada caso con-
creto, a justeza na prolação do termo aditivo firmado, consideran-
do a envergadura do erro em relação ao valor global da avença,

206
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

em comparação do que seria exigível incluir como risco/contin-


gência no BDI para o regime de empreitada global, como também
da exigibilidade de identificação prévia da falha pelas licitantes -
atenuada pelo erro cometido pela própria Administração -, à luz,
ainda, dos princípios da vedação ao enriquecimento sem causa, da
isonomia, da vinculação ao instrumento convocatório, do dever de
licitar, da autotutela, da proporcionalidade, da economicidade, da
moralidade, do equilíbrio econômico-financeiro do contrato e do
interesse público primário;
(Relator: Valmir Campelo; Data do Julgamento: 31/07/2013)

207
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

QUESTÃO 41

Quais os cuidados para evitar o jogo de


planilhas pelos licitantes (julgamento) e
para alterar os contratos? Qual a disciplina do
Decreto nº 7.983/2013 e quais as orientações
do TCU?

O QUE É O JOGO DE PLANILHAS?

TCU – Acórdão nº 1.650/2006 – Plenário


Voto
24. Em terceiro lugar, estão presentes todos os pressupostos usu-
almente considerados necessários por este Tribunal para se carac-
terizar a ocorrência do “jogo de planilha”:
[...]
c) alterações quantitativas posteriores, por meio de aditivos, em
decorrência de deficiências ou insuficiências do projeto básico,
que privilegiam serviços com sobrepreço em detrimento dos com
subpreço.
(Relator: Valmir Campelo; Data do Julgamento: 13/09/2006)

208
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

TCU – Acórdão nº 2.307/2017 – Plenário


Enunciado
A existência na planilha contratual de serviços específicos com
preços unitários acima dos referenciais de mercado, ainda que não
caracterize sobrepreço global, deve ser evitada, principalmente
se concentrados na parcela de maior materialidade da obra, pois
traz risco de dano ao erário no caso de celebração de aditivos que
aumentem quantitativos dos serviços majorados (jogo de plani-
lha) ou diante da inexecução de serviços com descontos significa-
tivos nos preços, depois de executados aqueles com preços unitá-
rios superiores aos de mercado (jogo de cronograma).
(Relator: Augusto Nardes ; Data do Julgamento: 11/10/2017)

COMO EVITAR?

1º modelo: durante o julgamento da licitação

Decreto nº 7.983/2013
CAPÍTULO III - DA FORMAÇÃO DOS PREÇOS DAS PROPOSTAS E CE-
LEBRAÇÃO DE ADITIVOS EM OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA
Art. 13. Em caso de adoção dos regimes de empreitada por preço
global e de empreitada integral, deverão ser observadas as se-
guintes disposições para formação e aceitabilidade dos preços:
I - na formação do preço que constará das propostas dos licitan-
tes, poderão ser utilizados custos unitários diferentes daqueles

209
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

obtidos a partir dos sistemas de custos de referência previstos


neste Decreto, desde que o preço global orçado e o de cada uma
das etapas previstas no cronograma físico-financeiro do contrato,
observado o art. 9º , fiquem iguais ou abaixo dos preços de re-
ferência da administração pública obtidos na forma do Capítulo
II, assegurado aos órgãos de controle o acesso irrestrito a essas
informações; e
II - deverá constar do edital e do contrato cláusula expressa de con-
cordância do contratado com a adequação do projeto que integrar
o edital de licitação e as alterações contratuais sob alegação de fa-
lhas ou omissões em qualquer das peças, orçamentos, plantas, es-
pecificações, memoriais e estudos técnicos preliminares do projeto
não poderão ultrapassar, no seu conjunto, dez por cento do valor
total do contrato, computando-se esse percentual para verificação
do limite previsto no § 1º do art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.
Parágrafo único. Para o atendimento do art. 11, os critérios de
aceitabilidade de preços serão definidos em relação ao preços
global e de cada uma das etapas previstas no cronograma físico-
financeiro do contrato, que deverão constar do edital de licitação.

TCU – Acórdão nº 8.117/2011 – Primeira Câmara


Enunciado
O julgamento de propostas pelo menor preço global, sem análise
dos preços unitários e sem estimativa de quantidades, pode con-
duzir à prática de jogo de planilha.
(Relator: Walton Alencar Rodrigues; Data do Julgamento: 13/09/2011)

210
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

TCU – Acórdão nº 1.695/2018 – Plenário


Enunciado
A definição do critério de aceitabilidade dos preços unitários e
global nos editais para a contratação de obras, com a fixação de
preços máximos para ambos, é obrigação e não faculdade do ges-
tor (Súmula TCU 259) , ainda que se trate de empreitada por preço
global. Essa obrigação tem por objetivo mitigar a ocorrência dos
riscos associados tanto ao “jogo de cronograma” quanto ao “jogo
de planilha”.
(Relator: Vital do Rêgo; Data do Julgamento: 25/07/2018)

2º modelo: durante a execução do contrato

Decreto nº 7.983/2013
CAPÍTULO III - DA FORMAÇÃO DOS PREÇOS DAS PROPOSTAS E CE-
LEBRAÇÃO DE ADITIVOS EM OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA
Art. 14. A diferença percentual entre o valor global do contrato
e o preço global de referência não poderá ser reduzida em favor
do contratado em decorrência de aditamentos que modifiquem a
planilha orçamentária.
Parágrafo único. Em caso de adoção dos regimes de empreitada
por preço unitário e tarefa, a diferença a que se refere o caput po-
derá ser reduzida para a preservação do equilíbrio econômico-fi-
nanceiro do contrato em casos excepcionais e justificados, desde
que os custos unitários dos aditivos contratuais não excedam os
custos unitários do sistema de referência utilizado na forma des-

211
AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 AULA 5

ENFOQUE JURÍDICO

te Decreto, assegurada a manutenção da vantagem da proposta


vencedora ante a da segunda colocada na licitação.
Art. 15. A formação do preço dos aditivos contratuais contará com
orçamento específico detalhado em planilhas elaboradas pelo ór-
gão ou entidade responsável pela licitação, na forma prevista no
Capítulo II, observado o disposto no art. 14 e mantidos os limites
do previsto no § 1º do art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.

TCU – Acórdão nº 1.514/2015 – Plenário


Enunciado
Para evitar a ocorrência de jogo de planilha, a diferença percentu-
al entre o valor global do contrato e o obtido a partir dos custos
unitários do sistema de referência utilizado não poderá ser redu-
zida em favor do contratado em decorrência de aditamentos que
modifiquem a planilha orçamentária.
(Relator: Bruno Dantas; Data do Julgamento: 17/06/2015)

NOVIDADES DA LEI Nº 14.133/2021

Lei nº 14.133/2021
Art. 128. Nas contratações de obras e serviços de engenharia, a
diferença percentual entre o valor global do contrato e o preço
global de referência não poderá ser reduzida em favor do contra-
tado em decorrência de aditamentos que modifiquem a planilha
orçamentária.

212

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